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110 \/~ne~dor

as batatas
a aposta do Segundo Império
D. Pedro II museu Histórico Nacional
~ o \/~ne~dor
as batatas
a aposta do Segundo Império

Um Live action elaborado por:


Bruno Cruz
Lúcio Pimentel
Maurício Santoro
Nicole Mezzasalma
Raphaela Ribeiro
Renato Silvestrini


Dedicamos este live aos Loucos homens do século XIX e
suas idéias maravilhosas. Que seus espíritos contagiem e
encantem nossas almas com paixões e utopias.
Dedicamos também a cinco contemporâneos:
Alexandre Maron, Daniel Braga, Eloyr Doín Pacheco, Luís
Eduardo Ricon e Ricardo Goulart, por já terem uma alma
apaixonada e idéias tão loucas quanto realizáveis.
fieha Téeniea
elabon:lção Çl Produc;ão do biV(l
Bruno Cruz
Lúcio Pimentel
Maurício Santoro
Nicole Mezzasalma
Raphaela Ribeiro
Renato Silvestrini
'R.izdação i p!lsquisa históricô do manual
Bruno Cruz
Lúcio Pimentel
Maurício Santoro
Nicole Mezzasalma
Raphaela Ribeiro
Proj!llO Gráfico fl <Viagramação
Bruno Cruz
P!lsquisa Iconográfica
Bruno Cruz
Lúcio Pimentel
Raphaela Ribeiro
bogomarca do Clan
Sisa Rezende e Daniel Braga

Lúcio Pimentel
Nicole Mezzasalma
Raphaela Ribeiro
Colaboração !lSPflCial na r(lvisão
Ana Cristina dos Santos Malfacini
Cepa
Projrzto Gráfico fl '(lrl!l final
Bruno Cruz
Ilustração de Capa:
Familia Imperial de autoria anônima
llu~traçõll;; das Páginas 53 fl 68
Ricardo Goulart
'V!lmaig; ilug;traçõrzs
ver página 94
fotolito díl cape
Rainer
'(foompenhem{lnto gréfico
Flávio Estrela
~umário

Põrl, 1- Um li e de Castelo Falkensrein ............................. . 07


Bem Vindo ao Castelo Falkenstein ........................ 10
O Império dos Trópicos ......................................... 11
Bem Vindo ao live action ...................................... . 12
A História do live action ....................................... . 12
Mas como funciona live action? ............................ . 13
Regras de ouro ....................................................... . 13
Dúvidas comuns ...................................................... 14
Perl~ li - A época do Segundo Império ................................ . 17
Bem vindo a época Vitoriana ................................. . 21
Caro Mike ............................................................. .. 22
O Brasil .................................................................. . 23
D. Pedro Il .............................................................. 26
Jornal do Commércio ............................................ . 29
Um panorama mundial no século XIX .................. 30
• ' • do Impeno ............................................... .
H 1stona I •
40
Linha do Tempo .................................................... . 46
Retirada da Laguna ................................................ . 52
Carta a Marianne ................................................... . 56
Revista Rostos ........................................................ . 58
Almanack Laemmerc .............................................. 62
Aventuras de Nho Quim .................................... .... 65
D .Pedro II condena saque de vítimas da seca ........ . 65
O Imperador está louco ......................................... . 66
Defesa de D. Pedro ................................................ . 67
Canas do Leitor .................................................. ... . 68
Noras rápidas ......................................................... . 68
Popular invenrion ................................................... 69
Carta Maçon .......................................................... . 70
A Escravidão .......................................................... . 72
Títulos de Nobreza ................................................ . 75
Aula de Tobias Barreto .......................................... . 76
Regras de etiqueta ................................. ................. . 78
Bruzundanga .............................. ........... ................. . 82
Põrl Ili - Como participar do Live ...................................... 85
Dicas de Imerpreração ...................................... ...... 88
Sugestões de Leitura ............... ... ... .... .. . .. ..... ...... ... .... 90
Figurino e a~essórios ... .. .... ..... .. ...... ........ .... .... ... .... .. 91
Lista de Ilustrações ................................ .................. 94
Bibliografia ............................................................. .
Os autores .............................................................. .
:Parte 1
Um live de Caste,lo·falkenstein

tlo \/e,ncedor as bôtalas a aposta do Segundo Império


o Ca~t to f'atk

m.agin um mundo onde ficção e . Você é nosso f


convidado de
, .
h
onra
realidade CJminhem de mãos dadas. viagem ao antastlco m undo d e nellsa
Falkenstcin. e aste1 0
m lug.u onde criaturas lendárias
dividem Jtenção com invenções Os <?)uplemçZn1 o~
fabulosas. Uma Era de descobertas e
maravilhas: o mundo de Castelo Falkenstein. Por enquanto, somente 0 livro b' .
Castelo Falkenstein pode ser encont asdico <le
Ca telo Falkenstein é um RPG recém " Quem gostar do universora o .ern
portugues.
lan ado no Brasil que enfatiza sobretudo a se aprofundar um pouco mais nesse 'zj;1
1
ser
interpretação, sendo ideal para live actions. souber ler em inglês, pode procurar os d' G e
Personagens históricos contracenam com livros suplementares em livrarias e ive:s~s
personagens de ficção. Júlio Verne é o zadas. Estão dispo níveis: spec1ah.
ministro francês da ciência, enquanto Steam Age - livro que retrata as in ..
Capitão Nemo e Drácula são realidade. '
d a epoc l ' d
a, a em e entrev · vençoes
Autores e personagens convivem d . istas e
e p o~me ~ tos 1 dos criadores
normalmente. Encontrar Sir Arthur
on~m p antas de máquina~
Conan Doyle discutindo com
e guerra,. submarin os,
Sherlock Holmes em um pub
zepe1ms e etc.;
londrino pode ser tão comum
como acompanhar nos jornais The Book of
a volta ao mundo de Fileas Si gils - descreve
Fogg. Sabe-se também que um pouco melhor a
o Alienista Simão Baca- Magia e suas escolas·
marte quase internou '
From P russia with
Machado de Assis na Love (pocket book) _as
Casa Verde, e que av~n.turas de um espião da
um famoso profes- Bavan a contra a Prússia de
sor de javanês freqüenta Bismarck, com seus projetos de
• I • , ,
a corte de Dom Pedro 11. cnar m1sse1s transcommema1s
Falkenstein é um RPG movidos a vapor;
sobretudo romântico com episódios Comme 11 Faut - guia do jogador,
folhetinescos e amorosos, em que os heróis sem dúvida o m elhor livro de
são realmente heróicos e os vilões, clássicos e Falkenstein. Explica costumes da época
engenhosos. Inúmeras mentes malignas e oferece dicas de aventuras, entre outras
planejam a dominação do mundo, mas são coisas. Destaque para a parte sobre liveaction;
sempre frustradas por aventureiros intrépidos.
The Lost N otebook of Leonardo da Vinci -
ão existem fichas de personagens nesse magia e tecnologia juntas;
RPG; cada jogador deve escrever um diário
da personagem contando sua história e The Memoirs of Auberon of Faerie - um
desérição. E como na era vitoriana não eram pouco mais sobre as fadas;
elegantes os jogos de dados, usa-se um baralho Six Gun and Sorceries - descreve os Estados
completo para resolver todas as ações das Unidos e suas principais cidades.
personagens,
............. --------------~~

O Império
d s trópicos
p) o Lrn1,·,lmemo do li no bá ico d e

@
l 1
.
~.l 'tdo f alken te in em português, a
Üt'\ ir Lin.iri.i est<l planejando u m
suplemento obre a terras brasileiras. À
fn.·nte de se projeto, O Império dos Trópicos,
Luí · Edu.irdo Ricon, autor de Desafio dos Bandeirantes,
r do,r.• IJos d.1 Lu,;, Era uma Vez e O Engenho.

O aucor gentilmente no cedeu eu rascunho e


.1lguma. de sua idéias. O livro ainda sofrerá muitas
mud,10ças até ficar pronto; além disso, nós fizemos
di ·er ·a. adaptações, de modo que o nosso projeto possui
diiercnç,ls da versão que será lançada. Aconselham os os
participante s de nos o li-ue a comprar o suplemento .
Aproveitam o para agradecer o apoio e incentivo da
Devir Livraria, em especial a Luís Eduardo Ricon.

Um poueo de. história


O século passado foi um dos períodos mais ricos de
nossa hi tória. Dom Pedro II patrocinava a ciência e a
ane, incentiv.md o artistas como Carlos Gomes e Vítor
~1eireles. Ele esteve presente na exposição onde Graham
Bell apresentou sua invenção, e encomendo u a primeira
linha telefônica do mundo para o Rio de Janeiro. Em sua
YÍagem .1 Europa e América conheceu Victor H ugo, Júlio
Vcrne, Rainha Vitória, Touro Sentado e o Rei Luís II,
monarca da B.wária.
Visconde de Mauá lutava com os cafeicultores para
trazer a industrialização. Construiu navios e ferrovias,
financiando inclu ive o cabo telegráfico submarino que
ligou o país ao resto do mundo.
O exército bra ileiro era comandado pelo Duque de
Caxias que, além de vencer a Guerra do Paraguai, ajudava
a manter a ordem na Corte com a "polícia militar".
1achado de Assis e sua galeria de personagen s
podiam er encontrados discutindo com José de Alencar
e ~ua triações. enquanto Castro Alws declamava poemas
abolicioni~ta<> em frente ao Cortiço de Aluisio Azevedo.
polític.1 da época estava fervilhando. Monarquistas
enfrcn avam o crescente movimenta republicano ao
me mo tempo que abolicioni!>tas lutav,1m pelo fim do
tr.i.balho e~cravo. Rui Barbos<l, Quin tino Boc.lÍÚva,
Benjamim Constam, Joaquim Nahuco e inúmeros outros
freqücnt.1vam essa arena política.
E na boemia, Chiquinh.l Gonzaga fazia sua
primeiras composições, prenunciand o o início do Samba.
'(l 1ii tória do
bivrz tletion
e ~k \)s primórdio~ do temp~~ : o homem proc~1ra
@ cr i.1r t' ' iYt'r fa m .1 ·i,L. 'o 101~-w ••tntt.•s d.1 t.•scnt a.
h.n i.i os cont.idores de histó ri.1s. reprt• 'l'nt.tdos pl'ios
m.iis , elho - d.i-. tribo:.. · c._.;,1 ~poc.1. º' homens, t' t'nt algun~
C.l 'O - r.imbém .1s mulht•re -. reuniam- e .10 n•dor de foguei r.1s
enqu.mt ·1 º" .i~lL~i:ios f~l.n .1m ob.re a~ entur.1s ,de heróis e
deu es. .1 Greci.1 Anug.1. l.'"l.1s h1sron.1-; L-,·olmr.1m p.1r J. 0
teatro. 'Om form.1 de educ.n e di, ertir o Pº' o. A p.utir de
em.lo 0 .ltorc . .io im ~- dt• com.1r .1. histori \s, intl'rpret.n,un-
n.ts p.ir.1 um públic•) c.-,pect.idor. Este em.o.h i.1 se t.1mo com
0 de cnrol.tr d.i hi: ton.l qul' .1c.1b.iv,1 p.1ruc1p.10do.

'os .mos 70, dois .imericanos, G.1ry G) g.1x e D.n·id


Ame. on. rç·oh-cr.un mistur.11· imcr.1çào entrl' pt'rsonagt.•ns com
as regr.t'> dos .;:,irg,um.~. Surgia o inm·ador D1111gcom & D1 '.'' 1i,
0 primeiro RPG (~o/e pl.iymg g.tme): Ao. longo dos .~nos, os RPC' s
p.1ssar.1m a incenuvar catfa Vt'Z m.u a mtcrpret,1ç.10.
\ i' r .1 história é o
pi 111 ip.11 ob!c.:tÍ\ o de um As primcir,1s cxp~riência · do~quc viri.1 .1 se~ cham.1do de
f ir:e action foram fenas por tres grupos ddt·re ntcs e e
Ir , 1ct1on. E como cst.1r desenvolveram de forma independente: fmcractrve Literatrm,
d ntr de um filml, viYen- Ll'i)l' Comb.it e Mystery Game.
papel da per on. gun • 'a /nter,u:tn;e Ltter,tture {ou literatura interativa). ,1s
primip.d. ( .uort s, p r~ m, histórias eram complexa~, com d i• ersas tram,1s imerlig,1das,
.ltu.un p.u . .1or, d.H f onde todos os p.1péis (heróis e vilõe) er,un interpret.1dos pelos
panicipantc:,. Existi•\ um sistem a simples e descritivo de regr.1s
um 1 l.u :. ia , e ln .n t1.1m
pai ,1 rt.•soln•r os conflitos. Su,1s p r imcir as versões ocorrcrnn
l ]o implt s pr. Zt r dt em convenções de ficção científic,1, mas aos poucos outros
di cernas pass.1r.1m .1 ser .1hordados.

P n i ip tr e um Ir O L1ve Combat (ou combate ao vivo) tentava dar uma


imerpret.ição ce.nral às aventuras de fantasia de RPG. Os
muito . imple e
panicipame passavam o dia em castelos ou parques vestido
nt nhum u i nt o como uas personagens e nquant o inúmeros dirctore
um .l :arnct - interpretavam inimigos, apresentavam enigmas e gu rd,wam
ári. ' oo:t r de tesouros. O principal problema e ra o próprio si tema de
combate, que utilizava espadas revest idas <le borr.1ch.1 e
ualqu r um que e timulava ações físic,ts.
qualidade tem
o Mystery Game Gogo de mistério) , o com·idado· dt
{ zer um. hoJ
uma fe ta de cobriam um crime e deveri.1m ju ntar pist.t pm
encontrar o culpado. O diretores cri.wam o mi. tério t' i.un
a~ pouco for~ecendo a pistas que lev,1ri.1m à su.\ solu -~o.
Diversas cen Já e lavam pré-dctcrminad.1s l' de\ 1.·ri.tm er
seguidas como num roteiro.

Ape ar desse e tilo ontinuarcm indcpt'ndentt' ., coni


um.i.cir ulação de idéias cad.\ vez m.1ior entre os pr.uicwce·.
urgiu um quano gênero, englobando o melho r de c.1d.1 linh.i
de pen amento, que ficou conhecido como /17:c ,1ctwn.

a aposta do Segundo Império


Mas co mo 'Re gra s de Ou ro
Sem Toqu es: Todo s devem saber se comp ortar
fun cio na um duran te um live: SEM TOQ UES. Ou seja, são
termi nante ment e proib idos esbar rões, tapas ,
biele ae tio n? empurrões, socos ... Sempre que sua personagem quiser
fazer uma ação física, você deve apenas descrever a
ação para os outro s atores e nunca executá-la de
m li" e t:tction é mais
verdade. Se sua personagem quiser segurar alguém que
@ irnple do que aparen ta.
Cada participante tem uma está fugindo ou tirar satisfação do marido que a traiu
com a amante, descreva a situação, e se for necessário
per onagem e todos irão_ contra -
cen.u ao mesmo tempo , mterpr e- peça ajuda a um diretor. Essa regra refere-se també m a
movimentos bruscos. Não é permitido corr~r, subir

l
tando eus respectivos papéis. Essa
intera ção criará uma histór ia em mesas, lançar ou levantar objetos, etc. E lógico
imprevisível, porém diveni da. que pequenos movimentos controlados não causam
problemas, como jogar uma moeda de cara ou coroa,
A história e as personagens são
criadas por um grupo de diretores.
Estes respon sabiliz am-se por
! levantar seu chapéu ou apertar as mãos.

coorde nar o desenv olvime nto do Sem Arma s: Mesmo que seu papel permi ta que leve
1 live. Não existem coadju vantes , 1 uma arma, é proib ido carregar ou usar qualquer arma
t todos representam protagonistas da de verdade, ou mesmo imitação. Da mesma forma,
, trama em que estão envolv idos. 1 objetos cortantes de qualquer tipo estão banidos. Se
Existe sempre um motivo central 1 sua perso nagem estive r com uma arma ela será
que serve de pretex to para o live (ex: repre senta da por um cartã o, forne cido pelos
uma festa da nobre za) e tramas 1 diretores, com um desenho ou descrição dela.
1 menor es envol vendo vá rias
person agens (ex: a leitura de um Limit e: Nem todos têm vontade de representar cenas
testam ento), além d e intriga s 1 de amor ou ódio muito intensas; é preciso ter o bom-
pessoais e pequenas ambições. senso de parar uma atuação quand o esta come çar a
Os partici pantes recebe m uma incom odar outro participante. O improviso tem seus
descrição comple ta da person agem . limites. Nunc a confu nda o jogad or e a perso nagem ,
que interpr etarão . As tramas estão tudo não passa de uma encenação. Lembre-se: isso é
espalhadas ao longo desses inúme ros 1
J
apenas um jogo, divirta-se.
históricos e on:enr_e os diretor es as
1conhec em por inteiro .
No mome nto em que a peça
está para começar, os atores já sabem
l Sistem a Invisí vel: A histór ia e as trama s desse live
foram criad as para estim ular a inter preta ção,
dispensando o uso de regras mais elaboradas. Tudo
que personagens irão interpr etar e 1 pode e deve ser resolv ido sem a neces sidad e de
vestem-se de acordo seus papéis. No comb ates ou outras ações físicas. Qualq uer dúvid a,
local onde a peça acontece, tudo que consu lte um direto r.
os atores fazem ou dizem é 1
considerado uma ação da person a- Palav ra Final : O direto r é o juiz em qualq uer
gem . Se quiser fazer uma declaração impasse; sua função princi pal é garan tir que a histór ia
pública, chame a atençã o de todos flua com sucesso. Quan do um direto r toma uma
e então fale; se quiser denun ciar um decisão, ela é definitiva e não há como volta r atrás;
crime, procur e um jogado r repre- lemb re-se que os direto res são neutr os e nenhu ma
sentan do um policial; se quiser con-
ação é feita para preju dicar algum jogad or. Ele está
quista r o coraçã o de sua amada ,
fazendo apenas o que acha mais lógico , justo e melho r
arrume uma flor e declame.
para a histór ia como um todo.

a aposta do Segundo Império


'L]o \/en ced or as batatas
tl. l ôrtieipei de um live tlgora que g,u tenho a .fichB,
c/i'J, é difícil? posso começar a in"lgragir
. luitJ veze pes oas sem nenhuma
antes do live?
·xpaiên ·ia e destacam muito mais do que Não! Deixe as interações SOMENTE para
· og.1dore. antigos. Não se preocupe, tente a noite do live. Nem todo mundo se conhece
.1p~na e divertir. Pense no que sua e não é justo que algumas pessoas tenham a
per onagem faria e siga adiante. Qualquer chance de interagir e outras não. Imagine se
problema ou dúvida procure um dos diretores, uma intriga inteira fosse descoberta e resolvida
que terão o maior prazer em ajudá-lo. antes do live começar, isso seria frustrante
para todos os outros envolvidos.
Como faço para criar minha
por que, vocês não usam as
pcrsonage,m?
regras do Caste,lo falkenstein?
Você não precisa criar a personagem, estas
erào criadas pelos diretores. Todos receberão Como foi dito acima, a fim de priorizar a
uma de crição completa de uma figura histórica interpretação, iremos praticamente eliminar
todas as regras. Apesar de parecer estranho,
ou fictícia, repleta de intrigas, segredos e
esse sistema invisível já foi usado com sucesso
1 objetivos. Isso também significa que você não
podl' jogar com sua personagem de jogo de mesa. em outros lives.

e ~. nôo gostar de, minha


l?ll Mas então como vocês
p :.r~onti~31?D1, pos~o trocar? pre,tendem re,solve,r as aç;ões g
C.tcfa person.igem tem uma série de
os combates?
segrt do · e imrig.1s que n3o pode ser conhecidas Sempre que surgir um impasse, ele será
por m.ti ninguém além do jogador. Por esse resolvido pelos diretores. Ele irá analisar a
motiYo, .1pós Yocê ter lido a descrição, não situação e descrever o que aconteceu. O
er.Í mai pos ível trocá-la. Lembre-se de que resultado de cada ação será determinado pelo
todo têm um papel fundamental na história diretor, baseado nos personagens envolvidos
e que nem todas .is intrigas são conhecidas no e na descrição de cena.
início do li'L' . Se você realmente não se
entu ia mar com a personagem, tente ô que minha personage,m
conver ar com um dos diretores que eles conhgee sobre a época?
I
resolverio seu problema de alguma forma.
A grande maioria das personagens e
(,omo eon$czguir roupe$ da alfabetizada e tem acesso às notícias da épocJ,
que corriam rápido, pelo rneno nos centros
~poeo? urbanos. Nesse manual tentamos dar um P
ano-

Improvisar roupas não é tão difícil quanto rama geral da sociedade, da política e da cl.Jwra.
aparenta. Iremo retornar a esse assunto mais Qualquer outra coisa importante ~e,d~ ta~d: e
adiante no livro, dando muitas dicas e lugares que você encontrar nos livros de historia P
para .iluguel t improviso de roupas. ser mencionado pela sua personagem.
u pe on.lg m pode dizer e planejar o
ue qui. r .• ·õe fí i a , porém, nunca sao
. ecutad.\ , .1p na d rita para as pessoas em
lt re. oh-ida por um diretor. (Ex: "Estou Considere nossa versão. Algumas coisas
rrendo para a porta ) foram mudadas propositadamente para criar
um cenário mais propício para o jogo. Aliás,
levar minha cópia de esse nem é o mundo real, mas uma versão
pi tola do sgculo passado? e romanceada. Se encontrar algum conflito
considere que no mundo de C as tel o
m u sabre? Falkenstein a história seguiu um rumo um
ão! Repetindo: armas de verdade ou pouco diferente. Qualquer informação extra
imitações são proibidas em qualquer live que enriqueça a história é sempre bem vinda
action. Se sua personagem carregar uma arma, desde que não mude o que já existe no live.
ela será representada por um cartão entregue
tlparece,u um imprevisto, te,m
pelos diretores. Deixe seu mosquete e espada
em casa. problema se, eu faltar?
Como eu vou saber quem são Imagine uma peça sem um dos atores
principais. O que aconteceria se o ator de
a~ figuras conhecidas no live? Romeu faltasse no dia da estréia? A mesma
Tentaremos indicar antes do live começar coisa acontece no live: todos os papéis são
quem ão a figuras públicas como Dom Pedro importantes e faltas deixam a trama
II Princesa Isabel e Duque de Caxias, entre incompleta. Caso tenha algum imprevisto de
outros. Qualquer dúvida, pergunte a um última hora, avise com urgência um dos
diretor para evitar gafe do tipo: "Ahh, então diretores, ou muita gente será prejudicada.
voce.. que e' o Imperador. .." Tentaremos arranjar um substituto ou, em
último caso, um dos diretores irá assumir o
Minha personagem Q. amiga/ papel. O mais imponante é nos avisar da falta
inimiga/amante de alguém. o quanto antes para podemos resolver o
problema.
(À)mo eu encontro essa
pg~~oa?
Tente usar a primeira hora do live para
descobrir quem são as pessoas ligadas à sua
trama. ovamente os diretores estarão
prontos para indicar quem é quem. Isso é
ímponante para evitar situações do tipo "Meu
Deus você que é minha esposa!".

tlo \? e,ncedor as batatas a aposta do Segundo Império


Pa rte II
tl é,poea do ~zgundo lmpé,rio

a aposta do Segundo Império


tio \?eneedor 8$ betefa$ io
a aposta do Segundo 1mper
I
J3em \/indo a época Vitoria na
ncontramo-nos no auge do símbolo do comunismo. Na Inglaterra era Engels,
de :n olvimento industrial. O Ho mem

