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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS – GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

A DESNUTRIÇÃO INFANTIL: FATOR QUE INFLUÊNCIA NA


APRENDIZAGEM

POR

Alessandra Felix da Silva Santana

Orientador

Carly Machado

Rio de Janeiro – Rj

2009
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS – GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

A DESNUTRIÇÃO INFANTIL: FATOR QUE INFLUÊNCIA NA


APRENDIZAGEM

Apresentação de Monografia à
Universidade Cândido Mendes
como condição prévia para
conclusão do curso de Pós-
Graduação “Latu Sensu em
Psicopedagogia Institucional”.

Rio de janeiro – RJ

2009

2
Agradecimentos

Agradeço a minha mãe que me


apoiou e esteve todo esse tempo ao
meu lado. Ao amigo presente em
todos os momentos da minha vida.
Aquele que nunca me abandonou,
meu Deus.

3
Dedicatória

Dedico esta monografia ao meu


filho e a todos os meus familiares.

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Resumo

A sociedade brasileira é resultante da conjugação de fatores


econômicos, sociais e culturais que podem influenciar na miséria e,
conseqüentemente, na desnutrição, ocasionando déficit na aprendizagem do
escolar. No presente trabalho, procurou-se estabelecer as relações existentes
entre a desnutrição infantil energético-protéica (DEP) e suas implicações no
processo de memória e aprendizagem motora, visto que a carência de
nutrientes devido a uma má alimentação prejudica esses processos levando a
um quadro de comprometimento da memória e conseqüente atraso na
aprendizagem motora, além da susceptibilidade às infecções e doenças
oportunistas, agravando o estado geral da criança. Nota-se que a desnutrição
infantil está fortemente ligada à condição de pobreza das camadas menos
favorecidas socioeconomicamente. Para tal, realizou-se uma revisão
bibliográfica minuciosa em livros e artigos científicos e eletrônicos referentes ao
assunto.

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Metodologia

Foi realizado levantamento bibliográfico utilizando-se de diversos meios


de pesquisa tais como consulta em bibliotecas, internet e revistas relacionadas
à educação, apoiado pelos conhecimentos adquiridos no curso e pela
elaboração das idéias no decorrer da vida profissional, que é sem dúvida
essencial.

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Sumário

. Introdução......................................................................................................p 8.

. Capítulo I - Desnutrição Infantil nas Escolas...............................................p 10.

1.1 - Desnutrição Infantil.................................................................p 10.

1.2 - Seqüelas causadas pela desnutrição.....................................p 13.

1.3 - Relação entre a Desnutrição Energético-proteíco, memória

e aprendizagem.....................................................................p 15.

. Capítulo II – Alimentação e Aprendizagem.................................................p 18.

2.1 – Alimentação escolar...............................................................p 18.

2.2 – Alimentação interferindo na aprendizagem...........................p 20.

2.3 – Má alimentação na criança em idade escolar........................p 21.

. Capítulo III – Atuação Psicopedagogica e a Desnutrição Infantil................p 23.

3.1 – Atuação psicopedagógica institucional......................................p 23.

3.2 – Atuação psicopedagogica institucional para a diminuição

da desnutrição infantil.................................................................p 25.

. Conclusão ...................................................................................................p 27.

. Referências Bibliográficas...........................................................................p 29.

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Introdução

Nos primeiros anos de vida, é importante que a criança seja estimulada


a desenvolver suas potencialidades. É neste período que uma alimentação
equilibrada e sadia se faz necessária, sendo um dos diversos componentes
para preparar uma base sólida para crescimento e desenvolvimento
satisfatórios, pois a nutrição é fator essencial aos seres humanos de forma
global. Nessa perspectiva, torna-se necessário estabelecer relações diretas a
respeito dos agravos que podem comprometer o desenvolvimento físico, social,
afetivo e psicomotor de uma criança quando vivencia a falta do alimento ou
possui alimentação inadequada.

A desnutrição infantil é uma das mais significativas patologias tornando-


se problema de saúde pública, sendo de origem multicausal, tendo como uma
das principais origens o fator social, o qual engloba as condições e qualidade
de vida (LOPES; VIEIRA, 2005; UNICEF, 2003). Crianças desnutridas
apresentam limitações de aprendizagem, não respondendo adequadamente
aos estímulos, reduzindo o interesse diante do ato de brincar e explorar o novo.
Existem vários tipos de desnutrição, a simples carência de vitamina D pode
resultar em um tipo de desnutrição, o raquitismo. Neste trabalho será
enfatizada a Desnutrição Energético-Protéica (DEP), e dentro desta os seus
tipos: Marasmo, Kwashiorkor, e sua manifestação intermediária (Kwashiorkor-
Marasmático).

