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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 1 INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

O desenho técnico representa um meio de ligação indispensável entre vários ramos de um empreendimento industrial.

É o idioma internacional que difere de qualquer outro pela clareza e precisão, não se prestando a duvidas ou
diferenças de interpretação.

É necessário portanto uma técnica de representação, daí surgirem das necessidades e experiências as regras, que são
as “NORMAS TÉCNICAS”.

Normalização
É o processo de formalização e aplicação de regras para um tratamento ordenado de uma atividade especifica.

É baseada nos resultados já consolidadas da ciência, da técnica e da experiência.

Norma
É um documento contendo o resultado de um determinado esforço de normalização, aprovado por autoridade
reconhecida.

Nível de Normalização :

Internacional : ISO - “International System Organization”

Nacional : ABNT - “Associação Brasileira de Normas Técnicas”

Nacional : ASA - “American Standard Association”

Setorial : SAE - “Society American Engeneering”

Setorial : AISI - “American Institute of Steel and Iron”

Setorial : ASTM - American Society of Testing Materials”

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 2 CONCEITOS DE REPRESENTAÇÕES DO DESENHO TÉCNICO

CONCEITOS DE REPRESENTAÇÕES DO DESENHO TÉCNICO

Quanto ao aspecto geométrico:

Desenho Projetivo
Desenho resultante de projeções do objeto sobre um ou mais planos que fazem coincidir com o próprio desenho.

Compreendendo:

Vistas Ortogonais
Figuras resultantes da projeção do objeto, sobre planos convenientemente escolhidos, de modo a representar, com
exatidão, a forma do mesmo com seus detalhes.

Perspectivas
Figuras resultantes de projeção, sobre um único plano, com finalidade de permitir uma percepção mais fácil da forma
do objeto.

Quanto a sua elaboração:

Desenho de Componentes
Desenho de um ou vários componentes representados separadamente.

Desenho de Conjunto
Desenho de conjunto mostrando reunidas, componentes, que se associam para formar um todo.

Detalhe
Vista geralmente ampliada do componente ou parte de um todo complexo.

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SEÇÃO 3 PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

Conceito
Perspectiva é maneira de representar objetos de acordo com sua posição, forma e tamanho.

Existem vários tipos de perspectiva. Nesta seção estudaremos apenas a perspectiva isométrica.

A perspectiva isométrica mantém as mesmas medidas de comprimento, largura do objetivo.

Para estudar a perspectiva isométrica é necessário conhecer ângulo e a maneira como ele é representando.

Ângulo
É a figura geométrica formada por duas semi-retas com a mesma origem.

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SEÇÃO 3 PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

Grau
Unidade de medida de ângulo, equivalente a um ângulo central cujo arco é 1/360 de circunferência.

A medida em graus é indicada por um numeral seguido do símbolo de grau. Veja alguns exemplos.

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SEÇÃO 3 PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

Nos desenhos em perspectiva isométrica, os três eixos isométricos (c, a; l) forma entre si ângulos de 120º. Os eixos
oblíquos formam com a horizontal ângulos de 30º.

Qualquer linha paralela a um eixo isométrico é chamada linha isométrica.

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SEÇÃO 3 PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

Traçados da Perspectiva Isométrica do Prisma

O prisma é usado como base para o traçado da perspectiva isométrica de qualquer modelo.

No início, até você adquirir firmeza, o traçado deve ser feito sobre o reticulado. Veja abaixo uma amostra de
reticulado.

O traçado da perspectiva isométrica é feita da seguinte maneira:

Em primeiro lugar são traçados


os eixos isométricos

Em seguida, são marcadas nesses eixos


as medidas de comprimento,
largura e altura do prisma.

Após isso, é traçada a fase de frente dos


prisma, tomando-se como referências as
medidas do comprimento e da altura,
marcadas nos eixos isométricos.

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SEÇÃO 3 PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

Depois traçamos a face de cima do prisma


tomado como referência as medidas do
comprimento e largura, marcadas nos eixos
isométricos.

Em seguida traçamos a face do lado do prisma


tomando como referência as medidas da
largura e da altura marcadas nos eixos
isométricos.

E, por último, para finalizar o traçado da


perspectiva isométrica, são apagadas as
linhas de construção e reforçado o contorno
do modelo..

Traçado de Perspectiva Isométrica com Detalhes Paralelos

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SEÇÃO 3 PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

Traçado da Perspectiva Isométrica com Detalhes Oblíquos

As linhas que não são paralelas aos eixos isométricos são chamadas linhas não-isométricas.

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SEÇÃO 3 PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

Traçado da Perspectiva Isométrica com Elementos Arredondados

Traçado da Perspectiva Isométrica do Círculo

círculo em perspectiva isométrica tem sempre a forma de elipse.

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SEÇÃO 3 PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

Traçado da Perspectiva Isométrica Isolada ou Associada

O componente de um determinado dispositivo, poderá estar representado em perspectiva isométrica, isoladamente ou


vários componentes associados formando um conjunto conforme os exemplos:

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SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Definição
Todo o objeto, desde a peça mais simples à estrutura mais complicada, tem três dimensões. O problema do desenho
técnico consiste em reproduzir a forma exata de um corpo, com suas três dimensões, sobre uma folha de papel que só
possui duas. O método usado, das projeções observador. A sua interpretação se faz pela combinação de duas ou três
projeções.

