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PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE_0000514-76.2018.5.12.0061

Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região

AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO


ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
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Tramitação Preferencial
-Portador de Doença Grave

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 13/08/2018


Valor da causa: R$ 163.643,11
Associados: 0000461-95.2018.5.12.0061

Partes:
RECLAMANTE: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI - CNPJ: 15.163.890/0001-20
ADVOGADO: MICHELE MENDES - OAB: SC31578
ADVOGADO: SANDRA AVILA DOS SANTOS - OAB: SC25187
RECLAMADO: JOAO CARLOS DE ASSIS - CPF: 675.044.269-20
ADVOGADO: EGON AUGUSTO TELLES - OAB: SC51459
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO


TRABALHO DE BRUSQUE/SC.

JOÃO CARLOS DE ASSIS, brasileiro, em união estável,


montador, portador do RG nº. 4.909.770 SSP/SC, inscrito no CPF sob o
nº. 675.044.269-20, CTPS nº. 7338762, série 0050, SC, PIS/PASEP nº.
121.60267.50-5, residente e domiciliado na Rua Almir Zunino,número
635, Bairro Jardim São Paulo, cidade de São João Batista/SC, CEP
88240-000, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência por
intermédio de seu advogado que essa subscreve, com endereço
profissional na Avenida Arno Carlos Gracher, nº 57, sala 111, na cidade
de Brusque/SC, onde recebe intimações e notificações com fulcro no
artigo 840, §1º da CLT, ajuizar a presente:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

em face de CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI, pessoa


jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº. 15.163.890/0001-20, com
sede narua Fidelis Domingos Angeli, nº 377, bairro Centro, na cidade
deSão João Batista/SC, CEP nº 88.240-000, pelos fatos e fundamentos a
seguir expostos:

Assinado eletronicamente por: EGON AUGUSTO TELLES - 13/08/2018 15:14 - d829350


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18081315101149100000023106319
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. d829350 - Pág. 1
Número do documento: 18081315101149100000023106319
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I - DOS FATOS:
O Reclamante iniciou seu contrato de trabalho com
a Reclamada em 01 de setembro de 2017, exercendo o cargo de
montador, percebendo a quantia de R$ 2.003,40 (dois mil e três reais e
quarenta centavos) por mês.

Ocorre que o Reclamante foi acometido por uma


doença, qual seja, Hepatite C, em 11 de abril de 2018, consoante
demonstrado nos documentos anexos. Assim que soube da condição
de saúde do empregado, tendo em vista ser uma doença grave e que
suscita estigma, em 30 de abril de 2018, a Reclamada procedeu a
rescisão do contrato de trabalho.

Contudo, ao verificar os documentos da dispensa,


nota-se que aparentemente o Reclamante teria solicitado a demissão,
o que não corresponde à realidade. O que ocorreu é que o
empregador chamou o empregado para “fazer um acordo” e
entregou os papéis para que o Reclamante assinasse.

O obreiro, que é pessoa de boa índole, confiou no


que dissera o seu empregador, assinando toda a documentação do
que acreditava ser um acordo. Contudo, os documentos assinados
pelo Reclamante são referentes a um pedido de dispensa, o que ele
não queria.

O que acontece, excelência, é que a empresa


Reclamada tentou dispensar o Reclamante (que padece de doença
grave) sem efetuar o pagamento integral das verbas rescisórias. Tal
conduta demonstra que a dispensa foi arbitrária ediscriminatória, além
de eivada de má-fé, diante da tentativa de iludir o obreiro. Ademais, a
doença que acomete o Reclamante é grave e suscita estigma e
preconceito.

Além da dispensa, sem justa causa, a Reclamada


sequer observou o que dispõe a Convenção Coletiva da
categoria,pois a rescisão não foi assistida pelo sindicato como
determinado, conformedocumento anexo, o que corrobora para a
configuração da má-fé da empregadora.

Destarte, diante dos fatos apontados, fica clara a


conduta ilegal da Reclamada, o que enseja em anulação da rescisão,
em sequência a rescisão indireta pela quebra de confiança, bem
como o pagamento de todas as verbas trabalhistas devidas na
rescisão indireta, indenização pela dispensa discriminatória (dano
moral) e multa por violação da convenção coletiva.

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II – DO DIREITO:
A) DA POSSIBILIDADE DE PROPOR NOVA AÇÃO

O reclamante propôs reclamatória trabalhista em


25 de julho de 2018. Em 27 de julho sobreveio sentença, de extinção
do feito sem resolução de mérito. Em uma segunda tentativa, no dia
03 de agosto de 2018 foi proposta nova ação, tendo como resultado
novamente a extinção sem resolução de mérito.

É cediço que uma sentença sem resolução de


mérito permite que a parte autora ingresse novamente com a ação,
desde que sanados os vícios que motivaram a extinção da tentativa
anterior. Bem assim, casos em que o processo anterior foi extinto por
perempção, litispendência ou coisa julgada, ainda que sem resolução
do mérito, não possibilita a propositura de nova ação.

Destarte, segundo este r. juízo, o motivo da extinção


se deu por força do artigo 840, parágrafos 1º e 3º, cumulado com o
artigo 852-A, da CLT. Não estão presentes, portanto, nenhum dos
motivos que ensejariam na impossibilidade de propor nova ação.

Extrai-se dessa última sentença: “Ao contrário do


aduzido pelo autor há como se quantificar o valor da multa do art. 467
da CLT (equivalente a 50% das verbas postuladas na presente ação)”.

Muito embora o reclamante discorde do


posicionamento deste respeitável juízo, vem propor novamente a
reclamatória, sanando os erros que deram azo à extinção.

B) DA ANULAÇÃO DA RESCISÃO:

Diante dos fatos descritos acima, nota-se que o


empregado não pediu dispensa do trabalho, mas sim que a
Reclamada procedeu a dispensa sem justa causa, tentando fazer
parecer um pedido de demissão.

Primeiramente, insta ressaltar que a relação de


emprego entre as partes está sob a égide do Princípio da
Continuidade da Relação de Emprego, assim como da Súmula 212 do
TST, verbis:

Súmula nº 212 do TST

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DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA (mantida) - Res.


121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O ônus de provar o término do contrato de trabalho,
quando negados a prestação de serviço e o
despedimento, é do empregador, pois o princípio da
continuidade da relação de emprego constitui
presunção favorável ao empregado. (grifou-se)

Desta forma, o ônus de demonstrar que a


despedida se deu por pedido do empregado recai sobre o
empregador, em atenção ao princípio e súmula supracitados.

Ademais, é cediço que a conduta da Reclamada


enseja em anulação da dispensa, pois claramente ilegal. O
empregador que dispensa o empregado doente, sem justa causa,
comete ato ilícito, sendo ato passível de anulação, bem como de
indenização.

Especificamente no caso de doença, a situação de


desemprego ocorre no exato momento em que o trabalhador mais
precisa de emprego.

Nesse sentido, diz a jurisprudência do TRT 12:

DANO MORAL. PRÁTICA DISCRIMINATÓRIA. DIGNIDADE


DA PESSOA HUMANA. COMPENSAÇÃO.
Indubitavelmente que a instabilidade emocional gerada
no empregado submetido à prática discriminatória
macula sua dignidade e implica dano moral, cuja
compensação respectiva deve ser arbitrada
considerando-se, dentre outros fatores, a
proporcionalidade da ofensa respectiva e a
necessidade de evitar a repetição da aludida prática.
(...) No caso particular de doença, a situação de
desemprego coincide com o momento em que o
trabalhador é mais dependente do emprego.(...) (grifou-
se)
(TRT-12 - RO: 00004006620135120012 SC 0000400-
66.2013.5.12.0012, Relator: AGUEDA MARIA LAVORATO
PEREIRA, SECRETARIA DA 1A TURMA, Data de Publicação:
20/08/2015).

Desta forma, resta demonstrada a despedida


discriminatória, realizada totalmente ao arrepio da lei e da Convenção
Coletiva da categoria.

Sobre o tema, a Convenção Coletiva da categoria


dispõe o seguinte, na cláusula trigésima primeira:

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As rescisões dos contratos de trabalho dos empregados


com tempo de serviço superior a 90 (noventa) dias, serão
efetuadas, obrigatoriamente, perante a entidade Sindical
Profissional, sob pena de nulidade do instrumento
rescisório.(grifou-se)

Como se pode observar na documentação


carreada junto à exordial, a entidade sindical não foi chamada para
acompanhar a dispensa do empregado, tornando a rescisão nula.

Não poderia ser diferente, pois o empregador


estava tentando iludir o empregado, o que a entidade sindical
certamente não permitiria.

Além de todo o exposto, o TST pacificou o


entendimento sobre o tema quando editou a súmula 443, que diz:

Súmula nº 443 do TST


DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO. EMPREGADO
PORTADOR DE DOENÇA GRAVE. ESTIGMA OU
PRECONCEITO. DIREITO À REINTEGRAÇÃO - Res. 185/2012,
DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
Presume-se discriminatória a despedida de empregado
portador do vírus HIV ou de outra doença grave que
suscite estigma ou preconceito. Inválido o ato, o
empregado tem direito à reintegração no
emprego.(grifou-se)

Por derradeiro, tendo em vista o princípio da


continuidade da relação de emprego, a Jurisprudência, a Convenção
Coletiva da categoria, bem como as Súmulas 443 e 212 do TST,
principalmente pelo fato de o obreiro encontrar-se com doença grave
que causa estigma e preconceito, a anulação da rescisão é medida
que se impõe, com a consequente reintegração no seu emprego, o
que se requer desde já.

C) DA REINTEGRAÇÃO E DA RESCISÃO INDIRETA:

Uma vez reintegrado em seu emprego, diante de


todo o exposto, tendo em vista a quebra de confiança ocorrida e
ainda que tanto a Lei quanto a Jurisprudência dominante dão lastro,
requer-se seja reconhecida a rescisão indireta do contrato de
trabalho, com o consequente adimplemento de todos os seus direitos,
cujos valores serão expostos a seguir.

A rescisão indireta é importante instrumento que


socorre o empregado quando o empregador comete falta grave, qual
seja, na presente demanda, a despedida sem justa causa

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discriminatória, acompanhada da tentativa de fazer parecer que se


tratava de um pedido de demissão do empregado.

Neste sentido, é o que diz o artigo 483, “d”, §3º da


CLT:
Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o
contrato e pleitear a devida indenização quando:
(...)
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
(...)
§ 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o
empregado pleitear a rescisão de seu contrato de
trabalho e o pagamento das respectivas indenizações,
permanecendo ou não no serviço até final decisão do
processo.

O empregado tem, portanto, o direito de exigir a


rescisão do contrato de trabalho, tendo como marco final a data da
prolação da sentença. Da mesma forma, o obreiro faz jus ao
recebimento de todas as verbas salariais e rescisórias, como saldo de
salário, aviso prévio indenizado proporcional ao tempo de trabalho
com reflexos em 13º, FGTS,multa dos 40% e indenização das parcelas
do seguro desemprego.

Assim, resta demonstrado que não há mais um


vínculo de confiança entre as partes, sendo a rescisão indireta medida
que se impõe.

B.1) DOS VALORES DAS VERBAS DEVIDAS NA


RESCISÃO INDIRETA:

Além dos valores constantes no Termo de Rescisão


do Contrato de Trabalho do Reclamante, são devidos ainda, em
decorrência do reconhecimento da rescisão indireta, as seguintes
verbas trabalhistas:

I) DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO:

O Reclamante laborou durante 7 (sete) meses junto


à Reclamada, tendo o direito à percepção do valor igual ao de 30
(trinta) dias trabalhados, o que alcança a cifra de R$ 2.003,40 (dois mil
e três reais e quarenta centavos).

II) DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO:

Inicialmente, se faz necessário informar que a


Reclamada não realizou o depósito de nenhuma parcela referente ao
FGTS do Reclamante.

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Assim, o valor devido é de R$ 160,27 (cento e


sessenta reais e vinte e sete centavos) por mês trabalhado,o que
totaliza R$ 1.121,89 (um mil, cento e vinte e um reais e oitenta e nove
centavos).

Importante salientar que o aviso prévio indenizado


causa reflexos no pagamento do Fundo de Garantia. Sendo a
remuneração do obreiro de R$ 2.003,40 (dois mil e três reais e quarenta
centavos), os reflexos sobre o FGTS serão na monta de R$ 160,27 (cento
e sessenta reais e vinte e sete centavos), valor que corresponde a 8%
do valor da remuneração.

Desta forma, tem direito o Reclamante ao


recebimento do valor de R$ 1.282,16 (mil duzentos e oitenta e dois
reais e dezesseis centavos), referentes ao FGTS somado ao reflexo
gerado pelo aviso prévio indenizado.

III) MULTA RESCISÓRIA:

Sabe-se que o Reclamante tem direito à multa de


40% sobre o FGTS. Tendo em vista que jamais foi depositado, o valor
que deveria haver na conta é de R$ 1.282,16 (mil duzentos e oitenta e
dois reais e dezesseis centavos).

Destarte, a multa de 40% alcança a cifra de R$


512,86 (quinhentos e doze reais e oitenta e seis centavos).

IV) DA INDENIZAÇÃO DAS PARCELAS DO SEGURO


DESEMPREGO:

Tendo o empregado trabalhado durante sete


meses junto à Reclamada, este teria direito à percepção de quatro
meses de remuneração a título de seguro desemprego.

Ocorre que o empregado não pôde receber


nenhuma das parcelas, pois, iludido por seu empregador,assinou
documentos requerendo a dispensa do trabalho.

O obreiro tem o direito à percepção de


indenização substitutiva, de acordo com a Súmula 389, do TST, in
verbis:

Súmula nº 389 do TST


SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO
TRABALHO. DIREITO À INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO
DE GUIAS (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs
210 e 211 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

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I - Inscreve-se na competência material da Justiça do


Trabalho a lide entre empregado e empregador tendo
por objeto indenização pelo não-fornecimento das guias
do seguro-desemprego. (ex-OJ nº 210 da SBDI-1 - inserida
em 08.11.2000)
II - O não-fornecimento pelo empregador da guia
necessária para o recebimento do seguro-desemprego
dá origem ao direito à indenização. (ex-OJ nº 211 da
SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) (grifou-se)

Diante do exposto, faz jus o obreiro ao recebimento


de indenização substitutiva, no valor de quatro parcelas do seguro,o
que corresponde ao valor de R$ 1.409,70 cada, totalizandoR$
5.638,80(cinco mil, seiscentos e trinta e oito reais e oitenta centavos).

V) DO VALOR TOTAL DAS VERBAS RESCISÓRIAS

Demonstrados os valores devidos


pormenorizadamente, tem-se que o valor total devido ao obreiro, com
relação às verbas rescisórias, atinge o valor de R$9.437,22 (nove mil,
quatrocentos e trinta e sete reais e quarenta e dois centavos),
lembrando que este valor é referente tão somente às verbas rescisórias
devidas na rescisão indireta.

D) DA PERCEPÇÃO EM DOBRO DO PERÍODO DE


AFASTAMENTO

Tendo em vista o rompimento da relação de


trabalho por ato discriminatório, é devido ao Reclamante a
percepção, em dobro, da remuneração do período de afastamento.

O recebimento da remuneração dobrada do


período do afastamento se faz necessária, diante da impossibilidade
de continuidade da relação empregatícia após a quebra de
confiança ocorrida entre as partes. A determinação vem da Lei
9.029/95, que diz:

Art. 4o O rompimento da relação de trabalho por ato


discriminatório, nos moldes desta Lei, além do direito à
reparação pelo dano moral, faculta ao empregado optar
entre:
I - a reintegração com ressarcimento integral de todo o
período de afastamento, mediante pagamento das
remunerações devidas, corrigidas monetariamente e
acrescidas de juros legais;
II - a percepção, em dobro, da remuneração do período
de afastamento, corrigida monetariamente e acrescida
dos juros legais. (grifou-se)

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Percebe-se que a aludida lei diz que o empregado


tem direito às duas verbas: reparação pelo dano moral e também a
percepção da remuneração pelo período de afastamento. A lei
faculta ao empregado a escolha entre a reintegração no trabalho ou
a percepção dos valores do período em que ficou afastado
ilegalmente. Sendo inviável a primeira opção (reintegração), o
empregado opta pelo que determina o inciso II.

Destarte, observando que a remuneração mensal


do obreiro era de R$ 2003,40 (dois mil e três reais e quarenta centavos),
o valor devido é de R$ 12.020,40 (doze mil e vinte reais e quarenta
centavos), conforme tabela e cálculos anexos:

Meses afastado Valor sem correção Valor corrigido


Maio R$ 2.003,40 R$ 2.085,73
Junho R$ 2.003,40 R$ 2.040,66
Julho R$ 2.003,40 R$ 2.003,40
Total R$ 6.010,20 R$ 6.129,79
Dobro da lei 9.029/95 R$ 12.020,40 R$ 12.259,58

Assim, demonstrado que o Reclamante tem direito


ao recebimento, em dobro, da remuneração do período de
afastamento.

E) DA MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DA


CONVENÇÃO COLETIVA

Diz a cláusula trigésima terceira da Convenção


Coletiva da categoria (documento anexo):

Pela violação do presente instrumento normativo, as


empresas pagarão multa equivalente a 8% (oito por
cento) do Piso Salarial da Categoria, por infração e por
empregado prejudicado, em favor deste e idêntico
percentual em favor do sindicato profissional.

Carreando a documentação acostada à exordial,


observa-se que o piso salarialé de R$ 1.119,00 (mil, cento e dezenove
reais). Considerando esse valor,a indenização atinge a monta de R$
89,52 (oitenta e nove reais e cinquenta e dois centavos),
correspondente a oito por cento do piso salarial da categoria.

F) DA MULTA DOS ARTIGOS 477 E 467 DA CLT

As verbas relativas à rescisão não foram pagas até


o momento, contrariando o que determina a regra constante do
artigo 477, §6º e §8º da CLT, que diz:

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Art. 477. Na extinção do contrato de trabalho, o


empregador deverá proceder à anotação na Carteira
de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa
aos órgãos competentes e realizar o pagamento das
verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos
neste artigo.
(...)
§ 6o A entrega ao empregado de documentos que
comprovem a comunicação da extinção contratual aos
órgãos competentes bem como o pagamento dos
valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo
de quitação deverão ser efetuados até dez dias
contados a partir do término do contrato.
(...)
§ 8º - A inobservância do disposto no § 6º deste artigo
sujeitará o infrator à multa de 160 BTN, por trabalhador,
bem assim ao pagamento da multa a favor do
empregado, em valor equivalente ao seu salário,
devidamente corrigido pelo índice de variação do BTN,
salvo quando, comprovadamente, o trabalhador der
causa à mora. (grifou-se)

Tendo acabado em 30 de abril de 2018, o prazo


legal de dez dias já se exauriu, o que obriga a Reclamada ao
pagamento do valor de R$ 2.003,40 (dois mil e três reais e quarenta
centavos), acrescido da correção monetária.

Ainda, faz jus o empregado à percepção da multa


prevista no artigo 467 da CLT, que diz:

Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho,


havendo controvérsia sobre o montante das verbas
rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao
trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do
Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena
de pagá-las acrescidas de cinqüenta por cento.

Destarte, caso não efetue o pagamento até a data


da primeira audiência, o valor das verbas incontroversas deve ser
realizado com o acréscimo de 50%, valor que será informado assim
que for possível de ser delimitado.

Extrai-se da sentença:

Observo que na petição inicial a parte autora deixou de


quantificar o valor da multa do art. 467 da CLT, bem
como, o valor referente aos honorários advocatícios. Ao
contrário do aduzido pelo autor há como se quantificar o
valor da multa do art. 467 da CLT (equivalente a 50% das

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verbas postuladas na presente ação). Ainda, o valor dos


honorários advocatícios postulados deve ser quantificado
na inicial para fins de fixação do valor da causa. (grifou-
se)

Destarte, tendo em vista que as verbas postuladas


na presente ação atingem o valor de R$ 9.437,22 (nove mil,
quatrocentos e trinta e sete reais e vinte e dois centavos), seguindo a
orientação deste r. juízo, o valor da multa referente ao artigo 467 do
CPC alcança a cifra de R$4.718,61 (quatro mil, setecentos e dezoito
reais e sessenta e um centavos).

Assim, requer-se a condenação da reclamada ao


pagamento de ambas as multas.

G) DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

A Lei nº 13.467 de 13 de julho de 2017 introduziu a


chamada reforma trabalhista, alterando a Consolidação das Leis
Trabalhistas em inúmeros aspectos.

Dentre as relevantes alterações, destaca-se a


redação dada pelo art. 791-A, que estabeleceu a regra de fixação
dos honorários advocatícios pela mera sucumbência, rechaçando
assim o entendimento outrora firmado através do verbete sumular nº
219, do TST, vejamos:

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa


própria, serão devidos honorários de sucumbência,
fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o
máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que
resultar da liquidação da sentença, do proveito
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo,
sobre o valor atualizado da causa.

De outro norte, embora a CLT determine a fixação


dos honorários advocatícios no importe entre 5 (cinco) e 15% (quinze
por cento), a fixação dos honorários em patamar inferior àquele
estabelecido pelo Código de Processo Civil importará em tratamento
discriminatório entre profissionais da mesma classe, violando assim o
preceito constitucional insculpido no art. 7º, inc. XXXII, que proíbe a
distinção entre trabalho intelectual ou entre os profissionais respectivos.

Sendo assim, por força dos art. 5º, caput, art. 7º, inc.
XXXII e art. 133 da CF/88, bem como art. 85. §2º do CPC e do princípio
da isonomia, requer a fixação dos honorários advocatícios no importe
de 20% (vinte por cento) sobre o valor a ser pago ao Reclamante, cujo

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valor total é R$ 25.687,83 (vinte e cinco mil, seiscentos e oitenta e sete


reais e oitenta e três centavos).

H) DO DANO MORAL

Conforme dito alhures, o obreiro foi demitido por


conta de sua doença, que é grave e suscita estigma, tendo em vista a
forma de contágio, que se dá através do contato com sangue
contaminado1.
É importante atentar para o fato de que o
empregado acometido de doença grave que suscite estigma tem a
dispensa discriminatória presumida, ou seja, não há necessidade de
maiores digressões acerca do assunto.

Isso é o que diz a Jurisprudência:

RECURSO ORDINÁRIO. DISPENSA DISCRIMINATÓRIA


PRESUMIDA. EMPREGADA PORTADORA DE DOENÇA
GRAVE.Presume-se discriminatória a demissão, pautada
na falta de capacidade plena da obreira para a
realização de suas atividades profissionais. A reclamante
foi dispensada, sem justa causa, quando apresentouo
quadro de doença qualificada como grave pelo
ordenamento jurídico pátrio, sendo presumido o
tratamento discriminatório do ato praticado por seu
empregador. A atitude do reclamado não se coaduna
com o princípio dos valores sociais do trabalho. Ora, o
ordenamento jurídico brasileiro, como um todo, repele
intensamente atitudes discriminatórias contra
trabalhadores, mercê dos Princípios Sociais, da
Valorização da Pessoa Humana, da Proteção ao
Hipossuficiente, da Dignidade do Trabalhador, dentre
outros, que aqui vigoram. Nesse sentido, a Constituição
Federal veda todas as formas de discriminação (artigo
3º, inciso IV), recebendo a relação de emprego
disciplina específica através do artigo 1º da Lei 9.029/95.
Recurso ordinário provido, no aspecto. (Processo: RO –
0001150-06.2013.5.06.0022, Redator: Hélio Luiz Fernandes
Galvão, Data de julgamento: 16/12/2014, Quarta Turma,
Data de publicação: 18/01/2015)
(TRT-6 – RO: 000115500620135060022, Data de
Julgamento: 16/12/2014, Quarta Turma) (grifou-se)

1
A hepatite C é transmissível. Estre as principais formas de contraí-la estão: transfusão
de sangue, compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas,
cachimbos, entre outros), higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de
dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou para a
confecção de tatuagem e colocação de piercings. Fonte:
https://minutosaudavel.com.br/hepatite-c-cura-sintomas-o-que-e-tratamento-
contagio-e-mais/#prevencao-transmissao-hepatite-c

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Pois bem.

Tendo em vista o rompimento da relação de


trabalho por ato discriminatório e, ainda, a tentativa do empregador
de fazer parecer que o empregado havia pedido a dispensa, além do
total desrespeito ao princípio da Dignidade da Pessoa Humana, a
indenização por danos morais é medida que se impõe.

O artigo 223-G da CLT diz que “Ao apreciar o


pedido, o juízo considerará: (...)VI - as condições em que ocorreu a
ofensa ou o prejuízo moral; VII - o grau de dolo ou culpa; (...)”. O
empregador, como demonstrado, convenceu o empregado de que
estavam assinando documentos referentes a um acordo, o que não
corresponde à realidade, uma vez que os documentos assinados são
de um pedido de demissão. Demonstrado, portanto, que a Reclamada
agiu com má-fé e com grau máximo de dolo. Além disso, há que se
considerar as condições em que ocorreu a ofensa, ou seja, o
empregador se aproveitou da boa índole do obreiro para iludi-lo.

Além disso, o mesmo artigo (223-G da CLT), em seu


§1º, IV, diz:

§ 1o Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a


indenização a ser paga, a cada um dos ofendidos, em
um dos seguintes parâmetros, vedada a acumulação:
(...)
IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o
último salário contratual do ofendido.

O salário contratual do empregado era de R$


2.003,40 (dois mil e três reais e quarenta centavos). Tendo em vista a
ofensa causada, de natureza gravíssima, a determinação legal é de
que seja a indenização no valor de cinquenta vezes o último salário, o
que corresponde ao valor de R$ 100.170,00 (cem mil, cento e setenta
reais).

Caso não seja esse o entendimento de Vossa


Excelência, considerando que trata-se de dano moral in reipsa, requer-
se a indenização seja fixada em patamar não inferior a R$ 50.000,00
(cinquenta mil reais).

Não obstante, há que se observar o caráter


pedagógico da indenização. Mais do que compensar o ofendido, a
indenização serve para dissuadir o ofensor, que violou os artigos 1º, III, e
170 da Constituição Federal. Certamente se for condenada em
montante expressivo, a Reclamada vai modificar sua conduta caso
ocorra caso análogo ao presente. Importante também ter em foco que

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a Reclamada possui poder financeiro suficiente para arcar com a


indenização requerida.

