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TREINAMENTO CONCORRENTE E TAURINA MELHORAM

PERFIL LIPÍDICO EM MULHERES PÓS MENOPAUSA


CONCURRENT TRAINING AND TAURINE IMPROVE LIPID PROFILE IN POSTMENOPAUSAL WOMEN Artigo Original
Original Article
ENTRENAMIENTO CONCURRIDO JUNTO CON TAURINA MEJORA PERFIL LIPÍDICO EN MUJERES Artículo Original
POSMENOPÁUSICAS
Camila Buonani1 RESUMO
(Profissional de Educação Física)
Fabrício Eduardo Rossi2 Introdução: A taurina desempenha um papel importante no metabolismo e pode influenciar positivamente
(Profissional de Educação Física) a composição corporal, uma vez que, na concentração apropriada, este aminoácido pode diminuir a percepção
Tiego Aparecido Diniz3 de esforço e retardar o aparecimento da fadiga; entretanto, o efeito desse aminoácido combinado com o trei-
(Profissional de Educação Física) namento concorrente (TC) é desconhecido em mulheres pós-menopausa. Objetivo: Analisar os efeitos do TC
Ana Claúdia Fortaleza4 (aeróbico+resistência) e da suplementação com taurina nesse perfil metabólico de mulheres pós menopausa.
(Fisioterapeuta)
Métodos: Foram avaliadas 43 mulheres pós-menopausa que foram divididas randomicamente nos seguintes grupos:
Juliana Viezel1
(Profissional de Educação Física) Controle (C [N = 13]), Taurina (T [N = 8]), Taurina+Exercício (TE [N = 13]) e Placebo+Exercício (E [N = 9]). Os grupos
Malena Ricci Picolo5 suplementados com taurina receberam cápsulas e consumiram 1,5 gramas/dia dessa substância. O TC aconteceu
(Nutricionista) três vezes por semana (50 minutos de treinamento resistido e 30 minutos de treinamento aeróbico). A avaliação
Rômulo A. Fernandes1 da composição corporal foi realizada por meio do DXA; além disso, foram analisados o perfil bioquímico com
(Profissional de Educação Física)
dosagem de triglicérides, colesterol total (CT), colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-c) e colesterol
Ismael Forte Freitas Júnior1
(Profissional de Educação Física)
de lipoproteína de alta densidade (HDL-c). A intervenção teve duração de oito semanas. Resultados: O grupo TE
apresentou redução percentual significativa da gordura corporal total (-4,1 ± 3,0) e gordura de tronco (-4,4 ± 3,9)
1. Programa de Pós Graduação e maiores ganhos da massa corporal magra (3,9 ± 2,5) em comparação ao grupo C (0,3 ± 3,7, p = 0,005; 0,8 ± 4,3,
em Ciências da Motricidade, p = 0,024; -1,1 ± 3,1, p <0,001; respectivamente) e ao grupo T (1,2 ± 3,4, p = 0,004; 1,6 ± 5,4, p = 0,023; -1,2 ± 2,9;
Departamento de Educação Física, p = 0,002; respectivamente). O grupo TE apresentou maiores reduções do CT (-5,8 ± 7,1 mg/dl) em comparação
Universidade Estadual Paulista ao grupo T (11,5 ± 19,1 mg/dl). O grupo TE apresentou significativa redução do LDL-c (-13,6 ± 9,2 mg/dl) em
(UNESP), Presidente Prudente, comparação ao grupo C (3,5 ± 13,9 mg/dl, p = 0,014) e ao grupo T (9,9 ± 24,3 mg/dl, p = 0,027). Conclusão: A as-
São Paulo, Brasil sociação TC e suplementação com taurina promoveu redução dos níveis de colesterol total e LDL-c em mulheres
2. Universidade Federal do Piauí
pós-menopausa. Nível de Evidência I; Tipo de Estudo: Estudo clínico randomizado.
(UFPI), Departamento de Educação
Física, Imunometabolismo do
músculo esquelético e do Grupo
Descritores: Composição corporal; Treinamento de resistência; Metabolismo.
de Pesquisa do Exercício, Teresina,
PI, Brasil.
ABSTRACT
3. Departamento de Genética e Introduction: Taurine plays an important role in metabolism and can positively influence body composition, since it
Biologia Evolutiva , Instituto de is believed that in appropriate concentrations this amino acid (AA) can reduce perceived exertion, thereby delaying the
Biociências, Universidade de São onset of fatigue; however, the effect of this AA combined with concurrent training in postmenopausal women is unknown.
Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil. Objective: To analyze the effects of concurrent training (aerobic+resistance) and taurine supplementation on the meta-
4. Fisioterapeuta, Universidade bolic profile of postmenopausal women. Methods: Forty-three postmenopausal women were randomly divided into the
do Oeste Paulista (UNOESTE),
following groups: Control (C [N=13]), Taurine (T [N = 8]), Taurine+Exercise (TE [N=13]), and Placebo+Exercise (E [N=9]).
Presidente Prudente, São Paulo,
The supplemented groups received capsules corresponding to a daily taurine intake of 1.5 g. Concurrent training (CT)
Brazil.
5. Programa de Pós-Graduação em took place three times a week and consisted of 50 minutes of resistance training and 30 minutes of aerobic training. Body
Fisioterapia, Universidade Estadual composition was assessed using DXA, in addition to biochemical profile analysis: triglycerides, total cholesterol, low-density
Paulista (UNESP), Presidente lipoprotein cholesterol and high-density lipoprotein cholesterol. The intervention period lasted for eight weeks. Statistical
Prudente, São Paulo, significance was set at 5%. Results: The TE group presented a statistical reduction in terms of relative change in the percentage
SP, Brasil. of total body fat (%) (-4.1±3.0) and trunk fat (%) (-4.4±3.9), with greater lean body mass (kg) gain (3.9±2.5) when compared
to groups C (0.3±3.7, p=0.005; 0.8±4.3, p=0.024; -1.1±3.1, p<0.001; respectively) and T (1.2±3.4, p=0.004; 1.6±5.4, p=0.023;
-1.2±2.9; p=0.002; respectively). The TE group presented a greater percentage reduction of total cholesterol (-5.8±7.1 mg/dl)
Correspondence
when compared to group T (11.5±19.1 mg/dl). The TE group presented a significant decrease in LDL-c (-13.6±9.2 mg/dl)
Camila Buonani
compared to groups C (3.5±13.9 mg/dl, p=0.014) and T (9.9±24.3 mg/dl, p=0.027). Conclusion: The combination of concur-
Departamento de Educação Física,
Universidade Estadual Paulista
rent training and taurine supplementation promoted a reduction in total cholesterol and LDL-c levels in postmenopausal
(UNESP). Rua Roberto Simonsen, women. Level of Evidence I; Study type: Randomized clinical study.
305, Centro Educacional, Presidente
Prudente, SP, Brasil. 19060-900. Keywords: Body composition; Resistance training; Metabolism.
camila.buonani@unesp.br
RESUMEN
Introducción: La taurina desempeña un papel importante en el metabolismo y puede influenciar positivamente
la composición corporal, ya que en la concentración apropiada este aminoácido puede disminuir la percepción de
esfuerzo y retrasar la aparición de la fatiga; sin embargo, el efecto de este aminoácido combinado con el entrenamiento

