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Mathew POV
prostituto.”
também.
isso.
de certa forma.
gay não é permitida aqui dentro. Isso é uma coisa que eu nunca fiz e pelo
enganar. Não são apenas mulheres bonitas e jovens que eu vejo. Todas as
idades, jovens, de meia idade, até mesmo as idosas me perseguem aqui. Sou
agarrar forte. Seus gritos me deixavam surdo às vezes. Eu sempre acho graça
quando ouço alguém chamando as mulheres de sexo frágil. Errado. Elas são
Depois de bater meu cartão, eu vou para o corredor para ver onde eu vou
estar esta noite. É só 17:00, o sol está se pondo. A parte mais triste do dia
para mim. Isto é, quando o meu dia como o normal Mathew Trenner termina…
outubro de novo?
volta para ele, andando por trás de sua cadeira para chegar à minha, que
estava do lado.
por isso que Claire parecia gostar de mim desde o início. Oh, Claire é a chefe
não queria pôr em risco o meu trabalho aqui. Eu preciso dele. Então fiz o que
mochila no chão, perto dos meus pés, abrindo minha gaveta e tirando meu
tem que colocá-la em todo o seu corpo! Tive um belo bronzeado uma vez e
tirei a minha camisa, jogando-a na mochila aberta aos meus pés, não
Eu tentei fazê-la sutil, mas ainda capaz de ver que eu era um deles. Eu fiz
noite eu seria um bom vampiro, olhos dourados. Talvez no final do mês, mais
coisa real, presas de porcelana que eram coladas em meus dentes, da mesma
cor que os dentes reais. Eu até tinha começado a falar muito bem com estes
agora.
Mathew mais do que o mau, doente, vampiro sexy Mathew. Além disso, as
meu espelho, entrando no meu papel. Uma coisa que você tem que ser bom
aqui, é atuar. Outra razão para a Claire me apreciar tanto, é porque não
qualquer mulher mal, ou até mesmo fiz cara de desgosto. Eu sou delas, e eu
nisso.
Levantei-me para ir para o meu armário e vestir minha roupa de vampiro.
Sim, cada dançarino faz ou compra suas próprias fantasias, nada nos é dado,
exceto nosso salário. Minha roupa esta noite consistia em faixas pretas de
A ideia era que uma vez eu estava usando calças de couro, mas elas foram
produto final a ela primeiro. Ela tinha a palavra final nos trajes. Sem sapatos
couro preta simples, cobrindo toda a minha garganta. Ela tinha um grande
passo.
Eu passei óleo no meu corpo, o que levou uma incrível quantidade de
tempo. Mas esta era outra regra aqui. Sempre usar óleo, sempre brilhante e
homem vampiro trabalha em uma gaiola. Ele é muito perigoso, antes de tudo.
tem total controle de quem entra lá comigo. Quanto mais mulheres quiserem
pagar para estar na gaiola comigo por um período de tempo, mais tempo ela
isso é o que eles dizem a polícia, de qualquer maneira. A verdade é que não
existe a prostituição a céu aberto, onde os clientes em suas mesas podem ver.
Claire também acompanhava o vampiro até a sua jaula porque ela desejava
que nós nunca quebrássemos o personagem na frente das clientes. Ok, Claire,
conversando com Ryan enquanto ele dava os últimos retoques na sua fantasia
camuflada de soldado.
Eli, outro dançarino, também era um amigo meu. Ele estava ao lado de
clube, e eu pude ver Claire agora chegando através das cortinas do camarim.
Eu fiquei de pé, jogando fora minha bebida e checando meus dentes no
─ Mathew? - ela sorriu para mim com seus olhos azuis brilhantes enquanto
seu cabelo caía em longos cachos acima de seus ombros. Muito bonita. Que
nós, sentado em sua cadeira. ─ Você deveria proibi-lo de beber isso. Claire.
─ Hey - ela fez um sinal sobre o meu corpo com a mão. ─ Enquanto ele
se parecer com ISTO, ele pode beber qualquer maldita coisa que ele quiser,
okay?
Claire olhou para mim e perguntou. ─ Você vai me dar trabalho hoje,
Mathew?
─ Assim como eu. - Ryan a fez lembrar, não querendo ser deixado de fora
preocupe.
atrás. Eu estou aqui a alguns anos já, e toda vez que Claire demonstrava
No final deste corredor estava a linha vermelha. Esta era linha entre eu e as
minha coleira.
Começou o show.
Caí de joelhos e rugi forte, puxando levemente para trás, não dando a ela
─ Este é o nosso vampiro. - Ela tinha um pequeno microfone em sua roupa
enquanto falava.
─ Ele está sendo muito desobediente hoje.- Claire me puxou de forma mais
severa. ─ E ele será punido por todas nós, mais tarde esta noite!
─ Mas cuidado, ele morde.- Ela disse com um tom sexy em sua voz,
recebendo berros desejosos das clientes. ─ Ele é muito perigoso, por isso nós o
som animalesco, saltando e agarrando uma mesa onde três jovens garotas
porta enquanto eu sibilava novamente para ela, meu rosto furioso e letal. Eu
avancei na direção dela, agarrando seu vestido enquanto ela se virava prestes
a começar o show.
virava para mim, e usando a correia solta chicoteou minha mão até eu recuar
para o interior da minha pequena cela, rosnando pela dor leve, segurando meu
dentes.
jaula, porém isso não quer dizer que eu fiquei lá parado, entediado. Eu tinha
estava perto do lado direito da plateia, rodeado por mesas. Eu também estava
entediaram. Eu subi nas traves da minha jaula e fingi que estava tentando
elas.
está te encarando. - uma delas disse para a outra, cutucando-a com seu
cotovelo.
noite. Eu consigo muito dinheiro quando elas pagam para entrar na jaula
meus braços para fora das grades e envolta um do outro, segurando as barras
enquanto eu pressionava meu peitoral liso contra elas, virando minha cabeça
Uma das mulheres despertou minha atenção.. Ela tinha uns , 18/19 anos,
uma universitária talvez, e a mesa dela estava muito perto da minha jaula.
Encenando muito bem a minha parte, percebi que um vampiro não comeria
jaula e mordê-lo, mas era o início da noite, essa brincadeira viria mais tarde e
início, mas então eu lhe mostrei minha confiança depois de um minuto e abri
de quatro.
─ Claro, eu estou alimentando ele.- Ela sorriu para mim, não retirando suas
unhas do meu cabelo. Eu tinha que admitir, a sensação era muito boa. Essa
era gentil. Mas, como eu disse,a noite é uma criança. Eu tinha certeza que eu
─ Ele não quer isso.- A de cabelos escuros disse, tirando pilhas de notas de
nelas, assim eu estava fora de meus pés, mas meu corpo inteiro estava contra
notas no interior.
minha jaula, puxando-a de volta para mim pela sua jaqueta, dando-lhe uma
gostavam deste tipo de coisa. Ela ficou plantada ali, sem fala por um
Ela estava agarrando o dinheiro da sua amiga como um animal. Vê? Não
Havia uma terceira menina na mesa delas que estava apenas assistindo, e
tinha um notebook à sua frente. Qual é o lance dela? Ela estava fazendo
dava ma nota de dez dólares, e desta vez, apalpando meu peito um pouco
quando eu fixei meu corpo nas grades para que ela pudesse me dar omeu
presente.
antes da amiga. Eu as deixei levarem todo otempo que queriam, elas estavam
momento.
com elas mais tarde, quando elas viessem para minha jaula.
sua mesa, todas as suas amigas riram com ela. Até mesmo eu tive que sorrir
para ela.
Elas vieram para o outro lado da minha jaula dessa vez e abanaram o seu
dinheiro para mim. Eu odiei deixar a mesa das garotas universitárias, mas eu
as grades
me acariciavam, uma delas até deslizou sua mão para baixo atrás da minha
calça para sentir minha pele descoberta lá. Às vezes me sentia como um
,movendo meu membro para cima e para baixo com a sua palma.
─ Woah! - elas fizeram coro enquanto eu olhava para elas com olhos
intensos e ardentes.
─ Nossa senhora, rapaz - a mulher me acariciando disse.─ Cá entre nós…
meu marido não poderia fazer isso se ele tentasse! - E uma nota de 50 dólares
gorjetas.
Claire tinha passado por aqui algumas vezes durante a noite, brincando com
disciplina.
Ela disse a elas para não me alimentarem com frutas, mas mais
alimentar de verdade. Isso jogou lenha na fogueira ainda mais e eu tinha que
mulheres, como sempre. Ele quase roubou algumas das minhas garotas de
minhas pernas para me segurar em volta das barras, eu tinha a atenção delas
outra vez. Eu agarrei as barras perto da base com as minhas mãos, simulando
mulher mais velha, de cabelos grisalhos. Eu estava de quatro, tão perto quanto
Ela apenas arranhou minhas costas e estava agora colocando uma nota de
cem dólares dobrada perto da minha boca, não enfiando dentro da minha
permissão para ela acariciar o meu cabelo e ela o fez, com um toque gentil.
olhei para cima finalmente e sorri para ela, posicionando o meu rosto entre as
chocando minhas costas contra o outro lado, o mais longe dela possível. Ela
─ Ei, isso é meu!- ela berrou acima da música. ─ Por favor? Eu preciso
Bem, se ela quer isto de volta, ela vai ter que pagar caro.
─ Por favor, cara vampiro?- ela estava falando comigo agora como se eu
está reclamando por quê? –Uma das amigas dela disse. ─Ele é tão GOSTOSO!
─ Bem, - uma das amigas, de cabelo escuro e curto foi até sua bolsa,
tirando mais notas de dez dólares. ─ Dê-lhe alguns dólares e eu tenho certeza
músculo.
─ Não está funcionando, Riley. – uma delas reclamou para sua amiga. ─ Ele
─ Você sabe que esses caras fazem qualquer coisa por dinheiro… você só
ela.
descer devagar, caindo em minhas mãos e joelhos outra vez, levando meu
─ Não fale com ele como se ele fosse um cachorro, Julie. –uma loira falou
minuto,fiquei ligado nisso logo no início do meu trabalho aqui. Eu não daria
primeiro, esperando que ela colocasse o dinheiro em meus dentes. Ela não
colocou.
─ Não, não. -Ela falava comigo como se eu tivesse três anos de idade. ─ Dê
Quer brincar desse jeito, né? Ok, eu tenho alguns truques particulares.
elevava meus olhos até ela, esperando com um sorriso satânico nos meus
lábios.
E a vitória é minha.
─ Oh, Sky! ele quer te dar um beijo! – uma das meninas gritou e parecia
emocionada por sua amiga. ─ É tão bom, você tem que experimentar!
─ Oh, não, valeu…-Ela corou num vermelho escuro e eu sorri calorosamente
para ela.
Dei um rosnado de desagrado e bati meus ombros nas grades, lhe dando
mais uma chance. Qual é, Skylar vamos ser amigos. Sem ressentimentos.
Mas ela amarelou, apressando-se com o computador dela para sua mesa ao
Claire passou por ali e perguntou para as três, ─Ele está se comportando,
meninas?Elas riram, dizendo, ─Ah sim!e coisas como “Ele é MUITO BOM!”
Apenas Riley reclamou. ─ Não, ele é um menino mau, como você disse!
Eu rosnei para ela. Eu estava sendo um vampiro bom esta noite. Eu queria
que elas voltassem na próxima semana para me verem como o vampiro MAU,
batendo um bastão contra as grades. ─ HEY!- ela gritou para mim enquanto eu
rosnava e sibilava em retorno para ela, longe do seu lado da jaula. ─Você quer
enquanto elas recebiam suas bebidas de seu garçom, sem camisa e vestindo
um colarinho branco com uma gravata borboleta preta,junto com a calça preta
apertada.
Eu estava esperando ter um tempo servindo mesas mais tarde, depois que
Essa Riley está bem familiarizada com esses lugares. Eu nunca tinha visto
Chicotada!
eu rosnei alto, dentro da minha jaula, a porta aberta, meus pulsos
vinculados sobre a minha cabeça nas barras do teto da cela. Era a hora de
quando fez contato, mas ele não doía muito. Não me machucava, de qualquer
Havia uma enorme fila esperando para entrar aqui e me castigar. Depois da
punição do vampiro, depois que ele fosse chicoteado para ser um bom garoto,
outra fila seria formada, então essas mulheres poderiam entrar na jaula e unir-
açoitado. Ela e as amigas não participaram nisso e toda vez que eu era
Talvez eu a veja mais tarde na minha cela. Pode ser que ela venha me
Riley, outra vez, lhe disse que era tudo uma atuação e eu não estava sendo
machucado de maneira nenhuma. Eu desejava que ela calasse a boca já. Ela
cela depois que a fila havia se acabado e fechou com violência a porta, apenas
Chicotada.
Arqueei o meu corpo para cima com força, enfurecido com um rugido.
Chicotada.
─ Sim?- ela agarrou o meu cabelo, puxando minha cabeça para trás
Chicotada. Chicotada.
clube repleto de gritos e mulheres fogosas formando uma fila do lado de fora
Eu acho que cada mulher presente naquele clube deixou sua mesa naquele
ponto. Tudo o que eu via atrás de mim eram mesas vazias. Até a mesa de
libertado das minhas algemas às vezes, em outras elas pagavam para me ter
contido, assim elas poderiam me tocar, beijar meu pescoço e meu peito;
ninguém parecia se importar com isso. Era o meu corpo que elas queriam, não
minha conversa.
Uma mulher entrou e me queria preso, mãos para cima. Eu apenas deslizei
as minhas mãos nas algemas no teto e fingi que estava algemado, capaz de
Claire sorria para mim o tempo todo, adorando a maneira como eu
Pensei que uma mulher, na faixa dos quarenta anos, iria me sufocar. Ela
com força, enfiando sua língua na minha garganta, não me soltando por um
longo tempo enquanto nossas línguas praticamente faziam luta livre uma
contra a outra. Eu tentava beijar ela em retorno, mas seu beijo era um tanto
assim. Gostaria de saber o que elas queriam que eu fizesse com elas.
segurando as grades dos meus dois lados à medida que eu tomava a minha
meninas.
noite toda.
─ Vem, vem.- Ela disse para as suas duas amigas, agarrando de cabelo
A porta da cela com uma pancada forte fechou-se, assustando todas elas
─ O-oi.- Ela gaguejou, seu olhos vagando pelos meus beijos. Antes que ela
amigas, mas essas estavam atrás de nós, apenas assistindo com suas bocas
abertas.
delicadamente prensei minhas presas falsas em sua pele, minha língua dando
─ Ah. Meu. Deus!- ela amoleceu em meus braços nesse momento, enquanto
eu me esfregava nela um pouco com minha virilha coberta pela peça de couro.
minha cintura; segurei as barras ao seu lado, não permitindo que ela caísse.
Enterrei meu rosto em sua blusa enquanto ela gritava e segurava as barras
não mordi ou coisa do tipo, apenas coloquei o meu rosto por dentro da peça
por um segundo, e dei-lhe uma bela mordidinha, bem como alguns beijinhos
─ Ai, Jesus… não… -ela recuou para o canto, tentando fugir de mim. Eu logo
grades, na medida em que eu sussurrava para ela. ─O que você deseja,
garota do notebook?- Ela deu uma risadinha envergonhada e sua pele estava
corada.
─ Putz, Sky, deixe ele te morder, é fodástico! –uma das amigas riu.
Eu movi o meu rosto com cuidado até a curva do seu pescoço, respirando ar
quente ali, preparando para morder gentilmente com meus caninos postiços.
adicionou a última parte, com medo que eu fosse para seus ‘outros lábios’. Eu
ri internamente.
─ Uma honra.- Ronronei, abrindo a minha boca e plantando o beijo mais
gentil, mais umedecido, mais apaixonado que eu poderia criar, querendo que o
seu dinheiro gasto valesse cada centavo. Não era barato para entrar na jaula.
impressionava.
Suas duas amigas estavam uivando atrás de mim enquanto eu movia meus
beijo. Minhas mãos seguravam seu rosto com firmeza, então ela não
Nossa, eu na verdade me empolguei com esse beijo. Olhei para ela, e
depositei um beijo de bebê em seu queixo, nunca tirando meus olhos dos dela
Muito fofa. Ela daria uma ótima namorada para qualquer rapaz. Talvez, daqui a
─ Tudo bem, já basta para vocês! - Claire viu que o tempo delas tinha se
lentamente.
Skylar foi a última a sair, seus olhos fixados em mim. Eu sorri de novo para
Ela corou mais uma vez, pegando seu pequeno computador do chão e me
Skylar POV
Oh meu Deus, esse foi sem dúvida a droga do melhor beijo que eu já tive
novamente, mas eu devo ter feito isso, porque agora eu estou sentada aqui,
agora, passando as mãos nas pernas e agarrando sua bunda, levando muito
tempo para explorar cada músculo ali, enquanto as mãos dele estavam
Algumas mulheres são tão porcas, eu juro. Olhe para elas! Oh Deus, ela está
─ Aposto que ela pagou 500 dólares só para chegar perto dele. – Riley
humilhação lá, mas ele estava gostando, os olhos fechados de forma pacífica,
E então, ele sorriu e beijou os lábios dela, assim como ele beijou os meus.
Parte de mim se sentiu estúpida. Isso tudo foi uma atuação da parte dele. Foi
Eu pensei que nosso momento tinha sido… especial. Foi, para mim, de
qualquer maneira. Mas como isso poderia significar qualquer coisa pra ele ? Ele
Abri meu notebook e fiz essas observações, por escrito, enquanto Riley se
o meu favorito de todos os caras que já vimos aqui. O mais bonito, isso é
saber o seu nome para que eu pudesse fazer uma verificação de antecedentes
dele.
─ Bem, depois que ele acabar de ser estuprado, você pode talvez pedir a
mulher Claire com o microfone algo sobre ele. Talvez você possa falar com ele
nos bastidores ou algo assim. – Julie sugeriu. ─ Não é como se ele fosse uma
esfregando-se nele e beijando suas costas, seu peito. Uma menina tinha as
mãos apertadas sobre o seu cabelo e foi barbaramente atacando seu pescoço.
E ainda assim, ele parecia estar gostando, amando cada coisa que faziam
com ele. Ele era definitivamente alguém que eu poderia fazer uma grande
pesquisa. Eu sabia que havia mais ali do que apenas o corpo e rosto. Eu queria
entrar na sua cabeça e saber o que o levou a fazer isso para viver, o que se
Ele estava um sorriso, mas eu sabia muito bem. Eu queria chegar ao fundo
Tudo que eu tinha que fazer agora era… Convencê-lo a falar comigo.
Capítulo 2
Skylar POV
Eu já tinha tomado pelo menos uns três “sex on the beach” antes de
avistar o homem da jaula outra vez. Ele havia sido arrastado depois de duas
horas dando prazer ás mulheres que estavam na fila da jaula. Uma hora tinha
se passado desde que o vimos novamente.
“Oh, oi, eu estava me perguntando se você queria sair comigo por algumas
semanas e então eu posso te fazer perguntas sobre sua vida e ver o porquê de
você ser tão maltratado.”
Ele estava no bar, rindo com a bartender dali, dando uma checada ao redor
do lugar enquanto a música tocava e três outros dançarinos estavam, de mesa
em mesa dançando para mulheres, e elas jogavam dinheiro para cima. Esses
outros caras eram bonitos, também, mas o da jaula era, de alguma forma
mais especial para mim, ele tinha algo a mais. Eu não poderia dizer com
exatidão o que era, mas não conseguia tirar meus olhos dele.
Seu rosto era bem desenhado e seu cabelo era em um tom castanho claro
dourado, seus lábios me chamavam a atenção e seu sorriso lindo também. Na
verdade, minhas pernas começaram a tremer só assistindo ele andar ao redor
das mesas, calmamente, agora fora da jaula e sem o seu colarinho.
Acho que nós três estávamos atordoadas em silêncio, pois nenhuma de nós
estava falando. Apenas encarávamos, com nossos lábios inferiores atingindo a
mesa, feito idiotas, o vendo servindo bebidas às mulheres mais velhas.
Ele sorriu como um garoto, lisonjeado, seus dentes agora sem as presas,
mas tão branco quanto a neve. Perfeito.
Elas mergulharam nele como se ele fosse sua última refeição. Eu até
mesmo levantei para ver melhor, mas ele estava deitado sobre a mesa, os
braços tatuados para cima, uma das mulheres segurando seus pulsos,
enquanto outras dez daquela mesa estavam beijando a boca dele, se
revezando.
caminhei até obter uma visão melhor, sem ao menos perceber que estava
fazendo isso, e o testemunhei dando um pequeno grito de alegria. Duas
mulheres estavam tirando seus cubos de gelo de dentro de seus copos e
circulando-os ao redor dos seus mamilos descobertos, os lambendo e
mordendo, após uma bela camada de gelo. Eu vi mãos por todo o seu corpo,
até esfregando a sua virilha de cima para baixo através de suas calças. Ele
apenas gemeu e beijou todas elas de volta, deixando outra mulher se
posicionar entre suas pernas abertas, movendo seus quadris contra ele, com
suas roupas ainda no corpo.
Eu queria salvá-lo, parecia tão terrível como todas elas apalpavam e
abusavam dele de tantas maneiras.
Olhei em volta e notei que não havia nenhuma proteção ou seguranças para
ajudar,e também, não parecia que ele precisava de alguma ajuda. Ele estava e
rindo, mordendo seu lábio inferior enquanto espiava para baixo e sentia agora
os cubos de gelo se movendo sobre os gominhos do seu abdômen.
— Eu amo isso aqui, nesta mesa.- Ele rosnou, abrindo seus lábios enquanto
outra mulher subia em cima dele, atacando a sua boca, o fazendo gemer de
novo.
Parecia que ele aceitava tudo o que elas faziam com ele. E, ele estava tão
delicioso lá, sem defesa no meio daquelas mulheres e permitindo que elas
fizessem o que queriam com ele, já que jamais pareceu desconfortável ou
pouco à vontade.
Corri de volta à nossa mesa, com mais medo agora de me aproximar dele.
Entretanto, mais intrigada nesse cara como tema para o meu trabalho. Aham…
Eu sabia o porquê estava intrigada, e não tinha nada a ver com a faculdade ou
psicologia.No fundo, eu o queria todo esparramado sobre a nossa mesa, mas
agora iria dar a impressão de uma imitação.
Olhei outra vez, e vi que elas realmente o viraram de barriga para baixo e
estavam beijando e tocando suas costas musculosas, arranhando-o enquanto
ele estava deitado lá de boa vontade, embora elas tivessem imobilizado suas
mãos atrás dele, colocando peso sobre elas, assim ele não poderia fugir.
— Ele não nasceu, foi esculpido e trazido à vida! - Riley sacudiu a cabeça.
— Como ele pode permitir que elas façam tudo isso com ele? Eu estaria tão…-
completou.
Claire foi até a mesa após vinte minutos e, brincando, disse, — Ei, o que as
madames estão fazendo com o meu garçom?
— Ele está nos servindo.- Uma dona de casa disse, as outras dando
gritinhos e risadas também.
Claire puxou o vampiro para cima pelo o seu cabelo, torcendo-o, o que fez
com que ele se contraísse, fechando seus olhos com força.
— Não, vocês são tão boas comigo. Não… - Ele estava sendo modesto ao
fato de elas lhe darem em abundância generosas gorjetas. — Obrigado
garotas, essa agora é a minha mesa favorita. Aproveite seus drinks. – disse e
saiu daquela mesa.
“Tchau, gostoso!”, “Até mais tarde, delícia!”, e “Volte logo, vampiro!” eram
algumas das variadas despedidas que elas gritavam atrás dele.
— Vamos pedir mais algumas bebidas.- Julie falou. — Isso vai trazê-lo
aqui e você vai poder conversar com ele.
Ela ergueu seus dedos para cima e instantaneamente eu perdi toda a minha
determinação.
— Olá, meninas. - Ele tinha uma voz sedutora agora, suas mãos atrás de
si, levantando uma sobrancelha. — O que eu posso fazer por vocês?
— Oi. - Julie se iluminou, não dizendo mais nada, seus olhos fixados nele.
Ele olhou confuso, mas ainda alegre. — É para uma bebida… ou?
Ele olhou para mim e sorriu largamente, acenando com a cabeça, não
anotando nada do que eu disse, depois olhou para Riley e Julie.
— Eu odeio você! - Riley estava com inveja e eu fazia mais anotações sobre
esse efeito que ele estava causando nas minhas amigas.
— Shhh, ele está voltando. - pedi para que se calassem enquanto ele
retornava para a nossa mesa.
Ele correu seu dedo pela borda da taça do martíni de Julie, cobrindo-o com
o açúcar e o levando aos lábios dela. — Prove. - Ele lhe deu um sorriso
pretensioso.
Riley e eu quase abrimos nossas próprias bocas quando Julie abriu a dela,
tomando a ponta do dedo dele cuidadosamente em seus lábios, ganhando um
sorriso enquanto provava seu dedo, lambendo o açúcar lentamente. Ela
segurava a mão dele com as suas duas, quase fechando os olhos.
Porra. Eu odeio a Julie igualmente. Vaca! Deus, agora eu estou com inveja.
Terei que fazer uma anotação sobre isso, também.
Deus, eu te amo.
— Não, obrigada. - mal consegui botar as palavras para fora. Riley nem
falar conseguia.
Julie observava-o se afastar como se ele fosse seu marido partindo para a
guerra. Seus olhos brilhavam.Liberamos a nossa crise de riso, não tentando
abafa-la mais, o que fez com que Julie olhasse para a gente, seus olhos
arregalados de curiosidade.
— Ele quer você, Julie! - Riley saltava. — O que você vai fazer?
— nada! - eu cortei, olhando para Riley. — Ela não vai dormir com um
stripper, Riley! Ele provavelmente faz isso com cem mulheres por semana! -
tentei manter minha voz baixa.
— Quem se importa? - ela questionou. — Esses caras são bem
limpinhos,eles fazem exame de AIDS tipo, toda semana também!
— Você está apavorada demais até mesmo para OLHAR para ele! - Julie
me informou.
— Só porque não fico chupando açúcar dos seus dedos por aí não quer
dizer que eu estou com medo de falar com ele! - cuspi de volta, minha inveja
dando as caras agora.
Nós o encaramos enquanto ele servia bebidas por mais algumas horas.
Também me surpreendeu que ele tivesse tempo para paquerar e brincar com
as mulheres e servir bebidas para todas elas de maneira rápida e eficiente.
Mas eu duvidava que qualquer mulher aqui reclamaria uma vez sequer por ele
demorar com as suas bebidas.
Minhas amigas me ajudaram a criar coragem para ir falar com ele, mas
sempre acontecia alguma coisa para me deter. Era uma hora da manhã
quando Riley finalmente ficou de saco cheio de mim e de minha covardia.
Sua vadia, eu poderia arrancar a sua cabeça por isso! Por que eu estou tão
alarmada e preocupada? Hm… este lugar estava cheio de mistérios ocultos…
quanto mais eu permanecia aqui, mais eu queria estudar todos esses
sentimentos e coisas estranhas. Eu estava procurando onde ele estava quando
de repente escutei uma intensa voz aveludada atrás de mim.
— Skylar, você poderia, por favor, me acompanhar? - sua voz fez minhas
pernas convulsionarem incontrolavelmente. Era uma voz sexy e baixa, cheia
de vontade e desejo. E como ele sabia o meu nome? RILEY! olhei para as
minhas amigas e quase disse não para ele, mas elas agitavam suas mãos me
expulsando dali, e eu soube que era agora ou nunca. Decidi ser corajosa e
lutar por isso. Eu queria este rapaz para ser o tema do meu trabalho. O pior
que ele poderia dizer era não. Deus, estou com tanto medo! De repente senti
uma vontade louca de ir ao banheiro.
Seu sorriso se alargou e ele afastou minha cadeira, estendendo a sua mão
para mim.Estremeci e coloquei a minha mão pequena na sua, grande e macia,
e ele sem pressa me conduziu para longe das mesas. Olhei uma última vez
para as minhas amigas, que estavam em pé batendo palmas e pulando para
cima e para baixo por mim. Toscas.
Eu queria poder dizer alguma coisa para ele antes de chegarmos a sabe-se
lá onde ele estava me levando, mas a música estava tão alta. Tudo o que eu
podia ver eram suas costas e a parte de trás do seu cabelo, que estava em
uma perfeita desordem, em um estilo sexy acabei-de-sair-da-cama.
Claro que sabia que ele estava se preparando para fazer algo sexual comigo
assim que chegássemos ao quarto. Teria que pará-lo se isso começasse. Eu só
queria conversar com ele, não… dar para ele.
Provavelmente ele está com o estômago nauseado por ter que fazer alguma
coisa comigo, de qualquer forma, disse a mim mesma.
Esqueci o meu notebook. Oh, dane-se. O quão estúpida você iria parecer
levando um computador para um quarto privado com esse cara?
A caminhada até o quarto pareceu durar um ano. Ele não estava me
apressando ou fazendo eu me sentir como se ele estivesse me pressionando, e
gostei disso. Este cara era muito educado e experiente neste trabalho, eu já
havia percebido. Mas, significava mais para ele do que seu emprego, e era
nisso que eu queria me aprofundar.
A mão dele era tão macia e firme ao redor da minha que senti a minha
palma começando a suar e a ficar úmida. Ah não, não agora. Havíamos
deixado o espaço das mesas para trás e dobrado uma curva, o barulho
desapareceu rapidamente e nós estávamos em um corredor vermelho. Era
bastante mal iluminado aqui, no entanto mais aquecido que a área do clube,
relaxante e romântico.
Céus, isto é um erro tão grande. Como posso sair dessa agora? Meu pai iria
me matar!
Fome. Dor. Sede. Mais nomes de portas por quais passamos. Finalmente
paramos e percebi que estava sossegado o bastante para falar com ele, mas
minha voz havia se perdido totalmente. Nós estávamos em uma porta que
dizia Despertar e pensei que eu desmaiaria ali mesmo.
Ele se voltou para mim e abriu a porta, estava tão escuro que eu não pude
enxergar o seu rosto por um momento.
— Entre, Skylar. - sua voz era tão rouca, como a de um amante que me
conhecia há anos.
— Bem, obrigado, Sky. Eu não recebo muitos elogios pelos meus olhos por
aqui. Fico grato por isso. – ele disse sorrindo.
— Gosto desse nome. - disse honestamente, não soava como algum nome
pornô ou coisa do tipo. — Fica bem em você. – adicionei.
Respirei fundo, percebendo que este era o momento perfeito para lhe
perguntar sobre ser o tema do meu trabalho. Mas o meu cérebro estava sendo
mantido refém pelos meus hormônios. Eles não queriam conversar. Eles
queriam ver o que Mathew estava prestes a fazer com a gente.Suas mãos
eram tão suaves e gentis… isso me surpreendeu. Elas subiram até meus
braços e tocaram meu o pescoço, finalmente enquadrando meu rosto e o
inclinando para cima um pouquinho enquanto sua testa descansava sobre a
minha.
Eu não tinha ideia do que fazer com as minhas mãos. Elas pendiam ao meu
lado iguais dois peixes mortos. Sou um desastre nessa porcaria. Não é de se
estranhar que eu não tenha um namorado.
Seu beijo era tão perfeito que ele deve ter estudado essa arte por anos! Em
questão de segundos estávamos em um beijo de língua tão intenso que
comecei a sentir a minha em brasas. Mas, quem se importa?
Finalmente, depois do que pareceu terem sido horas, ele murmurou para
mim. — Skylar, você beija muito bem.
Eu beijo? Ah, ta. Riley provavelmente pagou uma nota por isso.
Tenho vinte anos de idade, e nunca fui tocada ou beijada desse jeito na
minha vida. E, com toda certeza, nunca mais veria um homem tão
deslumbrante assim. Estou vendo até onde isso vai antes de me livrar desse
impasse.
— Você gosta do meu beijo, Sky? - ele disse baixinho, um tanto ansioso
para me agradar.
— Se eu fizer qualquer coisa que você não goste…- ele continuou a beijar
a extensão da minha garganta, suas mãos descendo por meus braços. —
apenas diga para que pare. E irei obedecer. Eu sou seu agora. Farei tudo o que
você disser.
O que eu digo?
Agarrei os braços acolchoados da poltrona e cravei minhas unhas ali, quase
deitando totalmente para trás.
Fechei os meus olhos e senti seus dedos outra vez nos botões da minha
blusa, devagar, abrindo mais e mais deles, depositando um beijo gentil na pele
que cada botão aberto revelava. Eu estava ofegando como se tivesse acabado
de participar de uma corrida, mas ele não me embaraçou comentando
qualquer coisa sobre isso.
Ele levantou uma sobrancelha para mim e dei uma boa olhada em seu
corpo.
Ele deu um pequeno sorriso. — Está tudo bem. Nós podemos conversar se
é isso que você prefere. Eu sou um ótimo conversador.
Por Deus, ele é incrível. Eu não posso acreditar que recusei sexo
com ele. Eu sou a porra de uma idiota.
— Vem aqui. - ele deu um tapinha no chão. — Eu posso ter dar uma bela
massagem enquanto conversamos, que tal?
Mamãe.
—Bem , obrigado , Skylar. - Ele parecia realmente grato. —Eu acho que eu
gosto de vocês três também, as melhores.
Ô, tenho certeza que ele diz a mesma coisa para cada mulher daqui.
—Vocês são tranquilas. - sua voz derretia como mel quente. —meigas, e
gentis. As únicas mulheres que não me machucaram na jaula esta noite.
Meu coração doeu um tiquinho com essa revelação e me ouvi dizendo, —Eu
vi como elas estavam te tratando. Deve ser tão difícil suportar aquilo,senti
vontade de arrancá-las de lá e…
—Eu odiei quando elas estavam chicoteando você.- eu falava que nem uma
garota do ensino médio que tinha uma paixonite.
—Err… Mathew?
— Err… Skylar? - ele estava sorrindo, eu podia dizer pela sua voz.
—Prossiga…
Parecia que ele sabia que eu ia pedir por sexo. Por que eu, novamente, não
estava lhe pedindo por isto?
—Eu pensei que já tinha alguém escolhido, mas ele desistiu de última hora.
- informei, repousando minha bochecha no chão, embriagada pelo que suas
mãos estavam fazendo comigo. Ainda podia sentir seu beijo quente na minha
espinha.
Girei repentinamente, segurando minha blusa sobre meu sutiã, dessa vez
ficando debaixo dele.
—Você seria o meu? - soltei de uma vez e ele sorriu para mim. —Quero
dizer…- pus uma mão em seu peito quando ele começou a se mover para
baixo, em minha direção. —Quero dizer, você seria o meu voluntário?
Ele ficou de pé, estendendo sua mão para ajudar-me a levantar. Ele me
expulsaria agora? Eu lhe dei uma das minhas mãos e ele gentilmente me
ergueu.
—Sim. - respondi. —Mas quando eu estiver na aula você pode fazer o que
quiser.
— Bem, eu acho que eu posso levá-la para alguns desses trabalhos. – ele
ponderou em voz alta, me olhando de cima a baixo brevemente. — Mas, eu
não tenho certeza se a minha vida é para você. É… estranha.
— É por isso que eu quero você. – salientei. —Digo, como meu voluntário.
— Quanto você está pedindo? - eu não tinha ideia de quanto lhe oferecer.
De repente, parecia que cinco milhões não bastariam.
Eu, de fato, estou acertando o aluguel desse homem? Céus, meu pai iria
fazer churrasquinho de mim.
—Vinte e cinco mil dólares.- ele disse com uma voz rouca.
Soltei uma arfada. Por quatorze dias? Eu sou assim tão repugnante?
— 1,785 dólares por dia. - corrigiu, uma impecável mini calculadora. Ele se
inclinou e afastou a minha manga, postando um beijo molhado e uma
cuidadosa mordida indolor no meu ombro.
Vinte e cinco mil dólares não me pareciam tão irracional assim, neste
momento. E eu tinha a impressão que ele continuava pensando que eu estava
comprando-o para peripécias sexuais por duas semanas. Acho que ele não
bota fé na minha história da tese. Homens.
— Uma cama?
Ele me assustou por um segundo, porém seus olhos voltaram a ser gentis e
amigáveis.
— Sim, entendo. - disse em uma voz baixa. —Eu não iria cancelar o
cheque, Mathew.
Ele se inclinou e beijou meus lábios outra vez, sem línguas, mas ainda longo
e erótico. Sua boca era mais macia que manteiga derretida e ele tinha gosto
de cereja. Como ele faz isso?
— Gosto da sua boca. - ele rosnou, dando mais um beijo no meu pescoço.
— Me deixe te levar de volta para as suas amigas. - ele beijou meu pescoço
mais uma vez, então se levantou lentamente e pegou as peças do seu traje no
chão. Colocou a minha mão na sua e me conduziu para fora do quarto, em
silêncio, caminhando comigo de volta a área do clube barulhenta. Eu estava
atordoada.
Ele empurrou minha cadeira para mim e beijou o topo da minha cabeça, em
seguida se foi, desaparecendo na escuridão.
— Conversei. - confirmei, ansiando por uma nova bebida, mas com medo
que Mathew fosse o garçom que me serviria. — Ele está… pensando no caso.
Disse que ficarei sabendo da resposta dentro de uma hora.
Não contei para minhas amigas que me propus a pagá-lo todo aquele
dinheiro, apesar disso. Se ele dissesse sim, contaria a elas amanhã, em um
ambiente propício e calmo, onde elas pudessem gritar comigo corretamente.
— Ele não vai aceitar. - Riley concluiu por si mesma. Mas então, ela não
sabia sobre o salário que ofereci a ele.
Mathew POV
— Bem, fora isso… não há mais nada aqui… nada! - ela apontou, parecendo
desapontada.
— Isso é bom, não é? - sorri divertido, nem um pouco surpreso que Skylar
estivesse de ficha limpa.
— Acho que sim. - ela deu de ombros, reclinando-se na cadeira outra vez.
— Isso significa que você não poderá comparecer em suas noites?
— Ótimo.- ela inclinou sua cabeça, me olhando de cima a baixo. — Você foi
tão bom esta noite. Todas as mulheres aqui me contaram o quão feliz você as
fez.
— Obrigado, Claire. - coloquei minhas mãos nas costas, sorrindo para ela.
Fechei o zíper da minha calça e a abotoei, sabendo que teria que tomar
uma ducha no vestiário do andar debaixo antes de ir embora, como sempre.
Eu sorri para ela, dando-lhe mais beijos, segurando seu cabelo bem firme em
minhas mãos.
— É pra já, chefinha. - lhe dei um pequeno beijo de despedida por ora,
colocando minha gravata e algemas de volta e descendo outra vez para a
agradável invisibilidade do clube escuro.
Eu já estava sentindo meu rosto latejar por estar sendo prensado naquela
parede.
Saí do personagem e berrei, sentindo uma mão tentar cobrir a minha boca,
cravando os dedos em meu rosto enquanto eu me debatia, minha cabeça
sacudindo de um lado para o outro, não conseguindo escapar da mão grande
em cima da minha boca aos gritos.
Porra! Eu malho todos os dias, como eu não consigo tirar essa mulher de
cima de mim?! Ela deve ter escapado da prisão ou algo assim, pois ela era
muito mais forte do que eu!
Uma pancadaria que eu não conseguia ver teve início atrás de mim, e em
segundos eu estava livre. Ajeitei as minhas calças e as fechei, girando para ver
as três garotas universitárias lutando com as duas mulheres que estavam me
molestando. Skylar estava nas costas da mulher de mais de dois metros de
altura, dando socos nela com seus punhos pequenos e puxando o seu cabelo.
─ Eu não sou coitadinho, elas que eram enormes! -me defendi. ─ A que
estava me segurando parecia um lutador profissional!
─ Aham, deixe ela entrar. -coloquei um band-aid grande sobre a marca da
mordida, subindo a minha calça e ajeitando o fecho.
Um minuto depois, ela estava entrando, segurando o seu notebook. Pensei
que ficaria nervosa ao entrar aqui, mas ela parecia mais preocupada comigo.
─ Você está bem? – ela tremeu um pouco. ─ Me desculpe por não ter te
visto antes, eu teria…
─ Está tudo bem, Skylar estou ótimo. – dei de ombros. ─ As coisas
tendem a ficar assustadoras no final da noite, elas só ficaram um pouco
bêbadas demais e exageraram. Acontece.
─ Pois é, quatro vezes na semana, contando com essa! ─ Ryan fez uma
de suas contribuições insignificantes e lhe lancei um olhar severo.
Escrevi M.T. Construction no final que seria para quem ela iria redigir o
cheque. Claire havia aberto uma conta comercial para mim, para que eu
pudesse investir o meu dinheiro e torná-lo limpo, como se eu fosse um
empreiteiro concertando telhados para viver. Ela era mais do que apenas uma
chefe aqui no clube, Claire era meio que a minha gerente de negócios extra-
oficial. Ela me ensinou coisas, me orientou, me manteve protegido e fora da
cadeia.
Devolvi o bloco de notas para Skylar e olhei para o seu sorriso estranho e
delicado.
─ Eu disse a Claire que eu poderia revezar algumas noites, aqui e com
você, nas próximas duas semanas e ela está tranqüila quanto a isso.Você
poderia vir comigo, sem nenhum custo, se estiver afim.
─ Isso é ótimo. - ela respondeu. ─ Vai me ajudar ver você mais, seja no
trabalho ou em particular, nos dois.
Ryan sentou ali perto, mas não pronunciou uma palavra e nem se meteu
onde não era chamado dessa vez. Fiquei aliviado.
─ Se você quiser anotar o seu endereço para mim… -dei uma caneta para
ela.
─ Oh, claro. – sua pele corou, repreendendo-se por não ter pensado em me
passar essa informação. Sorri enquanto ela rabiscava em outro pedaço de
papel, depois o arrancou e entregou para mim.
─ Ótimo. - dei um sorriso para ela e dobrei o papel. ─ Você me quer para
quando?
Ela parecia surpresa por eu estar planejando começar tão rápido. ─Legal!
– ela disse.
─ Legal. - repeti, rindo da sua inocência. ─ Eu poderia chegar para fazer
o seu café da manhã, se estiver tudo bem. Tipo… às 9:00h?
Seu rosto corou de novo. Eu abafei minhas risadas. Esse seria um trabalho
fácil e divertido de fazer.
─ Isso seria incrível. - ela quase sussurrou. ─ Odeio cozinhar, sendo
assim… e eu não tenho aula até 13:00h da tarde nesse dia. Depois chego em
casa por volta das… 16:00h, então você terá três horas só para você.
Eu poderia limpar o seu apartamento enquanto ela estivesse fora… e depois
lhe preparar um bom jantar. Isso realmente não fazia parte do que ela havia
me contratado para realizar, mas eu gostava de fazer tudo o que eu podia para
agradar a minha dona durante o tempo em que ela me tivesse.
Ela estava me pagando muito dinheiro e sempre faço por merecer o meu
pagamento, eu faria o que estivesse ao meu alcance para satisfazê-la.
Ela parecia o tipo de garota esperta e que vive com o nariz enterrado em
um livro, que nunca chegou a se divertir muito. Eu planejava concertar isso
nessas duas semanas.
─Sim. -eu disse, deixando meus olhos afundarem nos seus sem mais
nenhuma palavra.
─ Então tá, nós vamos indo agora. - Skylar deu um passo ou dois para
longe de mim.
─ Ei, onde você pensa que está indo? - levantei e fui em sua direção,
pressionando o meu corpo nela enquanto minhas mãos tocavam su corpo dos
seus dois lados, impedindo ela de fugir de mim.
Ela olhou assustada, incapaz de dizer uma palavra sequer. Era divertido
provocá-la.
─ Nenhum beijo para o seu garoto? - perguntei, nariz com nariz com ela.
─ Ah… ok… - ela estremeceu e eu me abaixei, segurei o seu queixo com o
meu dedo, inclinando seu rosto para mim, esperando sem fôlego enquanto a
tomava em um gentil e profundo beijo.
Eu não usei minha língua, mas abria e fechava a minha boca com a dela
repetidas vezes… meus olhos se fecharam levemente ao sentir o gosto do Sex
on the Beach, os ruídos e sons perfeitos de nossos lábios movimentando-se no
ar.
Ela gemeu e deixou cair o sua bolsa, colocando os braços finos em volta do
meu corpo, suas unhas pequenas subindo e descendo devagar por minhas
costas, me aquecendo delicadamente.
─ Sinta a minha falta. -dei uma pequena ordem e ela sorriu feito uma
garotinha para mim.
─ Sentirei. - Sussurrou.
─ Me ligue se você ver alguma coisa na minha ficha que não gostar, mas te
asseguro que sou um bom rapaz. Não há nada de ruim. Mas confira, de
qualquer jeito. Sempre. Promete?
Caminhei com ela do camarim até a área do clube, onde suas amigas
bonitinhas estavam lhe esperando.
─ Oi, garotas.
─ Ai meu Deus, você está bem? – Riley indagou, Julie também parecia
preocupada comigo.
─Ah muito! – Julie respondeu, rindo. ─ Amamos isso aqui! Nós nunca
fizemos nada parecido antes, mas iremos bater cartão aqui agora!
Skylar POV
No entanto, ele não pareceu se importar com o lance da uma cama quando
lhe contei sobre isso. Parte de mim realmente se excitava com a idéia de tê-lo
dormindo ao meu lado, mas a idéia de que ele me veria de manhã fez o meu
corpo ficar tenso e suar de medo. Eu estava certa de que ele é perfeito e sexy
de manhã… e meus olhos imaginaram isso por alguns minutos.
Ele me disse para sentir sua falta. E estou sentindo. Droga, alguma coisa
está seriamente errada comigo. Eu nem mesmo conheço esse cara, de
verdade.
Eu como junk food demais. Estava olhando nos meus armários agora,
vendo se eu tinha comida necessária em casa para o meu convidado,
provavelmente ele era o Sr. Comida Saudável com aquele corpo dele. Ah,
dane-se, nós poderíamos ir comprar comida amanhã à noite se ele quisesse
qualquer coisa.
Deus, eu estou nervosa. Comprei cinco blocos novos para começar a tomar
anotações e tinha meu gravador preparado com seis novas fitas para registrar
nossas entrevistas. Eu esperava que pudesse fazer um bom trabalho fazendo
perguntas que não o insultassem, mas o levassem a se abrir comigo.
Já tinha visto como ele é bom em encobrir suas verdadeiras emoções,
mesmo quando estava sendo atacado no canto escuro na Fire. Era
simplesmente horrível.
Esse é provavelmente todo o meu pretexto mental para pagar todo esse
dinheiro para tê-lo aqui… Eu quero salvá-lo. Ele quer ser salvo?
Mas o que incomodou a todas nós foi a maneira que ele aceitou o ataque.
Tão calmo, tão “não é grande coisa”… Não acreditei nisso nem por um
segundo. Ele estava escondendo. Encobrindo coisas, adotando uma expressão
de felicidade. Eu quero aquela máscara feliz fora do rosto dele. Eu quero ver o
verdadeiro Mathew.
Estava tão confusa e dividida que minha cabeça começou a pulsar. Fui para
cama às 21:00h naquela noite, mentalmente exausta demais para me
preocupar com qualquer outra coisa.
Eu não sabia o que esperar quando abri a porta, mas… lá estava ele,
vestido normalmente, em uma camiseta branca e calça preta, levemente
caída, mas a blusa cobria. Tirando seus óculos de sol assim que deixei a porta
entreaberta, revelando aqueles brilhantes olhos castanhos. Ele tinha uma
única bolsa feita de lona pendurada no ombro, e ao me ver seu sorriso
aumentou.
Eu não poderia ficar brava com ele com um sorriso desses. Jesus, eu sou
tão fácil.
─ Skylar. – ele esperava do lado de fora. ─Eu não ouvi nada de você, então
estou supondo… esperando… que esteja tudo bem. Você fez o cheque para
mim, certo?
─Sim. – esperei que ele entrasse. ─Está tudo ótimo. Entre, Mathew.
Dei um pequeno tour com ele, que me seguiu cinco passos para o
banheiro, dez passos de volta para ver o quarto, e… o tour acabou.
─Eu sei que é pequeno. – olhei para baixo, fazendo uma careta. ─ Se você
quiser mudar de idéia… nós não temos que fazer isso.
─Pare. – Mathew colocou sua bolsa no chão com cuidado e veio em minha
direção,moveu suas mãos sobre o meu cabelo e segurou meu rosto. Em
seguida se inclinou me dando um beijo carinhoso e molhado. ─ Eu gosto daqui,
Skylar.
Droga, ele cheira tão bem. E a boca dele… Como ele a deixa tão macia o
tempo todo? O hálito dele era como hortelã.
─Você está com fome? – foi até a sua mochila, tirando algumas sacolas de
plástico de mercado com comida, entrando na cozinha. ─Eu tenho ovos,
queijo, cebolas, um pouco de bacon… você gosta de omeletes?
Ele poderia cozinhar pedras para o café da manhã que eu comeria amando.
Ele olhou para mim com um olhar enérgico em seus olhos, ele estava
atuando de novo agora? Eu não posso nem ao menos dizer.
É como… seja o que for que ele pense que eu queira… ele realiza aquilo
instantaneamente.
Ca-ra-lho.
Eu não sabia o que aquilo significava exatamente, mas enquanto olhava
meu guia de TV, fingindo não estar interessada no que ele fazia, eu o notei
fazendo algo com a sua camisa.
Levantando o olhar rapidamente, eu o vi tirando sua camiseta e
transformou-a em um pequeno avental, enfiando as mangas curtas em seu
jeans, seu peito liso parecendo muito mais macio agora, suas tatuagens
chamando a atenção da minha visão e eu me vi contando uma por uma de seu
corpo. Eu ia pedir a ele para pôr a camisa de volta, mas estava ficando quente
aqui… e meus olhos não tinham terminado de estudar cada linha e curva que
eles podiam contemplar.
─Posso?
─Claro. – afastei o assento um pouco para ele. ─E, você não precisa ser tão
formal, agora este é o seu apartamento também, pelas próximas duas
semanas. Quero que você se sinta em casa. Está certo, Mathew.
─Regras?
─Sim.
Céus, que humilhação. Mais uma vez, meu estômago se contorceu em nós
por pena do que este homem se propõe a fazer.
─Não. – o olhei com uma careta, depois fiz a careta deixar o meu rosto. ─
Não preciso de nada assim. Eu não sou… dessas coisas.
─Bem, podemos nos divertir de vez em quando, mas não será tudo
curtição. – contrariei, quase terminando de comer. ─ Haverá questões muito
difíceis de responder em algum momento, e quero que você saiba que estou
aqui para você. Nunca vou te julgar ou te humilhar, eu te prometo isso, só
quero que você seja tão franco e honesto quanto pode ser,se você estiver
─Ah, espere… – algo estava começando a ficar evidente para ele agora. ─
Acho que entendo. Você quer que eu seja o paciente e você a psiquiatra.
Certo?
Seu sorriso era distraído. ─Então, eu posso ser o pobre paciente viciado em
sexo… e você pode tentar me curar dos meus maus caminhos… eu gosto desse
jogo.
─Brinquedinho? – corei mais nesse momento. Eu sabia. Ele acha que está
aqui para me servir por duas semanas. E por quê eu não estou mesmo?
─Sim. - ele encolheu os ombros, olhando para o meu rosto com atenção
outra vez. ─ Você não quer brincar comigo, Skylar?
Perdi toda a fala neste momento. Até a minha falecida avó está dizendo
“SIM!” em algum lugar do universo agora, eu tenho certeza.
Minha boca pendia aberta quando ele levantou e se inclinou novamente,
sua boca beijando meu pescoço. Acho que ele descobriu meu ponto fraco.
Porra, isso é tão bom. Calor. Umidade. Língua. Lambida. Dentes. Mordida
suave. Hálito quente.
Ele olhou ao redor agora, vendo o sofá e a mesa de café com o gravador
com uma fita dentro e meus bloquinhos com as canetas em cima deles.
Eu quase encontrei um pouco de medo em seu rosto quando ele percebeu
que eu não estava brincando a respeito disso.
Merda.
─Mas eu estava disposto a ser o seu brinquedo por 14 dias? – ele finalizou
para mim. ─Sim. Isso é o que eu faço, é no que eu sou bom. Você não me
encontrou em uma biblioteca,Skylar, você sabe o que eu sou.
─Por favor… você está me entendendo errado… - praticamente implorei
para ele, odiando o olhar em seu rosto. Eu já estava prejudicando o meu
paciente, tinha que acalmá-lo e deixá-lo à vontade.
─Como você pode saber disso? – Mathew fechou a cara para mim. ─Você
não sabe nada sobre mim, não tem idéia de quais são os meus problemas.
Eu estava ferrando com tudo e nós ainda nem tínhamos começado. Fala
sério, Skylar, conserte isso agora.
─Eu gostaria de saber, Mathew.- falei com uma voz delicada. ─Por favor…
me dê uma chance. Por favor, me ajude. Eu preciso de você. Acho que isso é
muito mais fácil do que… tudo que estou te pedindo para fazer é conversar
comigo, não estou pedindo para você fazer mais nada.
Eu sabia que estava pedindo a ele para deixar a sua zona de conforto e que
ele poderia fugir.
─Para você ver o quanto eu quero isso. - admiti, cedendo. ─Me desculpe,
Mathew. Eu nunca quis fazer você se sentir como um doente ou… como um
germe, eu realmente gosto de você e nunca iria fazer isso intencionalmente.
Se quiser ir embora, você pode ir. Mas eu espero que você fique, de verdade.
Enfiei minha cabeça em minhas mãos, esperando ele ir embora com o meu
cheque. Depois de um longo silêncio, Mathew finalmente falou.
─Se eu fizer isso…- ele começou. ─Você tem que me dar meu tempo
equivalente. O que eu quero dizer é que, serei seu paciente… e… seu
brinquedo. Você pode me estudar e me permitir… estudar você em troca, essa
é a única forma de eu ficar.
─Frequentemente.
─E tire sua camisa. Regra número um: não vestir nenhuma camisa aqui.
Um rápido sorriso com segundas intenções se espalhou pelo rosto dele e eu
tive que dar o meu próprio sorriso ‘garota depravada’ em retorno. Ele me
olhou surpreso. Até eu fiquei surpresa comigo mesma.
─Por que, Skylar… - fingiu choque, tirando sua camisa. ─Eu acho que posso
estar disposto a te ajudar, apesar de tudo.
Ele veio até mim e colocou sua camiseta em volta do meu pescoço como se
fosse um cachecol. Eu apenas fiquei ali imóvel, admirando aqueles olhos
intensos, querendo saber o que estava acontecendo dentro dele nesse
momento.
Dei um passo para trás e rompi o beijo enquanto a boca de Mathew ficava
parada em forma de biquinho. Ele observou eu me afastar dele como se eu
tivesse feito algo errado, mas então sua expressão rapidamente tornou-se
amistosa e diabólica de volta.
─Tenho aula em algumas horas, e aí pensei que seria bom ter uma
pequena sessão antes de eu sair. – passei por ele, indo para a sala de estar.
Sentei no sofá verde e julguei que ele poderia se sentar na confortável
poltrona do outro lado. Eu já tinha a primeira fita no aparelho, sendo assim
peguei meu novo bloco de notas e o abri na primeira página, pegando uma
caneta.
─Eu pensei que o paciente ficasse com o sofá. - ele tentou fazer piada ao
se virar em direção a sala.
Assisti ele se mover sem pressa para o meu sofá. Pensei que se sentaria lá,
mas ele estava se deitando de costas, colocando uma das suas pernas
másculas por cima do encosto. O peito dele estava completamente limpo, e
aquilo era tão atraente para mim, eu odiava pêlos demais em homens. Seus
braços levemente musculosos e tatuados estavam cruzados atrás da cabeça e
ele fechou os olhos.
Muito bom. Notei que seus jeans estavam tão baixos em seus quadris que
eu podia ver sua cueca box preta e divisões em sua pélvis, ele era digno de
estar em um calendário. Porra, lá vai eu de novo.
Eu sabia o que ele estava tentando fazer. Me distrair. Não iria
funcionar. Muito.
Jamais irei enxergar o meu sofá da mesma forma novamente. Deus, ele
está lindo deitado ali.
─Estou pronto, Dra. Skylar. - disse com uma voz calma. ─Você pode ter a
sua jornada com o meu cérebro… e mais tarde, com o meu corpo. Embora eu
acredite que é bem provável que você desfrute mais de um do que do outro.
Ele falou abafando o riso, me olhando como um garotinho. Não pude evitar
sorrir para ele. Ele fica tão fofo quando ri.
─Apenas Mathew.
Problemas familiares.
─Meus pais sabiam que meu planeta ia explodir, então eles me colocaram
nessa pequena nave… – continuou, sorrindo debochado, dando uma olhada
para mim.
Eu tinha que ser paciente e compreensiva com ele, estava tentando.
esperei sem dizer nada, até que ele decidiu falar novamente. Ele ainda tinha o
meu cheque no seu bolso de trás. Eu queria mencionar isso, porém não o fiz.
Eu tinha que deixá-lo vir até a mim.
─Sim, eu tinha uma família. – falou muito baixo, os olhos fechados outra
vez.
─Nada. – deu um leve suspiro. ─ Quero dizer… eu não sei. Não os vejo
mais.
Deus.
─A minha família – minha mãe e meu pai, são muito ricos… e muito frios.
─ele disse.─Eles nunca estiveram por perto durante o meu crescimento,
estavam sempre muito ocupados. Eu não tinha irmãos e irmãs, me tornei mais
próximo dos empregados da casa do que deles. E, eu me acostumei com isso,
mas então, quando eu estava indo para a faculdade, eu conheci uma garota
que eles não gostavam… não aprovavam. Eu não acho que eles GOSTEM de
alguém, nem deles mesmos, me disseram que era ela ou eles e eu tive que
escolher. Eu escolhi ela.
─Meu Deus! - meu rubor era evidente e eu sabia disso. Ele sorriu para
mim, gostando do meu constrangimento.
─ O que? - perguntou de forma inocente. ─É uma pergunta de sim ou não,
eu pensei que essa fosse fácil.
Ergui meu bloquinho aberto, na esperança de esconder o que quer que ele
estivesse conferindo minuciosamente em mim.
─Então… – fui para a minha próxima pergunta. ─ Quando seus pais viram
que você escolheu essa mulher, o que, eles simplesmente… te expulsaram de
casa?
─Eles estão mortos pra mim. – disse depois de um momento. ─ Nós não
podemos falar de outra coisa, por favor? Eles nunca foram uma parte real da
minha vida, eu não sinto falta deles.
─Mas eu posso ver que isso incomoda você. – falei suavemente. ─ Você
alguma vez tentou fazer qualquer contato com eles desde essa discussão?
Ele apertou a ponte do seu nariz e olhou para o sofá. Eu esperei, não
dizendo coisa alguma.
Eles nunca foram uma parte real da sua vida, ele disse. Ah não, eles são
apenas a faca que está fincada no coração dele, eles não são importantes.
Ele não havia descoberto o amor deles. Talvez isto seja parcialmente o
porquê de ser tão difícil para ele mostrar amor pelos outros. Agora era a sua
vez de me perguntar alguma coisa. Eu tive um pressentimento de que esta
questão seria mais difícil.
─Hummm… – senti meu rosto esquentar mais uma vez. ─Eu tenho alguns
problemas de abandono, eu sei disso. Meu pai se divorciou da minha mãe
quando eu tinha três anos, então… eu tenho algumas… fantasias obscuras.
─ oba! - Mathew não estava abalado com isso. ─continue. E pare de falar
como uma psiquiatra, por favor.
Por que eu estou expondo minha alma para esse cara? nem mesmo minhas
melhores amigas conheciam minhas fantasias secretas mais cabeludas.
─Bem, eu tenho esse tipo de fantasia em que sou… forçada. - olhei para o
meu bloquinho, com medo de olhar para o seu rosto.
Senti como se tivesse levado trinta anos para passar por essas poucas
frases. Agora eu estava começando a ver como Mathew se sentia ao responder
às minhas perguntas, talvez seja esse o seu plano, me mostrar como é estar
na berlinda. Ele é muito esperto.
─Você parece gostar da idéia de ser tomada por trás. - provocou, com o
rosto ainda descansando em seus braços robustos, o seu sorriso ainda estava
lá, me dando nenhuma razão para sentir vergonha.
─Prossiga.
─Me conte sobre a garota que você conheceu… na faculdade. – decidi nos
distanciar de seus pais um pouco.
─Bem, é óbvio que ela significou algo para você. – disse. ─Você abriu mão
de tudo para ficar com ela. Você a amava?
Ele não argumentou contra a minha afirmação. Ele tinha amado alguém.
Mas agora estava sozinho, ao que parece, e um stripper, se prostituindo.
Alguma coisa terrível deve ter acontecido. Não posso perguntar isso na
primeira sessão, muito cedo.
Ele hesitou, algo muito intenso estava acontecendo dentro de seus olhos
quando ele desviou o olhar. Deus, o que quer que tenha acontecido deve ter
sido horrível. Ele não pode sequer me dizer o nome dela. Esperei, sem
pressionar.
─Está tudo bem, você não precisa dizer. – garanti com tranqüilidade na voz
e um sorriso.
─Está tudo bem. – disse novamente, tão cautelosa como antes. ─ Você
está indo tão bem. Eu sei que isso é difícil, agradeço por você estar
conversando comigo mesmo assim.
─Minha vez? – indagou, não tendo certeza agora, já que ele não tinha
conseguido responder a minha última pergunta.
─Eu tenho uma empresária. – ele informou. ─ Ela sabe onde e quando são
os meus trabalhos. Se alguma coisa acontecer comigo, ela vai ficar sabendo e
irá me buscar.
─Como elas te machucam? – eu quis saber, me sentindo muito protetora
dele agora.
─Não é o que você está pensando. – ele achou graça. ─Existem diversos
aparelhinhos agora. Alguns deles são pequenos autocolantes que são
colocados sobre a pele em diferentes pontos, e há um controle em que a
mulher pode controlar a… intensidade. Assim, ela aperta um botão e eu levo
um pequeno choque.
─Tudo certo. – ele sorriu. ─ Não deixa nenhuma marca ou coisa do tipo,
nenhum dano permanente.
─Não, não. – ele reprimiu uma risada. ─ Eu não faria isso com você, já te
disse, só vou fazer o que você quer que eu faça. Eu quis dizer, dor leve.
Alguma vez você já quis levar algumas palmadas? De leve!
Isso fez Mathew sorrir para si mesmo. Eu vejo uma leve palmada no meu
futuro. Na realidade, algo dentro de mim estava feliz com isso. Notei o meu
coração bater animadamente.
─Eu reparei que você fica tranqüilo falando sobre sexo. – comecei,
enquanto ele me observava divertido. ─ Mas quando eu te faço perguntas
pessoais, você se esquiva.
─Isso não é uma pergunta. – ele disse em voz baixa, com os olhos fixados
em mim.
─Ok. – mastiguei a tampa da minha caneta. ─Você acha que… a dor física é
mais fácil de suportar que… a dor emocional?
─Eu escolheria as agulhas. – disse, sua voz fria como gelo. ─ Entenda isso
como quiser.
Deus, ele foi perfurado com agulhas. Esse homem é muito sombrio, isso
está óbvio. Não tenho certeza se posso fazer algo para ajudar ele, mas eu
quero tanto.
E agora, isto não era mais sobre a minha nota na faculdade, eu realmente
quero ajudá-lo. Ajudá-lo a parar de fazer o que ele está fazendo e a ter uma
vida melhor. Isso se tornou a minha nova missão.
Olhei o relógio e agora era quase hora de eu ir para a aula. Eu sabia que
era Julie e Riley, como de costume para irem andando comigo até a faculdade.
Um sorriso diabólico se insinuou em meus lábios.
Apoiou seu braço na porta. ─ Olá, de novo. – ele sorriu para elas e falou
com sua voz sedutoramente rouca.
Ah, ótimo. A pobre Riley pensou por um segundo que ela tivesse batido no
apartamento errado. Eu só moro aqui há três anos!
─Bem, sim, mas ela está muito cansada. – a voz de Mathew era tipo, sexo
derretido. ─ E eu não tenho certeza se terminei com ela o que estava
fazendo.
Que diabinho.
Corri para a porta antes que ele dissesse as minhas amigas que eu não ia
para a aula hoje. Eu preciso ir, eu tinha que ter uma pequena trégua de
Mathew, ele estava me descontrolando já, com muita habilidade.
─Uh, oi, Sky. – Julie disse, sua voz entrando no modo “paquera” enquanto
as duas entravam.
Ele olhou para mim e minhas duas amigas, à espera de uma resposta. Este
homem vai realmente me mimar feito uma criancinha.
─Não, obrigado. – Riley notou ele sorrindo para ela. ─Eu já comi.
Riley fez um círculo em torno de nós três com o dedo e apontou para a
porta. Ela queria me repreender ou me parabenizar do lado de fora, ao que
parecia. Concordei com a cabeça e fui pegar meu material, levando o meu
bloquinho comigo. Peguei minha bolsa e separei a chave da porta do meu
chaveiro.
Gesticulei para que elas saíssem primeiro, acenando com a mão para fora.
Elas começaram a caminhar para a área da cozinha, na minha frente, sendo
extremamente meigas agora que estavam na linha de visão de Mathew.
─Mathew, nós estamos indo para a faculdade. – falei um pouco alto. A
água parou de cair e quando entrei na cozinha ele estava caminhando em
nossa direção, secando as mãos perfeitas na toalha sortuda que estava
estendida em seu ombro nu a um momento atrás.
─Foi bom ver vocês duas novamente. – ele sorriu para as meninas,
colocando as mãos nos quadris. ─Da próxima vez você precisam ficar mais
tempo.
Ele deve pensar que as mulheres são todas retardadas se é assim que elas
agem quando ele fala com elas.
─ok, então. – eu não conseguia pensar em uma resposta certa para aquilo.
─Vejo… você às quatro.
Ele ficou ali parado, o sorriso largo para mim, não dizendo nada.
─Tchau, Mathew. – senti meus olhos um pouco úmidos, sem ter certeza do
por quê. Lá no fundo, eu me perguntei se ele estaria aqui quando eu chegasse
em casa. Ele estava me enganando? talvez ele não tenha gostado das minhas
perguntas agora a pouco e não quisesse ficar mais aqui. Talvez…
─ Skylar. – ele disse, um pouco alto, mas não irritado, apenas agindo
como se eu tivesse esquecido alguma coisa.
Cheguei mais perto dele, sentindo meu sangue acelerar e meu coração
batendo fora do meu peito, imaginando se ele queria o que eu acho que
queria. Eu ainda não estava acostumada com isso, ter a atenção de um
homem tão delicioso. Ou de qualquer outro homem, para falar a verdade.
O beijo foi um tanto agressivo, porém incrível! seus lábios tinham de ser o
par mais macio, quente e umedecido dos Estados Unidos. Não conseguia me
cansar. O leve sabor da Omelete do Mathew e do bacon, misturado com aquele
gostinho de hortelã dançava em minha boca enquanto eu correspondia ao
beijo, tentando retribuir sua energia e entusiasmo.
Tenho certeza de que elas podiam ouvir nossos sons de beijos lá de fora,
mas eu as deixei de lado outra vez. O mundo inteiro agora era somente ele e
eu.
Sem aviso, ele soltou meus braços e meu corpo desceu um pouco, minha
boca deixando a dele cedo demais.
─Vá aprender alguma coisa. – ele abriu totalmente a porta para mim e
descansou a bochecha contra a borda dela, sorrindo como se eu fosse a garota
mais bonita que ele já tinha visto.
Vovó, obrigada pela sua herança. Eu não tinha idéia que o dinheiro poderia
comprar algo como ISSO, mas eu estava muito satisfeita com a minha
aquisição até o momento. E esse foi só o primeiro dia!
Ao mesmo tempo eu odiava pensar em Mathew dessa maneira. Sou tão
ruim quanto aquelas vadias que o machucavam e faziam ele se ajoelhar pelado
na porta quando chegavam em casa. Eu realmente tenho partes obscuras
dentro de mim. Sempre soube disso, mas com Mathew aqui fiquei mais ciente
desse fato.
─Como você quiser. - sua voz fez os dedos dos meus pés formigarem.
─Tchau. – ele fez a sua melhor voz de menino de cinco anos de idade.
Me obriguei a andar e não olhar para trás. Não ouvi a porta fechar até eu
estar descendo as escadas, em direção à porta da frente que dava para o lado
de fora do prédio.Ele ficou me observando partir? ai Jesus, ele estava olhando
para minha bunda, não estava?
Lá vem.
─O que ele está fazendo lá, lavando os seus pratos? - Julie se intrometeu,
aos berros.─Você dormiu com ele ontem à noite?
─Oh, ele começou, huh? - Riley brincou, dando risadas com a sua mente
podre e caminhando ao meu lado.
Fiz uma careta para ela. ─Não nesse sentido, idiota! Ele chegou hoje de
manhã. Ele concordou em ser o meu voluntário e tivemos uma entrevista
pouco antes de vocês chegarem.
─Ele faz entrevistas sem camisa? - Julie entortou os olhos para mim.
─Então, por que ele disse que você estava cansada e que ainda não
tinha terminado com você?
─Ugh! - revirei os olhos. ─Ele estava tirando uma com a cara de vocês! Ele
gosta disso. É o jeito dele.
─Ele estava beijando você! – Julie lembrou. ─Nós duas ouvimos. Ou você
vai nos dizer que ele estava apenas te dando algum oxigênio para as próximas
três horas no caso de você ficar sem?
─Meninas, vocês são tão nojentas! – olhei para os dois lados e atravessei
a rua, correndo quando os carros começaram a se mover em nossa direção.
Conseguimos chegar ao outro lado com vida, sem nem sequer pensar duas
vezes sobre isso, e a conversa ainda rolando.
Julie soltou uma gargalhada. ─Eu iria ADORAR ver esse jantar acontecer.
─Vocês tem que jurar por Deus que não vão contar para ninguém o que eu
vou dizer a vocês.
Riley gritou agora. ─Você deveria ter chamado a gente para ajudá-la a
selar o acordo. Isso é revoltante, Sky.
─Bem, no final das contas… – engoli em seco, mordendo meu lábio inferior.
─Ele pensa que eu estou contratando ele para outra coisa, acho que não
expliquei direito, ou ele não me ouviu bem por causa da música ou algo
assim… mas… ele acha que o contratei para… sexo.
Não é de se admirar que ele não consiga confiar em nós e sinta tanto medo
de se expor para mim.
─Eu não estou rindo dele, eu estou rindo de você! - Julie salientou. ─Você
está muito encrencada.
─Eu sei.
─O que você está planejando fazer? – ela perguntou mais. ─Dormir com
ele?
─Ela ainda nem sabe como comprar camisinhas. – Julie fulminou Riley, em
seguida olhou para mim. ─Nós vamos ajudar você, Sky. Mas entenda isso,
você não tem nenhuma experiência de verdade nisso, você não faz idéia do
que está fazendo.
─Ai meu Cristo, você VAI dormir com ele. - Riley cobriu a boca com as
duas mãos.
Riley pulou, dando gritos agudos enquanto Julie estava dizendo para calar
a boca, assim ela poderia receber a minha permissão.
─Não, não e não. - Contrai os músculos. ─ Eu não acho que essa seja uma
boa idéia. Eu não quero pedir a ele para fazer… esses tipos de coisas.
─Oh, ele faria. - ela amarrou a cara para mim, agora frustrada. ─Qual é,
você pode perguntar para ele pelo menos.
Capítulo 4
Mathew POV
Após Skylar sair, olhei em volta a procura de coisas que eu poderia fazer
para ela. O lugar já estava incrivelmente limpo, ela deve ter feito isso para
mim. Que garota fofa.
Eu já gostava muito dela. Ela é tímida e esperta demais para o seu próprio
bem. Isso deve fazer com que os caras mantenham distância, a maioria dos
homens se sentem intimidados por isso. Não eu. Eu via Skylar como um botão
de rosa, bem fechado. Linda, pura, inexperiente…parte de mim se sentia mau
até mesmo por aceitar esse emprego. Eu não queria arruiná-la ou corrompê-la
comigo. Mas eu queria libertar ela, fazer a rosa desabrochar e abrir…
lentamente… delicadamente… cuidadosamente.
Skylar me pediu para dizer o nome dela hoje e eu não consegui. Eu queria,
mas minha garganta iria travar. Eu nunca falei sobre isso com alguém, nunca
mesmo. O quão estranho é isso, essa garota me comprar por duas semanas e
querer que eu despeje todos os problemas do meu passado? Talvez isso não
seja uma coincidência. Eu queria acreditar que em algum lugar, lá em cima,
alguém pudesse ter enviado ela para mim por uma razão, para me ajudar,
para tentar chegar a mim.
Mas, não existe nenhum “lá em cima” e não há ninguém que se preocupe
com o meu sofrimento ou futuro. Se houvesse, onde eles tinham estado esse
tempo todo? Se eles quisessem me ajudar agora, estariam atrasados pra
cacete.
Ela ficou tão apavorada hoje de manhã quando tirei a minha camisa.
Coitadinha. Eu teria que ser menos afoito que o normal com essa. Soube disso
nesse momento. Eu não me importo, seria uma boa mudança ir com calma,
seduzi-la, sem precipitação. Eu não conseguia me lembrar da última vez em
que tive que ir devagar com uma mulher.
Há muito a se considerar em ir com calma. A maioria das mulheres para
quem eu trabalhava não percebia isso, mas se feita corretamente, elevando a
antecipação e o mistério, a sensualidade de explorar e conquistar pequenos
progressos primeiro me excitava bastante. Quanto mais tempo eu tivesse que
esperar Skylar, mais eu iria desejá-la e aproveitar quando eu finalmente
conseguisse tê-la.
Ela tinha me contado que não era virgem, mas, também disse que fez isso
uma única vez e por… 33 segundos? Era uma piada? Pareceu sério quando
disse. Se isto fosse verdade, então ela não havia feito amor, ou sexo, um dos
dois. Não sexo de qualidade, de qualquer forma.
Sendo assim, decidi que a trataria como se ainda fosse virgem. Ela merecia
começar tudo de novo. Eu poderia ser a sua primeira vez de verdade.
Eu tenho sido pago por mães para dar às suas filhas a primeira vez delas.
Essa parte era sempre um pouco estranha até mesmo para mim, mas na
maioria dessas vezes eu tinha apenas prestado serviço às mães e agradado-as
tanto que elas queriam me dar como um presente para as filhas. Nenhuma
garota abaixo dos 18 anos, no entanto. Eu ainda tenho algumas regras que
não havia quebrado por mim mesmo.
As filhas nunca descobriam que eu havia sido pago para ficar com elas. Eu
tinha que interpretar a parte do cara que elas esbarravam na loja, ou marcava
um encontro com elas, o filho de uma colega de trabalho da sua mãe, qualquer
história que me envolvesse na vida delas de alguma maneira.
Me contratar para suas filhas era a o jeito delas de garantir sexo seguro,
que eu sempre pratico, e às vezes desligá-las de algum namorado idiota que
não as tratavam corretamente. E, além disso, para proporcioná-las uma
maravilhosa primeira experiência.
Mas o ponto é, eu sei como ser gentil, agradável e manso. Isso me fazia
mais feliz do que algumas das coisas brutais que eu já fiz com as mulheres.
Corri para o banco e fiz o depósito do dinheiro que ela tinha me dado,
passando por alguns estabelecimentos com boa comida para obter
mantimentos para o jantar, e peguei algumas coisas na minha casa que eu
precisaria para hoje à noite.
Skylar não pode ir a esse trabalho. Talvez ela tivesse aula nesse dia. Eu
esperava.
Sexta à noite eu teria que estar na Fire. As sextas eram as grandes noites
lá e Skylar poderia ir com suas amigas se quisesse.
Porra.
Raven não era o nome dela de verdade, eu nunca soube seu verdadeiro
nome, mas sábado seria um dia difícil para mim. Eu iria ter que inventar
alguma coisa, assim Skylar não me acompanharia nesse.
Eu tinha colocado uns bons óleos de massagem que havia trazido da minha
casa em uma pequena vasilha de água quente, aquecendo bem. Encontrei
umas toalhas legais dela e depositei algumas na cesta perto da cama. E sim,
eu espalhei pétalas de rosa sobre o colchão, algumas das minhas velas
rodeando o quarto.
Eu até mesmo pus uma lâmpada rosa na luminária do quarto dela para
criar uma iluminação suave. Meu Ipod estava instalado no cômodo, uma
playlist completa já configurada para tocar músicas leves e sensuais, perfeitas
para relaxar. Eu havia criado aqui o paraíso de uma garota e estava muito
orgulhoso de mim mesmo quando terminei.
Fui até o fogão e mexi minha comida um pouco mais, esperando que ela
pudesse sentir o cheiro no corredor.
Ela sorriu para mim e deu uma risadinha à medida que eu ia para trás,
deixando que entrasse. Parecia mais nervosa agora do que hoje de manhã. Eu
iria tirá-la de seu sofrimento em poucos minutos, mas ainda não. Gostava de
vê-la se contorcer um pouquinho.
─Estou ofendido. - falei. ─Eu te disse que sou um bom brinquedinho. Você
duvidou de mim?
Dei outro beijo lento nela, tirando a mochila de seu ombro, colocando-a no
canto da sala.
─E não vou ficar de joelhos até que você me diga para ficar. –informei. ─A
única regra que você me deu está sendo obedecida.
─Percebi isso e fico contente. – ela disse. ─Eu odiaria ter que puni-lo.
Ela corou outra vez enquanto eu ria e estendia uma toalha de mesa no
chão da sala.
─Vamos jantar aqui embaixo esta noite. – avisei. ─Eu irei pôr a mesa, não
se preocupe.
─Eu amo camarão. É o meu preferido. Muito obrigada por fazer tudo isso.
Não precisava, você sabe.
Ela aparentava estar muito rígida e nervosa. E agora que perguntei isto ela
me fitava, congelada.
Ela ergueu o olhar até mim e havia lágrimas nos seus olhos. Eu não me
mexi. Por alguns segundos ela ficou em silêncio, e então exalou um longo
fôlego.
E abriu aquele sorriso incrível que eu nunca tinha visto nela antes. Ela
gostou do meu plano para esta noite. Eu estava tão aliviado e satisfeito por tê-
la interpretado corretamente. Ela era muito difícil de ler. E este era um
momento importante para eu ter feito isso certo.
Dei um grande sorriso em retorno, animado com o que a noite estaria nos
reservando. Quase excitado demais para terminar de comer.
Depois de ela dar a última mordida no camarão e o pão ser uma fraca
lembrança, eu juntei toda a louça, deixando de molho na pia até amanhã.
Quando retornei alguns minutos depois, estiquei minhas mãos para ela.
Ela dava a impressão de estar muito mais relaxada agora, depois de eu ter
feito a minha declaração mais cedo.
Bem devagar, comecei a dançar com ela, meus pés a girando muito
vagarosamente em um pequeno círculo.
─Eu sou seu, Skylar… – fechei meus olhos e sussurrei. ─Não existe errado
para nós. Qualquer coisa que você desejar… você terá. Jamais tenha medo de
mim. Eu nunca irei te negar… nada.
Seus olhos também estavam fechados agora, e ela deixou que minhas
palavras flutuassem em seus ouvidos, não respondendo ainda.
Ela sorriu para mim e eu soube que sua resposta era sim.
─Não há de quê. – tentei dizer em meio a seus longos beijos, meus dedos
lentamente movendo o suéter verde dela até o estômago, indo com calma. Ela
soltou um pequeno gemido que me pareceu de prazer. Subi a blusa, passando-
a pelos seus seios, um sutiã branco os unindo lindamente no formato de um
coração.
Finalmente, puxei o suéter por cima da sua cabeça, deixando que os braços
dela deslizassem para fora das mangas enquanto o tirava completamente do
seu corpo, colocando no balcão atrás de mim.
─Você é tão deslumbrante, Skylar. – disse, ainda beijando-a, ofegante
conforme eu tentava agora acompanhar os seus beijos agressivos.
Ela teria que parar com isto se não quisesse que eu a possuísse ali no
chuveiro mesmo.
Ela deu outro gemido sexy quando o sutiã caiu no chão. Eu levei o meu
tempo e beijei seu curto pescoço, ficando de joelhos enquanto eu postava
beijos em cada centímetro dela. Não fui direto para os seus seios, como a
maioria dos homens provavelmente faria.
Circulei seus pulsos com minhas mãos, segurando eles a seu lado, quase
em uma maneira restrita, para mantê-la parada enquanto eu percorria cada
forma, dos ombros ao seu umbigo, minha língua lambendo o interior do
furinho, ganhando mais suspiros de prazer dela.
Fiquei de pé e segurei sua mão, ela tirou seus pés do meio das peças de
roupa, agora completamente nua para mim. Meus olhos gostaram do que
viram e rapidamente me livrei dos meus próprios jeans, eu não estava
vestindo nenhuma peça íntima.
Ela entrou no chuveiro primeiro, comigo bem atrás. Eu amava o leve calor
da água quente sobre minha pele e corri meus dedos através de seus longos
cabelos dourados, observando a água encharcá-los e amaciá-los, em pouco
tempo deixando o cabelo liso de volta e quase escuro. Eu beijei seu queixo e
boca, o nariz, as pálpebras fechadas, a testa, suas bochechas. A deixei
permanecer debaixo da ducha aquecida enquanto eu estremecia um pouco fora
do alcance da água.
Levei minhas mãos até seu pescoço e então mais abaixo, acariciando seus
seios de maneira suave enquanto ela deixava a boca abrir levemente, sua
respiração pesada e acelerada, aproveitando os efeitos da água, dedos e
palmas… massageando delicadamente, sem apalpar.
─Qual é a sensação disso, Skylar? – perguntei num murmúrio, dessa vez o
meu próprio cabelo ficando molhado.
─Eu posso tocá-la… Skylar? – posicionei minha mão com cautela entre
suas pernas, roçando de forma extremamente gentil, não fazendo nenhuma
menção de inserir os dedos ainda.
─Eu quero te dar banho.- disse a ela sem hesitação, pegando uma das
esponjas da banheira e derramando um pouco da sua loção de banho nela.
Ela tremeu um pouquinho quando comecei, virando suas costas para mim e
colocando o cabelo molhado dela para o lado. Eu beijei a pele de suas costas,
ensaboando em grandes círculos com a esponja depois de cada beijo, minha
outra mão tirando a espuma do seu corpo delicadamente. Sua voz zumbiu em
resposta, me informando que eu estava no caminho certo.
Girei suas pernas devagar, assim ela estava de frente para mim agora, e
continuei a ensaboar com a mão direita.
─Não, Mathew. – ela disse. ─ você não tem que beijar meus pés. –
murmurou, parecendo um pouco triste.
─Sim, Skylar. – concordei com ela (nunca argumente com a sua dona) ─
Me perdoe.
─Não se desculpe. – ela sorriu com doçura para mim, afagando meu cabelo
molhado. ─Você é tão maravilhoso. Eu nunca tive alguém me ensaboando
antes.
Movi minhas mãos para cima, pela frente de suas pernas, sobre os
pequenos joelhos e acima de suas coxas. Com lentidão e cuidado coloquei
minha mão no meio de suas pernas, fazendo elas se abrirem um pouco. Passei
a esponja, ensaboei e e postei um beijinho no local, porém não me prolonguei
ali por muito tempo. Mais tarde.
Chuveiros eram bons para banho e toque, mas a despeito das novelas
românticas, um chuveiro não era um lugar adequado para ter qualquer tipo de
atividade sexual. Especialmente se você usasse sabonete e shampoo.
Nenhuma fricção entre as peles é um grande problema e na maioria das vezes
você só tem 20 minutos de água quente em um chuveiro. É uma sensação
horrível estar fazendo amor com uma mulher e a água ficar fria de repente.
─Você, vem cá. – beijei seu nariz e movi sua cabeça para trás, virando-a
um pouco, assim a água não caia mais sobre ela. Com os meus dedos
massageei seu coro cabeludo ao mesmo tempo em que espalhava o shampoo.
Sim, Skylar quer se tornar uma criatura sexual, eu estava ciente disso
desde que ela lançou os braços ao meu redor no camarim da boate. E antes
que eu fosse embora, ela iria se tornar.
Eu não queria transformá-la em uma vagabunda, apenas desejava que ela
fosse livre para fazer o que tivesse vontade e parar de ser tão reclusa e
receosa de agir de acordo com aqueles desejos.
Existia outra Skylar por dentro, presa, lutando para sair. Eu irei libertá-la.
─Skylar… – dessa vez eu gemi, adorando o que ela estava fazendo no meu
pescoço, suas unhas curtas cravando levemente nos meus ombros largos.
Ela beijou minhas costas, os dedos passeando por elas, explorando cada
linha e curva, da mesma forma que eu havia feito com ela. Skylar esticou o
braço e entrelaçou os dedos no meu cabelo, puxando minha cabeça para trás
um pouco até que eu estivesse quase olhando para cima. Ela não foi áspera
comigo, continuava meiga, porém firme.
A água escorria pela minha garganta conforme ela segurava meu rosto
para trás, deste jeito eu podia ver sua outra mão percorrer abaixo do meu
braço, o meu peito, acariciando em círculos suaves.
Levei minhas mãos para trás de mim, movimentando-as para cima e para
baixo nas laterais das suas pernas, incapaz de parar de tocá-la.
─Nossa, seu corpo é tão lindo… – ela disse de uma maneira sexy no meu
ouvido. ─Especialmente molhado.
—Vamos ver como você fica com a espuma cobrindo você todo. – ela me
abraçou por trás, seus seios prensados nas minhas costas molhadas e
aquecidas.
Ela me ensaboou no corpo inteiro, assim como que eu tinha feito. Skylar é
esperta e aprende rápido. Eu gostava de ser seu professor. Sendo tão
cuidadosa quanto eu, até mais gentil do que eu havia sido com ela, Skylar me
impressionou e eu não conseguia lembrar de uma vez sequer em que fui tão
paparicado como estava sendo por ela esta noite.
Depois de beijá-la, pedi que fosse para o nosso quarto. Usei a palavra
‘nosso’ esperando que a agradasse. Disse a ela que fosse para o nosso quarto
e deitasse na cama, sobre as toalhas. Ela obedeceu sem emitir uma palavra,
sorrindo, e rapidamente me sequei e a segui. Eu a encontrei deitada lá,
totalmente nua e parecendo satisfeita.
—Mathew… - falou de maneira adorável. —Você deixou o meu quarto tão
lindo.
—Oh, meu Deus… - ela murmurou com dificuldade, quase para si mesma.
Minhas palmas se moviam por todo o caminho das costas dela, meus
braços quase unidos ao ficarem esticados para cima, compridos e retos
enquanto meus olhos estavam fechados, os lábios indo um centímetro para
baixo e encontrando-a lá. O cheiro almiscarado do óleo infiltrou-se em minhas
narinas quando dei um intenso e molhado beijo bem em cima da divisão do
seu bumbum. Exatamente sobre esse beijo dei uma lambida de leve, beijando
outra vez.
Eu não estava mais ajoelhado no meio das suas pernas, agora eu estava
posicionado ali, sobre o corpo dela, sentado de pernas abertas enquanto suas
próprias pernas estavam esticadas e enroscadas por entre as minhas, quase
aprisionada por mim. Ela não iria a lugar algum.
Os ruídos dela eram constantes e sons curtos e excitados que me faziam ir
mais além, adorando quando eu satisfazia minha dona. Nada me dava mais
prazer do que fazer todas felizes comigo, somente comigo.
—Eu adoro servir você, Skylar. Adoro muito. – falei baixinho, beijando o
meio de suas costas, repousando minha bochecha ali por um momento
enquanto minhas mãos continuavam a imergir nela, sendo breve demais em
seus seios e em seguida indo para as laterais do corpo, me movendo muito
rápido por ela.
—Relaxe as mãos, Skylar. – quase lhe ordenei, e então deixei minha voz
suave novamente. —Descerre os punhos… boa garota. Deixe os dedos
afrouxados… assim… esqueça tudo… exceto as minhas mãos… e meus lábios…
– acrescentei, beijando um ponto próximo ao seu seio direito, enquanto ela
suspirava profundamente, seu corpo tremendo um pouquinho.
continuei beijando em volta daquela área. Não é uma região muito famosa,
entretanto, muito erótica. Virei o corpo de Skylar de lado levemente, movendo
o braço para cima e depositei beijos lentos e sensuais embaixo dele, abaixo
dos seus seios, ao longo das costelas.
—Oh DEUS! – ela estava quase gritando enquanto meus dedos prendiam o
pulso dela, não a deixando se contorcer.
Seus seios estavam subindo e descendo com cada respiração que ela dava
e abri um sorriso implicitamente amoroso, as costas da minha mão movendo-
se por suas bochechas, meus dedos ondulando e fechando os olhos
deslumbrantes dela.
Não pude evitar sorrir quando desci minhas mãos até seus tornozelos ao
invés de ir direto para os seios. Ela fez aquele gemido frustrado, me
espreitando quando comecei a fazer círculos nos seus calcanhares.
—Respire, Sky. - ronronei, não deixando que ela soubesse que eu estava
prestando atenção aos seus ruídos no momento.
—Por favor… por favor… - ela continuou sussurrando. Eu apenas sorri para
mim mesmo, não cruzando a linha, somente dançando pelas beiradas.
Teimosa demais, ela ainda não pedia pelo que desejava. Eu disse todas as
coisas que ela queria, tudo o que ela precisa fazer é me perguntar. Mas, isso é
tão difícil para ela. Eu a faria me pedir, me ordenar, se fosse preciso.
movi minhas mãos com óleo para as suas costelas novamente, fazendo
movimentos de dentro para fora, no formato de asas. Subi por elas, investi em
seu torso, depois na pélvis, quase tocando seu órgão necessitado… mas, não o
fiz. Em seguida, recuei e desci de novo, preguiçosamente…
Está certo, minha jogada final… seios e pescoço. Passei mais óleo nos
dedos e comecei a fazer círculos firmes ao redor de ambos os seios, um em
cada mão.
Mexi minhas mãos úmidas e aquecidas pra cima e pra baixo dos seios dela,
apalpando-os com firmeza e os movimentando em círculos lentos. Eu me
curvei e dei molhadas e circulares lambidas em seus mamilos rosados, depois
no sentido contrário. Em um… depois de volta no outro.
Minha ereção estava tocando seu estômago e eu tinha certeza que ela
podia sentir, mas ela tinha outras coisas para se concentrar neste momento.
Suguei seu mamilo direito primeiro para dentro da minha boca, chupando.
Umedecendo e o soltando. Tornei a fazer com as mãos oleosas nos lados do
pescoço dela, e então desci novamente, me aproximando dos seios. Depois
subindo de volta… e descendo mais uma vez. Repetidamente.
Coitadinha. Ela não tem idéia do que está acontecendo. Eu sou tão
diabólico.
—Ah é? – sorri, minhas mãos retornando para as coxas dela, dentro e fora,
por pouco não encostando em sua intimidade ali… mas, novamente não fiz
isso.
Ela arqueou as costas, gemendo ainda mais alto agora. Ela quase soou
como se estivesse prestes a chorar. Mas eu não parei.
—Você gostaria que eu te fizesse gozar, Skylar? – facilitei para ela essa
única vez.
—Como você quiser. – sussurrei, levando meus dedos para seus lábios
íntimos, dando a eles a mesma massagem lenta que eu tinha feito no corpo
dela. Aguente firme, Skylar, eu pensei internamente, enquanto ela gemia e
choramingava um pouco mais.
Minha língua era eficiente nesta tarefa. Ela estava confiante, vigorosa
e bastante molhada conforme se movia pelos lábios umedecidos de Sky. Eu
lambi todo o líquido doce que podia encontrar e cantarolava minhas vibrações
de agradecimento em seu pulsante sexo.