O método consiste em representar a forma exata do objeto por meio de duas ou mais projeções sobreplanos que
geralmente se encontram segundo ângulos retos, baixando-se perpendiculares de objeto aos planos.

Considerando-se os planos de projeção horizontal e vertical prolongados além de sua interseção, quatro ângulos
diedros serão formados, os quais se denominam, pela ordem, 1º, 2º, 3º e 4º diedros conforme a figura abaixo:

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SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Projeção Ortogonal

Em desenho; técnico, projeção é a representação gráfica do modelo feita em um plano. Existem várias formas de
projeção. A ABNT adota a projeção ortogonal, por ser a representação mais fiel à forma do modelo.

Para entender como é feita a projeção ortogonal, é necessário conhecer os seguintes elementos: observador, modelo
e plano de projeção. veja os exemplos a seguir: neles, o modelo é representado por um dado.

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SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Linha Projetante
A linha projetante perpendicular ao plano de projeção que sai do modelo e o projeta no plano de projeção.

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SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Posição em três planos

Unindo perpendicularmente três planos, temos a seguinte ilustração:

Plano de projeção vertical Plano de projeção lateral

Plano de projeção horizontal

Cada plano recebe um nome de acordo com sua posição.

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SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Vistas

Rebatimento de Três Planos de Projeção

Quando se tem a projeção ortogonal do modelo, o modelo não é mais necessário e assim é possível rebater os planos
de projeção.

Com o rebatimento, os planos de projeção, que estavam unidos perpendicularmente entre si, aparecem em um único
plano de projeção. Na página seguinte pode-se ver o rebatimento dos planos de projeção, imaginando-se os planos
de projeção ligados por dobradiças.

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SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Agora imagine que o plano de projeção vertical fica fixo e que os outros planos de projeção giram um para baixo e
outro para direita.

O plano de projeção que gira baixo é o plano de projeção horizontal e o plano de projeção que gira para a direita é o
plano de projeção lateral.

Planos de projeção rebatidos:

Agora é possível tirar os planos de projeção e deixar apenas o desenho das vistas do modelo.

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SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Na prática, as vistas do modelo aparecem sem os planos de projeção.

As linhas projetantes auxiliares indicam a


relação entre as vistas do desenho

Observação :
As linhas projetantes auxiliares não aparecem no desenho técnico do modelo. São linhas imaginárias que auxiliam no
estudo da teoria da projeção ortogonal.

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SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Vistas

Dispondo as vistas alinhadas entre si, temos as projeções da peça formadas pela vista frontal, vista superior e vista
lateral esquerda.

Observação :
Normalmente a vista frontal é a vista principal da peça.

As distâncias entre as vistas devem ser iguais e proporcionais ao tamanho do desenho.

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SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Denominação das vistas conforme norma da ABNT

VF-Vista Frontal
VS - Vista Superior
VLe- Vista Lateral Esquerda
VLd - Vista Lateral Direita
VI - Vista Inferior
VP - Vista Posterior

VI

VLD VF VLe VP

VS

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SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Exercícios:

Complete as projeções :

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SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Complete as projeções.:

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SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Complete as projeções.:

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SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Desenhe a vista que falta.:

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SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Escreva nos modelos representados em perspectiva isométrica as letras dos desenhos técnicos que correspondem às
suas faces.:

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SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Escreva nas vistas dos desenhos técnicos as letras dos modelos representados em perspectiva isométrica que
correspondem às suas faces.:

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Para cada peça em projeção há quatro perspectivas, porém só uma é correta. Assinale com X
a perspectiva que
corresponde à peça :

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SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Para cada peça em projeção há quatro perspectivas, porém só uma é correta. Assinale com Xa perspectiva que
corresponde à peça :

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SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Para cada peça em projeção há quatro perspectivas, porém só uma é correta. Assinale com Xa perspectiva que
corresponde à peça :

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SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Anote embaixo de cada perspectiva o número correspondente às sua projeções :

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SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Anote embaixo de cada perspectiva o número correspondente às sua projeções :

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SEÇÃO 4 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Complete as projeções :

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SEÇÃO 5 LINHAS

Tipos de Linhas
Para desenhar as projeções são usadas vários tipos de linhas.
Aplicação geral
Linha Denominação (ver Figuras 1a , 1b e outros)
A A1 contornos visíveis
Contínua larga
A2 arestas visíveis
A1 contornos visíveis
B Contínua estreita B2 linhas de cotas
B3 linhas auxiliares
B4 linhas de chamadas
B5 hachuras
B6 contornos de seções rebatidas na própria
vista
B7 linhas de centros curtas

C Contínua estreita a mão livre (1) C1 limites de vistas ou cortes parciais ou


interrompidas se o limite não coincidir
com linhas traço e ponto (ver Figura 1c)
D Contínua estreita em ziguezague D1 esta linha destina-se a desenhos
(1) confeccionados por máquinas
(ver Figura 1d)
E Tracejado larga (1) E1 contornos visíveis
E2 arestas não visíveis
F Tracejado estreita (1) F1 contornos não visíveis
F2 arestas não visíveis

G Traço e ponto estreita G1 linhas de centro


G2 linhas de simetrias
G3 arestas não visíveis

H Traço e ponto estreira, larga nas H1 planos de cortes


extremidades e na mudança de
direção.

