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Fabricação em

7 Célula

1 – Objetivos

Analisar o desempenho de um sistema de manufatura em célula.

2 – Introdução
O Laboratório de Automação da Produção é um Computer Integrated
Manufacturing (CIM) com o objetivo de analisar o desempenho de operações de
manufatura em diferentes configurações de layout, para investigar, na prática,
qual é a solução mais adequada na redução de tempos de fabricação.
Os equipamentos disponíveis no laboratório são:

- duas fresadoras CNC;


- um torno CNC;
- três robôs de 5 graus de liberdade;
- esteiras transportadoras, sliders para os robôs e carrossel também para os
robôs.

Com estes equipamentos são executadas duas peças: uma peça plana,
denominada “base”, e uma peça cilíndrica, denominada “pino”. O objetivo final
da fábrica é montar as duas peças, formando um “conjunto”.
O laboratório de Automação da Produção comporta hoje 3 experimentos
de medidas de desempenho: fabricação em linha, fabricação em célula com um
robô e fabricação em célula com dois robôs.
O principal conceito do laboratório é investigar o resultado no
desempenho dos parâmetros de fabricação quando se alteram as variáveis de
tempo de ciclo e não operacionais.
Os experimentos são fundamentalmente de cronoanálise,
complementados pelos cálculos das medidas de desempenho, quando são
ampliados os conceitos de tempos não operacionais.

2.1- Medidas de Desempenho

O laboratório visa a determinação prática de duas medidas de


desempenho amplamente utilizadas na produção: a taxa de produção (Rp) e o
tempo total de manufatura (MLT).
A taxa de produção é o inverso do tempo de produção (Tp), que mostra o
tempo total que uma determinada estação de trabalho utiliza para realizar uma
tarefa qualquer. No caso de máquinas de transformação de forma, como as
fresadoras e o torno, este tempo é o necessário para alterar a forma e as
dimensões da peça bruta até chegar às especificações que caracterizam o
produto acabado. O tempo de produção é unitário e inclui a preparação da
estação de trabalho, as movimentações relativas entre peça e ferramenta e o
tempo de operação propriamente dito, conforme mostram as expressões a
seguir:
- tempo de lote (ou de batelada) Tb:

𝑇𝑏 = 𝑇𝑠𝑢 + 𝑄 × 𝑇𝑐

Onde:

Tb é o tempo do lote (min);


Tsu é o tempo de setup (preparação) (min);
Q é o tamanho do lote (unidades);
Tc é o tempo do ciclo (Tc = To + TH + TTH) (min).

- tempo de produção Tp:

𝑇𝑏
𝑇𝑝 =
𝑄
Onde:

Tp é o tempo de produção (min);


Tb é o tempo do lote (min);
Q é o tamanho do lote (unidades).

- taxa de produção Rp:

60
𝑅𝑝 =
𝑇𝑝
Onde:
Rp é a taxa de produção (unidades/hora);
Tp é o tempo de produção (min).

A taxa de produção representa a vazão da estação do trabalho e expressa


a velocidade de fabricação de determinado produto.
Para variar a taxa de produção é necessário alterar o tempo de setup ou o tempo
de ciclo. A automação tem por objetivo reduzir estes tempos, aumentando a taxa
de produção de um determinado equipamento. Todo o desenvolvimento
tecnológico nas últimas décadas foi voltado para este objetivo.
O Tempo Total de Manufatura (MLT) associa ao tempo de produção de
uma determinada peça, por uma estação de trabalho, ao tempo no qual a peça
passa por operações acessórias, que não alteram sua geometria ou
características físicas e químicas. Este tempo é denominado “tempo não
operacional” (Tno) e abrange movimentação de materiais entre estações de
trabalho, armazenamento intermediário para aguardar estações de trabalho
livres para processo e inspeção dimensional, por exemplo. O tempo não
operacional é, na maior parte dos casos, o tempo a ser reduzido. É mais simples
alterar este tempo do que o tempo de ciclo e o custo da redução é menor. As
linhas automáticas de fabricação são projetadas principalmente para reduzir o
tempo de movimentação, denominado tempo de transferência.
Para diferenciar o Tp do MLT deve-se lembrar que o Tp é unitário e está
associado a uma unidade processada em uma estação de trabalho. O MLT
representa o tempo gasto desde a entrada da matéria-prima na produção até a
saída dos produtos acabados para o cliente; é tempo de lote, daí denominar-se
tempo total.
𝑛

𝑀𝐿𝑇 = ∑(𝑇𝑠𝑢𝑖 + 𝑄 × 𝑇𝑜𝑖 + 𝑇𝑛𝑜𝑖 )


𝑖=1

Onde:

MLT é o tempo total de manufatura (h);


Tsu é o tempo de setup de cada estação de trabalho (h);
Q é o tamanho do lote (unidades);
Tc é o tempo de ciclo (h);
Tno é o tempo não operacional para o lote todo (h).

