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AULA 6
Objetivos:
Também foi abordado sobre a questão dos Direitos Humanos Universais como a vida, a
dignidade, a necessidade de união e ação solidaária na busca por construir um mundo melhor.
Nesta aula, vamos continuar nossas discussões sobre a ética na contemporaneidade e seus
desafios. Buscaremos aboradar sobre algumas questões polêmicas e difíceis como preconceito,
pobreza, corrupação, racismo e relações de gênero.
Sabemos que não existem soluções plenas para tantas questões que nos desafiam
cotidianamente, mas é sempre necessário discutir sobre elas para que possamos entendê-
las e assim poder, em nossas relações diárias, buscar meios e maneiras para criar condições
visando minimizá-las. O que não podemos continuar percebendo e vivendo tais questões e,
simplesmente, ignorá-las, afinal somos todos participantes desse processo social que envolve o
desenrolar da vida e responsáveis por ele.
Vamos começar?
PRECONCEITO – UMA
DAS MANIFESTAÇÕES DA
IGNORÂNCIA HUMANA
OS DESAFIOS DA POBREZA E
SUAS CONSEQUÊNCIAS
IGUALDADE VERSUS
O RACISMO – POR QUE
DESIGUALDADE
JULGAMOS O OUTRO PELA
COR DA SUA PELE
AS QUESTÕES DE GÊNERO,
SUAS MANIFESTAÇÕES
E DESAFIOS NO MUNDO
CONTEMPORÂNEO
Nicolai Hartmann
Já discutimos sobre o fato da ética ser uma das questões mais importantes no contexto de nossa
sociedade, tanto da esfera pública quanto de nossas vidas privadas. Somos éticos quando
refletimos sobre o que fazemos, quando medimos e qualificamos nossas ações levando em
conta o que somos e podemos ser, com base no reconhecimento do outro, seja ele nosso
próximo, a sociedade ou até mesmo o planeta.
Sem a ética não sabemos nos situar ou posicionar em nenhuma esfera das nossas vidas. Sem
a ética nos tornamos alienados, ou seja, seres desconectados e que não refletem sobre qual o
sentido da vida em sociedade.
Diante disso, podemos dizer que o homem age no mundo de acordo com valores, ou seja, para
ele, as coisas do mundo e a ações que tomamos sobre o mundo não são indiferentes, não se
comparam, mas são resultado das noções de bem e de justo que os homens compartilham em
um determinado momento e lugar. Assim, podemos dizer que o homem é um ser moral, que
avalia sua ação a partir dos valores que vive e tem.
Muitas vezes:
PENSE NISSO!
Nesse contexto, a reflexão sobre a ética se torna fundamental como modo de pensar e
promover a ação nas variadas experiências no mundo, da vida, levando em conta os
problemas culturais de nosso país que vão do analfabetismo generalizado à corrupção. A
reflexão sobre a ética permite restituir o sentido do conhecimento e da cultura, dirigindo-
nos a uma valorização da educação em termos de formação que transcende o espaço
da escola e nos liga novamente ao sentido da vida como um todo, ao espaço que
habitamos, a cidade onde vivemos, a sociedade que ajudamos a formar com todas as
nossas ações. (TIBURI, 2012)
Observamos uma ideologia dominante que coloca na “moda” a falta de valores. No entanto
essa ausência é apenas aparente, uma vez que, evidentemente, toda sociedade tem sua
Como seres que pensam e agem de forma racional, nossas ações se enveredam por situações
concretas que exigem definições constantes. Nesse sentido, a ética tem muito a nos oferecer,
não em termos de relativismo, mas sob a ótica de juízos universalmente válidos e que nos
levam em busca da justiça ou da injustiça, da verdade ou da mentira, do bem ou do mal. Nos
perguntamos o tempo todo, como responder às constantes exigências nas nossas relações
sociais?
Para refletir sobre esses questionamentos, vamos discutir agora sobre alguns desses desafios
que se apresentam em nosso cotidiano.
PENSE NISSO!
As questões éticas estão presentes em todos os lugares que o homem habita. As relações
humanas são permeadas pelos valores e pela prática ou não da ética. Você já parou para
pensar sobre a importância que a educação tem no entendimento sobre a sociedade
e os valores presentes nela? Temos vivido muitos desafios éticos na atualidade, aliás,
sempre os vivemos, eles são resultados da própria dinâmica da História. Um dos desafios
da atualidade é a questão do grande número de pessoas que têm fugido de seus países
da guerra, fome, governos autoritários. Em busca de uma vida melhor, eles são expostos
a situações desumanas que colocam suas vidas em risco e sofrem com a xenofobia e o
preconceito dos países nos quais buscam acolhimento.