J Traço e ponto larga J1 indicação das linhas ou superfícies com


indicação especial

K Traço dois pontos estreita K1 contornos peças adjacentes


K2 posição limites de peças móveis
K3 linhas de centro de gravidade
K4 cantos antes da conformação (ver Fig. 1)
K5 detalhes situados antes do plano de corte
(ver Fig. 1e)
(1) Se existirem duas alternativas em um mesmo desenho, só deve ser aplicada uma opção.

Nota: Se forem usados tipos de linhas diferentes, os seus significados devem ser explicados no respectivo desenho
ou por meio de referência às normas específicas correspondentes.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 5 LINHAS

Exemplo :

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 5 LINHAS

Aplicação Geral :

FIGURA 1

Ordem de prioridade de linhas coincidentes


Se ocorrer coincidência de duas ou mais linhas de diferentes tipos, devem ser observados os seguintes aspectos, em
ordem de prioridade (ver Figura 2):
1) arestas e contornos visíveis (linha contínua larga, tipo de linha A);
2) arestas e contornos não visíveis (linha contínua larga, tipo de linha E ou F);
3) superfícies de cortes e seções (traço e ponto estreita, larga nas extremidades e na mudança de direção;
tipo de linha H)
4) linhas de centro (traço e ponto estreita, tipo de linha G);
5) linhas de centro de gravidade (traço e dois pontos, tipo de linha K);
6) linhas de cota e auxiliar (linha contínua estreita, tipo de linha B)

FIGURA 2

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 5 LINHAS

Terminação das Linhas de Chamada :


As linhas de chamadas devem terminar

a) sem símbolo, se elas conduzem a uma linha de cota (Figura 3);


b) com um ponto, se termina dentro do objeto representado (Figura 4)
c) com uma seta, se ela conduz e/ou contorna a aresta do objeto representado (Figura 5)

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SEÇÃO 6 PERSPECTIVA EXPLODIDA

PERSPECTIVA EXPLODIDA

Como a finalidade da perspectiva isométrica é permitir uma percepção mais fácil da forma do objeto ou peça, nos
casos de representação de conjuntos de dispositivos a perspectiva pode apresentar-se na forma de PERSPECTIVA
EXPLODIDA conforme os exemplos:

Exemplos :

Figura 1 - Partes internas de um conversor de torque

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 6 PERSPECTIVA EXPLODIDA

Figura 2 - Carcaça e Conversor

Figura 3 - Embreagem lateral

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SEÇÃO 7 DESENHO EM CORTE

DESENHO EM CORTE
Corte
Significa divisão, separação. Em desenho técnico, o corte de uma peça é sempre imaginário. Ele permite ver as partes
internas da peça.

Hachuras
Na posição em corte, a superfície imaginada cortada é preenchida com hachuras. Elas são linhas estreitas que, além
de representarem a superfície imaginada cortada, mostram também os tipos de materiais.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 7 DESENHO EM CORTE

Vista em corte
Este é o principal meio de representação usado em desenho. A vista em corte, como próprio nome diz, é o desenho da
peça cortada. O local por onde deverá passar este corte, dependerá dos detalhes que se quer mostrar.

Esta peça ao lado foi desenhada em


perspectiva, o que nem sempre é suficiente
para mostrar como ela se apresenta na
realidade. Veja como ela se apresenta vista
de frente na figura do lado direito.

Quando executamos um corte nesta peça,


outro detalhe da mesma, é apresentado, ou
seja, existe um furo em sua parte central que
não apareceu na representação em
perspectiva. Quando esta peça é cortada ao
meio, ela se apresenta desta forma, mostrada
na figura do lado direito

Você conseguiu identificar a peça tal como ela é na realidade?


Se conseguiu, é porque você já a conhecia antes de ver corte, pois ela está representada de maneira errada.
Veja porque:

Esta peça aqui apresentada é completamente diferente


da anterior

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 7 DESENHO EM CORTE

No entanto, se a cortamos, conforme indicado pela figura acima, a representação do corte precisa ser diferente do
anterior, a fim de tornar clara a identificação.

A representação do corte acima ilustrado, se apresentará de


forma idêntica à do corte da peça da página anterior.

Nota-se portanto, que deve existir alguma coisa errada neste sistema de representação, pois duas peças totalmente
diferentes receberam representações idênticas de corte. Como o corte é feito para tornar mais fácil a compreensão do
desenho, devendo mostrar a peça da melhor maneira possível, foi então criado o sistema de “hachuras” que agora lhe
será mostrado.

Com a utilização do sistema de hachuras, as peças anteriormente cortadas serão representadas diferentemente,

que acabará com a confusão, facilitando sua compressão.

As hachuras são linhas paralelas que cobrem só a área que foi atingida pelo corte.

Utilizando hachuras para identificar as peças anteriores, você poderá ver como a representação passa a ficar
diferente.

