ILHÉUS – BAHIA
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ILHÉUS – BAHIA
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19/07/2018
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AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
The nanometric particles reinforced composites have been very useful in the
formation of materials to obtain better mechanical properties. Among the nanometric
materials, graphene oxide (GO) has shown great applicability in polymer-based
matrices. Thus, the present work aimed at the fabrication of the reinforced
nanostructured composite with 0.1%, 0.2%, 0.5% and 1% of GO, analyzing its
mechanical behavior through Izod impact and tensile tests. Initially the oxide was
synthesized from the natural graphite by the modified Hummers method for its use
as a reinforcement in an epoxy resin based on bisphenol A diglycidyl ether. The GO
obtained was characterized by infrared spectroscopy, ray diffraction X spectroscopy,
Raman spectroscopy, scanning electron microscopy, X-ray dispersive energy
spectroscopy and thermogravimetry. The nanocomposites were characterized by
infrared spectroscopy and by scanning electron microscopy, to analyze the degree
of cure and the dispersion of the reinforcement, respectively. In the mechanical tests,
a more ductile behavior of the reinforced composites was observed for the impact
test. The composite with 0.5% oxide obtained a larger increase of the absorbed
impact energy (274.6%). With respect to the tensile test, it was possible to observe
that the reinforced composites presented a more rigid behavior, being the composite
with 1% of GO, which obtained the greatest increase of Young's modulus (70.2%) in
relation to the reference, however the reinforced composites had lower tensile
strength compared to the reference one. With the results obtained it was possible to
observe an improvement in the mechanical behavior of the resin that was reinforced,
but it is necessary to evaluate new materials and processes for better dispersion of
the reinforcement.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
Resumo .......................................................................................................... v
Abstract ......................................................................................................... vi
1. INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA .................................................................. 12
2. OBJETIVOS ................................................................................................. 13
6. CONCLUSÕES............................................................................................. 53
1. INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA
2. OBJETIVOS
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. Compósitos
A busca para atender determinados requisitos, nas mais diversas áreas tais
como a biomédica, automobilística, esportiva, construção civil, aeroespacial, entre
outras tem proporcionado o desenvolvimento de novos materiais (Marinucci, 2011).
Esses novos materiais são conhecidos como, compósitos e consistem na união de
no mínimo dois materiais de composições diferentes com a finalidade de criar um
novo com melhores propriedades, se comparado com as propriedades dos
componentes de forma individual (SUSIN, S. B., 2014). Com relação a sua estrutura
eles possuem duas fases conhecidas como matriz e reforço.
De acordo com Carvalho, M.G.R (2011) a matriz é caracterizada por ter uma
maior tenacidade e ductilidade em contrapartida apresenta uma menor resistência
mecânica e rigidez. Susin, S. B., (2014) complementa, indicando que a função da
matriz é envolver o reforço, protegendo-o do ambiente exterior, e compartilhando
14
esforços com o mesmo, para promover a transferência de carga, que de acordo com
Da Silva, H. P., (2014), essa transferência de carga é uma fase adicional,
denominada interface. As matrizes podem ser de três tipos: metálica, cerâmica e de
polímeros (SHACKELFORD, J. F., 2008), sendo essa última uma das mais
utilizadas devido a sua grande aplicabilidade.
Com relação ao reforço, ele se encontra disperso na matriz e é geralmente
constituído por fibras ou partículas. De forma contrária a matriz, ele é formado por
um material menos tenaz e dúctil, porém mais rígido e resistente, (CARVALHO,
M.G.R, 2011 e DA SILVA, H. P., 2014) e devido a tais características ele concede
resistência e rigidez para o compósito (SVENDSEN, E. M., 2014).
De acordo com Callister (2016), os materiais compósitos podem ser
classificados de quatro formas: os reforçados com partículas, por fibras, os
estruturais e os compósitos nano estruturados (Figura 1). No caso dos “Nano”, eles
são constituídos por reforços de tamanho nanométrico, e são projetados para
possuir propriedades, como as mecânicas e térmicas superiores as compósitos
convencionais.