DICA Da AUTORa
Para refletir sobre o papel da solidariedade e da importância da educação,
assista ao filme: A boa mentira, disponível no Canal NETFLIX.
O filme conta a história de três homens sudaneses, Mamere (Arnold Oceng),
Jeremiah (Ger Duany) e Paul (Emmanuel Jal), que têm a oportunidade de sair do
país e conseguir uma vida melhor nos Estados Unidos. Eles são acolhidos por uma
assistente social, Carrie Davis (Reese Witherspoon), que pouco conhece sobre
o duro passado de cada um. Ela é uma mulher solteira, bem resolvida e muito
prática, o que parece estranhíssimo para eles. Aos poucos, tornam-se amigos e
A igualdade não é princípio absoluto, já que observamos um mundo em que existem diversas
desigualdades. Assim, nos questionamos: O motivo de tantas desigualdades, se somos todos
seres livres e dotados de direitos e deveres?
Quando falamos sobre diferença, o Brasil é um país em que as diferenças são profundas e,
algumas vezes, extremas. Se manifestam em todos os aspectos da vida do povo brasileiro
como as diferenças de gênero, de raça, de etnia, de condições sócio econômicas, de acesso
à escola, à saúde, à cultura.
PENSE NISSO!
Falar de igualdade e desigualdade é algo complexo, já que envolvem dimensões
humanas, sociais, civis, políticas. Sendo assim, clique aqui e leia o texto: “Todos são iguais
perante a lei? ”, que traz alguns esclarecimentos sobre a igualdade. Confira!
Um outro aspecto é que o preconceito não pode ser controlado por meios legais, enquanto
a discriminação, que pode ser considerada uma manifestação pública do preconceito, é
passível de controle pelo aparato jurídico do Estado. (DIAS, 2010, p. 213)
Infelizmente, vivemos em uma sociedade, onde o termo “preconceito” domina boa parte da
população. Há casos em que esse preconceito é estampado e em outros onde ele se encontra
mais oculto, porem ele está ali velado, esperando uma oportunidade para se tornar explícito.
O preconceito, em geral, refere-se a várias questões como racial, estatura física, situação sócio
econômica, opção sexual, cultura, pontos de vista, entre outros. Qualquer tipo de preconceito
evidencia uma forma de discriminação, ou seja, rotulamos o outro pelos padrões que são
considerados ideias por nós, não aceitamos ou não entendemos o que nos é diferente.
No Brasil, como em muitas outras sociedades, existe menos desigualdade de renda do que
desigualdade na distribuição da riqueza. Entretanto, a desigualdade de renda em nosso país
é muito grande. (BRYM, et al. 2008, p. 182)
Com relação a renda, o Brasil é considerado um país pobre, pois a maior parcela da população
vive com uma renda baixa e uma pequena parcela com renda muita alta.
OS NINGUÉNS
Eduardo Galeano.
saiba mais!
Já falamos que as diferenças sociais entre as pessoas são muito grandes e se manifestam
em diversos setores da sociedade e da vida humana.
No vídeo/documentário: HUMAN, volume 1, projeto que pesquisou pessoas em diversos
lugares do mundo, de culturas e costumes diversos, abordando sobre vários temas que
envolvem a vida das pessoas, você poderá perceber como são grandes e diversificadas
as diferenças sociais e culturais entre a população do mundo. Assista também aos outros
dois volumes deste documentário que estão disponíveis em rede do youtube.
Chamo a sua atenção, para que observe como as manifestações sociais e culturais tem
relação direta com as classes que ocupamos em sociedade. Então, clique aqui e confira!
A posição social em que a pessoa está, tem ligação íntima com suas expectativas e com as
suas oportunidades de vida. O Brasil é um país com muitas pessoas pobres ou abaixo da linha
de pobreza. Infelizmente, é fácil perceber essas diferenças na sociedade brasileira. Veja Na
Figura 4.
Infelizmente, as raízes da desigualdade social no Brasil não diferem de outros países latino-
americanos. A forma de colonização, a profunda dependência externa do país, a acumulação
de riquezas pelas camadas mais favorecidas da população, a marginalização histórica de
parcelas significativas da população (os negros, por exemplo, não conseguiram aumentar sua
inserção social), aliadas a práticas administrativas que privilegiam o apadrinhamento político e
favorecem o desvio de verbas, podem explicar a situação atual de pobreza, desigualdade e
miséria em que vive uma parcela significativa da população.
