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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos

Licenciatura em Administração Pública


3º ano, Semi-Presencial

Trabalho em grupo de Tema: Monopólio

Discentes:
Iassildo Acácio Aufer
Laura Palmorim Fernando
Laurinda Tivane
Docente:
Féliz Nfaume

Lichinga. Janeiro de 2021


Índice

Introdução..........................................................................................................................3

Breve historial do Monopólio............................................................................................4

Estrutura de mercado.........................................................................................................4

Monopólio.........................................................................................................................5

Diferença entre monopólio e concorrência....................................................................6

Características do Monopólio........................................................................................6

Factores que influenciam a existência de Monopólio.......................................................7

O Controlo das matérias-primas ou de uma técnica (patente).......................................7

Monopólio legal.............................................................................................................7

Monopólio natural..........................................................................................................8

Barreias à entrada..............................................................................................................9

As barreiras estruturais..................................................................................................9

As barreiras estratégicas..............................................................................................10

Fontes Do Poder De Monopólio......................................................................................12

Factores determinam a elasticidade da demanda de uma empresa..................................12

A elasticidade da demanda de mercado.......................................................................12

O número de empresas atuando no mercado...............................................................12

A interação entre as empresas......................................................................................13

Estratégias de determinação de preços de um monopólio...............................................13

Preço único..................................................................................................................13

Discriminação de preços..............................................................................................13

Conclusão........................................................................................................................16

Referências Bibliográficas...............................................................................................17
Introdução
Nos meados do século XIX, em consequência do crescimento económico, as empresas
deixam de ter um carácter familiar, porque não têm capacidade financeira para fazer
face às inovações tecnológicas, ao alargamento do mercado e à concorrência. Surgem
grandes empresas e a intervenção dos bancos na indústria.

É a fase do capitalismo molecular e financeiro. A partir da Primeira Guerra Mundial, o


capitalismo passou por várias mudanças, deixando de ser competitivo em muitos
sectores para se tornar num capitalismo monopolista. Surgem os monopólios e os
oligopólios.

No trabalho em curso, serão abordados aspectos relacionados a concorrência imperfeita


com o estudo do monopólio, onde no mesmo e de forma objectiva serão apresentados
seus conceitos, características, diferença entre monopólio e concorrência, factores que
influenciam a existência de monopólio, fontes do poder de monopólio, factores
determinam a elasticidade da demanda de uma empresa e estratégias de determinação
de preços de um monopólio.

Em economia, monopólio (do grego monos, um + polien, vender) é como se denomina a


situação em que uma empresa detêm o mercado de um determinado produto ou serviço,
impondo preços aos que comercializam. Uma forma evoluída de monopólio são os
chamados oligopólios.

Os monopólios podem surgir, devido a características particulares de mercado ou


devido a regulamentação governamental, também conhecido como monopólio coercivo.

Não tao obstante, o trabalho segue a estrutura normal de um trabalho académico, onde
contem elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais.

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Breve historial do Monopólio
Para Pindick & Rubinfeld (2010)

O vocábulo monopólio é “derivado do latim monopolium, de origem grega


(monos – só e poliem – vender), quer exprimir o regime em que se dá o direito
ou a faculdade a uma pessoa ou a um estabelecimento para que, com
exclusividade, produza e venda certas espécies de produtos. (p. 308)

O monopólio, assim, que tanto pode ser de direito, como de fato, visa a subtrair uma
soma de negócios ou de operações ao regime da livre concorrência ou à lei da procura e
da oferta, facultando ao monopolizador em se tornar o exclusivo senhor da praça.

O monopólio diz-se de direito, quando é fundado numa autorização legal. É de facto,


quando resulta de circunstâncias de ordem econômica ou administrativa.

Pindick & Rubinfeld (2010) Ainda referem que:

Palavra monopólio quer dizer posse, direito ou privilégio de somente


uma pessoa ou empresa. O monopólio é então uma forma de mercado nas
economias capitalistas, no qual uma empresa domina a produção e a
oferta, de certo produto ou serviço que só ela tem. A empresa fica com
um poder muito grande no mercado. (p. 309)
Segundo o mesmo autor, como somente ela possui ou vende determinado produto,
estabelece o preço de acordo com seus interesses de lucro, que geralmente são muito
elevados. Isso prejudica os compradores. Às vezes a empresa exige, dos compradores
que desejam adquirir o produto, o pagamento antecipado e não determina com precisão
o prazo de entrega. Percebe-se que o monopólio é um abuso. É prejudicial ao mercado
consumidor.