O educador tem papel fundamental nas questões referentes à


aprendizagem, mas, sobretudo, na sensibilização da importância de uma
alimentação satisfatória e adequada, condizente com a realidade de cada
criança em idade escolar. No entanto, o fato de o educador permanecer inerte
a esta situação dificulta e torna inviável a qualidade de vida das crianças, as
quais, por lei, têm direito à educação e alimentação, o que, conseqüentemente,
é negar-lhes o direito à vida com dignidade.

Como associar infância ao brincar, se a desnutrição inviabilizar esta


prática, tornando a criança frágil, vulnerável aos vários tipos de doenças,
apáticas e sem vigor físico, comprometendo etapas importantes para uma vida

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adulta? A alimentação é fator imprescindível na aprendizagem, pois a fome
poderá reduzir o rendimento formal do aluno.

Esta pesquisa será relevante tanto à sociedade como um todo, assim


como também para nossa profissão. Como psicopedagoga tomaremos
consciência de fatores que determinam aprendizagem e com isso, cabe a nós,
repensarmos nossa prática institucional. Muitas vezes olhamos a criança
apenas em seus aspectos cognitivos sem nos preocuparmos com as
influências do meio como: alimentação, moradia digna, saneamento e as
condições sócio-econômicas que interferem de maneira significativa no
processo de aprendizagem. Ou seja, este trabalho será também um estímulo
para que a sociedade possa exigir dos políticos o mínimo a que tem direito,
como uma merenda escolar de boa qualidade, que supra as necessidades
nutricionais das crianças em horário escolar, não que esta ação resolva o
problema mais atenua por alguns instantes o incômodo da fome para que
então a criança possa concentrar-se para assistir as aulas.

Dada a importância do conhecimento do desempenho escolar de


crianças, este estudo teve por objetivo investigar a influência da má
alimentação, nas crianças de uma escola de rede pública, sobre a
aprendizagem do escolar.

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Capítulo 1

Desnutrição Infantil na Escola

A desnutrição infantil ocorre através de ingestão inadequada de


alimentos, com consumo insuficiente em calorias e proteínas; tendo como
conseqüência funcional à perda ponderal e retardo de crescimento. Apresenta
fatores determinantes com: crescimento e desenvolvimento deficientes, maior
vulnerabilidade a doenças infecciosas, comprometimento do estado funcional e
a redução do rendimento escolar.

1.1 Desnutrição infantil

A desnutrição infantil configura-se em um dos maiores problemas


mundiais da saúde pública, sendo suas causas multifatoriais, como condições
socioeconômicas e culturais, doenças, desmame precoce, dentre outros.
(GUIMARÃES et al 2007)

A pobreza é um dos fatores mais importantes que levam a desnutrição,


pois está associados às baixas condições socioeconômicas e a
desestruturação familiar. É uma doença que acomete freqüentemente, crianças
de baixa idade, pois apresentam crescimento e desenvolvimento em ritmo
acelerado.

A desnutrição infantil é um dos problemas de saúde mais grave dos


países em desenvolvimento, devido às grandes conseqüências desastrosas no
crescimento, desenvolvimento e sobrevivência das crianças. Esta doença é a
segunda causa de morte mais frenquente em crianças menores de cinco (5)
nos países em desenvolvimento, conforme Monte (2000)

“A desnutrição geralmente se inicia no útero (...) e bebês de baixo peso que


sofreram retardo de crescimento intra-uterino nascem desnutridas e estão em
mais alto risco de morte do que os bebês normais. Se eles sobrevivem é

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improvável que recuperem mais tarde o crescimento perdido e, provavelmente,
apresentarão uma variedade de déficits de desenvolvimento”. (MONTE)

As conseqüências da desnutrição para o organismo da criança são


várias, desde o comprometimento do crescimento, onde “a manutenção da
carência alimentar leva à desaceleração do ganho de estatura na tentativa de
economizar energia visando manter as funções vitais”. (ESCOBAR, 2000),
além da diminuição do peso, devido à perda de tecido subcutâneo e massa
muscular.

A criança que apresenta quadro de desnutrição está mais sujeita a


adquirir infecções, “os efeitos da desnutrição e da infecção, mesmo nas formas
moderadas e leves, não são aditivos, mas sim multiplicativos”. (MONTE, 2000),
visto seu sistema imunológico estar comprometido. Esse quadro pode levar a
um comprometimento no desenvolvimento geral, com efeitos deletérios na
aprendizagem e nas funções motoras.

A desnutrição pode ser classificada quando à intensidade (leve,


moderada e grave), duração (aguda e crônica) e tipo (Marasmo, Kwashiorkor e
manifestações intermediárias).

A Desnutrição Energético-Protéica (DEP), segundo a OMS apud


Escobar (2000), é uma síndrome definida como “uma gama de condições
patologias causada pela falta concomitante de calorias e proteínas, em
proporções variáveis, que ocorre com maior freqüência em crianças de baixa
idade, estando geralmente associada à infecção”.