Ela gritava alto, olhando fixamente para o teto enquanto eu agora fechava
minha boca sem parar em seu pequeno clitóris rosado, passando depois minha
língua grossa bem rápido sobre ele, de lado a lado, e depois de cima para
baixo… e em círculos… fogosos e molhados círculos. Tenho toneladas de
truques diferentes que minha língua pode fazer. Eu fazia todos eles.
Eu vou direto para o inferno um dia desses. Bem, já que eu vou, eu irei
fazer somente o que eu quiser e não me importar com as consequências.
Ainda não havia usado meus dedos, eu queria que ela gozasse apenas por
minha língua.
Isso! Eu me sentia como um pirata toda vez que descobria onde estava o
tesouro.
Estava acontecendo.
Eu gemi tão alto que abafei os gritos dela. Não afastei meus lábios e minha
língua até que seu orgasmo tivesse acabado e ela já estivesse voltando a si um
pouco.
Ela estava ofegante, seus seios elevando-se com o esforço quando eu,
enfim, soltei seu clitóris inchado da minha boca e comecei a engatinhar ao lado
dela, repousando minha cabeça em sua barriga, simplesmente acariciando-a…
inalando o seu cheiro… um dos melhores perfumes que eu jamais havia sentido
antes, e eu não estava dizendo isso da boca para fora. Era verdade.
Meus dedos brincavam, fazendo pequenos desenhos sobre sua pele branca,
ao mesmo tempo em que os dedos dela buscaram o caminho até o meu
cabelo, agarrando-os com força em apreciação enquanto eu sorria, beijando
sua pele onde eu estava deitado.
—O que você está fazendo aí? – ela não podia me ver, mas podia sentir
isso.
—Camundongos.
—Mathew… - ela disse tão baixinho que não foi nem mesmo um sussurro, e
seus dedos se moveram por minha testa, pelos meus olhos, sobre o meu nariz
e ao longo das minhas bochechas, como se ela fosse uma cega lendo meu
rosto, tanto era o afeto.
Beijei os dedos dela quando eles passaram pela minha boca, já desejando
mais dela.
—Não é nada, Mathew. – ela suspirou. —Essa foi a mais… eu não consigo
nem encontrar uma palavra boa o suficiente… para descrever a maneira
incrível que você fez eu me sentir. Eu estava em chamas, e queimando, só que
era tão bom… e torturante ao mesmo tempo… e então, quando você… meu
Deus…
soltei leve risada e sorri, aliviado que ela estivesse bem. Eu apertei meus
dedos com os seus e fechei meus olhos, ainda descansando minha face em sua
barriga quente, querendo passar a noite toda bem ali. Eu trouxe suas mãos até
meus lábios e postei um intenso beijo nelas.
—Ai meu Deus, sim, eu adorei! – ela respondeu. — acho que eu quase gozei
quando você estava fazendo massagem em mim!
abri meus olhos e fiquei de quatro em cima do corpo dela enquanto ela
dava risadinhas nervosas, minha boca beijando a sua na tranquilidade do
momento.
Skylar POV
—Eu sabia que você iria ser multi-orgásmica. – Mathew soou como se
estivesse sorrindo, mas tudo o que eu podia ver eram os fios do seu cabelo
abaixo do meu rosto. Eu beijei a cabeça dele, tentando verdadeiramente
transmitir um imenso amor naquele beijo. —Você é muito ardente pra gozar só
uma vez.
—Você tocou cada parte de mim… - falei dengosa para ele, enquanto sentia
sua língua lamber meu seio onde ele estava enterrado.
Quase senti lágrimas virem aos meus olhos, porém as afastei, sem pensar
em nada que pudesse me abalar esta noite. Deitamos em silêncio por alguns
minutos e então Mathew rolou de costas ao meu lado na cama grande.
—Eu não sei fazer essa massagem fantástica que você fez em mim…
gostaria que soubesse. – confessei.
—Tudo bem, eu não quero aquilo tudo. – ele disse calmamente, a mão
afagando a parte de trás do meu cabelo. —Eu só quero que você me toque…
do jeito que você quiser, para o seu prazer, não para o meu. Quero que
conheça o meu corpo. Me explore.
Sorrindo para mim mesma, eu não podia negar que minhas mãos queriam
vagar pela Trennerlândia.
Em seguida, ele se ergueu e pegou o meu rosto em uma mão, me beijando
intensamente e encostando sua língua na minha até eu esquecer meu nome
outra vez.
Assim, comecei a acariciá-lo. Eu fazia simplesmente o que vinha a mim
com naturalidade, e comecei com seu maravilhoso rosto, seguindo para aquele
pescoço largo e musculoso. Eu não conseguia evitar beijar cada parte que eu
tocava. Ele apenas ficou lá parado e fechou os olhos, um confortável
semblante no rosto enquanto eu rastejava para mais perto, arriscando-me e
sentando de pernas abertas nele, meu bumbum descoberto repousado em sua
cintura.
—Mmmmmm. – ele sorriu, sem me olhar. —Eu gosto de onde isso vai dar.
Ele quase segurou minha cintura, mas fez com que suas mãos parassem e
voltassem para descansar perto da sua cabeça, as mãos abertas e relaxadas.
—É por isso que você precisa me sentir, Skylar. – ele continuava com os
olhos fechados. —Você nunca tocou realmente um homem dessa maneira, não
é?
Então ele abriu os olhos e olhou dentro dos meus, não tentando fazer com
que eu me sentisse ingênua ou inexperiente, mas como se quisesse me
ensinar o que ele sabia.
Ó Deus… não sei se eu consigo suportar muito mais disso. Minha virilha
está pulsando enquanto conversamos. Eu acho que se uma brisa soprasse
sobre ela, eu iria gozar novamente… ou gritar.
Não pude me reprimir de arfar, movendo minhas mãos por ali, brincando
com os dedos nas pequenas covinhas, sendo até mesmo valente o bastante
para apertar a rígida carne redonda do local.
—Oh meu Deus, Skylar. – ele gemeu. —Você tem mãos incríveis.
Caramba, eu estava excitando ele? Legal! Olhe para mim, Skylar Hayes,
me divertindo com a bunda de um homem. E não apenas a bunda de um
homem qualquer, mas a deste pedaço divino do pecado bem aqui diante de
mim.
Tive que parar depois de algum tempo para me impedir de surtar, porém
tinha que admitir, após tocar Mathew da maneira que eu queria e ter levado
um tempo considerável fazendo isso, eu não estava com tanto medo mais. Ele
fazia eu me sentir tão bem com isso, pois ele também estava bastante
confortável sobre o assunto. Eu não me sentia suja ou pervertida como eu
pensei que ficaria.
Pensei que Mathew talvez tivesse adormecido, pois ele estava tão quieto,
mas então ele se virou devagar e pegou minha mão, beijando-a.
—A aula ainda não acabou, Skylar. - avisou relutantemente. —Você está
amarelando nisso.
Ele levou a minha mão ao seu pênis e involuntariamente fiquei tensa, mal
sendo capaz de olhar para baixo.
Aham, tá bom.
—Nesse momento, ele está bastante duro, graças a você. – ele sorriu,
fazendo uma careta de dor quando curvou meus dedos gentilmente em volta.
—Qual é, Skylar, você pode olhá-lo. Ele não morde.
Ele começou a me contar tudo sobre o pênis dele e eu quase ri. Foi me
mostrado o eixo, a cabeça, os testículos. De novo, quanto mais eu olhava e me
deixava apalpar… menos assustador se tornava para mim.
Eu fiquei com medo que ele quisesse que eu fizesse ‘coisas’ com seu pênis,
mas ele disse que não, não hoje à noite. Ele me disse que esta noite seria
minha somente, não dele. Ele queria que eu me sentisse destemida e
confortável com ele… e perto da hora em que começamos a ficar sonolentos,
eu estava.
—Eu sempre durmo pelado, Skylar. – Mathew disse com cautela conforme
nós entrávamos para debaixo das cobertas, ambos completamente nus e muito
contentes por isso. —Tudo bem para você?
—Estou realmente satisfeito com esta noite. – Mathew disse com a sua voz
de foi-bom-para-você, os olhos passeando pelo meu rosto. —Eu te fiz feliz,
Skylar?
—Sim. – quase gritei isso. —Eu me sinto… tão… (soltei um suspiro)… viva.
Eu nunca pensei que isso pudesse ser tão maravilhoso assim.
Ele sorriu para mim em resposta, o queixo enrugando de leve quando ele
me segurou para perto, me balançando gentilmente. —O prazer é todo meu,
Sylar. Eu adoro pertencer a você.
—Hum. – ele parecia muito feliz com isso e disse que amava a posição de
conchinha. Eu não sabia o que era aquilo. Ele riu, me mostrando.
Ele me virou de lado, de costas para ele e moldou o corpo dele junto ao
meu, por trás, o seu braço enroscado de forma protetora na minha cintura
exposta, sob a colcha, os dedos descansando na região do meu umbigo.
Eu podia sentir a pele nua dele na minha e não podia recusar a emissão de
calor do seu corpo no meu. Os seus lábios beijaram as minhas costas e ele se
ajeitou, deitando a cabeça no travesseiro dele, e em seguida senti seu peito
atrás de mim. Céus, isso é tão bom. O nariz dele em meu cabelo.
A envolvente música tocava e ainda na escuridão comecei a me acalmar,
ninada pelo som da respiração dele e a maneira gloriosa que seus músculos
abdominais subiam e desciam contra as minhas costas.
Capítulo 5
Skylar POV
Ele não me sufocara a noite toda na cama e eu estava contente por isso.
Logo que eu caí no sono, ele virou-se e tomou o seu lugar na cama espaçosa,
me deixando dormir sem que nada me perturbasse.
Eu acho que fui a primeira a abrir os olhos quando o despertador disparou
essa manhã, às 7:30h. Rapidamente apertei o botão para parar ao ouvir o
zumbido irritante e depois rolei de costas, dando uma olhada em Mathew,
esperando que o barulho não o tivesse incomodado.
Eu quase arfei com a forma como ele era lindo dormindo. Eu nem sequer
tinha olhado para o seu peito esculpido ainda. Foi o rosto dele que me fisgou.
Os lábios estavam alongados em um beicinho que me fez lembrar de uma
criança pequena, teimosa, mas doce. Sua boca era tão perfeita e os lábios tão
cheios e macios que me dava vontade de beijá-lo o tempo todo.
E os olhos fechados me atraíram ainda mais. Olhe para esses cílios, eles
são mais longos que os meus! Eu quase estendi a mão para tocá-los, mas
achei melhor não, ele iria simplesmente amar acordar sendo cutucado no olho
por mim, tenho certeza.
Eu tenho me analisado por anos, usando o meu próprio cérebro como
estudo. Agora era a minha primeira vez fazendo isso com outra pessoa. Eu
estava furiosa comigo mesma por estar botando tudo a perder. Eu já estava
próxima de Mathew, próxima demais. Como posso perguntar coisas sobre a
vida e o trabalho dele e depois me aconchegar sob seu corpo durante a noite
e não pensar nas coisas que ele havia dito?
Sorrindo para ele, o observei por mais alguns minutos. Eu adoro o jeito
como seus braços estavam trançados embaixo do rosto, abraçando o cobertor
para si mesmo e voltado para o meu lado, como se ele estivesse olhando para
a parte de trás da minha cabeça quando pegou no sono.
Abraçando a si mesmo.
A maneira como ele dorme diz muito sobre sua mente. Gostaria de saber
se alguma vez ele já havia sido realmente abraçado, sem estar nu ou após a
relação sexual. Provavelmente não, e se sim, há muito tempo. Eu sei que
existem sempre dois lados de toda história, mas me peguei odiando a mãe
dele.
Eu podia entender um pai sendo severo e frio, mas sua mãe era designada
a amá-lo, ajudá-lo a crescer, lhe ensinar o amor. E, ele é o único filho dela.
Como ela poderia não amar esse rosto? Eu aposto que quando criança ele era
dez mil vezes mais adorável. Imaginei como era a voz dele naqueles tempos. E
em seguida, imaginei um Mathew mais novo, tentando conseguir a atenção de
sua mãe e ela o ignorando.
Ah cara, escute o que estou dizendo. Eu o faço parecer como o líder de
alguma corporação.
Eu queria me inclinar e beijar aquele lindo beicinho que ele estava fazendo
agora, mas tinha certeza que eu estava com o mau hálito matinal. E nós
jantamos camarão e alho na noite passada.
Coloquei a mão sobre minha boca e me afastei dele um pouco. Eu teria que
esconder uma escova de dente e um copo d’água com uma bacia sob o meu
lado da cama de agora em diante. Uma maquiadora preparada ali embaixo não
seria uma má idéia, também.
Como vou sair sem acordá-lo? Eu devo sacudi-lo ou algo assim? Este tipo
de coisa sempre parecia tão fácil nos filmes. O casal acordava na mesma hora,
se acariciava por alguns minutos e tinha uma longa e brincalhona conversa
antes do homem se levantar e exibir seu bumbum nu para as câmeras. Por
que a vida não é fácil desse jeito?
Ai meu DEUS! Eu estou pelada aqui embaixo. Quase me esqueci disso.
Apesar de que, foi muito gostoso sentir minha pele descoberta sob o cobertor
durante toda a noite. Eu podia entender o porquê de Mathew preferir dormir
dessa forma. Era muito natural, bastante relaxante.
Somente agora o sol tinha nascido por completo e me senti bem estranha
andando pelada por aí. Me encolhi a este pensamento, envergonhada após
Mathew ter enfrentado um longo caminho para fazer eu me sentir confortável
com a nossa nudez. Porém, doze anos de
Espero que ele não pense que agora nós andaríamos pelados pela casa o
dia todo. Eu nunca conseguiria terminar o meu trabalho da faculdade
Nosso professor é o Dr. James Collier; ele tem mais ou menos a idade de
Mathew, eu acho, por volta dos 25 ou 26 anos. Imaginei seu cabelo curto e
aparado e os olhos azuis, ele sempre estava com uma barba por fazer,
também.Todas nós três alimentávamos um tipo de queda por ele, mas eu
havia me policiado para me manter focada e extremamente profissional com
James.
Eu estava ciente de que não poderia contar a ele que eu estive alcançando
orgasmos com meu paciente na noite anterior, mas eu desejava lhe perguntar
algumas coisas particularmente, o que ele sempre estava disposto a fazer
depois da aula, ao contrário de uns professores que faziam você agendar hora
com eles.
Dr. Collier, eu deveria chamá-lo, não James. Ele era sempre bastante legal
e não era rígido como a maioria dos outros docentes. Tenho certeza de que
poderíamos conversar e ele me daria uma ajudinha.
Eu esperei, deitada na cama por mais alguns minutos e então percebi que
não poderia adiar nem mais um pouquinho. Eu precisava ir ao banheiro.
Eu tenho que sair daqui imediatamente, antes que ele acorde de verdade.
Eu ouvi a TV ser ligada na sala de estar e congelei, minhas mãos suspensas
no ar ao redor da minha cabeça enquanto eu escutava com os olhos
arregalados dessa vez. Ele está acordado.
Ouvi os canais serem trocados e sorri, curiosa para saber o que ele
escolheria.
Bob Esponja? Dei um sorriso, esperando pelo ‘click’ mais uma vez e pelos
próximos canais, mas ele fixou nesse. Escutei o controle remoto ser
gentilmente colocado na mesa e minha boca abriu-se instantaneamente em
um horrorizado formato, minhas sobrancelhas se unindo.
Oh meu Deus, ele está assistindo Bob Esponja?! Eu cobri minha boca,
temendo começar a rir feito uma caipira idiota.Por que ele está assistindo
AQUILO? Ele sabe que estou acordada e em casa. Ele não se preocupa com o
que eu iria pensar sobre isso? Quem sabe ele não esteja tirando uma com a
minha cara de novo. Ele tem aquele tipo de senso de humor deturpado.
Eu preferia acreditar em qualquer outra coisa, exceto no fato de que ele
gostasse de assistir Bob Esponja todas as manhãs. Ele é esperto, não
retardado. No entanto, o desenho continuava passando.
Ouvi uma movimentação na cozinha agora. Os armários abrindo e
fechando, a porta da geladeira sendo fechada. Ele iria cozinhar novamente?
Me senti tão culpada por isso, mas não posso negar que adoro assistir ele
cozinhar. E eu amo comer a comida dele. Ele é um ótimo chefe de cozinha.
É legal ter uma pessoa aqui comigo, conclui. Chegar em casa ontem à noite
e ter alguém para me recepcionar, na verdade, me fez bem. E os “olás” de
Mathew são absolutamente fenomenais.
Eu esperava que não fosse estranho demais conversar com ele agora,
depois da noite passada. Não, refleti imediatamente, ele jamais fez eu me
sentir estranha, apenas bem e especial… e bonita… e nervosa.
─Ei, Gary, cadê você?! – o Bob Esponja chamava quando decidi respirar
fundo e sair. Possivelmente Mathew precisa usar o banheiro e eu não o queria
me amaldiçoando internamente por levar o dia todo ali, enquanto ele
contorcia-se pela cozinha esperando para se aliviar.
Eu consigo fazer isso. Ponha algum esforço físico aqui, garota! Vamos lá!
Violentando a porta outra vez, comecei a soltar pequenos rosnados à medida
que acreditava que a maçaneta estava cedendo de leve por um momento,
mas… não estava.
Era fatal e inevitável. Mas, agora iria acontecer. E aqui vem ele…
─Skylar? – uma voz rouca soou do outro lado da porta. ─Você está bem?
Ele parecia estar achando graça lá fora. Não era exagerado, mas eu podia
perceber.
─Eu estou bem. – falei através da porta, tentando soar clara e adulta. ─A
porta emperra algumas vezes, deixa comigo.
─Ok. – ele disse e então escutei ele se afastando. Ouvi com atenção
procurando por uma zombaria ou risada mas eu não ouvi nada. Tudo que eu
podia escutar era a voz do Bob Esponja e de outro desenho, rindo de mim.
Senti meus dentes rangerem enquanto eu puxava com todo o peso do meu
corpo, impulsionando meu pé com mais força contra a parede, e dando
pequenas e rápidas sacudidas na maçaneta.
O pânico começou a tomar conta de mim, pois sei que a primeira coisa na
manhã que as pessoas precisam fazer é usar o banheiro, como sempre fiz.
Tenho certeza de que Mathew quer entrar aqui e está provavelmente me
odiando até a morte neste momento. O único outro lugar que ele poderia usar
seria a pia da cozinha. Oh não, nojento!
─Mathew?
─Pois não, Skylar? – ele disse, agindo como se não tivesse nenhuma idéia
do que eu queria.
Ele pode ser um completo idiota, observei
─Eu não consigo abrir a porta, está emperrada demais. – forcei as palavras
a saírem, desejando rastejar para dentro de um buraco e morrer.
Ok, isso parece muito bom. Mas, espere… não, eu tenho aula hoje.
─Mathew, por favor? – suspirei, quase balançando dessa vez, a voz dele
realmente provocando coisas em mim. ─Eu tenho aulas muito importantes
hoje.
Ele não é um brinquedo, não diga isso, repreendi a mim mesma. Ele é
apenas brincalhão e infantil às vezes. Eu gosto desse lado dele… na maioria
das vezes.
Imbecil.
Fui para trás o máximo que pude, parando no box aberto do chuveiro. Não
havia muito espaço aqui e eu realmente não queria ser assassinada por uma
porta voadora. Isso deve ser bom, pensei, querendo ver o que iria acontecer a
seguir.
─Não se preocupe com isso. – fiquei onde estava, hipnotizada pela visão
dele parado ali, vestindo apenas uma cueca boxer cinza apertada.
Ele olhou para mim e seus olhos mergulharam profundamente nos meus.
─Bem, eu salvei você, doce Sky. – ele caminhou pelo banheiro, fazendo
sua voz de realeza novamente, os olhos queimando nos meus.
Ele estava nariz com nariz comigo quando perguntou. ─Com qual
recompensa você pretende me premiar?
Você pode ter qualquer coisa que quiser de mim, eu quase disse,
como se eu tivesse alguma coisa que valesse isso. Mas, eu tinha uma forte
sensação de que ele não estava pedindo por COISA alguma.
─ Um beijo?
Eu estava tão feliz por ter escovado meus dentes e a língua duas
vezes.Mas, mesmo que ele ainda não tenha escovado, seu gosto era
maravilhoso. Como ele faz isso?!
Ele me beijava uma vez após a outra e eu já estava ficando tonta. Eu não
percebi naquele momento, mas meu corpo havia se movido para trás, ainda
em pé no chuveiro, até as minhas costas ficarem contra a parede.
Ouvi em minha voz um gemido, esperando que ele não ligasse a água em
nós.
─Pare de tentar fugir de mim. – ele falou com uma voz falha e rouca, me
beijando com um pouco mais de vigor. ─ Eu não gosto disso.
─Desculpe. – soltei o ar, incapaz de ficar longe dele mais, e não querendo.
Ele levou minhas mãos para descansar na parte inferior das suas costas, ao
mesmo tempo em que voltava a me beijar. Senti elas se movimentarem para
cima e para baixo nas costas dele. Ele era tão quente e macio, sua pele é igual
a de um bebê. Não a aparência, mas a maneira como era ao toque, apenas
músculos definidos sob a superfície macia como seda.
Levou apenas alguns segundos para as minhas mãos vagarem até a cueca
dele, acariciando a rigidez de seu traseiro, meus dedos curvando-se um pouco
para dentro.
Ele gemeu em minha boca enquanto sua mão direita descia pela minha
barriga, alcançando minha região íntima e confuso, os dedos dele acariciando
suavemente meu clitóris para cima e para baixo outra vez. Eu arfei, abrindo os
meus olhos.
Não, de novo não… não agora… não ainda… ele precisa descansar! Não
precisa?
─Eu acho que bati minha cabeça quando era um bebê. – eu estava
tagarelando em sua boca.
─Não há nada de errado com você. – ele me beijou mais uma vez.
Essa é uma sugestão muito boa. Cala a boca, Skylar.Sim. Farei isso agora.
Obrigada, Mathew.
Eu nunca quis tanto um homem assim… na minha vida. Eu o quero agora.
E ele me disse para confiar nele. Eu quero tanto… mas alguma coisa dentro
de mim continua dizendo… “Não confie.”
Mas mesmo agora, com a minha mente sabendo de tudo isso, e depois de
apenas uma noite, eu não consigo controlar a minha sede por ele… eu quero
ele, eu preciso dele, eu SUPLICO por ele. Ele é como uma droga para mim…
uma que me faz arder e sofrer fisicamente se não a tiver… ele é como meu
tipo preferido de heroína. Eu odiei ficar na faculdade ontem sem ele e hoje vai
ser ainda mais horrível. O tempo sem ele era sem sentido e cruel.
Não sei se eu consigo me controlar. Estou sob seu controle agora. Estou
presa em sua armadilha. Ele me tem. Eu gostaria que ele me dissesse o que
está pensando. Tenho tanto medo que a qualquer momento ele simplesmente
desaparecesse, um maravilhoso sonho que se vira fumaça assim que o sol
nasce.
─Você não tem idéia… quanto tempo eu esperei por você. – disse de todo o
coração com minha voz ofegante e os olhos dele se abriram e encararam
intensamente o meu corpo, depois subiram até meus olhos iluminados.
Minhas pernas estavam abertas e ele estava deitado entre elas… e senti
seu corpo endurecer contra o meu.
Após uma silenciosa pausa, a voz dele ondulou como calor em volta de
mim.
─Você não tem que esperar mais, Skylar. – ele disse em uma voz baixa.
─Eu estou aqui… e eu quero você. Eu te quero tanto.
Eu não sabia o que dizer. Em meu cérebro as coisas estavam se movendo a
mil por hora, tentando encontrar uma maneira de ir à aula hoje.
─Mas talvez esta não seja a hora nem o lugar certo. – completou.
Eu senti as lágrimas dos meus olhos engrossarem enquanto ele recuava
devagar para ficar de pé, me levantando com ele, fechando meu roupão de
forma gentil e dando um único nó no cinto. Ele sorriu para mim e beijou minha
testa.
─Está tudo bem, Skylar. – ele prometeu, dando sua palavra. ─Eu irei
esperar por você. Quando você estiver pronta, eu estarei lá. Nós temos tempo
de sobra. Me desculpe por… isso. (ele fez sinal com a cabeça para o chão do
chuveiro)… nós sempre parecemos acabar no chuveiro. Deve existir alguma
mágica aqui.
─Vem, vou fazer seu café da manhã. – me conduziu para fora do chuveiro,
vigiando meus passos, assim eu não me mataria. Ele continuou segurando
minha mão, me levando para a cozinha e me sentando na bancada.
─Beba.
─Faça seu dever de casa que eu volto já. – Mathew agora estava indo para
o banheiro. ─Eu estava ótimo até você mencionar isso!
Oh, agora ele precisa fazer xixi. Ri um pouco comigo mesma, esperando
que ele não ficasse preso lá dessa vez. Mas ele era esperto o bastante para
deixar a porta entreaberta.
Eu tentei não escutar a água atingindo água, abrindo meu bloquinho e
tentando focar minha mente, esperando que eu não estivesse tão arrebatada
que não conseguisse mais fazer minhas atividades.
De onde vem isto? Minha mão estava agindo por vontade própria,
escrevendo todas as coisas que ele havia me dito ontem à noite.
Por dentro, eu quis ficar brava com ele quando ele retornou para a cozinha.
Mas, logo que o vi, com seu peito nu e me vi perdida em suas tatuagens e
então … eu não consegui.
─Que horas você precisa sair hoje? – Mathew perguntou, sem saber dos
meus planos.
─Oh, daqui uma hora. – olhei para o relógio de parede acima do fogão,
─Provavelmente vou chegar por volta das 14h esta tarde.
─Wow… - Mathew vibrou dando risada. ─Olhe para esse sorriso diabólico!
Estou muito impressionado! E depois de apenas uma noite… você me fascina.
─Torrada, se estiver tudo bem. – facilitei para ele hoje, eu realmente não
estava com muita fome.
─Você irá pensar em mim na aula hoje? – ele pareceu surpreso e feliz com
isso.
─Eu irei pensar em você também, Skylar. – ele mordeu o lábio inferior
dessa vez, me fitando, esperando pela torrada. ─Eu não me divertia assim há
muito tempo.
Sorri, amando o som da sua voz e cada coisa que ele pronunciava.
─Manteiga? – perguntou.
Ele colocou a torrada na minha frente e riu, indo lavar a louça de ontem à
noite. Eu realmente odiava vê-lo fazer estas coisas para mim, mas, droga, eu
adoro observar ele lavando um prato. Eu nem tenho ideia do porque, na
verdade. Me excitava.
Preciso fazer uma anotação sobre isso.
Ele estaria tirando sarro de mim quando diz ‘Dra. Skylar’? Gostaria de
saber. Eu teria que abordar isso hoje, entre outras coisas.
Ele sempre me pergunta se está tudo bem. Como se ele tivesse medo de
mim ou algo do tipo. Ele de fato estava seguindo a mentalidade de que eu
realmente era sua dona e isso me aborrecia. E, ele está sempre cedendo aos
meus desejos facilmente, com aquele ‘sim, Skylar’ toda vez que eu digo
alguma coisa para ele.
Como é que vou atravessar essa barreira? Eu preciso refletir sobre isso
hoje na faculdade e conseguir algum conselho do Dr. Collier.
─Sim. – ele disse, sem sequer pensar sobre aquilo, lambendo a manteiga
em seu polegar enquanto a guardava. ─Você me quer com ou sem roupas?
─Mas eu tenho. – me ouvi contestar. ─Eu não deveria ter permissão para
te dizer algo assim, ninguém deveria. Você deveria me dizer que vai fazer o
que quiser e que eu não posso sair por aí te dando ordens. Você perderia
dinheiro se eu lhe dissesse para não ir ao seu compromisso de hoje. E poderia
ter problemas com sua chefe. Isso não te incomoda?
Eu precisava me acalmar, eu tinha que manter uma fachada serena não
importa o que ele diga. Esse é o ponto crucial em ser uma psiquiatra, não
reagir exageradamente e perder o paciente. Mas eu havia quebrado as regras.
Eu me preocupo com ele e estava brava por ele ser assim, por dizer aquelas
coisas. Porém, eu deveria querer que ele contasse o que está pensando,
mesmo que isso seja insano.
E sim, o Bob Esponja ainda estava passando, mas ele não estava
prestando atenção, então deixei isso pra lá por enquanto.
─Eu sei que você deve interpretar um certo papel quando faz o que faz
para viver. -comecei gentilmente, permanecendo relaxada. ─E talvez depois de
algum tempo, isso acabe se tornando quem você é… como você está
acostumado a agir e, muito em breve, você não tenha nem mesmo uma
vontade própria mais. Entende? Tipo… quais são as SUAS opiniões? Do que
VOCÊ gosta? Como, por exemplo, na noite passada, quando você beijou meu
pé, por que você fez aquilo?
─É bonito. – ele olhou para mim, respondendo honestamente, sem hesitar.
─E você parou. Por quê? – perguntei, dando uma mordida na minha
torrada, assim ele não ficaria chateado.
─Mas se você estava com vontade, por que não poderia apenas dizer ‘não,
Skylar, eu quero beijar os seus pés e eu vou fazer isso’?
─Não. – seus olhos pareciam mais firmes agora. ─Eu não quero que você
fique zangada comigo.
─Não fique com raiva de mim, por favor? – ele quase implorou, os olhos
fazendo o mesmo. Ele tinha terminado de lavar a louça e secou as mãos.
Céus, perceba como ele tem medo de que eu fique brava com ele. Ele quer
agradar todo mundo e tem pavor que não o aprovem. Isso vem dos seus pais,
por nunca ter conseguido o tempo e a aprovação deles, ele realmente tem
muito medo que o mesmo aconteça com qualquer um com quem ele se depare
na vida. E com isso significa que, ele faria qualquer coisa que dissessem
contanto que mostrassem apreço e admiração por ele. Eu estava com vontade
de chorar.
─Eu não quero brigar com você, Skylar. – ele estava andando devagar em
minha direção, chegando por trás de mim.
Seus braços rodearam o meu corpo e me seguraram para perto dele, bem
abaixo do meu queixo, me envolvendo. Os lábios dele tocaram minha têmpora.
Ele beijou minha bochecha intensamente e desceu suas mãos pelos meus
braços, entrelaçando os dedos nos meus, repousando o queixo no meu ombro.
Ele não falou por um longo tempo e eu teria que sair para a faculdade logo.
Eu não estava zangada com Mathew, só queria que ele parasse de enxergar a
si mesmo como um objeto. Um brinquedo, um escravo, um dançarino. Levaria
tempo, muito mais que duas semanas para fazê-lo ver isso. Mas eu tenho
apenas duas semanas.
Se eu falhasse e qualquer coisa terrível acontecesse com ele nas mãos de
alguém, eu jamais conseguiria me perdoar.
─Vá ao seu compromisso hoje. – virei para ele, olhando-o nos olhos. Ele de
repente parecia tão frágil. ─E a gente conversa quando eu chegar em casa.
Está bem?
Nessa hora, ele sorriu aliviado. Isso é porque eu não fiquei brava com ele?
─Te vejo mais tarde. – eu quase saí pela porta, mas então girei, vendo seu
rosto me observando.
Ele veio até mim, sorrindo, colocando as mãos em cada lado do meu rosto
e antes de seus lábios descerem sobre os meus, ele murmurou.
─Você lembrou.
─Você também. – sorri para ele, imaginando qual era o seu problema. ─Até
logo, boneca.
Ele olhou para baixo quando eu saí e então eu ouvi um pequeno riso
abafado escapar dos lábios dele.
─Eu não posso… - ouvi sua voz rouca resmungar para si mesmo e me virei,
com medo de que ele quisesse dizer que não podia ficar mais comigo.
Talvez eu tenha ido longe demais com o que disse. Eu estava pronta para
começar a implorar enquanto ele caminhava até mim.
─O que?
─Você não acha que… deveria vestir outra coisa para a aula? – ele
perguntou, mantendo o rosto meio sério.
Olhei para baixo e vi meu curto roupão rosa dos ursinhos carinhosos, quase
aberto na frente com o nó do laço muito frouxo.
─Agora ele decide ser ele mesmo. – resmunguei, ouvindo sua risada se
tornar mais alta do lado de fora. Eu sorri, também. Ouvi-lo lançar o seu feitiço
sobre mim, e odiando isso, fez eu rir compulsivamente, como ele.
Tentando falar entre risos, Mathew estava ofegante. ─O seu professor de
psicologia iria adorar te ver… chegando na aula desse jeito… tenho certeza…
─Seus joelhos fofinhos… – ele continuava rindo, sem ar. ─E um dos
Ursinhos Carinhosos na parte de trás do seu roupão! Em uma faculdade!
Sorrindo, eu puxei minha perna. ─Talvez eu mude de idéia sobre você ser
você mesmo se é assim o seu natural! Volte para o seu jeito obediente! –
brinquei.
─O que é? – me virei, meio sorrindo para ele, que estava agora apoiando
as costas expostas na minha entrada, segurando a porta aberta um pouco.
─Eu vou sentir saudades. – sorriu, soando muito sério dessa vez, embora
ele ainda estivesse sorrindo e os olhos brilhando.
─Eu vou sentir saudades também, seu idiota. – ri, não querendo, mas me
afastando.
Talvez eu possa ajudar, apesar de tudo. Por favor, Deus, me deixe ajudá-
lo.
Capítulo 6
Skylar POV
A aula havia acabado e agora estou sentada aqui na mesa do Dr. Collier, o
deixando ver meu questionário e coisas que quero discutir com Mathew. James
não está dizendo nada neste momento, ele está olhando todo o meu trabalho e
eu estou contando os minutos até poder ver Mathew novamente.
Olhei para o relógio acima de sua cabeça na parede. 13:06h. Mathew está
seminu em algum lugar agora mesmo, numa sala cheia de mulheres
assanhadas. Elas estão provavelmente apalpando o corpo dele das formas
mais nojentas. Deus, eu estou com ciúmes.
─Você deveria perguntar a ele se houve algum tipo de abuso sexual em seu
passado. – ele disse enquanto escrevia, ainda não olhando para mim. ─ E
também, qualquer abuso de substâncias… drogas, álcool… algo que o ajude a
lidar com o que faz. Ele trabalha com mulheres e homens? Existe atividade
homossexual?
─Você está bem? – James fez contato visual comigo dessa vez.
─Uma outra coisa que me deixou curiosa… – limpei minha garganta. ─Ele
diz coisas como ‘eu amo seu cabelo’, ‘amo sua pele’, eu amo, eu amo, eu amo
o tempo todo. Imagino que é mais provável que ele diga tudo o que as
mulheres desejam ouvir, certo? Tipo, ele provavelmente não quer dizer isso
quando fala essas coisas para as mulheres.
─Mas, ele talvez esteja tão perdido que acredite de fato no que está
dizendo, porém ele ama todo mundo. Certamente ele cresceu acostumado a
usar esse discurso e a fazer essas caras que fazem com que as
mulheres acreditem que ele está sendo sincero, como agora… ele não sabe o
que ele ama, na realidade. Ele ama tudo isso porque ele precisa amar. Para
sobreviver na vida dele, ele precisa achar toda mulher atraente, ele tem que
sorrir para todas elas, deixar que elas o toquem, fazê-las acreditar que ele
adora suas atenções. Você deveria perguntá-lo a respeito, mas eu aposto que
ele se enquadra na categoria de nem mesmo se dar conta de que está fazendo
isso. – James disse.
Agora não.
─Eu não sei se sou boa o bastante para ajudá-lo. – admiti, abaixando o
olhar para o meu caderno aberto. ─ Eu quero ajudar. Ele é uma pessoa
maravilhosa, de verdade.
─Sim, está no meu celular. – todo aluno tem o número dele para o caso de
uma emergência com seus pacientes.
Eu tinha muito mais para perguntar, mas isso significaria contar a ele sobre
meu relacionamento com Mathew, se é assim que você chama quando paga
alguém para te dar orgasmos. Eu estava por conta própria e tinha
conhecimento disso. Nem mesmo sabia se poderia confiar a minhas amigas
essa informação. Eu as amo, mas me sinto suja contando a elas sobre nós.
Aqueles momentos são particulares, apenas para Mathew e eu.
─Qualquer hora para você, Sky. – James pegou sua pasta de couro sobre a
mesa, prestes a ir embora logo depois de mim. ─Tenha um bom dia e te vejo
amanhã.
Mathew POV
─Você pode me deixar aqui. – eu disse com firmeza, não querendo ser
deixado na frente da casa. Paguei minha corrida, dando uma generosa gorjeta
e pus meus óculos espelhados de policial.
O táxi seguiu para a beira da rua, parou e eu saí, posicionando meu chapéu
sobre o cabelo. Eu já tinha visto alguns uniformes de policias de outros
dançarinos e a maioria deles é descaradamente falso. O meu não. Eu tenho um
uniforme autêntico, comprado de uma verdadeira empresa que fornece
uniformes para a polícia.
Eu tinha que admitir, eu adorava essa aparência. Me sentia quase como um
policial, como um herói. Mas eu não sou um herói, eu sou o cara mau.
Personificando um policial. Usando óleo e glitter corporal por baixo deste nobre
uniforme. Sim, eu sei, eu vou para o inferno. Me diga algo que eu não saiba.
Talvez eu vista essa fantasia quando voltar para a casa de Skylar hoje e a
assuste um pouquinho. Isso seria engraçado, se ela não surtasse ou coisa
assim.
Cara, ela é muito divertida. Notei que eu estava sorrindo enquanto andava
mais alguns quarteirões até a casa que eu havia agendado para daqui a pouco.
Não lembro a última vez em que ri desse jeito, mas, uma vez que comecei,
não conseguia parar. E depois ela estava toda bonitinha, fingindo estar furiosa
comigo, até mesmo gritando. Mas eu sei que ela não está brava.
Ela só está… triste por mim. E eu posso ver isso às vezes quando ela me
olha. Ela não entende… e como poderia? Ela não é uma prostituta barata e fácil
como eu, e eu nunca quero que ela seja. Vou responder suas perguntas, se
isso significa que eu posso ficar e dormir ao seu lado, cheirar seu cabelo e
adorar o corpo dela como ele foi feito para ser adorado. Ela está só começando
a florescer e isso é adorável de observar… para mim.
A noite passada foi incrível, não tanto porque eu dei banho, massageei e
dei prazer a ela. Tudo isso foi ótimo e eu desfrutei bastante de tudo… mas
havia algo mais, no entanto. Eu não sei o que é, mas eu gosto de ficar perto
dela.
Eu gosto de conversar com ela, mesmo que seja durante aquelas sessões
de terapia da faculdade que ela insiste em fazermos. Eu queria dizer a ela para
desistir de mim, que eu não mereço ajuda, mas ela nunca ouviria. Ela
precisava de uma nota em cima disto, então irei fingir que concordo e contarei
algumas coisas sujas sobre o meu passado, nada que eu queira manter em
segredo, para ajudá-la a conseguir uma boa nota.
E aí, quando minhas duas semanas acabarem, eu vou seguir meu caminho
e ela irá voltar para a vida dela, espero que um pouco mais confiante e
experiente para saber o que ela deseja num parceiro, sendo capaz de correr
corajosamente atrás disto e aproveitar seu lado sensual.
Eu realmente vou sentir falta dela por um tempo depois que esse trabalho
terminar. Porém eu não sinto como se estivesse fazendo um serviço com ela, é
como se estivesse freqüentando a casa da minha namorada. Eu tinha me
esquecido de como é isso.
Não se apegue, Mathew, eu me repreendi, não se envolva demais. Você fez
aquela coisa romântica da primeira noite, agora você tem que ver qual será o
próximo passo.
Eu precisava esperar que ela me pedisse por isso. Ela não é muito boa em
dizer o que ela precisa e deseja. Deus, ela ficou presa no banheiro por 15
minutos hoje e nem sequer me pediu para ajudá-la. Teimosa.
Ela nem me disse nada sobre assistir Bob Esponja. Ela segura a língua
demais. Eu quero que ela me diga o que fazer, eu quero que ela diga o que ela
quer.
Por um minuto eu pensei que um milagre havia acontecido e que ela tinha
encontrado sua voz de comando quando me disse que não queria que eu fosse
para o trabalho hoje, que era para eu ficar sentado na cadeira até que ela
chegasse em casa. Finalmente algo que eu poderia fazer e que ela havia
exigido e desejado! Mas, ela estava apenas me testando para ver o que eu
diria.
Será que ela quer que eu fique chateado, grite e jogue as coisas? Talvez
seja isso o que ela quer. Ela me deixa tão inseguro às vezes. Ela é muito difícil
para eu ler. Eu poderia questioná-la mais durante a minha sessão de hoje com
a Dra. Skylar.
Num minuto ela está contente comigo, então, no minuto seguinte ela
parece triste ou com pena de mim, e se torna muito calada. Isso é o que
menos gosto, quando ela não diz nada. Eu estou sempre com medo do que
está se passando naquela cabeça dela.
Eu sei que ela quer me mudar e me tirar da vida em que estou, mas é
simplesmente impossível. Eu aceitei isso. Mas ela é muito persistente em
tentar entender minhas emoções. Ela me tocou de verdade quando estava me
dizendo que ninguém me possuía, e que eu deveria ser eu mesmo e parar de
atuar. Eu espero de verdade que as coisas não saiam dos trilhos e eu tenha
que deixar o trabalho antes do tempo, eu iria odiar isso.
Eu realmente quero ajudá-la a conseguir uma boa nota… mas eu não estou
ao ponto de narrar a minha verdadeira história.
Eu odeio que sintam pena de mim e existem certas portas que nunca a
deixarei entrar, não importa o quão forte ela bata nelas. Elas são tudo o que
me deixaram de realmente meu nesse mundo.
Mathew POV
─POLÍCIA! TODO MUNDO PRO CHÃO! – gritei na minha voz policial mais
masculina, assustando pra cacete cada criatura na sala.
Eu ouvi algumas delas dando risadinhas, sabendo quem eu era e para que
eu estava lá, mas a maioria não tinha idéia e estava choramingando,
amedrontadas e nervosas.
─QUIETAS! – repreendi, conseguindo o silêncio que pedia.
─O que está acontecendo aqui?! – exigi, ainda usando os meus óculos
escuros para causar mais efeito.
─EU ESTAVA FALANDO COM VOCÊ?! – gritei para a que estava ao seu lado
e ela começou a rir, porém eu permaneci no personagem.
─Qual de vocês é Anna Nickles? – perguntei, não mais gritando, mas ainda
muito agitado. Eu estava procurando por minha noiva.
─Aqui. – ouvi uma voz ainda mais baixa se manifestar do outro lado da
sala e algumas outras meninas espiaram e apontaram para uma morena
deitada de barriga para baixo.
Mais risos vindo das mulheres… eu estava indo bem até agora. A pobre
noiva estava absolutamente petrificada, claramente sem saber o que esperar
de mim a seguir.
Chutei seus pés, separando-os rudemente. Ela usava calça jeans e uma
blusa bonita, muito atraente, em seus 20 anos, suponho. Ela sabe agora que
sou o stripper dela, mas eu não era um stripper comum.
─Me dê sua mão. – fui para trás dela e retirei minhas algemas de polícia,
fazendo da mesma forma que um policial faria, pegando a mão direita,
trazendo-a para suas costas e prendendo a algema em seu pulso. Ela gritou,
surpreendida com aquilo, e eu peguei a outra mão, a levei para trás e prendi a
algema naquele pulso também.
Pobre Anna, parecia que ela ia ter um ataque cardíaco. Mas, todas as
noivas são assim. Não estão acostumadas com essas coisas. Prestes a se
casarem, prestes a começarem a própria família, a ponto de verem seus lindos
maridos lentamente se transformarem em um habitante do sofá,
testemunhando o cabelo dele cair, assistindo sua barriga ficar maior e maior.
Pobres mulheres. Lamentavelmente, todas elas não tinham nenhuma fantasia
em suas vidas, razão pela qual eu tenho um emprego tão bem pago.
Atrás dela, sobre a mesa da sala de jantar, apoiei meu ‘rádio’. Havia um
iPod lá dentro que tocaria a lista de músicas que eu tinha preparado para essa
festa assim que eu estivesse pronto para isso. Ainda não.
─EU DISSE QUIETA! – gritei para ela, que mordeu os lábios com força,
tentando não me enfrentar em voz alta ainda. ─Anna Nickles. Você está presa.
Você tem o direito de permanecer calada.
─Qualquer coisa que disser pode e será usado contra você no tribunal. –
prossegui enquanto Anna tentava com seu melhor manter o rosto sério.
─Eu não fiz nada. – ela respondeu, dando risadas quando todo mundo
começou a aplaudir, rir e gritar.
─Vamos lá, Anna. – levei meu cassetete até sua perna direita, ao longo da
parte interna da sua coxa, recebendo gritos de todas as mulheres, inclusive da
própria Anna. ─Não faça eu me tornar violento com você. Me conte o que você
fez e talvez eu tenha piedade de você.
─O que ele disse? – Ana arregalou os olhos enquanto ela ria com todas as
outras mulheres ali.
─Ele diz que você é uma menina muito má, Anna. – declarei, movendo
meu cassetete até seus seios, levemente pela lateral do seu corpo, fazendo ela
se debater e chutar um pouco, dando gritinhos agudos e rindo.
─E você vai sentar ali quietinha e receber o seu castigo, você me ouviu,
Anna? – continuei, acariciando a parte interna de sua coxa esquerda com o
meu cassetete, causando reações escandalosas de todas agora.
─Sim, senhor. – ela disse quase me fazendo sorrir. Porém, sua voz ainda
era baixa e receosa.
Eu guardei o cassetete no meu cinto e dei a volta por trás dela,
pressionando meu Ipod.
─Sem chance, querida, você está sozinha nessa! – a mãe de Anna riu para
ela em resposta.
Gritos, risos.
Devagar, tirei meus óculos, olhando por cima da borda deles para Anna, a
medida que eles escorregavam pelo meu nariz. Ela sorriu para mim, me
aprovando até agora.
Enganchei a aba dos meus óculos na gola da blusa dela e tirei a gravata,
aos poucos, tinha um nó de verdade, não era uma gravata pregada. Eu enrolei
a gravata ao redor do seu pescoço, brincando um pouco com seus longos
cabelos escuros, afagando sua bochecha com as costas da minha mão.
Mais gritos. Anna estava sorrindo docemente, dessa vez vendo meu rosto
todo. Eu mantive meus olhos nela quando dei um puxão na minha camisa de
policial, os botões voando e a camisa se abrindo.
─AI MEU DEUS! – Anna gritou, quicando as pernas um pouco mais no chão.
─Mamãe!
─Pare com isso. – eu zombei dela. ─Nada vai te salvar agora. Você
é minha.
Eu deixei minha camisa ao redor da cintura dela e, lentamente, retirei meu
cinto de couro da arma.
Minha bunda estava completamente exposta, e meu pênis mal coberto pelo
pequeno pedaço de tecido preto, encarando os olhos de cada mulher enquanto
eu arremessava a calça para as damas na sala.
Eu estava longe o suficiente dela agora para poder ficar de joelhos e cair
de quatro, rastejando até ela como um grande gato selvagem, levantando os
ombros com cada movimento de meus braços.
Senti a mão de alguém por trás dar um tapa forte na minha bunda e
gargalhei alto para aquilo, sem ver qual delas tinha sido.
Eu esfreguei meu peito no dela de forma muito lenta com a música e
continuei descendo, acompanhado pelo barulho constante das mulheres ao
meu redor, me encorajando a ir adiante. Mordi o lábio inferior, erguendo o
olhar para sua expressão excitada e de olhos arregalados.
Em pouco tempo eu estava beijando a costura de sua calça jeans, entre as
pernas dela, soltando minha respiração quente no material grosso. Ela
rapidamente deu um berro e gritou em protesto, rindo e corando em oito
diferentes tons de rosa.
Desci meus beijos pelo seu queixo e depois fui para o pescoço, levando
uma eternidade para batizar cada ponto que eu descobria ali.
─Eu sabia, você é uma garotinha má. – rosnei, abrindo minha boca e
dando outro beijo ardente, desta vez concedendo um pouco o gosto da minha
língua.
Após um bom tempo, e algumas músicas mais tarde, eu decidi liberar a
futura recém-casada. Mas não antes de ela lamber e chupar meus mamilos e
morde-los feito um animal faminto. Ela beijou meu peito inteiro e as costas
enquanto eu dançava meus movimentos mais sensuais e provocantes em seu
colo. Meu traseiro também era do seu agrado e ela se divertiu acariciando e
dando mordidas ali. Sem novas marcas, felizmente.
Anna tinha recebido tudo o que, de acordo com a lei, eu podia dar a ela na
frente das suas futuras parentas e da sua mãe, por isso permiti que outras
mulheres depois sentassem na ‘cadeira elétrica’, cada uma podendo me tocar
em qualquer lugar e da maneira que quisessem. Eu fiz graça, sorri, beijei e
dancei pra cacete para cada uma delas e, antes que eu me desse conta era
13:30h.
─Muito obrigada por ter vindo! Nós todas nos divertimos como nunca com
você! Pode ser que eu nem queira me casar agora!
─Parabéns, Anna. – disse com sinceridade. ─Você será uma noiva sexy.
Ela riu como se tivesse voltado aos 13 anos de idade e beijou meus lábios
brevemente, sorrindo para mim.
Não, eu não transei com a mãe de Anna, ou com qualquer uma delas. Esta
era uma despedida de solteira, nada assim acontece aqui. Entretanto, eu
ganhei muitos números de telefone, às escondidas, o que era normal. Eu os
aceitei, sorri e disse ‘obrigado, eu entro em contato’, dando um beijo amável
em seguida. Trabalhos futuros, novas clientes.
Skylar POV
Quando cheguei em casa, ouvi o chuveiro ligado. Sorri, fiquei feliz que ele
já estivesse aqui. Em apenas dois dias, eu tinha que admitir que eu gostava de
voltar para casa e encontrá-lo, esperando. Uma grande parte de mim queria
entrar no banheiro e puxar a porta do box, talvez lhe dar um pequeno susto.
Isso me assustaria pra caramba. Desde que assisti Psicose, aos oito anos,
eu tinha uma sensação estranha em ficar no chuveiro sozinha. Eu até preferia
as portas de vidro ao invés de uma cortina, porque me sentia mais segura
sendo capaz de ver o que estava lá fora enquanto eu tomava banho.
(Feche seus olhos, deixe seu espírito começar a voar) ♪♪ - ele segurou esta
nota incrivelmente longa.
Tentei me concentrar nas perguntas que eu tinha preparado para ele, mas
eu li a mesma coisa umas cinco vezes, ainda incerta do que eu havia escrito ali
horas atrás.
estranho)
Será que ele sabe que estou aqui? Ele está cantando para mim… aquelas
linhas encaixavam-se, soando como se ele estivesse se referindo ao meu jeito
– Abra sua mente, liberte as suas fantasias – Na escuridão que eu sei que não
posso combater.
Eu adoro a maneira como ele cantou a última linha – ♪♪ “Só assim você
poderá pertencer a mim”. Ele acha que me pertence, mas, na realidade, eu
que já pertenço a ele.
Ele deveria ser cantor com aquela voz fodástica. Tenho que parar de usar a
palavra do F. É tão depravada. Desde que ele veio para cá essa palavra
continua escapando dos meus pensamentos para a minha boca.Ele é marrento.
E está me corrompendo.
Mas, eu nunca vou esquecer essa música… e a voz de Mathew. É uma parte
de mim agora. Estou tremendo! Fiz anotações disso na divisão do meu
bloquinho, onde eu escrevia meus sentimentos. A primeira metade era de
Mathew.
─Dra. Skylar! – ele falou um pouco alto, abafando a risada quando eu pulei
de susto, minha cabeça girando ao redor enquanto ele movia-se rapidamente
para o sofá verde, sentando hoje, em vez de se esticar nele como uma colcha
humana sexy.
─Desculpe. – ele sorriu, correndo ambas as mãos pelo seu cabelo úmido.
Parecia escuro, quase negro por causa da água, mas com o sol brilhando tão
forte sobre ele o tom dourado se mostrou através dos fios.
Eu te amo.
─Então, Mathew, - eu abri um sorriso, espiando ele por baixo dos meus
cílios. ─Você gosta de Bob Esponja?
─Finalmente você mencionou isso. – ele olhou para seus pés, em seguida
voltou a me olhar. ─ Eu estava me perguntando se você havia reparado.
─Na verdade, eu não assisto isso… – ele explicou e eu pude ver que ele
não estava me dizendo tudo de uma vez. ─Eu… gosto de deixar ligado. De
ouvir, tipo, ao fundo, às vezes… me relaxa.
Faz sentido. Sua rotina é tão suja, creio, que quando ele está fora do
trabalho, talvez ele precise ver algo que contraste com a escuridão sexual de
seu trabalho.
Epa, epa. Já estou fazendo-o recuar. Ele procurou algo para fazer com as
mãos, me fazendo lembrar de mim mesma. Eu também nunca sei o que fazer
com minhas mãos. Engraçado, agora ele está tenso da mesma maneira que eu
fico quando ele está jogando seu encanto em mim. Nós somos como lados
opostos de uma moeda.
─Tudo bem.
Eu esperei, sem dizer nada, para ver o que ele iria oferecer em seguida.
─As pessoas que cuidaram de mim enquanto meus pais estavam ausentes
foram ótimas comigo. Joseph, o mordomo, foi como um pai pra mim. Ele
amava ópera e música e me ensinou tudo o que sabia sobre isso. Ele me
ensinou a tocar piano e violão. Além disso, havia Katherine, uma mulher
maravilhosa que trabalhava na cozinha. Ela era minha mãe substituta e eu
passava muito tempo com ela na cozinha, ajudando ela a cortar e mexer as
coisas e cozinhar. Ninguém na casa nunca teria feito algo para me machucar.
Eles me criaram. Eles me amaram.
Ele parou por aí e movimentou a revista enrolada para cima e para baixo
em sua perna, olhando fixamente para aquilo.
─Eles trabalham para os meus pais. – ele repetiu, ficando tenso. ─Eu não
quero que eles percam o emprego. Eles moram na casa também. Eu não vou
fazer com que eles sejam demitidos, para onde eles iriam? Eles não são mais
tão jovens, não. Eles não conseguiriam nada.
─Se meus pais puderam virar as costas para mim e me jogar para fora da
vida deles, eles certamente fariam isso com qualquer um de seus empregados,
você não acha?
Seu rosto triste tornou-se relaxado e doce num segundo, enquanto ele me
olhava.
─Eu adoraria, Skylar. – ele murmurou. ─Eu vou fazer isso acontecer em
alguns dias. Nós vamos sair.
Sorri mais, eu amei a ideia de sentar ao seu lado enquanto ele tocava
piano para mim.
Escolhendo outra pergunta leve, perguntei, ─Me fale sobre seus amigos…
pessoas de quem você é próximo.
Fiz uma anotação e então Mathew me cortou de repente. ─Eu prefiro ter
três amigos verdadeiros a 100 falsos.
Ele acha que eu estou julgando-o por só ter três amigos? Vou ter que
corrigi-lo ali.
Ele olhou para sua revista no colo e pensei em dizer algo importante para
ele, acrescentando. ─E… Mathew?
Ele sorriu e olhou para baixo, parecendo feliz e talvez… emocionado com as
minhas palavras?
─Obrigado, Skylar. – ele ergueu seus lindos e inocentes olhos para mim.
─Você pode me contar como seu amigo, também.
─Eu contarei, obrigada. – sim, eu espero que esse fosse o nosso primeiro
passo para confiar um no outro.Foi um momento importante para mim.
Por favor, diga apenas com mulheres, por favor, oh por favor, oh por favor.
Seus olhos piscaram, um pouco surpreso com minha pergunta e ele logo
disse. ─Não, apenas mulheres. Eu não faço nada com homens ou
crianças. Mulheres, de 18 anos pra cima.
Cara! Eu gostaria que ele pudesse se abrir mais. Mas, eu estava sendo
impaciente. Ele precisa de tempo para confiar mais em mim. Ele está
realmente indo muito bem, sendo honesto comigo e tudo mais. Eu não deveria
reclamar.
─Ótimo. – fiz uma anotação. ─E você não tem nenhuma… doença, ou algo
do tipo?
─ Hm. – respondeu.
Ótimo. É essa a maneira dele de dizer que eu sou uma retardada que não
consegue sair do seu próprio banheiro sozinha?
─Não, eu quero dizer… além de mim. – continuei tentando. ─Na sua vida
pessoal? Você pode dizer, eu não vou ficar brava ou nada assim. Eu te disse,
eu não sou sua dona. Está tudo bem.
Isto é importante. Ele deve saber que ele é desejável e não apenas para
diversão sexual por dinheiro. Sua auto estima é quase inexistente. Gostaria de
ter tempo para construí-la com ele. Mas isso leva tempo… e nós não temos
esse tipo de tempo.
Não ajude, James havia dito, apenas estude e faça o relatório. Suspirei
comigo mesma e decidi prosseguir para uma nova pergunta.
─Ok, aqui vai uma boa, eu acho. – escolhi uma. ─Me conte algumas boas
lembranças que você tem de seus pais.
─Bem, Mathew… – eu expliquei. ─Seus pais são o ponto onde sua vida
começou, mesmo que você esteja furioso com eles, eles ainda são importantes
e…
─Espere. Me dê um minuto.
Eu não disse nada, sem saber do que ele estava falando e quem
era ela que ele estava segurando quando implorou pela ajuda de seus pais,
mas isso não importa. Um pouco desse veneno havia acabado de sair dele e
isso é muito bom. Ele precisava arrancar isso para fora ou iria comê-lo vivo por
dentro. Já estava, obviamente.
Ele soltou a respiração, rindo de leve. ─Você realmente não deveria ter dito
isso.
─Por que não? – eu tentei sorrir e ser gentil e flexível.
─Eu não posso perder nunca o controle com você… ou com ninguém.
Ele disse isso miseravelmente, soando tão solitário, sem olhar em meus
olhos. ─Minha raiva… Eu não posso colocá-la para fora. Eu não vou fazer isso
com você, Skylar.
─Eu posso lidar com isso, Mathew. – menti, tentando parecer forte e
corajosa. ─Você não pode se deixar continuar sendo um escravo dessa raiva.
Está te consumindo. Você quer falar um pouco mais sobre seus pais, sobre o
que você acabou de dizer?
Achei uma boa, espero. Nunca dava para saber com Mathew.
─Me fale sobre alguns dos trabalhos que você teve antes de começar a
trabalhar na Fire. – sugeri. ─ Foi na Fire onde tudo isso começou?
Como os pais dele puderam simplesmente botá-lo para fora e deixar que
ele vivesse nas ruas? E como a namorada, o amor da sua vida, permitiu que
isso acontecesse com ele? Se ele fosse meu e jogasse fora sua vida, seu
dinheiro, carro, faculdade, sua família e todo o resto por mim, eu não teria
permitido. Eu iria preferir me afastar a submetê-lo a tudo isso!
─Ela não gostava disso, ela odiava. – ele admitiu. ─Mas era assim que as
coisas eram. Nós não poderíamos mudar. Ela até tentou terminar comigo uma
vez, mas duas semanas depois, quando viu que eu continuava fazendo pizzas,
ela me questionou sobre o assunto. Eu disse que não importava se ela tinha
me largado ou não. Eu nunca iria voltar para os meus pais, ou para o dinheiro
deles, ou para a faculdade. Eu implorei para que ela reconsiderasse por um
longo tempo e ela me aceitou de volta. Ela me amava.
Ele disse isso quase como se para convencer a si mesmo. Pude perceber.
─Você acha que… talvez hoje possa me dizer o nome dela, Mathew? – fui
devagar nesse ponto, eu sabia que isso era uma parte dolorosa dele, a coisa
que tinha o destruído o suficiente para fazê-lo entrar na vida que estava
vivendo agora.
Ele soltou a respiração outra vez, e notei que uma de suas mãos estava em
punho ao seu lado. Seus olhos pareciam tão sérios, lutando silenciosamente
enquanto olhavam para a revista. Eu acho que ele realmente quer me dizer…
mas não está pronto ainda.
Eu sinto muito, Mathew. Eu não quero te causar nenhuma dor, nem da
mais leve maneira. Por que estou fazendo isso com ele? Prefiro cortar minha
pele com uma faca a continuar colocá-lo nessa situação.
─Está certo. – eu disse, acabando com sua batalha interna. ─Hoje não.
Está tudo bem, Mathew.
Outro longo suspiro escapou dele e seus olhos se ergueram para mim,
novamente com vergonha neles.
─Eu sei que está, Mathew. – sorri para ele, o assegurando. ─Você está
fazendo um trabalho perfeito, de verdade. Eu acredito nisso. Não se desculpe.
─Então, sua namorada continuou indo para a faculdade, enquanto você fez
tudo que podia para ter o suficiente para sobreviver. Você já sentiu… como
isso fez você se sentir, ela ser uma estudante e você… estar… fora da
universidade?
Ele olhou para mim com uma forte dor nos olhos, e fez seus lábios sorrirem
um pouco.
─Isso é incrível. – ele sorriu, ficando de pé. ─Eu preciso trocar de roupa.
Faço isso rapidinho. Espere aqui.
─Ah, espere. – ele veio até a porta do quarto, parecendo um pouco tenso,
vestindo um jeans e uma camiseta preta, os ombros lindamente expostos.
─Eu preciso dar um telefonema. Eu sempre tenho que fazer uma ligação às
15h. Não vai demorar muito tempo, eu prometo. Está bem?
dei de ombros e sorri, não tendo nenhum problema em lhe dar alguma
privacidade. É bom ver que algumas coisas eram pessoais demais para ele
para compartilhar com os outros. Há um pouco de esperança. Mas eu não
conseguia evitar me perguntar para quem era a ligação e do que se tratava.
─O que? – eu dei risada, virando minha cabeça para ele enquanto ele saía
pela porta, a fechando atrás de si.
─Não podemos permitir isso, agora, não é? – Mathew sorriu. ─Você deve
se alimentar, vai precisar de sua energia esta noite.
E então ele puxou minha boca até a dele ao pararmos na rua, pessoas
movendo-se ao nosso redor enquanto ele abria os lábios e os fechava sobre os
meus, seu gosto era de morango dessa vez.
Foi divertido ficar no metrô com ele. Estávamos em pé, segurando a barra
prata, inclinando-se para trás e deixando nossos corpos balançarem e depois
chocarem-se um no outro enquanto ríamos.
─Afaste seu cabelo. – sua voz estava no meu ouvido, eu ri com aquilo e
movi minha cabeça, as mechas do meu cabelo caindo no meu ombro.
Sussurrando em meu ouvido entre seus beijos, ele disse. ─Olhe para todos
te observando, Skylar. Eles estão com tanta inveja de mim agora…
─Sente isso? – sua voz rouca gemeu em meu ouvido e o senti empurrar
meu corpo duramente contra ele, pressionando sua ereção contra minha
bunda enquanto eu deixava um pequeno gemido escapar dos meus lábios,
olhando imediatamente para a multidão de pessoas a nossa volta para ver se
alguém estava realmente nos assistindo.
Sua mão se fechou em meu cabelo e ele puxou minha cabeça um pouco
para trás.
─Sim. – ele mergulhou para devastar meu pescoço com seus dentes e sua
língua e lábios quentes.
Não parecia que muitas pessoas estavam prestando atenção em nós, mas
a minha mente começou a mergulhar na paranóia, imaginando que todo
mundo podia nos ver.
Como diabos eu vou resistir a ele? Eu pretendia fazer Mathew esperar mais
algumas noites, pelo menos, antes de fazer amor com ele, mas se ele
continuar a fazer esses tipos de coisas, não há nenhuma maneira de eu
conseguir me fazer esperar! Sim, eu já tinha decidido me entregar a ele,
apesar das advertências do meu cérebro. Talvez ele saiba o que eu estou
pensando. PORRA! Ele vai me achar tão fácil! Eu quero ser diferente das outras
mulheres que ele conhece, mas… eu sou apenas humana! Eu preciso disso…
meu corpo precisa. Sou muito fraca para resistir a ele.
OH, MERDA! Esse cara sabe FALAR! Sua voz está fazendo estragos no meu
corpo! Eu não tinha idéia de que ouvir algo poderia me deixar tão molhada e
excitada!
─Uma vez após a outra… e de novo… – ele rosnou em minha orelha. ─Te
possuindo… fazendo você gritar enquanto todo mundo simplesmente senta
aqui e te assiste sendo fodida… ninguém irá te ajudar… ninguém vai me
impedir de ter você, Skylar.
Sua mão deu uma volta em meu cabelo comprido, levantando meu rosto
um pouco, a barra entre os meus seios enquanto ele me empurrava
gentilmente contra ela.
─Porra, você está nas minhas garras agora, garota… – ele era tão
malicioso e gostoso que eu queria violentá-lo aqui e agora mesmo. O que ele
está fazendo comigo?! Eu não sou assim! Sou?!
─Deus pode ter misericórdia de você, mas eu não terei. – ele sussurrou
intensamente em meu ouvido, dando uma mordida forte no lóbulo da minha
orelha enquanto eu apertava o mastro com mais força, meus dedos ficando
vermelhos.
A porta do trem abriu e Mathew pegou minha mão, me puxando para trás
dele, saindo do vagão para a plataforma.
IDIOTA.
Capítulo 7
Mathew POV
Enquanto guiava Skylar para subir as escadas do metrô que davam para a
rua movimentada, ouvi pesadas respirações de surpresa e frustração. Talvez
fosse porque a um momento atrás, eu era o seu misterioso amante no trem, e
agora eu era o namorado faminto, a apressando para um pequeno restaurante
Chinês que eu conheço.
Eu espero que ela não pense que eu estava apenas brincando. Merda,
talvez ela pense. Eu distorci minha personalidade em dois segundos. Porra.
Como vou dizer pra ela que isso é somente como eu sou? Eu feri os
sentimentos dela, PORRA! PORRA! PORRA!
─Não, eu tenho… –ela começou, como eu sabia que faria, mas a cortei.
Eu adoro fazer isso com as garotas. Roubei do Eddie Murphy em Um Tira
da Pesada.
Ela sorriu em resposta. Não parecia que ela estava com raiva de mim.
Bom. Senti meu peito suspirar em alívio. Eu odeio raiva.
Eu ainda a levaria para uma noite cheia de luxo, decidi. Ela merecia, mas
eu não a obrigaria a isso por duas semanas inteiras. Faria ela ficar
desconfortável e mais nervosa, então eu tinha que evitar ao extremo fazer
qualquer coisa que a fizesse sentir-se desse jeito.
─Quer sentar aqui? – eu ofereci indo para uma pequena mesa redonda no
canto, com uma grande divisória preta ao lado com um enorme dragão
desenhado nela.
Pobrezinha. Espero que depois que fizermos amor ela consiga relaxar mais
perto de mim. Eu falei ‘fazer amor’. Parece tão vulgar dizer “fode-la”. Além
disso, eu podia chamar de fazer amor com Skylar. Ela é tão rara, honesta e
fofa. Eu não sei se ela poderia chamar de fazer amor da parte dela. Para ela eu
sou um garoto de programa muito bem pago e que precisa de terapia.
Eu sei que não amo e não posso amar Skylar no sentido de que poderia me
casar com ela ou algo parecido. Essa parte da minha vida está arruinada, e eu
não iria me impor na vida dela me apaixonando, mas se eu fosse um homem
normal e honrado… eu lutaria por ela. Porém eu não sou honrado, não
sou nem um homem. Então eu nunca vou poder tê-la.
Apenas faça seu trabalho, Mathew, e faça-a feliz o quanto você puder e
depois acabe com isso. Pare de pensar no amor quando você está perto dela.
Garotas não amam garotos de programas. Você se passaria por um idiota
completo se você realmente se apaixonasse por ela ou qualquer outra pessoa,
se você quer saber.
Aquela que você ama está em algum lugar, longe daqui, não esqueça isso.
E isso é tudo que você tem, tudo o que você precisa. Foco. Ela está contando
com você. Eu sei, mentalmente respondi a voz da minha consciência. Eu sei.
Talvez depois de Skylar, eu deveria parar de sair com garotas jovens, eu
considerei. É mais fácil se manter independente com as mulheres mais velhas,
elas não se apegam em você e se envergonham quando você elogia elas. E um
monte de garotas jovens já se tornou dependentes de mim, especialmente as
virgens. Quando você dá a uma mulher o primeiro gosto da paixão, elas se
apaixonam por você, de má vontade, estupidamente, e devastadoramente.
Eu sei que Skylar não é uma virgem, mais é perto disso. 33 segundos. No
meu dicionário ela era uma virgem.
Minha primeira vez com ela, terá que ser com jeitinho e sensual, como a
massagem era. Mas talvez eu possa fazer isso um pouco mais excitante pra
ela, de algum jeito. Eu adoraria tomá-la em algum lugar aberto, o vento
tocando nossos corpos. Mas em Nova York encontrar um lugar isolado pra se
fazer isso, era o mesmo como encontrar livros no apartamento da Paris Hilton.
Mas eu estou saindo fora do rumo aqui, Ah sim, encontrar algo pra pedir.
Comida, lembra? Ta, ta, ta.
Eu peguei seu olhar, e seu sorriso aumentou, e ela deixou o menu de lado.
Isso Skylar, vamos lá, diga…. diga sem timidez… alguma coisa bem
sedutora.Você consegue.
Oh, nada mal. Eu sorri de volta, acariciando seus dedos, segurando sua
mão. Eu trouxe até meus lábios e beijei com intensidade. Ela me quer, mas ela
está com medo. Eu me pergunto se é dor física ou dor emocional a qual ela
esteja falando.
─Não irá arder demais. – falei,dando um olhar sincero. ─Eu prometo, será
bom pra você.
Ela acariciou minha mão com seu dedão, gentilmente, com seus olhos
brilhando agora.
─ Eu sei. – ela disse, soando sincera. Parecia que ela queria confiar em
mim, mesmo quando ela não deveria.
Ela riu comigo, e então ficou vermelha que nem vinho. Eu deixei ela pedir
sua comida, e depois pedi a minha. Algumas mulheres gostam que eu peça a
comida delas, aquelas que gostam que eu seja o dominante e controlador
encima delas. Mas essa não era a Skylar. Ainda não de qualquer jeito. Eu
quero jogar esse jogo depois em nosso relacionamento, se ela me permitir.
─Então como foi o seu compromisso hoje? – ela perguntou, tentando fazer
assunto. Ela estava olhando diretamente pro meu rosto, e eu hesitei, não
sabendo o que responder. Eu digo a ela sobre a despedida de solteira? Ela
ficará com ciúmes?
─Mathew, você pode me contar. – ela leu minha mente. ─Na verdade, eu
queria saber mais sobre seus encontros, e essas coisas. Ajudaria no meu
estudo. E eu sei que você não se importa de falar sobre sexo.
─Ok, Skylar. – sorri, pronto pra soltar toda a história pra ela.
Eu contei pra ela cada detalhe de como eu entrei na casa, deixei a noiva
em sua cadeira, algemando ela. Skylar sorriu nessa hora e escutava com
bastante interesse.
─Eu comecei a dançar e quando eu tirei a minha roupa, o gelo derreteu.–
eu estava dizendo quando a garçonete, uma mulher chinesa com cabelo
pequeno, nos seus 40 anos, veio até nós, trazendo nossos refrigerantes.
─Eu esfreguei o meu pau pra cima e pra baixo no corpo dela, e isso sempre
deixava ela excitada, e animada pra começar.
Skylar me encarou e deslizou sua mão no ar, fazendo um sinal pra mim,
que eu me calasse ou então ‘corta! , ou cala boca. Mas eu não parei.
─E quando eu coloquei a minha boca sobre o jeans dela, ela era minha.
Quando a garçonete se foi, tudo parecia tranqüilo pra Skylar. Ela riu e
estudou a minha história, fez perguntas. Eu aposto que ela desejava que seu
caderninho estivesse com ela agora.
─Aham. Elas tiveram essa idéia sozinhas. Elas me deitaram numa mesa,
encima de umas toalhas, e colocaram todos os tipos de sorvete, bolo, chantily,
chocolate,tudo sobre o meu corpo. E então todas ficaram em volta e
começaram a comer o sorvete com colheres de mim. Foi divertido. Elas não
me morderam, então isso foi um alivio.
─O que você estava pensando enquanto aquilo acontecia com você? – ela
perguntou de um jeito sutil. Sem julgamento.
Skylar riu de mim durante a minha resposta, mas agora ela só me encarou,
dizendo. ─Você sabe o que eu quero dizer Mathew, não se faça de
desentendido comigo.
─Eu acho que alguma coisa parecido com isso… eu não sei. – ela
murmurou, voltando a atenção pra sua comida.
─Eu não tenho mais nenhum desses pensamentos Skylar. – disse, sem
vergonha de admitir. ─Eu deixei esses pensamentos pra trás a muito tempo, e
agora, eu nem tenho que pensar sobre isso. Eles se foram, eu não sei
exatamente quando aconteceu, mas eu fiz. Eu não me sinto envergonhado ou
qualquer coisa.
─Ok então, eu retiro o que eu disse. – ela sorriu, e ganhou meu sorriso de
volta.
Eu comi por um momento, e então ela me perguntou, soando mais curiosa
do que analisadora.
─O que você diz quando… elas estão fazendo isso com você? Existe falas
que você usa, ou… você apenas diz o que vem a sua mente?
─Uma banana.
─Não, com casca. É melhor desse jeito, não fica tão mole e escorregadia,
então fica por mais tempo. Não foi como se eu tivesse planejado, eu estava
indo pedir por um momento, quando sorvete caiu na minha… virilha… e uma
delas disse, “calem ele”, e antes que eu soubesse , tinha uma banana batendo
no fundo da minha garganta. Eu acho que eu podia ter vomitado com
facilidade, mas elas me disseram pra deixar a banana ali.
─E você deixou. - ela terminou por mim, me encarando, como se eu fosse
um alien.
─Você é apenas… incrível pra mim. – ela disse, tomando um gole da bebida
com seu canudinho.
Não me admira que ela me olhe como se eu fosse de outra espécie. Talvez
eu seja.
─Ei, Você! – ela protestou com uma risada. ─Já ouviu falar de limites?
Porra. Eu fiquei duro agora. Deus, eu odeio meu pau, é o vadio mais fácil
de Nova York.
─Desculpa. Eu achei que você ia gostar, mas pelo menos você tentou. Eu
estou orgulhoso de você. E isso me faz lembrar…
─Nas próximas semanas, - comecei, olhando para sua comida, e então pra
ela, ─Vai haver coisas, coisas que eu gostaria que nós tentássemos. Nada
muito selvagem, mas, eu acho que a gente devia falar sobre isso antes, e
certificar se você concorda com isso, antes de eu botar em ação. vamos
apenas combinar agora o seguinte, se você quiser que eu pare, eu quero que
você diga as palavras … Lo Mein. Desse jeito, você ainda pode gritar, e se
debater e se divertir, enquanto a gente está brincando, mas eu irei saber que
você não quer realmente que eu pare.
─Ei, você sabe, eu não fiz nenhuma pergunta pra você hoje. – falei.
Skylar ficou um pouco tensa, em seguida relaxou. Ah, talvez ela está
aprendendo algo comigo depois de tudo. Relaxante.
─Eu estava me perguntando quando você iria se lembrar disso. – ela soou
como se fosse pega, como se ela estivesse feito algo impróprio. ─Vá em frente.
Eu estava executando um bom plano de jogo em minha mente que a inclui,
mas eu preciso de mais algumas informações antes de eu transformá-los em
realidade. Eu deveria ir devagar, mais o meu cérebro se esquece sobre
“pessoas normais” algumas vezes, e desde que Skylar vem conversando
comigo tão abertamente e livremente mais cedo, eu apenas esqueci de ser
delicado.
Um horrível som irrompeu de sua garganta e ela cuspiu um jato de coca
cola em mim, enquanto eu me desviava um pouco pra trás.
Seu rosto estava roxo, e ela estava tampando sua boca com uma mão, a
outra estava acariciando seu peito, acalmando qualquer coisa que a estivesse
matando.
─Eu estou bem. – ela rangeu os dentes, e sorriu pra garçonete que deu um
copo d’água.
─Me desculpa por isso. – Skylar olhou pra mim envergonhada, ─ Viu, por
isso eu gostaria de não sentir vergonha.
─Você me deve uma nova camisa. Olhe pra o que você fez comigo. – agora
eu olhava pra baixo pra minha camiseta, com pontos escuros de refrigerante,
espalhadas por todo lugar, enquanto eu me limpava com o guardanapo.
─Eu não te perdôo. – provoquei, rindo também. ─Você vai ter que me fazer
te perdoar depois.
─Ah, eu sei que você tem um jeito de fazer isso. Eu estou começando a
suspeitar que você não é tão inocente o quanto você parece, apesar de tudo,
há uma pequena prostituta aí morrendo pra se libertar. E quando ela fizer, eu
acho que vou estar em um grande problema.
Ela exalou.
Ela olhava como se estivesse admitindo ter molestado uma criança. Sua
cabeça abaixou em suas mãos e ela não conseguia olhar pra mim nesse
momento.
─Ei. – eu meio que franzi a testa, encarando ela. ─Ei, olha pra mim, Skylar.
─Não fique com vergonha, nada que você disser irá me chocar, ou me
afastar ou nada. Ok? Esse é o nosso acordo. Eu me abrirei pra você, e você
pode se abrir comigo. Tudo bem? Estou contente que você fez isso, é bom.
Significa que você esta viva, sensual e eu adoro isso. Fico contente que você
fez isto em particular. Me deixa duro só de pensar você fazendo coisas comigo.
Você gostou de fazer? Só diga, não esconda.
─Excelente.
─ Engoliu?
As luzes se ascenderam dentro de seus olhos, e ela abriu a boca chocada
mais uma vez, rindo.
Depois de alguns segundos, ela assentiu. Com um sorriso manhoso, eu lhe
dei sua soda novamente e seu garfo, não dizendo mais nada sobre esse
assunto. Eu não queria assassinar ela.
─Viu, você não é tão inocente. – brinquei, ronronando minhas palavras pra
ela.
─Não bote essa língua pra fora, a não ser que você planeja usá-la em mim
e não me faça pensar alto, fantasias sobre garotinhas, eu não gosto dessas
─Porque não?
─Eu apenas não gosto delas, isso é tudo. – eu estava quase acabando de
comer, e não ofereci mais nenhuma informação pra ela sobre isso.
─Oh Deus… – ela sacudiu a cabeça, sorrindo quanto comia. ─Sim, eu contei
a elas.
Então ela aparentou assustada de repente, olhando pra mim. ─Oh Deus,
isso é permitido? Eu não queria… eu vou te fazer ter problemas?
─Shh, shh, shh! – eu a parei, então sorri. ─Está tudo bem se elas sabem.
Eu não me importo.
─Você deveria ter ouvido elas. Eu não conhecia esse lado delas antes.
─Eu odeio até repetir. – ela evitou meu olhar, comendo. ─Eu pensei que
elas iriam me xingar ou sei lá mais ao invés disso, elas apenas continuaram
perguntando se podiam brincar contigo também.
Eu ri, não me surpreendendo com isso. Eu era frequentemente dividido por
duas ou três mulheres, elas todas sendo amigas.
─Eu vejo as mulheres claramente, se é isso o que você quer dizer. As boas,
más e feias. Mulheres não mostram o seu verdadeiro eu para seus maridos ou
namorados. Mas eu as vejo. – falei.
Ela corou e olhou pra baixo, então trouxe seu olhar de volta pra mim.
─Você é boa. – comecei. ─Mas você quer ser mal. Não muito mal, só um
pouco. Você pensa de si mesma como simples e nada de extraordinária. Você
prefere estar no fundo, por trás dos bastidores. Você odeia muita atenção.
Você é muito inteligente e isso te assusta. O seu cérebro mantém garotos
estúpidos longe, então você pensa que é indesejável. Você é extremamente
sensual e curiosa e quer explorar seus desejos, mas não teve a chance pra
fazer isso. Você é calorosa e amorosa. Seu corpo é lindo. Você tem um cheiro
incrível. Seu toque é suave, e tímida e inocente. Sua voz é profunda e rouca e
sexy como o inferno. Você faz barulhos que faz o meu corpo doer. E , Skylar,
não há nada de errado em você. Você é desejável.
Ela tinha lágrimas em seus olhos, ouvindo minha avaliação. Ela não disse
nada, apenas me olhava se perguntando.
Sua boca se abriu, e eu não podia segurar o riso por muito tempo. Ele
explodiu e ela se juntou a mim.
─Eu pensei que você estava dormindo! – ela bateu no meu braço, já
batendo no meu pequeno pobre corpo.
─Eu estava, até isso acontecer! – eu ri. ─Mas a parte favorita foi, ver você
rastejando até o banheiro nua. Eu devia ter tirado uma foto.
─Que bom! – ela se encolheu, tentando libertar suas pernas das minhas,
eu agarrei seu joelho, fazendo cócegas.
─Não!
─Me diz que eu sou gostoso, vamos lá , diga o quanto você me adora, eu
posso lidar com esse tipo de critica, vamos lá! – cutuquei ela.
─Isso foi tão difícil? Jesus, eu dei a VOCÊ um inteiro discurso sobre você
mesma e recebo nada.
Minha voz quase não saiu. Tudo o que ela disse sobre mim era verdade.
Mas ela estava deixando de lado a parte ruim de mim, e nós dois sabíamos
disso. Ela diria logo, e eu me preparei para obter o impacto.
Ela olhou pra mim com tristeza no olhar novamente, respirou fundo e
continuou com seu discurso sobre mim.
─Você acha que o seu único valor está apenas em seu rosto ou no seu
corpo. Você acha que não há nada dentro de você. Você pensa muito pouco
sobre você. Você faz de tudo pra agradar a todos menos à você. Você está em
um monte de dor, mais você sorri, ri e brinca. Você usa uma boa máscara. Mas
isso é só pra manter as pessoas afastadas. Você não quer uma namorada.
Você usa a sua profissão pra manter todos afastados. Até mesmo aquela
garota que jogou a bebida no seu rosto. Você deve ter dito sobre sua profissão
pra ela propositalmente num jeito vulgar, pra se livrar dela, porque talvez você
se encontrou gostando muito dela, e isso te deixou assustado. Você é
engraçado e doce. Sua voz é bonita… Ela faz coisas comigo. Você canta como
um anjo, a canção mais bela que eu já ouvi veio de você no chuveiro. Você se
importa com família. Você é um leal e verdadeiro amigo. E… (ela hesita por um
segundo)… você vale tanto, Mathew. Você não tem preço, é único e especial.
Eu desejo que você perceba isso. E eu não quero dividir você com minhas
amigas. Eu quero você inteiro pra mim, pelo maior tempo que for. Eu odeio
quando as pessoas te machucam. Eu quero te salvar, mas eu não sei como. Eu
amo o jeito que você me olha e me toca a todo instante, e eu amo o jeito que
você me abraça durante a noite. Eu amo o seu beijo. Eu quero me entregar
por inteira a você. E isso não é só porque seu corpo ou seu rosto é perfeito.
Mas sim porque você é lindo… por dentro e por fora.
Fiquei ali, perdido. Pela primeira vez eu não sabia o que dizer.
Ela precisou de coragem pra ela dizer todas essas coisas. Mas eu já sabia
que ela era corajosa, tendo um homem estranho em sua casa, em sua vida.
Nós dois nos olhamos e explodimos em gargalhada. Nós rimos por um bom
tempo.
Não conversamos por alguns minutos. Muito foi dito por nós dois, muito.
Mas, ainda foi bom ouvir. Mesmo que não fosse verdade.
─Claro.
Ela olhou pra mim com um estranho olhar, que eu não consegui identificar.
─Eu não estou apaixonada por você, Mathew. Eu só queria que você
soubesse o que eu penso de você. Tudo o que eu disse é verdade. Eu disse,
que sou sua amiga.
─Bom, quer dizer, eu agradeço todas aquelas coisas que você disse.
Aprecio tudo isso. Mas não seria bom pra você… começar a ter esses
sentimentos… por mim. Não me entenda mal, quero dizer eu falei sério quando
disse todas aquelas coisas pra você também. Eu quero você, e eu mal posso
esperar para experimentar todas as coisas que você quer. E eu adoro
pertencer a você, como eu disse.
─Oh, eu adoro ler a minha sorte. – sorri intensamente pra ela, vendo ela
retribuindo o sorriso.
─Você não pode lê-lo, é privado. – eu brincava com ela, ela se inclinava,
tentando ler o meu. ─Apenas leia o seu, menina.
Ok, por que o meu estômago inteiro caiu como uma bolha dentro dos meus
intestinos? Eu senti como se meu peito estivesse sendo estendido pra fora, a
partir do interior.
Skylar POV
Eu abri meu biscoito da sorte, esperando por um pequeno conselho para o
meu problema aqui. Eu tinha acabado de prometer a Mathew que eu não me
apaixonaria por ele, mas eu já estava apaixonada.
Então eu tinha que agir como se eu não estivesse apaixonada por ele, na
menor das hipóteses de minha parte. Eu espero que ele tivesse comprado
essa. E então eu esperava que ele não tivesse. Eu odeio a minha vida.
O meu dizia : Aquele que você ama, está mais perto do que você
pensa.
Eu sei o quão perto ele está, ele está bem na minha frente. Mas isso
significa que é emocionalmente perto de mim do que eu penso? Ou isso é
apenas uma conversa sobre geografia?
Sorte idiota.
Mathew POV
─Você conseguiu uma boa sorte? – perguntei a ela, que parecia confusa
lendo a sua.
─Sim. – ela olhou pra mim sorrindo, ─ Eu acho, o que diz a sua? É boa?
Ela olhou para ele , que dizia: ─Um momento emocionante virá em seu
futuro.
─Oh – eu sorri pra ela, enquanto ela corava forte. ─Sabe o que está te
esperando Skylar, e está tão certo.
─Tá legal, conta – ela olhou pra mim, um pequeno sorriso lá. ─O que o
seu diz?
Eu não queria lê-lo e ter Skylar achando que a cura para a minha alma
quebrada era o amor. Isso era uma merda, e eu não queria que ela me
amasse.
Minha vida é um banheiro, e eu sou um pedaço de merda. Ela merece
muito melhor do que eu. Ela apenas gosta de mim porque eu sou bonito, e dei
a ela sete orgasmos, nada mais.
─Você precisa de ajuda pra ler as palavras grandes? – ela provocou, rindo
da própria piada.
Olhei pra cima e sorri pra ela. Isso FOI uma das boas. Eu tive que rir,
também. Vai Skylar!
─Não,eu posso ler. – parei de rir. ─ Diz, que é a hora certa para fazer
novos amigos.
─ Viu? Parece que sabe o que é bom pra você. E está muito certo. – ela
alterou minha declaração de um momento atrás.
─Claro, obrigada pelo jantar. – ela disse e eu coloquei meu papel no bolso,
planejando guardar isso pra mim.
Capítulo 8
Mathew POV
─Você tem certeza? – perguntei em uma voz muito abafada. ─Eu posso
esperar o tempo que você quiser.
─Não, eu estou pronta. – ela disse, sem sinal de hesitação ou medo. ─Eu
quero ficar com você, Mathew. Não estou com medo. Você não precisa me
tratar como seu eu fosse de vidro. Eu não sou uma virgem e eu sei o que eu
quero. E é você. Eu quero você essa noite.
Fiquei tão contente de ouvir aquilo. Eu quero tratar Skylar com cuidado e
delicadeza, como se ela fosse nova em tudo isso, mas ao mesmo tempo
também quero dominá-la e fazer coisas ousadas com ela.
Eu a deixei subir as escadas sozinha, sem saber se ela tinha medo de
altura ou algo assim. Ela estava se afastando de mim, toda molhada e rindo e
eu subia as escadas lentamente atrás dela, segurando em sua camiseta
ensopada e fria. A peça estava grudando no corpo dela em todos os lugares
certos. Eu gostaria que ela não estivesse usando sutiã. Eu adoro mamilos
molhados através da camiseta.
Cheguei perto o suficiente para capturar seus lábios com os meus e lhe dar
um beijo intenso e meio violento, agarrando seu cabelo em meus punhos
cerrados, tentando controlar meu estado com ela em meu poder.
─Ótima idéia, Skylar. – sussurrei. ─Vamos mandar ver bem aqui nas
escadas.
─Uhh, NÃO. – ela corou em um vermelho neon, me empurrando de cima
dela um pouco. ─Eu não acho que o Sr. Nevitz iria aprovar isso. Vem,
pervertido.
Se ela estava tentando escapar, não estava se saindo muito bem e eu não
tinha nenhum problema em carregá-la das escadas até seu minúsculo
apartamento no último andar.
─Eu acho que eu entendo porque você está tão nervosa. – falei
tranquilamente, subindo as escadas e segurando-a firme. Ela nunca cairia
dos meus braços, mesmo assim eu disse. ─Sua visão dessa longa queda das
escadas não deve ser muito agradável mesmo. Coitadinha da Skylar.
Usei a minha chave e a abri com um pontapé, levando minha garota para
dentro. Bem, pelo menos a carreguei até a porta. Isso é romântico, não é?
Um trovão foi ouvido de repente, mas ela nem se incomodou. Para mim,
aquilo foi como um aviso para Skylar, tentando avisar de quais eram as
punições por transar com um garoto de programa.
─Nas costas. – ela ofegou, entre beijos. Eu o achei rápido e o abri sem
nenhum problema, conhecendo a maneira de contornar essas coisas.
Arranquei o sutiã fora enquanto ela gemia e peguei seu cabelo com força
em uma das minhas mãos, a outra estava em seu seio, apertando e o
atacando em pura necessidade.
─Nunca… – ela arfou em retorno, preenchendo minha boca com sua língua
enquanto suas mãos afastavam meu cabelo molhado que caía um pouco sobre
os olhos.
Chegamos até a cama e nós dois nos jogamos nela, ela de costas e eu por
cima. Suas pernas se abriram e eu busquei pelo botão do seu jeans, abrindo-o
e descendo o zíper com pressa, já puxando rudemente para baixo o lado
direito da calça, ao mesmo tempo em que Skylar gemia e choramingava, sons
que foram rapidamente me transformando num animal.
Isso era maravilhoso, mas não a maneira como eu queria que nossa
primeira vez fosse. Então eu teria que mudar as coisas um pouco, para o bem
dela.
─Hm? – ela não estava ouvindo muito, suas pernas envolveram minha
cintura com força e seu quadril estava subindo e descendo, atacando meu
membro rígido.
Ela ficou deitada ali, sorrindo para mim enquanto eu usava ambas as mãos
para puxar sua pequena calcinha de algodão, fazendo um carinho sutil naquela
região, o que a fez soltar um som manhoso, e então deslizei o tecido por suas
pernas, seus pés delicados levantando e passando pela peça íntima para
finalmente tirá-la.
Desabotoei meu jeans e o tirei, revelando minha cueca boxer preta, ela
sorrindo crescendo para mim.
Eu a beijei novamente, com toda a energia de antes e sua perna se curvou
ao redor da minha cintura de novo.
Movi seu corpo, de forma que eu estava de costas agora, no meio da cama,
e ela em cima de mim, sentada nos meus quadris.
Ela se mexeu por um momento, mas sem sair de cima de mim ainda. Eu
dei uma espiada nela e ela tinha minha camiseta preta dobrada em um longo
pedaço retangular. Sorrindo e inclinando-se para baixo, ela me beijou
suavemente e em seguida colocou a camiseta sobre os meus olhos, sem
amarrá-la atrás da minha cabeça, apenas deixando-a ali, a escondendo da
minha visão.