Observe novamente os cortes hachurados, mostrados na página anterior:

O corte da esquerda vem a ser a representação do disco com orifício central e o da direita representa a outra peça.

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SEÇÃO 7 DESENHO EM CORTE

A fim de que você se acostume melhor com o conceito de hachuras, veja o desenho que se segue:

Observe bem as hachuras. Tudo é feito para evitar que duas peças que estejam em contato tenham hachuras na
mesma direção, a fim de tornar mais fácil a compreensão. Quando isto se torna impossível, usa-se desenhar as
hachuras mais afastadas ou mais próximas, como aparece representado pela tampa e coletor 3P6812, cujas hachuras
aparecem na mesma direção, porém com espaçamentos diferentes.

Você também pode verificar hachuras em sentido contrário como entre a tampa 9M1164 e o coletor 3P6812.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 7 DESENHO EM CORTE

Aqui são apresentados vários tipos de cortes, onde as hachuras representam a parte da peça que foi atingida pelo
corte. Veja se você consegue entender todos eles:

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 7 DESENHO EM CORTE

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 7 DESENHO EM CORTE

Agora a ordem será trocada, isto é, você verá primeiro o corte e depois a peça representada por este corte. Veja se
consegue entender todos eles:

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 7 DESENHO EM CORTE

Tipos de Corte :

A fim de que você se familiarize com a nomenclatura utilizada para indicar os cortes, seguem abaixo alguns conceitos
básicos.

Corte Longitudinal
Este tipo de corte aqui mostrado, é caracterizado pelo nome de
corte longitudinal, ou seja, ele é efetuado no sentido da maior
dimensão da peça, isto é no sentido do seu comprimento.

Corte Transversal
Já este outro tipo de corte é conhecido pelo nome de corte
transversal, e o que o caracteriza é que este feito no sentido
perpendicular ao do corte longitudinal, isto é, no sentido da
largura da peça.

Você deverá utilizar sempre estes nomes quando falar sobre cortes. Isto facilitará muito para que outras pessoas
entendam melhor o que você está falando.

Você poderá dizer que tipo de corte é este aqui representado?

Logicamente, este é um corte transversal.

Quando você come uma banana, que corte você está executando na mesma? Evidentemente você a está cortando
transversalmente.

No entanto, quando você corta um pão para passar manteiga, você o está cortando longitudinalmente.

Conclui-se portanto que os cortes longitudinais são aqueles feitos no sentido do comprimento da peça, enquanto os
cortes transversais são feitos no sentido da largura.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 7 DESENHO EM CORTE

Para desenhar uma projeção em corte, é necessário indicar antes onde a peça será imaginada cortada.

Essa indicação é feita por meio de setas e letras que mostram a posição do observador.

Outras vezes é necessário cortar apenas uma parte de um desenho a fim de se esclarecer alguns detalhes. Veja este
desenho:

A fim de tornar mais fácil a identificação das sedes e guias de válvulas foi feito em corte parcial no cabeçote, no local
indicado pela linha A↑_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ↑A Junto ao cabeçote foi então desenhado o corte, e abaixo deste
corte foi escrito “Section A-A” ou seja “Corte A-A”.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 7 DESENHO EM CORTE

Corte Parcial
É o corte usado quando é necessário mostrar apenas determinados detalhes internos na projeção. Para limitar a parte
cortada, usa-se a linha de ruptura (sinuosa estreita).

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 7 DESENHO EM CORTE

Vejamos mais alguns exemplos de corte parcial :

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 7 DESENHO EM CORTE

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 7 DESENHO EM CORTE

Dois cortes na mesma vista:

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 7 DESENHO EM CORTE

Corte Oblíquo
Aqui vemos a aplicação de rotação de elementos oblíquos em corte em um atuador rotativo.

Corte em Vista Única

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 7 DESENHO EM CORTE

Aplicação de corte, encurtamento e detalhe.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Introdução

Estes conceitos aqui apresentados, têm por finalidade familiarizá-lo com os sólidos geométricos, o que será bastante
utilizado para descrição de forma de peças, principalmente neste guia de treinamento.

Este sólido aqui mostrado chama-se cone e portanto


usa-se chamar de cônicos todos os objetos cuja forma se
assemelha à forma deste corpo aqui mostrado.

Já aqui você pode ver um cilindro, sendo que todos os


objetos que possuem esta forma recebem o nome de
objetos cilíndricos.

A esfera aqui mostrada dá origem ao nome de forma


esférica para aqueles objetos que possuem a forma
aproximada à deste sólido.

A fim de que você perceba mais claramente o que foi dito


aqui, observe este lápis. Você pode ver que o mesmo
possui um corpo cilíndrico, sendo que a extremidade da
esquerda é cônica e a da direita é esférica.

Paralelismo

Costuma-se dizer que alguma coisa é paralela à outra, quando ambas estão colocadas numa mesma direção.
Como exemplo, tem-se as retas aqui representadas, que dão uma idéia exata do que é paralelismo:

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Como um exemplo prático de paralelismo, pode-se dizer que a tampa de uma mesa é paralela ao chão.

