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Sketchbook sem limites

Dica:
Antes de começar, desenhe
um pequeno esboço na
margem do papel, como uma
espécie de rascunho. Isso
o ajudará a não se perder
com a perspectiva.

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Conhecimentos básicos

O espaço e a perspectiva

Chega de teoria! É claro que você deve se familiarizar com certos conceitos e aprender a dominar
as técnicas básicas. No entanto, ao desenhar, o mais importante não é fazer uma abordagem pura-
mente técnica. Afinal, um computador também pode criar pontos de fuga.
Tenha sempre em mente que a perspectiva não serve apenas para desenhar edifícios. O espaço pode
ser representado de muitas formas diferentes. Como vemos aqui, é possível, inclusive, representar
pessoas usando perspectiva. Quanto mais perto elas estiverem, maiores elas serão.
Podemos representar a tridimensionalidade fazendo o fundo desaparecer em uma névoa ou sim-
plesmente sobrepondo alguns elementos sobre os outros na hora de criar uma imagem, já que até
mesmo uma “ocultação mútua” é capaz de dar origem a uma sensação de espaço. As cores também
podem ser usadas para criar profundidade óptica. Quanto mais longe você estiver de alguma coisa,
mais azul ela ficará (pense nas montanhas azuladas que costumamos ver ao fundo de uma imagem
de paisagem). O mais importante é que você desenvolva um senso de espaço.
Não permita que a insegurança ganhe terreno. Comece a desenhar e veja como seu senso de pers-
pectiva evolui ao longo do tempo. Em se tratando desse assunto, os melhores artistas apostam sem-
pre na intuição, e não na tecnologia ou no design.
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Pessoas

Transeuntes

Para desenhar estranhos, a fórmula é a se-


guinte: transforme-os em amigos. Basta per-
guntar se você pode fazer um retrato rápido
deles. Geralmente, as pessoas aceitam que
você as desenhe – sem falar que muitas delas
também se sentem lisonjeadas e ficarão curio-
sas para ver o resultado.
No entanto, pessoas que não estão muito à
vontade com sua aparência provavelmente não
quererão ser retratadas. Nesse sentido, é im-
portante que você peça permissão a mendigos
para desenhá-los e tenha um cuidado especial
com os bêbados.

Dica:
Em seu desenho, inclua sempre uma parte do
ambiente, um fragmento do mundo em que
a pessoa está sendo retratada.

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Pastor durante o sermão.
Meio: caneta de ponta fina preta e
um pedaço de um convite em uma
colagem.

Em casos como este, os demais


presentes no ambiente podem se
sentir ainda mais incomodados do que
a pessoa que está sendo retratada.
É importante se mostrar simpático
em tais situações. Desenhe, mas tente
fazê-lo de maneira discreta!

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Animais

Eles não param de se mexer!

O título desta página nos leva direto à raiz do pro-


blema. Por mais que desenhar animais seja uma
tarefa complicada, o esforço vale muito a pena,
pois os bichos são seres realmente excepcionais.

Comece desenhando animais que não se movi-


mentam, que estejam, por exemplo, dormindo
(seu gato) ou mesmo mortos (um rato que seu
gato lhe trouxe de presente). Você também pode
desenhar animais lentos ou preguiçosos, como as
tartarugas e os caracóis. Além disso, nessa fase
inicial, você pode recorrer ainda a animais empa-
lhados. Muitas cidades contam com um museu
de história natural: trata-se de um lugar ideal para
uma primeira abordagem a esse tema.

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Por aí

Outros países, outros pontos de vista

Uma coisa é clara: lá atrás das montanhas azuis que vemos no


horizonte é sempre melhor do que aqui. Viajar é uma atividade
essencialmente humana. Não é por acaso que muitas histórias
começam com uma viagem, que escolhemos viajar na “melhor
época do ano” e que “toda a vida é uma grande viagem”.

Sketchbooks são, antes de mais nada, diários de viagem,


cadernos com os quais trabalhamos não quando estamos em
nosso ambiente habitual, mas sim por aí, viajando, refletindo
sobre o que existe lá fora, sobre o desconhecido.

Como dissemos anteriormente, os sketchbooks não devem


ser usados apenas para desenhar. Nesses cadernos, podemos
guardar lembranças, anotar endereços de pessoas que conhe-
cemos durante uma viagem e colar tíquetes de ônibus que
pareçam interessantes. Sketchbooks são muito versáteis – são
como computadores sem fio, prontos para capturar e preser-
var tudo aquilo que vemos e vivemos.

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Por aí

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