002 - 1765575 - Apresentação LT Rev 1 2021 SMO

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS – PUC-MG
IPUC - CURSO DE ENGENHARIA ELETRÔNICA E DE TELECOMUNICAÇÂO
Linhas de Transmissão em Altas Frequências
Teoria Clássica
“Equações do Telegrafista”
Oliver Heaviside
Referência: Notas de aula – Prof. Luciano Bossi
Revisão: 2º/2020
SMO – Prof. Luciano Bossi - 2020

Linhas de Transmissão em Altas Frequências
Referências principais:
Foundantions for Microwave Engineering – 2ed
Robert E. Collin – Ed. McGrawHill – 1992
Microwave Engineering – 4ed
David M. Pozar – ed. John Wiley – 2011
Engenharia de Micro-ondas: Fundamentos e Aplicações
José Antonio Justino Ribeiro – ed. Érica – 2008

INTRODUÇÃO
A diferença principal entre a teoria clássica de circuitos e a teoria de

linhas de transmissão está no “comprimento elétrico do circuito”.
A análise clássica de circuitos assume que as dimensões físicas da rede
são muito menores que o comprimento de onda do sinal elétrico,
enquanto uma linha de transmissão pode ser uma fração considerável do
comprimento de onda ou até muitos comprimentos de onda em seu
tamanho.

INTRODUÇÃO
Considerando a velocidade da luz no vácuo c = 3 x 108 m/s, podemos

calcular o comprimento de onda pela relação λ = c / f . Ao percorrer uma
distância igual a um comprimento de onda, a fase do sinal terá uma
variação de 2π.
Por exemplo, em 60 Hz o comprimento de onda é de 5.000 km e um

trecho de dezenas de metros de comprimento não provocará uma
variação de fase perceptível.
Já em 1 GHz o comprimento de onda é de 0,3 metros, um trecho de
apenas 1 metro de comprimento já representa mais de 3 comprimentos
de onda e teremos uma variação de fase muito grande.

Modelo por Parâmetros Distribuídos
Uma linha de transmissão, construída de forma uniforme, pode ser

representada por uma rede de células. Cada célula é construída
utilizando o conceito de parâmetros concentrados, que representam um
pequeno trecho da linha.
O trecho total da linha de transmissão é representado por um conjunto
de células. As células distribuídas permitem avaliar como a tensão e a
corrente vão variar em amplitude e fase ao longo de todo o seu
comprimento físico.
Esta representação é denominada de “Modelo por Parâmetros
Distribuídos”.

As linhas de transmissão sempre têm, pelo menos, dois caminhos para a

corrente elétrica: o de ida e o de volta (circuito fechado).
Assim, independente de sua forma física, uma linha de transmissão pode

ser representada esquematicamente como uma linha de dois fios
paralelos como mostrado na figura 1.a.

Fig. 1a – Modelo da célula de uma linha de transmissão uniforme

Um pequeno trecho da linha de transmissão, de comprimento Δz, pode ser

modelado a partir de um circuito de elementos concentrados como mostrado na
figura 1.b, onde R, L, C e G são quantidades por unidade de comprimento (p.u.l. –
per unit lengh) definidas como segue:
R = Resistência série, por unidade de comprimento, para ambos condutores,

em Ω/m
L = Indutância série, por unidade de comprimento, para ambos condutores,
em H/m
C = Capacitância paralela, por unidade de comprimento, entre os 2
condutores, em F/m
G = Condutância paralela, por unidade de comprimento, entre os 2
condutores, em S/m

Fig. 1b – Modelo da célula por parâmetros concentrados


Esses parâmetros representam os efeitos que a linha de transmissão
oferece devido à passagem de corrente e à presença de uma diferença de
potencial entre os condutores:
A indutância série L∆z representa a indutância própria dos dois

condutores;
A capacitância paralela C∆z representa o efeito capacitivo devido à

proximidade entre os dois condutores e a presença de um dielétrico
entre eles;


Esses parâmetros representam os efeitos que a linha de transmissão
oferece devido à passagem de corrente e à presença de uma diferença de
potencial entre os condutores:
A resistência série R∆z representa o efeito de perdas ôhmicas devido

à condutividade finita dos condutores e varia significativamente com
a frequência devido ao efeito pelicular;
A condutância paralela G∆z representa as perdas no material

dielétrico entre os dois condutores. Este parâmetro também varia
com a frequência.