Antes de fazer alguma coisa, ela distribuiu beijos leves e delicados nos
meus lábios, no meu queixo, na covinha dele, e em cada centímetro do meu
rosto, até mesmo em minha testa.
─Mathew… - ela falou enquanto me beijava. ─Você não é um brinquedo…
você não é propriedade de ninguém… você é um homem admirável e lindo e
eu não estou falando do que eu vejo. Eu me refiro a VOCÊ. Eu não sou sua
dona, mas… hoje à noite… você ME pertence. Está claro?
Eu a senti rastejando sobre meu peito e então suas pernas estavam dos
dois lados do meu rosto, um aroma maravilhoso me dominando.
─Sim, Skylar. – respondi, minha voz ficando rouca com aquela sensação,
enquanto os cantos da minha boca se curvavam de leve. Eu espero que ela
não perceba em minha voz o quanto eu amo o que ela acabou de dizer,
mesmo se ela estivesse mentindo.
Eu a esperei dizer algo mais, gostaria que ela apenas dissesse “me lambe”,
ou algo parecido, mas seu comportamento de menininha não permitia que ela
expressasse tais coisas. Sua voz só dizia palavras de afeto e sabedoria.
─Seja bonzinho, Mathew. – ela falou com uma voz muito calma. ─Você
não quer ser castigado, quer? – sua risada baixa me fez perceber que ela
agora estava brincando comigo.
É isso aí!
Eu dei uma lambida maior, então parei de novo, tentando me impedir de
rir.
─Está certo, Mathew, chega. – ela me alertou uma última vez. ─Sem Bob
Esponja para você amanhã.
Mas, eu não podia me aborrecer com isso. Ela estava buscando o que
desejava e eu estava muito orgulhoso dela. Eu queria vê-la fazendo isso cada
vez mais com o passar dos dias.
─Mmmmm! – eu murmurava e sussurrava enquanto a sugava e mordia,
fazendo ruídos para ela que, estava gemendo, ofegando e gritando para mim.
Estávamos fazendo um belo dueto juntos e eu não queria que aquilo acabasse.
Eu a lamberia a noite toda de novo se fosse essa sua vontade.
─Oh Deus, SIM! – ela estava agarrando a cabeceira com força, a puxando
enquanto lançava a cabeça para trás, suas pernas começando a sair de seu
próprio controle; elas tremiam e convulsionavam perto do meu rosto, e eu
continuei a mover minha língua o mais rápido que eu podia, bem naquele
ponto ao lado do seu clitóris que ela adorava tanto.
─Oh, sim, MATHEW, ASSIM! – ela ofegava e respirava fraco agora, igual
uma tigresa ferida. ─NÃO PARE, MERDA, NÃO PARE MATHEW, POR FAVOR!
A venda foi tirada dos meus olhos, em seguida, e a senti limpando meu
rosto e minha boca. Ela me deu um sorriso e segurou a camiseta sobre meus
lábios por um segundo.
─Sua vez. – ela sorriu de forma provocante e pôs a venda outra vez sobre
meus olhos. Ela desceu pelo meu corpo, plantando beijos ao longo do caminho,
seu cabelo completamente molhado deixando rastros em minha pele enquanto
ela avançava.
Esperei o que me pareceu cem anos ela chegar lá. Meus dedos apertaram
com força a borda da cabeceira onde eu estava segurando.
─E aí? – ela movia sua mão mais devagar agora. ─ Qual dos dois?
─Eu quero ouvir o que VOCÊ quer, Mathew. – ela disse. ─ Se você não me
disser, eu vou parar e nós voltaremos para a sessão de terapia.
─Não, não! – não sabia que poderia responder tão rápido, eu estava
tentando decidir de qual gostava mais.
Ela estava manuseando mais rápido dessa vez e aquilo estava me deixando
louco. Porém, devagar faria eu aguentar mais tempo e ela talvez pudesse me
lamber e me chupar durante o processo.
Movendo-me para cima e para baixo numa maneira muito lenta e estável,
ela finalmente perguntou. ─ Você gostaria que eu te chupasse, Mathew?
Não, na verdade não. Vamos jogar xadrez ao invés disso. SIM, EU QUERO
QUE VOCÊ ME CHUPE!
─Sim, Skylar… por favor… – eu respirava fundo, precisando daquilo agora,
como do ar para respirar.
Me provocando, ela começou a dar pequenas lambidas pela minha ereção,
da mesma forma que eu havia feito com ela antes. Ela está prestando atenção,
eu tinha que lhe dar esse crédito, e agora está fazendo exatamente as mesmas
coisas comigo, me mostrando como era estar do outro lado. Ótima aluna.
Eu queria gritar para ela me colocar dentro da sua boca, mas mordi o lábio
inferior, segurando o protesto.
─Acho que vou tirá-lo desse sofrimento, Mathew. – ela disse preocupada, e
um segundo depois sua boca estava em volta de mim, úmida, quente e
apertada. Sugando, lambendo, mantendo o ritmo.
─Porra Sky..lar – eu arfava conforme ela subia e descia com sua boca e
língua um pouco mais rápido agora, o estímulo da sua mão continuando ao
mesmo tempo. Então, senti a outra mão dela pegar minhas bolas.
Mas isso fez com que ela fosse ainda mais rápido e colocasse mais força!
Eu gritei como um animal, esperando… sentindo todo o meu corpo
convulsionar em êxtase e desejo.
Em seguida, ela começou a lamber e sugar a cabeça outra vez. NÃO,
DEUS! Estava extremamente sensível agora para isso.
Eu me contorci e me debati, rosnando, fazendo Skylar dar uma leve risada,
parando com aquela tortura e deitando ao lado das minhas pernas, sua boca
postando beijos nos músculos do meu quadril.
─Eu fiz… tudo certo? – ela quis saber, tão inocente quanto uma menina da
quinta série. Quem ela pensa que está enganando?
─Bem, você fez por merecer. – ela respondeu, ainda não tirando a venda
dos meus olhos, ─Eu gostaria de poder te dar mais seis desse, igual você fez
comigo.
─Obrigada, Sr. Calculadora. – ela disse, acariciando com uma mão o meio
das minhas pernas.
─Às ordens, Dona Garganta Profunda. – falei sarcasticamente, sorrindo e
tentando acalmar minha respiração um pouco mais.
─Sempre.
Não levaria muito tempo até que ele acordasse novamente, mas eu não
sabia como dizer isso a Skylar. Alguns minutos eram tudo o que ele precisava,
ao contrário da maioria dos homens que geralmente precisavam de quinze,
vinte minutos. Sim, eu sou uma aberração.
Eu fiz uma careta. ─ Pode ser, mas pelo menos eu não fico te perguntando
se você precisa usar o banheiro.
Nós rimos por alguns minutos e ela disse, ─ Eu gosto da maneira como
você grita e rosna. Me excitou tanto que me fez ir mais rápido e mais forte do
que eu já tinha feito antes. Você me inspirou.
Eu podia sentir meu pênis exigindo atenção novamente, pronto para mais.
Ela estava roubando minhas falas agora. Que ladrazinha. Sorri, incapaz de
resistir.
─Sim, Skylar. – minha voz saiu rouca devido a minha respiração ainda
falha.
─Eu vou te deixar assistir dessa vez. – ela informou, tirando a camiseta
dos meus olhos. A única luz acesa estava fraca e turva, então meus olhos não
precisaram de muito tempo para se adaptar.
O corpo de dela estava lindo em cima de mim, tão perfeita.
Eu a chamei e cobri sua boca com a minha novamente, lhe agradecendo
por fazer eu me sentir tão incrivelmente vivo. Agarrei um punhado do seu
cabelo na minha mão e tornei o beijo mais intenso, cheio de emoção.
Quando eu soltei seu cabelo, ela abriu os olhos, parecendo um pouco tonta.
Eu sorri e perguntei, ─ Você está bem?
Rolei para o lado da cama e fui até a gaveta do criado mudo, onde tinha
deixado as camisinhas. Rasguei o pacote com meus dentes e a coloquei
rapidamente sem nenhum problema. Eu poderia fazer isso dormindo.
Claire é a única mulher com quem eu jamais poderia usar camisinha. Ela
não podia ter filhos e me disse que só tinha relações comigo e com o Ryan. Eu
a teria questionado a respeito disso, mas era uma das regras dela. Como ela
não gostava de camisinha e se eu insistisse em usar, eu estava fora. Claire
havia salvado a minha vida, eu não estava disposto a irritá-la com isso.
─Não.
Ela corou outra vez, obedecendo, seu sexo um pouco na frente da minha
ereção.
Uma das minhas mãos acariciava a parte externa da sua coxa, e ela
obedecia minhas instruções… descendo lentamente… pra baixo… mais um
pouco… uhhhhhh, minha cabeça entrou… penetração… sim…Porra, como ela
é apertada! Ela não estava mentindo para mim sobre isso.
─Está bem, Sky. – soltei as mãos dela, colocando um beijo em cada uma.
─Segure a cabeceira da cama para impulsionar e, no ritmo que preferir, pode
começar a se mover pra cima e pra baixo.
Cerca de quinze minutos depois, ela estava cavalgando em mim com fervor
e eu estocava forte para dentro dela, agarrando seu bumbum com força,
ajudando-a a ir mais fundo e a se mover com mais precisão, enquanto seus
joelhos começavam a tremer um pouco.
Eu estava pingando de suor, assim como ela. Eu geralmente durava mais
que quinze minutos, mas, Skylar era tão apertada que eu sabia que não
conseguiria aguentar muito mais tempo.
─Sua safada, você sabe foder. – ouvi minha voz proferir, minha respiração
ficando mais pesada, enquanto ela vinha ao meu encontro com mais vigor.
Sim, eu também posso xingar igual a um animal quando estou excitado.
─UGH! – rosnei, sentindo meu membro jorrar dentro do seu corpo; bem,
dentro da camisinha, na verdade. Eu não conseguia me mexer por nem um
mísero minuto sequer.
─Deus, sim. – ela suspirou, tirando o cabelo úmido dos olhos, beijando
meu peitoral e brincando com ele com seu dedo.
Mesmo assim fez o que pedi e eu lhe mostrei um dos meus brinquedinhos
favoritos.Era um vibrador de formato oval muito pequeno, minúsculo. Possuía
um fio que saía de uma extremidade e terminava em um painel branco, que
cabia na palma da mão.
─Este é um novo brinquedinho meu, Skylar, é perfeito para você. Não tem
nada de extravagante, é bem pequeno e nada assustador. Vê? É só uma
coisinha minúscula. Se importa em experimentar?
─Se você não gostar, é só dizer que eu paro na hora, ok? – dei três
selinhos em sua boca.
─Tudo bem, fique quieta, antes que eu enfie algo na sua boca.
─Eu disse que você ia gostar. – sorri, me concentrando onde eu iria colocar
o vibrador em seguida.
─Se comporte, sua vadiazinha. – eu coloquei a mão sobre sua boca e dei
um sorriso para deixá-la saber que eu estava brincando com ela. ─ Você vai
agüentar isso sem reclamações, do contrário a colocarei de joelhos para aquele
servicinho. Você vai gozar quando eu disser que pode gozar.
Eu me inclinei sobre seu corpo e a penetrei novamente, seus gritos como
música para os meus ouvidos.
(…)
Sentamos nus na cama e comemos como porcos por quase uma hora,
depois ela disse que tinha que tomar banho e se preparar para a aula.Hoje ela
estaria em casa por volta das 16h, ela disse. O que era perfeito, pois hoje ao
meio-dia eu encarnaria o entregador de pizza com Paige.
Bem, Skylar sempre me disse que eu poderia fazer o que quiser enquanto
ela estivesse na faculdade. Parece que estou traindo ela. Não gosto disso.
Eu sinto que já estou me envolvendo.
─Hey. – ela sorriu para mim ao vestir sua blusa . ─ Você está bem?
─Aham. – saí do meu coma, lhe dando um sorriso. ─ Eu só… tenho outro
compromisso hoje, ao meio-dia. Está tudo bem se eu for ou você quer que eu
fique aqui?
─Não, vá. – ela revirou os olhos, andando pelo apartamento e botando seu
caderno e pertences dentro da mochila. ─ Pare de ficar me pedindo o tempo
todo. Eu te disse, não sou sua dona.
─A noite passada foi simplesmente… mágica, Mathew. – ela ficou com os
olhos lacrimejados enquanto falava e eu senti meus próprios olhos
umedecerem também.
Eu não sabia o que dizer em resposta, mas minha voz falhou quando eu
disse, ─Skylar…
─Eu não estou apaixonada por você, não é isso que estou dizendo. – ela
me assegurou, desviando o olhar por um segundo, em seguida beijou a ponta
do meu nariz, ─ Eu só estou dizendo que… você foi… eu não consigo nem
descrever. Só estou dizendo, quando eu estiver velha e grisalha, e sentada
com meu marido gordo e careca assistindo TV… eu apenas sei que estarei
pensando em você… sonhando com a noite passada… e em como você é
maravilhoso… em como você me fez sentir.
─Eu não sei o que eu estou dizendo. – ela sorriu, bagunçando meu cabelo.
─ Você, sem dúvida, ferrou com meus miolos ontem à noite e agora eu tenho
que ir para a escola e tentar raciocinar. Não é justo.
─ Skylar, eu tenho que… – comecei, prestes a lhe contar, mas houve uma
batida na porta.
─Oh, são as meninas! – ela deu risada, se desvencilhando dos meus braços
e saindo apressada para atender a porta; eu fechei os meus olhos.
Minha consciência pesava. Por quê? Skylar sabe o que eu sou, ela pagou
por mim! Por que isso está me incomodando agora?
Eu vestia apenas minha cueca quando as meninas entraram. Estava
sentado sobre a colcha e os lençóis desarrumados ao cruzarem a grande
entrada da sala.
Julie ficou muda, também, mas sorria para mim com uma sobrancelha
levantada quando percebi que estava sendo observado.
─Oi, Mathew. – Julie estava me fitando feito uma boba agora e então
Skylar se apressou e puxou as duas pelos braços.
─Temos que correr, estamos atrasadas. – Skylar gritou, tirando meu corpo
da visão de suas amigas, enquanto eu levantava e ia atrás delas, querendo me
despedir dela.
─ AI MEU DEUS!
─Esperem lá fora por mim, meninas, obrigada – ela falou, jogando-as para
fora e fechando a porta atrás delas.
─O que é?
─Entendido. – ela ergueu o sorriso para mim e eu sorri para sua boca
bonitinha.
Envolvido demais. Quem sabe seja uma boa idéia eu ir nesse lance da
entrega de pizza hoje. Aquilo iria me fazer recuperar o foco.
Irei tomar uma chuveirada, voltar para minha rotina, e esse sentimento irá
embora.
─Você vai? – ela sorria para mim, enquanto eu dava um sorriso fraco. ─
Vou sentir saudades também.
─Tenho que ir, vejo você às 16h, ok? – ela seguiu em direção a entrada, as
meninas ainda golpeando a porta.
(…)
Eu estava à sua porta, segurando a caixa com a pizza. Meu boné dizia
“Johnnie’s Pizza” e eu vestia uma camiseta, jeans, cueca e tênis.
Assim fiz, e esperei. Eu já tinha estado aqui antes. Este lugar era uma
mansão, mas bastante vazio e frio.
─ Entre, rapaz, tenho que pegar o seu dinheiro. – ela me chamou por trás
dela e eu entrei, a porta de madeira fechando sozinha depois de eu dar apenas
um passo para dentro.
─Um roubo, se quer saber minha opinião. – ela murmurou, tirando sua
carteira. ─Está sempre fria quando você chega aqui.
Olhei para a pizza, depois para ela, engolindo em seco, parecendo mais
nervoso agora. Cuidadosamente, coloquei um dedo na borda da pizza.
Estremeci.
─Agora, se isso fosse uma PIZZA QUENTE, seu lindo rostinho estaria
queimando! –ela gritou. ─ Mas, está FRIA, o que significa que você está
apenas ficando todo sujo!
─Eu estou tão cansada de ser enganada pelas pessoas! – ela desprezou,
pegando uma faca afiada de um suporte de madeira a alguns centímetros do
meu rosto. Ela a colocou perto da minha bochecha. ─ Me dê suas mãos, e se
tentar fugir eu esfaqueio o seu rosto!
─CALA A BOCA! – ela berrou e senti fita adesiva sendo enrolada nos meus
pulsos, cerca de cinco voltas ao redor, então ela mordeu e rasgou a fita,
prendendo meus braços.
Ela pegou uma grande tesoura de cortar carne e segurou minha garganta
com a mão.
─O que você faz ao invés de entregar minha pizza na hora, garotão, hm? –
ela passou a ponta da tesoura ao longo da minha mandíbula. ─ O que você faz,
me espia tomando banho? É isso?
─ Bem, você viu mais do que esperava, garotão. – ela pegou a tesoura e
começou a cortar minha camiseta em uma linha reta, rasgando o resto dela
enquanto eu ofegava e tremia.
─O que você está fazendo?
─ Dando o que você queria. – ela colocou a tesoura no meu peito. ─ Fique
parado.
Em seguida, ela cortou o outro lado, tendo a peça em ruínas em sua mão e
sorrindo para mim enquanto eu a fitava com medo.
Eu abri minha boca e ela enfiou a cueca dentro, meu protesto de
desconforto saindo abafado.
─Olhe para isso… duro feito uma pedra. – ela segurou meu pau na mão e
eu gemi através do algodão na minha boca.
Após um curto espaço de tempo, ela agarrou meu pênis e me guiou para
fora da cozinha. Eu resmunguei pela minha mordaça, meus pés, presos no
jeans, só podendo dar passos curtos atrás dela, que me arrastava para a sala
de jantar.
─Vamos, me siga, querido. – ela falou com doçura. ─ não tenha medo.
Vou deixá-lo ir embora quando eu terminar com você, eu prometo.
─ Agora… – ela abriu o robe e o meio das suas pernas, me fazendo sufocar
um pouco, chegando mais perto.
─ Você vai me foder agora, garoto da pizza. –ela exigiu. ─ Se eu não posso
ter minha pizza quente, posso pelo menos tirar algo de você.
Eu investi entre suas pernas dessa vez e me encaixei na sua entrada
molhada e já pronta, enquanto ela gemia e eu soltava um lamento contido. Ela
pôs os pés para cima, apoiando-os sobre a mesa e eu me movimentei para
trás e para frente com mais força, minhas mãos o tempo todo ainda atrás de
mim. Eu estava feliz por malhar todos os dias e ter ótima flexibilidade, se não
isso seria praticamente impossível para certos homens.
Com Skylar, atingir o orgasmo foi mais natural e fácil para mim. Neste
momento, foi um pouco mais difícil. Mas isso era uma boa notícia para Paige,
significava que eu teria que continuá-la fodendo até eu gozar.
Levou uma boa meia hora de ela gritando e puxando o pano de seda ao
redor do meu pescoço antes de eu me sentir chegando lá.
─Você… é tão doce… – ela correu as unhas pelo meu tronco, gentilmente
agora.
Ela olhou para cima e suas duas mãos acariciaram minhas bochechas, que
estavam com a fita adesiva.
─Um rosto tão bonito. – ela começou a descolar a ponta da fita da minha
pele, acrescentando. ─ Assim como… todo o resto.
E com um rápido puxão, ela removeu a fita adesiva da minha boca. Meu
olhos saltaram enquanto a dor tomava conta de mim. Sem uma palavra de
desculpa, ela estava puxando a cueca molhada da minha boca.
─ Prontinho, querido. – ela agia como se tivesse feito algo bom por mim.
─Prontinho. – ela disse outra vez, me ajudando a tirar a fita dos meus
pulsos.
─Obrigado, Paige.
Comecei a botar minha calça e ela me observava. Eu me virei para ela, que
me entregou um envelope. Não tinha a necessidade de conferir. Eu tenho
trabalhado com Paige há alguns meses já. Ela era rica, casada e mal amada, e
ela sempre pagou corretamente.
─ Você merece cada centavo, gostosão. – ela elogiou. ─ Você
realmente deu a impressão de estar muito assustado e humilhado. Você
é incrível. Atuou muito bem.
Aposto que ela nem sabe o meu nome verdadeiro. Ela nunca o pronuncia.
Capítulo 9
Mathew POV
—Tudo bem, Mathew, quando você vai se abrir comigo, cara? - ele me
olhou e deu um sorriso convencido.
—Me abrir sobre o que? – eu soltava o ar, batendo no saco outra vez, como
se eu o estivesse esmurrando no estômago, com uma mão, e depois com a
outra.
—Bem, esse saco de pancadas ou fez algo para você, e você está tentando
matá-lo, ou há alguma outra coisa te incomodando. – ele disse, girando um
pouco, segurando o saco enquanto eu seguia o movimento.
—Qual é, cara, sou eu. – Ryan estava fitando meu rosto agora. —Eu não
tenho sempre te ajudado? Você pode conversar comigo, você sabe. Eu sou seu
amigo.
Fechei meus olhos e me senti culpado agora, sabendo que ele estava certo.
Eu estava construindo muros a minha volta, mesmo entre as pessoas em que
eu acreditava que poderia confiar. Ryan não merecia ser deixado de fora. Ele é
um amigo de verdade.
— Eu sei disso. – ele riu, nem um pouco surpreso com minha confissão. —
E aí, o que está incomodando você? Aquela garota não é boa na cama ou algo
assim? Ela tem pêlos horríveis pelo corpo, ou o quê?
Eu dei risada dele, apesar do meu mau humor. Mas por que estou mal
humorado? Não tinha acontecido nada de diferente comigo hoje. Faço isso o
tempo todo.
—Meu estômago parece dar nós e minha cabeça dói. – eu relatei a ele os
sofrimentos físicos primeiro. — E hoje, durante um trabalho, eu quase não
consegui ir até o final. Senti que não conseguia respirar por alguns segundos.
Quero dizer, eu nunca tenho problema encarnando um personagem,
principalmente com a mulher de hoje. Ela sempre me excita, de imediato, mas
hoje, demorou muito mais tempo. Ela não se importou, ela teve uma bela
foda, mas aquilo me perturbou. O que quero dizer é que, graças a Deus que
hoje tive que ser o lado submisso, mas o que vai acontecer quando eu tiver
que ser o cara dominante? entende?
—Ai! – ele deu risada, não me invejando. —Bom, pelo menos com ela, se
você gritar, chorar e implorar, irá ganhar mais dinheiro. Não que você tenha
alguma escolha quando ela se apossar de você, de qualquer forma.
—Eu preciso inventar alguma coisa para Skylar sobre isso, é no final de
semana, ela não terá aula. – pensei em voz alta. —E eu não posso contar a
verdade, ela jamais permitiria que eu fosse.
— Cala a boca.
— E você acredita nela? – Ryan olhou para mim como seu eu fosse uma
garotinha que acreditava em Papai Noel.
— Sim.
— Cala a boca, Ryan! Eu te disse, está tudo bem, nada de ruim vai
acontecer.
—Claire é ótima, e eu devo muito a ela, assim como você. Mas, não confie
nela. Ela pode estar te tratando muito bem agora, mas é só porque você traz
dinheiro para o caixa. Ela não se importa se você se machucar, contanto que
você consiga se curar e volte para o trabalho. Você sabe o que ela estava
perguntando ao médico no hospital? “Quando ele pode trabalhar novamente?
Quanto tempo vai demorar até que ele volte a valer alguma coisa?” Isso foi
tudo. Raven deveria ficar com você por um dia, e o manteve por três! Só
então, quando eu gritei com ela, Claire pegou o telefone e ligou para Raven,
perguntando quando ela te devolveria. Oh, e ela disse a Raven para ficar com
você quanto tempo ela quisesse, mas ela teria que pagar muito mais. Essa
conversa acontecia… enquanto você estava morrendo de sede e fome em um
porão de 40 ºC, se bem me lembro.
—Você acha que em seis meses aquela mulher perdeu toda aquela merda
sádica na cabeça dela? – ele perguntou, em seguida, respondeu à sua própria
pergunta. —Não.
—Só estou dizendo que, se você quiser, você pode dizer ‘não’ para Claire,
que você não quer mais Raven como cliente.
— Ela não vai demitir você. – Ryan olhou para mim. —Você é o preferido
dela agora.
—Não, está tudo bem. – ele olhou para baixo, para o seu tênis. — Eu sei
disso e eu não estou bravo com você, não é sua culpa. Você faz um bom
trabalho… um ótimo trabalho. Você nunca se queixa, nunca deixa que nada te
incomode… até agora. Mesmo quando é atacado, você sorri e abraça as
mulheres depois. Você é como uma máquina. Você até me surpreende às
vezes.
—Hoje.
—Que isto seja um lembrete para você nunca ferrar com a gente… e
nunca atrasar nosso pagamento. Qual olho você deseja manter?
Este foi o lugar onde conheci Ryan. Nós estávamos no beco próximo aos
fundos da Fire e ele estava do lado de fora, na parte de trás da boate,
fumando um cigarro. Na época em que ele fumava. Agora, em vez disso, ele
come fatias de maçã. Parece estar funcionando.
De qualquer forma, foi Ryan quem atingiu o homem da faca na cabeça com
uma lata de lixo e arrebentou com o que estava me segurando, também.
—Eu sei que você nem sempre gosta de ouvir o que estou dizendo, Bro. –
ele colocou um braço em volta de mim. — Mas você sabe que eu só estou
tentando te ajudar, sempre. Eu protejo todos os meus amigos. E eu sempre
irei te proteger. Porque eu te amo, cara.
— Eu te disse que não curto cenas gays. – lembrei com uma risada.
Em seguida, ambos olhamos em volta para nos certificar que nenhum outro
cara tinha ouvido aquilo.
— Devagar… mas vai indo. – eu disse, não sendo capaz de dizer muito
mais. Eu nem sequer entrei em detalhes com ele sobre isso, e eu o conheço há
anos.
— Ela está legal? – ele sabia manter suas perguntas curtas e vagas neste
assunto.
Eu nunca vou ser capaz de sofrer ou pagar o suficiente pelo o que eu tinha
feito, e pelo o que eu não tinha feito.
A única coisa que realmente me matou por dentro, durante os três dias da
diversão de Raven, foi perder meu telefonema com ela. É para isso que eu
vivo. Ouvir aquela voz macia e meiga no meu ouvido, ouvir sua risada e
escutar todos os mínimos detalhes do seu dia.
E, logo ela fica entediada de falar comigo e quer desligar… rápido demais.
Eu sempre quero conversar sem parar, mas ela tem coisas mais importantes
para fazer. Eu entendo isso… mas, ainda assim, eu sempre desligo sentindo
como se estivesse me tornando cada vez menos na vida dela, me apagando
um pouco mais todos os dias.
Eu sou uma voz no telefone, e não mais carne e osso. E um dia, ela não
irá se lembrar de mim, nem um pouco. E não vai querer nem mesmo
conversar comigo por um minuto, o que dirá por trinta.
Skylar POV
Eu estava correndo para casa, com tanta saudade de Mathew que minha
pele doía, como se estivesse chorando porque não havia sido tocada, beijada
ou acariciada por ele por tanto tempo.
Eu queria mostrar a ele o meu amor, declarar meu sentimento por ele do
topo de todos os telhados, e que se dane as consequências, e quem sabe
tentar compreender que este é o estilo de vida dele e fazer as pazes com isso
de alguma forma, e tentar ter um relacionamento de verdade com ele. Mas,
em meu coração, eu sabia que estava enganando a mim mesma.
Eu posso amá-lo, depois de dois dias, ou isso pode ser a libertação sexual
que estou experimentando em suas mãos. Talvez a explosão e a emoção dos
orgasmos e das sensações estejam fazendo minha mente acreditar que eu o
amo… quando na verdade é apenas a reação do meu corpo ao prazer que ele
está me dando.
Eu odeio pensar como uma psiquiatra. Mas eu preciso, é a minha essência,
analisar as coisas, investigar e estudar porque as coisas são como são. E eu
amo isso mais que qualquer coisa, ou assim eu pensava, até uns dias atrás.
E eu me sinto uma hipócrita dizendo a ele para ser honesto comigo, sendo
que em seguida me viro e minto na sua cara.
Mas eu sei que se eu disser a Mathew que o amo, ele irá embora. Eu não
sei como eu sei disso, eu simplesmente sei. E não quero que ele vá embora.
Eu o amo. Eu posso dizer a mim mesma qualquer coisa que quiser sobre a
reação da minha mente à suas atenções físicas, mas eu sentia aquilo em meu
coração. Eu estou totalmente apaixonada por ele.
Eu não sei como isso aconteceu tão rápido, mas aconteceu. E eu apenas
tenho que lidar com isso e me preparar para o inevitável.
Ele vai partir. Talvez não hoje ou amanhã, mas em breve. Eu vou ter que
deitar na cama e ele não vai estar comigo, me envolvendo nos braços dele
enquanto eu adormeço. Eu irei levantar e ter que fazer meu café da manhã, se
eu sequer tiver disposição para isso, e ele não vai estar assistindo Bob Esponja
e sorrindo para mim quando eu me sentar. Vou ter que tomar banho e pensar
na sua voz cantando Music of the Night.
No final destas duas semanas, eu terei mais mil coisas para sentir
saudades quando ele partir. Eu sei que o primeiro amor é destinado a ser
doloroso e amargo, mas esta situação é surreal demais. Não são muitas as
garotas que se apaixonam por um stripper que elas compraram por duas
semanas para que também pudessem estudar a mente dele.
Talvez seja porque ele é o meu primeiro paciente de verdade, talvez por
isso eu me preocupe tanto. A minha necessidade de ajudá-lo, de salvá-lo,
pode estar me fazendo desenvolver algum complexo de herói. E ele seja a
minha donzela em perigo, por quem de alguma forma estou apaixonada.
Assim que subi as escadas, já pude ouvir sua voz, vagamente. As paredes
aqui são um tanto finas demais. Eu sempre conseguia ouvir a Sra. Nevitz no
outro lado do corredor escutando seus álbuns do Julio Inglesias nas noites de
sábado.
Ele estava rindo e eu sorri, me movendo lentamente e em silêncio, assim
poderia continuar ouvindo. Não escutei outras vozes, e fiquei aliviada. Eu
esperava que Mathew soubesse que eu não queria que ele trabalhasse no meu
apartamento.
Ele riu de novo quando cheguei ao topo das escadas e comecei a descer o
corredor em direção à porta.
Parei, sentindo meu coração apertar por dentro. Eu fico feliz que ele tenha
alguém… que ame alguém. Isso significa que ele não é completamente sozinho
e que há uma pessoa viva e respirando por quem Mathew tem sentimentos.
Isso é maravilhoso e pode ser que o ajude a superar sua dor.
Então, por que minha primeira reação foi dor… mágoa… e ciúme?
Oh, aqui é Nova York, Sky! Existem milhares de lojas e sorveterias por aí!
Vá buscar um refrigerante, um picolé, alguma coisa!
Eu dei a volta e comecei a andar na ponta dos pés para deixar o corredor,
quando a porta foi aberta. Oh porra!
—Skylar? – sua voz soou enquanto ele andava em minha direção atrás de
mim.
Virei, sorrindo feito uma idiota, me perguntando qual seria minha brilhante
explicação para estar andando na direção errada, para longe da minha porta.
Ele estava sorrindo para mim e segurando um saco de lixo, aparentemente
em seu caminho para jogá-lo fora. Eu odeio isso, quando ele continua fazendo
as tarefas domésticas por aqui. Mas, pode ser que isto o ajude a sentir-se mais
em casa. Então, eu estava deixando-o fazer o que quiser pelo apartamento.
Deus, eu senti sua falta. Jamais saia do meu lado outra vez, Mathew, eu te
imploro. Eu roubarei bancos para te manter se eu precisar. Eu irei te
acorrentar a pia do meu banheiro.
Não, esse não era o meu cérebro falando, era a parte negra e sombria de
mim. Meu cérebro fechou a porta daquela pequena voz e continuou
furiosamente, tentando funcionar.
—O que você estava fazendo andando naquela direção? – ele sorriu em
divertimento, me considerando um engraçado quebra-cabeça no momento. —
Você esqueceu as correspondências ou alguma coisa?
Valeu mesmo, cérebro, pela sua ajuda! Faça um intervalo agora , dez
minutos.
—Eu ia recolher esta manhã, mas eu não tenho a chave e não queria me
intrometer. – ele disse enquanto descia as escadas comigo, o braço livre na
minha cintura, acariciando pra cima e pra baixo intimamente.
Ele caiu na gargalhada ao meu discurso e eu ri junto com ele. Oh, ele
pensa que estou brincando? Pobre e ingênuo, Mathew… ele acha que eu não
sou uma completa idiota.
—Só você consegue fazer isso comigo. – ele beijou minha bochecha
levemente, colocando o braço dele em volta do meu pescoço. — Me fazer rir
depois do dia que tive. Eu não posso acreditar que só faz dois dias…
Ele esfregou seu rosto no meu pescoço e o beijou quatro vezes, beijinhos
quentes e curtos, dando uma mordidinha quando chegamos no final das
escadas. Lá, ele me soltou rapidamente e eu o segui em direção a porta de
saída.
—As caixas de correio não são… ali? – ele olhou pra cima e atrás de mim,
apontando com seus olhos e senti minhas bochechas queimarem.
Porra Sky! Você só faz merda. Parece que esse homem te deixa de uma
forma lesada e você não consegue fazer nada a não ser seguí-lo. Aliás, minha
boca está suja demais ultimamente, eu ando falando palavrões demais.
Graças a Deus, Mathew não consegue ler minha mente. Ele sairia correndo,
gritando. Será que ele sabe que eu escutei uma parte da sua conversa no
telefone? Não acho que ele saiba, ele me beijou e tudo mais, e parecia alegre;
mas eu sei que ele consegue assumir aquela cara feliz em dois segundos
quando ele precisa. Isso significa que ele está se escondendo outra vez,
atuando muito bem.
Odeio quando ele faz isso, mesmo que não seja sua culpa. Ainda bem que
é quase hora de começar a terapia. Eu o deixei escapar com facilidade ontem,
mas hoje eu queria fazer algum progresso significativo e abordar determinados
assuntos.
Um bilhete do meu pai estava na correspondência. Ele é tão maluco, um
maluco adorável.
Eu disse a ele para me ligar se quisesse conversar. Eu tinha muito tempo
para ficar de pernas para o ar e tagarelar, até uns dias atrás, mas ele sempre
diz que não quer me incomodar se eu estiver ocupada tão tarde, e quando ele
está na mesa dele, entediado com a ausência de crimes acontecendo em
Bellevue durante seu turno da noite, ele senta-se lá e me escreve cartas.
Meu pai é como eu, é mais fácil escrever as coisas do que dizê-las. Mas,
pelo menos ele está se expressando de alguma forma. Leria isto mais tarde,
quando Mathew não estiver por perto. Eu não sei se ele tem noção ou
conhecimento disso, mas eu acho que poderia deixá-lo nervoso saber que meu
pai é chefe de polícia em algum lugar, mesmo se for bem longe daqui. Eu não
quero que ele pense que o estou enfiando em alguma missão secreta de caça a
garotos de programas ou algo do tipo. Por que eu pareço como se tivesse
acabado de sair de um episódio ruim de Miami Vice?
—Não grite. Não se mexa por porra nenhuma. – sua voz rouca soou
deliciosa e intensamente em meu ouvido direito. — Caminhe devagar… suba as
escadas.
Ele girou meu corpo e eu comecei a andar, seu braço ainda pressionando,
inclinando meu queixo um pouco para cima enquanto prosseguíamos pelas
escadas. Não havia ninguém mais por perto, o que é bom. Alguém poderia
pensar que estou sendo sequestrada e chamar a polícia. Mas por outro lado,
isto é Nova York. Ninguém se importava nesta cidade. Mesmo se eles
chamassem a polícia, eu poderia ser estuprada e morta no tempo em que eles
levariam para largarem a rosquinha deles e enfiarem os traseiros gordos em
suas viaturas para virem verificar.
Até mesmo no CSI eles sempre chegavam ao local APÓS o pobre cadáver
estar estendido lá por dois dias!
Eu não falei durante nossa subida, estava chocada demais para pensar em
uma resposta neste joguinho apimentado. Eu queria dizer que aquele na
verdade era o horário da terapia, mas não estava afim. Eu queria isso. Queria
ver o que ele faria comigo a seguir. Eu já estava bastante molhada só com a
voz dele e seu ‘sequestro’, até então.
Esta era uma fantasia minha há muito tempo, uma que eu só simulava em
minha mente. E agora estava se tornando realidade… com ele, um sedutor
muito habilidoso que iria fazer aquilo corretamente.
Eu me perguntei o que era aquela coisa pequena nas minhas costas e,
assim que pensei nisso estávamos na frente da minha porta e o objeto foi
retirado das minhas costas e inserido na fechadura. Oh, a chave dele. Ok,
ótimo, pelo menos não era uma faca, aquilo seria um pouco assustador.
Por outro lado, eu sabia que se eu não quisesse isto, tudo o que tinha de
fazer era dizer lo mein. Mas eu não estava nem perto de dizer isso ainda. Eu
decidi começar a cooperar para deixá-lo saber que eu estava dentro do jogo e
tornar aquilo mais divertido para ele, também.
Eu quero que ele aproveite comigo, de verdade, e não apenas me agrade,
sem estar de coração naquilo. Então, tentei jogar dessa vez.
Achei que aquilo foi muito bom. Acreditável, e de fato usei meu nervosismo
para me fazer parecer assustada.
—Você acha que eu preciso dos seus trocados? Entre e cale a boca!
Ele me deu um belo empurrão e fiquei surpresa de não ter caído, sendo
que sou amaldiçoada com o milagre da falta de elegância. Soltei um grito
agudo de verdade naquela hora e antes que eu pudesse fazer qualquer coisa,
sua mão estava em meus cabelos, puxando-os para trás e a porta foi fechada
com uma batida.
Eu dei outro grito, fechando meus olhos enquanto ele me dominava, me
levando até o balcão da cozinha e forçando meu peito ali, o que me deixou
curvada com meus braços embaixo do corpo, ofegante, em um estado de
sonho, experimentando uma grande fantasia minha, não apenas em meus
pensamentos, mas no meu corpo, braços de verdade me tocando, mãos
rudemente contra a minha pele.
Estava tudo bem até aqui para dizer não e fiquei contente. Eu poderia
representar meu papel e não fazê-lo pensar que eu era contra aquilo.
Somente lo mein iria pará-lo.
—Não, por favor… NÃO! – comecei a gritar, mas a mão dele veio de
encontro à minha boca com força, não permitindo sequer a passagem de ar.
Soltei mais algumas reclamações, tão excitada no momento que senti uma
maldita poça se formando na minha calcinha.
— Se você não ficar… – falou baixinho agora, fazendo minha pele arrepiar
mais. — Eu irei te amordaçar… e vou machucá-la. Está me entendendo?
Ele partiu, em vez disso, para minha camiseta, arrancando-a do meu corpo
pela minha cabeça e braços, e arremessando ela no balcão à minha direita.
Ele rasgou a peça e jogou sobre o balcão também, meus braços ainda
estendidos sob meu corpo, cobrindo meus seios nus.
—Vire-se. – ele me girou grosseiramente, minhas costas agora contra o
balcão, e exalou um profundo suspiro, as mãos massageando meus dois seios
enquanto minha cabeça pendia um pouco para a bordado balcão, arqueando as
costas contra a minha “vontade”.
Parecia que Mathew nunca tinha visto meu corpo antes, ou tocado meus
seios, pela maneira que estava respirando enquanto me apalpava rudemente,
sem delicadeza dessa vez. Ele é muito bom. Eu me pergunto se ele já teve
aulas de atuação.
Eu amava a maneira como sua boca agia. Tão perigosamente violenta e
brutal, mas não o suficiente para me machucar de verdade. Deus, ele é
fantástico.
Meu agressor ignorou meus ruídos e continuou sua jornada no meu seio
esquerdo, sua outra mão se deslocando de forma perturbadora pelo meu corpo
e ao redor da minha bunda, e então desesperadamente apertando o meio das
minhas pernas enquanto eu deixava escapar um gritinho.
Eu estava seriamente com um pouco de falta de ar agora e senti meu rosto
ficando quente.
Eu calei a boca e não disse mais nada, não querendo aquilo.
Ele segurou meu pescoço e afrouxou o aperto para me deixar respirar, mas
sua boca estava sobre todo o meu corpo agora… distribuindo beijos doces e
carinhosos… lambendo, mordiscando, sugando… Eu meio que abri meus olhos,
ficando cada vez mais excitada com cada centímetro de mim que ele atacava e
percebi que meu rosto estava de cabeça para baixo na borda do balcão, e eu
conseguia ver minha janela, uma árvore e os fios de telefone… Liberdade e
vida a apenas metros de distância enquanto aquilo acontecia comigo.
Eu chutei as pernas com força e olhei um pouco para baixo, decidindo
agarrar seu cabelo com ambas as mãos. Eu não puxei, mas a ideia era clara.
Fechei os olhos e deixei minha cabeça cair para trás de novo. Ele é bom.
Que maneira de acabar com uma luta num segundo sem derramar umagota de
suor! Eu sabia que era apenas uma chave, mas para o nosso jogo aquilo foi
uma faca.
—Tire a porra das suas mãos do meu cabelo. – ele exigiu e o larguei,
sabendo que era isso ou poderia me dar como morta. Na verdade, eu estava
realmente com medo e aquilo me excitava mais.
—Você certamente sente. Ou… vai sentir agora. – ele me deu uma leve
bofetada e meus olhos saltaram em espanto por conta própria, olhando para
ele.
—Oh, o que é? – ele estreitou os olhos. —Não gosta que eu bata em você?
Vai me enfrentar de novo?
—Isso não é nada. – informou. — Se a gente voltar a lutar, vou usar meu
punho da próxima vez. Então, me responda… você quer lutar?
— Eu não acredito em você. – ele bufou, agarrando meu longo cabelo pela
raiz, perto do couro cabeludo. —Levante, sua puta.
Ele começou a andar comigo para fora da cozinha, mas então eu tropecei,
esquecendo que meus tornozelos estavam enroscados nos jeans, e que ainda
estava de tênis, também.
—Parece que não posso confiar em você para jogar limpo. – fez uma
observação em voz alta, puxando meus cabelos, assim eu estava recostada
contra seu corpo, na ponta dos pés, meu bumbum colado nos seus quadris.
Ele notou os laços das minhas cortinas na janela e quando ele os desfez, as
cortinas fecharam sozinhas, me escondendo de vista no caso de um pombo
curioso voar por ali.
Eu tremi e arfei quando ele sentou-se no chão e amarrou meus pulsos
juntos contra a barra da banqueta, mantendo meus braços para baixo e na
minha frente, encurralados. Fechei meus olhos e saboreei a sensação de ser
amarrada pela primeira vez. Soltei alguns grunhidos enquanto, em vão, virava
e desvirava os punhos; Mathew ignorou aquilo e ficou de pé, movendo-se atrás
de mim.
—Aí. – ele parecia satisfeito e senti sua mão dar três tapas fortes na minha
nádega direita, como seu eu fosse um cavalo que ele estivesse elogiando. —
Essa é a boa menina.
Dei um pequeno gemido e abafei o grito que queria soltar. Minha cabeça
pendeu pra frente, o cabelo escondendo meu rosto enquanto eu simplesmente
encarava meus pulsos ligados, imaginando o que ele faria a seguir, meu corpo
tremendo neste impotente e reprimido sentimento.
Ele foi em direção a cozinha ao falar e eu tentei virar minha cabeça para
espiá-lo. Eu não conseguia enxergar a cozinha, tudo o que conseguia ver eram
as minhas roupas descartadas no chão.
Ele retornou e antes que eu pudesse ver o que havia pegado, já estava
atrás de mim. Em seguida, colocou algo no chão e deu a volta, ficando na
minha frente, catando uma das minhas meias no chão e enrolando-a em uma
pequena bola.
—É hora da sua surra, mas temo que sua boca abra novamente. – ele
estava bem na minha frente, mas eu não conseguia olhar para seu rosto,
porque estava sem apoio e pendurada molemente, fitando o chão.
Antes que eu pudesse abri-la mais, ele empurrou o pano para dentro da
minha boca, não muito fundo, mas o bastante para preenchê-la. Eu mordi a
bola de algodão e deixei escapar um fraco gemido enquanto a mão dele
acariciava meu rosto, um toque do Mathew gentil, me dizendo silenciosamente
que eu estava indo bem.
Eu também sabia que poderia facilmente cuspir aquilo da minha boca e
dizer lo mein se eu quisesse, e sabia que Mathew tinha pensado nisso, não
deixando minha boca amordaçada de verdade, de modo que eu nãopudesse
gritar meu código se eu sentisse vontade.
— Vou te dar cinco, porque estou muito bondoso hoje. – ele anunciou ao
parar atrás de mim, — E você vai contar, a partir do cinco e em ordem
decrescente, até chegar ao um. Entendeu, vadia?
Balancei a cabeça e respirei com mais força através do algodão, e fiz sons
curtos e indefesos que diziam que eu estava com medo.
— Tanto trabalho no meu comentário mais cedo sobre beleza e cérebro pra
nada. – ele disse enquanto eu franzia o cenho àquela observação e, em
seguida, outra chibatada soava contra meu traseiro quente e desprotegido.
Eu acho que ele não está me batendo forte daquele jeito de propósito.
Aposto que ele certamente consegue dar um golpe horrível e devastador se
precisasse. Meu bumbum só latejava um pouco e isto não era realmente muito
doloroso, afinal.
Eu berrei mais alto, tentando não estragar as coisas usando minha palavra.
Só havia mais duas palmadas para terminar… eu podia fazer isso.
—Aww… - ele simulou compaixão, fazendo carinho com a mão pelo meu
bumbum, exatamente onde doía… Mmmmm… obrigada, Mathew, obrigada… eu
te amo… tanto… sim… bem aí… esfregue… ohh Deus… obrigada!
Eu estava pensando em todas essas coisas, mas minha voz abafada estava
aos gemidos, expressando a ele como era bom sentir sua mão e o
agradecendo sem palavras.
Eu fiz mais sons de ‘não… não… não’ embaixo da meia em meus dentes,
mas ele não prestou atenção, até que disse. — Oh, sim, sim, sim. Não se
esqueça da sua contagem de novo ou vou acrescentar mais dez.
CRACK!
PUTA QUE PARIU! Minha bunda parecia que tinha acabado de rachar sob o
objeto de madeira com o qual ele estava me batendo. Mordi minha boca e
contive algumas lágrimas, gritando e rosnando… me recusando a proferir
minha palavra de desistência… oh PORRA!
—DUAS! – gritei enquanto sofria para falar. Não acredito que quase esqueci
de novo. Eu esperava que tivesse dito a tempo.
SLAP! A última lapada ecoou e doeu um pouco, mas não foi tão forte
quanto a três e a dois.
— Boa garota. – ele elogiou e correu ambas as mãos pela minha bunda
agora levemente dolorida, massageando com vigor o ferimento enquanto eu
ronronava de prazer sob a bola de algodão.
Beijinhos choveram dos seus lábios em meu bumbum, todo local em que
havia sequer um indício de dor estava agora totalmente curado e eu sorria
tanto o quanto eu conseguia com metade da meia se projetando para fora da
minha boca.
— Nada como uma boa surra para fazer uma vagabunda se comportar.
Deus, ele é bom. Para alguém que não vai mais à igreja, eu falo Deus
demais.
Ele deu a volta na minha frente . — E agora…
Que belo discurso foi esse, sorri mentalmente, eu gostaria de poder colocá-
lo de alguma forma no meu relatório. Então eu disse a mim mesma para
prestar atenção a cada emoção, cada sensação que estava sentindo agora…
pode ser útil quando eu for escrever minha tese, vivenciar as coisas de dentro
desta forma.
Mas isto não era algo para estudar e analisar. Eu tinha esperado vinte anos
por essa fantasia e seria amaldiçoada se a arruinasse para mim agora. Cala a
boca e desfrute disso, eu disse a mim mesma.
Senti seu pênis ser inserido em minha boca aberta e ele movê-lo
lentamente pra dentro e pra fora, seu punho no meu cabelo, segurando minha
cabeça o suficiente para mantê-la imóvel e para eu chupar e lamber tanto
quanto podia enquanto ele cuidava da parte do movimento.
Com isso, impulsionou com força até quase o fundo da minha garganta e
explodiu em seu gozo, me sufocando um pouco enquanto mantinha seu pênis
ali, ordenando. —Engula, vadia.
Engoli como fui mandada… uma… duas vezes… e então ele retirou seu
membro da minha boca, o que me levou a tossir um pouco mais, piscando os
olhos para me livrar das lágrimas.
Ele deixou minha cabeça cair e andou pela cozinha, erguendo seus jeans e
fechando eles ao abrir a porta da geladeira, e então ouvi uma lata de
refrigerante abrindo com um clic, um som nítido de metal, e depois seus goles
na bebida.
—Que visão linda você é… – falou da cozinha, mas meu cabelo pairando
sobre o rosto estava me impedindo de vê-lo.
—Lutando desse jeito… – ele disse. —Sabendo que não existe nenhuma
maneira de escapar… sabendo que eu não terminei com você ainda. Você é
uma vadiazinha indecente.
—Ouça você gemendo… – falou e seus lábios tocando meus lóbulos. —E,
CRISTO, você está encharcada! – ele passou o dedo entre minhas pernas.
Ele chupou o dedo dele e fez um leve gemido, então colocou o mini
vibrador embaixo de mim, segurando-o contra meu clitóris e,
simultaneamente, me penetrou num movimento brando.
Eu o ouvi gemer e rosnar entre suas arfadas másculas enquanto eu ainda
resistia e me debatia e gritava por clemência, não sendo capaz de pensar em
muitas palavras.
Houve alguns ‘por favor’, mas não demorou muito para eu perder
totalmente o comportamento de uma dama e começar a berrar, —PORRA!
NÃO! NÃO! PORRA!
Eu não conseguia vê-lo, mas senti uma toalha morna ser pressionada na
minha virilha.
É certo pra caralho que quando eu sair desse banco estarei tropeçando
também.
Acho que isso significa que tive um bom desempenho no nosso primeiro
joguinho juntos. Se eu pudesse bater palmas para ele e dizer ‘Bravo!’ em
troca, eu certamente o teria feito. Ele é um incrível estuprador dos sonhos.
Então ele surgiu na minha frente, vestindo seus jeans, sem camisa, e
tocou minhas mãos enroladas, checando elas agora.
Assim que eles ficaram livres, meus braços ficaram caídos ali por um
momento e ele reanimou cada um dos meus pulsos com as mãos dele, dando
beijos e massageando com cautela.
—Vem cá. – falou baixinho. — Eu peguei você. Levante com cuidado pra
mim.
Ele ajudou a erguer meu tronco, meus braços envolveram seus ombros e
imediatamente eu estava nos braços dele, sendo carregada igual uma noiva
para a cama. Ele me deitou no meio dela e me cobriu com a colcha e o
edredom, indo até meus pés de novo, deslizando as mãos sob a colcha e
massageando meus tornozelos e pernas com aquelas mãos dele.
Fiquei deitada ali, gloriosamente alheia a tudo ao meu redor, exceto suas
mãos de perito, enquanto ele beijava e massageava cada centímetro de mim,
não para me fazer gozar desta vez, só para relaxar meus músculos doloridos e
me deixar à vontade.
A testa dele franziu como se ele não acreditasse em mim. Mas ele ainda
deu aquele sorriso torto que eu adoro.
—É mesmo?
—Fico tão feliz… – sua voz era maliciosamente profunda e eu fechei meus
olhos, desejando apenas conservá-la na memória. — Me disseram que eu faço
esse papel particularmente bem, mas eu sempre fico um pouco nervoso
quando começo.
Ele sorria para mim feito um garotinho agora, todos os traços do meu
invasor misterioso se foram enquanto ele continuava a me massagear,
cuidando muito bem do meu corpo após a brincadeira ter acabado.
— Eu pensei que com certeza na hora que espancasse a sua bunda iria
escutar ‘LO MEIN! LO MEIN’!- ele disse, rindo.
Eu quase cuspi meu refrigerante de novo, engasgando com a boca cheia ao
tentar não rir junto com ele. Engoli e ri também, amando o som da sua risada
e suas reflexões sobre nossa diversão juntos de mais cedo.
Quase deixei cair minha latinha de refrigerante e olhei para ele. Seus olhos
estavam abaixados, no seu prato, e ele lentamente os levantou sob os cílios,
como se temesse minha resposta.
—Quero dizer, eu meio que… tive meu joguinho durante seu tempo. – ele
disse. —Me sinto muito mal por isso.
—Sim, skylar. – ele disse e eu lhe lancei um olhar desconfiado, mas então
ele soltou um suspiro e seriamente disse. — Não, é sério. Eu gostaria de…
conversar… Dra. Skylar. Se estiver tudo bem.
Um pequeno sorriso brincou nos lábios dele e dei minha última mordida na
comida.
—Ok. – ele me seguiu, levando sua latinha de refrigerante com ele, acho
que para ter alguma coisa nas mãos enquanto falava. Percebi que isso o
deixava mais confortável.
Sentei na minha poltrona, de costas para ela, assim ficaria bem. apertei o
botão de gravação e disse. — Mathew, sessão 3.
—Oi, Mathew. – sorri pra ele, como uma colegial, quando na verdade
queria ser mais como uma mulher mais velha.
—Oi, Dra. Skylar. – ele sorriu de volta, abafando o riso por um segundo
enquanto tomava um gole de refrigerante.
—Ok, Mathew, como foi seu dia hoje? – comecei, julgando ser um bom
ponto de partida.
—Ummm… não muito bom, na verdade. – ele compartilhou. — Até eu
chegar em casa, quer dizer.
Eu corei e tentei ganhar foco. Algo estava errado e eu tinha que parar de
ser estúpida e me concentrar nele, tanto quanto ele se concentra em mim
quando está no comando.
Parecia que ele estava lutando com alguma coisa e disse. — Sim… eu sei…
Ele sacudiu a cabeça, olhando para mim, então para baixo de novo, a lata
de refrigerante prendendo todo o seu interesse.
Mathew agindo tão sério e acuado podia significar que ele estava com
medo de ser rejeitado outra vez, medo da raiva semelhante a dos pais, medo
de ficar sozinho novamente e abandonado, como foi naquela época.
Procurei pelo tipo de coisas que ele poderia estar fazendo durante o dia… e
então aquilo me atingiu como uma tonelada de tijolos.
Seus olhos pareciam com medo quando os meus vidraram. Eu podia vê-lo
se preparando para as minhas reações. E, novamente, ele olhou para o buraco
da sua latinha.
—Mathew… – deixei minha voz bem calma. — Você fez alguma coisa hoje…
com alguma mulher, além de mim? Uma cliente?
Ok, eu vou admitir que estou com raiva. Eu admito que estou magoada e
me sinto usada e quero chorar e gritar.
Mas eu sei que ele está sentindo todas essas coisas também. E ele passara
por coisas piores do que eu durante o dia. Será que a vaca de hoje o
machucou? Na mesma hora, após a minha própria dor, percebi que estava
protegendo Mathew quase que instantaneamente. Eu não deveria exigir
detalhes a menos que ele queira dá-los.
Eu devo estar ali para ele e lhe mostrar que mesmo se ele dormir com
mais de duzentas mulheres quero ajudá-lo a lidar com isso, e que nada que ele
disser pode me fazer abandoná-lo agora.
—Está tudo bem.. – mantive minha voz tão calma quanto antes e ele me
olhou com a testa franzida e confuso.
—Está?
Mathew levantou os olhos até os meus. —Você sabe por quê. – e desviou o
olhar novamente.
Ele suspirou de novo, frustrado. — Eu não sei! Eu sinto como se estivesse
trapaceando ou algo assim. Sinto que estou traindo você. Você não está com
raiva de mim?
Pensei por um instante e disse. — Não. Eu não estou zangada com você.
— O que você disse a ela quando ela te perguntou o que você fazia para
viver?
E ao mesmo tempo nós dois dissemos. — Foi aí que ela jogou a bebida no
[meu]seu rosto.
— 25.
—Mas você não percebe que, você gostava dela, então a insultou de
propósito e usou seu trabalho para afastá-la? – tentei cautelosamente. —
Deixa eu te fazer uma pergunta. Por que você não disse a ela que era um
dançarino? Ou que trabalhava para o entretenimento? Pelo menos teria sido
mais gentil e aliviaria um pouquinho as coisas, ao invés da sua resposta, “eu
fodo mulheres mais velhas”. Isso não é tudo o que você faz, Mathew.
—Qual é o sentido disso? – ele olhou para mim e levantou um pouco a voz.
— Eu poderia ter dito essas coisas, e então a gente sairia de novo e de novo…
eu ficaria envolvido… e depois ela descobriria o que eu realmente faço e me
daria um fora. Então eu te pergunto… qual o sentido?
Aquela última encenação que fizemos juntos foi para contribuir com o
propósito dele de me fazer odiá-lo. Para me dizer, logo depois de termos feito
amor, que ele esteve com outra mulher mais cedo no mesmo dia…
— Eu estou… só…
— Mathew…
— Não. – parecia que ele estava concordando comigo até eu dizer que
aquilo não era sobre MIM.
Fiquei aliviada, mas sei que estou associada a alguma coisa aqui, mesmo
que meu coração não queira acreditar naquilo.
Coloquei minha mão em cima dela, segurando com firmeza sob meu
caderno.
— Mas eu acho que realmente é sua namorada quem você estava com
medo de trair quando saiu essa manhã… não tanto eu. Nós só nos conhecemos
há quase três dias. Qualquer coisa que eu faça ou diga nãofaria você se sentir
tão mal assim por dentro. Posso te perguntar algumas coisas… sobre ela?
— Certo, esqueça isso. – desisti daquilo. — Que tal… me contar como vocês
se conheceram.
Ele relaxou só um pouquinho e disse. — Na escola. Faculdade.
Sorri para ele, o amando tanto enquanto ele se abria mais um pouco
comigo. Surpreendendo a mim mesma, eu não estava brava por causa do
trabalho de hoje dele… nem chateada. O que eu pensava? Que depois de me
conhecer por dois dias ele abandonaria sua vida e me jogaria em seus braços e
viveríamos felizes para sempre ou algo parecido? Eu precisava aceitar Mathew
pelo o que ele é… seja bom, ruim, ou feio. Tudo dele. Isso é o que um
terapeuta faz… isso é o que uma AMIGA faz… o que alguém que te ama… faz.
Eu pisquei as lágrimas dos meus olhos e agradeci por estar ficando mais
escuro aqui; ele evitava o contato visual, então eu estava certa que ele não
notaria o quanto tinha me tocado conversando comigo daquele jeito.
Eu não pude evitar, tive que rir nesse ponto. Eu podia imaginá-lo fazendo
aquilo, tudo pela atenção de uma garota. Ele riu, olhando pra mim.
—Foi triste pra caralho. – ele mordeu o lábio inferior, bastante à vontade
agora.
Eu odiava fazer isso, mas eu tinha que perguntar a respeito de sua mágoa
novamente… e a origem dela.
— Leve o seu tempo… eu não vou a lugar algum. – eu afirmei, lhe dando
um sorriso caloroso.
— Você é uma garota. – ele não olhou para cima, mas sua voz estava
muito tensa. —VOCÊ não deseja um casamento completo, um vestido bonito,
flores, a família toda ao redor, música? Diga a verdade, Sky!
— Sim, desejo.
— E depois de tudo que você desistiu por ela, tudo que você perdeu e
passou enquanto ela terminava a faculdade… - eu disse. — Eu tenho CERTEZA
que ela sabia como era sortuda, Mathew. Por ter um amor verdadeiro. É por
isso que ela se casou com você. E eu tenho certeza também que ela estava
muito feliz naquele dia.
Eu estaria.
Uma longa pausa instalou-se entre nós por um bom tempo. Finalmente,
Mathew disse.
Ele fungou, a cabeça ainda abaixada e fingi olhar para o meu caderno
enquanto Mathew colocava a latinha de refrigerante em cima da mesa e
rapidamente enxugava os olhos, soltando outra respiração profunda.
Eu odeio vê-lo chorar. Eu quero tanto abraçá-lo. Quero beijar suas
lágrimas e lhe dizer que eu o amo e que ele não está sozinho.
Mas ele não pode ser totalmente só. Aquele telefonema. Ele havia dito eu
te amo para alguém.
—Não, nada de ruas mais. – ele forçou um sorriso pra mim, a região sob
seus olhos ainda um pouco brilhante das lágrimas. — Nós conseguimos um
apartamento, um cômodo grande com um banheiro, ainda menor que o seu.
— Não quero dizer que o seu é pequeno demais, eu quis dizer que… – ele
sempre era muito rápido em se desculpar.
— Não muito bem. – ele disse, esfregando sua mão pelo braço. — Eu
arrumei um emprego como… caixa. E ela tentou encontrar algum trabalho
tirando fotografias em cerimônias de casamentos. No entanto, ela teve que
começar como assistente de fotógrafo e isso pagava muito pouco. Eu sei que
como homem era o meu dever prover a maior parte do dinheiro para a casa,
mas eu não conseguia nada bem remunerado. Todo dia eu procurava por outra
coisa, algo melhor. Todo dia não havia nada. Eu costumava ver aqueles
malditos anúncios à procura de acompanhantes femininas e todo o dinheiro
que eles ofereciam, e rir e falar pra ela… “você acredita que as pessoas
fazem essa merda pra viver?” E nós ríamos daquela gente.
Mais uma vez, a cabeça dele caiu em suas mãos e sua respiração tornou-se
irregular e agitada.
— Ela provavelmente riria de mim agora… vendo o que eu sou. – ele disse,
praticamente para si mesmo.
Eu estava prestes a perguntar se eles se divorciaram, mas isso era pular
partes e eu não queria bisbilhotar muito cedo nesse assunto.
Ele chorou um pouco mais… e tive que desviar o olhar e secar meus
próprios olhos, esperando que ele não visse. Eu odiava vê-lo tão machucado.
Mas ele tinha que botar aquilo para fora.
De repente, eu não dava a mínima por ter lhe pagado para ficar aqui. Cá
estava ele e ele precisava de mim, e eu o amo. O resto não significava nada
para mim neste momento.
— Tentei. – ele me fitou. — Mas as coisas ainda não iam bem entre a
gente. Nós não brigávamos ou discutíamos tanto mais… mas não
conversávamos muito também. Nos tornamos estranhos. Raramente…
fazíamos amor. E quando fazíamos, era rotineiro e chato. Mas nenhum de nós
dizia nada sobre isso.
— Nada.
—Nada?
— Muito bem. – ele fechou a cara e quase me olhou com desprezo, não
que eu o culpasse.
— Bem, após eu ser… contratado por Claire. –sua voz era ácida agora . —
aprendi a dançar e encarnar personagens na boate. Ryan e Dylan foram meio
que meus professores. Eu aprendi muito rápido e descobri que eu era bom em
ser Mathew, o dançarino exótico. E isso foi tudo o que eu fiz durante um
tempo. Uma noite minha chefe me chamou no seu escritório e disse que tinha
um trabalho para mim. Um trabalho que me pagaria um extra de $5.000,00
dólares. Foi me dito para dançar particularmente para uma cliente muito
especial. Ela disse que era um ‘dinheiro fácil’ e que eu devia ir com a cliente
para sua casa e fazer o que me ordenassem. Ela me respondeu que eu
pertencia a ela e que eu lhe devia a minha vida e eu sabia que ela estava
certa. Então, saí com a mulher e fiz amor com ela enquanto seu marido
assistia do carro dele parado na esquina, se masturbando o tempo todo.Depois
ele veio até nós e eu paralisei, pensando que ele ia me dar um murro ou algo
assim. Mas não, ele não queria me bater, ele me inclinou em cima da mulher
dele e tentou me foder na bunda enquanto eu ainda estava dentro dela. Foi
somente a mulher que me salvou daquilo. Eu dei o fora de lá e andei uns oito
quilômetros de volta até a boate e disse a Claire que eu nunca faria nada com
homens e que se era aquilo que ela queria que eu fizesse, eu preferia morrer.
Ela alegou não saber sobre o marido, mas a partir de então, ela nunca tentou
aquilo de novo. Eu só curto mulheres e desde aquele dia tem sido só para
mulheres que eu tenho… trabalhado. História encantadora, não acha?
—E eu te disse, Mathew, você não vai me afastar. Você está aqui por duas
semanas. Eu não quero que vá embora. Quero ser sua amiga… se você me
permitir. Por favor, me permita, Mathew. Eu amo…. – eu me interrompi e ele
olhou para mim com severidade. —… ter você aqui comigo.
Ele não respondeu e me lembrei dos meus planos com Mathew para hoje à
noite, antes de eu ser brutalmente atacada.
— Abra logo, seu pé no saco! – ordenei, dando risada e sorrindo para ele.
Ele sorriu e a ergueu, era enorme e grande demais para ele, mas ele a
tratava como se fosse preciosa.
— Eu sei que criei a regra número um, sobre você nunca vestir camiseta
aqui…
Deixei suas mãos deslizarem pelas mangas que cobriam seus braços
lindamente tatuados e ele olhou para a peça abaixo, e depois para mim
enquanto eu continuava.
— Mas, estou mudando minha regra. – informei, suas duas mãos nas
mangas agora. Perfeito.
— Eu quero que você vista esta camisa porque você significa mais pra mim
do que um abdômen perfeito, uma barriga tanquinho e ombros musculosos.
Quero que você esteja aquecido e todo coberto e quero te abraçar a noite
toda. Porque você merece isso, Mathew. Eu acho que você precisa e deseja
isso… você tem sido negligenciado também… e há bastante tempo. E porque…
eu…
Eu amo você… diga… eu amo você… três palavrinhas… não é grande coisa.
Mas ao mesmo tempo é.
— Está tudo bem? – usei a sua frase favorita nele mesmo outra vez, meus
braços em volta do seu corpo enquanto eu encostava minha testa na dele,
fechando meus olhos, esperando que eu não estivesse ultrapassando os limites
agora, rezando para que ele não ligasse para isso e ficasse assustado
novamente.
Após uma longa pausa, e respirar fundo algumas vezes, Mathew finalmente
falou.
— Sim, Skylar.
— Não. – ele disse sem hesitar, um pouco de tristeza ainda em sua voz. —
Eu quero que você me abrace. Acho que até pode ser… melhor do que sexo…
um pouco.
Eu sorri, muito feliz enquanto ele me abria um sorriso e plantei um grande
beijo nos lábios dele, salgados das lágrimas.
Peguei sua mão que estava coberta pela manga comprida demais e disse.
— Venha comigo, anjo.
—Você é… meu boiola. – falei com uma risadinha enquanto ele tentava me
fazer cócegas por causa daquele comentário.
— Eu não deveria sentir isso, sendo uma psiquiatra. – informei entre meus
beijos. — Mas… eu me importo tanto com você que acabo ficando vulnerável
demais. Esse será nosso segredinho, ok?
Ele riu de sua própria piada e eu me deitei na cama com ele, o segurando
para perto e deixando ele repousar a bochecha no meu peito, meus lábios
postando beijinhos no seu cabelo. Eu sorri enquanto os pequenos fios
selvagens faziam cócegas no meu pescoço e meu rosto e escutei Mathew soltar
um suspiro… um suspiro feliz e satisfeito, na medida em que fechávamos
nossos olhos e nos deixávamos adormecer assim… como um só.
Eu ouvi algumas fungadas leves, mas ignorei aquilo, não querendo
constrangê-lo. O ego masculino é extremamente frágil. Eu apenas continuei
acariciando ele e o abraçando mais apertado em mim.
—Skylar?
— Sim, Mathew?
Capítulo 10
Skylar POV
Eu abri meus olhos e ainda podia sentir seu rosto no meu corpo.
Lentamente esfregando o sono dos meus olhos, tentei não me mexer muito e
então eu não o acordaria. A noite passada tinha sido maravilhosa e eu acho
que um grande avanço para nós dois, mas eu notei ao longo da noite como foi
difícil para o Mathew ter deixado eu abraçar ele.
Pior ainda, eu teria que vê-lo ser acariciado e lambido por aquelas mulheres
e eu provavelmente seria presa por arrancar o cabelo delas.
Cresça, Skylar, provavelmente ele diz isso para TODA mulher. Como você
sabe que ele não está jogando você agora? Não, eu argumentei comigo
mesma, isso é loucura. Não tenho mais nada que ele quer. O que ele quer de
mim, além do meu dinheiro?
Por que eu continuo duvidando dele? Por que não posso confiar nele? Então
eu ouvi a voz de Mathew de ontem à noite, dizendo: “Você sabepor quê.”
Seus lábios estavam novamente fazendo beicinho e eles pareciam tão macio
e espessos que eu queria beijá-los de seu rosto, que estava, infelizmente, com
linhas úmidas devido as lágrimas.
Meu coração dói tanto por ele, por mais que estivesse com vergonha de
admitir isso, as lágrimas de Mathew tinham realmente me assustado ontem à
noite. Eu nunca vi um homem chorar antes e isso me chocou.
Mas, novamente, isso é algo que tem que se acostumar e lidar se eu vou
ser uma boa médica um dia. Eu sinto que eu tenho que fechar meus
sentimentos para fazer este trabalho direito. Mas não são sobre sentimentos e
emoções que o trabalho é feito? Por que devo ser um cara durão para meu
paciente para ajudá-lo corretamente? Por que não posso segurá-los, segurar a
mão deles e derramar lágrimas com eles?
Uma vez que eu pensei em fazer isso para centenas de pacientes, dia após
dia, eu sabia a resposta: isso iria me matar.
Suspirei e reparei que Mathew não ronca. Ele é tão silencioso e tranquilo.
Este é o quarto dia dele aqui. Quinta-feira. Mais dez dias restantes. É bastante
tempo… e ainda assim não é tempo algum. O imaginei pegando a mala dele,
pendurando-a no ombro e colocando os óculos escuros. Me dando um último
beijo de despedida e dizendo algo terrível como, “Obrigado, Skylar, por me
contratar. Eu me diverti muito.”
Comecei a pensar sobre o que foi dito ontem à noite, sabendo que eu teria
que pôr em dia minhas anotações e ouvir as fitas na escola novamente para
ver se eu perdi alguma coisa até agora. Quem quero enganar? Eu estou
perdendo tudo. Eu tinha atingido uma barreira na noite passada quando
perguntei o que aconteceu entre ele e Tanya depois de eles se casarem e os
problemas financeiros começarem a separá-los.
A menos que ela tenha simplesmente desaparecido no ar, havia mais que
eu precisava entender. Mais especulações que eu precisava fazer. Ela deve ter
o abandonado, ou… Deus, espero que ela não tenha morrido. Isso explicaria as
lágrimas e a tristeza dele. Se ele nunca havia chorado ou lidado com a dor,
isso explicaria sua liberação emocional agora que eu estava o fazendo falar
mais sobre isso.
O nome dela era Tanya. Foi o que ele disse. ERA. Bem, isso poderia
significar que ela continua viva, mas não em sua vida mais… ou podia ser no
sentido de morte.
Talvez eu pudesse pedir para o meu pai pesquisar sobre ela. Não, isso é tão
errado. Eu não quero descobrir nada desse jeito. Quero que Mathew me conte
por conta própria.
Todo mundo mente. Todo mundo esconde coisas. Inclusive eu. E o que foi
aquilo sobre Claire? Ela havia dito que ele pertencia à ela e que tinha salvado
sua vida e ele sabia que ela estava certa? Eu fiquei mexida com isso, mas
deixei pra lá porque ele estava ficando bastante chateado. Preciso ouvir
minhas fitas outra vez hoje, com atenção.
Mal posso esperar para conversar mais com James. Eu preciso ser
cuidadosa para não lhe contar demais. Não confio completamente nele. É
alguma coisa sobre seus olhos. Eles não são lá muito receptivos.
Gostaria de pegar meu caderno. Mas eu estava presa sob 90kg de perfeição
neste momento. Na maior boa vontade.
Mathew POV
Eu virei a esquina da nossa rua, feliz por agora estar perto de casa. Eu
estava cansado e irritado e precisava fechar os olhos por algum tempo. Meus
olhos imediatamente notaram flashes azuis e vermelhos – polícia.
Diminuindo um pouco a velocidade, olhei à minha frente na escuridão.
Carros por toda parte. Nosso edifício é na outra ponta da estrada, então deve
ser alguma prisão ou acidente por perto.
─Senhor, você não pode passar por aqui agora. – o policial me disse, mal
olhando para mim enquanto falava em seu rádio, me ignorando.
─Como você sugere que eu chegue em casa com tudo isso no meu
caminho? – assumi uma postura, cansado demais para ser educado neste
momento.
─Eu não me importo como chegará em casa, senhor. – o policial falou como
um robô, sem vida. ─Recue e dê a volta, é tudo o que posso lhe dizer.
Dei a volta toda, passando pelo meu edifício, depois por mais dez
quarteirões antes que conseguisse chegar do outro lado. Agora era por volta
das 5h da manhã e eu estava extremamente furioso e irritado.
─Senhor, senhor… – um deles disse para mim. ─ Essa rua está fechada, por
favor, volte para o seu carro.
─ O que? – semicerrei meus olhos e tentei ver meu prédio mais à frente,
mas estava escuro e as luzes da polícia estavam me impedindo de enxergar
qualquer coisa.
─ Essa é a MINHA rua! – expliquei um pouco alto demais. ─ Eu moro aqui,
como ela pode estar fechada?
Tentei desviar deles, mas um dos policiais mais altos gritou comigo e ficou
no meu caminho, me bloqueando.
─Eu só quero ir pra casa DORMIR, JESUS! – gritei de volta. ─ Você não
pode me dizer que não posso ir pro meu apartamento! O que diabos é isto? O
que vocês fizeram, encontraram o Bin Laden ou algo parecido?
─ O meu problema é que moro nessa rua e não consigo chegar no meu
prédio, pela porra dos dois lados! Está tarde, eu quero dormir e fiquei dirigindo
por aí feito um idiota, e ninguém vai me deixar passar.
─Me deixe ver sua habilitação. – ele me disse, abrindo sua mão enluvada.
─Viu? – tentei sorrir, tirando minha carteira da mão dele. ─Eu não estava
mentindo pra você. Não sou um jornalista nem nada do tipo, só quero ir
dormir.
─Hey você. – uma voz doce e suave estava bem ao meu lado e meus olhos
ganharam foco… ou tentaram.
─ Você está bem? – a voz de Skylar perguntou, suas mãos tocando meu
rosto enquanto meus olhos corriam pelo quarto incontrolavelmente. ─Você
estava tendo um pesadelo, eu acho.
─Shhh. – ela beijou minha bochecha, limpando um pouco meu meu rosto
com os polegares, ─Foi assustador?
Ela sorriu e me envolveu em seus braços com força, nós dois sentados um
de frente para o outro.
Eu a abracei junto a mim e beijei seu pescoço, esfregando meu nariz ali e
respondendo.
─Sim, aterrorizante. Havia uma garota chamada Skylar que nunca calava a
boca e não importa o que eu tentasse, ela nunca parava de falar.
Girei para cima dela, que se mexeu e tentou se soltar, mas eu logo a
imobilizei, segurando seus pulsos enquanto lambia sua boca, a provocando
com pequenas lambidas, não deixando que ela pegasse minha língua e a
fazendo morder o ar ao me errar.
─ Agora, só por causa disso, acho que você será minha prisioneira hoje. –
sorri, beijando-a novamente, ardentemente.
─ Não. – eu corrigi, buscando outro beijo. ─ Você foi minha vítima ontem. –
beijei novamente. ─ Hoje, você será minha prisioneira. – beijei novamente. ─O
que é uma coisa totalmente diferente.
─O que isso significa? – ela sorriu como se confiasse em mim e enfiei meu
rosto no seu robe, depositando um beijo no seu seio direito, a escutando dar
um gemido alto na mesma hora.
─ Depois eu ataco seu corpo por algumas horas… - a beijei com mais paixão
e acrescentei, ─E continuo fazendo você gozar até estar gritando por
misericórdia… e água… mas você não vai conseguir nenhum dos dois… não de
mim… – disse isso ainda colado em sua boca e ela sorriu entre o beijo.
─ Isso seria incrível… –ela disse. ─ Se ao menos eu não tivesse aula hoje.
─ Não… – falei em sua boca enquanto lhe beijava. ─ Não vou deixar você ir.
Vou escrever um atestado para o seu professor, assinado: Dr. Pau.
Ela deu risada e se contorceu e eu movi meus lábios mais para baixo,
afastando seu robe para o lado com o nariz e lambendo o delicado mamilo
rosado me encarando.
─Ele não vai gostar. – ela disse enquanto fitava o teto. ─ Provavelmente me
daria bronca amanhã.
─Eu não acho que gosto… do jeito que você me abandona o tempo inteiro. –
sorri afetado para ela. ─ Você não tem medo dos problemas que eu poderia me
envolver, ficando sozinho o dia todo?
─Morro de medo. – ela sorriu para mim. ─ Você não tem compromissos
hoje?
─Não, Skylar. – eu disse, sorrindo maliciosamente.
─Bem, vou pra aula cedo e assim voltarei cedo, por volta das 13h hoje. –
informou.
─Eu sei, lo mein. – ela riu, parecendo um pouco animada, porém nervosa.
─Venha, vou fazer alguma coisa pra você comer. – a puxei para fora da
cama, indo para a cozinha. ─ Tudo bem se eu tirar minha camisa agora que é
de dia, patroa?
─ Sim, escravo, tire a roupa. – ela brincou, me observando tirar minha nova
camisa favorita. Eu a dobrei com cuidado e a deixei em cima da cama para que
pudesse vestir mais tarde esta noite.
E os braços dela ao meu redor era uma sensação tão maravilhosa que eu
realmente me senti como um homem de verdade por algumas horas. Me senti
limpo. Eu senti…
─Não sei como eu vou ser capaz de sentar nessa bancada agora, depois de
ontem. – Skylar disse, sentando-se no balcão, me assistindo fazer as
panquecas.
─Eu apenas comecei a brincar com você, Skylar. Espere até ver o que
tenho planejado para os próximos dias. Torço pra que sua coragem continue
aí.
─Contar o que? – perguntei, realmente não sabendo sobre o que ela estava
se referindo.
─ Seu pesadelo. – ela respondeu calmamente. ─Você deve saber que sou
muito boa em interpretação de sonhos.
Joguei uma ou duas panquecas para cima já que agora era ela quem estava
tensa na situação.
Coloquei o prato na frente dela e sua boca formou uma linha fina.
─ Pirralho. – ela ficou com raiva e fez bico. Ela estava tão fofa que eu quase
ri e lhe contei.
Mas não, isso é meu pequeno segredo. Eu quero guardá-lo para mim por
algum tempo.
─Ontem à noite, você comentou que Claire te disse, naquela primeira vez
em que você… trabalhou pra ela… que você a pertencia e que salvou sua vida.
Isso é sério, ou é tipo, uma maneira de falar?
─Mathew … – Skylar disse, em voz baixa, olhando para o seu prato, com o
garfo parado nas panquecas.
─Por que você pegou emprestado esse dinheiro, por que você precisava de
todo esse dinheiro? – ela perguntou, olhando para mim.
─ Eu disse a você …Eu estava sem dinheiro. – eu esperava que ela tivesse
deixado por isso mesmo. Mas, isso é Skylar e ela não o fez.
─ Mas você não deveria ir até agiotas para pegar emprestado o dinheiro
para o aluguel ou alguma coisa, isso é loucura.
Eu ri.
─ Você não deveria evitar palavras com “loucura” quando você está
conversando com seus pacientes? Isso não é muito Dr. Skylar da sua parte.
─Eu não sou a Dr. Skylar agora. – ela informou, um pouco frustrada agora.
Eu tinha acabado de comer e parecia que ela não estava com fome,
também.
─ Não, eu não acabei. Eu só quero saber de você, Mathew. – ela parecia tão
perdida e frágil, de repente. ─Eu não estou tentando me intrometer, eu só
queria que você confiasse mais em mim. Eu te disse, eu sou sua amiga. Você
pode falar comigo.
Skylar POV
Eu ainda estava imersa em pensamentos sobre Mathew enquanto
caminhava para a escola com as garotas. Elas me perguntaram como estavam
indo as coisas com ele e eu apenas respondi, “Bem.”
Eu não queria contar nada para elas e sabia que elas estavam um pouco
chateadas e magoadas com meu silêncio, mas eu não me importava. Eu
estava tão fissurada, triste e confusa, frustrada e me sentindo incompetente,
zonza de amor e com o coração partido ao mesmo tempo.
Ele nunca deixaria esse estilo de vida. Ele afirmou isso. E ele não confia
plenamente em mim, também. Mas o que eu esperava? Só faz três dias.
─ Ryan, você é tão fofo… – Claire sorriu para Mathew enquanto falava com
Ryan, passeando sua mão pelos fios claros do cabelo de Mathew, e depois
pelas costas dele. ─ Sempre ajudando os perdidos…
─ Não, não, não… – Claire o empurrou com cuidado de volta para a cadeira,
Ryan fazendo o mesmo. ─ Fique… este é meu estabelecimento e você é meu
convidado. O que acha de uma bebida e algo para comer? Vou chamar uma
ambulância depois se você quiser.
─ Oh não, eu não poderia… – ele provavelmente estava envergonhado por
estar com fome, e ao mesmo tempo queria manter seu orgulho.
Imaginei uma conversa amigável entre Mathew e seu novo amigo sobre
quem eram aqueles caras que estavam espancando-o e por que motivo… e
depois Claire trazendo um prato de comida e provavelmente sentando-se com
eles, escutando toda a história enquanto Mathew comia, não sendo capaz de
resistir ao cheiro da carne assada. Provavelmente havia se passado dias desde
a última vez que se alimentou.
─ Esse filho da puta nos deve muito dinheiro! – um dos homens gritou.
─Estávamos pensando em dar mais um dia, depois de um pequeno susto, mas
agora estamos putos! Esse seu capanga me feriu na cabeça e quebrou a mão
do meu parceiro! Seja grata por só atirarmos no carinha ali, bem no rostinho
bonito dele e não em seu garoto também.
─ Esperem aqui. – Claire disse a eles com um tom de voz estranho. ─Eu
vou lá pra cima ter uma conversinha com Mathew e depois vou dar o dinheiro
de vocês.
─ Eu sei que vocês trabalham para outra pessoa. – ela informou bastante
calma, sorrindo. ─E que se não receberem o dinheiro dele esta noite, vocês
mesmos estarão em grandes problemas. Vocês podem sentir um certo prazer
matando Mathew, mas aí nunca receberão seu dinheiro. E o que o patrão de
vocês irá dizer sobre isso?
─ Claro. Venha, Mathew. – Claire abriu um sorriso e levou Mathew com ela,
pedindo a Ryan para distraí-los até ela voltar.
A caminhada pelo corredor e para o outro lado da linha vermelha que dava
para a boate lotada e escura deve ter sido difícil para Mathew, com aquelas
costelas quebradas. Ele provavelmente viu, então, os dançarinos e as mulheres
na jaula enquanto ela o guiava em silêncio escada acima para seu escritório.
Ele estava parado perto da porta trancada, esperto o suficiente para saber o
que ela queria dele. Não acostumado a estar nesse tipo de situação, sua
mandíbula travou, a boca era formava uma linha severa, seus olhos fitando o
chão, vazios no desespero enquanto ele tentava pensar num jeito de sair dessa
confusão.
─ Você não pode pagar todo esse dinheiro. – ele disse com um tom de voz
fraco. ─ E por que pagaria? Você nem sequer me conhece.
─ Bem, é por isso que eu te trouxe aqui. – Claire colocou as mãos ao seu
lado sobre a mesa, sorrindo e divertindo-se com ele, os olhos passeando pelo
seu peito. ─Vamos nos conhecer… e se eu gostar de você, pagarei aqueles
pilantras. A partir desse momento você será meu, completamente, até pagar
sua dívida. Você fará tudo o que eu disser, e trabalhará para mim. Ou… senão,
pode ir lá pra baixo, acompanhar aqueles caras para fora e deixar eles
foderem a sua boca com as armas deles antes deles antes de atirarem em
você. Eu os conheço. Sei para quem trabalham. Eles não vão te dar uma morte
rápida. Vai durar um longo tempo. E quando eles te matarem, você irá
agradecer.
─ Tire suas roupas, tudo. – ela disse direta ao assunto, sem vergonha
nenhuma.
─Você tem uma bunda ótima. – ela deu sua opinião profissional. ─ Um
pouco mais de músculos não faria mal. Você vai malhar todos os dias a partir
de agora, Ryan irá te ensinar. Vire pra cá de volta.
Ele obedeceu, os olhos molhados e frios ao olhar para ela, a boca numa
careta permanente.
Ele hesitou novamente e ela sorriu, dizendo. ─ Aqueles caras não vão
esperar a vida toda. E se eles atirarem no Ryan enquanto esperam, a culpa vai
ser toda sua.
Ela subiu seu vestido curto, revelando o que havia entre suas pernas
enquanto ele se aproximava devagar com o rosto cheio de revolta e dor.
─ Lição número um. – Claire segurou o queixo dele na sua mão macia e
perfumada, sacudindo um pouco. ─ Desfaça essa cara. Nada de choro, nada de
nojo, nada de careta… sorria.
Os lábios dele se curvaram um pouco, tentando sorrir, mas seus olhos
estavam perdidos e em sofrimento.
─ Agora. – ela deitou sobre a mesa. ─ Eu gosto com força e violência, sem
beijos. Embora você vá aprender a servir as clientes mais tarde. Vamos,
Mathew, tic tac.
Sem dizer uma palavra, ele chegou mais perto e estremeceu quando
posicionou as pernas dela em seus ombros, apoiando-as ali, esperando.
─ Faça gostoso, Mathew. – ela alertou. ─ Me faça gozar e pagarei sua
dívida.
Merda. A aula acabou e acho que não prestei atenção em uma palavra dela.
Droga, espero que ele não tenha marcado nenhuma prova ou algo assim.
Eu me sentia uma idiota e pior, uma garotinha, e estava humilhada por
James estar me vendo assim. Ele deve pensar que sou uma fracassada.
Eu aceitei e o pressionei sobre minha boca, mais para abafar os pequenos
soluços que escapavam. Algo dentro de mim doía absurdamente e eu vinha
segurando aquilo, e agora não conseguia pará-lo.
─ Eu nunca vou ser uma psiquiatra. – chorei com o lenço tampando meu
nariz.
─ sim você vai, Skylar. – James disse com firmeza. ─ E será uma das
grandes.
─ Eu tenho tanto medo de perguntar o que devo perguntar. - chorei, as
lágrimas livremente caindo dessa vez. ─ E tenho medo de quais serão as
respostas dele. Eu fico tão apavorada que ele fique bravo comigo e vá embora
se eu perguntar coisas difíceis demais de responder. E eu quero ajudá-lo, mas
ele continua me afastando. Eu odeio magoá-lo com minhas perguntas. Ele
chorou ontem à noite e eu quis morrer. Justamente quando penso que estou
começando a conhecê-lo, ele não me responde e quer conversar sobre sexo
outra vez.
─ Tudo bem, você está falando do Mathew. – James disse, confirmando
para si mesmo em voz alta. ─ Eu sei que ele é complicado para um primeiro
paciente e eu te avisei que seria difícil. Sexo é o apoio psicológico dele, seu
escudo. Você já sabia disso. Mas você pode fazer isso. Você não tem medo,
por exemplo, por pensar que ele pode se tornar violento, não é?
─ Ok. – James me fitou, um olhar satisfeito em seu rosto tanto quanto eu
poderia dizer através das minhas lágrimas. ─Do que você tem medo, Skylar?
─ Acha o quê, Skylar? – James colocou uma mão nas minhas costas.
Eu não posso permitir que ele me seduza… é pra rir, né, ouvi minha
adolescente interior dizer em sarcasmo enquanto eu me lembrava dos sete
orgasmos, ele penetrando em mim por trás, a bancada, o balcão, o chuveiro, a
massagem! Ele já tinha me seduzido várias vezes e não apenas o meu corpo,
minha mente, meu coração, até mesmo minha alma.
─ E se eu não for?
─Você vai ficar bem, Sky. – ele sorriu e me olhou com atenção. ─ Gostaria
que eu te levasse em casa?
─Está certo. – ele levantou comigo, dando tapinhas no meu ombro, ─Tenha
uma boa noite. Mantenha a cabeça erguida.
─Obrigada. – fui devolver seu lenço e ele ergueu uma mão, dizendo,
─Fique com ele, querida.
É, acho que ele não o quer de volta agora, depois de eu ter sujado tudo.
Meus problemas não desapareceram de uma hora para outra, mas eu disse
a mim mesma que poderia lidar com isto. Eu teria que me esforçar mais com
Mathew, manter meus sentimentos por ele acalmados e não pegar pesado
demais.
Eu tive medo que abraçá-lo durante a noite fosse espantá-lo mais ainda,
mas hoje de manhã ele declarou que tinha gostado de ser abraçado e eu
sinceramente acreditava nele. Ele disse que eu fazia ele se sentir real.
De agora em diante eu teria que me contentar com nosso tempo juntos e
aproveitá-lo, tentar ao máximo ajudar Mathew e parar de ter medo de ferir
seus sentimentos e deixar ele irritado. Eu teria que começar a fazer o meu
trabalho… custe o que custasse.
Eu estava com saudades dele outra vez, embora em meus pensamentos eu
nunca o tivesse deixado. Seu beijo quando saí hoje de manhã foi o mais
intenso de todos até agora e eu realmente me peguei confiando nele, apesar
das advertências do meu cérebro. Aquele eu senti em meu coração E meu
coração não estava escutando minha mente neste momento. Isso vai
certamente acabar em desastre e eu também sabia disso.
Senti meus lábios se abrirem num sorriso e fui para meu quarto para
seguir as minhas instruções imediatamente, me perguntando o que estava
acontecendo, o mistério e a expectativa já me deixando louca.
Me misturei com os pedestres; alguns homens sorriram para mim quando
passei por eles e me senti corar. Homens são tão fáceis. Basta usar um pouco
de maquiagem e salto alto que eles já ficam com as línguas de fora.
Cheguei ao 243 e vi que era uma livraria. O Guardião a placa dizia. Olhei
para meu bilhetinho e para a janela. Era gigante lá dentro, de pessoas cultas,
um homem idoso sentado ao caixa na entrada lia um livro, seus óculos
empoleirados no nariz, aparentando estar entediado.
Por que Mathew queria que eu viesse aqui vestida numa saia e blusinha?
Talvez isso esteja errado.
Fui para a porta e a abri, uma campainha tocando quando entrei. O velho
se endireitou, empurrando os óculos para cima quando a luz ofuscante do sol
criou uma pequena mancha branca na sua cabeça quase careca.
─Boa tarde.
─Umm, não, obrigada. Vou só dar uma olhadinha, se estiver tudo bem.
─Obrigada.
Procurei por cerca de dez minutos e não avistei nenhuma outra alma no
lugar. O velho homem estava à mundos de distância agora, na entrada da loja
e eu estava perguntando-me se talvez ele ou eu não tivesse cometido um erro
em algum pé do plano.
Eu me virei para começar a voltar, mas então notei um longo corredor que
ia para a esquerda que eu não tinha examinado ainda e numa placa acima do
corredor lia-se ‘Ajuda Sexual’.
Um sorriso veio à minha boca e murmurei para mim mesma, ─Seu
babaca…
─Eu já li esse. – uma profunda voz rouca masculina disse atrás de mim e
eu berrei alto, jogando o livro pro ar e sentindo ele me atingir no nariz ao cair
no chão. Isso tudo aconteceu em um segundo.