Contudo, o oligopólio designa a situação do mercado dominada por reduzido número de


produtores, cada qual bastante forte para influenciá-lo, mas não o suficiente para
desprezar a concorrência.

Estrutura de mercado
A estrutura de mercado de um ramo de actividade descreve as características de um
ramo, em especial o número e dimensão das empresas vendedoras, a dimensão da
concentração empresarial e o grau de homogeneidade ou heterogeneidade dos seus
produtos.

4
Na óptica de Samuelson (1987):

Pode dizer-se que a maioria das situações de mercado num mundo real se situa
entre os casos extremos de concorrência perfeita e de monopólio. A
concorrência imperfeita implica controlo sobre o preço por parte de cada
empresa, em virtude da circunstância de não existir um número muito grande de
empresas concorrentes que vendam exatamente o mesmo produto. (p. 514)

A tendência para a verificação de custos decrescentes destrói a concorrência perfeita,


porque, nesse caso, uma empresa ou um reduzido número delas fazem desaparecer os
numerosos vendedores necessários ao modelo de concorrência. (Todavia, os grandes
conglomerados, que produzem muitos produtos e invadem mutuamente os respectivos
mercados, poderão descobrir que não passam de monarcas constitucionais e não
absolutos, incapazes de dominar os seus mercados individuais através de poder
unilateral e incontestado).

Monopólio
Assevera Frank (2006) que, o monopólio consiste em um modelo de estrutura de
mercado oposto ao da concorrência perfeita, pois apenas uma empresa supre todo o
mercado. Inúmeros motivos podem ensejar a criação de um monopólio, por exemplo,
restrições legais à entrada de outras empresas, ou, ainda, quando a tecnologia de
produção tenha um custo tão elevado que somente se consiga obter um custo mais baixo
de produção quando o mercado é suprido por um só produtor – hipótese chamada de
monopólio natural.

Para o mesmo autor, na concorrência perfeita, tem-se o preço como um dado, enquanto
que no monopólio, a empresa monopolista ao decidir quanto produzir toma o preço
como uma função da quantidade produzida. Maximiza-se o lucro com a elevação da
produção até o ponto em que a receita marginal com a última unidade produzida se
torne igual ao custo marginal de produzi-la

A instituição de um monopólio gera perda social – tanto que é vedada pelo ordenamento
jurídico –, pois além de transferir a renda dos consumidores para a empresa, devido ao
preço mais alto, resulta em menor quantidade produzida.

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Na optica de Frank (2006) “um monopólio é uma estrutura de mercado na qual um
único vendedor de um produto sem substitutos próximos serve todo o mercado.” (p.
408)

Portanto, se uma empresa concorrencial aumenta levemente o seu preço, perderá todas
as suas vendas. Um monopólio, contrariamente, possui um controlo significativo sobre
o preço que cobra.

Deste modo diz Frank (2006) “empiricamente, uma medida prática para se decidir se
uma empresa possui um poder de monopólio significativo consiste em analisar a
elasticidade preço cruzada da respectiva procura relativamente aos seus substitutos mais
próximos.” (p. 409”

Diferença entre monopólio e concorrência


Ainda para o mesmo autor, a diferença importante entre monopólio e concorrência é que
a curva da procura da empresa concorrencial individual é horizontal
(independentemente da elasticidade preço da curva da procura do mercado
correspondente), enquanto a curva de procura o monopólio é simplesmente a curva da
procura decrescente de todo o mercado.

No entanto, que a distinção entre monopólio e concorrência não assenta em qualquer


diferença entre a elasticidade preço das curvas da procura do mercado nos dois casos.
Pelo contrário, a elasticidade preço da procura do mercado de produtos fornecidos por
empresas concorrenciais é frequentemente bastante inferior à elasticidade preço da
procura de um produto monopolista.

