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ESCOLA DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS – EFAS - CFS 2019

RESUMO DA DISCIPLINA DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL

1. CONCEITOS

DESASTRE
“Resultado de eventos adversos, naturais, tecnológicos ou de origem antrópica, sobre um cenário
vulnerável exposto a ameaça, causando danos humanos, materiais ou ambientais e consequentes
prejuízos econômicos e sociais.”
(BRASIL, 2016)

EVENTO ADVERSO
É um fator externo que ocorre numa comunidade vulnerável e que pode provocar o desastre,
dependendo da sua intensidade.
(BRASIL, 2016)

VULNERABILIDADE
“Exposição socioeconômica ou ambiental de um cenário sujeito a ameaça do impacto de evento
adverso natural, tecnológico ou de origem antrópica.”
(Brasil, 2016)

DANO
“Resultado das perdas humanas, meteriais ou ambientais infligidas às pessoas, comunidades,
instituições, instalações e aos ecossistemas, como consequência de um desastre.”
(Brasil, 2016)

RISCO
Probabilidade de ocorrência de um desastre, relacionada com a ameaça existente e o cenário
vulnerável.
(Brasil, 2016)

MONITORAMENTO:
Conhecer todas as possíveis variáveis de um processo ou fenômeno em estudo e garantir
respostas coerentes e oportunas.

ALERTA
Dispositivo de vigilância. Situação em que o perigo ou risco é previsível a curto prazo. Nessas
circunstâncias, o dispositivo operacional evolui da situação de sobreaviso para a de prontidão, “em
condições de emprego imediato” (ECDEI).
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ALARME
Sinal, dispositivo ou sistema que tem por finalidade avisar sobre um perigo ou risco iminente. Nessas
circunstâncias, o dispositivo operacional passa da situação de prontidão “em condições de emprego
imediato” (ECDEI) para a de início ordenado das operações de socorro.

SISTEMA DE ALERTA
Equipamentos tecnológicos dispostos para avisar a população vulnerável sobre o risco de ocorrência
de um evento adverso.

MAPEAMENTO DE ÁREA DE RISCO


É a identificação no município dos locais em que há probabilidade significativa de ocorrência de um
desastre, devido ao grau de vulnerabilidade do cenário e a evolução histórica da região.

ÁREA DE RISCO
Áreas de risco são regiões onde é recomendada a não construção de casas ou instalações, pois são
muito expostas a desastres naturais, como deslizamentos e inundações. Essas regiões vêm
crescendo constantemente nos últimos 10 anos, principalmente devido à própria ação humana.

ABRIGO
Local ou a instalação que proporciona hospedagem a pessoas necessitadas, cuja responsabilidade
de sua organização é do órgão municipal de proteção e defesa civil (Compdec).

GESTÃO DO RISCO DE DESASTRES


“Medidas preventivas destinadas à redução dos riscos de desastres, suas consequências e à
instalação de novos riscos”.
(BRASIL, 2016)

AÇÕES DE PREVENÇÃO
“Medidas e atividades prioritárias destinadas a evitar a instalação de riscos de desastres.”
(Brasil, 2016)

AÇÕES DE MITIGAÇÃO
“Medidas e atividades imediatamente adotadas para reduzir ou evitar as consequências dos riscos
de desastres.”
(Brasil, 2016)
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AÇÕES DE PREPARAÇÃO
“Medidas desenvolvidas para otimizar as ações de resposta e minimizar os danos e as perdas
decorrentes do desastre.”
(Brasil, 2016)

AÇÕES DE RESPOSTA
“Medidas emergenciais, realizadas durante ou após a ocorrência do desastre, que visam o socorro
e a assistência da população atingida e ao retorno dos serviços essenciais.”
(Brasil, 2016)

AÇÕES DE RECUPERAÇÃO
“Medidas desenvolvidas após o desastre para retornar à situação de normalidade, que abrangem a
reconstrução de infraestrutura danificada ou destruída, e a reabilitação do meio ambiente e da
economia, visando o bem estar social.”
(Brasil, 2016)

ORGÃOS SETORIAIS
Orgãos da administração pública sediados no município que se fizerem necessários.

ENTIDADES DE APOIO
Entidades públicas, privadas e do terceiro setor, sob a coordenação da compdec, que apóiam as
ações de proteção e defesa civil.