®
herdeiro de um grande industrial, quem cumpria este
1
e ta des!Uinbrado com sua propria papel. Na Rússia, foi o príncipe czarista Kropotkin
apacidade. Se fecharmos os olhos, quem primeiro cedeu suas terras aos camponeses,
poderemo ver a forte determinação dos tornando-se um marco da história anarquista. Enfim,
homens (e mulheres) que caminham pelos cafés não era nem dos trabalhadores nem dos camponeses
europeus. Imaginemos o deslumbre que causava o Canal que saíam os grandes revolucionários - era na elite
da Mancha; a fascinação pelas linhas férreas, que uniam dominante que eles nasciam.
todo o mundo antigo num veículo capaz de correr mais
Mas se no velho continente os ideais revolucio-
rápido que vários cavalos juntos; a surpresa de ver um
nários eram escritos a sangue, na América as sociedades
cabo atravessar todo o oceano Atlântico e permitir que
alternativas multiplicavam-se pacificamente. Foram
o mundo se comunicasse instantaneamente.
diversos vilarejos que surgiram e desapareceram. Os
A natureza se vergava diante da força do Homem. mais famosos, provavelmente, foram os owenistas e
Nada parecia impossível. Talvez a própria mortalidade fourieristas. Owen e Fourier foram utópicos do inicio
pudesse ser vencida. A crença na ciência que fizera o do século XIX que acreditavam ser 1possível fundar
Século das Luzes estava ali, comprovada pela prática. pequenas sociedades perfeitas. Em meados do século,
suas teorias correram pela América e mais de quarenta
Apesar de todo esse progresso técnico e científico,
comunidades foram formadas dentro destes moldes.
a moral estagnara-se no século XVIII. A era vitoriana
Estas sociedades incentivaram o surgimento de outras,
foi, portanto, também uma era de incoerências. Na
cada qual com sua própria utopia de perfeição. Foram
moda, as mulheres usavam roupas do pescoço até a anarquistas, comunistas, religiosos, liberais, anti-
ponta dos pés enquanto Rodin era admirado pela sua
comunistas, etc. Muitas eram fundadas com
obra O Beijo, que retratava um casal nu em uma pose revolucionários expulsos da Europa mas que
altamente erotizada. A sociedade inglesa era puritana encontravam na América uma incrível liberdade. Não
em seus hábitos e os homens recusavam-se a beb~r, mas se sabe ao certo o número de comunidades que houve,
10 em cada 60 casas eram bordéis. A Europa denunciava, mas 178, pelo menos, estão catalogadas. Delas,
somente
escandalizada, a escravidão na Jamaica e no Brasil, mas ; os Mórmons sobreviveram (uma comunidade
crianças e mulheres eram exploradas de modo americana que até hoje rejeita qualquer ferramenta
desumano nas minas de carvão inglesas. Os humanistas tecnológica e que só casa entre si).
pregavam a igualdade de direitos, mas os trabalhadores
não tinham direito a voto. As sociedades científicas se As utopias não eram privadas da esquerda .
multiplicavam, mas Darwin e Wallace eram criticados Abolicionistas ou escravocratas; monarquistas ou
por crime contra a fé. O índice de analfabetos reduzia- republicanos; humanitários ou racistas; presidencialistas
se dia a dia, mas somente os anglicanos podiam ingressar ou parlamentaristas; homens da ciência ou homens da
fé; conservadores ou progressistas; comunistas ou
em Oxford e Cambridge.
libernis; todos tinham uma crença utópica e seriam
O Homem tinha, enfim, um poder avassalador nas capazes de dar a vida por ela. Mais do que isso, todos
mãos, como jamais havia sido experimentado. As tinham a fé de que seus ideais eram os corretos e iriam
pirâmides do Egito tornavam-se brincadeiras infantis triunfar no novo século que começaria. Para estes
comparadas aos grandes feitos do f~nal do século. AE~a homens, a sociedade tendia à perfeição, embora cada
também a época das grandes conquistas: da Amazoma qual defendesse um idéia diferente sobre perfeição.
à Malásia; do Pólo Norte ao Pólo Sul; do Atlântico ao
São, portanto, criaturas apaixonantes, com um
Pacífico; todos os pontos eram alcançados por
vigor e um entusiasmo quase inconcebíveis.
exploradores imbacíveis.
Feche os olhos, então, por um instante. Sinta o
Enquanto isso, a moral desfazia-se. Novos valores
clima de euforia e entusiasmo. Pense agora nos seus
surgiam e cada um construía sua próp:ia ut?pia. Na
ideais nesta época. Abra os olhos: você está em 1877 e
Europa, as revoltas de 1848 haviam d1ssemmado os
valores anarquistas e comunistas. Na Alemanha, Karl o mundo encontra-se aos seu pés. Vá: Conquiste-o!
Marx, o filho de um grande fazendeiro, tornara-se o

a aposta do Segundo Império


tJo Vencedor as batatas
Nota de, M..itg
Mi kg, Apesar do Tom t
.d
pe.d 1 o para não pu-
er
t ttronfonant poder trocar nodcias com você. Infelizmente só podemos nos bl1car o material antes
unicar im o que não diminui as saudades que sinto por você e por nosso tempo! da conclusão da hist0-' ~
ntudo caminhos feérico são incenos e quem sabe não nos encontremos de novo... • N

na, nao consegui me


a vez aconteceu-me algo realmente louco. Não quero q~e você publique este cont er. Faz muito
material por enquanto, visto que estou no meio ~ aventu~ e ~oda descon~eço seu
6m. nmo im, nao consegui me conter e resolVI escrever imediatamente, pois talvez tempo que não rece- Z
bo notícias dele. Espe- r
nao tmha outra chance.
ro que ele esteja bem
Tudo começou quando eu andava pelos corredores do Castelo Falkenstein. Para
ariar entrei no quano errado... e na hora errada. Encontrei o rei Luís II e lorde e perdoe minha preci-
ubtton conversando com o famoso conde de Gobineau - cujas teorias influenciaram pitação. Assim que
nazistas na nossa era - e um velho alto, pomposo, vestido da maneira austera dos tiver mais informa- r
lordes ingleses. Seus olhos eram de um azul profundo e sua barba era tão branca que ções sobre o que
fazia lembrar as figuras sábias da mitologia nórdica. Os quatro pareciam estar debatendo aconteceu com nosso
algum assunto de grande polêmica quando os surpreendi.
ilustre viajante do
•Tom Olam! Você chegou no momento ceno." Estas palavras do rei Luís fizeram- tempo, vocês serão os
me gelar pois bem sei que quando fala assim é porque acontece justamente o oposto.
•você, como homem neutro, pode nos resolver este dilema". Esta era a deixa que o primeiros a saber.
louco rei Luís usava quando queria dizer: "Concorde comigo."
Só que quem continuou foi o conde de Gobineau, deixando-me sem saber qual era
a posiçlo do rei Luís: ªPara o senhor", disse o conde, "o que é mais interessante, um
safári na África ou uma expedição à Selva Amazônica."
, Por um moment? fiquei pe~dido. Nã~ sabia º. qu! responder. Olhe~ para o rei
. procunndo ~ ~ mas, diante de mmha hesnaçao, o velho (que ate então não
.ha 1a st pronunciado) interpelou-me: ªNaturalmente o senhor sabe onde fica a selva
Amu.ônaca?
"'Em Bue~os Aires•, respondi sem pensar. A sonora gargalhada do rei Luís e do Auberon são perso-
coode de Gobm~ fez-me perceber que ~avia dit!' alguma grande tolice. Que diabos, nagens fictícias, que
~a nunca foa o meu fone ... eu deVJa estar Jogando Donkey Kong no dia desta figuram no RPG
aula..• Castelo Falkenstein. ],í
o conde de Gobineau,
D. Pedro II e o rei
Luís da Bavária real·
mente existiram. Em-
bora os dois mon,1r-
cas tenham realmente
se encontrado, as con-
dições não for,1m
exatamente as descri-
tas aqui. Houve um.i
expedição à Amazô-
nia pa trocin,1d.1 por
D. Pedro II - em
período semelhante -
m.is nad,1 teve com
nenhum tip o de
apo ta ou de ,1fio. O
restante J,1 - per on.i-
gens, logr.1dour~- e
fatos aqui de cnros
são verídi o .
nota dos autores do
live

tio \1eneajor o1 bototo1 a aposta do Segundo Império


O B ra sil
a
\ i.lg m foi alm a e, aind a no ideológicos. Atu alm ente , tem-se disc utid o
o
11.n· io. tom ei con ciên cia da abol ição e a possibilidade de tran sfor mar
Brasil num a república. De toda forma, conh eci
min ha eno rme ign orâ ncia . O
Br.1-il é um p<1Ís giga ntes co a um tal José do Patr ocín io. Ele é um mul ato
a
Eu ropa inte ira cabe den tro dele. fam oso por seu rad ical ism o con tra
da
E . url Yelh inho que eu desc onh ecia era nada escr avid ão; fez- me lem brar os neg ros
.
n i · n.1 a .menos do que o Imp erad or dess
e Am éric a em sua defe a à cul tura afro
con tm ente . Patr ocín io tem um quê de anar quis ta,
tan to que cos tum a assi nar seus
.\ o .1 p o rt arm os, fiqu ei artigos de jorn al com o nom e de
arr cido com a exo ticid ade Pro udh on, mas há um cert o
d :u t e rra . Os hom ens rece io da pe soas ao
' tem-se com o ingleses e com enta rem o fato.
fala m com o fran ce es. Já
Ape sar da influ ênci a
a mul h eres pa r ece m
anar quis ta , Patr ocín io é
pres as na épo ca feudal.
ante s de tudo um lega-
ó s.1ht m co;.rinhar e lista (é inco eren te, eu ei,
fal. r <la co usas domés- mas é assim). Ele defen-
tic. s. F n:lo é ó isso,
de uma abo liçã o feita
o n egro da q u i são
lega lme nte e de mod o
trat ado s com o obje - pací fico . Por ém, nem
to s. Pod e se com prar,
todo s os abo licio nistas
n ndc r, us,lr e .1çoi t.1r
são assim. Há um grup o
um neg ro. O Bras il é
radical, os caifazes. Eles
um dos foi s úni co
são com o a Ku K l u x
p í es qut aind .1adm ite
Klan, só que ao inve r o.
a pr.ltÍLl (o Out ro é cl
And am arm ado s e ince n-
J m. ic,1) . Logo percebi tiva m as rev o ltas d e
ue o \·dh o D. Pedro II
escravos . Ger almente atacam
n o Jcc iL bem o e era-
as faze nd as libe rt and o o
. m o bra ilciro, e preferi não
n egro s . Mu i tos fo rma m qui -
toe r m 1 n t L' .t unt o .
lom bos (aldeias de neg ros fugidos no
m eio da Mata Atlântica) . O exército bras ileir o
o
te m per seg ui do os n eg r os fu g id o s e
n ao ~ d e t o d o ver d ad e q u e o
quilomb os, mas já percebi que a mai oria do
r gi mo ' t:io bem ,iceito aqu i .. Ele é de
rat. do com o um<t nor mal1d.1de; gen er ais não gost a de pres tar e te tipo
1 r do
ntrctam o, j' há algum tem po, com eçaram a serviço.
surg ir hom ' II que ·e indi gn.11n e L~
z: m
. o~ repuhli e an o~
di cur os infl m ãd os con tra a es r,n 1dao
utro di. , vi icav. um. Ji~r.lri. f.~m os,~ .tqui Outrn fi gura bast <mte curiosa que con he
n,1 li vraria Gar nicr foi um tal de uint
ino
na corte br ~ileírJ - , 1.un1 cr - La, .10 Ílln da o o
tard e, o inte1 eclU .IÍ 5 do Rio de Jan eiro
se Boc,lÍÚva. Ele é um homem b,, tante fam
po r ,tq11i. 5eu nom e Je wrd ,1dr n:lo é e
11 es 'te.
enc ontr am para tr.i v;ir ap.1ixonado s dcb.

d dposta do Seg11ndo Império


umuno d t u um obr nome indígena Os escritores franceses são muito lidos no
p d r pro a de u nacionalismo ufanista. Brasil, apesar de eu tenha conhecido uma bela
El ' nh ido por us ataques ao império e dama que jurava ter Victor H ugo escrito
monarquia. i e pregando que a solução durante a Revolução Francesa. Eu teria até
il é a mone de D. Pedro II. acreditado nela, se não o tivesse conhecido
pessoalmente no ano passado. Mas, tirando
ao i por que tanta raiva do bondoso estes pequenos deslizes, até que é um povo bem
lhinho. É verdade que atualmente ele tem culto. É claro que me refiro aos que freqüentam
ado um pouco esclerosado (volta e meia o palácio de D. Pedro II. O povão mesmo é
esquece as cousas), mas é uma criatura doce, bem ignorante, vivendo em cortiços degradados
gentil e de uma cultura extraordinária. Sinto- (a maioria fica pra dentro da cidade, num bairro
me um pouco diminuído ao seu lado. Ele chamado Botafogo, e no próprio centro,
parece conhecer toda a história do mundo. principalmente n~ rua do Ouvidor). Eles têm
abe de detalhes sobre quase todos os assuntos. algo que lembra o Harlem. No início foi difícil
cho até que ele conhece RPG, embora isto distinguir um escravo de um pobre na corte,
não deva existir por aqui. Tenho medo de até que descobri que os escravos andam sempre
tocar no assunto e descobrir que o Brasil já descalços. Pode-se dizer que no Brasil o status
fez um RPG chamado, sei lá, talvez Desafio social vem de baixo ...
dos Bandeirantes. Por falar nisso, você sabia
que o Brasil produziu histórias em quadrinhos tJ <l$Colha da expedição
nte de nós? Tem um Ítalo-brasileiro Já faz um mês que cheguei ao Brasil, e esta
conhecido como Angelo Agostini que criou noite iremos eleger a expedição que irá me
um aventuras engraçadíssimas, (estou acompanhar na aventura à Selva Amazônica.
mandando uma junta com a cana). Não entendi bem por que, mas esta expedição
está causando um verdadeiro frisson na alta
ti cultura sociedade.Tanto que a própria Câmara Nacional
designou os homens que participarão da
comissão selecionadora da expedição. E adivinha
para quem sobrou esta batata quente? Para ~eu
amigo aqui! Enfim, esta será uma grande noite.
A festa começa em poucas horas e e sa
pode ser a única chance que vou ter para lhe
escrever. Ainda não tive muito tempo para
escrever minhas uma opiniões sobre o Bra il,
e o que estou mandando são apena ra cunhos
iniciais, além de idéias soltas. Para resolver e ·a
falta de informação procurei reunir, junto ''
e sa carta, diversos textos, documento e
depoimentos de pessoas imponante obr 0
p , q seguem em an o.

tio \?enc:edor 01 bota h)§ a aposta do Segundo Império


/
'
'I ;' I
/
.•

/ ~

tlo \?eneedo r es ba la taá:S a aposta do Segundo Império


®· :Pedro II
Como em todas as partes do. mundo, há histórias
muito estranhas por aqui. O governo deste
gigantesco império, nos últimos 45 anos
tem sido marcado pela disputa de doi~
grupos: os liberais e os conservadores.
D. Pedro costuma ser o moderador
entre os dois. Ele está sempre tentando
manter o tênue equilíbrio entre essas forças.
Mas esta é uma tarefa árdua e difícil. Talvez
isso explique o envelhecimento precoce do
pobre monarca. Descobri, há pouco tempo,
que este velho homem, que aparenta ter mais
de oitenta anos, mal completou cinqüenta
(vou tentar mandar uma foto dele para que
você mesmo tire suas conclusões).

TI Ciêneie
D. Pedro é um grande monarca,
provavelmente o melhor que este país poderi<1
querer. Ele é uma criatura adorável e de uma
cultura ímpar. Mantem-se sempre a par das mais
ovas tecnologias e procura trazê-las para seu
pério. Ele mantém agentes pel o mund~,
1<.~Hl~~r.regados de adquirir os prin cipais
•iallla.eutos de livros e revistas para enriquecer
.
r.u1ws seu pnmoroso acervo.
esteve na exposição uni~e~sal
161'1U1rao10 ,
·a, onde se encantou por vario
o.ostrados. Você sabia que D 0~
1

ou Graham Bell em sua invenǕ10


fá instalado ainda es e ano 110
amantes da ciência crrtJmente
aii>ec:ial pelo imperador.

a aposta do Segundo Jmpérro


pelos republicanos. Apesar disso, jamais tomou
nenhuma atitude que limitasse a liberdade de
A ci'ncia nfo é a única preocupação de D. expressão. A cada dia, aparecem e desaparecem
Pedro. A cultur..l também recebe grande incentivo. diversos tablóides oposicionistas. D. Pedro limita-
Freqüentemente ele concede b~lsas de estudos aos se a defender que todos têm o direito de pensar e se
m.lÍ Yari.ido artistas. Um dos mais conhecidos é expressar como qwserem.
•1rlo Gome , autor de músicas consagradas não
,Ó no Br<l il como também na Europa. Mas nem É difícil acreditar que existe um imperador
ó de con agrados vive a arte. Muitos dos bolsistas tão democrata nessa época, mas ele é assim. Você
br.i ileiro não se tornam conhecidos e por isso deve estar se perguntando como pode haver
não chegam aos ouvidos do povo. republicanos então, não é? É fácil. Apesar
de ser um imperador tão justo,
Outro dia, ouvi uma história D.Pedro não governa sozinho. Sua
que ilustra bem a generosidade função é manter o equilíbrio
do rei. Imagine que ele visitava entre os poderes deste império.
o colégio Pedro II (ele E nem sempre ele é feliz. Há
financia e mantém um um sem número de coisas
colégio que leva seu nome) das quais ele não gosta mas
quando encontrou um que tem que aceitar. A
garoto fazendo carica- mais grave dentre todas é
turas suas. Ao invés de a escravidão. Ela é o
repreendê-lo, D . Pedro alicerce econômico do
elogiou seu trabalho e Brasil. Sem ela o país iria
deu-lhe uma bolsa de à falência. O povo não
aperfeiçoamento na entende isso e culpa o
França. Antes mesmo do monarca por esse esta-
garoto termmar o curso, do. Se você quiser ver o
D. Pedro já lhe encomen- monarca entristecer é só
dou um quadro, que di- falar sobre a escravidão.
zem não ter ficado pronto
Este tempo que passei
ainda (acredita-se que o
na cone brasileira foi deveras
jovem está dando o melhor
interessante mas está chegan-
de si).
do ao fim. Dentro de três dias
1J Política estaremos partindo para Amazônia
aonde há cobras, onças, jacarés,
Na política, D. Pedro é um hábil aranhas venenosas, índios antropófagos,
articulador. Ele está sempre na corda bamba, encolhedores de cabeça, mosquitos e doenças
tentando se manter no viés entre os liberais e os desconhecidas. Vou partir e não sei se voltarei.
conservadores. Jamais deixa que eles fiquem no Espero que sim, porque senão você nunca saberá
poder por muito tempo, incentivando sempre o como terminou esta história ...
revezamento. Houve uma época em que a
habilidade do rei quase uniu os dois grupos. Mas Abraços,
um complexo golpe foi preparado por
conservadores radicais, culminando na Guerra do do saudoso amigo Tom Olam.
Paraguai. O golpe separou definitivamente os Rio de Janeiro, Brasil
conservadores e os liberais e fez surgir um terceiro
grupo: os republicanos. 1877.

Dizem que desde então o imperador vive


deprimido. Ele é freqüentemente ridicularizado

tlo \/eneedor as beta1as a aposta do Segundo Império


:" ~ -- .·
... !' -

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tio \?eneedor ª' boº'ª'


t ª aposta do Segundo /mperJO
,.
JORNAL DO COHMERCIO
Câmara Nacional define Comissão
Oc~J que foi anunciJda. J f.uno,~1 ,1rxNn l' prc~tigiatla.~ dt'
no," ·' .mgu-..t:I ~oci "da<le. Atl\1:- m\lll 1
cntn- \'o, a E\cclên ·ia Dom P:xlro TI e o Rei Luí~ dis ·us:>ão chegou-:-1..· aos . eguintl·~ lll llle:-:
II d.i B;l\ 1era. tcm-:-i: ri ado mui1:1 ·onfu~ào.
- r. Ca-.telo Rc,p•:i~ldl inl ·l ·tuaL 1:onh1..-cido
E: ·IJre '!\!mo:- º'
leitorc' ~obre c:-'e õ.\l :-.unto de como "o homem qu' fnlajavan~~". f'amo~o por,, sinai
1n11 mtânc1.i '11al para o Jc-. ·n,olvim •nto do
uma coluna rcgul:lr:; )brc Jnv:i lll'Slv jornal.
lm1)(.!no
- ltt11:ehnl Dt·o<lorn da ron:-cca - Mil itar k
quele:- que Julgav:1m n di ... putn uma
pre~tigioentr ·o fü.c1 ·i10. e leal .10 impl·rador. Portn-
nccntri idade de do1\ monarca:; in on~cqü ntcs
vo7 da~ in~ati:>foÇôl·~ de sua cla:.:.c perante o govcmo.
Cl)m ·,1111 a dar o brJço a tm ·çr. o contr.irio do
que dwam o:- críti o '"'"' não ~ ·r.i um ..pique- - Eduardo La 'mmcrt Livrcirn e 1mifi ·o
nique c11\t,111do vario, conto:- de 1iis... ma~ uma franecs, dono da 1.\·po~raphh1 lfnin•r.,al. Editor Jc
e'\pcdiçJo bl'm plancJada com uma . trie de vürio:-. c:-.critorc,. imprime .,t·u~ Ih fl)' no Bra:-.il.
ObjCll\ ()\ l'ICnllfltO'> •I ~l·n;m :ikan ·ad~ .
- Loui Baptbtc Garnicr - Li I'\'Im francê~
A mata 'irg m 15 o !-Onho eh: qualquer Publica a maior pmte dos l'!>rritorcs m1 ·ionai. (o:. li\ t\h
pc qu1,Jdor ou aventureiro. ma quanti<l<Jck silo i111p1 'Sl>O~ cm Pari~) c é dono da Livr.1na G:in11a.
1ncont.1\ cl de c'p~cie~ nfio ~catnlogadn'. rribos na nin cio Ouvidor, ponto dl' encontro ele :1nbt:1' e
m<hgcna!'> que nnn ·a th c1~1m contato com o homem in1elcc111ai!>.
1.:1\ il11ado ou rm•,1110 cria1urJ~ font~l.ticn~ como o
- Quincnl-. Borha - Au1c procla111:1Jo til ,ofn.
!\1:1pu1guan nu Boiuna aguardam º' membro. da
bp.:diçlo lm("ll.'rial. Quem '>ulx· o que mai-.. pode crindor do l lumanitismo. um~1 rcvolueio11:1rin ~·-.\.·ola
lilo1>ófica.
~cr encon11~1dl> nc~'e" milhan.:'> <k quilõmctm~ nno
1..'\ploralfo~·~ T.1ht'1 ª' lenda. do Eldor.1do ~cjam irni\o Bacnnrnnc. o Alicni,ta - lc<lico ilu:-.ln:
1..·l\nf1rmuJ.1:- e 110'!\º' hra \ lb band irante:-. do interior ílu111in •n,e, onJ • con~truiu um a~iln pam
moJcmo-., 'l1lte111 com º' hobo' rcpl ·to1' de ouro. louco' no qual internou 4u:1M! totb a vila d· lt.igu111 .
Co11!>1dcrado por muito:. t·omo o maior do~ médi ·o,
D ndku!Jri1:1da ,1 rnbi ·ada. Em pouco
<lo Bra,il. de Portugal e da., E-.p.111!1a:..
1emro ap.1rl'l'cr.1m inum ·nh \'Oluntáno' l'ongt''>tio-
~do ª' rcraniçex'' pübli ·a . ª' iJo, por uma vaga. Tom Ola111 Aventureiro Vllldo de outra
AI ticura' 1111cm:idonai~ lm10 harlc' Dar\\ in e dimensão. -..crve o rei Luí ... li da Bav11..•r•l. Foi t)
Alln: i·W•.lll.iú' mo.,1ro111 , 'i11te1~ ~ado,, no projeto. rc p<'n-..ávcl pela viloria do!\ h6 aro:- co111ra o~
Arntll." e'tiwram no pai' ha '.úio-. ano~ e <lbputan1 prth~i:ino!>. há algun' ano,, Mvido Ih inovaçõl·~
a pat nuJade da 1eoria da ' cl ·ão n tuml. tccnológil·a., que trou\c de ...cu mundo.
flcriu dec.:1dido que -.0111entc um e:-rx-ciali ta Elc, e tão C\tuJando urna cnonnc fo.1a l'Olll
cm 1..·aJ.l úre.i ptltkr.i in1egrar o grupo e~pcdi ·1011:.\rio. imimcro, nomci. t' nc'"ª primeim ct:ipu i) mimem ck
crá nt'\:C ~o 1..· ·olh..:r e111ão 11111 oenti ..1:1. um candidato' deve <li mi nu ir t·on-.idcrawlmentc. Dcntl'\\
médJCO. um na.tur.ili 1.1. um c....:n1or e por fim um do., pró;\11110, tnnta dlih o impcmdor íC•ll11ar.i unrn
avcnrurc1ro. Como rc..oh.cr quem irá realmente :1 grande fe:.ta para a alta M ·1t·dadc cari01..·a ondc º'
Amat.õrua em 11lé10 il tanto~ ,·anJ1d.110 ., prin1:1pa1-, camlidahh ...c1110 convidaltO\ pnra I.' planar
-.uJ' 1dé1;i... lll'tttc il co1111"ào. E.. ta dará !'ICU p~1rc\·er
Para rc oi er e ~e paoblcma J Càmarn
ao li 11al da noite
xíorutJ lran! lcnu ('' a rc,pon ab1ltdad p.1rn uma
u1m1 > JUlgadoril çompo~ta (lOí li~ur;.1-.. 1h1.,1re~
€sfe:t é VIH4 Ó"e:tr7S"Cr'/Ç4o Ao longo desse livro,
#e:; e:;v/e:; /r1e:;v9vr'e:t/ #e:; . passaremos as infor-
évr'lffe:f #e /~77 #o Co/é910
mações básicas que
Pe#r'o "" e,x-pje:;r1e:;#e:; _por- seriam conh ecidas
Rvt" Bt:fl"'boS"e:;" VIH ~ot/el'H
4P'~o #e or'e:;fór'le:t
por um tÍpico brasi-
br'1/he:;rt{e. leiro da época. Vocês
1
perceberão que exis- 1

tem algumas difere-


nças entre o nosso
Om panorama mundo e a realidade
de Castelo Falkenstein.

