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Francesco Lugli
Rio de Janeiro
Fevereiro de 2011
MODELAGEM NUMÉRICA DE PROCESSOS DE FITORREMEDIAÇÃO DE SOLOS
Francesco Lugli
Examinada por:
________________________________________________
Prof. Cláudio Fernando Mahler, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Manoel de Melo Maia Nobre, Ph.D.
________________________________________________
Prof. Otto Corrêa Rotunno Filho, Ph.D.
________________________________________________
Prof. Martinus Theodorus van Genuchten, Ph.D.
iii
A minha família,
A Andreia,
iv
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus.
Ao prof. Martinus Theodorus van Genuchten, pelo apoio cientifico e por ter
inspirado este meu trabalho.
v
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
Francesco Lugli
Fevereiro/2011
A Fitorremediação é uma técnica que se destaca por seu baixo custo, baixo
impacto ambiental e simplicidade técnica. Por outro lado, em comparação às soluções
tradicionais, é fortemente dependente das características do local onde é aplicada
(clima, solo, hidrogeologia, contaminação), porque o desempenho dos organismos
vegetais, agentes principais desse processo, depende de muitas variáveis relativas à
interação com os contaminantes, com o solo e com a atmosfera.
vi
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfilment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
Francesco Lugli
February/2011
Phytoremediation is a remediation technique that stands out for its low cost,
minimal environmental impact and technical simplicity. Compared to traditional
methods, phytoremediation is strongly dependent on the characteristics of the site
where it is applied (climate, soil, hydro-geology, degree of contamination) because the
effectiveness of vegetation, the main agent of the phytorremediation process, depends
on many variables related to interaction with contaminants, soil, water and air.
This research concerns the use of a numerical model of the plant - soil –
atmosphere environment as a tool for analyzing processes of phyto-extraction and
phyto-sequestration. The model is first calibrated on experimental data from pot
experiments performed with chrysopogon zizanioides in a soil contaminated by toxic
cations: Ni2+, Pb2+, Cd2+, Zn2+. The calibrated model is successively applied to a
contaminated field site, characterized by soil and climatic conditions representative of
an industrial district in the municipality of Rio de Janeiro.
vii
Índice
1. INTRODUÇÃO...............................................................................1
2. REVISÃO DA LITERATURA...............................................................6
viii
2.3.2. Fluxo de água no sistema solo-planta....................................................................23
2.3.2.1 Fórmula geral de Penman-Monteith................................................................................25
2.3.2.2 Metodologia FAO Penman-Monteith...............................................................................27
2.3.2.3 Fórmula de Hargreaves..................................................................................................27
2.3.2.4 Determinação da repartição entre evaporação e transpiração.......................................27
2.3.2.5 Modelagem da absorção de água pelas raízes..............................................................29
2.3.3. Absorção de solutos pelas plantas..........................................................................32
2.3.3.1 Absorção ativa e passiva pelas raízes ...........................................................................32
2.3.3.2 Essencialidade, deficiência e excesso............................................................................33
2.3.3.3 Toxicidade e tolerância ..................................................................................................33
2.3.3.4 Avaliação da toxicidade em caso de presença de mais elementos traço.......................35
2.3.3.5 Plantas hiper-acumuladoras...........................................................................................35
2.3.3.6 Efeitos de Ni2+, Cd2+, Pb2+ e Zn2+ sobre os vegetais.................................................36
2.3.3.7 Modelagem da absorção de solutos pelas raízes ..........................................................37
2.4. Fitorremediação...................................................................................37
2.4.1. Controle hidráulico...................................................................................................38
2.4.2. Fito-extração e fito-sequestro..................................................................................38
2.4.3. Tecnologias usadas na fitorremediação .................................................................39
2.4.3.1 Coberturas vegetais fito-estabilizantes...........................................................................39
2.4.3.2 Coberturas vegetais fito-remediadoras...........................................................................39
2.4.3.3 Controvérsias na aplicação de quelantes.......................................................................39
2.4.4. Plantas idôneas a processos de fitorremediação ...................................................40
2.4.5. Projeto de um sistema de fitorremediação..............................................................41
2.4.6. Duração de um processo de fito-extração...............................................................42
2.4.7. Custo de um processo de Fito-extração..................................................................44
3. MÉTODOS E MATERIAIS...............................................................45
3.1. Preparação............................................................................................47
3.1.1. Estrutura da modelagem .........................................................................................47
3.1.2. Dados experimentais ...............................................................................................47
3.1.2.1 Elaboração dos resultados dos ensaios.........................................................................47
3.1.3. Escolha do código computacional............................................................................48
3.1.3.1 HYDRUS-1D...................................................................................................................48
3.1.3.2 Principais hipóteses da modelagem ..............................................................................49
3.1.3.3 Domínio de cálculo..........................................................................................................50
3.2. Calibração.............................................................................................50
3.2.1. Fluxo de água e propriedades hidráulicas do solo..................................................50
ix
3.2.1.1 Determinação do modelo hidráulico e seus parâmetros.................................................50
3.2.1.2 Condições de contorno...................................................................................................52
3.2.1.3 Condição inicial...............................................................................................................52
3.2.1.4 Absorção de água pelas raízes em HYDRUS................................................................53
3.2.2. Transportes de contaminantes.................................................................................53
3.2.2.1 Condições iniciais e de contorno....................................................................................53
3.2.2.2 Determinação dos parâmetros das isotermas de absorção............................................54
3.2.3. Absorção de solutos pelas raízes............................................................................55
x
4.4.1.3 Aplicação do modelo passivo com estresse tóxico ........................................................81
4.4.2. Modelo de absorção passiva em combinação com modelo de absorção não linear
............................................................................................................................................83
4.4.3. Modelo de absorção ativa com cinética de Michaelis-Menten................................84
4.4.3.1 Absorção de níquel.........................................................................................................85
4.4.3.2 Absorção de chumbo......................................................................................................86
4.4.3.3 Absorção de cádmio.......................................................................................................87
4.4.4. Avaliação dos resultados do modelo de absorção passivo e ativo.........................88
4.4.4.1 Comparação entre o modelo ativo e passivo..................................................................89
4.4.4.2 Comportamento dos modelos de absorção de contaminante em caso de estresse
hídrico.........................................................................................................................................89
xi
5.2.3.5 Cálculos adicionais.......................................................................................................109
6.1. Conclusões.........................................................................................111
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................117
8. ANEXOS ................................................................................124
xii
Índice de Figuras
Figura 2.1: Interação da fase líquida do solo com outros compartimentos. Elaboração de
KABATA-PENDIAS & PENDIAS (2001).......................................................................................12
Figura 2.2: Impacto do potencial redox sobre e do pH sobre a solubilidade de metais traço em
água. (gráficos com escalas diferentes). Fonte: CHUANG et al. (1996).....................................13
Figura 2.5: Ciclo da água no continuum planta – solo – atmosfera. Fonte: HILLEL (2007)........28
Figura 2.6: Função de resposta ao estresse hídrico α(h). Fonte: FEDDES et al. (1978)............30
Figura 2.7: Transpiração real compensada Tac em função do índice de estresse ω. Fonte:
JARVIS (1989)..............................................................................................................................31
Figura 2.8: Resposta esquemática das plantas ao variar da concentração do elementos traço:
(a) essencial, (b) não essencial. Fonte: KABATA-PENDIAS (2001)...........................................33
Figura 2.9: Plasticidade comportamental das plantas sob estresse químico: (a) espécies
inteiramente tolerantes, (b) desenvolvimento de tolerância comportamental; (c) espécies não
tolerantes. Fonte: KABATA-PENDIAS (2001)..............................................................................35
Figura 3.3: Modelos de absorção de água em HYDRUS- (Tp, Ta, Tac – absorção potencial, real
não -compensada, e real compensada; α – função estresse hídrico; ωc – índice crítico de
estresse hídrico). Fonte: ŠIMŮNEK & HOPMANS (2009)...........................................................53
Figura 4.1: Biomassa de capim Vetiver a vários níveis de contaminação (Ni2+, Pb2+, Cd2+,
Zn2+). Elaboração de TAVARES (2009)......................................................................................60
xiii
Figura 4.2: Concentrações dos contaminantes (Ni2+, Pb2+, Cd2+, Zn2+) nos tecidos da planta
(TAVARES, 2009) comparados com o limite de toxicidade (linha vermelha) de KABATA-
PENDIAS & PENDIAS (2001)......................................................................................................61
Figura 4.3: Metais (Ni2+, Zn2+) absorvidos pelo capim Vetiver. Regressão linear. Elaborado por
TAVARES (2009)..........................................................................................................................63
Figura 4.4: Metais (Cd2+, Pb2+) absorvidos pelo capim Vetiver. Elaborado por TAVARES
(2009)............................................................................................................................................64
Figura 4.7: Efeito do LAI sobre repartição entre evaporação potencial e transpiração potencial
......................................................................................................................................................69
Figura 4.11: Velocidade de percolação (a), umidade (b) nos primeiros 10 dias do ensaio no
vaso..............................................................................................................................................74
Figura 4.16: Calibração do modelo de absorção passiva com estresse tóxico aditivo (EA) no
caso da contaminação com Pb2+................................................................................................82
Figura 4.17: Modelo de absorção passiva (isoterma linear e não linear) e dados experimentais
no caso de contaminação por Pb2+ e Zn2+................................................................................84
Figura 4.18: Modelo de absorção ativa, contaminação com Ni2+, com Km = 0,01466 mg/cm3 e
Ap = 4,327E-4 mg.cm-2.d-1.........................................................................................................86
Figura 4.19: Modelo de absorção ativa, contaminação com Pb2+, com Km = 0,00132 mg/cm3 e
Ap = 4,757E-4 mg.cm-2.d-1.........................................................................................................87
xiv
Figura 4.20: Modelo de absorção ativa, contaminação com Cd2+, com Km = 9,537E-5 mg/cm3
e Ap = 2,708E-5 mg.cm-2.d-1......................................................................................................88
Figura 4.21: Absorção de Pb2+ = 1600 mg/Kgsolo em função do tempo no modelo passivo e
ativo..............................................................................................................................................89
Figura 4.22: Absorção (=transpiração) potencial e real na simulação de estresse hídrico sobre
dados de casa vegetação.............................................................................................................90
Figura 4.23: Absorção instantânea do Pb2+= 1600 mg/Kgsolo em função do tempo no modelo
passivo e ativo com estresse hídrico...........................................................................................90
Figura 5.2: Perfil litológico do Gleissolo Tiomórfico e relativos valores de coeficiente Kd para
Cd2+, Pb2+ e Zn2+......................................................................................................................97
Figura 5.4: Distribuição da densidade das raízes dos arbusto presentes na área antes da
contaminação.............................................................................................................................100
Figura 5.6: Repartição da água saindo do perfil de cálculo por diferentes níveis de estresse da
vegetação ao final da fase de contaminação.............................................................................103
Figura 5.10: Efeito da remediação (Zn2+) por diferentes valores do fator de cultura (apos de 14
anos de aplicação da fitorremediação)......................................................................................106
Figura 5.13: Evolução da contaminação (Zn2+) em comparação com o caso com irrigação
(t=14 anos)..................................................................................................................................108
Figura 5.14: Absorção cumulativa de Zn2+ com distribuição de densidade de raiz constante.109
xv
Índice de tabelas
Tabela 2.1: Atividades industrias e produtos que podem produzir contaminação por Ni2+, Pb2+,
Cd2+, Zn2+. Elaboração de ANDRADE et al. (2008)....................................................................7
Tabela 2.2: Lista de valores orientadores (VP e VI) para solos e para águas subterrâneas.
Elaboração de CONAMA (2009)....................................................................................................8
Tabela 2.3: Classes de qualidade dos solos, segundo a concentração de substâncias químicas.