Características do Monopólio
Na óptica de Nabais & Ferreira (2010) “a estrutura de mercado composta por apenas um
vendedor e muitos compradores. Na caracterização do comportamento dos produtores e
dos consumidores em mercado de monopólio, consideramos os seguintes pressupostos:”
(p. 275)

a) Difícil a entrada no mercado. Os produtores não podem entrar livremente no


mercado. A sua entrada está bloqueada.
b) Forte controlo sobre o preço que, na maioria das vezes, se encontra
regulamentado.

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c) O produtor fixa o preço (price maker). A empresa monopolista, ao decidir a
quantidade a produzir, sabe o efeito directo que tem sobre o preço de mercado.
O preço diminui quando as vendas aumentam e aumenta quando as vendas
diminuem.
d) Os consumidores são tomadores de preços. Os consumidores compram a
quantidade que necessitam, ao preço que está em vigor.
e) O monopolista não reage às decisões dos rivais porque não os tem.
f) Existe uma única empresa do lado da oferta;
g) Existem muitos compradores de pequena dimensão;
h) Não existem substitutos próximos;
i) Existe informação perfeita (os consumidores estão perfeitamente informados
sobre o preço e as características do produto do monopolista);
j) Existem barreiras à entrada de natureza estrutural (legal) e de natureza
estratégica que impedem a entrada de rivais.

De forma resumida apresenta-se:

Gênero da Número de Actividades Grau de Condicoes


concorrênc produtores e grau económicas controlo sobre a entrada e
ia de diferenciação onde os preços saida
dos produtos predomina
Monopólio. Um produtor e Energia, água, Forte mas é Bloqueada.
produto único não regulamentada.
substituivel.

Factores que influenciam a existência de Monopólio


Nabais & Ferreira (2010), “existem vários factores que provocam situações de
monopólio, entre as quais podemos mencionar:” (p. 276)

O Controlo das matérias-primas ou de uma técnica (patente)


Não facilita a entrada de novas empresas. Ex.l: O aparecimento de um monopólio no
fabrico de chips para computador e que possui a patente;

Monopólio legal
Em muitas economias é ilegal que mais que uma empresa venda o mesmo produto ou
preste o mesmo serviço. Se surgir uma empresa nesse tipo de mercado estamos em
presença de um monopólio legal. (Ex.l: Correios, exploração de uma rede interurbana

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de transportes e monopólio estatal de exploração de recursos minerais estratégicos;
EDP, na distribuição de energia em Portugal).

A formação do monopólio legal é o resultado de decisões estatais justificas por motivos


de interesse nacional ou de segurança.

Monopólio natural
Ainda para Nabais & Ferreira (2010)

Uma situação de monopólio pode ser gerada, não porque seja garantido por lei
mas pelas próprias leis da economia. Este tipo de mercado surge em sectores
que exigem investimentos muito grandes e períodos de amortização muito
longos, juntamente com a ocorrência de mercados muito pequenos. Pode
acontecer que a curva da procura de mercado se cruze com as curvas de custos
marginais e custos médios, numa zona em que essas curvas ainda se encontrem
com inclinação descendente, tal como mostra o gráfico. (p. 276)

Cm

Cmg

Nesta situação ocorrem fortes economias de escala: quanto mais se produz mais barata
fica a produção de cada unidade. Por este motivo, mesmo que existam vários
concorrentes à partida, um deles acabará por eliminar os outros, produzindo mais e a
mais baixos custos. Por este motivo designam-se estas situações como monopólios
naturais. (Ex.: Empresas fornecedoras de electricidade).

As vantagens de custo que a empresa monopolista apresenta não facilitam a entrada de


novas empresas.

O gráfico mostra como podem ser importantes as condições de custo no número de


produtores num mercado. No monopólio natural, a curva do custo médio (Cm) de longo
prazo é decrescente e atinge um mínimo no ponto onde cruza a curva da procura (D), ou
além deste ponto. A produção vendida pode ser produzida a custos mais baixos do que
os obtidos por várias empresas no mercado.

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P

Cmg Cm D

Cm

Cmg

Q1 Q

No gráfico acima pode-se ver que numa empresa em concorrência perfeita, a curva de
custo medio (Cm) a longo prazo atinge um mínimo em Q 1 de produção numa parcela
muito pequena no mercado total, assim sendo, a procura do mercado não pode ser
satisfeita apenas por uma empresa que esta a produzir ao seu custo mínimo.