A DEP pode ser classificada conforme sua gravidade em 1º, 2º e 3º


grau, segundo critérios de Gómez que se baseiam na perda de peso
apresentada pela criança. A desnutrição de 3º grau é o extremo da DEP, ela
pode ser dividida em dois tipos clínicos e um intermediário: Marasmo.
Kwashiorkor e Kwashiorkor-Marasmático.

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Marasmo

Segundo Escobar (2000) “o marasmo, tem como característica uma


deficiência crônica de energia, com perda da massa muscular e ausência de
gordura subcutânea, normalmente a criança apresenta peso abaixo de 60% da
média para a idade (abaixo de 12 meses), devido ao desmame precoce e a
baixa ingestão, principalmente de calorias e proteínas.

Dessa forma, o aspecto físico da criança marasmática é caracterizado


por membros superiores e inferiores extremamente magros, cm baixa estatura
para a idade, expressão facial envelhecida, abdômen saliente e pele enrugada
e solta na região das nádegas, além de apresentar baixa atividade física,
diarréia, parasitoses, tuberculose, hipotermia, anemia e desidratação, afetando
também o aspecto emocional em que a criança tende a ficar triste chorosa e
irritada.

Kwashiorkor

O Kwashiorkor consiste basicamente em deficiência protéica, que pode


ser associada também na deficiência de calorias. A criança que apresenta esta
síndrome tem como quadro clínico, algumas alterações na pele dos membros
inferiores, atraso no crescimento, perda da gordura subcutânea e muscular
(menos intensa que no marasmo),apresentam edema, fraqueza muscular,
distensão abdominal, hepatomegalia e dificilmente responde a estímulos.

“A desnutrição do tipo Kwashiorkor pode ser caracterizada pela


deficiência de proteína na dieta, além de vitaminas e sais minerais, onde a
alimentação ingerida na forma de carboidrato é normal (arroz, milho e
mandioca, por exemplo; alimentos de baixo custo), não ocorrendo o mesmo
com a ingestão de fontes alimentares ricas em proteínas (como por exemplo, a
carne bovina e/ou de aves; alimento de custo elevado”). (Mendonça, 2003 apud
VOLTARELLI ET AL, 2008, P.76)

Kwashiorkor-marasmático

O Kwashiorkor-marasmático é um quadro misto em que os sinais e os


sintomas do marasmo e do Kwashiorkor freqüentemente se combinam, ou seja,
uma combinação de deficiência calórica crônica com deficiência protéica

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crônica. “ Isso ocorre, por exemplo, quando um paciente marasmático é
submetido a um estresse agudo, como trauma cirúrgico ou infecção, de forma
que o Kwashiorkor seleciona à desnutrição calórica prévia”. (OLIVEIRA, 1998;
WAITZBERG, 2001 apud SOUSA et al, 2007)

1.2 Sequelas Causadas pela Desnutrição

As sequelas deixadas pela desnutrição são de ordem física, neurológica


e psicológica, entre outras, podemos citar, entre elas, o nanismo – a criança
tratada da desnutrição a qualquer tempo recupera o ganho de peso, porém a
estatura é algo mais complexo, pois o principal fator de controle em longo
prazo da secreção do hormônio do crescimento é o estado nutricional dos
próprios tecidos, especialmente seu nível de nutrição protéica. Portanto a
deficiência nutricional pode levar a deficiência da secreção do hormônio do
crescimento e, conseqüentemente, a baixa estatura. (GRAVIOTO, 1982).

Segundo Castro (1996), criança que tiveram desnutrição grave durante


seu primeiro ano de vida, mostraram posteriormente distúrbio de rendimento
escolar – falta de atenção, agitação, pouca memória, motivação escassa,
labilidade emocional, reduzida aptidões sociais, aspectos físicos inexpressivos
e Q.I mais baixo. O retardo no desenvolvimento neuropsicomotor também é
constatado, deixando a criança de evoluir em diversas etapas ou faze-las com
atraso, como engatinhar andar sem ajuda, conseguir equilíbrio estático e
dinâmico.

Outra seqüela evidenciada é o atraso da linguagem. Devido a falta de


estímulos e a própria carência nutricional, a criança desnutrida comunica-se de
maneira ineficiente e inadequada. O tempo de internação também é um fator
que contribui para esse atraso. (CASTRO, 1996).

Entende-se por desnutrição a combinação de uma dieta inadequada


com infecções. Em crianças, isso é traduzido como crescimento deficiente
tendo peso e altura menores. Considera-se uma criança gravemente

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desnutrida aquela que apresenta 70% a menos do seu peso ideal. “A criança
desnutrida apresenta problema de pele, humor e algumas vezes,
pigmentação”, explica a nutricionista Lucia Endrivkaite.