mundial no ~éeulo XIX Rui Barb osa, por


exemplo, não fez esse
discurso na vida real.
(...) a Europa encontra-se agitada cultural e politicament~, d~v~do As informações pre-
a diversos movimentos revoluc1onanos. sen tes n est e docu-
mento, contudo, são
s revoluções de 1830 e 1848 surgem a partir do momento verídicas.
cm que as forças de oposição de levantam contra a ação nota dos .wtam
repressora da Santa Aliança, que tinha por finalidade
garantir as determinações do Congresso de Viena {1815).
Esta oposição articulava-se aos princípios do liberalismo e
nacioiialismo, sendo que, a partir de 1848, o socialismo juntou-se às
ri corrent já existentes. A oposição estando organizada, conseguiu
os pouco mudar a face política da Europa, que ficou nitidamente
di idida m dois blocos: a Europa Ocidental {Inglaterra, França e
'l · ) onde triunfou o liberalismo moderado, e a Europa Oriental
( · P ' · e R' ia), que permaneceu como bloco conservador.
SUlllse<lüentes a 1848, p6s-revoluções liberais, o panorama
,~piJ.,.,a;v eur°°'~ foi erizado, então, pela chamada Política das
~ICM)D.lüdack:s.. Foi D clima que ocorreu a formação do reino da
anro1111uan,to do Império Alemão e a Questão do Oriente
,. ,..•!Diíu.ciom • mtemacionais. O fortalecimento de partidos
MaDde:sto Cmnunista de Karl Marx marcaram época.
suu máquinas impulsionadas a vapor,
~~'~Pftl••iàliaMadocros;8rlt'ldot produiorese consumidores através
Jl'ail5P01rt0 e comunicação. Esta fase
'!.;..~•'•-•P'°P~mDllilO Ul~;mr:unorda ~ol~ que mais
ª"°'-.rJt:Sild~~ ~ outro países.

tio \?encedor 01 bototo1 a aposta do Segundo Império


Fourier, Loui Blanc Blanqui e Proudhon,
porém toda falharam igualmente.
:\ de -·oberu de nO\'a té nica permmu
m ·.miz.1çào da produ ão con olidando o Já o socialistas científicos tiveram como
·i tem.\ fabril ·om a aplica ão do capitais em seu principal articulador Karl Marx que, em
m.iquin,\. e matéria -prima . Porém, o alto colaboração com F riedrich Engels, lançou suas
- i to d.i máquina e ferramentas industrias
idéias em obras como o Manifesto Comunista
, . (1848) Contribuição à Crítica da Economia
Y.l · ,\ o empre ano a utilizá-las
: men iYarnente, a fim de recuperar os Política (1859) e O Capital (1867), numa
inv timemos iniciais e obter lucro. tentativa de corrigir as disparidades
I r.1 feito mediante o emprego ocasionadas pelas desigualdades
d urna mão-de-obra barata e SOClalS.

numerosa, submetida a A seguir, apresento uma


ºornadas médias de visão mais detalhada dos
trabalho de dezesseis I
pa1ses mais importantes
hora por dia. Mulheres da época: grandes nações
t crianças eram como a França, precur-
Largamente empre- sora de movimentos
gada , uma vez que sua culturais e intelectuais,
remuneração era infe- e a Inglaterra, pioneira
rior à da mão de obra da R evolução Indus-
m.isculina. Es. a super- trial e grande potência
ex pl o ração levou o econômica; os turbu-
ope rariado a identi- lentos países da Amé-
ficar o ernpre ários rica Latina, nossos
capitali ta como fonte vizinhos, e o começo de
de . eu problema , uma era dourada para os
d<tndo início a movi- Estados Unidos, que já
mento grevi tas e de começavam a despontar no
reivindicação, ndo apoiado panorama mundial.
por jornai e periódico que
defendiam eus inrere e . frança
Foi a opressão francesa sob Napoleão que
provocou reações nacionalistas na Espanha,
Surgem então os socialistas utópicos,
na Rússia, no Tirol, na Baviera e na Prússia.
reformadores sociais que procuravam
Ela foi uma das causas do nacionalismo no
apazjguar as agitaçõe operária , disciplinando
final do século XIX. Sempre à frente dos
a rdações de trabalho, profundamente
movimentos _culturais europeus, seus idéias de
alteradas logo após a Revolução Industrial. O
Liberdad e, Igualdade e Fraternidade
pioneiro dessas reformas foi Robert Owen,
influenciaram por muito tempo países do
proprietário de fábrica de algodão na Escócia,
mundo inteiro. Não é à toa que, mais tarde,
onde criou uma colónia-modelo, que atingia
e m 1830 e 1848, ressurgem es es ideais, que
o princípio inviol.ível da época, o regime de
marcam no sa Hi tória por terem assegurado
propriedade privada. Experiências sem e-
o domínio do poder político para a burguesia
lhantes foram tentada~ por Saint-Simon,

110 \?gneÇ?dor tl~ be te las a aposta do Segundo Império


grand massas de Suez, ligando o Mar Vermelh
. o ao M
Me dtterraneo. Napoleão III a . ar
11
· ocracia. Porém,
. o carater
mc>V1Jinentc>S aisswmu~ mais ' . .
movimentos nac10n alistas e
poiou 0
s
d reforma ocial .d d d f uropeus
consol1 an o, essa orma, a supren--. · '
. ..iac1a d
ndiçoe de vida dos França no contmente europeu. ª
ô Imperador cai
11
Com a queda de Napoleão III a Fr
. .. d , ança
o foi wn período de grande passou a ser. , d.1ng1 a p or um gove rno
Ge:senlVO imento para a nação prov1sono, e conv~~aram-se eleições
lnlllces;a, quando Luís Bonaparte para as Assembleias Constituintes.
Tr.anaormou, através de um Com a derrata na guerra com a
o pe de Estado, em um Prússia e a vitória aos monar-
pério em dezembro de quistas em 1871, o descon-
S 1 (18 de brumário). tentamento do povo pari-
Euta'W!nte um ano após siense fe z crescer a
o golpe de Estado, Luís agitação na capital, preci-
Bonapane através de pitando, assim, uma
um plebiscito, pôs fim insurreição. Assim, em
a Segunda República e março de 1871, com a
in títuiu o Segundo participação dos traba-
mpério, fazendo-se lhadores parisienses, foi
coroar como apoleão organizada a Comuna
de Paris, um governo 1

Sob sua adminis- revolucionário de


ração, a França voltou a tendências socialistas.
um grande potência Entre algumas das medi-
ropéi . o plano polí- das adotadas estava a
.co o Império caracterizou- dissolução entre Estado e
p lo autorit ri mo que Igreja. Porém, a Comuna não
ia guran das classes teve chance de fazer muita coisa
n e · logo esta apoiavam pois durou apenas dois meses. Em
JDl!pajaclOr. o plano social, maio de 1871, os partidos revolucionário.s
."
oomico .. forma literalmente dizimados, e foram preci-
e a execuçao
IDDIS ,PRlC:U fizeram baixar a
sos quase vinte anos para que o movimento
deliem ~rao..;;;:i1roii=.m, a situação geral operário pudesse se reconstruir. No período
de 1871 a 1873, a França ficou sob o controle
de um governo de transição até que, realizadas
novas eleições, MacMahon recebeu. um
mandato de sete anos. Consolidava-se a 1111 ª
Terceira República Francesa que, apesar, de
.úmabilidades momentâneas, mantém-se ate os
di de hoje.

TJo Vencedor ª' batata~ a aposta do Segundo Império


Inglaterra Se por um lado a Inglaterra trazia o barco
a vapor, que se move sem remadores, e as
a Inglaterra, de de 1689 não há mais máquinas industriais, que substituem o
ab olutismo. Apesar de ainda haver um rei, trabalho de diversos homens, por outro
pode- e dizer q~e e~e é ~eram~nte ~igurativo . forçava crianças e mulheres grávidas a
Sua única funçao e atrair tunstas a pequena trabalharem 16 horas em pé em teares,
ilha. Provavelmente foi este fato que permitiu restringia suas universidades apenas aos
ao paí britânico um desenvolvimen to anglicanos e o voto era exclusivo dos homens
econômico e político tão surpreendente. proprietários de terra e com altas rendas. Não
Desde que os reis ingleses perderam o causa espanto que os franceses tenham
poder, a Inglaterra saiu da situação se revoltado contra uma sociedade
de país subdesenvolvi do, tão ultrap assada e tenham
alimentado pela pirataria, tentado impor um novo
para se tornar o ma10r padrão ao mundo civili-
poder do mundo atual. zado. Liberdade, igual-
Quando Guilherme dade e fraternidade, o
de Orange aceitou abrir lema da revolução fran-
mão de seu poder na cesa que hoje estampa-
Revolução Gloriosa, se em sua bandeira,
deu início ao desenvol- caiu como um raio
vimento britânico. O sobre os ingleses.
parlamento inglês,
cujo poder era exer-
hlós e os
cido pelo Primeiro inglílS!ZS
Ministro eleito pelos
Numa época em
deputados, incentivou o que o mundo dividiu-se
desenvolvimento técnico entre a revolução intele-
científico. No comércio, ctual francesa e o arcadis-
abriu-se espaço para o livre mo inglês, nós infelizmente
mercado e a economia inglesa fomos submissos ao segundo.
deu sinais de fone crescimento. Não foi apenas fugindo de
ão tardou para que surgissem as Napoleão que a Corte portuguesa
primeiras indústrias têxteis. Logo a mudou-se para o Brasil; foi por ordens
Inglaterra tornava-se única senhora do mundo. expressas dos embaixadores britânicos que D.
O bebo Inglês pára João efetivou sua mudança. O Brasil entrava
na contramão da História.
Não é exagero dizer que a Inglaterra
Os menos idealistas diriam que a França
, mandou no mundo até o surgimento de
de Napoleão não lutou pelas questões sociais,
apoleão Bonaparte. O general francês foi. a
mas apenas para conquistar mercado para a
primeira (e até agora única) voz que consegum
insipiente indústria francesa. Pode ser. .. A
erguer-se contra o poderio inglês. Apesar das
verdade, contudo, é que a queda de Napoleão
maravilhas que os ingleses trouxeram ao
devolveu parte do prestigio britânico, mas
mundo com seu capitalismo liberal, sua
outra parte foi definitivamente perdida. O
sociedade ainda era arcaica e excludente.
mundo já não era só inglês, havia a França

tlo \?encedor a&:i batatas a aposta do Segundo Império


" .rn i t ri z t': p<1 l íti e J , • eu l t u r.li s e Em 1837, foi a vez da Inglaterra assumir a
• Ol. mi ·.\ ·. ~k . mo,\ ·. im. o ol j.m1ais se põe contra-mão da História. Pela primeira vez um
n imf ~ rio hrit1nico. A lngbterra tem rei , ou melhor, uma rainha, voltou a ter poder
-ol 'nil · no cin('o continentes, e ainda neste de fato. Refiro-me - obviamente - à rainha
.m l Índia foi anexada ao eu império. O Vitória. Durante seu reinado, a Grã-Bretanha
Bra. il. inielizmente. manteve-se submisso aos tem se mostrado mais arrogante do que nunca.
i n~le:e ·. ! r .l independência brasileira, a Territórios são anexad os e gover nos
Ingl.uerra exigiu que o Brasil assumisse parte desprezados. É bem verdade que uma nova
d.i di,·ida externa portuguesa. Submissamente fase de progresso instalou-se e novas invenções
.i umimos uma dívida que nem era nossa. têm deslumbrado o mundo. Afinal, quem
poderia imaginar que verdadeiros navios
tJbaixo a !Z3cravidão singrariam os ares (falo dos dirigíveis ingleses).
As colônias inglesas se aproveitaram Não duvido que a suprem acia da marinha
hast.rnte da mão-de-obra escrava para seu vitoriana venha, um dia, a se expandir para
I

desenvolvimento, mas em meados dos anos supremacia aerea.


vinte ela já era desnecessária . Os países
tJ Que,stão Christi e
concorrentes das col ô nias inglesas, ao
contrário, tinham na mão-de-obra escrava seu A arrogância e prepotência inglesa para
único sustentáculo. Sabendo disso, o conosco atingiu o clímax em 1862. N esse ano,
parl.lmento inglês decidiu declarar uma guerra o navio inglês 77Je Prince of Wales naufragou
.. humanitáriJ." <.:ontra escravatura. Apesar de no litoral do Rio Grande Sul. A carga do navio
abolicioni ta conYÍcto, só posso ter desprezo perdeu-se no mar, mas parte alcançou as praias
por suhmt•terem uma questão tão grandiosa brasileiras. E como achado não é roubado, o
.io mt•squínho, interesses econômicos. povo apropriou-se dela. O embaixador inglês
W illiam Christie exigiu que o governo
Em 1816, D.Pedro l assinou um tratado
comprometendo-se a acabar com o tráfico brasileiro pagasse pela carga do navio, numa
atitude não só déspota co m o tamb ém
negreiro t' m três .mos. O tratado não foi
cumprido t' o · ingle es consideraram-se no descabida. Pela primeira vez mostramos um
direito de :aqut•ar todos o · navios negreiros mínimo de dignidade e recusam o-n os a
bra ileiro . Tjo fizemo nada para impedir. cumprir tal absurdo.
No ano seguinte, dois oficiais da marinha
britânica, bêbados, saíram praticando
bagunças pelas nossas ruas . A polícia foi
eficiente e prendeu os arruaceiros. O governo
inglês, mostrando seu total desprezo a nossa
soberania, exigiu: que o alferes que prendeu
os oficiais fosse demitido; o se nti nela,
castigado; o chefe de polícia da Co rte ,
publicamente repreendido; e que o governo
fizesse um pedido oficial de des culp a ·
Mantendo-se firme, D. Pedro II naturalmente
não atendeu às abominávei reivindicações. A
Inglaterra mostrou sua yerdadeira fa ce
invadindo e apreendendo cinco navios no
pono do Rio de Janciro.

a ,1post,1do Segundo Império


O :Brti~il 3g hum~~~-- - - ~:depen-:;;::-;:pano-a:::: abrangeu
todo o subcontinente em movimentos
1.
A revolta do povo foi tão profunda que violentos sendo, em todas as partes, um
D. Pedro exigiu um pedido de desculpas por movimento fundamentalmente político,
p rte dos ingleses. Como este não veio, as significando a troca da autoridade, mas com
relações entre os países foram cortadas. Três mudanças econômicas e sociais mui to
anos depois, nosso imperador dava sinais de marginais. As guerras causavam grandes
fraqueza, indenizando os proprietários das perdas de vidas e de bens; o terror. e .ª
cargas perdidas no naufrágio do 1he Prince of insegurança provocaram uma fuga de capitais
Wales. e mão-de-obra, dificultando a
Atualmente, o primeiro- recuperação economica dos pa1ses.
A • I

ministro Gladstone tem As primeiras décadas de


tentado devolver o rumo liberdade foram marcadas
liberal aos ingleses. Não por violentos debates
creio que obterá grande políticos entre o centro e
êxito. A Inglaterra está as regiões periféricas,
descobrindo o que todo entre o livre comércio
o mundo civilizado já e o protec1on1smo,
sabe: não há gove.r no entre agricultores,
democrático numa donos de minas e
monarqma, somente a industriais, e entre os
República pode ser que apoiavam as
JUSta. importações baratas e
os defensores da
t1ispano- produção nacional. Em
13mériea geral, a tendência foi
privilegiar as políticas de
A Independência da exportação de produtos
América Latina, entre • f • •
pnmanos e 1mportaçoes
IV

1808 e 1826, foi precipitada baratas. Mesmo assim, esse


pela invasão napoleônica da período de mudanças políticas
Espanha e de Portugal que, na foi visto com grande interesse pelos
prática, desvinculou as colônias de suas comerciantes, banqueiros e armadores
metrópoles . Isto ajudou a aflorar um britânicos (e depois por franceses e norte-
nacionalismo por muito tempo latente e que americanos), já que estavam preparados e
agora podia se expressar exigindo liberdade impacientes por preencher o vazio empresarial
política, autonomia administrativa e deixado pela Espanha.
autodeterminação econômica. A família real
portuguesa enfrentou estas exigências 11 economia ia mal
adotando-as e guiando pacificamente o Brasil
Após as guerras de Independência , os
para a independência como Impéri o
Estados hispano-americanos conheceram
autônomo, com sua própria Coroa e
grandes dificuldades decorrentes da
mudanças sociais mínimas. Em contraposição,
desorganização da economia.
a Espanha procurou cortar pela raiz as
pretensões de suas colônias. Com isso, a As possibilidades de conseguir um
desenvolvimento econômico nacional foram

a aposta do Segundo Império


sufocada pela e trutura nacional destes novos Com os movimentos de independeA .
. nc~
E tado onde a populações rurais formaram-se guerreiros, o que outorgou
mpobrecida ajudavam muito pouco as ·1· 1 d aos
mi ·~ares. u~ rape . p~epo~ erante, enquanto
indú tri locai . Sobreveio a independência, nas msutmçoes CIVIS remava a desordem
e gra ·ou- e a antiga divisão colonial entre Apesar de ser originalmente um líder 0 ~
uma minoria privilegiada, que monopolizava guerra, o tÍpico caudilho latino-americano
a t rra e o governo, e uma massa de também cumpria outras fun ções.
camponeses e trabalhadores que apenas Representava os interesses r egionais e
sub istiam. A nova estrutura de poder era a especialmente os econômico s. Era um
hacienda (fazenda), grande propriedade distribuidor de cargos e terras, elo de
de terra, que representava um uma rede de clientelismo. Os 50
investimento mais social do que anos de pós-indep endência
A • • f
econom1co Jª que usava constituem a época clássica do
demasiada terra e muito caudilhismo pnmmvo,
pouco capital, de tal quando n ações inteiras
maneira que se mantinha eram governadas com o
à custa de uma mão-de- poder d as haci endas,
obra barata, composta como no "coronelismo"
de trabalhadores brasileiro.
sazonais ou escravos. O
comércio não durou Confederação
muito depois da dos e stados
independência, e na tlmesi CôDOS
década de 1850 a
e cravidão foi abolida Apesar dos esforços
em todas as Repúblicas de Simón Bolívar em
hi pânicas. Contudo, os criar, n o Congresso do
negro , assim como a Pan amá, uma Confede-
maioria dos mulatos e ração de Estados Ameri-
mestiços, permaneceram no canos a fim de estruturar
'
último degrau da escala eventuais divergências e
econômica e social. Muitas vezes resistindo a qualquer legitimação
estrangeira, o projeto fracassou. Pa~a
1
vam a ser peões agregados, aos
quais era permitido usar uma faixa de terra na isso, contribuíram a oposição do Bras~l
fazenda em troca de um árduo trabalho. monárquico, contrário a regimes republi-
Depoi da guerras, os governantes canos; a resistência dos EU A, que temia~ 0
procuravam diminuir as tensões abolindo a contágio de idéias abolicionistas e preten~iam
· riminaçio social e racial, ao menos por lei. expandir-se pelas Antilhas; e a resistência da
T ' quíxram integrar os índios à nação, Inglaterra à formação de urna América forte :
1
ao obrigá-los a participar da economia. Isto coesa, o que poderia criar obstác ulo '
• JCOU divisão de terras comunais ,. econom1ca
expansao " · ·mgl esa, sem esquecer
. ,1
' . om1ssao. .. de vanos
, . E srn dos· ibero-
do o de particulare • o que propna
.
bend"iciaria , mas na pr' tica amencanos.
vizinhos brancos.