Nabais & Ferreira (2010) defende que

O monopolio natural surge, então, quando o custo medio de uma emoresa


diminui num intervalo longo, o que oermite a única empresa no mercado,
produzir a quantidade que se deseja, a um custo medio mais baixo do que
duas ou mais empresas podiam conseguir. As economias de escala
contribuem para a formacao do monopolio natural. (p. 278)

Barreias à entrada
Segundo Parkin (2009), “restrições legais ou naturais que protegem uma empresa de
concorrentes potenciais são chamadas de barreiras à entrada. Algumas vezes. Uma
empresa pode criar sua própria barreira à entrada adquirindo uma parcela significativa
de um recurso essencial.” (p. 258)

As barreiras estruturais
Ainda refere o autor que são barreiras estruturais decorrem das características dos
mercados as seguintes:

 Economias de escala: o mercado (em termos de procura) pode ser demasiado


pequeno para suportar um número elevado de empresas. Tal acontece quando há

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elevadas economias de escala. Um caso extremo diz respeito aos monopólios
naturais: para os volumes de produção relevantes, o aproveitamento das
economias de escala exige que haja apenas um produtor no mercado - uma única
empresa pode produzir o output total com menor custo que um número maior de
empresas;
 Vantagens absolutas de custos: custos inferiores, resultantes por exemplo da
experiência de estar no mercado há mais tempo, ou de se utilizar uma tecnologia
mais eficiente ou de se ter acesso a preços dos factores produtivos mais baixos,
permite ao monopolista baixar o preço e ganhar guerras de preço;
 Patentes e concessões: trata-se de uma protecção legal para uso exclusivo do
produto que a empresa desenvolveu, permitindo a recuperação dos investimentos
assumidos e fomentando a inovação (exemplo: indústria farmacêutica);
 Diferenciação: quando o produto é diferenciado, a existência de muitas
empresas pode tornar os custos não suportáveis;
 Restrições do comércio internacional: é o caso de tarifas e quotas protectoras
de mercados internos

As barreiras estratégicas

O mesmo autor refere ainda que ss barreiras estratégicas decorrem da acção das
empresas instaladas com o objectivo de evitar a entrada são:

 Preço limite: a empresa existente pode adoptar políticas de preços, baixando o


preço e obrigando as potenciais entrantes a enfrentarem prejuízos se decidirem
entrar no mercado.
 Excesso de diferenciação (proliferação de marcas) Exemplo: Nos EUA, há
15 anos, existiam 4 empresas de cereais de pequeno-almoço. Essas empresas
criaram 20 marcas. Foi provado em tribunal que essas 4 empresas estavam a
produzir marcas a mais, o que impedia qualquer outra empresa de entrar no
mercado.
 Controle de inputs e outlets: a empresa presente no mercado controla o acesso
aos factores produtivos e aos postos de venda (chocolates no Reino Unido: as
duas maiores empresas têm contratos com supermercados o que dificulta a
entrada de outras empresas neste canal de distribuição);

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 Publicidade: a conquista de fidelização por parte dos consumidores através da
imposição de uma marca pode tornar uma entrada no mercado mais dispendiosa.

Como antes referido, em monopólio, existe apenas um produtor que tem poder de
mercado pois domina totalmente o lado da oferta, não tendo qualquer concorrente.
Logo, o monopolista fixa o preço de mercado (price-maker) ou a quantidade. No
entanto, esse poder de mercado é limitado, dado que o monopolista está sujeito à curva
da procura.

Significa então que a função procura que o monopolista enfrenta corresponde à função
procura de mercado.

Dado que a função procura é negativamente inclinada, então o monopolista enfrenta


uma relação inversa entre o preço e a quantidade: quanto mais elevado for o preço,
menor a quantidade que os consumidores estão dispostos a adquirir (e vice-versa)

RT =P (Q)∗Q

Rmd=P( Q)

dRT
Rmg= =d ¿ ¿
dQ

Significa então que a receita marginal tem duas componentes: →o preço P a que
évendida a última unidade, que épositiva; →dP/dQ, que é negativa: a diminuição do
preço que se verifica em todas as unidades anteriores (em concorrência perfeita, dP/dQ
= 0).

