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Letícia Pasquarelli – 140 bpm

Aulas de TOCE

1- Animais de Experimentação:

Animais são experimentados desde 300 a.C.

❖ Pesquisa clínica:

1) Básica: aumentar o conhecimento


2) Aplicada: desenvolvimento de drogas, técnicas.

Uso de animais ou humanos?


1) Riscos:
✓ Avaliação do risco do experimento
✓ Importante ter orientadores (doutores)
✓ Comitê de ética e Pesquisa (avalia os riscos)
2) Genética:
✓ Animais de laboratório (escolha da genética)
3) Escala evolutiva:
✓ A escolha do animal leva em consideração suas semelhanças anatômicas e fisiológicas com
o homem. Faz-se a busca de animais da escala evolutiva.

❖ Fisiologia Ambiental:
Ex: Ratos
A- Fatores externos:
• Temperatura
• Trocas de ar
• Umidade relativa
• Ruídos
• Luz
• Cama
• Dieta
São detalhes importantes que se não averiguados, alteram a fisiologia do animal e isso prejudica a
pesquisa.
B- Influência do Experimento: (nos animais)
• Medo – fazer experimentos com outros animais (eles veem tudo, escutam e isso altera a
fisiologia).
• Transporte – preferir durante o sono dos animais.

C- Constituição genética:
• Sexo (preferência por sexo masculino pois as femeas no cio tem alterações hormonais)
• Idade
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D- Ambiente Social:
• Tamanho do local
• Tamanho do grupo

❖ Genética de Animais de Laboratório:


Modelos de herança:
1) Inbred: por 20 ou mais gerações.
• Homozigosidade
• Isogenicidade
• Uniformidade
2) Outbred: acasalamento ao acaso

2- Cicatrização de Feridas:
Objetivo: restabelecer a integridade e função do tecido afetado. É diferente de regeneração
(idêntico ao tecido lesado).
Lesão aguda gera cicatrização aguda → ordenada
Lesão crônica gera cicatrização crônica → desordenada (estaciona na fase inflamatória).
Fechamento primário ou por primeira intenção: as bordas da ferida são aproximadas por suturas
ou fios, clipes ou fita. Com perda mínima de tecido, ausência de infecção e edema mínimo.
Caracteriza-se por rápida reepitelização e mínima formação de tecido de granulação, apresentando
o melhor resultado estético.
Fechamento secundário ou por segunda intenção: ocorre perda excessiva de tecido e presença de
infecção. Evita fechar para não gerar abcessos. A cicatrização demora, depende da granulação e
contração da ferida para a aproximação das bordas.
Fechamento primário tardio ou por terceira intenção: após dias de tratamento por contaminação
grosseira, a ferida é fechada mecanicamente por suturas, enxertos cutâneos. O resultado estético
obtido é intermediário.
Processo de cicatrização:
1) Fase inflamatória ou exsudativa: hemostasia + resposta inflamatória aguda (72h).
2) Fase proliferativa ou regenerativa: angiogênese e fibroplasia (formação do tecido de
granulação) – 1 a 14 dias. O colágeno nessa fase é muito importante.
3) Fase reparativa ou de maturação: contração e remodelação. (3º dia até 9 meses). No 6º mês
temos uma cicatriz vermelha e no nono mês até 1 ano temos a cicatriz madura com coloração
semelhante a da pele. Geralmente adquire 70% da força da pele original (cicatriz pode alargar).
Quando existe um equilíbrio entre a produção e degradação de fibras colágenas, resulta numa
cicatriz normal, também considerada cicatriz estética.
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Produção > degradação = cicatriz hipertrófica ou queloide. Pessoas de pele negra têm mais
colágeno, logo enrugam menos conforme o avançar da idade porém tem mais chances de ter
queloide em cicatrizações.
Quando o processo de degradação das fibras colágenas é maior que sua produção, o aspecto final
é de uma cicatriz afundada e/ou cicatriz alargada em relação à pele ao redor, conhecida como
cicatriz atrófica, esteticamente comprometida.
Fatores que interferem na cicatrização: infecção, desnutrição (perda de 15 a 25% do peso, carência
de vitamina C) diabetes, perfusão de oxigênio, glicocorticoides, quimioterapia e radioterapia,
localização da ferida, corpo estranho, hemorragia, edema e obstrução linfática, idade do paciente,
hiperatividade do paciente, tabagismo, exposição ao sol.
Problemas na cicatrização:
O aspecto da cicatriz dependerá da sua localização no corpo, sentido da cicatriz, cor e textura da
pele, comprimento, largura e profundidade. Alguns locais do corpo, caracteristicamente,
apresentam uma tendência maior em formar cicatrizes mais evidentes, como a parede torácica, a
parede abdominal, assim como a região lateral da face e orelha.
Quelóides - é uma lesão proliferativa, formada por tecido de cicatrização
fibroso, secundária a um traumatismo de pele. Geralmente, é limitada à
pele, embora se estenda para os lados em relação ao ponto, ferimento ou
incisão cirúrgica de origem. Devido ao fato de crescer e invadir pele
vizinha, o quelóide é considerado por pesquisadores como um tumor
benigno cicatricial. O quelóide é uma lesão tumoral benigno, de superfície
lisa e consistência endurecida. No início, geralmente tem cor rosácea ou
avermelhada adquirindo, mais tarde, cor semelhante a pele normal ou
escurecida. A região anterior do tórax e os ombros são a localização mais
frequente de quelóides. Apresenta uma fase de atividade clínica, sendo
chamado como “quelóide ativo”, com vermelhidão, coceira e/ou dor, e uma
fase de inatividade clínica ou estável, conhecido como “quelóide inativo”,
sem a presença de sintomas ou crescimento.
Cicatrizes hipertróficas - É definida como uma lesão elevada, que não ultrapassa os limites ou a
extensão original da ferida ou incisão cirúrgica inicial, e apresenta tendência à regressão. É uma
resposta exagerada da pele a ferimentos, intervenções cirúrgicas, locais de vacinação, queimaduras
ou quadros inflamatórios. Entretanto, é usualmente confundida com o quelóide; por isso, a cicatriz
hipertrófica é também conhecida como “pseudoquelóide”.
Fatores de Risco: A incidência de cicatriz hipertrófica, assim como de quelóide, é maior em pessoas
de cor negra.
Clinicamente, a superfície da cicatriz hipertrófica apresenta-se lisa, brilhante, e às vezes com
pequenos vasos sanguíneos. Quando as cicatrizes hipertróficas entram na fase de inatividade
clínica, ou seja, quando terminam os sintomas de prurido ou dor, geralmente sofrem regressão.
Locais mais comuns: peito ou região pré esternal (operação cardíaca), parede abdominal (cirurgia
intestinal), dobra do pescoço (cirurgia de tireoide) e região do ombro (cirurgia ortopédica).
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Figura 1 - Cicatriz hipertrófica por


cesariana: segue o trajeto da incisão
cirúrgica.
Figura 2 - Quelóide por cesariana:
não respeita o trajeto da incisão
cirúrgica, invadindo a pele vizinha.

Cicatriz inestética - Embora não sejam consideradas patológicas, as cicatrizes inestéticas, além de
poderem acarretar prejuízos estéticos e psicológicos, podem afetar a qualidade de vida e auto-
estima das pessoas portadoras. Existem diversos tipos de cicatrizes inestéticas:
A. Cicatriz alargada = rasa
B. Cicatriz atrófica = funda
C. Cicatriz discrômica = mais escura ou clara que a pele.
D. Cicatriz mista: mais um tipo cicatricial.
E. Cicatriz em alçapão = em curva (“c” ou “u”).

Tratamento:
1) Queloide: cortar ou tratar. Uso de corticoide + cirurgia.
2) Cicatriz hipertrófica: geralmente regride espontaneamente. Uso de corticoide tópico. Não
injetar, para evitar atrofias.
O uso local (tópico) de placa de silicone é uma modalidade de tratamento recentemente instituída,
não invasiva e indolor, para quelóide e cicatrizes hipertróficas. Alguns fabricantes impregnam
essas placas em óleo mineral para hidratar melhor a cicatriz.
Bandagem e imobilização da cicatriz: Para a prevenção de cicatrizes hipertróficas e alargadas,
pode-se minimizar a tensão na sutura cutânea por meio da aplicação de uma fita adesiva
microporosa como curativo (“microporagem”).

3- Noções Básicas de Anestesia

❖ Anestesia Geral:
Objetiva manter a analgesia, inconsciência, bloqueio neurovegetativo e relaxamento muscular.
Passo a passo da anestesia geral:
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• Preparo pré-anestésico: assinatura do termo de consentimento, esclarecimento de dúvidas,


utilização ou não de ansiolíticos (dependendo da ansiedade do paciente)
• Monitorização: (diminui a mortalidade por anestesia nas cirurgias)
• Acesso venoso
• Pré-oxigenação (máscara facial com oxigênio a 100% durante 5 a 8 minutos, pra
desnitrogenar o pulmão e aumentar a segurança da cirurgia, evitando que ele dessaturação).
• Indução anestésica: hipnótico + opioide + relaxante muscular ou anestesia inalatória.
• Ventilação manual – intubação traqueal
• Instalação da ventilação mecânica
• Manutenção da anestesia (inalatória, venosa ou balanceada)
• Recuperação anestésica (necessidade ou não de sedação pós-operatória).
Dois desafios: evitar a hipotensão e a hipertensão dos pacientes anestesiados, dependendo das
comorbidades daquele paciente. No período pós-intubação é o momento que há mais chances de
ocorrer maior hipotensão.
Agentes anestésicos: de acordo com a meia vida, podem ser utilizados para indução e/ou
manutenção.
Hipnóticos: propofol (pode ser usado tanto para indução quanto para manutenção), etomidato
(leva à insuficiência adrenal, não tão utilizado), cetamina, tiopental. Tem ações cardiovasculares e
respiratórias.
Opióides: analgesia e bloqueio neurovegetativo. São eles: fentanil, remifentanil, alfentanil,
sufentanil.
• Fentanil: não é adequado para infusão
contínua, mas como dose única tem um efeito
analgésico residual no pós operatório, sendo
muito utilizado na anestesia balanceada.
• Remifentanil: tem meia vida muito curta e
mais estável, então ele junto com o propofol é
usado para anestesia venosa total, para
conseguir bloqueio neurovegetativo e
hipnótico, com estabilidade cardiovascular e
previsibilidade no despertar dos pacientes.
• Alfentanil: cirurgias de duração mais curta
• Sufentanil: cirurgias cardíacas.
Relaxantes musculares: rocurônio, atracúrio, cisatracúrio, vecurônio. São relaxantes de ação
intermediária (1 a 3 horas). Usados para intubação orotraqueal, cirurgias de cavidade abdominal,
cirurgias de videolaparoscopia, cirurgias robóticas.
Anestésicos inalatórios: sevoflurano, isoflurano, enflurano, desflurano, halotano. O sevoflurano
tem início de ação mais curto, odor mais agradável, maior previsibilidade do despertar. É infundido
pelo aparelho de anestesia, passa pelo circuito respiratório, chega ao pulmão, uma fração alveolar
de acordo com a pressão parcial de gás alcança a circulação e tem ação direta no cérebro, fazendo
edema de cortical cerebral. A principal forma de eliminação é pulmonar.
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Técnicas de Anestesia Geral:


• Inalatória – quando faz pura, tem todos os efeitos adversos: sialorreia, agitação, o despertar
é mais lento.
• Balanceada – induz a anestesia com agentes venosos (relaxantes musculares, opioides,
hipnóticos) e mantem com anestésico inalatório. Diminui os efeitos colaterais dos agentes
inalatórios e venosos.
• Venosa total – infusão continua (propofol + remifentanil). Tem estabilidade cardiovascular
maior. Os pacientes submetidos a anestesia venosa total necessitam de outa técnica de
analgesia pós operatória pois o efeito do remifentanil termina junto com o fim da anestesia.
Materiais básicos de via aérea usados: laringoscópio, guia metálico, ambu, tubos orotraqueais,
guedel ou nasofaríngea.
Checagem da sala de cirurgia: redes de gases (oxigênio, ar comprimido, óxido nitroso),
Checagem do material de urgência (carrinho de parada com desfibrilador) e medicações de
urgência.
Recuperação anestésica: interrupção da administração de anestésicos (farmacocinética) → uso de
antagonistas se necessário → despertar do paciente → extubação traqueal → avaliação geral →
encaminhamento a RPA (sala de recuperação pós-anestésica e é avaliado se ele necessita de ir para
a UTI).
Complicações: anestesia/sedação insuficientes, hipóxia, parada cardíaca, dificuldade de ventilação
e intubação traqueal, aspiração de conteúdo gástrico, broncoespasmo, complicações
cardiovasculares, complicações do TGI, complicações neurológicas, reações alérgicas, hipertermia
maligna.