Imaginar que combater a desnutrição constitui simplesmente satisfazer o


apetite de uma criança é engano. Ainda que coma o suficiente, esta pode
continuar desnutrida com deficiência de Zinco, ferro, vitamina A , iodo e folato,
essenciais para uma vida saudável constituindo-se em elementos que não
devem faltar à mesa dos brasileiros.

Uma criança desnutrida está mais propensa a morrer de doenças


comuns da infância do que as consideradas “saudáveis”. Doenças cardíacas,
diabetes e hipertensão são resultados de deficiências alimentares durante o
crescimento fetal e o desenvolvimento ao longo da vida. Crianças desnutridas
também apresentam limitações em suas capacidades de aprendizagem, não
respondendo adequadamente aos estímulos, reduzindo assim seu interesse
diante do brincar e explorar o novo. Debilitados em seu potencial físico e
mental, elas tornam-se adultos com níveis de produtividade mais baixa e com
futuro sem perspectiva.

“Hoje, no Brasil, ocorre um empobrecimento crescente da população. A


maior parte das pessoas não tem condições econômicas para uma alimentação
mínima necessária. Aumenta os índices de desnutrição, aumenta a situação de
miséria e de fome, aumenta o número de crianças nas escolas públicas que
vão à aula praticamente em jejum. Um contingente enorme de crianças
subsiste à base de papa de água e farinha”. (VALENTE p.105,1989).

Neste sentido, a escola atual apresenta-se como o espaço e um tempo


privilegiado para a promoção de saúde, por ser um local onde muitas pessoas
passam grande parte do seu tempo, vivem, aprendem e trabalham. O ambiente
de ensino, ao articular de forma dinâmica alunos, familiares, professores,
funcionários, técnicos – administrativos e profissionais de saúde, proporciona
as condições para desenvolver atividades que reforçam a capacidade da
escola de transformar-se em um local favorável à convivência saudável, ao
desenvolvimento psíco-afetivo, ao aprendizado e ao trabalho de todos os
envolvidos nesse processo podendo, como conseqüência, constituir-se em um

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núcleo de promoção de saúde local (SITE SAÚDE. GOV, Seção
programas/promoção, 2004).

1.3 A relação entre a Desnutrição Energético-protéico,


Memória e Aprendizagem.

Segundo Rocha (2005), em um artigo sobre “Desnutrição e


Aprendizagem”, crianças desnutridas menores de cinco (5) anos de idade,
apresentavam crescimento do cérebro menor em relação às não desnutridas,
além de uma importante redução do número de sinapses por neurônio em
áreas do córtex, porém algumas crianças podem apresentar massa encefálica
normal, contudo, algumas sinapses podem não funcionar. Nóbrega (1986)
também observou a diminuição da circunferência craniana e da massa
encefálica em crianças com desnutrição severa.

Em relação à desnutrição que se inicia na fase intra-uterina,


especificamente do período que vai da 30ª semana de gestação até os dois (2)
anos de idade, por estar ocorrendo intensa formação do SNC, período sensível
do desenvolvimento, os danos são enormes, principalmente por coincidir com o
desmame, com uma fase de crescimento e desenvolvimento acelerado e no
caso de famílias pobres, com a privação nutricional. (Rocha, 2005).

Conforme Rose (1981), após o nascimento há uma quadruplicação do


peso e do tamanho do cérebro, justificado pelo aumento das células da Glia,
que são responsáveis pelo suporte, nutrição e mielinização dos neurônios.
Esse aumento do número de sinapses está diretamente relacionado à
presença dos estímulos dados a crianças nos primeiros meses de vida, “e
como respostas a eles, haverá o desenvolvimento do córtex e surgimento de
conexões neurais e novas sinapses”.

É o córtex que dá ao ser humano a enorme capacidade de processar


informações de vários sistemas sensoriais, como a visão e a audição. Essa
habilidade do córtex é reconhecida como um bom indicador de

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desenvolvimento neuro-integrativo do indivíduo. (ROCHA, 2005). No desnutrido
essa capacidade é reduzida. Assim, essas crianças são mais lentas para
materializar a informação, ou seja, relacionar o que ouvem com o que vêem,
ocasionando um déficit na memória.

Na criança desnutrida, a diminuição do peso e do tamanho do cérebro


pode ser justificado pela diminuição do número de células da Glia. Com a
redução da mielinização dos neurônios, pode ocorrer diminuição na condução
dos estímulos prejudicando a resposta motora.