Convém ressaltar que as expressões apresentadas se baseiam na


produção em lotes, que tem como uma de suas principais características a
preparação das estações de trabalho sempre que um novo produto entra em
processo. As expressões são adaptadas para produção por encomenda (job
shop) e produção em altos volumes, principalmente a produção em série.

2.2 – Manufatura em Célula

Neste experimento ocorrem mudanças significativas em relação ao


experimento em linha: os dois processos de fabricação das bases são realizados
em uma única estação, ou seja, cada base passa apenas por uma estação de
trabalho, assim como ocorre na fabricação do pino. A figura 1 a seguir apresenta
este conceito:

F
1

F
2

Figura 1 – Representação da célula


Os tempos devem ser recalculados e comparados aos obtidos no
experimento 4. Aqui não se considera a transferência síncrona pois não há
necessidade de comparar a célula à linha. Ao final dos cálculos deve-se sugerir
novas alterações para tentar uma redução maior.
A figura 2 traz um detalhamento da célula e suas respectivas
movimentações e operações.

Figura 2 – Manufatura em célula

O robô da célula (A) retira a primeira base do armazém e carrega a


fresadora 1 (C). Na sequência, retira a segunda base do armazém e carrega a
fresadora 2 (D). Finalmente, retira um pino e carrega o torno (E), finalizando o
carregamento das máquinas com uma peça.
Após alimentar o torno com um pino, vai até a fresadora 1 e retira a
primeira base pronta, movimentando-a até o transportador (F). Nesse instante,
sai do transportador, vai até a fresadora 2 e retira a segunda base pronta
repetindo o processo de colocação da peça no transportador. Finalmente, retira
o pino pronto do torno, alimenta o transportador e repete o processo de
alimentação das máquinas na mesma sequência.

3 – Procedimento Experimental

Os tempos de movimentação e operação devem ser tomados. Para esta


configuração as operações e movimentações são apresentadas na tabela 1.
Preencha os tempos em segundos.
1.1 Sequência de Operações

Tabela 1 – Tempos da célula


Operação Descrição Tsu(h) To(s) Tmov(s)
0 Preparação da fresadora 1 1h
0 Preparação da fresadora 2 1h
0 Preparação do torno 1h
1 Robô pega base em carrossel e 25
coloca na fresadora 1
2 Furar e rebaixar base (Fresadora 1) 153
3 Robô sai da fresadora 1, pega uma 35
nova base no carrossel e coloca na
fresadora 2
4 Furar e rebaixar base (Fresadora 2) 143
5 Robô sai da fresadora 2, pega um 73
pino no carrossel e coloca no torno
6 Torneamento do pino 82
7 Robô sai de do torno, pega a base 20
pronta na fresadora 1 e coloca no
transportador
8 Transporte da base 1 28
9 Robô pega a base pronta na 40
fresadora 2 e coloca no transportador
10 Transporte da base 2 27
11 Robô pega o pino pronto no torno e 42
coloca no transportador
12 Transporte do pino 27
13 Robô pega uma nova base no 33
carrossel e coloca na fresadora 1

4 – Relatório

Para a confecção do relatório considere o tamanho de lote (conjunto) igual ao


utilizado no experimento de fabricação em linha. O relatório deve conter os
seguintes itens:

1. O cálculo do MLT do lote


2. Sugestões de melhorias (de qualquer natureza) para reduzir o MLT do
lote

ATENÇÃO:
Siga as instruções a seguir, caso contrário a nota não será considerada.
Todos os cálculos e as considerações devem ser apresentados.

O relatório deve ser entregue via Moodle: O texto do relatório


contendo a parte analítica (doc ou excel) e a documentação da rede de Petri
(com os tempos);
Grupo: Máximo quatro alunos
Entrega: Respeitar a data de entrega marcada para dia 30/04/2021.

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