O equilíbrio corresponde àsituação em que o monopolista maximiza o lucro:

Max Q< ¿ RT – CT

Condição da Primeira Ordem (CPO)

dLT dRT dCT


=0 ⇔ − =0 ⇔ Rmg=Cmg
dQ dQ dQ

Condição da Segunda Ordem (CSO)

dRmg dCmg
d 2 < ¿ 2 <0 ⇔ < ¿
dQ dQ dQ

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Significa então que o lucro do monopolista é maximizado quando o benefício obtido
com a venda da última unidade produzida iguala o custo de produzir essa unidade
adicional. Para volumes de produção superiores ao volume de produção de equilíbrio,
Cmg > Rmg, donde a produção de uma unidade adicional faz reduzir o lucro, pelo que
se deve reduzir a produção; para volumes de produção inferiores ao volume de
produção de equilíbrio, Cmg < Rmg deve produzir-se mais pois o lucro aumenta

Cmg

P*

Rmd

Q* Rmg Q

Fontes Do Poder De Monopólio


Para Pindick & Rubinfeld (2010) “o poder de monopólio está baseado na capacidade de
definir o preço acima do custo marginal e que a quantidade em que o preço ultrapassa o
custo marginal depende do inverso da elasticidade da demanda com a qual a empresa se
defronta”. (p. 323)

Logo, quanto menos elástica for a curva da demanda da empresa, maior poder de
monopólio ela terá. O determinante definitivo do poder de monopólio é, portanto, a
elasticidade da demanda da empresa.

Factores determinam a elasticidade da demanda de uma empresa


Segundo Pindick & Rubinfeld (2010) “são factores determinam a elasticidade da
demanda de uma empresa os seguintes:” (p. 323)

A elasticidade da demanda de mercado


Como a demanda da própria empresa será peio menos tão elástica quanto a demanda do
mercado, a elasticidade da demanda do mercado limita o potencial de poder de
monopólio.

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O número de empresas atuando no mercado
Se existirem muitas empresas, será pouco provável que qualquer uma delas tenha
possibilidade de influenciar significativamente no preço de mercado.

A interação entre as empresas


Mesmo que apenas duas ou três empresas estejam actuando no mercado, nenhuma delas
terá possibilidade de elevar o preço com lucro caso exista uma agressiva concorrência
entre elas. Com cada empresa procurando capturar a maior fatia possível de mercado.

Vamos examinar esses três fatores determinantes do poder de monopólio.

Estratégias de determinação de preços de um monopólio


Argumenta Parkin (2009) que, “todos os monopólios enfrentam um tradt-offentre o
preço e a quantidade vendida. Para vender uma quantidade maior, o monopólio deve
cobrar um preço menor.” (p. 259)

O autor diz que há duas amplas situações de monopólio que criam diferentes trade-off.
São elas:

1. Preço único
2. Discriminação de preços

Preço único.
A De Beers vende diamantes (de determinado tamanho e qualidade) pelo mesmo preço
a todos os seus clientes. Se tentasse vender a um preço baixo a alguns clientes e a um
preço mais alto a outros, só os clientes de preço baixo comprariam dela. Outros
comprariam dos clientes de preço baixo da De Beers. A De Beers é um monopólio de
preço único. Um monopólio de preço único é uma empresa que precisa vender cada
unidade de sua produção pelo mesmo preço a todos os seus clientes.

Discriminação de preços
As companhias aéreas oferecem uma enorme variedade de preços pelo mesmo voo.
Muitos produtores de pizza cobram um preço por urna pizza e praticamente dão de
graça uma segunda pizza.

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Esses são exemplos de discriminação de preços. A discriminação de preços é a prática
de vender diferentes unidades de um bem ou serviço a diferentes preços.

Quando urna empresa pratica a discriminação de preços, primeira vista ela está fazendo
um favor aos clientes.

Na verdade, ela está cobrando o preço mais alto possível por unidade vendida e obtendo
o maior lucro possível.

Objectivo é extrair o máximo do excedente do consumidor. Com a discriminação, é


possível reduzir a ineficiência do monopólio, visto que este ofertará diferentes
quantidades a distintos preços.