Uma risadinha veio da voz, mas ainda não olhei. Eu me agachei para pegar
o livro e comecei a enfiá-lo de volta no seu espaço apertado na estante de
livros, mas a mão atrás o tomou de mim.
Eu sabia que era Mathew, mas estava tentando me recuperar do meu
ataque cardíaco com algum pingo de maturidade. Além disso, eu queria que
meu rosto esfriasse, assim ele não me veria corar. Detesto ficar vermelha.
─O papel de uma submissa é servir e dar prazer. – sua voz rouca leu para
mim do livro, ─Mas deve ser um presente, dado ao seu Mestre de livre e
espontânea vontade, completo amor e afeição.
─Uma submissa é uma voluntária. – ele leu, sua voz como sexo. ─ Uma
escrava não é uma voluntária.
─Seu Mestre pode açoitar seu corpo com o chicote dele. – ele lia, os dedos
segurando a tira lateral da minha calcinha. ─ Mas seu prazer também é beijar
e acariciar para afastar a dor.
Ele começou a puxar minha calcinha um pouco para baixo e eu olhei direto
para frente, observando por entre as estantes, sobre as pilhas de livros diante
de mim, e procurei horrorizada por outras pessoas ao redor.
Aqui é um lugar público… oh não… ele vai… bem aqui no meio da loja?
Puta merda.
Eu podia me ver agora, ligando para o meu pai para pagar minha fiança
porque fui pega transando em uma livraria.
─Sim.
Seu corpo estava contra o meu, atrás de mim, pressionando seu pênis duro
na minha bunda. Senti sua boca beijar o algodão sobre as minhas costas e eu
sorri para mim mesma, feliz que eu pulei a parte de usar sutiã dessa vez. Eu
me lembro de um estuprador irritado gritando sobre isso ontem.
Seus dedos percorreram sob a saia um pouco fácil e esfregou com mais
firmeza sobre a frente da minha calcinha, movendo-se para cima e para baixo,
para a direita das dobras entre as minhas coxas e virilha. Eu coloquei minha
cabeça contra seu ombro e suspirei, tremendo toda, enquanto seus lábios e
sua língua viajavam por todo o interior do meu pescoço.
Empurrando meu cabelo comprido para o lado com o seu rosto, ele
começou a dar mordidas e beijos mais ásperos. Eu podia sentir suas mãos
deslizando para baixo em minha calcinha, dedos tocando meu clitóris e
viajando para baixo para o pouco cabelo dentro.
─Eu vou te foder Skylar… aqui… agora… - sua voz me deixou ainda mais
molhada enquanto eu tremia mais. ─ Você me quer?
─ Sua putinha… - ele dizia no meu ouvido. ─Então, tesão, você vai me
deixar te foder bem no meio de uma livraria… deveria ter vergonha de si
mesma.
Ele colocou minha calcinha entre dois livros, alguns saindo um pouco,
enquanto suas mãos se moviam lentamente sobre a parte superior da
prateleira, para cima e para baixo…para cima e para baixo…criando atrito
quente lá e sua boca beijando meus ombros nus, lambendo…afundando os
dentes o suficiente para me fazer gemer, tentando me manter calma.
─Eu amo o que você está vestindo, Skylar. - sua voz continuou sussurrando
sensualmente em meu ouvido. ─Você é tão fodidamente sexy e nem sabe
disso. Adoro isso em você.
Seus dedos moveram as alças da minha blusa para o lado dos meus
ombros, movendo-os para baixo e usando os dedos que viajaram sobre os
meus seios para empurrar o top até a minha cintura do meu peito nu.
O top foi para baixo em torno de meus braços e cintura, quase prendendo
meus braços para os lados. Sua boca encontrou os meus lábios e ele estava
beijando minha boca forte, enquanto os meus seios nus se tornaram vítimas
de suas ásperas mãos, apertando-os.
Seus lábios mantiveram a minha e sua língua sondando lutou mina pelo
domínio enquanto suas mãos viajaram até a minha saia novamente, puxando-
o para cima e deixá-lo descansar em cima da minha bunda.
Eu fiz o que ele disse, esperando que eu não caísse, desajeitada como eu
estava e os saltos altos não eram meu sapato de costume, também.
─Separe. - ele exigiu com uma voz severa, separando minhas pernas até
que elas estivessem muito distantes. Eles apertaram um pouco e ele se moveu
alguns livros na minha frente e colocou de lado, limpando a prateleira e
ordenou. ─Fique de quatro.
─Você é tão suja… - ele sussurrou, seu pênis ainda estava em seus jeans,
mas ele esfregar e cutucava minha bunda enquanto ele me fodia com seus
longos dedos frios enfiando dentro de mim. ─Olhe para você, gemendo e
sendo fodida por minha mão em público na seção de Ajuda Sexual.
Suas palavras me faziam chegar mais e mais perto do ápice e eu estava tão
malditamente ligada por eles, juntamente com as atenções de sua mão. Eu
queria gritar, mas segurei meus lábios com força, tentando esquecer do meu
redor e se concentrar apenas nele.
Eu sempre tinha sido a "boa menina, a garota legal, a menina simples.” Era
tão estimulante proibido e sensual sendo a putinha imunda que é tão excitada
que deixou ser levada e fodeu no meio de uma loja como esta.
Mathew é um DEUS! É como se ele pudesse ver meu cérebro e saber o que
eu preciso.
Tudo o que Mathew podia ver de mim agora era a minha bunda e pernas no
seu lugar atrás de mim e eu achei extremamente erótico, como se eu fosse um
objeto nas prateleiras, somente aqui para os clientes que chegam, precisando
de ajuda sexual, e utilizando-me sem uma palavra, como se estivessem me
lendo enquanto eu estava presa aqui, impotente e presa.
─Quando eu vim nesse corredor, eu não tinha ideia de quão útil esta seção
seria. - ele disse, soando como ele se estivesse sorrindo antes de ouvir um
plástico abrindo, a camisinha, eu imaginei. E então ele estava inserindo a
cabeça de seu pênis lentamente em minha vagina encharcada.
─Tudo bem, sexy Skylar. - ele finalmente riu. ─Eu vou parar de brincar e
colocar tudo.“
Com isso, ele inseriu tudo dentro de mim e eu dei um semi-grito, tentando
ficar em silêncio enquanto ele pegava na minha cintura, batendo minha bunda
contra seus quadris quando ele bateu mais e mais, mais rápido e mais forte..
─Você sabia antes aqui era uma igreja que se transformou em uma livraria?
- ele perguntou enquanto ele continuou me fodendo, mexendo com a minha
mente e também com o meu corpo. ─O que significa que você está sendo
fodida em terra santa, no mais sagrado dos lugares, a igreja. Acho que isso
significa que você está indo para o inferno comigo agora.
─Isso seria tão humilhante para você, Skylar… - ele disse, com a voz um
pouco tensa enquanto ele continuou metendo, segurando minhas pernas para
conseguir empurrar mais para dentro.
Eu ouvi o barulho de seu zíper e ele deu um passo para trás enquanto meus
olhos se entortaram. Eu não podia sequer formar palavras agora.
─Vejo você em casa, Skylar. - ele disse e, em seguida, ele saiu pelo
corredor, me deixando lá enquanto eu observava as costas dele passarem
através do corredor seguinte, meu cabelo estava metade sobre meus olhos
quando ele se afastou.
Capítulo 11
Skylar POV
São 16h da tarde. Mathew tinha feito sua ligação privada do lado de fora e
agora estava sentado na minha frente, no sofá, sorrindo para mim quando
apertei o botão do meu gravador .
Ele estava tentando me deixar brava com ele? Estava tentando me afastar
outra vez? Odeio isso… eu sentia como se nem sequer pudesse ficar brava com
ele porque primeiramente ele é meu paciente, segundo, a pessoa que eu amo.
─Me fale sobre como foi quando você entrou na Fire. – eu disse com a voz
fria.
─ Não. – menti, minhas mãos apertando a caneta com tanta força que eu
estava pensando que ela se quebraria ao meio.
Eu estava prestes a negar de novo que estivesse brava, mas achei que ele
estava certo, ele percebia o que eu estava sentindo, como sempre.
Eu devo ser honesta com ele, mesmo que ele não goste. Droga, por que
ele tem que ser tão atencioso e frágil agora? Ele parecia tão triste e chateado,
como se ele tivesse feito algo horrível.
Apenas diga o que está na sua cabeça, Skylar. Provoque as emoções dele
um pouco.
─ Por que você simplesmente me largou lá daquele jeito? – ouvi minha voz
se alterar antes de eu perceber o que estava dizendo. ─ Você tem idéia de
como é vergonhoso tentar colocar sua calcinha de volta, usando salto alto,
quando suas pernas estão tão fracas que você mal consegue ficar em pé, e ao
mesmo tempo tentar puxar sua blusa para cobrir os seios em um lugar
público, pedindo pra Deus para que ninguém te encontre?
─ Você está fazendo essa pergunta pra MIM? – ele forçou um sorriso
debochado. ─ No meu mundo, isso é um simples domingo!
Forcei meus olhos a olhá-lo, vendo seu peito descoberto, sua pele macia
e sua barriga levemente definida, as características tatuagens que cobriam um
de seus braços e a cueca boxer azul acentuando claramente sua
masculinidade. Por que ele tem que ser tão fodasticamente lindo assim?
─ Você pode me castigar. – ele disse baixo. ─ É seu direito e eu não vou
lutar contra isso. Contanto que você me perdoe mais tarde.
─Mathew, para com isso. – eu estava séria, enjoada por dentro. ─ Eu não
quero castigar você. E, por favor, não fale comigo como se você fosse
meu escravo. Eu odeio isso.
Eu nem pude acreditar, mas ele rastejou até a minha poltrona. Era um
instinto para ele, tão natural quanto uma pessoa se levantar e andar pela sala.
Teria sido lamentável se não fosse tão incrivelmente erótico e excitante ver
essa criatura perfeita sobre suas mãos e joelhos, vindo na minha direção e se
ajoelhando diante de mim, colocando seu rosto entre meus joelhos cobertos
pelo jeans, como se tivesse vergonha de mostrar o rosto, as mãos também em
volta dos meus joelhos.
─Eu sinto muito, Skylar. – sua voz estava um pouco abafada pelas minhas
pernas e ele me olhou com verdadeiro arrependimento no rosto. ─ Eu sei que
eu não sou o que você chamaria de normal na maneira como faço amor. Ou
normal na maneira como reajo quando você está irritada. Eu sei que homens
normais provavelmente gritariam de volta e talvez perderiam a cabeça, mas
eu não consigo fazer isso. No entanto, eu posso tentar ser mais normal, a
partir de agora, se é o que você quer. Eu quero tanto te fazer feliz. Você tem
sido tão boa pra mim… por favor, apenas… me castigue agora. E então
podemos começar tudo de novo. Eu sei que não é da sua natureza ser cruel,
Skylar, mas eu quero que você seja. Se você quiser, eu mesmo posso pensar
em alguma coisa.
─ Mathew… – usei minhas duas mãos para acariciar seu rosto. ─O que
fizeram com você?
Ele simplesmente olhou para mim e esperou pelo meu castigo, que nunca
viria.
─Sim, Skylar. – a voz dele parecia tão aliviada que me doeu ainda mais.
Eu o beijei e procurei manter o beijo suave, intenso e apaixonado ao
mesmo tempo, desejando que ele conseguisse perceber o quanto eu o amo. Eu
queria tanto dizer isso a ele neste exato momento.
E eu sabia por que fiquei com raiva. Não foi por nada que ele fez, ou por
ter me largado lá na loja, mas por… me deixar. Aquilo me fez pensar que um
dia ele me deixaria de verdade, nua e querendo mais dele, e que ele não iria
sequer olhar para trás. E eu ficaria tão desesperada sozinha, arrasada, como
ele está agora.
Mas não era culpa dele. Isto é tudo o que ele conhecia. Fantasia,
encenação, orgasmo, alívio sexual, medo, raiva, ódio, punição, dor. Não existia
nenhum amor pra ele vivenciar diariamente, exceto a ligação das 15h que ele
fazia todos os dias. Eu realmente queria saber para quem ela era. Eu queria
saber quem Mathew amava.
─Agora, levante, vá para o sofá e sente-se como um bom menino para que
a gente possa ter nossa terapia. Regra nº 2: não rastejar a menos que você
esteja sangrando até a morte. Entendeu, Mathew?
Oh, o progresso. Bem, fora ele ter rastejado pra mim um pouquinho,
Mathew saltou até o sofá e sentou-se lá, respeitoso como sempre e eu voltei
para meu caderno, ajeitando meu cabelo e tentando esquecer a sensação de
calor do membro dele me estocando por trás enquanto eu era lançada na
estante à minha frente.
─ Sim.
─Mas você e Tanya passaram por um período em que você disse que vocês
dois ficavam muito irritados e frustrados um com o outro.
─ E daí?
─ É assim que fui treinado, Skylar. – ele disse, abaixando o olhar para sua
cueca. ─Eu sou uma máquina agora.
─ Eu não quero falar sobre ela. – ele levantou um pouco a voz, tentando
controlar a tensão em seus olhos enquanto eu fazia as perguntas. ─ Não
agora, Skylar, por favor?
─ Ainda não. – seus olhos estavam perdidos, fitando os meus. ─ Por favor.
─ Eu acho você tem razão sobre isso. – respondi. ─ Pronto para brincar? –
eu sorri para ele, e ele pareceu sorrir de volta, relaxando um pouco.
─ Dinheiro.
─ Água.
─ Eu não sei, foi a primeira coisa que eu pensei. – ele desviou o olhar,
deitando no sofá, escondendo algo de mim novamente.
─ Cantar. – prossegui.
─ Vida. – respondeu.
Fiz uma anotação, o entendendo agora. Ele não está gostando da vida dele
e ela é uma coisa longa e dolorosa de suportar. Morte é fácil, tranquila e
segura, sem mais sofrimento.
─Janela. – eu disse.
─Vidro.
─ Contagem. – falei.
─ Chicotada. – ele respondeu de imediato e quando eu olhei para ele,
acrescentou. ─Quando estou… levando chicotadas… tenho que contá-las.
Contagem é o que elas dizem antes de… começarem. Uma coisa que você
precisa aprender, se você se tornar uma sub, minha doce Skylar.
─Amizade.
─ Mesa.
─ Servir. – ele respondeu e acho que entendi essa. Parte de seu trabalho
era servir bebidas… e ele mesmo… àquelas mesas. Eu tinha visto isso ao vivo.
─ Frio.
Ele sorriu todo malicioso pra mim de volta, impressionado que eu tivesse
interpretado certo.
─ Dançar. – eu continuei.
─ Mathew, você não é doente. – eu olhei para ele e vi seus olhos baixos. ─
Mathew, olhe para mim.
Ele deu um leve aceno de cabeça e brincou com o fio solto da cueca
enquanto eu seguia para a próxima palavra.
─Diabólico.
─ Vadia. – isso pulou da boca dele também, que enrijeceu com sua escolha
de palavra.
─Agulha.
─ Sim. – ele admitiu. ─ Não deixa uma marca tão grande assim, mas é um
jogo de causar dor. Muitas mulheres adoram.
Que droga de vadias doentes são essas? Jesus, me escute só, toda vez que
ouço sobre alguém machucar Mathew me transformo em Mamãe Urso de três
metros de altura rosnando furiosa.
─ Bolas. – ele disse, abafando o riso de novo. Eu sorri para ele igual uma
professora da pré-escola, paciente, mas advertindo com meu olhar.
─ Mathew… – fiz uma careta, indo para a palavra seguinte. ─ Viagem.
─ Desculpa. – ele forçou seu rosto a ficar sério, tentando se comportar por
mim. ─ Vou ser bonzinho.
─ Lâmpada. – falei.
─ Aham. – ele afirmou. ─ Eu adoro esse filme. E adoraria ter direito a três
desejos, você não?
─ Claro. – eu sorri, olhando para seu rosto que parecia tão feliz. ─ O
que você desejaria, Mathew?
Senti meu estômago se revirar com a dor que senti dentro de mim nessa
hora… minha voz estava horrivelmente vazia e eu queria dizer alguma coisa
reconfortante e solidária… mas eu não conseguia. Eu percebi que esse também
seria um dos meus desejos. E com os outros dois eu desejaria apagar todo o
passado e o sofrimento de Mathew, e desejaria a ele uma vida inteira de
felicidade, mesmo se não fosse comigo.
─ Você sabe disso, não sabe, Skylar? – sua voz finalmente voltou a falar. ─
Eu realmente gostaria que minha vida não fosse assim. Eu não gosto de
ser… isso. Você sabe disso, não é?
─ Skylar… Tanya não está mais na minha vida, podemos, por favor, parar
de falar dela?
Eu queria continuar insistindo, mas essa não era a maneira de fazê-lo se
abrir comigo. Não posso forçá-lo. No entanto, eu também só tinha mais dez
dias com ele e temia nunca ouvir toda a história a tempo. E então ele seria
para sempre um mistério que nunca consegui desvendar.
─Trabalho.
Eu reparei que as coisas ficavam bem para ele contanto que não tocassem
nas suas dolorosas cicatrizes pessoais.
─Ricos. – falei.
─Malvados.
─Uma parte vai pra Claire, o resto pra outro lugar. – ele respondeu,
cruzando os braços.
Ele está me evitando mais uma vez. Suspirei, ficando acostumada com
isso. Eu não posso ajudá-lo se não saber quais são todos os seus segredos.
Céus, eu sou tão impaciente. Eu realmente preciso trabalhar nisso.
─Compaixão. – falei.
─ Skylar. – ele disse com um sorriso, vendo meus olhos se erguerem para
ele. ─Skylar sente muita compaixão por Mathew. Não sente?
─Sim. – eu confessei. ─ Eu sinto muito por tudo que você passou, pelas
coisas que você me conta… como você vem sendo ferido todo esse tempo… e o
que isso está fazendo com você. Mas minha compaixão não vai te ajudar,
Mathew. Ela é inútil. Você conversar comigo, me deixar ver o que está te
machucando por dentro, e discutirmos isso, é o que vai fazer você se sentir
melhor e começar a se curar. Eu posso ser paciente e estou tentando ser, mas
não posso insistir em te fazer perguntas que você continua se recusando a
responder. Você não pode, por favor, me contar alguma coisa? Qualquer coisa?
Seja corajoso. Arrisque-se e confie em mim. Eu juro por Deus que não vou te
trair, Mathew. Eu me importo com você… muito.
─Eu pensei que a associação de palavras era pra ser fácil. – ele respondeu,
reclamando enquanto seus olhos encaravam a borda da mesinha de centro.
─Rezar.
─Isso importa? – ele olhou para mim, franzindo a testa. ─ Não existe
nenhum Deus, nenhum Papai Noel, e orações não são atendidas. Tudo na
minha vida é assim, porque eu deixei assim.
─Dinheiro.
─Injusto.
─Vida.
─Passa?
Ele hesitou. Uma tempestade acontecia atrás dos olhos dele e aquilo me
assustou um pouco.
Nenhuma resposta.
─Não.
─Não.
─ Por que você está fazendo isso comigo? Você não pode me concertar,
Skylar. – a voz dele estava abafada e os olhos molhados das lágrimas,
─É tarde demais pra mim, será que você não consegue ver isso? Apenas…
pergunte as coisas sobre minha vida atual, eu irei te contar todas as histórias
que eu tiver sobre o meu trabalho, mas por favor, por favor, não fale sobre ela
outra vez. Eu te imploro, Skylar. Escute, posso te contar sobre a Raven. Há
algumas histórias assustadoras.
─Por favor, Sky… – ele me beijou mais uma vez, a língua enroscando-se na
minha, o gosto de morango evidente nela. ─ Eu não quero discutir com você…
por favor… não podemos apenas…
Eu estava prestes a contestar, mas então ele afogou minhas palavras com
sua boca, e em segundos ele estava me pegando nos braços e senti meu corpo
sendo deitado sobre algo duro.
Eu nem conseguia vê-lo mais, mas o sentia a todo o momento, a língua
dele movendo-se com habilidade pelo meu clitóris. Caramba… o calor e a
umidade daquela BENDITA língua dele expulsava todos os pensamentos de
terapia da minha cabeça.
─Essa é a minha Skylar. – ele disse e sua boca movimentou-se pelos meus
lábios sensíveis e eu praticamente gritei outra vez com aquela sensação. ─
Apenas me deixe te satisfazer…
Em pouco tempo eu havia atingido meu orgasmo várias vezes, uma vez
após a outra, antes de ele sequer abrir o zíper da sua calça, colocar a
camisinha e me possuir ali mesmo no balcão.
Mathew POV
Skylar dormiu ao meu lado na cama naquela noite, e eu a abracei,
beijando o lóbulo da sua orelha mais uma vez enquanto ela começava a cair no
sono. Eu a tinha cansado com os joguinhos de hoje e, pobre Dra. Sky…
simplesmente não conseguiu pensar claramente o bastante para me fazer mais
uma pergunta sequer.
Eu me sentia um merda fazendo isso com ela. Mas eu não queria que ela
soubesse do meu passado, das minhas histórias dolorosas. Ela só teria mais
pena de mim e eu não queria pena nenhuma de ninguém, especialmente dela.
Skylar me pagou muito dinheiro, assim eu poderia lhe dar duas semanas
de prazer. E quanto mais ela pergunta a respeito da minha vida, mais tristeza
eu vejo em seus olhos azuis e mais eu me sinto como algum inseto nojento em
um frasco.
Eu queria aproveitar meu curto tempo ela, sabendo que uma vez que ele
tivesse acabado, nossos caminhos jamais se cruzariam novamente. É pedir
demais querer passar esse tempo com ela sem as complicações e os horrores
do meu mundo, para que eu possa me lembrar dele para sempre?
Alguém igual à Skylar nunca mais irá aparecer na minha vida. Eu não
quero que ela se lembre de nós e sinta-se triste por mim. Eu quero que ela se
lembre do meu sorriso, da risada que eu não soltava há anos, e a maneira
perfeita como nossos corpos se conectam.
Meu primeiro desejo seria apagar toda a dor e perda que meu bebê havia
passado. Meu dinheiro tinha reconstituindo o seu rosto e alguns de seus órgãos
internos, mas ela estava muito longe de estar curada. Enxertos de pele,
cirurgia plástica, as cirurgias constantes enquanto ela crescesse…
medicamentos para dor… vão custar uma fortuna… por anos e anos.
Eu nunca vou poder sair da Fire. Jamais vou poder ter Skylar para mim.
Nunca vou poder parar de me prostituir. Desejos não se tornam realidade
esfregando esses caralhos de lâmpadas.
Capítulo 12
Mathew POV
Dei uma espiada dentro dos cobertores e reparei que ela estava
apertando sua girafa de pelúcia e seu Pirata, seu favorito desde que nasceu.
O nome dele era Pirata porque Katie sumiu com um dos seus olhos uma vez,
então eu coloquei um tapa olho preto nele e Katie adorou. E assim, nasceu o
nome para o brinquedo. Ele era envelhecido e tinha mais manchas e marcas
de costura do que um veterano da Guerra Mundial, mas ela o amava demais.
Eu tinha aprendido a costurar neste bichinho, realizando milagres toda vez que
ela me trazia ele em lágrimas.
— Oh, sim. – curvei minha cabeça, amando o jeito dela, como sempre. —
Talvez se você for boazinha eu faço um escondido pra você amanhã no café da
manhã. Ok?
— Boa noite, papai… amu votê.. – ela disse bem fraquinho enquanto aos
poucos dormia com os braços em volta do seu bichinho.
Nota mental: Certificar-se que Katie escove muito bem os dentes amanhã.
Eu detesto a maneira como ela está vestida o tempo inteiro, vestidinhos
arrumados curtos demais, as meias finas pretas, os saltos altos… ela deveria
estar de camiseta e calça jeans, confortável e leve, alguém com quem Katie
pudesse se jogar no chão e brincar de montar lego.
Minha mãe sempre estava enfeitada o tempo todo, bonita demais para se
abraçar e sujar. Perfeita demais para ser tocada. Não, Mathew, não beije a
mamãe. Você vai estragar o batom dela. Vá brincar pra lá.
—Oi. – ela olhou para mim e jogou o seu casaco no sofá, seguindo para a
geladeira, sem sequer chegar perto de mim para um abraço ou um beijo, mas
agora isso era normal.
Algo dentro de mim suspirou por ela simplesmente jogar o casaco no sofá.
Acabei de limpar ali. Será que ela não sabe usar um cabide? Que bela dona de
casa eu estou me tornando.
—Oi. – não existia um tom alegre à minha voz enquanto passava pasta de
amendoim no pão.
Ela pegou um copo grande e encheu leite nele para ela, deixando muito
pouco no galão.
—Hey, Tanya. – fiz uma careta. — você pode deixar um pouco de leite
para o café da manhã da Katie, por favor? Vou comprar mais amanhã.
—Meu Deus, eu não posso nem tomar um copo de leite quando chego do
trabalho agora! – ela bateu a porta da geladeira com força.
Talvez seja falta de sexo. Eu sei que é um dos meus grandes problemas
ultimamente. Outro dia eu estava assistindo A Pequena Sereia com Katie e
fiquei duro vendo o corpo da Ariel. Eu preciso transar… urgente.
Até minha própria mão está ficando chateada comigo estes dias. Eu quase
posso ouvi-la lamentar. “DE NOVO?” toda vez que deito na minha cama
sozinho.
—Seu canalha! – ela gritou de volta com lágrimas nos olhos. — Eu estou
fazendo contatos! Estou mostrando meu trabalho para que talvez eu consiga
ser contratada! Então, quem sabe, poderíamos BANCAR dois galões de leite ao
mesmo tempo!
Isso foi um golpe baixo da parte dela. Ela sabe por que eu não pude
terminar a faculdade. E foi por causa dela! Eu cravei uma faca no fundo do seu
coração usando Katie… e eu me odiava por isso. Mas eu queria que Katie
tivesse nós dois. Eu não a quero sozinha e sentindo-se abandonada. Eu estava
amando por nós dois e não era o suficiente.
Katie quer a mãe dela e, porra, eu quero que ela tenha isso também. Sem
mencionar que, eu quero minha mulher.
Não era a primeira vez que Tanya gritava esta frase para mim.
Mais tarde, ela sempre dizia que não queria dizer aquilo. Mas estava
ficando cada vez mais difícil de acreditar nela.
Eu estava tão enfurecido e cheio de ódio que continuei escutando ela
chorar enquanto eu arrumava o lanche de Katie, acrescentando dois bolinhos
de chocolate e uma caixinha de suco. Eu escrevi o nome de Katie no saco de
lanche marrom e fiz coraçõezinhos e estrelas em cada lado dele. Eu ficava feliz
por poder mostrar meu amor para alguém.
Eu gostaria que não estivéssemos assim. Mas eu não tinha a menor ideia
de como consertar isso. Gostaria de poder abraçar, beijar e transar com ela
como costumávamos fazer. Mas ela se transformou em uma estranha para
mim. Ocupada demais, muito vazia quando está aqui, e invisível quando não
está. Eu gostaria de poder dar mais apoio e carinho… e de não estar tão
irritado o tempo todo. Eu queria que fôssemos uma família.
Após uns bons dez minutos, Tanya entrou de volta na cozinha dando
passos pesados, lágrimas e maquiagem sob seus olhos. Ela estava segurando
um envelope que tinha as palavras Kaitlyn Trenner.
—O que tem dentro dele? – ela me olhou de cara feia. — Dinheiro?
— Eu não vou dizer a ela que ela não pode ir. – sequei minhas mãos. —
Ela ganha tão pouco e nunca pede por mais. Então, sim, eu fiz o cheque. É
minha conta, também.
— Mas é meu dinheiro. – ela disse, com frieza.
Eu tinha que sair daqui agora, antes que dissesse mais coisas… eu a
estava magoando e sabia disso. Eu precisava sair para esfriar a cabeça por um
tempo. Coloquei furiosamente minhas mãos dentro da minha jaqueta, pronto
para seguir em direção à porta. Eu fazia bastante isso, durante uma discussão
particularmente pesada, e voltaria mais tarde, depois de ela estar dormindo.
Ela soluçou outra vez e senti eu me aproximar por trás dela, tentando
envolvê-la com meus braços.
Mas ela se afastou de mim, não chorando tão alto chorando agora.
— Eu levo ela comigo. – ela disse, ainda não olhando para mim.
— Levar para onde? – eu fiquei mais apavorado agora. Por mais que
doesse considerar minha vida sem Tanya, não havia nenhuma chance de eu
abrir mão de Katie. Ela é todo o meu mundo. Ela é meu ar.
— Você não tem condições pra isso, e você está sempre fora. –lembrei. —
Você também não vai contratar uma babá para cuidar de Katie o dia todo. Eu
sou tudo o que ela tem, Tanya. Você não vai fazer isso com a gente.
— Tá legal, esqueça isso. – ela falou com uma voz fria, sem me olhar. —
Nada de divórcio. Eu vou ficar, está bem? Satisfeito, agora?
Ela nunca tinha falado em divórcio antes. E, embora ela tenha dito
‘esqueça isso’, eu ainda estava com raiva e chateado. Ela não me ama mais.
Ela me odeia. Se ela tivesse dinheiro, ela já teria ido embora, com minha filha.
— Você sabe que é verdade. Eles nos deixaram em pedaços. – ela olhou
para mim e a solidão e tristeza refletiram nos meus próprios olhos, que
sustentavam o mesmo olhar apagado.
Ela merece alguém melhor do que eu, era o que eu estava pensando, mas
quando bati a porta e desci as escadas correndo, pude ouvir Tanya chorando e
me dei conta de como as minhas palavras soaram para ela.
Que ela não era boa o suficiente para mim. Merda! Eu quase voltei lá para
cima. Parei nos degraus do 6º andar e por pouco não subi os três andares para
me desculpar, para abraçá-la e beijar suas lágrimas.
Eu disse a mim mesmo que explicaria o que eu quis dizer com as últimas
palavras e conversaria com Tanya amanhã quando ela acordasse. Que eu não
deveria ter dito aquelas coisas cruéis para ela, e que eu estava muito
arrependido. Que eu não queria o divórcio e a amava. Eu diria isso tudo, para
fazê-la me dar mais uma chance.
Mas, às vezes você não chega a um amanhã. Às vezes, quando você fala
certas palavras para uma pessoa… aquelas logo se transformam nas suas
últimas palavras para ela. Eu tive um momento em que poderiater voltado
atrás e acertado as coisas com Tanya, e eu havia o jogado fora,
estupidamente pensando que eu teria uma vida inteira para conversar com
ela.
Eu estava errado. E eu iria me arrepender das minhas ações, de ter saído…
e das minhas últimas palavras para ela… para o resto da minha vida… todos os
dias da minha vida.
Eu não sentia nenhuma dor já fazia cinco dias. Isso é o que há de errado
comigo. Skylar é muito boa para mim e meu corpo não está acostumado com
isso. Ele queria punição novamente. Está praticamente… suplicando por isso.
Duas semanas não é tempo suficiente para Skylar ver o quão doente mental
eu realmente sou.
Ela, por natureza, é uma médica, uma pessoa que quer reparar e corrigir
tudo que está errado e ruim. Este é seu coração sensível e amoroso, e eu sei
que foi por isso que ela me escolheu. Eu sou o novo brinquedinho quebrado
dela. Estou estragado. Se eu não estivesse, eu não estaria aqui, sentado em
seu sofá, esperando ela me curar.
Claire tinha visto eu me queimar uma vez, depois de eu ter sonhado com
Tanya. Toda vez que eu pensava naquela noite, no sofrimento que eu tinha
causado nela e na minha Katie, a dor era irreal demais para lidar. Eu comecei
a achar que me queimar, como elas foram queimadas, me traria castigo, dor e
justiça. Aquilo fazia eu me sentir… um pouco melhor… o suficiente para que eu
quase pudesse respirar novamente.
Então, numa noite eu deixei a cama de Claire, no meio da noite, e fui para
sua cozinha enquanto ela dormia. Girando o botão do seu fogão, as chamas de
gás azul acenderam e eu o manuseei até ficar no fogo médio. Eu decidi
queimar minha palma, porque, quem se importaria com a minha palma ou
sequer a notaria na Fire? Eu não iria marcar meu corpo com cicatrizes se
pudesse evitar isso, Claire me descascaria vivo.
— Me dá sua mão… Mathew… por favor… estenda a mão… – ela estava
murmurando baixinho. — Eu só quero te ajudar… não… não.
Ela quer tanto me salvar. Eu gostaria de poder ser salvo. Ela se acalmou
um pouco e suspirou tranquilamente. Seus lábios mostravam um sorriso
enquanto eu fechava meus olhos e encostava meu rosto no ombro exposto
dela, viciado na pele macia e delicada dali.
Ouvir minhas próprias palavras me fez doer por dentro. Eu não podia negar
para mim mesmo que era verdade, mas eu também sabia que eu jamais
poderia dizer isso a ela, e que ela nunca poderia me amar em troca. E mesmo
se ela amasse, nós jamais poderíamos ficar juntos.
O amor é uma vadia malvada. Pior que Claire, Raven, e todo o resto delas
juntas. Eu odeio o amor. Ele me açoita todos os dias e suas correntes são
quentes e cortantes. E sua dor… eu nunca me acostumo… não consigo
suportar.
E agora, ele está atrás de Skylar… ele quer ferir seu corpo e coração, puros
e sem cicatrizes, me usando.
Mesmo agora, enquanto estou abraçando Skylar, minha mente viaja para
amanhã. Eu tenho uma participação naquele filme adulto à tarde, e depois
disso tenho que ir para Fire. Me pergunto se Skylar ainda quer ir até lá esta
noite para me “observar”.
Não, não posso pedir para ela fazer isso. Mas, ela disse que queria ver que
trabalhos eu faço. Neste trabalho, pelo menos, ela estaria permitida a ir e
sentar atrás das câmeras, como minha convidada. Decidi contar a ela sobre
isso e deixá-la escolher. Acho que daria um interessante capítulo na tese dela.
Com que frequência uma garota como Skylar tem permissão para acompanhar
os bastidores de um pornô?
Deixe-a ir. Ela vai me ver pelo que realmente sou e vai querer sair de perto
dessa droga. E não vai se apaixonar mais ainda por mim. Ela irá se salvar e
escapar.
Os músculos do meu rosto se contraíram, odiando a ideia de lhe pedir para
que fosse. Eu teria que me fingir de bobo de agora em diante, não mostrar a
ela que eu podia ver a tristeza brilhando em seus olhos. Que eu era apenas
aquele cara de alguns dias atrás, que a perguntou na mesa do restaurante
chinês se ela já tinha pagado um boquete antes. Era tão fácil até então, e eu
não sentia nenhuma vergonha do que eu era. Agora, alguns dias depois, eu me
sinto tão… repulsivo.
Andei sem roupa até a sala de estar e sentei no sofá, encarando o pequeno
gravador; o botão vermelho de gravação prendendo toda a minha atenção.
Estava bastante escuro aqui, e somente a luz da lua iluminava o interior. E
Skylar não estava me observando.
Eu apertei o botão de gravação e fechei meus olhos, deixando minha voz
falar:
(…)
Mathew POV
Hoje é sexta-feira, quinto dia.
Eu estava cantando na cozinha por volta das 7:30 da manhã, fazendo
nosso café, quando Skylar começou a se remexer na cama.
Eu gargalhei por um segundo, então fiz com que meus olhos e voz
ficassem sérios.
- Não, eu - ela começou, mas eu não deixaria ela negar alguma coisa.
- Por favor, Skylar - falei pegando sua mão e colocando na minha - Por
favor…me deixe dizer isso. Estive pensando a noite toda.
- Este é um arranjo muito tenso que criamos para nós mesmos. Terapia ao
longo do dia, aventuras sexuais durante a noite. E é minha culpa. - comecei,
esperando que minha voz estivesse gentil e sincera. - Não sou um bom
paciente, e eu nunca pensei que diria isso, mas, eu não sou fácil.
- NÃO! - ela gritou, agarrando meu braço - Não, Mathew! Nosso tempo
ainda não acabou! Você prometeu!
─Não, você não está indo embora. – ela afirmou, como um fato. ─ Você
me pertence e eu mando, lembra? Você vai ficar aqui, mesmo que para isso eu
tenha que te prender com corrente na cama, você entendeu isso, Trenner? Se
é assim que você se sente mais confortável, se este é como você gostaria que
eu falasse com você, então azar o seu! Não vou tratá-lo dessa forma, mas o
nosso negócio continua de pé. Você vai sofrer um novo tipo de tortura
agora, aprendendo a ser cuidado! Esse é o meu fetiche e você vai alimentá-
lo até que esteja satisfeito. Você é meu e você não vai sair até que o nosso
tempo acabou. Bom ou ruim, nós conversamos durante a terapia e ficamos
juntos.
Uau. Ela vai ser um grande psiquiatra, um dia…ou uma mulher dominadora.
Eu não queria ir. Me fez mal ao pensar em deixá-la. Mas eu queria que ela
tivesse a opção. Eu gostei do jeito que ela falou comigo agora, é como se ela
estivesse falando a minha língua por um minuto. Eu teria que ficar agora. Ela
disse as palavras para me segurar aqui. Ela é super inteligente. E eu estava
feliz. Então eu sorri e vi seu sorriso voltando para mim em troca.
Mais tarde, nós nos sentamos no chão juntos, comendo cereal e assistindo
desenhos animados. O clima era tão divertido e leve, e eu não sei como ele
ficou assim. Ontem à noite eu estava tão confuso, tão cheio de conflitos e
vergonha … e agora eu não parecia ter uma preocupação no mundo…no o
momento, de qualquer maneira.
─ Eu sei que fui mal na noite passada. – eu estava dizendo para ela com
um sorriso de menino em meus lábios. ─ Eu deveria ter respondido suas
perguntas. Sinto muito.
─Oh, eu vejo. – deixei um grande sorriso enrolar no canto dos meus lábios.
─Bem, então, hoje … vai ser muito esquisito e estranho para você, Dr. Skylar.
─ Por quê? - ela parecia nervosa, mas ainda sorriu de qualquer maneira.
Normalmente, eu não diria a ela o que disse no final da frase, mas se ela
queria honestidade…
─Punido como? - ela tentou parecer calma, mas parecia que ela realmente
queria saber.
─ O que eles vão…fazer com você? - perguntou ela com cuidado, com sua
cara brava.
─ Não, Mathew. – ela disse, terminando seu cereal agora. ─Eu disse a
você, você não vai me afastar para longe. Irei onde quer que vá. Eu estarei lá
para você. Eu posso lidar com isso.
Eu não podia fazer nada a não ser lhe dar o beijo mais apaixonado que eu
acho que eu nunca compartilhei com ela. Ela ainda deixou escapar uns sons,
surpresa com sua intensidade, enquanto eu deixei minha tigela de cereais cair
no chão e enrolei meus braços ao redor dela.
Não é tanto o que ela disse , mas a forma como ela tinha dito as palavras.
Tão verdadeiro, tão concretamente, eu realmente acreditava.Ela estava
comigo. Ela não ia me deixar e ela não me permitiu deixar ela. Ela é muito
mais forte do que parece à primeira vista.
Skylar riu. ─ Eu prometo. Vou sentar lá e assistir você sofrer e pensar, que
logo antes você me distraiu ontem à noite com sexo.
─ Boa menina. – eu beijei o seu queixo, depois levantei e a ergui em meu
ombro enquanto ela gritava, surpresa com o aumento repentino do chão. ─
Hora do banho. Você precisa se esfregar bem pesado depois da noite passada,
sua sujinha.
Skylar POV
Mathew deve saber o quanto eu me importo com ele e talvez ele esteja
usando isso como vantagem, dizendo que estava indo embora, então eu iria
implorá-lo para ficar. Porém eu não implorei, exatamente. Veio a mim o
pensamento de que ele estava se sentindo desfavorecido em relação a mim,
porque não tinha ninguém dando ordens a ele e talvez sua mente estava
sentindo falta disso. Ele estava se sentindo inseguro e fora de controle sem
esse hábito de ser mandado.
Então por um momento eu tive voz de comando. Eu o ordenei que ficasse e ele
me ouviu. Isso é ter poder demais sobre uma pessoa. Apenas alguém tão
doce, confiável e generoso como Mathew poderia se entregar por inteiro nas
mãos de outros assim como ele havia feito.
Gostaria de tentar tirar isso dele, quando é isso que me atrai para mais
perto dele? Eu teria em breve que sentar e escutar todas as minhas fitas e
começar a escrever algumas das minhas conclusões e suspeitas sobre ele
enquanto ele não estiver por perto. Quem sabe eu poderia mandá-lo dar uma
caminhada fazer uma corrida.
Alguma coisa terrível aconteceu com Tanya. Tenho medo de que ela esteja
morta.
Além disso, acredito que ele tenha um filho ou filhos em algum lugar. Os
desenhos do Bob Esponja e o seu comportamento de criança de vez em
quando mostravam isso. Realmente explicaria por que ele sente que está preso
nessa vida e jamais pode perder seu emprego, nas palavras dele. E acho que,
em algum ponto, Mathew levou essa criança para os pais dele, apesar da
maneira que eles o trataram, em um momento de desespero, e eles,
totalmente sem corações, fecharam a porta na sua cara.
Fiz uma nota mental para pedir ao meu pai para procurá-los. Talvez algum
acordo de paz podia ser selado entre eles. Há sempre dois lados de toda
história, certo? Talvez Mathew pudesse ligar para eles, se cara a cara for difícil
demais. Eu não estava ansiosa para a reação que receberia quando trouxesse
esse assunto à tona para Mathew. Mas, acho que desse jeito eu poderia obter
mais da história e, ao mesmo tempo, ele poderia começar a se curar se ele
perdesse um pouco do ódio pelos pais que ele tem dentro de si.
Não estou dizendo que ele deveria perdoá-los. Estou dizendo que ele
deveria se desprender da raiva que ele mantêm por causa deles.
E, em seguida, ele até desceu do táxi e abriu a porta para mim, pegando
minha mão e me ajudando a sair. Mathew deve ter lhe dado uma bela gorjeta.
Segui Mathew, que foi até o elevador e apertou o 10. Ele ainda segurava
minha mão e piscou para mim enquanto esperávamos. Eu me perguntava se
parecia tão assustada como me sentia.
─ Fique aí! – apontei para ele e fui para o meu canto do elevador. ─
Mathew, comporte-se.
Cristo.
Ela me humilhava. Dez vezes. Sua pele era impecável, e o cabelo estava
puxado para trás numa longa trança. Parecia seda. A maquiagem dela era
pesada ao redor dos olhos,e os lábios com um brilho coral. Seu vestido era
decotado e os seios muito volumosos, meio expostos para a nossa visão acima
dela.
Mas, como já sei disso se acabei de chegar aqui? Se meu pai soubesse
onde estou neste exato momento… Cristo! Ele me trancaria em um cinto de
castidade e nunca mais me deixaria sair do meu quarto novamente.
Mathew me segurava para perto, seu braço em volta da minha cintura, e
sussurrou, ─Última chance para mudar de ideia, Skylar. Você não precisa vir
comigo.
Eu queria lhe dizer que o amo, que odiava vê-lo passar por qualquer dor,
mesmo que seja dor de mentira, e que, se eu pudesse, lhe daria tudo o que
tinha e ele nunca mais teria que fazer essa merda de novo.
─Sim? – ele enfim perguntou, quando fiquei apenas o encarando sem dizer
nada.
─Certo. – tentei sorrir quando ele me deu um beijo breve e abriu a porta.
Neste quarto, fiquei aliviada ao ver três sofás grandes de couro, uma
geladeira num canto, e uma cama enorme no outro.
─Oi, George. – ele sorriu e apertou a mão do homem. Ele era de estatura
média, cabelo castanho comprido e enrolado, e um tanto acima do peso.
Deduzi que fosse alguém da equipe por trás das câmeras. ─ Skylar, este é
George, ele é nosso diretor hoje. George, esta é Skylar, minha assistente.
─E para começar, sem figurino, nu. – George falou para Mathew tão
indiferente quanto alguém que me pediria um hambúrguer.
─Não para essa. – George rolou os olhos. ─ Você sabe como essas
mulheres são.
Mathew riu e me levou pela mão para a sala de maquiagem. A sala era
grande, com cadeiras e espelhos na frente delas, incluindo três chuveiros na
parte de trás e pias, com toalhas no chão próximo ao local.
Uma mulher estava parada ali, falando no celular. Ela parecia à vontade,
camiseta e jeans, como eu; o cabelo vermelho num rabo de cavalo, a
maquiagem perfeita, e usava tênis branco, não saltos agulha. Ela virou quando
entramos e sorriu abertamente, desligando o telefone sem dizer uma palavra,
ela deu um grito agudo.
─ Skylar, esta é Red. Red, Skylar, minha assistente. Cuide muito bem dela
hoje, tudo bem?
─Cuidarei, cuidarei. – ela sorriu ainda mais largo para mim. ─ Prazer
em conhecê-la, docinho.
─Bem, você está adiantado, como sempre. – Red elogiou enquanto Mathew
encolhia os ombros, em seguida disse para mim. ─ Este aqui é um ótimo
menino.
─Ok.
─Ela está bem. – ele respondeu, sem dizer muito na minha frente.
Escutei quando Red contava a ele que uma mulher chamada Nikki Sinn era
quem iria dominá-lo hoje. Observei a reação de Mathew e ele pareceu sorrir e
revirar os olhos.Em seguida, Red começou a aplicar gel e ajeitar o cabelo de
Mathew. Parecia incrivelmente sexy.
Em cerca de meia hora, o rosto dele estava ainda mais lindo que antes – se
isso é possível – e Red retirou o pano dele e disse. ─ Você facilita tanto meu
trabalho, já é deslumbrante por si só.
Mathew riu e começou a tirar a camisa, tomando cuidado para não borrar o
rosto. Ele foi na direção das toalhas no chão perto do chuveiro e olhou para
mim, talvez com medo de que eu fosse embora ou não quisesse ver isto.
Sorri para ele, fingindo escrever no meu bloquinho enquanto ele tirava a
calça e a cueca. Oh, espere. Sou a assistente dele. Eu deveria estar lá. Fechei
meu bloquinho e me apressei, pegando suas roupas do chão e dobrando-as
organizadamente, ganhando um pequeno sorriso dele ao me assistir
interpretar meu papel.
Em seguida, fomos para o set, Mathew disse que o ajudava andar antes da
filmagem, sendo assim fomos para o espaço mais a frente. Ninguém estava ali
no momento, as câmeras estavam todas a postos e preparadas. Senti-me
nauseada imediatamente no “set”. Era uma um lugar que tinha uma minúscula
jaula, uma caixa de madeira, uma escada, e uma parede cheia de diversos
chicotes, mordaças, vibradores, correntes e ferramentas.
Também tinha uma caixa enorme onde podiam ser encontradas todas os
diferentes tipos de camisinhas e quando finalmente olhei para cima e vi o
rosto de Mathew, quase chorei.
─ Mathew? – eu disse suavemente. ─ Você não precisa fazer isso, você
sabe. A escolha é sua.
─Não é isso. – ele fez com que seus olhos olhassem dentro dos meus.
─Eu não quero que você veja isso. Pensei que poderia aguentar, você vir aqui
comigo… mas… não vai ser de mentira, Skylar. É real. Vão fazer coisas
comigo… coisas que você jamais deveria ter que ver. Acho que é como você
disse, eu estava tentando usar isso para te afastar. Mas, não posso fazer isso
com você. Por que você não vai pra casa e estarei lá logo que acabar aqui?
─ Então vem comigo. – eu disse, segurando a mão dele. ─Eu sei que você
não quer estar aqui também. Por favor. Vamos sair daqui. Vamos lá para fora
onde há sol e grama, por favor, Mathew.
Uma batalha interna estava acontecendo por trás daqueles delicados olhos
e então… ele sorriu para mim, parecendo uma criança desobediente.
Eu não pude acreditar, foi como um milagre. Ele pegou minha mão e me
levou pelo corredor, passando por algumas pessoas que não falaram nada para
a gente, e antes que eu percebesse estávamos fora do corredor, fechando a
porta 45 atrás de nós.
─Oh, espere, aqui! – ele falou abafando o riso e me puxou para outro
corredor enquanto eu ria e o seguia para dentro de outro quarto, que dizia 39.
Fiquei tão feliz em ouvir que ele tinha fantasias dele mesmo, era minha
primeira vez ouvindo a respeito disso.
Ele balançou a cabeça para mim, rindo de maneira divertida ao escutar por
um minuto mais ou menos.
─ O que está dizendo? – sussurrei.
Ele sorriu mais e riu baixinho, mas eu já sabia o que meu coração estaria
lhe dizendo se ele o escutasse: Eu te amo – Eu te amo – Eu te amo…
─ Você, Srta. Hayes, está muito doente. – ele jogou o roupão no chão e
virou-se para mim, trancando a porta.
─ Mathew, você vai arrumar confusão… com a Claire por isso? – perguntei,
preocupada.
Talvez deveríamos voltar. Não quero que Mathew seja machucado por ela
também. Mas, parece que não importa o que ele faça, ele está em problemas.
─ Shhhh… - ele colocou as mãos nos meus ombros e me deitou de volta na
mesa de examinar. ─ Você está murmurando coisas sem sentido.Está
extremamente desorientada.
Dando uma reclamação, segurei o termômetro ali e senti ele tirando minha
blusa.
─ Srta. Hayes, não fique assustada. – ele disse. ─ Eu sou médico, você
deve ser examinada direito.
─ Por favor, Srta. Hayes… não seja difícil. – ele disse. ─ Vou odiar ter que
sedar você.
─ Não! – tentei falar, mas Mathew veio até meu rosto e puxou o
termômetro da minha boca, examinando o objeto, e meus olhos o observavam
aflitos.
─ Shhhh… – Mathew deu a volta para minha outra mão enquanto eu
sacudia a primeira amarra ao meu lado, e em dois tempos minha mão
esquerda estava presa também. ─ Você está tão doente que pode alucinar e
ferir a si mesma, Srta.Hayes. Fique parada. Eu vou te ajudar.
─ Não estou doente. – sacudia meus braços um pouco enquanto ele ia até
a uma gaveta, retirando uma pequena bola de plástico com alças.
─ Exames de seios são muito importantes, Srta. Hayes. – ele disse com
autoridade, seus dedos beliscando os mamilos, me fazendo implorar com
rosnados abafados. ─ Seus seios são muito saudáveis… e lindos. – ele sorriu
para mim e se curvou, lambendo e mordendo eles, os lábios macios abrindo e
fechando enquanto eu continuava fingindo que estava com medo e resistindo.
as mãos dele descendo pelo meu estômago e encontrando meu clitóris,
movimentando-o em círculos de um lado para o outro, e choraminguei
inutilmente.
─ Srta. Hayes, você está muito doente para lutar assim. – Mathew advertiu
novamente, me agarrando pelos cabelos e olhando nos meus olhos, seu nariz
encostado no meu. ─ Pare com isso agora ou vou botá-la para dormir por três
dias.
─ NÃO! – tentei falar através da bola na minha boca. ─Não, por favor!
Fiquei quieta e fechei os olhos quando senti seus dedos deslizarem dentro
de mim, a umidade tornando a entrada dele bastante fácil. Gemi alto e senti
outro dedo… depois outro… Arqueei minhas costas e rosnei enquanto ele os
estimulava lentamente para dentro e para fora de mim.
Após eu já ter tido um orgasmo, ele levou a boca ao meu sexo e começou
a lamber, morder e sugar, separando meus lábios íntimos com os dedos,
lambendo mais fundo.
Finalmente, ele abaixou sua calça e seu magnífico membro rijo estava me
ameaçando como uma espada.
─ Agora, seja uma boa paciente, Srta. Hayes. – ele disse e me penetrou
completamente enquanto eu me arqueava outra vez, deixando escapar um
grito; amarrada e de pernas abertas, e amando quando meu médico recuou e
começou a me estocar lentamente.
Skylar POV
Havia uma alavanca de alarme de incêndio ali e ele a puxou; uma sirene
soando e água vertendo dos sprinklers no teto e chovendo em cima de nós.
─ Não sei, cara, me desculpe. – George disse segurando uma câmera com
uma toalha em cima dela. ─ Deve ser um incêndio no prédio. Pelo jeito está
cancelado por hoje. Terei que reprogramar isso. Vou ligar para Claire e
combino com você. Me desculpe.
Capítulo 13
Skylar POV
- Onde nós estamos indo? - Mathew estava sorrindo para mim enquanto eu
nos guiava para o 5º andar do meu prédio, para a porta que dava para o
telhado. Era uma área espaçosa, rodeada por bordas. Prédios, árvores e um
maravilhoso céu azul nos circulando.
- Que vista linda… - ele comentou, andando logo atrás de mim, a brisa
brincando com seu cabelo.
Seu rosto pareceu tão inocente para mim ali, e ele continuou parado,
olhando para mim.
Eu esperava que aquilo não fosse um erro. Esperava que ele realmente
quisesse dizer isso.
- Eu sei, Skylar. - Ele inclinou a cabeça e olhou bem nos meus olhos.
- Obrigada, Mathew.
- Pelo quê?
- Por não permitir que eu visse aquela tortura hoje. - Eu olhei para baixo,
nos meus tênis. - Eu teria enfrentado aquilo por você, mas teria sido tão
doloroso pra mim ver eles te machucando…
- Você não conta para elas nada sobre a gente? - Ele sorriu para mim, me
observando balançar a cabeça, seus olhos reluzindo no sol. - Por quê não?
- Não é que eu tenha vergonha de você nem nada! Muito pelo contrário,
mas isso é nosso. E eu não quero compartilhar com ninguém.
- Eu entendo isso…
Abri o zíper da minha bolsa no chão e tirei alguns cachecóis de lá, todos
pretos. Ele me estudou enquanto eu sorri, depositando um beijo em sua testa
antes de continuar falando calma e amavelmente.
- Você tem muito que não quer compartilhar, porque machuca demais. - Eu
disse, calmamente colocando um dos cachecóis em volta de seus olhos e
amarrando um pequeno nó atras de sua cabeça. - E você tende a ficar muito
tenso e desconfortável quando as minhas perguntas ficam muito difíceis. Eu
percebi que você tem problema em olhar nos meus olhos quando tem que
responder uma pergunta difícil. Eu pensei que…talvez…isso possa te ajudar um
pouco.
- Eu estou bem aqui. Estava certa? Você se sente melhor? Mais seguro?
- Sim, Skylar.
- Não esquece que você pode usar as palavras “Lo Mein” também. Se as
coisas ficarem muito difíceis, diga. E aí nós paramos. O trato funciona pros
dois. Não vou te empurrar contra sua vontade mais, assim como você nunca
faz nada contra a minha. Quero ser justa contigo, Mathew.
- Confie em mim, Mathew. Suas ideias são boas pra caralho. - Assim que
terminei a frase, ele gargalhou altíssimo por alguns segundos.
- Sim. - Sua resposta foi quieta, seu rosto estava apontado para o meu.
- Por que você gosta disso? - Coloquei minha mão em sua perna,
acarinhando, para assegurá-lo de que eu estava próxima.
Suas respostas eram boas e estavam vindo mais fáceis do que de costume.
Eu estava grata por isso…talvez olhar nos meus olhos faça com que ele se
sinta envergonhado do que ele tem para falar.
- E você gosta de sentir dor? - Toquei sua mão direita, sem conseguir
resistir à urgência de acariciá-lo quando ele se sentia daquele jeito. Queria que
ele sentisse meu amor, meu toque gentil e indolor enquanto estava sob minha
compaixão, ao invés de estar na agonia que ele normalmente se encontra.
Agradeci aos céus por ele não poder ver meus olhos agora e eu não
continuei nesse assunto por muito tempo.
- Não sinta. Você está indo tão bem Mathew! - Toquei suas pernas
novamente. - Fico feliz que você sinta mais facilidade em se expressar
vendado. Eu não achei que seria uma boa ideia.
- Ah, Deus, eu era terrível! - Ele riu depois da pequena confissão e logo
continuou - Uma semana depois de eu ser contratado, Claire jogou seus
menininhos novos para os leões na sexta-feira a noite. Eu treinei como rotina
dançar, mas eu estava tentando dançar como os outros caras lá…tentando ser
sexy e tudo mais. Eu fui péssimo! Lembro de ver Ryan dançando lá na plateia,
cubos de gelo e água sendo tacados em mim, e as mulheres gritando “PÊNIS!
PÊNIS! PÊNIS!” para mim. Graças a Deus eu tive outra chance.
- Sim.
- Ela é uma boa amiga também. Ela é a chefe, então ela as vezes pode ser
muito durona. Mas ela tem que ser, gerenciando aquele lugar sozinha. Ela é
muito esperta. E nos protege…todos nós, que trabalhamos pra ela.
- Bem…estou falando sobre você e ela agora. Sei que você fala muito bem
dela e isso é muito lindo da sua parte, Mathew. Mas você disse mais cedo que
ela te puniria se você não fizesse o filme hoje. Ela te machuca?
- Ela não teve que machucar por um bom tempo… - ele admitiu - eu não
torno as coisas difíceis para ela. Faço o que sou mandado.
- E se…você não fizesse o que ela quer? E se você nem aparecesse para
aquele filme hoje?
- Por que você confia tanto nela quando ela está te machucando? - Eu tive
que perguntar. Parece que ele estando vendado me dá um pouco de coragem
também.
- Por favor Skylar…é o que é. - Ele disse, sem raiva em sua voz - eu aceitei
isso há um tempo atrás.
- Você soa tão triste, Skylar… - Ele curvou sua cabeça na minha - Não fique
triste. Queria poder não falar sobre isso, assim poderia me concentrar 100%
em te fazer feliz.
Seus lábios calmamente procuraram os meus, e eu quase tremi com a
sensação que isso me causou.
- Você não quer ser feliz, Skylar? - Ele sussurrou, seus lábios se
entreabriram e se chocaram mais sobre os meus. Sua língua passou sobre os
meus lábios fechados. No momento que ele fez contado, fiz com que ele
entrasse. Sua língua quente estava ali…saboreando a minha.
- Eu acho que da próxima vez que transarmos, será fora. O que você acha,
Skylar? Da última vez você adorou a biblioteca…do começo ao fim.
- Ei, Mathew - falei com uma pitada de irritação - nós estamos na minha
hora agora.
Quando ele ficou pronto, levantou sua cabeça e acenou algumas vezes,
soltando um suspiro entrecortado, suas mágoas machucando-o internamente.
Segurei suas mãos nas minhas e acariciei-as, desejando não precisar fazer
isso com ele. Eu preferiria mil vezes ver ele gargalhando e livre…Mas queria
que fosse real, não uma atuação para me fazer feliz.
Balanço de cabeça;
- Então deve ter sido algum acidente…certo? - Falei o mais delicado que
pude.
Ele acenou.
- Por que você disse “passo” ontem quando eu disse a palavra “criança”? -
Perguntei, percebendo que não era uma pergunta de sim ou não, então
adicionei - você e Tanya tiveram um filho?
- Mathew, nada que você disser vai me afastar de você. Nada - confirmei
para assegurá-lo -, bom, ruim, feio…Sou sua amiga. Não vou te deixar.
Então, acenou uma vez. Sim. Tinha uma criança. Ou tem uma criança.
Rezei para que a criança não estivesse morta também.
- É um menino?
Balançou a cabeça. Não.
- Sim, Skylar.
- Isso foi o suficiente por hoje - eu disse, minha mão direita se movendo
em seu rosto, acariciando com as costas da minha mão.
- Mathew… - eu sussurrei, atraída pela sua inocência e pelos seus olhos cor
de avelã. Agarrei os cabelos de sua nuca com meus dedos, depositando
pequenos beijos quentes por toda sua boca, do canto para o meio. Ele
começou a retribuir o beijo, adicionando fogo e paixão.
- Skylar… - ele respirou, me beijando com mais afeição ainda por entre
meu maxilar - Skylar…
- Shhh…está tudo bem - fechei meus olhos e deixei meu abraço o circular,
desejando que isso fosse o suficiente para enxugar suas lágrimas para sempre
-, nós não temos que dizer nada mais.
15h, Mathew fez sua ligação e eu desci para o apartamento para convidar
Julie e RIley para ir na Fire naquela noite. Ambas tinham muitas perguntas e
eu disse que conversaria com elas sobre isso mais tarde naquele dia.
- Não, mas você vai - ele sorriu, jogando algumas coisas na minha cama -,
eu quero ver a vadiazinha que tenho fodido hoje de noite. Você vai vestir isso.
E faça sua maquiagem da maneira que fez para a biblioteca. Aquilo te deixou
fodidamente gostosa.
Como se tivesse lido minha mente, ele veio e levantou meu queixo com
seus dedos.
- Você é sempre gostosa, Skylar, então não me entenda mal. Agora vem
dar um banho em mim.
Com isso, ele me puxou para segui-lo no que ele se dirigiu para o banheiro.
Mathew POV
Não dá pra acreditar. 5 dias. A porra de 5 dias e eu praticamente contei
tudo pra ela. Tudo que eu nunca queria que ela soubesse.
Que tipo de poder essa mulher tem sobre mim? Por quê eu não consigo
resisti-la?
Isso não deveria ser tão difícil. Skylar já me viu em ação na Fire. Ela sabe o
que eu faço lá.
Ótimo, isso foi antes dela te conhecer. Agora ela te segura durante a noite e
curva suas pernas em volta das suas enquanto você dorme. As coisas são
diferentes agora. Mesmo quando ela não me conhecia, ela me salvou daquela
mulher monstro. Ela está começando a se afeiçoar demais por mim. Eu posso
sentir isso em cada toque seu, suas palavras são repletas de compaixão e
importância.
Eu não quero que ela sinta pena de mim e ela não parece sentir. Uma vez
que a terapia acabar, ela é minha garota outra vez. Ela não disse Lo Mein uma
única vez. Eu não queria dizer, também. Quero contá-la toda a minha história.
Quero que ela esteja lá e me segure enquanto eu digo as coisas.
Vai machucar tanto quando essas duas semanas acabarem…E o pior, vou
ter que esconder isso. Claire não pode ver que eu me importo com um outro
alguém. Não pode me ver depressivo pelos cantos. Seus braços não seguram
ninguém, e suas palavras cortam.
E não foi um boquete por pena. Ela estava selvagem. Parecia que ela
realmente queria me beber, todo de mim. Eu até gritei algumas vezes. Óbvio,
de um modo muito masculino.
Fico feliz que ela queira vir comigo. Parte de mim sabia que poderia ser
difícil para ela me ver trabalhar, mas no meu caso, aquele era meu trabalho
mais fácil, comparado aos outros.
Deus…Skylar está tão sexy na roupa que escolhi para ela. Mini saia, laço
preto que mal cobria sua bunda…meias pretas, ankle boots, salto agulha…e
para seu torso, combinamos uma blusa branca transparente com um top preto
que rasguei um pouco no meio para expor um pouquinho os seus seios.
- Dá pra você sentir, dentro de você? - Coloquei a mão entre suas pernas,
nem ligando para as pessoas em nossa volta, e senti a calcinha branca de
renda que escolhi para ela. Queria que ela tivesse correias, mas, infelizmente,
não. Teria que pedir para suas amigas levarem-na ao shopping no fim de
semana. Ela está desesperadamente em falta de algumas coisinhas sexys.
- Não - ela estremeceu um pouco no que seus olhos brilharam para mim,
tão sensual…o sombreado, o delineador…os lábios carnudos cobertos por
gloss…o leve avermelhado em suas bochechas…
Acionando-se no repente, ela arfou mais alto, arqueando mais ainda suas
costas. Seus punhos cerraram e aproveitei a oportunidade para movê-la um
pouco, para inclinar-se de lado no meu peito, e forcei seu queixo para cima
com uma mão, fazendo seu rosto se virar para as pessoas na fileira do nosso
lado.
Minha outra mão escorregou para dentro de sua blusa, beliscando seu
mamilo, torcendo um pouco. Suas botas bateram contra os assentos de
plástico que suas pernas estavam descansando.
- Muito bem, Skylar. Você é uma boa menina - elogiei-a, beijando seus
lábios e esfregando meus dedos para cima e para baixo embaixo do top que
ela estava usando.
Ela gemeu alto, tentando ficar quieta. Eu quase gargalhei. Todos em nossa
volta tinha os olhos colados em nós já, mas isso não importava realmente.
- Você gosta do jeito que isso te faz sentir, não, Skylar? - Rosnei em seu
ouvido, ela arquejou e estremeceu.
- Mais alto.
- Me beije - ordenei logo após, e ela agarrou meu cabelo e empurrou sua
boca na minha, devastando minha boca com um beijo molhado e brutal. Seus
quadris balançando um pouco no que minhas mãos se direcionaram para sua
calcinha, apertando-a com meus dedos.
Wow. Skylar, a garota má está ardendo em chamas! Ela está indo tão bem
desde que entrou no Instituto Mathew Trenner Para as Futuras Garotas Más da
America.
Eu lambi, mordi, e beijei o mamilo, até ficar duro. Eu amava os sons de
grunhidos e gemidos que Skylar fazia. Ela não estava nem tentando ficar
quieta mais.
Eu amava a maneira na qual ela estava me obedecendo sem nem hesitar.
Não posso esperar para brincar de escravo e dominador na próxima semana!
Que maravilhosa bênção ela ter alguns dias de folga da escola. Ela vai ser
minha escrava por dias!
Apertei o botão para parar com as vibrações de uma só vez e seu corpo caiu
molemente nos meus braços. Seus olhos abriram e olharam nos meus com
descrença.
Eu ri e beijei seus lábios, arrumando seu top, então seu seio estava vestido
novamente. O trem estava parando, então cutuquei ela na bunda com meu
dedo, comandando- a a levantar.
- Ohh, você gostou daquilo, não? - Andei lado a lado com ela agora,
orgulhoso de sua coragem.
- Eu amo trens.
- Bem, agora, graças a você, toda vez que eu entrar num, vou estar
excitada e entediada. - Ela corou um pouco.
─Então… você não tem carro? – ela perguntou, depois que comemos e
atravessamos a rua. Me perguntei de onde veio essa vontade de saber isso, de
repente.
─ Tenho sim. –eu disse. ─ Só que eu nunca vou trabalhar de carro. Outra
regra que aprendi da pior maneira. Namorados ou maridos ciumentos… Às
vezes eles andam do lado de fora durante a noite, esperando para atacar a
gente. uma noite, eles destruíram de verdade meu pobre bebê antes de eu
sair. Depois, tentaram me destruir.
Eu quase contei a ela que Claire havia consertado todo o meu Volvo,
deixando-o novinho em folha, mas, por alguma razão desconhecida, não disse
isso.
─ Não sou um cara de artes marciais. Sei como brigar sujo. Briga de rua.
Não é legal como nos filmes. – eu ri da sua comparação.
─ Hey, bro! – Ryan sorriu quando nos viu e levantou, oferecendo uma fatia
de maçã.
Eu peguei uma, assim como Skylar, quando ele indicou o pequeno pote de
plástico da fruta ao seu lado.
─ Oi, Ryan. – ela deu uma risada nervosa, não acostumada com a atenção
vinda dele.
─ Então, Skylar, esse idiota está te tratando bem? – ele perguntou a ela,
me ignorando agora enquanto eu mastigava minha fruta.
─ Isso é porque não quero que mais ninguém tenha você. – eu disse e
imediatamente quis me chutar. Era verdade, mas eu não queria magoá-la.
Ela estava sorrindo e não agia de maneira suspeita, sendo assim deixei
aquilo de lado e disse para Ryan. ─Claire já chegou?
─ O cara vampiro outra vez. – ele sorriu com crueldade. ─ Você esteve fora
a semana toda, então esse é seu castigo. Todo mundo odeia fazer ele.
─ Vem. – desisti daquilo e a levei para dentro pela porta dos fundos, minha
voz macia e carinhosa agora. ─ Você pode ajudar a passar óleo em mim. Não
sei por que, mas acho que vou gostar muito mais das suas mãos nas minhas
costas do que as de Ryan.
Ela riu e me seguiu, mas ao invés de entrar no vestiário, a levei até a área
principal vazia da boate. Não havia ninguém ali, como Ryan disse.
─ Uau, não é tão ruim, tipo, com todas as luzes acesas e ninguém por
perto. – Skylar comentou enquanto eu abria a jaula do vampiro e me
certificava se estava razoavelmente limpa.
A porta da jaula bateu atrás de mim e minha cabeça girou, vendo ela do
outro lado, me sorrindo diabolicamente.
Ela estava ficando muito boa em jogar. Adoro isso .Minha língua passeou
por cima da garganta dela, sugando a pele e beijando cada veia e músculo
disponíveis ali para mim. Rosnei satisfeito e ela gemeu também, gostando
tanto quanto eu.
Adiantei-me para dar uma mordida, mas ela se lançou para trás, zangada
dessa vez.
─ Você vai ficar sem jantar hoje à noite, só por causa disso. – ela me
castigou.
Nós rimos enquanto ela fechava a porta às suas costas. Abri minha boca
para impedi-la, mas era tarde demais. Ela apertou minhas costas nas barras e
me beijou, e apertei o botão no bolso do meu jeans novamente, dando a ela
uma leve vibração interna.
─ Sim. – sorri, enterrando meus dedos nos seus quadris e segurando eles
nos meus enquanto meu membro endurecia.
─ Ryan vai ficar sentado lá fora por mais uma hora. – informei, deslizando
as alças nos ombros dela com rapidez, forçando-as até sua cintura, revelando
os seios perfeitos, depois levantei um pouco a saia, afastando sua calcinha
para o lado. ─ E mais ninguém vai estar aqui por algumas horas…
─ Você não tem camisinha. – Skylar pensou que havia me pegado aí… mas
eu já tinha me preparado para isso.
Ela gritou, assim como eu… sua entrada continuava tão apertada, e me
espremia cada vez que eu entrava, me segurando com força como se amasse
prender meu corpo a todo o momento.
─ Eu queria fazer isso com você desde aquela primeira noite em que
entrou aqui. – eu disse em voz entrecortada enquanto me movia dentro dela,
meus dedos acariciando seu bumbum. ─ E sei que o vibrador ainda está dentro
de você… zumbindo enquanto eu te fodo…vamos aumentar um pouquinho,
tudo bem?
─ Isto vai fazer você perder essa sua brilhante cabecinha, Skylar.
─ Você não tem força de vontade ou motivo para se controlar. Então, grite
agora… grite pra mim, vadia!
Não demorou muito até ela estar gritando. ─ PORRA! PORRA! – com todo
seu fôlego, todas as inibições e timidez uma lembrança.
Empurrei seus seios nas grades, levantando as pernas dela com os braços,
de modo que seus pés não tocavam o chão, estavam levantados e chutando
inutilmente, e minhas mãos seguraram as barras em cada lado, estocando com
mais e mais vigor, eu mesmo era um animal agora… rosnando e ofegando
sobre suas costas semi nuas.
─ Não importa o que você veja hoje à noite… – gemi. ─ saiba disso… que te
fodi nesta jaula… que você é minha vadia… e que vai me levar pra casa com
você mais tarde… e então, quero te foder bem no terraço.
Com extremo cuidado, abaixei as pernas dela e facilitei seu corpo até o
chão da jaula enquanto ela descansava, repousando a bochecha nas grades,
segurando-se nelas.
─ Vem cá, abra elas pra mim… - tranqüilizei minha voz ao separar suas
pernas e estender a mão, inserindo dois dedos meus, fazendo-a arquear as
costas e soltar um grito, agarrando as barras com força.
─ Shh, shhh… tudo bem… – tive que induzir o toque mais a fundo para
encontrar o vibrador e reposicioná-lo no lugar, logo acima dos seus lábios, e
não fundo demais, aquilo só seria doloroso para ela, não prazeroso.
─Prontinho… me desculpe por isso, Skylar.
─ Não. – ela pensava que eu estava brincando, mas aparentava estar com
medo.
E assim ela fez. Não havia nenhuma maçaneta aqui para abri-la. Então ela
tentou passar as mãos pelas grades para pegar a alavanca por baixo e abrir a
porta, porém os braços dela nunca alcançariam a tranca.
─É engraçado ver outra pessoa tentar escapar da jaula, para variar. – eu
disse cruzando os braços.
Eu estava sorrindo até escutar sapatos de salto alto ecoando pelas escadas
que levavam ao escritório de Claire.
Caralho.
─ Skylar. – coloquei minhas mãos nos braços dela. ─ Levante… fique atrás
de mim.
Ela não parecia entender, mas obedeceu. Arrumei sua blusa e abaixei
depressa sua saia no lugar enquanto os passos continuavam se aproximando.
Assim que alcançou o final das escadas, Claire virou-se e agora estava no meu
campo de visão.
─ Oh, tem uma amiguinha aí com você. – ela continuou sorrindo e olhou
para Skylar, de cima a baixo. ─ E ela é bonita também.
Claire não fez nenhum movimento de abrir a porta ainda, ficou ali, do lado
de fora da jaula, passeando em volta para dar uma melhor avaliada em Skylar.
─ Você deve ser a Skylar. – ela disse com um tom gentil enquanto eu
assistia igual um predador, esperando que as presas de Claire não se
revelassem.
Sim, eu sou Mathew e tenho esperma no meu jeans, posso ser libertado
agora?
─ Sim, Claire. – sorri, deixando Skylar sair primeiro, comigo segurando sua
mão para apoiá-la. Ela saiu e eu estava prestes a segui-la, mas Claire fechou a
porta na minha cara com uma batida, quase prendendo meu pé.
Skylar olhou para trás, para mim, com preocupação no rosto quando Claire
a pegou pela mão e sorriu, dizendo. ─ Venha aqui e sente-se. Você é uma
cliente agora e quero ter certeza que esteja satisfeita, Skylar.
Meus olhos pareciam estar rodeados por buracos ocos enquanto elas se
sentavam a uma mesa bem ao meu lado. A jaula ficava em um nível superior a
mesa. Os olhos de Skylar permaneceram em mim e ela me deu um sorriso
forçado para me tranquilizar.
─ Na verdade, não sou uma cliente. – Skylar disse com a voz fraca e
respeitosa, parecendo muito desconfortável ali com Claire.
─ É claro que você é. – Claire sorriu e piscou para mim. ─Você pagou por
ele, seu cheque deixou isso claro, e você está fodendo com ele.
Oh Deus, como seria humilhante me ajoelhar após ela ter mandado, em
vez de tentar ajudar Skylar. O que ela pensaria de mim? Ela me veria como
um fraco agora.
─ Não olhe para ela, eu disse DE JOELHOS! –Claire debochou, sem sequer
se virar para me olhar.
Fiquei joelhos fazendo um choque alto e raivoso com o chão, meus punhos
ao meu lado, minha cabeça voltada para nenhum ponto em específico,
envergonhado diante de Skylar.
Vadia. Filha da puta, desgraçada, rainha das putas, queime no inferno por
toda a eternidade, vaca maldita!
Ah porra… o que faço agora? Antes que eu pudesse pensar em qualquer
coisa, a voz de Claire se elevou.
─Ele não irá me desobedecer. Ela sabe o lugar dele, Skylar. – Claire me
lançou um rápido olhar enquanto eu permanecia imóvel, odiando a mim
mesmo por escutá-la. Odiando a mim mesmo, ponto final.
Em seguida, ela falou para Skylar, a voz ainda educada, porém imponente.
─ Só vou dizer isso uma vez, Skylar Hayes. E vou ser gente boa porque
você é uma cliente. Mathew não é seu. Ele é meu. Você está alugando ele,
como um DVD. Você pode se aproveitar dele como preferir e se divertir com
ele, sem dúvida, mas quando terminar, limpe-o muito bem e certifique-se de
devolvê-lo à loja na mesma condição em que ele a deixou. Porque existe um
fila de pessoas esperando sua vez. Espero que você não se ofenda. Eu
realmente gosto de você, Skylar. Mas só precisava deixar as coisas claras.
Skylar não respondeu e fiquei agradecido por ela ser esperta demais para
se atrever. Seria muito desagradável e depois, Claire me mandaria deixar
Skylar. E iria me matar perder os próximos nove dias com ela. Me mataria
perder um hora com ela.
Eu gemi, socando meu punho no espelho, odiando meu rosto e espírito
fracos. As dobras dos meus dedos umedeceram e arderam um pouco, mas não
liguei. Virei para a parede de cimento à minha direita e lancei meu punho
contra ela repetidamente, rosnando e deixando a dor se espalhar, me
acalmando um pouco.
Por que ela fez aquilo? Claire nunca se desviou de seu caminho para me
humilhar da porra daquele jeito, a menos que uma cliente pedisse por isso. E
Skylar… o que ela deve pensar de mim agora… Fechei meus olhos e imaginei
um olhar de pura repulsa no seu rosto e aquilo me matou por dentro.
É a Skylar. Tenho que me acalmar. Tenho que conter minha raiva… estava
ameaçando transbordar.
Claire me chamou de DVD. Cristo! Eu deveria ter dito a ela para ir se foder.
Aham, acorda!, eu estaria morrendo de fome em uma semana. E Katie jamais
conseguiria fazer o resto das suas cirurgias plásticas. Eu precisava parar de ser
um gay e continuar com o show. Eu tinha que ser obediente e não reclamar.
Ela gosta mais de mim dessa forma.
─ Mathew… – ela parecia um pouco triste novamente, mas não deixei ela
dizer mais nada. Eu queria esquecer o que Claire fez e fingir que nada
aconteceu.
Seus olhos pareciam um pouco molhados, mas ela se obrigou a sorrir para
mim e concordar.
Eu a beijei outra vez, a segurando pela nuca e Ryan se virou, sorrindo para
nós e resmungando.
Ela é tão inteligente. Eu sabia que ela estava tentando fazer o mesmo que
eu havia feito, assumir uma expressão alegre e esquecer os últimos minutos,
porque falar ou pensar a respeito daquilo agora seria simplesmente
insuportável.
Mais tarde, após eu ter terminado estar pronto, era hora de colocar minhas
lentes.
─ Esta noite vai ser o vampiro malvado. – eu disse, minha voz um pouco
esquisita por causa das presas na minha boca.
─ Legal. – Skylar sorriu. ─ Isso irá te permitir botar pra fora um pouco de
raiva reprimida…
Sorri de volta para ela, sabendo bem o que ela queria dizer. E coloquei
minhas lentes vermelhas.
─ Oh meu DEUS! – Skylar parecia com medo de mim com aqueles olhos.
─Essas são HORRÍVEIS, Mathew!
─ Não são? – exibi minhas presas e grunhi para ela. Ela deixou escapar um
gritinho agudo, correndo para longe de mim, fazendo eu e Ryan gargalhar.
Depois, alguns dos outros dançarinos desta noite deram as caras, pegando
suas tarefas e vestindo-se para elas. Skylar foi especialmente engraçada
enquanto me ajudava a passar óleo.
No começo ela estava com um pouco de nojo da textura pegajosa do óleo,
mas então, quando ela o esfregou no meu peito e no meu abdômen, e o cheiro
da minha pele juntou-se com a flagrância do óleo, ela se encantou… e se
divertiu bastante na hora em que me virei e deixei que ela trabalhasse nas
minhas costas.
Eu dizia coisas como: nunca, ela é minha. E Skylar corou ainda mais.
Eu simplesmente não conseguia parar de dizer coisas desse tipo. Minha
boca grande é tão estúpida. Eu não queria que ela pensasse que eu não a
deixaria seguir em frente quando nosso tempo acabasse. Eu não me tornaria
um garoto de programa perseguidor. Eu a deixaria ir, sorrindo, agradecendo
por este mágico e breve pedaço da sua vida… e faria ela nunca se arrepender
de ter me escolhido.
É em horas como essa que fico feliz em ser um bom ator. Isso iria exigir
um certo esforço.
A beijei de volta, sorrindo para ela com toda a doçura que eu poderia
fingir.
Ela em nenhum momento me pediu desculpas por nada que fez. Apenas
agíamos como se aquilo nunca tivesse acontecido. Ela preferia dessa maneira.
─ Oi chefe linda. – eu disse em resposta, esperando que ela pensasse que
eu não estava guardando nenhum rancor.
─ Venha, minha criatura malvada… – ela puxou minha coleira ao começar
a andar pelo corredor escuro. ─ Hora de cruzar a linha.
Capítulo 14
Skylar POV
Eu tinha contado as meninas toda a história com a Claire e como ela tratou
o Mathew. Eles ficaram bastante chateadas, também, mas as reações que
vieram em seguida foram ainda mais pertubadoras.
Julie tomou um gole da sua bebida e disse. ─ É uma pena, mas o que você
vai fazer a respeito? Você não pode mudar isso. Lugares como esse são
comandados por mafiosos e gângsters, você sabe. Então como você pode
saber que Claire não é a filha de um desses caras? È melhor você deixar isso
quieto.
─ Ele é realmente muito bonito e doce e eu sei que você gosta dele,
Skylar… e que está tendo relações com ele….mas… ele me parece bastante…
problemático. Quero dizer, sim, ele é um bom tema para o seu trabalho da
faculdade, mas se eu fosse você eu diria a ele que você não quer ser envolvida
em toda essa história. Esses são os problemas dele, não seus. O que eu quero
dizer é, não tem como você ter um futuro com esse cara, Skylar.
Porém toda vez que eu fecho os olhos, eu o vejo. Toda vez que eu vejo seu
rosto, eu o quero. Toda vez que nos beijamos, eu quero o seu amor. Eu quero
estar na vida dele. Eu quero morrer segurando a sua mão. Eu não vejo um
prostituto, um brinquedo, ou escravo, ou até mesmo uma pessoa
problemática. Eu vejo só o Mathew…e eu o amo…completamente. Não existe
saída para mim, eu estou presa à ele agora. Só que eu não quero ser solta.
Em seu coração, ele ainda era o escravo dela. Era uma posição escura – o
lugar dele – nas palavras de Claire, mas como ele disse, ele era desejado ali.
Ele está protegido. E talvez pertencer à ela, uma mulher fria e cruel, seja
seguro para ele. Ele não tem que se preocupar com se apaixonar novamente
com ela como sua parceira, e depois, há a assistência financeira que ela
parece dar a ele.
Ryan foi o primeiro a chegar aqui esta noite. Ele deve ter a chave. Eu me
pergunto se ele pode ser confiável na causa contra Claire. Provavelmente não.
Ele pertence a ela, também.
─Mathew não vai parar de trabalhar aqui, Skylar. – ele disse, sem tentar
soar ameaçador, mas sendo direto ao ponto. ─ Claire é dona dele, ela não vai
desistir. E ela não é alguém que você enfrenta, Skylar. Não a subestime. Ela é
perigosa. Apenas… termine seu tempo com ele… divirta-se… e depois o
esqueça. Isso pode ficar realmente nocivo se você tentar tirar Mathew dela. Ela
não é sempre má com ele como você viu agora a pouco. Com ele, geralmente,
ela é bem legal. Ela dá festas fantásticas no aniversário dele, pelo amor de
Deus! Até mesmo lhe deu um quarto aqui, quando ele não conseguiu encontrar
um lugar para morar.
─Ei, garota, pega leve. – Riley sorriu, me observando abrir meu bloquinho.
─Oh, você trouxe isso pra cá de novo?
─Eu sei que vocês duas estão aqui para darem olhadelas em homens nus,
mas eu estou fazendo minha pesquisa. – sorri dissimuladamente, fazendo uma
anotação no papel na minha frente, estreitando os olhos para ser capaz de
enxergar um pouco ao escrever:
Mathew tem uma filha, ela está viva – em algum lugar. Ele a sustenta financeiramente.
Chances de ele abandonar esse estilo de vida estão diminuindo.
Um acidente aconteceu. Tanya está morta. Sequelas para a criança?
Eu parei. Mal conseguia ver o que estava escrevendo aqui e então ouvi a
voz de Claire, amplificada pelo microfone.
Prestei atenção nas mulheres desta vez. Elas todas se viraram na direção
do canto onde Claire tinha entrado com Mathew da última vez. Estou supondo
que muitas dessas mulheres são clientes fixas, e talvez tivessem esperança
que Mathew fosse o vampiro hoje à noite.
Eu não queria olhar, mas meus olhos queriam ver Mathew, mesmo se isso
significasse que ele estava sendo arrastado pelo chão em uma coleira por
aquela vadia. Olha! Essas bebidas, seja lá o que forem, estão fazendo efeito!
Eu me sinto tão… violenta.
─Vem aqui, sua COISA malvada! – ela estava lutando nas sombras, em
seguida uma luz branca os encontrou, iluminando a cena. ─ Este é o nosso
vampiro. Por favor, não o toquem ainda, até ele estar dentro da jaula, garotas.
Ele é extremamente perigoso e não se dá muito bem com os outros.
Claire estava tentando arrastar Mathew pelo pescoço para dentro do clube,
só que dessa vez ele não parecia tão fraco e não rastejava como da última vez.
Ele soltou um rugido selvagem e deu um puxão para trás com a corrente,
mostrando que sua força era maior que a dela. Claire gritou e se esforçava
para manter seu aperto na corrente.
─NÃO! – ela gritou. ─Pare com isso! PARE! Você vai ter o que merece,
rapaz!
─Amigo… – Claire tentava falar com doçura na voz. ─ Amigo, garoto… não
fique com medo… ninguém vai te machucar.
Ele inclinou a cabeça para o lado, e ouviu uma mulher atrás dele, em uma
mesa, dizer alguma coisa em voz alta como: “─ Eu machucaria ele!”
E aqui vai o copo número seis! Virei meu copo em um longo e único gole
naquela hora. Ou era o quinto copo? Oh, quem se importa?
De repente, senti algo no meio das minhas pernas, uma vibração fraca e
gostosa, extremamente quente e confortante.
“Não importa o que você veja hoje à noite, saiba disso… que te fodi
nesta jaula minúscula e que você é minha vadia…”
Lembrei de sua voz dizendo aquilo para mim e minha mão apertou a
beirada da mesa, em seguida a toalha, torcendo-a num aperto forte em meus
dedos vermelhos, minha boca se abrindo enquanto minha língua lambia meu
lábio superior, minha calcinha começando a ficar molhada e quente.
Ao mesmo tempo, Claire enlaçou a corda no pescoço dele e deu um puxão,
ligeiramente sufocando o vampiro seminu no chão abaixo de si.
─Nada de provar as clientes! Você sabe disso! Você vai aprender isso esta
noite, seu bastardo! – Claire reprovou, enfiando o cajado no meio das grades e
ferindo o vampiro, que protestou. ─Perdoem-me por isso, senhoritas. – Claire
ajeitou um pouco seu cabelo e sua saia. ─Vamos lidar com ele mais tarde esta
noite. Acho que uma punição severa está nos planos, não acham, garotas?
Odeio esta mesa. É longe demais da jaula. Acho que eles pensavam que
estavam nos fazendo um favor, nos deixando sentar bem ao lado do palco,
mas na semana passada a mesa era melhor. Mathew até se esticou da jaula e
roubou meu notebook, de tão perto que ele estava de mim naquele dia. Eu
quero ficar lá de volta.
Não fique brava, não fique brava… é tudo atuação, não se esqueça disso. É
o que Mathew me disse… Oh, beleza, meu terceiro drink está aqui! Eles são tão
suaves! Seja lá o que forem.
─Sky vai ficar um perigo esta noite, isso é evidente. – Julie sorriu, bebendo
seu drink vermelho.
─Oh, deixe ela em paz. – Riley disse. ─Ela nunca fica bêbada. E hoje pode
não ser fácil pra ela. Aquelas mulheres estão praticamente com as mãos
dentro da calça do Mathew.
─Onde? – eu fiquei em pé, pronta para arrancar os cabelos das vadias, mas
Julie me puxou para baixo pelo braço.
Julie fez uma careta para mim e revirou sua bolsa, dando a Riley uma nota
de vinte dólares.
─Vai ficar tudo bem, Sky. – ela disse de forma meiga. ─ O primeiro amor é
sempre o mais difícil. Você vai esquecê-lo, uma hora ou outra. Demora um
pouquinho, mas estaremos aqui para você.
E logo depois, uma vibração muito rápida instalou-se no meio das minhas
pernas. Acredito que Mathew tenha dado uma olhadinha em mim e visto
minhas mãos na minha cabeça.
─ Não.
Puta merda! a coisa está posicionada um pouco para o lado agora, dentro
de mim, e distribuindo movimentos com uma velocidade insana bem num
ângulo que está me despertando sensações que eu jamais soube que eu tinha.
Meu corpo parecia que estava acordando para a vida pela primeira vez! Minha
calcinha está tão molhada. Quero esfregar meu sexo nas grades daquela
maldita jaula de vampiro agora! E não me importo com quem veja! Se meu pai
estivesse aqui eu não me importaria!
Minha cabeça estava deitada para trás e depois ficou caída na mesa, meus
punhos apertando meu guardanapo tão forte que eu pensei que a tintura
vermelha fosse vazar dele.
─Você é uma gracinha. – ele disse, afagando meu nariz com o dedo ao se
despedir da mesa, desaparecendo na escuridão.
“Os malditos olhos dele… são os olhos mais lindos no mundo. Vocês
não acham?”
“O corpo dele é tão firme e quente nas minhas costas quando ele
fica de conchinha comigo. E ele beija meus ombros… tão gentil. Seus
lábios são como água quente.”
“Ele tem aquela voz maravilhosa para cantar… ele cantou uma vez
para eu dormir, Riley! Como vou conseguir voltar a dormir sozinha
agora?”
Estou condenada. Meu coração tinha certeza que seria quebrado muito em
breve. É inevitável, assim como o fim do nosso tempo juntos.
─Vou vigiá-la. – Riley segurou minha mão. ─ Nem olhe para lá, Sky, é
revoltante o que essas mulheres curtem.
CHICOTADA.
Riley afagou meu cabelo. ─ Não, não. Está tudo bem. Ele está legal. Vê, ele
está beijando elas logo depois. E olha, ele acabou de sorrir um pouquinho. É
tudo teatro.
Mathew quer que você sinta prazer agora… seja feliz… “você não quer ser
feliz, Skylar?… que menina boazinha… Quero ver aquela safadinha
com quem venho fodendo hoje à noite… deite-se… você é minha
vadiazinha… conte de trás pra frente, do cinco ao um…”
Era torturante, esperar para ouvir a voz dele, e então ela ecoou no ar, seu
tom rouco e intenso me acariciando lentamente quando ele disse. “─ Eu
prometo.”
Minhas queridas amigas foram gentis o suficiente para não irem para a
jaula do vampiro e fiquei feliz com isso. Odiaria sentar na sala de aula com
elas, vendo as falhas em suas cabeças carecas, sabendo que eu arrancara
aqueles cabelos com as minhas mãos. Além disso, elas são minhas melhores
amigas. Eu me sentiria extremamente mal por isso no futuro.
Eu gostaria de ser a última mulher da fila, ser capaz de pagar a Claire uma
enorme e indecente quantia em dinheiro e entrar na jaula sozinha, tirando as
roupas bem lentamente enquanto Mathew me observava, surpresa e confusão
em seus olhos. Depois eu pularia em seus braços e envolveria sua cintura com
minhas pernas, fazendo-o me possuir ali mesmo, como ele havia feito mais
cedo, só que agora eu queria todas essas mulheres loucas assistindo, vendo
que ele era meu e somente meu. E que ele me queria, de verdade, ao
contrário do resto delas.
─Eu quero matar aquela vaca. – me ouvi dizer para as minhas amigas.
─ Certo, acho que chega de bebida pra Sky por hoje. – Riley falou
abafando o riso, olhando para Julie.
Mathew POV
Eu queria me limpar, assim poderia voltar para a pista e ficar de olho em
Skylar. Eu sei que suas amigas estão com ela, mas ainda queria ter certeza de
que ela estava levando tudo numa boa. Sei que ela odeia me ver sendo
açoitado e reparei nela bebendo algumas doses. Iria verificar com seu garçom
e descobrir o que estavam lhe dando.