Elaboração de CONAMA (2009)....................................................................................................9
Tabela 2.5: Impacto de atributos do solo na mobilidade de metais. Elaboração de HAYES &
TRAINA (1998).............................................................................................................................14
Tabela 2.6: Concentração comuns nos tecidos da plantas dos elementos nutrientes essenciais
inorgânicos. Elaboração de REICHARDT & TIMM (2004)...........................................................23
Tabela 2.7: Concentração de metais nos tecidos acima da qual a planta é considerada hiper-
acumuladora. Fonte: GREGER (2004)........................................................................................36
Tabela 2.8: Toxicidade e papel bioquímico de Ni2+, Pb2+, Cd2+, Zn2+ nas plantas. Elaboração
de KABATA-PENDIAS & PENDIAS (2001)..................................................................................36
Tabela 2.9: Mecanismos de fitorremediação. Elaboração de EPA (2003), RTDF (2005), ITRC
(2009)............................................................................................................................................38
Tabela 2.11: Comparação de tempos e custos pela remediação de metais. Fonte: SCHNOOR
(1997)............................................................................................................................................44
Tabela 4.1: Níveis de contaminação aplicados nos ensaios Fonte: TAVARES (2009)...............59
Tabela 4.5: Parâmetros do modelos de estresse hídrico de Feddes adotados pelo Vetiver
(valores da Figura 2.6)..................................................................................................................66
xvi
Tabela 4.6: Efeito do LAI sobre as frações de umidade transpirada (ou seja absorbida pelas
raízes), evaporada, e que percola (sai do vaso)..........................................................................69
Tabela 4.7:Efeito de condições meteorologias medias por dia ou instantâneas (calculadas por
HYDRUS) com lei senoidal com base nos valores médios.........................................................71
Tabela 4.8: Fluxos cumulativos nos casos de diferentes valores da condutividade hidráulica
saturada........................................................................................................................................73
Tabela 4.9:Determinação dos valores do coeficiente de distribuição (Kd) para o solo utilizado na
cultivação do Vetiver.Elaboração de SOARES (2004)................................................................75
Tabela 4.11:Modelo de absorção passiva com estresse hídrico e osmótico, modelo aditivo (EA)
no caso da contaminação com Pb2+...........................................................................................83
Tabela 4.12: Resultados do cálculo de HYDRUS, contaminação com Ni2+, modelo de absorção
ativa com Km = 0,01466 mg/cm3 e Ap = 4,327E-4 mg cm-2d-1.................................................85
Tabela 4.16: Chumbo (Pb2+ = 1600 mg/Kgsolo) absorvido pela planta no caso de estresse
hídrico mediante os modelos passivo e ativo...............................................................................90
Tabela 5.2: Densidade dos horizontes assumida pelo Gleissolo Tiomórfico. Fonte: PAULETTO
et al. (2005)...................................................................................................................................96
Tabela 5.3: Parâmetros hidráulicos do modelo hidráulico de Van Genuchten – Mualem (VAN
GENUCHTEN, 1980) pelo Gleissolo Tiomórfico utilizados nos cálculos.....................................97
Tabela 5.4: Coeficiente de determinação (Kd) para os horizontes de solos utilizados no estudo
de caso calculados segundo a regressão proposta por SOARES (2004).................................100
Tabela 5.5: Parâmetros do modelos de estresse hídrico de Feddes adotados pela arbustos
presentes na área antes da contaminação (valores da Figura 2.6)...........................................101
xvii
Tabela 8.1: Valores limite de metais pelo crescimento das plantas, em específico pelo capim
Vetiver. Fonte: TRUONG (2010)................................................................................................125
Tabela 8.2: Dados climatológicos na casa de vegetação de EMBRAPA Solos de Rio de Janeiro
durante o período do cultivo do capim Vetiver. Fonte: comunicação pessoal...........................126
Tabela 8.3: Irrigação na cultura do capim Vetiver na casa de vegetação de EMBRAPA Solos de
Rio de Janeiro. Fonte: comunicação pessoal............................................................................127
Tabela 8.4: Dados irrigação modificados utilizados pela calibração (capítulo 4)......................128
Tabela 8.5: Caraterísticas texturais dos tipos de solos estudados por SOARES (2004)..........129
Tabela 8.6: Caraterísticas químicas dos tipos de solos estudados por SOARES (2004) e do
solo utilizado no ensaio..............................................................................................................129
Tabela 8.9: Dados climatológicos do Aeroporto de Santa Cruz – Rio de Janeiro (série 1981-90).
Fonte: http://www.redemet.aer.mil.br ........................................................................................132
Tabela 8.10: Radiação solar na superficie pelo municipio de Rio de Janeiro. Fonte: COLLE &
PEREIRA (1998).........................................................................................................................132
Tabela 8.11: Evaporação potencial de referência na área de Santa Cruz calculada com a
fórmula de Penmann-Monteith...................................................................................................133
xviii
LISTA DE SÍMBOLOS
a Porosidade x 100
Aa Absorção efetiva ativa de solutos [ML-2T-1]
aa Absorção efetiva local ativa de solutos [ML-3T-1]
aa Absorção potencial local ativa de solutos [ML-3T-1]
Ap Absorção potencial ativa de solutos [ML-2T-1]
b Distribuição normalizada das raízes [L-1]
B Taxa de produção de biomassa [ML-2T-1]
c Concentração em solução [ML-3]
c0 Valor da concentração em solução como condição ao contorno [ML-3]
cp Calor específico do ar [L2T-2K-1]
CT Concentração total [ML-3]
D Coeficiente de dispersão hidrodinâmica [L2T-1]
Ds Coeficiente de de difusão no solo [L2T-1]
Dw Coeficiente de difusão em água [L2T-1]
ea Tensão de vapor saturado à temperatura T [ML-1T-2]
ea-ed Déficit atual de pressão do vapor [ML-1T-2]
ed Pressão real do vapor [ML-1T-2]
Eh Potencial de oxidorredução [mV]
Ep Evaporação potencial [LT-1]
ET Evapotranspiração [LT-1]
ET0 Evapotranspiração potencial de referência [LT-1]
ETc Evapotranspiração potencial [LT-1]
G Fluxo de calor no solo [MT-3]
g Aceleração de gravidade [LT-2]
Concentração de fase gasosa [ML-3]
h Carga de pressão [L]
H Carga di pressão [L]
h0 Condição de contorno relativa à carga de pressão [L]
hφ Carga osmótica [L]
hi Condição inicial relativa à carga de pressão [L]
i Gradiente hidráulico [LL-1]
ie Índice de estresse [-]
Ja Fluxo de advecção [ML-2T-1]
K Unidade genérica de temperatura (análise dimensional)
k Parâmetro de extinção de radiação [-]
K Condutividade hidráulica [LT-2]
xix
kc Fator de cultura [-]
Kd Coeficiente de partição ou distribuição [L3M-1]
Kf Coeficiente da isoterma de absorção de Freundlich [L3M-1]
Km Constante de Michaelis-Menten [ML-3]
Ks Condutividade hidráulica saturada[LT-2]
L Profundidade das raízes [L]
l Parâmetro de conectividade entre poros [-]
L Unidade genérica de comprimento (análise dimensional)
LAI Índice de área foliar [-]
m Parâmetro na função de retenção hídrica [-]
M Unidade genérica de massa (análise dimensional)
Mf Valor objetivo da carga de contaminante no solo [ML-2]
Mi Carga inicial do contaminante no solo [ML-2]
n Exponente da isoterma de absorção de Freundlich [-]
Exponente na função de retenção hídrica [-]
Porosidade do solo [L3L-3]
P Concentração do contaminante nos tecidos da planta [MM-1]
Pressão atmosférica [ML-1T-2]
p Absorção passiva de solutos [ML-3T-1]
Pa Absorção efetiva passiva de solutos [ML-2T-1]
pa Absorção efetiva local passiva de solutos [ML-3T-1]
pH Potencial hidrogeniônico
q Fluxo hidráulico [L·T-1]
q0 Condição de contorno relativa ao fluxo hidráulico [L·T-1]
R Fração das raízes em contato com os contaminantes [-]
2
R Coeficiente de determinação [-]
ra Resistência aerodinâmica da planta [-]
Ra Absorção efetiva total (ativa e passiva) de solutos [ML-2T-1]
ra Absorção efetiva local total (ativa e passiva) de solutos [ML-3T-1]
rc Resistência da superfície da cultura ao fluxo de vapor através os
estômatos [-]
Rn Radiação solar líquida na superfície [MT-3]
Rp Absorção potencial total (ativa e passiva) de solutos [ML-2T-1]
Ru Constante universal dos gases [ML2T-2K-1M-1] (= 8,314 kg m2s-2K-1mol-1, J
mol-1K-1)
S Soma dos termos fonte e sumidouro na equação de Richards [ML-3T-1]
s Absorção de água pelas raízes [T-1]
Quantidade do soluto sorvida por unidade de massa de solo [MM-1]
SCF Fração de superfície coberta por vegetação [-]
Se Teor de água efetivo [-]
si Quantidade inicial de soluto sorvida por unidade de massa de solo [MM-1]
xx
sp Absorção potencial de água pelas raízes [T-1]
T Unidade genérica de tempo (análise dimensional)
T Temperatura [K]
t Tempo [T]
Ta Transpiração efetiva [LT-1]
Tp Transpiração potencial [LT-1]
x Coordenada suborizontal na direção do fluxo [L]
xxi
LISTA DE ABREVIATURAS
xxii
1. I NTRODUÇÃO
1
ordem de hectares por centímetro quadrado), que desenvolve o papel de substrato
para processos físico-químicos. Também a vida humana, historicamente, depende do
solo, principalmente pelos alimentos, materiais de construção e fontes energéticas. Na
Bíblia, o nome atribuído ao primeiro ser humano foi Adão, derivado do Adama, palavra
hebraica que significa "solo". A mesma palavra latina Homo deriva de húmus, a
camada do solo riquíssima em matéria orgânica. Porém, hoje em dia, a percepção da
importância do solo para o ser humano ficou física e emocionalmente mais fraca. É
interessante destacar como, na realidade, o aumento da população mundial e o
deterioramento dos recursos provenientes ou relacionados com o solo têm elevado o
nível de criticidade na relação com esse elemento (HILLEL, 2007).
1.1.2. Fitorremediação
A fitorremediação é uma técnica para o tratamento de contaminantes em solo,
água e sedimentos mediante o uso de plantas. Tem-se desenvolvido em função da
sua economicidade, compatibilidade ambiental, e pela caraterística de ser aplicada
diretamente in situ.
2
Os métodos tradicionais utilizados para tratar os contaminantes no solo, como as
técnicas ex situ, que preveem a remoção do solo do local, são caros e, às vezes,
impraticáveis, devido ao volume de material contaminado. Entretanto a literatura
mostra que programas de remediação do solo que utilizam vegetação podem fornecer
uma alternativa mais atraente do que tratamentos químicos ou mecânicos (TRUONG,
2000).
Outra estratégia usada no caso dos metais tóxicos é a fito-estabilização (ou fito-
sequestro) onde a mobilidade e a toxicidade dos contaminantes são reduzidas por
meio da influência físico-química da rizosfera, diminuindo assim o risco ambiental. Em
ambos os mecanismos, as plantas funcionam como “bio-bombas” que usam a energia
solar para extrair a água e os solutos do solo. As plantas também favorecem o
estabelecimento de matéria orgânica via exsudatos radiculares e dos tecidos em
decomposição. A matéria orgânica influi sobre a mobilidade do metal (ROBINSON et
al., 2003).
3
fitorremediação ou como auxilio no gerenciamento de áreas contaminadas
(ROBINSON et al., 2006).
4
com Chrysopogon Zizanioides (Vetiver ou capim Vetiver) no caso de contaminação por
elementos traço (Ni2+, Pb2+, Cd2+, Zn2+) em diferentes concentrações. O capim Vetiver
tem a caraterística de mostrar uma resistência muito elevada à maioria dos
contaminantes inorgânicos e orgânicos (MONTEIRO, 2008).
3. tecnologias de fitorremediação.
5
2. R EVISÃO DA L ITERATURA
6
A concentração considerada tóxica depende da fisiologia do organismo afetado e
da natureza do elemento. Os metais interagem principalmente com dois mecanismos
biológicos: formação de complexos com os grupos funcionais das enzimas, e a
combinação com as membrana celulares, chegando a bloquear o transporte de
substâncias essenciais (SOARES, 2004).
Tabela 2.1: Atividades industrias e produtos que podem produzir contaminação por Ni2+, Pb2+,
Cd2+, Zn2+.
Elaboração de ANDRADE et al. (2008)
Ni2+ Pb2+ Cd2+ Zn2+
Adubos comerciais
Agrotóxicos / pesticidas
Baterias / acumuladores
Beneficiamento, impregnação e processamento da madeira
Borracha e pneus
Disposição e incineração de resíduos
Fabricação e processamento de papel, papelão e produtos têxteis
Fabricação e processamento do vidrio
Fármacos e cosméticos
Lodo de esgoto
Mineração de carvão e produção de coque
Mineração metais não ferrosos
Munições e explosivos
Plásticos
Processamento óleo mineral
Produção de óleos e gorduras alimentares
Produção ferro e aço
Refinamento e fundições de metais ferrosos e não ferrosos
Tempera e tratamentos de superfície de metais
Tintas, pinturas e vernizes
7
2.1.1. Valores orientadores de qualidade do solo e gerenciamento
ambiental de áreas contaminadas na legislação brasileira
No Brasil, na esfera de União, a resolução n. 420 do CONAMA, 2009 estabelece
que:
Tabela 2.2: Lista de valores orientadores (VP e VI) para solos e para águas subterrâneas.
Elaboração de CONAMA (2009)
Solo Água
[mg/Kgsolo seco] Subterrânea [µg/l]
Metal Investigação
Prevenção Agrícola Prevenção
Residencial Industrial
APMax
Cádmio 1,3 3 8 20 5
Chumbo 72 180 300 900 10
Níquel 30 70 100 130 20
Zinco 300 450 1000 2000 1050
8
A mesma resolução dispõe sobre a implantação de um programa de prevenção e
controle da qualidade dos solos e águas subterrâneas nas áreas de influência direta
de atividades potencialmente contaminadoras. Os VPs não poderão ser ultrapassados,
sendo também, necessária uma classificação do solo segundo a Tabela 2.3.