a aposta do Segundo Império


s CBudilhos O Méxieo
De S<l maneira, a independência da O México sofreu com a luta entre as
Am 'rica Espanhola fez-se ao preço de sua forças federais e centralizadoras por anos, que
unid.td . O período que se seguiu foi tiveram papel de grande importância nas
, pe ialmente difícil para os Estados latino- modificações políticas no México. Mais tarde,
americano . A separação da Espanha significou a massa camponesa e a baixa burguesia viriam
romper com o único elemento aglutinador a enxergar no liberalismo e nas idéias
entre ociedades heterogêneas que agora republicanas uma fórmula para a organização
enfrentavam o desafio de encontrar uma institucional da emergente nação, bem
in titucionalidade viável para seu como para canalizar suas aspirações
desenvolvimento futuro. O através de uma representação
yazio de poder acentuou a adequada. Já o setor antago-
decadência econômica e a nista, os crioulos conserva-
instabilidade social, que dores, buscavam uma
foram acrescidas, além solução via monarquia
disso, pelos profundos parlamentar e cidadania
conflitos políticos, restringida. Foi neste
preparando assim o 0
ambiente de instabi-
lt.APF RIO 00 BAAS11
caminho para o l!!i.?l lidade que se balizaram
caudilhismo. as lutas entre conser-
vadores e liberais. Em
A origem deste
1851, uma forte
fenômeno é complexa,
polêmica comprome-
podendo ser entendida
teu a Igreja e ao Estado.
em parte pelo apoio dos
O papel eclesiástico na
setores marginalizados
política começou a ser
das oligarquias crioulas a
questionado, culminando
homens de forte persona-
com a separação do Estado
lidade e carisma que adota-
e da Igreja, a venda das
ram um papel paternalista
extensas propriedades eclesiás-
frente às massas rurais. A relação
ticas, a expulsão dos jesuítas e o fim
do caudilhismo com seu povo se
dos foros do clero. Em 1857, um golpe
caracterizou pela grande identidade entre
de Estado tirou Benito Juaréz do poder, e esse
ambos. Para as massas, o caudilhismo
mesmo setor impulsionou a intervenção
representava seus interesses, e viam nele a
européia no México com a idéia de in taurar
possibilidade de obter o sonho mais almejado,
uma monarquia sob a coroa de Maximiliano
a terra, confundindo-a, inclusive, com o
da Áustria, o que não passou de um triste
sentido de pátria. Representava, além disso, a
episódio fracassado. Em 1867, Juaréz volta ao
proteção frente a todo tipo de necessidades, já
poder tentando reorganizar um paí
que também oferecia uma ampla gama de
mergulhado em uma grave crise e esgotado
retribuições pelos serviços prestados, desde
pelos prolongados conflitos interno .
dinheiro até patentes militares.

a aposta do Segundo Império


e o Brasil com isso? para governar em nome dos setores interme-
diários sem nenhuma forma de representação
o Brasil e no Chile não ocorrem guerras parlamentar. De certo m odo, pode-se dizer
civis devido às condições especiais em que que Francia foi um ditador com o apoio
ambas as nações conseguiram suas popular. Teve de enfrentar problemas com
independências. No Brasil, a autonomia foi Buenos Aires pelos direitos de navegação no
propiciada pelo próprio herdeiro ao trono de Rio Paraguai. O bloqueio da via fluvial por
Portugal, Pedro I. Com sua abdicação, a parte da administração argentina determinou
colônia separou-se definitivamente da o isolamento do Par aguai , que precisava
metrópole, o que ocorreu sem resolver o dilema de submeter-se aos
maiores alterações. A estabi- interesses de Buenos Aires ou
lidade política do Brasil deveu- mudar sua política econômica,
se ao apoio que Pedro II já que o afã independentista
. .
encontrou na anstocrac1a, ch ocava-s e com uma
ao respaldo da Grã- economi a dependente.
Bretanha (que investiu E st a mudança radical
importantes capitais) e p rovocou a queda de
ao fato de que o mo- Francia. Seu sucessor,
narca - ao contrano' .
Carlos Antonio López,
de seu pai - soube seguiu p elo mesmo
adaptar-se a uma caminh o mas não
. .
monarqma constitu- pôde evitar que o país
cional. se envolvesse em
pro blemas com s~us
Chile
v izinhos : o conflito
No Chile, também mais importante foi ª
uniram-se forças do guerra na qual o Br~sil,
conservadorismo e da Argentina e Uruguai s.e
Igreja, conseguindo impor uniram contra o Paraguai.
um sistema de governo Esse conflito, que marcou ª
presidencialista, consagrado na , . paraguaia,
po 1it1ca . teve suas
Constituição de 1833 e que perdura origens em razões fundam en-
até os dias de hoje, mesmo com algumas ·
talmente econômicas. Ao Brasi·1 , intere ssava
modificações. Desde 1830, o país tem mantido . navegaçao pe1o R.10 p araguai,. e Buenos
a 11vre N

uma calma social e política, somente Aires viu-se afetada pela decisão do govern,º
interrompida, recentemente, pela guerra com de Assunçao de levar seus pro duto s atraves
N
.
a Espanha (1865-1866), mas a situação, apesar de Montevidéu . O presidente p arag~a~o,
de séria, não afetou o desenvolvimento do país. ·
F ranc1sco '
Solano Lopez, tomou a inicianva
em uma guerra que durou sete 1ongos anos
e
. de ua
na qual o Paraguai perdeu dois terços
No Paraguai, a ditadura de Rodriguéz população masculina.
Francia teve duas diretrizes: aniquilar tanto
as forças reacionárias quanto as anticoloniais
olégio
. theneu é um
logradouro fictÍ -
cio criado por
Raul Pompéia.
Capistrano de
Abreu, entretan-
to, é um persona-
gem histórico de
grande importân-
cia, dentre outras
coi as, pelos tex-
tos escrnos na
cátedra de Hi ró-
na que ministrou
no colégio Pedro
II, em meado do
ec. XIX. Os
texto usado · ne -
te c.ipÍtulo, po-
rém. não são de
autoria dei e
nada po uem em
comum com o
tilo de Capis-
trano de breu.
El foram cria-
dos pelo autores
do ilve e tanto as
p r on gcn co-
mo os fato cita-
do são verídicos.

a aposta do Segundo Império


\ Hl ' \'ORI \DO 1MP1·RIO 7

Disposições iniciais
O período imperial bra ileiro pode er considerado muitas coisas,
m no tranqüilo. Durante o 55 anos de monarquia (estamos no ano de
l 77 ). o Brn ·il teve pelo meno trê repúblicas. No dia 2 de julho de 1824,
P rnambuco, Ceaní, Paraíba e Rio Grande do Norte reuniram-se na
Confed ração do Equador, elegendo como presidente Manuel de Carvalho
Pai d Andrade. Foi uma república efêmera, tendo sido rapidamente
g da pela~ força. imperiai . Manuel de Carvalho Pais de Andrade
e pedida uma condenação à morte por fuzilamento, mas, no exílio,
u uma curio a procuração para Tomaz Xavier Garcia de Almeida (o
r 1 or d eu proce ·so). de ·ignando-o a morrer em seu lugar.
...m 1 31. D. Pedro 1 abdicou em favor de seu filho, então com cinco
· e partiu para Portugal com o intuito de reaver o trono luso. Por
i an ·' tico que pos ·a parecer a quem conheceu o jovem impetuoso,

a aposta do Segundo Império


( '111n1/1t1110 t/1· 1\ IJ1t'1t

ele con:eguiu, sendo então cha~rndo de~- Ped_r~ IV (coisa de português).


0 Brasil. porém. o governo nao podena ser ie1to por urna criança, e foi
dado início ao período regencial. Uma emenda no ato constitucional de
1824 in eriu um novo artigo. o 26. Nele, definia- e que antes da
maioridade do imperador o Brasil eria governado por regentes eleitos
democraticamente por um período de quatro anos. Há quem chame esta
experiência regencial de experiência republicana. mas talvez seja muito
forte de igná-la a sim.
A eleição regencial. contudo, po sibilitou a consolidação dos partidos
político bra ileiros. Inicialmente. havia apenas doi : o Conservador e 0
Liberal. que durante toda a hi tória revezaram- e no poder. O primeiro a
a . umir foi o liberal, atravé do regente eleito Padre Feijó.
A constituição bra ileira de 24, aliá , tem um carélter híbrido. Por
um lado, o governo ·é fe ito por um gabinete de mini tros. designados
pelo Chefe de Gabinete (que po ui um papel emelhante ao de Primeiro
Ministro) Esta é uma organização de caráter profundamente liberal.
Entretanto. quem escolhe o Chefe de Gabinete não é a As embléia
Nacional, mas o imperador. A con tituição ganha a im uma feição
extremamente conservadora.
Em 1836, pouco mais de dez anos depois da Confederação do
Equador, foi a vez do Rio Grande do Sul, no extremo oposto, proclamar-
e uma república. A República Rio Grandense, proclamada no dia 6 de
novembro, elegeu como pre idente Bento Gonçalves. Seu fim não foi
diferente do da Confederação do Equador, embora sua efemeridade tenha
sido um pouco menor. A última república do impéri o ocorreu em 1839.
Influenciados pela Farroupilha (nome dado a insurreição riogranden e).
Santa Catarina proclamou a República Juliana. Em 1845. já tendo D.
Pedro II como monarca legítimo, a rebelião foi definitivamente
massacrada, quer dizer, pacificada pelas forças do império.
A paz durou pouco. Três anos, para ser mais exato. Em 1848.
Pernambuco insurgiu-se contra o poder moderador de D. Pedro II. que
afastou o liberais do poder. Era a famosa Revolução Praieira, habilmente
abafada e vencida. Seus líderes foram condenados à prisão perpétua,
ma no so bondoso monarca anistiou-os em 1852.
\ tn:TORI \ 00 \\IPERlO
9

Liberais x conservadores
"fui liberal. então a liberdade era nova no país, estava nas aspirações
, tcxlo. . ma.· não na · lei . não nas idéia práticas; o poder era tudo: fui
li 'r.tl. Hoje. porém. é diver o o aspecto da sociedade: os princípios
Cflll ·ratico tudo ganharam e muito comprometeran1; a sociedade, que
, 111ão corria ri co pelo poder, COITe agora risco pela desorganização e
13 anarquia. Como então quis. quero agora servi-la, quero salvá-la, por
L o.. ou regre si ta ...

Bernardo Pereira de Vasconcelos


O reinado de Pedro II foi marcado pela disputa entre liberai e
con enadores (inicialmente chamados de regressi tas), que se alternaram
no poder. Esta briga começou antes mesmo que o monarca assumisse o
trono. ainda durante o período da regência.

O primeiro Regente foi o liberal Padre Feijó. Seu governo, porém,


le\"e uma vida breve. terrninando por conta de sua renúncia diante da
c:ri e das Farroupilhas. Quem o sucedeu foi o conservador Pedro de Araújo
Lima que governou com braços de ferro, apoiado pela Câmera eleita em
1836. de maioria con ·ervadora. O governo de Araújo Lima incentivou a
lavoura do café. tornando-a a base econômica do império.
Em 1840 uma nova A , embléia. de maioria liberal , foi eleita. Como
a regência era conservadora, criou- e um impasse. Para resolvê-lo, os
liberai aplicaram o golpe da maioridade, levando D. Pedro II ao poder
ainda com 14 anos. O tiro, porém, aiu pela culatra. No ano seguinte, os
con. ervadorcs convenceram D. Pedro a nomear Araújo Lima Chefe de
Gabinete. Ele conseguiu aprovar uma lei restabelecendo o Conselho de
E: tado e reformou o código de processo criminal, dando o controle das
leições às autoridade policiais locais. quase sempre dominadas por
con ervadores.
A pior manobra dos conservadores, contudo, aconteceu em 1842.
O deputados de maioria liberal aguardavam a abertura da Câmara quando
foram uqxeendidos por um decreto dissolvendo a Assembléia Nacional
e convocando nova~ eleições, chefiadas agora pelas polícias locais. Após
CapiH1w10 de /\ breu

este ato autoritário por parte do poder. moderador,


E S São Paulo e M'in~ i

Gerais rebelaram-se contra a monarquia. m ão Paulo, o movi


.b 1 p d F .. , menio
foi liderado pelo h era e ex-regente a re e1JO, e em Minas· •por'T'1eo'fiJio
Otoni.
O conservador Barão de Caxia,s, chefe do Exército, rapidamente
sufocou as revoltas prendendo seu hderes. Em 1844, com a vitória dos
liberais nas eleições, D. Pedro anistiou o revoltosos e nomeou um
gabinete liberal que permaneceu no poder até 1848. Quando afastados
novamente do poder, o liberais pernambucanos insuflaram-se na
Revolução Praieira. Mais uma vez Caxias interviu, abafando a revolta e
prendendo Antônio Borge da Fonseca e Joaquim Nunes Machado.
Ambos foram condenados a prisão perpétua, ma em 1852 D. Pedro
concedeu-lhe anistia.
No ano seguinte ( 1853) D. Pedro II instituiu um gabinete que reunia
liberais e conservadore , iniciando a fase conhecida como Conciliação.
Foi um período de paz que aproximou os dois partido e fez surgir um
terceiro: o Moderado, oriundo do partido con ervador mas simpatizante
de algumas idéias liberais. Os moderados e liberais e treitaram tanto
seus laços que acabaram se fundindo no Partido Progressista.
Mas dizem que todo império tem ua ascensão, apogeu e queda. o·
dias de glória de D. Pedro II não poderiam ser diferentes. Contudo, não
foi por dentro que o império começou a ruir. O primeiro grande abalo
veio de fora, da Guerra com Rosas e Oribes que acabou decretandoª
independência do Uruguai, acirrando o descontentamento do
nacionalistas com o império.
À Guerra de Oribes e Rosas seguiu-se a Guerra do Parag.uai. ~i
Liberai · eram maioria na Câmara e o governo era feito pelo gabinete de
Zacarias Góis. Zacarias, era um homem de extrema popularidade.
. nmnr ,eu°
e ;.1clamado pelo povo. Os brasileiros tinham um ardor e pecial P? dll'
go emo e D. Pedro II compartilhava desta admiração pelo chefe
Mini ·tro ·. oder
Os con ervadores. porém, sentiram- ·e e cluído · do ~·1, 1,1"
prepararam um golpe baixo. O conservador Marquê. de '
\li\. WRI \no l ll'l ·RIO 11

n ant h.lhihdoso. que_ :ilenciou


e::
.. e venceu as Farroupilh as. a ~ .
01
h -.. Juliana ,, Rc\olu ao Pr~e1ra. ameaçou abandonar o comando ...f
J1(1 do Paragu•ti a, o Zacana não fo e de tituído. D. Pedro II . ?j.... l
t
olha a não ser di olver o mini tério e nomear um Chefe de
n:cn ador, ape ar da maioria da A embléia er liberal. E te
-.

1
ar.mtiu qu Ca ia permanece s e no comando da Guerra e culminou .
, t ria ora. ileira. ma acarretou o desconten tamento do povo para
1
m monar a. O partido progre í ta rachou e um novo partido liberal
urgiu.
Em 1 68. Zacarias voltava para a província de São Paulo, onde foi
bido e aclamado pelo povo. Em ua chegada um enorme comício e
nnou para recebê-lo. Os alunos da Faculdade de Direito de São Paulo
prepararam um di cur o proferido pelo e tudante Joaquim Nabuco. Já
p ra a tropas brasileira que partiam para a Guerra do Paraguai era um
outro e tudantc. colega de Joaquim Nabuco, quem discursava : Rui
Barbosa. No ano seguinte. fundava-se o novo partido liberal. No programa
do partido. uma nova bandeira: a abolição. D. Pedro II, famoso por eu
arnlcr humanitário. foi um dos primeiro a abraçar esta bandeira.

o Partido Republicano
M~ era tarde, os liberais afa tado do poder logo viram na monarquia
culpa do fracas ·o do governo. Não tardou para que a ala mais radical
d Partido Liberal rompesse e fundas e o Partido Republica no. A gênese
do partido iniciou-se com a fundação do clube republican o do Rio de
Janeiro. cm 3 de nO\cmbro de 70. Um mê depois, Quintino Bocaiúva e
had rdc \11.:ndonça redigiam o forno o Manifesto Republican o. Apó
tri" dia ele era publicado no primeiro exemplar do jornal A República.
i não ·ó o partido republican o. como também um dos maiores
Jomaa da hi:lória da imprensa brasileira.
Qu ndo circulou pela primeira vez, o Manifesto Republica no possuía
S m. tum . Estavam pre ·ente nomes como os de Aristides Lobo,
W 1 t Rodrigues Pereira. Rangel Pestana e, Lope Trovão, além dos
r tore do mani csto. Quintino Bocaiúva e Salvador de Mendonça .
binha do Tempo

( - lmpLmt,\ÇJO de um trecho da Floresta l818 _Os britânicos der rotam os maratas l'
• nuzonic.l no Reino d.1 Bruzundanga se transformam nos dominadores efetivos
da Índia; independên cia definitiva do Chill'
T () t - apoleão é proclamado I~perador
• ,

d.t Fr.mç,t; Independência do Ham 181.9 _ Os britânicos an exam Cingapura


como porto franco
1 0.'5 - Napoleão derrota a Áustria e, em
1.. (' 6, a Prússia 182 1 - Guerra d e Independência grega;
proclamação da Indep endência do Peru; D.
1 ~08 - Chegada da Família Real ao Brasil;
João VI volta para P ortugal, deixando como
abertura dos portos; é instituída a I~~rens~
regente seu filho, P edro I
Régia, primeira tipogra~ia bras1leir~; e
editada a Gazeta do R10 de Janeiro, 1822 - A Libér ia é fundada como uma
primeiro jornal colônia de escravos libertos; Independência
do Brasil e Pedro I é aclamado Imperador
182 3 - Independê n cia do Império da
Bruzundanga

1.. TO - Independência da Colômbia

í811 - Independência do Paraguai e da


Venezuela

1'.)l;) - Morelos proclama a independência 182..f.-Outorgada nossa primeira Constituição


do México
182,'5 - Independência d a Bolívia
181.1 - apoleão é derrotado em Waterloo
1829- Bruzundanga lança u ma campanh;:
e exilado em Santa Helena; Congresso de
"o centésimo turista que visitar o pais
Viena: Brasil elevado à categoria de Reino
Unido ganhará um estadia de duas semanas na
capital Bosomsy". Ninguém foi!
1830 - Os franceses começam a conquista
\ da Argélia

1831 - D . Pedro I abdica em favor do filho.

1831 - A expedição do navio Beagle, com


CharlesDarwin, passa p or Fernando de
Noronha e pela Bahia.
18:51 - O regente padre Feijó assina lei que
proíbe tráfico de escravos n o Brasil

a aposta do Segundo Império


- _ fundada a Livraria Universal, a 1848 - Henry W. Battes e Alfred Wallace
1 ;) ·1 . iniciam uma expedição à Amazônia.
primeira d,1 corte bras1 eira.
5 _ Tegros, mestiços e índios revoltam- 1849 - D escoberto dois anéis de diamantes
1
contra a elite do Belém (Cabanagem). no condado de T uiuiu, na Bruzundanga.
1838 - Inaugurada a Typographia Universal 1849 - Descoberto que os anéis eram falsos
1839 - Sai o primeiro exemplar do famoso 1850 - Lei Eusébio de Queiroz; O Império
Almanack Laemmert. da Bruzundanga proclama sua R epública.
l&W - Grã-Bretanha anexa a Nova Zelândia; 1851 - O café se fortalece entre as expor-
proclamada a maioridade de P edro de tações brasileiras
Alcântara, então com 14 anos que é
1852 - Queda da República na França; Luís
proclamado D . Pedro II, imperador do Brasil
Napoleão (Napoleão III) se converte em
1842 - Guerra do Ópio: Grã-Bretanha anexa Imperad or da França; guerra contra a
Hong-Kong Argentina e o Uruguai
1853 - O Condado de Tutu-Ko, na
Bruzundanga, torna-se grande produtor de
N

carvao;
1854 - Bruzundanga perde o Condado de
Tutu-Ko para o Uruguai~

1854 - Inaugurada a primeira ferrovia


brasileira; Irineu Evangelista de Sousa
recebe o tÍtulo de Barão de Mauá

18+3 - Bruzundanga anexa, por duas horas,


uma cidade Argentina.
1844 - Aberta a livraria e editora G arnier
1846 -Guerra mexicana: EUA conquistam
0
ovo México e a Califórnia; descoberto
ouro no Condado da Granola, Bruzundanga.
1
847 - Bruzundanga perde o Condado da
Granola para a Argentina.
1848 - Mov1mcntos
Eu . revo 1uc10nan
. I •
os na
ropa: proclamação da Segunda República
;a França; Revolu ção Pr aiei r a em
ernambuco.

a aposta rio Segundo Império


uerra franco- arda contra a Áustria; 1869 - É aberto o Canal de Suez; primei
o Pi monte adquire a Lombardia (1860); expedição brasileira à Amazônia em bus~ª
·omeç.l a unificação da Itália. do Eldorado. Expedicionários retornar~
com a carcaça de um estranho animal
Expansão francesa na África
1 t'i() - denominado Mapigu aribe. Aliados da
Ocidental de de o Senegal Guerra do Paraguai entram em Assunção e
1861 -Movimento bruzundanguê derrotam o Solano Lopez.
reivindicando uma saída para o mar; o
movimento falhou por motivos óbvios
1862/1863 - Questão Christie; ruptura das
relaçõ es diplomáticas entre Brasil e
Inglaterra
186..f - Guerra do Paraguai contra a
Argentina, o Brasil, o Uruguai que durou
até 1870. Bruzundanga mantém-se neutra
perante ao conflito.
786:) - Burundi rompe relações com
Bruzundanga 1870 - Guerra franco-prussiana; fundado o
1866 - Inaugurado o primeiro açude de partido republicano e o jornal "A República"
com um manifesto à nação; Primeira visita
Bruzundanga.
de Fur-hi-Bundo, embaixador da Bruzun-
1867 - O açude de Brnzundanga é tomado danga, à corte brasileira. D. Pedro II lhe
pela tribo do caboclos Vamborabora. presenteia com uma muda de seqüóia
1871 - C o m eço d a t erceira Repúblic.1
francesa: upressão da Comarca de Paris;
primeira viagem ao exterior de D. Pedro
II; Princesa Isabel assu me a regência do
Brasil; assinada a Lei do Ventre Livre
1872 - Instalação do cabo telegráfico
submarino no Brasil
1873 - Primeira República espanhola
187.5 - Crescimento dos partido trabalhi ta
socialistas; Disraeli compra açõe d.i
Companhia do Canal do Suez par.1,1 segur.~r
• /\ .
o contro1e bntamco na rota manu rn. · Jndt.\
I1\ '

• ha V '
1877 - A Rarn n o n a e proc1101
I ' I
· 'llb
imperatriz da Índi.1; o nda de terror. e
1868 - Fim do xogunato Tokugawa e . j r .
csp<l111a pe lo Rio ue .•metro . V't'nl'lS s.10
., r 1 • •
re tauração Meiji no Japão encontradas e tripadas, sem o hgado.