─Você vai assumir a pista depois disso, ok? – Claire convidou, correndo
uma mão pelos seus longos cabelos.
Isto significava que eu não iria servir bebidas. Eu apenas vestiria uma peça
de roupa minúscula e iria de mesa em mesa, dançando no colo das clientes e
ficando disponível para qualquer coisa que as mesas quisessem. Ela estava
realmente tentando ser legal, eu pensei, me dispensando das obrigações de
garçom, mas então ela disse.
─Umm… Claire? – falei em voz baixa quando ela estava prestes a se afastar
de mim.
─ Skylar está aqui hoje. – tentei dar uma dica do que eu queria dizer.
─ Sim, eu sei, a gente conversou. Ela é bem bonitinha. Aonde você quer
chegar ? – ela tinha uma sobrancelha erguida e sorria.
Eu estava falando merda e tinha consciência disso. A verdade é que eu não
queria magoar Skylar transando com Claire no andar de cima poucas horas
depois de ter transado com ela na jaula. E muito menos queria mentir para ela
sobre isso mais tarde. E, sendo mais direto ao ponto: eu não queria foder
Claire hoje à noite.
Peguei-me evitando o lado todo do clube onde Sky estava, mas meus olhos
continuavam a encontrá-la frequentemente, recebendo seu sorriso corajoso, os
olhos dela preocupados que eu fosse capturado por uma mesa de mulheres
particularmente atiradas e bêbadas.
Inúmeras vezes pensei em ir até sua mesa e dançar para elas, mas logo
desistia disso. Se suas amigas começassem a me apalpar e me acariciar seria
muito difícil para ela aguentar. Sendo assim deixei que Ryan e Eli se
ocupassem da mesa delas e as garotas pareceram aprová-los completamente.
Exceto por Skylar. Ela sorriu e deu risada dos meus amigos quando eles se
exibiram em sua direção, mas apenas deu uma gorjeta para eles e corou,
permitindo que as amigas dela fizessem a parte do contato.
As senhoras que atendi pareciam muito satisfeitas com meu serviço e
deixei que elas fizessem o que queriam comigo. O ‘Frankencock’ ainda estava
funcionando, mesmo com os conflitos guerreando na minha cabeça, e isso me
deixava aliviado e enjoado ao mesmo tempo.
Por favor, não me deixe ter aquele pesadelo esta noite, aquele que vive se
repetindo, onde sou um stripper velho e enrugado e minha filha, já adulta,
está enchendo minha cueca com notas de vinte… por favor… tire uma noite de
folga e tenha misericórdia de mim só por esta noite.
─ Senta aí. – Riley e Julie foram para o lado para que eu pudesse me
sentar ao lado delas. Skylar estava sorrindo para mim, mas parecia um pouco
cansada e tensa pro meu gosto. Eu não fiquei surpreso, no entanto. Eu deveria
ter imaginado o que esta noite faria com ela. Porém eu estava pensando só em
mim, a querendo comigo o tempo todo agora.
Julie me atraiu no começo por ser uma Barbie. Divertida, jovem, filhinha de
papai, sem complicações, sem laços. Bonecas Barbies tinham muitos
namorados e não tendem a ficar apegadas demais a homens como eu. Nós
éramos diversão, um exercício rebelde. Sendo assim, eu havia flertado com ela
descaradamente, calculando que ela iria me desejar a sós.
─Oh, meu Deus, sim! – Julie falou, nem dando chance para Riley falar. ─
Mathew, Mathew… quem é aquele cara?
Ela apontou sorridente para Ryan, que estava fazendo flexões em uma
mesa em cima de uma mulher mais velha.
Normalmente eu não faria isso, mas eu não conseguia ver meus amigos
ficando putos comigo por arranjá-los com duas garotas atraentes.
─Agora vocês têm que fazer uma coisa por mim. – ergui uma sobrancelha
e elas se transformaram em duas criaturas assustadas.
─ Sky, por favor, por favor, não beba mais, ok? – pedi a ela. ─ Por que não
deixa as meninas te levarem para casa pra que você possa dormir um pouco?
Eu te farei companhia em poucas horas.
─Não! – ela se agarrou no meu pescoço com os braços. ─ Quero ficar com
VOCÊ. Eu tenho mais nove dias… eu quero você…
Ela estava me segurando mais forte e olhei para os olhos tristes de suas
amigas nos observando.
─ Por favor, não a deixe pedir mais nada. – eu lhe disse, quase como uma
ordem. ─Vou pegar um café grande pra ela.
Eu sentei lá por alguns minutos e pedi que ela bebesse o café. Ela me
escutou, me beijando e me abraçando carinhosamente enquanto eu a
segurava em mim com um braço,conversando com Julie e Riley a respeito dos
meus amigos nos quais elas pareciam muito interessadas.
Até sugeri que talvez eles pudessem ir ao shopping com elas amanhã. Eles
poderiam ajudar, dando suas opiniões sobre o que as garotas estavam
comprando para a minha Skylar.
Eu conhecia os quartos muito bem e fui até a porta vermelha que dizia
“UMIDADE” nela. Bati e esperei um segundo.
Abri a porta e a fechei atrás de mim. Já fazia um tempo desde que estive
neste quarto. As luzes eram baixas e vermelhas e o carpete branco era
aconchegante e luxuosamente delicado embaixo dos meus pés descalços e
alguns passos adiante o piso se transformava em três degraus que levavam a
uma banheira.
Claire estava ali, bebendo uma taça de vinho tinto. Ela a colocou ao seu
lado, olhando para seu relógio no chão fora da banheira.
─ Claire, por favor… por favor… – eu disse, levantando os olhos para seu
olhar severo e sem emoção. ─ Por favor, não faça isso, com o hospital. Me
desculpe. Não vou me atrasar novamente.
─ Ela bebeu um pouco demais, só isso. – fiz contato visual com ela
novamente e desejei que não tivesse feito. Ela parecia bastante irritada.
─ Me ligue quando tiver acabado por lá. Você deve sair às 17h. Se eu não
receber uma ligação sua, entrarei em contato com ela.
─ Obrigado, Claire.
─ Sim, Claire.
─ Acredito que sim. – ouvi uma leve insinuação de amargura na minha voz.
─Não foi muito difícil de decifrar.
─ Acho que você tem sim. – ela sorriu. ─ Eu vi a sua cara quando te disse
para ajoelhar e depois quando mandei se levantar. Você não gostou nem um
pouco disso na frente da sua namoradinha, gostou?
─ Ela não faz parte de tudo isso, Claire. Ela é uma garota normal. Esse
lance de escravo assusta ela.
─ Lance de escravo?
─ Acho que já chega de você com essa garota. – ela deu um gole no seu
vinho. ─ Você pode se despedir dela hoje à noite. E quando deixar a casa de
Raven é melhor seu traseiro de volta pra cá, porque dias terríveis te
aguardam.
─ Claire, por favor, não faça isso! – meu estômago embrulhou. ─ Por favor,
faço qualquer coisa que você mandar. Ela me pagou por duas semanas, não é
justo cancelar agora.
─ E o que significa aquele bilhete que você deixou na minha mesa, pedindo
a semana que vem de folga? – ela perguntou. ─ É alguma piada, não é?
─Não estamos tendo muito tempo juntos, ela tem aulas durante o dia, e
então eu pensei que, nesses últimos dias que restam, seria legal levá-la para
sair um pouco. – respondi honestamente, sabendo que ela nunca cairia nessa.
─ Você está tendo sentimentos por essa garota, Mathew? – seus olhos
eram cruéis.
─ Não, não! – menti, sendo obrigado. ─ Ela é só uma garota legal. Ela faz
faculdade, e imaginei que ela poderia contar para as amigas dela sobre a
gente, assim conseguiríamos mais trabalhos. Muitas dessas garotas são de
famílias ricas.
─Pare com essa merda de negócios comigo, Mathew. – ela disse. ─ Você
não é contrato para pensar.
─ Eu sei, Claire.
─ Tudo bem, Mathew. Você tem sido muito bom até agora, então aqui vai o
acordo: Você termina o tempo que te resta com essa garota, pode até tirar a
semana livre com ela. Você ainda vai encontrar Raven amanhã. Mas, depois
que tiver terminado com essa Skylar, nada de garotas jovens para você mais.
Nada de virgens, nada da porra de estudantes. E não quero nunca mais ouvir o
nome de Skylar Hayes outra vez. Não quero saber de você a visitando, ligando
pra ela, nada. E eu vou saber se você fizer. E Mathew, se você tentar me
passar para trás e encontrá-la de algum jeito, eu ligarei para o pai dela em
Bellevue. Comunicarei a faculdade dela de tudo isso, e quem sabe uma noite
ela possa dar uma olhada no porão aqui embaixo. E se tudo isso não adiantar,
talvez uma noite ela sofra um terrível acidente. Você sabe quantas estudantes
sofrem overdose enquanto estão em festas em clubes como este? Acontece o
tempo todo. Os policias nem ligam para isso.
─ Não, não faça isso.- eu quase explodi, mas então abaixei o tom
imediatamente, usando minha voz mais suave. ─ Por favor… eu não sinto nada
por ela, eu te disse… ela é apenas um trabalho. Não vou vê-la nunca mais
depois que cumprir o prazo. Eu juro, Claire.
─ Vamos ver, não vamos? – ela sugeriu. ─ Nós não brincamos de sereia há
um tempo, não é?
─ Não, Claire. – respondi, satisfeito por pelo menos ter o resto do meu
tempo com Skylar.
Eu não estava muito emocionado por Claire ter sentido a necessidade de
ameaçar Skylar, mas talvez ela tenha visto de algum modo, quando eu estava
com ela, o quão forte meus sentimentos eram expostos.
Isso nunca havia acontecido antes, então esta era a minha primeira vez
ouvindo ameaças da boca da minha chefe.
Meu corpo estava de bruços, meus pés espirrando um pouco de água atrás
de mim enquanto eu tentava gastar o mínimo de oxigênio possível. Eu resistia
o tanto quanto podia, e senti bolhas de ar da minha boca passarem pelos meus
olhos até a superfície. No entanto, ela não conseguia vê-las no meio de todas
as outras bolhas na banheira.
Eu fiquei bem parado, esperançoso que ela me deixasse subir quando meu
último fôlego acabasse. Há algum tempo atrás, eu costumava chutar e me
debater na água e isso a deixava muito irritada. Mexer-se demais consome
mais oxigênio.
Mordisquei seu clitóris quando meu ar acabou e segundos depois sua mão
agarrou meu cabelo e me puxou para cima. Comecei a tossir assim que
respirei o ar e a boca dela tomou conta da minha, roubando as pequenas
arfadas de ar que fui capaz de conseguir.
Eu gemia e lutava para respirar quando ela enfiou a língua na minha boca
e se recusou a me deixar respirar. Minha língua tentou reagir à dela, mas me
ouvi ofegando.
─De novo. – ela disse, empurrando minha cabeça para baixo de volta antes
que eu pudesse me recuperar da primeira vez e, descontroladamente,
movimentei minha língua para cima e para baixo nos seus lábios íntimos, na
esperança de satisfazê-la o suficiente para ela me deixar respirar.
Isso tudo é um jogo para Claire, mas a mensagem é clara: ela controla até
mesmo cada respiração minha e adora brincar com o fôlego. Adora me ouvir
engasgar por ar, meu cabelo e minhas pálpebras encharcadas enquanto
empurra meu rosto para o fundo. Mais do que tudo, ela adora quando não
consigo suportar mais e começo a implorar por sua misericórdia. Mas isso não
acontecia já há um tempo. Posso resistir a isso por cerca de 30 minutos se
quiser.
Se isto a deixaria feliz e a afastaria do caso Skylar por hoje, estava ótimo
para mim.
─Quem é sua dona, Mathew? – ela perguntava quando meu rosto ficava
fora da água.
E eu respondia.
─Você, Claire.
─ Você. Claire.
─Fique aqui por mais dez minutos. – ela ordenou ao sair da banheira e
vestir um roupão, seu cabelo ainda seco. ─ Não esqueça o seu lugar, Mathew.
Se não me agradar, você sabe que Raven adoraria te comprar como o escravo
pessoal dela. Ela me ofereceu milhões de dólares, sabe. Ela tem uma obsessão
por você. Eu lhe disse que ainda não te tive o suficiente. Talvez daqui alguns
anos, quando você estiver um pouco mais velho, e não mais tão jovem… talvez
aí ela possa te ter. Então é melhor se lembrar de quantas regalias você tem
comigo, Mathew.
Skylar POV
Eu estava começando a ficar um pouco sóbria após o meu segundo copo de
café, mas minha boca ainda estava dizendo coisas que eu não queria.
─ Eu não sei. – Riley também não o via. ─ Ele disse que tinha um encontro
com… a chefe dele.
Julie franziu o cenho para mim e disse. ─ Skylar… deixe isso pra lá. Ele vai
voltar quando conseguir voltar.
─ Sky, pare com isso! – Julie ficou em pé na minha frente do outro lado da
mesa. ─Você vai começar uma merda aqui que vai acabar te machucando, é
isso que você quer?
─ Me solta! – gritei enquanto fazia minha lenta subida nas escadas, as duas
tentando me bloquear e me puxar para trás.
─ Ai, meu DEUS! – Riley gritou com sua voz fina, não me abandonando,
mas também nada animada para ouvir a resposta de Claire.
─Entre.
Ok, então ela não está com medo de mim. Isso não é bom.
Empurrei a porta aberta e ela estava sentada lá, na sua mesa, de roupão,
parecendo bastante relaxada e sorridente.
─ Ele vai estar aqui e posso falar para ele escolher entre você e eu. E se
você pensa que ele não vai me escolher, está extremamente enganada. Se eu
mandar, ele vai vir até aqui, vai tirar a roupa e me dirá o quanto me adora
mais, enquanto me fode bem na sua frente. Isso deve te deixar sóbria. – ela
disse.
─Este é o meu botão para Mathew. Devo ligar para ele, Skylar?
─ Não, Sky. Vamos só sair daqui, por favor? – Riley sussurrava para mim.
Então eu percebi: não faria diferença se eu desse uma lição em Claire, por
mais que eu iria amar. Mathew teria que ser o único a se livrar das garras
dela… somente ele poderia salvar a si mesmo. É aí que a Dra. Skylar entra. Eu
teria que fazer um trabalho pesado nele esta semana.
Ela apertou o botão. Meu rosto ficou gelado quando a voz de Mathew
respondeu.” ─ Sim, Claire?”
─ Skylar, pare. Ela vai fazer o que disse. Vamos sair daqui. – Riley dizia.
─ SKYLAR! NÃO! – ouvi a voz de Mathew na linha e depois mais nada.
Pude escutar passos subindo as escadas e Claire esbravejando, roxa de raiva.
Me dei conta que era Ryan que estava me segurando enquanto eu me
debatia e Julie estava gritando para Claire largar a faca, quem ela pensava que
era?
─ Traz ela aqui, Ryan. – Claire levantou-se, sua faca afiada pronta.
─ Claire, não! – Ryan ergueu uma mão, tentando acalmar a situação. ─ Ela
está bêbada, é apenas uma criança, o que ela sabe sobre a gente?
─ Eu não vou matá-la. – Claire franziu o cenho. ─Só quero dar uma bela
cicatriz no rosto para se lembrar de mim.
─ Sky ficou maluca e veio acabar com Claire e agora Claire quer cortar o
rosto dela! – Riley informava Mathew, aos gritos.
─ Claire… – Mathew disse, sem camisa e vestindo uma calça jeans, seu
cabelo úmido. ─ Eu vou tirá-la daqui. Por favor? Não a machuque, Claire. Não
vou ficar parado e deixar você fazer isso. Eu terei que te impedir.
─ Está bem. – Claire estreitou os olhos, sabendo que Mathew cumpriria sua
palavra. ─ Isso te dará seis dias comigo quando voltar.
─ Ok, cara, aqui. – Ryan disse gentilmente, e então Mathew me pegou nos
seus braços e desceu as escadas comigo no colo rapidamente, atravessando a
boate e abrindo a porta dos fundos com um chute, saindo para a chuva.
─ Você tem muita sorte de ela ter deixado eu te tirar dali! – Mathew estava
gritando comigo. ─ Você é LOUCA, SKYLAR? VOCÊ SABE O QUE ELA PODERIA
TER FEITO COM VOCÊ? Ela poderia ter te MATADO!
─ Eu não tenho medo dela, eu não sou a ESCRAVA dela! – meus gritos
saíam agudos em resposta a ele. ─ Eu posso falar ou fazer qualquer coisa que
eu quiser! Eu não tenho que responder “SIM, CLAIRE” toda vez que aquela
vadia falar!
Eu segurei suas mãos e o puxei comigo, mas ele não estava me seguindo,
ele estava parado firmemente no mesmo lugar na calçada.
─ Eu não posso, Skylar! – ele gritou, mais alto que a chuva. ─ Eu quero…
Deus, como eu quero…mas nunca vai dar certo, Skylar! Eu não sou um boneco
quebrado que você pode consertar.
Ele apenas ficou ali parado, como uma estátua de porcelana com olhos
vivos, encharcado por causa da chuva fria. Eu não conseguia pensar em nada
para dizer, eu só fiquei parada, olhando para ele.
─ Eu também te amo, Skylar. Eu não quero amar, mas eu amo. E é por isso
que isso nunca irá funcionar. Tudo o que eu amo morre ou desaparece. Eu sou
amaldiçoado, Skylar. E eu te falei para não me amar. Isso só fará o final mais
difícil para nós dois.
─ Você não sabe o que está falando. – ele informou calmamente. ─ Você
está bêbada, Skylar.
─ Eu amo você.
A chuva fria no meu corpo estava me sentir tonta e minha cabeça girava,
também… e então ele me beijou, seus úmidos,lábios movendo-se sobre os
meus me davam a sensação de um milagre, e então o mundo todo pareceu
pender para o lado.
─ Bom, eu odeio cortar o seu barato, mas eu não acho que Claire iria te
comprar, você sabe… – ele provocou. ─ Você a chamou de vadia desgraçada e
puxou o cabelo dela. Dominadoras não gostam de comportamentos assim em
seus escravos.
─ Você é uma insaciável, não é, Dr. Skylar? O que eu fiz com você?
Capítulo 15
Skylar POV
Eu ainda podia sentir a sensação fria da chuva sobre meus seios enquanto
minhas costas estavam arqueadas para cima, caminhos de água deslizando
pelo meu rosto, enquanto ele me estocava outra vez.
Como uma deixa, um relâmpago se deu com fúria, revelando a cidade para
os meus olhos e um trovão forte veio em seguida, fazendo sua raiva pelo
caminho que estávamos seguindo, enquanto transávamos incansavelmente no
telhado do meu prédio, desavergonhados, eu sentia minhas roupas serem
tiradas de mim pela brutalidade das mãos molhadas de Mathew.
Deus, quantas posições nós fizemos? Eu nem sequer consigo contar todas
elas, só sei que quando ele me carregou nos ombros pelas escadas para me
levar de volta até o apartamento, eu nem ao menos estava ligando se eu
estava completamente nua e alguém poderia me ver ali, mesmo sendo quatro
da manhã quando finalmente conseguimos nos saciar um do outro, pelo menos
naquele momento.
Parte de mim estava com medo dormir, porque talvez na manhã seguinte
ele poderia ter partido e algum bilhete estaria esperando por mim aqui,
explicando as regras, e como ele as quebrou, também, deixando ele mesmo
sentir algo por mim, e como isso nunca funcionaria.
Mas seu toque era tão gentil e tranqüilizador em meu corpo, especialmente
após as horas de prazer que aconteceram antes, e então eu caí no sono
mesmo assim, sentindo seus lábios tocarem meu cabelo.
O sol iluminava o final da minha cama e eu estava feliz de ver que tinham
quatro protuberâncias por baixo dos lençóis, ao invés de só duas. Ele ainda
está aqui. Meu corpo relaxou e soltei um longo suspiro de alívio.
Pensei que ele estaria dormindo profundamente, mas então sua voz flutuou
bem em meu ouvido.
Engraçado, mas eu estava bem acordada agora … e parecia que ele estava,
também . Ele não parecia nem um pouco cansado ou sonolento. Sem ter a
coragem ainda para olhar em seus olhos , eu comecei a ter flashbacks dos
meus erros da noite passada: beber , subir escadas de Claire que me forçaram
a atropelar os meus amigos que estavam tentando me parar, as batidas em
sua porta , o jeito que eu me lancei em sua mesa e agarrei seu cabelo … e o
mais estúpido de todos, o “eu te amo” na chuva.
Sábado - Dia 6 .
Somente mais 8 dias para …. eu odeio como o tempo passa rápido. Maldito
tempo.
Obriguei-me a sentar -se e tentar , pelo menos, pedir desculpas pelo que
eu tinha feito. Eu lhe devia muito.
Ele não disse nada e que estava me assustando muito , mas eu me forcei a
falar.
Ok, agora eu estava chorando … Eu sabia que não seria capaz de resistir
por muito tempo.
Ele sentou-se e abraçou seus braços em volta de mim por trás e seus
lábios tocaram uma parte do meu ombro à mostra.
─A culpa foi minha. – ele disse em voz baixa ao lado do meu ouvido. ─ Eu
lhe pedi para ir comigo , de novo , não sabendo no que isso faria com você.
Eu só … Eu não queria ficar sozinho ontem à noite … por uma vez . Era bom ,
para mim, ter alguém . Mas eu esqueci … eu não posso ter ninguém. Você não
pertence a mim, Skylar , por mais que eu queira.
Eu enrijeci e deixei as lágrimas caírem, estava prestes a discutir com ele,
mas ele me segurou mais apertado .
─ Por favor, não … só … ouça … – sua voz implorou. ─ Não se vire . Eu não
vou conseguir dizer o que eu tenho pra falar se eu tiver que olhar em seus
olhos , Skylar.
─ Eu sei o que disse ontem à noite e eu nunca vou retirar aquilo, Skylar.
Faz uma eternidade que eu venho querendo dizer essas palavras a alguém,
além da minha filha. Mas…
Eu não queria , mas um soluço saiu da minha garganta e eu senti seus
lábios beijando meu pescoço e seu nariz perfeito aninhou contra o meu cabelo
até que me acalmei e parei de soluçar. Eu podia ouvir a sua voz, dizendo: “
─Shhh … shhh …. ” e isso me ajudou um pouco , mas eu sabia que as palavras
que ainda estavam para vir iriam me esmagar .
Sua voz estava falhando nessas últimas frases e meu coração estava
quebrando mais rápido do que eu jamais pensei que poderia. Eu sabia que ele
iria dizer algo assim , mas eu não achei que seria tão sem ação ao ouvi-lo
dizer isso.
─ Você disse que não havia nada de errado para nós. – minha voz
choramingou quando as lágrimas caíram de ambos os olhos.
Ele não respondeu, mas eu estava com muito medo de ouvir para saber se
ele estava chorando também.
Eu queria fazer a terapia com ele agora , mas eu não sei se eu poderia lidar
com isso no momento. Há tantas perguntas que eu tenho para ele , tantas
coisas que eu queria saber … mas ao mesmo tempo … Eu não quero saber.
Ele está certo? Talvez eu devesse tentar só me divertir com ele nos
próximos oito dias, não fazer minhas sessões com ele e deixá-lo ir . Talvez eu
realmente não poderia amá-lo depois de apenas 5 dias. Em um filme que eu vi,
o casal se apaixonou em menos de 4 dias … oh Cristo , eu estou procurando
ajuda em filmes agora… ótimo . Se eu vou seguir esse caminho, eu poderia
pelo menos assistir “Uma Linda mulher” tudo de novo e fazer algumas
anotações . Eu acho que Julia Roberts era muito mais fácil para salvar do que
Mathew está sendo.
Tudo o que ela teve que fazer foi beijar o Richard Gere e entrar na limusine
dele. Eu teria que enfrentar a Cadela Claire, os pais de Mathew, se eu passasse
por tudo isso, haveria ainda o probleminha inoportuno de cuidar da filha de
Mathew, e eu ainda estava na sem saber o que fazer sobre toda essa situação
também. Deixando tudo isso de lado, tudo o que eu teria que fazer, era lidar
com o coração despedaçado de Mathew, sua autoestima destruída, sua
autodepreciação, sem mencionar todas as recordações do seu passado, e
tentar construir um futuro e desfrutar o que temos no presente.
Impossível.
Mas eu ainda o amo.
Eu ainda não tinha visto o seu rosto ainda quando ele me deu um pequeno
empurrão para o banheiro e fechou a porta atrás de mim.
Tentei entrar no jogo, mas a minha voz não era muito convincente.
─Mathew? - eu o chamei.
─Sim, Skylar ? - sua voz estava bem do lado de fora, colada na porta.
─Eu preciso de você. – foi tudo o que eu conseguia pensar para dizer e
minha voz falhou um pouco.
Eu não estava falando sobre a maldita porta , também. Sei que ele é
esperto o suficiente para saber disso.
Eu estava afastada, mas não no box quando a porta se abriu , sem destruir
a parede dessa vez. Foi nesse momento que eu vi seu rosto e me perguntei se
o meu parecia tão triste e vazio como dele.
Por fim ,ao esfregar meus olhos, Mathew inclinou meu rosto para cima,
para o seu e deu um beijo profundo maravilhoso na minha boca.
─Que tal um sanduíche de ovo, bacon, e queijo? – Mathew sorria outra vez
e eu tentei fazer o mesmo, tenho certeza que falhei.
Mathew olhou para mim como se ele soubesse que eu não estava tão
treinada como ele na arte de fingir, mas me perdoou por isso enquanto me
servia um suco de laranja e colocou-o na minha frente.
─Eu gosto da sua ideia … com a venda dos olhos e tudo … – ele tomou um
gole de suco de seu próprio suco. ─Isso me fez sentir muito à vontade para
falar . E, considerando que você já sabe da maioria da história, eu poderia
muito bem dizer o resto. Eu realmente gostaria que você soubesse. Acredito
em você agora, Skylar, você realmente ficaria … do meu lado. Vi isso quando
fomos fazer o filme. Aquilo realmente significou muito para mim, você sabe…
─Oh Deus, Skylar. – Mathew virou para mim, seu rosto agora severo.
─Isso me lembra, se você alguma vez chegar perto de Claire ou da Fire de
novo, eu juro, eu vou dar uma de Dominadora e bater tanto nessa tua bunda,
você não vai saber o que a atingiu . Prometa agora que você não vai fazer
isso.
─Eu não acho que ela ia chegar tão longe. Ela poderia ter pego a faca
como instinto. Ela continua lá no caso de alguém invadir a sala dela. Você é
um cliente para ela, ela realmente não quer cortar você, Skylar. Ela estava
com raiva. acho que só acalmei.
─Sim, é muito importante. – sua voz soava oca. ─Eu ainda sou escravo
dela, você ainda tem o seu rosto… é um milagre.
─Ugh, você é um idiota às vezes! - eu fiz uma careta para suas costas
enquanto ele ria para si mesmo, cozinhando. ─ E tem outra coisa que eu
quero abordar, também. Essa coisa de escravo. Você não pode ser escravo
dela, Mathew. Lincoln libertou os escravos no século 19.
─Skylar …tem muita coisa que você não sabe . – Mathew virou-se para
mim, fazendo contato visual comigo. ─ Mas ela de fato … me possui. Há muito
mais sobre Claire.
Eu me senti mal por dentro, enquanto ele casualmente me informava isso e
parte de mim dizia, esqueça, é impossível, mas os outros 99% de mim
decidiram continuar lutando por ele, não importa o quão impossível parecesse.
─Por que esses homens fizeram isso? – eu perguntei em voz alta, sem
entender .
─Eu não sei. – Mathew deu de ombros. ─ Ryan não é controlado e nem Eli.
Eli é apenas um dançarino, ele não tem relações sexuais com as clientes. Mas
Ryan tem. Ele não é propriedade de Claire, porém, ele pode sair da Fire a hora
que ele quer. Até onde eu sei, eu sou a única pessoa que ela é dona
totalmente.
─Bem, isso deve mantê-la ocupado durante os próximos oito dias. – ele riu,
mastigando. ─A metade dos nossos dias ainda são para jogos sexuais bizarros,
então você realmente tem apenas quatro dias, na verdade.
─Eu estou falando sério, Mathew. – fiz uma careta. ─ Eu sou sua amiga e
vou achar uma saída para você.
─Skylar … – seu rosto ficou muito sério. ─ Não faça nada. Se acontecer
alguma coisa e minha filha for machucada…não vamos mais ser amigos.
─Eu não sou idiota , Mathew. – falei, tentando ignorar suas últimas
palavras e o medo que elas levaram ao meu coração. ─ Eu nunca faria nada
para colocar sua filha em perigo. Apenas vou encontrar uma maneira de te
tirar dessa, só isso. E você não vai me impedir de fazer isso.
─Tudo bem. – Mathew relaxou um pouco. ─ Mas não entre em contato com
Claire de jeito nenhum. Estou falando sério.
─ Eu não vou. – eu concordei. ─ Ei, este sanduíche está ótimo, Mathew.
Talvez você possa ser um cozinheiro de lanches.
Eu estava brincando e queria vê-lo rir ou sorrir . E eu consegui. Ele riu,
balançando a cabeça para mim, murmurando algo sobre eu ser louca.
─Eu tenho alguma limpeza para fazer na Fire hoje. – ele informou, sem
pestanejar. ─Não é grande coisa, eu vou estar lá sozinho o dia todo, mas tem
alguma pintura que precisa ser feita, uma o ou outra manutenção no andar de
baixo.
─Se por algum milagre, alguém encontrar uma saída que funcione para a
minha filha … então, sim, eu iria embora. – ele confessou, em seguida,
acrescentou. ─Mas , Skylar … não há maneira de sair. Vou deixar você tentar
descobrir isso, se você quer, mas … eu pensei mais de um bilhão de diferentes
maneiras. E cheguei à essa conclusão. Não há nenhuma maneira de sair.
Pronto. Confie em mim, não desperdice o seu tempo. Vamos aproveitar nosso
tempo juntos. Não é sempre que eu consigo duas semanas com um
anjo.Talvez eu seja egoísta, mas eu quero cada segundo que eu posso ter com
você, porque isso é tudo que temos. Você entende?
─Eu vou cuidar dos pratos … – ele se inclinou para frente, beijando meus
lábios com um sorriso. ─ E você vai tomar um banho e se preparar para ir às
compras.
Mathew POV
Uma vez que ouvi Skylar no chuveiro, eu estava pronto para fazer minha
ligação.
─Alô?
─Bem, bem. – eu disse, levando a panela do fogão para a pia. ─Eu não
acordei vocês, acordei?
─Não, não , você está brincando? – Ben zombou. ─Esta pequena bola de
energia se levanta todos os dias ao nascer do sol!
Eu sorri , vendo-a em minha mente e riu junto com Ben por um segundo.
─Não agora , Ben. – eu disse. ─Eu só queria avisar que eu não poder te
ligar ás três hoje. Tenho uma reunião importante que não posso faltar. Então
… talvez, mais tarde, esta noite ou amanhã?
─Espere , Mathew. – a voz de Ben soou mais grave agora e ouvi uma porta
se fechar perto dele, como se ele entrou em outro cômodo para ter mais
privacidade.
Oh merda.
─Ah, sim, Mathew, se acalme. – ele garantiu. ─ Tudo é sempre pago e você
sabe que eu te agradeço mais do que eu posso com isso … mas … Eu me sinto
tão mal sobre isso, filho. Não trabalhe mais naquele lugar. Ouça, eu vou enviar
uma passagem para voce vir aqui e viver com a gente. vamos descobrir uma
outra maneira . Há todos os tipos de empréstimos ou ajuda, podemos…
Eu adoraria ir morar onde minha filha está, mas é tarde demais agora. Eu
não posso deixar Claire. Eles machucariam Katie e eu preferia morrer do que
me preocupar com isso o tempo inteiro. E Claire sabe exatamente onde Katie
vive.
─Mathew, fale comigo. – ele disse. ─ Você me chama de Bem, mas eu sou
seu pai também. Você e Katie são toda a família que temos agora. Nós não
queremos você aí fazendo toda essa besteira. Volte para casa. Katie sente falta
de você, filho.
Eu não podia ouvir mais nada disso. Ele estava me matando. Doeria menos
ter a minha pele arrancada de meus ossos.
─Eu tenho que ir, ok , Ben? - tentei manter minha voz firme. ─ Ligarei
amanhã. Tchau.
Eu desliguei antes que eu pudesse ouvir sua voz de novo e tentei piscar as
lágrimas estúpidas dos meus olhos enquanto jogava as panelas na pia,
tentando limpar minha cabeça dos pensamentos de minha menina sentindo a
minha falta, chorando.
Graças a Deus Skylar toma banhos longos . Antes dela sair do banheiro eu
havia derramado algumas lágrimas e me recompus. Toda a louça já secava no
escorredor.
Tomei meu banho em seguida, desejando que eu não estivesse tão triste
depois de falar com Ben mais cedo. Eu poderia ter entrado no banho de Sylar e
ter um momento de divertimento. Mas depois eu lembrei de ontem à noite,
bem, realmente, apenas algumas horas atrás no telhado, e pensei que talvez
fosse melhor dar a ela uma pausa por um tempo.
Odeio manter distância de Skylar e, até agora, eu realmente não tinha feito
isso. Porém ela disse que me amava. E eu acredito nela. Uma gigantesca parte
de mim queria gritar de todos os telhados e comemorar. Mas isto tornava o
meu problema pior. Uma coisa é eu sair magoado, mas agora ela também se
magoaria. O amor é tão cruel.
E agora ela quer encontrar de alguma forma, uma saída para minha
vida.Boa sorte . Eu machuco todos que me amam. Tanya, Katie, agora Skylar .
Eu deveria apenas deixar Raven me comprar logo de uma vez. Talvez eu
tenha sorte um dia e ela tenha sucesso em me matar . Uma Pacífica e doce
morte…
Eu estava autorizado a usar uma blusa com o meu jeans quando as amigas
de Skylar chegaram. Ambas me cumprimentaram calorosamente e retribuíram
meu abraço ao entrarem. Dei a Julie o dinheiro para as compras enquanto
Riley conversava com Skylar.
Riley também deu Skylar de volta seu notebook do clube na noite passada
e informou que ela nunca mais será poderá beber em público com elas
novamente. Eu estava realmente começando a gostar de Riley.
─Skylar … – eu comecei, segurando suas mãos. ─Eu quero dizer uma coisa.
Ontem à noite, eu estava com muito medo por você e disse algumas coisas
erradas. Me desculpe, eu disse que você era estúpida. Enfrentar Claire como
você fez por mim… precisou de muita coragem e eu sei que se importa comigo.
Você não sabe o quanto isso significa para mim, Skylar, então… eu agradeço
por isso. Nunca mais faça isso de novo, mas mesmo assim, eu agradeço.
─E eu sinto muito sobre antes, quando eu disse que se você fizer alguma
coisa que machucasse a minha filha não seríamos amigos. Isso foi uma porra
idiota de se dizer. Eu fico muito nervoso…quando ela é envolvida. Nós vamos
sempre ser amigos, Skylar. Mesmo depois do nosso tempo juntos, eu te
contarei como minha amiga. Eu sei que você não faria nada para nos
machucar.
─Obrigada. – ela estava com os olhos embaçados agora e não pude evitar
sorrir para seu rosto perfeito.
─Eu sinto muito. – segurei seu rosto em minhas mãos e beijei a marca
molhada onde a lágrima tinha caído, tocando meus lábios em cada centímetro
de seu rosto. ─Eu não quero fazer você chorar. Parece que um de nós está
sempre chorando. Nós vamos ter que concentrar em ter um pouco de diversão
nos próximos dias. Certo ?
─Tudo bem.
Ela assentiu e sorri mais, abrindo meus lábios e tendo sua deliciosa boca
na minha,abrindo e fechando, lambendo e saboreando. Nos agarramos um ao
outro desesperadamente durante aquele beijo e, embora eu não pudesse dizer
as palavras, eu sabia que a amava…sempre amaria, mesmo se eu chegasse a
nunca mais vê-la novamente. Escutei sua voz choramingar, como se ela não
pudesse me beijar o quanto queria.
Ao chegar na mansão de Raven, você tem que passar por um portão
primeiro. Sempre que eu chego está aberto, mas tenho certeza que quando o
pai de Raven está aqui o portão fica sempre fechado, o que te obriga a apertar
o interfone e se anunciar primeiro.
Entrei com o carro. Sim, para ir à casa de Raven você precisa do seu
próprio carro. Ela fica bem no meio da floresta. Muitas vezes eu havia sido
usado aqui do lado de fora, e provavelmente hoje seria de novo, já que o clima
estava agradável e quente. Pensando bem, talvez não. Raven gostava de me
ter ao ar livre quando o clima estava extremamente frio, o sofrimento era
maior dessa maneira.
Ele jamais fez nada homossexual comigo, apenas coisas como me socar no
estômago, segurar minha cabeça debaixo d’água, e me erguer ou me deitar de
alguma posição que Raven me queria. Ele sempre se comportava como meu
amigo, sorrindo para mim e dizendo, “desculpe, ela é a chefe”. Seu nome era
Dylan e isso sempre me fazia rir, lembrando de Barrados no Baile *.
* (Barrados no Baile: série americana famosa em que o nome do personagem principal era Dylan.)
Todas as vezes, antes que eu até mesmo batesse nela, Dylan estava ali,
abrindo-a para mim.
Às vezes Raven deixa suas amigas brincarem comigo também, mas pelo
visto hoje não. Deduzi que a data era meio que especial, já que se passaram
seis meses desde a última vez em que ela me viu. E também, desde a última
vez em que ela quase me matou quando teve as mãos em mim.
─Obrigado, Dylan. – falei, fazendo contato visual com ele enquanto ele
assentia e me deixava na cozinha.
Eu continuava tendo flashes da minha última vez com Raven, tentava
bloqueá-los, querendo que fossem apagados.
Sua porta estava se abrindo agora e meu corpo retesou, logo depois
relaxou. Meu corpo era esperto o suficiente para ficar tenso, meu cérebro
tomou as rédeas, ordenando que relaxasse.
Eu nem precisava olhar para cima para vê-la na minha cabeça. Raven tinha
mais ou menos a minha idade, 25 anos talvez, muito bonita aos olhos. Pele
hidratada, longos cabelos escuros, que nunca foram cortados na vida dela,
com uma franja caída na testa, os fios geralmente numa trança firme,
ultrapassando a sua bunda. Os brilhantes olhos azuis, eram tão raros e
atraentes que ela certamente poderia capturar e prender o olhar de qualquer
homem. Seus lábios estavam sempre com batom vermelho, carnudos. Seu
corpo era malhado, não musculoso, porém atraente. Ela nunca ficava
completamente nua na minha frente. Geralmente ela usava uma roupa de
couro para os nossos joguinhos.
Hoje não foi diferente. Ela estava vestindo um espartilho de couro, os seios
expostos acima dele, e uma coleira de couro preta apertada no pescoço, sem
argolas, o que significava que ela não era uma escrava, que não tinha dono.
Uma calcinha fio-dental que deixava sua bunda exposta, botas também de
couro na altura das coxas completando toda a aparência Dominadora.
Ela estava sorrindo para mim e suas mãos deslizaram sob cada lado do
meu maxilar e inclinaram o meu rosto para cima. Eu já tinha caído nessa
antes. Fiz contato visual quando ela fez isso e fui severamente punido. Desta
vez eu mantive os olhos fechados enquanto ela erguia o meu rosto.
─Bom garoto. – ela ronronou à medida que seus dedos acariciavam minha
testa, bochechas e lábios.
Eu não respondi. Não foi me dado permissão para falar ainda. Isso era bem
rigoroso com Raven.
─Mmmm… Mathew… senti tantas saudades… – sua voz era firme, mas
parecia sincera. ─Ninguém sofre tão bem como você.
─Você está muito bonito… - sua voz disse em seguida, mantive meu rosto
no lugar e meus olhos fechados, mesmo ela tendo me soltado e estar se
movendo em volta de mim, me examinando.
─Até sua bunda está mais definida do que antes. – ela falou, ficando na
minha frente de novo, acariciando meu queixo com a unha. ─E você ainda se
lembra das minhas regras… que menino esperto.
─Sentiu minha falta? – ela passou os dedos pelo meu cabelo e acrescentou.
─Você tem permissão para responder sem falar.
─Então por que você não está sorrindo? – ela passou os dedos pela minha
boca e adicionou. ─ Você tem permissão.
Sorri o máximo que pude para ela, minhas mãos ainda atrás de mim
enquanto ela sorria de volta.
Isto significava que eu tinha permissão para oferecer a ela o meu amor ou
afeto, seja lá do que for que ela chame isso.
Como se eu não fosse capaz de respirar sem beijá-la, separei meus lábios
de forma rude assaltei sua boca com a minha, rapidamente usando a minha
língua e deixando um gemido escapar enquanto minhas mãos permaneciam
imóveis atrás de mim. Eu era como um cachorro dela que não ficava na sua
presença há muito tempo e agora a atacava. Era assim que ela gostava.
─Pare. – ela empurrou meu rosto para longe e lancei meus olhos para
baixo novamente, ligeiramente ofegante, me acalmando.
Ela foi até o corrimão e pegou sua taça de vinho, dando um pequeno gole
enquanto me observava. Caminhando de volta até mim, ela levantou meu
queixo com um dedo e posicionou a taça nos meus lábios, dizendo. ─ Beba.
Eu bebi, mas então ela puxou o copo e jogou o resto do vinho na minha
cara.
─Menino mau, olhe só o que você fez. – ela sorria. ─ você derrubou
no chão também. Este vinho é muito caro. Limpe.
─ Eu sinto muito, Raven. Por favor, me perdoe. – fiz minha voz parecer
arrependida, ela não gostava que eu parecesse um robô. Ela gostava do som
do medo, do sofrimento.
─Vou pensar nisso. – ela agarrou meu cabelo por trás. ─ Mas eu sei que
você não quer ser perdoado sem ser castigado primeiro, certo?
─Sim, Raven.
Dylan passou algo quando abri a minha boca. Ele segurou minha cabeça
para trás, a mão na minha testa, enquanto ela inseria um tubo na minha boca
e o empurrava até que estivesse quase tocando o fundo da minha garganta.
─Sh, sh, shh… relaxe… o ponto é bem ali, Dylan. – ela falou comigo e
depois com Dylan
O tubo era duro, de plástico e fino e apontava para a base da minha língua,
e vi Raven começar a grudar fita adesiva na minha boca, prendendo o tubo no
lugar enquanto Dylan puxava minha cabeça para trás com mais força. Fechei
os olhos e parei de me debater e, cerca de dez minutos depois, minha boca
estava completamente coberta de fita e na outra saída do tubo estava um funil
azul de tamanho médio.
─Vamos testar antes, até você se acostumar com ele. – ela informou,
colocando um pouco de água no funil. Antes que eu percebesse estava na
minha garganta e meus olhos se apertaram, meu organismo se recusando a
engoli-la.
─Engula, Mathew. – Raven passou a mão ali e engoli contra a minha
vontade, engasgando um pouco, buscando ar.
Lá pela oitava ou nona golada de água eu tinha aprendido como engolir de
um novo jeito, aos poucos, dando goles rápidos, abrindo e fechando a minha
garganta repetidamente. Era horrível e eu não conseguia respirar ou sequer
sentir o gosto da água, mas podia aguentar. Era como um afogamento, e
engolir fosse a única maneira respirar… até Raven por mais água.
─Você não vai passar calor hoje, eu garanto. – Raven disse quando meu
corpo já tremia.
─Mais água, Dylan. – ela disse atrás de mim e sem soltar o funil, Dylan
retirou a tampa de outra garrafa de água e começou a virar uma grande.
Tudo o que eu podia dizer era, “Mmm –nnnnnfffff…”, antes da água chegar
na minha garganta. Isso era ainda mais assustador e mais impossível estando
deitado.
─Vamos lá,Mathew, endureça esse pau. – ela mandou e fiz uma careta,
lutando para engolir a água e endurecer meu pênis ao mesmo tempo.
Graças a Deus ele endureceu e ouvi Raven mais abaixo, perto da beirada
do bloco de gelo, se ajoelhando.
─Oh isso, olhe para essa magnífica coisa dura… – ela elogiou antes de
abocanhar toda a extensão dele, chupando violentamente e o puxando com
uma mão, a outra segurando meus testículos sem piedade.
Nesse momento tomei ar e soltei um gemido sofrido, meus olhos descendo
para espiá-la no momento em que lambia e chupava de olhos fechados, se
deliciando. E então senti água em minha garganta outra vez e quase sufoquei,
meus olhos para cima e vendo Dylan jogando uma dose maior no funil.
Após alguns minutos, meu membro estava molhado e duro feito pedra e
Raven me disse que havia me comprado um presente.
Eu já tinha visto, mas sacudi minha cabeça mesmo assim. Dylan parou
com a água, minhas pernas e braços tremendo. Eu estava entupido de água
gelada e deitado num bloco de gelo, não era mesmo agradável. No entanto eu
sabia que isso ainda não era nada, ela não tinha nem começado.
Gaiolas para pênis são pequenas e apertadas, e apertam seu pau como em
uma prisão. Quando você está ereto, é um verdadeiro inferno.
─Aí está você, meu docinho… – ela lambeu a cabeça através da gaiola, me
fazendo gritar novamente.
─Dylan, trás as agulhas, por favor. – ela disse e meus olhos se fecharam
tentando me preparar mentalmente para aquilo.
Raven adora agulhas. Elas eram de oito ou dez centímetros, com uma
ponta de plástico verde para a ela empurrar seguramente até o limite da
agulha.
Eu ofegava e rosnava, mantendo meus olhos fechados com força, assim
poderia conservar Tanya na visão enquanto eu a magoava repetidas vezes nos
meus pensamentos. Isso tornava as agulhadas mais fáceis de serem
suportadas, sabendo que cada vez que eu perfurava Tanya verbalmente, eu
era perfurado em troca.
Era apenas o começo das agulhas, e tive certeza disso quando a terceira
delas foi enfiada na cabeça do meu membro. Raven gostava de me furar todo
– tórax, mamilos, rosto, bunda. Uma vez ela juntou meus lábios com uma
delas e Claire ficou irada feito o diabo, porque os meus lábios ficaram
inflamados e sem utilidade por três dias.
Raven se movia lentamente e com calma, mas não demorou muito para
que eu tivesse os dois mamilos com agulhas, elas formando um círculo em
volta deles, meus testículos e meu membro completamente marcados pelas
gaiola.
Agora ela estava sentada sobre o meu peito e eu podia sentir sua bunda
nua e quente na minha pele gelada enquanto ela segurava uma nova agulha,
dessa vez olhando para o meu rosto.
─Mais água, Dylan. – ela disse e quase grite. Ao invés disso, minha voz
ficou gemendo seu protesto e desaprovando quando Dylan foi buscar outra
garrafa de água.
(…)
LASH!
LASH!
SLAP!
SLAK!
─Já quer fazer xixi? – ela perguntou, vendo as agulhas na minha pele.
Sacudi minha cabeça, mentindo.
─Você não vai poder segurar para sempre, cachorrinho. – ela disse
presunçosa. ─ E é melhor não fazer por acidente… eu ficarei muito brava com
você.
Logo que meu açoitamento terminou, Raven falou para Dylan me acordar.
Eu estava exausto e fraco e então o escutei abrindo uma torneira em algum
lugar atrás de mim. Uma mangueira… Em poucos segundos a água fria da
mangueira de jardim esguichou na parte da frente do meu corpo e eu gritei
alto, a água gelada fazendo contato com os cortes na pele, sem mencionar a
sensação dolorosa de segurar minha urina por tanto tempo.
─Raven… – falei sem ser mandado e esperei que não fosse punido muito
por isso.
─Por favor, posso fazer xixi? – pedi, não escutando nenhuma gargalhada
ou escárnio de qualquer um deles.
Olhei para cima, para Dylan, e ele não assistia, ele estava fazendo alguma
coisa com uma casinha de cachorro ao canto.
Engoli meu orgulho e me permiti fazer xixi, odiando esse momento mais do
que todos. Raven não me deixava nem urinar feito uma pessoa, usando minha
própria mão para me segurar. Era a pior das humilhações.
─Engatinhe e se deite, bebê. – ela afagou meu cabelo outra vez enquanto
eu ia para o colchonete, me curvando para caber ali.
─Bom garoto. – ela colocou a mão nos meus olhos, os fechando. ─Tire um
cochilo.
Porra, meu corpo dói. Ele está tremendo e não consigo fazê-lo parar.
Está tão frio. Se acalme, respire, feche os olhos. Esqueça onde está.
Você está com Skylar agora. Skylar está me abraçando neste momento.
Estamos aquecidos debaixo dos cobertores na sua cama. Isso. Ótimo.
Raven estava pegando leve hoje, talvez ela esteja arrependida pela última
vez e esteja tentando fazer as pazes comigo de alguma forma. Porém seu
humor podia mudar em um segundo. E ainda me restavam mais três horas...
Capítulo 16
Mathew POV
Em seguida, eu bati em uma parede. Não era uma parede em si, mas um
bombeiro alto que usava um capacete, segurava um rádio, e estava de pé ao
lado de um carro de bombeiros. Ele era um homem mais velho, mas ele não
era fraco. Imaginei que ele era um capitão ou algo assim. E ele estava me
impedindo de entrar no meu prédio.
─Ei, onde VOCÊ está indo ? – ele gritou para mim enquanto eu lutava
contra ele.
─Ajude este homem e ver se sua família está entre os sobreviventes, por
favor. – o bombeiro mais velho disse para os mais jovens.
─Estes são todos os sobreviventes que temos até agora, senhor, você vê a
sua família? – o bombeiro me perguntou e minhas pernas começaram a
tremer.
─Não. – senti lágrimas descerem pelos meus olhos, andando de volta para
o prédio em chamas.
─Eu não posso ficar sentado aqui, eu tenho que entrar lá. – levantei-me
rapidamente e comecei a caminhar em direção ao edifício novamente, mas
outra vez fui parado por mais de um bombeiro.
─Eu sei onde elas estão! – gritei. ─Eu posso mostrar a vocês,vamos lá!
─Bem, não podemos conseguir uma escada ou algo assim, para chegar até
lá e ajudar as pessoas? – perguntei, recebendo graves olhares deles.
“E KATIE TRENNER!”
─Não, querida, eu não estou bravo. Eu te amo, eu nunca vou estar bravo
com você… – eu estava chorando agora, tentando esconder. ─Vai acordar a
mamãe, mas não desligue o telefone, ok?
─Ok papai, espera. – ela disse e saiu enquanto eu dizia para o bombeiro ao
meu lado. ─Minha família está viva lá dentro, TIRE-AS DE LÁ AGORA!
Ele saiu correndo para alertar o seu superior e eles estavam falando em
seus rádios.
─Tanya?
Merda.
Minhas mãos tremiam e uma abertura maior na caixa foi feita, deixando
mais um pouco de luz entrar e o rosto da Raven estava encarando o meu.
Coloquei a língua para fora, meus punhos cerrados dentro da caixa quando
ela abriu um prendedor de roupa, deixando-o apertar minha língua.
Eles estavam rindo, também, e eu sabia que eles estavam brincando, mas
meu rosto ainda estava quente vermelho da mesma forma.
─Mathew vai adorar isso. – Eli levantou uma sobrancelha, olhando para a
peça minúscula no cabide, segurando-a até mim, tentando imaginar um visual.
─Ele ama peças abertas assim, vá por mim.
Eu sabia que as meninas estavam do lado de fora, esperando para ver o
que eu estava vestindo, então eu anunciei.
─Eu acho que vou direto para casa depois dessa loja.
─Você tem mais três dias de folga para fazer isso, agora silêncio. – Julie
suspirou.
Mathew POV
─ SILÊNCIO! – Raven gritou enquanto a minha voz gritava outra vez, meu
rosto molhado de lágrimas que eu não conseguia segurar. ─ Já acabou,
doçura…
Meus pés chutavam por reflexo já que estavam a alguns metros do chão,
amarrados com algemas de couro pretas que tilintavam com qualquer
movimento . Meu peito estava com uma espécie de teia de aranha de nós e
cordas brancas, que habilmente se reuniram nas minhas costas penduradas
em um gancho de metal. Meus braços estavam cruzados atrás das costas e
presos com uma grande quantidade de cordas que os mantinha acima da
minha coluna, e outra corda foi colocada na parte de trás do meu pescoço para
o gancho segurá-lo e apoiá-lo, então ele não balançaria dolorosamente. Eu
estava suspenso no ar, as pernas abertas, viradas para baixo, ao nível dos
olhos de Raven, enquanto ela estava diante de mim.
─Acabou. – ela beijou meus lábios trêmulos. ─ Não chore mais, meu
cachorrinho. Terminei de brincar com você por trás.
Ela deixou cair o último brinquedo na caixa de plástico grande a seus pés e
deu um aceno para Dylan.
─Shhh, shhh, shhh … – Raven beijou meu rosto e eu queria me encolher e
afastá-lo, mas não fiz isso.
─Isso foi muito difícil para você, eu sei… mas você aguentou muito bem,
meu bichinho de estimação. Você é muito forte. – ela elogiou .
Um soluço forçou seu caminho para fora da minha garganta contra a minha
vontade, mas Raven estava amando isso. Ela adorava destruir os homens e ela
gostava de me destruir acima de tudo, sabe Deus por quê. Por que essas
mulheres doentes são atraídas por mim?
Estava escuro aqui dentro e não havia nenhuma maneira de saber que
horas eram. Tinha que estar ficando tarde … Eu deveria estar fora daqui em
breve. Uma vez eu perguntei a ela que horas eram durante uma sessão e
PORRA, eu nunca vou fazer isso de novo. Ela gostava de acreditar que eu
estava gostando do meu tempo com ela e não quisesse ir embora.
─Isso é bom e leve para o seu estômago, Mathew. – ela sorriu para mim,
descascando a casca fora alguns deles.
Minha respiração estava mais sob meu controle agora e eu tentei esquecer
a dor quando ela trouxe o primeiro camarão aos meus lábios.
Eu lambia ao redor do camarão branco, saboreando seu gosto doce, mas
não me atrevendo a morder até que ela me permitisse. Ela estava me
testando hoje, certificando-se que eu lembrava de todas as suas regras. Acho
que até agora eu estava indo muito bem.
Engoli em seco, ainda não tenho permissão para falar enquanto ela trazia
um outro camarão, dizendo. ─ Coma.
Dylan entrou com um grande balde de água com uma enorme esponja de
banho amarela flutuando em cima. Ele deu a volta por trás de mim e ouvi a
água sendo agitada.
─Eu acho que o meu animal de estimação não gosta de outro homem
lavando seu corpo.
Raven beijou meu rosto e uma esponja molhada quente foi espremida em
cima da minha coluna, uma cascata cheia de vapor de água com sabão
derramado generosamente sobre a minha carne, escorrendo sobre minhas
nádegas, era bom que eu não consegui segurar o gemido que saiu de mim.
─Você quer que só eu faça tudo para você, não é mesmo, querido? – ela
me deu um outro camarão, acrescentando. ─ Coma. Eu não posso alimentá-lo
e lavá-lo ao mesmo tempo, posso?
Eu balancei minha cabeça, rezando para que ela não estivesse ficando com
raiva.
Skylar POV
─Eu não estou com fome. – admiti. ─Eu não me sinto bem. Não estou
doente…mas eu… não me sinto bem. Você pode me levar para casa?
─O que vocês dois estão cochichando? – Julie perguntou que antes que eu
pudesse.
Julie jogou alguma coisa nele e Eli sorriu para mim fracamente, me
deixando ainda mais nervosa.
─Nada, Skylar. – ele deu de ombros, olhando para o relógio. ─É que… Ryan
e eu estamos trabalhando hoje à noite e devemos voltar. Já passa das cinco.
─Oh, tudo bem. – levantei, feliz que enfim chegaria em casa e poderia
começar o trabalho, antes que Mathew chegasse.
Eu disse que ia encontrar uma saída para ele. Eu não posso nem resolver
um Cubo Mágico.
Jesus, o que eu vou fazer quando o nosso tempo acabar, se eu não posso
viver sem ele nem por uma tarde?
Eu disse a eles para manda um oi para o Mathew por mim quando eles
chegassem até a boate, e outra vez eles que não. Nós tivemos um dia
divertido. A menos que eles estivessem atuando, igual Mathew fazia em seus
trabalhos.
Julie e Riley me conheciam bem o suficiente para saber que eu queria ficar
sozinha agora, eu funcionava melhor sozinha, pareciam estranhos e sorriram
forçadamente, dizendo.
Havia algo de errado com eles. Talvez seja uma coisa de stripper. Talvez
eles não gostaram de Riley ou Julie. Não, acho então elas respeitavam isso.
Dei uma espiada no relógio da cozinha e dizia que eram 17:35h. Eu deveria
ter comido alguma coisa no almoço. Agora eu vou estar faminta quando
Mathew chegar em casa para me levar até o nosso encontro.
Eu alisei o papel e sorri vendo a letra do meu pai. Sempre que eu estava
para baixo, meu pai encontrava um jeito de falar comigo. Ele acertou de novo.
~
Oi Sky!
Você pode decidir se quer ou não contar a Julie, mas este pobre
rapaz é viúvo, aos 26 anos. Caramba. E ele tem uma filha também.
Mas por alguma razão ela não vive com ele. Ela mora com os pais
da sua esposa na Flórida. Ben e Ângela Cheney.
~
Coloquei a carta do meu pai de lado e peguei os outros papéis que ele tinha
enviado. Eu queria que Mathew mesmo me contasse a respeito disso, mas não
conseguia parar de ler o que estava bem ali na minha frente.
Eu li o artigo todo por três vezes com lágrimas nos olhos. Não dava muitos
detalhes, mas parece que os primeiros andares estavam em chamas e foi feita
a tentativa de um resgate pelo telhado quando o pai da menina ligou para ela
do celular dele e ela atendeu. O pai e os bombeiros conversavam com a
menina enquanto bombeiros subiam no telhado do prédio, saltando sobre ele
do prédio ao lado.
O bombeiro conseguia ver a menina no interior, mas ela não sabia como
destrancar a janela para sair de lá. O pai estava dizendo a ela o que fazer, mas
havia um problema com a janela estar emperrada ou algo parecido, de acordo
com os bombeiros que estavam em contato com o na escada de incêndio.
Eu senti a dor, imaginando Mathew no celular tentando dizer a sua filha o
que fazer para sair de lá enquanto o prédio queimava diante de seus olhos.
Quando eles chegaram lá, o bombeiro estava morto, a menina viva, porém
gravemente queimada.
Meu Deus, eu rezo para que Mathew não tenha conseguido ouvir os gritos
delas pelo telefone ou pelos rádios…Jesus, ele provavelmente ouviu.
Eu queria ouvir… e não estava envergonhada. Eu estava fazendo amor com
o homem dos meus sonhos e aquilo não parecia nada sujo para mim.
maravilhosos eram os sons e a respiração de Mathew, mesmo quando
terminamos e descemos do nosso pequeno refúgio divino, eu podia ouvir sua
boca beijando minhas costas.
─Skylar… – sua voz sussurrou para mim na fita enquanto sua boca emitia
mais sons melódicos de beijos no meu corpo. Eu podia ouvir minha própria
respiração irregular bem fracamente.
Após isso, fiquei escutando até que ouvi minha voz poucos minutos depois,
ofegante e dizendo.
Um ruído seco.
Olhei para a janela, sabendo que era a nossa última sessão na fita e então
ouvi a voz de Mathew.
─ Então aqui vai o que eu nunca vou dizer na sua cara, Dr. Skylar.
Eu mereci perder minha mulher. Eu mereci perder meu bebê. Eu não
era bom o suficiente para elas e eu as deixei quando elas mais
precisavam de mim. Eu as deixei queimarem.
Ele estava chorando e isso estava me matando por estar ouvindo isso e
não o ter aqui para abraçá-lo. Eu estava dormindo quando ele gravou isso?
CÉUS!
─Fique segura e seja feliz. Essas são duas coisas que você nunca
seria comigo. Desculpe se alguma vez te magoei, Skylar. Não foi minha
intenção. Foi incrível… fazer parte da sua vida por um tempo.
Obrigado… por tentar me consertar. Adeus.
Lágrimas desciam pelo meu rosto, ouvi o barulho do botão ser pressionado
por Mathew para parar a gravação e eu me levantei, indo até a minha bolsa
procurar pelo celular.
Tirei tudo de dentro da mochila sem ao menos ver as coisas que estavam
ali.
Eu não ligava para a privacidade dele mais, eu estava com medo por ele.
Temendo que ele tentasse machucar a si mesmo, não tendo certeza de quando
ele gravou aquilo.
Abrindo sua agenda, folhei uma página em branco, em seguida voltei para a
página anterior.
─Ryan, onde o Mathew está? – fui direta, sem paciência para enganações
no momento.
─Sou uma psiquiatra, é por isso que sei. – revidei. ─Não minta para mim,
quero saber onde ele está agora.
─Skylar, isso é com ele. – Ryan tinha um tom sério dessa vez. ─ Se você
quiser saber, pergunte a ele.
─Por causa do que eu fiz com ela ontem à noite! – eu disse e meus olhos
estavam com lágrimas de raiva.
─Aquela vadia! – gritei, andando pelo quarto quando meu olhar foi para o
uniforme policial em cima da cama.
─Eu quero o endereço. – ordenei a Ryan, pegando uma caneta e indo para
a cozinha.
Mathew POV
Eu ofegava com mais vigor, impulsionando minha pélvis para cima e para
baixo até estar perto de gozar.
Alguns minutos se passaram até que ela se mexeu e falou comigo outra
vez.
─Mmmm, meu pequeno insaciável. – ela acariciou meu rosto, meus olhos
semi-abertos. ─Essa é a décima vez em seguida. Você é especial.
─Tão cansado… – eu murmurei quando Raven voltou para cima de mim,
tirando minha camisinha e me limpando com a esponja e água quente fresca.
Então eu decidi não insistir muito desta vez para ela me soltar. Talvez ela
se cansasse de mim em algumas horas e me libertasse por vontade própria.
─Você vai gostar daqui comigo. – ela beijou meu queixo e foi até uma
alavanca em um poste de madeira à minha esquerda, perto da parte mais alta
da parede.
Ela a girou e ouvi a corrente lentamente ranger. olhei para baixo e senti a
corrente presa nos meus tornozelos ficar apertada e começar a levantar um
pouco meus pés de cima da mesa.
Estremeci, sabendo que qualquer coisa que eu quisesse dizer agora iria
apenas irritá-la. Eu ia ter que me comportar e ficar quieto até Claire decidir me
tirar daqui.
Skylar vai ficar tão preocupada comigo. Merda. Mas Ryan irá cuidar dela.
Mais tarde, depois de Dylan ter convencido Raven que deixar eu pendurado
de cabeça para baixo iria me matar uma hora ou outra, eu fui colocado em
uma jaula pequena, parecida com uma gaiola gigante, minhas pernas
balançando para fora das grades enquanto meu corpo recostava-se contra as
barras de ferro, meus olhos tentando se fechar à medida que minha gaiola
balançava do teto, meus braços em volta do meu corpo, tentando me aquecer
um pouco.
Eu continuava pelado, mas muito mais confortável do que antes. Jaulas
não me assustavam, elas me acalmavam. Jaulas significavam que ninguém
poderia entrar aqui para fazer alguma coisa comigo. Jaulas significavam
descanso. Todas as coisas horríveis acontecem fora da jaula. Uma jaula é onde
você fica entre suas sessões de tortura, enquanto a dominante está dormindo.
Raven deve ter ido dormir. Gostaria de saber que horas são. Eu me
pergunto se vou sair daqui amanhã.
─Skylar? – senti meu peito apertar. É melhor que NÃO seja. Talvez fosse
apenas uma doce ilusão da minha parte.
Enfim, a porta do porão foi aberta e a luz invadiu o lugar, não chegou a
minha jaula, enquanto os barulhos de passos desciam as escadas.
Foi difícil para mim ver qualquer coisa, estando no escuro e depois
recebendo luz tão de repente.
Eu podia ver a silhueta de Dylan e outra silhueta delicada próxima a ele,
usando um quepe de policial.
─Ela pagou por ele. – Dylan disse para a policial atrás dele. ─ Ele é um
garoto de programa, está aqui porque quer.
─Algeme este elemento no andar de cima, vou cuidar dessa parte, tudo
bem?
─Hey, bro.
Engatinhei para fora da jaula e Ryan jogou umas roupas em cima da mesa.
─Eu trouxe algumas das minhas roupas para você vestir. – ele disse. ─Não
sabia onde as suas estariam e não queria que a Skylar te visse… você sabe…
desse jeito.
─Oh sim. – Ryan sorriu satisfeito consigo mesmo. ─ Isso tudo foi ideia
dela. Ela pegou seu uniforme de polícia, as algemas e a arma. Ela ia vir
sozinha pra cá, mas eu não podia deixá-la fazer isso. Você me mataria, para
começar.
Colocando a calça de moletom, eu concordei.
─Definitivamente.
─Eu nunca deixaria você passar por aquela merda de novo. – Ryan
continuou. ─ Não se esqueça, eu já estive aqui antes também, você sabe.
─Eu sei. – eu quase tinha lágrimas nos meus olhos, e tive que abraçar o
cara. ─Obrigado, Butler.
─Vem, vamos dar o fora daqui antes que Skylar cubra a cabeça de Raven
de porrada com o cassetete dela. – Ryan começou a subir as escadas.
─A Raven não viu meu rosto. – ele me disse quando chegamos ao topo das
escadas. ─Skylar a amarrou enquanto dormia. O cara eu nunca vi antes. Ele
deve ser novo. Então, estamos limpos.
Bem nessa hora, segui para a cozinha para pegar minhas roupas e as
chaves do carro, Skylar entrou correndo, dando de cara comigo, parando ao
me ver. Eu congelei, vendo seus olhos refletirem tantas coisas: mágoa,
preocupação, raiva, traição, amor, alívio…
─Mathew vai comigo. Você pode seguir a gente no seu carro, está bem?
Fiz um sinal com a cabeça para ele, silenciosamente dizendo que estava
tudo bem quando deixamos a saída da cozinha.
Ryan apontou meu carro para Skylar e ela abriu a porta do motorista,
entrando enquanto eu tomava meu lugar no lado do passageiro. Ela ligou o
motor e olhou para trás, tirando o quepe de policial e o jogando no banco
traseiro antes de dar partida rapidamente, descendo o caminho de concreto
que a levaria para fora da mansão e direto para a estrada.
Quando finalmente tive coragem de levar meus olhos para seu rosto, ela
estava chorando e dirigindo a uma velocidade exagerada ao mesmo tempo.
─ Skylar, você quer que eu dirija? – tentei perguntar mas fui cortado antes
de falar mais alguma coisa.
─ EU ESTOU TÃO BRAVA COM VOCÊ AGORA! – ela berrou, as lágrimas
escorrendo pelo seu rosto.
─Eu sei.
─Bem, eu ia…
─E DEPOIS VOCÊ COLOCOU OS SEUS TÃO FALADOS AMIGOS JUNTO COM
AS MINHAS AMIGAS PARA FAZER COMPRAS NO SHOPPING E ME DEIXAR
OCUPADA O DIA INTEIRO, ENQUANTO VOCÊ ESTÁ SENDO BRUTALIZADO?
─Hey, eles SÃO meus amigos, Ryan arriscou a vida dele para me tirar de
lá! – eu tentei pelo menos deixar isso claro.
Eu não a culpo por estar gritando e com raiva, mas eu não posso deixar ela
insinuar que Ryan e Eli não são verdadeiros amigos.
Skylar estava chorando mais ainda e eu quase sugeri que eu dirigisse outra
vez.
─EU SEI SIM! – ela disse, secando seu olho direito, e então ela jogou o
carro para a beira da estrada, o acostamento, e encarou minha expressão
assustada.
Ela me encarou surpresa pelo fato, por um segundo, mas depois franziu
mais ainda a testa.
─Eu não ligo de quem é o carro! – ela gritou. ─ Você está comigo ou não?
Uma lágrima caiu de seus olhos e ela voltou a pisar no acelerador, voltando
para a estrada, em um estado normal agora.
Finalmente, ela falou alguma coisa e sua voz soava fraca e frágil.
Ela soluçou de novo e nós tivemos que parar outra vez, então eu poderia
abraçá-la…e ela poderia me abraçar…cuidadosamente. Coitado do Ryan no
carro de trás, ele deve estar achando que somos malucos ou algo assim.
Nós choramos sem dizer uma palavra por um tempo, depois Skylar
retomou a direção novamente, querendo me levar logo para casa para cuidar
de mim.
Essa seria uma noite difícil. Eu sabia que quando Skylar visse meu corpo
ela ficaria enjoada mas eu pensei que talvez eu até poderia dar um jeito de
esconder…Não. Eu não posso mais esconder as coisas dela. Não importe o que,
eu devia a verdade a ela. A verdade nua e crua.
Eu queria dizer a ela que eu sentia muito, muito mesmo por magoá-la desse
jeito, que era exatamente por isso que eu não quis dizer aonde estava indo
esta manhã, mas agora vejo como eu estava errado em pensar que poderia
protegê-la disso. Skylar não é criança e ela não é estúpida. Ela me ama, isso é
estúpido, mas não é culpa dela. Eu estava errado em mentir para ela. Jamais
faria isso novamente.
─Eu estou aqui para você, Mathew. – ela disse, não fazendo menção de
encostar em mim e fiquei agradecido por isso.
─ Isso vai ser difícil para nós dois. – ela disse abertamente. ─Mas vamos
passar por isso juntos, tudo bem?
─Certo. – ela pôs a mão em sua cintura, depois olhou para longe. ─Você
quer que eu te ajude a tirar a roupa?
─Ok. – Skylar fechou os olhos e outra lágrima escapou mas ela a enxugou
rapidamente.
─Está bem, Mathew. – ela fungou outra vez. ─ Eu quero ficar. Eu quero
cuidar de você. Eu te falei, eu estou com você até o fim. Eu falei sério.
Eu a respondi com toda a emoção que queria saltar ali agora.
─Skylar… eu sei que eu disse que não poderíamos mais falar eu te amo um
para o outro, mas, tudo bem se eu retirar isso?
─Skylar?
─Sim, Mathew?
─Eu te amo.
─Skylar?
─Sim, Mathew?
─Você… ainda… me ama?
Porra, eu estava tão carente. Depois de tudo que ela fez por mim esta
noite, eu ainda precisava ouvir aquilo… eu ainda queria ouvir.
─Mathew?
─Sim, Skylar?
─É claro que eu amo você.
Capítulo 17
Sábado, Dia 7
Skylar POV
Mathew.
Foi o que aconteceu…eu fiz isso. Meu pai ficaria muito orgulhoso. Não
ficaria?
Estou tão feliz que Mathew está aqui comigo agora, em vez de nu naquela
jaula no porão da casa de Raven. Eu seria um desastre neste momento, sem
saber onde ele estava ou o que estava acontecendo com ele.
Ele parece tão quente agora e em paz, e eu não pude deixar de sorrir
enquanto só estudava seu rosto…quem poderia prejudicar algo tão bonito? E
ele está com aqueles pequenos lábios franzidos novamente.
Eu tinha que beijá-los.
Eu sorri, voltando e dando-lhe mais, mas apenas carícias suaves com meus
lábios.
─Eu ainda estou brava com você. – eu disse com uma voz firme.
─Eu tenho?
─Eu posso fazer você me perdoar, Skylar. – seu sorriso tornou-se diabólico
enquanto ele começou a se sentar.
─Mas, Skylar, deve estar tão bom lá fora… –ele parecia um menino agora.
─Você não quer sair e brincar comigo? Nós poderíamos ir para outra livraria…
ou talvez um supermercado…no corredor 9…
Seus dedos estavam tentando caminhar que nem verme sob o meu pijama,
mas eu me afastei.
A terapia pode esperar até amanhã. Ele precisa de uma pausa, um bom dia
e uma noite para relaxar e se curar. Notei já que ele está tentando fazer o
papel de amante sexualmente atencioso. Isso é real ou é ele quer evitar o que
aconteceu ontem à noite? Onde está a sua raiva? Onde está o seu medo?
Eu tenho sete dias para encontrar uma saída para ele. Eu não vou deixá-lo
voltar.
Ele abriu-o e disse: ─Sim, Claire? – depois de uma pausa. ─Sim, eu sei.
Sua boca se tornou uma linha dura e ele ouviu, em seguida falou. ─Eu sinto
muito.
Inacreditável. Ele está pedindo desculpas a ela? Depois que ela o largou lá
com aquela porca na noite passada! Tenho trabalho pesado para fazer esta
semana com ele na terapia.
─Sim. Eu vou estar lá. – ele disse, olhando para o meu rosto tenso.
Ele estremeceu e, em seguida, fechou seu telefone, olhando para mim por
de debaixo dos seus cílios.
─Não, pelo menos até aonde ela está me dizendo. – Mathew disse. ─ Ela só
estava com raiva porque que eu não liguei depois que saí da casa da Raven.
─Disse para ter certeza que eu esteja no meu quarto na próxima segunda-
feira de manhã ao amanhecer.
Eu odeio ela.
─Você acha que ela realmente sabe e não diz nada? – me senti paranóica
agora. Eu não queria que Mathew se machucasse mais por causa de algo
retardado que eu tinha feito.
─Não. – Mathew tomou um gole de seu suco. ─Se ela realmente sabe, ela
estaria aqui para me levar para casa. Acho que estamos seguros, Skylar. Por
favor, não se preocupe.
─Mathew, aquilo não é casa, com ela. – eu disse de forma clara, os olhos
sérios enquanto eu olhava para ele. ─Você está em casa agora.
Ele sorriu para mim e abriu a boca para falar, mas as palavras não vieram.
Seus olhos brilharam com traços de lágrimas e ele me beijou, segurando meu
rosto com as mãos.
Eu estava deixando Mathew comer junk food e parecia ser uma grande
surpresa para ele. Outra descoberta: Mathew adora Doritos, estilo Ranch
fresco.
─Muito bem até agora. – eu beijei a ponta do seu nariz. ─Você não tentou
fugir uma vez.
─Você faz uma prisão muito agradável, Skylar. – ele sorriu. ─Eu gosto de
ficar aqui.
Como é que ele sempre faz isso comigo? Eu planejava ser inocente e
descansar hoje. E agora eu estou no cio novamente.
─Não se atreva.
Eu ri e fiz uma careta, me esforçando um pouco.
─Eles vão embora. – ele disse antes de sua língua quente subir perto do
meu umbigo. MERDA! Isso é tão bom!
─James…quero dizer, Dr. Collier, oi. – sorri enquanto ele estava parado ali
com dois cafés Starbucks nas mãos.
Esta é a primeira vez. Ele nunca apareceu do nada aqui antes. O que
significa isso tudo?
Minha cabeça girou de volta para a porta e eu senti meu rosto ficar quente.
Depois que Mathew desligou, ele me disse que Eli ficou na Fire ontem à
noite depois de Ryan ter saído e deu cobertura para ele, dizendo a Claire que
uma cliente havia pedido por Ryan em um quarto privado. Ryan disse que tudo
parecia tranquilo com Claire agora, e se algo suspeito acontecer, ele ligaria
para nós imediatamente.
─Bem, você foi negligenciado. – eu disse, usando uma de suas falas mais
brilhantes. ─Mas eu estou aqui agora.
─É hora de eu fazer a ligação. – ele disse, olhando para o telefone na mão,
mais quieto do que o normal.
─Eu vou dar um pequeno passeio ou algo assim. – peguei minha calça
jeans. ─ E você fica na cama.
Fui para o banheiro para me trocar e verificar meu cabelo no espelho, mas
Mathew se manifestou.
─Espere.
─Eu estou bem, Skylar. – ele abriu os olhos e olhou para mim.
Observando ele, eu estava confusa e esperei para ouvir o que ele queria.
─Será que você… – ele olhou mais profundo em meus olhos. ─…gostaria de
ficar? Você não tem que sair.
─Eu quero você, Skylar . – ele me deu um pequeno sorriso e bateu no lado
da cama, oferecendo-me um lugar ao lado dele.
─Minha filha. – ele informou com uma voz suave, como se estivesse
fazendo uma oração, acrescentando. ─ Kaitlyn…Katie.
(…)
Fiquei feliz, porque depois de vê-lo naquela jaula na Raven, eu não acho
que eu poderia fazer o mesmo com ele.
─Oi Mathew. – eu sorri para ele. Ele estava sendo tão corajoso e eu
realmente gostei de ouvir a voz de Katie no telefone mais cedo.
Ela basicamente falou sobre seu dia, passou em um carnaval na cidade. Ela
fez o passeio de pônei duas vezes, comeu muitos algodões doces, e acariciou
um coelho. A única coisa que me machucou ao ouvir, e eu sei que doeu em
Mathew também, mesmo ele agindo como se estivesse acostumado com isso,
foi quando sua pequena voz perguntou quando ele voltaria para casa.
─Em breve, querida. – ele disse e eu sorri para ele, mas por dentro, eu
queria gritar.
Mas, ouvir aquela ligação me trouxe pelo menos mais uma coisa boa.
Agora eu tinha uma voz doce em minha cabeça, querendo seu pai, me levando
com mais força a encontrar para seu pai uma saída.
─Olá Dr. Skylar. – ele respondeu, sorrindo para mim em meu pijama,
sentado na minha cadeira, tentando agir profissional.
─Eu quero dizer algo antes de irmos adiante, ok? – falei gentilmente,
recebendo um aceno de Mathew.
─Você passou por momentos terríveis ontem. – coloquei tudo para fora.
─O que aconteceu com você foi mal, brutal e selvagem. E hoje você está
sorrindo. Esta manhã, eu ouvi você rindo de desenhos animados.
─Era um engraçado.
─Eu tenho que esquecer. – ele movia o dedo para cima e para baixo na
borda da almofada do sofá em que estava sentado. ─Faz parte do trabalho. Eu
não tenho tempo para chorar sobre ele e eu nunca tive permissão para deitar
na cama o dia todo depois de um dia com alguém como Raven.
─Eu quero que você diga algumas coisas em voz alta. – eu disse. ─Ok?
Ele olhou para baixo por um segundo e eu acrescentei. ─E olhe para mim
quando você dizer isso. E queira dizer.
─Eu sou alguém. – ele disse, não parecendo muito confiante na frase
enquanto seus olhos encararam os meus.
Existe a raiva. Este é o momento que eu não quero que aconteça ainda,
mas tem que acontecer para limpar o sorriso educado de seu rosto. Talvez
fosse bom o que está acontecendo agora, sem muito tempo após o dia de
Raven, para ele fingir que está tudo bem.
─Eu não sou isso, também, não mais. – Mathew quase zombou. ─Ben é o
pai de Katie agora.
─Quero dizer, como você pode ensiná-la a ser forte e se defender contra
todos os predadores do mundo, quando você apenas sorri , se deita e deixa
que eles se alimentem de você e lamba seus ossos? – eu perguntei,
escondendo meus sentimentos por ele e odiando isso. Eu tinha que ser a Dr.
Skylar agora, querendo ou não.
─Eu te disse, eu… – ele estava franzindo a testa totalmente agora, não
gostando do que eu tinha a dizer.
─E se a Raven ou a Claire algum ter Katie nas mãos? - perguntei. ─Será
que você vai se ajoelhar e dizer, “sim Claire”?
─O que você me diz, Mathew? – de um tapa do outro lado de seu rosto.
─Vamos lá, eu sou Claire…bem aqui na sua frente. Fale comigo.
─Eu não sou Skylar. E onde para onde toda aquela raiva foi tão rápido? –
perguntei. ─Você pode colocá-la para fora, Mathew, não tenha medo. Está
tudo bem. Eu sou a Claire e eu quero que você me responda AGORA.
─Finja que Katie pode nos ouvir agora. – bati no rosto dele novamente.
─Use isso em sua mente cada vez que alguém está te machucando. Veja-se
como o pai de Katie, não um escravo. Eu sou a Claire. Eu quero que você
responda o que você está sentindo. Deixe sua raiva para fora. Ela está te
matando.
─Pare! - sua boca franziu mais e sua voz era mais alta.
─Eu não recebo ordens de você, seu vadio, eu disse ME FODE! – eu gritei e
bati no rosto dele mais forte agora.
Com isso, ele soltou um rugido profundo e usou uma voz grave raivosa
leão voz que eu nunca ouvi ele usar antes de gritar.
Oh. ISSO!
O levei de volta para o sofá e estava prestes a tirar a venda dos olhos de
cima dele quando ele falou novamente.
Mathew POV
Segunda-feira, 8º dia
Eu dormi como um bebê na noite passada. Acho que Skylar tem algum tipo
de feitiço em mim ou algo assim. E a sessão de ontem à noite tinha sido
apenas pura genialidade. Eu ainda não posso acreditar que funcionou, por
alguns segundos, eu realmente senti Claire diante de mim, me batendo, como
ela adora. Como Skylar sabe disso? Não poderia ser apenas um palpite de
sorte.
Eu estava vestido e me sentindo muito bem esta manhã, após meu dia de
descanso ontem. Eu disse a Skylar que iríamos sair para nos divertir um pouco
hoje, longe da terapia e da Fire, de Claire e faculdade.
Eu só queria ser o Mathew hoje e levar Skylar em uma longo encontro de
dia. Tenho uma semana de folga e eu não pretendo desperdiçar um segundo
dela. Eu levaria minha garota para sair.
─Achei que já tivesse dito que fiz isso só uma vez antes de você. – ela
corou ao dizer isso, sorrindo em resposta para mim. ─E foi no banco de trás de
um carro.
─Então, não. – respondi rápido, não gostando da ideia dela com qualquer
outro homem.
─Toda vez que você diz ‘vem cá’ eu acabo sendo fodida.
─Não.
Eu a agarrei em meus braços e a girei, assim ela estava deitada de costas
e eu deitado ao seu lado, uma perna enroscada em cima das dela, gentilmente
segurando-a no lugar.
Seus cabelos estavam tão lindos espalhados no chão abaixo dela. E sua
pele…caramba.
Passei meus dedos pelo seu queixo como se ele fosse feito de vidro
delicado, descendo bem lentamente para seu pescoço… o corpo dela relaxou
novamente e seus dedos se afrouxaram… e ela levou seu outro braço para
cima da sua cabeça, fechando os olhos e inspirando e expirando o ar enquanto
eu acariciava seu rosto com a minha mão direita.
Soltei o fecho do sutiã dela, levando meu ritmo para abri-lo e sua voz
soltou um murmúrio, seu corpo estremecendo um pouco.
─Está tudo bem… – assegurei, movendo meus dedos sobre o seio direito
dela… depois pelo esquerdo… com muito cuidado, como se ele fosse estourar
se eu o tocasse forte demais… queria que meus dedos fossem tão delicados
quanto a brisa.
Eu ainda não tinha a beijado ou apalpado com muita excitação, eu estava
idolatrando cada centímetro dela… cada parte… cada curva… eu estava tirando
fotos mentais de novo… seus seios claros e perfeitos… empinados debaixo dos
meus dedos, os mamilos endurecendo no segundo em que fiz contato…
movendo-os em círculos dolorosamente lentos.
─Sinta o sol beijando sua pele… – me inclinei com cuidado e beijei entre os
seus seios, ouvindo os gemidos dela de novo, sua respiração pesada e falha.
Levei meus dedos suas costas e minhas duas mãos gentilmente deslizaram
o short para baixo. Esperei ela ficar tensa e protestar… mas ela não o fez.
Junto com o short, também tirei a calcinha, e os olhos dela ficaram presos
nos meus, seus dedos se curvando um pouco acima da sua cabeça, depois
relaxando mais uma vez. Eu sabia que isso era demais pra ela, me deixar
despi-la assim a céu aberto, mas você não podia notar a batalha interna do
meu ponto de visão. Ela estava confiando em mim… completamente.
─Muito bom, Skylar… – falei baixo, retirando seus tênis com cuidado…
depois cada meia.
Acariciei suas pernas quando elas se esticaram ao meu lado. Eu ainda não
as separei… eu queria que ela apenas deitasse aqui comigo… e saboreasse as
emoções e as sensações dentro dela… Inclinei minha cabeça, sorrindo
enquanto observava ela fechar os olhos… sem sinais de tensão em nenhuma
parte sua… maravilhosa.
─Eu te amo tanto… – eu sussurrei. ─Você é linda demais para ser verdade.
Você parece uma deusa… a Deusa da Grama…
Eu sorri com o meu próprio comentário e ela deu uma pequena gargalhada,
e arranquei uma margarida a alguns centímetros de distância, começando a
adoração à minha deusa.
─Sente a grama agradando seus dedos dos pés? – perguntei e ela assentiu,
fechando os olhos.
Sem dizer uma palavra, rodeei a flor lentamente em seu mamilo, deixando
cada pétala ter sua chance de beijá-lo. Ela soltou gemidos baixos e seus olhos
continuaram abrindo e fechando, em cada vez carregando mais fogo que na
anterior. Porém, levei uma eternidade para me certificar que a flor explorasse
cada centímetro de Skylar. Tenho certeza que as margaridas sonhavam em
tocar algo tão único igual a ela. Esta era uma margarida de sorte.
Ela não precisou falar para me dizer o que queria.Eu esperava que ela não
sentisse repulsa com as minhas marcas na hora em que tirei minha camisa,
mas ela sorriu para mim como se eu fosse o homem mais bonito que ela já
tinha visto.
Ela sempre fazia eu me sentir desse jeito. Eu realmente sentiria falta desse
olhar quando ele se fosse.
Fiquei em pé e, sem olhar ao redor, baixei o zíper e tirei minha calça jeans
e minha cueca, ajoelhando de volta e me juntando a ela.
Tentei manter o ritmo dos seus lábios, mas ela estava muito mais passional
do que eu e gemi pelas queimaduras doces que sua boca quente fazia na
minha.
─Não, Skylar, jamais… – a beijei enquanto ela tentava falar. ─Você nunca
me machuca… me pegue da forma agressiva que quiser, eu amo o seu toque…
por favor…
Com isso, ela afundou suas unhas nas minhas costas e me puxou para
cima de si… minhas pernas se posicionaram uma em cada lado dela e espalmei
as duas mãos no chão, não querendo colocar o meu peso todo sobre sua
estrutura delicada.
Eu adorava tê-la arranhando minhas costas e as leves pontadas de dor
quando ela escavava onde minhas esfoliações estavam… era como se ela
estivesse afastando-as com suas próprias marcas, apagando elas com os seus
dedos.
─Sim, skylar. – sorri, esperando que ela não ficasse brava por eu estar
falando como um escravo de novo.
Eu sou o escravo dela… para sempre… e não tinha nada a ver com os vinte
mil dólares. Nem mesmo Claire me possuía mais… não mesmo… era Skylar…
sempre seria ela agora… mesmo que eu não possa ficar com ela.
Eu estava dentro dela agora e minha boca jamais abandonou a sua… minha
língua deixando a dela ficar no comando, provando, lambendo com violência e
completamente molhada toda a extensão da minha, à medida que eu me
movia ainda extremamente devagar… pra dentro…pra fora… dentro… fora…
De alguma forma, isso era ainda mais selvagem e intenso que uma boa
foda à moda antiga, que eu adorava fazer… no entanto, parecia que aqui, no
meio de tudo isso, era mais adequado… certo… natural e belo… puro.
Abri a minha boca e senti a sua sugar meu lábio inferior enquanto ela
ofegava mais alto e meu ritmo se tornava levemente mais rápido… Eu a
provocava com a minha língua, lambendo sua boca e me afastando um pouco
quando ela tentava me beijar de novo. Nós ríamos enquanto transávamos e
isso foi novo para mim também.
Parei com o ritmo lento e instantaneamente enterrei meu pau com força
dentro dela, levantando sua perna esquerda um pouco, seu joelho dobrado e
eu o segurando na posição, obtendo uma posição em que eu estocava mais
fundo enquanto ela gritava. Seus olhos me diziam para continuar e assim eu
fiz, mordendo meu lábio, me causando um pouco de dor quando comecei a sair
totalmente e, em seguida, entrar com força de volta, sem demora.
Segundos depois, caí de costas ao seu lado, olhando para as nuvens e para
o céu azul brilhante e me perguntando qual era meu nome, tentando recuperar
o fôlego enquanto ela fazia o mesmo. Meu coração estava acelerado dentro do
meu peito.
─Oh meu Deus… – Skylar estava falando antes que eu tivesse descoberto
como fazer isso ainda.
─Eu acho que você acabou com o meu útero. – ela arfou. ─ Eu sei que eu
disse ‘me fode forte’… mas… minha nossa… eu acho que estou tendo
hemorragia interna…
─Eu acho que você não viu a etiqueta de advertência na minha bunda. –
brinquei. ─Alguns brinquedos são muito perigosos, sabe…
─Se não estivesse tão cansada… eu te diria que odeio de verdade essa
expressão…
─É bom mesmo. – levantei uma sobrancelha. ─Porque não existe nenhum
departamento de reclamações aqui.
─Talvez. – sorri para ela. ─O que posso fazer por você, senhorita?
Eu abri minha boca e dei um beijo suave e bem molhado, sem língua…
seguido por alguns beijinhos por toda a sua boca.
─Mmmm. – ela sorriu depois que terminei o beijo e meu nariz estava se
esfregando no dela. ─Gostei desse aí… mas, o que mais você tem?
─Eu sei, Mathew. – ela segurou meu rosto. ─ Está tudo bem, a gente
estava brincando. Mas eu sei que eu sou apenas uma cliente. Tudo bem.
─Não, não está tudo bem. Você não é uma cliente pra mim, você é… –
parei, sentando na grama, adicionando, verdadeiramente. ─Tudo.
─Bom, agora você sabe como me sinto quando você chama a si mesmo de
brinquedo ou escravo. – ela observou, me ensinando algo sem eu me dar
conta novamente.
─Touché. – sorri.
─Agora… - ela me puxou de volta para seus lábios. ─ Me mostre aqueles
outros beijos que você tem no estoque. Eu não tenho o dia todo.
Não foi até o dia ter escurecido que chegamos perto do apartamento de
Skylar, porém estávamos nos divertindo tanto que eu queria que ele jamais
acabasse. Passeamos sem destino, apenas conversando, descobrindo mais a
respeito um do outro, comendo picolé do carrinho de sorvete.
Minha vida nunca ficaria melhor do que isso, eu tive consciência naquele
momento. Queria que Katie estivesse aqui conosco. Essa seria a única coisa
que poderia torná-la mais perfeita.
Um escravo não tem bens. Eu tenho roupas e jóias, mas apenas para
causar boa impressão, assim eu não faria Claire passar vergonha quando
saíssemos. Coisas como este anel da amizade e meu bilhete da sorte da
semana passada, eram coisas que eu jamais seria autorizado a ter.
─Eu ainda não consigo acreditar que ninguém nos pegou transando ao ar
livre hoje. ─ Skylar comentou enquanto subíamos as escadas para o
apartamento dela.
─O que eu fiz com aquela menina doce do notebook que conheci na boate?
─Skylar, posso te pedir uma coisa? – entrelacei meus dedos nas costas
dela. ─Você pode dizer não, se quiser.
─Claro, o quê?
─Eu não te machucaria ou faria qualquer coisa horrível, como Raven faz…
você seria só uma escrava do prazer, não da dor. – eu rapidamente prometi.
─Eu sei que você não me machucaria, Mathew. – ela disse, nenhum sinal
de medo no seu rosto. ─ Apesar de você ter tentado me enterrar no chão mais
cedo, quer dizer.