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concurrente (EC) es desconocido en mujeres posmenopáusicas. Objetivo: Analizar los efectos del EC (aeróbico+resistencia)
y de la suplementación con taurina en este perfil metabólico de mujeres posmenopáusicas. Métodos: Se evaluaron
43 mujeres posmenopáusicas que se dividieron aleatoriamente en los siguientes grupos: Control (C [N = 13]), Taurina
(T [N = 8]), Taurina+Ejercicio (TE [N = 13]), Placebo+Ejercicio (E [N = 9]). Los grupos suplementados con taurina reci-
bieron 1,5 gramos/día de esta sustancia. El EC ocurrió tres veces por semana (50 minutos de entrenamiento resistido
y 30 minutos de entrenamiento aeróbico). La composición corporal fue realizada por medio del DXA; además, se
analizaron el perfil bioquímico con dosificaciones de triglicéridos, colesterol total (CT), colesterol de lipoproteína de
baja densidad (LDL-c) y colesterol de lipoproteína de alta densidad (HDL-c). La intervención tuvo duración de ocho
semanas. Resultados: El grupo TE presentó reducción porcentual significativa de la grasa corporal total (-4,1 ± 3,0)
y grasa del tronco (-4,4 ± 3,9) y mayores ganancias de masa corporal magra (3,9 ± 2,5) en comparación al Grupo
C (0,3 ± 3,7, p = 0,005, 0,8 ± 4,3, p = 0,024, -1,1 ± 3,1, p <0,001, respectivamente) y al Grupo T (1,2 ± 3,4, p = 0,004;
,6 ± 5,4, p = 0,023; -1,2 ± 2,9; p = 0,002; respectivamente). El Grupo TE presentó mayores reducciones del CT (-5,8 ± 7,1 mg/dl)
en comparación con el Grupo T (11,5 ± 19,1 mg/dl). El Grupo TE presentó una significativa reducción del LDL-c
(-13,6 ± 9,2 mg/dl) en comparación con el Grupo C (3,5 ± 13,9 mg / dl, p = 0,014) y el Grupo T (9,9 ± 24,3 mg / dl,
p = 0,027). Conclusión: La asociación de EC y suplementación con taurina promovió reducción de los niveles de colesterol
total y LDL-c en mujeres posmenopáusicas. Nivel de evidencia I; Tipo de Estudio: Estudio clínico aleatorizado.