Discriminação de Preços de Primeiro Grau (Discriminação Perfeita)

 O monopolista vende o mesmo tipo de bem a preços diferentes para cada


indivíduo. Esse, por sua vez, paga o preço máximo que estaria disposto a pagar
(seu preço de reserva);
 O monopolista vende cada unidade de produto pelo preço mais alto que puder ->
o preço de reserva de cada consumidor;
 Extrai todo o excedente do consumidor e transfere para o produtor;
 É eficiente no sentido de Pareto (vende até que p = Cmg);
 Dificuldade para a aplicação: deve-se conhecer a propensão a pagar de cada
pessoa.

Exemplos: Consultorias, dentista do interior que cobra um preço diferente para cada
indivíduo.

Discriminação de Preços de Segundo Grau

 Fixação não-linear de preços: o preço por unidade produzida não é constante


(depende da quantidade adquirida);
 O monopolista cobra preços diferentes para quantidades diferentes de consumo;
 Auto seleção;
 Não é eficiente no sentido de Pareto.

Exemplo: Preço de energia (empresas pagam um preço e famílias outro pelo Kw/h).

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Obs.: Pode ser também em relação à qualidade, como no exemplo das companhias
aéreas (poltronas com mais espaço; classe econômica).

Discriminação de Preços de Terceiro Grau

 O monopolista cobra preços diferentes para tipos de pessoas diferentes, mas


cada produto vendido ao mesmo grupo de indivíduos possui o mesmo preço;
 Quanto maior a elasticidade-preço da demanda para um tipo de consumidor,
menor será o preço cobrado;
 Não é eficiente no sentido de Pareto.

Exemplo: Meia entrada no cinema para estudante e idosos.

Tarifas em duas partes (Tarifa Bipartite)

 O consumidor paga para adquirir o produto e, depois, para usá-lo (telefone).


 O exemplo dos parques de diversões: paga-se um preço para ingressar no parque
e outro para andar nos brinquedos.

Venda Casada (Bundling)

 Dois bens (ou um grupo de bens) são vendidos conjuntamente (em pacote).
 O preço de mercado será dado pela propensão a pagar do usuário com menor
preço de reserva.

Exemplo: pacotes de software.

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Conclusão
Mediante as constatações feitas conclui-se que monopólio difere das restantes estruturas
de mercado pela independência que caracteriza as decisões e os resultados conseguidos
pela empresa, por outra, o monopólio designa a situação do mercado verificada quando
há um vendedor no mercado para um bem ou serviço que não tem nenhum substituto e
quando há barreiras na entrada de empresas que tencionem vender o mesmo bem ou um
bem substituto.

Estas barreiras protegem o vendedor da concorrência. Tal como no caso de concorrência


perfeita os exemplos de monopólio na sua forma pura são raros, mas a teoria do
monopólio elucida o comportamento de empresas que se aproximam de condições de
monopólio. Ter o poder de monopólio significa simplesmente o vendedor ter algum
controle sobre o preço do produto.

O monopólio enfrenta uma curva de demanda negativamente inclinada para seu


produto. A receita marginal do monopolista é sempre menor que o preço de venda do
bem. Assim como a firma competitiva, um monopólio o maximiza lucro produzindo a
quantidade para a qual o custo marginal e receita marginal são iguais.

Ao contrário da firma competitiva, seu preço excede sua receita marginal e portanto
também é maior que o custo marginal.

Os monopolistas podem aumentar seu lucro determinando diferentes preços para


diferentes compradores baseando-se em sua disposição a pagar. A discriminação de
preços pode aumentar o bem-estar econômico e diminuir o peso morto.

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Referências Bibliográficas
Frank, R. (2006). Microeconomia. (6ª ed.) Lisboa, Portugal: McGraw Hill.

Nabais, C., & Ferreira, R. V. (2010). Micro economia. (S/d). Lisboa, Portugal:
Copyright.

Parkin, M. (2009). Economia. (8ª ed.). São Paulo, Brasil: Addison Wesley.

Pindick, R. S., & Rubinfeld Daniel, L. (2010). MIcroeconomia. (7ª ed). São Paulo,
Brasil: Pearson.

Samuelson, P. A. (1987). Economia. (5ª ed.). Lisboa, Portugal: McGraw-Hill.

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