❖ Peridural x Raquianestesia:
Raquianestesia: perfuração da dura máter, injeção do
anestésico no líquor. Mais simples de ser feito. Realizada
abaixo de L2. Injeção de 2-3ml (precisa de volume menor).
Tem bloqueio maior do que a peridural. É mais utilizada.

Peridural: injeção do anestésico no espaço peridural


(espaço virtual que se abre entre a dura máter). Pode fazer
dos níveis torácicos até os sacrais. Injeção de 5-6mL de
volume para cada dermátomo. Geralmente é associada a
outra anestesia, sendo abandonado seu uso isolado.
Para os bloqueios espinhais, necessita da bandeja de
bloqueio, agulhas e anestésico local.
Complicações: hipotensão, bradicardia.
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Drogas utilizadas: lidocaína, pode associar com opioides.

❖ Anestesia Local:
Indicada para procedimentos pequenos/regionais/superficiais.
Complicações: intoxicação por anestésico local.
Limitação: infecção do local da punção, pois isso diminui a ação do anestésico local e a recusa do
paciente.

4- Fios de Sutura, Drenos e Catéteres:

❖ Sutura:
→ Maior disponibilidade
→ Método invasivo

→ Requer habilidade
→ Conhecimento requerido a todo médico
Materiais: porta agulhas – Mathiew, Mayo Hegar, Derf.

Métodos de fechamento: fita adesiva, grampos (stapler), adesivo crianoacrilato, sutura.


Steri Strip:

• Fechamento não invasivo: reduz a chance de traumas no tecido e a consequente formação


de edema cutâneo.
• Economia de tempo: fechamento de pele de maneira fácil e rápida.
• Benefícios para os pacientes: Não deixa as marcas causadas pelos fios e pontos das suturas
tradicionais.
• Desvantagens: feridas pequenas, superficiais, e sem sangramento
Uso de adesivos- octylcianoacrilato:

• O Adesivo Tópico para Pele é dirigido à aplicação tópica apenas para manter fechadas as
bordas cutâneas facilmente aproximadas de feridas decorrentes de incisões cirúrgicas.
• O adesivo líquido polimeriza em minutos, ao aplicar na pele.
• Vantagens: rapidez, não usa anestesia, aspecto estético
• Desvantagens: custo, disponibilidade, aplicação seletiva, acidentes
Fios de Sutura:
Monofilamentado x Multifilamentado
→ Qualidades do fio de sutura ideal:
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✓ Resistência adequada.
✓ Mínima reação tecidual.
✓ Não se degradar em produtos tóxicos.
✓ Não facilitar a infecção e permanecer estável na sua presença.
✓ Calibre e resistência constantes.
✓ Coeficiente de atrito adequado.
✓ Capacidade de manter a resistência até quando necessária.
✓ Velocidade de absorção não afetada pelos líquidos corporais.
✓ Ser de fácil manuseio - nó fácil e firme.
✓ Elasticidade adequada
✓ Não ser alterado com a esterilização.
✓ Ter baixa capilaridade.
✓ Não alergênico e não mutagênico.
✓ Ser de baixo custo.

Preparo local:

• Remoção de pêlos – apenas se necessário


• Limpeza com soro fisiológico sem agredir e destruir as células.
• Deve-se limpar meticulosamente para retirar coágulos e detritos, podendo esse
procedimento deve ser precedido de anestesia local.
• Antissepsia da pele íntegra com clorhexidine, ou PVPI ou álcool 70%
Fechamento das feridas: 1ª intenção

• Coaptação cuidadosa
• Fechar a ferida por planos, simetricamente, penetrando com a agulha às mesmas distâncias
e profundidades entre as bordas para que não se formem degraus, inversão ou invaginação
das mesmas
• Sempre evitar o excesso de tensão pois leva à isquemia, necrose e deiscência da ferida.
→ Suturas de Pele: interrompidas ou contínuas

Suturas interrompidas:

• Simples: Pele, subcutâneo, fáscia, plano muscular


• Pontos duplos interrompidos: longe-longe/perto-perto e longe-perto/perto-longe
• Sutura interrompida invertida: subcutâneo, fáscia, aponeurose
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Suturas contínuas:

• Pele, fáscia, plano muscular, serosas, anastomoses


• Sutura de Wolf
• Sutura de donatti
• Sutura em X ou cruzado (sultan)
• Suturas de aposição com sutura de tensão
• Sutura de Kurschner continua
• Sutura em oito
• Sutura de Gelly
• Sutura de colchoeiro
• Sutura festionada (contínua cruzada)
• Sutura nó invertido
Escolha dos fios:

Catgut:
✓ Absorvível
✓ Curta permanência
✓ Biológico
✓ Grande reação tissular
✓ Uso interno
✓ Pode ser usado externamente
✓ Barato/ disponível
✓ O catgut é feito a partir de fios de colágeno animal.
✓ O catgut cirúrgico é embalado em envelope contendo solução conservante.
Catgut simples: ocorre uma inflamação moderada do tecido que é característica da resposta do
corpo estranho à substância. A seguir ocorre a perda da força tênsil e da massa da sutura, pois o
processo digestivo enzimático proteolítico dissolve o catgut cirúrgico. Retenção aproximada de 7-
10 dias. Absorvido por fagocitose em aproximadamente 65 dias.

Catgut cromado: o catgut cromado é processado para oferecer uma maior resistência à absorção.
Retenção aproximada 21-28 dias. Absorvido por fagocitose em aproximadamente 65-70 dias.
Fatores que podem afetar a perda da força tênsil e os índices de absorção:

1. Tipo da sutura - o catgut simples geralmente é absorvido mais rapidamente do que o cromado.
2. Infecção - o catgut cirúrgico é absorvido mais rapidamente no tecido infeccionado do que no
tecido não-infeccionado.

3. Áreas do tecido - o catgut cirúrgico será mais rapidamente absorvido em tecidos nos quais os
elevados índices de enzimas proteolíticas estejam presentes, como ocorre nas secreções do
estômago, colo e vagina.

VICRYL- poliglactina:
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• É uma sutura cirúrgica sintética absorvível.


• Têm sido considerados não antigênicos, não-pirogênicos e desencadeiam somente uma
reação fraca do tecido durante a absorção.
• Toda a força tênsil original é perdida entre a quarta e quinta semana após o implante.
• A absorção completa ocorre essencialmente entre os dias 56 e 70.
VICRYL* Plus (poliglactina 910) com cobertura: fio de sutura com agente antibacteriano. Com
efeito bactericida nos Staphylococcus aureus e epidermidis.

Fio de Sutura VICRYL RAPID* (poliglactina 910) com cobertura: Absorvido por hidrólise.
Reação tecidual mínima. Aproximação de tecidos superficiais, em situações onde há necessidade
de suporte da ferida por curto espaço de Tempo (7 a 10 dias).

CAPROFYL* (poliglecaprone 25):

• Monocryl –incolor / Caprofyl – violeta


• É uma sutura cirúrgica sintética absorvível monofilamentar, é considerado não-antigênico
e não-pirogênico, provocando apenas uma leve reação do tecido durante a absorção.
• Absorção completa-se entre 91 e 119 dias.
• Monofilamento que desencadeia uma reação inflamatória aguda mínima nos tecidos e uma
encapsulação do tecido conectivo fibroso.
• A perda progressiva da força tênsil e eventual absorção das suturas MONOCRYL* ocorrem
através da hidrólise.
• A absorção se inicia como uma perda da força tênsil seguida por uma perda da massa.
PDS II (polidioxanona)
✓ Aproximadamente 70% de sua força original permanece a mesma duas semanas após o
implante.
✓ Indicadas para todos os tipos de aproximação de tecido macio, incluindo os tecidos
cardiovasculares pediátricos, onde é esperado o crescimento, e as cirurgias oftálmicas. Não
são indicadas para tecidos cardiovasculares adultos, microcirurgias e cirurgias neurais.
✓ A absorção é essencialmente completada em seis meses.
Poliamida (mononylon):

• Inabsorvível
• Bastante inerte
• Pouco atrito
• Barato
• Disponibilidade
• A sutura de nylon é uma sutura cirúrgica não-absorvível monofilamentar, estéril.
• As suturas são tingidas de preto ou verde para aumentar a sua visibilidade no tecido.
• A sutura encontra-se disponível também na forma incolor (transparente).
• É indicada para o uso na aproximação e/ou ligação geral dos tecidos lisos, incluindo o uso
em procedimentos oftálmicos, cardiovasculares ou neurológicos.
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• A sutura MONONYLON desencadeia uma reação inflamatória aguda mínima nos tecidos,
seguida de uma encapsulação gradual da sutura pelo tecido conjuntivo fibroso. Como o
nylon não é absorvível, a hidrólise progressiva do nylon in vivo pode resultar na perda
gradual da força tênsil com o decorrer do tempo.

Polipropileno:

• É uma sutura cirúrgica estéril não-absorvível, (transparente ou tingida).


• A sutura é tingida de ftalocianina azul de cobre para melhorar a visibilidade.
• Desencadeia uma reação inflamatória aguda mínima nos tecidos, seguida de uma
encapsulação gradual da sutura pelo tecido conjuntivo fibroso.
• Não é absorvida nem está sujeita à degradação ou enfraquecimento pela ação das enzimas
do tecido.
• Como é um monofilamento, resiste à infecção sendo bem-sucedida na aplicação em feridas
contaminadas ou infectadas, eliminando ou minimizando a formação posterior de fístulas,
quelóides ou nódulos e extrusão da sutura.

Seda:

• Fio multifilamentado, inabsorvível.


• Apresenta reação tissular significativa
• Proporciona deposição de resíduos
• Custo elevado
• É uma sutura cirúrgica estéril, não absorvível, natural

Fios de aço:

• Inerte suporte para estruturas ósseas


• Boa penetração em tecidos espessos
• Monofilamentado
• Algodão
• Multifilamentado, de algodão natural
• Não absorvível, branco ou preto
• Reação tissular moderada
• É encapsulado pelo tecido com o tempo
• Usado muito no passado, em vários tipos de sutura
Algofil , POLYCOT*:

• Sutura de Poliéster e Algodão Azul;


• Incolor.
• Inabsorvível
• Fechamento
• Baixo custo
• Agulhados ou não.
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• Utilizados em ligaduras de vasos


ETHIBOND

• Fio de Sutura de fibras de poliéster revestidas com polibutilato.


• Branco e verde
• Não-absorvível.
• Encapsulamento gradual por tecido conectivo fibroso.
• Reação inflamatória aguda mínima
• Agulhados.
Fios farpados:

• Objetiva-se aumentar a superfície de contato.


• Atualmente os fios farpados são considerados uma opção segura, rápida e eficaz para os
procedimentos ginecológicos, na bexiga ou no intestino.
→ Agulhas:
As agulhas mais utilizadas em pele são as
cortantes. Quanto mais espesso for o plano a
suturar, deve-se optar por uma agulha de maior
curvatura.

→ Considerações gerais em sutura:


✓ É preciso levar em consideração o uso de suturas absorvíveis em tecidos com pouca
irrigação sanguínea, pois podem ocorrer a extrusão da sutura e o retardamento da
absorção.
✓ Os nós da sutura devem ser adequadamente presos.
✓ O uso de laçadas adicionais pode ser adequado, principalmente, ao dar nós em
monofilamentos.
✓ Para evitar danos às pontas das agulhas e áreas encastoadas, prenda a agulha em uma
área no início do terço distal ou no meio de distância entre a extremidade encastoada e
a ponta.
✓ Os usuários devem ter cuidado quando manusear agulhas cirúrgicas para evitar
perfurações indesejáveis. Descarte as agulhas usadas em recipientes próprios.