Descriptores: Composición corporal; Entrenamiento de resistencia; Metabolismo.

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1517-869220192502196932 Artigo recebido em 29/04/2018 aprovado em 28/11/2018

INTRODUÇÃO MÉTODOS
A menopausa é caracterizada pela redução da produção do estró- Desenho do Estudo
geno e a interrupção do ciclo menstrual, resultando no final da função Este estudo duplo cego controlado foi realizado entre janeiro de 2012
ovariana, e sendo reconhecida retrospectivamente, após um ano de e agosto de 2014 no Departamento de Educação Física, da Faculdade
amenorréia1. Em adição, além do impacto no sistema reprodutivo, a de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista Campus
menopausa pode ser responsável também por mudanças significativas Presidente Prudente. Avaliações foram realizadas antes do início e após
na composição corporal, uma vez que, após esse fenômeno, muitas oito semanas de treinamento e envolveram: triagem para inclusão no
mulheres apresentam aumento de peso e adiposidade corporal, prin- estudo; avaliação antropométrica, da composição corporal e perfil
cipalmente a central2, e, portanto, ficam mais propensas a desenvolver lipídico; e três dias não consecutivos de recordatório alimentar de 24h
perfil lipídico aterogênico e doenças cardíacas3. os quais foram conduzidos em dois momentos: uma semana antes do
O treinamento concorrente (TC), que é a combinação do treinamento início da intervenção e na primeira semana após o final da intervenção.
aeróbio com o resistido em uma mesma sessão, pode atenuar os efeitos
da idade na composição corporal e no metabolismo. Isso decorre do Amostra
aumento da massa magra e da redução da gordura corporal4, em adição o Para o cálculo do tamanho amostral a média da variável triglicérides
TC aumenta a sensibilidade a insulina e gasto energético, ambos durante obtida do estudo de Balducci, Zanuso10 foi considerada, juntamente com o
e após o exercício5, melhorando o metabolismo da glicose e de lipídios6. desvio padrão (23.9mg/dL). Adotando um poder de 80% para um teste bicau-
Alguns suplementos como os amino ácidos (AA), têm sido usados dal e um erro máximo desejado de 5%, a equação indicou a necessidade de
como estratégias adicionais para melhora de resultados em programas de pelo menos seis indivíduos por grupo. Esperando possíveis perdas amostrais,
exercícios para promoção de saúde e qualidade de vida. Entre esses AAs, cada grupo deveria iniciar o protocolo com pelo menos 12 participantes.
destaca-se a taurina (ácido 2-aminoetanossulfónico) que em humanos O convite para participação no estudo foi realizado por meio de
é sintetizada no fígado e considerada como um AA semi-essencial. A divulgação em rádio, televisão e jornais locais. Para participar do estudo
quantidade produzida pelo organismo é baixa e por isso recomenda-se foram adotados os seguintes critérios de inclusão: 1) ser mulher pós
que seja consumida por meio da dieta, como carnes e frutos do mar7. menopausa (sem ciclo menstrual por pelo menos um ano e apresentar
Estudos têm sugerido que a taurina apresenta papel importante no valores iguais ou superiores a 30 UI/l do hormônio folículo estimulante
metabolismo8 e pode influenciar positivamente a composição corporal, [FSH])11; 2) ter idade entre 50 e 79 anos na data da avaliação; 3) não
uma vez que se acredita que em concentrações apropriadas esse AA pode apresentar limitações físicas ou algum problema de saúde que impedisse
diminuir o esforço percebido e, assim, retardar o início da fadiga9, presu- a realização das avaliações; 4) possuir atestado médico para participar
mivelmente causando a um indivíduo uma maior tolerância a intensidade do programa de treinamento; 5) realizar todas as avaliações; 6) assinar
e volume de exercício, resultando em maiores ganhos. No entanto, não o termo de consentimento e esclarecimento formal para a participação
foram encontrados na literatura estudos que investigaram os efeitos da no estudo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da
combinação da suplementação com taurina com o treinamento concor- Universidade Estadual Paulista, Campus de Presidente Prudente (Protocolo
rente na composição corporal e perfil lipídico de mulheres pós menopausa. 64/2011). Foram adotados como critérios de exclusão: acumular três
A hipótese do presente estudo foi que a suplementação com taurina, faltas consecutivas ou quatro faltas não consecutivas durante um mês.
associada ao treinamento concorrente, poderia promover ganho de Após a divulgação, 141 mulheres pós menopausa se inscreveram para
massa corporal magra, redução da gordura corporal total e gordura de participação no estudo, das quais 64 atenderam os critérios de inclusão/
tronco, e melhora do perfil lipídico de mulheres pós menopausa. Nesse exclusão e aceitaram participar da intervenção. As participantes foram
sentido, o objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos do treina- divididas randomicamente nos seguintes grupos: Controle (C [N=16]);
mento concorrente e da suplementação com taurina na composição Taurina (T [N=16]); Taurina + Exercício (TE [N=16]); Placebo + Exercício
corporal e perfil lipídico de mulheres pós menopausa. (E [N=16]). A amostra final foi composta por 43 mulheres, as razões de
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desistência foram: falta de tempo, dificuldades relacionadas à locomoção Procedimentos do Treinamento Aeróbio
até o local da intervenção, e problemas pessoais. O fluxo e a amostra A determinação da intensidade do treinamento aeróbio foi realizada
final do estudo estão apresentados na Figura 1. utilizando o protocolo de velocidade crítica proposto por Wakayoshi,
Procedimentos Yoshida13. O grupo estudado percorreu três distâncias (400, 800 e 1200 m)
