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Direito Civil
Roberto Figueiredo
Art. 50, Código Civil: “Em caso de abuso da 5. As associações. Noções gerais. Finalidade
personalidade jurídica, caracterizado pelo social. Possibilidade de tratamento
desvio de finalidade, ou pela confusão diferenciado de associados. Exclusão de
patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento associado. Destinação do patrimônio
da parte, ou do Ministério Público quando lhe remanescente.
couber intervir no processo, que os efeitos de
certas e determinadas relações de obrigações Art. 55. Os associados devem ter iguais
sejam estendidos aos bens particulares dos direitos, mas o estatuto poderá instituir
administradores ou sócios da pessoa jurídica.” categorias com vantagens especiais.
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Art. 61. Dissolvida a associação, o Art. 63. Quando insuficientes para constituir a
remanescente do seu patrimônio líquido, fundação, os bens a ela destinados serão,
depois de deduzidas, se for o caso, as quotas se de outro modo não dispuser o instituidor,
ou frações ideais referidas no parágrafo único incorporados em outra fundação que se
do art. 56, será destinado à entidade de fins proponha a fim igual ou semelhante.
não econômicos designada no estatuto, ou,
omisso este, por deliberação dos associados, Art. 64. Constituída a fundação por negócio
à instituição municipal, estadual ou federal, de jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a
fins idênticos ou semelhantes. transferir-lhe a propriedade, ou outro direito
real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer,
§ 1º Por cláusula do estatuto ou, no seu serão registrados, em nome dela, por
silêncio, por deliberação dos associados, mandado judicial.
podem estes, antes da destinação do
remanescente referida neste artigo, receber 6.3. Fase de elaboração dos estatutos. A
em restituição, atualizado o respectivo valor, atuação do MP.
as contribuições que tiverem prestado ao
patrimônio da associação. 6.4. Fase de aprovação dos estatutos. A
atuação do MP e a atuação supletiva do
§ 2º Não existindo no Município, no Estado, no Judiciário (procedimento de jurisdição
Distrito Federal ou no Território, em que a voluntária).
associação tiver sede, instituição nas
condições indicadas neste artigo, o que 6.5. Fase de registro.
remanescer do seu patrimônio se devolverá à
Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da 6.6. Fiscalização das fundações pelo MP. A
União. inconstitucionalidade reconhecida pelo STF,
ADin 2794/DF.
6. As fundações. 6.1. Noções gerais e as
diferentes fases constitutivas. A finalidade Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério
fundacional e a polêmica da taxatividade do Público do Estado onde situadas.
CC.
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal, ou em
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu Território, caberá o encargo ao Ministério
instituidor fará, por escritura pública ou Público Federal.
testamento, dotação especial de bens livres,
especificando o fim a que se destina, e § 2º Se estenderem a atividade por mais de um
declarando, se quiser, a maneira de Estado, caberá o encargo, em cada um
administrá-la. deles, ao respectivo Ministério Público.
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“São os acontecimentos de que decorrem o 5.2. A interpretação dos Negócios e dos Atos
nascimento, a subsistência e a perda dos Jurídicos. (CC 109-116).
direitos contemplados em lei” (WASHINGTON
DE BARROS). Regra de Ouro: a boa-fé objetiva.
“São os fatos, ou complexos de fatos, sobre os Art. 113, CC: “Os negócios jurídicos devem ser
quais incidiu a regra jurídica; portanto, o fato interpretados conforme a boa-fé e os usos do
de que dimana, agora, ou talvez mais tarde, lugar de sua celebração”.
talvez condicionalmente, ou talvez nunca
dimane eficácia jurídica” (PONTES DE Outras Regras.
MIRANDA) a) Negócios formais (e negócios imobiliários).
b) Negócios com reserva mental.
8.4. Espécies de Fatos Jurídicos. c) Negócios celebrados pelo silêncio.
d) Manifestação de vontade nos negócios.
a) Ato ilícito e) Interpretação restritiva de negócios.
b) Fato jurídico em senso estrito f) Interpretação do autocontrato (contrato
c) Ato jurídico em senso estrito consigo mesmo)
d) Ato-fato jurídico
e) Negócio jurídico Art. 109, CC: “No negócio jurídico celebrado
com a cláusula de não valer sem instrumento
Art. 185, CC: “Aos atos jurídicos lícitos, que público, este é da substância do ato”.
não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no
que couber, as disposições do Título anterior.” Art. 108, CC: “Não dispondo a lei em contrário,
a escritura pública é essencial à validade dos
8.5. O negócio jurídico. Noções conceituais e negócios jurídicos que visem à constituição,
características. transferência, modificação ou renúncia de
direitos reais sobre imóveis de valor superior a
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trinta vezes o maior salário mínimo vigente no STJ 60: “É nula a obrigação cambial assumida
País.” por procurador do mutuário vinculado ao
Art. 110, CC: “A manifestação de vontade mutuante, no exclusivo interesse deste.”
subsiste ainda que o seu autor haja feito a
reserva mental de não querer o que A Escada Ponteana:
manifestou, salvo se dela o destinatário tinha
conhecimento”. a) Pressupostos de Existência (agente, objeto,
forma e vontade externada).
Art. 111, CC: “O silêncio importa anuência, b) Pressupostos de Validade (capacidade do
quando as circunstâncias ou os usos o agente, licitude, possibilidade,
autorizarem, e não for necessária a declaração determinabilidade do objeto, forma prescrita ou
de vontade expressa.” não defesa, vontade externada livre).
c) Pressupostos de Eficácia.
Art. 112, CC: “Nas declarações de vontade se
atenderá mais à intenção nelas Art. 104, CC: “Art. 104. A validade do negócio
consubstanciada do que ao sentido literal da jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto
linguagem”. lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.”