AGENTES VOLUNTÁRIOS
Prestadores de serviços voluntários que exercem, em caráter suplementar, serviços relacionados à
proteção e defesa civil.
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2. CICLO DE AÇÕES DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL

CICLO DE AÇÕES
Lei Nacional nº 12.608 - 10/04/12
Art. 3° (AÇÕES DE PDC)

Período de Período de
Normalidade Anormalidade
Gestão do Risco Gestão de
de Desastres Desastres
Prevenção Resposta
Mitigação Recuperação
Preparação
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3. LEI Nº 12.608, DE 10 DE ABRIL DE 2012

Institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNPDEC; dispõe sobre o Sistema Nacional
de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil –
CONPDEC.

3.1 O SISTEMA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL – SINPDEC

O Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC é constituído por órgãos e entidades da
administração pública federal, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e por entidades
públicas e privadas de atuação significativa na área de proteção e defesa civil, sob a centralização
da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, órgão do Ministério da Integração Nacional.
Composição do SINPDEC:

• Órgão consultivo, Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil - CONPDEC;


• Órgão central, União representada pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil,
responsável por coordenar o planejamento, articulação e execução dos programas, projetos
e ações de proteção e defesa civil;
• Órgãos municipais de proteção e defesa civil e suas respectivas regionais responsáveis pela
articulação, coordenação e execução do SINPDEC em nível municipal;
• Órgãos setoriais, dos três âmbitos de governo, abrangem os órgãos envolvidos nas ações de
Proteção e Defesa Civil.

O SINPDEC poderá mobilizar a sociedade civil para atuar em situação de emergência ou estado de
calamidade pública, coordenando o apoio logístico para o desenvolvimento das ações de proteção e
defesa civil.

Cabe ao SINPDEC a implementação da doutrina estabelecida na Política Nacional de Proteção e


Defesa Civil.

3.2 DA POLÍTICA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL – PNPDEC

Diretrizes e Objetivos
Art. 3o A PNPDEC abrange as ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação
voltadas à proteção e defesa civil.
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Parágrafo único. A PNPDEC deve integrar-se às políticas de ordenamento territorial,


desenvolvimento urbano, saúde, meio ambiente, mudanças climáticas, gestão de recursos hídricos,
geologia, infraestrutura, educação, ciência e tecnologia e às demais políticas setoriais, tendo em
vista a promoção do desenvolvimento sustentável.

Art. 4o São diretrizes da PNPDEC:


I - atuação articulada entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios para redução de
desastres e apoio às comunidades atingidas;
II - abordagem sistêmica das ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação;
III - a prioridade às ações preventivas relacionadas à minimização de desastres;
IV - adoção da bacia hidrográfica como unidade de análise das ações de prevenção de desastres
relacionados a corpos d’água;
V - planejamento com base em pesquisas e estudos sobre áreas de risco e incidência de desastres
no território nacional;
VI - participação da sociedade civil.

SISTEMA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL (SINPDEC)

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

SECRETARIA NACIONAL DE DEFESA CIVIL CONSELHO NACIONAL DE DEFESA CIVIL


(Sedec) (Conpdec)

COORDENADORIA REGIONAL DE DEFESA CIVIL

COORDENADORIA ESTADUAL DE DEFESA CIVIL (Cedec-MG)

REGIONAIS DE DEFESA CIVIL (Redec)

COORDENADORIA MUNICIPAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL (Compdec)

CONSELHO MUNICIPAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL (Conpdec)

NÚCLEO COMUNITÁRIO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL (Nupdec)


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“SISTEMA” ESTADUAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL

SECRETARIAS DE COORDENADORIA ESTADUAL DE DEFESA CIVIL - CEDEC

POLÍCIA MILITAR

BOMBEIRO

SERVAS
DER/MG

COPASA
MILITAR
ESTADO

CEMIG
FEAM

IGAM
IEF
REDEC ASSOCIAÇÕES MICRORREGIONAIS

COORDENADORIA MUNICIPAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL - COMPDEC

CONSELHO MUNICIPAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL - CONPDEC

NÚCLEOS COMUNITÁRIOS DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL - NUPDEC

4. ORGANIZAÇÃO DA PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL NO MUNICÍPIO

ORGANIZAÇÃO DA PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL NO MUNICÍPIO

- Coordenadoria
COMPDEC Municipal de Proteção e
Responsável pelo Defesa Civil;
planejamento, - Conselho Municipal de
articulação, coordenação, Proteção e Defesa Civil;
mobilização e gestão das - Núcleos Comunitários
ações de Proteção e de Proteção e Defesa
Defesa Civil no município. Civil;
- Órgãos Setoriais;
- Órgãos de Apoio e
- Agentes voluntários.
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COORDENADORIA MUNICIPAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL- COMPDEC


Administrada pelo coordenador ou secretário executivo que deve ser um profissional experiente, com
capacidade técnica em gerenciamento de riscos e de desastres, com acesso ao prefeito,
competência e autoridade para tomar decisões em situações de crise.