“A inteligência é um pré-requisito para alguém aprender” (Falcão, 1996,


p.74). Comumente são utilizados testes de inteligência para mensurar o
desempenho de crianças e normalmente constata-se desempenho inferior
naquelas com quadro de desnutrição. (COSTA Jr. e ZANNON, 1992)

Conforme Falcão (1996, p.81), parece haver uma correlação entre


hereditariedade e inteligência, “pois crianças desnutridas, nascidas de mães
desnutridas, apresentam permanente deficiência de Q.I., mesmo que
alimentadas após o nascimento”. Estudos realizados com crianças chilenas,
em idade pré-escolar de classes socioeconômicas baixas, com casos de
desnutrição, revelaram que nas mesmas, ocorre a baixa eficiência mental e
motora e uma correlação entre retardo do crescimento e baixa capacidade
intelectual. (MONCKEBERG apud NOBREGA, 1986).

A aprendizagem motora é entendida como “mudança relativamente


permanente no comportamento motor, conforme as experiências anteriores,
ocorrida em virtude de prática e inferida por meio de desempenho”. (ROSE,
1997, apud BENDA, 2006). Assim, é necessário que se desenvolva um
ambiente saudável, pois a criança que sofre com a carência afetiva
(característica do desnutrido) possui carência de estímulos, fazendo com seu
comportamento não amadureça e não se concretize, ou seja, “não estimular
atrasa a maturação”, considerando o ritmo individual de maturação.

Segundo Benda (2206), para que ocorra a aprendizagem, o feedback é


essencial. Ao tentar executar uma tarefa, a criança não tem capacidade precisa
de avaliação de seu padrão de movimento ou mesmo explicar qual resultado
atingiu. Para fazer essa análise a criança depende do feedback, e geralmente

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sua referência é a orientação de um adulto, o que no caso do desnutrido pode
ser um agravante, pois geralmente essa se encontra em uma situação de
abandono ou de pouca atenção.

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Capítulo 2

Alimentação e aprendizagem

Crianças desnutridas ou com carência alimentar possuem dificuldade de


assimilação, especialmente de adquirir linguagem, tendo em vista o fato de que
a fome compromete o aprendizado, que faz parte do crescimento da criança e
está relacionado a múltiplos fatores – biológicos, social e afetivo, assim como o
estímulo para atividades lúdicas – porém, como a brincadeira é inerente à
criança, muitas vezes, desafia seu limite.

2.1 Alimentação escolar

A alimentação escolar não tem o papel de combater a desnutrição, mas


é uma das ferramentas que possibilita o aprendizado, no cenário escolar,
proporcionando conforto e bem-estar ao aprendiz, prevenindo a dispersão na
aula por conseqüência da fome, pois esta, na maioria das vezes, é a única
alimentação do dia para a criança (COSTA et al, 2001)

No dia que tinha merenda eles comiam de quadro a cinco pratos, às


vezes a escola tinha uma certa resistência, a professora tinha que entrar e falar
da realidade daquela criança, porque muitas vezes aquela criança só tem
aquela alimentação da escola durante todo o dia (P3, 4)

Para Sawaya (2006), a merenda pode resolver a “fome do dia”, pois


estômago vazio compromete a capacidade de atenção, diminuindo a
disposição de viabilizar a aprendizagem de qualquer ser humano. De acordo
com a finalidade do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE,
também chamado como programa da merenda, que é promover hábitos
alimentares saudáveis, pode-se utilizar diversas situações nas quais as

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atividades educativas em nutrição podem ocorrer, visando a promover a saúde
e possibilitar aquisição de conhecimento (BRASIL,2006).

A alimentação, principalmente nas creches, favorece a modificação de


hábitos alimentares, por facilitar a aceitação de novos alimentos, sendo
importante a implantação de programas de educação nutricional nestas
instituições para promover uma melhora na qualidade da alimentação infantil (
VALLE; EUCLYDES,2007).

Segundo o PNAE (2006), o escolar tem direito a uma alimentação em


quantidade e qualidade suficientes para atender a necessidade nutricional no
período do dia em que este permanece na escola, possuindo assim
características peculiares na perspectiva de assistência nutricional.

Há fatores que devem ser trabalhados na educação, como os culturais,


configurados nas crenças, valores, estilo de vida e influência da mídia, frente
aos quais todos são, a toda hora, convidados a degustar comidas
industrializadas, como refrigerantes, sanduíches, frituras, enlatados, cujo teor
nutritivo é mínimo.

A má nutrição pode ser uma junção de fatores culturais – como sofrer


influência da mídia ou de outras pessoas com as quais convivem – e pessoais
– como baixa condição econômica, ignorância e a idiossincrasia, que
caracterizam os fatores intensamente contribuintes para uma alimentação
insatisfatória (MOYSÉS E LIMA, 1982).