tJo Vencedor as bateta~


tl9 \?encedo r as bâ tatas a aposta do Segundo Império
63

... A força bra ileira lutavam bravamente no


campo de batalha. O barulho do canhõe inimigo
ensurdecia meu ouYido e minha vi ão e tava prejudicada
pela fumaça das caldeiras de no a máquina de guerra.
Submarino a \apor di paravam mo quete contra um
grande Zepellin paraguaio que cruzava os céu . O mortos
~ acumulavam no grande rio levando doença e podridão
em uas águas.
A guerra já durava vário ano e a tríplice aliança,
formada de Brasil. Argentina e Uruguai, empurrava cada
vez mai o inimigo encurralado para dentro de eu
território. A balança do destino e tava e inclinando para
no~ o lado. o Voluntário da Pátria ub tituíam a baixa
do no o lado enquanto o Paraguai era obrigado a u ar
mulhere e crianças para completar seu efetivo.
Minha ituação particular era bastante complicada,
comanda\ a um pequeno grupo que recolheria os inúmeros
ferido. aproveitando uma pequena pau a no conflito.
Surpreendido com o retomo do combate, acabei preso no
meio da linha de fogo. A enfermeira Ana Néri cuidava de
um dos soldado enquanto tentava atrasar o inimigo.
O alto ruído de engrenagens prenuncia minha
de~graça. o om era inconfundível, um autônomo se
aproximava. A mais temível máquina usada nesse conflito,
uma e ·pécie de aranha mecânica cuja blindagem era
re istente demais para minha pistola . Qua e sem
e peranças, ouvi uma voz de comando em meio a toda
e a confu ão.
·-sigam-me os que forem brasileiros!" - ordenava um
"elho robusto, avançando com seu cavalo para linha de frente.
Era Duque de Caxias comandando as forças do Impé1io(...) ~-
V' ode de
R ·almente existe o livro .. Retirada da Laguna de 1 co dCl
'J' aunay " (ol \''iscon d e de ·f aunay, descreven do a GuerrJ do

l ) •o ' ' ~ no J 1dapt• 10


ar,1gu.11. texto acima, porem, f01' uma cnaçao
I
' .
· · · 11ton-
' ~onílno ao universo de CJstelo Falkenstem. not.1 do '1
Tanque a vapor desenv?~­
vido pelos ingleses e util~- 1
zado pelas tropas bras1-
leiras na guerra 1
,......-----,
Submarino a
1 vapor desen-
volvido pelas
tropas portu-
1 guesas e cedi-
do a marinha
1 brasileira. A
1 desvantagem
deste veículo
é que a fuma-
ça sempre m-
dica sua posi-
çao

Inteligência artifici al
desenvolvida pela tecno-
logia p r u ssian a. Estas
máquinas são programadas
com cartões de orgãos. Os
soldados paraguaios furam
os cartões dando as ordens
a serem executadas . O
interessante destes "robots"
é q u e eles funcionam a '" '•" '~ ~
t .f ~4" .iiO
••• 11· "
corda. 1
) ~

a aposta do Segundo Império


tlo \7e,ncedor 8~ ootatas
LIVR RIA OE B. L. GARNIER
'i1 ruR do Ouvidor, 71

" upostrt do Segundo Império


a aposta do Segundo Império
A Arte do 1'0$$0 t~ft)po abordagem, não se atrevem a Mise mhle.~. de 1!V?
1 )~ (csc ·
mudar o tema. O mundo é sempre durante seu xíl io Í! fita
_ npostn Po
retratado como o Belo. Napo1e.io Ili ). Lei· M'. r
. t\ erab/e1
Até Rodin se consagra em mostrava. ele modo romr .
. •lnl1c
ane vitoriana e pre ·sa as suas esculturas belas. O 1a do mi serável da soe· 0•0
' . Ict1ade
ontradiçõe: de, ta época. Na pensador e O beijo mostram capitalista.
academia. a técnica é impecável homens e mulheres bonitos. _ Nenhuma obrn porém f'l .
e rc1tou
e qualquer inovação considerada forte ·. viris e sedutores. Sua t t~ o . be m as co11tradiçfie1
erro. Fora da academia. Monet. tentativa de retratar um Balzac vitorianas quanto 0 Fa11 sio de
Dega. . Renoir e Cézanne fundam retorcido foi ridicularizada e G oethe. O Fausto é 0 próprio
o impressioni mo. Repudiado menosprezada. ho mem moderno que se
pelos acadêmicos. foram des lumbra com o seu poder e
consagrados pelo: crítico. como s ubmete a natureza à sua
os maiores gênios da pintura. vontade. A. ondas do mar são
Jovens. amantes do progre so. do madas e c o n verti da~ em
admiram seus trabalhos e energia. A floresta cede lugar à
cultuam seus nomes. cidade até que Fausto se depara
Entretanto, nesta mesma com um pequeno casal de velhos
época. passa fome um jovem q ue se recusa a dar lugar ao
promissor que ainda erá p rog resso. Vi vendo numa
reconhecido. Seu nome? Vincent pequena cabana e usando fogão
Van Gogh. Incompreendido. ele a lenha, o casal está no caminho
retrata o feio. o simples. Algo de Fausto. Sem entender porque
impensável parn a Belle Époq11e Já a literatura é mais ousada. o ca ·ai prefere aquele modo
que prega apenas o apogeu e a Victor Hugo foi, provavelmente, arcaico do que as maravilhas do
beleza humana. Mesmo os o maior ícone de nossa época. E progre:\SO, Fausto manda matá·
impressionistas que inovam na sua maior obra foi Les los. Depois se surpreende com a

12
ue mú sico faziam sucesso na época? Se você estives e
num baile ao lado da r<li nha Vitória, provavelmente
o uviria co m po içoe no esti lo romântico, de Franz
' chubert ou ] o eph Brahms. A valsa, dança de origem
c..impo ne a er.l co nsiderada um tanto indecente na
Inglater ra m a era extremamente popular na França,
Áustria e Itália. Ali se bailava ao som da obra de Joseph
Straus II, autor de clássicos como Danúbio Azul.

domina o
J de Iencar.
fC\ crenciada
u hO por iodos o

interior d.i lh·rari.1 Gdmin·

nagens (aparência e p icologia).


1.iteratura cen á ri os. co tumes e fazem
longas d igressões filosóficas e
políticas sobre a vida.
Trata-se de uma grande era A França. sempre férti l no
para a literatura. Uma parcela campo dos letras. brinda-no · com
considerável da população já é Gus tave Flaubert (Madame
alfabetizada. o que promove, e Bovar)') e Victor H ugo (les
de vigor e cntusia~mo.
muito, o trabalho de nosso Miserables). Ambos estão velhos
O nho de D. Pedro II é
escritores. O · gêneros literá1ios e doentes, mas suas obras serão
nm{cJrmar o Brasil num centro
mais populares são o romance e imortalizadas. Por o utro lado, um
foi b 1m 4ue em 1850
aena ão do Conserva- o teatro - a maioria dos artistas jovem poeta na casa dos 20 anos.
onal de Música e em dedica-se aos dois. com graus Arthur R im baud. publicou há
fundou a Imperial variados de sucesso. Muitos p ouco tempo Uma Temporada
Aealll!nlia de Música e Ópera. folhetin . (romance em 110 Inferno. versos sensua is e

fascículo · encartados nos jornais místicos que tom aram-se sucesso


e vendidos a alguns centavos) entre a j uve ntude. Émile Zola.
têm tramas banais. romances c om seu T hérese R aquin ,
açucarado.· ou enredos de a tra ve sa as fronteira s d o
aventura. ma algumas obras- rea li s m o e in a u g ura o
primas também foram publicadas naturalismo. Uma leitura mais
de ·se modo. leve e bem-aceita pela sociedade
rosso estilo atual é o é proporcionada por Júlio Veme,
realismo. ma. o romantismo, Ministro da Ciência ua França.
apesar de um tanto fora de moda, nos popularíss imos Vint e Mil
ainda exerce forte influência Léguas Suh111ari11as e A Volta ao
~obre artistas e público. De um M1111do e111 80 Dia "
modo geral. nossos escritores A lit e ratura britânica é
descrevem em detalhes perso- representaua , por George Eliot

13
li r lL .,:t t
m n u
t;. 'll

que a aba de es trea r ·e


li
monumc nt nl O Anel
1
(os
Nibl'l1111go. . um iclo de óper·
nfoc an d o n '·
mit o logia
german1cn . lé m do tema
origina.!. sua mú. ica também est<í
for-.i dos padrõe · da época. Ma~
V agner onrou om patrono,
genero ·o:. como o re i Luís II da
Ba iern e o imperador D. Pedro
II. E ·e au íli o permi tiu a
Wagner dar início à construção
do seu próprio teatro de ópera.
George Bizet es treou ua
mal- sucedida o b ra - pr ima.
Crmne11. Embora de excelente
ní e l artí tico, a hi tória de amor
trágico entre uma cigana e um
o ldado chocou. e ainda choca.
a moral c o n se r vadora da
ociedade. A ó p era ainda
(fl'CUdimimo dd e-.critor.i Marian grande obra. apaixonada e que
provoca di cussões na sociedade.
Evan ). que de . cr ve a provoca fortes emoçõe , sendo
Bizet faleceu logo após a estréia.
~quena. cidade e a vida rural conhecido sobretudo por seu
mglc~ 1.".om humor e inteligência. balé. Romeu e Julieta, Lago dos
umo em Middlrmcm·li. O poeta Cisnes e Quebra-Nozes. literatura e 1 eatro
maa apreciado pela rainha Entretanto, o maior sonho da
V11ona e L,,rJ Alfr d Tenny on, maioria do compositores é criar
·om 'er. o romântico ~obre uma ópera. Mi turando teatro, o escritor bra ileiro de maior
e 'akar'" e prince. ~ . mú ·ica. poesia e dança. torna-. e pre tígio é José de Alencar. Velho
um trabalho exau tivo, digno de e tuberculo o - alguns sussurram
um artista completo . Um que não vive rá mais um ano -
espetáculo que movimenta Ale nca r construiu um a vas ta
milhõe e atrai o público mais obra sendo muito admirado por
ofisticado. inclu ive reis e se u d romances indi a nis tas
rainhas. O mundo da ópera é (/racema, O Guarani·) e po r seus
.
H algum tempo que ~M> ·
mu · ·ai começaram a
lOCfttQS
fascinante. cheio de talento mas " perfi. s de mu Ih er ,. (Diva.
também de vaidade feridas. Lucíola Senhora). a ci·d 0 em
ar do refugio da igreja· e
nobres para lingir um
inveja e competição. uma ric~ família de fazendei~os,
Giacomo Verdi é o mais fez carreira política no partido
famoso campo ·itor de óperas da conservador. c h e ga ndo . ª
Itália, paí em que ela é paixão ·
ministro da Jusllça. Entrerant0.
nacional. Seu projeto mais desentendimento com D · Pedro
. . .
recente é Aída, que estreou no II o afastaram da vid.a pu ' bhca de
Cairo, encomendada pelo sultão Outro arti s ta. V1scond .
do Egito. . d há a l aun~
Taunay, é festeja o ' º
Richard Wagner é um o01·1nce
anos. com se u r , n·1s
polêmico compositor alemão, Inocência, belo e dehca . do· r ' .

a aposta do Segundo Império


r rn 11111l.1ll1 l '.1t lo'< ionw:- d1· " 11 ,dv.i rl'llt
d.1 01w 1,1 ... l'k l\lt1\l ·v1111 1 l.11L' t
'\ll'L '''º· wndo l'll1~' indo prn V1·1 dt
l'
l'11mpa1.1dll 1'1111.1k1110 ,, Warm·r.
\ ''\ t'1 ,1 uma Ih •1 ' l\tl ·\ ira ( atlos ( lo111c-. ·s111•011 ro111 ,1 op1·1.1
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·· 1\ 111IL' do ( ·a,ld o". 1kd1 ·,1d,1 .t
, '!...Un lo lmp ·ri' t ., t' 111n l.!ran k
PL•1ltn 11. Em \Jlan, s1·11 p111m 110
•t)ll\\ ostt )r: artn. ( H)l\le -.. (\)\\\
sU 'L'ssn foi ·• ) (l11.11a11t'', .1dnptiu;;io
h )b.1 do lm1 ·r..1tlor Pc Iro ll. ·k
do famosll rnma111.·c i1111t.1111'.'>ta d· .losc
foi J Europa stndar mu:1 ·.1 ·m
i\ ti l:tn. _1unto aos maio r ·s tk s ·u
<lL' Akm ::n. O t't'n,11 io e \Íl i ·o
a!.!,radon .1n C\11.!Cnte publico milancs
t ·mp1 ) . A r cs.1r 1' enfn :ntar
m;b d •pois Cu los Ci11111 ·-. voltou se
prec on · ito p< r I .11 te do:
para tn1trns temas: a p1rat:111.1(Fosca)
d euro peu: . 1ue ham ;\\ am o
uma ..~ nc Je 1i)m,m ces e a h1st< 1Ü italia na(, alvatnrc Rosa).
li\ f\) d p1)eJl1a.;
utl in pirados. t>k parece

01 1
raccrt.1d1) a m5o.ao
rt r Hrlnrn. uma 1r~g1 a
n d amor que cnll a J
1
saa da sociedade.
1
po ta. há um gran de
número de poeta s mcnl)rc . .
ad ogado e comer iantcs que
\'CJll verso · nas horas vagas.
t um nontl' hrilh a: Cast ro
h . O g nial p1.1cta do 'ol'iO
t rt1ro e \é1:1•1 ci't\ji"ica faz
uma m1 tura e. pios! \ a de
ICIOOI mo. lihcrdade. amor e
rtpúbhca Em 1 7 1. d e ficou à
tie1r da morl . send o
lagro mcntl' salvo por um
nwnento revolucion:irio :1base
de erv nativa: .
Com e ceção de Taun a).
autore. mencionad os
rcveram pilía h!t1t ro.
qua empr : ão
no palco do que nos
rua•:a. Atualmente , o maio r
Dlllll lWIO brasileiro é M:u1ins

15

a aposta do Segundo Imp ério


tlo \?encedor as batatas
ALMANACK LAEMMERT

A imprensa e o império
pen ·;unento fundaram um jornal
próprio. de po itivistas a anaJqui . tas:
de monarquistas a republicano ; de
e . cravocratas a abolicionistas.
Somente na época de D. Pedro I o
Bra il havia tido jornais com tamanho
homens entu iasmo. E. ainda sim. apenas
dois: O Sentinela da Liberdade na
Guarita de Pernambuco. de Cipriano
Barata. e Thiplzys Pernambucano. de
Frei Caneca.
Hoje há centen a · de jornai
defendendo as mai s diversas
opiniõe . A R epública, porém.
encerrou ua circulação em 1874.
MlilÍMil~il!dllfos procuram e é isso que Apes ar di o. ela sempre será
ete•ll'fln,. 1anto nos artigo de lembrada com destaque. a sim como
MlltaílllOttlOl>lre o senado e a Câmara eu diretor, Quintino Bocaiúva. E
como ele mesmo escreveu no último
número: "chega ao fim um peáodo
de existência do partido, mas
continuam vivo os ideai s
republicanos."
O fim de A República não foi o
fim dos jornais de opinião. Eles
continuam · crescendo e e
multiplicando. Dos mais sérios aos
mais irônico , os últimos têm feito
e pecial uce so. Dentre ele. . dois são
muito badalados: Os Ferrões e Diabo
Coxo.
Os Ferrões é diri g id o pelo
republicano abolicionista José do
Patrocínio. Ele circula no Rio de
Janeiro e é ba tante lido. Patrocínio
e tá ·empre satirizando D. Pedro e o
governo. Os artigos inicialmente
eram a inado pelo pseudônimo de
·urgiram. Proudhon. 0 que cau ou profunda
correntes de de. confiança na . ociedade (poi

1 aposta do eg11ndo lmp 'rio


ALMANACK LAEMMERT

corno todos sabem, os anarquistas são República Federativa p


temidos em quase todo o m undo). 0
e O Repúbli co F, l en1ainb11co
Atualm e nte Patrocíni o adquiriu P e rn am buco . Os el era ti vo, de
prestig io e ni ngué m comenta esse quatro .
exce 1e ntes ta bJ ó id . sao
episódio, mas sempre gera-se mal- republicanas. es, de Idéias
estar quando alguém lembra esse fato. Mas cuidado equi·vo
O s m ais moderados costumam ' ca-se q
pensa que somente os repubr uelll
responder q ue tratava-se apenas de têm vez no debate político S icanos
um a br i ncadeira do espirituoso . .
1a d o Q umtmo · eporulll
Bocaiúva nos
Patroci nio. convence
de que a solução para 0 país é a
Já o Diabo Coxo é o de D. Pedro II e a proclamaçàmorte d
correspondente paulista de os Ferrões. R epu'bl.1ca. por outro a exceleo a
Mais republicano do que propriamente , . d . nte
retonca o Jovem Joaquim abuco
abolicionista, o Diabo Coxo tem como nos elucida a necessidade da
principal destaque a pena de Angelo mo~a:quia e do caos e desordem que
Agostini. Italiano de nascença, mas advmam de uma possível República.
brasileiro de coração, ele é o autor das Refiro-me. é claro, aos grandiosos
mais c1iativas caricaturas do Império. artigos deste j ovem advogado no
Os desenhos de Agostini certamente jornal A Reforma.
entrarão para História. Criatura genial, Enfim, podemos dizer que
esse ítalo-brasileiro ainda inventou vivemos uma época de efervescência
uma nova forma de escrever histórias: intelectual. Os jornais opinativos
através de seqüências de desenhos. proliferam-se dia-a-dia. Os temas são
Quantos de nós pode dizer que não os mais amplos e há jornais para todas
esbaldou-se de rir com As Aventuras as opiniões e princípios. Nunca houve
de Nho Quim, publicadas na revista tamanho empenho e entusiasmo por
Vida Fluminense? Há quem diga que parte dos jornalistas brasileiros, e
no próximo século esta moda irá creio que nem em cem anos veremos
pegar, e que não só o Brasil. mas o algo semelhante de novo.
mundo inteiro irá ter desenhistas
assim. Mas será que haverá angelos-
agostinis no resto do mundo?
Se decidíssemos citar todos os bons
tablóides que existem, talvez
gastá semos todo o espaço deste livro
e, mesmo assim, não conseguiríamos.
Principalmente porque eles surgem e
de aparecem com uma velocidade
impressionante. Apenas para não ficar
a impressão que só o Rio e São Paulo
possu íam bons jornais, citamos O
Colombo, de M i nas Gerais. e A

110 \?{lnci dor as batatas


- · yd d.o b.n~1- ............-

D. Pedro11,
condena
de •r""'t• saques
~1
D p
cia111 .
ent r, .
li edro
' ecn lllJas da s
condenou
0
Ontecn
eito
Ocorrend os saques a tard
Pronun-
ProbJecna
I ' cnas q
e,
Seca
º no nordeste que estão evará a ue a vior .
nada. enc1a não
. A seca d . "N ão so através d
Piores q este an -
Diverso ue já ocorre o e urna das E chove" n· u culpado Jard·
irn. Duas armas"ar·irrno .
s afrr' rarn isse o Bar- se não que que de C"" · u Silva
e agora a t> icultores no País ntretanto ao de Cotegi qualque 1 ""'ias res I
tentar Pelain P Perderam tud · cocnPrar cniJh ' 0 gabinet Pe. Pac I·r·icado r" evante anuad sa vou
1va v- - e Plan ·
ara 0 sa
a de con10 que, numa
o café Para co oes de toneladas e1a saques sa- 0 a iorça ,
e d'
1sse qo será
tratad Po1Iticos ue os
O rnar a~ cafeicultores c:;:ornar a cri se d:e os da e dev
e~rlld· governo ome. regime ocas. A o . - s mesma form ern ser
ando u afirma ameaça apela pos1çao ao J, - a.
Ina So /uçã estar
G
overno não es - .rpara força . "O na Paraíba ºªº Sevenno,·
Preso ecn
0
Para 0 reso /ver , ta Wteressad repub/ . ' quando inqu . saque
Precisamo os Problemas so ~ ~m icano
respondeu.
endo
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R.ealrnente Proc/arnar a Re :1~1s, "Que qu - . ·
pro _ ho u ve uma seca de grand es PUb/1ca católico, nu e iss~ seu moço? S
porçoes no d
nunci ano e 1877, e D. P edro II se pro- não... " m se1 dess. as cou . ou
destin
ou contra f .
os saques dos ammtos nor- sas
as, a maté . ' f . .
pe\05 na porem 01 totalmente cnada
. ~ e' ven'd'1ca.
autores e nenh uma d as cnaçoes
11-0lQ dos autores

a aposta do Segundo Império


o unperador está \ouco i\eiro~- Bra é nora de dar urn
ba"" ne 'ª ,itua,ão. . O ideal .·eri•
".\\a. dai a fazer urna ap :ta0con' que o imperaJor roort<'·e. rna· agora
não é roais po>'tve\ e perar. O
d u · 'rei d• B•'·(,ria P""' ,er qu<
próprio cunJe de .\o ta '\ai•·
r . ta tn \ _ nenh\\\na e n1ais e1no i nante. :e un1 afári na
rnédicO da o. pedro . )á reconheceu
1nwerJ.d r n\ uque · e\\.
.
(ri ·a OU un'U e. pedi iiO à
.A.tnaz.õni.a, f{ancan1ente. é un1a
que e\e :o\re Je um• ,;éri• cri.e d~
• u\Ün"I ap :,ta d eran"' n :,. rnen16rlª· E -.e o c onde esta
e pê, ' ridi u\ . '"Eu«>P" iá nã atirode des abid•.- ó onwreen ·("\
reconhecendo i . :o. então é porque a
·e \e'-'an11:i'S en' conta q1Je o ,·e\ho
deP ·i.t.i'"' ;ranJe re:,.peü en' n s.
~
si.tuaçãO e · tá rnu ito _Pior .
"'r.i e\a n · :o- , ê e n• utn p:ü:e \nwerad r e:tá caducando . . .
proc\arnerno: a Repúbhca. e\eptn°·
•P . ta não aumentar.\ inter< " d apena o: deputado que e
d qu1n\'a categoria. \'e\ho continente por n ó . . a o
f..:, tá cert que a A,n1UZ.. ui.a e ontcir\o. e ante. os embai~adore defi.n\rern c\araxnente repub\icano ..
º"" ; nte 1ne g ,,, \ de hi ·t · ri• Eu conc\an'º todo- o. patriotas a
n. tural· ..\.fina\. o próprio\ ·~u\a e e
. na\e ·e iá recebian1 adi.ciona\ de
1 o J . dar<"' ao Bra i\ a tâO tnef<<'da
...eu an1\~o \{enrJ Bate · e:cre'·er.irn
i.n a\ubridade por uabalharen1 aqui.
a~ora é que n s uataran' con'\O un1
br ,;;.,"'ilh ·a d<· ere"nd<
repub\i.ca.
Pat . atrasado e ·ubde:envo\vido.
Je:,. - '- erta na e. pedi -ã de Este é \eg,ado que a monarq1.11a quer
\ '.\. . . br.l de \\'a\\ace. Tnn·cls on 0

rh • i tL•: 1n 111d Rio . ·eo ro. e \e\\Ut"'à no · deixar.


ri~al ·ri• parl qu. \quer br.> i\eiro
1que - e Jef1na con1 nacÍ.'-"'na\i.. 'ª·

A. carta
- , . ao
d1' p,lgma
.
c1t açoe ,l b.lJXO:

e-
Qumdo n .10
De.:·!Jr.1 J- o
(Eu .
d~ D.>011
.
edr II ' · r
P mon 1rc.:1, de->.:eri t >e
o . em l - 6
um repJ1bf1ºc.11;J.

) 0/1 republ · . .10 ,.i it.ir 0 E't.i.dº 'U nido,.


~ª ' Rzc.1
. I
1oc ,,mn r·
1 no · ·· T od· os ·'
ep1íbliectpr q / Jem . efosse cgo ..-. 1.