Ainda, a jurisprudência do TRT 4 vai no mesmo


sentido, senão vejamos:

INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. DISPENSA


DISCRIMINATÓRIA. EMPREGADA PORTADORA DE
DOENÇA GRAVE. HEPATITE C. O art. 1º da Lei 9029/95
proíbe a adoção de qualquer prática discriminatória na
relação de emprego, inclusive quanto à dispensa. Caso
em que se presume, nos termos da Súmula n. 443 do TST,
a atitude discriminatória da reclamada ao dispensar a
empregada portadora hepatite C após tomar ciência da
doença. Não afastada a presunção relativa por nenhum
outro meio, cabível a reparação por danos morais, que
é in reipsa, em face da natureza discriminatória do ato.
Recurso da reclamante provido em parte. (...) (TRT-4 -
RO: 00201001120135040025, Data de Julgamento:
07/07/2016, 1ª Turma). (grifou-se)

Portanto, fica demonstrado que a parte Reclamante


faz jus à indenização por danos morais pleiteada.

III - DOS PEDIDOS:


Diante do exposto requer:

a) seja deferido o benefício da assistência judiciária


gratuita, pois não tem o Reclamante condições financeiras de arcar
com as custas e despesas processuais sem prejuízo de seu próprio
sustento e de sua família.

b) a notificação da Reclamada para, querendo,


apresentar resposta sobre os fatos alegados, sob pena de confissão e
revelia;

c) seja reconhecida a anulação da rescisão do


contrato de trabalho, nos termos expostos acima;

d) reconhecida a nulidade da rescisão do contrato,


seja de pronto deferido o requerimento de reintegração no trabalho;

e) reintegrado no trabalho, seja reconhecida a


rescisão indireta, de acordo com a fundamentação supra;

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As verbas trabalhistas devidas ao Reclamante são


as seguintes:
Aviso Prévio Indenizado _________________ R$
2.003,40
FGTS ___________________________________ R$
1.121,89
Multa de 40% __________________________ R$ 512,86
Parcelas do seguro desemprego _______ R$ 5.638,80
Total __________________________________ R$ 9.437,22

f) a condenação da reclamada ao pagamento da


remuneração pelo período de afastamento, em dobro, o que soma R$
12.259,58 (doze mil, duzentos e cinquenta e nove reais e cinquenta e
oito centavos).

g) seja a Reclamada condenada ao pagamento


da multa prevista em Convenção Coletiva, diante da ausência da
entidade sindical no momento da rescisão, no valor de R$ 89,52
(oitenta e nove reais e cinquenta e dois centavos);

h) a condenação da Reclamada ao pagamento


da multa prevista no artigo 477, da CLT, no valor de R$ 2.003,40 (dois
mil e três reais e quarenta centavos);

i)o pagamento, pela parte reclamada, do valor


referente à multa do artigo 467 da CLT, cujo total atinge o valor de R$
4.718,61 (quatro mil, setecentos e dezoito reais e sessenta e um
centavos);

j) a fixação dos honorários advocatícios no importe


de 20% (vinte por cento) sobre o valor a ser pago ao reclamante, o
que soma R$ 25.687,83 (vinte e cinco mil, seiscentos e oitenta e sete
reais e oitenta e três centavos);

k) a condenação do empregador ao pagamento


de indenização pelos danos morais, no importe de R$ 100.170,00 (cem
mil, cento e setenta reais);

l) caso não seja esse o entendimento de Vossa


Excelência, que não seja a indenização pelos danos morais fixada em
valor menor que R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais);

m) protesta provar o alegado por todos os meios


em direito admitidos;

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Por derradeiro, informa o reclamante que os valores


declarados nesta exordial estão atualizados até a data da propositura
da ação.

Dá-se à causa o valor de R$ 154.126,98 (cento e


cinquenta e quatro mil, cento e vinte e seis reais e noventa e oito
centavos).

Nestes termos, pede deferimento.

Brusque/SC, 13 de agosto de 2018.

EGON AUGUSTO TELLES


OAB/SC 51.459

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ID. 1e7b9ea - Pág. 2
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ID. 976447b - Pág. 1
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https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18081315121960900000023106543
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 3b889b3 - Pág. 1
Número do documento: 18081315121960900000023106543
Fls.: 36

Assinado eletronicamente por: EGON AUGUSTO TELLES - 13/08/2018 15:14 - 283643e


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18081315122703800000023106552
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 283643e - Pág. 1
Número do documento: 18081315122703800000023106552
Fls.: 37

Assinado eletronicamente por: EGON AUGUSTO TELLES - 13/08/2018 15:14 - 283643e


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18081315122703800000023106552
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 283643e - Pág. 2
Número do documento: 18081315122703800000023106552
Fls.: 38

Assinado eletronicamente por: EGON AUGUSTO TELLES - 13/08/2018 15:14 - 612063a


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18081315123575200000023106568
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 612063a - Pág. 1
Número do documento: 18081315123575200000023106568
Fls.: 39

Assinado eletronicamente por: EGON AUGUSTO TELLES - 13/08/2018 15:14 - 612063a


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18081315123575200000023106568
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 612063a - Pág. 2
Número do documento: 18081315123575200000023106568
Fls.: 40

Documento assinado pelo Shodo

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL


JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 12ª REGIÃO
2ª VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE
AVENIDA DAS COMUNIDADES, 70, Caixa Postal 185, CENTRO, BRUSQUE - SC - CEP: 88350-360
tel: (47) 33558107 - e.mail: 2vara_bqe@trt12.jus.br

PROCESSO: 0000514-76.2018.5.12.0061
CLASSE: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)
RECLAMANTE: JOAO CARLOS DE ASSIS
RECLAMADO: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI

DECISÃO PJe-JT

Reconheço a dependência em face do processo 0000461-95.2018.5.12.0061, que foi extinto sem


resolução do mérito, uma vez que a presente ação reitera pedido formulado naquela demanda, nos
termos do artigo 286/II do Código de Processo Civil.

À triagem inicial. Atendidas as formalidades legais, inclua-se o feito em pauta de audiência inicial,
intime-se o reclamante e notifique-se a reclamada. Em caso contrário façam conclusos para julgamento.

BRUSQUE , 13 de agosto de 2018

ROBERTO MASAMI NAKAJO

Juiz Titular de Vara do Trabalho

Assinado eletronicamente por: ROBERTO MASAMI NAKAJO - 13/08/2018 15:54 - 6a4e401


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18081315540905900000023108678
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 6a4e401 - Pág. 1
Número do documento: 18081315540905900000023108678
Fls.: 41

Documento assinado pelo Shodo

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO
2ª VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE
RTOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
RECLAMANTE: JOAO CARLOS DE ASSIS
RECLAMADO: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI

DESPACHO

Vistos.

Retifico o valor da causa para R$ 163.643,11, correspondente à soma dos pedidos elencados na exordial.

Cite-se o réu por Oficial de Justiça, restando designada a audiência inicial para o dia 24/08/2018, às
13h15min.

Intime-se a parte autora.

/rmn

BRUSQUE, 14 de Agosto de 2018

ROBERTO MASAMI NAKAJO


Juiz(a) do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: ROBERTO MASAMI NAKAJO - 14/08/2018 14:51 - ea1094c


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18081414344341900000023135784
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. ea1094c - Pág. 1
Número do documento: 18081414344341900000023135784
Fls.: 42

Documento assinado pelo Shodo

14/08/2018 14:51
Despacho

Tipo de documento: Notificação


Descrição do documento: Despacho
Id: 26b966b
Data da assinatura: 14/08/2018

Atenção

Por motivo técnico, este documento não pôde ser adicionado à compilação selecionada pelo usuário. Todavia, seu conteúdo pode
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Assinado eletronicamente por: ROBERTO MASAMI NAKAJO - 14/08/2018 14:51 - ea1094c


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18081414344341900000023135784
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. ea1094c - Pág. 1
Número do documento: 18081414344341900000023135784
Fls.: 43

Documento assinado pelo Shodo

Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região


2ª VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE
AVENIDA DAS COMUNIDADES, 70, Caixa Postal 185, CENTRO, BRUSQUE - SC - CEP: 88350-360
2vara_bqe@trt12.jus.br

CHAVES DE ACESSO - Processo PJe-JT

Processo: 0000514-76.2018.5.12.0061 - Processo PJe-JT


Classe: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)
Autor: JOAO CARLOS DE ASSIS
Réu: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI

Chaves para acesso à inicial e aos documentos que a acompanham.

Para ver o inteiro teor, digite a chave correspondente no endereço: http://pje.trt12.jus.br/documentos

Documentos associados ao processo

Título Tipo Chave de acesso**


Despacho Notificação 18081414511321900000023136830
Despacho Despacho 18081414344341900000023135784
Decisão de prevenção Decisão 18081315540905900000023108678
Exame Médico Exame Médico 18081315123575200000023106568
Atestado Médico Atestado Médico 18081315121960900000023106543
Exame Médico Exame Médico 18081315122703800000023106552
Relatório Documento Diverso 18081315121694800000023106537
Cálculo Documento Diverso 18081315120985000000023106525
Aviso Prévio Aviso Prévio 18081315125850300000023106593
Extrato de FGTS Extrato de FGTS 18081315115378500000023106491
Termo de Rescisão de Contrato Termo de Rescisão de Contrato
18081315114838400000023106485
de Trabalho (TRCT) de Trabalho (TRCT)
Comprovante de residencia Documento Diverso 18081315112378200000023106428
Cadastro Nacional de Pessoa Cadastro Nacional de Pessoa
18081315114112800000023106474
Jurídica (CNPJ) Jurídica (CNPJ)
Carteira de Trabalho e Carteira de Trabalho e
18081315111239700000023106415
Previdência Social (CTPS) Previdência Social (CTPS)
Declaração de Hipossuficiência Declaração de Hipossuficiência 18081315105174200000023106384
Identidade Documento Diverso 18081315110477100000023106401
Procuração Procuração 18081315104676300000023106374
Petição Inicial Petição Inicial 18081315101149100000023106319

Em 14 de Agosto de 2018.

Assinado eletronicamente por: SANDRO DANIEL SANCHEZ - 14/08/2018 14:55 - 7883162


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18081414554428400000023137127
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 7883162 - Pág. 1
Número do documento: 18081414554428400000023137127
Fls.: 44

Documento assinado pelo Shodo

2ª VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE

AVENIDA DAS COMUNIDADES, 70, Caixa Postal 185, CENTRO, BRUSQUE - SC - CEP: 88350-360
Telefones: (47) 3355-8107 / 3396-9590 - e-mail: 2vara_bqe@trt12.jus.br

Processo: 0000514-76.2018.5.12.0061 - Processo PJe-JT


Classe: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)
Autor: JOAO CARLOS DE ASSIS
Réu: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI

NOTIFICAÇÃO INICIAL AO RECLAMADO - Processo PJe-JT

Destinatário:

CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI


88240-000 - Fidelis Domingos Angeli, 377 - Centro - SAO JOAO BATISTA - SANTA CATARINA

Audiência: 24/08/2018 13:15

Fica V. S.ª notificado(a) para responder aos termos da ação em epígrafe, devendo comparecer à
audiência designada pessoalmente ou representado(a) por preposto habilitado (art. 843, parágrafo 1º, da
CLT) para prestar depoimento, sob pena de serem considerados verdadeiros os fatos alegados na petição
inicial (art. 844 da CLT).

Por tratar-se de procedimento ordinário, eventuais testemunhas serão ouvidas, se necessário, em


audiência de instrução a ser oportunamente designada.

A petição inicial e documentos poderão ser acessados via internet (http://pje.trt12.jus.br/documentos),


digitando a chave abaixo:

CHAVE DE ACESSO: 18081414554428400000023137127

Caso o(s) réu(s) não consiga(m) consultar/visualizar os documentos do processo via internet, deverá(ão)
comparecer à Unidade Judiciária - Central de Atendimento (endereço e telefone indicados no cabeçalho)
para receber(em) orientações.

A defesa e eventuais documentos deverão ser encaminhados por meio do Sistema PJe, antes da realização
da audiência, nos termos do art. 29 da Resolução n. 136/2014 do CSJT.

Se o(s) réu(s) não possuir(em) equipamento para conversão ou escaneamento de documentos em formato
PDF, deverá(ão) comparecer à Unidade Judiciária - Central de Atendimento, com a necessária

Assinado eletronicamente por: SANDRO DANIEL SANCHEZ - 14/08/2018 14:56 - 4c92250


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18081414564613000000023137200
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 4c92250 - Pág. 1
Número do documento: 18081414564613000000023137200
Fls.: 45

Documento assinado pelo Shodo

antecedência em relação à audiência, para proceder à adequação dos documentos por meio dos
equipamentos disponíveis na Central de Atendimento.

Cumpra-se, na forma da lei. Em caso de necessidade, requisite-se força policial e cumpra-se a diligência
nos termos do Art. 212, parágrafo 2º, do CPC/2015.

Em 14 de Agosto de 2018.

SANDRO DANIEL SANCHEZ


SERVIDOR(A) DO JUDICIÁRIO FEDERAL

Assinado eletronicamente

Assinado eletronicamente por: SANDRO DANIEL SANCHEZ - 14/08/2018 14:56 - 4c92250


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18081414564613000000023137200
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 4c92250 - Pág. 2
Número do documento: 18081414564613000000023137200
Fls.: 46

Documento assinado pelo Shodo

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO

PROCESSO: RTOrd 0000514-76.2018.5.12.0061


RECLAMANTE: JOAO CARLOS DE ASSIS
RECLAMADO: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI

ID do mandado: 4c92250
Destinatário: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI.

CERTIDÃO DE DEVOLUÇÃO DE MANDADO

2ª VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE

Certifico que, em cumprimento ao mandado ID nº 4c92250, diligenciei no local indicado,


no dia 16/08, às 11:50 horas, e notifiquei o Sr. Carlos Francisco Trainotti, o qual recebeu a
contrafé, ficando ciente do inteiro teor do respectivo mandado.

BRUSQUE, 16 de Agosto de 2018

FLAMARION DE BONA SARTOR


Oficial de Justiça Avaliador Federal

Assinado eletronicamente por: FLAMARION DE BONA SARTOR - 16/08/2018 18:12 - 5975a6f


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18081618105138400000023203629
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 5975a6f - Pág. 1
Número do documento: 18081618105138400000023203629
Fls.: 47

Documento assinado pelo Shodo

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 2ª VARA DO TRABALHO


DE BRUSQUE - SC

CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI, devidamente qualificado nos autos da Reclamatória Trabalhista


em epígrafe, a qual lhe é movida por JOÃO CARLOS DE ASSIS, vem, respeitosamente, por sua
procuradora, requer habilitação nos autos, com a respectiva juntada de procuração.

Nestes termos, pede e aguarda deferimento.

São João Batista, 23 de agosto de 2018.

Michele Mendes

OAB/SC: 31.578

Assinado eletronicamente por: MICHELE MENDES - 23/08/2018 19:13 - 12452ed


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18082319014252400000023342018
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 12452ed - Pág. 1
Número do documento: 18082319014252400000023342018
Fls.: 48

Documento assinado pelo Shodo

Assinado eletronicamente por: MICHELE MENDES - 23/08/2018 19:13 - 0c283fd


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18082319123793900000023342020
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 0c283fd - Pág. 1
Número do documento: 18082319123793900000023342020
Fls.: 49

Documento assinado pelo Shodo

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 2ª VARA DO


TRABALHO DE BRUSQUE – SC

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA: 0000514-76.2018.5.12.0061

CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI, devidamente


qualificado nos autos da Reclamatória Trabalhista em epígrafe, a qual lhe é movida por
JOÃO CARLOS DE ASSIS, vem, respeitosamente, por sua procuradora, apresentar
CONTESTAÇÃO, conforme os fatos e fundamentos que passa a expor:

I – SÍNTESE DA PETIÇÃO INICIAL

O Reclamante alega que prestava serviços ao Reclamado desde


01 de setembro de 2017, tendo sido dispensado em 30 de abril de 2018, após o
Reclamante tomar conhecimento da sua condição de saúde, haja vista ter sido
diagnosticado por Hepatite C, em 11 de abril de 2018.

Alega ainda que embora os documentos deem conta de que o


Reclamante foi quem pediu a dispensa do trabalho, o mesmo foi enganado pelo
Reclamado, para não efetuar o pagamento integral das verbas rescisórias e pelo fato de
o Reclamante estar acometido por doença que causa estigma e preconceito.

Assevera que a rescisão não foi assistida pelo Sindicato da


categoria, de modo que imputa má-fé do Reclamado.

Ao final, pleiteia a anulação da rescisão, em sequência a


rescisão indireta pela quebra de confiança, bem como todas as verbas trabalhistas
devidas na rescisão indireta, indenização pela dispensa discriminatória (dano moral) e
multa por violação da convenção coletiva.

II – DO MÉRITO

O Reclamado impugna todos os fatos articulados na inicial,


esperando a IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO PROPOSTA, pelos seguintes motivos:

Assinado eletronicamente por: MICHELE MENDES - 23/08/2018 19:32 - 01cb3b1


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18082319205962400000023342129
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 01cb3b1 - Pág. 1
Número do documento: 18082319205962400000023342129
Fls.: 50

Documento assinado pelo Shodo

2.1 AUSÊNCIA DE HOMOLOGAÇÃO PERANTE O SINDICATO DA


CATEGORIA

O Reclamante pleiteia a anulação da sua rescisão contratual


haja vista não ter sido homologada perante o sindicato da categoria.

Ocorre, Excelência, como é sabido, a Reforma Trabalhista


revogou o § 1º e § 3º do art. 477 da CLT, desobrigando a empresa de fazer a
homologação do TRCT e do TQRCT junto ao sindicato da categoria ou ao Ministério do
Trabalho, nos casos de rescisão de contrato firmado por empregado com mais de 1 ano
de serviço. No caso dos autos, cumpre salientar que o Reclamante contava com apenas
8 (oito) meses de serviço na empresa, quando do seu pedido de demissão.

Desde 11.11.2017 (quando entrou em vigor a lei da reforma


trabalhista), empregado e empregador estão desobrigados da homologação junto ao
sindicato, podendo acordar em formalizar o desligamento na própria empresa,
independentemente do tempo de emprego, ficando o empregador obrigado apenas a
comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas
rescisórias.

Ademais, o fato de haver cláusula convencional em sentido


contrário, não é motivo para ensejar a anulação da referida rescisão contratual, haja
vista que o artigo 611-A, delimitou especificamente sobre quais direitos as cláusulas
convencionais terão prevalência sobre a lei, e complementando, o artigo 611-B,
estabelece que constitui objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de
trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos direitos listados nos incisos I a
XXX e no parágrafo único do referido artigo.

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência


sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:
I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;
II - banco de horas anual;
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para
jornadas superiores a seis horas;
IV - adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei no 13.189, de 19
de novembro de 2015;
V - plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do
empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções
de confiança;
VI - regulamento empresarial;
VII - representante dos trabalhadores no local de trabalho;
VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;
IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo
empregado, e remuneração por desempenho individual;
X - modalidade de registro de jornada de trabalho;
XI - troca do dia de feriado;
XII - enquadramento do grau de insalubridade;
XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das
autoridades competentes do Ministério do Trabalho;
XIV - prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em
programas de incentivo;

Assinado eletronicamente por: MICHELE MENDES - 23/08/2018 19:32 - 01cb3b1


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18082319205962400000023342129
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 01cb3b1 - Pág. 2
Número do documento: 18082319205962400000023342129
Fls.: 51

Documento assinado pelo Shodo

XV - participação nos lucros ou resultados da empresa.


Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo
coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes
direitos:
I - normas de identificação profissional, inclusive as anotações na Carteira de
Trabalho e Previdência Social;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);
IV - salário mínimo;
V - valor nominal do décimo terceiro salário;
VI - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
VII - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção
dolosa;
VIII - salário-família;
IX - repouso semanal remunerado;
X - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50%
(cinquenta por cento) à do normal;
XI - número de dias de férias devidas ao empregado;
XII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do
que o salário normal;
XIII - licença-maternidade com a duração mínima de cento e vinte dias;
XIV - licença-paternidade nos termos fixados em lei;
XV - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei;
XVI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de
trinta dias, nos termos da lei;
XVII - normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou
em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho;
XVIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou
perigosas;
XIX - aposentadoria;
XX - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador;
XXI - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com
prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o
limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;
XXII - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de
admissão do trabalhador com deficiência;
XXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de
dezoito anos e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
XXIV - medidas de proteção legal de crianças e adolescentes;
XXV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício
permanente e o trabalhador avulso;
XXVI - liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador,
inclusive o direito de não sofrer, sem sua expressa e prévia anuência,
qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos em convenção coletiva
ou acordo coletivo de trabalho;
XXVII - direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a
oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele
defender;
XXVIII - definição legal sobre os serviços ou atividades essenciais e
disposições legais sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da
comunidade em caso de greve;
XXIX - tributos e outros créditos de terceiros;
XXX - as disposições previstas nos arts. 373-A, 390, 392, 392-A, 394, 394-A,
395, 396 e 400 desta Consolidação.

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Todavia, em nenhum dos artigos há menção sobre a


homologação do Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho perante o sindicato, o que
elide o argumento do Reclamante de suposta má-fé do Reclamado, bem como afasta
o pagamento de multa pelo descumprimento da convenção coletiva.

2.2 DA ANULAÇÃO DA RESCISÃO CONTRATUAL

O Reclamante alega que não pediu dispensa de seu trabalho, e


que fora o Reclamado quem procedeu à dispensa tentando fazer parecer um pedido de
demissão, haja vista que o Reclamante encontrava-se doente. Apoia seus argumentos
nas súmulas 212 e 443 do Tribunal Superior do Trabalho.

Ocorre Excelência, que o Reclamado, proprietário de uma


pequena empresa, inclusive familiar, sendo pessoa de boa índole e boa-fé, não foi
quem demitiu o Reclamante, e sequer sabia que o mesmo estava acometido de
Hepatite C.

O Reclamado foi surpreendido com o pedido de demissão do


Reclamante, que disse não querer mais trabalhar na empresa. Foi interrogado por
várias vezes sobre o motivo de sua saída, sem ter mencionado o fato de estar doente,
de modo que se desligou da empresa por vontade própria.

O Reclamante inclusive desfalcou a equipe de trabalho já que


quis desligar-se repentinamente da empresa, de modo que o Reclamado chegou a
suspeitar que o mesmo houvesse recebido outra proposta de emprego, pois era bom
funcionário.

Excelência, durante o período da contratualidade, quer seja, de


setembro de 2017 até abril de 2018, o Reclamante nunca sequer apresentou atestados
médicos, faltas, reclamações e quadro de incapacidade laborativa, que viessem a dar
indícios de que estava acometido por alguma doença, de modo que não havia como o
Reclamado suspeitar de tal fato.

Há de se considerar ainda, que no ATESTADO DE SAÚDE


OCUPACIONAL, realizado em 02/05/2018, o médico atesta que o obreiro estava em
boas condições de saúde no momento do seu desligamento da empresa.

Questiona-se, porque naquela oportunidade, o Reclamante se já


era sabedor do seu estado de saúde, não informou tal fato ao especialista que lhe
atendeu?

Outrossim, pelos documentos carreados aos autos pelo próprio


Reclamante, verifica-se que o mesmo sempre apresentou boa saúde, já que na sua ficha
integrada de saúde procurou raras vezes atendimento médico.

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Documento assinado pelo Shodo

Excelência, o Reclamante é pessoa maior, e plenamente capaz,


pediu demissão de seu emprego, pois assim desejou, de modo que não há de prosperar
o argumento de que o mesmo foi ludibriado quando da rescisão de seu contrato de
trabalho.

2.3 DISPENSA DISCRIMINATÓRIA

O Reclamante alega ter sido demitido pelo fato de estar


acometido por doença - Hepatite C, de modo que afirma ter sido discriminatória a sua
dispensa.

Primeiramente, repisa-se que não houve dispensa. Ademais, o


desligamento do Reclamante não fora nem de longe de cunho discriminatório.

Não há inclusive nenhuma menção por parte do Reclamante


imputando ao Reclamado a prática de qualquer ato discriminatório no ambiente de
trabalho, por exemplo: tratamento hostil por parte de seu empregador, indiferença
de seus companheiros de trabalho, ou qualquer ato lesivo a sua dignidade.

O fato de ser o Reclamante portador de Hepatite C ou do vírus


por si só, não atribui ao mesmo a garantia de emprego necessária para reintegração in
causo, para a configuração de ato discriminatório por parte do empregador, ou ao
menos a ocorrência de situação que seja capaz de ensejar a presunção de que tal ato
tenha ocorrido.

Nesse sentido, vejamos:

EMENTA REINTEGRAÇÃO. EMPREGADO PORTADOR DE HIV E


HEPATITE C. AUSÊNCIA DE PROVA DE DESPEDIDA
DISCRIMINATÓRIA. Hipótese em que não há prova nos autos da
prática pela empregadora de ato discriminatório contra empregado
que, na época da rescisão, sequer comprova ciência da condição de
portador de HIV. [...] (Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região –
TRT-4. Recurso Ordinário 00207166420145040020. 7ª Turma. Relator
Emílio Papaleo Zin. Julgado em: 19 de Outubro de 2015)

Ademais, a Convenção nº 111 da OIT assim qualifica a questão


da discriminação na relação de trabalho:

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ARTIGO 1º: Para fins da presente convenção, o


termo"discriminação"compreende: a) Toda distinção, exclusão ou
preferência fundada na raça, cor, sexo, religião, opinião política,
ascendência nacional ou profissão, que poderá ser especificada pelo
Membro Interessado depois de ou origem social, que tenha por efeito
destruir ou alterar a igualdade de oportunidades ou de tratamento em
matéria de emprego ou profissão; b) Qualquer outra distinção,
exclusão ou preferência que tenha por efeito destruir ou alterar a
igualdade de oportunidades ou tratamento em matéria de emprego
consultadas as organizações representativas de empregadores e
trabalhadores, quando estas existam, e outros organismos
adequados".

Corroborando com o assunto em baila, assim dispõe a Lei


9.029/95, que proíbe práticas discriminatórias, para efeitos admissionais ou de
permanência da relação jurídica de trabalho, e dá outras providências:

Art. 2º Constituem crime as seguintes práticas discriminatórias:


I - a exigência de teste, exame, perícia, laudo, atestado, declaração ou
qualquer outro procedimento relativo à esterilização ou a estado de
gravidez;
II - a adoção de quaisquer medidas, de iniciativa do empregador, que
configurem;
a) indução ou instigamento à esterilização genética;
b) promoção do controle de natalidade, assim não considerado o
oferecimento de serviços e de aconselhamento ou planejamento
familiar, realizados através de instituições públicas ou privadas,
submetidas às normas do Sistema Único de Saúde (SUS).