PENSE NISSO!
Triste é saber que o racismo no Brasil tem como característica marcante seu caráter não
oficial e está presente de forma velada. Mesmo com leis que garantiram a libertação
dos escravos no país, ainda presenciamos situações de racismo e discriminação com os
negros em nosso país, o que constitui um grande desafio ético na atualidade.
CONECTANDO
O sexo está diretamente relacionado com o aspecto biológico, enquanto gênero é uma
construção cultural diretamente relacionada a uma sociedade determinada, tanto no aspecto
temporal quanto no espacial. Ou seja, a feminilidade e a masculinidade são construções
culturais aprendidas durante o processo de socialização e que podem variar no tempo e no
território. Consequentemente as noções de feminilidade e masculinidade não são imutáveis e,
na realidade, estão em constante transformação. (DIAS, 2010)
CONECTANDO
Você já parou para pensar que quando se fala em sexualidade e relações de gênero,
estamos fazendo uma conexão com os estudos do homem, da cultura e da sociedade?
Isso porque estamos nos referindo à todas as relações que se estabelecem em
sociedade, já que somos homens e mulheres, o masculino e o feminino, convivendo, se
construindo e reconstruindo cotidianamente. As relações de gênero envolvem também
questões de violência entre o feminino e o masculino, como o histórico machismo,
as diferenças no mundo do trabalho, as questões da sexualidade e a violência, que
apesar de muitos avanços, ainda é alarmante em nosso país e no mundo. Tudo isso,
está ligado aos padrões morais e éticos de uma sociedade.
É claro que a maioria de nós já não aceita sem questionar essa estrutura dos sexos. Tanto
homens como mulheres percebem que a diferenciação dos sexos em posições, bem como
os papeis e a graduação que dela decorrem, constituem, afinal de contas, uma estrutura
social, um padrão social que emergiu ao longo de muitos anos. A biologia não comanda a
estrutura social, portanto como tudo o mais que é humano, ela permanece a mesma ou muda,
à medida que as pessoas interagem no decorrer do tempo. Tais padrões, no entanto, estão
imersos na história, sendo difícil alterá-los de um dia para o outro. Embora esteja claro que
mudou o modo de pensar a respeito das diferenças entre homem e mulher, também está claro
que, no início do século XXI, o sexo da pessoa continua a ser importante em inúmeros aspectos,
das oportunidades ocupacionais e políticas às expectativas de papel e identidade. (CHARON
e VIGILANT, 2012, p. 95)
Os homens nem sempre gozaram de mais poder e autoridade do que as mulheres. Uma
desigualdade substancial entre mulheres e homens existe apenas há cerca de 6 mil anos e foi
socialmente construída. Três grandes processos sócio históricos dão conta do crescimento da
desigualdade de gênero:
VOCÊ SABIA? dia cerca de 13 mulheres são mortas por feminicídio. Muitas
leis mudaram garantindo os direitos das mulheres, foi criada a
Lei Maria da Penha, em 2006, mas infelizmente os índices de
violência contra a mulher permanecem muito altos.
É bom ressaltar que o século XX testemunhou uma igualdade crescente entre mulheres e homens
em muitos países. As mulheres passaram a ter menos filhos devido aos métodos contraceptivos,
o processo de industrialização e o crescimento do setor de serviços aumentaram a demanda
pelo trabalho das mulheres na força de trabalho remunerada. O movimento feminista e das
mulheres lutou – e conseguiu – mais direitos nas dimensões econômica, política e jurídica. Todas
essas forças sociais levaram a grandes mudanças culturais no que se refere a uma reorientação
na forma de pensar acerca do que as mulheres podem e devem fazer na sociedade. (CHARON
e VIGILANT, 2012)
Infelizmente as diferenças de gênero no Brasil e no mundo ainda são muito grandes. Vejamos
alguns índices dessa diferença na Figura 6.
Em uma entrevista sobre como as mulheres se sentem e sobre os desafios de ser mulher, leiam
o comentário dos pesquisadores a seguir:
saiba mais!