~
P' d'lte -'ª Cn;;r;/C,1rlt1 · de \\··.1.'/Jlllo(l :...
. o 3,. • .1,1 t er glOI' .l.IS
0111
·' pequenas prn'uci.,
•<e.. 1
: p""'
· , 11<:/ .
. murb.r ,,,;d.rde... Po'"'"
l
• 11.10 tem pe-' º·.'I P"'" "fedrr1 .;o'
· 1l tt u m desgoi-erno ger·.r/
(P.'l"'"""' '"' , ' 1"' .rc tb.rrr.rpel.uep.m J o."
· 1.1s po r. \ndn; Rd1ou -.1
P r.1dor reprodu :ztc eni ,<'u D: ..;
Defesa de D. Pedro II
. cuador que é meu amigo pessoal. , cm indústria nem la1rnda-,
entüo este ho mem não entrará no niio haveria empregos nem conrnla.
senado. e as cidades cairiam cm 1 uínas. r;
somente por isso que nao proclamo
No auge da raiva, ouço homens
clamando por democracia. Acaso não
a aboliçüo. Todavia, nao cn110 º"
braços diante da cscravatura. bla será
sou um democrata? ão é o Brasil um
removida da História hrasilcira aos
berço para a democracia? Digam-me
poucos. sem quebrar a economia;
então em que outro país. e podem
sem afetar a ordem política, sem
recorrer a qualquer um no mundo. há
gerar fome, miséria, nem
tamanha liberdade de imprensa?
Dizem que a monarqu ia é desemprego. Lei do Ventre L1vn:
Algum jomali ta já foi pre ·o durante
ruca. Falam de democracia. foi o fim da csc1 avidao. O-,
meu governo? Houve algum jornal faLendeiros serão obrigados a se
on ordo. Q11a11do não sou
fechado ou recolhido? Ou erá que
11arca, deveria se r um adaptar ao trabalho livre. Dentro de
todos podem defender suas idéias, de algun. anos não haverá mais a
11bl1cano. Aliás, eu so 11
escravocrata· a abolicionistas. de desumanidade que é a escravatura.
1<ano... Todos sabem. Se fosse
rep ublicanos a mo narquistas, de
fia, proclamava a República
industriai a anarquistas? Todavia. o~ mesmos que me
ra ter t:ftÍrias de Washi11gto11 ...
chamam de escravocrata nao
Somtnte 1ac rifirnria o Brasil para ada dis o me fere. poi. sei que pos. uem amigos negros. Creio que
inha raidade.. . po rque us são apenas cãe ladrando enquanto até me condenam pelos negros (de
'i{IU'110f pnmí1cia.1·não têm pessoal a carava na. pas am. Há uma extremo valor) que freqüentam
ra a jt•deraçiio e seria 11 111 acu ação. contudo. que considero minha casa. Já chegaram a me
lk go1•rn111 Remi. que acabaria pela pior do que as outras. Não que tenha reprovar por entregar bolsas de
1q1t1raçao. Pensai-vos o que seria da algum conteúdo, pois não tem. mas estudos a mulatos e não deixam que
Paraíba, 'e nos tornássemo' uma porque é de uma injustiça profunda
Republica. o, fa1cndeiros de ão seus filhos celebrem amizades com
e de leal. Refiro-me aos que me estes homens. É estranho, para não
Paulo. Mrn:h Gerais e Ri o de chama111 de escravocrata. Eu sei que
JIDCU'o. nao 'e lembram d:Ls outras dizer antagônico, que homens de
a e ·cravidão é abominável. Os que discurso tão radical tenham posições
rovrn ·ia, quando pensa m na me conhecem sabem o quanto eu a
Rcpóbh •. pessoais tão excludentes.
odeio. Acaso em 1869 não fui um
dos pri meiros a aderir à causa Mas, ao contrário do que
abolicionista. quando o então partido e!>peram, todas estas vozes me
liberal a lançou em seu programa'? alegram ao invés de entristecer-me.
e eu fosse egoísta como alguns o Sempre que me atacam, sempre que
são . abo lia a escravatura e me criticam, sempre que me
conqu istava para mim fama reprovam elas lembram que meu
hi-,torica. Garanto -lhes que, se governo é um governo aberto,
a: ma e semelhante lei. meu nome democrata e plural. A., diferenças são
. eria reverenciado daqui a cem anos. bem aceitas e não há perscgu1çõc-.
Entretanto, condenaria a economia políticas. Todo Homem l! tratado
brasi leira à falência. º" cafezais com igualdade. respeito e justiça,
independente de raça. crcdo ou cor.
seriam engo lido· pela mata: as
estradas de ferro. eriam abandonadas E meu coração om n:.,oluto <10
e os trens e:quecidos; as 111dústrias perceber. que no., º" bra ... tlt•iros,
queb ra ri am: º" negros senam conquistamos o que o mundo 1111t·iro
condenado<; a um fu turo pior do que persegue: a Liberdade
a cscrav1dao: a miséria.

a aposta cio Segundo lmphw


Carta do leitor
cm condições sub-humanas. Em Notas rápidas
aro Editor. minha curta estadia conheci uma
Gostaria de denunciar a galeria de tipos tão rica que
O dr. Theodore Langgard, autor
p •s,ima situação que vive boa parte certamente daria um livro no mínimo
do famoso Dicionário de medicina
tia popula ão pobre de nosso interessante. A começar pelo dono,
doméstica, que lodo fidalgo da
grandioso Império. Antes de mais João Romão, imigrante português
corte possui em casa, e de Sucinto.1
nada. as regras de etiqueta me ganancioso que fez uma fortuna
Conselhos às j ovens mães, que já
obrigam a apresentar-me. Chamo- explorando a miséria das pessoas. O
e mba lo u di versas gerações.
nw Aluísio Azevedo, nascido na ambiente parece contaminar os
pretende se candi tar a expedição à
província do Maranhão, e vim para moradores como uma doença voraz
Amazónia. O dr. já tem uma grande
a ortc a fim de estudar desenho e que assass ina o espírito e bons
chance. uma vez que seu editor está
pintura na Academia Imperial de costumes de todos que nele habitam.
entre os membros da Comissão
Belas-Artes. Apesar da grande maioria ser
indicada pela Cftmara acional.
influenciada pelo meio onde vivem
Ao contrário da nobreza existem algumas exceções, como a O jovem ad vogado Joaquim
carioca, não tenho vergonha de jovem Pombinha, um exemplo de Nabuco, reconhecido pelos seus
desempenhar um oficio e tenho pureza e bons costumes. brilhantes artigo'> em A Reforma e
orgulho cm dizer que trabalho como por sua excelente retórica tão bem
cartunista no periódico "O Fígaro". Moradores mai s antigos da
utilizada no di scurso de recepção
Até conse g uir me estabilizar região como o Senhor Miranda. o de Zacarias Góis. há quase c.lez
enfrentei senos probl e mas Barão do FreixaJ, e sua esposa Estela anos, está causando grande agita-
financeiros para conseguir custear têm sua residência justamente ao
ção na eli te pernambucana. É que
meus estudos. lado do Cortiço e convivem ele agora defende um negro escravo
diariamente com suas influências que matou seu senhor. E pela tese
Em meus períodos mais negativas. Pergunto-me até que
<lescspcrados, fui forçado a buscar do jovem abol icionista pasmém
ponto e la honrará seu título senhores o negro tinha razão.
abrigo num obscuro c 'lujo casario nobiliárquico convivendo com tanta
em Botafogo. Movido pela vilania.
necessidade , cometi o erro de me Theodore Langgard real -
hospedar cm vil conslrução. onde Espero que minha denúncia abra os men te existiu. Seus livros
pas.,ci º" piores qualro dias, sete olhos das autoridades para o ti nham um fort e apelo
horas e dewito minutos de minha c.:rescente problema das péssimas popular e eram guias aná-
vida. condições <.le moradia de boa parte logos ao atual a Vida do
do povo brasileiro. Caso nada seja
Deixei meu espírito aventureiro feito agora. no futuro, verdadeiras
sobrepujar a rnzao. Afirmo isso pois cidades serão construídas
nem º" perigos de uma expedição à espelhado nesse péssimo exemplo.
Arnazi>nía chegariam perto das
\. t i.,,ttudc-. que enfrentei. " ' is-mc na grandt corte, que aliás,
me parece estúpida."
A estalagem revelou-se um
1 rtiço da pior espécie. Centenas de Sem Mais,
cm
Aluísio Azevedo

Es-ée é u m es-bouço
9ue AYl9e/o A9os-é1.Y11-
-{'e;z olo Projeéo de
Jos-é do P4éroc/Y11Ó.
Tom
Brasil entra no iogo
Mecenas das artes e ciência, o Nossos correspondentes
to de maior destaque monarca financia compositores, encontraram outras figuras dignas de
assun ,.. ,
nota, como o abolicionista José do

O
11eio cie no ftco . sem pintores e, logicamente, cientistas. O
ºº 1
, ··d·i é a expe d"içao
- a'
americano Graham Bell teve sua Patrocínio, que está construindo um
du\l ',
azônica financiada pelo nova invenção financiada por Dom Zepellin em seu quintal, e André
re.;ta AIU< ' d Rebouças, que passa horas a fio em
f10 : _ r de muito comenta o.
Pedro e ainda esse ano o tal telefone
Bra,11. Ape~a
. , - be sobre esse gran de será instalado no Rio de Janeiro.
meio a cálculos para cumprir seu
ouco e ~a . plano delirante: vestir toda a
P .. 0 Sul Aroencano.
Impen O desenvolvimento industrial população de Traensvaala, um país
A Popular fnvention resolveu porém se deve a outra figura, o africano. ''Mais de 900 mil metros -
_ desbravar esse estranho e Visconde de Mauá. Sua empresa de tecido - a fornecer imediatamente;
entao -
bizarro país, desvendan~o quem ao constrói todo tipo de maquinaria a como serão necessárias seis mudas
o. principais envolvidos com a vapor, dos navios usados na Guerra no verão, serão 5.4 milhoes de
tecnologia abaixo do Equador. do Paraguai às crescentes estradas de metros de pano de algodão por ano"
ão podemos começar com ferro que começam a cruzar o vasto disse ele numa entrevista.
outro senão 0 próprio Dom Pedro II. território brasileiro. O cabo
Nosso correpondente William
o Imperador é homem culto. telegráfico submarino ligando o
Tunner está no local para cobrir os
Fotógrafo amado r, montou um Brasil à Europa foi de sua inteira
preparativos da expedição à
observatório astronômico em seu responsabilidade. Através dele
Amazônia e provar que esse país
palácio, fala mais de oito idiomas, conseguimos nos comunicar com o
tropical tem muito mais a oferecer
entende hieróglifos, chegando até a Brasil e receber resposta em menos
além do café.
ser acusado, certa vez, de dedicar de dois dias!
mais tempo à ciência que às questões
políticas.

30

a aposta do Segundo Império


tJo \/gneedor as ba!Btas a aposta do Segundo Império
1

a aposta do Segundo Império


l 11 escravidão 1
Recebi· eS"S"e p/4r1.{'/e(p ole
um gru po 4bo/1c1ór1/S"ét::f
45"5"1 m 9ue chegue/ r7t::f
CÚ:Y4ole
/om
escravidão é um mal que acompanha nossa
Hi tória desde a descoberta de Cabral. Tão logo
chegaram, os portugueses não tardaram a tentar
escravizar os índios . Para sorte ou azar destes,
eles não se adaptaram ao trabalho escravo.
Infelizmente, os negros encontrados nas colônias africanas
não gozavam da mesma inaptidão. Ao contrário, os homens eram
fortes e preparados para a vida labutosa. A grande maioria foi
vendida aos portugueses por outros negros. Geralmente eram
espólios de guerra, mas não se iludam, havia os negros que
vendiam seus próprios filhos e filhas, visto que em algumas tribos
os progenitores eram considerados donos de suas proles. Se há
quem se choque ao saber da existência de culturas tão bárbaras a
ponto de considerarem normal a venda dos próprios filhos,
deveria chocar-se mais ao imaginar que portugueses civilizados
compraram estas pessoas como se fosse um ato absolutamente
normal.

Os abolicionistas
Tão antiga quanto a escravidão no país é a existência de
abolicionistas. Sempre houveram vozes que se indignaram contra
esta barbárie. Essas vozes porém, perdiam-se no vácuo, sendo
qua e sempre ignoradas pela maioria da população brasileira.
O éculo XIX, graças a Deus, nasceu sob uma nova luz. A
civilização encontra-se mais iluminada e o senso humanitário
tornou a escravidão um absurdo anacrônico. Já nos primeiros
anos do século, a Corte portuguesa escandalizou-se com a forma
que os negros eram tratados no tráfico de escravos. Tanto que D .
João publicou um alvará impondo condições mínimas de
transporte, bem como a presença obrigatória de uma enfermaria
e de um médico-cirurgião em cada navio negreiro.
Para a nossa infelicidade, a Independência do país em 24
inutilizou um projeto lei que tramitava na Assembléia portuguesa
prevendo a abolição gradual da escravatura. Mas os negros não
ficaram desamparados. Antônio Ferreira França, médico e deputado
pela Bahia, apresentou quatro projetos à Câmara Nacional. O
primeiro, de 18 de maio de 1830, e o segundo, de 25 de março de

tio 'Vencedor as be!aleis a aposta do Segundo Império


inç•\O gradual cfa escravatura. O m vim e.nlo tJboli eion isla
d 1 33 1837, declara am
""_.,_...,de,. mre e cr.ivo. Nenhum Se toda propriedade é um roubo, o escravo é
i apro ado, ma riaram gr;inde um roubo duplo. Go é do Patrocínio)
preço do e cravo subia e os grandes
latifundi ários endividavam-se. Esta era a
realidade do país na primeira metade do século.
6 D. Pedro I firmou um tratado Os traficantes de negros, ao contrário, iam
segundo o qual seria proibido
......d"r.l enriquecendo e tomando as grandes fazendas
e cravos por brasileiros como pagamento das dívidas . Assustado
perío-do de três anos. com esta situação Eusébio de Queirós
da Inglaterra era ressuscitou um projeto lei esqueci-
o Brasil tivesse do desde 1837 na Câmara. Ele fez
em relação às algumas mudanças no projeto
agrícolas de e elaborou uma lei com seu
Dias. Como o nome. través desta lei, o
nas colônias tráfico negreiro passava a
era remu- ser considerado pirataria.
o governo Os infratores passariam a
ser presos e julgado por
tribunais da Marinha .
Ficava também proibido
o tráfico de escravos en-
tre as províncias. Com-
p lemen tand o a lei, o
governo brasileiro passou
a fiscalizar a costa, apre-
endendo e confiscando os
navios negreiros. A lei foi
aprovada pela Câmara
Nacional em 1850 e em 1854
entrou a última leva de escravos
gem da abolição,
no país, através de um barco apre-
' havia sido posta em
endido em Pernambuco.
to. Humanistas no país
.,.11"'2,.am, a clamar contra o absurdo tJ kei do \/entre kivre
· As vozes que ames se perdiam
Não fo i do partido Liberal que saiu o
m a encontrar terreno fértil.
segundo maior avanço na questão da abolição.
to , por princípio, ao trabalho
Nem do partido republicano. Foi o gabinet
ngrossaram as fileiras do
conservador do Visconde do Rio Bran o que
º·. Em pouco tempo os elaborou o projeto da lei do entr Li r .
liberais do impérios, os
homens de direito passaram As alma mais afoita erramente d vem
Dl ardor os escravocrata . ter e sentido perdida . Com ' po, Ível
nt nd r que a 1 i qu lib n ava o filho - d

a aposta rio eg11ndo Império


tiYe ·aído do onservadores e não com elementos escravistas, os republicanos
do lib mi-? E por qu o liberai , que sempre abolicionistas farão alianças at é com 0
f li ioni ta e colocaram cÓntra ela? imperador."
Pod p. recer difícil entender isto, mas não E se Patrocínio é o pai do m ovimento
·.Em 1 71, o mO\·imento abolicionista estava abolicionista, Joaquim Nabuco certamente é
d fort . o povo encontrava-se tão revoltado a mãe. Advogado de senso crítico indubitável,
raYidão que era claro que a renomado e reconhecido, ele defende (em seus
a airia em pouco tempo . Os artigos de jornal) que a escravidão é um mal
on erYadore , apoiados pelos latifundiários intolerável e que a única solução para o país é
e raYocratas estavam muito preocupados a imediata abolição seguida de distribuição de
om as conseqüencias que adviriam daí. A lei terras para os negros livres. Já Rui Barbosa
do \ entre livre foi a resposta que o Visconde calcula que se dependermos da lei do Ventre
do Rio Branco encontrou para postergar a Livre, em 1930 ainda haverá escravos no país.
abolição. "Se a abolição é inevitável ao menos Estes três homens, apesar do espírito
que ela seja feita de forma gradual, sem apaixonado e radical defendem uma abolição
comprometer a economia do país." acima de tudo legal. Para eles, o processo deve
A lei do Ventre Livre foi, portanto, um ser pacífico e dentro da lei. M as nem todos
paliativo. Atravé dela os conservadores pensam assim. Estou falando dos caifazes. Estes
pretendiam calar o movimento abolicionista. homens têm propagandeado a abolição através
Afinal, e não havia mais tráfico de escravos da força. Eles costumam invadir fazendas
para o paL. e todo filho de escra o era livre, libertar negros incentivar e fin an ciar
então era apena uma que râo de tempo até quilombos, enfim, pregam que o fim justifica
ac.th.ir a e cravidâo. Ao me mo tempo os os meios. E não poupam meios para seus fins.
J.ÍCzais, a · pbntaçõe de cana e algodão e as É graças à ação destes radicais que a classe
fa7. •nd.1-. de gado i.un ter tempo para se adaptar média ainda pos ui receio contra a abolição.
ao t r<lb.1lho livre. A .tboliçào e ria gradual e Mas a marcha da História é inabalável cedo
n:l lev.tri.t J. e onoffil.1 ao caos. ou tarde ela virá: seja através de uma n ova lei
ou quando morrer o último negro nascido
ante de 1871.
Durnntt' J.l~un .mo , o moY1mento
:re !mente.· .lrrefe eu. Hoje, porém, ele está
r endo de noYo. Jo ' do Patrocínio, um
do m.1iore aboli ·ioni ta atuai . brada
v emenlt' em Os Ferrôe. que ~ e roda
propri d e ' um roubo. o e craYo é um
duplo'".
li ' , t: aboliçio tem um pai, ele
1 nt é P trocínio.• 'jo que renha sido
mi o boli ioni\tJ, ma porque é o
J 1. T mo qu quando foi cen urado
uiorjno Boc Íuv por st·r mais
<l qu · repuhlicano, re pondeu:
r publa no ier a faur Jliança
'Títul ~ de Nobreza

br.\silei r.\ l em 'onde - do latim Come.~, '\ompa nh"iro


' ,\!'.\ ·t •rt ' tl\.' .\S pec uli .\rl'· L' ,\S'l'S. or do sober11110". Gcr,1lmcntc ligado-, a

UIli.. .•, . ·u.l o ri\!.em , poré m,


V po . e de terra, entre eles estão vários
-.1k.1d.\ n.1s e. rrntura Européia , fazendeiro do café.
nu l ropri.lm ·m e portugue a .
i conde - Vice-Conde, origi1u lmemc era
r.iu · d.1 nohrez,1 lu itana mediam a aquele que a umia quando o conde estava
rtlnci.1 do nobre na ociedade. O ,\U ente.

0 Fidalgo (Filho de
Alguém)
Barão - do latim Vir, '\ •\rão
na toda .1 ela e em oposição
i l u s t r e '' , t í tu l o e o n c e d i d o a
maioria plebéi,1 (o · "filho de
pe oa ric,\ ·, influe ntes ou
'm"). P.1ra ganhar os
re,\lmente v.1loro as.
r.iu de nobreza eram
..-~'1n'os demonstraçõe o Br.1 il n:io existe
dt fidelid.ade e hr.wura. nobrez ,1 hered itária,
lgun títulos mais im- somen te o impcr<\dor
ponam ·ó eram alcan- pode conceder titulos,
~ quando .\ e podia honrar ia · e condcco
afirmar pelo meno r.1çõc ·, direito ,1s cgu-
t gera Õt·~ dl' sen iço rndo pela Coustituiçlo
ao rei. Esto sim cr.1m de 1824. Os títulos são
oonsadt'rado nobres de dados cm retribuiç:io a
linhagem . relevantes serviços à
1 m dt• dt•mons- causa públic a, sem a
obriga toried ade de
ascendência nobre.
m uma contri - cobiçado titulo de
o o rein.1do p.ira nobre za abre inúme ra
Cllllttar- "'u su nov.1 po içfo portas para o mundo <la alta
1. O tÍt ulo possu em sociedade carioca. O Status
...llDlll'nte apen.1s '.1lor honorí- obriga que o nobre honre seu
o ? eguintes em ordem de brasão cumpr indo sempr e li<\
'-!1111"'1tinc1 ·
palavra e en<lo leal ao Imperador. l{·m
disso, ele deve ser um exemplo <la mor11l e do.
bons co tumes.

Esé_ou 6'--4Y1SC'reLA?~o 4
e~ p/1C4Çê;o 9ue o C!oY1cYe
D> Eu 11-1e /'e-:7 S"obre 4
pec u/ 14r Y1ob re::z4 olo
8r4S i/.

11 .tpo lei do )cgmulo fmpc'rio


Tobias Barreto é um personagem
histórico real. Ele lecionou na faculdade
de Direito de Recife durante o Segundo
Império e tornou-se famoso, dentre
outras coisas, pela sua posição
republicana durante suas aulas. As
anotações deste caderno, entretanto, são
fictícias.

nota dos ct11lores.


"""'Vn~///I' IY///tlláYl/lt' t//I /NJ.JJo/ICltJ /IM t//Y't"C/tlc. f/J11 27d:: t?h't!rh-· ltf7~
rfa'r;-a r i /Nra rk/ lt'l/l·<11i'1q141· a: 111/1111011r//1~1!0 "t:;1u//frcm-0. ~t/'17/tlt- 0
"filyrJ///d /él't Ú 't!J /"f1/'-t!/d°ca.J. ./#:i-0 Ct:UMCl /lüthtt///~ J1171;-edc1, /U7/"lo./tlo, CJJ

~n/t"J f''~ alaakteitk lb11 J~/ll't'C/á,111a.d&:J/MI' tt'h'zlC'.1.