Art. 114, CC: “Os negócios jurídicos benéficos
e a renúncia interpretam-se estritamente”. 8.6. Teoria das Nulidades (absoluta e relativa):
regime jurídico.
STJ 214: “O fiador na locação não responde
por obrigações resultantes de aditamento ao Art. 166, CC: “É nulo o negócio jurídico
qual não anuiu.” quando: I - celebrado por pessoa
absolutamente incapaz; II - for ilícito,
Art. 117, CC: “Salvo se o permitir a lei ou o impossível ou indeterminável o seu objeto; III -
representado, é anulável o negócio jurídico o motivo determinante, comum a ambas as
que o representante, no seu interesse ou por partes, for ilícito; IV - não revestir a forma
conta de outrem, celebrar consigo mesmo. prescrita em lei; V - for preterida alguma
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se solenidade que a lei considere essencial para
como celebrado pelo representante o negócio a sua validade; VI - tiver por objetivo fraudar lei
realizado por aquele em quem os poderes imperativa; VII - a lei taxativamente o declarar
houverem sido subestabelecidos.” nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar
sanção”.
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Art. 167, CC: “É nulo o negócio jurídico prazo para pleitear-se a anulação, será este de
simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, dois anos, a contar da data da conclusão do
se válido for na substância e na forma. § 1º ato”.
Haverá simulação nos negócios jurídicos
quando: I - aparentarem conferir ou transmitir Art. 550, CC: “A doação do cônjuge adúltero ao
direitos a pessoas diversas daquelas às quais seu cúmplice pode ser anulada pelo outro
realmente se conferem, ou transmitem; II - cônjuge, ou por seus herdeiros necessários,
contiverem declaração, confissão, condição ou até dois anos depois de dissolvida a sociedade
cláusula não verdadeira; III - os instrumentos conjugal”.
particulares forem antedatados, ou pós-
datados. § 2º Ressalvam-se os direitos de Art. 496, CC: “É anulável a venda de
terceiros de boa-fé em face dos contraentes do ascendente a descendente, salvo se os outros
negócio jurídico simulado.” descendentes e o cônjuge do alienante
expressamente houverem consentido.
Art. 171, CC: “Além dos casos expressamente Parágrafo único. Em ambos os casos,
declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: dispensa-se o consentimento do cônjuge se o
I - por incapacidade relativa do agente; II - por regime de bens for o da separação
vício resultante de erro, dolo, coação, estado obrigatória.”
de perigo, lesão ou fraude contra credores.”
STF 494: “A ação para anular venda de
8.7. Prazos decadenciais para as ações ascendente a descendente, sem
anulatórias. Prazos genéricos. Prazos consentimento
específicos. Anulabilidades sem prazo. dos demais, prescreve em vinte anos,
contados da data do ato, revogada a Súmula
Art. 178, CC: “É de quatro anos o prazo de 152.”
decadência para pleitear-se a anulação do
negócio jurídico, contado: I - no caso de 8.8. A conservação do Negócio Jurídico:
coação, do dia em que ela cessar; II - no de Ratificação (CC 172), Redução parcial (CC
erro, dolo, fraude contra credores, estado de 184) e Conversão substancial (CC 170).
perigo ou lesão, do dia em que se realizou o
negócio jurídico”. Art. 172, CC: “O negócio anulável pode ser
confirmado pelas partes, salvo direito de
Art. 179, CC: “Quando a lei dispuser que terceiro”.
determinado ato é anulável, sem estabelecer
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Art. 143, CC: “O erro de cálculo apenas Art. 150, CC: “Se ambas as partes procederem
autoriza a retificação da declaração de com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular
vontade.” o negócio, ou reclamar indenização.”
Art. 140, CC: “O falso motivo só vicia a D. Coação. Noções gerais. Causa
declaração de vontade quando expresso como determinante. Distinção: coação física (vis
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Art. 153, CC: “Não se considera coação a F. Lesão. Tipos de lesão. Requisitos da lesão
ameaça do exercício normal de um direito, no CDC e no CC. Conseqüências. Art. 157,
nem o simples temor reverencial.” CC: “Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob
premente necessidade, ou por inexperiência,
Art. 152, CC: “No apreciar a coação, ter-se-ão se obriga a prestação manifestamente
em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, desproporcional ao valor da prestação oposta.
o temperamento do paciente e todas as § 1º Aprecia-se a desproporção das
demais circunstâncias que possam influir na prestações segundo os valores vigentes ao
gravidade dela.” tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio,
Art. 154, CC: “Vicia o negócio jurídico a coação se for oferecido suplemento suficiente, ou se a
exercida por terceiro, se dela tivesse ou parte favorecida concordar com a redução do
devesse ter conhecimento a parte a que proveito.”
aproveite, e esta responderá solidariamente
com aquele por perdas e danos”. G. Fraude contra credores (e a distinção com
a fraude de execução). As alienações
Art. 155, CC: “Subsistirá o negócio jurídico, se fraudulentas. Requisitos e distinções. Art. 158,
a coação decorrer de terceiro, sem que a parte CC: “Os negócios de transmissão gratuita de
a que aproveite dela tivesse ou devesse ter bens ou remissão de dívida, se os praticar o
conhecimento; mas o autor da coação devedor já insolvente, ou por eles reduzido à
responderá por todas as perdas e danos que insolvência, ainda quando o ignore, poderão
houver causado ao coacto.” ser anulados pelos credores quirografários,
como lesivos dos seus direitos.”
E. Estado de perigo. Noções gerais.
Aproximação e distinção com o instituto da
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