3.2. Polímeros
3.4. Grafeno
(2630 m² g-1) que é um dos fatores que proporcionam melhor adesão quando
adicionado a uma matriz (Zhu. Y, 2010).
Com relação as suas propriedades o grafeno possui módulo de Young de
cerca de 1 TPa, resistência a tração de cerca de 130 GPa, condutividade térmica
de 5000 W/(mK), condutividade elétrica de até 6000 S/cm (Wang, F., Drzal, L. T.,
Qin, Y., & Huang, Z. 2016; Zheng. Q, et al, 2013) e mobilidade de portadores de
carga de 2 x 10 5 cm2 V-1 s-1 (Zheng. Q, et al, 2013). Devido as suas características
esse nanomaterial tem sido bastante utilizado em polímeros como exemplo da
resina epóxi, formando nanocompósitos poliméricos para melhor aproveitamento
das propriedades de ambos os materiais, a exemplo das funcionalidades e fácil
processamento dos polímeros com a dureza e resistência do grafeno. (WEI. J, ET
AL., 2015).
Para sua produção existem duas rotas conhecidas como Bottom Up, ou
traduzido para o português de baixo para cima e Top Down que traduzido é de cima
para baixo (Figura 5). Os métodos do Bottom Up utilizam de processos como
deposição química de vapor, descarga por arco, crescimento epitaxial, conversão
química, descompactação de nanotubos de carbono, entre outros métodos, onde a
partir de um precursor menor, a exemplo de um hidrocarboneto (metano, etanol ou
outros), é obtido o grafeno, com uma menor quantidade de defeitos e melhor
qualidade, porém esses métodos produzem em menor escala, o que limita suas
aplicações, sendo utilizado principalmente na área da eletrônica. (KIM, H., ABDALA,
A. A., & MACOSKO, C. W.;2010; PAPAGEORGIOU, D. G., KINLOCH, I. A., &
YOUNG, R. J.; 2017; LAYEK, R. K., & NANDI, A. K.;2013).
Já os métodos do Top Down consistem em obter o grafeno a partir de
precursores maiores, como a grafite e seus derivados a exemplo do óxido de grafite.
Dentre os métodos desta rota, estão a clivagem micromecânica e o processo de
oxidação, esfoliação e redução da grafite. Os grafenos produzido por esses
métodos apresentam diferentes dimensões e possuem maiores defeitos em sua
estrutura, porém são obtidos em maior escala o que proporciona sua aplicação em
compósitos. (HU, KESONG ET AL., 2014; KIM, H., ABDALA, A. A., & MACOSKO,
C. W.; 2010)
20
Aumento Aumento
Referência Ano Solvente Método de dispersão
de σ (%) de E (%)
Banho de ultrassom
T. Jiang, et al. 2014 Acetona 18,8 42,2
e mistura mecânica.
Banho de ultrassom,
L. Z. Guan, Y.
2014 Acetona mistura mecânica e 63,2 12
J., et al.
moinho de bolas.
Z. Li, R. J. Banho de ultrassom
2013 Acetona 14,3 24
Young., et al e mistura mecânica.
Mistura mecânica,
D. R. Bortz.,
2012 Acetona banho de ultrassom e 12,3 10
et al.
três rolos
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Reagente Fabricante
Grafite SIGMA-ALDRICH
Acetona ANIDROL
Através dos dados obtidos foi possível calcular a distância entre as lamelas,
usando para este cálculo a lei de Bragg (equação 1) sendo n=1 λ=1,54 x 10-9 m, o
tamanho do cristal mediante a equação de Scherrer (equação 2), sendo K= 0,9 e
é a largura a meia altura ou do inglês Full Width at Half Maximum (FWHM), que foi
determinado pelo software da máquina. (Cullity, B. R, 1978).
nλ = 2d sin θ (1)
Figura 13: Etapas da fabricação dos corpos de provas para ensaio de impacto Izod
e ensaio de tração realizadas em laboratório.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
2θ θ
Amostra B (rad) d (nm) t (nm)
(Graus) (Graus)
esfoliação, o qual gera defeitos na estrutura cristalina da grafite devido a adição dos
grupos oxigenados à sua estrutura. (TANG, LONG-CHENG ET AL., 2013)
Através do valor da razão I2D/IG foi possível verificar que para o valor
encontrado para o OG, há a formação de múltiplas camadas de folhas de grafeno,
já que o valor apresentado é menor que 1.
