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Anais 2018

Mossoró/RN

Área temática: Ciências Humanas

História e memória de mulheres em assentamentos do oeste potiguar

Talita Marques Sena, Kyara Maria de Almeida Vieira, Ana Cláudia de Andrade Costa

Resumo
O presente resumo tem como objetivo apresentar os resultados da pesquisa de Iniciação
Científica-PICI/UFERSA, realizada no período de agosto/ 2017 a julho/ 2018, tendo como foco (i)
a trajetória de mulheres do campo que se tornaram lideranças em assentamentos do Oeste
Potiguar e verificar (ii) as táticas cotidianas de mulheres assentadas para sua convivência no/do
semiárido potiguar. A metodologia empregada foi: 1) pesquisa bibliográfica acerca do objeto da
pesquisa, a partir de autores/as como: Joan Scott (1995), Matos (1998) e Albuquerque Jr.
(2008), dentre outros; 2) delimitações do campo de estudo, escolhendo os Assentamentos P. A
Esperança e P. A Nova Vida, localizados no município de Upanema/RN; 3) entrevista
semiestruturada, gravada em áudio, com moradoras dos referidos assentamentos. Diante do que
foi observado em nosso estudo percebemos que a discussão e a participação da mulher nos
variados espaços são decorrentes de uma longa luta travada pelos movimentos sociais e da
resistência feminina no cotidiano. Sendo assim, através da análise das narrativas das entrevistas
na pesquisa, foi possível perceber que as mulheres estão buscando seu espaço na comunidade
e que as suas atividades têm sido de muita importância para suas vidas e para vida de outras
mulheres. Percebemos que a determinação legal da presença das mulheres nos espaços
políticos de representatividade não incidiu diretamente no preconceito e não levou ao
reconhecimento das capacidades (e direitos) das mulheres. Mas, deu/ dá às mulheres a
possibilidade de lutar para estarem nesses espaços, ocuparem esses espaços. Sabemos que
essa autonomia ainda não é proporcional ao trabalho executado pelas mulheres camponesas e
nem à sua resistência. A diferença sexual continua sendo um marcador do exercício do poder,
por isso Scott (1990, p. 84) afirma: “Temos necessidade de uma rejeição do caráter fixo e
permanente da oposição binária, de uma historicização e de uma desconstrução genuínas dos
termos da diferença sexual.” As mulheres estão buscando seu espaço nas comunidades, e tanto
a legislação quanto a participação em movimentos sociais de mulheres (enquanto tática de
sobrevivência), têm sido de muita importância e influência para as vidas de nossas
colaboradoras e de outras mulheres, como também de suas comunidades na relação e
convivência com o semiárido.

Palavras-chave: Mulheres. Liderança. Semiárido. Rural. Potiguar.


Agência financiadora: Bolsista IC-PICI (2017-2018).

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