Desenvolvendo as equações da linha de transmissão

Dividindo tudo por Δz:

Dividindo tudo por Δz:

Para deduzir as equações de tensão e de corrente isoladamente, fazemos

a derivação das duas equações obtidas em relação ao tempo e em
relação à posição z, separadamente.
Após obtidas as derivadas, aglutinamos os termos que permitem obter as

equações desejadas, como mostrado a seguir.

Partindo da equação 1.2.a:
Derivando em relação a “z”: Derivando em relação a “t”:

Partindo da equação 1.2.b:
Derivando em relação a “z”: Derivando em relação a “t”:



Equações de Onda
Observe que as duas equações nos indicam movimentos: uma variação

da função com o tempo recorre de uma variação da mesma função no
espaço.


A função ejwt apareceria nos dois lados das equações, então é cancelada.


Equações de Onda de Tensão e de Corrente

Impedância Característica da LT

Expressões para as ondas de Tensão e de Corrente ao longo da LT

Expressão do Coeficiente de Reflexão

ao longo da LT, com perdas

Coeficiente de Reflexão medido na carga

Dividindo a expressão da tensão pela expressão da corrente temos a

Impedância ao longo da LT:
No ponto de referência, z = 0, colocado na posição da carga ZL:
Coeficiente de reflexão,
medido na carga

Impedância vista ao longo da LT, com perdas

Expressão para a impedância vista ao longo da LT, com perdas
A constante de propagação γ é dada por:

Impedância vista ao longo da LT, SEM perdas
A constante de propagação é dada por:
Para a LT sem perdas (ou com perdas desprezíveis):
A expressão da impedância ao longo da LT sem perdas:
Mas:

EXPRESSÕES MAIS UTILIZADAS
Colocando a carga no ponto z = 0 e a onda propagando no sentido +z ,

somente existe LT para a coordenada z negativa. Assim, alteramos a
coordenada para l, contando no sentido –z, a partir da carga: l = -z
Tensão ao longo da LT:
Corrente ao longo da LT:
“ l ” distância contada a partir da carga, sempre positiva.

Tensão e corrente ao longo da LT:

Impedância ao longo da LT (para LT COM perdas):
Impedância ao longo da LT (para LT SEM perdas):

Impedância ao longo da LT:
Em l =0 a impedância vista é a própria impedância de carga ZL

Constantes para uma LT, a partir dos parâmetros primários
Impedância Característica da LT :
Constante de Propagação na LT :
 = constante de atenuação e  = constante de fase

Impedância Característica da LT, em altas frequências
Impedância Característica da LT :
Em altas frequências, temos que:

w=2f  w L >> R e w C >> G
Real pura

Coeficiente de Reflexão
melhor valor 0  |L|  1 pior valor

(sem reflexão) (reflexão total)

Onda Estacionária
Módulo da tensão ao longo da LT:
Módulo da tensão ao longo da LT, para linha sem perdas:

Expressão da Onda Estacionária no meio sem perdas.
Considerando que:
Módulo da tensão ao longo da LT:
Após manuseio do módulo da parte complexa:

Tensão Máxima e Tensão Mínima ao longo da LT
Tensão Máxima ao longo da LT
Tensão Mínima ao longo da LT

Razão de Onda Estacionária na LT – ROE
Chamada de ROE ou SWR (Standing Wave Ratio), é a relação entre a tensão

máxima e a tensão mínima ao longo da LT
melhor valor 0  |L|  1 pior valor
melhor valor 1  ROE   pior valor

Perda de Retorno (Return Loss – RL)
Considera a perda por reflexão de potência, na carga. Considera que parte da

potência que chega na carga é refletida por descasamento de impedâncias
PL  Potência dissipada na carga

Pi  Potência incidente na carga
Pr  Potência refletida pela carga
PL = Pi – Pr = Pi ( 1 – Pr/Pi)
RL = 10 log (Pr/Pi) dB  Perda de Retorno
Observe que a parcela Pr/Pi é uma quantidade adimensional que mostra a

proporção de potência refletida pela carga. A Perda de Retorno é dada em dB.