Quando discutimos sobre as questões de gênero, um assunto interessante de ser
debatido é sobre a importância que a educação tem para que as mudanças nos
relacionamentos entre homens e mulheres possam mudar e melhorar. Com relação a
essa questão, clique aqui e assista ao vídeo: “Precisamos falar com os homens? ” Este
vídeo traz uma excelente abordagem sobre o tema. Confira!
DICA Da AUTORa
Sobre os temas abordados nessa aula, sugiro a leitura de alguns livros:
ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Sejamos todos feministas. São Paulo: Companhia
das Letras, 2015.
RAMOS, Lázaro. Na minha pele. São Paulo: Objetiva, 2017.
Essas leituras irão ajudá-lo a compreender os assuntos da aula.
aUTOaVALIAÇÃO
Após os estudos dessa Aula, você compreendeu os desafios éticos da
atualidade, consegue propor meios para a sua superação? Foi possível
reconhecer o preconceito, a pobreza, a corrupção e o racismo dentro
da perspectiva da ética? Agora, consegue discutir criticamente sobre as
questões relacionadas às relações de gênero e suas manifestações na
sociedade atual?
RECAPITULANDO
Prezado(a) aluno(a), nessa aula você pôde conhecer sobre questões que fazem parte da
sociedade, da nossa vida, e que levam à reflexão ética.
Compreendemos que a ética vem sendo um dos temas mais abordados do pensamento
filosófico contemporâneo. Que mudanças ocorreram no mundo para trazer a questão da moral
à tona com tanta ênfase? Sem dúvida a crise de paradigmas provocada pelas mudanças
mundiais e locais que dizem respeito às questões humanas, às políticas e às ideológicas que
permeiam a vida humana. A igualdade, não é princípio absoluto, já que observamos um
mundo onde existem diversas desigualdades. O princípio da igualdade, está consagrado no
artigo 5º da Constituição Brasileira, onde se lê que: “todos são iguais perante a lei”, ou seja,
todos os cidadãos devem ser tratados de maneira igual e todos são iguais perante a lei.
Com relação às diferenças sociais, estudamos que renda e riqueza não são a mesma coisa. Sua
renda refere-se ao montante que você recebe em um dado período de tempo; sua riqueza é
o que você possui, seu patrimônio. Riqueza e renda também podem proporcionar às pessoas
maior influência política, na medida em que contribuições para partidos políticos e doações a
determinadas causas podem aumentar as chances que a políticas que elas defendem tornem-
se lei.
Com relação a renda, entendemos que o Brasil é considerado um país pobre, pois a maior
parcela da população vive com uma renda baixa e uma pequena parcela, com renda muita
alta. Um dos aspectos mais cruéis da desigualdade entre as classes é a concentração de
Compreendemos também que as raízes da desigualdade social no Brasil não diferem das de
outros países latino-americanos. A forma de colonização, a profunda dependência externa
do país, a acumulação de riquezas pelas camadas mais favorecidas da população, a
marginalização histórica de parcelas significativas da população (os negros, por exemplo, não
conseguiram aumentar sua inserção social), aliadas a práticas administrativas que privilegiam
o apadrinhamento político e favorecem o desvio de verbas, podem explicar a situação atual
de pobreza, desigualdade e miséria em que vive uma parcela significativa da população.
Assim chegamos ao final da nossa aula em que discutimos sobre temas que estão presentes
em nosso dia a dia, os quais se manisfestam como desafios éticos. Na próxima aula vamos
buscar conhecer e entender sobre as influências culturais nas estruturas éticas das sociedades
e suas manifestações nas normas morais e jurídicas.
Até lá!!!
VIDEOAULA
Após a leitura e o estudo do seu livro-texto, chegou o momento de
complementar seu conhecimento. Vá até seu Ambiente Virtual
de Aprendizagem e acesse a Videoaula referente à Aula.
CHARON, Joel M.; VIGILANT, Lee Garth. Sociologia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. 7. ed. rev. São Paulo:
Saraiva, 2010.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: História e grandes temas. 21 ed. São Paulo: Saraiva,
2010.
DIAS, Reinaldo. Introdução à Sociologia. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
ROCHA, Sonia. “Pobreza no Brasil: o que mudou nos últimos 30 anos?” Estudo e pesquisa. n. 83.
Seminário especial. Rio de Janeiro, 2008.
TIBURI Márcia. O desafio da ética na sociedade do conhecimento. 2012. Disponível em: https://
revistacult.uol.com.br/home/o-desafio-da-etica-na-sociedade-do-conhecimento/ Acesso em:
15 ago. 2019.