em uma pista de corrida em dias separados e não consecutivos.
Antropometria e Composição Corporal
As participantes foram instruídas a cobrir a distância no menor tempo
A massa corporal foi mensurada usando uma balança eletrônica da
possível, o qual foi registrado usando um cronômetro digital (Polar).
marca Filizola. A estatura foi mensurada usando um estadiômetro fixo
A relação entre a distância (m) e o tempo de exercício (s) foi linear-
da marca Sanny. Os valores de massa corporal e estatura foram usados
mente ajustada e a velocidade crítica foi assumida como a inclinação
para calcular o índice de massa corporal (IMC [peso (kg) / estatura(m)2]).
desse modelo, que foi a intensidade do treinamento aeróbio. Após quatro
Todas as medidas antropométricas foram realizadas de acordo com os
semanas os procedimentos foram repetidos para ajustar as intensidades.
procedimentos descritos por Freitas Jr, Bueno.
Para a análise da composição corporal foi utilizado o aparelho de Procedimentos do Treinamento Resistido
Absortiometria de Raios-X de Dupla Energia (DXA [General Electric Me- Os exercícios utilizados no programa foram: leg press 45º, extensão
dical Systems, Lunar DPX MD, Madison, WI, USA]), com software versão de pernas, flexão de pernas, supino horizontal na barra, remada baixa,
4.7. As seguintes variáveis da composição corporal foram estimadas: extensão de tríceps, elevação lateral com halteres, rosca direta na barra
massa total, massa corporal magra, gordura corporal total e gordura e exercícios abdominais. O programa de treinamento resistido está
de tronco, as quais foram expressas em valores absolutos e relativos. apresentado na Tabela 1. A carga de treinamento foi ajustada a cada
Para o cálculo do erro técnico de medida do DXA foram realizadas duas quatro semanas para manter o número prescrito de repetições.
avaliações de corpo inteiro, pelo mesmo avaliador, em dois dias consecuti- A intensidade do treinamento resistido foi controlada pela zona de
vos em 12 sujeitos do sexo feminino. A partir dos resultados obtidos o erro repetição máxima. As séries foram executadas até exaustão momen-
foi estimado em: 1,48% para a gordura corporal total; 1,38% para gordura tânea, se as participantes executassem mais que o máximo previsto, a
no tronco; e 2,06% para a massa magra corporal total. O teste-reteste do carga foi aumentada para respeitar a zona de treinamento13. O teste de
coeficiente de correlação intra-classe desses procedimentos mostrou-se uma repetição máxima (1RM) foi realizado para os exercícios leg press
confiável (CCI entre 0,91 a 0,99 para as variáveis utilizadas neste estudo). e supino horizontal na barra, e consistiu de aquecimento seguido de
uma série de 10 repetições de cada exercício sem sobrecarga. A carga foi
Amostra de Sangue
gradualmente aumentada durante o teste até que as participantes não
Após jejum durante a noite (12h), amostras de sangue venoso foram pudessem realizar todo o movimento, e três tentativas foram permitidas
coletadas para dosagem de FSH, colesterol total (CT), fração de colesterol para atender a carga de 1RM correspondente. Para a recuperação, foi dado
de lipoproteína de densidade baixa (LDL-c) e fração de colesterol de lipopro- um intervalo de três a cinco minutos entre as tentativas. Após quatro
teína de densidade alta (HDL-c), por técnica colorimétrica em química seca, semanas, os procedimentos foram repetidos para ajustar as intensidades.
em equipamento marca Johnson e Johnson, modelo Vitros 250. A fórmula
de Friedewald, Levy14 foi usada para calcular as concentrações de LDL-c. Protocolo de Treinamento Concorrente
As mulheres que foram submetidas ao treinamento concorrente
Mulheres avaliadas para realizaram o protocolo três vezes por semana em dias não consecutivos
elegibilidade por oito semanas. Inicialmente, as participantes tiveram um período de
N = 141 duas semanas de familiarização. Somente após a familiarização, foram
realizados os testes para determinação da carga de treinamento. O pro-
grama de treinamento concorrente durou 80 minutos por sessão, com 50
Excluídas N = 77 minutos de treinamento resistido e 30 minutos de treinamento aeróbio.
Não atenderam os critérios de inclusão N = 52 Para garantir que as intensidades e a rotina de treinamento fossem
Não atenderam as ligações para avaliação adequadas, todas as atividades foram acompanhadas por monitores pre-
inicial N = 25 viamente treinados e pelos pesquisadores responsáveis pelo projeto. No
início de cada sessão de treinamento, a pressão arterial era monitorada e,
ao final, eram realizados 10 minutos de alongamento para volta à calma.
Mulheres randomizadas N = 64
Protocolo de Suplementação
Foram conduzidos recordatórios alimentares de 24h em três dias
Excluídas N = 21 não consecutivos (um dia no final de semana e dois dias da semana)14.
Faltas acima do permitido N = 9 As participantes foram orientadas por nutricionista. Os dados foram ana-
Desistência por razões pessoais ou não lisados pela mesma nutricionista utilizando o software NutWin, versão 1.5
especificadas N = 12 (Programa de Apoio à Nutrição, Universidade Federal de São Paulo, 2002).
Os grupos T e TE consumiram oralmente 1.5 g de taurina/dia, os
grupos E e C receberam cápsulas contendo amido de batata. As par-
Avaliadas após a intervenção N = 43 ticipantes receberam três doses diárias de taurina, 500 mg ao acordar,
Grupo Controle N = 13 500 mg no almoço e 500 mg à noite. Essa dose de taurina não causa
Grupo Taurina N = 8 efeitos colaterais, mesmo em longo prazo.
Grupo Taurina + Treino N = 13
Grupo Placebo + Treino N = 9 Análise Estatística
Inicialmente, o teste de Levene identificou que havia homogeneida-
Figura 1. Fluxo de participantes durante o estudo. de de variância para todas as variáveis numéricas, exceto as alterações