Após a introdução destes conceitos básicos, lhe serão apresentadas características de apresentação dos
componentes mais comumente encontrados nas ilustrações dos conjuntos mecânicos dos equipamentos da
Caterpillar, principalmente no que diz respeito às máquinas de terraplenagem.

Parafusos

Nos desenhos em corte, os parafusos não são cortados, mesmo quando o corte passa por eles. Aqui lhe são
apresentados diversos tipos de parafusos, porém, quando representados, eles se assemelham bastante.

PADRÃO

FENDADO

PRISIONEIRO
OU ESTOJO

FENDADO

PARAFUSOS DE
AJUSTAGEM

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Aqui aparece um detalhe de um governador de bomba injetora, no qual aparecem os parafusos de regulagem:

O parafuso superior (1) é aparafusado à carcaça e fixado pela porca (2). Já o parafuso inferior (4) é fixado pela tampa
(3) a qual é estriada, não permitindo que este parafuso gire após esta tampa (3) ter sido colocada.
Para se ajustar o parafuso (1) basta afrouxar a porca (2) e utilizar uma chave de fenda introduzida no rasgo situado na
cabeça deste parafuso. Já a ajustagem do parafuso (4) é feita com a utilização de uma chave de estria, ou então
utilizando-se o furo estriado da tampa (3).

Quantas representações de parafuso padrão você consegue identificar nesta válvula ?

RESP. = __________________________

E na embreagem do volante da página seguinte?

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

RESP. = ___________________________

Porcas

Em geral as porcas não são cortadas quando representadas em ilustrações de cortes de componentes mecânicos. Há
diversos tipos de porcas, mas sua representação é praticamente a mesma.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Neste eixo comando vemos 2 porcas fendadas 1B4442 com seus respectivos contrapinos.

Neste turbo compressor podemos podemos ver a representação de porcas padrão e fendada.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Do lado esquerdo da figura abaixo à uma porca grande e fina (L2341). Prendendo o rolamento de esfera à uma porca
(3V2) também fina e especial para este fim. Já os parafusos que prendem a engrenagem ao eixo usam porcas grossas
(2K337) e são autotravantes.

Porcas borboletas são porcas para serem apertados com a mão. Têm asas superiores, que facilitam a colocação dos
dedos.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Você lembra o nome deste componente ? R = ____________________________


Você já identificou os parafusos existentes nele. Tente identificar agora as porcas.

Arruelas

Servem para proteger a peça que será apertada pela porca, servem para travar a porca, etc.

Os dois tipos mais comuns de arruelas são acima mostrados. A da esquerda recebe o nome de arruela lisa, enquanto
que a da direita recebe o nome de arruela de pressão. Veja os exemplos abaixo :

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Rebites

São elementos para fixação permanentes entre duas ou mais peças.

Logo abaixo vê-se a cinta do freio do D-6, mostrando os rebites que fixam as lonas de freio à cinta.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Na figura ao lado pode-se ver que as


hélices do ventilador são fixadas por
rebite à parte central.

Travas

O próprio nome indica que são feitas para travar alguma coisa. Existem diversos tipos de travas.

ANEL TRAVA

TIPO CHAPA

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Vamos ver exemplos de alguns tipos:

No desenho que se segue, vê-se uma trava (2) fixando o pino do pistão (1) para que ele não corra longitudinalmente.

As travas assinaladas no desenho abaixo são chapinhas que são dobradas sobre a porca e a base a que são
apertados os parafusos.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

As travas (2A2378) da figura ao lado, além de


ser dobrada contra a cabeça do parafuso é
também dobrada sobre a placa (2A2377).

Pinos e Contra-pinos

Os pinos são usados para servir de eixo a alguma peça, para guiar algum encaixe, para evitar que buchas e pistas de
rolamentos girem em sua sede, etc. Já os contra pinos são utilizados para evitar que pinos saiam de suas sede, para
travar porcas castelos etc.
As duas peças da esquerda representam pinos (maciço e oco) enquanto a peça da direita mostra um dos tipos de
contra pinos.

As figuras representadas pelos números 15 e 13 são respectivamente um pino oco e um pino maciço.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Aqui podemos ver a representação de contra pinos travando as porcas fendados na engrenagem do eixo comando.

O pino Nº 4 que aparece na parte inferior desta bomba de engrenagens serve de guia para centragem correta da tampa
e do corpo da bomba.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Chavetas

As chavetas são usadas para evitar que certas peças como engrenagens, polias etc., girem com rotação diferente de
seus eixos. Elas travam estas peças ao eixo.

Na extremidade esquerda do eixo do alternador tem-se uma bucha presa ao eixo por uma chaveta. Note que a chaveta
apenas impede que a bucha gire deslizando sobre o eixo.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

As duas chavetas que vemos em tracejado na figura abaixo têm o formato de uma meia-lua. Elas fixam as engrenagens
ao eixo.

A chaveta (1B8735) que você vê no eixo desta bomba de óleo está desenhada vista por cima, mas é idêntica às outras.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

No eixo do comando final mostrado


ao lado pode-se ver a chaveta que
aparece representada na parte
superior direita do eixo maior Nº 17

Anéis

São aros circulares de metal usado para diversos fins, tais como: Travamento, elementos de vedação, etc.

