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Oficinas
A modelista é o profissional que traduz para o papel conceitos e criações do estilista. Existem duas
técnicas: a modelagem plana, que é traçada sobre o papel e a moulage ou modelagem tridimensional, na qual o
profissional posiciona o tecido diretamente sob o busto e posteriormente o molde é planificado sobre o papel.
Seja qual for a técnica utilizada, a modelista é a responsável pela elaboração do molde que servirá de base
para a produção da primeira peça que nomeamos de peça piloto. Após a confecção da peça piloto, prova-se o modelo
e, se necessário, faz-se os ajustes até obter a forma e caimento desejados de acordo com o desenho do estilista. Com a
peça aprovada, o modelo segue para a produção em massa para o mercado de moda.
A modelista, portanto, organiza o processo criador do estilista, inclusive orientando-o quando algo não dá
certo em sua ideia inicial. Além destes, outros dois profissionais importantes para o processo de produção são o
cortador e a costureira ou pilotista. O cortador é responsável pelo corte do modelo no tecido, e por isso é importante
que o mesmo tenha conhecimentos de tecidos e dos fios. A pilotista é a costureira que vai confeccionar a peça piloto,
respeitando as marcações, margens e detalhes da modelagem contidas no molde.
Uma boa modelista precisa ter calma e paciência para lidar com geometria e processos matemáticos, além de
ter conhecimentos de tecidos e quais caimentos estes proporcionam.
Dicas de Modelagem
Para início do modelo, copie as bases frente e costas separadamente e sem margem de costura;
Não destrua seu traçado inicial;
Escreva todas as informações do que está sendo feito no seu traçado;
Antes de destacar os moldes, confira tudo o que vai ser costurado;
Confira a quantidade de moldes do modelo;
Adicione margem de costura de acordo com o acabamento desejado;
Se possível, converse com costureiras para definir o melhor tipo de acabamento;
Não se esqueça de colocar a referência do fio no molde, piques e informações necessárias para a montagem da
peça;
Não se esqueça que para um melhor caimento das peças, recomenda-se o traçado das bases com as medidas
dos corpos de suas clientes. A tabela de medidas é um referencial, porém nem sempre conseguimos ter um
bom caimento para todos os tipos de corpos, principalmente aqueles que não se encaixam nos padrões
brasileiros.
Interpretando um modelo
Interpretar um modelo é fazer uma discriminação criteriosa do modelo apresentado, verificando qual o
diagrama, tecido, tamanho, como foi confeccionado, quais aviamentos usados.
Podemos interpretar um modelo de roupa a partir do croqui, do desenho técnico ou de imagens.
O croqui é o desenho do modelo realizado pela estilista de forma personalizada. Esta forma, muitas vezes,
dificulta a interpretação do modelo por parte do modelista devido ao desenho, normalmente, não ser proporcional ao
corpo real, como perna muito alongada, corpo estreito, etc.
O desenho técnico é muito usado nas confecções. Este facilita muito a interpretação pois costuma ter muitas
informações de onde fica cada detalhe e medidas definidas pela estilista.
Com uma imagem muito boa do modelo, é possível identificar formato, caimento, recorte, proporção etc.
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No início é normal ficar inseguro com as medidas utilizadas de folgas, recortes, decotes, pences, etc. Mas
só a prática e a observação do que está sendo feito é que dará mais segurança no trabalho de modelagem. Por isso é
importante manter o traçado do modelo separadamente, pois é nele que escrevemos cada detalhe do que foi feito, ele é
o referencial do caminho percorrido.
Relembrando o Fio
É importante saber localizar o fio do tecido, pois ele define o caimento das peças. Conhecer o fio do tecido
nos permite colocar o fio no molde de acordo com o caimento desejado.
Então vamos relembrar:
Todo tecido possui ourelas, que estão localizadas nas extremidades
laterais do tecido. Paralelos a ourela, temos o urdume do tecido. Os fios do
urdume são comumente mais firmes que os fios da trama. Os fios da trama correm
no sentido horizontal ou da largura do tecido. O viés do tecido se dá na diagonal,
entre o urdume e a trama. A ideia é que a parte mais firme do tecido (urdume)
esteja no comprimento da roupa, e a trama, fios que cedem mais, estejam na
largura, no contorno dando mais conforto aos movimentos.
A marcação do fio no molde tem duas funções:
1. Está relacionado com o caimento, sentido do tecido e efeito que se
quer dar a roupa;
2. É o sinal que direciona e determina a colocação do molde sobre o tecido.
3. O fio é representado no molde através de uma seta. Muitas vezes o fio é marcado nas bordas retas do
molde, tais como: centro frente, centro costas, centro da manga, etc.
Ou = indica que o molde só pode ser cortado num sentido do tecido.
= Indica que o molde pode ser cortado nos dois sentidos do tecido.
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