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relativas de HDL-c. Assim, os valores de HDL-c foram transformados em Tabela 3. Consumo total de energia e macronutrientes, expressos em mediana e
log. A estatística descritiva foi composta por média e desvio-padrão. intervalo interquartil.
As comparações dos valores inicial e final dos recordatórios alimen- Energia Carboidrato Proteína Gordura
(Kcal) (g) (g) (g)
tares foram realizadas pelo teste de Wilcoxon, devido à distribuição não
1513,0 212,2 65,3 42,8
paramétrica, mesmo após a transformação em log (portanto, apresentada Pré
(1079,3–2233,8) (133,7–295,7) (33,2 – 95,4) (28,3–99,3)
como mediana e intervalo interquartil). As variações relativas foram
Controle 1621,0 213,2 65,5 52,4
calculadas se considerando os valores obtidos nos momentos inicial e Pós
(1051,4–1933,3) (136,8–259,8) (49,6–105,1) (36,5–91,0)
final do estudo ([Momento Final - Momento inicial] / Momento inicial * p 0,507 0,753 0,382 0,507
100). As comparações de valores relativos entre os grupos experimentais 2050,5 246,0 100,5 79,0
foram realizadas por análise de variância e o teste Post Hoc de Tukey foi Pré
(1415,7–2549,5) (110,9–259,5) (40,5–117,2) (29,6–123,8)
aplicado quando necessário. Todas as análises foram realizadas utilizando Taurina 1997,5 249,0 105,5 79,5
Pós
o programa SPSS, versão 17.0 (SP.SS Inc, Chicago, IL) e a significância (1523,5–2730,7) (117,9–296,2) (45,8–112,3) (32,3–132,8)
estatística estabelecida em 5%. As análises estatísticas foram realizadas p 0,173 0,249 0,225 0,138
de acordo com os procedimentos descritos por Vincent & Weir 23. 1750,0 203,3 84,0 58,0
Pré
(1022,1–2427,3) (121,8–356,6) (51,6–113,2) (33,4–100,0)
Taurina +
RESULTADOS 1669,5 189,4 81,4 61,9
Exercício Pós
(1207,2–2394,3) (156,1–322,5) (65,6–119,1) (34,4–95,2)
O estudo consistiu em 43 mulheres pós menopausa (FSH = 69.4 ±
26.2 mUI/ml), com idade entre 50.7 e 77 (60.5 ± 6.5) anos. Os valores p 0,583 0,209 0,937 0,346