Verifica-se, portanto, Excelência, a vista das legislações acima


citada, que o Reclamado não apresentou nenhuma conduta que se amolde a práticas
discriminatórias.

Ademais, além de o Reclamado não ter tido ciência da doença


do Reclamante, o fato de ser ele portador de Hepatite C, não é causa suscetível de
discriminação.

Sabe-se que: "o vírus da hepatite C transmite-se,


principalmente, por via sanguínea, bastando uma pequena quantidade de sangue
contaminado para transmiti-lo, se este entrar na corrente sanguínea de alguém através
de um corte ou uma ferida, ou na partilha de seringas. A transmissão por via sexual é

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pouco frequente e o vírus não se propaga no convívio social ou na partilha de


objetos1.”

O próprio Reclamante assevera nas suas alegações que o


contágio da doença se dá através do contato com sangue contaminado. Ocorre que o
labor exercido pelo Reclamante na empresa, na função de montador de calçados,
sequer apresenta risco de contágio para os demais funcionários.

Assim, NÃO sendo uma doença que enseja estigma, cabe ao


Reclamante, nos termos do art. 818 da CLT, a comprovação dos fatos constitutivos do
direito postulado2.

2.4 DOS DANOS MORAIS

Ressabido, pois, que não há dispensa discriminatória


presumida, tendo em vista que o término do contrato de trabalho se deu de maneira
voluntária por pedido do Reclamante.

O Reclamante, por sua vez, alicerça seu pedido de danos morais


alegando que foi enganado pelo Reclamado quando da sua rescisão contratual, tendo
sido demitido por conta de sua doença.

O dano moral deriva de ato ilícito que afeta os atributos


valorativos inerentes à pessoa como ente integrado à sociedade, tais como a honra, a
liberdade, a imagem, a dignidade, a boa-fama, a auto-estima, a dor, a emoção e a
vergonha. Entretanto, para ser reconhecido o direito à indenização respectiva, deve
restar cabalmente demonstrado o prejuízo ao patrimônio ideal do empregado,
conforme os ensinamentos de Walmir Oliveira da Costa, em “Dano Moral nas Relações
Laborais” (Ed. Juruá, Curitiba, 1ª ed. 2000, p. 49)

Só há responsabilidade do ofensor se houver dano a reparar,


tendo o empregado que provar a presença dos elementos essenciais da
responsabilidade civil extracontratual, ou seja: a) o dano suportado; b) a culpa do
empregador; c) o nexo causal entre o evento danoso e o ato culposo e danoso.

No caso dos autos, verifica-se que não houve conduta danosa,


haja vista que o término do contrato de trabalho se deu por vontade do empregado, e o
fato de estar ele acometido de Hepatite C, por si só, não configura dispensa
discriminatória. Consequentemente, Excelência, se não houve dano à imagem,

1
https://www.bio.fiocruz.br/index.php/hepatitecsintomastransmissaoeprevencao
2
Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região TRT-15 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA : RO
00111415620175150073 0011141-56.2017.5.15.0073 – Relator: HELIO GRASSELLI, 1ª Câmara, Data de
Publicação: 14/05/2018)

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dignidade e boa-fama do Reclamante, não há que se falar em conduta culposa ou


dolosa por parte do Reclamado. Em não havendo prova de dano, nem conduta dolosa
ou culposa, não há nexo de causualidade.

Nesse diapasão:

DANO MORAL. A indenização por dano moral somente é cabível se


comprovada a ocorrência de dano ao patrimônio ideal do empregado
em decorrência de ato cometido pelo empregador (Acórdão-4ªC RO
0005705-81.2012.5.12.0039

Desta feita, não há se falar em danos morais.

2.4.1 DO VALOR REQUERIDO A TÍTULO DE DANOS MORAIS

Apenas pelo princípio da eventualidade, caso o douto juízo


acolha a pretensão de dano moral do Reclamante, impõe-se a minoração do valor do
referido dano, visto que o mesmo pleiteia em quantum excessivamente oneroso,
desarrazoado e totalmente distante da realidade, o que produziria enriquecimento
ilícito.

Nessa ótica é o magistério de Fábio Ulhoa Coelho:


“(...) Enriquecimento sem causa é a vantagem patrimonial
auferida por um sujeito de direito sem fundamento jurídico
(...). A coibição do enriquecimento sem causa não é uma
questão moral. Ao contrário, ela deve ser feita com vistas à
adequada distribuição de riquezas e recursos em sociedade
(...) (COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil, volume 2:
obrigações: responsabilidade civil – 5. Ed. – São Paulo:
Saraiva, 2012, versão digital, pp. 497/498) ”.

Ademais, na fixação do valor da indenização por dano moral,


o magistrado deve valer-se dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade,
previstos na Constituição Federal. Há que atentar, também, para a gravidade objetiva
da lesão, a intensidade do sofrimento da vítima, o maior ou menor poder econômico
do ofensor e o caráter compensatório em relação à vítima e repressivo em relação ao
agente causador do dano.

No caso dos autos, Excelência, o Reclamado trata-se de


empresa de pequeno porte, inclusive familiar, que sequer possui instalações

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próprias, funcionando nas dependências da residência do Reclamado, de modo que


o valor pleiteado pelo Reclamante coloca em risco a vida financeira do Reclamado,
que certamente não conseguirá dar prosseguimento nas atividades de sua empresa.

Por tais razões não há que ser deferido o pleito indenizatório


do Reclamante nos valores descriminados na peça inaugural.

2.5 DA REINTEGRAÇÃO E DA RESCISÃO INDIRETA

O Reclamante pleiteia a reintegração em seu emprego, e


consequentemente requer a rescisão indireta do seu contrato de trabalho, alegando ter
ocorrido quebra de confiança, de modo que requer o recebimento de todas as verbas
salariais e rescisórias, como saldo de salário, aviso prévio indenizado proporcional ao
tempo de trabalho com reflexos em 13º, FGTS, multa dos 40% e indenização das
parcelas do seguro desemprego.

Quando da quantificação e discriminação das verbas que


pleiteia, afirma cabalmente que o Reclamado não realizou o depósito de nenhuma
parcela referente ao FGTS do Reclamante.

Mais uma vez, o obreiro falseia com a verdade. Como prova se


junta aos autos, oportunamente, cópia do extrato de conta do FGTS, que comprova
que os recolhimentos foram feitos mensalmente, totalizando um saldo de R$ 1.418,49
(um mil quatrocentos e dezoito reais e quarenta e nove centavos).

Em relação ao pedido de reintegração e consequentemente de


rescisão indireta, não há que prosperar, uma vez que fora o Reclamante quem pediu
dispensa de seu emprego, e não houve, portanto, dispensa discriminatória e muito
menos falta grave cometida pelo empregador na relação de trabalho.

As hipóteses que autorizam o reconhecimento da rescisão


indireta do contrato de trabalho encontram-se expressas no artigo 483 da CLT,
devendo revestir-se de gravidade tal que não permitam a continuidade da relação de
emprego, sendo da parte do Reclamante o ônus de demonstrar de forma consistente a
existência de uma das hipóteses previstas no referido artigo, conforme previsão
contida nos artigos 818 da CLT e 373, I, do novo CPC.

A alegação de que o contrato poderá ser rescindido de maneira


indireta pelo empregado, nos termos do art. 483, alínea d, § 3º, da CLT, não merece
prosperar, pois o Reclamante arcou com as responsabilidades e obrigações do contrato
de trabalho.

Desta forma, não há percepção das verbas trabalhista


requeridas na peça inicial, tais como: aviso prévio, FGTS, multa rescisória, indenização
das parcelas do seguro desemprego, visto que tais verbas só são devidas quando a

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dispensa do funcionário se dá por inciativa do empregador, o que não é o caso dos


autos.

2.6 DA PERCEPÇÃO EM DOBRO DO PERÍODO DE AFASTAMENTO.

O Reclamante requer a percepção em dobro do período de


afastamento da empresa, alicerçado na tese de que o rompimento da relação de
trabalho deu-se por ato discriminatório.

Todavia, conforme já exposto acima não houve dispensa


discriminatória, já que fora o Reclamante quem pediu demissão do trabalho, e também
porque o Reclamado não tinha ciência da condição de saúde do Reclamante.

Desse modo, não há se falar de PERCEPÇÃO EM DOBRO DO


PERÍODO DE AFASTAMENTO nos termos do art. 4º da Lei 9.029/95, pois não houve
dispensa discriminatória, conforme preceitua a referida lei.

2.7 DA MULTA DOS ARTIGOS 477 E 467 DA CLT

Pleiteia o Reclamante o pagamento das multas previstas nos


artigos 477 e 467 da CLT, alegando que as verbas relativas à rescisão não foram pagas
até o momento.

Ora, Excelência, razão não assiste o Reclamante, pois conforme


se afere dos documentos juntados aos autos pode-se verificar claramente que o mesmo
recebeu todas as verbas que lhe eram devidas quando do seu pedido de rescisão
contratual.

2.8 DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Conforme dispõe o artigo 15 do Código de Processo Civil, “na


ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou
administrativos, as disposições deste Código lhe serão aplicas supletiva e
subsidiariamente”.

Em contrapartida a Consolidação das Leis Trabalhistas, apregoa


em seu artigo 769, que, nos casos omissos, o direito processual comum será fonte
subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível.

Verifica-se, pois, que com a vigência da Lei 13.467/17, houve a


inclusão do artigo 791-A, no texto da CLT. Este artigo dispôs sobre o patamar dos

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honorários sucumbenciais no processo trabalhista, os quais deverão ser fixados de 5% a


15%.

Desta forma, Excelência, verifica-se que já não há mais lacuna


na legislação trabalhista, razão pela qual não há razão para aplicação subsidiária do
Código de Processo Civil, em matéria de fixação dos honorários sucumbenciais.

2.9 DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

O Reclamado é microempresário, com despesas superiores a


sua receita, em especial pela crise econômica que assola o país.

O quadro funcional da empresa se resume a apenas cinco


funcionários, conforme documento que acompanha a presente, de modo que de fato
trata-se de uma pequena empresa de cunho familiar.

Atualmente, o Reclamado não dispõe de condição para arcar


com as custas processuais sem prejuízo da sua saúde financeira, que já está em muito
abalada.

Em contrapartida, a possibilidade de concessão da gratuidade


da justiça para micro e pequenas empresas já possui amparo em inúmeros precedentes
dos mais diversos tribunais, vejamos:

TRT-4 - Recurso Ordinário RO 00004401520115040732 RS 0000440-


15.2011.5.04.0732 (TRT-4) Data de publicação: 25/10/2012 Ementa:
CONHECIMENTO DO RECURSO ORDINÁRIO. ASSISTÊNCIA
JUDICIÁRIA GRATUITA. CONCESSÃO. PESSOA JURÍDICA. O
empregador pessoa física, o empresário individual e a micro ou
pequena empresa podem ser beneficiários da gratuidade da justiça,
sendo tal posicionamento compatível com o art. 5º, inc. LXXIV, da
Constituição Federal, que garante o direito à assistência judiciária
integral e gratuita a qualquer cidadão que comprovar insuficiência de
recursos para estar em juízo.[...]

Em consonância, assim dispõe a Súmula 481, do STJ:

Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem


fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os
encargos processuais.

Desta feita, a vista dos documentos que acompanham a


presente peça contestatória, requer seja deferida a assistência judiciária ao Reclamado.

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III- DOS PEDIDOS

Isto posto, requer a Vossa Excelência, o recebimento da


presente Contestação, para ao final julgar IMPROCEDENTE a reclamatória ajuizada
pelo Reclamante, em sua totalidade e desta forma:

1) Seja afastado o pagamento da multa pelo descumprimento


da Convenção Coletiva, tendo em vista que não há menção sobre a homologação do
Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho perante o sindicato nos artigos 611-A e
611-B da CLT;

2) O não reconhecimento da Nulidade da Rescisão do Contrato


de Trabalho, e por efeito a reintegração no trabalho, bem como requer não seja
reconhecido o pedido de dispensa discriminatória postulado pelo Reclamante, e
consequentemente lhe seja negado o pedido de rescisão indireta e todos os pedidos de
percepção de verbas trabalhistas discriminados na exordial;

3) Seja indeferido o pleito de indenização por danos morais, nos


termos desta peça, todavia, em caso de eventual condenação requer que o valor seja
fixado em patamar proporcional e razoável;

5) Que seja afastada a incidência das multas dispostas nos


artigos 467 e 477 da CLT.

6) Que seja indeferido o pedido de pagamento em dobro em


virtude de dispensa discriminatória;

7) Que seja concedido o benefício da gratuidade da justiça ao


Reclamado;

8) Em caso de eventual condenação, requer a fixação dos


honorários sucumbenciais nos termos do artigo 791-A, da CLT;

9) Postula ainda em caso de condenação a compensação de


todos os valores devidamente pagos;

10) Protesta por todos os meios de prova em direito admitido,


em especial depoimento pessoal do Reclamante e testemunhal.

Nestes termos, pede e aguarda deferimento.

São João Batista, 23 de agosto de 2018.

Michele Mendes
OAB/SC: 31.578

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ID. 01cb3b1 - Pág. 12
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Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 2a54185 - Pág. 1
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Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 192c20b - Pág. 1
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Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 192c20b - Pág. 2
Número do documento: 18082319271213600000023342180
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Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 192c20b - Pág. 3
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Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 722d4ae - Pág. 1
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Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. f94eeea - Pág. 1
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Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 5abc216 - Pág. 1
Número do documento: 18082319284252000000023342197
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Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 2cde2d3 - Pág. 1
Número do documento: 18082319293195200000023342203
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Assinado eletronicamente por: MICHELE MENDES - 23/08/2018 19:32 - 2cde2d3


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Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 2cde2d3 - Pág. 2
Número do documento: 18082319293195200000023342203
Fls.: 70

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Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 2cde2d3 - Pág. 3
Número do documento: 18082319293195200000023342203
Fls.: 71

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Assinado eletronicamente por: MICHELE MENDES - 23/08/2018 19:32 - 2cde2d3


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Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 2cde2d3 - Pág. 4
Número do documento: 18082319293195200000023342203
Fls.: 72

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Assinado eletronicamente por: MICHELE MENDES - 23/08/2018 19:32 - 2cde2d3


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18082319293195200000023342203
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 2cde2d3 - Pág. 5
Número do documento: 18082319293195200000023342203
Fls.: 73

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Assinado eletronicamente por: MICHELE MENDES - 23/08/2018 19:32 - 13959ad


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Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 13959ad - Pág. 1
Número do documento: 18082319310517800000023342208
Fls.: 74

Documento assinado pelo Shodo

PROCESSO: 0000514-76.2018.5.12.0061
RECLAMANTE: JOAO CARLOS DE ASSIS
RECLAMADO: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI

Em 24 de agosto de 2018, na sala de sessões da MM. 2ª VARA DO TRABALHO DE


BRUSQUE/SC, sob a direção do Exmo(a). Juiz ROBERTO MASAMI NAKAJO, realizou-se audiência
relativa ao processo identificado em epígrafe.

Às 13h36min, aberta a audiência, foram, de ordem do Exmo(a). Juiz do Trabalho, apregoadas as


partes.

Presente a parte reclamante, acompanhada do(a) advogado(a), Dr(a). EGON AUGUSTO


TELLES, OAB nº 51.459/SC.

Presente o(a) sócio da parte reclamada CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI, Sr(a). CARLOS
FRANCISCO TRAINOTTI, acompanhado(a) do(a) advogado(a), Dr(a). MICHELE MENDES - OAB:
SC31578.

CONCILIAÇÃO: rejeitada.

LEITURA DA INICIAL: dispensada.

CONTESTAÇÃO: juntada aos autos, acompanhada de documentos. O Prazo para manifestação


da parte autora será até o dia 06/09/18, devendo a parte autora apontar as diferenças relativas às verbas
não pagas integralmente, presumindo-se inexistirem na ausência de demonstração.

PROSSEGUIMENTO: 10/09/2018, às 17h10min.

Cientes as partes de que deverão comparecer para prestarem depoimento, sob pena de confissão.

Testemunhas na forma do artigo 825 da CLT.

Em caso de redesignação da audiência de instrução declaram as partes expressamente que


concordam que a intimação seja feita somente na pessoa do respectivo procurador sem intimação pessoal
da parte.

As partes estão cientes do disposto no artigo 796, “b”, da CLT e do artigo 39 do CPC.

Concorda(m) o(s) réu(s) que as intimações e/ou notificações regulares, bem como a citação na
fase de execução, para pagamento ou oferecimento de bens à penhora, serão realizadas na pessoa de
seu(s) procurador(es), via Diário Oficial Eletrônico (DOE).

Cientes as partes presentes, que leram e concordaram com o teor desta ata.

Nada mais.

ROBERTO MASAMI NAKAJO

Juiz do Trabalho

Assinado eletronicamente por: ROBERTO MASAMI NAKAJO - 24/08/2018 13:57 - 24a9e12


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18082413410687600000023351410
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 24a9e12 - Pág. 1
Número do documento: 18082413410687600000023351410
Fls.: 75

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO


TRABALHO DE BRUSQUE/SC.

Autos nº 0000514-76.2018.5.12.0061

JOÃO CARLOS DE ASSIS, já qualificado nos autos


supramencionados, da reclamatória trabalhista que move em face de
CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI vem, através de seu advogado e em
atenção ao determinado em audiência realizada em 24 de agosto de
2.018, em que o r. Juízo deu prazo até o dia 06 de setembro de 2.018,
apresentar tempestivamente

RÉPLICA

diante do alegado pela parte Reclamada na


Contestação, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:

I – SÍNTESE DA CONTESTAÇÃO

A parte Reclamada aduz que a homologação do


Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho pela entidade sindical seria
dispensável, pois os artigos 611-A e 611-B, da CLT, não mencionariam
que a homologação é obrigatória, o que estaria demonstrando a
ausência de má-fé do Reclamado, assim como seria suficiente para
afastar a multa pelo descumprimento da Convenção Coletiva.

Assevera que não sabia da condição de saúde do


Reclamante, dizendo que este procurou por atendimento médico em
raras oportunidades, como se fosse motivo suficiente para o obreiro
jamais contrair uma doença. Diz que o Atestado de Saúde Ocupacional
realizado na despedida, com a informação de que o obreiro estaria em
boas condições de saúde, afastaria a anulação da rescisão contratual.

Argumenta que não houve tratamento hostil ou


indiferença por parte dos colegas de trabalho do Reclamante, o que
descaracterizaria a despedida discriminatória. Além disso, assevera que
o fato de o Reclamante ser portador de hepatite C não geraria ato
discriminatório e nem presunção de despedida discriminatória,
juntando uma jurisprudência do TRT4. Por último, aduz que, por ser
transmissível através do sangue contaminado, e por que “o labor

Assinado eletronicamente por: EGON AUGUSTO TELLES - 06/09/2018 22:30 - 2b0898e


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18090622300033500000023630642
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 2b0898e - Pág. 1
Número do documento: 18090622300033500000023630642
Fls.: 76

exercido pelo Reclamante na empresa, na função de montador de


calçados, sequer apresenta risco de contágio para os demais
funcionários” (sic), então a doença não suscitaria estigma.

Repete-se, dizendo que não haveria dispensa


discriminatória presumida, fazendo digressões acerca do dano moral, ao
argumento de que não houve conduta danosa por parte do
empregador e que – novamente – o fato de o Reclamante estar com
hepatite C não configuraria dispensa discriminatória.

A seguir, a parte Reclamada passa a requerer a


minoração do valor da indenização pelos danos morais, asseverando ser
o quantum requerido pelo Reclamante muito oneroso e estaria
colocando em risco a vida financeira do Reclamado.

O Reclamado afirma que teria efetuado os depósitos


relativos ao FGTS do obreiro, cujo saldo atinge a monta de R$ 1.418,49 (mil
quatrocentos e dezoito reais e quarenta e nove centavos) e que, por este
motivo, estaria o Reclamante falseando com a verdade.

Na sequência, assevera que o pedido de


reintegração no trabalho e a rescisão indireta não deveriam prosperar,
porque teria sido o Reclamante que pediu dispensa do emprego, de
forma que não haveria dispensa discriminatória e nem falta grave por
parte do empregador. Diz ainda que o Reclamado teria cumprido com
as responsabilidades e obrigações do contrato de trabalho.

Pretende, assim, não seja condenado ao pagamento


das verbas trabalhistas.

O Reclamado afirma que não tem obrigação de


realizar o pagamento do período de afastamento, em dobro, afirmando
que não teria ocorrido a dispensa discriminatória.

Com relação às multas previstas nos artigos 477 e 467,


da CLT, o Empregador afirma que não são devidas, afirmando que o
Obreiro teria recebido todas as verbas que lhe eram devidas.

A seguir, o Reclamado afirma que os honorários


sucumbenciais devem ser fixados em 5% a 15%, de forma que não
haveria possibilidade de se aplicar o que diz o CPC a esse respeito.

Por fim, o Reclamado requer seja deferida a seu favor


a gratuidade da justiça e requer seja a ação julgada improcedente.

Sem razão, no entanto.

Assinado eletronicamente por: EGON AUGUSTO TELLES - 06/09/2018 22:30 - 2b0898e


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18090622300033500000023630642
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 2b0898e - Pág. 2
Número do documento: 18090622300033500000023630642
Fls.: 77

III – DA IMPUGNAÇAO ITEM A


ITEM:
Insta ressaltar que o Reclamado tenta convencer este
r. Juízo de que tem razão com argumentos rasos e sem fundamento,
senão vejamos.

a) Ausência de Homologação Perante o Sindicato da


Categoria

Muito embora os artigos citados pela parte


Reclamada não citem a obrigatoriedade da homologação do TRCT pela
entidade sindical, tal obrigação não advém da lei, mas sim da
Convenção Coletiva da Categoria, que determina claramente na
cláusula trigésima primeira a obrigatoriedade de acompanhamento da
entidade sindical nos casos de rescisões de contratos de trabalho dos
trabalhadores com tempo de serviço maior que 90 (noventa) dias, sob
pena de nulidade do instrumento rescisório.

O artigo 611-A, da CLT, citado pelo Reclamado não


delimita, como tenta fazer parecer o Reclamado, especificamente
sobre quais direitos as cláusulas convencionais terão prevalência sobre
a lei. O texto do artigo é claro: “A convenção coletiva e o acordo
coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros,
dispuserem sobre: (...) (grifou-se)”. As hipóteses elencadas nos incisos do
referido artigo são de cunho exemplificativo, e não taxativo, pois o caput
do artigo admite outras hipóteses, não ficando a Convenção Coletiva
restrita tão somente ao que diz o rol do artigo 611-A.

Por sua vez, o artigo 611-B aponta quando a


Convenção Coletiva de trabalho possui objeto ilícito, elencando diversas
hipóteses em que a supressão ou redução de direitos são consideradas
ilegais. In casu, não se verifica nenhuma supressão ou redução de direitos
o fato de a Convenção coletiva da categoria exigir a presença da
entidade Sindical no momento da rescisão. Pelo contrário, o empregado
fica mais seguro, pois a presença do Sindicato não permite que o
empregador cometa abusos, como ocorreu no caso dos autos.

Destarte, havendo a necessidade da presença da


entidade Sindical no momento da rescisão, por força da Convenção
Coletiva, o Reclamante mantém o requerimento de nulidade do
instrumento rescisório, assim como a multa pelo descumprimento da
Convenção Coletiva.

b) Da Anulação da Rescisão Contratual

Assinado eletronicamente por: EGON AUGUSTO TELLES - 06/09/2018 22:30 - 2b0898e


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18090622300033500000023630642
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 2b0898e - Pág. 3
Número do documento: 18090622300033500000023630642
Fls.: 78

De início, insta salientar que a despedida


discriminatória é presumida, de acordo como que diz a Súmula 443, do
TST. Além disso, a Súmula 212, também do TST, atribui o ônus de provar o
término do contrato de trabalho ao empregador.

Muito embora o argumento do Reclamado de que


o Reclamante procurou raras vezes por atendimento médico seja
verdadeiro, esse fato não o torna imune a contrair uma doença.
Tampouco o fato de que nunca apresentou atestados médicos e faltas
é motivo suficiente para afastar a despedida discriminatória.

O atestado de saúde ocupacional, que atesta boa


saúde ao obreiro, também não é suficiente para derruir a anulação da
rescisão, explica-se. Carreando os documentos dos autos, verifica-se
que os exames realizados para chegar ao diagnóstico de hepatite C
foram pelo menos um exame de Ultrassom e um exame de laboratório.
O mencionado atestado de saúde ocupacional, como se pode
observar, realizou somente “exame clínico”, insuficiente para
diagnosticar a doença do obreiro.

Por derradeiro, os fatos de o Reclamante ser maior


de idade e capaz não fazem com que ele não possa ter sido induzido
a erro ao assinar os documentos, levado a acreditar que estava fazendo
um acordo com seu patrão.

c) Da Dispensa Discriminatória

Pelo fato de o Reclamado se repetir no argumento


de que “não houve dispensa”, obriga-se o Reclamante a repetir-se
também. Houve dispensa, sem justa causa e discriminatória.

Não se fala aqui em discriminação no dia a dia, no


ambiente de trabalho, mas sim na motivação que levou o empregador
a demitir o empregado. Portanto, cai por terra o argumento do
Reclamado de não haver dispensa discriminatória por não ter havido a
prática de ato discriminatório no ambiente de trabalho.

Neste diapasão, o entendimento do Tribunal Superior


do Trabalho é de que a dispensa discriminatória é presumida. Tal tema
é, como já demonstrado na exordial, objeto de Súmula, editada sob o
nº 443.

A referida Súmula diz que o empregado portador de


doença grave, que suscite estigma ou preconceito, tem a despedida
discriminatória presumida, exatamente o caso dos autos. O Reclamante
contraiu hepatite C, que é inegavelmente uma doença grave e
também que suscita estigma e preconceito, pois é comum que os

Assinado eletronicamente por: EGON AUGUSTO TELLES - 06/09/2018 22:30 - 2b0898e


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18090622300033500000023630642
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 2b0898e - Pág. 4
Número do documento: 18090622300033500000023630642
Fls.: 79

portadores dessa doença se infectem com o uso compartilhado de


agulhas, ou através de relação sexual, como já demonstrado na inicial.

Ademais, Excelência, pelo simples fato de não haver


um risco alto de contágio para os demais funcionários, a doença não
deixa de causar estigma e preconceito.