No corte do pistão do desenho abaixo, pode-se ver dois anéis : o de cima é um anel de compressão e o de baixo é um
anel de óleo ou raspador.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Outros tipos de anel podem ser vistos no conversor de torque representado abaixo.
Nas pistas internas e externa do rolamento nº 11 podemos ver os anéis 10 e 14 que evitam que as pistas caminhem
para fora de seus alojamentos.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Buchas

Normalmente chamamos bucha a um anel de material anti-fricção, que adaptamos a um oríficio por onde passará um
eixo. Servem para evitar desgaste de uma peça. Elas podem ser trocadas quando se desgastam.

Nesta bomba de óleo ao lado são mostradas diversas


buchas embuchando as extremidades dos eixos. As
buchas destas bomba, além de servirem de mancal para
os eixos, ainda têm a função de vedar perfeitamente o
óleo que é impulsionado pelas engrenagens.

1F2437 1F2436

A figura ao lado mostra um rolete em corte onde


duas buchas são mostradas. Uma é cilíndrica
(1F2436) e a outra é cilíndrica e flangeada numa
das extremidades (1F 2437).

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Pinos Graxeiros

São pinos rosqueados externamente com uma peça. São adaptados em peças que necessitam de lubrificação por
graxa. Em sua cabeça tipo meia esfera é adaptada a bomba de graxa que a injeta através da válvula até o ponto que
requer a lubrificação.

Pinos Graxeiros

Na figura ao lado, o eixo cardan contém dois pinos


graxeiros com representações diferentes. Estes pinos
dão acesso para que a graxa possa atingir os
rolamentos das cruzetas.

Nos rolamentos do desenho ao lado a graxa segue por


intermédio do pino graxeiro (2) dentro do eixo canal não
mostrado do cubo do ventilador. Entre os dois
rolamentos há um furo transversal no eixo, (não
mostrado) por onde a graxa nova entra.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Engrenagens

Servem para transmitir força de um eixo para outro, aumentar ou diminuir sua rotação, inverter o sentido de rotação,
etc. Há diverso tipos de engrenagens tais como : cônicas, cilíndricas, etc.

Na bomba de transferência de combustível abaixo, do lado direito, você pode ver desenhada uma engrenagem em
corte, presa ao eixo por uma chaveta e uma porca. Ainda pode ver as duas engrenagens cortadas no centro da bomba
responsáveis pela sucção e envio de óleo ao sistema. Note que na representação de um corte de uma engrenagem,
nunca são cortados seus dentes.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Abaixo, na ilustração de uma bomba d’água, vê-se a engrenagem que tocará a bomba. Ela está guiada e aparafusada
ao eixo e será impulsionada por outra engrenagem que aqui não aparece ilustrada.

No desenho abaixo, você pode observar que se trata de um conjunto coroa- pinhão representado em corte. Observe
que os dentes nunca são cortados.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Podemos ver aqui a representação de uma coroa cortada (Nº 8) da embreagem lateral (Fig. 1) e um pinhão não cortado
(Nº 4) na transmissão direita (Fig. 2).

Rolamentos

Os rolamentos são usados em mancais de eixos que girem a altas velocidades ou que exijam pouco desgaste e
mantenham as folgas dentro de limites bem menores que os admissíveis para os mancais de buchas.

A ilustração ao lado indica os tipos de força que atuam


sobre um rolamento. O esforço feito pela força F1 é
chamado de esforço radial (na direção do raio) e o esforço
feito pela força F2 é chamado de esforço axial (na direção
do eixo).

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Existem diversos tipos de rolamento :

1) Rolamentos fixos de uma e duas carreira de esferas : É um rolamento que resiste a esforços tanto radiais quanto
axiais .

Note que na representação ou corte as esferas não são cortadas e as hachuras da pista externa devem estar num
sentido inverso ao das hachuras da pista interna como aqui pode ser observado.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

2) Rolamento auto-compensador de esferas e rolos:

É um rolamento para grandes esforços radiais e pequenos axiais, sendo usado para compensar pequenso empenos
do eixo, pois as pistas podem se deslocar compensando pequenas diferenças de alinhamento.

Este rolamento auto compensador de esferas da figura abaixo está sendo usado numa bomba de óleo. Note que a
pista externa é esférica.

3) Rolamentos de rolos cilindricos : São rolamentos para grandes esforços radiais e nenhum esforço axial.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

No desenho abaixo, vê-se os rolamentos de rolos cilíndricos que suportam apenas os esforços radiais.

Rolamento de rolos cônicos : Suportam grandes cargas axiais e pequenas radiais.

Na figura abaixo, os dois rolamentos da esquerda são de rolos cônicos. Observe que cada um está montado num
sentido.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

5) Rolamentos de agulhas : São rolamentos que suportam grandes cargas radiais (alta velocidades) e têm um desgaste
muito pequeno pois têm uma área de contato bem maior com as pistas.