❖ Drenos:
Drenos são equipamentos usados para a remoção de ar ou fluídos já presentes na região interna
de uma cavidade ou ferida, além de também ser uma forma de prevenção ou de orientar trajetos
fistulosos.
Necessidade dos drenos cirúrgicos - quando usar:

Eles permitem a saída de sangue e líquidos serosos decorrentes de procedimentos cirúrgicos,


entre outros tipos de efluentes (secreções do trato digestivo, exsudato purulento). A
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importância da utilização dos drenos cirúrgicos se dá por eles retirarem o acúmulo de líquidos
do sítio cirúrgico que poderia servir como meio de cultura para microorganismos, reduzindo,
assim, a possibilidade de formação de um potencial foco infeccioso. Além disso, o acúmulo de
líquido pode acarretar aumento de pressão local, comprometendo o fluxo sanguíneo e linfático;
comprimindo áreas adjacentes e causar irritação e necrose tecidual (no caso de efluentes como
bile, pus, suco pancreático e urina).
→ Indicação e finalidade:
Indicação: Quando o fluxo da produção de fluído for superior à absorção espontânea.
Finalidade: Retirar uma quantidade de líquido dentro de uma cavidade natural ou criada;
Evitar/prevenir possíveis complicações relacionadas às cirurgias.
→ Diferenças

Ressalta-se que, na prática clínica, é comum os termos dreno, cateter e sonda serem usados
como sinônimos, embora haja diferenças relacionadas à função.
Por definição, os drenos são dispositivos que, colocados no interior de uma cavidade, espaço
ou ferida, têm como finalidade possibilitar a remoção de fluidos ou ar, que se encontram
presentes ou podem se formar posteriormente, além de orientar trajetos fistulosos. Em síntese,
a finalidade principal destes é estabelecer ou criar um trajeto artificial, com menor resistência,
entre uma cavidade ou ferida e o meio externo, ao longo do qual exsudatos ou secreções possam
exteriorizar-se, através de um caminho mais curto a ser percorrido.

Cateteres são tubos confeccionados de materiais diversos que podem ser inseridos em alguns
segmentos corporais com a finalidade de remover líquido (ex.: cateter vesical) ou infundi-
lo (ex.: cateter intravenoso).

Sondas são instrumentos utilizados para fins propedêuticos (detectar a presença de estenose,
corpo estranho) ou terapêuticos (sonda esofagiana, gástrica, enteral, lacrimal, retal).
Vale ressaltar que o desvio de função desses dispositivos é uma situação frequentemente
encontrada.
→ Drenos:
No geral, esses dispositivos podem ser classificados como: dreno aberto, dreno de reservatório,
dreno de sucção fechada, cateter para drenagem de abscesso.
Aplicação de drenos/cateteres/sondas:

• Cirurgia plástica, incluindo cirurgia de retalho miocutâneo.


• Cirurgia da mama (para evitar coleta de sangue e linfa).
• Procedimentos ortopédicos (associados a maior perda de sangue).
• Drenagem torácica.
• Cirurgia cardiotorácica, por exemplo, os riscos associados de aumento da pressão
intratorácica e tamponamento). cistos infectados, abscessos (para drenar pus).
• Cirurgia pancreática (para drenar secreções).
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• Cirurgia biliar.
• Cirurgia da tireoide (preocupação com hematoma e hemorragia ao redor das vias
aéreas).
• Neurocirurgia (onde há risco de aumento da pressão intracraniana).
• Cateteres urinários.
• Tubos nasogástricos.
Tipos de Drenos:
LAMINARES:

• Achatados, maleáveis, feitos de de látex ou silastic.


• Em forma de duas Laminas finas e flexíveis, unidas entre si, como um dedo de luva
• Funcionam por capilaridade;
• Drenagem de abscessos e demais feridas cirúrgicas com potencial de infecção e/ou acúmulo
de fluidos.
Mais utilizados são os drenos de Penrose → Sistema de drenagem aberto, com composição à
base de borracha tipo látex, utilizado em procedimentos cirúrgicos com potencial para o
acúmulo de líquidos, infectados ou não.
Dreno de Telha/canelado em silicone:

✓ Permite períodos mais prolongados de utilização;


✓ Permite uma melhor remoção;
✓ Semi-transparentes- linha opaca;
✓ Estrias assimétricas na parte interior do tubo;
✓ Manter feridas abertas ou evacuar fluidos em cirurgias;
TUBULARES

• Tubo, feitos de polietileno, silicone ou latéx.


• Drenagem através do lúmem.
• Capilaridade, gravidade ou sucção (drenos torácicos, Hemovac, Blake...)
• Os drenos fechados são formados por tubos que drenam para um coletor. Os exemplos
incluem drenos torácicos, abdominais e ortopédicos.
• Drenos ativos são mantidos sob sucção (que pode ser baixa ou alta pressão). Os drenos
passivos não têm sucção e funcionam de acordo com o diferencial de pressão entre as
cavidades corporais e o exterior.
• Os drenos de silástico são relativamente inertes e induzem uma reação mínima do tecido.
→ Drenos de Sucção (ativo)- (HEMOVAC®/PORTOVAC®/JACKSON-PRATT/BLAKE):
• Sistema fechado de drenagem por sucção contínua e suave.
• É composto de um reservatório com mecanismo de abertura para remoção do ar e do
conteúdo drenado, um tubo longo com múltiplos orifícios na extremidade distal que fica
inserida na cavidade cirúrgica.
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• A remoção do ar do interior do reservatório cria uma condição de vácuo, promovendo uma


aspiração ativa do acúmulo de secreções;
→ Dreno de Silicone Redondo Perfurado:

• Indicações: aspiração de sítios cirúrgicos


• Sistema fechado de drenagem;
• Sucção contínua e suave;
→ Dreno Blake - Dreno de Silicone com Canal Canelado (Tubolaminar) c/ Trocater:

• Os drenos BLAKE* são dispositivos de silicone com quatro canais de fluxo que diminuem a
possibilidade de obstrução do dreno e aumentam a capacidade de drenagem.
→ JACKSON-PRATT® Dreno de Silicone Plano Perfurado

• As canaletas internas ajudam a evitar o colapso


→ Dreno de Kehr:

• Introduzido na região das vias biliares extra-hepáticas, utilizados para drenagem externa,
descompressão ou, ainda, após anastomose biliar como prótese modeladora, devendo ser
fixado através de pontos na parede duodenal lateral ao dreno, tanto quanto na pele, impedindo
sua remoção espontânea ou acidental.
→ Dreno de tórax (selo d’água):

• Os sistemas coletores de drenagem pleural ou mediastinal são empregados em cirurgias


torácicas ou cardíacas, destinando-se à retirada de conteúdo líquido e/ou gasoso da cavidade
torácica.
• São constituídos de um dreno tubular em polietileno, geralmente com mais de um orifício na
extremidade distal que fica inserida na cavidade, um tubo extensor que conecta o dreno ao
frasco coletor e o frasco em polietileno rígido com um suporte na sua base;
Calibre (Fr, Ch, GA):

A escala francesa ou sistema de medida francês é comumente usada para medir o


tamanho de um cateter. É mais frequentemente abreviado como Fr (quanto maior o
FR, maior o diâmetro). Também pode ser abreviado como CH ou Ch. No entanto,
simplesmente medidor, G ou GA geralmente se refere ao sistema Birmingham (
comum em agulhas- quanto maior o GA, menor o diâmetro).
→ Pezzer

• Material poderá ser borracha ou silicone;


• Bulbo em sua extremidade- impede a migração do tubo para o meio externo;
• Gastrostomias
• Drenagem renal
→ Mallecot
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• Material poderá ser borracha ou silicone;


• Bulbo em sua extremidade- impede a migração do tubo para o meio externo;
• Gastrostomias
• Drenagem renal
→ Dispositivo portátil de Terapia de Pressão Negativa (PICO):

• Está indicado em pacientes que podem beneficiar de um dispositivo de sucção.


• Promove a remoção de exsudato de nível reduzido a moderado e de materiais infeciosos.
• Mini bomba capaz de aplicar uma pressão negativa de -80 mmHg durante 7 dias.
→ Cateter duplo J:

• É o cateter utilizado para livre drenagem de urina do rim até a bexiga, em condições adversas.
• Uma extremidade ancora-se na pelve renal e a outra extremidade curva-se no interior da
bexiga.
❖ Sondagens:
Colocação de sondas (tubos flexíveis ou rígidos) em canais ou cavidades naturais do
organismo, com o fim de conhecer a condição, extrair líquidos ou administrar substâncias. É
uma técnica invasiva que utiliza os orifícios naturais do corpo.
Sondas:

• Dispositivo de plástico ou borracha com orifícios laterais próximos à ponta;


• São passadas normalmente pelas narinas;
• Apresenta uma única luz;
• Indicações: descompressão gástrica, remoção de gás e líquidos, obtenção de conteúdo gástrico
para análise, preparo pré-operatório, nutrição enteral: alimentação gástrica, lavagem gástrica.
• Contra indicações: presença de estenose de esôfago, presença de fratura de basilar de crânio
ou fratura facial, deve ser evitada em pacientes com o estado mental alterado.

Tipos de sondagem

• Via Nasal ou oral: traqueal (aspiração de VAS), gástrica (drenagem, lavagem, medicação e
alimentação), jejunal e duodenal (alimentação enteral).
• Retal: esvaziamento, diagnóstico
• Uretral: drenagem, diagnóstico e tratamento
Vias de introdução de alimentos: nasogástrica, nasoduodenal, nasojejunal, jejunostomia,
gastrostomia.
Sonda gástrica: esvaziamento gástrico, exame diagnóstico, alimentação, operação de grande
porte, dilatação aguda do estômago.

Contra-indicações: desconhecimento da técnica e da anatomia, operação recente de esôfago


ou estômago, sondagem de demora em paciente com refluxo gastroesofageano severo,
traumatismo de base do crânio.
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Material:
✓ Sondas de material flexível Polietileno Silastic Calibres de 4 Fr. a 28 Fr.
✓ EPI
✓ Lubrificante (gel de lidocaína)
✓ Seringa, reservatório, estetoscópio, gaze, esparadrapo

Técnica:
1. Anatomia
2. Posição do paciente: decúbito dorsal, decúbito lateral, semi-sentado, lateralização da cabeça,
flexão cervical.
3. Material disponível
4. Informação ao paciente
5. Anestesia tópica: lidocaína gel pela narina com seringa
6. Vasoconstritor: pode resultar na otimização da passagem da sonda nasogástrica pela redução
da mucosa e prevenir trauma e epistaxe.
7. Marcação da sonda
8. Introdução rápida (via nasal ou oral)
9. Auxílio da deglutição
10. Introdução até a marcação previamente feita na sonda
11. Verificação da posição
12. Fixação
Complicações:

• Obstrução da sonda
• Úlceras de asa do nariz, epistaxe
• Otite por contiguidade do óstio tubário
• Esofagite de refluxo
• Perda eletrolítica por mal posicionamento
• Aspiração ou intubação da traquéia
• Laceração e/ou perfuração de esôfago e estômago
• Mal posicionamento da sonda;
• Administração inadequada da dieta;
• Intolerância a algum componente da fórmula;
• Trauma esofágico
• Esofagite
• Perfuração é incomum, mas pode resultar em morte
• Sinais de perfuração do esôfago: dor torácica e/ou cervical, febre, enfisema subcutâneo,
dispnéia e disfagia.
• Complicações mínimas: irritação nasal, epistaxe e sinusite
• Pneumotórax
• Pneumonia por aspiração
• Nó na sonda
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Nutrição enteral
✓ Alimentação prolongada na impossibilidade total/parcial de alimentação oral

Indicações para Nutrição Enteral em Adultos


✓ AVC
✓ Doenças Desmielinizantes
✓ Anorexia Nervosa
✓ Neoplasia de esôfago
✓ Perfuração Traumática de esôfago
✓ Doenças inflamatórias intestinais
✓ Síndrome do Intestino Curto
✓ Fístulas Digestivas
✓ Queimaduras
✓ Desnutrição
✓ Pré e pós operatório
Indicações para NE em crianças
✓ Tubo gastrointestinal funcionante, mas incapaz de se alimentar VO
✓ Necesidade de alimentação noturna
✓ Necessidade de gotejamento contínuo após diarréia grave
✓ Anorexia
✓ Estados hipercatabólicos
✓ Motilidade gástrica prejudicada
✓ Refluxo gastroesofagiano
✓ Pneumonia aspirativa
Contra-indicações: Obstrução intestinal, Ileo Paralítico, Obstrução Gástrica.
Complicações: Obstrução da sonda, saída ou migração acidental da sonda, erosões nasais,
necrose e abcesso de septo nasal, sinusite aguda, rouquidão, otite, esofagite, ulceração
esofágica e estenose, ruptura de varizes de esôfago, fístula traqueoesofágica, pneumonia,
pneumotórax.
Sonda de Sengstaken-Blakemore: é uma sonda utilizada especificamente para o tratamento
de sangramentos de varizes esofageanas, possuindo três luzes com dois balões, sendo uma luz
para insuflar o balão gástrico e outra para o balão esofageano.

❖ Sondagem ou Cateterismo Vesical:


Indicações:

• Monitorização do débito urinário


• Retenção urinária aguda
• Lesão medular grave
• Operações pélvicas
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• Pré-operatório
• Pós-operatório
• Bexiga neurogênica
• Parto normal/cesariana
• Retenção urinária aguda
Contraindicações:
→ Várias tentativas de cateterização sem sucesso + sangue no meato uretral → durante a tentativa
de passagem da sonda houve uma lesão uretral, e se insistir, pode piorá-la. Nesses caoss, prefere-
se a punção supra-púbica.