Além de ser assunto objeto de Súmula do TST, o


Reclamante tem a seu favor o princípio da continuidade da relação de
emprego e a jurisprudência dominante.

d) Do Dano Moral

Como já demonstrado, a dispensa discriminatória


ocorreu, sendo presumida ou, mesmo que assim não fosse, o fato de o
Reclamante ter sido demitido justamente quando contraiu uma grave
doença, é motivo suficiente para que se configure o dano
extrapatrimonial.

Não está em consonância com o ordenamento


jurídico pátrio a atitude tomada pelo Reclamado, forte no princípio da
Dignidade da Pessoa Humana, principalmente considerando todo o
contexto da despedida, em que o empregador convenceu o
empregado de que este estaria assinando um acordo, quando na
realidade estava assinando documentos requerendo a dispensa. Sem
esquecer da doença grave contraída pelo obreiro que, justamente no
momento em que mais precisa de emprego, foi dispensado.

Não é demais rememorar que, na relação


empregatícia, a parte hipossuficiente é o empregado. Este fato se
agrava diante do quadro de moléstia grave em que o Reclamante se
encontra.

É muito importante, ainda, ter em vista o


entendimento consolidado pelo TST, de que o dano moral em casos
como o dos presentes autos é presumido. O Reclamado diz não ser,
contudo não fundamenta seu argumento. A jurisprudência é farta sobre
o tema:

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. 1.


DOENÇA GRAVE. PRESUNÇÃO DE DISPENSA
DISCRIMINATÓRIA. REINTEGRAÇÃO. Segundo o Regional,
o reclamante é portador de cardiopatia, doença grave,
razão pala qual a Corte de origem concluiu ser
presumível que a rescisão contratual tenha ocorrido por
razões discriminatórias, salientando que não foi produzida
prova apta a desconstituir a referida presunção. Nesse
contexto, conclui-se que a decisão recorrida está em

Assinado eletronicamente por: EGON AUGUSTO TELLES - 06/09/2018 22:30 - 2b0898e


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18090622300033500000023630642
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 2b0898e - Pág. 5
Número do documento: 18090622300033500000023630642
Fls.: 80

harmonia com a atual, iterativa e notória jurisprudência


do TST, sedimentada na Súmula nº 443, segundo a qual
presume-se discriminatória a despedida de empregado
portador do vírus HIV ou de outra doença grave que
suscite estigma ou preconceito. Inválido o ato, o
empregado tem direito à reintegração no emprego.
Precedentes. Óbice da Súmula nº 333/TST. 2.
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. Conforme
consignado pelo Regional, o reclamante é portador de
cardiopatia, patologia notoriamente grave, de modo a se
presumir discriminatória a rescisão do contrato de
trabalho, constituindo-se ato ilícito passível de reparação
civil . Precedentes. Agravo de instrumento conhecido e
não provido.

(TST - AIRR: 7383220145180111, Relator: Dora Maria da


Costa, Data de Julgamento: 05/08/2015, 8ª Turma, Data
de Publicação: DEJT 07/08/2015) (grifou-se)

No mesmo sentido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.


PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À
LEI 13.467/2017. 1. DISPENSA DISCRIMINATÓRIA.
PRESUNÇÃO. EMPREGADO PORTADOR DE DOENÇA
GRAVE - CÂNCER. ESTIGMA OU PRECONCEITO. MATÉRIA
FÁTICA. SÚMULAS 126 E 443/TST. 2. DANO MORAL
DECORRENTE DA DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. VALOR
ARBITRADO. MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA 126/TST. Presume-
se discriminatória a ruptura arbitrária do contrato de
trabalho, quando não comprovado um motivo
justificável, em face de circunstancial debilidade física
do empregado. Esse entendimento pode ser abstraído do
contexto geral de normas do nosso ordenamento jurídico,
que entende o trabalhador como indivíduo inserto numa
sociedade que vela pelos valores sociais do trabalho,
pela dignidade da pessoa humana e pela função social
da propriedade (arts. 1º, III e IV e 170, III e VIII, da CF). Não
se olvide, outrossim, que faz parte do compromisso do
Brasil, também na ordem internacional (Convenção 111
da OIT), o rechaçamento a toda forma de discriminação
no âmbito laboral. Na esteira desse raciocínio, foi editada
a Súmula 443/TST, que delimita a pacificação da
jurisprudência trabalhista nesse aspecto, com o seguinte
teor: "Presume-se discriminatória a despedida de
empregado portador do vírus HIV ou de outra doença
grave que suscite estigma ou preconceito. Inválido o ato,
o empregado tem direito à reintegração no emprego" .
No caso concreto, consta do acórdão recorrido que "o
conjunto fático-probatório dos autos revela que a
dispensa do reclamante ocorreu três meses após

Assinado eletronicamente por: EGON AUGUSTO TELLES - 06/09/2018 22:30 - 2b0898e


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Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 2b0898e - Pág. 6
Número do documento: 18090622300033500000023630642
Fls.: 81

apresentar os primeiros sintomas da doença que o


acometeu (doença de Hodgkin com celuraridade mista
- CID C812)" . Consignou o TRT, ainda, que a empresa
negligenciou o diagnóstico do Reclamante, permitindo
que houvesse atraso no início do tratamento
especializado, considerando-se que o câncer é uma
doença invasiva e de rápida progressão. Nesse contexto,
e uma vez que a Reclamada não comprovou os motivos
apontados para a dispensa, a Corte de origem concluiu
ter havido discriminação e arbitrariedade na dispensa do
Autor, porquanto a ruptura contratual ocorreu fora dos
limites do direito potestativo do empregador. Diante do
quadro fático delineado no acórdão recorrido,
considera-se correta a decisão regional, porque em
consonância com os termos da Súmula 443/TST.
Outrossim, para que se pudesse chegar a conclusão
fática diversa, necessário seria o revolvimento do
conjunto probatório constante dos autos, propósito
insuscetível de ser alcançado nesta fase processual,
diante do óbice da Súmula 126/TST. Agravo de
instrumento desprovido.

(TST - AIRR: 8036220165080005, Relator: Mauricio Godinho


Delgado, Data de Julgamento: 13/12/2017, 3ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 15/12/2017) (grifou-se)

Existem inúmeros julgados no mesmo sentido, mas


não se faz necessário demonstrar ainda mais o entendimento já
consolidado pelos Tribunais Superiores, o que apenas serviria para tornar
esta Réplica prolixa.

Portanto, diante da despedida discriminatória, há


dano moral a ser reparado, conforme demonstrado. Muito embora o
Reclamado afirme que não houve conduta danosa de sua parte, os
fatos demonstram o contrário. Ora, deixar uma pessoa sem emprego no
exato momento em que fica doente e mais precisa de suporte
financeiro é uma conduta danosa. Ademais, a despedida
discriminatória é presumida, o que anula os argumentos aventados pela
parte Reclamada.

e) Do Valor Requerido a Título de Danos Morais

Como se sabe, o valor da indenização pelos danos


morais na esfera trabalhista adota critérios objetivos para sua
liquidação. O artigo 223-G, da CLT, determina os parâmetros e os valores
a serem pagos em cada caso. In casu, tendo em mente a gravidade
da ofensa causada pelo Empregador, que causou muito sofrimento e
sérias dificuldades financeiras, é fácil concluir que se trata de uma

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ID. 2b0898e - Pág. 7
Número do documento: 18090622300033500000023630642
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ofensa gravíssima, cujo quantum indenizatório é definido no §1º, IV do


referido artigo.

Não há que se falar, portanto, em enriquecimento


sem causa. A norma citada acima determina que o valor da
indenização a ser pago é de até 50 (cinquenta) vezes o valor do último
salário contratual do ofendido, sendo esse o valor que se requer.

Por derradeiro, há que se avaliar o grau de dolo da


conduta praticada pelo Reclamado. Primeiramente, ele ludibriou o
Reclamante, fazendo-o acreditar que estava assinando documentos
relativos a um acordo, o que já demonstra a má-fé do ofensor. A seguir,
em posse dos documentos, o Empregador procedeu como se o
Empregado tivesse pedido a dispensa, deixando de fazer o pagamento
de todas as verbas elencadas na inicial.

O Obreiro é pessoa correta, que sempre cumpriu


com todas as suas obrigações, laborais ou sociais. De repente, por um
infortúnio, contraiu uma doença grave. Além de todo o preconceito
que enfrenta por estar com hepatite C, justo no momento em que mais
precisava, o Reclamante se viu sem emprego e desprovido de recursos
financeiros, haja vista que a manobra do Reclamante retirou quase
todas as verbas trabalhistas que eram devidas.

Ante o exposto, demonstrado que o grau de dolo foi


o máximo possível e também que a ofensa foi de natureza gravíssima, a
condenação nos termos do artigo 223-G, §1º, IV, da CLT é medida que
se impõe.

f) Da Reintegração e da Rescisão Indireta

Como consequência da nulidade do ato da rescisão


contratual, a reintegração do obreiro no seu antigo emprego é medida
que se impõe, pois tendo sido nula a rescisão, o contrato segue vigente.

A parte Reclamada insiste novamente em dizer que


não houve dispensa discriminatória, argumento que não pode
prosperar e já impugnado à exaustão. A despedida de um empregado
acometido de doença grave e que suscita estigma, como é o caso,
gera presunção. Ademais, o obreiro sabendo de sua condição de
saúde, pediria a própria dispensa? Justo no momento em que vai
necessitar de suporte financeiro? Impensável tal hipótese. Além disso,
não demonstrou o Reclamado o motivo pelo qual dispensou somente o
Reclamante.

Importante rememorar que o ônus de provar que a


despedida não foi discriminatória (ou de que não houve despedida sem

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justa causa, como afirma o empregador) é da parte Reclamada, que


não logrou êxito em fazê-lo.

Resta, portanto, demonstrado que o Reclamante


não pediu demissão, mas sim foi enganado por seu empregador e
assinou documentos acreditando se tratar de um acordo. Está cristalino
que a despedida foi discriminatória, diante da doença do obreiro e da
presunção que tal situação gera.

Pois bem.

Havendo a nulidade do ato rescisório diante da


dispensa discriminatória (em consonância com a jurisprudência
dominante, bem como com a súmula 443, do TST), o contrato de
trabalho segue vigente até a atualidade.

Diante de todo o contexto fático-probatório


descrito, não há condições de prosseguir com a relação de trabalho,
uma vez que houve falta grave do empregador, causando a quebra de
confiança.

Assim, havendo a reintegração, o próximo passo é a


rescisão indireta, diante do exposto acima, de acordo com o artigo 483,
alínea d, §3º, da CLT e de acordo com o demonstrado na peça exordial.

A parte Reclamada assevera que o Reclamante


falta com a verdade, pois este afirma não terem sido depositadas as
parcelas referentes ao FGTS. Diz que todos os depósitos teriam sido
feitos, juntando extrato. Contudo, nobre julgador, quem falseia com a
verdade é o Reclamado, pois o documento que juntou comprova o
depósito de apenas três parcelas (referentes a fevereiro, março e abril
de 2018). De fato, há o valor de R$ 1.418,49 (mil quatrocentos e dezoito
reais e quarenta e nove centavos) depositado na conta do obreiro,
entretanto o empregador não trouxe nenhuma prova aos autos de que
tenha sido ele o autor dos demais depósitos.

Importante não perder de vista que o momento


processual para a juntada desta prova é na interposição da peça
contestatória, admitindo-se a juntada de novos documentos em
momento posterior somente quando estes surgirem após os fatos
articulados, o que não é o caso.

Destarte, tendo comprovado o pagamento de


três parcelas do FGTS, nos valores de R$ 160,27 (cento e sessenta reais e
vinte e sete centavos), 160,28 (cento e sessenta reais e vinte e oito
centavos) e 213,70 (duzentos e treze reais e setenta centavos), cujo total
alcança 534,25 (quinhentos e trinta e quatro reais e vinte e cinco

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centavos). Assim, desconta-se esse valor e chega-se ao real valor


devido pelo empregador, que é de R$ 884,24 (oitocentos e oitenta e
quatro reais e vinte e quatro centavos).

Excelência, o que se observa da conduta do


Reclamado, em verdade, é que litiga de má-fé, alterando a verdade
dos fatos, assunto que será abordado em tópico próprio.

Tendo comprovado o depósito de R$ 587,64


(quinhentos e oitenta e sete reais e sessenta e quatro centavos), sendo
que deveria ter depositado um total de R$ 1.282,16 (mil duzentos e
oitenta e dois reais e dezesseis centavos), como demonstrado na
exordial, ainda resta ser depositado o valor de R$ 884,24 (oitocentos e
oitenta e quatro reais e vinte e quatro centavos).

Portanto, existe o direito do trabalhador à


percepção das seguintes verbas: aviso prévio indenizado, FGTS, multa
rescisória e indenização das parcelas do seguro desemprego. Todos os
valores estão expressos na peça inaugural, descritos um a um.

g) Da Litigância de Má-fé

Litiga de má-fé a parte Reclamada.

Ao afirmar que depositou todos os valores referentes


ao FGTS do autor, a parte Reclamada tentou alterar a verdade dos
fatos. Há nos autos apenas um documento, denominado “Extrato de
FGTS”, que demonstra o depósito de três parcelas.

Ora, se o empregador depositou todos os meses o


valor referente ao FGTS, fica difícil imaginar um motivo por que não
juntaria aos autos todos os comprovantes.

A tentativa de alterar a verdade dos fatos está


presente no rol das possibilidades do artigo 80, II, do CPC:

Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:


(...)
II - alterar a verdade dos fatos;

Por alterar a verdade dos fatos, merece


condenação a parte Reclamada.

O quantum da multa por litigância de má-fé está


insculpido no artigo 81, do CPC:

Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o


litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior

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a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido


da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que
esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e
com todas as despesas que efetuou.

Destarte, requer seja o Reclamado condenado


ao pagar multa em favor do Reclamante, no importe de 10% (dez por
cento) do valor corrigido da causa, que atinge atualmente o valor de
R$ 16.364,31 (dezesseis mil trezentos e sessenta e quatro reais e trinta e
um centavos).

h) Da Percepção em Dobro Pelo Período de


Afastamento

A parte Reclamada tenta afastar a obrigação do


pagamento em dobro pelo período de afastamento, simplesmente
afirmando que a despedida do Reclamante não foi discriminatória,
sendo que o ônus de provar o que alega é seu.

Para evitar a prolixidade, o Reclamante afirma


apenas que houve a dispensa discriminatória, que é presumida, o que
gera o direito pleiteado, pois de acordo com o artigo 4º da lei 9.029/95.

i) Da Multa dos Artigos 467 e 477

Afirma o Reclamado que o Reclamante teria


recebido “todas as verbas que lhe eram devidas quando do seu pedido
de rescisão contratual” (sic).

Observa-se que, novamente, a parte Reclamada


tenta induzir este juízo ao erro, asseverando que o pedido de rescisão
contratual partiu do empregado e não do empregador. Tal afirmação
não se coaduna com a verdade, conforme já exposto.

Sendo este o único argumento trazido à baila com


relação às multas dos artigos 467 e 477 da CLT, razão não assiste ao
Reclamado, sendo a condenação ao pagamento das referidas multas
medida que se impõe.

j) Dos Honorários Advocatícios

Defende o Reclamado a tese de que os honorários


advocatícios de sucumbência devem ser fixados em patamar entre 5
(cinco) e 15% (quinze por cento).

Entretanto, como demonstrado na inicial, a fixação


de honorários neste patamar (inferior ao estabelecido no CPC)

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implicará em tratamento discriminatório entre profissionais da mesma


classe, além de ferir o princípio da isonomia.

Após a comprovação do pagamento de três


parcelas do FGTS pelo empregador e o requerimento de multa pela
litigância de má-fé por parte do empregado, o que alterou o valor da
causa, o valor dos honor

k) Da Gratuidade da Justiça

A parte Reclamada é uma empresa de calçados,


com sede em cidade com forte indústria e comércio calçadista. Não se
pode admitir que, como alega, as despesas são superiores à receita,
pois se fosse assim, não conseguiria continuar em atividade. Aliás, não
há nenhum documento nos autos que comprove tal situação financeira
ruim.

Há que se atentar também para o fato de que a


empresa se auto intitula “pequena empresa de cunho familiar”,
trazendo aos autos um documento, denominado “Relação dos
Funcionários do Reclamado”, que não tem qualquer força probatória,
tendo em vista que poderia ter sido impresso em qualquer lugar e depois
carimbado e assinado pela empresa de contabilidade ou pelo próprio
Reclamado.

Muito embora seja possível a concessão da justiça


gratuita a pessoas jurídicas, se faz necessária a demonstração da
impossibilidade de arcar com os encargos processuais. Não se verifica
nos autos nenhum documento apto a demonstrar sua situação
financeira.

Destarte, requer-se seja negado o benefício da


justiça gratuita ao Reclamado, posto que tem plenas condições de
arcar com todos os encargos processuais.

l) Do Ônus da Impugnação Específica

Alguns tópicos apresentados na exordial não foram


impugnados especificamente, tornando-os incontroversos, senão
vejamos.

Observa-se que ao elaborar a petição inicial, o


Reclamante teve o cuidado de criar um tópico e falar especificamente
acerca de cada uma das verbas devidas, quais sejam: aviso prévio,
FGTS, multa rescisória e indenização pelas parcelas do seguro
desemprego. O Reclamado até cita tais verbas no tópico em que fala

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Fls.: 87

sobre a reintegração e rescisão indireta, mas não impugna cada uma


delas especificamente.

É da jurisprudência:

AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA NA


CONTESTAÇÃO. Diante do princípio do ônus da
impugnação especificada (artigo 341 do CPC) exige-se
a exposição individualizada em relação aos fatos
articulados pela parte-autora na petição inicial, de modo
que ao deixar de impugnar algum fato, incide sobre ele
a presunção de veracidade. A empresa não contestou
especificamente o pedido de pagamento da PLR,
referente ao período 2011/2012. Sequer negou a
existência da aludida parcela nas hostes da reclamada.
Recurso empresarial improvido no aspecto. (Processo: RO
- 0000316-38.2014.5.06.0193, Redator: Maria das Gracas
de Arruda Franca, Data de julgamento: 04/06/2018,
Terceira Turma, Data da assinatura: 04/06/2018)

(TRT-6 - RO: 00003163820145060193, Data de Julgamento:


04/06/2018, Terceira Turma) (grifou-se)

Portanto, de acordo com o artigo 341 do CPC e a


jurisprudência dominante, não havendo exposição individualizada
quanto aos fatos articulados pelo Reclamante na inicial, presumem-se
esses fatos verdadeiros.

Quando a parte Reclamada se manifestou nos


autos, deixou de observar, em alguns pontos, o ônus da impugnação
específica, tornando incontroversas as seguintes verbas: 1) aviso prévio
indenizado; 2) FGTS; 3) multa rescisória e 4) indenização das parcelas do
seguro desemprego.

A parte Reclamada cita as verbas acima apenas


genericamente, dentro do tópico “Da Reintegração e da Rescisão
Indireta”, porém não impugna uma a uma especificamente, tornando-
as verbas não controvertidas, dotadas de presunção de veracidade.

III - DOS PEDIDOS:


Ante o exposto acima e na exordial, tendo sido
impugnados todos os pontos trazidos à baila pela parte Reclamada,
requer:

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ID. 2b0898e - Pág. 13
Número do documento: 18090622300033500000023630642
Fls.: 88

I) seja reconhecida a anulação da rescisão do


contrato de trabalho, diante da dispensa discriminatória, nos exatos
termos expostos acima e também na exordial;

II) reconhecida a nulidade da rescisão do


contrato, seja de pronto deferido o requerimento de reintegração no
trabalho;

III) reintegrado no trabalho, seja reconhecida a


rescisão indireta;

IV) a condenação da reclamada ao pagamento


da remuneração pelo período de afastamento, em dobro, o que soma
R$ 12.259,58 (doze mil, duzentos e cinquenta e nove reais e cinquenta e
oito centavos);

V) seja a Reclamada condenada ao pagamento


da multa prevista em Convenção Coletiva, diante da ausência da
entidade sindical no momento da rescisão, no valor de R$ 89,52 (oitenta
e nove reais e cinquenta e dois centavos);

VI) a condenação da Reclamada ao pagamento


da multa prevista no artigo 477, da CLT, no valor de R$ 2.003,40 (dois mil
e três reais e quarenta centavos);

VII) o pagamento, pela parte reclamada, do valor


referente à multa do artigo 467 da CLT, cujo total atinge o valor de R$
4.718,61 (quatro mil, setecentos e dezoito reais e sessenta e um
centavos);

VIII) a fixação dos honorários advocatícios no


importe de 20% (vinte por cento) sobre o valor a ser pago ao
reclamante, o que soma R$ 35.894,63 (trinta e cinco mil oitocentos e
noventa e quatro reais e sessenta e três centavos);

IX) a condenação do empregador ao pagamento


de indenização pelos danos morais, no importe de R$ 100.170,00 (cem
mil, cento e setenta reais);

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ID. 2b0898e - Pág. 14
Número do documento: 18090622300033500000023630642
Fls.: 89

X) caso não seja esse o entendimento de Vossa


Excelência, que seja a indenização pelos danos morais fixada em valor
não menor que R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais);

XI) a condenação da parte Reclamada ao


pagamento da remuneração pelo período de afastamento, em dobro,
o que soma R$ 12.259,58 (doze mil, duzentos e cinquenta e nove reais e
cinquenta e oito centavos), valor atualizado até a propositura da ação;

XII) seja indeferido o requerimento de justiça


gratuita do empregador, haja vista ser uma empresa com condições
financeiras de arcar com as custas e despesas processuais;

Nestes termos, pede deferimento.

Brusque/SC, 06 de setembro de 2018.

EGON AUGUSTO TELLES


OAB/SC 51.459

Assinado eletronicamente por: EGON AUGUSTO TELLES - 06/09/2018 22:30 - 2b0898e


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18090622300033500000023630642
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 2b0898e - Pág. 15
Número do documento: 18090622300033500000023630642
Fls.: 90

Documento assinado pelo Shodo

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 2º VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE - SC.

RT 0000514/2018.

CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI, devidamente qualificado nos autos acima epigrafados, por sua
advogada infra-assianda, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer a habilitação no
referido processo, bem como, a juntada do substabelecimento com reserva de poderes.

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

Brusque - SC., 10 de setembro de 2018.

SANDRA ÁVILA DOS SANTOS

OAB/SC 25.187

Assinado eletronicamente por: SANDRA AVILA DOS SANTOS - 10/09/2018 13:51 - 26f7f1b
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18091013440321900000023643399
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 26f7f1b - Pág. 1
Número do documento: 18091013440321900000023643399
Fls.: 91

Documento assinado pelo Shodo

Assinado eletronicamente por: SANDRA AVILA DOS SANTOS - 10/09/2018 13:51 - 03c8b7e
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18091013511335000000023643400
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 03c8b7e - Pág. 1
Número do documento: 18091013511335000000023643400
Fls.: 92

Documento assinado pelo Shodo

PROCESSO: 0000514-76.2018.5.12.0061
RECLAMANTE: JOAO CARLOS DE ASSIS
RECLAMADO: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI

Em 10 de setembro de 2018, na sala de sessões da MM. 2ª VARA DO TRABALHO DE


BRUSQUE/SC, sob a direção do Exmo(a). Juiz ROBERTO MASAMI NAKAJO, realizou-se audiência
relativa ao processo identificado em epígrafe.

Às 18h46min, aberta a audiência, foram, de ordem do Exmo(a). Juiz do Trabalho, apregoadas as


partes.

Presente o reclamante, acompanhado do(a) advogado(a), Dr(a). EGON AUGUSTO TELLES,


OAB nº 51459/SC.

Presente o reclamado pessoalmente acompanhado do(a) advogado(a), Dr(a). SANDRA


AVILA DOS SANTOS, OAB/SC 25187.

DEPOIMENTO DO AUTOR:não se recorda desde quando tem hepatite C, mas está nos
documentos que foram juntados no processo; o pai da procuradora do réu (Orivaldo) pediu para que o
depoente não comentasse com o médico no exame demissional que tinha Hepatite C; então o depoente
não avisou o médico no exame demissional; antes de trabalhar no réu o depoente teve outros empregos
com CTPS anotada (vários outros empregos); o depoente não tinha proposta de trabalho quando foi feita
sua rescisão; o depoente foi para "negociar com eles para ser encaminhado para a perícia" e eles pediram
para que continuasse trabalhando e diante da situação de saúde o depoente teve que pedir para sair. Nada
mais.

DEPOIMENTO DA RÉ: estavam presentes no momento que o autor pediu a demissão o


depoente e Daniel; o autor pediu primeiro a demissão para Daniel e ambos vieram comunicar o depoente;
Orivaldo estava na empresa nesse dia porque é empregado do depoente; não há câmeras no
estabelecimento réu; os documentos da rescisão foram feitos pelo escritório de contabilidade; o autor foi
dispensado do cumprimento do aviso prévio porque o autor não queria mais trabalhar e a empresa
concordou em dispensar o cumprimento do aviso sem desconto; o autor nunca apresentou atestados. Nada
mais.

A parte autora não tem testemunha a ser ouvida.

A parte ré requer a oitiva de uma testemunha José Carlos (tem três presentes) para comprovar
que o autor pediu demissão e que ninguém na empresa tinha conhecimento de sua doença. Indefiro tendo
em vista o depoimento do autor que afirmou ter pedido demissão e afirmou que no exame demissional
não comentou com o médico do trabalho que tinha Hepatite C. Protestos do réu.

As partes declaram que não têm outras provas a produzir, razão pela qual encerro a instrução
processual.

CONCILIAÇÃO: rejeitada.

Assinado eletronicamente por: ROBERTO MASAMI NAKAJO - 10/09/2018 19:23 - c68f4fd


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18091019152985600000023661218
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. c68f4fd - Pág. 1
Número do documento: 18091019152985600000023661218
Fls.: 93

Documento assinado pelo Shodo

RAZÕES FINAIS: remissivas acrescentando o autor o seguinte "o autor apresentou atestados
anteriores a sua demissão requerendo seu afastamento para usufruir de benefício de auxílio doença".

SENTENÇA: sine die.

Concorda(m), o(s) réu(s) que as intimações e/ou notificações regulares, bem como a citação na
fase de execução, para pagamento ou oferecimento de bens à penhora, serão realizadas na pessoa de
seu(s) procurador(es), via Diário Oficial Eletrônico (DOE).

Cientes as partes presentes, que leram e concordaram com o teor desta ata.