─Foi você que pediu! – eu disse pela quinta vez hoje. ─Da próxima vez,
veja com quem está falando quando disser ‘me fode forte’! Eu não tenho uma
camiseta escrito Thumper* à toa, Skylar!
* (Thumper é o nome do coelho do filme Bambi. O personagem é famoso por ser agitado e
cheio de energia. Coelhos também são conhecidos pela sua velocidade empenhada no ato
sexual)
─É uma longa história, mas, tenho. – eu disse. ─ Olha, teve uma vez…
─Nem se dê ao trabalho. – Skylar me interrompeu, rindo, e acrescentou.
─Eu adoraria ser seu animalzinho de estimação, Mathew. Eu confio em você.
─Sério? – senti um calor por todo o corpo de repente. Essa garota é real ou
vou acordar em breve, na jaula de Claire?
─Sim. – ela franziu o cenho. ─ Como você pode me perguntar isso depois
de eu te deixar me foder no meio do Central Park?
─Cala a boca! – ela riu e a empurrei contra a parede, prendendo ela ali
com meu membro rijo.
─Wow! – ela deu um pulo quando meu membro se contorceu contra seu
short curto e apertado e disse. ─ Eu estou procurando por um pênis bem
talentoso, na realidade. E grande… mas, não depravado como o que encontrei
no parque hoje!
─Não. Só tenho um. Mas é tudo do que você realmente precisa. Ele
faz tudo.
─Oh, verdade? – ela corou, ficando sem saída quando minhas mãos se
apoiaram nos dois lados da sua cabeça.
─Sim, verdade. – puxei seu short para baixo e o tirei dela, assim como sua
calcinha, enquanto ela deixava escapar um gritinho agudo.
─Sim, é enorme. – ela olhou para ele, sorrindo. ─Este deve ser o tamanho
extra grande.
─E sem um arranhão sequer. – olhei dentro dos olhos dela. ─Apalpe…
E assim ela fez, retribuindo meu olhar fixo, deixando sua mão se enrolar
em volta do eixo enquanto eu quase gemia. Semana passada, Skylar não
queria nem olhar para o meu pênis, olhe para ela agora!
─E olha só… – rasguei uma embalagem de camisinha com meus dentes e
coloquei uma em mim. ─ Ele vem com uma capa para guardá-lo.
─Mas isso não é nada. – vendi o meu produto. ─Espere só até você sentir a
demonstração.
─Sente o quão fundo ele pode ir? – perguntei, minha voz falha pela
sensação de como sua entrada continuava apertada para mim, era tão quente.
─Ainda não acabou. – abri um sorriso. ─Deixe eu te mostrar o que ele pode
fazer.
Ela gritou mais alto, parecendo dolorida, porém tomada pelo prazer ao
mesmo tempo.
Logo, ela gemia à medida que eu a penetrava mais forte, a fazendo pagar
pela observação do Thumper.
Capítulo 18
Skylar POV
A noite inteira foi quente como o inferno, como Mathew sempre diz. Agora
eu estou com o mesmo modo de falar dele. Eu ainda estou fascinada com o
quão maravilhoso é sentir um orgasmo… Inacreditável! Sua língua encontrou
lugares dentro de mim que eu nem sabia que existiam. Droga, ele sabe o que
está fazendo. Eu acho que sei como ele ganhou o apelido de Thumper… E foi
merecido.
─ Bom dia, meu animal de estimação. – ele sorriu para mim, seus lábios
beijando suavemente meu nariz conforme meu corpo tremia um pouco. ─ Não,
não tenha medo. Eu serei bom para você… Você vai ver. Mas se você gritar ou
tentar fugir, isso vai me magoar.
─ Eu vou preparar para você um bom café da manhã primeiro… – ele disse.
─ Mas até ele estar pronto você tem que ficar quieta. Hoje você vai ser
completamente minha. Fui claro?
Ele soltou minha boca e eu não ousei fazer um pio. Ao lado dele na cama
havia um rolo de fita adesiva. Ele rasgou um pequeno pedaço dela e olhou
severamente para mim.
─ Feche a boca. – ele disse com a voz doce, e o estranho é que eu obedeci,
sentindo o grosso pedaço de fita sobre meus lábios. Seus dedos
cuidadosamente movendo-se sobre a fita, certificando se cada centímetro foi
grudado no local.
Quando ele me virou de costas, minhas mãos estavam presas ao meu lado,
e não para baixo de mim.
Então, sem uma palavra, ele começou a amarrar uma corda em torno de
meus tornozelos, prendendo-os juntos, em seguida, a perna esquerda da
minha cama, me segurando com firmeza, mas em nenhum momento doloroso
ou mesmo desconfortável.
─ Fique. – ele sorriu, beijando a fita adesiva onde meus lábios estavam, e
ele foi para a cozinha para preparar o café da amanhã.
Fechando meus olhos, fiz pequenos sons de “Mmmm”, virando meu corpo
um pouco, depois voltando para a posição original. Ele poderia ter me
amarrado bem mais apertado e em uma posição muito mais difícil se ele
escolhesse, talvez ele faça isso mais tarde. Parte de mim esperava por isso.
Mathew deve ter escutado meus murmúrios baixos, mas ele pareceu
ignorá-los enquanto cozinhava. Eu deixei meu cabelo cair sobre meus olhos
enquanto eu continuava interpretando o papel de tentar me soltar dali, me
esperneando, realmente gostando de como eu havia entrado em nosso
joguinho.
Ele colocou os dedos em um copo d’água e quando tocou minha pele, senti
a frieza enquanto ele puxava a fita da minha boca, sem me machucar. Ele
deve entender muito a respeito de como tirar uma fita apropriadamente da
pele.
─ Garota boazinha. – me elogiou. ─ Agora, você não está autorizada a falar,
mesmo sem a mordaça. Você é meu bichinho agora… E bichos de estimação
não falam, nunca. Certo?
─ Vamos lá, garota, está ficando frio. – ele moveu o prato em suas mãos,
inclinando a cabeça, me encarando nos olhos.
─ Boa garota… – ele afagou meu cabelo, colocando-o nas minhas costas, e
beijou a parte de trás da minha cabeça enquanto eu comia em silêncio,
sentindo a incrível perda de controle, me perguntando quantas vezes Mathew
teve que comer de tigelas ou pratos deste jeito.
O elogio de “boa garota” que ele me dá… Ele gosta de receber esse agrado
também, “bom garoto”. Pode ser que isso o acalme durante as situações onde
ele não está no controle.
─ Você gosta disso, Bambi? – ele beijou minha cabeça de novo e assenti,
mantendo minha cabeça próxima do prato enquanto me esforçava para pegar
mais dos ovos.
─ Que bom… - seus dedos continuaram acariciando meu braço e meu cabelo
com afeto. ─Coma tudo, como um bom bichinho de estimação.
Com um sorriso, enfiei minha língua pra fora e lambi todos os vestígios
restantes dos ovos no prato. Ele sorriu para mim, assistindo eu fazer isso.
Homens.
─ Boa garota… Bem limpinho… – ele tirou o prato dali, indo colocá-lo na pia
e voltando com uma tigela.
─Vamos ver se você sabe alguns truques ou se terei que treinar você. – ele
pegou outro bacon e sorriu para mim. ─ Deite.
Com uma risada, rolei o meu corpo de bruços, como fiz antes, e depois o
rolei de volta.
─Segure esse pedaço na sua boca, mas não o coma. – ele colocou um
bacon entre meus dentes e o segurei, não o engolindo.
Então ele foi até a mesinha de cabeceira e voltou com o vibrador oval,
mostrando-o para mim.
Tentei não morder muito o bacon, mas foi se tornando cada vez mais difícil
de segurá-lo com os dentes, não colocando muita pressão sobre ele.
— Seja uma boa menina. – ele sorriu para mim. — Eu estarei aqui em
poucos minutos.
Abri a boca e ele segurou todo o pedaço para cima, sorrindo para mim.
Eu investi contra ele e ataquei sua boca com a minha, afogando-o com
meus lábios e língua, minha voz rosnou mais alto, gemendo em necessidade.
Finalmente, ele colocou meus braços um pouco para trás, quebrando meu
beijo dele.
— Maior. – ele inclinou meu queixo para trás e eu obedeci, enquanto ele
começava a escovar os dentes de trás, fazendo ambos os lados, criando uma
espuma de pasta de dente.
Ele passou para os lados dos meus dentes, e eu quase gritava agora com o
vibrador oval afastado lentamente dentro de mim.
— Juntos. – disse ele, referindo-se aos meus dentes enquanto ele escovou
para cima e para baixo na frente dos meus dentes.
Ele ergueu um copo de plástico vazio para a minha boca e disse. — Cuspa,
garota.
— Bom. – ele levantou-se e tomou todas as coisas de creme dental com ele,
e eu quase gritei.
— Meu pequeno animal de estimação está muito vocal hoje. – ele lambeu
meu pescoço e mordeu, os dentes no meu pescoço e no início do meu ombro.
Eu parei de mexer os quadris debaixo dele, e ele foi para os meus seios,
cobrindo-os com seus beijos agora, com as mãos apertando e segurando-os,
eu cerrei meus olhos, desejando que eu fosse explodir e já sair do meu
tormento.
— Tão bonita. – ele admirava, movendo os dedos para trás e para frente no
meu clitóris, provocando, roçando, eu respirei e tentei não dizer nada.
Eu quase chorei logo em seguida, mas, ele teve um pouco de pena de mim
e me rolou de costas novamente.
Ele beijou a minha perna e levantou-se da cama, tomando seu tempo para
desatar a corda na perna da cama e, em seguida, desamarrar as cordas dos
meus tornozelos.
— Vem. – ele me fez um sinal com o dedo quando ele se sentou na cama,
descansando contra os travesseiros, deslizando sua cueca.
Arrastei-me com os meus joelhos para ele, ajoelhado entre suas pernas
enquanto ele sorria para mim com luxúria em seus olhos. Seu pênis estava
duro e esperando por mim.
Sem dizer nada, ele tirou minha cabeça da cama e me deitou na frente
dele, com os braços envoltos firmemente em torno de mim, seus lábios
beijando meu ombro, dentes mordendo um pouco, enquanto eu tentava
recuperar o fôlego.
Eu não tenho certeza de onde ele tirou essa corda, mas ele era um
especialista com ela. Ele agora tinha meus pulsos presos atrás de mim,
amarrado aos meus tornozelos, e, a partir da cabeceira da cama, um par de
finas cordas apertadas, estavam confortavelmente entre minhas nádegas,
dando a volta na minha frente, um de cada lado do meu clitóris, puxando-me
para o alto e amarrando com segurança ao topo da cabeceira sobre a minha
cabeça.
Ele voltou para mim e tinha uma bola de borracha pequena na mão, apenas
uma bola.
Abri a boca e ele gentilmente colocou a bola vermelha entre meus dentes.
Ele inseriu o objeto oval dentro de mim de novo, mesmo que minha voz
protestasse um pouco.
— Clique. - Mathew disse, quase para si mesmo quando ele olhou para
mim, secando o cabelo com uma toalha, movendo-a para baixo em seu corpo
molhado e nu.
— Eu poderia ficar aqui o dia todo, e comer você de novo e de novo. - disse
ele, chupando o clitóris agora, agarrando minha bunda. — Eu acho que eu vou.
Duas horas da manhã, eu queria dormir por uma semana e não conseguia
nem gritar mais.
O objeto oval estava agora fora de mim, limpo e de volta a mesa de
cabeceira, e eu estava em uma nova posição, agora, de costas contra a
cabeceira da cama, os joelhos amarrados, também, pés balançando e as
minhas pernas estavam abertas. Meus pulsos foram amarrados na cabeceira
da cama também, e uma corda estava enrolada em volta da minha cabeça,
entre meus dentes, me amordaçando e segurando a cabeça na cabeceira da
cama, ao mesmo tempo.
Todo o tempo, ele me dava prazer, mesmo eu estando amarrada e sob seu
controle. Ele nunca foi cruel comigo, sempre acariciando e beijado e
massageando meu corpo. E justamente quando eu pensei que eu estava
totalmente relaxada e em paz, ele começava a me dar prazer mais uma vez,
de uma maneira nova. Ele estava me desafiando… Ver até onde os meus
limites eram… Explorar minhas fantasias de submissão sem ir muito longe
neste primeiro tempo.
Eu ainda não tinha permissão para falar e Mathew perguntou. — Você gosta
de ser o meu animal de estimação, Bambi?
E seu dedo se moveu para cima e para baixo do meu pobre clitóris
novamente.
Ele sorriu quando me viu olhando para ele, ainda sem dizer uma palavra.
Eu odeio ele falando dessa maneira. Então eu mordi seu dedo para cortar o
assunto.
— Ai! - ele exclamou, apontando o dedo para longe por um segundo. —
Bambi má!
Eu dei um aceno lento e fiz com que meus olhos ficassem muito tristes, não
deixando a sucção em torno de seu dedo.
— Tudo bem, eu vou perdoá-la desta vez. - ele sorriu. — Mas da próxima
vez que fizer isso novamente, você irá receber uma boa surra.
Mathew e eu assistimos um filme juntos depois que ele fez a sua ligação
para Katie novamente. Hoje, ela não parecia muito interessada em Mathew e
ele parecia ter percebido. Era uma conversa de 10 minutos e eu acho que o vi
magoado, em seus olhos, mas ele sorriu para mim e disse que não era grande
coisa. Enterrando a dor de novo. Eu gostaria que pudéssemos ter terapia
hoje… Talvez mais tarde.
— Menina suja. - ele repreendeu, enquanto ele lambia e me limpou com sua
boca e língua.
Sem usar palavras, eu plantei beijos em seu cabelo e logo abaixo da sua
boca e levantei meus quadris, querendo ele novamente. Há algo sobre estar
amarrado nu durante todo o dia, e não ser capaz de falar, ele apenas me
manteve completamente excitada, mesmo que ele não estava fazendo muita
coisa para mim no momento.
Ele encontrou um cinto de couro que eu comprei para o Dia das Bruxas.
— Legal. - disse ele, voltando para mim e rolando, me virando para baixo,
colocando a correia em volta do meu pescoço, prendendo-o confortavelmente,
mas não apertado o suficiente para restringir a minha respiração.
Então ele usou um dos meus lenços para me vendar e sem dizer uma
palavra, ele desamarrou meus tornozelos amarrados e bateu na minha bunda,
dizendo. — Estilo cachorrinho… Fique de quatro.
— Fique, garota. - ele disse, e eu senti o cinto mais fino em torno de minha
pélvis, logo acima do meu clitóris. Ele apertou-o muito bem e quase cavou em
minha pele um pouco, mas eu só dei um gritinho nisso. Ouvi-o desembrulhar
um preservativo novo e colocá-lo.
Ele deu alguns puxões no cinto atrás de mim, metade para baixo em toda a
minha bunda, e meus joelhos até saíram da cama um pouco.
Eu senti duas mãos agarrarem o cinto na minha bunda e ele passou a mão
na minha vagina novamente, colocando a cabeça do seu pênis ali mim, mas
sem entrar.
Cerca de uma hora mais tarde, eu senti sua ereção atrás de mim e eu
estava feliz que eu tinha ficado acordada.
Depois, ele me abraçou tão forte que quase senti a sua dor em minha
própria pele. Ele estava pensando em me deixar na próxima semana e eu
sabia disso. As lágrimas vieram aos meus olhos quando eu falei com ele na
minha mente.
Não tenha medo, Mathew. Eu não vou deixar você ir. Eu nunca vou
deixar ninguém te machucar novamente.
Imagens de Claire vindo aqui para receber Mathew, segurando uma arma,
outra de Mathew andando aqui sozinho numa tarde, enquanto eu estava na
escola, e os homens de uniforme prendiam ele por trás, algemando-o e
levando-o de volta para Claire, mesmo sem deixá-lo dizer adeus para mim ou
deixar um bilhete… Imaginei seu pobre rosto quando ele olhou para Claire
através das grades de uma gaiola… Ela estava insultando-o, dizendo-lhe que
ele nunca irá deixá-la.
Então eu sonhei com Raven e Claire se unindo para torturá-lo para se
divertir e eu quase fiquei doente. Claire atacou Mathew de costas nuas com um
chicote e sangue voou para fora do novo chicote quando ele jogou a cabeça
para trás e uivou em agonia.
— Skylar… – ele começou, mas eu não queria ouvir suas advertências, pois
não adiantariam agora.
Uma longa pausa se deu entre nós e eu quase pensei que Mathew não iria
responder até que ele disse.
— Eu acho que isso significa que eu sou alguém depois de tudo. - Sua voz
era tão baixa e tranquila, ele parecia com medo de dizer as palavras, como se
de alguma forma Claire iria ouvi-lo crescer a auto-estima em segredo.
Terça-feira, dia 9
Mathew POV
No dia seguinte, quando acordei, eu fiz uma careta, ouvindo as vozes das
mulheres na sala. Abrindo os olhos, vi que a porta do quarto estava fechada e
olhei ao meu lado na cama. Skylar tinha conseguido se soltar, as cordas
estavam desamarradas. Como ela conseguiu sair dessa?
Skylar sorriu para mim e acenou sem dizer nada e Julie se virou para mim,
dando-me um sorriso muito amigável. Eu estou feliz que eu coloquei minha
camisa. Riley sorriu, agindo como se ela não me notasse e continuou
escrevendo em seu computador.
— Skylar. – eu não me movi, tentando chamar sua atenção. Ela dizia para a
pessoa no telefone. —Ta, tudo bem, então vamos chamá-lo de Antônio, se
você precisa ter um nome.
Antônio?
Eu puxava a barra de sua blusa, como uma criança chata, esperando que
ela terminasse logo a ligação.
Ela tirou minhas mãos dali e eu suspirei, desistindo e indo procurar por
algum suco na cozinha. Eu estava faminto depois de ter pulado o jantar ontem
á noite, então fiz um prato e sentei de frente para Riley no balcão da cozinha.
—Tudo bem, obrigada. – Skylar disse e eu olhei para ela agora, com
esperanças de que ela tenha terminado a ligação. Ela finalizou a ligação e veio
em minha direção, me abraçando por trás e me dando um beijo no rosto.
—Eu não estou com raiva de você, baby. – eu queria deixar isso bem claro
enquanto me virava e colocava meus braços em sua cintura. —Eu amo o fato
de você querer me ajudar, mesmo. Mas é uma perda de tempo…além disso, se
fizermos ligações suficientes, Claire achará um jeito de descobrir.
Suspirei novamente e deduzi que eu não ia ter Skylar só para mim hoje.
Droga. Skylar não me disse, mas seus olhos estavam me machucando com a
sua decepção…sua desesperança.
— Sim, e eu quero mais dias assim com você, é por isso que eu estou
fazendo isso agora. - ela insistiu teimosamente.
— Você realmente acha que você vai consertar a minha vida em cinco dias?
– coloquei desta maneira, para tentar fazê-la ver o meu ponto.
— Eu não quero que você coloque toda essa pressão em si mesma, Skylar.
- Eu disse. — É tão impossível,acredite em mim… Vamos apenas, por favor,
desfrutar do nosso tempo para sair juntos.
— Não. - ela disse e lágrimas vieram-lhe aos olhos. — Eu não vou desistir
de você, Mathew. Eu não quero que você volte para ela. Ela vai te ferir de
novo.
— Ela fere o meu corpo. - Eu olhei sério em seus olhos. — Mas ela não pode
me tocar aqui.
— Meninas?
— Estou cansada de brincar com gente que não se importa. – ela disse. —É
hora de chamar as que se importam.
Capítulo 19
Mathew POV
─O que você quer dizer? – Ryan me encarava enquanto eu fazia o máximo
para não olhar em seu rosto, minhas mãos enlaçadas atrás da minha cabeça,
continuando meus abdominais em um ritmo acelerado.
─Só esquece o que eu falei, ta legal? – suspirei, sabendo que ele não
mudaria de assunto. Ele interrompeu minhas abdominais forçando a mão no
meu peito, me deitando no chão e me mantendo preso ali.
─Não disse que ia me casar com ela ou algo do tipo, eu apenas disse que a
amava…isso é tudo.
─Mathew, você está sendo tão idiota… – Ryan parecia preocupado comigo,
não bravo. ─Você quer ser vendido para Raven?
─Cala a boca. – franzi a testa. ─E não conte nada para Skylar sobre isso.
Quando eu for embora, ela não vai vir atrás de mim. Ela vai me odiar, então
nada vai acontecer. Eu serei a máquina obediente de Claire outra vez, como
nos velhos tempos.
─O que você quer dizer com ela vai te odiar? – Ryan me deixou continuar
com minhas abdominais.
─Claire disse que se Skylar alguma vez chegar perto de mim de novo, ela a
arruinaria, até mesmo a machucaria. Não posso deixar isso acontecer. Quando
eu deixar a casa da Skylar, tenho que fazer uma coisa horrível a ponto de ela
nunca querer ver minha cara novamente. Desse jeito eu vou ter certeza que
ela não irá até a Fire me procurar.
─Eu pensei em uma coisa. – parei meus exercícios e odiei até mesmo
pensar sobre isso.
─O quê?
─Não importa…se você tentar com qualquer uma das amigas dela…ou até
um estranho…Skylar vai ficar com raiva. – Ryan disse.
─É, provavelmente você está está certo. – concordei. ─Ok, Riley. Julie diria
sim pra mim e isso não ajudaria nem um pouco meu plano.
─Ei, Julie estava chupando meu dedo na noite que a conheci na Fire. – me
gabei.
─Bem, você enfiou metade da sua mão na bebida dela! – Ryan questionou.
─Você gosta dela, não gosta? – perguntei, vendo isso na cara dele.
─Sim, eu gosto. – Ryan disse. ─Mas não vou ligar para ela de novo. Não
vou me aproximar tanto assim dela…e eu nunca vou me deixar envolver a
ponto de me APAIXONAR por ela…IDIOTA!
─ Eu sei. – olhei para meus tênis. ─Se não fosse por todas aquelas vezes
que ela quis conversar comigo…eu poderia ter deixado as coisas apenas
voltadas para o sexo e eu teria ficado bem. Eu sei que estou parecendo uma
garotinha, mas…ela se importou comigo. Ela é calma…e tão delicada…como um
bandolim…nem alto…nem áspero. Ela não estava só me usando…
—Você não contou pra ela nada sobre…a Claire…o que ela é…contou? –
Ryan me deu uma encarada séria.
—Certo. Não conte. – Ryan disse, mas ele não precisava ter me falado isso.
Esse é um segredo que eu não iria contar a ninguém. Até mesmo eu odiava
pensar nisso, até em particular.
—Ei, você poderia contar para Skylar que eu e você somos amantes. – Ryan
riu, colocando o braço envolta do meu pescoço, tentando me aproximar e
beijar meu rosto enquanto eu me afastava.
—UGH! – gritei, com repulsa. —Me larga, seu boiola! Que porra deu em
você?
Skylar POV
—Oi, Dr. Skylar. – ele sorriu mostrando os dentes e abriu mais o sorriso,
depois ajeitou sua expressão um pouco, pronto para qualquer coisa que eu
tinha planejado para ele dessa vez.
Seu rosto franziu e me encarava de volta, não gostando do meu tom de voz
ou das minhas palavras, eu não tinha certeza.
Estremeci com o que tinha acabado de dizer, porém Mathew riu e cruzou os
braços, inclinando a cabeça para o lado, me observando ficar vermelha.
—Eu sei. – ele disse. —Mas eu gostei de você…desde a primeira vez que eu
te vi, escrevendo no notebook enquanto eu tentava chamar sua atenção da
minha jaula. Não pense que isso não feriu meu ego, você sabe…lá estava eu,
quase pelado e me esfregando nas grades da jaula e você nem mesmo deu
uma olhada em minha direção. Então, eu tive que roubar aquele notebook e o
colocar dentro das calças para ter sua atenção…
—Eu estava com tanto medo de você… – deixei um suspiro escapar. —Eu vi
você…todo movimento que você fez. Você era…e É…a coisa mais bonita que eu
já vi. Eu estava fingindo escrever no meu notebook. Eu estava morta de medo.
Se eu olhasse para você e você me olhasse de volta…eu não sei…eu era
diferente naquela época. Você me mudou, você sabe.
—Você também me mudou, Skylar. – ele continuou com o olhar fixo no meu
e esse olhar rapidamente me deixou em chamas por dentro.
—Skylar… – ele inclinou-se para frente e esperou até que eu olhasse para
ele. —Primeiro, eu não teria ficado se você se recusasse a dormir comigo.
Veja, de algum jeito eu mudei. Naquela época, eu teria ido embora se você
não fizesse aquele acordo comigo, de me dar o tempo equivalente. Eu queria
você e eu senti que eu não estaria fazendo meu trabalho se eu não fizesse
minha performance pra você. Eu não queria te enganar. Agora é diferente.
Você não é um trabalho, Skylar. Eu gosto de conversar com você assim como
gosto de foder com você…desculpa…fazer amor com você. Eu acho que meu
vocabulário não mudou tanto assim, mas,enfim, estou adorando meu tempo
com a Dr. Skylar.
Eu estava em silêncio.
—Não posso te contar ainda. – provoquei. —Em breve você vai ver.
Ele agora parecia bastante tenso, mas não me deixei abalar. Salvá-lo já ia
ser difícil o bastante sem ele resistir aos meus métodos. Eu esperava que ele
não viesse a me odiar pelas medidas drásticas que tive que tomar, mas eu não
voltaria atrás agora
—Bem, tenho algo em mente. – ele disse. —Mas eu não acho que você ia
querer falar sobre.
—Eu sou a Dr. Skylar, Mathew. – eu disse com um sorriso. — Eu vou querer
falar sobre qualquer coisa com você.
Ele estava sendo tão honesto e eu apreciava isso… ele não estava tão
fechado como costumava ser… mas, por que seus olhos tinham que mostrar
tanto? Ele tinha razão em estar com medo… medo de acreditar que eu pudesse
salvá-lo. Se eu estragasse tudo, e falhasse com ele… ele ficaria devastado…
assim como eu. Por isso ele não estava nem se permitindo criar esperanças.
—Skylar… nós dois sabemos que tenho que ir no domingo, não vamos
fingir… estamos em terapia. Pensei que você quisesse a verdade.
—Mathew, você liga pra ela uma vez por dia, você não a vê há anos. –
lembrei. —Crianças nessa fase precisam de presença constante para se
sentirem perto de você. Você terá anos de trabalho pela frente para se tornar
pai dela outra vez se algum dia retornar para a vida dela. E quanto mais você
esperar, mas difícil vai ser.
Ele abaixou o olhar para os joelhos e não argumentou aquele ponto. De
repente me senti como outra mulher lhe dando chicotadas enquanto ele
apenas ficava sentado ali e as aceitava.
—E você teria que arranjar um bom emprego, talvez até dois por um
tempo… – eu disse.
—Se você quer continuar tomando conta da Katie e de você mesmo sem o
dinheiro fácil…
Lancei isso para ver se ele iria se opor… eu queria que ele se opusesse.
—Bem, você mesmo disse que nenhum emprego de verdade pagaria 50 mil
dólares por um dia de trabalho.
—Adoro quando você se enfurece, Mathew. – sorri para seu rosto. —Não vê
o quão livre você se sente depois que deixa esse veneno sair de você?
Por um minuto ele apenas me olhou, abrindo sua boca algumas vezes, e
nada saía. Enfim, ele deixou um pequeno sorriso aparecer e resmungou.
—Você não pensou realmente que acho sua vida fácil, espero. – falei,
desejando desesperadamente abraçá-lo.
—Não. – ele segurou seus cabelos com as mãos, escondendo seu rosto de
mim. —Sei que você só quer me ajudar, Skylar… eu sei.
—É que não sou só eu, Skylar. – ele disse. —Se eu fugir, as pessoas que
eu amo irão pagar. E agora você está incluída nesse grupo infeliz. Eu tenho
que voltar para ela. Ela é muito poderosa, mais do que você sabe. Ela pode
matar todos nós, se quiser. Eu fico realmente honrado por você querer me
ajudar, mas… eu estou numa cilada. Não posso ir a lugar algum. Não podemos
simplesmente esquecer isso? Deixe isso pra lá.
—Não. – falei sem emoção. — Isso não é uma opção para mim. Nasci para
reparar coisas… pessoas… problemas… sempre vou querer fazer isso. E é ainda
mais complicado agora que eu amo você. Fico honrada em fazer parte do
grupo infeliz de pessoas que você ama. Eu apenas… TENHO que te salvar…
simples assim. E eu vou conseguir, Mathew, não tenho medo dela. Eu
arriscaria minha vida por você, sabe disso, não é?
—Você está arriscando, neste exato momento. – ele disse com uma voz
séria.
—Meu pai arrisca a vida dele todos os dias, fazendo o que é certo. – falei
com orgulho. —Fui criada para ter coragem, culpe meu pai por isso.
Os olhos de Mathew ficaram brilhantes enquanto ele olhava para mim.
—Gostaria que eu fosse algo parecido com isso… que minha filha pudesse
admirar.
—Você é, Mathew. – eu disse e ele contraiu-se, desviando o olhar, não
querendo acreditar em mim.
—Não conheço ninguém que tenha aguentado tamanha dor e agonia pelo
bem de alguém que amasse, como você, Mathew. - falei com a voz firme,
querendo que ele me escutasse e entendesse seus sacrifícios. — Você
tem sangrado pela Katie… você dá o seu corpo e sua alma por ela… você tem
vendido a sua própria pele para que ela possa ter a dela de volta. Cada dia,
cada coisa que você faz grita amor e coragem, Mathew.
—Não. – ele disse, mas não acreditei nele. —Quero dizer, não posso fazer
isso… a Katie precisa de mim.
—O que você vê quando imagina seu futuro? – perguntei. —Daqui a cinco
anos… ou dez?
Ele pensou por um minuto, sem dizer nada e comecei a ficar assustada. Ele
não via um futuro para si mesmo.
—Sei lá. – ele disse. —Não sou eu que decido. Não sei nem o que me
espera na próxima semana, o que dirá daqui a cinco anos. Espero que uma vez
que minha aparência ir desaparecendo e eu for ficando mais velho, a Claire
não me queira mais. E aí estarei livre. Talvez então eu possa me mudar para a
Flórida e trabalhar para o Ben na fábrica dele. E posso começar a tentar
conhecer a Katie outra vez, se ela me quiser.
Flórida… obrigada. Agora sei onde investigar para achar o Ben. A fábrica…
pode ser uma boa pista também. Mathew nem sequer notou que tinha acabado
de me contar coisas que antes havia escondido de mim.
—Por que Claire tem posse de você? – perguntei. —Quero dizer, ela é dona
de mais alguém na boate… ou só de você?
—Não, só de mim.
—Por que você? – perguntei e ele olhou para mim. — Digo, eu sei que você
é maravilhoso, e se você pudesse me pertencer, eu prepararia a papelada
agora mesmo… mas… por que ela quer plena posse de você? Ela nunca disse?
—Ela me disse no começo que eu era especial. –ele deu de ombros. —Ela
diz isso o tempo inteiro… mas, não fala por que sou tão especial assim.
—Deve haver alguma coisa sobre você… – levantei e andei pela sala,
falando comigo mesma. —Alguma razão para ela te querer tanto… não pode
ser apenas pela sua aparência…
O rosto dele ficou sem expressão novamente, um brilho de raiva nos olhos.
—Ela é a Sra. Idiota. – ele disse e depois suspirou. —Ela é apenas esposa
de um médico, não tem uma carreira de sucesso ou nada disso.
Não falei nada, imaginando como ele deveria se sentir com isso, viver em
um mundo onde Claire é a única pessoa que demonstra algum tipo de amor…
não é de se estranhar que ele tenha pensado em se matar.
Após uma longa pausa, decidi que já bastava de terapia por hoje. Faria
uma sessão mais longa amanhã.
Coloquei uma perna em cada lado dos seus quadris e sentei no seu colo,
pegando o rosto dele em minhas mãos e dando um rápido selinho nos lábios.
—Eu te disse… a escolha é sua esta noite… qualquer lugar que você queira
ir. – ele fazia cócegas no meu pescoço enquanto falava, seu hálito quente
brincando com a minha pele.
—Não sei… - sorri. — Parece que em todo lugar que vamos acabamos
transando lá mesmo… tenho medo de escolher um lugar… tenho medo até de
te levar para comprar comida comigo agora…
—Você está reclamando de novo? – ele passou para o outro lado do meu
pescoço, apenas deixando toques suaves e breves com sua boca que me
derreteram instantaneamente. Eu era uma boneca em suas mãos. Sempre.
Ele me abraçou e esfregou as mãos para cima e para baixo nas minhas
costas enquanto beijava meus lábios outra vez, brevemente, mas demorando
mais que nos beijinhos que tinha espalhado pelo meu pescoço a um segundo
atrás.
—Eu amo você, Skylar. – ele disse, sua mão direita alisando meu rosto. —
Não importa o que aconteça, eu sempre vou te amar.
—Hoje à noite, eu não sou um brinquedo. – ele disse com uma voz muito
séria, os olhos afundando nos meus. —Sou um homem te levando para sair.
Mathew Trenner. E se me sair bem no encontro, e você me convidar para
subir, eu quero fazer amor com você como um homem de verdade. Nada de
joguinhos nem cordas ou vibradores… só eu… e você… está bem?
—Vou ser bonzinho, então, ou vou ter que passar a noite na escada. – ele
riu.
—Talvez, quando eu preciso. – ele respondeu. —Então, tudo que você tem
que fazer agora é me dizer aonde gostaria de ir.
Eu realmente não estava a fim de ir a um lugar refinado, onde teria que
me vestir toda formal, e sabia que ele só tinha roupas casuais com ele aqui,
portanto decidi por algo clichê e cômodo.
—Muito fácil.
—É um apelido novo pra mim? – ri ao mesmo tempo em que ele arfou,
resmungando o quão terrível o comentário era para eu fazer sobre eu mesma.
(…)
Uma batida na minha porta ecoou e sorri, fechando meu brinco e dando
uma conferida em mim mesma no espelho. Nada mal. Eu tinha me maquiado e
usava os brincos de diamantes que meu pai comprara para mim no Natal do
último ano. Escolhi uma saia arrumada e um cardigã de manga curta, com um
salto de três centímetros. Estava bonita, mas não excessivamente sensual.
Era um primeiro encontro, afinal de contas.
Fui em direção a porta e sorri para o que encontrei lá. Um cavalheiro muito
bonito parado em um suéter cinza, calça social e sapatos pretos, e uma única
rosa vermelha na mão.
Sorri igual uma retardada e por razões desconhecidas por mim, quase senti
minhas pernas fraquejarem. Eu esperaria por isso se tivesse acabado de
conhecer Mathew, mas não era o caso. Fiz amor com ele de tantas maneiras
diferentes… por que agora parecia que éramos completos estranhos… de uma
forma muito romântica e emocionante?
—Claro, obrigado. – ele esperou que eu desse um passo para trás e abrisse
mais a porta. Ele entrou, mantendo os olhos em mim e me entregando a rosa.
— Pra você.
— Agora ela é.
Ai meu Deus. Seria indecente da minha parte me jogar com ele no chão
agora mesmo?
—Apartamento legal. – ele comentou, olhando ao redor, as mãos nas
costas.
Seus lábios fizeram aquele beicinho novamente, acho que ele estava
tentando não rir.
— Então, que filme vamos ver? – perguntei por curiosidade, indo até o sofá
para pegar minha bolsa.
—Não eu. Adoro filmes em preto e branco. São puros, simples… honestos…
sem a vulgaridade dos filmes de hoje em dia. Você prefere algo mais recente?
—Adoro também “A Mulher faz o Homem”. – falei. —Mas não assisto esse
desde que era adolescente.
—Bom, quem sabe se tivermos um segundo encontro, possamos vê-lo na
próxima vez. – ele estava quase me fazendo arrancar as calcinhas com seu
charme.
Ele não disse nada, mas compartilhamos um olhar silencioso entre nós,
ambos desejando que fosse assim que realmente tivéssemos nos conhecido… e
que fôssemos esses personagens despreocupados com a vida que estávamos
interpretando, sem preocupações e obstáculos no nosso caminho.
—Eu gosto de caminhar. – concordei, deixando que ele abrisse a porta para
mim enquanto deixávamos meu apartamento.
—Obrigada. – segurei a porta para ele e saímos para a brisa noturna fresca
e agradável do lado de fora, sobre a calçada estranhamente calma,
caminhando lado a lado.
Eu quase fiquei sem saber o que dizer. Sabia que esta parte era invenção,
mas não queria arruinar isso para nenhum de nós.
—Não, por favor, nada de sangramentos e gritos… sou fraca para essas
coisas. Odiaria desmaiar e perder o filme.
Eu notei que ele andava ao meu lado, mas não próximo demais, ele jamais
me tocou, como se esse fosse um primeiro encontro de verdade e nunca
tivéssemos nos conhecido. Foi muito bom… eu estava me divertindo, para a
minha surpresa.
— Do lugar onde você escolher se sentar. – ele disse, como se isso fosse
óbvio. —Se você sentar no meio, significa que vai ser cautelosa e deixar as
coisas como estão, não se importando em ser só mais uma na multidão. Se
sentar na frente… bem… isso vai ser… um erro. Esses lugares são para as
velhinhas que não enxergam e crianças retardadas.
—Ou é para aqueles que querem que as pessoas pensem que eles são
descolados, mas na verdade possuem problemas de insegurança?
—Bom, então minha escolha está feita. – andei até a última fileira e entrei
nela, sentando bem no meio. Ele estava atrás de mim, sorrindo, sem dizer
mais nada, colocando nossos refrigerantes no braço das nossas poltronas.
Sua mão encontrou a minha no braço da minha poltrona e ele pôs a dele
sobre ela, gentilmente se enroscando nela… e de repente comecei a me sentir
quente e um pouco suada. Isso é mágico!
“Eu não lhe pareço… feita de bronze?”, Tracy questionara. Era algo de
que seu pai babaca a chamava, uma mulher decidida naqueles tempos
assustava os homens e ele disse que ela não era real, que era feita de bronze,
porque era inteligente e forte. Eu conseguia me identificar com isso. Muitos
caras me viam como uma traça, que vive grudada em livros, não como uma
garota para namorar. Mas, Mathew era diferente. Ele parecia me VER
realmente…
O rosto de Mathew estava se movendo tão devagar que nem percebi que
ele se mexia até que seu rosto estava quase encostado no meu…
E senti lágrimas nos meus próprios olhos. E meio segundo depois, senti o
beijo mais inocente e intenso que já tive conhecimento.
Não prestei atenção nos atores na tela por um tempo, porém nosso beijo
se aprofundou. Não senti língua, entretanto, era o primeiro beijo de um
cavalheiro… e eu amei. Eu me sentia num filme antigo.
Jimmy Stewart então questionara Tracy se aquilo podia ser amor e ela
declarara: “não, não pode ser.” E ele lhe perguntar: “ Seria
inconveniente?”
O filme acabou e Mathew não tinha tentado nada sexual comigo na sala de
cinema escura e abandonada. Eu quase me perguntei se ele tentaria alguma
coisa. Esse era um cenário perfeito para uma cena de atentado ao pudor… mas
ele permaneceu como meu acompanhante atencioso… e eu tinha que admitir,
era lindo.
—Não se fazem mais filmes como esse. Droga, não existem atores como
esse mais.
—Sim, eles têm alguma coisa quando estão juntos, não têm? – ele sorriu.
— Me pergunto se eles já ficaram juntos… por trás das câmeras.
Ri daquilo e dei um leve aperto na mão de Mathew, esperando que ele
lesse a mensagem como ‘Estou amando este encontro e você está indo tão
bem, Mathew’.
— Para onde vamos agora? – perguntei, após um curto silêncio entre nós.
— Tem um lugar muito bom a algumas quadras daqui que pensei que você
pudesse gostar. – ele disse. — É italiano. Gosta de comida italiana?
Ele colocou a mão na parte inferior das minhas costas enquanto éramos
levados para uma mesa pequena e redonda em um canto mal iluminado. Ele
puxou a cadeira para mim e depois se sentou à minha frente, abrindo o
cardápio.
—Não vou ser um daqueles caras que diz a sua acompanhante o que ela
deve pedir. – ele disse. —Acho isso um insulto. Você tem suas preferências e
pode escolher sozinha. Aprecio uma mulher que é capaz de pensar por ela
mesma.
Sorri para ele e decidi que aquele comentário havia acabado de lhe render
1.000 pontos.
Pedi a mesma coisa para mim, realmente querendo aquele prato antes de
ele fazer o pedido dele, e em seguida, repreendi a mim mesma por não ser a
“mulher que pode escolher e pensar por si mesma”. Ele apenas sorriu para
mim quando a garçonete se retirou e deu uma olhada no lugar.
—Mathew? – olhei dentro dos seus olhos. —Posso só… dizer uma coisa?
—Claro.
—Eu realmente não te ajudei muito, mais cedo, quando você me perguntou
como iríamos lidar com quando você tivesse que partir. – saí do personagem,
pois aquilo esteve me incomodando a noite toda. Ele buscou uma orientação
minha e eu não dei nenhuma. Eu simplesmente bati meu pé e disse que ele
não ia embora… quando, na verdade, eu não tinha certeza disso.
—Eu não quero me matar, Skylar. – ele sussurrou entre nós. —Por favor,
esqueça isso. Foi a muito tempo atrás. Já superei. Não preciso ir a lugar
algum. Eu estou aonde preciso estar.
—Uau, isso parece muito bom. – ele disse quando nossos pratos foram
servidos na mesa, juntamente com as nossas cocas.
Apenas fiquei assistindo enquanto ele dava uma piscadela para mim e
começava a enrolar o espaguete com o seu garfo.
Fui pega de surpresa e quando olhei para ele, ele sorria para mim, o vento
despenteando um pouco seu cabelo, deixando-o mais bagunçado… e mais sexy
do que antes.
—Nem eu. – admiti. — No último encontro que tive, quase morri asfixiada
com o meu refrigerante.
Mathew olhou à nossa frente e deu aquele sorriso novamente, rindo
levemente consigo mesmo.
—Sim… – seus olhos foram até os meus, depois ele olhou para seus
sapatos, e adicionou apreensivo. —Sim.
—Não, não tenho a intenção de ser machista. – seu sorriso aumentou. —Só
estou dizendo… que a mulher só tem que ficar parada e esperar… o homem é
que tem que dar o primeiro passo.
—Não.
—Hmmm… – ele sorriu de forma provocante. —Não sei se gosto disso, ficar
recebendo ordens por aí deste jeito. No pronto-socorro, eu que costumo dar
todas as ordens.
—O prazer foi todo meu, Skylar Hayes. – ele sorriu de volta.
Ele acha que não gostei do encontro… que não gostei do cavalheiro que ele
tinha sido esta noite. NÃO! Eu tinha que impedi-lo já! Convoquei a Skylar
sensual e corajosa, me transformando naquele conquistador que Mathew era
quando o vi pela primeira vez.
—Ei! – gritei e ele congelou, virando-se para mim sem fazer menção de
voltar ainda.
—Traga seu traseiro de volta pra cá. – me obriguei a dizer. —Ainda não
terminei com você.
Ele pareceu meio perdido, porém se aproximou novamente sem dizer uma
palavra.
Sem enrolação, o agarrei pelo suéter, atirando suas costas contra a porta e
puxando o tecido na minha direção, o fazendo se curvar para que assim eu
pudesse beijar aquela boca espetacular dele.
Rompi o beijo e ouvi sua respiração pesada sobre mim enquanto seus olhos
fitavam o interior da minha alma.
Ele pegou a chave e olhou para ela. Ele realmente parecia estar nervoso,
como se nunca tivesse feito aquilo antes. Então eu me lembrei… ele não fazia
amor sem brinquedos, joguinhos ou ordens há muito tempo, isso era meio que
novo para ele. Talvez ele esteja com medo de me decepcionar ou algo
parecido.
Capítulo 20
Mathew POV
Essas três palavras foram as únicas que eu ouvia em minha mente e até
mesmo agora, com o sol nascendo, elas ainda estavam aqui. Eu me senti como
a porra de um adolescente ontem á noite na porta da Skylar e não podia
acreditar no medo dentro de mim quando ela me chamou de volta, querendo
que eu entrasse em casa com ela.
Eu sei que foi ideia minha…e eu queria. Mas, eu nunca imaginei que eu
realmente faria isso. No fundo, eu lembrava do meu modo de fazer amor com
Tanya, e ela nunca pareceu tão excitada assim por mim…e no final do nosso
casamento, nós não transávamos. Em algum lugar ao longo da linha, eu me
convenci que aprender todos esses joguinhos, truques e simulações fariam de
mim um amante melhor do que eu era antes.
Continuei pensando, será estou indo rápido demais? Muito lento? Forte o
suficiente? Ou mais carinhoso? Eu estava tremendo no início, porém Skylar me
surpreendeu.
Eu suspeitava que ela gostasse do fato de eu não ser mais suave. Talvez
ela gostasse do meu lado vulnerável, sendo ela uma amante de coisas
quebradas e que precisavam de reparo. No entanto, ela foi tão forte, tranquila,
meiga e carinhosa, e tão orientadora. E ela não me humilhou, e eu
simplesmente a amava ainda mais por isso. Agora ela estava me ensinando.
Nós jamais apressamos nada… tudo foi lento e fantástico. Nem sequer
fomos para a cama até quase uma hora após termos chegado. Nós sentamos
no chão e conversamos no escuro, apenas nos tocando, ainda completamente
vestidos. Nunca pensei que sentiria arrepios acariciando os dedos de uma
garota… pois eu senti. Eu conheci o corpo de Skylar por inteiro, não somente
suas melhores partes. E ela conheceu o meu, e fizemos com o outro um amor
perfeito, delicioso, atormentado e apaixonado. Eu realmente me sentia um só
com ela… era como se nossas almas tivessem se fundido uma na outra e agora
não pudessem ser separadas outra vez, mesmo se nossos corpos seguissem
caminhos diferentes. Estou falando como uma garota… mas esta é a única
maneira como sei explicar isso.
Nunca senti nada assim antes. Foi além de qualquer experiência sexual que
eu já experimentei. Foi quase… espiritual.
Não posso dar em cima das amigas de Skylar… não posso magoá-la. Eu
havia magoado Tanya sem parar e nunca cheguei a tentar me desculpar por
nada. Eu não podia fazer isso com Sky agora.
Farei isso do jeito da Skylar. Serei honesto e contarei a verdade a ela. Pode
ser mais doloroso, mas pelo menos ela saberá da verdade. E não me odiará.
Eu espero. Isso iria me ferir além da capacidade de reparo, sabendo que ela
estava chorando e amaldiçoando meu nome em algum lugar, sofrendo com as
lembranças comigo.
Contei para ela cada detalhe da noite em que passei sentado ao lado da
Katie no hospital, sem permissão de tocá-la, enquanto ela chorava pela mãe
dela, e como tive que lhe implorar para que não chorasse porque o sal das
suas lágrimas estava ferindo seu rosto queimado.
Depois, dei a ela uma ideia de eu gritando para os médicos darem mais
remédios para dor para Katie e alguma coisa para fazê-la dormir, porque meu
coração não conseguia suportar mais aquilo.
Eu descrevi para ela o horror que era falar com a sua filha no celular,
tentando permanecer calmo e lhe instruir como abrir uma janela emperrada
enquanto você podia ver o andar abaixo do dela incendiando e em chamas.
O único momento de alegria – amarga – que tive naquela noite foi quando a
voz do bombeiro ressurgiu no rádio do outro bombeiro ao meu lado.
—A menina está viva! – sua voz tinha gritado em tom de comemoração. —
Ela continua viva!
Revivi tudo isso… por Skylar. E ela nem uma vez desmoronou ou quis que
eu parasse com as minhas histórias. Ela ficou comigo.
Como pude sequer pensar em magoar Skylar dando em cima de sua
amiga? Eu tinha vontade de vomitar agora só de pensar nisso.
Eu ainda hoje não sei como Tanya morreu por respirar fumaça enquanto
Katie havia acordado e atendido o telefone. A autópsia dizia que ela havia
morrido antes do fogo atingi-la. E disseram que a causa do incêndio foi
problemas na eletricidade. O abajur havia tentado me avisar após eu ter
coberto Katie na cama… porém não me preocupei o suficiente para dar
atenção. Eu estava morrendo de raiva por dentro pela Tanya e ignorei aquele
pequeno sinal de aviso.
Eu continuava dizendo que deveria ter tirado ela de lá… e Skylar
continuava dizendo incansavelmente que aquilo não foi minha culpa… que se
não fosse por eu ter ligado para Katie… ela teria morrido também… e que às
vezes coisas horríveis acontecem. E às vezes, algumas coisas boas são
retiradas da dor.
—Às vezes eu penso como isso deve ser difícil para ela. – ela falou. —E me
dói por dentro me colocar no seu lugar. Primeiro, ela sobrevive àquela noite
terrível e dolorosa. Depois ela descobre que a mãe dela morreu. Em seguida,
ela tem que lidar com o fato de que está queimada e desfigurada. Tenho
certeza que ela viu o sofrimento nos seus olhos enquanto você olhava para
ela… e os olhares das enfermeiras e dos médicos… tenho certeza que em
algum momento… ela teve que ver seu próprio reflexo no espelho. E aquele
bombeiro morreu para salvá-la… talvez ela sinta que é tudo culpa dela. E
então, algum tempo depois, o seu pai vai embora também. Isso enviou uma
mensagem para ela.
—Eu te disse por quê tive que ir embora! Não era o que eu queria! – me
sentei e cerrei meus punhos, fitando Skylar. Eu sabia que ela estava certa…
mas não queria admitir.
— Mas ninguém nunca disse a Katie por que você foi embora, disse? – ela
questionou.
—Eles falaram para ela que eu precisava ir, para trabalhar, para que assim
ela pudesse fazer as cirurgias dela e ficar boa novamente. – expliquei com
frieza na voz.
—As crianças nem sempre acreditam no que falam para elas, Mathew. –
ela observou. —Às vezes elas inventam seus próprios motivos. Honestamente,
eu sinto… que a Katie pensa que você foi embora porque ela estava
gravemente queimada e não era bonita mais. Ela vê como você e a mãe dela
são bonitos… e pode ser que ela sinta que não é desejada porque perdeu a
beleza dela.
—Ou… talvez ela pense que é culpa dela Tanya ter morrido no incêndio. –
ela disse, uma coisa que nunca havia pensado antes.
—Talvez ela imagine que se conseguisse ter acordado a mãe naquela noite,
quando você lhe pediu, que ela estaria viva hoje… e talvez pense… que você
esteja com raiva dela por não ter sido capaz de fazer isso. – Skylar terminou e
fiquei calado enquanto minhas pernas começavam a tremer.
Eu me senti doente por dentro. Porra, Skylar podia estar certa sobre isso…
talvez Katie realmente acredite nessas coisas ridículas… ela poderia estar se
culpando por tudo… exatamente como eu me culpo.
Ela ficou ao meu lado, acariciando meu cabelo e as minhas costas, dizendo
que sentia muito… ela mesma fungando e chorando.
Quando voltei para o sofá, Skylar sentou ao meu lado novamente encostou
minha cabeça de volta em seu ombro enquanto passava as unhas de leve pelo
meu cabelo, dizendo numa voz muito serena e consoladora.
—Eu acho que a Katie está machucada tanto quanto você está, Mathew. E
estou certa de que o Ben e a Angela são pessoas amorosas, mas o sofrimento
dela só pode ter fim quando você for até ela… e explicar tudo… e deixar que
ela saiba que você sempre a amou e sempre vai amar. E que nada disso é
culpa dela. Só você pode lhe dizer isso, cara a cara. E depois, talvez vocês dois
possam começar a se curar.
Eu queria ir… agora mesmo… e levar Skylar comigo. A Flórida é a apenas
algumas horas de distância de avião. Esta seria a minha única chance de ir.
Claire jamais me daria permissão de visitar minha filha na Flórida uma vez que
meu tempo com Skylar tivesse terminado.
Tenho quatro dias até precisar retornar. Mas, será que eu realmente posso
simplesmente aparecer do nada e em seguida sumir de volta da vida da Katie
depois de todo esse tempo? Isso a magoaria ainda mais e certamente me
mataria. Se eu voltar para ver Katie, jamais voltaria para Nova York. E Claire
irá atrás de mim… contará a Katie o que eu sou… e irá matá-los e me arrastar
de volta para casa com ela. Eu já vi de perto o que Claire pode fazer… e jamais
permitirei que ela chegue perto da minha filha.
— Shhhh, tudo bem… não pense nisso agora. Você pode ir vê-la na hora
que quiser. Quando estiver pronto. Ninguém pode realmente impedi-lo quando
você estiver pronto para voltar para ela.
—Não sei. – respondi, ainda tão chocado como fiquei na época.—Meus pais
fizeram aquele maravilhoso jantar, ou os empregados fizeram, e nos
convidaram e me abraçaram como nunca tinham abraçado antes… e então
apresentei eles para Tanya e eles pareceram muito tensos… meu pai parecia
que ia infartar.
—Ele até cobriu a boca e saiu correndo da sala de jantar. Eu achei que eles
estavam sendo grosseiros com ela, mas minha mãe disse que eu
não entendia… e ela tentou ser educada com a Tanya, mas seu rosto estava
feito… pedra. Meu pai veio se sentar à mesa de jantar com a gente por um
minuto no meio da nossa refeição e logo saltou da cadeira de novo e se
retirou, dizendo que não conseguia fazer aquilo. Ela mal dirigiu cinco palavras
a ele!
—Ele pareceu furioso outra vez e disse que eu não podia me casar com ela,
para encontrar alguma outra garota, qualquer outra garota. Eu disse para ele
ir se foder e ele ficou puto e ameaçou que se eu não terminasse com ela, ele
iria me renegar… que eu ficaria por minha conta dali pra frente. E que eu
nunca mais poderia voltar lá.
—Eu não consegui acreditar… eu ainda não consigo. Mas ele falou sério,
evidentemente. Eu escolhi Tanya e dei as costas… e contei para a minha mãe o
que meu pai havia dito. Ela disse que tinha que concordar, e mais uma vez,
que eu não entendia.
—Eu saí de lá e jurei que jamais voltaria, por nada. Preferia morrer de
fome. Esperei a minha vida toda por eles… à espera de receber alguma
aprovação ou qualquer tipo de atenção. Finalmente, parecia que eles queriam
fazer parte da minha vida naquela noite… e logo depois jogaram toda aquela
merda em cima de mim. Foi o fim.
—Será que o seu pai não a conhecia antes? Parece que… assim que ele a
viu… não gostou dela.
—Não, meu pai não a conhecia. – franzi a testa, me perguntando por que
Skylar pensaria isso. — Eles nunca tinham se encontrado antes.
Eu estava pensando sobre isso agora, e antes de eu chegar muito longe,
Skylar disse:
—E eu digo, você foi um lutador na época. Você mandou seu pai ir se
foder, eu gostaria de poder trazer esse sentimento de luta de volta a você.
—Eu sou diferente agora, Skylar. – eu admiti. —Eu não tenho mais esse
sentimento em mim. Um monte de merda aconteceu comigo desde então.
—Eu sei, baby, eu sei… – ela disse suavemente, beijando minha cabeça. —
Vai levar tempo para construir isso em si mesmo novamente…mas você pode
fazê-lo.
Oh, Claire, eu volto mais tarde… Eu estou indo para o meu médico para
aprender a lutar contra você. Não vou demorar muito.
—Eu sei. – eu disse, esperando que ela deixasse por isso mesmo.
Eu funguei, deixando uma única lágrima sair, Skylar não podia ver a partir
de seu ângulo.
—Uma vez que era hora de pagar esses agiotas de volta, eu não sabia o
que fazer. Ben e Angela estavam de volta na Flórida, mas eu não poderia pedir
sua ajuda novamente, não depois que eu matei sua filha e incendiei sua neta.
—Além disso, eu disse, a fábrica da Ben estava tendo problemas. Ele estava
fazendo tudo que podia para salvá-la. Eles faziam cabides de plástico, eu acho
que não é um negócio que está a todo vapor. O lado doente é, se ele fizesse
brinquedos de sexo, ele seria um bilionário. Deus, este mundo é uma merda.
—Eu não sei se eles queriam seqüestrá-la para me fazer pagar, ou se eles
queriam machucá-la…mas eu não me importei. De qualquer maneira, eu tive
que tirá-la de lá. Envolvi Katie em um par de cobertores e a tirei de lá. Só
Deus sabe como eu consegui fazer isso sem que ninguém me parasse. Mas
uma prova do quão fodido o mundo é. Ninguém me parou. Eu poderia ser
qualquer pessoa a levando embora e ninguém me parou. Isso me irrita até
hoje!
— O lugar mais próximo para ir era a casa dos meus pais. – eu disse sem
expressão. —Se esses caras estivessem me seguindo…Eu teria que correr e
levá-la em algum lugar seguro.. rápido. Então eu engoli todo o meu orgulho
estúpido e fui lá. Bati na porta e minha mãe atendeu. Enquanto eu estava
segurando Katie em meus braços, graças a Deus ela estava dormindo, porque
a minha mãe deu uma olhada em mim e ela… e quase gritou…e bateu a porta.
Porra ela bateu a porta na minha cara…no rosto de Katie! Porque Katie não era
bonita…ou perfeita! Você acha que por ser esposa de médico, ela seria mais
acostumada, mais capaz de lidar com queimaduras ou doenças e
enfermidades…
Eu parei por um minuto, tentando diluir o meu ódio por minha mãe antes de
entrar no lado do meu pai.
— Sim, Eu disse.
— Se você não se importa com uma criança nascida de seu filho esquecido,
então por que você sabe o nome dela? – Skylar perguntou. — Mathew…Eu
acho que eles se….importavam. Eu não sei porquê eles agiram da forma como
agiram…mas eu acho que estamos perdendo um pouco da história aqui.
—Eu não sou como eles. – eu não gostava de ouvir isso da boca de Skylar.
—Eu acho que seus pais estão fazendo o mesmo com você…mas, o porquê
é o que temos de descobrir. – isso soava como um episódio de Scooby Doo.
—Não, Skylar. – eu disse entre dentes. —Você não vai ligar para eles.
—Do que você tem tanto medo, Mathew? – ela parou e colocou o notebook
para baixo, sentada no chão aos meus pés, tomando minhas mãos na dela,
seu olhar cheio de compaixão e amor.
—Eles não vão falar com você, mesmo se você ligar. – eu adverti.
Ela faria isso, eu sei disso. Skylar era do tipo que ligaria de qualquer
maneira.
—Eu sei que dói…a rejeição deles com você e Tanya…e até mesmo Katie. –
ela disse com cautela, olhando para mim, esfregando os polegares em círculos
lentos sobre minhas mãos. — Mas deve haver mais do que isso. Assim como
Katie está provavelmente pensando nas coisas erradas sobre sua ausência,
você provavelmente está pensando sobre as coisas erradas porque seus pais
não estavam lá para você. Se você falar com eles, talvez você visse que não é
culpa sua, afinal. Como eu disse, as crianças sempre acham que é culpa deles.
Você está fazendo exatamente isso. Você tem que descobrir a história ou você
nunca vai superar isso.
—Eu nunca quis que Katie ficasse sozinha como eu estava…sendo cuidada
por outras pessoas. Eu tentei tanto dar ela a família que nunca tive. E eu
estraguei tudo…e agora ela não tem a mim e nem Tanya. – ouvi minha voz
falhar.
— Você falou com eles? – levantei-me, olhando mais para baixo enquanto
ela estava sentada no chão, sem mover sua posição.
—Eu falei com Joseph. – ela disse calmamente. — Eu disse que achava que
eles deveriam vir vê-lo e falar sobre as coisas. Ele foi muito agradável. Ele
concordou comigo. Ele disse que ia falar com eles e saber se eles iriam vê-lo.
Uma meia hora depois, ele ligou de volta e disse que estaria aqui amanhã. Eu
ia esperar até que eles chegassem aqui para dizer qualquer coisa, você estaria
com os olhos vendados e preso a uma cadeira quando eles chegassem…mas eu
pensei, isso não é justo com você. Você deve estar preparado. Eu não queria
trair a sua confiança.
— É óbvio que não. Que tipo de pessoa você acha que eu sou? Eu sei que
ele é como um pai pra você. Eu até pedi que ele e a Katherine viessem juntos,
mas ele disse que provavelmente não seria uma boa ideia.
—Pois é, meus pais não gostariam de ser vistos indo a qualquer lugar com
a criadagem! -virei as costas para ela, soando amargo de novo, mas não pude
evitar.
— Vou ficar na frente da porta se você tentar fugir. – ela sorriu. — Que tal?
— Você vai ficar comigo, Skylar? – perguntei, me sentindo com cinco anos
de idade. —Não quero ficar sozinho com eles.
— Por que eles viriam pra cá agora? – pensei em voz alta. — Eles nunca se
importaram comigo antes. Eles nem retornaram a sua ligação eles mesmos.
— Bom, agora, isso é uma boa pergunta para fazer a eles quando
estiverem aqui. – Skylar falava como a minha professora do jardim de infância.
— Tudo bem. – ela deu de ombros. — Fale o que quiser… seja o que for
que estiver sentindo. Você não precisa fingir. Mas deixe tudo às claras. Exija
saber por que eles te trataram daquela maneira.
— Pode ter certeza. – ouvi minha voz dizer e muita força escorreu das
minhas palavras.
— Estou tão orgulhosa de você, Mathew. Você é muito mais forte do que
pensa.
— Você me torna forte, Skylar. – fechei meus olhos, segurando-a mais
para perto.
— Não, Mathew. – ela ergueu os olhos para mim. — Não pode tirar sua
força de mim. Se formos separados, você vai pensar que não tem mais força
nenhuma. Sua força está dentro de VOCÊ… não se esqueça disso. Você sempre
vai tê-la… com ou sem mim. Ok?
Eu tive que sorrir e me apaixonar por ela mais uma vez.
Eu não queria vê-los ou mesmo escutá-los, mas eu faria isso por ela, se ela
acreditava que isso me ajudaria de alguma forma. Para falar a verdade, eu
simplesmente pensei que Skylar seria testemunha do imenso ódio e rejeição
deles por mim em primeira mão. Eu estava me preparando internamente para
a repulsa e a indiferença deles… mas por outro lado… por que eles
concordariam em vir até aqui?
Eu não gostava de estar tão inseguro e me sentia enjoado só de saber que
eles estariam sentados aqui amanhã, tentando agir educadamente e se
explicarem.
Eu sabia que não poderia ser salvo da jaula de Claire, mesmo se eles
aparecessem e pedissem desculpas por todas as besteiras… e não estava
esperando por qualquer salvação… mas, Skylar estava certa sobre uma coisa.
Eles me deviam uma explicação. E eu jamais teria a chance de conversar com
eles novamente. Eu devia usar esses próximos quatro dias para conseguir
algumas respostas, pelo menos.
Porém, bem no fundo, eu ainda estava com medo. Não sabia bem por que,
mas eu estava. Eu precisava de Skylar naquele momento. Como eu seria capaz
sequer de olhá-los… até mesmo de falar com eles? Eu conseguia ver Skylar
sendo a mediadora entre a gente e isso me tranquilizava pra caramba.
— Vem, vamos dar uma caminhada lá fora. – Skylar pegou minha mão e
sorriu, sabendo como o ar puro e o sol me acalmavam.
— Eu sei. – ela estremeceu. — Odeio ter até mesmo considerado fazer isso
desse jeito… eu pensei que você seria teimoso para concordar… mas depois
conclui que… se eu fizesse isso com você… eu realmente seria como a Claire…
e a Raven. Acho que fazer isso seria pior do que qualquer coisa que elas já
tentaram fazer com você.
Capítulo 21
Skylar POV
Eu sabia que isso era como um outro teste para Mathew. Cada vez que eles
voltavam para casa, ele tentava ser o que eles queriam…esperando a aceitação
e o amor deles…e eles sempre iam embora cedo demais. Eu podia ver que ele
estava fazendo isso de novo… esperando que eles finalmente o quisessem.
─ Não, por favor… - ele implorava, arquejando por ar. ─ Por quê? PAI!
─ Por que você está fazendo isso? - ele chorava. ─ O que eu fiz pra
você? Tanya está morta, POR FAVOR! PAI! Ela é só um bebê, pelo AMOR
DE DEUS! Tem assassinos nos seguindo, POR FAVOR! MÃE!
Tive que sacudi-lo algumas vezes para despertá-lo deste. Quando ele
voltou em si, suas mãos se debateram e quase me atingiram, e ele
estava suando… tremendo, e em seguida chorou e me pediu desculpas
outra vez.
Resumindo, acho que Mathew teve cerca de dez minutos de sono nesta
noite. E agora ele estava com o olhar fixo na TV, à medida que a tarde se
aproximava, a hora em que seus pais chegariam.
Ele não comentou nada comigo diretamente sobre isso, mas ele saiu
bem cedinho e voltou com cinco novas mudas de roupas, e ficou
provando elas, e trocando-as… e provando tudo de novo.
Ele quer causar uma boa impressão neles, e isso me dava um pouco de
esperança. Ele quase vestiu uma gravata e, embora ele ficasse muito
lindo com ela, achei que era um pouco demais, sendo assim ele trocou
de roupa novamente.
Por fim, ele decidiu usar um jeans escuro e uma camisa de botão
branca de manga comprida, deixando os dois primeiros botões abertos.
Estava elegante, mas ao mesmo tempo, casual. Ele se barbeou de
maneira perfeita e cheirava maravilhosamente bem quando saiu do
banheiro, se queixando do seu cabelo “fodido”. Eu disse a ele que seu
cabelo fodido era lindo e para que não mexesse nele. Ele queria puxá-lo
todo para trás com gel, assim ia parecer “tratado”. Eu jamais permitiria
isso, então escondi seus produtos para o cabelo.
Depois tive que assegurá-lo seis vezes que não conseguia ver nenhuma
das suas marcas feitas pelo chicote através do algodão branco da sua
camisa e enfim ele acreditou em mim e relaxou… mais ou menos.
Quando saí do banheiro, ele estava sentado no sofá, com a cabeça para
trás e os olhos fechados. Ele não roncava como a maioria dos homens … Eu
sorri, feliz que ele estava, pelo menos, descansando um pouco antes de seus
pais chegaram.
Deixei-o sozinho por cerca de vinte minutos, quando ele começou a falar
em seu sono novamente. Oh não, não é outro pesadelo! Pobre coisinha!
Fui até ele no sofá e sua cabeça estava se movendo lentamente para a
direita e esquerda … seus olhos se movendo rapidamente sob as pálpebras …
ele estava ofegante novamente.
Mathew POV
Engoli seco quando vi Skylar e senti meu coração batendo mais forte no
meu peito. Ela sorriu e isso me acalmava…
─ Eles não chegaram aqui ainda. - Skylar informou pacientemente. Ela vai
me ter pra sempre antes mesmo de nosso tempo acabar, eu sei disso. Não que
eu não mereça isso.
Eu estava deitado para trás, sentado no sofá e eles não estavam lá. Oh
merda. Não me diga que…
─ Seus pais devem estar aqui em breve, eu não acredito que você caiu no
sono. - ela sorriu para mim, acrescentando. ─ Mas então, lembrei que você
não conseguiu dormir a noite passada, nadinha.
Isso não parecia bem…Eu me sentia doente… e esse sonho estranho…talvez
ele estava tentando me dizer alguma coisa…
─ Skylar? - eu me levantei e fui até ela, levando as mãos delas nas minhas.
─ Por favor, não tenha medo, Mathew. - ela acariciou minha bochecha,
franzindo a testa e dizendo. ─ Sua pele está suando. Espere. Deixe-me te dar
um copo de água gelada…
Com isso, a porta sofreu leves batidas na parte exterior. Eu fiquei tenso e
senti lágrimas pulando dos meus olhos enquanto Skylar virou um pouco, em
direção a porta. Agarrei-a pelas mãos e apenas implorei os olhos dela com os
meus, balançando a cabeça lentamente, esperando que ela me ouvisse.
Ela hesitou, e foi pensando nisso que eu peguei seu rosto em minhas mãos
e gentilmente fechei minha boca sobre o seu lábio inferior, meus olhos ainda
abertos e exibindo a minha decisão para a dela. Olhei para o rosto dela,
sentindo-me triste com sua expressão impotente, e beijei seu lábio superior,
sem um som.
─ Eu sei o que estou fazendo, Skylar. - eu espiei pela janela agora, vendo
nada de anormal. ─ Confie em mim…você não tem idaia do sonho ferrado que
eu tive sobre eles…Eu só não quero eles tentando se justificar. Eles me
tratavam como merda. Eu não ligo para quais as suas razões malditas são. Eu
não quero eles falando da Tanya…Eu não acho que eu poderia aguentar,
Skylar. Acho que eu perderia o controle de mim mesmo e machucaria eles.
─ Tudo bem, acalme-se, Mathew. - ela me abraçou de novo. ─ Eu não vou
forçá-lo a fazer qualquer coisa que você não está pronto para. Mas, Mathew…
eles vão ligar de volta…e eles vão voltar.
─ Eu sei que você queria que eles me salvassem, Skylar. - eu disse, vendo
a dor em seu rosto. ─ Eu sinto muito. Mas eu não quero eles para me salvar.
Prefiro voltar para Claire.
─ Tudo bem, tudo bem, Mathew. - Skylar me abraçou mais apertado. ─ Eu
não pensei nisso dessa forma. Você está certo. Eu não vou fazer você falar
com eles. Talvez…Eu poderia chamá-los mais tarde…e falar com eles sozinha.
Você não tem que ouvir o que eles têm a dizer.
Eu pensei nisso por um minuto ou dois…eu ainda não queria a ajuda deles,
mas talvez eles tinham algo a dizer que possa explicar as coisas…tudo o que
eu podia dizer era…
Eu tive que sorrir para ela…ela sempre poderia provar que estou errado.
─ Isso é melhor. - ela puxou meu colarinho para baixo, para que meus
lábios então, pudessem acariciar os dela. No fundo da minha mente, eu
percebi que só tinha mais três dias juntos com ela e eu comecei a doer por
dentro…em todos os lugares.
Mesmo que meus pais sejam idiotas, eu não quero que eles saibam o que
eu me tornei. Eu estou tão envergonhado e com medo de que eles já saibam.
E eu não quero ouvir suas razões terríveis para virar as costas para mim e
minha filha…mesmo Tanya, também.
Eu não ligo para o que as razões são. Isso não muda nada. Isso não muda a
dor e o sofrimento que eu sempre sinto em meus ossos…não curaria a carne
cicatrizada de Katie…ou a sua dor, mentalmente e fisicamente. Isso não
mudaria nada. Então eu não quero ouvir isso.
Mas eu realmente pensei que estava fazendo a melhor coisa para a minha
própria sanidade. Eu sei que tenho que voltar para Claire. Eu sei que não há
saída para mim. Eu acho que, nos olhos de Skylar agora, ela sabe disso,
também. Então, eu não falei muito… Eu só segurei a mão dela e rezei ao Deus
invisível acima…que ela iria ficar bem sem mim…e seria feliz de novo em
breve.
Ela estava tentando me fazer falar tudo sobre o sonho…como brega foi
aquil… meus pais tinham dito que eram vampiros.. me querendo, mas não
eram capaz de estarem perto de mim para o meu próprio bem…Tanya sendo
conhecida do meu pai…o todo conto sobre meu avô vampiro que queria que eu
me tornasse um deles…os meus pais me tirando dali para salvar minha vida…
meu destino como alguém “especial” no mundo dos vampiros…a decisão difícil,
mas necessária para ignorar os meus gritos de socorro quando eu segurei
Katie em meus braços…os guardas vampiros que podiam ter sido envolvidos na
morte de Tanya no fogo…as batalhas que aconteceram em meu nome…a
história de que meu pai matou seu pai para vingar a dor da minha família…e
finalmente…mas o mais doloroso de tudo…suas declarações de amor por mim
sempre…por tudo isso…e sua alegação de que eles ainda me amavam.. e iriam
me ajudar agora.
─ Eu te disse, eu sou muito boa em analisar sonhos, Mathew. - ela disse
primeiro. ─ Eu tenho uma boa ideia porque você sonhou tudo isso. Está tudo
bem se eu te der a minha opinião sobre isso?
─ Tudo bem, vamos fazer uma coisa de cada vez. - ela tinha seu bloquinho
com ela e estava escrevendo nele agora. ─ Primeiro…seus pais dizendo que
são vampiros. Você, Mathew, ama as coisas de fantasia e magia. Você gosta
de interpretar o vampiro na boate, você ama as criaturas míticas. Em sua
mente, você ativou seus pais para essas criaturas para que eles estivessem
um pouco mais atraentes para você. Em sua mente, em suas memórias reais,
você vê-los sob uma luz ruim. No seu sonho, você fez algo que não era culpa
deles… e torná-los vampiros que não matam, isso foi você querendo acreditar
no melhor neles. Você fez ‘’bons vampiros’’. Como seus olhos de vampiro
falsos no clube…dourados para o bom vampiro, vermelho para o mau vampiro.
─ Dessa forma, toda a sua infância, quando eles não estavam por perto,
esse sonho torna, mais uma vez, que não é culpa deles, não é sua culpa,
também. Eles estavam fazendo isso tudo por amor…e você quer
desesperadamente o amor deles. Você sempre teve.
─ Vá em frente. - eu tinha que admitir que ela é brilhante.
─ Sim, eu vejo. - olhei para as minhas próprias mãos, sabendo que ela
estava certa.
─ Ele fala muito sobre o seu coração, Mathew. - ela tocou meu braço, me
confortando. ─ Você quer que seus pais…você quer que não seja culpa deles…
ou a sua, ou da Tanya. Você quer perdoá-los de alguma forma. E não culpá-los
pelo que eles fizeram. Mesmo que tenha muita raiva deles por tudo o que eles
não fizeram. Você pode odiá-los…mas seu coração quer amá-los. Isso é lindo,
Mathew…realmente.
─ O avô vampiro indo atrás de você. - Skylar disse. ─ É o mal do mundo
que vem contra você…e em seu sonho, seus pais sempre tentaram protegê-lo
e salvá-lo…Na realidade, você sente que eles não querem te salvar…ou se
importam o suficiente para salvá-lo de toda a pobreza, de estar nas ruas,
perdendo a faculdade…comendo lixo… mesmo com dificuldades financeiras
quando se casou com Tanya…seu sonho diz que seus pais queriam ajudar e
salvá-lo, mas não podiam porque significava arriscar a sua vida. Ele ainda diz
que é por isso que eles não estavam lá para seus grandes momentos…seu
casamento, o nascimento de sua filha…está tudo explicado no sonho enquanto
eles te amam mas não são capazes de ser fazer parte disso. Você quer que
eles te salvem…lá no fundo…você queria isso toda a sua vida…e nunca teve.
─ A parte sobre você ser realeza vampiro…um príncipe, se você fosse se
tornar um deles…especial…que é óbvio. Você é especial, Mathew. Mas você não
acredita que você é. Você sempre se chama de prostituto, brinquedo, escravo.
Você quer ser especial. Você quer um mundo de fantasia, que você possa fugir
para onde você possa ser algo especial e importante…e que seus pais tenham
orgulho de você. Mais poderoso do que o maior rei dos vampiros.
Porra, ela é boa para esta merda de sonho. Eu apenas pensei que adormeci
assistindo entrevista com um vampiro ou algo assim.
─ Deus, Mathew, não é sua culpa. - ela sussurrou. ─ Por favor, acredite
nisso, e em nada mais. Você era um menino…um menino lindo. Qualquer que
seja a razão pela qual seus pais não estavam lá, não é sua culpa. A culpa é
deles. Nada disso é culpa sua, Mathew. Você tem que parar de se punir. Tanya
e Katie não iriam querer isso. Elas te amam.
─ E por último, mas não menos importante… - disse Skylar. ─ Você ama
seus pais, também. Mesmo depois de todas as vezes que tenham
negligenciado você…e te machucado…você os ama.
─ Você está certa… cada palavra… está certa. – admiti com a voz firme,
acariciando seus dedos enquanto eles seguravam minha outra mão. ─ Eu
confio mesmo em você, Skylar. Mas, isso me assusta. Todo mundo que eu
confio me desaponta. E eu continuo me perguntando por que você iria me
querer. No meu mundo, todos têm um motivo velado, e
fico me perguntando se você também tem um. Mas aí, eu olho nos seus
olhos… e vejo você… eu vejo que você é verdadeira. E que não está mentindo
pra mim.
─ Também veja que eu te amo. – ela puxou meu queixo na direção dela,
me fazendo olhar para seu rosto.
Sorri e respondi.
─ Eu vejo isso. E espero que você veja isso nos meus olhos também,
Skylar. Eu te amo… demais.
Após um bom tempo, fiz com que ela caminhasse comigo outra vez, e
tentei fazê-la sorrir novamente. Voltei para o meu jeito brincalhão e,
eventualmente, pareceu funcionar.
─ Foi… a melhor noite da minha vida. – Skylar olhou para mim com um
sorriso sexy. ─Nunca pensei que pudesse ser tão…
─ Eu sei. – concordei, encantado com aquilo tanto quanto ela estava agora.
─ Odeio dizer isso, mas… acho que nunca alcancei esse sentimento… nem com
a Tanya. Acho que é por isso que eu tinha tanto medo de fazer amor desse
jeito com você. Era como se eu estivesse traindo ela. Isso parece tão errado
de dizer em voz alta… mas é verdade. E eu sei que você gosta de tudo que é
verdade.
─ Eu aprecio a verdade. Então, é por isso que vou te contar isso agora.
Opa. Um segredo? Meu Deus, não, não deixe ser algo terrível.
─ Meu pai está chegando ao ponto… – ela falou, como se tivesse acabado
de confessar que era um homem ou coisa parecida.
─ Ewww! – ela bateu no meu peito enquanto eu tentava escapar dela, sem
sucesso. ─ Cala a boca, estamos falando do meu pai!
─ Está bem. – me obriguei a falar sério agora. ─ Ele está vindo, por quê?
─ Não, não estou bravo. Fui eu que fiz tudo isso com a gente. Coloquei
todo o peso nas suas costas, fazendo você sentir que precisava me salvar de
alguma forma. E quanto mais eu te digo para parar de tentar, mais você bate
o pé e luta por mim. Como eu poderia ficar bravo com você, Skylar? Eu só me
sinto mal por fazer o seu pai perder a viagem toda até aqui. O que ele pode
fazer por mim?
─ Você não vai saber até deixá-lo tentar. – ela ainda tinha esperança na
voz. Gostaria que eu pudesse soar assim.
─ Você não contou pra ele que você e eu… – hesitei. ─ Que a gente dorme
junto, contou?
─ Deixei isso de fora por enquanto. – ela disse e relaxei na hora, mas
então ela acrescentou. ─ Achei que seria melhor contar cara a cara.
─ Não conte pra ele, Skylar. – praticamente ordenei. ─ Você não precisa
arruinar sua relação com seu pai só porque fiquei apavorado demais para
enfrentar o meu! Não vou te deixar fazer isso. E se ele fizer com você o que o
meu pai fez comigo? Ele poderia parar de pagar sua faculdade, seu
apartamento! Você não pode contar pra ele, Skylar. Eu não ligo, sou um ótimo
ator. Posso fingir que a gente nunca tocou um no outro. Posso ficar em outro
lugar enquanto ele estiver aqui.
─ É claro que não. – fiquei magoado por ela ter sequer pensado nisso. ─
Tirando a minha filha, você é a melhor coisa que já me aconteceu.
Mas já da parte dela, ela tinha deixado de lado toda sua herança por mim,
um garoto de programa que estava transando com ela há dez dias e dez noites
agora. Em lugares públicos… numa IGREJA! Ah meu Deus!
─ Eu sei. – ela admitiu. ─ Mas ele vai superar. E irá te ajudar. Ele é um
bom policial.
─ Ele irá me prender. – sorri, entretido por essa visão de mim mesmo.
─ Não vou deixar ele fazer isso. – ela me beijou de novo. ─ Sou a única
que pode te prender.
─ Ele vai me dar um soco na cara, então. Eu violei a filha dele… de várias
maneiras. Sou um garoto de programa, ele vai te arrastar para o hospital para
que te façam uma bateria de exames. E provavelmente vai dormir no meio da
gente a semana inteira.
─ Posso imaginá-lo fazendo isso. Mas não sou mais criança. Não vou
permitir. Esse fim de semana é nosso. Não vou deixar que ele destrua-o para
nós.
─ Sou mais forte do que pareço, Skylar. – garanti, pegando sua mão e
dançando valsa com ela na calçada. ─ Veja, estamos praticamente dançando
neste momento.
─ Meus pés não estão se mexendo. – Skylar riu e olhei para eles, vendo que
ela estava certa. Ela estava apenas se balançando de um lado para o outro,
mas seus pés continuavam cimentados no lugar.
─ Por favor, não conte para seu pai que dormiu comigo, Skylar. Não quero
sua vida arruinada. Você tem uma ligação muito forte com ele. Posso dizer
pelas suas histórias no nosso “primeiro encontro”. Não jogue isso fora por
minha causa.
─ Eu tenho mesmo uma ligação muito forte com ele. – ela disse. ─ É por
isso que posso contar tudo pra ele… e sei que ele ainda ficará do meu lado e
vai me amar de qualquer jeito. Mesmo se estiver desapontado comigo. Eu sei
que o amor dele por mim é pra sempre. Nós passamos por muita coisa juntos
para eu mentir pra ele agora. Além disso, como posso pedir para você me
dizer sempre a verdade se eu mentir quando for conveniente para mim?
─ Você é tão mais forte do que eu, Skylar. – eu disse, tendo consciência
daquilo. ─ Queria que a gente tivesse mais tempo… você poderia me ensinar
isso.
─ Você não pode ensinar seu tipo de força. – falei agora, pensando melhor
naquilo. ─Ela tem que nascer com você.
─ Você a tem também, Mathew. – ela olhou dentro dos meus olhos. ─ Só
está escondida. Ela vai vir à tona novamente.
─ Nesse sonho que eu tive… – comecei a andar outra vez, meu braço em
volta dela,levando-a comigo. ─ Eu gritei para meu pai ir se foder. Eu o
enfrentei. Foi uma sensação ótima. Acho que você teria ficado orgulhosa de
mim. Eu deveria ter percebido que era um sonho. Na vida real, eu nunca faria
isso.
─ Desculpe por ter dado para trás hoje. – eu disse, realmente me sentindo
péssimo. ─ Você é tão corajosa e eu sou tão…
─ Quietinho, Mathew. – ela colocou uma mão na minha boca. ─ Antes que
eu enfie uma bola aí dentro.
Mesmo agora, essa sala, sem as luzes acesas, estava bastante turva,
porém não totalmente escura.
Eu havia pensado nisso antes. Mas, bem no fundo, eu não queria colocar a
reputação de
Me perguntei, ela ia ser a aluna ou a professora? Mal podia esperar para
descobrir.
─ Queria me ver, Sr. Trenner? – ela ela escolheu ser a aluna. Tive vontade
de soltar uma risada maligna… fiquei com o professor pervertido.
Me ocorreu que ela não queria me colocar no papel submisso. Ela queria
me ver no modo dominador. Acho que ela gostou da minha fantasia de
estuprador no apartamento um pouco demais para seu próprio bem.
─ Meu trabalho não é apontar todos os seus erros! – falei áspero. ─ Eu não
deveria nem estar falando com você sobre isso agora. Devia simplesmente te
reprovar na matéria e deixá-la repetir tudo de novo no semestre que vem…
comigo.
─ Sim, Srta. Hayes. – a olhei com raiva. ─ Eu sei que você me odeia. Para
ser honesto, não sou também muito seu fã. Mas estamos presos um ao outro.
─ Mas, acho que sei um novo jeito de te fazer aprender. – disse e os olhos
dela se ergueram até meu olhar cruel.
─ Como?
Ela lançou um olhar para a porta de saída e não deixei minhas emoções
transparecerem.
Ela se aproximou e ergueu a saia, exibindo uma calcinha nova… uma das
que comprou naquele dia com as meninas e com Ryan e Eli.
Mas, outra coisa estava acontecendo dentro de mim. Eu não queria bater
nela com a régua.
Ela soltou um suspiro e notei agora que ela tinha lágrimas nos olhos.
Se alguma coisa poderia matar minha ereção…era alguma coisa a ver com o
meu pai.
Coloquei Skylar para baixo em seus pés e abri a porta. Eu odeio meu pai.
Eu tinha finalmente me sentido vivo outra vez…livre…e jovem…e agora há
alguma carta dele aqui.
Skylar viu isso também e não disse uma palavra enquanto nós fomos para
dentro. Ela pegou a carta para, vendo meu nome em letras garrafais escritas
em todo o envelope.
Fechando a porta atrás de nós, eu sabia que tinha que tinha que tomar uma
decisão agora. Será que líamos e lidávamos com o que ele tem a dizer…ou
queimar e esquecê-los para sempre?
Capítulo 22
Skylar POV
Seja paciente com ele, Skylar, eu dizia para mim. Você não tem idéia do
que tem escrito ali. Deixe que ele leve o tempo que precisar. Mas de jeito
nenhum ele vai queimar isso antes de ler. Desculpe, Trenner, não por cima de
mim.
Finalmente, ele se lembrou da minha presença ali e levou seus olhos até a
mim, acanhadamente.
─ Não, Mathew, não está. – encostei minha mão na dele, na esperança que
meus olhos oferecessem apoio. ─ Eu sei que a sua dor com eles é de longa
data e profunda.
─ Você tem que me ajudar, Skylar… – ele disse, em uma visível batallha
interna, embrenhando a mão livre nervosamente no cabelo. ─ O que eu devo
fazer aqui?
─ É fino, não é volumoso. – observei. ─ Não pode ter tudo sobre sua
infância aqui, então. A não ser que esteja dizendo, “nós somos vampiros”.
─ Provavelmente é uma folha só, pelo que conheço deles. – ele soou
amargo, fitando o papel. ─ Eles nem poderiam gastar uma hora do dia deles
escrevendo uma longa carta pra mim. Incômodo demais… sou só eu, afinal.
─ Talvez seja um cheque de um milhão de dólares. – eu disse.
─ Ughh. – Mathew fez uma careta. ─ Eu odiaria isso ainda mais do que uma
carta de uma página só. Jogue dinheiro pra ele, e ele irá embora… e a
consciência deles estaria limpa. Não. Se isso for dinheiro, eu vou queimar.
─ Isso me mataria… – ele terminou a frase e eu olhei para ele confuse, não
entendendo seu tom.
─ Como você acha que eu me sentiria, fazendo tudo o que faço para
conseguir dinheiro para a Katie… e então, em cinco minutos, meus pais
simplesmente jogassem um cheque no meu colo e cobrisse tudo isso? Agora, a
essa altura do campeonato! Seria quase como se eu tivesse feito tudo isso pra
nada!
─ Seu nome está muito bem escrito, uma mão calma o escreveu. –
observei em seguida. ─ A letra é grande… isso é bom. Letra pequena é sinal de
egocentrismo. Letras grandes e abertas… mostra uma natureza generosa do
autor.
─ Skylar… – Mathew rosnou, sofrendo com aquilo. Ele queria um fim para
sua dor.
─ Não importa o que isso diga, eu estou aqui. – olhei dentro dos olhos
dele, intensamente.
─ Nada irá mudar o que sinto por você. Vamos superar isso. Ok?
Rasguei o verso do envelope. Não estava com muita cola. Respirei fundo
novamente e abri o papel pesado e bonito que estava dobrado em três. Papel
de carta do Hotel Waldorf Astoria.
“Querido Mathew,
Hoje faz alguns dias que estamos aqui, esperando para falar com
você. Sabemos que você tem todo o direito de nos evitar, mas
realmente esperamos que você mude de ideia e nos receba.
O que temos para dizer não pode ser colocado em uma carta ou
falado pelo telefone. Até mesmo consideramos a decisão de não te
contar absolutamente nada. Não queremos te magoar mais. Você é a
única pessoa inocente nisso tudo. Mas, talvez a srta. Hayes tenha
razão. Se você ainda estiver sofrendo pelo passado, e tenho certeza
que está, então você precisa saber a verdade. Isso pode te ajudar.
Com amor,
Deus, eles não conseguiram nem escrever Com amor, mamãe e papai.
─ Não é ruim. Eles não falam nada nesta carta. Estão dizendo que ficarão
na cidade por aproximadamente uma semana, e que se você quiser vê-los, a
escolha é sua. Eles dizem que amam você.
Seus olhos ganharam um aspecto brilhante e ele me olhou mais
intensamente.
─ Quer que eu leia em voz alta? – deixei minha mão passear pelo seu rosto
lindo e triste. ─ É bem tranquila.
─ Sim, Skylar. – ele disse, assumindo uma expressão valente. ─ Leia, por
favor.
Li calmamente a carta toda para ele. Desejei que as palavras John não
fossem tão… cuidadosamente escolhidas. Desejei que houvesse mais emoção
nas frases… mas, esse provavelmente é o jeito dele.
Quando eu estava terminando, olhei para o rosto dele e ele parecia estar a
milhões de quilômetros de distância.
─ Você está bem? – perguntei, pegando sua mão nas minhas duas,
deixando a carta no balcão entre nós.
Ele não falou por um tempo, seus olhos estavam olhando a letra perfeita
do pai no papel.
─ Pelo menos não era um cheque. – sorri, esperando que ele fizesse o
mesmo.
Seus olhos subiram para encontrar os meus e ele parecia tão perdido…
odiei vê-lo daquele jeito.
─ Você não tem que decidir nada agora, Mathew. – eu disse. ─ Nós temos…
tempo.
Eu quase mencionei que tínhamos mais três dias e que ele me deixaria no
domingo. Eu sentia vontade de chorar… mas não podia. Eu precisava ser de
ferro agora. Mathew precisa de mim.
─ Eu vou falar com eles. – ele resolveu de repente. ─ Você pode pedir a
eles para virem aqui? Não quero vê-los no Waldorf. É mais apropriado que seja
aqui… onde faço minha terapia. No consultório da Dra. Skylar.
─ Ainda não consigo acreditar em quanto você mudou em apenas dez dias.
– falei maravilhada em voz alta. ─ Você não é mais o imbecil adorável que
uma vez me perguntou num restaurante se eu já tinha chupado um pau antes.
─ Você é a garota dos meus sonhos também. – brinquei e nós dois rimos, e
eu acrescentei, mais séria. ─ E você também é meu melhor amigo, Mathew.
Sorri mais para seu sorriso diabólico. Fiquei feliz por ter algo pra dizer em
resposta.
─ Você também? Quer saber o que o meu dizia? – ele perguntou, sorrindo
como seu antigo eu… com isso eu estou me referindo ao feliz, adorável e
despreocupado que ele era no nosso primeiro encontro a uns dez curtos dias
atrás… Na realidade, eles não foram curtos. Nós havíamos alimentado uma
vida inteira repleta de sentimento no nosso breve tempo juntos. Parece que
tinha se passado 100 anos.
─ Nós eramos bobos. – concordei. ─ Mas acho que não tivemos muita
escolha nisso. Alguns deuses estão lá em cima, puxando nossas cordas…
observando como isto irá se desenrolar.
E os deuses podem ser muito cruéis quando brincam com mortais. Mathew
sabe disso melhor do que ninguém.
Sorri e olhei para baixo por um segundo, então beijei sua boca suavemente
primeiro. Em seguida, contei.
─ “Aquele que você ama está mais perto do que você pensa.” –
sussurrei as palavras no ouvido dele.
─ Essa pode ser a resposta para toda essa loucura… a garçonete chinesa!
Ele precisa ser destruída! – fingi um pouco de raiva, escutando a risada dele.