→ Balanopostite: há quem defenda a insistência da sondagem e outros defendem o esvaziamento


espontâneo da bexiga.
→ Vulvovaginites: deve-se fazer uma antissepsia adequada.
→ Contusão perineal: hematoma perineal, fratura/luxação da pelve e/ou queda à cavaleiro = lesão
de uretra. O paciente geralmente chega com retenção urinaria aguda (bexiga palpável) e não deve
fazer a sondagem vesical pois ele está provavelmente com lesão na uretra. Nesses casos faz a
punção supra-púbica.

Drenagem vesical supra-púbica: introdução de um cateter após uma incisão ou punção na região
supra-púbica a qual é preparada cirurgicamente sendo que o cateter é posteriormente conectado à
um sistema de drenagem fechado.
✓ Punção supravesical com cateter
✓ Citostomia cirúrgica
Técnica:
✓ Conhecimento da anatomia principalmente feminina
✓ Técnica asséptica
✓ Material adequado: sondas de polietileno, sondas de látex e silicone com balonete (Foley –
sondas de demora ou cateter urinário de múltipla luz). Calibre de 4 a 28 Fr.
✓ Cateter com hidrogel e prata: para minimizar infecções.
✓ Introdução da sonda com o balão vazio e assim que sair o xixi pela sonda (confirmando
que está na bexiga), inflar o balão.
✓ A colocação no sexo feminino é mais fácil do que no masculino devido a angulação.
Passo a passo no sexo masculino:

• Assepsia adequada
• Colocação do campo estéril
• Lidocaína em gel na uretra
• Lubrificação do meato
• Retificação do pênis e introdução da sonda
• Insuflação do balão
• Conexão da sonda ao coletor
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• Fixação da sonda (face medial da coxa, abdome) de forma a não exercer pressão da sonda
na glande.

Passo a passo no sexo feminino:


• Identificação da anatomia: clitóris e canal vaginal (entre eles fica a uretra)
• Posição da paciente: ginecológica
• Degermação com sabão e assepsia
• Lubrificação do meato e a sonda com lidocaína gel
• Introdução da sonda
• Conexão com o coletor
• Fixação da sonda
O reservatório deve estar numa altura inferior ao paciente devido a drenagem por gravidade
Complicações:
• Infecção urinária → septicemia
• Traumatismo uretral: falso trajeto ou estenose de meato uretral
• Traumatismo vesical
• Parafimose (não é raro em meninos com fimose). Tem que comprimir a glande com a mão
dominante e puxar a pele prepucial com a mão não dominante.

❖ Os cateteres:
Geralmente são considerados os dispositivos utilizados para acesso venoso central e periférico
(inserção em veia central, inserção periférica obtendo acesso venoso central, dissecção venosa,
porta para quimioterapia).
Seleção do cateter e sítio de inserção: depende do que se quer fazer no paciente, duração da terapia,
viscosidade do fluido, componentes do fluido, nas condições de acesso venoso.
Quanto mais hipertônica, mais vasoativa e irritante, mais profundo deve ser localizado o cateter.
Quanto mais fino o cateter, maior a possibilidade de ele entupir rapidamente.
Um bom fluxo sanguíneo reduz a complicação de flebite, que é a principal complicação relacionada
a introdução de cateteres venosos.
Material: jelcos, insyte, medicath, etc. Calibre de 10 a 24 Ga
(quanto maior o número, menos calibroso é).
Exemplos:
Em um pneumotórax hipertensivo: usar o mais calibroso (24 por
exemplo).
Em bebês ou idosos: usar os mais finos (12 ou 14)
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Ao mesmo tempo que introduz o cateter, puxa a agulha. Existe uma série de fixações variadas.
É importante verificar o sítio posteriormente: se há extravasamento de soro, deslocamento de
cateter.

PICC: colocação do cateter central inserido perifericamente. Inserção de um cateter em uma veia
periférica (geralmente na face medial do antebraço) e esse cateter pode alcançar a veia cava
superior. Apresentam maior segurança para infusão de soluções vesicantes, irritantes e
hiperosmolares, antibioticoterapia, nutrição parenteral prolongada e uso de quimioterápicos.
Antigamente, era feito apenas por médicos e hoje os profissionais de enfermagem já fazem
também.
Posição do cateter: porção distal da veia inominada ou na porção proximal da veia cava superior.

Tipos de cateteres: luz dupla, tripla luz, luz única.


Técnica:
✓ Paciente sentado ou reclinado com membro superior abduzido por 45º e rodado
externamente.
✓ Colocação do garrote
✓ Puncionar com a agulha
✓ Puxa a agulha e insere o cateter junto
✓ Fixação
Complicações:

• Celulite periofício
• Tromboflebite séptica
• Septicemia
• Endocardite
• Osteomielite
• Flebite
• Hematoma
• Extravasamento

Flebite: processo inflamatório da camada intima das veias causadas por irritação mecânica,
química ou infecção bacteriana. Fatores de risco: tempo de permanência, habilidade do
profissional, localização, cuidados com o cateter, número de lumens.
Complicações do PICC:

• Falha do procedimento
• Hemorragia
• Infecção
• Perfuração do vaso
• Embolo de fio guia
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• Tromboembolismo
Acesso venoso central:
Frequentemente usado em UTI e sala de operações. Punção de subclávia.
Indicações: monitorização hemodinâmica, infusão de solução de grande osmolaridade, pressão de
artéria pulmonar, hemodiálise, NPT.
Técnica de Seldinger: puncionar a veia central com uma agulha longa de pequeno calibre por
dentro da qual avança-se um fio-guia. Pode ser por dupla luz ou luz única.

Complicações:

Cateter totalmente implantado: usualmente é


implantado nas veias jugular ou subclávia e é retirado via procedimento cirúrgico. É implantando
abaixo da pele, tem uma bolsa subcutânea com membrana auto-selante que pode ser acessada por
agulha inserida através da pele.

5- Traqueostomias:
Traqueotomia: é a simples abertura da traqueia para qualquer intervenção cirúrgica na mesma. É
um tempo cirúrgico da traqueostomia.
Traqueostomia: é a exteriorização da traqueia através de prótese ou anastomose direta à pele da
região cervical ou mediastinal, podendo ser temporária ou definitiva.
Um dos procedimentos cirúrgicos mais antigos (3500 a.C). Era somente indicada para situações de
emergência. Atualmente, a primeira técnica para emergências de via aérea é a intubação.
A partir de 1950, com o advento da ventilação mecânica com pressão positiva, evolução das UTI,
aprimoramento dos respiradores, se passou a utilizar a traqueostomia com mais segurança. Em
1960, houve o desenvolvimento de tubos e cânulas traqueais menos traumáticos (alto volume e
baixa pressão). Nos dias atuais, temos a evolução das técnicas percutâneas.
❖ Indicações de traqueostomia:
Obstrução de vias respiratórias: disfunção laríngea, trauma, queimaduras e corrosivos, corpo
estranho, anormalidades congênitas, pós operatório, neoplasias, apneia obstrutiva do sono.
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

Remoção de secreções: idade avançada, fraqueza, doenças neuromusculares.


Suporte ventilatório: desmame difícil. – maior parte das indicações de traqueostomia.
Traqueostomia no CTI:
✓ Procedimento de escolha para VM prolongada
✓ Prevenção das complicações do tubo orotraqueal.
✓ Benefícios fisiológicos: redução de resistência da via aérea, redução do espaço morto, via
aérea estável, melhor tolerada, possibilita alimentação oral, comunicação, potencial
facilitação do desmame da VM.
Quando realizar:
1989: se houver previsão de ventilação mecânica por mais de 21 dias, a traqueostomia é a
preferência. Se for de 10 a 21 dias, é de escolha do médico.
2001: traqueostomia precoce
2005: traqueostomia após 3 semanas de VM aumenta a mortalidade e o insucesso do desmame.

❖ Técnicas:
a) Cirúrgica clássica (convencional ou aberta)
b) Percutânea
Requisitos para o procedimento, para qualquer técnica: iluminação e instrumentos adequados,
equipe de auxílio, aspirador e bisturi elétrico, intubação endotraqueal prévia.
Anatomia cirúrgica: a traqueia estende-se da borda inferior da cartilagem cricóide até a carina,
mede 10-13cm (18-22 anéis). A parede posterior é membranosa e faz relação com a parede anterior
do esôfago. É protegida por um grupamento de músculos: esterno-hioideos, esterno-tireoideos e
esternocleidomastoideos.
Vascularização: ramos das tireoideanas inferiores, ramos da subclávia, e ramos das artérias
brônquicas.
O local correto para realização da traqueostomia é entre o 2º e 3º anel traqueal. Lembrar que entre
a cartilagem tireoide e a cricoide há uma membrana onde se faz a cricotireoidostomia.

A- Técnica Cirúrgica convencional:


• Paciente sedado e intubado
• Decúbito dorsal – hiperextensão cervical
• Assepsia e antissepsia
• Anestesia local (2cm acima da fúrcula)
• Incisão cutânea transversa (alguns defendem a incisão vertical). Deve atingir a pele e o
subcutâneo.
• Secção do platisma
• Abertura do platisma
• Abertura da rafe mediana
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

• Afastamento dos músculos esterno-hioideo e esterno-tireoideo.


• Luxação da glândula tireoide ou abertura do istmo da glândula
• Abertura da fáscia pré-traqueal com afastamento da mesma
• Traqueotomia: abertura propriamente dita da traqueia. Abertura em H, ressecção, incisão
em U... O ideal é minimizar danos na traqueia. O local ideal é entre o segundo e terceiro
anel. Alguns fazem entre o terceiro e o quarto, mas NUNCA abaixo do quarto devido a
proximidade com os grandes vasos da base.
• Introdução da cânula de traqueostomia
• Fixação da cânula ao pescoço
• Curativo
• Radiografia de tórax de controle.
NUNCA usar o bisturi elétrico quando a traqueia já estiver aberta – risco de incêndio da via aérea.
❖ Complicações da Traqueostomia:

B- Técnica Percutânea:
Indicações: as mesmas da traqueostomia convencional. Utilizada essencialmente em condições
eletivas.

Contra-indicações relativas:
• Idade precoce (menos de 16 anos)
• Variações anatômicas
• Discrasias sanguíneas
• Valor do PEEP maior ou igual a 20
Contraindicações absolutas:

• Acesso de urgência das vias aéreas


• Uso pediátrico
• Tumor de região cervical
• Pacientes não intubados
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Técnica: baseia-se numa dilatação progressiva – técnica de Ciaglia. Punção do local onde vai
incisar (abaixo do 2º anel), passa uma agulha com um fio guia. Através do fio guia passa-se os
dilatadores até chegar ao tamanho da cânula propriamente dita. Há outras técnicas como a de
Griggs (usa uma pinça que já introduz a cânula), a de Fantoni (utiliza um broncoscópio) e a técnica
de PercTwist (quase não utilizada).
A técnica mais utilizada hoje em dia é a de Ciaglia com o brurrino (um dilatador único que
progressivamente vai aumentando de tamanho). O ideal é que seja feito com o controle do
broncoscópio para evitar lesões na parede membranosa posterior da traqueia.
Vantagens da técnica percutânea:
• Rápida execução
• Poder ser realizado à beira do leito (CTI)
• Pode ser realizado por não especialistas
• Melhor resultado estético
• Menor custo (EUA)
Desvantagens: complicações (reduzidas com controle endoscópico).
TC X TP:

• Disponibilidade e médico experiente → TC


• Discrasia sanguínea → TC
• FiO2 > 70% ou PEEP > 10mmHg → TC
• Injúria de coluna cervical → TC
• Cirurgia cervical recente → TP (menos infecção)
• Anatomia desfavorável → TC
• TP tende a ter complicações mais imediaras → possibilidade de conversão.

❖ Cricotireoidostomia:
Acesso cirúrgico emergencial das vias aéreas através da membrana cricotireoidea: intubação
endotraqueal impossível ou contraindicada.
Feita na membrana entre a cartilagem tireóidea e a cricoide. Pode ser feita por punção ou com uma
cânula que nem a traqueostomia.
Material: jelco/agulha, seringa e fonte de oxigenação.
Variante: conectar um adaptador em Y ao cateter, onde uma extremidade é conectada a fonte de
oxigênio e a outra serve como válvula de controle expiratório. Manter o oxigênio a 10L/min.
Fornecer ventilação conectando o polegar intermitentemente na saída aberta do Y por 1 segundo e
mantenha livre por 3-4 segundos. É uma técnica que não permite ventilar o paciente e sim somente
oxigenação.
Na crico cirúrgica, palpa-se a membrana (pouco tecido adiposo) e já vai direto com a lâmina do
bisturi e faz a incisão.
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

Toda cricotireoidostomia deve ser convertida para uma traqueostomia formal dentro de 24h a 72h,
pois as complicações (região subglótica) são mais complexas que as lesões traqueais. Não deve ser
utilizada eletivamente para acesso prolongado das vias aéreas nem usadas no grupo pediátrico.