CONSELHO MUNICIPAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL


Órgão consultivo e deliberativo, constituído por representantes municipais que apoiam as atividades
de defesa civil em caráter voluntário.

DIFERENÇAS ENTRE COMPDEC E CONSELHO

COORDENADORIA (COMPDEC) CONSELHO


Órgão da Prefeitura, composto por funcionários da Membros de secretarias da prefeitura e
administração municipal representantes de entidades do município

NÃO Recebe Remuneração


Recebe Remuneração
Órgão de caráter deliberativo e consultivo

Aprova políticas municipais de Proteção e Defesa


Atua em campo, analisa área de risco, planeja e Civil
executa campanhas educativas, atua na prevenção, Aprova os planos e programas elaborados pela
mitigação, preparação, resposta e reconstrução COMPDEC
Assessora o Prefeito

É o órgão de Proteção e Defesa Civil do Município Compõe a COMPDEC em apoio à equipe

Atua durante todo o ano Reuniões periódicas

NÚCLEOS COMUNITÁRIOS DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL (NUPDEC)

Organizados em diferentes grupos comunitários, funcionam como elos entre comunidade e governo
municipal por meio da Compdec.
Os Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil (Nupdec), têm a finalidade de desenvolver um
processo de orientação permanente junto à população, tem como principal objetivo a prevenção e
minimização dos riscos e desastres nas áreas de maior vulnerabilidade nos municípios.
É o elo mais importante do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil;
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Ele é formado por cidadãos de cada comunidade que, por meio do trabalho voluntário e solidário,
contribuem nas ações preventivas em áreas de risco, além de orientar e prestar socorro mais
imediato nas situações de calamidades e emergência.

Portaria nº 912 A, de 28 de maio de 2008 – Ministério da Integração Nacional


“Os Municípios, para se habilitarem à transferência de recursos federais destinados às ações de
[proteção e] defesa civil, deverão comprovar a existência e o funcionamento do Órgão Municipal de
[Proteção e] Defesa Civil – COM[P]DEC ou do órgão correspondente.” (Art. 1º)

ATOS PARA FORMALIZAÇÃO DA COMPDEC:


▪ Ofício à Câmara Municipal encaminhando o Projeto de Lei de criação da COMPDEC;
▪ Projeto de Lei de criação da COMPDEC;
▪ Decreto de Regulamentação da Lei que cria a COMDPEC;
▪ Portaria de Nomeação dos membros da COMDPEC;
▪ Portaria de Nomeação dos membros do Conselho Municipal de Proteção e Defesa Civil.
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5. PROPOSTA DE MÉTODO PARA MAPEAMENTO

• Conhecimento do histórico da área.


• DETERMINAÇÃO DO GRAU DE PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DO PROCESSO OU
MESMO DO RISCO DO SETOR ZONEAMENTO
• Delimitação de zonas homogêneas em relação ao grau de probabilidade de ocorrência do
processo ou mesmo risco, estabelecendo tantas classes de risco quantas necessárias.
• Para cada setor é atribuído um grau de probabilidade (grau de risco) de ocorrência de um
processo destrutivo nas condições atuais, no período de um ciclo chuvoso.

GRAU DE PROBALIDADE

R4 - MUITO ALTO

R3 - ALTO

R2 - MÉDIO

R1 - BAIXO

GRAU DE PROBALIDADE BAIXO


O nível de intervenção no setor são de baixa potencialidade para o desenvolvimento de processos
de escorregamentos e solapamentos. Na há indícios de desenvolvimento de processos de
instabilização de encostas e de margens de drenagens. É a condição menos crítica.

GRAU DE PROBALIDADE MÉDIO


Observa-se a presença de alguma evidência de instabilidade, porém incipiente. Mantidas as
condições existentes, é reduzida a possibilidade de ocorrência de desastres.