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lffVÚN~UY'/f1i1YtUJ1i.1dt•el/zel!z a~ mat'.1 11tock.1·ada d?/ltl/lú-'k, t' t' .Je-j7tt/tc4;1e/ó o/o


~"&al.'.!!l'anz .~idtúle.J .5d.rfõ, o ;uv,.tido. P'6'/u1f!fca11CJ 1wõ/t-?'dé.1·to ac,,.1'10/· 11,,,.11h1..111

M p<H1Cffl,(J a!tf f ·l'-<1 a ~tdtf"&afa.íáe eHa/ekcti:Ú.

t!';uulitk l"CjN11f/ica110, t/u:Cia..&U'nte, el'a .1tf 1<111 c!ftk, nzaJ,/ái/?~ctJo C/jtç11aJ w;1111-6)
Fek .:Jc !01Y1.c1-Je t/./lt/uv-!t:d;.. 9fe;a;.J.1e?t:: clia<J ~j a~n.claçá4 cio ~A; .ftfo
~1dow/ jc11 rl!tk l'e;tt.t.i'!Íca110. Jl/1nodá :Je e.yz.al%ott e em 11M11t':f de do.a 111t'J&J
/NJhJ nJ/l./'01t/1c/aJ/d tt/z/llZ/n .:Jea.J c/Ít/e:J 6'/I'/, 11Wdk:J .1e1?u;Pl1.vlteJ.
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1

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e'() mr>r11~1N1tltJ. Pe;u.1/!1.can<) 1/ta-t:.i 12;y1vu%aclo cio;ia-tJ. -~n11afe;1a./·le dé JeaJ
Jtir/0%u14-t/Y'J, 9'ttaJe .:Jc1/?'1''6' c~ica/Íon:J. N 111a.úJ1' 1n.otit afâ,o de.1/eJ 1

·• ~J ~: fJ ~Jra.Jo dof<'Penié' co/ll ª/V't7t't/teúz;uzad".1ta. it'k.:J .1c1t.!e111,-Je


IMllllr14':V l!/11/1/'Y'ldoJ c~ic1tdonJ can.i:JcaJ e &tam/l<).1' unz, Jt'.1/e//la 11-t:' 1aa/;-tojja111
t'.1 úweJlv1ze11/ l"J c4J 1ny-1~.1ltJJ da/ t1'0-l'tr1cia. . w~u!fil!:ca .5fc/e1,a//Jto,
1l o dméa a/tcn1atú a cÚ.1Je:Jfa.zencktro.1.
1