❖ Recomendações de Traqueostomia em pacientes suspeitos ou confirmados de COVID-19:


- Decisão: deve ter o consenso da equipe do momento que vai se indicar a traqueostomia. Não se
deve fazer antes dos 14 dias (risco de contaminação da equipe).
- Preparo: equipe treinada, protocolo local e paramentação.
- Procedimento: EPI, protocolo CCIH, técnica.
- Indicações: pacientes com COVID-19 permanecem em VM por tempo médio de 21 dias. Não
está recomendada a traqueostomia precoce em pacientes com COVID-19.
- Tempo: 14º - 21º dia – consenso das equipes.
- Ideal: PEEP <= 8, FiO2 <= 50% tolerando apneia de 1 minuto sem alteração significativa da SAT
O2.
- Equipe experiente: minimizar o número de participantes para diminuir a exposição (cirurgião,
assistente, fisioterapeuta e enfermeiro).
- Objetivo: tempo cirúrgico curto e com mínima aerossolização.
- Ideal: sala de ventilação com pressão negativa para minimizar a exposição a aerossóis.
- No CTI: box isolado.
- Não está recomendada a Traqueostomia Percutânea por dilatação. A técnica deve ser a
convencional aberta.
- Evitar ou minimizar o máximo possível, o uso de bisturi elétrico e de aspiração.
- Paramentação: gorro descartável, propés, avental estéril e impermeável, proteção ocular
descartável, máscara N95 ou PFF2, face Shield, luvas estéreis (proteção dupla).
- Material: foco de luz, caixa de instrumental cirúrgico padrão.
Técnica:

• Pré-oxigenação com FiO2 a 100% por 3 a 5 minutos.


• Bloqueio neuromuscular completo
• Infiltração do anestésico local com vascoconstritor.
• Evitar uso do bisturi elétrico e da aspiração.
• Antes da abertura da traqueia, solicitar ao fisioterapeuta ou ao anestesista para: colocar o
respirador em stand by, clampear o TOT, desinsuflar o balonete do TOT. Evitar
desconexões desnecessárias do circuito.
• Traqueotomia
• Insuflar o balonete da canula traqueal e checar se não há vazamentos, antes de reiniciar a
ventilação. Remoção do TOT. Fixação da cânula.
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

• Desparamentação: rotina padronizada pela CCIH.

RESUMO: Não recomendada traqueostomia de urgência em COVID-19 pois tem risco de 2 a 5


vezes maior de contaminação do que a eletiva.
Em situação de via aérea difícil (não intuba e não ventila) a primeira opção é a cricotireoidostomia
(cirúrgica de preferência). Conversão para traqueostomia formal após estabilização da VM (não
ultrapassar de 72 horas após a crico).

6- Toracocenteses e drenagem de tórax:

❖ Toracocentese:
Indicações: na presença de uma coleção líquida ou gasosa para fins de diagnóstico, bem como de
alívio sintomático → derrame pleural com restrição respiratória, diagnóstico de derrame pleural,
pneumotórax em paciente no respirador (hipertensivo com desvio).
• Pré operatório: raio-x e coagulograma.
• Sítio: 7º, 8º, 9º EIC na linha hemiaxilar (drenagens).
• 2º EIC em emergência apenas para pneumotórax.
→ Exame radiológico do tórax em duas incidências (PA e Perfil):
1 - seleção do local da punção
2 - derrames septados e de pequeno volume.
→ Técnica da Toracocentese:
1- Posição: o paciente deve ficar sentado com o braço apoiado sobre a mesa, suporte de soro ou
pela enfermeira, ou deitado a 45º.
2- Assepsia e antissepsia
3- Anestesia: infiltração local utilizando-se agulha fina (abaixo da ponta da escápula - 8 ou 9
E.I.C.) com Xilocaína à 1% nos planos subcutâneo, intercostal e subpleural.
4- Localização do derrame: introdução da agulha próximo a borda superior da costela adjacente,
fugindo dos elementos vásculos-nervosos-intercostais. Não realizar abaixo da costela para não
lesar a intercostal (ramo da aorta).
5- Aspiração do líquido para exames.
→ Riscos e fatores inerentes ao procedimento:
✓ Pneumotórax
✓ Hemotórax
✓ Empiema (infeçcão)
✓ Edema pulmonar por re-expansão (a sucção súbita causa a expansão súbita gerando grande
pressão negativa nos alvéolos podendo trazer líquido das artérias causando edema
unilateral). Não se deve retirar 1,5L de uma vez e sempre devagar (o sinal é a tosse). Muitos
médicos usam corticoide precocemente (questionável).
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

✓ Implante de células neoplásicas no trajeto da agulha


✓ Fleimão subcutâneo
✓ Embolia aérea
✓ Reações do paciente durante o procedimento: ansiedade, sincope, dor.
✓ Quando o derrame é pequeno, há o perigo de lesionar o pulmão → Ver no RX se pulmão
está a mais de 1cm da parede (Laurell).
→ Toracocentese de Alívio: Utiliza-se agulha de maior calibre conectada a uma seringa de 50ml
com um “three-way” adaptado a via lateral a um equipo de soro. Habitualmente é precedida pela
punção biópsia pleural.
→ Punção biópsia pleural: agulha de Cope com um bisel voltado para trás. Usado no diagnóstico
de tuberculose, já que o bacilo não está presente no líquido. Agulha é posta por dentro do trocarte
e quando sai, retira com o bisel um fragmento da pleura.
Se o paciente estiver entrando em insuficiência respiratória, é necessário drenar o pneumotórax >
20-25% da área do hemitórax mesmo que não seja hipertensivo (hipertensivo drena sempre).
Dreno no 2º EIC na linha clavicular média é difícil no paciente obeso e em uma paciente com
mamas grandes (lesiona), então é preferível fazer no 6º EIC e colocar o dreno para cima ou fazer
no 2º EIC na linha axilar anterior.

❖ Drenagem Torácica:
Os drenos pleurais têm tripla função:
1. Evacuar ar proveniente das fugas aéreas bronquíolo alveolares
2. Evacuar o conteúdo líquido que impede a re-habitação do pulmão naquele hemitórax
3. Trazer o pulmão à parede
→ Princípios da Drenagem Torácica:
A drenagem pleural fechada deve ser:
1 - estanque para evitar entrada de ar na pleura
2 - irreversível para impedir a entrada de ar ou de líquido do exterior para o interior
3 - colocada e mantida de maneira rigorosamente asséptica
4 - habitualmente aspirativa por uma aspiração ativa ou passiva por simples sifonagem.
(contraindicação: pneumonectomia)
5 - pouco dolorosa quanto possível
→ Colocação do dreno:
1 - No fim da toracotomia - se coloca sempre um ou dois drenos que passam por orifícios de contra-
abertura (anterior e posterior à incisão). Cada orifício é circunscrito por um ponto em U
2 - No tórax fechado - sob anestesia local, através de trocarte ou de pequena incisão com bisturi e
dissecção com pinça Kelly
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

→ Técnica Cirurgica:
✓ Posição do paciente
✓ Assepsia e antissepsia
✓ Sítio de drenagem (triângulo de segurança)
✓ Anestesia local
✓ Toracocentese de localização
✓ Incisão cutânea transversal
✓ Dissecção do TCSC e musculatura intercostal
✓ Preparo do ponto de fixação (Donati ou em “U”)
✓ Pleurotomia romba
✓ Introdução do dreno com auxílio de pinça longa OU Introdução do trocater (dreno)
✓ Fixação
✓ Conexão ao “selo d´água”
✓ Verificar oscilação e fuga aérea
✓ RX de controle
→ Técnicas de Drenagem de Tórax:
A- Punção ou trocarter (para dreno pouco calibroso)
A’- colocação do trocarter com o dreno.
B- Romãs com pinça Kelly após a chegada do trocarter na
pleura
B’- Colocar o dedo antes do dreno para saber se do outro lado tem pulmão (ruim pois o dedo pode
ser maior que o dreno).
→ Conexão do dreno ao frasco:
✓ Utiliza-se um tubo macio, transparente e suficientemente longo para permitir o paciente de
se mover
✓ O frasco é fechado por uma tampa hermética por onde passam dois tubos:
1 - um longo que vem do paciente e mergulha no líquido estéril - “selo d’água”
2 - um curto deixado ao ar livre ou conectado ao sistema de aspiração (com interposição de frasco
de segurança)
✓ Ponto em U é passado para evitar a anestesia novamente após a retirada do dreno.
✓ Aumento da pressão negativa do frasco coletor – aspirativa.
✓ Vigilância do dreno constante por radiologia.
→ Obstrução:
• Ordenha diária por compressão manual do dreno.
• Jamais injetar ar ou liquido.
• Jamais introduzir o dreno secundariamente (reutilizar dreno que já saiu assim como furo).
→ Retirada:
• Ausência de fuga aérea
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

• Drenagem líquida inferior a 50mL/24h


• Pulmão expandido
• Dreno inoperante (certificar ausência de obstrução)
→ Incidentes e Acidentes:

• Lesão do vaso intercostal ou nervo (dor)


• O dreno não funciona mesmo com loja pleural ao RX (obstrução, dreno pequeno, densidade
grande do líquido).
• Enfisema subcutâneo volumoso:
1 - dreno pequeno ou mal posicionado
2 - aspiração insuficiente
- Borbulhamento intenso no frasco de drenagem (Grande fuga de ar)

• Laceração miocárdica, introdução no abdome (fígado, baço).


• Hemorragia, choque, óbito.

❖ Drenagem Pleural Aberta:


Fixação do mediastino por paquipleurite em um empiema crônico pode-se fazer uma drenagem
aberta para auxiliar cura.
O dreno não oscila e a TC tem uma capa de fibrina, não há borbulhamento mas há drenagem.
Com o dreno seccionado, pode lavar a região pelo dreno ou com um dreno de maior diâmetro OU
com o cirurgião torácico pode retirar fragmentos de costela e colocar 2 drenos calibrosos.

7- Vias de Acesso ao abdome - Laparotomias e Paracenteses:

❖ Vias de Acesso:
Incisão parietal que permite a abordagem de uma cavidade para acessar a estrutura alvo”.

• Cavidade abdominal
• Cavidade torácica
• Ao pescoço
• Outras
Vias de acesso ao abdome:
✓ Laparotomia: abdome
✓ Laparoscopia: pneumoperitônio
Vias de acesso ao tórax:
✓ Toracotomia: tórax
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

✓ Toracoscopia: já possui pressão negativa


Via de Acesso ideal:
• Oferece exposição adequada
• Facilita o fechamento
• Cicatriza com bom resultado estético
A escolha da via depende da proposta cirúrgica
❖ Anatomia:
✓ Musculatura
✓ Aponeurose (3 a 5 cm abaixo da cicatriz umbilical não há aponeurose posterior. É o
peritônio.)

❖ Vias de acesso abdominais:


Longitudinais:
Mediana – sobre a linha alba.
✓ Rápida (não há musculo – urgência)
✓ Xipo-pubiana: expõe toda a cavidade (trauma, abdome agudo).
✓ Expõe quase todos os órgãos do abdome
✓ Pode ser estendida (inicia em uma área e se alonga se necessário, tem
espaço de aponeurose para crescer.
✓ Não se seccionam músculos

Paramediana:
✓ Pouco usada.
✓ Pode lesar a musculatura
✓ Demorada
✓ Difícil de estender
✓ Não estética
✓ Difícil de reabrir
Paramediana trans-retal:
✓ Rápida
✓ Denerva parte do músculo reto, formando abaulamento (não tratável, iatrogenia comum).
✓ Difícil para novo acesso
Pararretal externa:
✓ Demorada
✓ Dupla sutura aponeurótica
✓ Acesso limitado
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

✓ Denerva a musculatura
Transversais e Oblíquas:
✓ Ênfase na topografia
✓ Podem ser estendidas (às vezes)
✓ Seccionam a musculatura
✓ Uma incisão transversa pode ser menor para alcançar aquele
órgão.