Nada mais.

ROBERTO MASAMI NAKAJO

Juiz do Trabalho

Assinado eletronicamente por: ROBERTO MASAMI NAKAJO - 10/09/2018 19:23 - c68f4fd


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18091019152985600000023661218
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. c68f4fd - Pág. 2
Número do documento: 18091019152985600000023661218
Fls.: 94

Documento assinado pelo Shodo

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO
2ª VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE
RTOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
RECLAMANTE: JOAO CARLOS DE ASSIS
RECLAMADO: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI

SENTENÇA

RELATÓRIO

João Carlos de Assis, qualificado nos autos, ajuizou reclamação trabalhista em face de Carlos
Francisco Trainotti postulando os títulos elencados na exordial. Deu a causa o valor de R$ 163.643,11 e
juntou documentos.

Notificada, a reclamada apresentou contestação acompanhada de documentos.

Em audiência inaugural, restou inexitosa a primeira tentativa de conciliação.

A parte autora manifestou-se sobre os documentos juntados com a defesa.

Em audiência de instrução foram colhidos os depoimentos pessoais das partes.

Encerrada a instrução processual, conciliação final rejeitada e razões finais oportunizadas.

É o relatório.

FUNDAMENTAÇÃO

MÉRITO

Nulidade da rescisão contratual. Diferenças de rescisórias. Danos morais.

O reclamante afirma ter tido seu contrato de trabalho rescindido por ser portador de doença grave
(hepatite C) em 30/04/18. Argumenta que a empresa tomou a iniciativa da rescisão contratual, apesar de

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Número do documento: 18091107493748300000023663418
Fls.: 95

Documento assinado pelo Shodo

formalizado pedido de demissão pelo empregado. Pleiteia o reconhecimento da nulidade da rescisão


contratual com o reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho com a condenação da ré no
pagamento de diferenças de rescisórias e multas dos arts. 467 e 477 da CLT, além de indenização por
danos morais.

A ré defende a validade da rescisão contratual formalizada a pedido do autor e nega ter


conhecimento de que o reclamante fosse portador de doença grave quando da formalização da rescisão
contratual.

Pois bem.

O c. TST editou a Súmula de nº 443 que estabelece:

DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO. EMPREGADO PORTADOR DE DOENÇA


GRAVE. ESTIGMA OU PRECONCEITO. DIREITO À REINTEGRAÇÃO - Res. 185/2012,
DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 Presume-se discriminatória a despedida de empregado
portador do vírus HIV ou de outra doença grave que suscite estigma ou preconceito. Inválido o
ato, o empregado tem direito à reintegração no emprego.

Em que pese tenha sido comprovado que o trabalhador seja portador do vírus da hepatite C desde
23/04/18 (Id 612063a), a presunção estabelecida pelo c. TST é relativa e pode ser elidida em sentido
contrário.

Neste caso, o reclamante confessou em depoimento pessoal que pediu demissão ("diante da
situação de saúde o depoente teve que pedir para sair") e que não informou ao médico que realizou o
exame demissional que era portador do vírus da hepatite (Id c68f4fd).

Do depoimento pessoal colhido em audiência, estou convencido de que a rescisão contratual


ocorreu por iniciativa do trabalhador (princípio da imediatidade), sem caracterizar dispensa
discriminatória.

Afasto a aplicação da Súmula nº nº 443 do c. TST por considerar confessado pelo autor a
validade da dispensa.

Por fim, destaco que, após a Reforma Trabalhista as rescisões contratuais dispensam a
homologação sindical (revogados os §§1º e 3º do art. 477 da CLT).

Diante disso, mantenho a validade da rescisão contratual e indefiro os pedidos decorrentes


(reintegração, rescisão indireta, diferenças de rescisórias, seguro-desemprego, levantamento do FGTS,
multas dos arts. 467 e 477 da CLT e indenização por danos morais).

Justiça gratuita

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Fls.: 96

Documento assinado pelo Shodo

Por força do disposto no artigo 790, parágrafo 3o., da CLT defiro a parte autora os benefícios da
justiça gratuita.

Honorários advocatícios

Sendo totalmente improcedentes os pedidos da inicial defiro ao procurador do réu honorários de


15% sobre o valor da causa corrigido desde a data de posicionamento das contas indicada na inicial.

DISPOSITIVO

Ante o exposto, REJEITO INTEGRALMENTE os pedidos da ação proposta por João Carlos de
Assis em face de Carlos Francisco Trainotti, nos termos da fundamentação supra.

Defiro os benefícios da justiça gratuita à parte autora.

Condeno o autor no pagamento de honorários de sucumbência ao procurador do réu no importe


de 15% sobre o valor da causa corrigido desde a data de posicionamento das contas indicada na inicial.

O valor dos honorários do procurador do réu serão descontados de eventuais créditos do autor em
ações trabalhistas ou outras ações e não havendo créditos ou possibilidade de execução ficará suspensa a
obrigação na forma prevista na CLT.

Custas pela parte autora no importe de R$ 3.272, 86 (2% do valor dado à causa), dispensadas.

Intimem-se as partes.

Nada mais.

BRUSQUE, 11 de Setembro de 2018

ROBERTO MASAMI NAKAJO


Juiz(a) do Trabalho Titular

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Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. c368071 - Pág. 3
Número do documento: 18091107493748300000023663418
Fls.: 97

Documento assinado pelo Shodo

11/09/2018 08:14
Sentença

Tipo de documento: Notificação


Descrição do documento: Sentença
Id: a3e2685
Data da assinatura: 11/09/2018

Atenção

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ID. c368071 - Pág. 1
Número do documento: 18091107493748300000023663418
Fls.: 98

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DO TRABALHO DA 2ª VARA DO TRABALHO


DE BRUSQUE /SC.

Autos nº 0000514-76.2018.5.12.0061

JOÃO CARLOS DE ASSIS, já qualificado nos autos


supramencionados, inconformado com a r. sentença vem, tempestiva
e respeitosamente à presença de Vossa Excelência interpor

RECURSO ORDINÁRIO

com fulcro no artigo 895 da CLT, de acordo com as


razões anexadas, as quais requer sejam recebidas e remetidas ao
Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região.

Por oportuno, informa o Reclamante deixa de


recolher o preparo recursal, pois é beneficiário da gratuidade da
justiça, que lhe foi deferida na sentença.

Termos em que pede deferimento.

Brusque/SC, 24 de setembro de 2018.

EGON AUGUSTO TELLES


OAB/SC 51.459

Assinado eletronicamente por: EGON AUGUSTO TELLES - 24/09/2018 22:06 - 4641352


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Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 4641352 - Pág. 1
Número do documento: 18092422053701700000023949770
Fls.: 99

RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

Origem: 2ª Vara do Trabalho de Brusque/SC


Processo nº 0000514-76.2018.5.12.0061
Recorrente: João Carlos de Assis
Recorrido: Carlos Francisco Trainotti

EGRÉGIO TRIBUNAL

COLENDA TURMA

NOBRES JULGADORES

I – HISTÓRICO PROCESSUAL:

Foi ajuizada Reclamação Trabalhista em face de


Carlos Francisco Trainotti, em 13 de agosto de 2018, pleiteando a
nulidade da rescisão contratual, a reintegração e consequente
rescisão indireta, a condenação ao pagamento pelo período de
afastamento em dobro, o pagamento da multa prevista em
convenção coletiva, as multas previstas nos artigos 477 e 467 da CLT,
fixação dos honorários advocatícios em 20% ea condenação ao
pagamento de indenização por danos morais.

A seguir o juízo a quo retificou o valor da causa e


determinou a citação da parte reclamada.

O Empregador apresentou contestação e, logo


após, a parte Reclamante apresentou Impugnação à Contestação
(réplica) requerendo, entre outras coisas, a condenação do
Empregador ao pagamento de multa, por litigância de má-fé.

Realizada audiência em continuação no dia 10 de


setembro de 2018, ato contínuo foi prolatada sentença no dia
seguinte, sendo o Reclamante intimado em 12/09/2018.

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ID. 4641352 - Pág. 2
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Fls.: 100

II – DO CABIMENTO DO RECURSO:

Das decisões definitivas ou terminativas das varas e


juízos, cabe recurso ordinário, segundo o artigo 895, I, da CLT:

Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior:


I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no
prazo de 8 (oito) dias;

O presente recurso é tempestivo, haja vista que o


Reclamante foi intimado da sentença recorrida em 12/09/2018.

No que se refere ao preparo recursal, este deixou de


ser recolhido em razão do deferimento da justiça gratuita em sentença.

Assim, preenchidos os requisitos de admissibilidade,


requer o processamento e a apreciação do presente recurso.

III - DAS RAZÕES DO RECURSO:

A sentença de primeiro grau merece reforma, pois


julgou a lide improcedente, injustamente, de forma a prejudicar o
Reclamante. Além disso, trata-se de uma sentença citra petita, pois não
enfrentou todos os tópicos trazidos na inicial.

Ademais, nobres julgadores, a transcrição do


depoimento do obreiro não foi realizada com a máxima fidelidade, pois
algumas respostas foram transcritas sem a devida contextualização,
modificando o sentido de algumas respostas.

Na exordial foram elaborados diversos tópicos, cada


um deles informando o que o Reclamante estava requerendo, o
fundamento e o valor daquele pedido. Na contestação apresentada
pela parte Reclamada observa-se trabalho bastante semelhante. Na
impugnação à contestação, novamente.

Observa-se, portanto, que os procuradores das


partes tiveram o máximo zelo com o trabalho realizado. Ao final do
processo, verifica-se a sentença do juízo a quo, que, com apenas 03
(três) laudas, sem mencionar diversos tópicos trazidos na inicial, deixou
de proceder à cognição exauriente da lide.

Não é demais relembrar que a transcrição das


respostas do Reclamante não foi realizada de forma totalmente fiel,
bem como ignorou fatos que evidenciam a procedência dos pedidos
formulados na peça vestibular, conforme se explicará adiante, em
tópico próprio.

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Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 4641352 - Pág. 3
Número do documento: 18092422053701700000023949770
Fls.: 101

1 – DA PRELIMINAR:

DA SENTENÇA CITRA PETITA:

Preliminarmente, cumpre destacar que a sentença


recorrida é citra petita.

Isto porque se verifica que o sentenciante a quo não


enfrentou todos os tópicos trazidos pelas partes e julgou a demanda
improcedente, ato que torna a sentença nula, conforme entendimento
jurisprudencial:

SENTENÇA CITRA PETITA - NULIDADE -Apresenta-se como


citra petita a decisão que não se manifesta acerca de
todos os pedidos formulados na exordial. Em sendo o
pleito não analisado de natureza fática, a exigir do Juízo
"a quo" o exame da prova produzida, há que se
declarar a nulidade do julgado e consequente retorno à
Vara de origem para prolação de nova decisão, sob
pena de supressão de instância, uma vez que não
poderá a instância recursal suprir a omissão, por não se
tratar de matéria exclusivamente de direito. (TRT-20
00006370520135200004, Relator: JORGE ANTONIO
ANDRADE CARDOSO, Data de Publicação: 23/09/2015)
(grifou-se).

No mesmo sentido:

SENTENÇA CITRA PETITA - NULIDADE ABSOLUTA - NOVA


DECISÃO. Apresenta-se como citra petita a decisão que
não se manifesta acerca de todos os pleitos formulados
nos autos. Consistindo em nulidade absoluta, deve ser
determinado o retorno dos autos ao Juízo de origem
para que nova decisão seja prolatada. (TRT-20
00016670420155200005, Relator: JORGE ANTONIO
ANDRADE CARDOSO, Data de Publicação: 06/12/2016)
(grifou-se)

In casu, a sentença contém apenas 03 (três) tópicos,


quais sejam: 1) Nulidade da Rescisão Contratual. Diferenças de
rescisórias. Danos Morais; 2) Justiça Gratuita; e 3) Honorários
advocatícios.

Sabe-se que o julgador não está obrigado a


examinar e responder todas as alegações das partes, contudo alguns
tópicos aventados na inicial são citados na sentença apenas de forma
genérica, sem a devida fundamentação, como se extrai da própria
sentença:

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ID. 4641352 - Pág. 4
Número do documento: 18092422053701700000023949770
Fls.: 102

”(...) mantenho a validade da rescisão contratual e


indefiro os pedidos decorrentes (reintegração, rescisão
indireta, diferenças de rescisórias, seguro-desemprego,
levantamento do FGTS, multas dos arts. 467 e 477 da CLT
e indenização por danos morais)”

Ilustres julgadores, é cristalino que o juízo de primeiro


grau não enfrentou alguns pedidos importantes, como a nulidade da
rescisão por ausência de homologação perante o Sindicato da
Categoria. O que se verifica é que o juízo de primeiro grau se
convenceu de que o recorrente pediu a dispensa do trabalho, de
forma que julgou improcedentes todos os pedidos elencados na inicial,
baseado apenas nesse convencimento.

Contudo, existem pedidos que não têm relação


com o fato de o recorrente ter ou não pedido a dispensa, que
deixaram de ser enfrentados pelo julgador, configurando a sentença
citra petita.

Destarte, demonstrado que o juízo sentenciante


deixou de se manifestar acerca de pedidos formulados nos autos, a
conclusão é de que se trata de uma sentença citra petita, de forma
que merece ser anulada, retornando os autos à origem para a prolação
de um novo decisum, o que se requer desde já.

2 – DO MÉRITO

Em atenção ao princípio da eventualidade, ad


argumentandum tantum, caso o entendimento de Vossas Excelências
não seja pelo acolhimento da preliminar, o recorrente vem apresentar
razões para a reforma da sentença, no mérito.

A) DA NULIDADE DO INSTRUMENTO RESCISÓRIO:

A categoria profissional à qual o Reclamante


pertence, a época da rescisão era regida pela Convenção Coletiva de
Trabalho 2017/2018, Registro no MTE nº SC000295/2018, cuja data de
registro foi 01/03/2018, solicitação nº MR082853/2017, Processo nº
46220.000479/2018-28, protocolado no dia 31/01/2018.

Nela, há uma série de regras que deveriam ter sido


observadas por ambas as partes.

Dentre essas regras, está a cláusula trigésima


primeira, que diz:

As rescisões dos contratos de trabalho dos empregados


com tempo de serviço superior a 90 (noventa) dias, serão

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ID. 4641352 - Pág. 5
Número do documento: 18092422053701700000023949770
Fls.: 103

efetuadas, obrigatoriamente, perante a entidade Sindical


Profissional, sob pena de nulidade do instrumento
rescisório. (grifou-se)

Muito embora o Reclamante tenha sido bem claro


na inicial em informar que a nulidade da rescisão se deu por regra
contida na Convenção Coletiva, o juízo a quo assim decidiu:

“Por fim, destaco que, após a Reforma Trabalhista as


rescisões contratuais dispensam a homologação sindical
(revogados os §§1º e 3º do art. 477 da CLT).”

Destarte, verifica-se que a obrigatoriedade de a


rescisão de contrato ser efetuada perante a entidade sindical não
decorre da lei, mas sim da Convenção Coletiva da categoria, que
estabelece pena de nulidade do instrumento rescisório.

Ressalta-se, por oportuno, que a referida Convenção


Coletiva estava em vigor na data da rescisão, possuindo plena validade
jurídica.

Contudo, nobres julgadores, a sentença sequer


menciona a Convenção Coletiva, que é o instrumento gerador da
nulidade arguida na peça vestibular e que não guarda nenhuma
relação com o fato de o obreiro ter pedido a dispensa ou ter sido
dispensado.

De mais a mais, em sua contestação, a Reclamada


não impugna a validade da cláusula constante do instrumento coletivo,
pelo contrário, reconhece a existência da norma, insurgindo-se somente
no que tange a sua aplicação ao presente caso em decorrência da
entrada em vigor da Reforma Trabalhista;

Ante o exposto, merece reforma a sentença, para


que seja reconhecida a nulidade do instrumento rescisório e, como
consequência, o recorrente seja reintegrado no seu emprego.
Reintegrado, requer-se a rescisão indireta, na forma pleiteada na inicial.

B) DA AUSÊNCIA DE CONFISSÃO:

O respeitável magistrado o quo julgou totalmente


improcedentes os pedidos formulados na inicial, fundamentando que o
Recorrente confessou que “pediu pra sair da empresa”.

Ocorre Excelências que a transcrição do


depoimento pessoal do depoente não teve a devida contextualização,
o que prejudica o real conhecimento dos fatos narrados, bem como

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Fls.: 104

somente foi houve a utilização parcial do depoimento do Recorrente


para se fundamentar a confissão, o que de fato não ocorreu.

A audiência em continuação (instrução) ocorreu em


10 de setembro de 2018, às 18h46min, perante a 2ª Vara do Trabalho de
Brusque/SC, sendo que os depoimentos pessoais das partes não foram
transcritos em sua integridade, causando assim, entendimentos
equivocados ante a ausência do contexto necessário.

Quando perguntado acerca do pedido de


demissão, por exemplo, o Recorrente declarou que “procurou a
empresa, porque eu estava doente. Que Apresentou o atestado
médico à empresa e pediu para que fosse encaminhado para se
‘encostar’, porém o patrão lhe disse que não poderia fazer isso, que o
empregado deveria continuar trabalhando. E que então, foi obrigado a
fazer um acordo para sair da empresa”.

Contudo, na ata de audiência consta apenas que


“o depoente foi para "negociar com eles para ser encaminhado para a
perícia" e eles pediram para que continuasse trabalhando e diante da
situação de saúde o depoente teve que pedir para sair. Nada mais”

Nobres julgadores, considerando todo o contexto do


depoimento pessoal do Recorrente, o que se verifica é que o
Empregado, ao informar seu Empregador acerca de sua doença e seu
debilitado estado de saúde, pediu ao Empregador o seu afastamento
do trabalho e para que fosse requerida ao Órgão Previdenciário a
concessão do benefício do auxílio-doença, o que foi negado pelo
Empregador, que ordenou ao empregado a trabalhar mesmo sabendo
de seu delicado estado de saúde e da necessidade de tratamento
médico especializado.

Ora Meritíssimo, ainda que a transcrição do


depoimento pessoal do Recorrente tivesse sido feita na exatidão do que
foi narrado pelo depoente, o fato do Empregador obrigar o obreiro a
trabalhar gravemente doente igualmente é causa para a rescisão
indireta do contrato de trabalho e configuração da despedida
discriminatória.

Frisa-se que, ante a negativa do Empregador em


afastar o Empregado acometido de doença grave, bem como de não
orientá-lo ou requerer o pagamento do auxílio-doença, retirou do
Obreiro qualquer escolha acerca da sua permanência na empresa, o
que justificou a concordância deste em rescindir seu contrato de
trabalho, mediante “acordo” posteriormente prometido pelo seu ex-
empregador, pois, consoante já exposto na peça exordial, o Recorrente

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Número do documento: 18092422053701700000023949770
Fls.: 105

acreditava estar fazendo um acordo para sair da empresa, e não


pedindo a dispensa.

Faz-se imperioso ainda ponderar que, se por ventura


o Empregado realmente tivesse requerido sua dispensa, tal dispensa
não foi tomada de forma livre e consciente, haja vista que ao estar
impossibilitado de trabalhar, e, que seu empregador lhe ordenou que
volta-se ao trabalho, não teria outra opção o Obreiro a não ser requerer
sua dispensa.

Repita-se, dispensa esta motivada pelo Empregador


que não respeitou a condição delicada de saúde do Recorrente,
mandando-o trabalhar ainda acometido de doença grave, sem o
devido encaminhamento ao órgão Previdenciário.

Por fim, destaca-se que a sentença recorrida


desconsidera todo o contexto narrado pelo trabalhador que afirmou
que “o pai da procuradora do réu (Orivaldo) pediu para que o
depoente não comentasse ao médico, no exame demissional, que
tinha Hepatite C, bem como se desligou da empresa por ser ordenado a
continuar trabalhando mesmo gravemente doente.

Acerca das declarações acima, a sentença


recorrida nada menciona, como que estes fatos não fosse de extrema
gravidade, eis que comprova que a Reclamada já tinha conhecimento
acerca da doença do Recorrente, bem como o obrigou a continuar
trabalhando sem ter condições para tanto.

Apenas para esclarecimento, o Sr. Orivaldo é sogro


do sócio-administrador da Reclamada, sendo ex-empregador do
Recorrente e sucedido da Empresa Reclamada, sendo que exerce a
administração do estabelecimento da Recorrida conjuntamente o seu
genro.

Por todo o exposto, pugna-se pela reforma da


sentença recorrida, eis que fundamentada suposta confissão do
Recorrente o que de fato não aconteceu, persistindo assim a presunção
das súmulas 212 e 443 do TST;

Ademais, a sentença a quo deixou de apreciar os


demais depoimentos do Recorrente que comprovam o conhecimento
do Empregador acerca de sua doença e sua impossibilidade de
permanência na empresa, motivando assim, a formulação de acordo
para sair da empresa.

Destarte, requer-se a reforma da sentença atacada


a fim de que sejam julgados totalmente procedentes os pedidos

Assinado eletronicamente por: EGON AUGUSTO TELLES - 24/09/2018 22:06 - 4641352


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18092422053701700000023949770
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 4641352 - Pág. 8
Número do documento: 18092422053701700000023949770
Fls.: 106

formulados na inicial, uma vez que resta evidenciada a despedida


discriminatória do Recorrente.

IV – DOS PEDIDOS:

a) preenchidos todos os requisitos de


admissibilidade, seja o recurso conhecido;

b) em sede de preliminar, seja reconhecido que a


sentença foi citra petita, anulando-a e remetendo os autos à Vara de
Origem, para que seja prolatada nova sentença corrigindo a nulidade
mencionada;

c) caso este Egrégio Tribunal não decida pelo


acolhimento da preliminar, seja reformada a sentença para
reconhecer a nulidade da rescisão contratual ante a violação do
instrumento coletivo, determinando a reintegração do recorrente no
trabalho e reconhecendo a rescisão indireta do contrato de trabalho
ante a despedida discriminatória, com o pagamento de todas as
verbas formuladas na exordial;

d) seja reformada a sentença atacada eis que


não restou comprovada a confissão do Recorrente, persistindo a
presunção da dispensa discriminatória insculpida na súmula 443 do TST;

e) seja reformada a sentença recorrida, a fim de


reconhecer a despedida discriminatória, eis que o empregado foi
obrigado a laborar, ainda que acometido de doença grave, e sem a
devida orientação do empregador que se recusou em encaminhá-lo
ao Órgão Previdenciário;

Termos em que pede deferimento.

Brusque/SC, 24 de setembro de 2018.

EGON AUGUSTO TELLES


OAB/SC 51.459

Assinado eletronicamente por: EGON AUGUSTO TELLES - 24/09/2018 22:06 - 4641352


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18092422053701700000023949770
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 4641352 - Pág. 9
Número do documento: 18092422053701700000023949770
Fls.: 107

Documento assinado pelo Shodo

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO


2ª VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE

Processo: 0000514-76.2018.5.12.0061 - Processo PJe-JT


Classe: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)
Autor(a): JOAO CARLOS DE ASSIS
Ré(u): CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI

CERTIDÃO / CONCLUSÃO

Certifico que no Recurso Ordináriointerposto pela parte autora, por meio da petição do Id. 4641352,estã
o presentes os requisitos legais para seu recebimento, quais sejam:
1. Tempestividade: intimação publicada no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho no dia 12/09/2018;
protocolo do recurso no dia24/09/2018;
2. Preparo: não se aplica;
3. Representação: instrumento de mandato no Id. d655ee9.

Em razão do exposto, faço os autos conclusos para apreciação.

Brusque, 27 de Setembro de 2018.

MARINA ROQUE THOMPSON


SERVIDOR(A) DO JUDICIÁRIO FEDERAL

Assinado eletronicamente por: MARINA ROQUE THOMPSON - 27/09/2018 15:04 - 4d59130


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18092715043928600000024028307
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 4d59130 - Pág. 1
Número do documento: 18092715043928600000024028307
Fls.: 108

Documento assinado pelo Shodo

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO
2ª VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE
RTOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
RECLAMANTE: JOAO CARLOS DE ASSIS
RECLAMADO: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI

DECISÃO

Vistos.

Recebo o Recurso Ordinário interposto pela parte autora (Id. 4641352), uma vez que
preenchidos os pressupostos de admissibilidade, conforme certificado no Id. 4d59130.

Intime-se a parte contrária para, querendo, no prazo legal, apresentar contrarrazões ao recurso.

Decorrido o prazo, com ou sem manifestação da(s) parte(s), remetam-se os autos ao e. TRT
12ª Região.

/mrt

BRUSQUE, 27 de Setembro de 2018

ROBERTO MASAMI NAKAJO


Juiz(a) do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: ROBERTO MASAMI NAKAJO - 27/09/2018 16:16 - 283bcfe


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18092715054555600000024028367
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 283bcfe - Pág. 1
Número do documento: 18092715054555600000024028367
Fls.: 109

Documento assinado pelo Shodo

27/09/2018 16:17
Decisão

Tipo de documento: Notificação


Descrição do documento: Decisão
Id: a686ac4
Data da assinatura: 27/09/2018

Atenção

Por motivo técnico, este documento não pôde ser adicionado à compilação selecionada pelo usuário. Todavia, seu conteúdo pode
ser acessado na página 'Detalhes do processo' na aba 'Processos', agrupador 'Documentos'.

Assinado eletronicamente por: ROBERTO MASAMI NAKAJO - 27/09/2018 16:16 - 283bcfe


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18092715054555600000024028367
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 283bcfe - Pág. 1
Número do documento: 18092715054555600000024028367
Fls.: 110

Documento assinado pelo Shodo

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 2º VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE –


SC.

RTOrd nº. 0000514-76.2018.5.12.0061

CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI, devidamente qualificado nos autos da


Reclamatória Trabalhista em epígrafe, a qual lhe é movida por JOÃO CARLOS DE ASSIS, vem,
respeitosamente, por sua procuradora, apresentar,

CONTRARRAZÕES AO RECURSO ORDINÁRIO, com fundamento no


artigo 900 da CLT, requerendo o processamento e o encaminhamento as inclusas contrarrazões ao
Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 12º Região - SC.

Termos em que,

Pede deferimento.

Brusque – SC., 09 de outubro de 2018.

SANDRA ÁVILA DOS SANTOS

OAB/SC 25.187

Assinado eletronicamente por: SANDRA AVILA DOS SANTOS - 11/10/2018 16:38 - fb97c70
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18101116384829500000024311928
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. fb97c70 - Pág. 1
Número do documento: 18101116384829500000024311928
Fls.: 111

Documento assinado pelo Shodo

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12º REGIÃO – SC.