<k o;yn/11:.UZ~, o~nã,c; temffPtl/uk &tltt.1ia.1mo it:ko/tyiUJ. Ya11to 11u oJ


~~~~ da nyu!//ica /Ui<)/ Ml'Íe/l.a!m a eJte;zcvtúk. ~1i gjcvhJtl, fi,H· ~
~lvM .56'o raúk,ia, f&,i.1/tivtc> &'tô1u; ~1U1 /~.retra, .5flíc1:ri rk
~'fZÚo.r rfr-. &ndrwça, 4/.CJ g;ot'â-CJ:, .O't'tJlt°&J ~, ~/.:.ltv1/Íq ~ltv't/14,,..
~14• ·~~.0 Si?<JJ/1i1/ .Ja~ /Í~müt.J 11111111" 11Nl1J tHj't'l't"JtJ.J t'ltl Jt10J;1ny-a(tir.J, e.

a apo ta do egundo Império


dçZ çZtiqu çZta

\li ll ri
\ difer•n .1 tntrc.> um -.w.1lheir 'outro
' ·' tm1. m.\ximo em e. til , unu
homem - )tn d ' tr.n.1 o uc ro. l' como
i.nw.\ ·r fadl·ir.1mt'nte d t>'mtt'. igualm 'tllt'
, cr.1 r tr.1u :l . m ·w.1lhci ro e St'tnpr('
m -.1 .1, num .1ll de Llile , u .nr.\Yt' .mdo
JU to t" h nr.11 , s 'lll nenhum tr.1• dl·
l m.1 ·l ·in. l'"t.i empr muito b m v tid;l.
de, 11' ti:ia 1 , t" j.1111.lÍ " f :le . U.\S
Ei 1,, ter e . CL' lt'ntt" id'ú, um
lL.Ü ili :l \ 1 S.
impr · ion.lntl' bom o to ao ·
iü r ub:t no j :-.. , Sl'mpre p.1g.1
, • t ir e um e:-.toque dt:> omen-
-u.1.· fo·i :Lt -, ~ iena : ·nm
t írio e. pirituo. o . El.i deYe
Sll.\~' ;Htl.HU l", . n: tY ·1 . m
r .ivemun~ir.1, t.into em uJ
su.1 csp ~.1 , d 'Yt e.11 ~ su.1
vi a qu.1nto com ' eu uar-
t ·roup.1. Den · ri.1r ten- Llmíli.1 l ' t m l .1r.1 .- '\IS
' ,\Y,ll S. ll tl f.\ t.lt
• nci.1s, e n:lo er,ui-1.l e
cmpn: orj.1r t·u pró- n.nur.11 p.1r.1 k qu.mw
prio laminho d ntro c.b. r ·: pi r.H, t' d ' l':t l'r.1
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mn.1 ,, .ll nu do Ut ) L' L'\ll·
l)' u dt· ·tino. d,1do, t ,\SS,\11 :lo 11\.l. i ~l\l
Jc tempo ·om su,1 f.nmlt.1
nunc,, os 1wglip.l'l\ ·i.rn lo
l'

por rrns.1 dt• .\s ·nntns l'. tl'r


-:• um &.un j.un.ii U · ·~nd l no~.

m públi >
Um c.iv.1lht•iro t'Sd 't•mpr ' h~:ª'
.i ma n f um:.i nem joga por vt"stido e wstido propn.\<..lum nt~· p.u.1 .\ o -.i· 1 -~ •
Ell' nlo onharia em us.lr roup.l lt m mt.u i.~ •
zinh cpm um ~m um jant r fonnal, nui5 lo llll: ·l · l t.1: \ll.t
insultar uma em públi · . ohr ' ·' ,,l •o
inco "i d4: nlo p< ltri.1 .l~ir t
e ntil mt mo
nd gr< ri l:On\
•1 e' l1armo. o · t•,p1nnw .. o. ' ·11t •\ / d
onvcrs imdig •ntt'!I no nwit) ~k \ll\l du ·ll l '
j 1 lho ·mprc l1. po'.'litO J ud
1 · 'l\lll'I' .\ lHHH.., 1· lltH·1

J m . Pr ·p r lo, ,\ qu.tlqm·r l\h H\ll' llt v. ~ .u .t

1 1po t.1 do Sc·gumlo /111/ ITI O


ntur•l, ele nunc<l é rude o u cra...so,
, el em volu dele para eus padroes,
ll1 .
Com um sorn o e u m <lr casua
l
u. . "" . '
anali ará cada s1tuaçao e agira com
i.;~1ruem.

lheiro sempre escolta uma dama


do seu lado esquerdo, para que ele
wa arma sem obstáculos.
eiro abre todas as portas p ara uma
mndo carruagens, e puxa cadeiras, etc.
eiro jamais fuma diante de uma dama
pedir sua permissão para tal. \/e.rsão brâsileira
eiro não conversa de sua amante ou As regras de etiqueta foram
ates baixos (como briga-de-galo) diante
adaptadas do suplemento
~......, especialmente uma solteira.
importado de Castelo
Falkenstein , Comme Il
Fault. Obviamente você
beiro, quando escoltando uma dama a não precisa seguir tudo que
recebe suas peles e seu chapéu e então está escrito ao pé da letra,
a um serviçal. principalmente se sua
e dirija a alguém socialmente mais personagem não pertencer
que voceA antes, a nao
"" /\
ser que voces ~
sepm a alta sociedade carioca. O
mundo vitoriano era reple-
to de complicadas regra
cumprimente todos aqueles que você 1\ •
para manter a aparenc1a que
do você os vê. É indesculpavelmente
~lo, e pode levar a duelos. nem sempre eram as imila-
das pela jovem nobreza
é sempre referida por seu título ou brasileira.
nunca pelo primeiro nome apenas.
annãos e consones têm esse direito ( ®ue.los
o sao homen que freqüentaram a No Brasil, apesar do
tendem a usar apelidos dos tempos duelos serem terminante-
mente proibido , me mo
Dte sobre similaridades. Se uma assim alguns ·cavaleiro "
com seus pais, mas lembra outra insi tiam em re olver ua
o. diferença de a form . Era
jamais diz palavrões diante de uma freqüente que um duelo
fo e adiado ,. ~ria veze
ca o a autoridade de o-
que alguém pode cometer bri m obr el .
D1 "cena" armar escândalos
101.1 dos .111ror -
público. Ao invés de grito ,
,..-.-,..--, e um comentário cortante
de um tapa.

"aposttt do egundo lmp 'rio


gosta dele par:i~ularm~n.t~. Entretamo, se ela
fizer isso estara 1mposs1bilnada pela sua honra
u.mdo e é convidado para um baile, de dançar com qualquer outro cavalheiro
e.·i ·te umJ. etiqueta e pecífica que deve ser aquela dança, por medo de ferir os sentimentos
guida. Um cavalheiro só pode convidar ~ma daquele que ela recusou. Na ?ança seguinte
d<lnu para dançar depois de ter s1d~ ela pode aceitar quem ela desepr.
propriamente apresenta~o a ela .. Se"' ela e
olteira ele deve pedH perm1ssao ao O homem mais importante presente deve
' . sempre dançar a prime!r~"' dança com a
a ompanhante da moça (seja ela mãe,. pai,
irmão ou amiga). Quando a dança termmar, anfitrião, enquanto o anfnnao deve dançar
o cavalheiro deve conduzir a dama ao com a dama mais importante. Depois disso
mesmo local de onde ela veio, e qualquer um pode dançar à vontade,
nunca pode dançar duas vezes mas a anfitriã deve dar sua
com a mesma moça se eles não permissão para que moças
estiverem noivos. Se ele o solteiras valsem. A valsa é
fizer, ele estará obrigado considerada uma dança
por sua honra a pedi~la bastante escandalosa, e
em casamento o mais muitas das anfitriãs de
rápido possível, pois ele mais idade não permi-
mo trou seu favor par- tem que jovens solteiras
ticular por aquela garo- valsem.
ta e não pedir sua mão
Intrigas ~oeiais
irá impugnar a honra
de ambos. Danças não são os
únicos acontecimentos
tls dençes de um baile. Qualquer
No início do baile, encontro dos membros
a dama recebe da anfitriã da elite é uma excelente
. I •

um cartão de danças. desculpa para uma sene


C.walheiro que desejam de atividades. Obviamente,
dançar com ela devem pedir a mais comum é a procura
para que ela os anote para ~ma de casamentos; a maioria dos
dança específica. A dama assim sabe bailes gira em torno de pôr em
contato jovens disponíveis e moças
com quem ela faz par em cada. dança, e .
solteiras sob a severa supervisão dos olh~s da
n ·nhuma confusão pode surgir por esquec1-
Sociedade. Muitos romances têm como ongem
mcmos da parte dela. Algumas anfitriãs vão
olhares e flertes através do salão. Muitos duelos
mai longe e preenchem antecipadamente os
se inspiraram da mesma forma.
cartõe~ <las convidadas, providenciando para
seus convidados parceiras que ela sabe que ·
Muitas outras at1v1 " u m baile
· ·d ad es tem
agradarão. como cenário oportuno. Espiões, aqueles com
acesso à Sociedade, vêem em bailes uma
Uma dam,1 também deve seguir uma eti-
excelente oportunidade para trocar segredos-
d
queta específica. Por exemplo, se ela for com tantas pessoas se moendo livrement~ e
chamada por um cavalheiro com o qual ela sala em sala, algumas conver as clandestmas
não deseja dançar, ela deverá dizer que está não serão notadas.
cansada e não pode dançar, nunca que não
Jt,\ lk qtH' l.1d1 Ôl'\ dt• .1lt.1 rbs'>l' utiliz.un
1111\IOl L' \

hui 11 n11 ulll,l lllr111.1 dl· l''q>lor.1r fu1 uros .tlvos. Ele ·
) 1< Ili u,.11 h.1i\c, \\lh, ·qfü•nll•.., pM;l rca liz,1r os roubos
l • ; 1nnnw p.11.1 p.\\\,\r m espo I'1os para p.lrtcs I
1
ltllt'll"·' 1.1'. ( rnll1.11.u i11w'>ti~1Hlon•s particulares para
111 nno1.11 \l'll\ h.1i\e, {· \llll•\ <'>t i1n,1 maneira de deter tais
, ll\ id dn.
b1co111 rm \l'Lrl'los tamh{·m são freqüente .
h 1p.u dt· t1m.1 multidão por uma hora pode não
IH r~ ,11 i,111wnll' \l'r .1lgo not.1do. Bibliotecas c;ão
<· lrln11c' lol.IÍ'> p.n.u:ss.1\ cois.1s, pois geralmente
pm,11t·111 s.1íd.\\ dt· inct·ndio, e muitos c.fopõcm
lc pc111.1' 1>.11.1 for.1 qu · pcrmit •m fugas
1.1pid.l\.
,,\ po1111r.1
' • 1.11111wm est.1 pn'sente no 1
I

'"1.1o dt· h.1ill's. Ap.1n•ntt·nwn1c, os


dl•,1i11m d.\\ t iviliz.1r,;ões são
11,u.1l11H·111t· dn ididos t'Tll re um .1
Pok.1 t· 11n1 Mi11t1l'lo.
( ,\l'll'Ít.1'po\Íti c.1s
pmlt•111 \l'l' cri.1d.1' ou
dn11 \IÍd.1'> t'lll 111\l
h.ull'. Por l' l'rnplo,
d \Ih(' t lllll .11 dh.1 dt•
'1·11~ opn111·11111.,;
11111\l ,\ \ (l\ll .l fi1\1 .1
IÍ1• \lljh'IÍ\ln' \,

1r 111pt. rn 1i ''~º
r r( \1µa .. l' <111.1 ou jc')i,1,
1 il •

.t 1po. u do cg1111do Império


J)ruzundanga
P. quin o Compêndio expl icati vo
bre a Rep úblic a dos esta dos Unid os
da Bruz unda nga
Ache i· eS°~C1r1ho r1ur1C'C1 ter
ou/.//d o -!'C1/C1r de Utnt:f r7C1Ç~o "A solenidade que aqui nos reúne e para a
t~o b/-::z.t:fr"/""'Cf 9UC1r7 to eS-5"Cf. qual foram convoca dos os poderes do Céu e da
/t:f/Ve-: :z. tt:f/ Repúb /1CC1 e,<1-S"tt:f Terra, e o mar, é de tanta magnitu de que a não
C1/Jer7C15" r10 1nur1d o de C?C1S-te/o podemo s avaliar senão rastreand o, através das
FC1/ ker1S- te/r1. sombras do Tempo, a sua projeção no Futuro".
Coelho Neto. Discurso na inaugura ção da
piscina do Fluminense F C.

1- lnfor mB<;ões Gerais Assim, a maioria das igrejas e conventos de


frades e monjas do país são estrangeiros.
A Bruzund anga, como é comume nte
chamada a República dos Estados Unidos da li - ti Nobre za
Bruzundanga, foi durante muito tempo um
Império , assim como é hoje o Brasil. A Na Bruzund anga, a nobreza se divide em
nobreza da época do Império, no entanto, foi dois grandes ramos: a nobreza doutoral e a
extinta, endo sub tituída por uma nobreza nobreza de palpite.
nos moldes descritos no capítulo seguinte. A aristocracia doutoral é constituída pelos
A alta ociedad e bruzund anguens e é cidadãos formado s nas escolas, chamadas
formada por médicos ricos, advogad os superiores, que são as de medicina, as de direito
afregue sados, tabeliãe s, político s, altos e as de engenha ria. Lá, estes cidadãos possuem
funcion ário e acumula dores de cargos privilégios especiais, e não se diz que possuem
"diploma ", mas sim "pergam inho". Como a
públicos .
formatur a é cara e demorad a, dificilmente os
ra Bruzund anga não existe absoluta - pobres consegu em alcançá-la. Uma moça rica
mente Força Armada. H á, porém, cento e só pode se casar com um doutor; uma moça
' . .
etenta e crnco generais e oitenta e set e pobre que consegue tal feito é aclamada por
almirant es. Além destes, há cerca de cinco mil sua família.
oficiais, que trabalha m em repartições cujo
principal objetivo é estudar a mudança dos A m an eira correta de se dirigir a um
membro de tal n obreza é incluir antes de seu
unifo rmes dos mesmos ofi ciais.
nome "doutor".
A religião dominan te na Bruzund anga é
A outra nobreza é chamada "de palpite"
a católica apostólica romana, mas raros são os
bruzund angucnses que se tornam sacerdot es. porque seus membro s n ão é firmada em
absoluta mente nada. Ela se forma quando
J

tio \?enegdor <JS bülBta s a aposta do Segundo Império


, ~ imp o rt a nd o su a árvo r e A vida econômica no país é toda anificial
.i1g
uettl , · . ,,1 aJ. a p ar a a E u r o p .a e l a,
• n.10 . ' e fals~ nas suas bases, vivendo 0 país de
e ilog1cJ, ' 1 d exp~d1ent~s. A Bruzundanga é supostamente
geo. ·dr;do com tantos utu os, ec1'd e que
meh~ ' ucr ser nobre, e volta ap resentando· cheia de nquezas, mas ninguém as conhece.
runbcntq O ouro, por exemplo, é tido como uma das
· "M.irque'" ou "C on d" e d e a1gu m a
-~ ~ • d
· . E . nobreza 11ao e respeita a pe1a p 1ebe,
co1110 J ' riquezas do país, mas lá não corre uma moeda
desse metal. Todas as moedas que se vêem no
c·01 J .. . ·der.
.l
um reles doutor me lh or que o
que Lon 1 1 p aís, m esmo nas mãos de cambistas, são
e muitos dqutores
, . .
· perrigado Pnnc1pe,
nu1·1· ern""-se deste arn'f'1c10
. para fazer p arte das estrangeiras.
uu 1za111 ,
du.i nobrezas, revezando seus urulos. O café, tido como grande riqueza da
nação, é o grande mordedor da eco·
Ili _'f1 políti ca íl a
- e_conomi a
nomia, pois é das oligarquias cafe·
eiras que surgem os políticos
que mandam no país.
o presidente da
Bruzundanga é conhecido J\/ - ti ®iplomaeia
oficialmente pelo rírulo de O ideal de rodo e
"mandachuva" . Em ge· qu alquer natural da
ral, o mandachuva é Br u zundanga é viver
escolhido entre os fo ra do país. Para eles,
advogados, mas não a Bruzundanga é tida
dentre os mais brilhan- com o um pais de exi-
1 I

tes, e sim dentre os lio.


medíocres e provin-
Um dos meios de
cianos.
que a nobreza douto·
Os políticos no r al lança mão para
poder na Bruzundanga safar-se do país é obter
tratam não de atender às empregos diplomáticos e
necess idades da popu- consulares, am falta destes
lação, não de lhes resolver os de adidos e "encostados"
os problemas vitais, mas de As armas da às delegações e consulados.
enriquecerem e firmarem a Bruzundanga
situação de eus descendentes e Os políticos, porém, ~ão
colaterais. ferozes patriotas e gostam muito
da Bruzundanga.
. Não há na Bruzundanga homem
mflueme que não tenha, pelo menos, trinta A ap rendizagem do ofício ?ipl~mático ~a
nação é simples. Além do cornquei~o frances
~arcnres ocupando cargos do Estado· não há
la l' . .
d" P?nico míluenre que não se julgue' com e d os usos d a sociedade, os aspirantes a
ª
irbei_to deixar par a os seus filhos, netos. d iplom aras começam nos passei~s e reuniõe
so nnhos e pn·mos go rdas pensões pagas pelo
T da capital da Repúblic~ ,ª ~nsaiar o u o de
t.\ouro da Repú blica. roupas, mais ou m enos a ulnn:a mo~a. Out~a
coisa recomendável a um aspirante e pos uir
latif, 0 de.manto, a terra vive na pobreza; os
P<>pu~n ~ios , ab and o n ad os e indiv is o s; a
rírulos li terários.

incapa;~~ r~r.al~ que é a base de rod as as +


· dmg1r qualquer coisa.

a aposta do eg11ndo Império


cent enas de séculos. Segu ndo eles, essa espécie
\/ - t\ f\rt. de alim enta ção do long ínqu o pr íncipe poeta
omo m qua lque r país civi liza do dava sing ular pres tígio aos seus versos.
xi, t~m na Bruzunda!lga e cola de belas-a!'1es;
O prín cipe se cham ava 1:'uque-T uque Fit-
, ;.1lor ie um aru ta no enta nto nao e
Fit e era descrito pelos samo1edas com o sendo
med ido por eu talen to mas sim por uma
de ~ma beleza excepcional, apesar dos nativos
con ii ào e pedf ica: o artis ta tem que ser
daquela região, os esq,ui~ós, sere m notoria-
profe or mesmo que seja de desenho linear.
men te feio s . Ao pnn c1p e Tuq ue-T uqu e
não. a ociedade bruzundanguense não lhes
atrib uem a fund ação de sua escola, apesar de
oferece nenh um favor público ou particular.
nunc a tere m lido sua obra .
Entr etan to, um fenô men o inter essa nte
pod e er obse rvad o: um artis ta que se diz Algu ma leis científicas rege m a "Escola
e trangeiro não imp orta ndo sua procedência Samoieda", cons ider ada por seus prat icantes
ou o valo r de sua obra , é ime diat ame nte a escola perfeita, que tem com o definição não
aclamado por aqueles que possuem riquezas, expr imir coisa algu ma com relação.ao assumo
que gastam fortunas com pran do obras de tais visado, ou dize r sobr e ele as m ais vulgares
"artistas". Enq uant o isso, pode-se enco ntra r banalidades. Aqu i estão algumas dest as leis:
pint ores de talento, nascidos na Bruzundanga, § Send o a poes ia o meio de tran sp
ortar o
fazendo letreiros e tabuletas ... nosso espírito do real para o ideal, deve ela
a Bruzundanga, a música é província das ter com o prin cipa l funç ão prov ocar o sono ,
mulheres . É raro aparecer no país uma obra estado sempre prof ícuo ao sonh o.
musical. § A mon oton ia deve ser sem pre proc
urada
\?1 - Ti 6ite,ratura nas obra s poé tica s; no mun do, tudo é
/
mon oton o.
O que caracteriza a literatura da Bruzun-
danga é uma curiosa e cola literária lá conheci- § A beleza de um trab alho poét ico não deve
da por "Esc ola Samoieda". Os samoiedas ressaltar desse próp rio trab alho , inde pend ente
contentam-se com as aparências literárias e a de qualquer explicação; ela deve ser enco ntrada
banal simulação de notoriedade, quase sempre com as explicações ou com entá rios forn ecid os
por total falta de talento poético. pelo auto r ou por seus íntim os.
Esses poetas da Bruzundanga, para dar § A composição de um poem a deve
sempre
urna orig em altis onan te e misteriosa à sua ser regulada pela harm onia imit ativ a em geral
escola, sust enta m que ela nasceu do poema de e seus derivados.
um príncipe samoieda, que viveu nas margens
Por Fur-hi-Bundo,
do Arti co um original que se alimentava da
carn e dos mamutes conservados no gelo há (Embaixador da Bruz unda nga no Brasil)
luqut l11qu" m1111 f"-'"ew marinai
Parte III
Como participar do bive,

a aposta do Segundo Império


®icas dg representa espontaneamente
como num teatro de impro-
Interpretação viso. Quando a peça começa,
todos interpretam seus respe-
• I • • "'
cuvos papeis e a s1tuaçao pro-
entendendo sua personagem posta pela história torna-se
Um live .Jction é formado pelos mais diverso~ ti~os de verdadeira. Surge o que cha-
per'ion.a.gen todos envolvi?o~ ~~ uma trama ou rntnga. A mamos de realidade mágica.
descriçio da personagem esta div1d1da em:
A realidade mágica é o que
Seu passado: Nessa parte conhecemos um pouco mais dos torna uma história convin-
acontecimento antigos da vida da personagem, além de conhecer
um pouco de seu caráter, desejos e ambições. Geralmente essa
cente, por mais fantástica que
p.tm: funciona mais como panorama geral da personagem. possa parecer. Os antigo me-
nestréis, o cinema e os livros
Seu presente: Agora conhecemos os acontecimentos recente~ ,
que têm influência direta em sua vida. O que estava fazendo ate se preocupam com a realidade
o dia da grande feSta, seus inimigos e opiniões sobre esses assuntos. mágic a d e seus co n tos e
Ob;etivos: Tratam-se de assu ntos inacabados que você fáb ulas. Até mesmo os dese-
resolverá ou ao menos tentará resolver até o final da noite. nhos animados possuem este
A história é a essência da personagem. Sem ela nada existe. conceito. Walt Disney cha-
\'ocê precisa conhecer a personagem que interpreta, saber de onde mava isso de o "impossível
~IJ Vt'Ío, o que passou para chegar até aqui e para onde pretende plausível". Para ele, pode-se
1r. usar qualquer recurso absur-
A \'iJa nunc,1 é um mar de rosas. Sua personagem está do nos desenhos, contanto
n(Ct'\ .1ri.1mente cnvokída em alguma intriga. Pode conhecer um que eles pareçam possíveis.
\C."gr Jo terrí\·el , ter um amor não correspondido ou mesmo estar
t't1\'0h·id.1 num crime. Es a intrigas criam os conflitos que
Assim, uma pedra pode cair
mo"inlt'nt.un o !rt't.. sobre uma personagem e seu
corpo amassar como o uma
A int ng.1 .'1c:ib.1m gerando os objetivos da personagem.
Como rt•. ~1r d1.mte dos problemas que atravessa ? Deve sanfona. Nós sabemos que
te tt•munh_.u contr.1 o criminoso que ameaça sua família ? Vai isso é uni absurdo, m as a
orrr>r ~ n cn Jt> perder .\ mulher amada para conseguir uma realidade mágica do desenho
promoç.to nJ en~prec.a ? Como se defender do crime do qual está
o torna normal.
"iendo .l1..U do m1ustamente? Pergunta só podem ser respondidas
qw.ndo .l pcç.1 wm -ar. e dependem da ação e reação de cada um. O live action também possui
' j 'K dt"ve t!(Jr pre o so~ente ao que está pré-definido. uma realidade mágic a. O
Procure ~º' ?~ .ob1eurn~. faça aliado , humilhe seus inimigos diretores e roteiristas ajudam
t'n 1m, J:l 1;nJll\'O. Por e~emplo, se for um abolicionista, nãos~ a criar essa "fantasia real" com
ntt'ntt <'nl apen.i pre 1on.ir o gO\·erno, espione as ações dos
e r 'o nt.1 presen_u~, convenç.i sua amada a e nrrar no um enredo e ambiente con-
mm1mt'nto, de _ubr.i mlormações relevantes sobre outra trama v1nce n t es, ma qu em e n a
~ Ir ut"· por .:aiud;i a c.iusa. r ealm e nt e são o at o re ·
m .JVlSO: nem )('rnpre você a~ de tod u as t Quando você realmente acre-
tn ido AI . .~ , ramas em que
• mn '. h :~as vr:1.n seu braço 1.hre1to e um traidor ou dita no papel que e tá inter-
cnt.0 .:a : ' e . cl iro dt um.a grande fortuna sem saber. Fi~ue pretando, ua per onagem
lt'a\iO IU t Utpt
ganha vida e cria uma r ali-
IM"mido! hia/m.:a mtri b" •
u.:a r-rsonagrm /: '1 fil1.S t' 0 Jt't~v? ! b.ista de\cohrir como dade mágica em torno de i.
rt>llWUIC.1 ou ratu:arc '!'~ntt: au1onu~1.i ou compreensiva
A nçio f!rn.t« ·~ta lSlou .tp.mt~n.:a, Jecidit.U ou indecisa'.
acamu PM.i qUit ~1 ' nus o mnmo tc.-mpo é aben.i
idt . ar 0 pa~l .u:r entando ai umas

a aposta do Segundo Império


9. u.11 u,\ i ie logi.1 c lítica?
. n
~
1..112. ( ih2-~~~~~~
. 10. TeYe .1lgum rande amor?
i.. • ·1 . i1 'X. ·lc.>nt , .tt ) f 1e [iye.
. . ) t \ · 1 $ 'l Ul t .
t 1n11t ·. { Y - d eY e tud .lr 11. ual ,1 ·oi "m.1i importante da ua vida
. . t 111.\l: 11.l .1 • J .
que mai o nnrcou?
.\111 • • pcr.·on.l~t.>111 .rnr ~ Ja pe a
r •nt.ll i •1Ht'1 - tl.\ .. , l p ' - n:l em ' .lpe1u - L. ual .1 ·oi ,\ qu mai e orgulha de ter
• \ 1 • ·n .1 • ti
'lf . ... \
• t • . •1, p.lrtid.l p.1r.1 .1 .nu.l ·.1 . . feir ;i
t
r ,
nt i..
·i . 1 rr.\n. t rm.u e . e p ·
• • - e h de
)f 'l i. pr . . 1 . E qual a que nH i e arrepende?
rf·~,1num.l ·ri.lnir.1 n\·.i.
1-}. Po ui aco te ? Quai ?
l' 01 l o.l r.íri -.1 p.u-.1 t rn.lf J pe1 n,, c. 111
. ·ic 1 é ubmete-1.1 a um 1 ngo 15. Tem Jl 0 u ma fra ou l ma favorito ?
111d.l 111.u 1 •
.i • .· uando .1· re p ta pa .1rem
inrerro,.,.noi 10· ' 1 (Ex: Elementrtr, 111e11 caro W'atson)
. he it \ · \o "º e e·r.ir.1 r a mente
•1 nr ·e01 ' · ' l d 16. Do que mai ao ta ou mai odeia?
\'amo .i ,d &u n exe mp o
pronto. -
p r<rUfl(,l : (Ex: omida , f ta , mú ica lugare , etc.)
1. Dc onde ,.0 e wio? É nJlur:il de nde e 17. Preocupa- e om a aparencia?
.
p1 · ·1 .l }11 t OfJ.1.
.. )

(Ex: el aant , de leix<ldo etc)


-· Como foi u.1inHn ·ia e jm·emude?
1 . mu ão ua virtude e vício ?
: . Onde e rudou e que 0 r.m de ultura po ui?
(Ex : hone tidade alcooli mo,
1. Yi.1j.1 muito? nde j,í e teve e p r que?
5. Que -.1minho trilhou .né hegar onde e t;1? 19. ua1 ao ua h·1bilidade inaptidõe ?
b. e or ulh.1 d.1 profi ·l o que tem?
(Ex: 16.bi·1, diploma ia, etc)
7. F.1le um pou o de ua famíl i·:i.
T m algum egredo que n1o ontana para
. Tem rdigi}o? É pr;ni ·.ime? nm uém? ual?
omo d ve t r percebido , mui ta da
re p , tão na de crição original da
p r 0111 w11 pou o de imaginaçao e
p qui a, vo ê pod hcilm nt pre ncher a
b w1a qu ri er m falta ndo . Me mo que
e e extra nun ,\ apar a na hi rória vo
fic~\Cl bem mai .\ v ntad par 1 int rpr tar
u pap 1. ó tom o cuidado para
não i nv nrar nad .1 q u mud e
rndicalm nt a p r onagem
re ebida, ap 1Ll ·ompl -
m nt qu .1 h,u· ne e -
I '
:1no.

t post t do egmulo 1111pério


~uggstõgs dg bgitura

fornece uma visão perfeita, mas revela o pior


A literatura brasileira do século passado é
e o melhor da sociedade.
vasta e rica. Para facilitar, selecionamos alguns
dos livros que melhor se encaixam no universo Memórias Póstumas de Brás Cubas; Dom
de Castelo Falkenstein (uma lista semelhante, Casmurro; O Alienista (Machado de Assis) -
mas centrada em obras inglesas, francesas e Os dois primeiros são romances clássicos sobre
americanas, se encontra no final do módulo as mediocridades e traições da alta sociedade
básico do Castelo Falkenstein). Lê-los ajudaria do Império, temperados com uma ironia cruel.
a entender melhor o ambiente do Live e lhe O terceiro é um con to engraçadíssimo que
proporcionaria horas de diversão. discute a loucura, a sanidade e o poder dos
O Ateneu (Raul Pompéia) - Um livro cientistas.
amargo, de toques autobiográficos, sobre a O Xangô de Baker Street Gô Soares) - O
experiência de estudar em um colégio interno bem-humorado romance de J ô Soares coloca
masculino, dirigido por um homem que vê a Sherlock Holmes investigando o roubo de um
educação apenas como um negócio lucrativo. violino raro no Rio de fins do século XIX.
Especialmente útil se seu personagem foi Mostra aspectos mais populares da cidade,
aluno de uma escola do gênero. como as rodas de capoeira e os grupos de
Os Bruzundangas; O Homem que falava boemia que se reuniam em torno de
javanês (Lima Barreto) - Embora um pouco Chiquinha Gonzaga.
fora da época do Live, a obra de Lima é muito
interessante. Satirizando a ignorância e a
corrupção da elite brasileira através da
república ficdcia da Bruzundanga ou
criticando a pose vazia e os conhecimentos
inúteis dos intelctuais, vale a leitura.
O Cortiço (Aluísio de Azevedo) - O lado
brutal da Corte, retratado nos habitantes
pobres de um cortiço e nos seus exploradores
ricos, que rivalizam com eles em vícios e
baixarias. O autor inovou por sua visão
naturalista, sem qualquer sentimentalismo, das
paixões humanas.
Diva; Senhora; Lucíola Gosé de Alencar)
- Os três perfis de mulher de Alencar são uma Outros livros interessantes de se ler são as
crônica romântica dos costumes do Rio de inúmeras biografias de figuras importantes
Janeiro da Corte de Pedro II: suas musas e da época . Dom Pedro II, Dom O bá,
casais apaixonados mas também o ambiente
Visconde de Mauá e entre outros foram
das prostitutas de luxo e casamentos por
' A •
tema de estudos interessantes. Lógico que
mteresse econorruco. o bom e velho livro de história também
A Luneta Mágica Goaquim Manuel de pode ser muito útil.
Macedo) - Um jovem da Corte ganha um
presente de grego: uma luneta mágica que

tio \/e,nee,dor as bata tas a aposta do Segundo Império


figurin
. .
.ums e mo -
A c.unisa n.io

ontr.i-

•etrios. somente quatro elemento -' o


""°"'SSÚio pan fazer umJ roupJ
·t banta:
~IU·sabranc.a: formal de mano 1 n
' cmb, · o pr. feri,·elmente -oru
cam1 uni,·er lment
itoriana por todas b
~

Chapéu : para oca iões formais, cartolas um. O corpete fica entre duas camadas de 1
de eda ào o ideal. Para roupa m enos formais, algodão conhecidas como chemise (a de dentro) L
hapéu -coco o u outros tipos de chapéu e capa do corpete (a de fora), para evitar 1
ervem. beliscões n a pele e evitar sujar o corpete, que
é difícil de lavar. Além disso, existe a pantalette, 1
Luva : todos da classe média e acima usam
usada por baixo das saias.
luva , brancas formalmente, cinza para o dia-
a-dia. Procure aquelas que têm um botão ou Por cima das roupas de baixo, vêm as peças
velcro no punho, feitas de algodão. com as quais estamos familiarizados. Os
vestidos de noite utilizados naquela época
Bengalas: quase todo mundo nessa época
tinham decote baixo, mangas curtas ou
usa bengalas de qualquer tipo . As
inexistentes, saia longa e cheia, luvas
classes mais baixas usavam-nas
compridas. Os vestidos de baile,
para imitar os ricos e para
o auge da moda, são como os
defesa pessoal. Os ricos usa-
vestidos de noite, porém mais
vam bengalas para cami-
elegantes, cheios de fru-fru
nhar.
e decorados com muitas
• I •
Como JOlaS.

improvisar Acessórios incluem


roupas chapéus (que devem ter
abas largas e serem de-
femininas corados com plumas,
Mulheres vito- laços e fru-frus) e sapa-
nanas usavam uma tos (botas curtas cheias
ampla gama de roupas, de botões ou sapatos
da mai baixa mendiga, baixos), além é claro de
com uma saía e blusa luvas, sempre com-
surrada , :ué a mais alta pridas.
dama em seu vestido de Roupas femininas
baile. Conforto não era felizmente não são difíceis
imponante para mulheres de improvisar,mas se você
que não trabalhavam. preferir, pode mandar fazer
Tradicionalmente, a ênfase ou alugar roupas.
. .
era para roupas que cnavam uma si- Na página ao lado, damos dicas
lhueta com cintura fina e quadris e seios de alguns endereços para quem preferir um
fano . Essa linha é alcançada com um modo mais prático de produzir seu figurino
cuidado o desenho de roupas e roupas de baixo
adequadas. As aias cheias são atingidas com
o uso de várias anáguas, e as anáguas são
sustentadas por armações de aço.
Para modelar o corpo existe o corpete
vitoriano, Para as classes mais altas, ele não é
apenas elegante, é necessário. Uma dama
simplt·smcnte não deixa seus aposentos sem

'(]o \/gncgdor a.% balBles a aposta do Segundo Império


Vida Secreta - aluguel e '
conf ecçã o de fantasias. Rua
Bulh ões de Carv alho , 524 /
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-·""211 •
1 1
fraques, ou até mes mo alguns
•.aUIFt."11:•1
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enco ntra dos . Ent rar em
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1às vezes dá certo, pois muit os
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1
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mui to dinh eiro , mas é ......, ... _
nece ssár ia mui ta paci ênci a
para gari mpa r em lojas de
roup as usadas ...

a aposta do Segundo Império


6ista diz ilustraçõçzs
p6gnrn 44. - Imperador caindo, charge de Angelo Agostini.
,. 1 s· M H' I • acanas
z .
•1cional
l\\~ll 2 - D. p,v/ro //.por ' .E. ov,1k. lu eu Hi~tórico deGois e Vasconce os, por 1sson. useu ISlonco Nacion al - RJ.

- 1\). pãginô 45 - Lopes Trovão, charge de Angelo Agostin i para Rev·


i ) •in 6 imbolo d.1~Jrmas do imp~rio. Museu Histó rico Ilustrada
' iscla
1889. Salvador de Mendonça. Museu Histórico Nac·iona
•' ~·i,m.1\ - RJ.Pa~im; 8 · 9 - Retirado da página 265 de Ma11á ,
pégine 46 - Chegada do Príncipe D. J oão à Igreja do Rosári
<"•lf . mo do Império Armando Viana. Museu da C idade - RJ. Napoleão Bonaparte e por ~i
·~ma 1(1 - Castelo F.ilkeisntein, versão brasileira de bro nze de Benin, paginas V e IV de Atlas da História Univer~!ª
p ·~ira 1t - D. Pedro li . por F. R. Moreau,x . Palácio Grão-Para - péginô 47 - A parúlha da China, retirada da página 146 de Histó ·
é Vida. Locomot iva retirada da pági na 2 19 de Atlas da Histó:
Pmópoli. . RJ.
Universal.
) sma« l ~ 19 - arco da Lapa no sec. XIX
péginõ 48 - Batalha do Riachuelo por Madeira de Murta. Museu
O sma 23 - D. Pedro 11 em Paris, por André Sernant retirado da
aval - RJ.
pagina 699 de Grandes Personagens da História
pãgin8 .;.9 - Vitral de Caxias do Ministério do Exerdto - RJ.
Pogmo 2.5 - mapa do Amazonas retirado da página 122 e 123 de
Conbecer p6gine 50 iZ .51 - Batalha do Riachuelo por Vitor Meirelles. Assembléia
P6gma 26 - D. Pedro l i na abertura da A.<sembléia -Geral, por Pedro Legislativa - RJ
aroérico. Museu Lnperial - Petrópolis, RJ. P6)5int1 53 - Desenhos de Ricardo Goulart
P6gino 27 - caricatura de D. Pedro TI por Angeli, retirado da página pãg1no .54 - Foto da Rua do Ouvidor de Marc Ferrez
81 de República Vou Ver.
pégino .55 - selo da livraria Garnier. Retirado da pági na 17 de
PbSIOõ 28 - mapa do Rio de Janeiro retirado das páginas 8 e 9 de O Momentos do Livro no Brasil.
X.mgô de Baker Street
página 58 - O pensandor de Rodin. Hospício de Saint-Rémy de Vicem
Ptígina 31 - retirado da página 95 da edição especial da Veja sobre a
van Gogh.
República
pãgin8 .59 - Foro do interior da livraria Garnier. Retirado da página
Pt>Rino .;2 - apoleão IIl, retirado da página 246 do vol Vill da 17 de Momentos do Livro no Brasil.
Enciclopédia Prática Jackson
pégin6 62 - Almanack Lae=ert de 1875. Edição que saiu com
PtiSmo ~3 - Rainha Vitória, retirado da página 256 do vol Vill da
1700 páginas
Enciclopédia Prática Jackson
Pãgine 6.5 -Aventuras de Nho Quim, de Angelo Agosti.ni, publicada
Ptigina 3-i - desenho de Angeli, retirado da página 21 de República
na revista Vida Fluminense.
Vou Ver.
pãgine 08 - Zepelin, desenho de Ricardo Goulart
Ptigino 3.5 - desenho de Cezar Lobo retirado da página 178 de
Históna do Brasil p.zm principiante.< Pégine 75 - Ilustração recirada da página 16 de A viuvinba, editora
Pcgino 36 - Simon Bolívar, retirado da página 88 de Histó1·ia Geral, Moderna.
por LAUDES Págine 76 - Tobias Barreto. Museu Histórico Nacional - RJ.
Puginc 37 - m.1pa da America Latina, retirado da página 167 de . Pôgin6 78 - Ilustração retirada d.i página 16 de A viuvinha, editora
/ lmória das Socied,rdes. Moderna.
J.>cgmt> 3S - Don Carlos Lopes, gr.ivura de Demarsay. Palácio do P6gin6 80 - Patinando de Manet.
ltamarati - RJ.
P6gino 81 - Retrato de Senhora de François-Auguste Biard.
Pbgino 3Q - &rr..rlha do Aval. por Pedro américa. Museu Nacional
de Bela\ Ane> - RJ. P6~int1 &+ - foto de esquimó da página 127 da National Ceograpbic
de ianeiro de 1995
Pt>gmo .fl - ilustr.içào do livro recirada da primeira edição de O
Achmeu. Foto de Diogo Feijó. Biblioteca .icional- RJ. D. Pedro/, Pãgine 89 - ilustração retirada da página 23 de A volca ao mundo
por S11nplício Rodrigue de S.í. Museu Imperial - Petrópolis, RJ. em oitenta dias da editora melhoramentos
;>u~mc -t'l - Proclamaçlio da Rep1íb!ica Rio Crandense, por Ancônio P~$in.6 90 - '.lustração retirada da página 176 de D om Obá II
J>.irrcíra\. \1u~eu Julho de Castilhos - Pono Alegre, RS. Bento D Afnca, o Pncip~ do Povo
G?nçal't-·es. Mu~u Histórico acional - RJ. Armas da República
R10 Granden>e, lenço Farrapilha. Museu Júlio de Castilhos. Porto Pégine 91 - .ilustração retiroda da p:ígina 15 de A volca ao mundo
Alegn:, RS. Trop.i carregando bJrco, cena do filme Anahy de Las em oitenta dias da editora melhoramentos
mzssi<mts. Pégi~e 92 - .ilustração retirada da página 296 de A volca ao mundo
Pógmo .; - Coroação e Sagração de D. Pedro II. por f-leaton em oitenta d ias da editora melhoramentos
eRe~~burg. Mu\t~1 I~perial - Petrópolis, RJ. Arm.is do Império do
Púgint1 93 - ilustrações rerir.idas das paginas 104 e 105 de E/ rraje J
Brasil. Museu Hmonco acional. Duque de C.ixia\, detalhe de
traves de los Tiempos.
Juramento a C::<m5tituiç,.io pda Prince\a Isabel, por Victor Mcirelles.
Mu-.eu Imperial - Prtropolis, RJ.

'do 'Vencedor as batatas a aposta do Segundo Império


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Letras, 1986.

Periódicos:
CARETA. 24 de junho de 1922 n. 731 Jno XV
D . Pedro II: Jornal noticozo, liuer:írio e commerci.11 (26/ 8/ 1870 - 20/8/
1877)
O CRUZEIRO, Ediç:io comemorati,,1 do IV cenrenário. 1965
11
(.Aimuno. Rio d,· j J111·1ro: Ediouro VEJA REPÚBLICA . Abril. 1989.
ôs autorc&
- RPG; E l aborou e dirigiu o live Nair
Bruno Cruz, 25 ano ' produtor editorial apresentado em São Lourenço.
form,1do pela UF RJ , foi edit~r .da ~~~ Maurício Santoro, 20 anos, estudante de
ecchi : co-de envolve u o satiro . · rnalismo na UFRJ, colaborou com anigos
bra ·ileiro Monstros; foi editor comercial da 0
revi ta B/ack Lotus; participou da se~und~
J ara as revistas Dragão Dourado e RPG
~agazine. Participou do projeto Rio by Night
g tao de editores da revista Roleplaying? e
como jogador. Atualme~te escreve uma
mebro-fundador do CLAN (Criação de Lr:e
monografia sobre a narrativa no RPG, com
Actions Nacional); co-escreveu o live a No:te
do Coringa sendo também diretor na versao bolsa da CAPES .
apresentada na boite Madame Caos, ~m Nicole Mezzasalma, 19 anos, estudante de
Niterói, e na versão apresentada no Londrina jornalismo da UFRJ, foi colaboradNora da
Comic Con; co-dirigiu o live da taverna do l revista Roleplaying em suas duas gestoes; co-
Encontro de RPG e Arte do Centro Cultural criou e dirigiu o live action The Mascarede, uma
do Banco do Brasil; co-criou e dirigiu o live noite na corte da Rainha Vitória, encomendado
action 'lhe Mascarede, uma noite na corte da pela Cultura Inglesa; Co-elaborou e dirigiu o
Rainha Vitória, encomendado pela Cultura live Noir apresentado no Grande Hotel do
Inglesa; co-dirigiu a versão de J!ie Masc~r;d~,
Vale em São Lourenço, MG.
uma noite na corte da Rainha Vitoria
apresentada no III Encontro Paranaense de Raphaela Ribeiro, 20 anos, estudante de
RPG; Elaborou e dirigiu o live Noir História da UFRJ, foi narradora e diretora do
apresentado no Grande Hotel do V ale, em São projeto Rio by Night; Divulgou e promoveu
Lourenço. RPG e livros jogos para Márques Saraiva;
traduziu parte da coleção de livros jogos da
Lúcio Pimentel, 22 anos, estudante de
Márques Saraiva; Coordena eventos da
produção editorial da UFRJ, gerenciou a
Devir Rio; foi responsável pelo núcleo de Empresa Anel Um de play by Mail. Produz e
RPG da Dinap no Rio de Janeiro; participou organiza eventos.
como editor nas duas gestões da Roleplaying;
Renato Silvestrini, 27 anos, bacharel ern
colaborou para a revista Black Lotus; foi um
direito pela Faculdade Toledo; formado em
dos membros fundadores do grupo Adaga de
turismo pelo Centro Integrado de Turismo e
Prata; é membro fundador do CLAN (Criação
Hotelaria; é sócio-fundador da Phorma Final,
de Live Action Nacional); adaptou eco-dirigiu
criação de sites e homepages particulares e
o /ive da Taverna no l Encontro de RPG eArte,
comerciais; foi fundador, narrador e diretor
no Centro Cultural do Banco do Brasil;
do projeto Brasil by night no Sul de Minas
Adaptau e co-dirigiu o live Vampire, na boite
Madame Caos; co-escreveu e dirigiu as três Gerais; elaboro u e dirigiu o live Notr
versões do li ve A noite do Coringa (na boite apresentado no Grande Hotel do Vale, em São
Madame Caos, no encerramento da III Lourenço, MG; é narrador do Rio by nigth;
Comianania, e no Londrina Comic Con); co- participou de duas RPG Rios; é promotor de
criou e dirigiu o live action The Mascarede, uma eventos e excelente comedor de queijo.
noite na corte da Rainha Vitória, encomendado
pela Cultura Inglesa; co-dirigiu a versão de The
Mascarede, uma noite na corte da Rainha Vitória
apresentada no Ili Encontro Paranaense de

'
a aposta do Segundo Império

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