❖ Laparotomia Transversa:
Colostomia, descompressão – trans-retal
Incisões para apendicite aguda:
MC BURNEY (D) e DAVIS (C) – apendicite em fase inicial sem secreção
purulenta disseminada com TC para localizar apêndice.
✓ Estéticas
✓ Relativamente rápidas
✓ Pouco ampliáveis
Subcostal (Koscher):
✓ Paralela ao rebordo costal
✓ Eleição para vias biliares
✓ Pode ser ampliada
✓ Trabalhosa
✓ Corta músculos
Variações da Subcostal:
1- Incisão de ROSS
2- Incisão de LECLERC
Pfannestiel:
✓ Vertical disfarçada
✓ Boa para cirurgia pélvica
✓ Estética
✓ Demorada
✓ Grande descolamento
✓ Ampliação limitada
✓ Cesariana

❖ Escolha da Incisão:
Longitudinal:
• Rápidas
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

• Universais
• Não estéticas
• Menor resistência (um só plano de sutura)
• Maior chance de hérnias incisionais
Transversa:

• Estéticas (às vezes)


• Demoradas
• Mais resistentes (mais de um plano de sutura)
• Exposição limitada
• Menor chance de hérnias incisionais
Videolaparoscopia:

• Minimamente invasiva
• Menor resposta inflamatória
• Alta precoce
• Pneumoperitônio

❖ Toracotomia:
“Abertura da cavidade torácica para a execução de procedimentos cirúrgicos nos pulmões, coração,
vias aéreas principais e mediastino”
Anatomia:
• Pele
• Subcutâneo
• M. Int. Externo
• M.Int. Interno
• M. Int. Íntimo
• Pleura (mais delicada que a aponeurose)
Toracotomias Tóraco-abdominais:
• Unilateral – Toracofrenolaparotomia
• Mediana – Mediastinolaparotomia
Toracotomias Tóraco-cervicais:
• Unilateral – Tóraco-mediastino-cervicotomia (Dartevelle-Grunenwald)
• Mediana – Mediastino-cervicotomia

Toracotomias Simples Unilaterais:


Anterior
• Limitada
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

• Emergência traumática com lesão cardíaca (massagem cardíaca aberta)


Antero lateral
• Emergência traumática com mais tempo
• Maior área para avaliação
• Esofagectomia (tempo torácico)
• Biópsia pulmonar a ceú aberto.
Póstero lateral

• Cirurgias eletivas de pulmão (ressecções pulmonares), coluna, esôfago, diafragma

Toracotomias Simples Medianas:


Esternotomias: cirurgia cardíaca, cirurgia vascular (vasos da base), mediastino anterior. Difícil e
recuperação longa, bócio mergulhante.
Mediastinolaparotomia: lesões extensas no trauma

❖ Vias de acesso ao Pescoço:


Incisão para tireoidectomia (Koscher) – em colar (abre o platisma)
Incisões laterais: usadas do trauma cervical
Taco de Hóquei: mediana alargada (linfonodo cervical).

8- Vias de acesso ao tórax - Toracotomias:


Conceito:
Minitoracotomias:
→ Pleurotomias: 5º ou 6º EIC
• Acesso para a instrumental de videoendoscopia
• Drenagem pleural
→ Mediastinostomia
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

Mediastino: O mediastino, ou cavidade mediastinal, é um compartimento visceral da cavidade


torácica. Ele separa completamente as duas cavidades pleurais. Ele se estende supero-inferiormente
desde a abertura torácica superior até o diafragma, e ântero-posteriormente desde o esterno até aos
corpos das vértebras torácicas, e lateralmente entre as pleuras mediastinais das cavidades pleurais
adjacentes. Os principais componentes do mediastino são o coração, o esôfago, a traqueia, os nervos
torácicos e os vasos sanguíneos sistêmicos.

A mediastinostomia é a abertura cirúrgica do mediastino.


Mediastinoscopia é um procedimento no qual um endoscópio é inserido no mediastino pela fúrcula
esternal para permitir sua visualização.

Os dois procedimentos são complementares. A mediastinotomia propicia acesso direto aos


linfonodos da janela aortopulmonar, que são inacessíveis com a mediastinoscopia.

Indicações:
Tanto a mediastinoscopia como a mediastinotomia são feitas para avaliar ou excisar linfonodos
ou massas mediastinais e para o estadiamento tumoral (p. ex., câncer de pulmão e esôfago),
embora a utilização de PET e aspirado transbrônquico por agulha guiado por ultrassonografia
endobrônquica reduzam a necessidade desses procedimentos para o estadiamento do câncer.

Técnica: A mediastinoscopia e a mediastinotomia são efetuadas por cirurgiões no centro


cirúrgico, utilizando-se anestesia geral.

Para a mediastinoscopia, faz-se uma incisão na incisura supraesternal, e os tecidos moles do


pescoço são dissecados de maneira romba inferiormente até a traqueia e distalmente até a carina.
Insere-se o mediastinoscópio nesse espaço, permitindo o acesso aos linfonodos paratraqueais,
traqueobrônquicos, ázigos e subcarinais e ao mediastino posterossuperior.

A mediastinotomia anterior (procedimento de Chamberlain) é a abordagem cirúrgica do


mediastino através de incisão paraesternal do 2º espaço intercostal esquerdo, permitindo o acesso
aos linfonodos mediastinais anteriores e aos da janela aortopulmonar, que constituem locais
comuns de metástases de cânceres pulmonares do lobo superior esquerdo.
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

Pericardiocentese: é um procedimento para a drenagem do derrame pericárdico, deve ser feita para
aliviar os sintomas causados pelo derrame pericárdico ou para estabelecer o diagnóstico em casos
ainda não esclarecidos. A remoção de apenas quinze a vinte mililitros de líquido
do derrame pericárdico já é o suficiente para produzir uma significativa melhora das condições
hemodinâmicas do paciente. A técnica consiste na introdução da agulha 0,5 cm à esquerda do
apêndice xifoide, a 45° da pele, logo abaixo do esterno. Avanço lentamente a agulha em direção à
fúrcula esternal (mantendo a aspiração da seringa) até que seja observado refluxo de líquido
pericárdico.

→ Toracotomias:

• Unilaterais: anterior, póstero-lateral


• Medianas: verticais, em ômega
• Bilaterais: Clamshell
Decúbito Oblíquo:

• Decúbito oblíquo facilita entrada no coração.


• Facilita a exposição do coração (incisões ântero-laterais) e abdome superior (tóraco-
abdominais)
• Acesso endotorácico limitado
• Toracotomias simples: ântero-laterais e axilares
• Toracotomias combinadas: tóraco-abdominais
Decúbito Dorsal:

• Comodidade para o anestesista


• Paciente com limitada reserva cardio-respiratória
• Abertura e fechamento rápidos do tórax
• Acesso simultâneo ao mediastino anterior e ambas as cavidades pleurais
• Campo operatório limitado para pulmão e mediastino posterior
• Toracotomia anterior – em cirurgias cardíacas ou cervico-torácicas. Não causa problemas
respiratórios ou circulatórios.
• Toracotomias simples - anteriores, medianas e bilaterais
• Toracotomias combinadas - tóraco-abdominais medianas e tóraco-cervicais
Decúbito ventral (posição de Overholt-Parry-Brown):
• Toracotomia simples póstero-lateral
• facilita a drenagem de secreções até a traqueia
• evita risco de inundação contralateral
• incômodo para o anestesista e para o primeiro auxiliar
• pobre exposição do pericárdio e face anterior do hilo pulmonar
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

Toracotomia Postero-lateral: interescápulo-vertebral.


✓ É a incisão que mais dói e sacrifica o paciente. Usada para acessar a cavidade pleural.
✓ A posição lateral pode deslocar secreção para o pulmão contralateral.
✓ Faz se a secção de diversos grupos musculares.
✓ Normalmente, aberto no leito do 5º arco costal após abertura de pele e subcutâneo.
✓ Pode seccionar periósteo ou bordo superior da costela.
✓ Uso do afastador de Finochietto. Luxação da articulação para não quebrar costela.
✓ Fechar com fios de longa duração com a mesa retificada. Pode usar aproximadores. Toda
vez que abre tórax tem que drenar. Em casos de objetos estranhos tem que haver critério
bem definido para fazer em vídeo (não estar próximo a áreas vitais como por exemplo a
aorta).

Toracotomia axilar:
• Campo menor área para atuar, mas a cicatriz é menor.
• Usada para simpatectomia, bulectomia/pleurectomia, biópsia pulmonar, biópsia
mediastinal.
Toracotomia Antero-lateral: acesso de emergência, lesão aórtica.
Toracotomia Vertical:

• Esternotomia.
• lesões do coração, grandes vasos e pericárdio, doença pulmonar bilateral, transplante
cardiopulmonar, trauma, cirurgia combinada cardio-pulmonar, bócio que invade tórax.
• Em tumores grandes pode combinar-se as incisões com ela.
• Usa serra elétrica para abrir o tórax.
• Fechamento do esterno com fio de aço.
Toracotomia de clamshell:

• junção da incisão de 2 lados para acesso a todo o tórax.


• Em emergência (2 toracotomias anteriores).
• Doença metastática bilateral, transplante pulmonar bilateral, emergências traumáticas,
pericardiectomia, aneurisma ventricular posterior.
Toracotomia dói e limita a respiração.

Toracotomia de reanimação: realizar massagem cardíaca interna e pinçamento da aorta.


Toracotomia anterior esquerda.
→ Toracotomias combinadas
Incisões tóraco-abdominais

• Unilateral – Toracofrenolaparotomia
• Mediana – Mediastinolaparotomia
Incisões tóraco-cervicais
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

• Unilateral – Tóraco-mediastino-cervicotomia
• Mediana – Mediastino-cervicotomia
• Toracoesternotomia unilateral: “hemiclamshell”

Toracofrenolaparotomia:
• À direita: reconstrução do trato biliar, excisão do lobo direito do fígado, derivação porto-
cava, excisão de tumor de adrenal ou rim.
• À esquerda: esôfago inferior, gastrectomia total, esplenectomia, derivação esplenorrenal
distal, tumores volumosos retroperitoneais ou adrenais.
Tóraco-mediastino-cervicotomia: ressecção de tumores que acometem o estreito torácico
superior - tumor de Pancoast-Tobias

9- Fundamentos de cirurgia videoassistida:


Equipamentos:
→ Câmera de vídeo: faz o procedimento através de pequenas incisões, logo precisa de uma câmera
para visualizar indiretamente o que está acontecendo.
→ Monitor: a câmera é ligada a um monitor, onde se visualiza.
→ Fonte de luz
→ Insuflador e cilindro de gás carbônico: em cavidades colabadas, comoa abdominal, necessita a
injeção de ar para criar um espaço para trabalho. A cavidade torácica não necessita do insuflador,
pois tem pressão negativa.
• Injeta automaticamente CO2 na cavidade.
• Parâmetros: pressão máxima de insuflação (pressão máxima da cavidade abdominal, com
possíveis complicações, caso ultrapassada - mmHg) e fluxo de insuflação (L/min).
• Sistema de aquecimento do gás (gases frios em cirurgias prolongadas podem levar a
hipotermia - opcional).
• Deve ter filtro de saída.
• Cilindro de CO2 (geralmente, é verde, mas é importante observar etiqueta para se certificar
que é CO2).
Alteração do pneumoperitôneo:
✓ Hemodinâmica: diminuição do RV, aumento da FC, aumento da RVP, aumentando da PVC
e diminuição do DC (20-40%).
✓ Coagulação: predisposição a trombose (posição e diminuição do RV).
✓ Pulmonar: diminuição da capacidade vital e volume respiratório (elevação do diafragma),
aumento da fração de CO2 expirado.
✓ Cerebral: hipercabia (aumento do fluxo sanguíneo cerebral e edema) e aumento da pressão
cefálica.
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

Salas inteligentes: dispositivos interligados, com vários monitores posicionados de acordo com a
disposição dos profissionais durante o procedimento.
Disposição do cirurgião: adoção de alinhamento com o órgão a operar e o monitor (eixo da
operação). Evitar imagem em espelho, varia de a cordo com a região a ser operada).
❖ Disposição da equipe:
→ Auxiliar assistente:
✓ Afastamento e tração de estruturas
✓ Não movimentar as pinças quando estas estiverem
fora do campo de visão.
→ Auxiliar da câmera (“olhos do cirurgião)
✓ Mesma linha do monitor
✓ Evitar tolher movimentos do cirurgião
✓ Evitar movimentos bruscos e contínuos.
→ Disposição do paciente:
✓ Ditado pela localização do órgao a ser operado e pela
disposição da equipe.
✓ Decúbito dorsal: grande maioria das cirurgias abdominais.
✓ Decúbito lateral: esplenectomia, suprarenalectomia
✓ Posição de Lloyd-Davis: acesso ao reto ou vagina, cirurgias de andar superior (ergonomia)

❖ Instrumental Básico:
→ Óptica ou laparoscópio:
1- Sistema de lentes e fibras ópticas
2- Encaixe para a câmera
3- Entrada para o sistema de iluminação
4- Extremidade distal com diversas angulações (0, 30, 45, e 90
graus).
→ Acesso e pneumoperitôneo:
1- Agulha de Veress (técnica fechada)
2- Trocater de Hasson (técnica aberta)

→ Trocartes: os instrumentais são colocados e retirados da cavidade por portais, que são chamados
de trocartes. Diversas espessuras de acordo com a espessura do instrumental que vai ser inserido.
→ Redutores: reduz o calibre do trocarte, muito usado para passar fios.
→ Pinças: de dissecção e de preensão
→ Tesouras
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

→ Clipes e clipadores: são utilizados em substituição às suturas. Servem para clipar estruturas
como vasos, ductos, etc.
→ Porta agulhas
→ Dissectores: gancho conectado a fonte de energia que você disseca e cauteriza ao mesmo tempo.
→ Afastadores: entram fechados e adquire certos formatos dependendo do tipo de cirurgia.
→ Aspirador/Irrigador: saída para aspiração e entrada para irrigação.
→ Endobags: para retirada de estruturas.
→ Grampeadores: semelhantes ao da cirurgia aberta.
Movimento da cirurgia: muito limitado.