Perda de Retorno (Return Loss – RL)
Sabendo que:
Pr = |Vo-|2 / Zc e Pi = |Vo+|2 / Zc e que |Vo-| = |L| |Vo+|
RL = 10 log ( Pr/Pi ) = 20 log |L| dB

Como o módulo do coeficiente de reflexão |L| deve estar entre 0 (sem reflexão)
e 1 (reflexão total). Assim, a perda de retorno RL vai estar entre -  e 0.
melhor valor 0  |L|  1 pior valor (Coeficiente de Reflexão)
melhor valor -   RL  0 pior valor (Perda de Retorno)

Impedância Máxima e Mínima
Sabendo que:
Coeficiente de reflexão separando em módulo e fase: L = |L| e j
Para a LT com perdas desprezíveis temos que  = j  (  = 0 )
Substituindo “ z “ por “ – l ” e colocando e + β l em evidência, vai

aparecer e – 2 β l dentro do parênteses:
𝑒 𝑗 𝛽 𝑙 + Γ𝐿 𝑒 𝑗 𝜃 𝑒 −𝑗 𝛽 𝑙 1 + Γ𝐿 𝑒 𝑗 ( 𝜃 −2 𝛽 𝑙 )
𝑍(𝑙) = 𝑍𝑐 𝑗 𝛽 𝑙 = 𝑍𝑐
𝑒 − Γ𝐿 𝑒 𝑗 𝜃 𝑒 −𝑗 𝛽 𝑙 1 − Γ𝐿 𝑒 𝑗 ( 𝜃 −2 𝛽 𝑙 )

Foi usado: L e – 2 β l = |L| e j e – j 2  l = |L| e j (  – 2  l)
Tensão Máxima ao longo da LT  Ocorre no ponto de IMPEDÂNCIA MÁXIMA
 Ocorre quando  + 2  z = 2 n  ou  - 2  l = 2 n 
mas ej2n = +1
1+ Γ𝐿 𝑒 𝑗 ( 𝜃 −2 𝛽 𝑙 ) 1+ Γ𝐿 𝑒 𝑗 2 𝑛 𝜋 1+ Γ𝐿
𝑍 𝑙 𝑀𝐴𝑋 = 𝑍𝑐 = 𝑍𝑐 = 𝑍𝑐
1− Γ𝐿 𝑒 𝑗 ( 𝜃 −2 𝛽 𝑙 ) 1− Γ𝐿 𝑒 𝑗 2 𝑛 𝜋 1− Γ𝐿

Tensão Mínima ao longo da LT  Ocorre no ponto de IMPEDÂNCIA MÍNIMA
Ocorre quando  + 2  z = (2 n - 1)  ou  - 2  l = (2 n - 1) 
e j (2n-1) = -1
1+ Γ𝐿 𝑒 𝑗 ( 𝜃 −2 𝛽 𝑙 ) 1+ Γ𝐿 𝑒 𝑗 (2 𝑛−1) 𝜋 1− Γ𝐿
𝑍 𝑙 𝑀𝑖𝑛 = 𝑍𝑐 1− Γ 𝑒 𝑗 ( 𝜃 −2 𝛽 𝑙 ) = 𝑍𝑐 1− Γ 𝑒 𝑗 (2 𝑛−1) 𝜋 = 𝑍𝑐 1+
𝐿 𝐿 Γ𝐿

Ponto de Máximo: |V|max = |Vo+| ( 1 + |L| )
 ZMax = Zc x ROE
Ponto de mínimo: |V|min = |Vo+| ( 1 - |L| )
 ZMin = Zc / ROE
Como o ROE é um número real puro e a impedância característica da LT (Zc)

também é real puro, tanto a impedância máxima como a impedância mínima
ao longo da LT são resistivas puras.

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A indutância série L∆z representa a indutância própria dos dois

A capacitância paralela C∆z representa o efeito capacitivo devido à

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A resistência série R∆z representa o efeito de perdas ôhmicas devido

A condutância paralela G∆z representa as perdas no material

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