Tabela 2.3: Classes de qualidade dos solos, segundo a concentração de substâncias químicas.
Elaboração de CONAMA (2009)
VRQ VP VI
Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4
9
3. Intervenção: etapa de execução de ações para a eliminação do perigo ou
sua redução a níveis toleráveis. Os riscos são identificados na etapa de
diagnóstico, bem como o plano de monitoramento da eficácia das ações,
considerando o uso atual e futuro da área, segundo as normas técnicas ou
procedimentos vigentes (CONAMA, 2009).
É por isso que a simples determinação do teor total, como previsto pelo CONAMA,
2009 é um meio impreciso de quantificar o potencial de risco para o ambiente e para a
saúde humana. Esse dado precisa ser complementado com a avaliação da fração do
metal que é móvel e, possivelmente, bio-disponível (SOARES, 2004).
10
3. ligado com compostos orgânicos;
4. retido por óxidos de Fe e Mn;
5. compostos definidos como carbonatos de metais, fosfatos, sulfetos, entre
outros;
6. estruturalmente ligado em silicatos e aluminados (fração residual).
C T =⋅s⋅ca⋅g (2.1)
11
2.1.4. Interações da fase líquida com outros compartimentos do solo
O metal presente na fase líquida interage com a fase sólida do solo (mineral e
matéria orgânica), com a fase gasosa e com as plantas e os microrganismos
presentes no solo. Essas interações são resumidas na Figura 2.1
Plantas
absorção
libe ração
Matéria orgânica
12
Vários mecanismo de interações de íons são resumidos na Tabela 2.5.
Figura 2.2: Impacto do potencial redox sobre e do pH sobre a solubilidade de metais traço em
água. (gráficos com escalas diferentes)
Fonte: CHUANG et al. (1996)
13
Tabela 2.5: Impacto de atributos do solo na mobilidade de metais.
Elaboração de HAYES & TRAINA (1998)
Impacto na
Atributo do solo Fenômeno
mobilidade
Ligantes inorgânicos Aumento da solubilidade dos metais Aumento
dissolvidos
Ligantes orgânicos Aumento da solubilidade dos metais Aumento
dissolvidos
Redução na adsorção de cátions em óxidos de Fe, Al, Aumento
e Mn
Baixo pH Aumento na adsorção de ânions em óxidos de Fe, Al, Diminuição
e Mn
Precipitação crescente de oxiânions Diminuição
Precipitação crescente de cátions como carbonatos e Diminuição
hidróxidos do metal
Aumento na adsorção de cátions em óxidos de Fe, Al Diminuição
e Mn
Alto pH Complexação crescente de alguns cátions por Aumento
ligantes dissolvidos
Aumento na adsorção de cátions por material Diminuição
humificado sólido
Redução na adsorção de ânions Aumento
Alto conteúdo de argila Aumento na troca catiônica (em qualquer valor de pH) Diminuição
Alto conteúdo de húmus Aumento da complexação para a maioria dos cátions Diminuição
Aumento na adsorção de cátions com o aumento de Diminuição
Presença de óxidos ou pH
de revestimentos de Fe,
Al, ou Mn Aumento na adsorção de ânions com o decréscimo Aumento
de pH
Aumento da solubilidade de óxidos e hidróxidos de Aumento
metais divalentes quando comparados com os
trivalentes (menor estado de oxidação)
Redox Diminuição na complexação em solução para os Aumento
menores estados de oxidação
Redução na adsorção para os menores estados de Aumento
oxidação
2.1.5. Sorção
O termo “sorção” indica, em geral, um conjunto de mecanismos que envolve a
transferência de solutos (íon ou molécula) da fase líquida para a superfície das
partículas sólidas e vice-versa. Esse fenômeno não implica necessariamente a
formação de novas substâncias (YOUNG et al., 1996 e KABATA-PENDIAS &
PENDIAS, 2001). Esses processos são governados pelas propriedades da superfície
14
das partículas sólidas do solo (orgânicas ou inorgânicas) e pelas propriedades
químicas e físico-químicas do contaminante e seus constituintes (cátions, ânions e
moléculas não iônicas).
1. argilas;
2. óxidos (hidratado, amorfo), principalmente de ferro e manganês; em escala
menor, alumínio e silício;
3. matéria orgânica e biota;
4. carbonatos, fosfatos, sulfetos.
A sorção de metais pode ser descrita em termos de dois mecanismos
moleculares: sorção não específica e sorção específica (KABATA-PENDIAS &
PENDIAS, 2001 e GOMES et al., 2001)
Sendo que a maioria dos metais se encontra na solução do solo sob a forma de
cátions, na sorção não específica (adsorção), esses íons são atraídos
eletrostaticamente pelas cargas negativas presentes na superfície dos coloides do
solo. Essas cargas devem ser equivalentes às cargas positivas de acordo com o
princípio da eletro-neutralidade. Trata-se de um mecanismo que acontece por troca
iônica e constitui uma ligação fraca e pouco estável onde os elétrons não são
compartilhados, e a água de hidratação permanece. As reações são rápidas e
reversíveis. Além disso, a interação pode envolver a adsorção do íon na sua forma
hidratada, o que diminui a energia de ligação entre a superfície do solo e o elemento
(SPOSITO, 1989).
Nesse mecanismo, os íons formam ligações covalentes com os grupos O2- e OH-
na fase sólida. Além da ligação covalente (onde ocorre o compartilhamento de elétrons
15
dos elementos envolvidos), na sorção específica, é presente a ligação covalente-
coordenada, onde o compartilhamento ocorre somente por meio de uma das espécies
iônicas envolvidas. A absorção específica é de ocorrência comum entre os metais
tóxicos, principalmente Cu, Zn, Co, Cd, e isto se deve ao pequeno raio iônico e a
grande quantidade de cargas elétricas no núcleo atômico, caraterística dos íons
metálicos dos grupos IB e IIB. Os principais constituintes do solo responsáveis pela
sorção específica de metais são os óxidos. Entre os diversos óxidos que se encontram
nos solos tropicais (SiO2, TiO2, Al2O3, Fe2O3 e hidróxidos) os mais recorrentes são
aqueles de ferro e manganês. Também os hidróxidos de alumínio têm um papel
relevante nos processos de sorção. Em alguns solos, sua importância pode ser até
maior que a dos óxidos de ferro (KABATA-PENDIAS & PENDIAS, 2001).
16
2.1.6. Modelos de sorção
A sorção é uma reação cinética que se baseia em regras de equilíbrio
termodinâmico. Ao equilíbrio, a sorção pelo solo pode ser descrita pelas isotermas de
sorção, expressas pela equação de Langmuir ou de Freundlich.
c (2.2)
s=
1 c
s = Kf c n (2.3)
17
e soluto em solução. O comportamento linear é muito mais frequente para
contaminantes orgânicos, mas se verifica para inorgânicos também a baixas
concentrações. Para concentrações maiores, a isoterma desvia da linearidade.
18
2.2. Fluxo de água e transporte de contaminantes no solo
h−r 1 (2.4)
S e h= =
s−r n m
1∣ h∣
O fluxo de água num meio poroso não saturado pode ser descrito pela equação
de Richards:
[ ]
∂ ∂ ∂h (2.6)
= K h −K h −s
∂t ∂ x ∂x
onde x [L] é a profundidade; K [L T-1] é condutividade hidráulica e S é a absorção
das raízes [T-1].
19
onde hi [L] é uma função predeterminada de x e t0 o instante inicial.
Alem da condição (2.7) deve ser especificada uma das seguintes condições de
contorno independentes do sistema (x=0, x=L respectivamente o fundo e o topo do
perfil), relativa à:
−K ∂h
∂x
−1 =q0 x ,t para x=0 ou x=L
(2.9)
• gradiente;
∂h (2.10)
=0 para x=L
∂x
Além das condições dadas pelas (2.8), (2.9) e (2.10), podem se considerar duas
condições de contorno dependentes do sistema. Uma delas envolve a interface entre o
solo e a atmosfera. O fluxo potencial do fluido através desta interface é controlado
exclusivamente por condições externas. No entanto, o fluxo real depende também das
condições de umidade do solo na superfície. Tal condição de contorno não pode ser
definida a priori, e é relativa ao fluxo ou à carga hidráulica (e vice-versa). A solução
numérica da equação (2.6) é obtida através da limitação do valor absoluto do fluxo de
superfície por duas seguintes condições:
∂h (2.11)
∣−K −K∣E para x=L
∂x
e
20
mínima e máxima na superfície do solo permitido [L]. O valor da hA é determinado a
partir das condições de equilíbrio entre a água do solo e vapor d'água atmosférico,
enquanto que hS é geralmente definido como igual a zero. Se caso positivo, hS
representa uma pequena camada de água (poça), que podem se formar em cima da
superfície do solo durante as chuvas fortes antes do início do escoamento.
∂c s ∂
∂t
=
∂x
D
∂c
∂x
−qc − (2.13)
D=∣q∣ Dw (2.14)
21
2.2.2.1 Condições de contorno
c x ,0=c i x
(2.15)
s x ,0=s i x
onde ci [ML-3] e si [-] são funções predefinidas de x. A condição inicial para si deve ser
especificada somente em condições de sorção ao não equilíbrio.
∂c
− D qc=q0 c 0 para x=0 ou x=L (2.17)
∂x
em que q0 representa o fluxo de fluido em entrada e c0 a concentração desse fluxo [ML-
3
]. Em alguns casos, por exemplo quando o contorno é impermeável (q0 = 0) ou
quando o fluxo de água é direcionado para fora da região, a (2.17) se reduz a uma
condição de segundo tipo (Neumann):
∂c
D =0 para x=0 ou x=L (2.18)
∂x
22
de transporte associados à membrana da raiz. Uma vez dentro do sistema radicular,
os nutrientes dissolvidos podem ser transportados pelo interior da planta através do
sistema vascular (xilema).
Tabela 2.6: Concentração comuns nos tecidos da plantas dos elementos nutrientes essenciais
inorgânicos
Elaboração de REICHARDT & TIMM (2004)
Elemento Concentração Composto
Simbolo
Nutriente nos tecidos (ppm) comum
Carbono C 450000 CO2
Biomassa
Oxigênio O 450000 CO2, H2O
orgânica
Hidrogênio H 60000 H2O
Nitrogênio N 15000 NO32-, NH4+
Potássio K 10000 K+
Macronutrientes Cálcio Ca 5000 Ca2+
inorgânicos Fosforo P 2000 H2PO4-, HPO42-
Magnésio Mg 2000 Mg2+
Enxofre S 1000 SO42-
Ferro Fe 100 Fe2+, Fe-quelato
Micronutrientes
Cloro Cl 100 Cl-
inorgânicos
Manganês Mn 50 Mn2+
23
Figura 2.3: Potencial hidráulico no sistema a solo-planta em diferentes condições da umidade
do solo e atmosféricas
Fonte: HILLEL (2007)
24
a) a partir de dados climatológicos e parâmetros relativos à cultura
utilizando a equação de Penman-Monteith ou de Hargreaves.
b) a partir dos dados de evapotranspiração de referência ET0 (medida ou
calculada) e fator de cultura (kc).
Nesse estudo, abordar-se-á somente a metodologia proposta no item 2.
Uma critica a essa abordagem vem de HOPMANS et al. (2002) que destacam
que, dessa forma, a interação planta - atmosfera pode ser muito simplificada, porque
se supõe que a taxa de transpiração potencial seja determinada a priori através de
medidas independentes.
[ ]
1 R n−G c p e a−e d /r a (2.19)
ET =ET rad ET aero =
1r c / r a 1r c /r a
onde ET é a taxa de evapotranspiração [mm dia-1]; ETrad é o termo radiante [mm dia-1];
ETaero é o termo aerodinâmico [mm dia-1]; λ é o calor latente de vaporização [MJ kg-1];
Rn é a radiação líquida na superfície [MJ m-2dia-1]; G é o fluxo de calor no solo [MJ m-
2
dia-1]; ρ é a densidade atmosférica [kg m-3]; cp é o calor específico do ar (1,005 kJ kg-1
o
C-1); (ea-ed) é o déficit atual de pressão do vapor [kPa]; ea é a tensão de vapor
saturado à temperatura T [kPa], ed é a pressão real do vapor [kPa], rc é a resistência
da superfície da cultura ao fluxo de vapor através dos estômatos; ra é a resistência
aerodinâmica (atrito do fluxo de ar que flui sobre a superfície vegetal, Figura 2.4) [s m-
1
]; ∆ é a inclinação da curva de pressão de vapor saturado [kPa °C -1] e γ a constante
psicrométrica [kPa °C -1]. Esse últimos parâmetros são definidos como segue:
rl (2.20)
rc=
LAI ativo
25
z m −d z h−d (2.21)
ln ln
z om z oh
ra =
k 2 uz
4098 e a (2.22)
= 2
T 273,3
c p P −3 P (2.23)
= ⋅10 =0,00163
onde LAIativo é índice de área foliar (vide item 2.3.2.4 ) relativo as folhas iluminadas
pelo sol; rl é a resistência estomática bruta da folha bem iluminada [s m-1]; T é a média
da temperatura do ar [oC]; P é a pressão atmosférica [kPa]; ε é a razão entre os pesos
moleculares do vapor de água e de ar seco (ou seja, 0,622); zm a altura das medições
do vento [m]; zh é a altura das medições de umidade do ar [m]; d plano zero de
deslocamento da altura [m]; zom rugosidade relativa à transferência da quantidade de
movimento [m]; zoh rugosidade relativa à transferência de calor e de vapor [m]; k
constante de von Karman, 0,41 [-] e uz da velocidade do vento à altura z [m s-1].