Ressalta-se que alimentos simples, mas, sobretudo, saudáveis são


substituídos sob a influência poderosa da mídia, que é parte do cotidiano de
famílias carentes, na maioria das vezes, única fonte de lazer. Portanto, a
promoção da saúde surge como estratégia transformadora, visando
conscientizar da necessidade de nutrientes associados à comida do dia-a – dia,
contrapondo o discurso do senso comum centrado em uma espécie de
“medicalização” (FROTA, 2003; SILVA, REGINE, QUEIROZ, 2002).

2.2 Alimentação interferindo na aprendizagem

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Notou-se o desafio para a criança em romper a barreira que inibe a
capacidade de aprendizagem caracterizada por um dos fatores predominantes
– “fator fome”, violando assim o direito de ter uma alimentação adequada.
Segundo o Instituto Cidadania/ Fundação Djalma Guimarães (BRASIL, 2001),
suprir as necessidades nutricionais da criança melhora a capacidade no
processo de aprendizagem, reduzindo a repetência escolar.

Para o fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF, a pobreza


está ligada ao acesso inadequado a serviços sociais básicos, significando mais
do que renda insuficiente para cobrir as necessidades mínimas das famílias –
como saúde frágil, baixa escolaridade, discriminação, marginalização, que
também são indicadores de pobreza (UNICEF, 2001).

A pobreza apresenta-se visível, onde é notável a falta de recursos


financeiros/matérias. Mostra-se também invisível, sob o caráter de privação
social e cultural, como falta de oportunidades de emprego e educação,
carência de serviços de saúde de qualidade e ausência de serviços públicos. A
criança é a mais atingida pela pobreza e conseqüentemente, apresenta
distúrbio de aprendizagem.

2.3 Má alimentação na criança em idade escolar

A carência alimentar da criança foi percebida por alguns professores no


cotidiano em sala de aula. No entanto, as características observadas na
pesquisa revelam hipoatividade, baixo desempenho intelectual ocasionando
comprometimento do rendimento escolar, comprometimento físico relacionado
a fraqueza, cansaço, desânimo, dentre outros sintomas. Relatos demonstraram
ainda que a má alimentação apresenta sinais como possuir “olho fundo”, assim
como dificuldade em conciliar o aprendizado, comprometendo o raciocínio e o
cognitivo, retratado nos seguintes discursos:

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As crianças na maioria das vezes são sonolentas se cansam muito
facilmente e o raciocínio é extremamente lento;

Dentro de sala de aula fica muito difícil, porque eles têm muito sono,
ficam fracos, não participam porque não tem força, até mesmo a parte motora
fica fragilizada (...) Além de chegarem à escola com fome, ainda andam
quilômetros para vir à escola, já chegam desfalecidas, interferindo na
aprendizagem.

Sabe-se que inúmeros fatores estão envolvidos no fracasso escolar,


sendo estes em sua maioria decorrentes do âmbito escolar, tais como: más
condições de vida e subsistência de grande parte da população escolar
brasileira, bem como as péssimas condições econômicas, responsáveis dentre
outros fatores pela fome e desnutrição; a falta de moradias adequadas e de
saneamento básico, enfim, todo o conjunto de privações com o qual convivem
as classes sociais menos privilegiadas surge como o elemento explicativo
fundamental (MOYSÉS E LIMA, 1982).

As evidências da desnutrição, no início da vida, levam, quase sempre, a


uma perda irreversível do potencial intelectual. A maioria das crianças
desnutridas provém de meio-ambiente em que a má nutrição, a pobreza, a
fome e a ignorância são concomitantes e, muitas vezes, sofrem não só da falta
de alimento, mas sobretudo de carência de estímulos psicossociais
(FERREIRA, 2000; COLLARES; MOYSÉS, 1992).

A criança busca estreitar relações por meio das brincadeiras, porém, em


alguns casos, observou-se o sentimento de exclusão, que pode estar
relacionado à característica de hipoatividade da criança. Nessa condição, a
modificação do estado nutricional para obter dinamismo é um processo lento,
impossibilitando ao infante desempenhar exercícios intensos, tais como: correr,
pular, jogar bola, dentre outros.

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O cuidado prévio do estado nutricional da criança é relevante, devendo
ser acompanhado por um profissional da saúde, por meio de consultas
periódicas e sistemáticas, sendo também um momento de esclarecimento
materno, pois todos os órgãos, assim como todos os tecidos, cérebro e os
ossos são formados durante o período que vai da concepção até os três anos
de idade, sendo delineados os potenciais físico e intelectual da criança, que
poderão ser comprometidos em decorrência da má nutrição.

Para tanto, um aliado nesse processo é a percepção da professora que


identifica fatores relacionados à má nutrição infantil, tendo em vista o contato
diário, proporcionando a detecção precoce de complicações futuras. Como
demonstra a fala seguinte: As crianças parecem aéreas, falam muito pouco,
falta coordenação até para pegar no lápis, é difícil trabalhar.