apresentados na Tabela 1 e Tabela 2 referem-se as comparações dos 1718,5 231,7 72,3 68,2
Pré
(1341,3–2315,2) (185,6–293,5) (45,3–115,6) (45,3–185,6)
valores iniciais de composição corporal e perfil bioquímico dos grupos
Exercício 1568,5 241,6 75,7 54,5
analisados no presente do estudo. Quando comparados os valores Pós
(1412,3–2227,1) (193,6–289,3) (49,1–117,2) (39,5–85,8)
obtidos nos recordatório alimentar, não foram encontradas diferenças p 0,285 0,721 0,959 0,139
significativas nos grupos estudados (Tabela 3). Teste estatístico = Wilcoxon; p <0,05.
A Figura 2 refere-se às alterações percentuais na composição corporal que
mostraram diferenças significativas entre os períodos pré e pós-intervenção.
Controle Taurina Taurina + Exercício Exercício
Observou-se que o grupo TE apresentou reduções do percentual
de gordura corporal total (p = 0.005, p = 0.004) e gordura de tronco
10 p = 0,001 p = 0,003
(p = 0.024, p = 0.023), e maiores ganhos de massa magra (p <0.000, a a
b
p = 0,002), quando comparado aos grupos C e T, respectivamente. O grupo p = 0,010 p = 0,001
b
Alterações relativas %

5
E apresentou aumento da massa magra (p = 0,001, p = 0,004) e redução de a
porcentagem de gordura no tronco (p = 0,042, p = 0,035), quando com-
parado aos grupos C e T, respectivamente. O grupo E também apresentou 0

maior massa corporal total (p = 0,011), quando comparado ao grupo C.


A Figura 3 mostra os valores percentuais das alterações do CT e -5

do LDL-c. a
b a
-10 a b
Tabela 1. Características gerais de composição corporal e comparação entre os grupos b
no início da intervenção, valores expressos em média e desvio padrão. Massa corporal (kg) Gordura corporal (%) Massa magra (kg) Gordura tronco (%)

Taurina +
Controle Taurina Exercício Teste estatístico = Anova One-way; Post Hoc de Tukey; p<0,05; a = diferença significativa do grupo Controle;
Grupos Exercício p b = diferença significativa do grupo Taurina.
N = 13 N=8 N=9
N = 13
Figura 2. Alterações percentuais médias na composição corporal total após oito
Idade (anos) 63,3 ±6,6 58,6 ±8,1 59,1 ±5,3 59,7 ±6,0 0,220
semanas de intervenção, expressas em média e desvio padrão.
Massa corporal (kg) 62,8 ±13,9 64,7 ±8,9 63,3 ±7,8 59,2 ±10,1 0,739
IMC (kg/m²) 26,4 ±5,0 26,0 ±3,3 24,4 ±2,5 24,5 ±3,2 0,436
Massa magra (kg) 34,1 ±7,0 34,5 ±3,1 34,3 ±4,7 32,1 ±3,8 0,718 Controle Taurina Taurina + Exercício Exercício

Gordura corporal (%) 41,7 ±5,3 43,0 ±4,8 41,8 ±5,5 41,7 ±4,5 0,942
Gordura corporal (kg) 26,5 ±7,8 28,1 ±6,6 26,6 ±5,5 25,1 ±6,5 0,821 70 p = 0,529
60
Gordura no tronco (%) 44,6 ±5,4 46,7 ±4,9 44,8 ±5,8 45,4 ±5,4 0,844 50 p = 0,027 p = 0,006
40
Gordura no tronco (kg) 14,0 ±3,9 15,0 ±3,6 13,6 ±3,1 13,3 ±3,4 0,779
Alterações relativas %