RECORRENTE: JOÃO CARLOS DE ASSIS

RECORRIDO: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI

ORIGEM:2º VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE – SC.

COLENDA TURMA,

DOUTOS JULGADORES!

Trata-se de recurso ordinário interposto pelo reclamante, em face da decisão do


juiz de 1º grau que julgou improcedentes os pedidos da reclamação trabalhista proposta, não merecendo
provimento a sua insurgência, pelos motivos que passa expor.

DA SENTENÇA CITRA PETITA

O recorrente pleiteia a anulação da decisão de 1º grau, por entender que se trata de


sentença citra petita, já que o juiz não enfrentou todos os tópicos trazidos pelas partes e julgou a demanda
improcedente. Para tanto, o recorrente embasa legalmente sua pretensão, tão somente, em duas
jurisprudências do Tribunal Regional do Trabalho da “20º Região – Sergipe”.

Argumenta o recorrente que o magistrado de 1º grau “não enfrentou alguns


pedidos importantes, como a nulidade da rescisão por ausência de homologação perante o Sindicato da
Categoria”, mas não é claro em informar quais outros “pedidos importantes” que o magistrado a quo não
enfrentou???

Assinado eletronicamente por: SANDRA AVILA DOS SANTOS - 11/10/2018 16:38 - fb97c70
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18101116384829500000024311928
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. fb97c70 - Pág. 2
Número do documento: 18101116384829500000024311928
Fls.: 112

Documento assinado pelo Shodo

Sobre a alegação especifica do recorrente de que o magistrado a quo não se


pronunciou acerca do pedido de nulidade da rescisão por ausência de homologação perante o sindicato da
categoria, não merece prosperar.

Visualiza-se claramente que a sentença se pronunciou especificamente sobre esse


pedido, conforme colaciona-se abaixo o seguinte trecho abaixo:

[...] Por fim, destaco que, após a Reforma Trabalhista as rescisões contratuais
dispensam a homologação sindical (revogados os §§1º e 3º do art. 477 da CLT).

No mais, o recorrente diz que “existem pedidos que não têm relação com o fato de
o recorrente ter ou não pedido a dispensa, que deixaram de ser enfrentados pelo julgador, configurando
a sentença citra petita”, no entanto, mais uma vez não faz referência a quais pedidos de fato deixaram de
serem analisados pelo magistrado de 1º grau.

Na realidade, o que se vislumbra da redação do recurso ordinário interposto é que


o recorrente faz “voltas e voltas com as palavras”, na tentativa de convencer que a sentença de 1º grau
devesse ser anulada, contudo faz alegações genéricas, não demostrando de fato quais foram os pedidos
que o magistrado de 1º grau teria deixado de apreciar.

Examinando a r. sentença de 1º grau, é possível depreender que o magistrado não


se furtou de analisar de todas as questões propostas pelas partes, formando seu convencimento a partir da
confissão do próprio recorrente colhida por meio do depoimento pessoal, quando este, afirmou
espontaneamente que pediu demissão.

Excelências, a pretensão do recorrente em ver a sentença de 1º grau anulada é


descabida e infundada de argumentação jurídica, visto que o próprio recorrente se contradiz ao afirmar em
seu recurso que “o que se verifica é que o juízo de primeiro grau se convenceu de que o recorrente pediu
a dispensa do trabalho, de forma que julgou improcedentes todos os pedidos elencados na inicial,
baseado apenas nesse convencimento”.

Desse modo, não há nulidade a ser declarada, devendo ser rejeitada a preliminar
arguida, mantendo-se na integra a sentença de 1º grau.

DA NULIDADE DO INSTRUMENTO RESCISÓRIO

Assinado eletronicamente por: SANDRA AVILA DOS SANTOS - 11/10/2018 16:38 - fb97c70
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18101116384829500000024311928
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. fb97c70 - Pág. 3
Número do documento: 18101116384829500000024311928
Fls.: 113

Documento assinado pelo Shodo

Sobre esse ponto, o recorrente pleiteia a reforma da r. sentença de 1º grau, para


que seja reconhecida a nulidade do instrumento rescisório e, como consequência reintegração no seu
emprego, para a posterior a rescisão indireta.

Argumenta a sua pretensão no sentido de que a CCT da sua categoria estabelece


que a rescisão contratual será considerada nula, caso esta não seja efetuada obrigatoriamente perante a
entidade Sindical Profissional, para aqueles empregados que com tempo de serviço superior a 90
(noventa) dias.

Sobre o pedido de nulidade do instrumento rescisório, o juiz a quo pronunciou-se


na sentença ora guerreada, não reconhecendo a mencionada nulidade, julgando improcedente o pedido da
inicial, utilizando em sua razão de decidir a modificação trazida pela Reforma Trabalhista, o qual
dispensa a homologação sindical das rescisões, já que estão revogados os §§1º e 3º do art. 477 da CLT,
mantendo a validade da rescisão contratual, conforme abaixo colaciona-se:

[...] Por fim, destaco que, após a Reforma Trabalhista as rescisões contratuais
dispensam a homologação sindical (revogados os §§1º e 3º do art. 477 da CLT).
Diante disso, mantenho a validade da rescisão contratual e indefiro os pedidos
decorrentes (reintegração, rescisão indireta, diferenças de rescisórias,
seguro-desemprego, levantamento do FGTS, multas dos arts. 467 e 477 da CLT e
indenização por danos morais).

A Lei 13.467/2017, intitulada de Reforma Trabalhista revogou o § 1º e § 3º do


art. 477 da CLT, desobrigando as empresas de fazerem a homologação do TRCT junto ao sindicato da
categoria ou ao Ministério do Trabalho, nos casos de rescisão de contrato firmado por empregado com
mais de 1 ano de serviço.

Assim, empregado e empregador estão desobrigados da homologação junto ao


sindicato, podendo acordar em formalizar o desligamento na própria empresa, independentemente do
tempo de emprego, ficando o empregador obrigado apenas a comunicar a dispensa aos órgãos
competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias.

Como se observa, no caso dos autos, cumpre salientar que o recorrente contava
com apenas 8 (oito) meses de serviço na empresa, quando do seu pedido de demissão

No entanto, o fato de haver cláusula convencional em sentido contrário, não é


motivo para ensejar a anulação da referida rescisão contratual, haja vista que o artigo 611-A, delimitou
especificamente sobre quais direitos as cláusulas convencionais terão prevalência sobre a lei, não
elencando a hipótese alegada pelo recorrente.

Assinado eletronicamente por: SANDRA AVILA DOS SANTOS - 11/10/2018 16:38 - fb97c70
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18101116384829500000024311928
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. fb97c70 - Pág. 4
Número do documento: 18101116384829500000024311928
Fls.: 114

Documento assinado pelo Shodo

Ademais, muito embora o recorrente deseje a nulidade da rescisão contratual pela


ausência de homologação, pleiteando a aplicação da penalidade prevista na CCT, em nenhum momento
fez a juntada do mencionado instrumento coletivo nos autos, apenas transcrevendo seu teor no
corpo da petição inicial.

Assim, a ausência da norma coletiva apontada impossibilita a sua aplicação, na


medida em que impossibilita a verificação das partes signatárias, dos termos da cláusula que prevê o
benefício, dentre outros aspectos.

Portanto, é ônus da parte trazer à colação os documentos que convençam o Juízo


da verossimilhança de suas alegações, fato este que o recorrente não se desincumbiu.

Desse modo, pleiteia-se a manutenção total da r. sentença de 1º grau.

DA AUSÊNCIA DE CONFISSÃO

O recorrente também insurge-se contra a decisão de 1º grau com relação a


confissão ocorrida no momento do depoimento pessoal do recorrente na audiência de prosseguimento
ocorrida em 10/09/2018, na sala de audiência da 2º Vara do Trabalho de Brusque – SC.

O recorrente alega que “o depoimento pessoal das partes não foram transcritos
em sua integridade, causando assim, entendimentos equivocados ante a ausência do contexto
necessário”.

Ora Excelência, mais uma vez o recorrente tenta de maneira ardilosa, alterar a
verdade dos fatos, para reverter a situação a seu favor.

O recorrente, alega que quando perguntado acerca do pedido de demissão no


momento do seu depoimento pessoal, foi declarado que “procurou a empresa, porque eu estava doente.
Que Apresentou o atestado médico à empresa e pediu para que fosse encaminhado para se ‘encostar’,
porém o patrão lhe disse que não poderia fazer isso, que o empregado deveria continuar trabalhando. E
que então, foi obrigado a fazer um acordo para sair da empresa”, no entanto, afirma que na ata foi
registrado de maneira diferente.

Ora Excelências, o recorrente quer dizer agora que o falou “uma coisa” em seu
depoimento pessoal, e foi colocado “outra” na ata de audiência???

Assinado eletronicamente por: SANDRA AVILA DOS SANTOS - 11/10/2018 16:38 - fb97c70
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18101116384829500000024311928
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. fb97c70 - Pág. 5
Número do documento: 18101116384829500000024311928
Fls.: 115

Documento assinado pelo Shodo

Diante desse absurdo, questiona-se o porquê que o recorrente não consignou seus
protestos na ata de audiência no momento que o magistrado de 1º grau registrou de maneira diversa o
depoimento pessoal narrado do empregado??? Porque isso de fato não ocorreu, como tenta demonstrar o
recorrente.

O que se percebe é que em razão da clara confissão e a consequente


improcedência dos seus pedidos, o recorrente tenta a todo custo alterar a realidade dos fatos para ludibriar
Vossas Excelências.

Não cabe nesse momento processual, o recorrente querer dizer que não foi
registrado no termo de audiência o depoimento pessoal na exatidão como foi narrado, uma vez que, caso
realmente isso tivesse ocorrido, deveria ter sido manifestado sua irresignação por meio do instituto do
protesto naquela oportunidade, sob pena de preclusão.

Em momento algum o recorrido ordenou o recorrente trabalhar doente, até porque


desconhecia que o empregado era portador do vírus da Hepatite C.

Além disso, era obrigação do recorrente informar ao médico do trabalho na


ocasião do exame demissional que havia sido diagnostico com o vírus da hepatite C, mas não o fez.

E para justificar a sua omissão, o recorrente utiliza-se, mais uma vez, de alegação falaciosa
quando menciona que “o pai da procuradora do réu (Orivaldo) pediu para que o depoente não comentasse
ao médico, no exame demissional, que tinha Hepatite C.”

O recorrente não produziu qualquer prova de suas alegações, tão pouco trouxe
testemunhas para confirmar sua versão, conforme restou registrado no termo de audiência.

Por outro lado, importante registrar que o recorrido, na audiência de


prosseguimento requereu a oitiva da testemunha José Carlos, pessoa esta que trabalhava diretamente com
o recorrente na empresa, para comprovar que que viu o autor pedir demissão e que ninguém na empresa
tinha conhecimento de sua doença.

No entanto, mesmo sob protesto do recorrido, o juiz de 1º grau indefiro a prova,


uma vez que no seu depoimento, o recorrente afirmou ter pedido demissão e afirmou que no exame
demissional não comentou com o médico do trabalho que tinha Hepatite C.

Ao ser tomado o seu depoimento pessoal, o recorrente expressamente declara na


integra que: “não se recorda desde quando tem hepatite C, mas está nos documentos que foram juntados

Assinado eletronicamente por: SANDRA AVILA DOS SANTOS - 11/10/2018 16:38 - fb97c70
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18101116384829500000024311928
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. fb97c70 - Pág. 6
Número do documento: 18101116384829500000024311928
Fls.: 116

Documento assinado pelo Shodo

no processo; o pai da procuradora do réu (Orivaldo) pediu para que o depoente não comentasse com o
médico no exame demissional que tinha Hepatite C; então o depoente não avisou o médico no exame
demissional; antes de trabalhar no réu o depoente teve outros empregos com CTPS anotada (vários
outros empregos); o depoente não tinha proposta de trabalho quando foi feita sua rescisão; o depoente
foi para "negociar com eles para ser encaminhado para a perícia" e eles pediram para que
continuasse trabalhando e diante da situação de saúde o depoente teve que pedir para sair. Nada
mais.”

Da leitura do depoimento pessoal acima colacionado, resta claro que o recorrente


pediu para sair da empresa, que pediu inclusive para o empregado continuar trabalhando, não
configurando, portanto, dispensa por parte do empregador.

Ademais, além de não ter ocorrido dispensa por parte do recorrido, não houve
qualquer ato discriminatório, já que o empregador não tinha conhecimento sequer que o recorrente
possuía o vírus da hepatite C.

Por fim, o recorrente ingressa em uma verdadeira aventura jurídica, desprovida de


qualquer responsabilidade, utilizando-se o judiciário para obter vantagem econômica sob falsas alegações,
e mesmo diante da sua confissão, tenta alterar a verdade dos fatos ludibriar o judiciário.

Portanto, diante da argumentação acima, pleiteia-se a manutenção na integra da


sentença de 1º grau.

DO REQUERIMENTO

Diante do exposto, requer o não acolhimento da preliminar arguida, e no mérito o


não provimento do recurso ordinário, mantendo-se na integra a sentença de 1º grau.

Termos em que,

Pede Deferimento.

Brusque – SC., 09 de outubro de 2018.

SANDRA ÁVILA DOS SANTOS

OAB/SC 25.187

Assinado eletronicamente por: SANDRA AVILA DOS SANTOS - 11/10/2018 16:38 - fb97c70
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18101116384829500000024311928
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. fb97c70 - Pág. 7
Número do documento: 18101116384829500000024311928
Fls.: 117

Documento assinado pelo Shodo

Assinado eletronicamente por: SANDRA AVILA DOS SANTOS - 11/10/2018 16:38 - fb97c70
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18101116384829500000024311928
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. fb97c70 - Pág. 8
Número do documento: 18101116384829500000024311928
Fls.: 118

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO

PROCESSO nº 0000514-76.2018.5.12.0061 (RO)


RECORRENTE: JOÃO CARLOS DE ASSIS
RECORRIDO: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI
RELATORA: TERESA REGINA COTOSKY

NULIDADE DO PEDIDO DE DEMISSÃO. A prova do vício de


consentimento capaz de macular a manifestação de vontade na
apresentação do pedido de demissão, incumbe ao autor, consoante dicção
do art. 818 da CLT c/c art. 373, I, do CPC.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de RECURSO ORDINÁRIO


0000514-76.2018.5.12.0061, provenientes da 2ª Vara do Trabalho de Brusque, SC, sendo recorrente JOÃ
O CARLOS DE ASSIS recorrido CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI.

Insurge-se, o autor, contra a sentença (id. c368071), proferida pelo Exmo.


Juiz Roberto Masami Nakajo, que rejeitou as pretensões formuladas na petição inicial.

Preliminarmente, requer a decretação da nulidade da sentença, por citra


petita.

No mérito, postula a declaração de nulidade do instrumento rescisório e,


por conseguinte, a sua reintegração ao emprego, bem como a rescisão indireta do contrato de trabalho, na
forma pleiteada na petição inicial. Aduz, outrossim, que não houve confissão quanto ao pedido de
demissão, tendo em vista que o depoimento do reclamante foi citado na sentença de forma
descontextualizada.

O réu apresenta contrarrazões no id. fb97c70.

É o relatório.

VOTO

Por atendidos os pressupostos legais de admissibilidade, conheço do


recurso e das contrarrazões.

Assinado eletronicamente por: TERESA REGINA COTOSKY - 28/02/2019 15:56 - df02739


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18111315313704300000026909277
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. df02739 - Pág. 1
Número do documento: 18111315313704300000026909277
Fls.: 119

PRELIMINARMENTE

JULGAMENTO CITRA PETITA

O autor suscita a nulidade da sentença apontando julgamento citra petita,


pois o Juízo a quo teria restringido a análise do pedido de nulidade da rescisão contratual ao fato de, com
as inovações trazidas pela Reforma Trabalhista, não mais haver previsão legal quanto à obrigatoriedade
da assistência sindical no ato da homologação da rescisão, quando, em realidade, o fundamento invocado,
na petição inicial, seria a inobservância da previsão contida na convenção coletiva de trabalho acerca da
obrigatoriedade da assistência sindical para os atos de rescisão dos contratos superiores a noventa dias.
Aduz, outrossim, que a sentença não enfrentou todos os tópicos trazidos na inicial.

Embora o autor afirme que "existem pedidos que não têm relação com o
fato de o recorrente ter ou não pedido a dispensa, que deixaram de ser enfrentados pelo julgador,
configurando a sentença citra petita", não especificou em suas razões recursais, quais foram os pedidos
que deixaram de ser analisados na sentença. Dessa forma, torna-se insubsistente a arguição, por
inespecífica.

De resto, diversamente do que entende o autor, configurando-se eventual


julgamento citra petita, tal fato não acarreta a nulidade da sentença, por ser possível adequar a decisão aos
limites da lide quando da apreciação do mérito do recurso.

Rejeito a arguição como preliminar.

MÉRITO

NULIDADE DO INSTRUMENTO RESCISÓRIO. AUSÊNCIA DE


CONFISSÃO

O autor alega, na petição inicial, que iniciou seu contrato de trabalho com
o réu, em 1º-9-2017, exercendo o cargo de montador. Afirma que, em 11-4-2018, foi acometido de
Hepatite C e que, tão logo a empresa soube de sua condição de saúde, em 30-4-2018, procedeu a rescisão
de seu contrato de trabalho.

Assevera, ainda, que "ao verificar os documentos da dispensa, nota-se que


aparentemente o Reclamante teria solicitado a demissão, o que não corresponde à realidade. O que
ocorreu é que o empregador chamou o empregado para 'fazer um acordo' e entregou os papéis para que o
Reclamante assinasse".

Assinado eletronicamente por: TERESA REGINA COTOSKY - 28/02/2019 15:56 - df02739


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18111315313704300000026909277
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. df02739 - Pág. 2
Número do documento: 18111315313704300000026909277
Fls.: 120

Alega, por fim, que a dispensa é nula, porque não observou a previsão
contida na norma coletiva acerca da necessidade da assistência sindical no ato da homologação da
rescisão para os contratos com prazo superior a noventa dias.

A prova dos autos, todavia, não corrobora a tese do reclamante.

Inicialmente, observo que o reclamante não trouxe a norma coletiva com


base na qual fundamenta o pedido de nulidade do termo de rescisão contratual, pelo que não há como
analisar o pleito sob esse fundamento.

No mais, a Lei 13.467/17 aboliu a necessidade de homologação sindical da


rescisão contratual. Ainda que se considerasse o teor do disposto no art. 477, § 1º, da CLT no cenário
anterior à Reforma Trabalhista, o autor não preencheria o requisito lá inserido, pois o contrato não perfez
um ano de duração.

Passando à análise da rescisão propriamente dita, a despeito da presunção


favorável ao empregado portador de doença grave, decorrente da Súmula 443 do TST, tenho que, de fato,
o autor confessou em depoimento ter sido sua a iniciativa de romper o vínculo de emprego com o réu,
pelo que não há como imputar ao empregador qualquer responsabilidade por prática de dispensa
discriminatória.

Em depoimento o autor afirma que (id. c68f4fd, p. 1):

não se recorda desde quando tem hepatite C, mas está nos documentos que foram
juntados no processo; o pai da procuradora do réu (Orivaldo) pediu para que o depoente
não comentasse com o médico no exame demissional que tinha Hepatite C; então o
depoente não avisou o médico no exame demissional; antes de trabalhar no réu o
depoente teve outros empregos com CTPS anotada (vários outros empregos); o depoente
não tinha proposta de trabalho quando foi feita sua rescisão; o depoente foi para
"negociar com eles para ser encaminhado para a perícia" e eles pediram para que
continuasse trabalhando e diante da situação de saúde o depoente teve que pedir para sair .
Sublinhei

O réu, por sua vez, assevera que (id. c68f4fd, p. 1):

estavam presentes no momento que o autor pediu a demissão o depoente e Daniel; o autor
pediu primeiro a demissão para Daniel e ambos vieram comunicar o depoente; Orivaldo
estava na empresa nesse dia porque é empregado do depoente; não há câmeras no
estabelecimento réu; os documentos da rescisão foram feitos pelo escritório de
contabilidade; o autor foi dispensado do cumprimento do aviso prévio porque o autor não
queria mais trabalhar e a empresa concordou em dispensar o cumprimento do aviso sem
desconto; o autor nunca apresentou atestados. Sublinhei

Não houve produção de prova testemunhal. Todavia, constou em ata que a


parte ré requereu a oitiva de uma testemunha, das três que estavam presentes, de nome José Carlos, para
comprovar que o autor pediu demissão e que ninguém na empresa tinha conhecimento de sua doença. O

Assinado eletronicamente por: TERESA REGINA COTOSKY - 28/02/2019 15:56 - df02739


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18111315313704300000026909277
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. df02739 - Pág. 3
Número do documento: 18111315313704300000026909277
Fls.: 121

referido pedido foi indefiro pelo Juízo a quo, tendo em vista que o autor afirmou em depoimento que
pediu demissão e que não comentou com o médico do trabalho no exame demissional que tinha Hepatite
C. Houve protestos pelo réu.

Da análise da prova oral, não há como concluir que, de fato, o réu tivesse
conhecimento prévio da doença do autor, tampouco que o tivesse demitido por esse ou qualquer outro
motivo. Ao contrário, o depoimento do autor não deixa dúvidas de que foi o próprio recorrente quem
comunicou ao ex-empregador a sua doença, no momento em que tentou "negociar com eles para ser
encaminhado para perícia".

O fato de o réu não ter aceito o "acordo" proposto pelo autor, pedindo para
que continuasse trabalhando, não constitui justificativa plausível para que o empregado se sentisse
pressionado a pedir demissão, mesmo considerada a sua condição de saúde (ou falta de), mormente
porque o reclamante teria a possibilidade de obter o afastamento do trabalho por meio de atestado médico,
circunstância não comprovada nos autos.

Impende registrar, a propósito, que a alegação de que o pai da procuradora


do réu (Orivaldo) pediu para que o autor não comentasse com o médico no exame demissional que era
portador de Hepatite C somente veio à tona por ocasião da audiência de instrução, nada tendo o autor
mencionado a esse respeito na petição inicial. Ademais, observo que o autor formulou o pedido de
demissão em 30-4-2018 (d. 46323a6, p. 1) e se submeteu ao exame demissional apenas em 2-5-2018 (id.
3b889b3, p. 1). Além disso, constato que, na data da rescisão contratual (30-4-2018), o autor foi atendido
por médica da Prefeitura Municipal de São João Batista, conforme registrado no prontuário médico
constante do id. 612063ª, p. 1.

Entendo, nesse norte, que não ficou comprovado nos autos que o autor
tivesse sofrido qualquer coação ou outro vício de consentimento a macular o ato volitivo pelo qual
manifestou o seu interesse em rescindir o contrato de trabalho, em 30-4-2018, de modo que não há como
imputar ao réu qualquer penalidade por dispensa discriminatória, primeiro porque não configurada a
ruptura do contrato por iniciativa da empresa e, segundo, por nem sequer evidenciado que o empregador
tivesse conhecimento do fato que supostamente motivou o término da relação entre as partes.

Por todo o exposto, mantenho a sentença que reconheceu a validade da


dispensa e, por conseguinte, indeferiu as pretensões formuladas pelo autor.

Nego provimento.

Pelo que,

Assinado eletronicamente por: TERESA REGINA COTOSKY - 28/02/2019 15:56 - df02739


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18111315313704300000026909277
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. df02739 - Pág. 4
Número do documento: 18111315313704300000026909277
Fls.: 122

ACORDAM os membros da 6ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho


da 12ª Região, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO; por igual votação, rejeitar a preliminar
de julgamento citra petita. No mérito, sem divergência, NEGAR-LHE PROVIMENTO.

Participaram do julgamento realizado na sessão do dia 05 de fevereiro de


2019, sob a Presidência da Desembargadora do Trabalho Lília Leonor Abreu, a Desembargadora do
Trabalho Teresa Regina Cotosky e o Juiz do Trabalho Convocado Ubiratan Alberto Pereira. Presente a
Dra. Ângela C. dos Santos Pincelli, Procuradora Regional do Trabalho. Procedeu a sustentação oral, pelo
réu (Carlos Francisco Trainotti), a Dra. Sandra Ávila dos Santos.

TERESA REGINA COTOSKY


Relatora

Assinado eletronicamente por: TERESA REGINA COTOSKY - 28/02/2019 15:56 - df02739


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18111315313704300000026909277
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. df02739 - Pág. 5
Número do documento: 18111315313704300000026909277
Fls.: 123

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO

PROCESSO nº 0000514-76.2018.5.12.0061 (RO)


RECORRENTE: JOÃO CARLOS DE ASSIS
RECORRIDO: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI
RELATORA: TERESA REGINA COTOSKY

NULIDADE DO PEDIDO DE DEMISSÃO. A prova do vício de


consentimento capaz de macular a manifestação de vontade na
apresentação do pedido de demissão, incumbe ao autor, consoante dicção
do art. 818 da CLT c/c art. 373, I, do CPC.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de RECURSO ORDINÁRIO


0000514-76.2018.5.12.0061, provenientes da 2ª Vara do Trabalho de Brusque, SC, sendo recorrente JOÃ
O CARLOS DE ASSIS recorrido CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI.

Insurge-se, o autor, contra a sentença (id. c368071), proferida pelo Exmo.


Juiz Roberto Masami Nakajo, que rejeitou as pretensões formuladas na petição inicial.

Preliminarmente, requer a decretação da nulidade da sentença, por citra


petita.

No mérito, postula a declaração de nulidade do instrumento rescisório e,


por conseguinte, a sua reintegração ao emprego, bem como a rescisão indireta do contrato de trabalho, na
forma pleiteada na petição inicial. Aduz, outrossim, que não houve confissão quanto ao pedido de
demissão, tendo em vista que o depoimento do reclamante foi citado na sentença de forma
descontextualizada.

O réu apresenta contrarrazões no id. fb97c70.

É o relatório.

Assinado eletronicamente por: RITA DE CASSIA ROSA BASTOS ALVES - 28/02/2019 22:25 - 8d4b0f4
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19022822245489000000026909276
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 8d4b0f4 - Pág. 1
Número do documento: 19022822245489000000026909276
Fls.: 124

VOTO

Por atendidos os pressupostos legais de admissibilidade, conheço do


recurso e das contrarrazões.