22
Capítulo 3

Atuação Psicopedagogica e a Desnutrição Infantil

3.1 Atuação do Psicopedagogo na instituição

A psicopedagogia assume um compromisso com a melhoria da


qualidade do ensino expandindo sua atuação para o espaço escolar,
atendendo, sobretudo, aos problemas cruciais da educação no Brasil.

Na escola, o profissional da psicopedagogia também utiliza instrumental


especializado, sistema específico de avaliação e estratégias capazes de
atender aos alunos em sua individualidade e de auxilia-los em sua produção
escolar e para além dela, colocando-os em contato com suas reações diante
da tarefa e dos vínculos com o objeto do conhecimento. A meta é sempre
resgatar de modo prazeroso o ato de aprender.

A psicopedagogia institucional pode ser compreendida de dois modos:

3 Trabalhando a escolaridade “in loco” escolar, tal como sugere Fagali e vale
(1999);

4 Trabalhando a instituição enquanto aparelho e estrutura resistente à


mudança, pois tende a legitimar a ideologia dominante: Por que o aluno não
aprende? Por que ele nega o ato de estudar? Por que um aluno com
potencial mental bem estruturado apresenta dificuldade com a
aprendizagem acadêmica?

Esse primeiro modo engloba a tarefa clínica. Clinicar significar cuidar do


outro que, explícita ou implicitamente, sofre. Nesse sentido o profissional da
psicopedagogia cuida dos seus modos de cuidar do ser em estado
sofrimento. O clínico, na instituição, contribui com o diagnóstico e

23
intervenção frente às dificuldades do aluno em relação à aprendizagem.
Aqui cabe uma observação, pois compreendemos o diagnóstico, se bem
efetuado, como um processo de intervenção que gera mudanças no próprio
ser do aluno/cliente!

No modo institucional-escolar o profissional da psicopedagogia procura


refletir sobre a aprendizagem do aluno, na relação com a informação e os
conceitos em diferentes áreas do conhecimento, buscando os diagnósticos
e ampliação da prática em sala de aula, junto a professores e pedagogos.
Assim, na psicopedagogia institucional os trabalhos em sala de aula, salas
de apoio e/ou salas de recursos contaminam os outros profissionais da
instituição. Como esses profissionais são agentes que fornecem sentido à
instituição, a proposta psicopedagogica acaba por ser institucional. Esse
trabalho é um novo espaço, onde se aprofundam as questões sobre as
dificuldades de aprender e com isso, vai construindo para a instalação de
intervenção preventiva: os profissional da psicopedagogia passam a sentir-
pensar-agir novas ações frente aprendizados dos conceitos, na escola.
Nesse contexto, o profissional da psicopedagogia facilita a ampliação e a
abertura para novas construções onde estejam presentes a integração
cognitivo-afetivo-social e a transdisciplinaridade. O educador passa, nesse
processo dialético, a rever o seu próprio processo de aprender. O
profissional de psicopedagogia contribui intelectual, mas principalmente
com vivências e práticas por meio de oficinas, por exemplo.

Cabe, ainda, ao profissional da psicopedagogia assessorar a escola,


prestar consultorias etc. trabalhando o papel que lhe compete, seja
propondo para com a reestruturação de uma atuação da própria instituição
junto a alunos e professores. Pode também colaborar para com o
redimensionamento do processo de aquisição e incorporação do
conhecimento dentro do espaço escolar, seja, por exemplo, reconhecendo
seus limites e então, encaminhando alunos para outros profissionais.

3.2 Atuação Psicopedagogica institucional para a diminuição


da desnutrição infantil

24
A proposta central investigar a relação entre a má alimentação nas
crianças de uma escola, que vivenciam situação de pobreza, e as
conseqüências na aquisição do conhecimento em ambiente de educação
formal.

O psicopedagogo destaca, portanto, a importância da reflexão das


sociedades civis e governamentais quanto à qualidade da alimentação e,
sobretudo, como aliada na formação escolar, visando a possibilidade de
transformação desta realidade.

Cuidar da saúde alimentar e da educação das crianças significa


fortalecer vínculo com a dia-a-dia da comunidade escolar-família, buscando
estreitar laços afetivos que permitam conhecer o cotidiano, com vistas à
integração e à promoção de saúde, sobretudo criar estratégias de mudanças
nos hábitos alimentares da criança. É válido ressaltar a necessidade de se
constituírem equipes multidisciplinares nas escolas, em especial com a
inclusão do nutricionista, fortalecendo o trabalho com um profissional da área
da saúde, produzindo idéias somatórias que contribuam para a aprendizagem
da criança, muitas vezes, submetida a condições precárias do meio,
relacionadas à alimentação, à moradia, ao saneamento básico, enfim às sua
condição socioeconômica e cultural.