26
2.3.2.2 Metodologia FAO Penman-Monteith
900 (2.24)
0,408 Rn−G u e −e
T 273 2 a d
ET 0 =
10,34 u 2
O valor de ET0 representa um padrão para medir a evapotranspiração de outras
culturas. Uma vez determinada a evapotranspiração da cultura estudada (ETc), é
introduzido o coeficiente da cultura:
onde Ra é a radiação solar no topo da atmosfera nas mesmas unidades de ETp [L T-1];
Tm é a temperatura média diária, calculada como uma média das temperaturas
máxima e mínima do ar [oC]; TR é a diferença entre a média mensal das temperatura
máximas e a média mensal das temperatura minimas [oC]
O índice de área foliar (Leaf Area Index, LAI), definido como a razão
(adimensional) entre a superfície foliar superior e a área do solo, onde cresce a
27
vegetação, varia de 0 (ausência de vegetação) até 6 (floresta densa) e é um
parâmetro utilizado para determinar a repartição entre evaporação e transpiração
(Figura 2.5).
Vapor de água
evaporação transpiração
LAI
Precipitação /
irrigação Planta
Absorção pelas
raizes
Solo
infiltração
Lençol
freatico
LAI = 24 hc (2.28)
onde ai é a constante de extinção da planta (valores 0,45 – 0,61, ZHOU et al., 2003).
28
2.3.2.5 Modelagem da absorção de água pelas raízes
∫L R
s p x , t dx=T p t (2.30)
onde b (x, t) é a distribuição radicular normalizada [L-1] sendo uma função do espaço e
do tempo (no caso do crescimento das raízes) que representa a densidade das raízes.
Dessa função existem diferentes formulações: uma função linear (FEDDES et al.,
29
1978), exponencial (RAATS, 2007), ou genérica (VRUGT et al., 2001a e 2001b). A
função b(x, t) deve ser normalizada em função a variável espacial para verificar a
condição imposta pela (2.30).
0,8
0,6
α
0,4
0,2
h4 h3 h2 h1 0
30
Outras formulações dessa função foram propostas por MAAS (1990) e VAN
GENUCHTEN (1987).
31
2.3.3. Absorção de solutos pelas plantas
Em geral, as plantas absorvem espécies químicas que são dissolvidas na solução
do solo em forma iônica, quelada* ou complexada. Em geral, esse processo é
condicionado pelas caraterísticas do solo, principalmente: pH, Eh, umidade, teor de
argila, teor de matéria orgânica, capacidade de troca catiônica, nutrientes e presença
de outros elementos traço. A quantidade de água que infiltra e a temperatura também
afetam a absorção.
A absorção de elementos pelas raízes pode ser tanto passiva como ativa
(metabólica). A absorção passiva descreve a passagem espontânea de íons da
solução do solo até a planta através do fluxo de absorção. A absorção ativa ocorre
contra um gradiente químico e, por isso, é um processo que requer energia
metabólica. A concentração de íons na solução é considerado um dos fatores que
mais influencia a absorção pelas plantas no caso de absorção ativa. Acima de um
certo valor limite da concentração dos solutos, as propriedades biológicas e estruturais
das células das raízes são alteradas, favorecendo a absorção passiva. No entanto, a
transferência de elementos químicos entre o solo e os vegetais não necessariamente
passam pela fase líquida (KABATA-PENDIAS & PENDIAS, 2001).
*Quelato é um composto químico formado por um íon metálico ligado por várias ligações covalentes a uma
estrutura heterocíclica de compostos orgânicos como aminoácidos, peptídeos ou polissacarídeos. Um exemplo de
agente quelante è o ácido etilenodiamino tetra-acético, EDTA (do inglês Ethylenediamine tetraacetic acid) que age
formando complexos muito estáveis com diversos íons metálicos.
32
compartimentos mais acessíveis para as plantas são os minerais de argila, enquanto
as espécies fixadas por óxidos são menos prontamente disponíveis. Os exsudados
das raízes podem agir, entre outros fatores, sobre o pH que é um parâmetro
extremamente significativo sobre a disponibilidade dos metais.
Figura 2.8: Resposta esquemática das plantas ao variar da concentração do elementos traço:
(a) essencial, (b) não essencial.
Fonte: KABATA-PENDIAS (2001)
33
depende da espécie da planta, das caraterísticas do solo e da ligação química do
metal.
A resposta das plantas aos contaminantes pode variar no tempo, gerando uma
reação ao estresse químico (Figura 2.9). KABATA-PENDIAS & PENDIAS (2001)
chamam esse comportamento de tolerância: ele é composto por uma série de
estratégias utilizadas pela planta para aumentar a sobrevivência como:
34
Figura 2.9: Plasticidade comportamental das plantas sob estresse químico: (a) espécies
inteiramente tolerantes, (b) desenvolvimento de tolerância comportamental; (c) espécies não
tolerantes.
Fonte: KABATA-PENDIAS (2001)
Mnequivalente = Mn2+ + 1.95 Pb2+ + 2.1 Ni2+ + 2.5 Zn2+ + 6.7 Cd2+ + 6.7 Cu2+ (2.35)
35
Tabela 2.7: Concentração de metais nos tecidos acima da qual a planta é considerada hiper-
acumuladora
Fonte: GREGER (2004)
Elemento Concentração limite
na massa seca (ppm)
Cd 100
Co, Cu, Ni, Pb 1000
Mn, Zn 10000
Tabela 2.8: Toxicidade e papel bioquímico de Ni2+, Pb2+, Cd2+, Zn2+ nas plantas.
Elaboração de KABATA-PENDIAS & PENDIAS (2001)
Cd2+ Ni2+ Pb2+ Zn2+
Não essencial Não essencial, Não essencial Relacionado ao
mas tem caso de metabolismo de
correlação com o carboidratos, proteínas
crescimento fósforo, auxinas, RNA
Importância e formação de
no ribossomos.
metabolismo Possível contribuição
na resistência ao clima
seco-quente e as
doenças bacterianas e
fúngicas
Passivo e ativo Principalmente Passivo De difícil determinação
influenciado pela Passivo
Modelo de
concentração no solo influenciado pela
absorção e o pH concentração no solo
e na solução e pelo pH
Distúrbio da atividade Inibição da influência a específico para cada
enzimática fotossíntese e da fotossíntese, mitose e espécie
inibição da formação transpiração (retardo absorção de água
Mecanismo de antocianinas e no metabolismo,
toxicidade pigmentos de clorofila absorção de nutrientes
e no crescimento das
raízes)
clorose
Limite de 5 ÷ 30 ppm (DW) 10 ÷ 100 ppm (DW) 100 ÷ 300 ppm (DW) 100 ÷ 500 ppm (DW)
fito-
toxicidade
36
2.3.3.7 Modelagem da absorção de solutos pelas raízes
A absorção de solutos pelas raízes pode ser modelada através valores sintéticos
calculados com base na decomposição nos termos passivo e ativo.
2.4. Fitorremediação
37
Tabela 2.9: Mecanismos de fitorremediação
Elaboração de EPA (2003), RTDF (2005), ITRC (2009)
Mecanismo Descrição Objetivo
interceptação, e transpiração de grandes Contenção mediante
Controle hidráulico quantidades de águas subterrâneas e controle do fluxo de
superficiais (geralmente com arvores) água
é a combinação de diversos mecanismos que Contenção
Fito-sequestro
estabilizam os contaminantes na rizosfera
degradação dos contaminantes na rizosfera por Remediação
exsudatos da planta, enzimas, ou bactérias, que mediante destruição
Rizo-degradação
podem estimular a biodegradação natural dos
contaminantes
habilidade da planta de absorver os Remediação
Fito-extração contaminantes nos tecidos através do fluxo de mediante remoção
transpiração da planta
A habilidade das plantas para absorver e Remediação
degradar contaminantes através do fluxo de mediante destruição
Fito-degradação
transpiração mediante a atividade enzimática
interna e oxidação / redução fotossintética
absorção (pelas raízes) e sucessivo transporte e Remediação
Fito-volatilização volatilização dos contaminantes voláteis na mediante remoção
atmosfera; através da planta
38
mecanismos de fito-degradação e / ou volatilizado na saída do fluxo de transpiração
da planta.
39
agentes quelantes como o ácido etileno-diamino-tetra-acético EDTA (SCHNOOR,
1997 e TAVARES, 2009), com o objetivo de aumentar a porcentagem de metal em
solução (provocando uma diminuição do Kd).
40
Relativamente ao item 3, podem ser usadas plantas não necessariamente híper-
acumuladoras; geralmente, essas devolvem baixos valores da biomassa e têm um
sistema radicular limitado. O relevante, aos fins da calibração, é a capacidade de
extrair ou imobilizar o contaminante; esse valor é calculado mediante o produto da
concentração nos tecidos e da biomassa.
Assim, são favorecidas, nessa escolha, plantas com melhor adaptabilidade que
tenham um alto desempenho também em solos contaminados. A tolerância e as
características do sistema radical devem ser consideradas na seleção das plantas
para a fitorremediação. A morfologia das raízes é uma característica determinante na
absorção de contaminante em condições de solo infértil e de estresse hídrico,
osmótico e químico (TRUONG, 2000 e 2010).
1. densidade de plantio;
2. dimensões do lote e orientação;
3. drenagem;
4. possibilidade de inserção de outros componentes de remediação (poços,
bombas, wetland, barreiras reativas, geomembranas... );
5. duração da intervenção;
6. manutenção (irrigação, fertilizantes, quelantes, amenizantes, renovação do
plantio).
41
Tabela 2.10: Dados necessários pelo desenvolvimento de um processo de fitorremediação
Fonte:EPA (2003)
Área Informação
taxa de crescimento e produtividade da planta
evapotranspiração potencial
caraterísticas das raízes (principalmente distribuição e profundidade)
tolerância aos contaminantes
Botânica capacidade de acumulação
produção de exsudados que ajudem a degradação
população bacteriana na rizosfera (crescimento, tolerância e capacidade de
degradação dos contaminantes);
Demanda de elementos essencias pela planta
precipitações,
Clima vento
radiação solar
direção do fluxo das águas subterrâneas,
gradiente hidráulico,
conectividade das zonas de porte de água,
identificação das vias de fluxo primário das águas subterrâneas,
mecanismo principal de fluxo das águas subterrâneas (intergranular ou
características de porosidade secundária)
Hidrogeologia
geometria do aquífero (profundidade, espessura, pontos de recarga,
interações com outros aquíferos, flutuações sazonais de nível)
velocidade e vazão da águas subterrânea,
tipologia e distribuição dos horizontes de solo
caraterísticas físicas do solo (composição, granulometria, coeficiente de
distribuição)
distribuição no solo ou nos aquíferos
Contaminante mecanismos de sorção e precipitação/dissolução no solo
tendencia a decaimento ou degradação espontânea
M i− M f (2.37)
t=
P M B M
42
onde t é o tempo [anos], Mi é a carga inicial do metal no solo [g/ha], Mf é o valor
objetivo da carga de metal no solo [g/ha] (geralmente correspondente aos limites
fixados pela legislação), P é a concentração do metal da cultura [g/t], e B é a produção
de biomassa [t / ha / ano].
M i x , y max−M f
(2.38)
t=
P E B E
onde x, y é a posição espacial (latitude, longitude) Mi(x,y)max é a carga máxima inicial de
metal [g/ha]; P e B, nesta formulação, são ambos função da exposição da raiz ao metal
bio-disponível E [g/ha] definida como:
z t (2.39)
E=∫∫ R t ' , z c t M t ' , z dt ' dz
0 0
onde z é a profundidade [m], R é a fração de raízes [-] que está em contato com o
metal bio-disponível [g / t]; ct é a concentração total [g / t] que é uma função de M. A
equação (2.39) requer uma solução numérica, porque é não-linear. Os tempos
calculados pela fórmula (2.38) são maiores do que aquele calculados através da (2.37)
em função da existência da carga máxima do metal Mi(x)max (maior da carga média) e
da redução da exposição ao contaminante das raízes (ROBINSON et al., 2006).