PRELIMINARMENTE

JULGAMENTO CITRA PETITA

O autor suscita a nulidade da sentença apontando julgamento citra petita,


pois o Juízo a quo teria restringido a análise do pedido de nulidade da rescisão contratual ao fato de, com
as inovações trazidas pela Reforma Trabalhista, não mais haver previsão legal quanto à obrigatoriedade
da assistência sindical no ato da homologação da rescisão, quando, em realidade, o fundamento invocado,
na petição inicial, seria a inobservância da previsão contida na convenção coletiva de trabalho acerca da
obrigatoriedade da assistência sindical para os atos de rescisão dos contratos superiores a noventa dias.
Aduz, outrossim, que a sentença não enfrentou todos os tópicos trazidos na inicial.

Embora o autor afirme que "existem pedidos que não têm relação com o
fato de o recorrente ter ou não pedido a dispensa, que deixaram de ser enfrentados pelo julgador,
configurando a sentença citra petita", não especificou em suas razões recursais, quais foram os pedidos
que deixaram de ser analisados na sentença. Dessa forma, torna-se insubsistente a arguição, por
inespecífica.

De resto, diversamente do que entende o autor, configurando-se eventual


julgamento citra petita, tal fato não acarreta a nulidade da sentença, por ser possível adequar a decisão aos
limites da lide quando da apreciação do mérito do recurso.

Rejeito a arguição como preliminar.

MÉRITO

NULIDADE DO INSTRUMENTO RESCISÓRIO. AUSÊNCIA DE


CONFISSÃO

O autor alega, na petição inicial, que iniciou seu contrato de trabalho com
o réu, em 1º-9-2017, exercendo o cargo de montador. Afirma que, em 11-4-2018, foi acometido de
Hepatite C e que, tão logo a empresa soube de sua condição de saúde, em 30-4-2018, procedeu a rescisão
de seu contrato de trabalho.

Assinado eletronicamente por: RITA DE CASSIA ROSA BASTOS ALVES - 28/02/2019 22:25 - 8d4b0f4
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19022822245489000000026909276
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 8d4b0f4 - Pág. 2
Número do documento: 19022822245489000000026909276
Fls.: 125

Assevera, ainda, que "ao verificar os documentos da dispensa, nota-se que


aparentemente o Reclamante teria solicitado a demissão, o que não corresponde à realidade. O que
ocorreu é que o empregador chamou o empregado para 'fazer um acordo' e entregou os papéis para que o
Reclamante assinasse".

Alega, por fim, que a dispensa é nula, porque não observou a previsão
contida na norma coletiva acerca da necessidade da assistência sindical no ato da homologação da
rescisão para os contratos com prazo superior a noventa dias.

A prova dos autos, todavia, não corrobora a tese do reclamante.

Inicialmente, observo que o reclamante não trouxe a norma coletiva com


base na qual fundamenta o pedido de nulidade do termo de rescisão contratual, pelo que não há como
analisar o pleito sob esse fundamento.

No mais, a Lei 13.467/17 aboliu a necessidade de homologação sindical da


rescisão contratual. Ainda que se considerasse o teor do disposto no art. 477, § 1º, da CLT no cenário
anterior à Reforma Trabalhista, o autor não preencheria o requisito lá inserido, pois o contrato não perfez
um ano de duração.

Passando à análise da rescisão propriamente dita, a despeito da presunção


favorável ao empregado portador de doença grave, decorrente da Súmula 443 do TST, tenho que, de fato,
o autor confessou em depoimento ter sido sua a iniciativa de romper o vínculo de emprego com o réu,
pelo que não há como imputar ao empregador qualquer responsabilidade por prática de dispensa
discriminatória.

Em depoimento o autor afirma que (id. c68f4fd, p. 1):

não se recorda desde quando tem hepatite C, mas está nos documentos que foram
juntados no processo; o pai da procuradora do réu (Orivaldo) pediu para que o depoente
não comentasse com o médico no exame demissional que tinha Hepatite C; então o
depoente não avisou o médico no exame demissional; antes de trabalhar no réu o
depoente teve outros empregos com CTPS anotada (vários outros empregos); o depoente
não tinha proposta de trabalho quando foi feita sua rescisão; o depoente foi para
"negociar com eles para ser encaminhado para a perícia" e eles pediram para que
continuasse trabalhando e diante da situação de saúde o depoente teve que pedir para sair .
Sublinhei

O réu, por sua vez, assevera que (id. c68f4fd, p. 1):

estavam presentes no momento que o autor pediu a demissão o depoente e Daniel; o autor
pediu primeiro a demissão para Daniel e ambos vieram comunicar o depoente; Orivaldo
estava na empresa nesse dia porque é empregado do depoente; não há câmeras no
estabelecimento réu; os documentos da rescisão foram feitos pelo escritório de

Assinado eletronicamente por: RITA DE CASSIA ROSA BASTOS ALVES - 28/02/2019 22:25 - 8d4b0f4
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19022822245489000000026909276
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 8d4b0f4 - Pág. 3
Número do documento: 19022822245489000000026909276
Fls.: 126

contabilidade; o autor foi dispensado do cumprimento do aviso prévio porque o autor não
queria mais trabalhar e a empresa concordou em dispensar o cumprimento do aviso sem
desconto; o autor nunca apresentou atestados. Sublinhei

Não houve produção de prova testemunhal. Todavia, constou em ata que a


parte ré requereu a oitiva de uma testemunha, das três que estavam presentes, de nome José Carlos, para
comprovar que o autor pediu demissão e que ninguém na empresa tinha conhecimento de sua doença. O
referido pedido foi indefiro pelo Juízo a quo, tendo em vista que o autor afirmou em depoimento que
pediu demissão e que não comentou com o médico do trabalho no exame demissional que tinha Hepatite
C. Houve protestos pelo réu.

Da análise da prova oral, não há como concluir que, de fato, o réu tivesse
conhecimento prévio da doença do autor, tampouco que o tivesse demitido por esse ou qualquer outro
motivo. Ao contrário, o depoimento do autor não deixa dúvidas de que foi o próprio recorrente quem
comunicou ao ex-empregador a sua doença, no momento em que tentou "negociar com eles para ser
encaminhado para perícia".

O fato de o réu não ter aceito o "acordo" proposto pelo autor, pedindo para
que continuasse trabalhando, não constitui justificativa plausível para que o empregado se sentisse
pressionado a pedir demissão, mesmo considerada a sua condição de saúde (ou falta de), mormente
porque o reclamante teria a possibilidade de obter o afastamento do trabalho por meio de atestado médico,
circunstância não comprovada nos autos.

Impende registrar, a propósito, que a alegação de que o pai da procuradora


do réu (Orivaldo) pediu para que o autor não comentasse com o médico no exame demissional que era
portador de Hepatite C somente veio à tona por ocasião da audiência de instrução, nada tendo o autor
mencionado a esse respeito na petição inicial. Ademais, observo que o autor formulou o pedido de
demissão em 30-4-2018 (d. 46323a6, p. 1) e se submeteu ao exame demissional apenas em 2-5-2018 (id.
3b889b3, p. 1). Além disso, constato que, na data da rescisão contratual (30-4-2018), o autor foi atendido
por médica da Prefeitura Municipal de São João Batista, conforme registrado no prontuário médico
constante do id. 612063ª, p. 1.

Entendo, nesse norte, que não ficou comprovado nos autos que o autor
tivesse sofrido qualquer coação ou outro vício de consentimento a macular o ato volitivo pelo qual
manifestou o seu interesse em rescindir o contrato de trabalho, em 30-4-2018, de modo que não há como
imputar ao réu qualquer penalidade por dispensa discriminatória, primeiro porque não configurada a
ruptura do contrato por iniciativa da empresa e, segundo, por nem sequer evidenciado que o empregador
tivesse conhecimento do fato que supostamente motivou o término da relação entre as partes.

Assinado eletronicamente por: RITA DE CASSIA ROSA BASTOS ALVES - 28/02/2019 22:25 - 8d4b0f4
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19022822245489000000026909276
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 8d4b0f4 - Pág. 4
Número do documento: 19022822245489000000026909276
Fls.: 127

Por todo o exposto, mantenho a sentença que reconheceu a validade da


dispensa e, por conseguinte, indeferiu as pretensões formuladas pelo autor.

Nego provimento.

Pelo que,

ACORDAM os membros da 6ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho


da 12ª Região, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO; por igual votação, rejeitar a preliminar
de julgamento citra petita. No mérito, sem divergência, NEGAR-LHE PROVIMENTO.

Participaram do julgamento realizado na sessão do dia 05 de fevereiro de


2019, sob a Presidência da Desembargadora do Trabalho Lília Leonor Abreu, a Desembargadora do
Trabalho Teresa Regina Cotosky e o Juiz do Trabalho Convocado Ubiratan Alberto Pereira. Presente a
Dra. Ângela C. dos Santos Pincelli, Procuradora Regional do Trabalho. Procedeu a sustentação oral, pelo
réu (Carlos Francisco Trainotti), a Dra. Sandra Ávila dos Santos.

Assinado eletronicamente por: RITA DE CASSIA ROSA BASTOS ALVES - 28/02/2019 22:25 - 8d4b0f4
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19022822245489000000026909276
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 8d4b0f4 - Pág. 5
Número do documento: 19022822245489000000026909276
Fls.: 128

TERESA REGINA COTOSKY


Relatora

Assinado eletronicamente por: RITA DE CASSIA ROSA BASTOS ALVES - 28/02/2019 22:25 - 8d4b0f4
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19022822245489000000026909276
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 8d4b0f4 - Pág. 6
Número do documento: 19022822245489000000026909276
Fls.: 129

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO

PROCESSO nº 0000514-76.2018.5.12.0061 (RO)


RECORRENTE: JOÃO CARLOS DE ASSIS
RECORRIDO: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI
RELATORA: TERESA REGINA COTOSKY

NULIDADE DO PEDIDO DE DEMISSÃO. A prova do vício de


consentimento capaz de macular a manifestação de vontade na
apresentação do pedido de demissão, incumbe ao autor, consoante dicção
do art. 818 da CLT c/c art. 373, I, do CPC.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de RECURSO ORDINÁRIO


0000514-76.2018.5.12.0061, provenientes da 2ª Vara do Trabalho de Brusque, SC, sendo recorrente JOÃ
O CARLOS DE ASSIS recorrido CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI.

Insurge-se, o autor, contra a sentença (id. c368071), proferida pelo Exmo.


Juiz Roberto Masami Nakajo, que rejeitou as pretensões formuladas na petição inicial.

Preliminarmente, requer a decretação da nulidade da sentença, por citra


petita.

No mérito, postula a declaração de nulidade do instrumento rescisório e,


por conseguinte, a sua reintegração ao emprego, bem como a rescisão indireta do contrato de trabalho, na
forma pleiteada na petição inicial. Aduz, outrossim, que não houve confissão quanto ao pedido de
demissão, tendo em vista que o depoimento do reclamante foi citado na sentença de forma
descontextualizada.

O réu apresenta contrarrazões no id. fb97c70.

É o relatório.

Assinado eletronicamente por: RITA DE CASSIA ROSA BASTOS ALVES - 28/02/2019 22:25 - 71fad26
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19022822245524600000026909275
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 71fad26 - Pág. 1
Número do documento: 19022822245524600000026909275
Fls.: 130

VOTO

Por atendidos os pressupostos legais de admissibilidade, conheço do


recurso e das contrarrazões.

PRELIMINARMENTE

JULGAMENTO CITRA PETITA

O autor suscita a nulidade da sentença apontando julgamento citra petita,


pois o Juízo a quo teria restringido a análise do pedido de nulidade da rescisão contratual ao fato de, com
as inovações trazidas pela Reforma Trabalhista, não mais haver previsão legal quanto à obrigatoriedade
da assistência sindical no ato da homologação da rescisão, quando, em realidade, o fundamento invocado,
na petição inicial, seria a inobservância da previsão contida na convenção coletiva de trabalho acerca da
obrigatoriedade da assistência sindical para os atos de rescisão dos contratos superiores a noventa dias.
Aduz, outrossim, que a sentença não enfrentou todos os tópicos trazidos na inicial.

Embora o autor afirme que "existem pedidos que não têm relação com o
fato de o recorrente ter ou não pedido a dispensa, que deixaram de ser enfrentados pelo julgador,
configurando a sentença citra petita", não especificou em suas razões recursais, quais foram os pedidos
que deixaram de ser analisados na sentença. Dessa forma, torna-se insubsistente a arguição, por
inespecífica.

De resto, diversamente do que entende o autor, configurando-se eventual


julgamento citra petita, tal fato não acarreta a nulidade da sentença, por ser possível adequar a decisão aos
limites da lide quando da apreciação do mérito do recurso.

Rejeito a arguição como preliminar.

MÉRITO

NULIDADE DO INSTRUMENTO RESCISÓRIO. AUSÊNCIA DE


CONFISSÃO

O autor alega, na petição inicial, que iniciou seu contrato de trabalho com
o réu, em 1º-9-2017, exercendo o cargo de montador. Afirma que, em 11-4-2018, foi acometido de
Hepatite C e que, tão logo a empresa soube de sua condição de saúde, em 30-4-2018, procedeu a rescisão
de seu contrato de trabalho.

Assinado eletronicamente por: RITA DE CASSIA ROSA BASTOS ALVES - 28/02/2019 22:25 - 71fad26
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19022822245524600000026909275
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 71fad26 - Pág. 2
Número do documento: 19022822245524600000026909275
Fls.: 131

Assevera, ainda, que "ao verificar os documentos da dispensa, nota-se que


aparentemente o Reclamante teria solicitado a demissão, o que não corresponde à realidade. O que
ocorreu é que o empregador chamou o empregado para 'fazer um acordo' e entregou os papéis para que o
Reclamante assinasse".

Alega, por fim, que a dispensa é nula, porque não observou a previsão
contida na norma coletiva acerca da necessidade da assistência sindical no ato da homologação da
rescisão para os contratos com prazo superior a noventa dias.

A prova dos autos, todavia, não corrobora a tese do reclamante.

Inicialmente, observo que o reclamante não trouxe a norma coletiva com


base na qual fundamenta o pedido de nulidade do termo de rescisão contratual, pelo que não há como
analisar o pleito sob esse fundamento.

No mais, a Lei 13.467/17 aboliu a necessidade de homologação sindical da


rescisão contratual. Ainda que se considerasse o teor do disposto no art. 477, § 1º, da CLT no cenário
anterior à Reforma Trabalhista, o autor não preencheria o requisito lá inserido, pois o contrato não perfez
um ano de duração.

Passando à análise da rescisão propriamente dita, a despeito da presunção


favorável ao empregado portador de doença grave, decorrente da Súmula 443 do TST, tenho que, de fato,
o autor confessou em depoimento ter sido sua a iniciativa de romper o vínculo de emprego com o réu,
pelo que não há como imputar ao empregador qualquer responsabilidade por prática de dispensa
discriminatória.

Em depoimento o autor afirma que (id. c68f4fd, p. 1):

não se recorda desde quando tem hepatite C, mas está nos documentos que foram
juntados no processo; o pai da procuradora do réu (Orivaldo) pediu para que o depoente
não comentasse com o médico no exame demissional que tinha Hepatite C; então o
depoente não avisou o médico no exame demissional; antes de trabalhar no réu o
depoente teve outros empregos com CTPS anotada (vários outros empregos); o depoente
não tinha proposta de trabalho quando foi feita sua rescisão; o depoente foi para
"negociar com eles para ser encaminhado para a perícia" e eles pediram para que
continuasse trabalhando e diante da situação de saúde o depoente teve que pedir para sair .
Sublinhei

O réu, por sua vez, assevera que (id. c68f4fd, p. 1):

estavam presentes no momento que o autor pediu a demissão o depoente e Daniel; o autor
pediu primeiro a demissão para Daniel e ambos vieram comunicar o depoente; Orivaldo
estava na empresa nesse dia porque é empregado do depoente; não há câmeras no
estabelecimento réu; os documentos da rescisão foram feitos pelo escritório de

Assinado eletronicamente por: RITA DE CASSIA ROSA BASTOS ALVES - 28/02/2019 22:25 - 71fad26
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19022822245524600000026909275
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 71fad26 - Pág. 3
Número do documento: 19022822245524600000026909275
Fls.: 132

contabilidade; o autor foi dispensado do cumprimento do aviso prévio porque o autor não
queria mais trabalhar e a empresa concordou em dispensar o cumprimento do aviso sem
desconto; o autor nunca apresentou atestados. Sublinhei

Não houve produção de prova testemunhal. Todavia, constou em ata que a


parte ré requereu a oitiva de uma testemunha, das três que estavam presentes, de nome José Carlos, para
comprovar que o autor pediu demissão e que ninguém na empresa tinha conhecimento de sua doença. O
referido pedido foi indefiro pelo Juízo a quo, tendo em vista que o autor afirmou em depoimento que
pediu demissão e que não comentou com o médico do trabalho no exame demissional que tinha Hepatite
C. Houve protestos pelo réu.

Da análise da prova oral, não há como concluir que, de fato, o réu tivesse
conhecimento prévio da doença do autor, tampouco que o tivesse demitido por esse ou qualquer outro
motivo. Ao contrário, o depoimento do autor não deixa dúvidas de que foi o próprio recorrente quem
comunicou ao ex-empregador a sua doença, no momento em que tentou "negociar com eles para ser
encaminhado para perícia".

O fato de o réu não ter aceito o "acordo" proposto pelo autor, pedindo para
que continuasse trabalhando, não constitui justificativa plausível para que o empregado se sentisse
pressionado a pedir demissão, mesmo considerada a sua condição de saúde (ou falta de), mormente
porque o reclamante teria a possibilidade de obter o afastamento do trabalho por meio de atestado médico,
circunstância não comprovada nos autos.

Impende registrar, a propósito, que a alegação de que o pai da procuradora


do réu (Orivaldo) pediu para que o autor não comentasse com o médico no exame demissional que era
portador de Hepatite C somente veio à tona por ocasião da audiência de instrução, nada tendo o autor
mencionado a esse respeito na petição inicial. Ademais, observo que o autor formulou o pedido de
demissão em 30-4-2018 (d. 46323a6, p. 1) e se submeteu ao exame demissional apenas em 2-5-2018 (id.
3b889b3, p. 1). Além disso, constato que, na data da rescisão contratual (30-4-2018), o autor foi atendido
por médica da Prefeitura Municipal de São João Batista, conforme registrado no prontuário médico
constante do id. 612063ª, p. 1.

Entendo, nesse norte, que não ficou comprovado nos autos que o autor
tivesse sofrido qualquer coação ou outro vício de consentimento a macular o ato volitivo pelo qual
manifestou o seu interesse em rescindir o contrato de trabalho, em 30-4-2018, de modo que não há como
imputar ao réu qualquer penalidade por dispensa discriminatória, primeiro porque não configurada a
ruptura do contrato por iniciativa da empresa e, segundo, por nem sequer evidenciado que o empregador
tivesse conhecimento do fato que supostamente motivou o término da relação entre as partes.

Assinado eletronicamente por: RITA DE CASSIA ROSA BASTOS ALVES - 28/02/2019 22:25 - 71fad26
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Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 71fad26 - Pág. 4
Número do documento: 19022822245524600000026909275
Fls.: 133

Por todo o exposto, mantenho a sentença que reconheceu a validade da


dispensa e, por conseguinte, indeferiu as pretensões formuladas pelo autor.

Nego provimento.

Pelo que,

ACORDAM os membros da 6ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho


da 12ª Região, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO; por igual votação, rejeitar a preliminar
de julgamento citra petita. No mérito, sem divergência, NEGAR-LHE PROVIMENTO.

Participaram do julgamento realizado na sessão do dia 05 de fevereiro de


2019, sob a Presidência da Desembargadora do Trabalho Lília Leonor Abreu, a Desembargadora do
Trabalho Teresa Regina Cotosky e o Juiz do Trabalho Convocado Ubiratan Alberto Pereira. Presente a
Dra. Ângela C. dos Santos Pincelli, Procuradora Regional do Trabalho. Procedeu a sustentação oral, pelo
réu (Carlos Francisco Trainotti), a Dra. Sandra Ávila dos Santos.

Assinado eletronicamente por: RITA DE CASSIA ROSA BASTOS ALVES - 28/02/2019 22:25 - 71fad26
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Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 71fad26 - Pág. 5
Número do documento: 19022822245524600000026909275
Fls.: 134

TERESA REGINA COTOSKY


Relatora

Assinado eletronicamente por: RITA DE CASSIA ROSA BASTOS ALVES - 28/02/2019 22:25 - 71fad26
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19022822245524600000026909275
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 71fad26 - Pág. 6
Número do documento: 19022822245524600000026909275
Fls.: 135

Processo: 0000514-76.2018.5.12.0061 - Processo PJe-JT


Classe: RECURSO ORDINÁRIO (1009)

CERTIDÃO

Certifico que a intimação referente ao acórdão será disponibilizada no Diário Eletrônico da JT deste Regional em 1 de
março de 2019, considerando-se publicada em 7 de março de 2019, nos termos do art. 4º da Lei nº 11.419/2006.

Certifico ainda, que não haverá expediente forense nos dias 04 e 05 de março de 2019, segunda e
terça-feira de CARNAVAL, e no dia 06 de março de 2019, quarta-feira de CINZAS, feriados previstos no
art. 184 do Regimento Interno, deste Tribunal.

Em 28 de Fevereiro de 2019.

Assinado eletronicamente por: RITA DE CASSIA ROSA BASTOS ALVES - 28/02/2019 22:28 - a070485
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19022822271622700000026909273
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. a070485 - Pág. 1
Número do documento: 19022822271622700000026909273
Fls.: 136

Processo: 0000514-76.2018.5.12.0061 - Processo PJe-JT


Classe: RECURSO ORDINÁRIO (1009)

CERTIDÃO DECURSO DE PRAZO

Certifico que em 19 de março de 2019, terça-feira, decorreu o prazo legal sem interposição de
Recurso de Revista.

Florianópolis, 20 de Março de 2019.

Assinado eletronicamente por: ANGELA CRAVO DI PIETRO BARBOSA - 20/03/2019 12:39 - 698496c
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19032012392969500000026909272
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 698496c - Pág. 1
Número do documento: 19032012392969500000026909272
Fls.: 137

Documento assinado pelo Shodo

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO
2ª VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE
RTOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
RECLAMANTE: JOAO CARLOS DE ASSIS
RECLAMADO: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI

DESPACHO

Vistos.

Considerando o trânsito em julgado do acórdão proferido nos autos (certidão de Id. 698496c), o qual
manteve a sentença do id. c368071, determino a inversão dos polos no sistema PJe.

Inicie-se a liquidação e remetam-se os autos à contadoria do Juízo para apuração dos honorários
sucumbenciais.

Com a juntada dos cálculos de liquidação, vista às partes para manifestação, no prazo de 8 (oito) dias, nos
termos do art. 879, § 2º, da CLT.

No silêncio das partes, voltem conclusos para homologação da conta.

Havendo impugnação(ões), intime(m)-se a(s) parte(s) contrária(s) para, querendo, respondê-la(s) no prazo
de 8 (oito) dias e, após, encaminhem-se os autos ao perito-contador nomeado para que preste os devidos
esclarecimentos, no prazo de 10 dias, juntando os cálculos corrigidos caso necessário. Por fim, voltem
conclusos para apreciação da(s) impugnação(ões).

/mrt

BRUSQUE, 22 de Março de 2019

ROBERTO MASAMI NAKAJO


Juiz(a) do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: ROBERTO MASAMI NAKAJO - 22/03/2019 17:35 - a267ad9


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19032216355734400000026973051
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. a267ad9 - Pág. 1
Número do documento: 19032216355734400000026973051
Fls.: 138

Documento excluído na data 2019-03-25 14:11:44.062 pelo usuário: RENAN PORTELA TITO

ID. 2df7470 - Pág. 1


Fls.: 139

Documento excluído na data 2019-03-25 14:11:44.062 pelo usuário: RENAN PORTELA TITO

ID. 2df7470 - Pág. 2


Fls.: 140

Documento assinado pelo Shodo

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12 REGIÃO


2ª VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE

Processo: 0000514-76.2018.5.12.0061 - Processo PJe-JT


Classe: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)
Autor(a): CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI
Réu (u): JOAO CARLOS DE ASSIS

JUNTADA DE CÁLCULOS CONTADORIA

Nesta data, faço a juntada dos cálculos atualizados até 31.03.2019.

Resumo dos valores da planilha:

Honorários de Sucumbência: R$ 24.546,46


TOTAL DA EXECUÇÃO: R$ 24.546,46

Em 26 de Março de 2019.

PAOLA KARINA MARCHIORO SOKOLOSKI


SERVIDOR(A) DO JUDICIÁRIO FEDERAL

Assinado eletronicamente por: PAOLA KARINA MARCHIORO SOKOLOSKI - 26/03/2019 09:07 - 163c50b
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19032609044550400000027015761
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 163c50b - Pág. 1
Número do documento: 19032609044550400000027015761
Fls.: 141

Documento assinado pelo Shodo

Processo: 0000514-76.2018.5.12.0061
Cálculo: 8799
PLANILHA DE CÁLCULO
Reclamante: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI
Reclamado: JOAO CARLOS DE ASSIS
Período do Cálculo: 13/08/2018 a 13/08/2018 Data Ajuizamento: 13/08/2018 Data Liquidação: 31/03/2019

Resumo do Cálculo

Descrição de Créditos e Descontos do Reclamante Valor Descrição de Débitos do Reclamado por Credor Valor
Bruto Devido ao Reclamante 0,00 LÍQUIDO DEVIDO AO RECLAMANTE 0,00
Total de Descontos 0,00 HONORÁRIOS LÍQUIDOS PARA SANDRA AVILA DOS SANTOS 24.546,46
Líquido Devido ao Reclamante 0,00 IRPF SOBRE HONORÁRIOS PARA SANDRA AVILA DOS SANTOS 0,00
Total Devido pelo Reclamado 24.546,46

Critério de Cálculo e Fundamentação Legal

1. Valores corrigidos pelo índice 'Tabela Única JT Diário', acumulado a partir do mês subsequente ao vencimento, conforme súmula nº 381 do TST.
2. Contribuições sociais sobre 'salários devidos vencidos antes de 05/03/2009' sem acréscimo de juros e multa, conforme Art. 276, caput do Decreto nº 3.048/99. Contribuições
sociais sobre 'salários devidos vencidos a partir de 05/03/2009' com acréscimo de juros desde a prestação do serviço e sem acréscimos de multa.