Na escola, o emprego de técnica pedagógicas que privilegiem as


emoções positivas como meio de comunicação de novos conhecimentos pode
garantir maior motivação e interesse por parte dos alunos e,
conseqüentemente, um registro privilegiado na memória das novas
informações.

Cury afirma que ensinar determinado conteúdo, em nosso caso a


escolha alimentar, estimulando a emoção dos alunos desacelera o
pensamento, melhora a concentração e produz um registro privilegiado de
memória. Trabalhar com a emoção é desenvolver uma das funções mais
importantes da inteligência.

25
Os psicopedagogo deve orientar ao professores das classes de
Educação infantil e de Ensino Fundamental, a atividade “cozinha experimental”
é sempre um sucesso, pois as crianças têm

Os psicopedagogo devem orientar os educadores para observarem as


crianças que se mostram quietas e apáticas em relação às atividades
desenvolvidas em sala de aula. Estes fatores sinalizam algo que, muitas vezes,
pode se vincular à carência alimentar podendo ser confundidos com
desinteresse e déficit de aprendizagem, assim como se vincular aos modos de
ensinar e aos conteúdos apresentados e à ausência de correlação com o
cotidiano de vida destas crianças e suas necessidades de vida e sobrevivência.

Chama-se a atenção para o momento do lanche, que pode ser realizado


com criatividade e afetividade, compartilhada entre crianças e educadores,
utilizando o caráter lúdico, característico da idade infantil, organizado de forma
coletiva, favorecendo a interação, socialização e outras práticas educativas,
como as noções de higiene, por exemplo, que devem ser comentadas,
sobretudo no âmbito familiar.

26
Conclusão

O objetivo primeiro da Educação Alimentar é o de despertar nas crianças


hábitos alimentares saudáveis e nutritivos. A criança que não é orientada a se
alimentar corretamente provavelmente será um adulto que necessitará de
reeducação alimentar. O presente trabalho procura ressaltar a importância do
trabalho interdisciplinar – escola, família, profissionais de saúde – na Educação
Alimentar da criança, levando sempre em consideração que as escolhas
alimentares são experiências aprendidas e que ela deve ter um foco de
trabalho diário.

A princípio, parece óbvio que a prática regular de exercícios físicos e a


manutenção de bons hábitos alimentares são pontos importantes para
manutenção da saúde e prevenção de várias doenças (cardiovasculares,
diabetes, obesidade, alguns tipos de câncer, entre outros), mas simplesmente
conhecer, sem vivenciar essas práticas, pode ser apenas reprodução de
conhecimento. O que importa mesmo é poder colocar conhecimento em prática
e sentir os efeitos dessas práticas em nosso dia-a-dia. Assim, nas escolas,
propomos que através de vivências os alunos busquem dar sentido aos
conteúdos estudados, a tão comentada “educação para a vida”.

Notou-se o desafio para a criança em romper a barreira que inibe a


capacidade de aprendizagem caracterizada por um dos fatores predominantes
– “fator fome”, violando assim o direito de ter uma alimentação adequada.
Segundo o Instituto Cidadania/Fundação Djalma Guimarães( BRASIL, 2001),
suprir as necessidades nutricionais da criança melhora a capacidade no
processo de aprendizagem, reduzindo a repetência escolar.

Crianças desnutridas ou com carência alimentar possuem dificuldade de


assimilação, especialmente de adquirir linguagem, tendo em vista o fato de que
a fome compromete o aprendizado, que faz parte do crescimento da criança e
está relacionado a múltiplos fatores – biológico, social e afetivo, assim como o
estímulo para atividades lúdicas – porém, como a brincadeira é inerente à
criança, muitas vezes, desafia seu limite.

27
Tendo a escola uma participação de coadjuvante da família no processo
de educação, formação de hábitos e de respeito a valores, o objetivo que se
deseja alcança, de uma população saudável, só será conseguido com a firme
participação das famílias. Também ela terá de mudar hábitos que fazem parte
do seu dia-a-dia, inclusive na lista de compras do supermercado.

Ou seja, é importante, também, que essas ações e seus efeitos


atravessem os muros escolares e alcancem a sociedade como um todo, não
delegando-se somente às escolas a responsabilidade de proteção, apoio e
estímulo a práticas saudáveis na vida de nossas crianças e jovens.

Diante destas considerações, evidencia-se o quanto a política


educacional brasileira necessita de mudanças no que se refere à alimentação
das crianças em idade escolar, bem como a uma vigilância alimentar e
nutricional, por meio do Sistema de Informação sobre Vigilância Alimentar e
Nutricional – SISVAN, que possibilitará uma precisão de dados estatísticos,
fornecendo assim subsídios para implementação de um projeto político-
pedagógico que contemple a merenda escolar para minorar as dificuldades
encontradas no cotidiano das escolas públicas.

28
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