30
IMC= índice de massa corporal. Teste Estatísitco = Anova One-way; Post Hoc de Tukey; p<0.05. 20 p = 0,462
10
0
Tabela 2. Perfil bioquímico e comparação entre os grupos no início da intervenção, -10
valores expressos em média e desvio padrão. -20 b
-30 a
Taurina + -40 b
Controle Taurina Exercício
Exercício p -50
N = 13 N=8 N=9
N = 13 -60
-70
TG (mg/dL) 145,9 ±56,0 98,3 ±57,8 117,6 ±58,4 120,1 ±75,2 0,375
CT (mg/dL) 200,5 ±34,1 179,8 ±26,2 207,4 ±36,3 194,8 ±38,0 0,354 Triclicérides(mg/dL) CT(mg/dL) HDL-c(mg/dL)Log LDL-c(mg/dL)
HDL-c (mg/dL) 50,3 ±8,2 56,4 ±10,5 55,2 ±10,9 58,4 ±19,4 0,468
LDL-c (mg/dL) 121 ±26,1 104,8 ±20,3 128,6 ±32,8 112,8 ±20,3 0,212 CT = colesterol total; HDL-c = fração de colesterol de lipoproteína de alta densidade; LDL-c = fração de co-
lesterol de lipoproteína de baixa densidade. Teste estatístico = Anova One-way; Post Hoc de Tukey; p <0,05;
FSH (mUI/ml) 70,7 ±17,8 65,7 ±23,5 67,9 ±22,1 72,7 ±37,6 0,957 a = diferença significativa do grupo controle; b = diferença significativa do grupo Taurina.
TG = Triglicérides; CT = colesterol total; HDL-c = fração de colesterol de lipoproteína de alta densidade; LDL-c =
fração de colesterol de lipoproteína de baixa densidade; FSH = hormônio folículo estimulante. Teste estatístico = Figura 3. Mudanças percentuais no perfil lipídico, expressas em média e desvio
Anova One-way; Post Hoc de Tukey; p <0,05. padrão.