Tabela 5: Relação das intensidades dos picos D, G, G’ e razões ID/IG e I2D/IG para
as amostras de grafite e OG.
Banda D Banda G Banda G’
Amostra ID/IG I2D/IG
(u.a) (u.a) (u.a)
Grafite 466 1106 534 0,42 0,48
Figura 17: MEV (a) e (b) da estrutura da grafite, (c) e (d) do OGr, e (e) e (f) do OG.
(conclusão)
Temperatura (°C) Percentual de Percentual de Percentual de
massa Grafite (%) massa OGr (%) massa OG (%)
450 99,75 71,96 79,56
500 99,50 70,37 78,06
550 99,41 67,79 75,13
600 99,37 63,03 69,35
650 99,21 57,21 63,20
700 99,06 51,94 59,08
750 98,75 47,50 57,87
800 98,01 43,13 56,63
maior é o grau de cura. Dessa forma observa-se que a resina foi totalmente curada
na temperatura de 80° C a qual foi submetida.
Figura 24: Gráfico dos valores dos módulos de elasticidade da resina curada, e dos
nanocompósitos com 0,1 %, 0,2 %, 0,5 % e 1 %.
Figura 25: Gráfico dos valores resistência a tração da resina curada, e dos
nanocompósitos com 0,1%, 0,2%, 0,5% e 1% de OG.
Figura 27: Micrografias dos compósitos (a) resina pura e contendo diferentes
porcentagens de OG (b) 0,1%, (c) 0,2% e (d) 0,5%.
(a) (b)
(c) (d)
6 CONCLUSÕES
TGA foi possível observar a perda de massa característica dos materiais oxidados,
comprovando assim através dessas análises a eficiência do processo de oxidação.
O comportamento mecânico do material foi analisado através dos ensaios de
impacto e tração onde foi possível observar com relação ao ensaio de impacto que
a adição de OG em pequenas quantidades acarreta em uma melhoria na
propriedade de absorção de impacto tornando o material final mais dúctil e uma das
causas para o aumento dessa ductilidade é decorrente da adição dos grupos
funcionais presentes em sua estrutura que são inseridos na matriz, fazendo com
que ocorra uma maior interação entre reforço e matriz, gerando uma maior
propriedade de absorção ao impacto do material final, sendo o nanocompósito com
0,5% de OG aquele que apresentou o melhor resultado com um aumento de 274,6%
em relação ao referencial. Entretanto, o aumento em 1% de massa do OG gerou a
formação de aglomerados na estrutura da matriz polimérica, resultando em uma
redução da resistência ao impacto, devido a formação de pontos de tensões,
gerando assim uma maior fragilidade do material, fazendo compreender que o
aumento de carga gera aglomerados na interface do compósito prejudicando as
propriedades mecânicas, sendo necessário realizar processos de dispersão mais
eficientes quando adicionado maiores quantidades de reforço na matriz.
Com relação ao ensaio de tração os materiais reforçados apresentaram um
maior módulo de Young o que é um indicativo de um comportamento mais rígido, já
com relação aos valores da resistência a tração os compósitos reforçados
apresentaram menor resistência a tração em relação ao referencial. Para essas
propriedades não foi observado um comportamento característico das amostras,
não sendo possível fazer uma relação da proporção de reforço utilizada com os
valores do ensaio de tração.
Dessa forma, baseado em toda discussão do referido trabalho, é possível
concluir que a obtenção do óxido de grafeno a partir do método Top Down da
oxidação e esfoliação da grafite é um método efetivo para produção em maiores
escalas, importante para utilização em compósitos. O OG utilizado como reforço
concedeu a matriz polimérica maior ductilidade, uma propriedade importante para
55
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