Lembrei do começo do meu tempo com Mathew. Ele era tão alegre e
brincalhão… e no controle das coisas. Eu era o ratinho medroso e ele o leão
cheio de si. Mas agora, posso ver que ele estava fingindo naquela época. Eu
sinto que realmente tenho Mathew aqui comigo agora, mesmo que não seja
tudo diversão e brincadeiras… agora eu tenho o verdadeiro Mathew Trenner. E
eu o amo. Não quero deixá-lo partir, nunca.
E embora eu desejasse que não tivesse nunca cavado sua alma tão
profundamente, trazendo à tona toda essa tristeza dele, eu ainda acreditava
que isso tinha que acontecer. Para chegar a ser verdadeiramente feliz, ele
precisa lidar com a dor dentro dele, e vencer seus demônios.
Eu precisava acreditar que estava mudando-o para melhor, mesmo que só
na superfície. Parecia que eu tinha transformado um jovem homem sorridente
e despreocupado em um homem triste e fragilizado.
─ Você vai ficar comigo… quando eles vierem? – ele perguntou, voltando
para o assunto de seus pais, indicando a carta com a cabeça, pedindo meu
auxilio. E eu adorava o fato de ele precisar de mim, seja isso certo ou errado.
Ao mesmo tempo, não queria que ele precisasse de mim tanto assim. O
que irá acontecer se ele tiver que ir embora? Ele estará sozinho.
Dolorosamente sozinho.
─ Sempre estarei com você, Mathew, você sabe disso. – eu falei, como se
isso fosse óbvio.
─ Parece que eles têm alguma coisa ruim para dizer. – ele disse como um
garotinho. ─ E se for alguma coisa horrível… algo com o que eu não consiga
viver?
─ Não diga isso, Mathew. – eu quase fiz cara feia. ─ Não importa o que eles
digam, você pode suportar. Você precisa ser forte. Você é pai agora. Você não
tem a opção de ser fraco e vulnerável. Entendeu?
Ele tomou outro fôlego e olhou para mim, parecendo mais forte em
questão de segundos, agora que eu o lembrava da Katie.
─ Skylar… – ele gemeu meu nome outra vez e eu conhecia aquela voz. Ele
me queria… agora.
O balcão estava entre nós e soltei uma lamúria em resposta, desejando-o
também. Como conseguíamos ir de um momento tão melancólico para isto em
três segundos? Somos realmente feitos um para o outro.
Dei um grito agudo com seu movimento ágil. Tropecei ao dar um passo
para trás e nos encontrávamos agora alegremente no chão da sala.
Mathew lançou a mesinha de centro para longe de nós com uma mão e
gritei em surpresa na sua boca aberta, sua língua debatendo-se contra a
minha.
─ Meu gravador… – murmurei enquanto ele abafava minha boca com beijos
calorosos e molhados, quase me tirando o fôlego. Mas eu não estava
reclamando.
Sorri, gostando disso enquanto ele apanhava meu cabelo, virando meu
rosto para o lado, de modo que ele pudesse assaltar meu pescoço com sua
língua e mordidas. Soltei um gritinho quando uma mordida em particular veio
acompanhada com uma pontada de dor.
─ Como isso faz você se sentir, Skylar? – ele disse em meio a beijos
violentos e molhados, os lábios sorrindo um pouco acima de mim enquanto eu
me deixava levar, precisando que ele me machucasse… que fosse selvagem
comigo.
Sem uma palavra, suas mãos rápidas estavam no decote da minha blusa.
Ele resfolegava feito um homem das cavernas, e deu alguns puxões até que
ouvi o tecido rasgando… e o ar tocando minha barriga exposta e o topo dos
meus seios. Gemi de volta, um animal irracional sentindo prazer, incapaz de
pensar em nada.
As calças dele já estavam meio abaixadas quando ele voltou e sorri para
seu pênis à mostra, totalmente ereto e monstruosamente grande, pronto para
atacar. Isto é, até Mathew colocar a capa escura nele.
─ Skylar… - ele suspirou enquanto me lambia com mais força. ─ Acho que
posso te ajudar… acho que sei do que precisa.
Tive que sorrir e fechar meus olhos à medida que ele me dava o que eu
tanto esperava. Ele enfiava a língua para dentro e para fora da minha entrada,
me penetrando com ela.
─ OH MERDA! – gritei alto, quase pronta para gozar somente com aquilo.
Comecei a praguejar sem pensar até que estava gritando nada inteligível…
e sem sequer me importar com o que me parecia ou soava. Eu estava
grunhindo, gozando fortemente, agarrando meus próprios cabelos, meus
punhos precisando grudar em alguma coisa.
Mas então, tive uma ótima constatação. Eu talvez tenha deixado minha
marca nele, e ela não irá cicatrizar e desaparecer no tempo com a recuperação
da pele. Espero que minha marca esteja dentro dele, uma que nenhum dedo
ou chicote poderia jamais tocar ou apagar.
Após ter se passado o que parecia uma eternidade maravilhosa, ele deitou
sobre mim, tentando não colocar todo seu peso em cima de mim enquanto eu
me agarrava ao seu corpo suado, ainda incapaz de falar.
Tive uma ideia que logo adorei e segurei o cabelo úmido de Mathew,
fazendo seu rosto fitar o meu. Ele pareceu um pouco surpreso comigo à
medida que eu falava.
Vi sua boca se curvar nos cantos quando me desvencilhei dele e corri para
a janela, abrindo-a e dando uma olhada do lado de fora primeiro. Mathew se
levantou, me observando, querendo ver se eu realmente teria coragem de sair.
Me estiquei toda, esforçando-me para enrolar minhas mãos em torno das
barras pretas acima de mim. Eu agora estava na ponta dos pés, respirando
com um pouco mais de dificuldade enquanto via o sorriso de Mathew se
alargar, exibindo os dentes para o que estava vendo.
Ele colocou uma mão sob meu joelho direito e o levantou, posicionando-o
em cima do peitoral. Ele deixou minha outra perna esticada, meus dedos do pé
apoiando-se no chão.
Deixei minha cabeça tombar para trás um pouquinho, fechando meus olhos
à medida que suas mãos começavam a explorar o meu corpo. Ele começou
pelo meu pé que estava no chão e fez cócegas debaixo dele, onde ele estava
arqueado, e soltei um grito.
─ Não. – arfei, não querendo que ele me servisse dessa forma. ─ Relaxa,
Skylar. – ele começou a agradar de leve entre minhas coxas com seus dedos
confiantes. ─ Eu QUERO me ajoelhar diante de você. Você é a única pessoa…
por quem eu posso sinceramente cair de joelhos… eu adoro pertencer a você…
eu SOU seu.
Naquele tempo, eu sabia que era uma frase retórica… e isso tinha me
deixado triste. Agora, eu sentia vontade de voar e gritar aos quatros ventos…
de celebrar.
Ele agora me provocava, dando pequenas lambidas na minha entrada já
sensível enquanto eu gemia, apertando as barras com as mãos como se eu
estivesse indo sobre uma queda fatal.
─ Mathew…Mathew…Mathew…
Não pronunciei outra coisa além disso o tempo todo, e senti seus dedos
gentis estimulando onde ele tinha acabado de desenhar uma obra de arte com
sua língua e saliva. Eu podia sentir três dedos agora, movimentando-se em
diferentes direções, entrando e saindo bem devagar… e entrando outra vez.
Ele estava segurando firmemente meu joelho que estava sobre o concreto
com a mão livre, garantindo que eu estivesse em segurança.
─ Porra, Skylar, eu te quero agora. – sua voz soou apressada depois que
gozei e meus olhos mal estavam abertos quando ele deu a volta para trás de
mim, envolvendo um braço ao meu redor, bem embaixo dos meus seios, e me
arqueando para trás, contra seu peito, dando um travesseiro musculoso para
minha cabeça, minha boca encontrando o pescoço dele e beijando todo lugar
que conseguia alcançar com um abandono selvagem.
─ Segure naquelas barras, Skylar. – ele deu um passo para trás e agora
estava segurando minha perna de apoio com seu braço forte, e me erguia e
me abaixava até sua ereção impiedosa, seus quadris bombeando para cima e
para baixo em sincronia com meu corpo que subia e descia.
Eu estava gritando, assim como Mathew. Torci para que a polícia não
estivesse recebendo ligações sobre nós neste momento. Imagine se os pais
dele resolvessem bater na porta agora!
─ Porra, vou gozar, Skylar… por favor… – ele ofegou, querendo que eu
atingisse o clímax antes que ele terminasse. ─ Vou segurar… espere.
Ele soltou um som de alívio e rosnou, e senti seu corpo se contrair e depois
relaxar. Suas investidas cessaram e uma sensação de calor instalou-se dentro
de mim, e soube que ele também tinha gozado.
Não acho que teria conseguido segurar nas barras por mais outro segundo,
e Mathew me pegou nos braços depois que se retirou de mim.
Ele estava beijando minha testa enquanto nos arrastava de volta para o
interior do apartamento e me levava para o banheiro. Eu estava meio
desorientada, mas me lembro de ele me colocar na banheira vazia. Em
segundos, a sensação escaldante da água corrente chegou aos meus
tornozelos e pernas, e Mathew tampou o ralo, deixando o banho quente fazer
efeito à medida que meus olhos tentavam focalizar seu rosto perfeito acima de
mim.
─ Coitado do meu bebê. – ele falou com uma voz rouca e esfregou as
palmas das minhas mãos avermelhadas com os dedos sob a água quente. ─
Me desculpe, Skylar.
Não doía muito agora… e não reparei nas minhas mãos com tudo aquilo
acontecendo ao meu corpo na saída de incêndio. Eu apenas sorri e aproveitei
seu toque cuidadoso, sentindo os beijos dele nas minhas palmas em seguida.
Ele deu risada, mas continuou cuidando das minhas mãos, trabalhando
nelas com os polegares agora, com bastante firmeza no centro.
─ Não, não analise isso. – Mathew resmungou. ─ Apenas deixe pra lá. Não
quero ser internado pela Dra. Skylar.
─ Isso iria evitar que você ficasse longe de mim. – tive que admitir. ─ Eu
iria te trancar no meu próprio quarto branco acolchoado, numa camisa de força
bem justa… e sem calças.
─ Mmmm, isso vai contra sua regra de não usar camisa, huh? – ele
comentou, movendo os dedos sobre meus seios por debaixo da água da
banheira, seu pé girando a maçaneta na parede, interrompendo a água que
caía na banheira. ─ Gostei disso. O que você faria comigo nessa sala
acolchoada?
─ Oh, sim. – Mathew abriu um sorriso largo e deixou a cabeça cair para
trás um pouco. ─ Estou gostando dessa ideia cada vez mais… e depois, Dra.
Skylar?
─ Eu seria cruel com você e te provocaria… não deixando que gozasse tão
rápido. –brinquei. ─ Toda vez que você chegasse perto, eu pararia e observaria
seu pobre corpinho se contorcer na camisa de força, e seus lindos olhos
castanhos implorando por mim.
─ Meu Deus, que malvada. – ele sorriu e deu risada um pouco. ─ Me fale
mais.
─ Sem camisinha. – falei. ─ Você seria todo meu naquele quarto. Nunca
teria que usar camisinha comigo, no nosso pequeno mundo da fantasia.
Eu ri, ainda achando graça do nome dele para seu pênis-monstro. Fiquei
imaginando ele verde com um parafuso de cada lado.
Ele virou meu queixo para ele e fechou os olhos, e beijou minha boca com
os lábios muito gentis e inocentes.
─ Sempre. – ele sussurrou quando seus lábios por fim soltaram os meus.
(…)
A primeira coisa que Mathew me disse hoje foi, e na voz mais feliz que já
ouvi ele usar: “Hey! Eu vou levar um soco na cara hoje.”
Eu lhe assegurei que ele não ia… mas depois, pensei melhor nisso. Talvez
ele levasse mesmo. Pelo menos sei que meu pai não estaria usando seu
uniforme de policial e armado aqui hoje. Já é alguma coisa.
Pedi que ele não estivesse aqui no início, quando meu pai chegasse, deste
modo eu poderia conversar com ele sozinha, antes que ele conhecesse
Mathew. Porém Mathew se recusou a fazer isso. Ele disse que eu tinha sempre
dado apoio a ele, e que estaria ao seu lado quando os pais dele retornassem,
sendo assim ele também não me abandonaria neste momento.
─ Por favor, pare com isso. – ele levantou uma sobrancelha e o soltei.
─ Claire vai surtar se você voltar com um olho roxo ou coisa parecida, não
vai? Quero dizer, você não vai se meter em mais problemas? – perguntei, e
logo em seguida fiquei irritada comigo mesma por sequer citar o nome da
vadia… ou a hipótese de ele voltar para aquele lugar.
─ Não. – ele mexeu a sopa. ─ Posso simplesmente falar pra ela que você
me bateu numa brincadeira e aconteceu. Tenho uma cicatrização bastante
rápida. Além disso, vou ficar fora de…
Ele parou e olhei para ele. Virando-se rapidamente, ele começou a picar a
salada, não dizendo nada, sua testa franzida.
─ Você vai ficar fora do que? – franzi o cenho, não gostando disso.
─ Eu vou ficar fora de circulação por alguns dias assim que voltar. – ele
disse. ─ Tenho alguns dias de punição esperando por mim quando aparecer
por lá.
─ Meu pai está chegando. – falei com um tom baixo, quase para mim
mesma. ─ Ele vai nos ajudar. Tem que existir alguma lei contra isso.
─ Escute… estive pensando… - sugeri com a voz trêmula. ─ Talvez a gente
possa fazer isso dar certo, mesmo se você tiver que voltar pra Claire… por
algum tempo.
─ Não, espere. – senti as lágrimas nos meus olhos, em estado de pânico.
─ Talvez Ryan possa manter contato comigo de alguma forma… por um
tempo… só pra me deixar saber como você está… Claire não vai ficar sabendo
disso.
─ Por favor, não faça isso, Skylar. – ele implorou, as mãos esfregando
meus braços. ─ Por que nós apenas não temos uma visita agradável com seu
pai? Diga a ele que sou um garoto da faculdade com quem você está saindo.
Eu vou voltar pra Claire, ninguém pode fazer nada por mim nos próximos dois
dias. E você não pode ter nenhum contato comigo depois que eu for embora…
não tenho permissão para ter namoradas. Ela irá te machucar se você ficar por
perto. Você não pode fazer isso. Está tudo bem. Você deu o seu melhor, e é
mais do que qualquer um já fez por mim. Mesmo se você encontrasse de
verdade um jeito de me libertar, por algum milagre, eu jamais saberia como
me encaixar numa vida normal… um trabalho normal a essa altura. Apenas me
prometa que você não irá atrás de mim quando eu for embora.
─ Não! – me desvencilhei dele, odiando-o, odiando que ele não estivesse
disposto a tentar e lutar mais.
─ Skylar! – ele chamou, prestes a dizer alguma coisa quando houve uma
batida na porta, alegre do outro lado.
Mathew olhou para a porta e depois para mim enquanto eu corria até ela e
a destrancava, vendo a familiar camisa de botão branca, azul e cinza aberta
com uma camiseta branca por baixo, o jeans azul escuro, tênis, o cabelo preto
despenteado e eriçado, com um indício de fios brancos… as sobrancelhas
escuras quase escondendo o brilho terno nos seus olhos castanhos escuros… e
o seu sorriso.
─ Pai. – senti que estava chorando quando lancei meus braços em volta
dele, incapaz de segurar as lágrimas e fungadas enquanto ele me abraçava de
volta, suas mãos dando tapinhas e esfregando as minhas costas. Ele nunca foi
muito bom com os momentos chorosos femininos.
─ Oi, Sky. – ele falou como se já soubesse que havia algo de errado. Não
pensei nisso na hora, mas então me lembrei de que ele podia enxergar Mathew
parado atrás de mim, na cozinha, ajudando no almoço.
Quando conheci Mathew, fiquei triste ao imaginar que esse encontro jamais
aconteceria. Porém, aconteceu. Pena que eles estariam brigando em breve.
Bom, meu pai estaria, de qualquer modo.
─ Oh, você sabe que sou oficial de polícia, huh? – meu pai forçou um
sorriso, não muito sociável com pessoas novas. ─ Suponho que Skylar esteve
falando de mim para você, então.
Mathew sorriu para mim e depois para meu pai.
─ Ela só tem coisas boas a dizer sobre você. – Mathew disse, soltando a
mão do meu pai. ─Ela me contou tudo sobre as aventuras de pesca de vocês.
─ Não, nunca pesquei. – Mathew admitiu. ─ Mas sempre tive vontade. Sou
um garoto criado na cidade, mas adoraria experimentar.
Meu pai deu um leve sorriso para Mathew, admirando a honestidade. Eu sei
que ele está observando como Mathew é bonito e não está gostando nada
disso. Talvez eu devesse deixá-los se conhecerem melhor antes de contar a ele
a história toda. Talvez devêssemos comer primeiro.
─ Bem, sim, mas queremos conversar com você depois do almoço, pode
ser? – disse, e agora os olhos do meu pai estavam sobre Mathew. Só Deus
sabe o que ele está pensando.
─ E antes que você comece… – eu disse. ─ Eu não estou grávida, não vou
me casar e minhas notas estão boas.
Mathew se virou para meu pai, sorrindo um pouco, mas ele não pareceu
estar achando graça. Sem dizer uma palavra, Mathew virou de volta para
distribuir sua sopa nas tigelas.
─ Skylar, por favor, pense nisso primeiro. – ele cochichou comigo, ainda
não tendo certeza se o que eu faria ia ser bom para mim.
─ Vamos sentar aqui, papai, ok? – pigarreei, fazendo Mathew cair sentado
no sofá verde, seu local favorito durante a terapia.
─ Skylar me falou que você tem um problema dos grandes. – meu pai
olhou para nós dois, perguntando-se o que poderia ser. ─ Então, deixe-me
ouvi-lo.
─ Certo, mas pai, aqui estão as regras. – me inclinei para frente. ─ Você
tem que nos escutar até o fim. Você precisa jurar que não vai gritar demais
quando a gente acabar. E tem que jurar que não vai se tornar violento.
─ Qualquer reação que você tiver vou entender. Tudo bem se você gritar
ou… ficar violento. Eu ficaria, no seu lugar.
─ Deixa que eu falo, por favor, Skylar. – Mathew me cortou e olhou para
mim, assenti de leve com a cabeça para ele.
─ Oficial Hayes, Skylar me pediu para ser o voluntário da sua tese. – ele
disse. ─ Mas eu disse que não trabalhava de graça. Eu cobro as mulheres…
pelo meu tempo. Skylar não queria concordar com uma coisa tão sórdida,
mas… ela estava desesperada atrás de uma pessoa para fazer sua pesquisa.
Então… me contratou para que ela pudesse… me estudar.
─ Pare de fazer você soar tão barato, Mathew. – franzi o cenho. ─ Não foi
bem assim. Eu que fui atrás de você.
Meu pai estava claramente irritado agora, não gostando nem um pouco de
nada dessa conversa.
Eu nem sequer perdi um segundo para ver a reação de Mathew, fiquei de
pé num salto e assomei sobre meu pai enquanto ele continuava sentado na
minha poltrona.
Mathew não disse uma palavra, mas senti suas mãos me soltarem.
Com isso, decidi ser a primeira a me acalmar, sabendo que ele tinha razão.
Mas se meu pai insultasse Mathew de novo eu ia pular na sua garganta.
─ Skylar não gosta dessa palavra, prostituto. – Mathew falou com calma. ─
Eu me chamo o tempo todo disso e ela quase arranca minha cabeça fora
também. Eu sei o que sou, Oficial Hayes, não estou negando.
─ Mas quer minha ajuda para sair disso. – meu pai disse friamente,
encarando Mathew fixamente.
─ Não acho que exista uma saída pra mim. – Mathew foi sincero. ─ Skylar
adora solucionar problemas e tem sido uma grande psiquiatra e amiga. Ela não
quer que eu volte para minha vida, do jeito que está. Ela quer me ajudar. E a
admiro por isso… mas… eu só não acredito que seja possível… nos próximos
três dias, ou talvez, nunca. E é muito perigoso. Claire… ela faz parte de uma
família de criminosos, se é que me entende. Pessoas que me ajudarem
poderiam sair machucadas… eu não quero isso. Skylar que quis ligar para você
em busca de ajuda e você sabe como é difícil discutir com ela.
─ Quanto ela te pagou? – meu pai não parecia estar escutando uma
palavra do que Mathew estava dizendo e isso me deixou com mais raiva.
─ Eu quero saber!
─ Eu juro, oficial Hayes, que se pudesse, eu devolveria tudo para ela agora
mesmo. – Mathew falou com um tom de tristeza na voz. ─ Ela tem me dado
tanto…
Mathew parecia querer ajudar a consertar isso, mas desejei que ele
parasse de falar por um minuto. Ele estava deixando meu pai mais irritando
tentando explicar.
─ Você dormiu com ela? – meu pai estava encarando furiosamente Mathew
agora, me ignorando, como se eu nem estivesse ali.
─ PAI! – eu gritava, puxando a camisa dele para fazê-lo parar. ─ Você está
machucando as costas dele! PARE!
─ PAI, PARE COM ISSO AGORA! – tentei pegar os braços dele que eram
como rochas prendendo Mathew na parede. Também reparei que Mathew não
estava reagindo ou pedindo para ser libertado. Ele estava simplesmente
aceitando aquilo.
─ Skylar, por favor, saia do caminho. – Mathew olhou para mim. ─ Você vai
se machucar.
Meu levou o punho para trás e observou o rosto de Mathew enquanto isso.
Mathew deixou sua cabeça encostar na parede atrás dele e fechou os olhos,
esperando pelo soco.
─ Pai, não machuque ELE! – pulei nas costas do meu pai, meus braços
envolta do seu pescoço. ─ Eu o amo!
─ Sossega, Skylar. – a voz dele estava calma novamente e ele abaixou seu
punho, ainda olhando para Mathew. ─ Eu não vou machucá-lo.
─ Não posso bater em um homem que não vai se defender. – ele informou.
─ Não é certo.
─ Não é que eu não queira acabar com a sua raça. Eu quero. Mas posso ver
que você se preocupa com ela. – meu pai disse, ainda olhando para Mathew. ─
Dizendo a ela para sair do caminho… eu estava prestes a lhe dizer a mesma
coisa. Não gosto disso… mas é assim que as coisas são.
Sorri um pouco.
─ Você está bem? – fui até Mathew enquanto ele se endireitava e dava
alguns passos, se afastando da parede, que exibia marcas de sangue.
─ Tire a camisa.
─ Como você vai alcançar suas costas sozinho? – perguntei. ─ TIRE JÁ!
─ Jesus Cristo. – ouvi meu pai dizer da sala de estar, e Mathew soltou um
suspiro irregular. Ele estava enxergando o peito de Mathew do seu ponto de
visão e as marcas que Raven havia feito ali.
─ O que você pensou, que estávamos brincando, pai? – eu quase falei aos
gritos para meu pai à medida que ele entrava em silêncio na cozinha que
ocupávamos, e obtinha uma visão melhor das costas de Mathew.
─ Eu sabia que havia algo a mais nisso quando você fechou os olhos e
esperou pelo meu golpe. – meu pai estava falando com Mathew agora. ─ Eu
presenciei isso uma vez… uma criança. O pai dele costumava espancá-lo
regularmente. Eu vi o homem levantar sua mão para o filho e a criança
congelar e esperar… exatamente como você fez quando eu estava te
segurando.
─ Me conte mais sobre essas pessoas. – meu pai pediu e senti como se
pudesse cair no choro ali mesmo. Isso significava que meu pai queria ajudar…
e saber mais.
Lembrei o meu pai que esse era o Mathew Trenner de quem pedi a
verificação de antecedentes, que menti sobre Julie namorá-lo. Contei o
passado de Mathew… sua filha… o incêndio. Quanto mais meu pai descobria,
menos ele sentia vontade de bater em Mathew. Ele não caiu exatamente de
amores por Mathew e torcia para que eu casasse com ele um dia, mas
entendeu – eu acho.
Mathew contou a ele sobre Claire, a boate, os outros dançarinos, como ele
passara para seu poder, e até mesmo sobre as ameaças que lhe fizeram de
usar seu sangue para incriminá-lo, e depois falou sobre as promessas dela de
prejudicar a filha dele se ele alguma vez tentasse fugir.
Notei que meu pai tinha pegado um dos meus bloquinhos e tinha começado
a fazer anotações do que Mathew estava dizendo. Mathew quase riu nesse
ponto, lembrando-se de mim com meu bloquinho, vendo as similaridades da
família no gesto. Eu me limitei a lhe lançar um olhar e ele escondeu o sorriso.
Por fim, Mathew disse para meu pai, após cinco páginas de anotações.
─ Por favor, oficial Hayes, isso está ficando sério. Minha filha poderia se
ferir… ou ser morta se isso não der certo. Assim como a Skylar. Não posso
correr esse risco.
─ Mathew. – meu pai olhou diretamente nos olhos de Mathew. ─ Nada vai
melhorar se você não tentar. Um dia, eles irão machucar a sua filha… e todo
mundo que você gosta. Pessoas que mantém escravos e reféns são
completamente covardes. Elas só têm poder por causa do seu medo.
─ Sei o que estou fazendo, Mathew. – meu pai afirmou. ─ Eu não faria
nada que pudesse ferir uma criança. Não posso garantir que consiga resolver
as coisas em três dias, mas farei o que puder enquanto estiver aqui.
─ Pai. – fiz uma careta e meu pai chegou até a sorrir um pouco.
─ Não se solte muito, Mathew. – meu pai franziu o cenho. ─ É possível que
eu ainda te bata, mais tarde.
─ Tudo bem. – Mathew concordou. ─ Você sabe onde me encontrar.
Meu pai estava se encaminhando para a porta e conclui que isso significava
que ele já estava indo embora. Ele se virou para mim e não baixou a voz
quando disse, seriamente, para nós dois.
─ Eu ainda odeio tudo isso, Skylar. Não pense que não estou furioso pra
diabos com vocês dois neste momento.
─ Eu sei, pai. – eu realmente me sentia mal pelo meu pai, eu sabia que
seria demais para ele suportar. Eu odiava ter que envolvê-lo nisso.
─ Mas, pelo menos Mathew estava fazendo seu dever, por mais revoltante
que ele seja. – meu pai deu um olhar para Mathew, em seguida disse para
mim. ─ Mas Skylar, você já sabe. Não acabamos essa conversa.
─ Ficarei por perto. – meu pai não me abraçou e entendi isso. ─ Preciso de
um pouco de tempo para pensar… e começarei a investigar as coisas.
─ Por favor, tenha cuidado, papai. – eu falei, sabendo que ele era esperto o
bastante para lidar com isso sem a minha ajuda.
─ Eu sempre tenho. – ele disse sem nenhuma emoção na voz. ─ Até mais.
Capítulo 23
Mathew POV
─ Mathew … sessão … oito? – Skylar olhou para mim, sem ter certeza.
─ Oi, Drª. Skylar. – sorri, sentado no sofá enquanto ela estava em sua
cadeira em frente a mim, como de costume.
Ela deu um pequeno sorriso então deixei meu rosto sorrir de volta para o
dela, esperando que ela não estivesse escondendo sua raiva por causa da
visita de seu pai a uma hora atrás.
─ Eu sei. – esperava que ela soubesse que não teria que esconder isso de
mim. Eu poderia estar aqui para ela, também.
Parecia agora que ela estava chateada… e não falava. Seus olhos estavam
presos em seu bloquinho. Ela está arrependida de ter contado a seu pai? Será
que ela se sente que realmente não vale a pena o enorme buraco entre ela e
William agora após a minha história? Eles estavam tão próximos quando
William veio pela primeira vez… e agora…
─ Mathew, seu bobo. – ela fez uma cara brava para mim. ─ Eu fiz isso por
nós… e eu faria qualquer coisa por você. Eu te amo. Eu morreria por você.
Essa declaração foi o equivalente a uma faca perfurando meu peito. Minha
boca se abriu e eu me senti mal por um segundo… ao pensar em Tanya…
Claire… a porra do perigo de tudo isso agora.
─ Então…o que achou do meu pai? - ela perguntou, tentando sorrir mais.
─ Eu gostei dele. – eu disse sem hesitar. ─ Mas ele foi muito bonzinho
comigo. Ele deveria ter me batido.
─ Você queria que ele fizesse, não é? - ela perguntou, me conhecendo
muito bem.
─ Eu sei como isso me fez sentir… – Skylar disse. ─ Quando o meu pai te
chamou de prostituto e… desgraçado… mas… como é que você se sentiu?
Olhei para a minha mão por alguns segundos e quase menti e disse que eu
estava acostumado com isso… mas eu admiti a verdade.
Ela me deu um pequeno sorriso e eu sorri de volta, feliz que eu não iria
ficar em apuros por falar a verdade, pelo menos da maneira que eu vejo.
─ Ele é como você. – continuei. ─ Ele quer ajudar as pessoas. Num
primeiro momento, quando você queria que eu tirasse a minha camisa, eu
odiei isso. Ele veria. Mas então, quando ele viu… Eu poderia dizer que ele se
importava. Gostando de mim ou não, ele ainda é um bom policial. Ele quer
proteger os fracos… e livrar o mundo do mal. É ótimo que você vai ser um
médica, uma psiquiatra. Você pode alcançar as pessoas e ajudá-las antes que
elas encham a prisão do seu pai. Você pode prevenir que crimes horríveis
aconteçam e tudo mais.
─ Sim, mas você viu a primeira reação dele a mim. – eu lembrei. ─ É o
que eu disse antes. Ele queria me machucar. Ele me odiou. Isso é a reação
inicial de todos com alguém como eu. É por isso que as prostitutas não
recebem ajuda.
─ Porque ele te ama. – eu disse, não querendo começar uma briga com
ela.
─ Skylar… – olhei para ela até que ela fizesse contato visual comigo
novamente. ─ Ele te ama. Ele só está chateado agora. Ele vai te perdoar. Eu
prometo.
─ A prova de que é verdade, é que ele está nos ajudando. – falei mais
suave agora. ─ Pra ser honesto, me dá esperança ter dois Hayes do meu
lado. Não que o primeiro não tenha sido suficiente… Eu me sinto…duas vezes
mais protegido agora.
Ela sorriu e eu queria falar mais sobre a coisa que estava corroendo a
minha mente e o coração… sempre…estava quase me paralisando, essa
horrível e inevitável segunda-feira.
─ Mas, Skylar… – fiz o meu rosto ficar sério agora. ─ Nós dois temos que
nos preparar para o que pode vir. Eu terei que voltar lá… seu pai mesmo disse
isso.
─ Sob que acusação? – sorri. ─ Prostitutos que são presos saem assim que
a fiança for calculada. Policiais não se importam o suficiente para nos manter
por um dia inteiro. E então Claire me pune por sete dias em vez de seis.
─ Seu pai teria que ter algo real em mim para me prender aqui. – informei.
─ Esta não é a cidade que ele trabalha. Me diz que vai ser forte se eu tiver que
voltar. Basta dizer isso, pelo menos.
─ Eu vou ser forte se você tiver que voltar. – ela disse, sem expressão,
olhando para o seu caderno.
Ela jogou seu caderno no chão e sua cabeça caiu em suas mãos, pequenos
gemidos saíam dela.
─ Pode demorar um pouco mais do que alguns dias para me tirar de lá. –
eu disse em voz baixa. ─ Seu pai pode precisar de mais tempo. Posso aguentar
e esperar. Eu esperaria pra sempre por você.
─ Eu não posso… – ela chorou. ─ Eu não posso deixá-lo voltar para toda
aquela dor sozinho…
─ Você é tão forte, Skylar. – repeti, lembrando-lhe. ─ Você me fez forte.
Vou ficar bem. E você também.
O destino me odeia, eu queria dizer a ela. Ele nunca me deixa ter o que eu
amo. Ele sacode o que eu quero em minha frente, balançando-o sobre o meu
nariz para que eu tente saltar e pegá-la em meus dentes, não tendo nenhuma
chance de capturá-lo. Talvez, também, o destino seja uma dominatrix perversa
que gosta de brincar comigo.
Talvez Skylar se sairá melhor em não ser uma isca do destino, tentando e
me provocando.
Isso nos fez rir e nos abraçamos mais firme um ao outro. As coisas
estavam ficando muito deprimentes e tristes estes últimos dias. Eu queria
esquecer tudo isso por algum tempo… mas o meu desligamento não estava
funcionando tão bem recentemente. Eu costumava ser capaz de transformar a
minha tristeza e ir para o trabalho. Skylar tinha desarrumado meus
sentimentos. E eu era ao mesmo tempo feliz e irritado com isso.
Eu vou ser uma puta inútil quando eu voltar. Como vou seduzir uma
mulher estranha agora? Eu não quero nem brincar de aluno/professor com
Skylar, como vou poder me apresentar para estranhas? Eu vou estar tão
ferrado quando Claire descobrir sobre isso.
Eu quase me senti forçado a contar a Skylar agora sobre Claire. Não é
certo seu pai estar nos ajudando sem ele pelo menos saber. Eu não
quero lembrar. Mas eu nunca esquecerei. Skylar provavelmente não se
espantaria com a minha história, mas eu estaria colocando-a em um grande
perigo… assim como seu pai, também. E se ele suspeita que eu estou
envolvido com ela de alguma forma? Seria minha palavra contra a Claire… se
eu for para a cadeia agora, Katie estaria ferrada. Sem mencionar que eu seria
estuprado,talvez, duas vezes por dia lá.
Eu ligaria para o pai de Skylar se eu pudesse ter a certeza que os telefones
não estavam sendo monitorados por Claire ou um de seus caras.
Eu vou ter que dar uma fugida rápida e falar com William. Ele precisa
saber. Ele poderia ser o caminho para mim. Mas se algo der errado, Claire
ainda mandaria alguém até a Katie e machucá-la - para não falar de Ben e
Angela. Eu terei que pensar sobre isso um pouco mais. Eu confio em William,
mas mesmo um bom policial pode ser pego pela lei - sem um monte de prova,
eles teriam que liberar Claire… e então ela estaria voltando para mim… e todo
mundo que eu amo.
Ela estava vestida perfeitamente para a minha ideia esta noite. Camisa de
manga curta, calça jeans, tênis… ela pode precisar trazer um casaco leve, no
entanto.
Saí agarrado com ela para longe de seu apartamento e, em pouco tempo
depois, ela estava sentada no meu colo no metrô, me perguntando onde eu a
estava levando.
Então, lentamente, ela mexeu o quadril, esfregando meu pau para trás e
para a frente enquanto eu tentava reprimir um gemido que eu realmente
queria expressar.
Aposto que ela está sorrindo agora, mas que safadinha! Meu lado mau foi
torturado, sofrendo.
E essa viagem de trem seria longa… pelo menos 45 minutos. Merda.
─Skylar…
Ela riu, parando. Isso não ajudou, também. Agora eu queria ela esfregando
contra a protuberância em meu jeans. Eu estava com saudades, já.
Pense em outra coisa…sim, isso é uma boa idéia. Katherine veio à minha
mente, de repente, me ensinando a amassar a massa de pão que tinha
acabado de fazer.
─ Não, Mathew, não faça força assim. – ela sorriu, sempre paciente
comigo. ─ Tire suas mãos assim…dobre-o e pressione suavemente…
você não tem que machucá-lo.
Eu era um garoto com raiva na época. Era bom socar a massa… Katherine
me conhecendo…sabendo minhas razões para estar tão frustrado… me deu
algumas coisas melhores para fazer com as minhas mãos, além do soco. Deus,
eu sinto falta dela. Talvez se as coisas se resolverem com John e Sophia, eu
possa vê-la e Joseph novamente. Isso seria ótimo.
Quando descemos, por um minuto eu tive que andar um pouco curvado,
me sentindo como um homem de 80 anos de idade, e Skylar ria com gosto da
minha situação.
Isso, Skylar… ria agora… mas a vingança é um prato que se come frio.
As palavras “Pôr-do-sol de Nova York táxi ” estavam escritas em azul royal
contra a tinta amarela e Skylar olhou para mim, levantando uma sobrancelha.
─ Oh, sim, desculpe, eu me esqueci disso por um segundo. – me senti mal
por não lembrar disso por conta própria.
─ Você tem sorte de ser bonito. – ela brincou comigo, e eu ri com ela
nessa. Eu não ouvia muitas vezes esse elogio de mulheres.
Acho que gostei dela já naquele momento. Só Skylar elogiaria meus olhos
em uma situação daquelas.
Coloquei minha cabeça em seu ombro por um segundo antes que o barco
começasse a se mover e, em seguida, beijei ali, endireitando-me para trás e
olhando para o lado, observando a água batendo na lateral do barco-táxi.
Ele era um homem alto e acima do peso, afro-americano com uma cabeça
careca e bigode. Ele usava um boné branco, calções e uma camisa branca, que
dizia “Eu amo Nova York.“ - A palavra amor representada com um coração
vermelho.
Não que eu quisesse arrumar uma briga com ele, mas assim que ele
começou a falar, eu gostei dele. Ele era engraçado…e sabia das coisas.
Vimos Battery Park City, o edifício EmpireState, Center for the Performing
Arts… Mr. Lee era o nome do nosso guia e ele foi ótimo. De vez em quando,
ele tentava interagir com as pessoas e, finalmente, ele chegou perto de nós e
gritou.
─ Vamos lá, gente, só um cara respondeu! – ele gritou. ─ Assim não dá,
vamos lá, divirtam-se um pouco!
─ Vão se ferrar vocês, eu vou falar com meu irmão, por aqui. – ele sentou
ao meu lado em uma cadeira vazia e sorriu. ─ Você é a única pessoa que me
entende, então, de onde você é, cara?
─ Eu moro aqui.
─ Ah, legal, amando sua cidade, que lindo! – ele me deu um tapa nas
costas. ─ E quem é essa pequena mulher bem no seu braço?
─ Essa é Skylar, ela é minha. – brinquei. ─ Não tente roubar minha garota,
Mr. Lee.
─ Não, cara, não… não é isso, eu juro. – ele sorriu, e algumas pessoas
riram de nossa conversa. ─ Você é um cara legal, qual é o seu nome?
─ Mathew.
Ele estendeu a mão para mim e eu quase fui apertá-la, mas, em seguida,
ele formou um punho e socou meu punho na amizade.
─ Obrigado. – sorri, ouvindo Skylar rir no meu braço quando ele nos deixou,
indo interrogar alguns outros passageiros agora.
─ Está vendo? – Skylar sorriu para mim. ─ Mr. Lee te ama. Você não pode
ser tão ruim assim.
─ Ele tem uma queda por VOCÊ. – sorri de volta para ela. ─ Sua pequena
mulher.
Passamos a Staten Island Ferry e Mr. Lee nos disse que a única coisa
bonita disso, é que é grátis. E, ele ainda disse.
─ Na vida, você tem que apreciar e tirar proveito das coisas livres.
As melhores coisas da vida são de graça.
Agradeci por estar usando óculos escuro. Tenho certeza de que meus olhos
já teriam transportado os meus pensamentos em resposta a isso, e eu não
queria deixar Skylar para baixo de novo. Os próximos dias teriam que ser
gastos com risadas e beijos…e fazendo amor. É tudo que nos resta. Estou
ávido por mais memórias com ela… felizes, não tristes ou preocupadas.
Por alguma razão essa hora do dia sempre me entristecia por dentro… mais
um dia sem Katie…ou Tanya… mais uma noite a minha filha ia para a cama
sem sentir o meu beijo de boa noite. Mais um dia que eu não estava fazendo o
meu papel de ser seu pai, assim como João e Sophia me tratavam. Eu me
odeio.
E mesmo que eu tenha que voltar, eu ainda me sinto bem porque fiz
algumas coisas maravilhosas, verdadeiros amigos durante esse breve tempo
fora da Fire. Eu sinto como se pudesse enfrentar qualquer coisa agora, sem
reservas e sem arrependimentos.
Estou triste por ver o dia de hoje acabar. Foi um grande dia, em sua maior
parte. A única pedra no sapato era que Skylar sofreu nele. Ela está sorrindo
agora, e olhando para o céu comigo, levantando-se contra os trilhos do navio,
de frente pra mim, envolta em meus braços, protegida do vento da noite que
se aproximava.
Nós não falamos, não precisamos. Eu só coloquei meu rosto contra o cabelo
dela e apertei meus braços em torno de sua cintura, enquanto ela inclinava a
cabeça contra meu peito, completamente relaxada.
O guia tinha acabado sua explicação e agora, tudo o que havia a fazer era
observar a beleza da noite nascendo diante de nossos olhos.
Pensei em Katie… querendo saber o que ela estava fazendo agora. Queria
saber o que ela tinha para o jantar hoje à noite e que filme ela estava
assistindo antes de deitar. Pensei em Katherine e Joseph, e os imaginei
fazendo os pratos juntos, como às vezes faziam, só para sair e conversar um
com o outro. Ela lavava a louça. Eu costumava fazer minha lição de casa na
mesa, enquanto eles falavam baixinho e tentavam não me incomodar. E se eu
tivesse alguma dúvida, eu tinha ao meu favor as mentes inteligentes deles… e
os pratos sempre esperavam até que eu estivesse de volta no caminho certo
novamente.
Eu até pensei em meus pais…e me senti mal ao imaginá-los em sua mesa
de jantar extravagante no Waldorf, comendo em silêncio, como de costume.
Eu me pergunto se eles estão falando de mim agora. Eu me pergunto o que
eles estão dizendo. E ao mesmo tempo eu tenho medo de perguntar.
A Fire já está aberta a essa hora… e Ryan está trabalhando… Eli, também.
É errado eu sentir um pouco de saudades de casa por eles? Eles foram a minha
família há anos… e esse lugar… Eu nunca amei, mas eu tive alguns momentos
felizes lá… Eu não sei o que diabos eu estou fazendo. Eu senti como se
pertencesse ali há algumas semanas… eu estava bem estando lá… Não estava?
Não me sentia como um prisioneiro até Skylar abrir meus olhos. Agora que eu
vi o que eu realmente sou, eu odeio isso. Como eu posso voltar a ser o que eu
era agora? De que maneira posso continuar transando com mulheres
estranhas por dinheiro?
─ Nova York é tão bonita dessa forma, não é? – pensei em voz alta.
─ O que, Mathew?
─ Estou cansado de ter medo o tempo todo. – ouvi uma voz forte surgindo
em mim, de repente, não realmente ciente de onde ela estava vindo, mas
amando-a, no entanto. ─ Estou cansado de sonhar que um dia eu vou estar
preso em uma gaiola e Claire vai chegar, a passos largos e casualmente me
dizer que minha filha está morta, porque eu não obedeci a uma ordem direito.
Estou cansado de pensar em deixá-la. Estou cansado de ser um prostituto. Eu
não vou fazer mais isso. Estou cansado de… tudo isso.
Skylar virou-se para mim, como se ela não acreditasse que eu era a pessoa
a falar essas palavras. Seus olhos estavam em lágrimas e ela olhou para mim,
surpresa.
─ Eu preciso ver seu pai assim que saímos daqui, Skylar. – eu disse, minha
mente em uma missão agora, não querendo ser impedido. ─ Tem mais uma
coisa que eu preciso dizer a ele. Você sabe onde ele está hospedado?
É por minha culpa que eu estou neste buraco maldito. Eu tenho que
levantar minha cabeça e mover minha bunda para sair dele. Minha filha me
quer. Ela precisa de mim. E eu preciso dela. Estive sem ela por tempo pra
caralho. Eu a quero de volta. Eu quero a minha vida de volta. E eu estou indo
pegá-la de volta, mesmo que isso me mate. Eu prefiro morrer do que ficar
parado por mais tempo.
Acho que esses pensamentos são antigos, coisas que sempre soube e
tenho me dito desde o começo. Mas, parte de mim, aquela parte triste e ferida
de mim, estava destruída demais para escutar. Assim, ao longo dos anos, a
minha força foi enterrada. Mas agora, eu realmente acreditava que graças a fé
de Skylar em mim e às palavras de William… acho que eu arranhara a
superfície desses sentimentos, que descobrira meu poder outra vez…
finalmente.
Quando ancoramos, eu estava correndo para o trem, Skylar sorria para
mim e corria junto comigo, segurando minha mão enquanto eu pegava o
número do Waldorf pedindo informações.
─ O que você está fazendo agora? – ela perguntou, encantada comigo.
─ Ligando para os meus pais. – sorri para ela, sussurrando. ─ Olhe só pra
isso. Olhe o que você fez comigo.
Quando minha ligação foi direcionada para o quarto dos meus pais, fiquei
impressionado comigo mesmo, mesmo quando John atendeu o telefone.
A boca de Skylar se abriu enquanto ela me olhava, eu sorria pra ela, dando
uma piscada de olho.
─ Sim. Tudo bem, Mathew. Qualquer coisa que você quiser. Nós
estaremos lá. Mas por que você…
─ Não é a brisa do mar, Skylar. – olhei em seus olhos. ─ É você. Você
me trouxe a este lugar. Você me ajudou a ME encontrar outra vez. Estou
cansado de ser o fraco…e cansado de ser a vítima…pobre e triste. Isso não
faria a Katie orgulhosa. Isso não vai me levar para casa pra ela de novo. Eu
não posso ficar bravo com meus pais por não estarem lá por mim, quando eu
estou fazendo a mesma coisa com Katie agora. Preciso ir para casa com ela. E
isso significa mudar a mim mesmo… mudar a minha vida. Tenho mais dois
dias. Eu não posso desperdiçá-los.
E se você acha que vai me assustar e me ter entre seus dedos, pense
novamente. Eu vou foder sua vida, só pra variar um pouco. Eu vou derrubá-la,
mesmo que isso me leve um ano!
Capítulo 24
Mathew POV
─ Claire não é só a proprietária de uma boate ou uma cafetina. – comecei a
dizer na luz calma do quarto do hotel de William, no que ele e Skylar me
encaravam. ─ Ela é insana. Ela mata.
William estava preparado para ouvir minha história e estava segurando uma
caneta e seu bloco de notas, mas não escreveu nada. Continuou olhando pra
mim, e eu não desviei o olhar daquela vez. Eu queria que ele visse que eu
estava falando a verdade, bem no fundo dos meus olhos.
─ Sim. – engoli a seco, sabendo que iria precisar contar toda a história.
Ryan era a única pessoa que sabia de tudo. Nunca falei mais nada pra
ninguém sobre isso…mas nunca saiu da minha cabeça um único detalhe. ─ Não
tenho certeza do motivo pelo qual ela fez isso…talvez ele tenha visto algo que
não deveria, ou ele foi dado a ela por alguém de sua família…eu não sei
exatamente. Mas posso contar o que eu vi.
William assentiu e começou a escrever alguma coisa que eu não vi, mas
sabia que ele estava pronto para eu continuar.
─ Foi pouco tempo depois que comecei a pertencer à Claire. Depois de todo
o rolo do ritual de sangue… – eu disse, tentando voltar àquela noite, para não
deixar escapar um único detalhe.
...
Eles ainda não confiavam em mim para me deixar circular pela boate. Claire
não me tinha plenamente na mentalidade escravo. Eu falava demais, discutia
com ela às vezes, eu queria liberdade e poder visitar minha filha de tempo em
tempo, ou até o túmulo de Tanya, mas em ambos eu não tinha permissão.
Mentalmente, eu estava esgotado e não tinha comido nada o dia inteiro. Ela
dizia que eu não merecia ainda. Fiquei sozinho na sala iluminada por mais ou
menos duas horas, até que ouvi ela voltando.
Ela não estava sozinha. Ouvi a voz abafada de um homem chegando,
antes de vê-los, mas a voz estava bastante apavorada e angustiada.
Claire arrastou o adolescente para dentro, ele devia ter por volta de uns 18
ou 19 anos. Era bonito, loiro e de pele bronzeada, garoto típico da Califórnia.
Ele estava nu e vestia uma coleira em volta do pescoço, e seus pulsos
amarrados atrás de si. Ele entrou de joelhos, meio arrastado por Claire, e seu
rosto encharcado de lágrimas.
Por um momento terrível eu achei que ela iria me fazer chupar o cara, ou
me fazer foder com ele…ou fazê-lo me foder, contra a vontade dos dois. Odeio
pensar que meu primeiro pensamento foi em mim, mas eu não estava
acostumado com a dor até então. Eu ainda não tinha a certeza de que ela não
me deixaria fazer algo com homens. Eu não estava completamente quebrado
naquele ponto. Mas logo tudo mudaria.
Eu quase falei com ela, mas lembrei das minhas horas de treinamento
naquele dia, e não falei enquanto não fosse permitido.
─ Quero seus olhos nele. Olhe – Claire mandou, e eu levantei o olhar para
ver todo o menino. ─ Você pode ter a impressão de que eu sou fraca só por
ser mulher, Mathew. – um sorriso irônico dançava em seus lábios. ─ você me
deixou pagar seu débito e agora está tentando complicar pro meu lado. Você
acha que ainda tem voz em alguma coisa na sua vida agora. Você está
resistindo a mim e aos meus treinamentos. Não completamente…mas eu posso
ver o olhar que dá quando eu lhe dou alguma ordem. As caretas quando te
tranco na gaiola. É hora de você aprender quem manda aqui. Hora de você ver
o que pode acontecer se você não me agradar ou me obedecer quando é o que
deve fazer.
...
Voltei para o presente, vendo Skylar, William…respirei fundo, não querendo
reviver cada mísero detalhe daquela noite, mas tendo consciência de que eu
precisava finalmente fazer o que era certo.
─ Ela adorou isso. Foi o que mais me assustou, além das malditas
lembranças que eu nunca vou conseguir escrever. Ela brincou com ele e
provocou-o enquanto o matava. E levou o tempo que quis. Eu tinha ânsia de
vômito, com a garganta seca. Se eu tivesse algo em meu estômago naquela
hora, eu vomitaria o tempo todo. Eu implorei e chorei pedindo para que ela
parasse…mais tarde, quando o menino estava todo picado, mas ainda vivo, eu
implorei com todas as minhas forças para que ela parasse. Tirasse o garoto do
sofrimento pelo menos. Tudo o que ela me disse, foi
─ Houve uma hora em que ela quase me fez comer um dos dedos do
menino, quando meu estômago roncou no quarto dedo que ela comia. Eu reagi
tão desesperadamente, que ela graças a Deus não me forçou a comer. Ela me
chamou de fraco, dizendo que eu precisava ver aquilo pelo menos uma vez…
para saber meu lugar. Me disse que isso poderia acontecer comigo,
com minha filha…qualquer um que eu tivesse qualquer tipo de laço. Eu não
conseguia dizer nada, tamanha era a repulsa e nojo que eu sentia, e no final
de tudo…eu só chorei. Estava destruído. Eu concordaria com qualquer coisa
que ela dissesse depois de tudo. Ela pareceu achar que eu assisti o suficiente.
Ela até tirou suas roupas perto do final daquilo tudo. Mesmo depois que
pareceu que o menino morreu, ela continuou a desmembrá-lo. Toda vez que
eu tentava olhar para outro lugar, ela gritava e me mandava olhar para lá, se
não ela arrancaria meus olhos também. Ela embrulhou os membros em
plásticos e colocou numa sacola enorme de plástico também. Abriu minha
gaiola e me forçou a ficar naquela poça de sangue de quatro. Eu tremia e
chorava, mas ela não dava a mínima. Disse que queria ver se eu havia
aprendido minha lição sobre resistência e implicância. Desenhou linhas de
sangue pelo meu nariz e bochecha, escreveu “prostituto” em minha testa…
”vadio” nas minhas costas… Ela ria e brincava enquanto me ‘enfeitava’ com o
sangue do menino. Eu pensei que perderia minha cabeça, tentando aguentar
firme enquanto ela fazia o que queria. Ela até me fez lamber um pouco de
sangue do chão! Disse que aquilo me faria um bom animalzinho e que aquilo
dava a ela forças. Lambeu um pouco do sangue também. Ela é uma completa
doente. Eu tive certeza naquela noite. Mais tarde, suspeitei que sua família a
usava em sua boate para esconder as coisas quando queriam matar alguém.
Eu nunca cheguei a saber o nome do menino.
─ Não. Depois daquilo, eu fiz absolutamente tudo que ela pedia para manter
ela em distância da minha filha. Ela nunca precisou mostrar algo do tipo para
mim de novo.
─ Não. Ela tinha outra pessoa para fazer isso. Eu não sei se eles
enterraram… ou queimaram…ou sei lá.
─ Eu tenho uma prova. – eu admiti, torcendo para que o que eu diria ali
não fosse um erro. ─ Claire me fez limpar o chão naquela noite. E me limpar
com a mesma mangueira. Ela foi bem cuidadosa em colher todas as toalhas
com sangue. Mas eu achei um trapo quando ela foi embora. Molhei o pedaço
de pano com o sangue do chão, e escondi no porão.
─ Ai. Meu. Deus. Com isso ela iria para a prisão por assassinato. Mathew
poderia testemunhar contra ela!
─ Calma aí, Skylar – o pai da Skylar a olhou para, e até eu percebi que não
seria assim tão simples. William olhou para mim. ─ Você tem certeza que
ainda está lá?
─ Você está disposto a fazer isso, Mathew? – ele perguntou num tom grave.
─ Sim. Eu estou.
─ Eu preciso voltar. Só por um tempo. Depois de alguns dias, vou ser livre
pra andar por aí de novo. Claire vai para casa, deixa a boate por horas, me
deixando lá sozinho. Assim que conseguir essa chance, vou embora. Ryan e eu
somos os únicos que ela deixa ter acesso à chave do porão. Posso voltar na
segunda-feira, e se eu me comportar muito bem, talvez no fim de semana ela
me solta.
─ Não. É muito perigoso. Pai, você pode pedir à polícia para ir com uma
ordem de captura ou algo do tipo!
─ A polícia não faria isso sem uma prova de que houve um assassinato lá.
Eles não vão ligar para a história de Mathew, porque ele é um pros…
─ Desculpa. A polícia não vai ligar para a história do Mathew porque ele é
um prostituto. Vão achar que ele está só tentando machucar a cafetina por
alguma razão pessoal. Além disso, como Mathew disse, não sabemos quem
são as más e as boas polícias por aqui. Ele está certo. Ela não confiaria num
policial indo lá, e pode tomar meses para eles ganharem sua confiança. Se
tivermos sorte, Mathew meio que teria que ir lá, ganhar sua confiança o
suficiente para conseguir a prova… e então correr como o capeta quando
achar. Se fizermos de outra maneira, colocamos sua filha em risco de se
machucar, sem mencionar a nós mesmos.
─ Você pode esconder um embaixo da sua língua. Uma vez que entrar no
porão, e sem ser visto, você coloca em algum lugar para eu poder ouvir o que
estiver acontecendo. E posso injetar em você um chip localizador. Dessa forma
poderemos saber onde você está todo o tempo.
─ Tudo certo.
Eu odiei a ideia de ter eles ouvindo tudo o que eu teria que dizer para Claire
e encará-los depois de tudo. Skylar ouviria tudo também? Imaginei os dois no
carro, me ouvindo ser castigado e eu quis morrer. Não posso deixar ela ouvir.
Eu não queria nem William ouvindo, pra falar a verdade.
─ Okay… – eu esperei.
─ Não.
─ Não. Nunca.
─ Eu acredito em você, Mathew. Fico grato por isso. Eu odiaria ter que
mandar você para a prisão também, depois de tudo. Skylar nunca me
perdoaria.
Ele estava zoando ou algo do tipo? Não dava pra dizer. As expressões do
William são difíceis de ler, igual sua filha de vez em quando.
─ Por que você nunca disse a mim nada disso, antes? – A voz de Skylar
aumentou um pouco. ─ Toda a terapia que tivemos… Você nunca disse que ela
havia matado alguém antes. Você disse que ela era uma amiga!
Ela olhou para William, que estreitou a sobrancelha olhando para nós.
─ Quando Claire puxou a faca para você naquela noite, eu quase tive uma
taquicardia – confessei. ─ Disse para Claire que se ela tentasse te machucar,
eu a impediria. É por isso que ela quer me castigar quando eu voltar. Eu a
desafiei. Ela vê que eu me importo com você. Ela não te mataria também,
numa sala cheia de testemunhas. E ela realmente não quer matar a filha de
um chefe de polícia. Mas ela pode matar de outras maneiras. Pode fazer
parecer um acidente. Algo que não pareça nem remotamente que foi ela.
William murmurou alguma coisa do tipo “nunca vou deixar isso acontecer”,
e ao mesmo tempo eu estava conversando com ela também.
─ Eu não vou deixar ela me pegar, Skylar. Prometo. Eu quero fazer isso.
Não quero ser mais um covarde. Quero minha filha. Eu quero você. Essa é a
única maneira que eu consigo pensar em finalmente me livrar dela.
─ E a família dela? – ela perguntou. ─ Você disse que eles têm seu sangue
caso você tente fugir. Eles ainda poderiam fazer alguma coisa depois que ela
for presa!
─ Ela entregaria até a própria família para diminuir sua sentença. – William
concordou. ─ Eles provavelmente colocariam-na num programa de
relocalização de testemunhas depois de sua sentença. Talvez tenhamos sorte
e eles a pegariam em sua prisão.
William soou tão sério, torcendo para que alguém matasse Claire…
─ Talvez Ryan possa espiar para nós também. Se algo der errado, ele pode
me ligar. Ou vice-versa. – Skylar disse.
Eu adverti novamente sobre William ir para a boate e bisbilhotar lá, mas
ele apenas sorriu para mim e disse que esse não era o seu primeiro dia no
trabalho. Ele poderia obter informações sem passar perto da boate ou dos
departamentos de polícia daqui. Ele nunca deixou claro o que ele ia fazer para
me ajudar, só disse para eu fazer a minha parte e deixá-lo fazer o trabalho
dele.
No caminho para casa, Skylar não parava de me olhar. Ela quase tentou
me convencer a cair fora do plano, mas eu disse gentilmente que minha mente
já estava decidida. William já me olhava diferente desde que deixou seu hotel
mais cedo. Talvez eu tenha imaginado isso, mas eu podia jurar que vi respeito
em seus olhos. Eu não podia e não iria mudar a de ideia. Na segunda-feira, eu
teria que voltar para ela de qualquer maneira. Pelo menos dessa vez, eu tinha
um plano de fuga. Até mesmo William concordou que essa era a melhor
maneira de ir. Perigoso, sim…mas o que não é perigoso no meu mundo neste
momento?
─ Meus pais estão vindo para cá amanhã. – lembrei, meus braços ao redor
dela. ─ Eu não sei o que vão dizer, mas tenho que estar pronto para qualquer
coisa. Quero deixar meus sentimentos fora disso… mas não sei se eu posso
fazer isso mais. Eu não quero me importar, mas me importo. Eu não posso
deixar que eles percebam que estão me magoando. Tenho que ser como uma
pedra.
─ Para com isso. – ela bateu no meu braço. ─ Você não é nenhum
brinquedo mais.
─ Isso precisa ser avaliado. – ela virou de costas para mim, cruzando os
braços.
Eu fiz beicinho e sorrateiramente abaixei meu rosto até que meus lábios
estavam bem atrás de sua orelha.
─ Skylar? – eu sorri para ela quando ela entrou no quarto, vestindo seu
pijama, blusa e bermuda de algodão.
─ Estou feliz que o Mathew fofo ainda está por aí. – ela pegou a camisa e
passou sobre a minha cabeça, repetindo as palavras do passado, não
exatamente da mesma forma, mas o suficiente.
─ Eu sei que eu fiz a regra número um. – ela disse baixinho. ─ Mas eu
espero que você saiba…você é mais do que um abdômen e tanquinho perfeitos
para mim.
Em seguida, ela saiu do discurso e adicionou mais, conforme ela ajudava a
ajeitar as mangas nos meus braços.
─ Eu te amo Mathew. – sua voz quase falhou quando ela olhou para o meu
rosto. ─ Eu sei que eu deveria ser forte, mas estou com tanto medo. Se
alguma coisa acontecer com você, eu não sei se eu posso….
Ela deixou um pequeno soluço interromper sua fala e eu segurei seu rosto
frágil com ambas as mãos, fazendo-a olhar para mim.
─ Nada vai acontecer. – eu jurei, desejando que meu olhar intenso pudesse
fazê-la acreditar. ─ Exceto que Claire vai para a prisão. E quando tudo acabar,
eu estarei de volta para você. Nada vai me impedir de voltar. Eu não vou
deixá-la. Eu não vou descansar até que você esteja segura novamente. Pela
última vez, eu vou ter que fingir ser o escravo dela. E eu vou fazer isso por
você…e Katie. Finalmente, vou estar fazendo isso por um bom motivo. Skylar,
você é a minha força agora. Você é minha vida agora. Uma vez você me disse
para fazer o que eu queria e não pedir permissão, e não para perguntar se
está tudo bem o tempo todo. Tenho que fazer isso agora. Eu odeio ter que ir
contra a sua vontade na primeira vez que eu tento isso, mas foi você mesma
que me ensinou. Por favor… só acredite em mim. Confie em mim. Vou estar de
volta. Deus, eu pareço o Arnold Schwarzzeneger falando.
Ela riu e me beijou e eu senti meus olhos se fecharem, amando seu toque.
Toda vez que ela me beijava ou me tocava, eu me sentia melhor do que da
última vez.
─ Cala a boca e me faça sua. – ela ordenou, mordendo meu pescoço e
sugando minha pele em sua boca.
Eu quase ri, pensando que talvez tivéssemos aprendido um pouco demais
um do outro. Eu era a garotinha apaixonada agora e ela era o esfomeado, tigre
sedutor.
Oh meu Deus, a Noiva de Frankencock* surgiu novamente! E…lá vai ele…
Dr. Frankencock está de pé agora, também.
─ Você já fez isso antes? – sorri, surpreso com a minha inocente Skylar. Ah,
quem estamos enganando? Ela não mais tão inocente assim. Mas tudo bem.
Eu amo a sexy, excitada Skylar.
Se ela quer 69, eu lhe darei 69. Porém não será nada fácil e divertido para
ela. Tente chupar meu pau pendurada de cabeça para baixo, Drª Skylar.
Ela tentou localizar o meu pau e eu quase ri, enquanto ela tentava lidar
com a sua posição atual.
Eu aposto que ela nunca fez 69 antes. Eu estava devorando ela… provando
seu sabor e desejando cada vez mais. Não demorou muito para que eu
estivesse devastando cada centímetro da pele diante de mim. Ao mesmo
tempo, eu rosnava e tentava manter o controle enquanto Skylar me concedia
possivelmente o melhor boquete que eu já experimentara. Eu acho que ficar
de cabeça para baixo funciona para ela. Definitivamente funcionava para mim.
Eu até mesmo caminhei até a sala para que pudesse talvez aguentar um
pouco mais antes de gozar… porém isso não ajudou, então nos levei
novamente para o quarto. Isso pareceu excitar e assustar Skylar ao mesmo
tempo e seus gritos de desejo só aumentaram quando fiz esse pequeno tour.
Eu sabia que queria Skylar só para mim… e que eu iria lutar para que ela
pudesse fazer parte da minha vida depois que eu me libertasse de Claire… mas
uma pequena e miserável parte de mim ficava se perguntando… imaginando
que um dia poderia haver outros homens desfrutando dela… vivenciando todas
as coisas lindas e que não podem ser postas em palavras que era Skylar
Hayes. E eu senti ciúmes deles. Eu não queria compartilhar ela.
Eu estava fitando seu rosto abaixo de mim, que estava descansando sobre
a cama bem debaixo do meu membro saciado e cansado.
─ Meu. Deus. – Skylar suspirou, olhando para mim com um sorriso enorme
no rosto.
─ Eu nem sequer pensei em fazer isso desse jeito. – ela estava admirada
comigo como se eu fosse algum mágico ou algo assim. ─ Isso foi… meu Deus
do céu!
Nós nos beijamos e demos uns amassos por um bom tempo. Minhas mãos
não conseguiam se cansar dos seus seios atrevidos e fartos, e eu me diverti à
beça beliscando seus mamilos e a ouvindo reagir às leves dores prazerosas
que estava sentindo enquanto lambia os meus mamilos e beijava e mordia à
tudo que tinha acesso no meu peito.
Eu sustentei meu corpo sobre o seu com minhas mãos apoiadas no colchão
enquanto ela gemia, encontrando meu membro já bastante duro novamente e
o lambendo de forma fantástica desta vez antes de colocá-lo na sua boca.
Eu soltei um gemido entrecortado, sentindo como meu pau estava extra-
sensível neste momento à medida que eu começava a dar pequenas lambidas
na entrada dela abaixo de mim, lhe provocando ao mesmo tempo em que ela
me provocava. Eu soprei um hálito frio sobre seu clitóris rosado e umedecido,
escutando ela dar um grito baixo e atormentado.
Eu não pude evitar sorrir diabolicamente à isso. Posicionei meu lábio
superior em seu clitóris, respirei hálito quente ali… e fechei meus lábios após
aquecer o pequeno ponto latejante. Ela esqueceu do meu pênis
completamente por uns segundos, seus gemidos ficando mais altos sob meu
corpo.
Nós dois íamos gozar rápido nesta rodada… e eu acho que ambos sabíamos
disso.
Skylar POV
13º dia.
Hoje é sábado.
Eu não queria acordar tão cedo assim, mas Mathew havia mandado seus
pais se certificarem em estar aqui assim que pudessem. Eu lhe perguntei por
quê e ele disse que isso faria bem a eles: acordar cedo, programarem seu
despertador, tendo que se adaptar a agenda dele, só pra variar um pouco.
─ Eles nunca cozinharam nada para mim. – ele disse, sua máscara fria e
severa no lugar enquanto ele se vestia.
Eu não podia culpá-lo por se sentir assim, e eu prefiro tê-lo forte e frio do
que chorando e frágil quando eles chegarem para vê-lo. Porém eu não gostava
de o ver agindo cruelmente. Eu sentia vontade de dizer alguma coisa, mas não
sabia como expressar isso para ele.
Minha Dra. Skylar interior me dizia que não havia problema em ele mostrar
sua raiva. Eu o tinha ensinado a liberá-la… e era isso que ele estava fazendo
agora. Eu devia simplesmente deixá-lo reagir da maneira que quisesse e estar
ali para ajudá-lo a passar por tudo isso.
─ Não vou fazer isso desta vez. – ele resmungou praticamente para si
mesmo. ─ Eu é que vou comandar esse encontro.
─ Está bem, Mathew. – eu quase senti medo dele de repente. ─ Eu não vou
interferir.
─ Bom, eu ainda me sinto da mesma forma. – ele admitiu. ─ Mas não vou
deixá-los me oprimirem. Eu irei finalmente dizer as coisas… que nunca fui
capaz de dizer antes.
─ Ainda é um pouco difícil para mim… agir dessa maneira… – ele falou,
seus olhos vulneráveis cintilando dentro dos meus. ─ Mas eu gosto disso.
Parece certo. E eu adoro o jeito que você me olha quando estou… assim. Eu
me sinto um homem. Eu não me sinto desse jeito… há muito tempo.
Eu o abracei para perto e senti seus lábios na minha têmpora quando uma
batida soou na porta.
Mathew ficou tenso e eu olhei para o rosto dele, em silêncio, dizendo adeus
a seus olhos castanhos…assistindo-os tomarem uma tonalidade mais escura.
─ Está na hora. – ele suspirou, respirando mais fundo. Sua mão apertou a
minha e ele beijou-a de novo, soltando-a e se movendo por conta própria para
a porta… caminhando como leão.
─ Entrem.
Ele abriu mais a porta e permitiu que eles entrassem. Eles já pareciam
atordoados e desconfortáveis, embora parecessem ter saído das páginas da
GQ e da Vogue. Roupas elegantes, rostos perfeitos, cabelos perfeitos,
maquiagem perfeita… Eu me senti vestida de maneira inadequada quando eles
entraram e me deram um sorriso nervoso.
A porta foi fechada com força atrás deles e a mulher, sua mãe, arfou e
girou sua cabeça para trás, na direção do seu filho.
─ Antes de se sentarem. – a voz dele era fria, assim como seus olhos
enquanto olhavam para eles. ─ Temos alguns negócios para tratar primeiro.
Você trouxe seu talão de cheques e dados da conta, eu espero.
Eu senti minha boca escancarar, mas Mathew me deu um olhar que dizia –
“não diga uma palavra”. E mais chocante ainda, seu pai estava FAZENDO o
cheque! Sem ao menos perguntar por que ou para quê era.
Deve ser legal ser rico. Embora, não me pareceu que isso tenha deixado
nenhum dos Trenner muito felizes.
John destacou o cheque do seu talão e o entregou para Mathew, sem dizer
uma palavra. Mathew o passou para mim e sorriu um pouco, falando para seus
pais.
─ Isso foi por duas semanas de excelente terapia, a qual vocês são a razão
de eu precisar, em primeiro lugar. Vocês estão pagando pouco. Ela merece
muito mais. Sentem.
Sem pensar muito nisso, eu me apressei para sentar antes que Mathew
ficasse bravo comigo… Quando eu vi seus olhos, me senti melhor. Ele me deu
um sorrisinho, silenciosamente me assegurando que não era para mim que ele
estava dando ordens.
─ Não guarde seu talão de cheques ainda, John. – Mathew disse para o pai.
─ Agora, um pequeno teste para você. Faça um cheque para sua neta. Um
cheque para todas as cirurgias que ela vai precisar nos próximos dez anos da
vida dela. Você é médico, com certeza sabe os valores. Eu quero ver o quanto
você realmente se importa. Eu quero ver se seu coração é realmente tão
grande quanto sua conta bancária. Escreva.
Esse Mathew é brilhante… mas também muito assustador. Ainda bem que
ele está do meu lado.
─ Você ainda pode quebrar a minha cara depois que terminarmos, mas, eu
estou preparado para isso. – John colocou seu talão de cheques na mesa.
─ Antes de tudo, você devia saber… - John começou a falar, olhando para
suas mãos unidas. ─ Eu não sou seu pai biológico.
Com essa última frase, nós todos olhamos para Sophia Trenner.
─ Mathew… - ela mal conseguia fazer contato visual com seu filho no
momento. ─ Quando seu pai e eu nos casamos, nós desejávamos ter um
monte de filhos. Estávamos muito apaixonados e seu pai já era médico,
trabalhando no pronto-socorro. Durante anos, nós tentamos ter um bebê, mas
não estava dando certo. Seu pai fez um exame em nós dois, nele e em mim…
e descobrimos que não havia nada comigo… mas que John… não podia ter
filhos. Ele alega que jamais teve conhecimento disso antes de nos casarmos.
A última frase era carregada de tensão e isso não passou despercebido por
John.
─ Eu fui para um dos quartos no andar de cima para deitar. – Sophia
falou. ─ Estava escuro e eu estava tão tonta e cansada. Eu não sei quanto
tempo tinha se passado, mas… de repente havia um homem comigo no
quarto… ele estava na cama comigo… ele estava me beijando e… começou a
tirar as minhas roupas.
Mathew olhou para ela, sua expressão inalterada. John estava fitando sua
aliança de casamento, em seguida, seus sapatos… Esse assunto, obviamente,
o incomodava muito, mas ele não queria demonstrar.
─ NÃO é nisso que eu estava PENSANDO! - John tentava manter sua voz
civilizada através dos seus dentes brancos trincados. ─ Você estava BÊBADA!
Você não conseguia nem me dizer como o homem se parecia! Apenas que ele
era bonito e beijava bem! Eu não podia chamar a polícia! Eu teria sido motivo
de piada e só Deus sabe o que teria acontecido com a minha carreira, minha
reputação, se eu saísse por aí acusando qualquer um com apenas a história da
minha mulher deprimida e bêbada como prova! O nosso advogado te falou
isso… nós não tínhamos como provar nada! E você mesma disse, você
permitiu que ele tirasse sua roupa e te beijasse… não havia nenhuma maneira
de mandar alguém para a prisão por estupro! Você DEIXOU que ele
avançasse! Você não o afastou. Por que você não pode simplesmente admitir a
verdade? Você me traiu.
─ EU NÃO TRAÍ! – ela gritou com lágrimas nos olhos. John não falou
novamente.
Mathew olhou para John e pensei ter visto um sentimento agudo de repulsa
ali por um momento. Porém Mathew ainda não falou nada e apenas os
observou.
─ Cale a boca, John. - Sophia fungou. ─ Essa história é minha, não sua.
─ Você vê o apoio que tive do meu amado marido. Sendo assim, eu tentei
esquecer o que aconteceu. Mas eu continuei bebendo. John estava fora o
tempo inteiro, fazendo plantão no pronto-socorro. Eu tinha tanto medo de
dormir sozinha todas as noites depois do que tinha acontecido. Eu continuava
sonhando que ele voltaria. Eu estava enlouquecendo. Eu me afundei cada vez
mais no álcool.
─ Alguns meses depois, eu descobri que estava grávida. John disse que
ninguém sabia que ele não podia ter filhos. Nós poderíamos simplesmente
dizer que o filho era nosso, que ficaria tudo bem. Eu tinha tido tanta vontade
de ter um bebê. Mathew… eu sinto muito, mas naquela época… eu NÃO queria
te ter. Eu não queria um filho daquele homem. Eu tinha tanto medo dele… eu o
odiava. Ele me atacara. Eu não queria ter o bebê. Mas John disse que eu não
podia fazer um aborto. Ele não permitiria. Ele disse que era assassinato.
─ Teria acabado com você fazer isso, Sophia. – John fechou os olhos e
rosnou as palavras. ─ Você queria tanto um bebê… e realizou seu desejo.
Você não teria sido capaz de viver consigo mesma se matasse Mathew. Eu te
levei para a terapia. Eu tentei te buscar alguma ajuda. Não me faça sair como
o vilão aqui.
─ Terapia, fora da cidade. – Sophia fez pouco caso. ─ Não com qualquer
médico decente que pudesse conhecê-lo ou algum dos seus colegas médicos.
Você me levou para assistentes sociais. Reabilitação. Instituições de doentes
mentais.
─ Você pode se acalmar? – John pediu a ela. ─ Você está falando com seu
filho e a amiga dele. Tenha um pouco de dignidade, por favor.
─ Eu disse pra calar a boca. – Mathew fechou a cara para seu pai. ─ Deixe
ela falar o que tem para falar. Pare de dizer a ela o que fazer o tempo inteiro.
Você sempre viveu dando ordens. Não vai acontecer aqui. Ela pode falar o que
quiser e do jeito que quiser. E quando eu deixar, você terá sua vez de falar.
Mas por enquanto, cale a boca./
─ Certo. – John parecia frustrado e com raiva, mas calou a boca depois
disso.
─ Não me agradeça. – Mathew deu a ela o mesmo olhar frio. ─ Você ainda
tem muito que explicar. Continue.
─ Nenhum dos lugares para onde John me enviou ajudou de fato. – Sophia
falou. ─ Nada apagava aquela noite da minha memória. Veja, eu não tinha
permissão para contar a ninguém que fui atacada, então como eles poderiam
me ajudar? Eu quase contei para as pessoas. Mas tive medo de que se
contasse, ficasse sozinha com um bebê, e sem nenhuma maneira de sustento.
Eu não tinha nenhuma outra família para cuidar de mim, eu só tinha o John.
Eu odiava… mas eu precisava dele financeiramente… e mesmo depois de tudo
que aconteceu, eu sentia que ainda o amava e que talvez as coisas pudessem
dar certo quando o bebê nascesse.
─ Não deram. – Sophia disse após um tempo em silêncio. ─ Você era um
bebê lindo, Mathew, e tão alegre, e saudável. Eu estava em um lugar muito
escuro naquela época, Mathew. Uma parte horrível de mim quase desejou que
toda a minha bebida tivesse te machucado… talvez eu morresse e sofresse um
aborto ou… houvesse alguma complicação durante o parto. Uma vez eu até
fiquei parada no topo da escada, com a intenção de me jogar dela, assim você
jamais nasceria. Não era nada contra você, Mathew. Era o homem que havia
me forçado naquela noite. Era aquilo que fazia eu me sentir daquela forma. Eu
sei disso agora, mas naquele tempo… eu te culpava. Eu te odiava por não ser
filho do meu marido. Eu odiava que você fosse o filho de um estranho que me
estuprou. Eu não conseguia me ligar a você como deveria. Eu não queria te
segurar nem te ver.
Eu olhei para Mathew e seus olhos abaixaram um pouco, mas ele estava
sendo tão corajoso e forte, mesmo diante desta história terrível e sua própria
mãe dizendo essas coisas para ele. Eu queria bater nela eu mesma só de ouvi-
la pronunciar essas palavras. Mas por outro lado, eu tentei me colocar em seu
lugar… eu conseguiria amar um bebê de alguém que me estuprara? Era uma
questão muito difícil de encarar.
─ Katherine… – Sophia falou com os olhos marejados. ─ Era uma mulher
adorável de uns trinta e poucos anos que trabalhava para nós. Eu gostava
bastante dela. Ela era acolhedora e humilde… e teve um filho uma vez… há
muito tempo atrás. Mas ele morreu quando tinha um ano de idade; ele teve
um ataque de epilepsia durante o sono. Eu lhe perguntei se ela assumiria
plena responsabilidade por você. Ela aceitou, é claro. Às vezes, eu escutava ela
cantando para você, te embalando para dormir. Uma vez eu espiei no seu
quarto e vocês dois pareciam tão felizes um com o outro. Eu via que ela te
amava… e que você amava ela. Então eu deixei como estava. Eu te evitava o
tempo todo. Eu ainda estava bebendo… e tinha passado para as drogas. Eu
roubava o bloco de receitas do John e prescrevia para mim mesma,
conseguindo tudo que eu queria. Era tão fácil.
─ John também nunca estava por perto. – Sophia disse. ─ Eu esperava
que ele pudesse pelo menos tentar ser seu pai se eu não conseguisse ser sua
mãe, mas ele estava sempre trabalhando. Ele fazia plantão todas as noites e
depois encontrava outras coisas para fazer fora de casa durante todo o dia. Por
anos, nós não falamos um com o outro, e deixamos que os empregados te
criassem sem nós.
─ Me fale sobre a noite que eu levei a Tanya em casa. – foi tudo o que
Mathew disse em resposta a tudo aquilo.
─ Vou deixar John contar essa parte. – Sophia lançou um olhar para John.
─ Conte, John.
─ À medida que você foi ficando mais velho e foi para o ensino médio, as
coisas pareciam que poderiam ficar um pouco melhores. – John falou. ─ Sua
mãe encontrou um médico que gostava e tinha parado de usar drogas. Ela
praticamente não bebia nada. Ela não estava curada, mas… ela estava
parecendo e se sentindo melhor. Ela ficou afastada por alguns meses em um
dado momento; estava recebendo tratamento na Califórnia. Eu fiquei sozinho o
tempo inteiro. Eu não tinha estado com uma mulher… há anos. Sophia e eu
éramos casados apenas no papel naquela época.
─ Eu pensava nela o tempo inteiro, mas jamais esperava vê-la outra vez. -
John levantou os olhos para Mathew. ─ Mas eu a vi.
Quando você a levou para o jantar naquela noite.
Os olhos de Mathew se tornaram letais agora, mas ele permaneceu na sua
poltrona e notei seu corpo tensionar. Seus punhos se fecharam.
─ Eu não acho que ela fazia ideia de que você era meu filho até ela me ver
quando vocês entraram. – John estava encarando seus sapatos enquanto
falava. ─ Ela pareceu surpresa para mim, mas eu acho que a minha reação a
ela foi a única que todo mundo percebeu. Eu não consegui esconder meu
pânico e meu choque como ela fez.
─ Eu não conseguia olhar para ela, Mathew. – John confessou. ─ Eu soube
naquela noite enquanto a olhava e ouvia sua voz, que eu ainda a amava. E sua
mãe estava ali na mesa… e você parecia tão apaixonado. Eu tive que me
retirar. E eu estava com ciúmes de você, Mathew. Com tanto ciúmes e raiva
que não conseguia pensar direito. Então eu te ameacei sem falando que tiraria
seu dinheiro se você continuasse se encontrando com ela. Eu era um canalha.
Eu segurava sua mãe à base de ameaças. Eu pensei que funcionaria com você
também.
─ Ela disse que estava apaixonada por você. Ela queria você e não eu. Ela
brigou comigo por cancelar sua faculdade e ter feito você viver um inferno por
anos. Ela disse que agora me odiava e não me queria perto de qualquer um de
vocês de novo. Ela me contou que estava grávida de um filho seu e que estava
feliz com isso. Disse que faria você feliz, que te mandaria de volta para a
faculdade um dia e faria as coisas darem certo. Ela amava você, Mathew. Eu
podia ver isso apenas pela paixão da carta dela. Mas eu continuava apaixonado
por ela. Eu estava com tanta raiva dela, mas ainda a queria.
─ Pensar em você casado com ela e um bebê a caminho acabava comigo.
– John confessou. ─ Eu continuava pensando em formas de reconquistá-la e
então eu me sentia nojento por sequer pensar assim. Eu não sei por que eu
não conseguia simplesmente esquecê-la. O tempo não diminuiu o que eu
sentia por ela. Era como se ela tivesse algum tipo de poder sobre mim que
nunca ia embora. Eu comecei a ter deslizes com drogas. Eu as pegava no
hospital e ninguém nunca descobriu. Eu não me importava mais com a
medicina… Eu também não tinha muitas notícias da sua mãe. Eu comecei a até
questionar minha razão de viver. Eu tinha vontade de morrer.
─ Mais tarde, quando você veio para casa com a Kaitlyn, eu estava
drogado. Sua mãe estava em casa naquela noite, também bastante bêbada.
Eu tinha contado a ela o que acontecera com você e isso acabou com qualquer
progresso que ela estava tendo. Ela foi piorando rápido conforme toda a culpa
e medo voltavam à superfície. Nós dois estávamos no fundo do poço. Quando
você chegou, batendo na porta e implorando por nossa ajuda com a sua filha,
eu não era eu mesmo. Eu ainda estava furioso e odiando você. Eu ainda queria
a Tanya. Eu não deixei Sophia te ajudar, eu a proibi de fazer qualquer coisa
por você e pela sua filha. Eu falei para ela se livrar de você ou ficaria sem nada
também. Sua mãe era uma viciada. Suas drogas e o álcool significavam mais
para ela do que qualquer pessoa naquele momento. Ela as escolheu em vez de
você e sua filha. Ela te disse que não poderíamos te ajudar e fechou a porta na
sua cara.
Seus pais não disseram nada. Eles olharam um para o outro sem palavras.
─ Sua mãe e eu… ainda estamos casados, mas não somos realmente um
casal mais. – John disse. ─ Fazemos terapia juntos e somos separados há
anos já. Depois da última vez que vimos você e sua filha, depois que
percebemos como lhe demos as costas quando você mais precisou de nós,
decidimos fazer tudo o que podíamos para melhorar. Melhorar por você.
Sabemos que você não quer ou precisa de nós na sua vida, Mathew. É tarde
demais e muita coisa aconteceu entre a gente no passado. É possível que você
nunca nos perdoe. E não estamos pedindo para perdoar.
─ Eu vou estar presente. Todos os dias. Vou lhe dar todo o amor que
posso e mais um pouco. Eu tenho que fazê-la ver que o pai dela a ama. Eu
tenho que fazê-la feliz. E eu não posso fazer isso se estiver odiando vocês a
todo minuto. Portanto, embora eu fosse amar te dar uma lição, John, pelo o
que você fez com a minha esposa… e comigo… eu não farei isso. Embora eu
fosse amar te odiar, Sophia, por nunca ter sido minha mãe, e por amar o
dinheiro e as drogas mais do que você sequer já me amou, não vou fazer isso.
Os dois fitavam Mathew, sem saber o que dizer. Eu realmente não sabia o
que dizer também, exceto que Mathew fora incrivelmente inteligente e
extremamente firme, como sempre.
Ele não falou isso abertamente, mas em seu coração, ele estava os
perdoando por tudo aquilo. Ele não ia abraçar ou beijar eles, ou mesmo
considerá-los como parte da sua vida, mas ele não precisava disso.
Em seu coração, ele os deixou partir, e toda a dor que trouxeram com eles.
Ele tinha razão também, sobre Katie. Ele jamais poderia ser um bom pai
para ela enquanto carregasse toda essa sujeira dentro dele. Ele jogou tudo
com um grande baque nos pés de seus pais. E ele agora estava partindo, livre,
para encontrar seu caminho de volta para Katie.
Parte de mim pensou que talvez ele devesse gritar, brigar e socar John…
mas que bem isso faria a alguém, mesmo a ele? Eu acho que ele sabia que
eles não o amaram a vida toda, ele apenas não sabia os motivos.
─ Obrigada por nos receber, Mathew. – ela secou seus olhos, arruinando a
maquiagem deles, fungando. ─ Você é tão corajoso. Me desculpe.
A porta foi fechada e eles se foram. Deus, eu odeio eles. Perdão. Eu tinha
vontade de perseguir Sophia no corredor e dar um soco no seu nariz.
─ Não, Skylar, VOCÊ. – sua voz estava falhando um pouco, e parecia que
ele estava chorando.
Ele soltou um suspiro de puro alívio e o escutei soltar alguns soluços baixos,
enterrando seu rosto no meu cabelo.
─ Você fez isso comigo, Skylar. – sua voz soou um pouco mais calma
agora, seu hálito quente na minha veia jugular. ─ Você me ensinou como
encará-los. Você é uma mulher incrível… Assim como médica.
Eu acho que ele estava me dando crédito demais. Eu posso tê-lo ajudado ao
longo dessas últimas semanas, mas a verdade é que Mathew é o único que
assumiu o controle e lutou contra o medo e a mágoa para ter esse capítulo
horrível da sua vida encerrado. Ele não estaria nem um pouco bem agora…
levaria muito tempo para aceitar tudo o que seus pais tinham para dizer, sem
contar, para lidar com isso. Mas eu acreditava que Mathew seria capaz de fazer
isso agora. Ele não era mais fraco. Ele tem uma razão para lutar… e ele
finalmente acordara para isso. Ele está pronto para viver novamente.
Ele me deu um sorriso fraco, gostando da ideia, e não havia nada de sexual
nos seus olhos. Eu realmente queria simplesmente abraçá-lo e conversar sobre
as coisas. Ser a Dra. Skylar, só que embalando e o acariciando enquanto ele se
curava e compartilhava sua dor comigo.
Capítulo 25
Mathew POV
Eu estava deitado ao lado da Dr.ª Skylar, e me sentia tão bem. Mesmo que
aquilo fosse inapropriado e não profissional na visão do mundo dos médicos.
Sem sentir vergonha, deixei que as lágrimas rolassem pelo meu rosto e o
acolhimento dela em momento algum me fez sentir fraco ou patético. Ela me
encarava agora, nós dois deitados de lado, encarando um ao outro, seguros e
aquecidos no calor do nosso abraço.
Ela não tentou secar minhas lágrimas e eu estava feliz por isso. Ela queria
que eu chorasse, que eu sentisse a dor e a liberasse por meio daquele líquido
salgado que saía dos meus olhos, estes, que preferiam admirá-la.
Levou um bom tempo para que eu processasse todas as coisas ditas pelos
meus pais e para verbalizar as questões mais dolorosas.
─ Ei. – ela disse, sua voz calma. ─ Olhe pra mim, Mathew.
Fiz meus olhos abrirem e os dela ainda estavam ali. Esperando para atacar.
─ Você não é o seu pai. – ela iniciou, entrando na terapia já. ─ E ele pode
ter forçado ele mesmo, mas isso não faz dele um estuprador. Existem dois
lados para toda história. Sua mãe disse que ela já tinha bebido demais. Talvez
ele tenha bebido, também. Ela estava correspondendo o beijo dele no começo.
Não estou dizendo que ele está certo ou que não fez nada errado… mas talvez
ele pensou que ela queria. Talvez ele tenha visto depois que o que fez foi
errado. Talvez não. Ninguém sabe. Não faça isso com você, Mathew. Mesmo
que tenha sido um abuso e ele sabia o que estava fazendo, isso não te faz uma
pessoa menor do que você é. Foi ELE. Você é você. Uma pessoa
completamente diferente. Você estava certo quando disse aquelas coisas aos
seus pais. Você tem que deixar que o passado fique no passado. Quando eu te
conheci, você era tão cauteloso comigo. Você tinha tantas paredes que
formavam barreiras em você, que eu nunca pensei que o veria
verdadeiramente. Isso ainda me impressiona, tudo o que você fez em duas
semanas. Eu acho que você QUERIA se libertar… e por isso foi tão rápido desde
que eu comecei a tentar alcançar você. Você queria ajuda. E isso te faz maior
do que John, Sophia, seu pai, todos eles. Dê uma olhada no que aconteceu
com eles quando recusaram-se a ser verdadeiros e procurar ajuda. Isso me faz
mais feliz ainda por ter escolhido essa profissão. Algumas pessoas pensam que
o psiquiatra é estúpido e sem sentido, mas eu sempre soube que poderia
salvar vidas. Agora eu vejo isso, comprovado. Você deve fechar essa porta do
passado. Você deve seguir em frente e deixar o passado aqui. Não deixe que
isso mate você. Caminhe para frente, em direção ao futuro. Caminhe para
Katie. Faça isso aqui, agora… e você terá quebrado esse ciclo de tristeza e dor.
Não se esqueça, afinal nunca esquecemos nosso passado. Mas aprenda com
ele. Deixe que isso te leve até algo melhor do que você estava antes. Deixe
que te faça um pai melhor para Katie… E então ela poderá crescer e se tornar
uma boa mãe para seus filhos.
Essa mulher tem uma alma que me cura, por dentro e por fora, mesmo
depois de tudo o que meus pais disseram para mim. Há pouco tempo atrás, eu
estaria devastado agora. Mas, de alguma forma, com ela, e o jeito que ela me
diz as coisas… Eu mal poderia imaginar que estava sentindo esperança… e
força… e um sentimento de liberdade.
Minha voz não saía, mas meus lábios tinham que confessar mais uma vez
meu amor por ela, e meu apresso pelos milagres que ela estava fazendo na
minha mente.
Levei sua mão até meus lábios, e meu beijo suave atingiu seus dedos como
pequenas gotículas de chuva, fechando meus olhos e percebendo mais
algumas lágrimas… porém essas não eram de tristeza. Não sei dizer se eram
lágrimas de alegria, também, mas eu sentia que alguma coisa em mim se foi…
havia um belo vácuo onde uma vez eu guardava toneladas de vergonha
empilhadas, e armazenava uma grande autodepreciação, caixas cheias de
incerteza e de raiva, e a maior de todas, uma besta gigante que devorava toda
a minha autoestima e lambia os dedos logo depois.
Eu não as sentia mais. E eu chorei, tão aliviado por estar livre do seu peso.
Agora eu tenho bastante espaço para colocar as tardes com a Katie, e eu podia
tocar a música da sua barriguinha risonha. Eu tenho muito espaço para Skylar
também, prateleiras dedicadas aos seus diversos beijos, às imagens do seu
lindo rosto e corpo enquanto nos tornávamos um só de tantas maneiras, todas
surpreendentes. Eu agora tenho muito espaço para as visitas a Katherine e
Joseph; eu quase posso ouvir seu sotaque irlandês gritando “Jesus, Maria e
José!” quando eu aparecer na sua porta. Ela irá me esmagar e me ensurdecer
com seus gritos enquanto me abraça, mas eu estou tão ansioso para isso.
─ Por que Tanya não me contaria? – eu sussurrei. ─ Você acha que ela
ainda amava John ou algo assim? Talvez ela amasse mais ele do que eu.
─ Ela amava você, Mathew. – Skylar disse sem pensar duas vezes. ─ Ela
amava a Katie. Eu acho que ela só estava carregando muita culpa também.