43
2.4.7. Custo de um processo de Fito-extração
A literatura sobre os custos da fito-extração, principalmente em língua inglesa, não
é muito recente e permite somente ter uma ideia indicativa relativamente aos custos
deste processo. SCHNOOR (1997) evidenciou como a fito-extração tenha um custo
varias vezes menor do que as técnicas tradicionais, porem ela seja mais lenta (Tabela
2.11). CORNISH et al. (1997) indicaram como os custos da fito-extração de uma área
de 5000 m2 onde se registrou uma contaminação do solo a causa de um vazamento
de Cd, Zn e 137Cs ate uma profundidade de 50 cm, foram a terceira parte dos custos da
técnica da lavagem do solo. SALT et al. (1995) num solo de textura franco-arenosa
(contaminado ate uma profundidade de 50 cm) determinaram que os custos da fito-
extração foram aproximativamente a quinta parte dos custos da técnica de escavação
e disposição em aterro.
44
3. M ÉTODOS E M ATERIAIS
45
3.1. Preparação
47
• estudo de modelos de regressão sobre a resposta do sistema solo-planta aos
níveis de contaminação analisados;
• determinação da massa de contaminante absorvida por vaso, obtida como
soma dos produtos da biomassa pela concentração na massa seca por
compartimento (parte aérea e raiz).
Transpiração
Transpiração
potencial
potencial
--Absorção
Absorçãode
deágua
água
Fluxo --Absorção
Absorçãopassiva
passivade
Fluxohídrico
hídrico de
no contaminantes
nosolo
solo contaminantes
0,8
α
0,4
0
sucção
Transporte Fração extraída
Transporte Fração
do
docontaminante
contaminante ou imobilizada
no
nosolo
solo biodisponivel
Absorção
Absorçãoativa
ativa
de
decontaminantes
contaminantes
30
Metal extraido
20
10
percolado 0
0 100 200 300
metal biodisponiv el
3.1.3.1 HYDRUS-1D
48
• versatilidade e presença de vários modelos hidráulicos e de transporte
(possibilidade de incluir diferentes camadas do solo com inclinação,
evaporação do solo, transpiração das plantas, e transporte de solutos);
• código aberto e escrito em FORTRAN para a versão 1D;
• literatura extensa relativas a um amplo leque de aplicações como absorção
de água (SCHLEGEL et al., 2004; DE SILVA et al., 2008; JAVAUX et al.,
2008; SOMMER et al., 2003), e transporte de contaminantes no solo (entre
outros, PERSICANI, 1995; SEUNTJENS, 2002).
O modelo HYDRUS usa o método dos elementos finitos lineares de tipo Galerkin
para a discretização espacial e o método de diferenças finitas para a discretização
temporal da equação de Richards (fluxos variavelmente saturados). Para o transporte
de solutos, HYDRUS se baseia na resolução da equação de advecção-dispersão
mediante elementos finitos.
49
3.1.3.3 Domínio de cálculo
O vaso tem um diâmetro médio de 15,9 cm e uma altura de 10 cm. Foi escolhido
utilizar 50 elementos que foi considerado um nível de discretização adequado para um
domínio desse tamanho. Se considerou um único tipo de solo com uma distribuição de
raízes constante ao longo de todo o perfil.
3.2. Calibração
• irrigação;
• valores diários de temperatura, umidade do ar, radiação solar e vento na
casa de vegetação;
50
Van Genuchten – Mualem (VAN GENUCHTEN, 1980) com parâmetros estimados
mediante funções de pedotransferência.
• classe textural;
• percentagens de areia, silte e argila;
• percentagens de areia, silte, argila e densidade;
• percentagens de areia, silte, argila e um ponto de retenção de água a 33
kPa;
• percentagens de areia, silte, argila, dois pontos de retenção de água a 33
e 1500 kPa.
51
3.2.1.2 Condições de contorno
52
3.2.1.4 Absorção de água pelas raízes em HYDRUS
não compensado (Ta < Tp) compensado (Ta < Tac = Tp)
Figura 3.3: Modelos de absorção de água em HYDRUS- (Tp, Ta, Tac – absorção potencial, real
não -compensada, e real compensada; α – função estresse hídrico; ωc – índice crítico de
estresse hídrico).
Fonte: ŠIMŮNEK & HOPMANS (2009)
53
A condição de contorno no topo do perfil foi do terceiro tipo (Cauchy) sendo
relativa ao fluxo de solutos. Esse foi considerado nulo porque se supõe que a irrigação
não carregue contaminante. No fundo, a condição pode ser de gradiente de
concertação zero ou, devido à ausência de fluxo de percolação, fluxo zero.
• pH;
• capacidade de troca catiônica;
• teor de carbono orgânico;
• óxidos de Fe e Mn;
• teor de argila.
Os dados relativos ao solo utilizado nos ensaios não foram suficientes pela
determinação das isotermas através da regressão proposta por SOARES (2004). Além
disso, o solo foi submetido a uma calagem que modificou o pH de 4,9 à 6,4
(TAVARES, 2009) levando sua caraterísticas para fora do campo de validade da
análise de regressão.
3 (3.1)
o j=∑ pi⋅ f i , j−f i, e
i=1
54
onde oj é a função objetivo a ser minimizada pelo solo j; i=1,2,3 é o índice
relativo às frações de argila, silte, areia; fi,j é o teor de fração i pelo solo j ( e =
solo do ensaio) e pi é o peso relativo da fração i .
2. escolha do solo B, entre todos os solos apresentados por SOARES (2004), que
minimiza-se a função:
3 (3.2)
o j ´ =∑ pi ´⋅ vi , j −v i ,e
i=1
onde o´j é a função objetivo a ser minimizada pelo solo j; vi,j é o valor da
propriedade pelo solo j ( e = solo do ensaio), i=1,2,3 indica a propriedade,
respectivamente pH, capacidade de troca catiônica [mmolc/kg] e teor de carbono
orgânico [g/kg], com p1= 1,0; p2 =0,05; p3 = 0,04, valores determinados com
base no estudo de SOARES (2004).
55
Em termos de valores integrais (no domínio da rizosfera), considerando Ra, Pa e Aa
os valores reais da absorção de solutos respectivamente total, passiva e ativa [ML-2T-
1
], é valida a equação:
cmax
c max < c c max = 0
(0;c)
passivo (Pa = Rp) Passivo + ativo (Pa + Ap = Rp) ativo (Ap = Rp)
α ΜΜ=1
sim não
πc =1
sim não
não compensado (Aa < Ap) compensado (Aa < Aac ≤ Ap)
56
A absorção passiva real, Pa [ML-2 T-1], é calculada através da integração da taxa de
absorção de nutrientes, pa,na rizosfera:
T p t (3.6)
= ∫ h , h , x , t b x ,t min [c x , t , c max ]dx
max [ t , c ] L R
57
da taxa máxima: este valor depende da dupla planta contaminante. O parametro cmin é
a concentração mínima na solução, necessária para que a absorção ativa tenha efeito
[ML-3].
58
4. C ALIBRAÇÃO DOS
PARÂMETROS PARA
MODELAGEM DE ENSAIO
EM VASOS
59
Os resultados dos ensaios de TAVARES (2009) foram reorganizados para
identificar o comportamento da sistema planta-solo em relação aos contaminantes.
O exame da biomassa das plantas nos vários níveis de contaminação (Figura 4.1)
evidencia, em geral, uma pequena influência do contaminante em termos de
desenvolvimento da planta nas concentrações estudadas. Somente no caso do zinco
pode-se observar uma diminuição da biomassa: isso indica um efeito de toxicidade
desse elemento sobre o Vetiver. Cabe destacar que as concentrações aplicadas no
caso do zinco foram as maiores entre os quatro elementos e correspondem a mais do
que o dobro do chumbo.
60
16 16
14 14
12 12
matéria seca [g]
10 10
8 8
6 6
4 4
2 2
0 0
parte aérea
0 50 100 150 200 250 300 0 500 1000 1500 2000
[g]
Ni no solo [mg/kg] raiz [g] Pb no solo [mg/kg]
16 16
14 14
12 12
matéria seca [g]
10 10
8 8
6 6
4 4
2 2
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 1000 2000 3000 4000 5000
Cd [mg/kg] Zn [mg/kg]
Figura 4.1: Biomassa de capim Vetiver a vários níveis de contaminação (Ni2+, Pb2+, Cd2+, Zn2+).
Elaboração de TAVARES (2009)
61
Ni Pb
140 500
Cd Zn
concentração em massa seca [mg/Kg]
50 16000
14000
40
12000
30 10000
8000
20 6000
4000
10
2000
0 0
parte aérea Raiz parte aérea Raiz
Figura 4.2: Concentrações dos contaminantes (Ni2+, Pb2+, Cd2+, Zn2+) nos tecidos da planta
(TAVARES, 2009) comparados com o limite de toxicidade (linha vermelha) de KABATA-
PENDIAS & PENDIAS (2001)
62
O zinco manifestou uma regressão linear. Para cádmio e chumbo (figuras 4.4) a
absorção mostra uma saturação que causa um desvio, mais o menos acentuado,
dependendo do caso, da regressão linear, exceto para o chumbo na parte da raiz. As
regressões são resumidas na Tabela 4.2.
1200
f(x) = 3,47x + 171,77
R² = 0,96
1000
parte aérea [mg]
absorvido pela planta [g E-6]
Regressão linear de
800 parte aérea [mg]
f(x) = 1,51x + 136,75 raiz [mg]
R² = 0,87 Regressão linear de
600 raiz [mg]
soma [mg]
Regressão linear de
400 soma [mg]
0
0 50 100 150 200 250 300
Ni no solo [mg/kg]
160
f(x) = 0,04x - 12,56
140 R² = 0,95
absorvido pela planta [g E-6]
120
100
80
f(x) = 0,03x - 12,69
60 R² = 0,93
40
20
f(x) = 0,01x + 0,12
0 R² = 1
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500
Zn no solo [mg/kg]
Figura 4.3: Metais (Ni2+, Zn2+) absorvidos pelo capim Vetiver. Regressão linear.
Elaborado por TAVARES (2009)
63
300
f(x) = 67,32 ln(x) + 19,72
R² = 1
absorvido pela planta [g E-6] 250
Cd no solo [mg/kg]
3500
f(x) = 22,43 x^0,67
R² = 0,98
3000
absorbido pela planta [g E-6]
2500
1500
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Pb no solo [mg/kg]
64
4.2. Calibração do fluxo de água
65
0.6 0.6
0.5 0.5
0.4 0.4
0.3 0.3
0.2 0.2
0.1 1 10 100 1000 10000 0.1 1 10 100 1000 10000
|h| [cm] |h| [cm]
Tabela 4.5: Parâmetros do modelos de estresse hídrico de Feddes adotados pelo Vetiver
(valores da Figura 2.6)
Parâmetro Valor [cm]
h1 0
h2 -500
h3 -900
h4 -16000
66
4.2.3. Condições de contorno
Por conseguinte, foi preciso determinar o índice de área foliar (LAI). A equação
(2.28) resultou ser fora do seu campo de validade porque as plantas atingiram uma
altura aproximada de 35 a 45 cm (devido às diferenças morfológicas de cada planta).
No entanto, é interessante observar que, em gramíneas (como o Vetiver), existe uma
correlação linear entre a altura da planta e o LAI, conforme estudo por
KARUNARATNE et al. (2003) sobre Phragmites australis (valor máximo 4,9 por um
altura de 2,25 m).
67
m. Esse ultimo valor foi considerado como não adequado para a presente pesquisa,
que foi feita em vaso.
14
12
transpiração total [cm]
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7
LAI [-]
68
pelas condições climatológicas estudadas. Foi escolhido um turno de rega de dois dias
para estabilizar as condições do umidade do solo. No ensaio, o intervalo foi mais
irregular com uma média de turno de rega de três dias. Os valores de irrigação na
simulação foram determinados com base da umidade do solo, e tiveram 5 níveis
padronizados 2,5 – 3,75 – 5 – 6,25 mm/d (Tabela 8.4).
10 4
9
3,5
8
3
Evapotranspiração [mm/d]
7
2,5
6
Irrigação [mm]
5 2
4
1,5
3
1
2
0,5
1
0 0
Irr_modif
11
13
29
31
1
3
5
7
9
15
17
19
21
23
25
27
33
35
37
39
41
43
45
47
49
51
53
55
57
59
Irr_origin
dia
ET
70
3.55
3.50
3.45
Tabela 4.7:Efeito de condições meteorológicas medias por dia ou instantâneas (calculadas por
HYDRUS) com lei senoidal com base nos valores médios
Absorção de percolação evaporação
água [cm] [cm] [cm]
media diaria 10,980 0,060 3,410
valor instantaneo 10,858 0,127 3,371
variação relativa à absorção
1,11% -0,61% 0,36%
de água pelas raizes
71
Frente ao fato de que os parâmetros do modelo hidráulico não foram
determinados mediante ensaios, mas estimados com funções de pedo-transferência,
foram conduzidas análises de sensibilidade para avaliar em que medida eles
influenciam os fluxos hídricos, valores fundamentais nessa fase da calibração.
topo
0.45 0.45
raízes
0.42 f undo
0.42
0.39 0.39
0.36 0.36
0.33 0.33
0.3 0.3
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
dias dias
72
A Tabela 4.8 apresenta os resultados cumulativos dos fluxos. É evidente como
grandes diferenças em termos de condutividade hidráulica levaram a variações muito
limitadas de água absorvida pelas raízes em função da percolação.