Cálculo liquidado por PAOLA KARINA MARCHIORO SOKOLOSKI em 26/03/2019 às 09:04:09. Pág. 1 de 2

Assinado eletronicamente por: PAOLA KARINA MARCHIORO SOKOLOSKI - 26/03/2019 09:07 - a6da572
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19032609061833500000027015767
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. a6da572 - Pág. 1
Número do documento: 19032609061833500000027015767
Fls.: 142

Documento assinado pelo Shodo

Processo: 0000514-76.2018.5.12.0061
Cálculo: 8799

PLANILHA DE CÁLCULO
Reclamante: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI
Reclamado: JOAO CARLOS DE ASSIS
Período do Cálculo: 13/08/2018 a 13/08/2018 Data Ajuizamento: 13/08/2018 Data Liquidação: 31/03/2019

Demonstrativo de Honorários
Nome: HONORÁRIOS DEVIDOS PELO RECLAMADO
Valores Informados D = [(A x B) + C]
Ocorrência Descrição Credor Valor (A) Índice correção (B) Valor corrigido Juros (C) Total (D)
13/08/2018 HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA SANDRA AVILA DOS SANTOS 24.546,46 1,000000000 24.546,46 - 24.546,46
Total 24.546,46

Cálculo liquidado por PAOLA KARINA MARCHIORO SOKOLOSKI em 26/03/2019 às 09:04:09. Pág. 2 de 2

Assinado eletronicamente por: PAOLA KARINA MARCHIORO SOKOLOSKI - 26/03/2019 09:07 - a6da572
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19032609061833500000027015767
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. a6da572 - Pág. 2
Número do documento: 19032609061833500000027015767
Fls.: 143

Documento assinado pelo Shodo

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO

2ª VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE/SC

Processo: 0000514-76.2018.5.12.0061
RECLAMANTE: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI
RECLAMADO: JOAO CARLOS DE ASSIS

DESTINATÁRIO

CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI


null

INTIMAÇÃO

Fica(m) V.Sª(s) intimado(s) para o fim(ns) declarado(s) no(s) item(ns) abaixo:

- para manifestação, no prazo de 8 (oito) dias, nos termos do art. 879, § 2º, da CLT.

Em 26 de Março de 2019.

RENAN PORTELA TITO


SERVIDOR(A) DO JUDICIÁRIO FEDERAL

Assinado eletronicamente por: RENAN PORTELA TITO - 26/03/2019 10:34 - 75a7c33


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19032610340828200000027018432
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 75a7c33 - Pág. 1
Número do documento: 19032610340828200000027018432
Fls.: 144

Documento assinado pelo Shodo

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO

2ª VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE/SC

Processo: 0000514-76.2018.5.12.0061
RECLAMANTE: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI
RECLAMADO: JOAO CARLOS DE ASSIS

DESTINATÁRIO

JOAO CARLOS DE ASSIS


null

INTIMAÇÃO

Fica(m) V.Sª(s) intimado(s) para o fim(ns) declarado(s) no(s) item(ns) abaixo:

- para manifestação, no prazo de 8 (oito) dias, nos termos do art. 879, § 2º, da CLT.

Em 26 de Março de 2019.

RENAN PORTELA TITO


SERVIDOR(A) DO JUDICIÁRIO FEDERAL

Assinado eletronicamente por: RENAN PORTELA TITO - 26/03/2019 10:34 - c99da4e


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19032610340869400000027018433
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. c99da4e - Pág. 1
Número do documento: 19032610340869400000027018433
Fls.: 145

Documento assinado pelo Shodo

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO


2ª VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE

Processo: 0000514-76.2018.5.12.0061 - Processo PJe-JT


Classe: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)
Autor(a): CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI
Ré(u): JOAO CARLOS DE ASSIS

CERTIDÃO

Certifico que, em 08/04/2019, decorreu o prazo para a parte as partes apresentar(em) manifestação para
os fins do art. 879 da CLT.

Em 9 de Abril de 2019.

RENAN PORTELA TITO


SERVIDOR(A) DO JUDICIÁRIO FEDERAL

Assinado eletronicamente por: RENAN PORTELA TITO - 09/04/2019 10:20 - 074ce39


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19040910202621900000027318889
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 074ce39 - Pág. 1
Número do documento: 19040910202621900000027318889
Fls.: 146

Documento assinado pelo Shodo

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO
2ª VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE
RTOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
RECLAMANTE: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI
RECLAMADO: JOAO CARLOS DE ASSIS

DECISÃO

Vistos.

Homologo os cálculos de liquidação elaborados pela contadoria do Juízo, para que produzam seus
jurídicos e legais efeitos.

Deixo de dar ciência ao INSS acerca dos cálculos homologados nos autos, uma vez que o valor total das
contribuições previdenciárias não supera R$ 20.000,00, nos termos da Portaria MF nº 582/2013.

Inicie-se a execução junto ao Sistema PJe.

Após, cite-se a parte executada, pelo DEJT, na pessoa de seu advogado, conforme consignado na ata de
audiência (Id. c68f4fd), para pagar ou garantir a Execução, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, sob
pena de penhora.

/rpt

Assinado eletronicamente por: ROBERTO MASAMI NAKAJO - 09/04/2019 11:44 - 07295fd


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19040910221969200000027318940
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 07295fd - Pág. 1
Número do documento: 19040910221969200000027318940
Fls.: 147

Documento assinado pelo Shodo

BRUSQUE, 9 de Abril de 2019

ROBERTO MASAMI NAKAJO


Juiz(a) do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: ROBERTO MASAMI NAKAJO - 09/04/2019 11:44 - 07295fd


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19040910221969200000027318940
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 07295fd - Pág. 2
Número do documento: 19040910221969200000027318940
Fls.: 148

Documento assinado pelo Shodo

2ª VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE

AVENIDA DAS COMUNIDADES, 70, Caixa Postal 185, CENTRO, BRUSQUE - SC - CEP: 88350-360
Telefones: (47) 3355-8107 / 3396-9590 - e-mail: 2vara_bqe@trt12.jus.br

Processo: 0000514-76.2018.5.12.0061 - Processo PJe-JT


Classe: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)

Autor: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI


Réu: JOAO CARLOS DE ASSIS

CITAÇÃO - EXECUÇÃO

Destinatário:

JOAO CARLOS DE ASSIS


null

Fica Vossa Senhoria citado(a) para, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, pagar ou garantir a
execução, sob pena de penhora, na forma do art. 880 da CLT, da importância abaixo
discriminada, tudo conforme decisão constante dos autos.

Descrição:

Honorários de Sucumbência: R$ 24.546,46

Atualizado até: 31/03/2019 - ATENÇÃO: Para recolhimento em data posterior, a parte


deverá atualizar o valor antes de efetuar o depósito.

Obs.: A citação da parte por meio do Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho - DEJT, na
pessoa de seu(s) advogado(s) foi autorizada pela parte em audiência, conforme ata juntada aos
autos.

De ordem do Exmo. Juiz do Trabalho, o(a) servidor(a) abaixo subscrito(a) firma o presente,
para seu fiel cumprimento (Art. 250, inciso VI, do CPC/2015).

Brusque, 10 de Abril de 2019.

RENAN PORTELA TITO


SERVIDOR(A) DO JUDICIÁRIO FEDERAL

Assinado eletronicamente por: RENAN PORTELA TITO - 10/04/2019 11:01 - bcea285


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19041011011954000000027349276
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. bcea285 - Pág. 1
Número do documento: 19041011011954000000027349276
Fls.: 149

Documento assinado pelo Shodo

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL


TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO
2ª VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE
AVENIDA DAS COMUNIDADES, 70, Caixa Postal 185, CENTRO, BRUSQUE - SC - CEP: 88350-360 -

PROCESSO: 0000514-76.2018.5.12.0061
CLASSE: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)
RECLAMANTE: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI
RECLAMADO: JOAO CARLOS DE ASSIS

CERTIDÃO

Certifico que, em 16/04/19 venceu o prazo para o(a) executado(a), pagar ou garantir o Juízo.

Em 23 de Abril de 2019.

Assinado eletronicamente pelo(a) servidor(a), Técnico/Analista Judiciário, abaixo indicado.

Assinado eletronicamente por: ROBERTO CARLOS RAPOSO - 23/04/2019 10:16 - 18ed2ab


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19042310162147100000027541274
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 18ed2ab - Pág. 1
Número do documento: 19042310162147100000027541274
Fls.: 150

Documento assinado pelo Shodo

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO
2ª VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE
RTOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
RECLAMANTE: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI
RECLAMADO: JOAO CARLOS DE ASSIS

DECISÃO

Vistos.

Ante o teor da certidão do Id. 18ed2ab, de forma a verificar a real situação de insuficiência de
recursos da parte reclamante, voltem os autos conclusos para o bloqueio de valores em nome
do(a) Executado(a) JOAO CARLOS DE ASSIS, via convênio BACENJUD.

Garantido o Juízo, após a juntada da(s) guia(s) de depósito(s) judicial(is), intimem-se as partes
para os fins do art. 884 da CLT.

Após, verifique-se a existência de veículos em nome do(a) Executado(a), por meio do convênio
RENAJUD.

Se infrutíferas as medidas supra, suspenda-se a execução da obrigação na forma prevista no


art. 791-A, §4º, da CLT.

/rpt

BRUSQUE, 23 de Abril de 2019

ROBERTO MASAMI NAKAJO


Juiz(a) do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: ROBERTO MASAMI NAKAJO - 23/04/2019 18:59 - db15f53


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19042314304688100000027550986
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. db15f53 - Pág. 1
Número do documento: 19042314304688100000027550986
Fls.: 151

Documento assinado pelo Shodo

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO


2ª VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE

Processo: 0000514-76.2018.5.12.0061 - Processo PJe-JT


Classe: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)
Autor(a): CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI
Ré(u): JOAO CARLOS DE ASSIS

CERTIDÃO

Certifico, de ordem do Exmo. Juiz do Trabalho, que o bloqueio de ativos financeiros do executado JOÃO
CARLOS, por meio do Convênio BACEN JUD, restou NEGATIVO, conforme documentos anexos.

Em 8 de Maio de 2019.

MARINA ROQUE THOMPSON


SERVIDOR(A) DO JUDICIÁRIO FEDERAL

Assinado eletronicamente por: MARINA ROQUE THOMPSON - 08/05/2019 12:41 - a0e9c81


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19050812403115400000027831219
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. a0e9c81 - Pág. 1
Número do documento: 19050812403115400000027831219
Fls.: 152

Documento assinado pelo Shodo


BacenJud 2.0 https://www3.bcb.gov.br/bacenjud2/protocolarMinutaBV.do?method=p...

EJUAS.MTHOMPSON
BacenJud 2.0 - Sistema de Atendimento ao Poder quarta-feira,
Judiciário 24/04/2019
Minutas | Ordens judiciais | Contatos de I. Financeira | Relatórios Gerenciais | Ajuda | Sair

Recibo de Protocolamento de Bloqueio de Valores

Clique aqui para obter ajuda na configuração da impressão, e clique aqui para imprimir.
Dados do bloqueio
Situação da Solicitação: Ordem Judicial ainda não disponibilizada para as Instituições Financeiras
As ordens judiciais protocoladas até às 19h00min dos dias úteis serão
consolidadas, transformadas em arquivos de remessa e disponibilizadas
simultaneamente para todas as Instituições Financeiras até às 23h00min do
mesmo dia. As ordens judiciais protocoladas após às 19h00min ou em dias
não úteis serão tratadas e disponibilizadas às Instituições Financeiras no
arquivo de remessa do dia útil imediatamente posterior.
Número do Protocolo: 20190003253297
Data/Horário de protocolamento: 24/04/2019 15h45
Número do Processo: 0000514-76.2018.5.12.0061
Tribunal: TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12 REGIAO
Vara/Juízo: 29936 - 2ª VT DE BRUSQUE
Juiz Solicitante do Bloqueio: Roberto Masami Nakajo (Protocolizado por Marina Roque Thompson)
Tipo/Natureza da Ação: Ação Trabalhista
CPF/CNPJ do Autor/Exeqüente da Ação:
Nome do Autor/Exeqüente da Ação: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI
Deseja bloquear conta-salário? Não

Relação dos Réus/Executados


Réu/Executado Valor a Contas e Aplicações Financeiras Atingidas
Bloquear
675.044.269-20 : JOAO 25.000,00 Instituições financeiras com relacionamentos com o
CARLOS DE ASSIS CPF/CNPJ no momento da protocolização.

1 de 1 24/04/2019 15:45
Assinado eletronicamente por: MARINA ROQUE THOMPSON - 08/05/2019 12:41 - 4a65649
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19050812413494400000027831236
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 4a65649 - Pág. 1
Número do documento: 19050812413494400000027831236
Fls.: 153

Documento assinado pelo Shodo


BacenJud 2.0 https://www3.bcb.gov.br/bacenjud2/pesquisarPorProtocolo.do?metho...

EJUAS.MTHOMPSON
BacenJud 2.0 - Sistema de Atendimento ao Poder sexta-feira,
Judiciário 26/04/2019
Minutas | Ordens judiciais | Contatos de I. Financeira | Relatórios Gerenciais | Ajuda | Sair

Detalhamento de Ordem Judicial de Bloqueio de Valores

O Comitê Gestor do Bacen Jud Informa:

- As corretoras e as distribuidoras de títulos e valores mobiliários (instituições


financeiras que custodiam investimentos de devedores) já estão respondendo ordens
de bloqueio de valores mobiliários pelo sistema BACENJUD 2.0.

Até que sejam criados códigos específicos de resposta para o bloqueio e transferência
dos ativos sob a responsabilidade desses novos participantes, os quais podem não ser
líquidos (apuração imediata do valor), convencionou-se como resposta padrão a
mensagem "bloqueio: R$0,01 - um centavo", via sistema. Nesses casos, SUGERE-SE
NÃO DESBLOQUEAR a ordem, e aguardar o prazo de 30 dias, pois provavelmente as
instituições financeiras encaminharão ofício, via Correios, com mais informações.

Os valores apresentados podem sofrer alterações devido a oscilações em aplicações financeiras e/ou a incidência de
impostos.

Clique aqui para obter ajuda na configuração da impressão, e clique aqui para imprimir.
Dados do bloqueio
Situação da Solicitação: Respostas recebidas, processadas e disponibilizadas para consulta
As respostas recebidas das Instituições Financeiras foram processadas e
disponibilizadas para consulta.
Número do Protocolo: 20190003253297
Número do Processo: 0000514-76.2018.5.12.0061
Tribunal: TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12 REGIAO
Vara/Juízo: 29936 - 2ª VT DE BRUSQUE
Juiz Solicitante do Bloqueio: Roberto Masami Nakajo (Protocolizado por Marina Roque Thompson)
Tipo/Natureza da Ação: Ação Trabalhista
CPF/CNPJ do Autor/Exeqüente da Ação:
Nome do Autor/Exeqüente da Ação: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI
Deseja bloquear conta-salário? Não

Relação de réus/executados
• Para exibir os detalhes de todos os réus/executados clique aqui.
• Para ocultar os detalhes de todos os réus/executados clique aqui.

675.044.269-20 - JOAO CARLOS DE ASSIS


[Total bloqueado (bloqueio original e reiterações): R$ 0,00] [Quantidade atual de não respostas: 0]

Dados para depósito judicial em caso de transferência

Instituição Financeira para Depósito


Judicial Caso Transferência:

Agência para Depósito Judicial Caso


Transferência:
Nome do Titular da Conta de Depósito
CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI
Judicial:
CPF/CNPJ do Titular da Conta de Depósito
Judicial:

Tipo de Crédito Judicial:

1 de 2 26/04/2019 14:56
Assinado eletronicamente por: MARINA ROQUE THOMPSON - 08/05/2019 12:41 - 5176fe5
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19050812413823700000027831237
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 5176fe5 - Pág. 1
Número do documento: 19050812413823700000027831237
Fls.: 154

Documento assinado pelo Shodo


BacenJud 2.0 https://www3.bcb.gov.br/bacenjud2/pesquisarPorProtocolo.do?metho...

Código de Depósito Judicial:

Nome de usuário do juiz solicitante no sistema: EJUAS.

2 de 2 26/04/2019 14:56
Assinado eletronicamente por: MARINA ROQUE THOMPSON - 08/05/2019 12:41 - 5176fe5
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19050812413823700000027831237
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 5176fe5 - Pág. 2
Número do documento: 19050812413823700000027831237
Fls.: 155

Documento assinado pelo Shodo


BacenJud 2.0 https://www3.bcb.gov.br/bacenjud2/protocolarMinutaBV.do?method=p...

EJUAS.MTHOMPSON
BacenJud 2.0 - Sistema de Atendimento ao Poder sexta-feira,
Judiciário 03/05/2019
Minutas | Ordens judiciais | Contatos de I. Financeira | Relatórios Gerenciais | Ajuda | Sair

Recibo de Protocolamento de Bloqueio de Valores

Clique aqui para obter ajuda na configuração da impressão, e clique aqui para imprimir.
Dados do bloqueio
Situação da Solicitação: Ordem Judicial ainda não disponibilizada para as Instituições Financeiras
As ordens judiciais protocoladas até às 19h00min dos dias úteis serão
consolidadas, transformadas em arquivos de remessa e disponibilizadas
simultaneamente para todas as Instituições Financeiras até às 23h00min do
mesmo dia. As ordens judiciais protocoladas após às 19h00min ou em dias
não úteis serão tratadas e disponibilizadas às Instituições Financeiras no
arquivo de remessa do dia útil imediatamente posterior.
Número do Protocolo: 20190003567312
Data/Horário de protocolamento: 03/05/2019 13h21
Número do Processo: 0000514-76.2018.5.12.0061
Tribunal: TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12 REGIAO
Vara/Juízo: 29936 - 2ª VT DE BRUSQUE
Juiz Solicitante do Bloqueio: Roberto Masami Nakajo (Protocolizado por Marina Roque Thompson)
Tipo/Natureza da Ação: Ação Trabalhista
CPF/CNPJ do Autor/Exeqüente da Ação:
Nome do Autor/Exeqüente da Ação: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI
Deseja bloquear conta-salário? Não

Relação dos Réus/Executados


Réu/Executado Valor a Contas e Aplicações Financeiras Atingidas
Bloquear
675.044.269-20 : JOAO 25.100,00 Instituições financeiras com relacionamentos com o
CARLOS DE ASSIS CPF/CNPJ no momento da protocolização.

1 de 1 03/05/2019 13:21
Assinado eletronicamente por: MARINA ROQUE THOMPSON - 08/05/2019 12:41 - e96de4a
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19050812414186800000027831242
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. e96de4a - Pág. 1
Número do documento: 19050812414186800000027831242
Fls.: 156

Documento assinado pelo Shodo


BacenJud 2.0 https://www3.bcb.gov.br/bacenjud2/pesquisarPorProtocolo.do?metho...

EJUAS.MTHOMPSON
BacenJud 2.0 - Sistema de Atendimento ao Poder quarta-feira,
Judiciário 08/05/2019
Minutas | Ordens judiciais | Contatos de I. Financeira | Relatórios Gerenciais | Ajuda | Sair

Detalhamento de Ordem Judicial de Bloqueio de Valores

O Comitê Gestor do Bacen Jud Informa:

- As corretoras e as distribuidoras de títulos e valores mobiliários (instituições


financeiras que custodiam investimentos de devedores) já estão respondendo ordens
de bloqueio de valores mobiliários pelo sistema BACENJUD 2.0.

Até que sejam criados códigos específicos de resposta para o bloqueio e transferência
dos ativos sob a responsabilidade desses novos participantes, os quais podem não ser
líquidos (apuração imediata do valor), convencionou-se como resposta padrão a
mensagem "bloqueio: R$0,01 - um centavo", via sistema. Nesses casos, SUGERE-SE
NÃO DESBLOQUEAR a ordem, e aguardar o prazo de 30 dias, pois provavelmente as
instituições financeiras encaminharão ofício, via Correios, com mais informações.

Os valores apresentados podem sofrer alterações devido a oscilações em aplicações financeiras e/ou a incidência de
impostos.

Clique aqui para obter ajuda na configuração da impressão, e clique aqui para imprimir.
Dados do bloqueio
Situação da Solicitação: Respostas recebidas, processadas e disponibilizadas para consulta
As respostas recebidas das Instituições Financeiras foram processadas e
disponibilizadas para consulta.
Número do Protocolo: 20190003567312
Número do Processo: 0000514-76.2018.5.12.0061
Tribunal: TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12 REGIAO
Vara/Juízo: 29936 - 2ª VT DE BRUSQUE
Juiz Solicitante do Bloqueio: Roberto Masami Nakajo (Protocolizado por Marina Roque Thompson)
Tipo/Natureza da Ação: Ação Trabalhista
CPF/CNPJ do Autor/Exeqüente da Ação:
Nome do Autor/Exeqüente da Ação: CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI
Deseja bloquear conta-salário? Não

Relação de réus/executados
• Para exibir os detalhes de todos os réus/executados clique aqui.
• Para ocultar os detalhes de todos os réus/executados clique aqui.

675.044.269-20 - JOAO CARLOS DE ASSIS


[Total bloqueado (bloqueio original e reiterações): R$ 0,00] [Quantidade atual de não respostas: 0]

Dados para depósito judicial em caso de transferência

Instituição Financeira para Depósito


Judicial Caso Transferência:

Agência para Depósito Judicial Caso


Transferência:
Nome do Titular da Conta de Depósito
CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI
Judicial:
CPF/CNPJ do Titular da Conta de Depósito
Judicial:

Tipo de Crédito Judicial:

1 de 2 08/05/2019 12:37
Assinado eletronicamente por: MARINA ROQUE THOMPSON - 08/05/2019 12:41 - 0870e03
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19050812414472300000027831245
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 0870e03 - Pág. 1
Número do documento: 19050812414472300000027831245
Fls.: 157

Documento assinado pelo Shodo


BacenJud 2.0 https://www3.bcb.gov.br/bacenjud2/pesquisarPorProtocolo.do?metho...

Código de Depósito Judicial:

Nome de usuário do juiz solicitante no sistema: EJUAS.

2 de 2 08/05/2019 12:37
Assinado eletronicamente por: MARINA ROQUE THOMPSON - 08/05/2019 12:41 - 0870e03
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19050812414472300000027831245
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 0870e03 - Pág. 2
Número do documento: 19050812414472300000027831245
Fls.: 158

Documento assinado pelo Shodo

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO


2ª VARA DO TRABALHO DE BRUSQUE

Processo: 0000514-76.2018.5.12.0061 - Processo PJe-JT


Classe: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)
Autor(a): CARLOS FRANCISCO TRAINOTTI
Ré(u): JOAO CARLOS DE ASSIS

CERTIDÃO

Certifico que a consulta de veículos do executado JOÃO CARLOS, por meio do Convênio RENAJUD,
restou POSITIVA, conforme documento(s) anexo(s).

Em 8 de Maio de 2019.

MARINA ROQUE THOMPSON


SERVIDOR(A) DO JUDICIÁRIO FEDERAL

Assinado eletronicamente por: MARINA ROQUE THOMPSON - 08/05/2019 12:43 - a5dd9b3


https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19050812415298600000027831272
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. a5dd9b3 - Pág. 1
Número do documento: 19050812415298600000027831272
Fls.: 159

Documento assinado pelo Shodo

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Assinado eletronicamente por: MARINA ROQUE THOMPSON - 08/05/2019 12:43 - 8431f10
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19050812430662000000027831285
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 8431f10 - Pág. 1
Número do documento: 19050812430662000000027831285
Fls.: 160

Documento assinado pelo Shodo


DETRAN/SC - Dossiê Consolidado de Veículo Página 1 de 1

Em 08/05/2019 12:39:43 por MARINA ROQUE


Dados do Veículo de placa MBR5719
THOMPSON
Placa Renavam Placa Anterior Tipo Categoria Espécie Lugares
MBR5719 746377703 MBR5719/ 4-MOTOCICLETA 1-Particular 1-Passageiro 2
Marca/Modelo Carroceria
Fabricação/Modelo Combustível Cor Categoria DPVAT
2804 - HONDA/CG 125 999-NAO
2000/2001 2-Gasolina 15-VERMELHA 9
TITAN ES(Nacional) APLICAVEL
Nome do Proprietário Atual Nome do Principal Condutor Recadastrado DETRAN
JOAO CARLOS DE ASSIS DetranNet
Nome do Proprietário Anterior Origem dos Dados do Veículo
JUCIMAR NELSON DA SILVA JUNIOR CADASTRO
Licenciado Data de Situação
Município de Emplacamento
2018 em 12/12/2018 através do Licenciamento Anual aquisição EM
SAO JOAO BATISTA
on-line (CRLV emitido por DDETRAN\05622870941) 15/08/2014 CIRCULAÇÃO
Restrição à Venda
Sem gravame
Informações PENDENTES originadas das financeiras via SNG - Sistema Nacional de Gravame
Nenhuma informação pendente até esta data
Restrições
Nenhuma restrição registrada até esta data
Dados do Proprietário
Nome
JOAO CARLOS DE ASSIS
Pessoa CPF Identidade Nascimento Sexo
Telefone
Física 675.044.269-20 4909770 SSP/SC 28/05/1963 M
Endereço Complemento
RUA WANDER COLLIONI,197
Bairro Cidade UF CEP
TAJUBA II SAO JOAO BATISTA SC 88240000
Histórico de Restrições
Restrição Comprador Endereço Data Venda Inclusão Situação
08189238000119 - TRAVESSA LEOPOLDINA Baixado em
Comunicação de Em 07/08/2006 por
COMERCIO DE GAS J E L BRASIL 0 CASA CENTRO 04/08/2006 12/09/2006 por
venda DETRAN 00934150958
LTDA GASPAR/SC CEP: 89110000 43318380997

https://ssl.detrannet.sc.gov.br/arearestrita/restrito/consultaveiculo2.asp?placa=MBR57... 08/05/2019
Assinado eletronicamente por: MARINA ROQUE THOMPSON - 08/05/2019 12:43 - 8431f10
https://pje.trt12.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19050812430662000000027831285
Número do processo: ATOrd 0000514-76.2018.5.12.0061
ID. 8431f10 - Pág. 2
Número do documento: 19050812430662000000027831285
SUMÁRIO

Documentos
Id. Data de Documento Tipo
Juntada
d829350 13/08/2018 Petição Inicial Petição Inicial
15:14
d655ee9 13/08/2018 Procuração Procuração
15:14
3def0f1 13/08/2018 Declaração de Hipossuficiência Declaração de Hipossuficiência
15:14
5b905ac 13/08/2018 Identidade Documento Diverso
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