Os rolamentos das engrenagens planetárias da figura abaixo são de agulhas. O número 21 representa um deles, você
consegue identificar os outros?.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

6) Rolamento de contato angular : Tem a finalidade de suportar pequenas cargas radiais e grandes cargas axiais

O rolamento abaixo ilustrado demostrava como é feito o trabalho entre pista e esfera para suportar um esforço axial.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Retentores

São elementos encarregados de impedir vazamentos em torno de eixos ou barras que se movam em recipientes que
contenham óleo, graxas ou outros líquidos.

Tipo Lábio
Tipo Duo Cone

Observe os retentores desta bomba de transferência de combustível (Figura 1). Eles fazem vedação em torno do eixo,
evitando que o óleo do motor se misture com o óleo diesel e vice-versa.
No rolete superior (Figura 2) podemos observar o retentor tipo Duo Cone evitando que o óleo do interior do rolete
saia. Lembramos que neste tipo de retentor sempre um cone fica fixo e o outro girando.

Figura - 1 Figura - 2

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Eixos

São elementos encarregados de transmitir potência. Na sua representação em desenho, não são cortados
longitudinalmente exceto em alguns casos de cortes parciais para mostrar alguns detalhes. Abaixo são mostrados
diversos tipos de eixos.

O desenho abaixo mostra um eixo de manivela ou virabrequim. Nele aparecem as bronzinas ou casquilhos dos
mancais fixos (3S 9730). É cortado transversalmente, pois não foi necessário representá-lo inteiro, para mostrar todos
os detalhes neces sários.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Aqui você tem um eixo de cames ou excêntricos (19). Note que o mesmo foi cortado, tendo sido representado
integralmente.

Neste corte de uma transmissão todos os elementos foram cortados, exceto os eixos. Neles você pode ver as estrias
onde se encaixam engrenagens.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Anéis de Borracha

A função dos anéis de borracha é a mesma dos retentores, ou seja, vedar :

Você consegue colorir os anéis que fazem a vedação entre o corpo e tampa desta bomba de engrenagem? Eles foram
cortados mas não hachurados.

Molas

São elementos usados para dar retorno a uma peça, exercer determinada força contra alguma coisa, etc. Abaixo são
mostrados alguns dos muitos tipos de molas existentes.
Tração

Compressão
Torção

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Antes de estudar os diversos tipos de molas, você deverá ter uma noção dos diversos tipos de esforços que podem
ser aplicados normalmente.

Tração (na corda) Compressão (no armário)

Torção (na roupa)


Flexão (no trampulim)

Tipos de Molas

- Molas helicoidais
- Molas de lâmina

1) Molas Helicoidais :

- Mola de torção

São molas projetadas para esforços torsionais como aquela utilizada num pregador de roupa.

- Mola de tração :

Tracionar é puxar, logo, mola de tração é aquela usada para puxar alguma coisa. Você já viu as molas que esticam a
lona das camas de armar ? Elas são molas de tração.

Aqui vemos uma mola de tração. Ela puxa o conjunto para


trás todas as vezes que ele é solto em outra posição. Note
que a mola de tração está sem carga e quando isto ocorre,
as espirais de arame ficam juntas sem espaço entre elas,

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

- Mola de compressão :

São molas que funcionam comprimidas. A mola do seu isqueiro funciona comprimida entre a pedra e o parafuso que a
prende.

Neste desenho você pode ver molas que trabalham


comprimidas. As molas foram cortadas para mostrar
alguns detalhes.

Molas de Lâminas :

Como o nome diz, são lâminas que atuam como molas. Um exemplo de mola de lâmina é aquele dos feixes de molas de
caminhão. As molas de lâmina atuam por flexão.

O desenho abaixo mostra o feixe de molas de lâminas de uma máquina de terraplenagem apoiadas nas extremidades e
com carga no meio.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Juntas

São elementos usados para vedar o acoplamento de duas peças, impedindo entrada ou saída de qualquer material.

Há juntas de diverso materiais: papel, cortiça, cobre, amianto, etc.

As tampas do lado esquerdo do desenho abaixo estão separadas do conjunto por juntas que são representadas por
duas linhas paralelas bem próximas.

Polias e Correias

Polias são rodas especiais para correias e cabos.

Correias são elementos usados para transmitir potência a uma máquina ou acessório. De acordo com os diâmetros
das polias, pode-se variar a rotação do eixo impulsionado.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

A polia no desenho abaixo tem sua parte superior e inferior cortadas para mostrar a parte inferior da bomba d’água.
Os rasgos mostram o corte onde se assentam as correias “v”. Esta polia gira o eixo da bomba d’água ilustrada.
Aqui você tem um corte de uma polia para correia em “V”.

Conicidade

A palavra conicidade lembra algo semelhante a um cone. Este sistema de fixação é utilizado a fim de evitar qualquer
deslocamento axial da peça que está fixada desta maneira.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

A fim de tornar esta fixação mais efetiva, utilizam-se de diversos métodos:

1) Chavetas, pinos e estrias que evitam que o eixo gire sem arrastar a peça consigo.
2) Prensagem para que a peça se prenda ao eixo.
3) Parafuso com arruela que aperta a peça de encontro ao eixo, etc.

Na figura abaixo, você poderá observar que o eixo da corôa possui uma extremidade cônica onde aparece uma peça
fixada ao mesmo através de um parafuso de fixação.