Tabela 4.8: Fluxos cumulativos nos casos de diferentes valores da condutividade hidráulica
saturada
Absorção de percolação evaporação
Ks [cm/dia] água [cm] [cm] [cm]
1,00 10,666 0,000 3,410
11,32 10,980 0,139 3,410
100,00 10,972 0,371 3,411
Nos sexto e oitavo dia, a umidade foi baixa e as velocidades foram muito
menores; a parte superior do perfil que apresentou um fluxo ascendente movido pelos
altos valores da sucção na superfície.
73
0
-2
profundidade [cm]
-4
T0
-6 T3
T5
-8 T6
T8
-10
-0.7 -0.6 -0.5 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0.0 0.1
vv [cm/dia]
[cm/days]
a)
-2
profundidade [cm]
-4
T0
-6 T3
T5
-8 T6
T8
-10
0.30 0.32 0.34 0.36 0.38 0.40 0.42
θ [-]
Theta
b)
Figura 4.11: Velocidade de percolação (a), umidade (b) nos primeiros 10 dias do ensaio no
vaso.
74
4.3. Parâmetros relativos ao transporte dos contaminantes no
solo
Tabela 4.9:Determinação dos valores do coeficiente de distribuição (Kd) para o solo utilizado na
cultivação do Vetiver.
Elaboração de SOARES (2004)
Contaminante Kd para o Ni2+ Kd para o Pb2+ Kd para o Cd2+ Kd para o Zn2+
Solo [cm3/g] [cm3/g] [cm3/g] [cm3/g]
Latossolo Vermelho (LV-2) 101 1495 140 66
Argissolo Vermelho (PV-1) 35 733 39 35
Latossolo Vermelho (ensaio) 68 1114 89,5 50,5
75
4.3.2. Calibração utilizando a isoterma de Freundlich
Para determinar a isoterma de Freundlich foi necessário determinar os relativos
parâmetros Kf [cm3/g] e n [-]. Esses valores são apresentados na Tabela 4.10 para os
solos escolhidos na simulação proposta.
A equação (4.1) é não-linear e foi resolvida para variável c0, que representa a
concentração inicial na fase líquida. Os resultados são apresentados em forma gráfica
na Figura 4.12. As curvas isotermas não-lineares foram comparadas com as curvas
lineares determinadas no item 4.3.1. Excluindo o zinco, os dados relativos ao
Latossolo Vermelho foram aqueles que se aproximaram mais à isoterma linear.
76
160 900
Ni na fase sólida [mg/dm^3] 140 linear-média 800 linear-média
500
80
400
60
300
40
200
20
100
0 0
0 500 1000 1500 2000 2500 0 100 200 300 400 500 600 700 800
Ni em solução [gE-6/dm^3] Pb em solução [gE-6/dm^3]
25 10000
20 LV 8000 LV
PV 7000 PV
15 6000
5000
10 4000
3000
5 2000
1000
0 0
0 50 100 150 200 250 300 0 50000 100000 150000 200000
Cd em solução [gE-6/dm^3] Zn em solução [gE-6/dm^3]
77
4.4. Calibração da absorção dos contaminantes pelas raízes
Como é possível inferir de Tabela 2.8 (p. 36), entre os metais examinados,
somente o Pb2+ é absorvido pelas plantas de forma completamente passiva; nos
outros casos se observa uma validade simultânea dos dois modelos.
10 3,5
R2=0,8526
3
8
Pb absorvido [mg ]
Ni adsorvido [mg]
2,5
6
2
Hydrus
4 1,5
casa
vegetação 1
2
0,5
0 0
0 50 100 150 200 250 300 0 500 1000 1500 2000
Ni total [mg/kg] Pb total [mg/Kg]
a) b)
1,2 200
R2=0,7435
1
Cd absorvido [mg]
Zn absorvido [mg]
150
0,8
0,6 100
0,4
50
0,2
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 1000 2000 3000 4000 5000
Cd total [mg/kg] Zn total [mg/kg]
c) d)
78
Os resultados numéricos (Figura 4.13) apresentaram uma boa concordância com
os dados experimentais para Pb2+ e Zn2+ (R2 igual respectivamente a 0,8526 e a
0,7435). No entanto, os resultados numéricos para Ni2+ e Cd2+ superestimaram (até
oito vezes) o valor observado de metal absorvido pela planta no experimento.
A absorção de Cd2+ tende a um patamar como pode ser notado da Figura 4.13 c).
Analisando os dados experimentais, foi possível afirmar que os últimos três pontos
podem ser bem representados por um valor de 0,22 mg, que corresponde a um fluxo
de contaminante de 1,8467E-5 mg·cm-2·dia-1. No modelo passivo, este fluxo verifica-se
79
com uma concentração média de 1,009 mg·cm-3 de Cd2+. O presente valor foi utilizado
como limite máximo pela absorção do metal pelas raízes num novo cálculo. Obteve-se
R2 = 0,8942 e o comportamento mostrado na Figura 4.14.
0,3
0,25
0,15
0,1 Hydrus
casa
vegetação
0,05
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Cd total [mg/Kg]
80
180
casa
160
vegetação
140 hydrus
kd=50,5
Zn adsorvido [mg]
120
hydrus
100 kd=60
80
60
40
20
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
Zn total [mg/Kg]
As figuras 4.4 mostram como Cd2+ e Pb2+ foram extraídos pelo Vetiver com
regressões não lineares. Para modelar esse comportamento, foi elaborada uma
extrapolação do conceito de estresse osmótico. Considerando válida a hipótese de
absorção passiva a única possibilidade de redução de absorção de contaminante
(relativamente ao modelo linear) é que a planta gere uma diminuição da captação de
água. É uma situação parecida ao estresse salino (FEDDES e RAATS, 2004). Por isso
foi introduzido o conceito de carga tóxica hπt definida como a carga osmótica
equivalente que causa uma redução do fluxo de água por efeito da toxicidade. Esse
modelo reproduziu o comportamento da absorção do metal, em função do nível de
contaminação, que geralmente ao inicio é linear, tendo um sucessivo afastamento da
linearidade (com uma absorção de metal menor da linear). De uma avaliação
qualitativa da Figura 4.13, o chumbo apresentou um comportamento desse tipo e, ao
mesmo tempo, uma boa aproximação com os valores simulados.
O primeiro passo para essa calibração foi a alteração do valor do Kd (como foi feito
no item 4.4.1.2 ) para se aproximar aos valores correspondentes das primeiras duas
81
doses de contaminante que apresentaram um comportamento linear. Foi determinado
um valor de Kd = 663 cm3/g. Sucessivamente foi calibrado o modelo de estresse aditivo
onde o único parâmetro a ser determinado foi o fator de conversão entre carga
osmótica e concentração do contaminante. O modelo de estresse multiplicativo,
precisando de mais parâmetros, não foi indicado ao caso estudado por carência de
pontos experimentais.
Ru T (4.2)
h , i=−Ci onde =
g
onde Ru [J mol–1 K–1] é a constante universal dos gases, T [K] é a temperatura, ρ [kg m-
3
] é a densidade da solução do solo e g [m s–2] é a aceleração de gravidade.
Assim, foi conduzido um ajuste, por estimação, que levou ao valor de µ = 275·104
cm4mg–1; os resultados (vide Tabela 4.11 e Figura 4.16) atingiram um valor de R2 =
0,9841 (no caso, sem calibração, era R2 = 0,8526).
Hydrus kd=1114
5 casa vegetação
Hydrus kd=663
Hydrus kd=663
4 EA
Pb adsorvido [mg]
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Pb total [mg/Kg]
Figura 4.16: Calibração do modelo de absorção passiva com estresse tóxico aditivo (EA) no
caso da contaminação com Pb2+
82
Considerando o índice de estresse calculado definido como
T p−T a (4.3)
ie=
Tp
onde Tp e Ta [cm] são as quantidades, respetivamente, potencial e real de água
transpirada pela planta durante o período de cálculo; essas quantidades coincidem
com os respetivos valores de absorção pelas raízes.
Tabela 4.11:Modelo de absorção passiva com estresse hídrico e osmótico, modelo aditivo (EA)
no caso da contaminação com Pb2+
Pb [mg/Kg_solo] 0 200 400 800 1600
casa vegetação [mg] 0 0,769 1,212 2,238 2,953
Hydrus EA [mg] 0 0,644 1,224 2,172 3,212
Indice estresse [-] 0,00% 1,97% 6,86% 17,36% 38,89%
83
Os modelos não lineares deveriam descrever com maior exatidão o
comportamento dos metais no solo. Isso não aconteceu na presente pesquisa,
provavelmente devido à escolha dos parâmetros de sorção da literatura. Eles não
resultaram ser representativos pelo solo estudado. Para uma aplicação mais correta
de tal modelo é aconselhável a determinação experimental dos parâmetros relativos.
5 450
4,5 casa 400 casa
4 vegetação 350 vegetação
Pb absorvido [mg]
Zn absorvido [mg]
3,5 Kd=1114 Kd=50,5
300
3 Kf=2524 Kf=74
250
2,5 n=0,84 n=0,9
200
2
150
1,5
1 100
0,5 50
0 0
0 500 1000 1500 2000 0 1000 2000 3000 4000 5000
Pb total [mg/Kg] Zn total [mg/Kg]
Figura 4.17: Modelo de absorção passiva (isoterma linear e não linear) e dados experimentais
no caso de contaminação por Pb2+ e Zn2+
c T0 (4.4)
c 0=
0⋅K d
onde cT0 [mg/cm3] é a concentração inicial total (fase sólida mais fase
líquida) e θ0 [cm3/cm3] a umidade inicial; nesse testes, c0, cT0 e θ0 são
considerados constantes em todo o domínio.
84
c 2 a1−a 2 (4.5)
K m=
a 2−a 1⋅c 2 / c1
a1
A p= K −c (4.6)
c1 m 1
onde a1 e a2 [mg cm-2d-1] são as taxas de absorção do contaminante relativas às
concetrações c1 e c2
Tabela 4.12: Resultados do cálculo de HYDRUS, contaminação com Ni2+, modelo de absorção
ativa com Km = 0,01466 mg/cm3 e Ap = 4,327E-4 mg cm-2d-1
Dose 0 Dose 1 Dose 2 Dose 3 Dose 4
Ni [mg/Kg_solo] 0 35 70 140 280
casa vegetação [mg] 0,0642 0,369 0,486 0,633 1,13
HYDRUS [mg/cm^2] 0 0,000919 0,00178 0,00334 0,00596
HYDRUS [mg] 0 0,182 0,353 0,663 1,18
Erro % 0 50,51% 27,34% -4,68% -4,92%
85
1,4
casa
1,2
vegetação
HYDRUS
1
Ni adosorvido [mg]
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 50 100 150 200 250 300
Ni total [mg/Kg]
Figura 4.18: Modelo de absorção ativa, contaminação com Ni2+, com Km = 0,01466 mg/cm3 e Ap
= 4,327E-4 mg.cm-2.d-1
86
3,5
3 casa vegetação
HYDRUS
2,5
Pb absorbido [mg] 2
1,5
0,5
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Pb total [mg/Kg]
Figura 4.19: Modelo de absorção ativa, contaminação com Pb2+, com Km = 0,00132 mg/cm3 e Ap
= 4,757E-4 mg.cm-2.d-1
87
0,3
0,25
0,2
Cd adsorvido [mg]
0,15
0,1
casa
0,05 vegetação
HYDRUS
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Cd total [mg/kg]
Figura 4.20: Modelo de absorção ativa, contaminação com Cd2+, com Km = 9,537E-5 mg/cm3 e
Ap = 2,708E-5 mg.cm-2.d-1
88
4.4.4.1 Comparação entre o modelo ativo e passivo
0.00040 0.0004
/dia]
/dia]
22/dia]
0.00035 0.00035
/dia]
Absoção de Pb [mg/cm2/dia]
2 2
[mg/cm
0.00030 0.0003
[mg/cm
[mg/cm
[mg/cm
0.00025 0.00025
PbPb
0.00020 0.0002
Pb
Pb
dede
0.00015 0.00015
de
de
Absoção
0.00010 0.0001
Absoção
Absorção
Fluxo
0.00005 5e-005
0.00000 0
0 10 20 30 40 50 60 0 10 20 30 40 50 60
Time [days]
dia Time [days]
dia dia
a) Modelo passivo b) Modelo ativo
Figura 4.21: Absorção de Pb2+ = 1600 mg/Kgsolo em função do tempo no modelo passivo e ativo
Foi realizado um teste com redução da irrigação (no primeiro mês do experimento)
com o objetivo de verificar a sensibilidade dos dois modelos de absorção à condição
de estresse hídrico. Esta condição levou as planta a ter uma redução da absorção de
água quantificada com ie = 20%. Na Figura 4.22, são plotadas a transpiração potencial
e real. Destaca-se a diferenciação entre os dois fluxos durante a aplicação do
estresse, nos primeiros trinta dias.