GRAU DE PROBALIDADE ALTO


Observa-se a presença de significativa evidência de instabilidade ( trincas no solo, degraus de
abatimento em taludes ). Mantidas as condições existentes, é possível a ocorrência de desastres
destrutivos durante o período de chuvas.

GRAU DE PROBALIDADE MUITO ALTO


A evidências de instabilidade são expressivas e estão presentes em grande número. É a condição
mais crítica.
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6. PLANEJAMENTO CONTINGENCIAL

Plano de Contingência é o documento que registra o planejamento elaborado a partir da


percepção e análise de um ou mais cenários de risco de desastres e estabelece os
procedimentos para ações de monitoramento (acompanhamento das ameaças), alerta,
alarme, fuga, socorro, assistência às vítimas e restabelecimento de serviços essenciais.

O Plano de Contingência - PLANCON funciona como um planejamento da resposta e por isso, deve
ser elaborado na normalidade, quando são definidos os procedimentos, ações e decisões que devem
ser tomadas na ocorrência do desastre. Por sua vez, na etapa de resposta, tem-se a
operacionalização do plano de contingência, quando todo o planejamento feito anteriormente é
adaptado a situação real do desastre.

Nesse contexto, a PNPDEC atribui a responsabilidade pela execução do Plano de Contingência -


PLANCON aos Municípios. Aos Estados e União cabe a função de apoiar a execução local, a
exemplo da criação, pelo governo federal, de um módulo específico de registro dos planos no
Sistema Integrado de Informações sobre Desastres – S2ID.

Contingência significa uma situação de incerteza quanto a um determinado evento, que pode ou não
se concretizar, durante um período determinado.

O Plano de Contingência é o planejamento tático, elaborado a partir de uma determinada hipótese


de desastre. Deve ser elaborado com grande antecipação, objetivando:
• Facilitar as atividades de Preparação;
• Otimizar as atividades de Resposta aos Desastres.

7. INSTRUÇÃO NORMATIVA 2/2016

“Estabelece procedimentos e critérios para a decretação de situação de emergência ou estado


de calamidade pública pelos Municípios, Estados e pelo Distrito Federal, e para o reconhecimento
federal das situações de anormalidade decretadas pelos entes federativos e dá outras providências.”
Publicada D.O.U n° 245 de 21.12.2016
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Quem pode decretar?


O Chefe do Poder Executivo Municipal, Estadual ou do Distrito Federal, integrantes do Sistema
Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC), poderá decretar Situação de Emergência (SE) ou
Estado de Calamidade Pública (ECP).

Finalidade?
Quando for necessário estabelecer uma situação jurídica especial para execução das ações:
1) Socorro;
2) assistência humanitária à população atingida;
3) restabelecimento de serviços essenciais;
recuperação de áreas atingidas por desastre.

O Decreto deverá estar fundamentado em Parecer Técnico do órgão de Proteção e Defesa Civil do
Município, do Estado ou do Distrito Federal.

Deverá contemplar os danos decorrentes do desastre e fundamentar a necessidade da decretação,


baseado nos critérios estabelecidos nesta Instrução Normativa.

O prazo máximo de vigência do decreto é 180 dias a contar de sua publicação.

(...) Art. 2º. Quanto à intensidade os desastres são classificados em três níveis:
a) nível I - desastres de pequena intensidade
b) nível II - desastres de média intensidade
c) nível III - desastres de grande intensidade

§ 1º São desastres de nível I aqueles em que há somente danos humanos consideráveis e que a
situação de normalidade pode ser restabelecida com os recursos mobilizados em nível local ou
complementados com o aporte de recursos estaduais e federais.

§ 2º São desastres de nível II aqueles em que os danos e prejuízos são suportáveis e superáveis
pelos governos locais e a situação de normalidade pode ser restabelecida com os recursos
mobilizados em nível local ou complementados com o aporte de recursos estaduais e federais;
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§ 3º São desastres de nível III aqueles em que os danos e prejuízos não são superáveis e
suportáveis pelos governos locais e o restabelecimento da situação de normalidade depende da
mobilização e da ação coordenada das três esferas de atuação do Sistema Nacional de Proteção e
Defesa Civil (SINPDEC) e, em alguns casos, de ajuda internacional.

§ 4º Os desastres de nível I e II ensejam a decretação de situação de emergência, enquanto os


desastres de nível III a de estado de calamidade pública.