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Após a análise das alterações relativas do CT, observaram-se maiores Acredita-se que a taurina aumente a atividade do CYP7A113, enzima que
reduções no grupo TE, quando comparado ao grupo T (p = 0,020). Em estimula a síntese dos ácidos biliares, considerada a principal via reguladora
relação ao LDL-c, o grupo que realizou o treinamento concorrente e da homeostase do colesterol no organismo24. Portanto, se houver aumento
foi suplementado com taurina apresentou maiores reduções, quando na quantidade de ácidos biliares, consequentemente, uma quantidade
comparado aos grupos C (p = 0,014) e T (p = 0,027). maior de colesterol é retirada da circulação. Além disso, acredita-se que a
taurina atue sobre a proteína LDLR, a qual é responsável pela depuração
DISCUSSÃO de cerca de dois terços do LDL-c da circulação25, portanto, é extremamente
Entre os principais achados do presente estudo, vale destacar que importante manter o equilíbrio dessa lipoproteína no organismo.
após oito semanas de suplementação com taurina isolada e associada Com base na literatura, a suplementação com taurina parece ser
ao treinamento concorrente, houve redução da gordura corporal total e interessante no auxílio ao tratamento de indivíduos com diagnóstico de
central e aumento da massa magra em ambos os grupos que receberam algum tipo de distúrbio metabólico, como diabetes ou hipertensão arterial.
treinamento concorrente. Em relação ao perfil lipídico, houve redução Esse AA além de atuar diretamente no metabolismo lipídico, também
significativa do colesterol total e do LDL-c apenas no grupo TE. apresenta um potencial papel antioxidante e anti-inflamatório, além de
Rutherford, Spriet15 verificaram o efeito agudo da suplementação de promover melhora da função endotelial por estimular o aumento do óxido
1,66 gramas de taurina em ciclistas, e encontraram aumento da oxidação nítrico, contribuindo para o perfil metabólico de indivíduos cardiopatas26.
de gordura após a suplementação, sugerindo que a taurina pode ter efeito Os resultados do presente estudo sugerem que a associação de treina-
na composição corporal, ajudando a reduzir a gordura corporal. Tem sido mento concorrente com suplementação com taurina parece ser benéfica
sugerido que a taurina aumenta a contração do músculo esquelético e para a redução de CT e LDL-c. Em estudo realizado por Shaw, Shaw27,
cardíaco, pois participa da regulação do cálcio intracelular e aumenta a adultos sedentários foram submetidos a 16 semanas de treinamento
disponibilidade de cálcio para a contração16. Em estudo realizado por Baum e concorrente e treinamento aeróbio isolado e se observou que ambas as
Weiss observou-se que atletas treinados que consumiam bebidas contendo intervenções reduziram o CT e aumentaram o HDL-c. Seo, So28 analisaram
taurina apresentaram aumento da força de ejeção do coração após esforço. os efeitos de 12 semanas de treinamento concorrente em mulheres de
Beyranvand, Khalafi17 observaram que indivíduos com insuficiência meia-idade e encontraram aumento significativo do HDL-c e redução das
cardíaca que tomaram 0,5 gramas de taurina, três vezes ao dia por duas concentrações de triglicérides e percentual de gordura corporal.
semanas, apresentaram melhora do desempenho no teste em esteira, com Sabe-se que a dieta é uma fonte importante para a obtenção de
aumento do tempo de exercício e distância percorrida, quando compa- taurina exógena, que é encontrada principalmente em frutos do mar,
rados ao grupo placebo. Esses achados corroboram o estudo de Alford, carnes escuras de aves7 e carnes bovinas29. A dieta brasileira foi analisada
em um estudo de nível populacional de Souza et al30. Cerca de metade das
Cox18, no qual eles usaram uma bebida energética contendo taurina em
mulheres brasileiras (51,6%) consomem carne bovina e 27,4% consomem
indivíduos treinados e observaram aumento de 9% na resistência aeróbia.
carne de frango. Embora o peixe contenha a maior fonte de taurina, ele não
Os grupos que realizaram treinamento concorrente (TE e E) apresentaram
é um produto comumente consumido nessa população, principalmente
redução do percentual de gordura corporal, percentual de gordura na parte
por mulheres que vivem nessa região. Portanto, embora as mulheres brasi-
superior do corpo e aumento da massa corporal magra (Figura 2), quando
leiras obtenham taurina de sua dieta, elas provavelmente não consomem
comparados aos grupos que não treinaram. Portanto, os resultados deste
quantidades adequadas deste AA, sugerindo que a suplementação pode
estudo indicam que a suplementação isolada de 1,5 gramas / dia de taurina
ser recomendada, particularmente entre os indivíduos dislipidêmicos.
por oito semanas parece não influenciar a composição corporal, mesmo
Os dados deste estudo são importantes para esclarecer os efeitos
quando associada ao treinamento concorrente em mulheres pós menopausa.
do treinamento concorrente isoladamente e em associação com a
Esses achados corroboram com os resultados obtidos por Lixan-
suplementação com taurina no que se refere à composição corporal e
drão, Bonganha19, que constataram que a realização de treinamento
perfil metabólico de mulheres pós menopausa. No entanto, é necessário
concorrente por 16 semanas realizado por mulheres pós menopausa,
mencionar como limitação o pequeno tamanho da amostra, a falta de
promoveu aumento da massa e força muscular. Em um estudo realizado
controle do tempo em que ocorreu a menopausa e a quantidade de
por Rossato, Binotto20 com mulheres na perimenopausa, verificou-se
taurina ingerida da dieta, indicando que é preciso cautela ao generalizar
que após 20 semanas de treinamento concorrente não houve redução as conclusões aqui encontradas. Contudo, os resultados deste estudo são
na gordura corporal ou aumento da massa magra, diferentemente dos promissores e indicam que taurina e exercício são eficazes na melhora
nossos achados. Vale ressaltar que as alterações na composição corporal do perfil lipídico. Além disso, devido ao número limitado de ensaios
no presente estudo foram obtidas em apenas oito semanas. clínicos que examinam a taurina como um agente preventivo para a
Após a menopausa há um aumento na concentração de lipídios plas- dislipidemia, mais estudos precisam ser desenvolvidos antes que as
máticos, fato que contribui para um aumento da incidência de eventos car- recomendações para a suplementação com taurina devam ser realizadas.
diovasculares em mulheres21. Alterações no metabolismo lipídico parecem
estar relacionadas a quantidades diminuídas do hormônio estradiol, e essa CONCLUSÃO
condição é acompanhada por níveis aumentados de triglicérides, CT, LDL-c Em resumo, não há efeito adicional de suplementação de taurina com
e níveis reduzidos de HDL-c22. Dado que valores anormais de CT, especial- treinamento concorrente sobre a composição corporal de mulheres pós me-
mente aumento do LDL-c e diminuição do HDL-c, são importantes fatores nopausa após oito semanas de intervenção. No entanto, a combinação desse
de risco para a ocorrência de doenças cardíacas e do sistema circulatório. AA com treinamento concorrente ajudou a reduzir CT e LDL-c nessa população.
Pesquisas relacionadas à taurina têm sido amplamente realizadas
em modelos animais, com o objetivo de melhor compreender o efeito AGRADECIMENTOS
desse AA no metabolismo lipídico. A partir desses estudos ficou evidente Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
que a suplementação com taurina pode reduzir as concentrações de
colesterol plasmático e hepático, especialmente a lipoproteína de muito
baixa densidade e o LDL-c em situações de hipercolesterolemia induzida Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito
de interesses referente a este artigo.
por dieta, bem como aumentar os níveis de HDL-c23.

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CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES: Cada autor fez contribuições individuais significativas para este original. CB (0000-0001-9717-0433)*, FER (0000-0002-0594-2529)*, TAD (0000-0002-
2655-9588)*, ACF (0000-0003-3302-663X), JV (0000-0003-0282-8920)* e MRP (0000-0002-7602-3191)* realizaram as intervenções e colaboraram para a coleta, tabulação e interpretação
dos dados. RAF (0000-0003-1576-8090)* e IFFJ (0000-0002-5071-0428)* fizeram os devidos ajustes no texto e discutiram a pesquisa. *ORCID (Open Researcher and Contributor ID).

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