89
0.3 real
potencial
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
0 10 20 30 40 50 60
dia
Figura 4.22: Absorção (=transpiração) potencial e real na simulação de estresse hídrico sobre
dados de casa vegetação
Absorção de Pb [mg/cm /dia]
0.0003
Absorção de Pb [mg/cm2/dia]
0.0004
Absoção de Pb [mg/cm2/dia] 2
0.00024
0.0003
0.00018
0.0002
0.00012
0.0001 6e-005
0
0
0 10 20 30 40 50 60
0 10 20 30 40 50 60
Time dia
[days]
dias dias
modelo passivo modelo ativo
Figura 4.23: Absorção instantânea do Pb2+= 1600 mg/Kgsolo em função do tempo no modelo
passivo e ativo com estresse hídrico
Tabela 4.16: Chumbo (Pb2+ = 1600 mg/Kgsolo) absorvido pela planta no caso de estresse hídrico
mediante os modelos passivo e ativo
2+
Ni absorvido Passivo Ativo variação
Sem estresse [mg.cm-2] 0,0158 0,0156 -0,96%
-2
com estresse ie = 20% [mg.cm ] 0,0130 0,0127 -2,18%
variação 21,64% 18,77%
90
4.5. Conclusões do capítulo
O principal fator limitante dessa fase foi a falta de dados precisos relativos a:
91
Sucessivamente, foram repetidos os cálculos relativos ao modelo passivo com
isotermas de sorção não lineares com parâmetros provenientes de SOARES (2004).
Os resultados não foram encorajadores levando a um nível de concordância com os
dados experimentais menor do que o caso precedente. Esse fato, aparentemente
discordante com a teoria, que atribui a essas isotermas uma maior precisão, remarca a
necessidade de ter dados de sorção específicos pelo solos e pelos contaminante
estudados.
92
5. ESTUDO DE CASO COM
PARÂMETROS
CALIBRADOS
93
1. ausência de caminhos preferenciais pelo transporte dos contaminantes;
Essa primeira fase, com a duração de 356 dias, teve como objetivo a
determinação das condições hidráulicas do perfil.
94
Por isso, a metodologia aqui proposta representa uma valida alternativa ao cálculo do
tempo de remediação.
5.1.2. Solo
95
Gleissolos Organossolos Gleissolos Argissolos
O tipo de solo utilizado nos cálculos deste capítulo foi um Gleissolo Tiomórfico,
cujas caraterísticas são apresentadas na Tabela 5.1.
96
(parâmetros de retenção) e ROSETTA pela condutividade hidráulica à saturação como
apresentado na Tabela 5.3 e Figura 5.2 .
Tabela 5.3: Parâmetros hidráulicos do modelo hidráulico de Van Genuchten – Mualem (VAN
GENUCHTEN, 1980) pelo Gleissolo Tiomórfico utilizados nos cálculos
horizontes θr θs α n Ks
[cm-1] [cm/dia]
Ap 0,0000 0,6991 0,0061 1,1460 11,80
Big 0,2392 0,5838 0,0077 1,1838 17,38
Cgi 0,2262 0,5911 0,0115 1,1669 17,60
2Abjz 0,0000 0,7054 0,0685 1,1030 23,63
Kd
Ap
20
40 Big
profundidade [cm]
Cd
60
Pb
Zn
80
100 Cgj
120
140
Figura 5.2: Perfil litológico do Gleissolo Tiomórfico e relativos valores de coeficiente Kd para
Cd2+, Pb2+ e Zn2+
97
No topo do perfil a condição foi expressa em forma de valores diários de precipitação,
evaporação e transpiração potencial.
Como condição inicial foi colocada uma distribuição de carga h linear até o topo
do perfil ( -130 cm). Não é considerado escoamento superficial, ou seja, a água foi
previsto que a água se acumulasse em poças antes de infiltrar.
A radiação solar média mensal foi determinada com base em COLLE & PEREIRA
(1998), e os valores são apresentados na Tabela 8.10.
98
12 0
5
10
evapotranspiração potencial [mm]
10
15
8
precipitação [mm]
20
6 25
30
4
35
40
2
prec 45
evap
0 50
dias
99
Tais valores de Kd sugeriram uma sequência de sorção diferente daquela mais
provável Pb2+ > Cd2+ > Ni2+ > Zn2+ (GOMES et al., 2004) , sendo Ni2+ > Pb2+ > Cd2+ >
Zn2+. Esse resultado indicou, mais uma vez, o baixo nível de atendibilidade dos
resultados da regressão no caso do Ni2+.
Tabela 5.4: Coeficiente de determinação (Kd) para os horizontes de solos utilizados no estudo
de caso calculados segundo a regressão proposta por SOARES (2004)
Kd
horizonte pH argila CTC e Ni2+ Cd2+ Pb2+ Zn2+
[g/kg] [mmolc/kg] [cm3/g]
Ap 4,1 400 116 497,7 310,5 638,3 17,58
Big 3,8 740 185 3420 990,8 1096 40,74
Cgi 3,4 740 185 2301 559,8 794,3 15,49
2Abjz 3,0 540 150 501,2 141,3 363,1 2,344
5.1.6. Vegetação
-10
profundidade [cm]
-20
-30
-40
Figura 5.4: Distribuição da densidade das raízes dos arbusto presentes na área antes da
contaminação
100
Tabela 5.5: Parâmetros do modelos de estresse hídrico de Feddes adotados pela arbustos
presentes na área antes da contaminação (valores da Figura 2.6)
Parâmetro Valor [cm]
h1 -10
h2 -25
h3 -400
h4 -8000
101
1,66667
L−0,2 L R xL
LR
b(x) =
2,0833
LR
1−
x 0− x
LR x ∈ L−L R ; L−0,2 L R
(5.2)
0 0x L−L R
Nos perfis inferiores, registra-se uma substancial estabilidade. Isso demostra uma
boa escolha das condições iniciais relativamente a carga hidráulica.
z = -100 cm
0 0 z = -40 cm
-200
-60
-400
-120
-600
-800 -180
-1000
-240
-1200
-1400 -300
0 60 120 180 240 300 360 0 50 100 150 200 250 300 350 400
dias dias
102
Tabela 5.6: Concentração dos contaminantes no fluxo em entrada no perfil
Concentração no
Metal fluxo em entrada
[mg/dm3]
Ni2+ 0,000
Cd2+ 0,579
2+
Pb 15,7
2+
Zn 335
100%
90%
80%
70%
60%
evaporação
50%
transpiração
40% percolação
30%
20%
10%
0%
Kc=0,4 Kc=0,7
Figura 5.6: Repartição da água saindo do perfil de cálculo por diferentes níveis de estresse da
vegetação ao final da fase de contaminação
103
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0
-10
Ap
profundade [cm]
-20
Big
-30
-40
-50 Kc=0,4
Kc=0,7
VI
-60
Cd no solo [mg/kg]
-10
Ap
profundidade [cm]
-20
Big
-30
-40
-50 Kc=0,4
Kc=0,7
VI
-60
Pb no solo [mg/kg]
-10
Ap
profundidade [cm]
-20
Big
-30
-40
Kc=0,4
-50 Kc=0,7
VI
-60
Zn no solo [mg/Kg]
104
5.2.3. Avaliação do processo de remediação
5.2.3.1 Zinco
-40 Big
-60
-120
Zn no solo [mg/kg]
Figura 5.8: Efeito da remediação (Zn2+) apos de 14 anos de aplicação da fitorremediação (kc=1,
LAI =4)
105
140000
120000
100000
80000
60000
40000
20000
0
0 2000 4000 6000 8000
dias
-40 Big
-60
-80 Kc=1,5
(14anos) Cgi
Kc=1,0
-100
(14anos)
Kc=1,5
-120 (12anos)
Zn no solo [mg/kg] VI
Figura 5.10: Efeito da remediação (Zn2+) por diferentes valores do fator de cultura (apos de 14
anos de aplicação da fitorremediação)
106
casos, mas, no cenário sem remediação, ficou acima do VI. O contaminante continuou
a percolar e se aproximou ao lençol freático.
-40 Big
-60
-80
com
Remediação
Cgi
-100 sem
Remediação
VI
-120
Zn no solo [mg/kg]
5.2.3.2 Chumbo
-10
Ap
profundidade [cm]
-20
Big
-30
-40 t = 8 anos
t = 6 anos
-50 t=0
VI
-60
Pb no solo [mg/kg]
107
Foi analisado também o caso do chumbo, mediante um modelo de absorção ativa
com parâmetros calibrados no item 4.4.1.3 .
5.2.3.3 Irrigação
-40 Big
-60
-80
Cgi
sem Irrigação
-100
com Irrigação
VI
-120
Zn no solo [mg/kg]
Figura 5.13: Evolução da contaminação (Zn2+) em comparação com o caso com irrigação (t=14
anos)
No caso do zinco (Figura 5.13), a irrigação não levou a uma diminuição do tempo
de remediação. Pelo contrário, se observou um aumento da velocidade de percolação
do contaminante com o risco de contaminação do lençol freático. Esse comportamento
é coerente considerando que as plantas não se encontraram frequentemente em
condição de estresse. Nessa condição, a água em excesso (não absorvida) percolou
transportando o contaminante.
108
contaminante é mais eficiente se a distribuição das raízes ao longo do perfil
acompanha a distribuição do contaminante.
120000
100000
80000
60000
40000
20000
0
0 2000 4000 6000 8000
dias
Figura 5.14: Absorção cumulativa de Zn2+ com distribuição de densidade de raiz constante
109
5.3. Conclusões do Capítulo
110
6. C ONCLUSÕES E
SUGESTÕES PARA
FUTURAS PESQUISAS
6.1. Conclusões
111
A análise de sensibilidade revelou a importância, ao fim da calibração, das
condições climatológicas, dos parâmetros da vegetação e do modelo de sorção no
solo. Menor relevância tiveram as condições hidráulicas que, por outro lado,
influenciam profundamente os resultados da simulação da situação de campo.
112
6.2.1.2 Evapotranspiração e transpiração
113
6.2.1.5 Aumento das concentrações dos contaminantes
114
São citados alguns sub-modelos de fisiologia vegetal que poderiam ser integrados
na metodologia proposta com o objetivo de levar em conta os efeitos do contaminante
armazenado e do estresse sobre o desenvolvimento da planta.
115
6.2.2.2 Aplicação de um modelo geoquímico
116
7. R EFERÊNCIAS
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123
8. A NEXOS
• é estéril e não-invasiva;
124
condições adversas. Ele não é considerado como hiper-acumulador em relação a
muitos metais tóxicos (Tabela 8.1), mas apresenta elevadas taxas de produção de
biomassa do sistema radicular e superficial na fase adulta, levando a ter uma maior
eficiência em processos de fitorremediação de espécies hiper-acumuladoras. Também
é marcante o efeito hidráulico que limita a percolação e o escoamento superficial dos
contaminantes. Além disso, em uma área afetada por contaminação, degradação e
compactação, pode desenvolver um papel de pioneira melhorando a qualidade do solo
(TRUONG, 2000 e 2010).
Tabela 8.1: Valores limite de metais pelo crescimento das plantas, em específico pelo capim
Vetiver
Fonte: TRUONG (2010)
Media [ppm] Capim Vetiver [ppm]
metal solo Planta solo Planta
Cd 1,5 30 20 ÷ 60 45 ÷ 48
Pb nd 300 > 1500 > 78
Ni 7 ÷ 10 100 100 347
Zn nd 400 > 750 > 800
125
8.2. Experimentos na casa de vegetação da EMBRAPA Solos
de Rio de Janeiro
Tabela 8.2: Dados climatológicos na casa de vegetação de EMBRAPA Solos de Rio de Janeiro
durante o período do cultivo do capim Vetiver.