Art. 3º. Os desastres de nível II são caracterizados pela ocorrência de ao menos dois danos, sendo
um deles obrigatoriamente danos humanos que importem no prejuízo econômico público ou no
prejuízo econômico privado que afetem a capacidade do poder público local em responder e
gerenciar a crise instalada;

Art. 4º. Os desastres de nível III são caracterizados pela concomitância na existência de óbitos,
isolamento de população, interrupção de serviços essenciais, interdição ou destruição de unidades
habitacionais, danificação ou destruição de instalações públicas prestadoras de serviços essenciais
e obras de infraestrutura pública.

Art. 5º. O Poder Executivo Federal poderá reconhecer o decreto do Prefeito, Governador do Estado
ou Distrito Federal quando for necessário estabelecer uma situação jurídica especial para
execução das ações de socorro e assistência humanitária à população atingida, restabelecimento de
serviços essenciais e recuperação de áreas atingidas por desastre. (...)

8. SISTEMA INTEGRADO SOBRE INFORMAÇÕES DE DESASTRES (S2ID)

O Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID) é um sistema de informação produzido


e desenvolvido no projeto Planejamento Nacional para Gestão de Riscos (PNGR), em uma
cooperação técnica entre o Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (CEPED/
UFSC) e o Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil.

O objetivo do S2ID é informatizar os procedimentos para a solicitação de reconhecimento de


Situação de Emergência ou de Estado de Calamidade Pública e do processo de transferência de
recursos federais para Estados ou Municípios afetados por desastres.

A Portaria GM/MI n. 526, de 6 de setembro de 2012, tornou obrigatório o uso do sistema, que está
sendo implantado de forma gradativa em todo o país.
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O reconhecimento da situação de emergência ou do estado de calamidade pública pelo Poder


Executivo Federal se dará por meio de Portaria, mediante requerimento do Poder Executivo do
Município, do Estado ou do Distrito Federal afetado pelo desastre, obedecidos os critérios
estabelecidos nesta Instrução Normativa.

O Formulário de Informações dos Desastres (FIDE) é um documento que tem como objetivos o
reconhecimento das situações de anormalidades referentes aos desastres naturais, assim como o
registro efetivo dos desastres ocorridos no país. Ressaltamos que são de preenchimento obrigatório
as informações relativas à Codificação Brasileira de Desastres (COBRADE) e a data de ocorrência
do evento, contendo dia, mês e ano. Sem essas informações, o FIDE não é gravado.

O Preenchimento do FIDE deverá ser feito pelo órgão local de Defesa Civil, na falta ou
impossibilidade deste, o órgão estadual de defesa civil poderá auxiliar o prefeito.

9. RECURSOS FEDERAIS

Para ações de prevenção, mitigação e preparação, os repasses são feitos por transferência
voluntária, por meio de convênios.

Para ações de resposta e recuperação, os repasses são feitos por transferência obrigatória.
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CARTÃO DE DEFESA CIVIL

O Cartão de Defesa Civil é destinado ao pagamento de despesas para ações de socorro, assistência
às vítimas e restabelecimento de serviços essenciais em localidades atingidas por desastres e que
estejam com situação de emergência ou estado de calamidade pública reconhecidos pela Sedec/MI.

10. SISTEMA DE COMANDO EM OPERAÇÕES (SCO)

O SCO é uma ferramenta gerencial que utiliza um conjunto de princípios e regras previamente
conhecidos, aceitos e treinados. Para planejar, organizar, dirigir e controlar operações,
principalmente quando envolvem múltiplas agências, jurisdições ou equipes!

PRINCÍPIOS DO SCO:
• AUTONOMIA DAS AGÊNCIAS
• ADMINISTRAÇÃO POR OBJETIVOS
• INTEGRIDADE DAS UNIDADES
• CLAREZA FUNCIONAL
• CONCEPÇÃO PARA TODAS AS EMERGÊNCIAS

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO SCO:


1) Emprego de terminologia comum;
2) Uso de formulários padronizados.
3) Estabelecimento e transferência formal de comando;
4) Cadeia e unidade de comando;
5) Comando único ou unificado.
6) Organização modular e flexível;
7) Administração por objetivos;
8) Uso de planos de ação;
9) Adequada amplitude de controle.
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RESUMO DA DISCIPLINA DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL

10) Instalações e áreas padronizadas;


11) Gerenciamento integrado de recursos.
12) Gerenciamento integrado das comunicações;
13) Gerenciamento integrado de informações e inteligência.
14) Controle de pessoal;
15) Controle da mobilização/desmobilização.