10- Acessos Vasculares:

Introdução:

• Acesso ao sistema venoso, seja para coleta de amostras de sangue ou para infusão de
soluções
• Utilizado em diversas situações
• OBRIGAÇÃO de todo médico, profissional de enfermagem e acadêmico de medicina
conhecer as técnicas de cateterização.
• Realizados em situações eletivas ou críticas.
• Exigem destreza, rapidez, planejamento, concentração e atenção durante todo o
procedimento.
Funções:
Administração de fluídos, nutrientes, medicações, hemoderivados, monitorização hemodinâmica,
hemodiálise, nutrição parenteral, quimioterapia, administração de contrastes.
Tipos de acesso venoso

• Periférico x Central
• Arterial x Venoso
• Implantado x Semi implantado

Venoso:
→Vasos de mais fácil acesso, pela superficialidade;
→Paredes mais elásticas
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

→Espasmo
→ Maior calibre
→ Deve se evitar o termo “pegar veia”.
→ Prefere-se usar o termo punção venosa. Venóclise também é utilizado.

Indicações (central, por punção ou dissecção)

• Acesso venoso prolongado (antibioticoterapia, quimioterapia)


• Administração de substâncias irritantes ao endotélio
• Dificuldade ou impossibilidade de acesso periférico
• Injeção ou administração contínua de fluídos intravenosos
• Monitorização hemodinâmica invasiva da pressão sangüínea arterial, pressão venosa
central, pressão da artéria pulmonar, mensuração de débito cardíaco
• Angiografia, angioplastia
• Estimulação cardíaca artificial temporária (marcapasso), etc;
• Hemodiálise
• Paciente em choque
• Grandes queimados
• Necessidade de administração de grandes volumes de fluidos
• Nutrição parenteral total
Acesso venoso - Tipos

• Superficial e Profundo
• Punção percutânea
• Dissecção venosa

❖ Cateter Venoso Periférico (CVP)/ Acesso Venoso Periférico (AVP):


→Usualmente inserido em veias nos membros superiores
→Dispositivo vascular de curta duração mais utilizado
CVP – onde puncionar?
• Veias basílica e cefálica na fossa cubital:
Regularidade do fluxo comprometida pela flexão do membro

• Veia radial do punho.


• Obs.: Face anterior do antebraço é mais doloroso;
AVP

• Membro superior - face posterior


• Veias radial do punho ou do dorso da mão não dominante
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

Plexo Venoso do Escalpo


• Utilização em lactentes e neonatos;
• É comum a punção arterial inadvertida;

ATENÇÃO:
→A safena externa e as veias superficiais do dorso do pé devem ser evitadas pelo risco de trombose
em adultos
→Utiliza-se em crianças.

Material: equipamento de proteção pessoal, solução antisséptica, garrote, algodão ou gaze, scalps
(Butterfly) ou cateteres(Jelco ou similar), seringa, água destilada, equipo de infusão venosa, bomba
para infusão, filtros, esparadrapo ou similar, conectores: tampa de oclusão com filtro, injetor duplo.
Scalps
✓ Indicado para infusões de curta duração;
✓ Manuseio mais simples;
✓ Menor velocidade de infusão;
✓ É frequente o extravasamento de solução.
✓ Calibres de 19 a 27 Fr: quanto maior o número menos calibrosa é a agulha

Cateteres:
✓ Indicado para infusões de média duração
✓ Menor irritação ao endotélio
✓ Maior velocidade de infusão
✓ Extravasamento menos frequente
✓ Jelcos, Insyte, Medicath, etc
✓ Calibre de 10 a 24 Fr: Maior o número, menos calibroso

Cuidados na inserção:
• Lavagem das mãos com água e sabão, antes e após a punção venosa.
• Calçar luvas de procedimento, como medida de biossegurança.
• Considerar o calibre e localização da veia, tipo e duração do tratamento IV.
• Deve-se iniciar a punção sempre da extremidade distal para a proximal (menor calibre para
o maior).
• As veias mais apropriadas são as do dorso da mão, cefálica, basílica e veias medianas.
• As veias mais próximas às articulações devem ser evitadas, pois a imobilização da
articulação é necessária. Também devem ser evitadas as veias dos membros inferiores em
adultos, devido ao aumentado risco de flebite e trombose.
• Preferência do membro não dominante - maior autonomia para o auto cuidado
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

• Realizar técnica adequada


• Evitar contaminação da pele e dos dispositivos
• Uso de torniquete ou garrote: são fontes potenciais de infecção cruzada e, portanto, devem
ser desinfetados com álcool 70% antes e após cada procedimento. Caso o paciente esteja
em precauções de contato, seu uso deve ser destinado somente a este paciente.
• Preparo da pele: Caso haja sujidade visível, lavar a área antes com água e sabão, e secar.
Usar álcool a 70%, no sentido do retorno venoso.
• Importante lembrar de não mais palpar o local de punção após a antissepsia. Se necessário,
aparar os pelos com tesoura. A utilização de lâminas não é recomendada, pois provocam
microlacerações na pele, aumentando o risco de infecção.
→Técnica com scalp
1- Antissepsia
2- Irrigação do scalp
3- Punção lateral à veia ou sobre a veia
4- Punção com bisel para baixo desde a punção na pele até introduzir na veia
5- À medida que o sangue reflui para o conduto plástico, a agulha vai sendo introduzida até o
final
6- Deve-se utilizar seringa com líquido para aspirar o sangue e manter o fluxo de líquido até
a fixação e instalação do frasco de soro e equipo
7- Aplicação de protetor cutâneo aumenta a adesão do curativo

→Técnica com cateter - Jelco


1- Técnica asséptica
2- Punção lateral ou sobre a veia
3- Punção com bisel para cima, introdução no vaso
4- Refluxo de sangue para a câmara do cateter
5- Movimentos rotatórios
6- Posiciona-se o bisel para baixo e introduz-se a cânula no vaso e retira-se a agulha
concomitantemente
7- Compressão sobre a pele e a cânula para evitar sangramento
8- Checagem: mantem-se a cânula com fluxo de líquido por seringa ou equipo de Soro. Pode-
se comprimir o sítio de punção sobre a cânula para evitar o refluxo de sangue.
9- Limpeza do campo e fixação da cânula
10- Verificação do gotejamento

❖ Cateter central de inserção periférica (PICC)


Cateter periférico que é inserido nas veias cefálica, basílica ou braquial e atinge a veia cava
superior;

• Acesso venoso de longa duração


• Nutrição parenteral total (NPT)
• Não é utilizada para mensurar pressão venosa central (PVC)
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

• Não utilizar quando não se visualizar as veias do membro superior com torniquete
• Não utilizar na presença de flebite ou Celulite
Posicionamento:
→Porção distal da veia inominada ou na porção proximal da veia cava superior
→Posição estimada do cateter: medir a distância desde o ponto de entrada na pele até:
A - Junção esterno-clavicular: Subclávia
B - Área media do manúbrio: Veia inominada
C - Junção manubrio-esternal: Cava superior
D - Apêndice xifóide: Átrio

Tipos de cateteres: Luz única x Luz dupla


→Técnica
1- Procedimento cirúrgico asséptico
2- Paciente reclinado, com membro superior abduzido por 45º e rodado externamente
3- Antissepsia e anestesia local
4- Mensuração do cateter
5- Irrigação do cateter
6- Colocar torniquete no braço e puncionar veia no antebraço
7- Punção do vaso com agulha e seringa
Técnica de Seldinger: introdução do cateter no vaso com o fio guia → retirada do fio guia e
progressão do cateter no vaso → retirada da agulha → fixação do cateter
Cuidados pós punção
✓ Permeabilidade do sistema
✓ Fixação adequada
✓ Imobilização do sítio de punção
✓ Avaliação diária do sítio de punção
✓ Tolerância do organismo
Complicações: hematomas – extravasamento – trombose – flebite – sepse – necrose - edema e
hiperemia em MSE com espessamento do tecido adjacente ao local de punção.
Drogas vasopressoras potentes podem provocar necrose isquêmica quando injetadas em veias
periféricas

❖ Cateter Venoso Central (CVC)


Inserido por via percutânea em veias centrais (jugulares internas, femorais ou subclávias)
• Frequentemente usado em UTI e sala de operações
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

• Embora seja um procedimento rotineiro, deve ser executado com cautela e preparo
adequado
• A posição do paciente e o conhecimento detalhado das referências anatômicas são cruciais
Indicações:
• Monitorização hemodinâmica invasiva (pressão venosa central)
• Pressão de artéria pulmonar
• Acesso vascular para a infusão de soluções cáusticas, irritantes ou hiperosmóticas
• Hemodiálise
• Acesso vascular de longo prazo para nutrição parenteral prolongada ou quimioterapia;
• Reposição rápida de fluidos ou sangue no trauma ou cirurgia
• Estimulação cardíaca artificial temporária (marcapasso)
• Acesso venoso em pacientes com veias periféricas exauridas
• Reposição volêmica de emergência
• Estabilização hemodinâmica
Contra-indicações:
• Inexperiência ou material inadequado
• Falta de consentimento do paciente
• Distúrbios da hemostasia
• Infecção no sítio de punção
• Paciente em choque hipovolêmico
• Punção de veia subclávia em pacientes enfisematosos
• Punção de veia jugular em paciente com história pregressa de cirurgia no sítio de punção
• Durante manobras de ressuscitação
Acessos preferenciais:
Adultos:
• Veias superficiais do membro superior (umeral e axilar)
• jugulares (dissecção e punção);
• Subclávias (punção);
• Femorais (dissecção e punção);

Crianças
• Veias basílica, umeral, axilar (dissecção)
• Jugulares (punção e dissecção)
• Facial (dissecção)
• Safena maleolar (punção e dissecção)
• Subclávia (punção)
Letícia Pasquarelli – 140 bpm

• Femorais (dissecção e punção)


• Punção intraóssea

Veia subclávia:

• Muito utilizado na prática médica e em pacientes de UTI;


• Procedimento confiável, útil e relativamente seguro em mãos experientes;
• Não deve ser a primeira escolha, pois apesar de não apresentar comumente complicações,
estas geralmente são potencialmente fatais;
• Anestesia Local: Lidocaína 1% ou 2%
• Anestesia Geral: Pacientes pediátricos ou em adultos com debilidade do intelecto que não
oferecem cooperação ao procedimento
Posicionamento: posição de Trendeleburg, coxim sob os ombros, cabeça rodada para o lado oposto,
tração do braço ipsilateral.
Técnica:
✓ Disponibilidade do material antes de iniciar o procedimento
✓ Técnica asséptica e equipamento de proteção pessoal
✓ Campos estéreis e paramentação cirúrgica completa
✓ Cateteres, seringas, agulhas e gaze
✓ Fio de sutura (vicryl 3.0/4.0 e mononylon 4.0)
✓ Instrumental cirúrgico
✓ Soro fisiológico e equipo de infusão
1- Avaliação do comprimento necessário do cateter entre o sítio de punção e a veia cava
superior
2- Anestesia local
3- Junção do terço proximal com terço medial da clavícula, colocando o polegar na
intersecção da clavícula e 1a costela
4- Palpar a fúrcula esternal com o dedo indicador
5- Puncionar paralelamente à pele em direção ao dedo na fúrcula esternal, tracionando o
êmbolo da seringa
6- Entrar com a agulha sob a clavícula, aspirando sempre o êmbolo
7- Caso não venha sangue após introduzir 5 cm a agulha, retire-a aspirando o êmbolo
8- Repita a punção usando a técnica descrita 1 cm mais lateral e em caso de insucesso: parar
o procedimento, radiografar o tórax, e considerar a punção contralateral
9- Em caso de punção arterial, retire a agulha e pressione o local por 5 minutos. Avaliar
monitorização hemodinâmica e possível hemotórax.
10- Obtendo sangue venoso, retire a seringa e tape a agulha para evitar embolia aérea
11- Prepare o cateter e introduza-o na agulha
12- Introdução suave e sem resistência
13- O cateter deve ser mensurado antes da introdução
14- Em caso de resistência, pare, aspire sangue para confirmar a posição, rode a cabeça para o
lado ipsilateral
15- O fio guia pode ser usado para ajudar a introdução do cateter
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16- Após a introdução do cateter, retire a agulha


17- Coloque a agulha no protetor, aspire sangue e irrigue o sistema com soro
18- Fixe o cateter no hemitórax

Complicações: posicionamento incorreto, perfuração do miocárdio, lesão da artéria mamaria


interna, punção arterial, enfisema subcutâneo, lesão do plexo braquial, mediastinite supurativa,
lesão do nervo frênico, osteomielite clavicular, sepsis, pneumotórax, fistula arteriovenosa, hidro e
hemotórax, trombose venosa, arritmias cardíacas, lesão do ducto torácico,, embolia do cateter,
celulite local, lesão de traqueia, hidro e hemomediastino.