Fonte: comunicação pessoal
dia radiação Tmax Tmin umidade vento dia radiação Tmax Tmin umidade vento
[MJ/m²/d] [ºC] [ºC] % [km/d] [MJ/m²/d] [ºC] [ºC] % [km/d]
1 11,569 29,118 18,898 83,559 1,805 31 5,289 23,628 16,837 82,237 1,889
2 11,051 28,320 17,760 82,123 2,286 32 11,569 29,118 18,898 83,559 1,805
3 10,332 26,530 19,722 84,913 8,160 33 11,051 28,320 17,760 82,123 2,286
4 10,119 27,151 20,851 85,349 8,581 34 10,332 26,530 19,722 84,913 8,160
5 10,024 27,579 20,358 85,930 9,957 35 10,119 27,151 20,851 85,349 8,581
6 6,238 25,810 22,038 87,480 9,917 36 10,024 27,579 20,358 85,930 9,957
7 8,558 27,615 21,511 87,379 6,217 37 6,238 25,810 22,038 87,480 9,917
8 9,792 27,778 20,588 83,820 10,549 38 8,558 27,615 21,511 87,379 6,217
9 9,982 27,332 19,047 84,644 11,324 39 9,792 27,778 20,588 83,820 10,549
10 10,196 27,435 18,899 83,707 3,250 40 9,982 27,332 19,047 84,644 11,324
11 10,581 27,051 20,000 84,799 6,209 41 10,196 27,435 18,899 83,707 3,250
12 9,976 27,350 19,772 85,460 7,925 42 10,581 27,051 20,000 84,799 6,209
13 4,333 26,636 21,758 88,893 10,336 43 9,976 27,350 19,772 85,460 7,925
14 1,259 24,609 18,998 90,435 10,940 44 4,333 26,636 21,758 88,893 10,336
15 3,398 24,040 17,628 88,902 10,797 45 1,259 24,609 18,998 90,435 10,940
16 5,663 24,798 16,640 86,663 2,286 46 3,398 24,040 17,628 88,902 10,797
17 10,654 23,758 16,104 84,707 8,160 47 5,663 24,798 16,640 86,663 2,286
18 10,915 24,655 15,576 84,410 8,581 48 10,654 23,758 16,104 84,707 8,160
19 8,986 26,023 18,041 84,042 9,957 49 10,915 24,655 15,576 84,410 8,581
20 5,704 26,080 20,670 88,748 9,917 50 8,986 26,023 18,041 84,042 9,957
21 5,336 35,463 19,722 82,988 6,217 51 5,704 26,080 20,670 88,748 9,917
22 7,703 27,566 20,818 85,355 10,549 52 5,336 35,463 19,722 82,988 6,217
23 9,721 26,904 19,228 84,422 11,324 53 7,703 27,566 20,818 85,355 10,549
24 4,642 24,947 19,899 84,748 3,250 54 9,721 26,904 19,228 84,422 11,324
25 6,785 23,710 18,536 85,791 6,209 55 4,642 24,947 19,899 84,748 3,250
26 7,947 24,625 18,486 86,299 7,925 56 6,785 23,710 18,536 85,791 6,209
27 9,217 25,695 17,892 86,646 10,336 57 7,947 24,625 18,486 86,299 7,925
28 7,852 26,237 18,932 87,657 10,940 58 9,217 25,695 17,892 86,646 10,336
29 7,936 25,942 19,261 86,298 10,797 59 7,852 26,237 18,932 87,657 10,940
30 3,799 23,694 19,129 78,378 7,276 60 7,936 25,942 19,261 86,298 10,797
126
8.2.2. Irrigação
Tabela 8.3: Irrigação na cultura do capim Vetiver na casa de vegetação de EMBRAPA Solos de
Rio de Janeiro
Fonte: comunicação pessoal
dia irrigação dia irrigação
3
[cm/d] [cm ] [cm/d] [cm3]
25/11/08 0,906 180 01/01/09 0,000 0
26/11/08 0,000 0 02/01/09 0,906 180
27/11/08 0,906 180 03/01/09 0,000 0
28/11/08 0,906 180 04/01/09 0,000 0
29/11/08 0,000 0 05/01/09 0,906 180
30/11/08 0,000 0 06/01/09 0,000 0
01/12/08 0,906 180 07/01/09 0,000 0
02/12/08 0,000 0 08/01/09 0,000 0
03/12/08 0,000 0 09/01/09 0,906 180
04/12/08 0,504 100 10/01/09 0,000 0
05/12/08 0,000 0 11/01/09 0,000 0
06/12/08 0,000 0 12/01/09 0,000 0
07/12/08 0,000 0 13/01/09 0,000 0
08/12/08 0,906 180 14/01/09 0,000 0
09/12/08 0,906 180 15/01/09 0,000 0
10/12/08 0,504 100 16/01/09 0,000 0
11/12/08 0,504 100 17/01/09 0,906 180
12/12/08 0,906 180 18/01/09 0,000 0
13/12/08 0,000 0 19/01/09 0,000 0
14/12/08 0,000 0 20/01/09 0,000 0
15/12/08 0,000 0 21/01/09 0,000 0
16/12/08 0,906 180 22/01/09 0,000 0
17/12/08 0,000 0 23/01/09 0,000 0
18/12/08 0,000 0
19/12/08 0,906 180
20/12/08 0,000 0
21/12/08 0,000 0
22/12/08 0,906 180
23/12/08 0,000 0
24/12/08 0,000 0
25/12/08 0,000 0
26/12/08 0,906 180
27/12/08 0,000 0
28/12/08 0,000 0
29/12/08 0,000 0
30/12/08 0,000 0
31/12/08 0,000 0
s om a 2999
127
Tabela 8.4: Dados irrigação modificados utilizados pela calibração (capítulo 4)
dia irrigação dia irrigação
[cm/d] [cm3] [cm/d] [cm3]
25/11/08 0,500 99 01/01/09 0,000 0
26/11/08 0,000 0 02/01/09 0,500 99
27/11/08 0,750 149 03/01/09 0,000 0
28/11/08 0,000 0 04/01/09 0,625 124
29/11/08 0,500 99 05/01/09 0,000 0
30/11/08 0,000 0 06/01/09 0,500 99
01/12/08 0,500 99 07/01/09 0,000 0
02/12/08 0,000 0 08/01/09 0,250 50
03/12/08 0,625 124 09/01/09 0,000 0
04/12/08 0,000 0 10/01/09 0,375 74
05/12/08 0,625 124 11/01/09 0,000 0
06/12/08 0,000 0 12/01/09 0,500 99
07/12/08 0,250 50 13/01/09 0,000 0
08/12/08 0,000 0 14/01/09 0,500 99
09/12/08 0,250 50 15/01/09 0,000 0
10/12/08 0,000 0 16/01/09 0,500 99
11/12/08 0,500 99 17/01/09 0,000 0
12/12/08 0,000 0 18/01/09 0,250 50
13/12/08 0,500 99 19/01/09 0,000 0
14/12/08 0,000 0 20/01/09 0,500 99
15/12/08 0,500 99 21/01/09 0,000 0
16/12/08 0,000 0 22/01/09 0,500 99
17/12/08 0,375 74 23/01/09 0,000 0
18/12/08 0,000 0
19/12/08 0,500 99
20/12/08 0,000 0
21/12/08 0,500 99
22/12/08 0,000 0
23/12/08 0,250 50
24/12/08 0,000 0
25/12/08 0,500 99
26/12/08 0,000 0
27/12/08 0,750 149
28/12/08 0,000 0
29/12/08 0,500 99
30/12/08 0,000 0
31/12/08 0,500 99
s om a 2854
128
8.2.3. Determinação dos parâmetros relativos ao transporte de
contaminantes no solo
Tabela 8.5: Caraterísticas texturais dos tipos de solos estudados por SOARES (2004)
Argila [%] Silte [%] Areia [%]
Latossolos
LVA-1 18,1 4 77,9
LVA-2 22,1 2 75,9
LVA-3 20,2 6 73,8
LV-1 20,1 8,1 71,8
LV-2 53 10,2 36,8
LVef 68,4 20,7 10,9
LVwf 71,6 14,3 14,1
LA-1 22,2 4 73,8
LA-2 34,2 6 59,7
LAwf 47 12,3 40,7
Argissolos
PVA-1 6 10 84
PVA-2 10 32 58
PVA-3 24,7 20,6 54,7
PVA-4 20,2 38,4 41,4
PVA-5 36,6 44,8 18,6
PVA-6 24,6 12,3 63
PV-1 10 34,1 55,8
PV-2 42,7 42,7 14,6
Tabela 8.6: Caraterísticas químicas dos tipos de solos estudados por SOARES (2004) e do
solo utilizado no ensaio
pHH2O pHKCl P K Ca Mg H+Al SB CTCt V
[mg/Kg] [mmolc/Kg] %
Latossolos
LVA-1 4,46 3,31 2,0 0,5 1,3 0,7 14,4 2,5 16,9 15
LVA-2 4,23 3,21 3,9 0,6 1,8 1,0 26,4 3,5 29,9 12
LVA-3 4,31 3,31 2,1 0,6 1,5 0,6 17,9 2,6 20,6 13
LV-1 6,40 5,05 3,0 1,5 16,1 9,6 9,7 27,2 36,9 74
LV-2 4,55 3,37 5,8 1,8 9,3 6,4 41,8 17,5 59,3 30
LVef 7,25 6,69 49,2 5,2 28,8 25,2 3,0 59,2 62,2 95
LVwf 4,67 3,74 13,3 2,9 10,1 4,9 40,6 17,8 58,4 30
LA-1 4,81 3,94 7,6 1,7 11,8 6,5 24,2 20,0 44,2 45
LA-2 4,44 3,54 2,0 1,1 1,7 1,0 19,7 3,8 23,4 16
LAwf 4,69 3,72 3,3 1,1 5,0 3,9 37,9 10,0 47,8 21
Argissolos
PVA-1 5,27 4,26 1,8 0,3 2,6 0,9 3,2 3,8 7,0 54
PVA-2 5,36 4,29 3,3 1,0 4,7 2,1 4,8 7,8 12,6 62
PVA-3 5,40 4,65 22,8 2,8 32,7 8,3 15,5 43,8 59,3 74
PVA-4 5,10 4,12 3,2 1,0 14,5 5,2 10,6 20,7 31,3 66
PVA-5 5,64 5,02 22,5 3,6 50,3 14,0 14,2 67,9 82,1 83
PVA-6 6,14 5,45 7,5 3,8 27,1 11,8 13,2 42,7 55,9 76
PV-1 5,28 4,10 1,6 1,2 3,4 1,9 6,7 6,4 13,1 49
PV-2 5,70 4,77 8,1 1,2 38,1 14,2 18,7 53,4 72,1 74
ensaio 6,4 6,1 1,03 1,37 21,23 3,42 6,85 9,59 16,44 58
129
8.2.4. Síntese dos parâmetros utilizados na calibração
130
Tabela 8.8:Sinopse dos parâmetros utilizados na calibração do código computacional
HYDRUS-1D
Área Parâmetro Valor Fonte
Condição inicial concentração constante TAVARES (2009)
no perfil
Condições ao
contorno Condição de contorno Terceiro tipo (fluxo sem TAVARES (2009)
(transporte de (topo do perfil) contaminante = irrigação)
contaminante)
Condição de contorno Gradiente de TAVARES (2009)
(fundo do perfil) concentração nulo
Estresse hídrico Feddes FEDDES et al. (1978)
Parâmetros estresse Trigo WESSELING (1991)
Aditivo (vide item4.4.1.3 ) VAN GENUCHTEN
(1987),FEDDES e RAATS
Estresse da salinidade (2004)
Ausente (excepto
Absorção pelas item4.4.1.3 )
raízes Compensação estresse ausente Ausência de dados
3
9999 mg/cm (vide item Modelo totalmente
Conce tração limite pela 4.4.1. ) passivo
absorção passiva de
solutos 0 mg/cm3 (vide item 4.4.3. Aplicação do modelo ativo
)
Parâmetros do modelo Calibração item 4.4.3.
ativo (com estresse)
Irrigação Par.8.2.2.
Evapotranspiração fórmula Penmann- ALLEN et al. (1998)
Montheith (2.17)
no item 4.2.3.2
Índice de área foliar 3,11 Ajuste item 4.2.3.2
Condições Coeficiente extinção da 0,463 ŠIMŮNEK & HOPMANS
atmosféricas / radiação (2009)
irrigação
Altura das plantas 40 cm Comunicação pessoal
Profundidade das raízes 10 cm TAVARES (2009)
Fator de cultura, kc (vide 0,92 DEESAENG et al. (2007)
item 4.2.3.2 )
Dados metateológicos Comunicação pessoal
131
8.3. Estudos de caso
Tabela 8.9: Dados climatológicos do Aeroporto de Santa Cruz – Rio de Janeiro (série 1981-90)
Fonte: http://www.redemet.aer.mil.br
mês vel vento Tmedia Tmax Tmin UR pressão atm precipitação
km/dia hpa mm/mes
1 0,540 26,7 31,5 23,2 79 1010,8 175,2
2 0,463 27,1 32,2 23,5 78 1012,0 123,9
3 0,463 25,9 30,2 22,6 82 1012,1 154,6
4 0,463 24,7 29,2 21,2 81 1014,4 148,6
5 0,463 22,7 27,5 19,2 80 1016,0 70,6
6 0,463 21,1 26,2 17,2 80 1018,2 63,1
7 0,540 20,5 25,8 16,6 79 1019,6 45,8
8 0,540 21,3 26,5 17,4 78 1018,4 47,3
9 0,695 21,4 26,0 18,1 80 1017,1 90,2
10 0,617 22,9 27,1 19,7 80 1014,6 82,5
11 0,617 24,6 29,1 21,3 79 1012,4 72,8
12 0,540 25,3 29,6 22,0 79 1011,2 189,6
media 0,540 23,7 28,4 20,1 80 1014,8 1264,2
132
Tabela 8.11: Evaporação potencial de referência na área de Santa Cruz calculada com a
fórmula de Penmann-Monteith
mês ET0
mm
1 209,8
2 198,8
3 160,9
4 136,7
5 102,6
6 90,7
7 92,4
8 130,4
9 125,4
10 142,3
11 160,7
12 202,6
total 1753,3
133