INSTALAÇÃO DO SCO.
Assim que a situação crítica é percebida, as primeiras equipes que chegam no local avaliam
preliminarmente a situação e implementam as primeiras ações (seguindo procedimentos
operacionais padronizados) voltadas para o controle inicial de riscos (segurança) e obtenção de
maiores informações sobre o que está acontecendo.

A pessoa de maior nível de autoridade da primeira equipe no local comunica-se (usando


comunicação de rádio ou telefone) com as demais equipes e com o nível de autoridade logo acima
dela (normalmente com uma central de operações ou central de emergência) para informar que está
instalando o SCO e assumindo o comando da operação.

A pessoa que instalou o SCO deve assumir formalmente o comando da operação através da rede
rádio. Esse comando pode ser único (quando assumido por uma única pessoa) ou unificado (quando
representantes de várias organizações assumem o comando de forma colegiada). Dependendo do
andamento da situação, o comando único pode converter-se em um comando unificado (quando
mais representantes de outras organizações passam a integrar a operação).

INSTALAÇÃO DO POSTO DE COMANDO (PC).


Ato contínuo, a pessoa que assumiu o comando deve identificar um local apropriado para instalar o
posto de comando da operação, levando em consideração requisitos de segurança, acessibilidade,
fácil localização, etc.

INSTALAÇÃO DA ÁREA DE ESPERA/ESTACIONAMENTO.


Após instalar o PC, o comando da operação deve identificar um local apropriado para instalar a área
de espera e designar uma pessoa para assumir a função de encarregado dessa área. Esse
encarregado irá controlar todos os recursos operacionais que chegam para atuar na operação.
É possível que parte desses recursos já estejam em operação e, por isso, o encarregado pode fazer
esse cadastramento através da comunicação de rádio (para não retardar as ações de socorro).
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RESUMO DA DISCIPLINA DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL

COLETA DE INFORMAÇÕES.
Após designar a área de espera e seu encarregado, o comando passa a buscar informações sobre
a situação crítica para formar um cenário mais completo da situação como um todo. Procure
responder a essas três perguntas chaves:
• O que aconteceu?
• Como a situação está agora?
• Como poderá evoluir?

ELABORAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO.


Com base nas informações coletadas, o comando deverá implementar o plano de ação inicial, para
estabelecer objetivos e prioridades, a partir da situação e dos recursos disponíveis, num determinado
período operacional. Geralmente, esse primeiro plano de ação é simples e de curto alcance,
representando um esforço inicial para a passagem de uma resposta mais genérica, baseada em
ações orientadas em procedimentos operacionais padronizados (POP’s) e planos de contingência.

HIERARQUIZAÇÃO DE OBJETIVOS.
• Objetivos de preservação e socorro à vida (critério de proteção à vida);
• Objetivos de estabilização da situação crítica (critério de controle e estabilização da
emergência);
• Objetivos de proteção às propriedades e preservação do meio ambiente (critério de
proteção aos investimentos e meio ambiente).

TRANSFERÊNCIA DE COMANDO.
Na prática, é bem comum ocorrer que a primeira pessoa que instalou o SCO e assumiu formalmente
o comando da operação seja alguém mais ligado a parte operativa e, portanto, não detenha suficiente
autoridade para permanecer no comando durante toda a operação. Nesses casos, o comando pode
e deve mesmo, ser transferido para outra pessoa mais qualificada ou com maior autoridade
(especialmente em situações críticas de maior magnitude), no entanto essa transferência deve
ocorrer de maneira formal, através da rede de comunicação de rádio.

AS TRÊS DIVISÕES PRINCIPAIS DO SCO


• COMANDO (Único ou unificado)
• STAFF DO COMANDO (Oficial de Segurança, Ligações, Informações ao Público e
Secretaria)
• STAFF PRINCIPAL (Chefe de Operações, Logística, Planejamento e
Finanças/Administração)
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RESUMO DA DISCIPLINA DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL

FUNÇÕES DO SCO
• Comando,
• Operações,
• Logística,
• Planejamento e
• Administração.

ÁREAS E INSTALAÇÕES PADRONIZADAS DO SCO


O uso de instalações padronizadas é uma das características básicas do SCO e representa um
instrumento importante para a organização do espaço físico do cenário de uma emergência ou
situação crítica. As 6 (seis) principais instalações padronizadas recomendadas pelo SCO são: Posto
de Comando (PC), Área de reunião, Base de Apoio, Acampamento, Centro de Informações ao
Público, Helibases/Helipontos.