Válvulas

As válvulas são dispositivos que abrem e fecham temporariamente uma passagem.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Existem muitos tipos de válvulas e de muitas finalidades. Vejam algumas :

Aqui você pode ver uma válvula do motor de 951, guia,


mola, sede e seu prato.

Aqui podemos ver o exemplo de uma válvula carretel da válvula de prioridade da transmissão.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Juntas esféricas

No desenho abaixo, a junta esférica que une a alavanca da direita com a haste (4B 3561) é uma junta esférica (1B
1750). Ela é constituída de um pino com uma esfera na ponta e presa na alavanca, o qual se aloja em um cilindro com
um furo esférico. São tipos de conexão que permitem movimentos em diversas direções.

Folgas

Quando você vai montar ou regular um conjunto, tem que observar algumas folgas e ajustes a fim de que o serviço
seja bem realizado. A maneira de representá-los em desenho é muito simples, como você pode ver abaixo.

Na figura ao lado você pode ver o nº 1 com uma seta


apontando para o parafuso. Nas literatura que deve
acompanhar este desenho você poderá encontrar o torque
que deverá dar a este parafuso. O parafuso 2 também
deverá ter seu torque procurado na literatura. O nº 3 indica
a maior medida permitida de empenamento do flange da
direita e da esquerda. Todos esses dados são facilmente
localizados na literatura que acompanha o desenho.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Tubos e mangueiras

Sua representação é muito simples, bastando olhar o desenho e saber o que ele diz. Em geral elas não são
representadas em corte, a não ser que se queira mostrar algum detalhes interno.

Embreagem

É um dispositivo que permite a execução de acoplamento suave entre dois componentes que estejam girando a
velocidade diferentes.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

A embreagem da extremidade direita do desenho abaixo vem a ser uma embreagem de direção de uma máquina de
esteiras. Os números 14 e 15 representam respectivamente discos de embreagem e discos de aço. O conjunto destes
discos com seus respectivos alojamentos recebem o nome de embreagem.

Elementos filtrantes

Como o próprio nome diz, são elementos encarregados de filtragem de alguma coisa.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

No desenho abaixo você pode ver um conjunto de filtragem de ar. Na parte superior do desenho, aparece um pré-
purificador de ar. Na parte inferior, você pode ver o alojamento dos elementos filtrantes, onde aparece o elemento
primário (7) e o elemento secundário ou segurança (8).

Veja agora um filtro de óleo da mesma máquina. Dentro dos alojamentos vão os elementos filtrantes (5S 484), como se
pode ver no corte parcial à direita.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 8 CARACTERÍSTICAS DE REPRESENTAÇÃO

Na figura abaixo aparece ilustrado pré-filtro de combustível. No corte parcial, você pode ver o elemento filtrante (22).

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 9 PRÁTICAS DE INTERPRETAÇÃO

PRÁTICAS DE INTERPRETAÇÃO

Vamos através desse módulo, utilizando os conceitos reunidos dos módulos anteriores, identificar peças e
componentes associando vista em corte, vista explodida e na prática.

Abaixo podemos ver a representação de uma bomba hidráulica de palhetas de um D4E. Em forma de exercício associe
os componentes da vista explodida com os da vista em corte:

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 9 PRÁTICAS DE INTERPRETAÇÃO

Abaixo podemos ver a representação de um diferencial da 950F. Em forma de exercício associe os componentes da
vista explodida com os da vista em corte:

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 9 PRÁTICAS DE INTERPRETAÇÃO

Abaixo podemos ver a representação de uma caixa de transferência de uma 950F. Em forma de exercício associe os
componentes da vista explodida com os da vista em corte:

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 9 PRÁTICAS DE INTERPRETAÇÃO

Abaixo podemos ver a representação de um conversor de torque da 950F. Em forma de exercício associe os
componentes da vista explodida com os da vista em corte:

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 9 PRÁTICAS DE INTERPRETAÇÃO

Abaixo podemos ver a representação de uma transmissão Power Shitf da 950F. Em forma de exercício associe os
componentes da vista explodida com os da vista em corte:

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 9 PRÁTICAS DE INTERPRETAÇÃO

101
MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 9 PRÁTICAS DE INTERPRETAÇÃO

Continue o exercício :

102
MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 9 PRÁTICAS DE INTERPRETAÇÃO

103
MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 9 PRÁTICAS DE INTERPRETAÇÃO

A partir de agora use as três folhas de exercícios que segue para testar seu conhecimento usando esta transmissão
de um D6D:

Exercício 1 - Colorir todas as engrenagens:

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 9 PRÁTICAS DE INTERPRETAÇÃO

Exercício 2 - Colorir todos os suportes das planetárias.

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MÓDULO I - DESENHO TÉCNICO

SEÇÃO 9 PRÁTICAS DE INTERPRETAÇÃO

Exercício 3 -
1) Quantos rolamentos simples de uma carreira de esferas são mostrados ? R= ______________________

2) Quantos rolamentos de agulha são mostrados ? R= ______________________

3) Encontrar, circular e identificar no desenho : Anéis trava, anéis de vedação e pinos-trava.

4) Colorir os eixos mostrados no desenho.

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