Veia jugular interna


• Um dos locais mais favoráveis para o acesso às grandes veias torácicas
• Altas taxas de sucesso na punção
• Baixos índices de complicações graves
Posição: posição de Trendelemburg, cabeça rodada para o lado oposto, vértice do ângulo formado
pelas bordas anterior e posterior do músculo esternocleidomastoideo.
Acesso Posterior:

• Borda lateral do músculo esternocleidomastoideo no cruzamento com a veia jugular externa


• Em direção à fúrcula esternal
Complicações: punção arterial – lesão da carótida, laceração de nervo (compressão do nervo
frênico), embolia aérea, extravasamento da infusão, hemotórax, pneumotórax, hidrotorax,
quilotorax, não progressão do cateter, falso trajeto do cateter, posicionamento adequado do cateter
(AD e VD), infecção local e sistêmica, septicemia, trombose venosa, flebite, embolia,
deslocamento diário do cateter, rompimento do cateter, paralisia de cordas vocais, hematoma.

Veia Femoral:
• Geralmente pouco utilizada para a cateterização venosa central prolongada, devido ao alto
índice de complicações.
• Útil em situações clínicas especiais, como manobras de ressuscitação cardiorrespiratória e
reposição volêmica no politraumatizado.
• Baixo índice de complicações imediatas, além de permitir passagem de cateteres de grosso
calibre.
• Acesso venoso de emergência;
• Necessidade de acesso venoso profundo com impossibilidade de dispor veias jugulares e
subclávia
Contra-indicações:

• Cirurgia anterior em região crural (relativo);


• Discrasias sanguíneas graves, uso de anticoagulantes;
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• Infecção no sítio de punção


• Necessidade de manter o paciente no leito enquanto permanecer o cateter

Técnica:
1- Remoção dos pelos
2- Anestesia local
3- Palpação do pulso femoral
4- Veia femoral está paralela e bem medial à artéria
5- Afaste a artéria lateralmente
6- Punção no sentido cranial, a 45º com a pele
Complicações: punção da artéria femoral, hematoma (frequente), laceração nervosa, fenômenos
tromboembólicos, infecção.
Cuidados:
✓ Permeabilidade da via de acesso
✓ Fixação do cateter
✓ Propedêutica física e radiológica do tórax (veia femoral da coxa)
✓ Prevenção da infecção
✓ Tolerância do organismo ao cateter
✓ Curativos

❖ Cateteres totalmente implantados:


Os cateteres totalmente implantáveis foram desenvolvidos após os sistemas semi-implantáveis,
visando dar ao paciente maior conforto.
Não possuem a vantagem da possibilidade de infusão de grandes quantidades de líquidos ou
sangue, pois necessitam de uma agulha especial para sua punção, o que limita o fluxo.
• Cirurgicamente implantado tunelizado abaixo da pele
• Possui bolsa subcutânea (“Port”) com membrana auto-selante que pode ser acessada por
agulha inserida através da pele.
• Usualmente é implantado nas veias jugular ou subclávia e é retirado via procedimento
cirúrgico;
• Este sistema é composto por duas partes principais: um “port” de acesso e um cateter.
Indicações:
Candidatos ao implante de cateteres de longa permanência quando seu tratamento envolve
qualquer das seguintes condições: acesso venoso frequente, tratamento prolongado com infusão,
quimioterapia (hospitalar ou domiciliar), dano tissular, trombose ou esclerose devido a tratamento
prévio com medicação irritante, previsão de uso prolongado de medicações irritantes endovenosas.
Mais recentemente, incluem-se nas indicações os pacientes portadores de síndrome de
imunodeficiência adquirida, que com frequência necessitam de infusões intermitentes de drogas.
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Dissecção venosa:
• Colocação da porta
• Túnel subcutâneo
• Ocultação total do cateter
• Ativação por punção percutânea com agulha especial

Complicações: sinais de infecção no trajeto do tunel granuloma, enduração e eritema no sítio de


exteriorização do cateter, hiperemia e edema no sítio da câmara do cateter
Impossibilidade de punção percutânea:
• Coagulopatia
• Não tem cateter do tamanho necessário
• Múltiplas punções sem resultado
• Impossibilidade de sedação

❖ Dissecção venosa:
Procedimento cirúrgico, indicado na impossibilidade de acesso venoso periférico para hidratação
venosa, infusão de nutrição parenteral e outros medicamentos que necessitam infusão continua.
• Requer habilidade e instrumental.
• Realizado uma vez, a veia será inutilizada.
• Doenças crônicas, múltiplas internações.
• Desprezo pelo cuidado e manutenção acesso venoso.
• Perde-se acesso muito frequentemente, muitas vezes logo após o procedimento o cirurgião
e chamado pois o cateter entupiu ou “saiu”.
• Ato médico
Sítios de dissecção: veia safena maleolar (crianças), veia femoral, veia basílica, veia braquial, veia
axilar, veia jugular interna, veia jugular externa, veia facial (crianças), veia ilio-inguinal.
Obtenção de acesso vascular sob visão direta:
✓ Incisa-se a pele e isola-se o vaso
✓ Flebotomia
✓ Ligadura distal do vaso
✓ Introdução do cateter
✓ Fechamento
Flebotomia:
• É o procedimento cirúrgico de implantação de cateter vascular em veias periféricas para
inserção de cateteres centrais.
• Procedimento de urgência na impossibilidade de acesso venoso central.
• É uma opção de curta duração (usualmente 4 a 5 dias em populações adultas)
• Alto risco de complicações infecciosas.
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❖ Punção intra-óssea
• Acesso rápido e seguro
• Absorção rápida
• Tíbia, crista ilíaca e fêmur
• Técnica relativamente fácil
• Vasos intramedulares não colapsam no choque hipovolêmico
• É um método muito rápido de obtenção de acesso vascular em crianças, principalmente
bebês
• Qualquer infusão pode ser administrada
• Pode ser feita com relativa habilidade apesar de seu uso pouco frequente
• Via temporária- deve ser substituída o mais rápido possível /3-4 horas
• Atenção à circunferência da panturrilha para detectar extravasamento
• Pode ser usado até por 72-96 horas se não houver alternativa.
• Cessada a emergência deve ser obtido outro acesso venoso
• Pode ocorrer osteomielite
Indicações:
• Acesso venoso de emergência quando é impossível outra via, e não há tempo ou
disponibilidade para dissecção venosa.
• Usado em crianças abaixo de 3 anos
• Há relatos de utilização em crianças mais velhas e adultos
• Sugerida como primeira tentativa em crianças em parada cardiorrespiratória ou choque
severo, quando o estabelecimento da via aérea e ventilação são prioridades.
• É sugerido que em caso de falha ao obter acesso venoso em 90 segundos ou 3 tentativas,
partir para a punção intraóssea.
Contra-indicações

• Local de inserção comprometido por trauma, infecção ou queimadura


• Fratura ipsilateral que comprometerá a infusão
• Fratura pélvica
• Osteogênese imperfeita
• Falha prévia em obter punção intraóssea na mesma extremidade, aumentando o risco de
sindrome compartimental

❖ Cateter Arterial
Pressão arterial invasiva (PAI)

• Para uso de curta duração;


• Monitorização hemodinâmica e análises gasométricas em pacientes críticos e cirurgias
prolongadas.
• Os métodos para verificação de pressão arterial são: não invasivos manuais ou
automatizados e invasivo.
O método invasivo está indicado nas seguintes situações:
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✓ Alterações rápidas e de grande magnitude.


✓ Pacientes graves com infusão contínua de drogas vasoativas, vasodilatadores,
vasopressores ou inotrópicos
✓ Controle estrito da pressão arterial (batimento a batimento).
✓ Coletas frequentes de sangue arterial – medida seriada da gasometria.
✓ Crises hipertensivas
✓ Choque de qualquer causa
✓ Parada cardíaca
✓ Trauma neurológico ou politrauma
✓ Insuficiência respiratória grave
✓ Procedimentos cirúrgicos de grande porte
✓ Uso de balão intra-aórtico
Contra-indicações relativas:

• Doença vascular periférica


• Doenças hemorrágicas
• Uso de anticoagulantes e trombolíticos
• Áreas infectadas;
• Queimaduras nos locais de punção
Locais de inserção: artérias radial, braquial, femoral ou dorsal do pé, obtida pelo método de punção
percutânea ou dissecção. Primeira escolha é a artéria radial. Sempre que possível dar preferência
para o lado corporal não dominante.
Teste de Allen: objetivo de avaliar a presença de circulação colateral adequada para a mão pela
artéria ulnar. (O tempo de enchimento capilar da mão pela artéria ulnar deve ser de 5 a 7 segundos).
Tempo maior que 7 a 15 segundos para o retorno significa enchimento capilar ulnar inadequado,
portanto a artéria radial não deve ser cateterizada.
PAI:
1- Punção arterial ou dissecção
2- Introdução do cateter
3- Conexão a um sistema de medição eletrônico – A utilização de coluna de mercúrio em
sistema aberto não é permitida pela ANVISA.
4- Manutenção do sistema desobstruído e calibrado
5- Registro contínuo e avaliação de tendências
6- Conexão ao transdutor eletrônico: a conexão ao transdutor eletrônico é feita por
interposição de cateter de polietileno rígido esterilizado, não menor que 30cm nem maior
que 120cm de comprimento. (Não acrescentar tubos intermediários com flexibilidade e
tamanho não padronizados, pelo risco de causar interferência no resultado).
7- Todo o sistema deve ser preenchido com solução salina fisiológica estéril,
preferencialmente com heparina na proporção de 1 unidade/ml e mantido em sistema
pressurizado. (A solução glicosada a 5% não deve ser utilizada devido a sua maior
viscosidade, o que pode causar alteração no resultado). Qualquer bolha de ar deve ser
retirada do sistema para evitar que os resultados não sejam subestimados
8- Manter a bolsa pressurizadora em 300 mmHg
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9- O sistema deve ser zerado antes do início das medidas. (A zeragem é fundamental para
garantir o nivelamento do local do sistema circulatório e do transdutor de pressão)
10- A onda de pressão é captada pelo diafragma do transdutor que transforma o impulso
mecânico em impulso elétrico e amplificado por um monitor eletrônico.
Complicações:
• Insuficiência vascular
• Vasoespasmo
• Redução da perfusão capilar
• Oclusão arterial
• Hemorragia
• Hematoma local
• Infecção do sítio do cateter
• Trombose
• Injeção acidental de drogas por via arterial
• Isquemia e necrose
• Embolização arterial e sistêmica
Material: mesa auxiliar, solução antisséptica, cateter arterial, gaze estéril, mascara descartável,
avental estéril, luva estéril, campo estéril fenestrado, seringa descartável, agulha 13 x 0,38, agulha
40 x 12, anestésico local, solução salina 0,9% – 250 ml, heparina sódica – 5.000 UI/ml, kit –
transdutor de pressão, bolsa pressurizadora, fio de sutura agulhado mononylon, pinça para
sutura/porta-agulha.

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