ÁREA DE TRABALHO
A área envolvida na operação de uma situação critica pode ser classificada de três formas, que
determinarão quem pode entrar, com que medidas de segurança e quais as atividades permitidas.

Área Quente
A Área Quente é delimitada no local em que os efeitos do evento são mais intensamente
identificados, onde ocorreu a situação crítica.
É nessa área que serão desenvolvidas as operações de maior risco e complexidade.

Área Morna
A Área Morna é uma área intermediária entre a Área Quente (de maior risco) e a Área Fria
(totalmente segura).

Área Fria
A Área Fria é aquela que abriga as instalações e os recursos que darão suporte às atividades, mas
apresenta um pequeno risco relacionado à situação crítica e às operações que serão desenvolvidas.
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RESUMO DA DISCIPLINA DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL

Referências Básicas Para a Disciplina

BRASIL. Lei nº 12.340, de 1º de dezembro de 2010.Dispõe sobre as transferências de recursos da


União aos órgãos e entidades dos Estados, Distrito Federal e Municípios para a execução de ações de
prevenção em áreas de risco de desastres e de resposta e de recuperação em áreas atingidas por
desastres e sobre o Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil; e dá outras
providências. Brasília, 2010.
______. Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012.Institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil -
PNPDEC; dispõe sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil -SINPDEC e o Conselho Nacional
de Proteção e Defesa Civil -CONPDEC; autoriza a criação de sistema de informações e monitoramento
de desastres; altera as Leis nos12.340, de 1ode dezembro de 2010, 10.257, de 10 de julho de 2001,
6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.239, de 4 de outubro de 1991, e 9.394, de 20 de dezembro de
1996; e dá outras providências. Brasília, 2012.
______. Ministério da Integração Nacional. Instrução Normativa nº02, de 20de dezembro de
2016.Estabelece procedimentose critérios para a decretação de situação de emergência ou estado de
calamidade pública pelos Municípios, Estados e pelo Distrito Federal, e para o reconhecimento federal
das situações de anormalidade decretadas pelos entes federativos e dá outras providências. Brasília,
2016.
FERREIRA, Sandro Heleno Gomes. Primazia da gestão dos riscos: novo paradigma da proteção e
defesa civil. Revista Jurídica Consulex, Brasília: Editora Consulex, nº 421, 01 ago. 2014.

Referências Complementares Para a Disciplina

BRASIL. Ministério da Integração Nacional.Glossário de defesa civil: estudos de riscos e medicina


de desastres.3. ed. rev. Brasília: MIN, Secretaria Nacional de Defesa Civil, 2002.
Redução de risco de desastres: uma construção de resiliência local / São Paul: Coordenadoria Estadual
de Proteção e Defesa Civil de São Paulo, 2016.

Brasil. Ministério da Integração Nacional. Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil. Departamento
de Prevenção e Preparação. Módulo de formação: noções básicas em proteção e defesa civil e em
gestão de riscos: livro base / Ministério da Integração Nacional, Secretaria Nacional de Proteção e Defesa
Civil, Departamento de Minimização de Desastres. -Brasília: Ministério da Integração Nacional, 2017.

Brasil. Ministério da Integração Nacional. Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil. Departamento
de Minimização de Desastres. Módulo de formação : elaboração de plano de contingência : livro base /
Ministério da Integração Nacional, Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, Departamento de
Minimização de Desastres. -Brasília : Ministério da Integração Nacional, 2017.

Brasil. Ministério da Integração Nacional. Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil. Departamento
de Minimização de Desastres. Módulo de formação : resposta : gestão de desastres, decretação e
reconhecimento federal e gestão de recursos federais em proteção e defesa civil para resposta : apostila
do instrutor / Ministério da Integração Nacional, Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil,
Departamento de Minimiza-ção de Desastres. -Brasília : Ministério da Integração Nacional, 2017.

Brasil. Ministério da Integração Nacional. Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil. Departamento
de Minimização de Desastres. Módulo de formação : reconstrução : gestão de recursos federais em
proteção e defesa civil para reconstrução : livro base / Ministério da Integração Nacional, Secretaria
Nacional de Proteção e Defesa Civil, Departamento de Minimização de Desastres.

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