Pode ser que ela tivesse medo de que se contasse a você, ela te perderia. Ela
não devia ter guardado tudo isso dentro dela, mas ela te amava tanto que
queria fazer as coisas darem certo. Eu acredito que ela se culpava por tudo
que seu… pai… digo, John, fez você passar. Eu acho que ela via que você não
era cruel e frio como John, mas ela não queria arriscar te perder. A pressão
deve ter ficado insuportável para ela, mais tarde, acho. As coisas não estavam
saindo do jeito que ela esperava e ela se sentia um fracasso porque ela não
conseguia te mandar para a faculdade e para a escola de medicina que ela
sonhava. Eu acredito que é por conta disso que vocês deixaram de fazer amor
no final. Não era você. Você não pode realmente fazer amor com uma pessoa
quando você está machucado por dentro e não ama a si mesmo. Talvez, às
vezes, isso a fizesse se sentir estranha, ficar com você depois de ter ficado
com seu pai daquele jeito. Eu estou apenas supondo. Ninguém além dela
poderia realmente te dizer tudo.
Eu acho que Skylar está certa… de novo. Droga, isso pode se tornar
irritante às vezes, como ela sempre está absolutamente certa. Mas eu não
podia culpá-la por isso neste momento.
─ Eu jamais passaria por tudo isso sem você, Skylar. – respondi, mais
sincero do que nunca na minha vida. ─ Você é mais que simplesmente a
mulher que eu amo. Você é meu farol. Você me fez enxergar… você me
mostrou o caminho… você me levou de casa até a praia.
─ Você ficou naquele mar turbulento por tempo demais, Sr. Trenner. – ela
sorriu com doçura para mim. ─ É bom ver seus pés em terra firme.
─ Tive uma ótima ideia. – ela se iluminou de repente enquanto meus olhos
se abriam um pouco mais, absorvendo sua beleza à medida que ela meio que
se sentava, apoiada no cotovelo. ─ Por que você não liga para a Katherine e
para o Joseph agora?
─ Ah, não sei… – comecei a falar, não tendo certeza se estava pronto para
isso. E se eles estivessem bravos comigo ou algo assim por simplesmente ir
embora e não tentar ligar para eles durante todo esse tempo? Eu não
conseguiria suportar se ela desligasse na minha cara ou alguma coisa
igualmente terrível.
─ Vem, isso será bom para você. O amor é o melhor remédio, lembra? –
ela insistiu, levantando e, em seguida, retornando com meu celular, jogando-o
para mim.
─ Ta bem, que saco. – eu fingi fazer cara feia para ela, em seguida sorri
enquanto buscava o nome Katherine na minha lista de contatos. ─Tomara que
o número não tenha mudado.
Eu esperei e senti meu coração batendo com força quando o toque de
chamada soou duas vezes.
─ Mansão dos Trenner. Em que posso ajudar? – seu sotaque irlandês era
tão lindo, exatamente como eu sempre me lembrava. Mas ela soava cansada.
Eu costumava fazer isso com ela o tempo inteiro. Ela ficava brava e me
dava a maior bronca, me falando para ser mais responsável e não matar
tempo depois da escola conversando com meus amigos ao invés de sentar
meu traseiro no ônibus na hora certa. Mas eu continuava ligando para ela
incessantemente com este pedido… e ela sempre ia me buscar.
Ela estava arfando agora, incapaz de dizer alguma coisa… depois começou
a chorar.
─ Katherine, por favor… não chore… – senti as lágrimas nos meus olhos. Eu
não admitia ou me dava conta do quanto sentia falta dela.
Este era meu apelido, como ela sempre me chamava. Eu não me sentia
bonito há anos, e eu senti uma vergonha súbita e culpa por todas as coisas
que eu tinha feito nesses últimos anos, usando minha “beleza” para conseguir
uma vida desprezível. Mas, no momento, eu não podia me odiar ou sentir
qualquer culpa por causa disso. Eu me sentia culpado por deixar que anos se
passassem sem falar com ela, por sequer ter lhe escrito… por deixá-la sair da
minha vida.
Nós conversamos por um bom tempo e ela me repreendeu por ir embora
naquela noite sem chegar a falar com ela primeiro. Seu espírito esquentado
estava de volta, do nada, e ela era a mãe forte e feroz que eu sempre amei.
Eu contei tudo sobre o casamento com Tanya, e prossegui por uma
eternidade sobre Katie. Conversamos como se nunca tivéssemos passado um
minuto separados, chorando pelas tristezas da vida um do outro… e rindo
quando compartilhávamos boas lembranças aqui e ali.
Em seguida, eu contei a ela sobre Skylar Hayes. Skylar sorria para mim e
corava enquanto eu a cobria de elogios e dizia a Katherine como ela era
importante para mim. Eu falei que Skylar me trouxera de volta à vida… e que
eu tinha reencontrado o amor, quando eu imaginava que jamais aconteceria
duas vezes comigo na vida.
Eu não lhe contei sobre meu tempo na Fire, ou minha vida de escravo nem
de Claire. Isso partiria seu coração e eu não podia fazer isso com ela
novamente.
Eu expliquei que nunca tinha falado aquilo, e que ela é minha mãe… e que
eu não disse aquilo o suficiente, mas, que eu a amava. Eu sempre amei.
Nós choramos um pouco mais, enquanto ela declarava seu amor em troca.
Era bom ouvir outra vez, mas eu sempre soube que ela me amava. Cada
palavra e gesto seu pingava de amor por mim, sempre, mesmo quando ela
ficava brava comigo e me dava bronca.
Ela brigou com ela mesma, dizendo que sabia que aquilo era estrume e
que deveria ter imaginado.
─ Eu te criei para ser um menino bom. – ela fungou. ─ Eu sei como você
tem um bom coração. Me perdoe por me deixar acreditar em tal coisa.
A ligação durou horas, mas eu me sentia tão bem, conversando com ela de
novo, que eu não conseguia me despedir. Eu fiquei com medo que ela talvez
se metesse em problemas, mas então lembrei que John e Sophia estavam em
Nova York, ela estava na casa deles, não seria pega no telefone. O patrão não
estava em casa, então ela só tinha que fazer o jantar para ela e para Joseph,
de qualquer maneira, a menos que houvesse gente nova trabalhando lá agora.
Skylar deitou-se ao meu lado na cama, fechando os olhos, sorrindo,
desfrutando em me ouvir feliz assim após a visita dos meus pais mais cedo,
contente que sua sugestão trouxesse mais cura para meu coração.
Katherine tentou achar Joseph para que eu pudesse falar com ele, mas ele
estava fora, cuidando de outra coisa. Ela me fez dar meu número de telefone
para ela para que pudesse me ligar novamente. Eu passei o meu celular,
simplesmente dizendo que era o melhor número para me encontrar. Eu afirmei
a ela que os queria de volta na minha vida, o quanto fosse possível. Falei que
quero conversar com eles de três a quatro vezes por semana pelo menos, se
eles não ficassem enjoados de mim.
─ Pare de falar essa merda. – ela falou com seu sotaque caipira. ─ Você é
meu filho, é melhor você me ligar o tempo inteiro, ou haverá o Inferno para
pagar, criança!
Eu realmente me sinto salvo. É uma sensação tão boa. Eu sei que eu tenho
bastante trabalho a fazer ainda para me libertar de Claire, mas eu não estou
com tanto medo disso, de alguma forma. Eu já estou livre.
Eu ri abafado àquilo, vendo que ela estava certa a meu respeito. Em vários
aspectos, eu muitas vezes ainda era um menino. E me orgulhava disso.
─ Eu te ligo amanhã, ok? – perguntei. ─ Diga para o Joseph ficar por perto.
Depois, eu posso ficar fora da cidade por mais ou menos uma semana. Então
ligarei para vocês dentro de um pouco mais de uma semana, contando a partir
do Domingo.
Eu odiava mentir para ela, mas eu não queria contar sobre a minha
próxima semana de escravidão à Claire e, possivelmente, arriscando minha
vida. Ela jamais me deixaria fazer aquilo, não importa o quanto pudesse ajudar
na minha vida, no final das contas. Katherine é teimosa, muito parecida com
Skylar.
─ Tudo bem, meu amor. – ela disse, soando muito diferente da voz que
ouvi quando ela atendeu o telefone. Ela parecia feliz, aliviada… viva
novamente.
─ Falo com você em breve, mãe. – falei, um pouco mais alto que um
sussurro. Eu jamais queria dizer adeus a ela novamente, mesmo ao final de
uma ligação.
─ Oi, linda. – sorri de cima para ela, enrolando um dedo lentamente numa
mecha sedosa do seu cabelo que agora parecia preto contra o travesseiro azul
pálido embaixo dele.
─ E você sabe tudo. – fiz cócegas em suas costelas com minha outra mão
enquanto ela ria e se contorcia nas minhas garras, e acrescentei. ─ Eu não
gosto disso.
Eu beijei seus lábios como se meu toque pudesse danificá-la se fosse
brusco demais.
─ Se você não quiser sair esta noite, nós não precisamos. – ela disse,
interpretando mal meu humor.
─ Ficou maluca? – sorri, e ela me olhou com espanto. ─ Estou livre de anos
de dor… eu tenho minha mãe de volta. Estou a uma semana de ser livre. Sou a
peça principal numa armação da polícia contra Claire… Eu tenho todos os tipos
de coisas para comemorar! Vamos sair! Você só não quer se arrumar toda em
roupas de mulherzinha!
Ela riu e me deu o beijo mais apaixonado. Quase machucou minha boca,
mas eu estava 110% correspondendo ao beijo.
─ Não, não podemos fazer isso! – os olhos de Skylar estavam vivos, com
luz e choque enquanto eu estendia minha mão para ela.
─ Vamos logo, Skylar. – lancei o meu sorriso mais charmoso, pegando sua
mão e a girando, segurando-a contra mim, suas costas se chocando em meu
peito. ─ Dance comigo.
─ Não somos convidados para isso! – ela sussurrou um grito para mim
enquanto eu dava risada, movendo meus quadris atrás do seu bumbum lindo à
medida que dançávamos com a música. Bom, eu dançava. Skylar estava
resistindo a mim de novo, a teimosa de sempre.
─ Não precisamos ser. – dei um rápido beijo nos seus lábios e posicionei
minhas mãos na sua pequena cintura e a fiz dançar um pouco, mesmo que
fosse contra sua vontade.
Céus, ela estava tão linda. Eu não sei de onde esse vestido surgiu, mas era
um vestidinho preto fofo e sexy. Simples e elegante, deixando à mostra suas
pernas longas e maravilhosas… realçando o seu busto primorosamente,
também. Todos os homens aqui estavam olhando para minha garota. Olhe só
para aqueles sapatos de salto alto pretos… PORRA.
Eu saí e comprei um bom blazer mais cedo, a calça era jeans, o blazer
preto, com uma camisa vinho e uma gravata preta. Era elegante… mas
descontraído ao mesmo tempo. Skylar pareceu muito feliz comigo quando eu
saí do seu quarto vestindo isso. Ultimamente, quanto mais ela me olhava, mais
confiante eu parecia me sentir. Eu adoro esse olhar nos seus olhos quando ela
me olha agora.
Eu estava olhando para as meias-finas de Skylar agora. Havia uma linha
fina e preta percorrendo o meio e a parte de trás de cada perna,
desaparecendo atrás do seu sapato. Eu não sabia por que, mas isso estava me
deixando maluco. É super excitante.
Eu gostaria que soubesse disso antes. Eu poderia ter lhe ensinado alguns
passos de dança. Mas eu não ligava se ela podia dançar ou não.
Ela estava aqui comigo, se divertindo. Tudo estava certo com o mundo esta
noite.
E eu fiquei feliz por trazer Skylar aqui para nosso encontro extravagante e
fino.
Ela baixou os olhos e eu ergui seu queixo para mim, vendo seus olhos
brilhando de tristeza me encarando de volta.
─ Este não é o fim, Skylar. – eu disse, fazendo meus olhos agora a olharem
com seriedade. ─ Eu quero você. Eu quero você para sempre. Você me trouxe
de volta à vida. Mesmo com todas as lições doentias de Claire, foi você que me
ensinou qual é o meu lugar. É a você que eu pertenço. E graças a você, eu
também pertenço a mim mesmo. Eu te amo, Skylar Hayes.
Eu bati minha taça na dela e sorri, tomando um gole do melhor champagne
que já tomei na vida e a espiando, vendo-a bebendo de sua taça também.
─ Eu sei que você está com medo. – encostei minha testa na dela,
fechando meus olhos. ─Nada que eu disser irá fazer você parar de se sentir
assim. Se eu fosse você, eu jamais me deixaria fazer isso. Mas eu preciso. Eu
preciso me impor a ela. Eu preciso enfrentá-la e dizer NÃO a ela. Finalmente.
Não. Mesmo que eu não tivesse outros motivos para voltar lá… eu iria querer
fazer isso. Eu vou ter que fingir por alguns dias antes de poder procurar pistas
pela boate… mas esse é um preço que estou disposto a pagar para acabar com
isto de uma vez por todas. Por favor, diga que você entende. Você sempre me
entende.
─ Eu entendo.
Na mesma hora, fomos aceitos e incluídos na conversa. Nós demos risadas
e nos divertimos muito com nossos novos amigos. Skylar até começou a
relaxar e rir um pouquinho. Eu controlei sua ingestão de álcool, ela estava se
comportando muito bem, bebendo refrigerante agora ao invés de bebidas
fortes. O champagne foi a única bebida alcoólica que ela tinha experimentado.
Meu paletó ficou na minha cadeira a maior parte de tempo nesta noite e,
algumas vezes, outras garotas tentaram se aproximar de mim e dançar, mas
Skylar era um cão de guarda.
Ela fazia o terror pra cima de qualquer mulher que me secasse mesmo de
longe. Porém, ela mantinha sua dignidade e classe.
Mas os olhos dela me faziam sentir especial. Eu sou especial. Eu sou o pai
de Katie… sou o homem da Skylar. Eu sou especial. E acredito nisso agora.
Quando chegou a hora da noiva jogar o buquê, Skylar não quis participar.
Eu ri e me perguntei por quê, e ela respondeu sem eu ter que perguntar.
Espere. Não vou? Eu não vou para a Flórida depois que me livrar da Claire?
Eu não posso simplesmente ligar para o Ben e falar, “Eu quero a Katie, traga-a
para mim, por favor, obrigado por cuidar dela durante todos esses anos,
tchau.” Eu teria que viver com Ben e Angela se quisesse ser parte da vida de
Katie novamente. Ela os ama, como eu amo Katherine e Joseph. Não é justo
da minha parte arrancá-la daquela casa… daquela família. Eu tenho que me
juntar a eles, não levá-la embora.
E Skylar tem a faculdade aqui. Ela quer que sua carreira seja aqui, em
Nova York. Tendo nunca o pensamento de liberdade sido uma opção para mim,
eu nunca considerei tudo isto, até agora. Merda. Como isso vai funcionar?
─ O que foi? – perguntei, querendo saber o por quê dela estava sorrindo
agora.
─ Nada. – ela corou. ─ Meu Deus, será que uma garota não pode nem ir ao
banheiro?
“Don’t… be ashamed to cry. Let me see you through. Cause I’ve seen the
dark side, too.” ♪♪
Eu me lembro de esticar o meu corpo seminu no sofá, esperando que ela
aprovasse meu físico, rezando para que ela não fuçasse minha cabeça.
Lembrei-me da expressão frustrada e severa de Skylar enquanto eu evitava
suas perguntas, e dando a história do Super-Homem quando ela me perguntou
sobre meus pais.
♪♪ ”So…if you’re mad – GET MAD. Don’t hold it all inside, come on and talk
to me, now. And hey, what you got to hide? I get angry, too. Bet I’m a lot like
you.“ ♪♪
Skylar estava cantando em meu ouvido e eu senti uma lágrima cair dos
meus olhos, me sentindo tão sensível repentinamente, porém agora, não me
importando com quem visse, não escondendo e nem nada dela.
♪♪ ”When you’re standing at the crossroads, and don’t know which path to
choose…let me come along.“ ♪♪
A música continuava.
♪♪ ”Cause even if you’re wrong…I’ll stand by you. I’ll stand by you. Won’t
let nobody hurt you. I’ll stand by you. Take me into your darkest hour…and I’ll
never desert you. I’ll stand by you.“ ♪♪
Skylar estava cantando para mim… cada palavra. Eu podia vê-la na grama,
nua embaixo de mim. Eu vi sua risada enquanto andávamos pelas ruas de
Nova York juntos… Eu senti sua pele e o óleo como se a estivesse
massageando agora mesmo pela primeira vez. Eu podia vê-la no chuveiro, me
deixando lavar seu belo corpo.
♪♪ ”And when, when the night falls on you, baby. You’re feeling all alone,
wandering on your own, I’ll stand by you, I’ll stand by you. Won’t let nobody
hurt you. I’ll stand by you. Take me into your darkest hour. And I’ll never
desert you…I’ll stand by you.“ ♪♪
Dançamos por mais algumas horas e comemos ainda mais. Meus olhos
nunca deixaram Skylar. Não existia nenhuma outra mulher no salão para mim
a não ser ela agora. E para mim, isso dizia muito. Eu costumava trabalhar em
lugares assim sem fazer nenhum esforço.
Eu quase briguei com ele, eu queria que fosse uma surpresa o que eu
tocaria para Skylar.
Vamos lá, dedos, não esqueçam suas manhas. Não estraguem tudo.
Em meio minuto, Skylar estava sentada ao meu lado no banco, lágrimas
caindo em suas bochechas enquanto eu me inclinava e beijava seu rosto
molhado, sem tirar minhas mãos das teclas, e recebemos um pouco de
aplausos à medida que eu seguia com a música.
Ela me beijou com força depois que minhas notas finais no piano foram
tocadas, e recebemos uma estrondosa rodada de aplausos. Eu não podia ter
certeza, mas acho que posso ter até ficado um pouco vermelho.
Eu tinha que admitir, eu adorava caminhar tarde assim da noite. É quase
como se tudo estivesse dormindo. Os prédios, o trânsito, o barulho. Está tão
tranquilo e silencioso agora. Eu adoro a tranquilidade e o silêncio. Eu detesto
barulho.
Eu ri do seu elogio, sacudindo minha cabeça e dizendo.
Skylar riu e olhou para mim enquanto a brisa dançava em volta do seu
cabelo.
─ Não, não estava. – ela sorriu. ─ Você é ótimo. Você me fez chorar, você
foi tão bom. Você devia pensar a respeito de uma carreira na música. Eu
compraria o seu CD. Ou… baixaria no itunes.
─ Não falei nesse sentido. – ela disse. ─ Sério. Você estava maravilhoso.
Você sempre está maravilhoso.
Eu sorri e coloquei minhas mãos nos bolsos do meu paletó, esperando o
momento certo enquanto andávamos para casa.
─ Hmmm… – ela tentou parecer tranquila sobre isso. ─ Eu não sei. Vou ter
que pensar nisso. É nosso aniversário de duas semanas. É muito especial.
─ Todos os dias com você são especiais. – corrigi, seguro de cada palavra,
pegando sua mão na minha, perto de casa.
Capítulo 26
Skylar POV
— Ugh! – Mathew gritava ao mesmo tempo em que cravava suas unhas
nos braços da cadeira favorita da Dra. Skylar. — Isso, me fode! Ugh ! Não
pare! Caralho!
Acho que isso significa que ele gosta desta posição. Eu não estava falando
nada, apenas gemendo, coberta de suor, sentada no colo de Mathew
enquanto mexia meu quadril sobre seu pênis de aço. Minhas pernas doíam,
meus joelhos latejavam e meu corpo estava absolutamente exausto … Mas eu
não podia parar. Este foi o melhor sexo que eu já tive e eu não queria que
acabasse. Eu notei o sol começando a nascer, pela janela da sala de estar, e
senti uma pontada de dor no meu peito.
14º dia
Hoje é domingo.
Seu membro está atingindo lugares no meu corpo que eu nem sabia que
estavam ali!
Nunca uma frase foi mais verdadeira que essa que Mathew havia dito para
mim no começo do nosso tempo juntos… e lembrar disso estava me fazendo
gozar, somado aos gemidos selvagens vindos de Mathew atrás de mim.
Pegue essa terapia, Trenner. Dra. Skylar vai deixar tudo melhor agora.
Eu ouvi um som um tanto estridente de Mathew e por pouco não ri.
Minha garganta estava tão seca e eu mal conseguia engolir. Isso não era
bom, principalmente perto deste ser atrás de mim. Ele adora lubrificar minha
garganta.
Tá legal, agora eu ia rir, mas faria isso baixinho para não constrangê-lo.
Não que ele fosse me ouvir acima dos seus próprios gritos de palavrões.
Mathew adora xingar quando está gozando. Não fico nada ofendida. Eu sou
uma Vadia Hayes, afinal de contas.
Posso ouvir Mathew atrás de mim lutando por ar. Eu espero que agora o
seu suor esteja impregnado na minha poltrona. Eu vou adorar senti-lo toda vez
que me sentar aqui. Eu consigo me visualizar ficando excitada, sentada aqui
enquanto assisto desenho animado ou algo igualmente ruim na na próxima
semana.
Eu amo quando o Mathew fica por trás. Eu amo tanto, tanto!
— Acho que você tem razão. – ele sussurrou. — Essa é a melhor posição, o
melhor lugar da casa.
Eu estava prestes a responder com um sorriso sacana quando seus dedos
se fecharam no meu cabelo molhado e ele puxou minha cabeça com força para
trás, até os seus lábios.
— Vai dizer que você não gostou dessa pesquisa extensiva. – desafiou ele.
Mas que ousadia! Ele acabou de me dar uma ordem? Homens. Eles adoram
se sentir no comando. Que gracinha da parte dele. Pelo bem do dia, eu farei
sua vontade. Mas ele terá o dele mais tarde. A vingança é um prato que se
come frio.
Oh não, isso não está certo. Eu irei passá-lo para a cara da Sra. Obama.
Não posso fazer isso também. Eu adoro eles. Eles são tão legais. Eu abri o guia
e encontrei a cara do Ryan Seacrest. Perfeito. Seacrest – fora. Ou eu deveria
dizer dentro?
— Que porra você está FAZENDO? – Mathew, o imbecil, espiou por cima de
mim.
Céus, alguém está todo mal humorado após acabar de fazer sexo até
esfolar e suar igual um porco a noite toda! É isso? Será que isso significa que a
lua-de-mel está oficialmente acabada agora? Será que é duas semanas o
tempo que leva para um homem passar de Sawyer de Lost para Dan Conner
de Roseanne?
Essas são as coisas que nunca te contam nos filmes da Meg Ryan e do Tom
Hanks. Hmph.
Oh, eu ainda te amo, seu cretino. Sorte sua. Agora seja mais legal comigo.
E aqui vem.
— Está tudo bem, Skylar… – ele me “perdoou”, sua voz de volta ao seu
tom carinhoso enquanto seus dedos brincavam em meu cabelo. — Eu adoro
quando você me machuca.
— Ele está totalmente limpo e pronto para seu dia. – eu anunciei depois
que terminei.
Mathew soltou um suspiro muito satisfeito e quando olhei para cima ele
estava, novamente, tão lindo. Eu adoro tudo em seu rosto… mmm, que visão.
Eu reparei que as marcas de chicote de Mathew estavam começando a
clarear um pouco… agora eram marcas rosadas, e não vermelhas mais, e
todas estavam cicatrizadas.
— Sua coisinha devassa. – ele mastigava. — Eu acho que você nem quer
ser limpa!
Eu tomei a maçã da sua mão e decidi que agora ela era minha. Ele tinha
trabalho a fazer.
— Sim, Skylar. – ele sussurrou, dando uma mordida forte no meu lábio
direito.
— Oh, desculpa, querida. Você está BEM? – ele fingiu estar super
arrependido igual eu tinha feito com ele a um minuto atrás, e sorriu para mim,
me deixando ciente do fato de que ele sabia que eu tinha dado uma mordida
no Frankencock de propósito. Droga.
Ele estava indo tão bem e sendo tão malditamente meticuloso, como
sempre, que eu não sei por que motivo veio a minha cabeça fazer o que eu
estava prestes a fazer a seguir. Talvez eu só quisesse uma pequena vingança
pessoal.
Mathew soltou um grito que poderia rivalizar com aquele do Nathan Lane no
filme A Gaiola das Loucas e eu rezei que seus dentes não se fechassem na
carne frágil e sensível entre as minhas pernas.
Eu gritei, pensando que ele podia ter se machucado, mas ao invés disso ele
tomou o chuveirinho de mim e, com olhos endiabrados, o apontou para minha
cara.
Eu não sei como, mas eu fugi e estava correndo para fora do banheiro
como se minha vida dependesse disso, um Trenner ensopado e pelado estava
em meu encalço enquanto eu gritava e parava do outro lado da poltrona, o
único lugar que eu poderia realmente tentar me esconder.
Eu tentei passar a perna nele e fingir que iria correr para a direita… depois
para a esquerda… e então para direita novamente. Ele se movia comigo, como
se fossemos uma imagem espelhada, ele era rápido e ágil e eu não escaparia,
não importa para que lado eu fosse.
Meu cabelo estava pingando, assim como nossos corpos, mas não nos
importamos. Isso era guerra.
— Você acha que vai passar por mim? – ele uniu as sobrancelhas e, em
seguida, deixou um sorriso crescer em seu rosto.
— Oh, sim. – o sorriso perverso ainda estava ali. — Eu sei disso, meu
docinho de coco. É apenas um jogo… você não precisa ficar com medo de MIM.
Oh, merda. Eu estou morta. Nota mental: Não espirrar água gelada em
Mathew. Ele não parece gostar disso.
— Isso foi antes. – ele disse de modo ameaçador. — Agora é outra história.
EU ESTOU NO COMANDO.
Porra! O Rei Mathew chegou e ele está puto da cara! Corram, camponeses,
corram! Muito obrigada, Dra. Skylar!
Eu gritei e corri por cima do sofá para tentar chegar ao quarto, mas antes
que eu pudesse pousar meus pés no chão, ele estava em cima de mim. Ele
ataca como um gato. DROGA! Eu preciso começar a malhar.
— Porra, eu estou tão duro neste exato momento! – ele rosnou enquanto
imobilizava meu corpo no chão do meu quarto, meu nariz molhado encostado
à madeira. Seu braço estava apoiado na minha nuca, seu membro rijo
pressionando minha bunda, ele parecia apenas ligeiramente sem fôlego. Eu
não ia escapar.
Ele arfava atrás de mim e puxou meus braços para trás, dobrando-os nas
minhas costas, quase dolorosamente.
— Eu ando pegando muito leve com você. – ele falou entre dentes. — Você
está mal acostumada.
Eu pensei que talvez ele me desse umas palmadas e, no fundo, eu queria
aquilo. Eu não estava sequer cogitando o que ele tinha em mente até…
— Não, Skylar… – ele afagou meu cabelo e falou com uma voz de anjo. —
Eu vou foder VOCÊ.
E, lentamente, ele abriu caminho pela minha entrada apertada com seu
membro e eu soltei um grito gutural. Eu senti lágrimas nos meus olhos.
— Fica quieta. – ele mandou. — Relaxe. Eu não vou me mexer. Não fique
tensa. Assim. Boa menina.
Eu gemi, amando o seu toque e na verdade não achando o seu membro
tão ruim lá dentro agora.
Primeiro, Mathew não gosta de ser tomado à força. Ele me contou isso.
Mas agora que ele percebeu que está no controle, e que dita as regras, ele
está me comendo por trás. Talvez ele pense que eu queira isso. Talvez ele
goste de ser o ativo ao invés do passivo. Talvez eu fui muito malvada e esteja
sendo punida. Talvez ele só queira me apresentar ao sexo anal. Deus é
testemunha que ele me mostrou todo o resto. Ou não? Provavelmente não. Eu
aposto que há um milhão de jogos que ele poderia fazer comigo.
Segundo, essa conversa de tornar o prazer e a dor uma coisa só. Eu aposto
que ele teve que aprender isso desde o primeiro dia com Claire.
Eu odeio pensar naquela megera enquanto Mathew está dentro de mim.
Faça deles uma coisa só. Prazer e dor. Como diabos eu devo fazer isso?
— Faça deles uma coisa só, Skylar. – sua voz agora estava gentil e eu não
estava mais chorando.
Ele soltou um gemido grave, quase todo fora, porém a cabeça permaneceu
dentro.
Isso era tão rude e um tabu para mim. Era quase errado. Mas eu afugentei
essa ideia. Não existe errado para nós. Eu queria experimentar isto… até que
não doesse mais. Eu queria aprender o que ele sabia. Como tornar a dor e o
prazer uma só sensação. Como gozar pelos dois lados ao mesmo tempo. Eu
queria ser sua escrava e satisfazê-lo. Queria deixá-lo orgulhoso.
Ele foi muito paciente comigo. Ele foi bem devagar, e parou muitas vezes,
conversando comigo no processo. Ele me fazia carinho e me beijava.
Eu não estava pronta para gozar nessa primeira experiência, mas me senti
muito bem quando Mathew se esvaziou dentro de mim, sem camisinha,
mesmo que fosse na minha bunda. Eu percebi que o grande passo disso era
que eu estava dizendo que confiava nele e ele queria estar dentro de mim,
sem nada entre nós.
Talvez alguns pudessem nos achar criaturas imundas, fazendo uma coisa
assim. Mas eu me senti bem. Parecia certo. Eu gostei. E eu faria qualquer coisa
que Mathew quisesse que eu tentasse. E com toda a justiça, eu fui muito má.
Eu merecia um pequeno castigo. Talvez seja assim que ele é castigado.
Mathew não estava completamente curado, eu sei disso. Ele ainda tem
muito caminho a percorrer antes de deixar para trás todos os traços da Fire,
de Claire e da submissão. E tudo bem. Eu entrei nessa para longo prazo.
Trabalharemos nisso todos os dias… até que seja uma lembrança distante.
Depois que tivemos um pouco de tempo para processar, e Mathew viu que
eu tinha sobrevivido e eu tinha me acalmado nos seus braços, nos demos
conta que o chuveiro ainda estava ligado.
Pode ser que aquilo desencadeou alguma coisa. Ele disse que era lavado
com mangueira às vezes. Eu tenho certeza que a água não é quente e
agradável.
Ele me falou uma vez que se eu chegasse perto da Fire outra vez ele iria
dar uma de dominadora no meu traseiro. Ele não estava brincando.
Ah, bom, pelo menos o meu traseiro não é mais virgem. Mathew tinha
estado em todos os lugares em mim… e eu estava contente.
Nós discutimos isso no café da manhã e mais uma vez sua franqueza
jamais cansava de me surpreender.
— Eu não peguei muito pesado com você, peguei? – perguntou, seus olhos
castanhos muito brilhantes enquanto olhavam nos meus com verdadeira
preocupação.
— Não. – senti meu rosto queimar. — Foi perfeito. Obrigada por… ir
devagar no início.
— Eu tinha que ir. – ele estava quebrando os ovos. — Eu não queria que
você defecasse em mim.
Ele estava rindo de maneira abafada e eu quase me deixei ficar brava com
ele enquanto ele trabalhava. Mas então, algo me ocorreu. Esta era a última
manhã que ele estaria aqui, preparando meu café da manhã.
Eu quase tive vontade de dizer alguma coisa engenhosa para retribuir a
brincadeira, como ‘Você diz as coisas mais românticas…’ Mas eu não conseguia
fazer piada. Eu não conseguia respirar.
— É porque é Domingo. – ele disse sem perguntar. Então eu soube que ele
se dera conta disso também, e tentou fingir, como eu, que estava tudo bem.
Não está.
— Me ouça. – ele falou totalmente sério. — Este NÃO é… nosso último dia
juntos. Eu juro, Skylar. Eu gostaria que você acreditasse em mim.
— Skylar. – ele ergueu meu queixo e eu vi seu rosto, lutando para manter
a compostura e não se deixar desmoronar comigo. — Eu preciso de você. Eu
preciso da sua força hoje. Eu não quero chorar e me despedir de você o dia
todo. Eu quero me divertir com você. Quero sentir o sol no meu rosto e
observar o vento bagunçar seu cabelo… quero lamber um icee de cereja no seu
corpo. Eu quero que hoje seja um dia normal e preguiçoso… um dia divertido.
Eu não quero que pareça o último dia. Por favor, Skylar? Você pode, por favor,
fazer isso… por mim?
Eu funguei.
— Isso é uma metáfora para outra coisa? – perguntei. — Eu sei que minha
manteiga vai ficar queimando na panela pelas próximas duas semanas.
Ele gargalhou alto e quase soltava faíscas quando olhou para mim.
— Você pediu por isso. – ele mordeu sua torrada outra vez, mostrando os
dentes para mim enquanto o fazia, um leve brilho diabólico em seus olhar,
como se ele estivesse ME mordendo.
Era uma bonita tarde de Maio e logo descobrimos que era um Festival
Mathew para onde ele estava indo… e eu onde estava ficando. Eu tenho
certeza que pagamos o maior mico, mas demos o nosso melhor. Mathew foi
incrível… eu me sentia uma idiota, sem trocadilhos.
Já que nos juntamos a dança, nomes indígenas foram dados a nós.
O olhar no rosto de Mathew foi a coisa mais linda. Ele parecia tão honrado.
Era perfeito. Eu me perguntei se este homem realmente podia ver isso em
seus olhos.
Ele deu um passo para o lado e eu estava atrás dele, dando ao homem o
sorriso mais amoroso que eu podia. Eu comecei a agradecê-lo e ele
rapidamente me nomeou.
O rosto de Mathew tinha uma linha preta abaixo de um olho, que seguia
reta para baixo. Eles lhes disseram que era uma lágrima.
Não havia lágrima no outro olho porque — ele não choraria por muito mais
tempo — também foi nos dito.
— Eu sei! – Mathew falou e eu sorri de novo a como seu rosto estava fofo.
— Quando ele me chamou de Águia Livre eu quase desmaiei.
— Essa foi a coisa mais legal de todas. – concordei. — Eu quase chorei ali
mesmo.
— Fico feliz que você terá alguma coisa pra fazer. – Mathew disse. — E
quero que Julie e Riley fiquem com você. Deixe elas te fazerem companhia em
casa e fazerem o dever de casa com você. Não quero que você fique sozinha.
Aliás, talvez seja melhor você ficar com uma delas enquanto eu estiver fora.
Só por segurança.
— Não sei… talvez. – dei de ombros, não querendo ficar longe do nosso
apartamento. Há tantas lembranças boas lá agora… Eu já não consigo imaginá-
lo sem enxergar Mathew em todos os lugares. Assim provavelmente vai doer
mais, ficar no apartamento, sozinha.
— Skylar… – Mathew deu uma mordida na sua comida. — Você não vai…
ajudar… William… vai? Quero dizer, você não vai ficar no carro dele, escutando
tudo que estiver acontecendo dentro da boate, eu espero.
Eu olhei de soslaio. Meu pai jamais permitiria isso, antes de tudo. E depois,
eu não sabia se eu era forte o bastante para escutar Mathew gritando e sendo
machucado, e não me mexer para salvá-lo. Eu me sentia uma covarde por me
sentir assim… e ao mesmo tempo, eu queria estar de alguma maneira
envolvida e por perto enquanto ele passasse por esses próximos dias terríveis.
— Não. – minha voz soou triste até para mim. — Eu não fui convidada.
Eu peguei um delírio por uma coisa chamada Bastão da Chuva. Era um
bastão longo de madeira com um desenho bonito em cima, chegando até uma
ponta, e quando você o abaixa, contas caem de dentro dele e fazem um som
como se estivesse chovendo no interior do bastão. Ele me lembrou da noite em
que falei a Mathew que o amava pela primeira vez, debaixo da chuva. Então
esse foi meu presente para Mathew. Eu me senti uma feiticeira poderosa, o
carregando pelo resto do dia.
Quando o sol começou a ficar mais baixo no céu, nós dois ficamos mais
calados. Tínhamos feito um trabalho muito bom em nos divertir durante o dia
todo, comendo, dançando, beijando… mas o dia estava começando a ir embora
rapidamente. O amanhã… estava se aproximando.
Mathew não estava nem com humor para seu cherry ice no caminho de
casa e eu não o pressionei. Estávamos estufados com boa comida, então
jantar não era necessário.
Ao entrarmos no apartamento, parecemos apenas nos encaminhar para
nossa cama, de mãos dadas. Deitamos em cima dos cobertores, nos olhando
sob a luz da lua, tocando o outro cuidadosamente sem dizer uma palavra. Me
pareceu que estávamos memorizando um ao outro uma última vez antes de
sermos separados.
— Tudo bem se a gente não fizer amor esta noite? – ele sussurrou e por
um segundo eu fiquei de coração partido. Ele não me queria mais?
E então ele piscou e uma lágrima brilhou no seu olho esquerdo. Eu acho
que compreendia. Não precisávamos fazer isso uma última vez para provar
nada a nós mesmos. Ele irá voltar… ele irá voltar. Eu tinha que continuar
dizendo isso para mim mesma repetidamente. Eu gostaria que minha cabeça
já acreditasse nisso. E tínhamos feito isso na noite passada, como coelhos.
Talvez naquela hora ele soubesse que não conseguiria fingir hoje à noite.
Mesmo quando eu não consigo falar… eu consigo dizer coisas para Mathew.
E eu sei que ele me escuta. Ele retribuía meus beijos, segurando meu rosto
nas duas mãos.
Acredite ou não, foi uma das melhores noites que passamos juntos. Não
dissemos uma coisa sequer, mas nos abraçamos, nos beijamos inocentemente
como num filme preto e branco… acariciando um ao outro, traçando cada
centímetro e ângulo do outro, derramando algumas lágrimas aqui e ali. Foi
uma noite mágica. Eu não teria trocado por todo o sexo do mundo.
Meu pai tinha ligado por volta das dez horas daquela noite e dito que
estaria aqui às 5 da manhã para “preparar” Mathew.
Eu não tinha pensado que meu pai estaria por perto quando eu tivesse que
me despedir de Mathew. Deus, odeio isso. Julie e Riley também foram
chamadas e prometeram estar aqui por volta das 5:30h para ficar comigo para
oferecer apoio moral.
Ele também não dormiu muito durante a noite, e me senti culpada por isso.
Não dormimos nada na noite passada, e se ele não dormisse esta noite, ele
estaria completamente exausto na segunda-feira de manhã – quando ele
realmente precisava de toda a sua força.
Eu amava como ele ficava sem camisa e suas tatuagens ficavam á mostra.
Eu fiquei beijando e lambendo uma delas… e Mathew gemeu enquanto eu a
colocava na minha boca, sugando.
Eu nem sequer escutei meu pai batendo na porta às 5h, a escuridão ainda
do lado de fora das janelas. Somente quando Mathew estava deixando a cama,
e eu acordei, é que minha ficha começou a cair de que hoje é:
15º DIA
William não gostou muito de ver Mathew sem camisa, mas eu estava grata
por ele ter vestido sua calça jeans, pelo menos. Eu estava no meu quarto, no
escuro, lutando para colocar minhas roupas de ontem de volta antes que meu
pai juntasse dois mais dois. Ah, quem estou enganando? Ele sabe que estamos
transando, mas eu não queria esfregar esse fato diante do seu nariz. Isso tudo
deve ser muito difícil para ele também.
Eu tinha contado a ele por telefone mais cedo que Mathew tinha
conseguido meu dinheiro de volta, acrescentando mais vinte mil dólares. Isso
pareceu aliviar um pouco a barra de Mathew com ele, mas ele ainda não
estava dando piruetas com o nosso relacionamento.
Eu saí do quarto e ele estreitou os olhos para olhar para meu rosto,
tentando entender por que nós dois parecíamos que tínhamos nos dado um
tratamento facial de criança na noite passada.
— Ah! – ele tocou sua bochecha com uma mão, limpando e esfregando os
polegares dos dedos. — É, eu já volto.
— Onde você conseguiu tudo isso? – perguntei, esperando que ele não
perguntasse sobre a maquiagem ou nada sexual sobre Mathew e eu.
Ah, ótimo.
Ele resmungou alguma coisa sobre a conta de luz e eu bati a porta com
força, fulminando ele com o olhar enquanto ele escrevia no seu maldito
caderno.
Mas eu não fiz isso. Eu guardei para mim. Exatamente como eu disse para
Mathew não fazer. Minha uma vez Voz Infinita estava muda, aprisionada.
— No entanto, isso não vai acontecer com você, Mathew. – ele ficou em pé,
tirando a agulha do plástico, acrescentando. —Me dê seu ombro, garoto.
Olhando para mim novamente, Mathew puxou a manga curta da sua
camisa para cima, expondo o ombro e se virou um pouco para William.
Minhas mãos começaram a tremer enquanto meu pai abria outro saco
plástico, esfregando o lado do braço de Mathew, abaixo do ombro.
Eu ouvi Mathew exalar ar dos pulmões quando ele injetou a agulha na sua
pele, e depois ouvi um clique.
— Tudo certo, o chip foi injetado… e está funcionando. – meu pai parecia
satisfeito. — Você está agora na Avenida Meyer, 312.
Eu soava tão fraca. Eu estou fraca agora. E estou tão chateada com meu
pai. Eu não quero saber onde o corpo de Mathew está, eu quero ter certeza
que ele vai sair daquele lugar o mais rápido possível, são e salvo.
— Obrigado, Skylar. – ele tentou sorrir para mim, dando a volta para a
cozinha, tocando minha cintura de leve e dando um beijo no meu rosto ainda
borrado.
— Não peça logo no começo para entrar no escritório dela se isso não for
normal. – ele falava com Mathew como se ele fosse retardado. — Espere pela
oportunidade segura. Não se arrisque, de maneira nenhuma. Se você estiver
em grandes problemas e precisar que eu entre lá, quero que você diga
Nostradamus. Entendeu?
— O porão. – Mathew disse em voz alta, quando meu pai não conseguiu.
Eu soltei outro suspiro, grudando nos meus cabelos perto da raiz enquanto
me inclinava sobre a pia da cozinha, desejando que eu tivesse comida
suficiente dentro de mim para vomitar. Talvez isso pudesse fazer eu me sentir
melhor de alguma forma.
— É. – meu pai olhou para Mathew, e colocou uma mão no seu ombro. —
Eu quero te dizer, Mathew, eu não gostei quando descobri sobre você e
Skylar… e o pequeno acordo de vocês… e ainda não quero que você a veja
depois que isso terminar. MAS… fazer isso… requer muita coragem. Não vou te
decepcionar. Chame… use sua palavra… e eu estarei lá.
— Eu não vou usá-la até que eu tenha alguma evidência concreta e minha
amostra de sangue de volta. – Mathew falou sem nenhuma fraqueza na voz. —
Seja o que for que você ouvir, não chegue perto do local a menos que eu diga
aquela palavra. E eu também não quero a Skylar jamais ouvindo nada daquilo.
Eles dois olharam para mim de novo e minhas mãos estavam sobre minha
boca, meus dedos agarrando meu cabelo novamente, desejando que eu
conseguisse parar de tremer.
— Certo. – Mathew olhou para meu pai agora e estendeu uma mão para
ele.
Pode não parecer muito para quem observa de fora, mas para mim,
conhecendo meu pai, era um gesto tão grande quanto um abraço caloroso.
— Hm… – Mathew olhou para mim e depois para meu pai. — Será que
podíamos… ter uns minutos?
— Oh. – ele franziu o cenho, olhando para mim, em seguida para Mathew.
—Acho que sim.
Meu pai levantou e andou pela cozinha, me cutucando de leve. Virei minha
cabeça, as lágrimas já embaçando minha visão quando ele murmurou.
Eu cerrei os punhos. Mas então abracei meu pai, querendo ele ou não. Eu
tentei não chorar enquanto ele dava tapinhas nas minhas costas, me soltando
e saindo sem olhar para trás, provavelmente ficando emocionado e tentando
esconder de mim. Policiais durões não choram. Ok, pai, como você quiser.
Olhei para Mathew, que estava parado do outro lado do balcão. Os olhos
dele doíam de se olhar. Incrivelmente lindos… hipnotizantes… surreais.
Ele caminhou lentamente até mim e antes que eu percebesse, joguei meus
braços em volta dele e fiquei soluçando na sua camisa macia, sentindo os seus
músculos abdominais sob minha bochecha enquanto ele me abraçava
apertado, seus lábios descansando na minha cabeça, tocando meu cabelo.
— Não vamos estar separados. – ele disse, sua voz baixa e aborrecida. —
Você está comigo, sempre.
— Tudo bem, não vou mentir. – ele levantou meu queixo novamente e eu
vi as lágrimas nos seus olhos e aquilo me assustou. — É uma merda que eu
tenha que voltar para lá. Não sei com o que ela está me esperando e sinto
meu estômago enjoar por ter que voltar para aquele lugar, me ajoelhar e
esperar. Mas isso é o que eu tenho que fazer, assim não vou ter que viver com
medo para o resto da minha vida, assim Katie pode ir para escola e não vou
ter que me perguntar se alguém irá pegá-la. É uma droga o que eu tenho que
fazer, mas eu vou fazer. Aconteça o que acontecer, eu vou fazer. Por você. Por
Katie. Por mim. Vai ser difícil para nós dois, mas seu pai está com a gente.
Ryan está com a gente. E se meus cálculos estiverem certos, Julie e Riley
estão provavelmente do lado de fora neste exato momento, esperando para
ficar aqui, por você também. Eu ficarei bem. Eu voltarei pra você. Eu te amo,
Skylar.
— Eu também te amo. – sussurrei, deixando minhas lágrimas escorrerem
pelas minhas bochechas enquanto ele as secava, me beijando.
— Fico feliz por você estar chorando. – ele sorriu para mim. — É bom pra
você.
Eu me agarrei com força a ele e deixei um gemido doloroso escapar dos
meus lábios, logo depois minha respiração ficando presa asperamente
enquanto eu olhava para seu rosto perfeito e forte.
Eu fiz isso. Eu o ensinei a se defender e lutar por si mesmo. E era por
minha causa que ele estava partindo para essa semana terrível e perigosa com
Claire. Eu juro por Deus e por tudo que é sagrado que se ela machucar um fio
de cabelo dele, eu irei matá-la.
Não vou dizer adeus para ele. Isso não é um adeus. Não pode ser. Eu não
vou permitir.
A maçaneta da porta rangeu enquanto ele a girava. Ele se virou e deu uma
longa olhada no apartamento, o sorriso aumentando. Se ele era um pouco
parecido comigo, ele podia nos ver em todos os cantos enquanto olhava para o
sofá, as bancadas, a cozinha, o chão, a parede, o quarto, até mesmo o
banheiro.
Eu estava morrendo por dentro… e então escutei seus passos suaves no
corredor, prestes a descer as escadas. Ele deixou a porta do apartamento
aberta, também não querendo fechá-la. Ouvi seus passos descerem as escadas
e segurei minha dor até que ele estivesse lá fora, incapaz de ouvir. Minhas
pernas tremiam, não conseguindo se manterem firmes mais… e me deixei
afundar, sentando no chão frio da cozinha – me parecendo muito melhor… e
certamente, mais seguro.
Minhas mãos trêmulas seguraram minha boca até a porta que dava para a
rua ser fechada com um leve baque.
Eu ouvi o carro do meu pai do lado de fora, o motor dando partida.
Mathew não iria com ele para a Fire. Ele tinha que pegar o trem, como
sempre, e ir para lá sozinho. Meu pai ficaria pela vizinhança, escutando o
microfone, caso ouça Nostradamus, a única palavra que daria fim ao meu
pesadelo.
Eu confio em você, Mathew. Eu te amo. Volte para nossa casa. Rápido.
Capítulo 27
Mathew POV
Uma parte do meu subconsciente sentia como se… mesmo que eu tivesse
aprendido alguns truques novos, eu ainda era aquele homem fraco, bem no
fundo.
Não. Eu não sou. Eu não vou ser. Finja por uns dias, pegue o que precisa e
depois dê o fora de lá. Você não se tornará o capacho de Claire novamente. A
batalha interna continuava enquanto eu chegava ao beco atrás da Fire.
Aqui foi onde Ryan me encontrou pela primeira vez. Eu olhei em volta por
um momento, a escuridão ainda sorrindo acima de mim. Será que teria sido
melhor para mim ter morrido neste lugar? Será que teria sido mais fácil para
todos que conheço se eu simplesmente tivesse desaparecido igual aquele
garoto?
Entrar nesse lugar estava fazendo minha pele arrepiar e na mesma hora eu
soube que eu havia mudado por dentro. Não era uma sensação normal ou
rotineira estar aqui, como costumava ser. A área dos camarins estava escura,
todas as luzes apagadas. Eu levantei minha língua um pouco na minha boca,
sentindo o quadradinho. Tome cuidado. Não o morda.
O porão sempre está trancado e somente Claire tem a chave para aquele
cômodo. Caso contrário, eu poderia me aproximar sorrateiramente daqui,
entrar no calabouço, pegar minha evidência e sair de fininho. Mas a vida não é
tão fácil assim na vida real.
Desta vez eu me trouxe por inteiro até você, sua linha do caralho.
Até agora não vi Claire. Não consigo nem mesmo sentir seu perfume neste
momento. Talvez tenha chegado aqui antes dela. Pode ser que ela tivesse
dormido até mais tarde. Aham, tá bom.
Eu estava encrencado e nada mais seria feito até que eu recebesse meu
castigo. Eu tirei minha camisa, dobrando e colocando-a na cama. Tirei meus
tênis, em seguida as meias, enfiando-as dentro deles, empurrando-os para
debaixo da cama com meus pés descalços. Eu pigarreei e desabotoei minha
calça jeans, abrindo o zíper e a puxando para baixo, separando-a da minha
cueca branca, levantando um pé para removê-la, depois o outro. Eu dobrei a
calça também, deixando ao lado da minha camisa.
Eu senti vontade de chorar. Eu quase chorei. Mas continuei gritando para
mim mesmo para ser forte, do jeito que eu era, mesmo que fosse apenas para
as aparências. Eu tentei. E então tentei de novo. E de novo.
Eu ouvi o som dos seus saltos altos descendo as escadas e enrijeci. Meu
corpo sempre enrijece ao primeiro som da aproximação de Claire. Mantenha
seus olhos abaixados. Concorde com tudo que ela disser. Não lhe mostre os
seus novos olhos, aqueles que a Dra. Skylar te concedeu.
Eu posso sentir seu cheiro agora. Eu sinto falta do cheiro de morango. Eu
sinto falta de luz. Sinto falta de lençóis quentes e travesseiros macios… e do
silêncio. Eu sinto falta da balbuciação de Skylar enquanto dorme. Eu já quero ir
pra casa. Eu estou tão fodido.
─ Bom dia, Mathew. – ela falou, sua voz soando muito serena. Eu não tinha
visto ela ainda, tudo que conseguia ver no momento era o chão abaixo da
minha cabeça. Podia ver agora parte dos seus sapatos. Só ela usaria sapatos
vermelhos e com salto de 10 cm às 6 da manhã.
─ Bom dia, Claire. – eu tentei ao máximo fazer minha voz sair sedutora e
aveludada, sentindo o quadradinho embaixo da minha língua de novo,
esperando que não levasse muito tempo até que eu pudesse colocá-lo no
porão e tirá-lo da minha boca.
Eu sinto muito, Skylar. Eu não quero te usar para uma coisa tão errada
assim… mas… eu tenho que te imaginar agora, andando ao meu redor, me
tocando como se eu fosse uma propriedade… um DVD alugado.
Graças a Deus. O silêncio pode ser tão agradável às vezes. Já outras vezes
não. De repente, eu me lembrei dos meus lábios com grades de celas de prisão
desenhadas neles e mantive meus olhos fechados com cuidado, tentando
afugentar a lembrança por ora.
─ Veja só o que a Raven fez com você. – ela falou com uma voz casual à
medida que deixava sua mão se arrastar até a parte detrás do meu pescoço,
seus dedos acompanhando os sinais que eu exibia na região.
Suas mãos agora estavam na minha bunda e ela parou atrás de mim, um
pé em cada lado das minhas pernas, e pisou na carne ali. Meus olhos se
fecharam com um pouco mais de força, meu maxilar trincado, e meu treinador
interno ordenou que eu relaxasse imediatamente. Você está agindo por
debaixo dos panos, ele me disse, faça a sua parte, cacete.
─ Ela acabou com você, também. – Claire parecia já saber disto e parte de
mim pensou que talvez ela tivesse falado com Raven após o fato, e minha
paranoia aumentou.
Depois de alguns minutos, ela parou com aquilo e agarrou a parte de trás
do meu cabelo, me puxando para meus joelhos novamente, dizendo:
Eu senti seus dedos beliscarem meu quadril e uma pequena porção de pele
estava sendo torcida entre seu polegar e dedos. Eu me contraí, mas não me
atrevi a gritar ou sequer soltar a respiração.
Sua mão se chocou no meu rosto com força e eu senti uma lufada de ar
escapar pela minha boca. Porra! Eu quase perdi o microfone. Eu apertei minha
língua sobre ele, fechando minha boca.
Seu punho se apertou em meu cabelo e então pude sentir sua raiva. Eu
costumava me orgulhar do fato de que fazia meu trabalho e nunca reclamava,
que jamais dava qualquer problema para Claire. E pensar nisso agora me dava
vontade de vomitar. Eu me pergunto o que Skylar viu em mim no meu
primeiro contato com ela, as coisas que eu disse… a fraqueza dentro de mim
deve ter lhe causado repulsa.
─ Você não merece minha coleira. – ela disse, parando na minha frente
agora, as mãos descansando nos meus ombros.
Essa é a primeira coisa que ela disse que coincide com a verdade.
─ Entre.
Eu não precisava erguer os olhos para saber o que havia aqui. Esse quarto
tinha se tornado tão familiar para mim quanto o restante da boate. Era um
cômodo enorme e aberto, sem nenhuma janela, novamente com paredes de
tijolos cinza com uma série de diferentes ganchos e prateleiras, expondo cada
brinquedo e instrumento que Claire possuía, anos a fio acumulando objetos.
Havia uma cruz no canto mais distante, coberta com um lençol geralmente,
que tinha um X gigante de couro preto com alças de metal em cada
extremidade e um cinto de restrição no meio para prender a cintura de uma
pessoa.
Também tinha a jaula, uma redonda e alta pendendo do teto. E outra
menor no canto esquerdo que eu só poderia me sentar na posição fetal.
A porta se fechou atrás de nós, mas não a escutei passar a tranca, como
sempre.
Eu fechei a cara e senti meus olhos estreitarem de raiva. Ela estava falando
da Skylar. Sua vadia desgraçada! Eu quase ergui meus olhos até ela, mas
então o escravo dentro de mim, que queria continuar com o meu teatro, me
agarrou pelo pescoço, me lembrando do que eu estava tentando cumprir aqui.
Senti o metal frio nos meus pulsos, e o clique das trancas das algemas ao
redor deles. Ouvi o tilintar de correntes e outro metal tocando a parte frontal
do meu pescoço, um cadeado sendo apertado na minha nuca. A corrente atrás
de mim estava sendo puxada novamente e meu pescoço foi forçado para trás
até que eu estava encarando o teto, outro cadeado sendo colocado, segurando
as correntes da minha coleira e as algemas ao redor dos meus pulsos, me
prendendo numa posição onde minhas costas ficavam arqueadas.
─ Não gosto de fazer isso com você, Mathew. – ela deslizou um dedo do
meu queixo ao pescoço.
Em seguida, ela foi para trás de mim e começou a colocar algemas de
metal em volta dos meus tornozelos, e a ligar a corrente nelas também,
prendendo meus pulsos firmemente a elas.
Qualquer ereção que eu tinha até então estava morta e pude sentir,
sabendo que eu seria punido por isso em algum momento de hoje.
─ Olá, Mathew. – ele falou com uma voz grave e masculina, um sorriso
sincero estampado nos lábios.
Eu me limitei a soltar outro suspiro, rezando para que isto não fosse o que
eu estava pensando que era. Claire não faria isso comigo. Ela sabe como eu
abomino a ideia. Mais do que tudo. Eu lhe disse desde o princípio… sem
homens. Ah porra!
PORRA! Não, Claire, NÃO faça isso comigo! Não fui tão terrível assim! Não,
ela não vai fazer isso. Ela está tentando me botar medo.
Ele ficou parado diante de mim e hesitou quando sua mão começou a se
erguer na minha direção. Eu estava ciente da minha respiração agora e isso
não era bom. Ambos estavam me deixando em pânico e em grande escala. Eu
tentei controlá-la… a fim de me recompor.
Talvez ele não soubesse que isto era um castigo gigantesco para mim, um
que eu jamais queria conhecer.
Ela puxou minha cabeça para trás e deu um tapa bastante forte na minha
boca. Eu estremeci, sentindo a dor latejante no local.
─ Ele não tem permissão para falar! – ela puxou minha cabeça mais uma
vez e pensei ter sentido o gosto de sangue. Eu apertei minha língua sobre o
microfone em minha boca, tentando manter a calma, assim não perderia ou
engoliria o aparelho.
─ Mas se quiser que ele fale, fica a seu critério. – Claire falou a Kevin. ─
Não acredito que ele te dará muitos problemas. Assim que se acostumar, ele
vai ficar bem.
─ Você me conhece, Claire. – Kevin disse. ─ Não sou um mestre cruel. Sou
muito gentil com meus submissos.
─ Eu sei que é. – ela parecia que estava sorrindo. ─ É por isso que te
escolhi para ser o primeiro de Mathew. Ele é meu bebê e eu o amo. Odeio vê-
lo machucado… mas decidi que ele precisa disso. Ele está pronto.
O PRIMEIRO? Como se fosse haver mais homens? A coisa mais nojenta era
ouvi-la dizer que me ama.
─ Ele só está com medo. – ela disse, enquanto eles olhavam para meu
rosto, que eu tenho certeza que estava manchado de lágrimas neste momento.
Kevin estava tocando meus lábios com seu polegar e notei que eu estava
ofegando por ar.
─ Deixe eu me despedir dele e ele será todo seu. – ouvi Claire dizer e
Senhor Kevin se afastou para um ponto distante do quarto para nos dar
alguma privacidade.
─ Claire, por favor, por favor… – eu arfava, tremendo como uma folha,
contra a minha vontade. ─ Não faça isso, POR FAVOR! Eu farei tudo que você
disser, eu juro!
─ O Senhor Kevin é muito bom. – ela disse depois que cortou o beijo. ─
Você seja um bom menino para ele e te vejo hoje à noite. Eu prometo.
Eu me sinto como uma criança sendo deixada no primeiro dia do jardim de
infância.
Skylar, por favor, por favor, não escute, não me odeie. Eu não estou
falando isso de coração, eu tenho que falar. Eu direi qualquer coisa para
escapar disso.
─ Eu te amo também, Mathew. – ela tocou o meu queixo. ─ É por isso que
tenho que te castigar quando você não está se comportando. Vai ser bom para
você. Lembrar o que você é… E a quem você pertence. Quando eu voltar,
conversaremos.
─ Não, por favor, não me deixe, Claire. Não me deixe aqui! – eu pisquei e
senti mais lágrimas se derramarem, eu balancei minhas correntes quando me
debati um pouco, a minha ficha realmente caindo agora… ela ia me deixar com
esse cara o dia todo!
Ela deu alguns passos para trás, seus olhos encarando os meus com
desejo. Mais uma vez, ela parecia tão excitada que me dava nojo. Ela gosta de
ver o medo, adora me ver chorar que nem uma criança, e posso apostar que
ela adora quando eu confesso meu amor por ela. E ela ainda chama a Skylar
de vadia.
Eu estremeci, não querendo nada mais do que beber o seu sangue
enquanto dançava em volta do seu corpo sem vida. Mas eu sabia que se não
obedecesse, ela poderia trazer outro homem aqui para mim amanhã.
Eu tentei disfarçar meu ódio por ela, não sabendo se estava fazendo isso
muito bem, e arfei.
─ Obrigado, Claire.
Eu senti as unhas dele se movendo em círculos nas minhas costas e ele
respondeu, tão docemente quanto ela.
UGH! Essa era a única coisa que eu jurei que jamais aconteceria comigo. O
único pesadelo que eu tinha conseguido escapar… até agora.
─ Eu te amo, Mathew.
─ Você pode relaxar agora que sua Mestra foi embora. – ele tentou me
confortar. Mal sabia ele que não era ela que me perturbava.
Eu não posso. Não posso deixar ninguém ouvir isso. Me desculpe, William.
Desculpe, Skylar. Não fique assustada. Eu vou sair quando tiver minha
prova. Não precisamos de um microfone.
Eu mordi com força, o sentindo quebrar e estilhaçar entre meus dentes à
medida que mordia de novo, e engolia os fragmentos minúsculos. De repente,
sua voz estava bem atrás de mim e quando ele falou, saltei ligeiramente.
─ Não precisa ter medo de mim, Mathew. – ele disse, suavemente, suas
mãos massageando meus ombros, seus lábios quentes contra meu ombro
enquanto eu enrijecia, me contraindo, tentando controlar minha respiração
apressada.
─ Eu gosto de você. – sua voz vinha como vento sombrio arás de mim e ele
lentamente deu a volta, parando na minha frente enquanto seus olhos
pareciam passear pelo meu rosto.
─ Você é tão bonito. – ele disse, parecendo estar falando sério. ─ Seus
olhos… sua pele… seu nariz…
Ele passou o dedo no meu nariz, dando uma batida de leve na ponta, e eu
me afastei para trás, não me mexendo muito, na realidade, com as algemas e
correntes me segurando na posição.
─ Sua boca… – ele tocou meus lábios novamente com seu polegar e
acrescentou. ─ Tão macia. Uma boca tão beijável.
Ele se curvou e separou os lábios, prestes a encostar nos meus, mas puxei
minha cabeça para trás, sentindo a força das correntes atrás do meu pescoço,
me contraindo de dor quando elas se estenderam com a minha resistência.
Eu pisquei outra vez, e meus olhos traíram meu olhar forte decadente.
Lágrimas de novo.
Eu queria que esse homem fosse nojento e asqueroso e que acabasse com
isso de uma vez por todas. Mas eu tenho certeza que era isso que Claire tinha
em mente. Um dia lento e arrastado de puro sofrimento, um amante tolerante
que simplesmente esfregasse isso na minha cara, me dizendo que se
importava e que me achava bonito. Essa era sua versão de uma piada doentia.
E eu era o alvo dela.
─ Por favor, não chore. – ele falou, colocando suas mãos em meu rosto e
se inclinando, beijando minhas lágrimas. ─ Eu prometo não te machucar. Não
chore.
Eu fechei meus olhos, encostando minha testa nas grades da minha jaula e
lágrimas pesadas escorreram pelo meu rosto, desta vez pelos dois olhos, a luz
laranja suave me fazendo companhia enquanto eu tentava esquecer o meu
dia.
Senhor Kevin havia me deixado a mais ou menos uma hora atrás. Ele tinha
me informado que estava quase na hora do jantar e que tentaria me arranjar
alguma coisa para comer. Eu não o tinha visto desde então.
Eu segurei meu cabelo com força, chorando enquanto percebia que minhas
pernas continuavam tremendo.
─ Pare. – eu falei em voz alta para elas, colocando uma mão na minha
coxa.
A luz branca foi acesa e meus olhos se apertaram, cegados pelo clarão
repentino.
Claire entrou e fechou a porta atrás dela, segurando uma rosca e uma
garrafa de água, sorrindo cheia de si para mim, como se estivesse me
trazendo um jantar cinco estrelas.
Eu mantive meus olhos abaixados, rezando para alguém – qualquer pessoa
– para me ajudar a aguentar meu percurso. Eu tenho que fingir obediência
agora. Tenho que ficar apaixonado por essa Rainha das Megeras de primeiro
nível.
─ Coma, querido. – ela ofereceu e peguei sem olhar para ela. Eu não
conseguia. Se olhasse, eu rasgaria sua garganta e ficaria preso aqui por quem
sabe quanto tempo?
─ Não.
─ Eu te amo, Claire.
Eu levantei meus olhos completamente para ela e ela me encarou de volta,
cheia de simpatia nos olhos.
─ Sei que está magoado, chateado… e em choque. – ela falou. ─ E não te
culpo. Eu não quero te castigar assim nunca mais. Mas você mereceu. Não sou
tão idiota quanto você pensa que sou, Mathew. Coma seu jantar… e voltarei
mais tarde. Tenho que ir lá para cima, a boate irá abrir daqui a pouco. Tire uns
minutos de sono depois que comer.
Eu me pergunto se Ryan está no andar de cima. Espero que a Skylar não
tenha ligado para ele depois que quebrei meu microfone. Ele não pode entrar
aqui, ele não tem a chave. Tomara que ele não tente chegar perto daqui. Ele
vai se meter em problemas.
Eu cheguei a adormecer algumas vezes, mas a luz era forte demais. Eu
queria que a luz vermelha fosse acesa ou que todas as luzes fossem apagadas
completamente, me concedendo um maravilhoso vazio negro.
Não sei quanto tempo tinha se passado, mas depois de uma eternidade,
ouvi as travas serem abertas novamente. Eu me mexi para me sentar na jaula,
esfregando meu olho e estremecendo por conta dos meus músculos doloridos.
Eles tinham ficado acostumados a cama macia à noite, ao calor, e não a se
curvarem numa bola enquanto eu dormia.
─ O Senhor Kevin foi bom para você, Mathew? – ela perguntou enquanto
andava para mais perto de mim.
─ Sim, Claire. – respondi, tentando não soar morto por dentro, desejando
que ela simplesmente me deixasse tentar esquecer disso, desejando que ela
parasse de brincar comigo a sobre esse assunto.
─ Ele ficou muito satisfeito com você. – ela estava afagando meu cabelo e
tentei agir como se gostasse de seu toque. Eu fechei meus olhos e inclinei um
pouco minha cabeça para sua mão, dando um leve suspiro.
─ Ele se ofereceu para te comprar de mim. – ela deu risada. ─ O que você
acha disso, bichinho?
─ Por favor… não… – eu arfei. ─ Eu quero ser seu. Não quero pertencer a
mais ninguém. Eu amo você, Claire… minha Mestra…
Por favor, faça-a acreditar nisso, eu não sei se fui muito convincente, mas
senti seus dedos na minha bochecha e fui mais adiante, me atrevendo a
obrigar meus lábios a cobrir sua mão de beijos.
─ Eu não tenho namorada, sou seu escravo. Seu escravo para sempre. –
eu disse, esperando que eu não estivesse sendo exagerado demais.
─ Não sei não, Mathew. – ela disse, desconfiada. ─ Você parecia bastante
feliz com aquela garota na semana passada… e você me desafiou para
protege-la. Acho que você gosta muito dela.
─ Não. – ouvi minha voz ficar mais baixa e grave enquanto começava a
dizer as mentiras mais obscuras que podia. ─ Eu estava trabalhando. Não me
importo com ela. Ela não conseguia nem foder decentemente, tive que ensiná-
la tudo. Estou esgotado depois de duas semanas com ela. Ela era uma pirralha
que só reclamava. Uma nerd magrela. Eu mal podia esperar para voltar para
casa. Eu senti tanto sua falta, Claire. Por favor…
Espero que ela tenha acreditado no meu discurso estúpido sobre Skylar. Eu
não queria que Skylar corresse qualquer perigo de sentir a ira de Claire.
─ Por que você se pôs na frente dela naquela noite, Mathew? – ela tirou
alguma coisa da parede e estava caminhando até mim de volta.
─ Além disso, ela me contou que o pai dela já machucou suspeitos antes. –
acrescentei. ─Ele faz o que quer com as pessoas que o irritam. Ele baleou a
mão de um homem durante um interrogatório. Eu estava te protegendo,
Claire.
Em seguida, ela abriu um grampo de mamilo prata que tinha dentes
afiados e o fechou ao redor do meu mamilo endurecido. Eu dei um gemido
baixo, fechando meus olhos, suportando a dor familiar, acostumado a esse tipo
de aflição.
Eu não resisti ou fiz mais qualquer barulho enquanto ela lambia meu
mamilo esquerdo agora, mordendo-o sem pena até que estivesse ereto, pronto
para seu grampo. Senti os dentes de metal me morder e prendi a respiração,
suportando.
Ela riu e beijou minha bochecha, como se estivesse arrependida por fazer
piada às minhas custas.
─ Me beije. – ela olhou para baixo e seus lábios estavam bem acima dos
meus.
Eu devorei sua boca, ficando de joelhos tanto quanto possível enquanto
minha língua se movia na dela e meu beijo molhado se esforçava para tragá-la
para dentro. Eu fechei meus olhos e imaginei os seios de Skylar… seu bumbum
delicado que corava quando ela se excitava. Eu senti meu pau endurecer só
com o pensamento da sua imagem e fiquei aliviado. Eu tenho que convencer
Claire da minha lealdade outra vez. Tenho que fazê-la sentir que a amo. Eu
preciso reconquistar sua confiança.
Eu me atrevi a falar, esperando que não fosse punido severamente por
isso.
Preciso ser cuidadoso, acho que estou indo longe demais. Mas então ouvi
Claire gemer e conclui que ela está gostando.
─ Eu te amo, Claire.
Eu mal conseguia pronunciar as palavras sem ter ânsia de vômito, mas
acho que fui bem. Claire estendeu a mão e encontrou minha ereção,
enroscando sua mão ao redor dela, abaixo da glande.
─ Você não tem permissão para gozar. – ela disse. ─ Você ainda não está
fora, garoto.
─ Sim, Claire. – eu fechei meus olhos, pensando em freiras e nos dedos de
Senhor Kevin na minha boca.
Skylar POV
Hoje deve ser o pior dia de toda a minha vida. E olha que eu já tive alguns
dias de merda antes.
Após passar uma hora e meia chorando, Julie e Riley levantaram minha
bunda do chão da cozinha e me fizeram tomar um banho. E então eu fiquei ali,
pelada, debaixo da ducha quente de água, soluçando por mais outros trinta
minutos enquanto tentava me lavar. Eu continuava vendo Mathew molhado
diante de mim, lavando meu corpo, beijando meus joelhos.
O que está acontecendo com ele agora? Ele está gritando? Sangrando?
Com medo? Como diabos eu posso ir pra faculdade ou sequer tomar um
banho, e esquecer por um segundo que ele está sendo torturado neste exato
momento? Como ele pensava que eu realmente seria capaz de funcionar
direito nestes próximos dias? Ele deve pensar que sou feita de aço ou algo do
tipo.
Eu queria ligar para o Ryan, mas Mathew me fez prometer não fazer isso a
menos que fosse absoluta emergência. Ryan está tão amarrado a Claire quanto
Mathew neste momento. Eu queria ligar para meu pai e perguntar a ele o que
está acontecendo com Mathew. Mas por outro lado, eu tinha tanto medo de
saber. Então, disse a mim mesmo que eu devia saber. Eu sou sua médica,
afinal de contas. Eu devia ser corajosa e enfrentar isso. Mas aí, comecei a
chorar novamente.
Eu nem mesmo lembro da caminhada até a faculdade. Acho que Julie
apenas puxou meu braço pelo caminho todo e eu simplesmente segui, como
uma ovelha estúpida.
Eu fiquei sentada durante as aulas, como uma vítima de coma. Eu não ouvi
uma palavra que meus professores disseram. Eu me sinto morta. Só que pior.
Os mortos tem paz. Eu não.
Riley anunciou depois do jantar que íamos ter uma noite do pijama hoje,
na minha cama.
Tenho que enfrentar isso. Ok, Skylar. Respire fundo. Vá para o seu quarto.
Uma tira de papel que dizia: “O amor é o melhor remédio para um coração partido.” E
havia um pedaço de papel, uma página arrancada do meu bloco de anotações.
“Skylar,
Por favor, guarde meus bens mais preciosos. E por favor, cuide
do meu coração.
Deixei ele aí com você.
Eu te amo pra sempre.
Mathew.”
Que ótimo, bem quando achei que não poderia chorar mais. Aqui vou eu de
novo.
Com as mãos tremendo, coloquei o anel no meu dedo do meio, como uma
aliança de casamento. Coloquei o colar, esperando que me trouxesse coragem
e o poder de um urso. Li seu breve bilhete novamente e sorri, o amando ainda
mais. Eu o virei, e vi minha própria letra ali.
“Eu o adoro”. dizia.
Eu tinha ligado para o meu pai algumas vezes e deixado mensagens. Ele
nenhuma vez atendeu seu telefone e detestei aquilo. Você acharia que por ser
um policial, ele entenderia. Ele sabia que eu ia enlouquecer de preocupação.
Ele bem que podia me ligar! Eu estava furiosa com ele há horas e não foi até
às 2h da manhã que recebi uma mensagem de texto dele.
“Está tudo bem, não se preocupe. Ligo pra você amanhã. Pai”
É isso? Está tudo bem? Seu babaca! Meu pai provavelmente está se
divertindo ouvindo-o sofrer.
Não, isso não é justo. Sei que ele não é assim. Ele só está tentando
tranquilizar minha cabeça. Eu gostaria que ele apenas me dissesse a verdade
sem rodeios. Eu fechei meus olhos e sabia que Mathew jamais me ouviria ou
veria meus pensamentos. Mas os enviei para ele mesmo assim.
Mathew. Eu sinto tantas saudades. Eu amo você. Espero que você não
esteja sofrendo. Espero que esteja dormindo. Que esteja aquecido e
confortável. Espero que não esteja com medo. Espero que saiba que não está
sozinho. Você tinha razão. Nós estamos juntos, sempre. Eu estou com você,
sofrendo junto com você. Você nunca ficará sozinho em mais nada. Eu estou
com você. Mesmo no Inferno… eu estou com você. Jamais vou te abandonar.
Mathew POV
Soltei um rosnado do fundo da garganta; ela continuava cavalgando em
mim, não demonstrando nenhuma misericórdia pela minha mandíbula ou rosto
enquanto se chocava com cada vez mais força em cada salto.
Para falar a verdade, foi a coisa mais fácil que eu tinha feito no dia inteiro.
Apesar de machucar meu maxilar, eu não me importava com isto. Eu não
precisava transar com ela e isso estava mais do que perfeito para mim. E os
choques… uma regalia bem-vinda depois do dia que tive com o Senhor Kevin.
Eu a beijei, como se estivesse faminto por ela, que rompeu o beijo depois
de um minuto.
Uma coisa era ela mandar um homem me atacar e fazer o que quisesse
comigo o dia inteiro, mas agora ela estava fazendo piada e me provocando
sobre isso.
─ Oh, tão lindo. – ela comentou, observando meu rosto com atenção. ─
Quem dera eu tivesse um pau que você pudesse chupar.
Ela se erguia e rebolava, sentando no meu rosto e olhando para meu peito
agora, torcendo o grampo de mamilo cruelmente, sua bunda tampava meus
olhos e nariz, minha boca conseguindo uma brecha de ar de vez em quando
enquanto eu serpenteava minha língua nela.
Eu tentei sufocar meus gritos, no entanto ela esfregou meu mamilo que
latejava, lambendo seus dedos e os esfregando com mais força, ajudando a
aliviar um pouco a dor.
Eu precisava de mais ar, então comecei a mordiscar toda região macia que
conseguia alcançar.
Quando ela passou sua mão para o outro grampo de mamilo, me ouvi
choramingar, antecipando a dor prestes a vir quando ela o puxasse.
Eu estava rosnando e rugindo enquanto ela beijava meu quadril e senti a
boca dela na glande do meu membro, lambendo e enviando um calor úmido ao
redor dele.
─ Eu não devia. – ela disse. ─ Mas sou muito mole com você.
Ela estava chupando meu pau com firmeza, tentando amenizar a dor do
meu mamilo… e então a senti dar um tapa no grampo nos meus testículos.
Ela estava me levando mais fundo e se movimentava mais rápido, pra cima
e pra baixo, e abriu os dentes do grampo. Eu arqueei minhas costas, a
levantando comigo enquanto esbravejava e enrijecia, sentindo minha bunda
atingir o couro e, em seguida, se erguer num solavanco de novo.
Eu senti a umidade nos meus olhos enquanto engolia um pouco de ar, e
logo depois girava minha língua e lambia os cantos do seu sexo… Claire estava
massageando e brincando com meus testículos com uma mão e comecei a me
acalmar, sondando com minha língua, procurando seu clitóris – o ponto
favorito de Claire.
Eu a queria longe de mim, mas quase me esquecera de que havia grampos
nas minhas coxas.
Deus é Pai.
Chega… Deus, por favor… chega por hoje. Mas eu sabia que haveria mais.
Sempre havia com Claire. Esse foi apenas o primeiro dia.
Capítulo 28
Mathew POV
Viro-me para dar um ou dois passos para o outro lado, não querendo
continuar andando, mas é melhor do que apenas estar em um ponto. Manter o
sangue fluindo. Caminhar.
Eu posso sentir a baba nos cantos da minha boca e ela tem viajado por
todo o caminho, passando no meu pescoço e no meu peito agora. Deve ser
horas desde que Claire me deixou aqui sozinho. Ou talvez só pareça.
Sem pensar, meus dedos tocaram as correntes que cavaram em meu rosto
com muita força, fazendo marcas na carne, conectadas atrás do meu pescoço
com um belo cadeado pesado. Ouvi-me dar um gemido quando eu novamente
tentei passar meus dedos sob as correntes no meu rosto, mesmo que fosse
apenas para massagear a pele e os músculos que estavam embaixo também
não apreciando suas restrições rigorosas.
Ainda sem uso. Eu até tentei chupar meu rosto e fazer isso, mas não
funcionou também. Eu nem deveria estar tentando tirá-la. Se eu fizer e não
puder colocá-la de volta quando ela voltar, eu sou carne morta. Então, eu
estou amordaçado e a mordaça está presa por cima de mim. Eu não posso
nem olhar para baixo, se eu quisesse. Eu posso olhar diretamente para a
frente e para cima, mas nada inferior a isso. Eu não posso deitar, não posso
sentar, não posso sequer ajoelhar, não que eu queira. Eu estou tão cansado.
Eu não dormi a noite toda e eu acho que é o dia seguinte agora.
Eu tentei chegar à parede, talvez eu pudesse me inclinar sobre ela. Isso não
funciona também. Não é possível alcançar as paredes. PORRA!
Claire… Ela poderia me fazer sofrer mesmo quando ela não está aqui.
Eu esfrego meus olhos, desejando que eles não doessem tanto da falta de
sono. Eu os fecho, meus passos memorizados pela minha corrente enquanto
eu quase durmo caminhando. Aproveite este tempo para si mesmo, minha
mente diz, é melhor do que ter Claire aqui. Bem, isso é verdade. Mas eu daria
qualquer coisa para deitar por alguns minutos, mesmo que seja no chão duro.
Estou com sede. E com fome. E eu vou ter que fazer xixi em breve. Vou ter
que fazer no chão de cimento se ela não vier logo. E eu serei punido por isso
também. Exatamente como ela quer. Eu tinha que beber aquela garrafa inteira
de água.
E eu estou tão cansado de andar para trás e para frente aqui! Isso é
suficiente para me enlouquecer! Eu aposto que não vou vê-la o dia todo. Eu
simplesmente tenho que suportar isso. Até a próxima posição divertida em que
ela me colocar.
Deus, quanto tempo? Eu me sinto como se eu estivesse aqui por dias, indo
e vindo como um animal encurralado!
Eu até mesmo fantasiei com a ideia de pegar a corrente que sai da bola na
minha boca e puxá-la para baixo tão forte como o meu peso permitiria. Mas
não, eu não posso deixar haver qualquer prova de eu fazendo isso quando ela
voltar para dentro. Eu não posso sequer mostrar-lhe a minha raiva e gritar
com ela. Eu odeio isso mais do que tudo.
Ela olha furiosa e arremessa seu braço, um chicote vindo até mim. Eu o
pego na minha mão, sentindo o corte e o sangue molhado em minha mão, mas
eu estou acostumado com a dor. Eu o enrolo em volta do pescoço dela e faço
girar suas costas ao meu peito.
Ela engasga e instantaneamente fica tensa quando eu fecho o chicote ao
redor do seu pescoço fino de cobra e corto-lhe o ar. Suas unhas perfeitas
agarram atrás dela para mim, mas eu estou fora do seu alcance.
“Morra, sua puta!“ Eu rosno em seu ouvido, as últimas palavras que ela vai
ouvir, "MORRA!”
Quem está batendo aqui? É dia. A boate deve estar vazia agora.
Foda-se! Eu viro para a porta e ando até eu não poder mais. Estou tão
longe da porta.
Tentei dizer sim, mas com a bola na minha boca saiu como:
─ MMMSS.
Eu bati duas vezes, alto, aliviado que pelo menos pudéssemos nos
comunicar de alguma forma.
Eu queria dizer a ele para não correr o risco de ser pego, mas eu tenho
certeza que ele não seria. Ele era inteligente e conhecia Claire ainda melhor do
que eu.
─ Eu gostaria de poder entrar aí, cara. Sinto muito. Ela te deu alguma coisa
para comer?
Eu bati uma vez. Bem, eu tive um pão velho, mas isso foi ontem.
Eu bati uma vez. Não, Ryan! Não chute a porta ou estrague-a, ela vai ver!
Basta voltar lá em cima, eu vou ficar bem.
Ele acalmou lá fora e pude ouvi-lo respirar um pouco mais pesado. Ele
realmente parecia chateado que eu estava sendo punido. Ele é realmente um
grande amigo. Eu me sinto um pouco melhor, sabendo que tem alguém tão
perto que se importa, mesmo que ele não consiga entrar.
─ Aguente firme, Mathew. Vou tentar voltar mais tarde. – ele disse, soando
como se desejasse que pudesse ajudar mais, mas tinha sido o suficiente. Ele
me deu força. Isso me manteve.
E eu andei novamente.
Ele não disse nada sobre Skylar. Eu acho que ela não ligou para ele. Bom.
Eu me pergunto o que William está fazendo lá fora agora. Espero que ele não
tente vir aqui de alguma forma.
William POV
Tudo bem, o microfone está morto. Tenho que lidar com isso.Observar a
boate. Parece que Claire, a mulher loira que Mathew me falou, havia deixado
esta manhã, e não havia ninguém entrando ou saindo… Até agora.
Um cara alto. Fiz algumas anotações. Cabelo cortado loiro, grande porte.
Um dançarino, talvez. O mais provável. Este poderia ser o garoto que eles me
descreveram como… Ryan. Mathew considera esse cara um amigo. Ele é o
único lá dentro agora, além de Mathew. Talvez eu veja alguma ação aqui em
breve. Talvez ele solte Mathew. Ele estava no porão, provavelmente.
Verifiquei o lixo nas lixeiras e elas estavam todas livres de corpos. O chip de
Mathew ainda diz que ele está aqui no clube, então ele deve estar lá. Esse cara
provavelmente está indo lá para verificar Mathew, certificar-se que ele esteja
bem. Espero que ele não esteja indo para torturar Mathew, talvez arrancar
algumas informações dele.
Meu celular vibra novamente. Olho para tela enquanto ando eu e vejo o
nome de Skylar. De novo? Droga, Skylar, eu estou tentando trabalhar em um
caso aqui. Sozinho, sem apoio ou ajuda. Eu sei que você se importa com o
garoto, mas por favor, deixe-me fazer o meu trabalho. Eu odeio mentir para
ela e dizer que está tudo bem. Ela pode ver através disso. Ela já fez antes. Se
algo não acontecer amanhã para me dar alguma pista sobre o que está
acontecendo lá dentro, eu vou ter que dizer a verdade a ela. E encontrar uma
maneira de entrar.
Eu gostaria de ter uma cerveja agora. Mas, não, eu estou de plantão. Será
este lugar tem noite de homens ou algo assim? Eu poderia ser um cliente,
embora eu não saiba se poderia parecer feliz em ver um monte de caras
sacudindo seu lixo no palco.
Skylar POV
Estou na sala de aula e, mais uma vez, meu pai optou por não responder a
minha chamada. Eu te odeio, pai!
Mas estou irritada como o inferno com você! Diga-me uma coisa, maldito!
─ Estou pronto, Dra. Skylar. – ele disse com uma voz calma. ─ Você
pode ter o seu tempo com o meu cérebro… E depois, com meu corpo.
Embora eu ache que você vá desfrutar de um mais que o outro.
Ele abafou uma risada, olhando para mim como um menino. Não
pude deixar de sorrir para ele, mesmo nas minhas memórias sua
risada era maravilhosa… E eu posso ver seu rosto… Ele é tão bonito
quando ri.
Questões familiares.
─ Mathew…
Evasão.
Eu esperei sem dizer nada, até que ele decidiu falar novamente. Ele
ainda tinha o meu cheque no seu bolso de trás. Eu queria mencionar
isso, porém não o fiz. Eu tinha que deixá-lo vir até a mim.
E por que meu pai não me liga de volta? E se alguma coisa horrível
aconteceu com ele?
─ Minha vez. – Mathew estava dizendo na fita agora, e eu me lembrei dele
quando ele sorriu para mim, me olhando de cima abaixo.
Fácil. Sim, vendo-o voltar ao seu mundo, agora eu posso ver que estas suas
questões antes tão difíceis eram muito fáceis e leves em comparação com a
verdade de seus pais, sua filha, sua esposa, Claire.
James passou por mim e colocou um papel virado para baixo sobre a minha
mesa, indo para o próximo aluno e colocando um em sua mesa. Olhei em
volta, ele estava entregando-nos de volta os nossos testes da semana
passada, antes de eu tirar meus dias de folga.
Eu franzi a testa, mas não olhei para ele. Lembrei-me dele aparecendo no
meu apartamento com café. Se isso fosse algum tipo de tentativa de um
encontro, eu esmagaria suas bolas no pepperoni. Mas talvez ele quisesse falar
sobre a faculdade. A sala de aula é o lugar para isto, não a Pizzaria do Moe.
Dobrei o teste e o coloquei na minha pasta, batendo o botão de play, voltando
para a voz de Mathew.
Mathew POV
Eu tive que me puxar para cima dos meus pés novamente, minhas mãos
segurando a corrente que sai da minha boca para empurrar as minhas pernas
cansadas para cima, cambaleantes, mas de pé. Eu simplesmente parei por
algum tempo, esquecendo a porra de andar para trás e para frente… Para trás
e para frente. Eu parei, sentindo minhas pernas tremendo e meu corpo
reclamando, querendo descansar… Querendo dormir… Querendo deitar… Só
por um momento.
Senti-me tão fraco que pensei que iria desmaiar. Estou com tanta fome.
Preciso de água. Eu preciso dessa merda de bola fora da minha boca! Continuo
babando e eu nem sequer tento limpar mais. Eu não dou a mínima mais. Eu
quero gritar por Ryan, o orgulho que se dane. Mas eu não posso. Ele vai tentar
entrar aqui, se ele achar que estou ferido, ele vai acabar aqui comigo por isso.
Contra a minha vontade, com nojo de mim mesmo, eu ouvi a minha voz
soluçar:
─ Claire…
Agora, enquanto eu estou aqui, ela é Deus. Ela é a água. Ela é a comida.
Ela é demais. Ela é a vida. Ela governa. E eu odeio isso. Eu a odeio. E de
novo… Eu quero vê-la morta.
Que horas são? Que dia é hoje? Já estive aqui dois dias… Ou três? É apenas
um?
Ela tinha uma garrafa de água e um pequeno saco marrom nas mãos e eu
avancei em sua direção, querendo aquela garrafa com todo o meu coração. Eu
gritei, sentindo a corrente me lembrar de minhas limitações e eu estremeci,
ofegante, sem vergonha de mostrar meu estado, conforme eu segurava as
correntes em minhas bochechas, rosnando de dor.
─ Isso não foi uma boa ideia, não é? – ela sorriu carinhosamente para a
minha angústia, como se ela tivesse me deixado ali só por cinco minutos.
Eu rosnei mais alto, parecendo hostil dessa vez e irritado, não dando a
mínima enquanto pensamentos violentos invadiam minha mente… E então
deixei isso de lado e olhei para ela.
─ Doze horas não é suficiente para você, dessa maneira? – ela perguntou,
dando-me a minha resposta.
Eu pensei que ela gostava de mim, de alguma maneira. Mas ela claramente
não gosta. Eu não faria isso com ela ou com qualquer pessoa nem por duas
horas, e ela me deixa aqui doze?
─ Pare com isso! – ela gritou comigo como se eu fosse um tigre treinado
que não obedecia a seus comandos. ─ Pare com isso agora ou eu vou por mais
doze horas! Fique quieto, Mathew. Respire.
Olhei para ele e deixei minha respiração acalmar. Senti outra lágrima
escorrer dos meus olhos e cortar um caminho pela minha bochecha quando eu
parei de fazer barulho. Lentamente, tirei minhas mãos das correntes no meu
rosto e as coloquei ao meu lado, soltando meus dedos, não cerrando em
punhos mais.
─ Bom menino. – ela esperou, olhando-me por mais algum tempo antes que
ela decidisse confiar em mim.
Sem se mover na minha direção, ela colocou o saco no chão com a garrafa
de água e cruzou seus braços, sua sobrancelha levantou mostrando que ela
ainda estava no comando aqui, apesar da minha explosão.
─ Não gostou disso, gostou, menino? – ela parecia feliz que sua punição
causou um impacto.
Ela se moveu para atrás de mim, colocando um beijo nas minhas costas e
ouvi um pequeno estalo e a corrente ao redor do meu rosto soltou. Suas mãos
seguraram as correntes que estavam sendo levantadas do meu rosto agora e
meu pobre queixo quase não abriu para deixar a bola sair no início.
Meus olhos fecharam e, por um segundo, dormir era mais atraente para
mim do que comida e água.
Ela estava sentada no chão, sem sapatos, ao meu lado, segurando a garrafa
de água.
─ Venha aqui. Abra. – ela disse, sem qualquer indício de posição dominante
neste momento, deslizando a mão debaixo da minha cabeça, levantando-a um
pouco quando eu abri minha boca um pouco, esperando um truque.
─ Bom garoto. – ela sorriu ao colocar a garrafa aos meus lábios e senti o
líquido gelado entrar na minha boca. Deixei escapar um som de orgasmo
quando ela correu na minha garganta e eu engoli. Eu queria mais e eu me
sentia duro como uma rocha agora entre as minhas pernas enquanto ela deu
mais, ouvindo meus gemidos de gozo enquanto ela deixou um pouco correr
sobre os meus lábios, depois na minha boca e eu quase coloquei minhas mãos
na garrafa, então as coloquei de volta ao meu lado, não querendo fazer nada
para foder isso para mim.
Seu sorriso cresceu com isso e ela brincou com suas unhas na minha nuca,
dando uma pequena risada encantada enquanto eu bebia um pouco mais.
─ Só você poderia ter uma ereção porque eu estou te dando água. – ela
sorriu, levando a água e a colocando ao lado dela enquanto eu soluçava
baixinho, sem tirar os olhos dela.
─ Não, está tudo bem, Mathew. – ela estava boa demais hoje. ─ Eu gosto
de vê-lo duro quando eu recompenso você. Isso me diz que você não está
fingindo.
─ Não… não… – eu estava beijando a mão dela quando ela tocou meus
lábios inchados. ─ Não…
─ Espere. – ela apontou para o meu nariz e levou a garrafa de água com ela
enquanto ela se agachou ao meu pau levantado. ─ Olhe para esse pau
maravilhoso. – ela o agarrou na base, em torno do eixo. ─ Eu senti falta desde
pau talentoso.
Eu respirava um pouco mais difícil, mas não importava o que ela queria
fazer comigo, ou ele, eu estava deitado e era o paraíso do caralho, junto com o
gosto da água ainda na minha língua e dentes.
Eu estava gemendo e grunhindo como uma coisa, não uma pessoa. Não
importava quem era ela, ou o que ela fez comigo hoje, ela estava me dando
prazer agora e água, a promessa de comida no futuro próximo. Eu não lutei,
ou realmente quis lutar. Peguei o prazer que ela estava me dando e eu
avidamente lidei e apreciei cada segundo disso, odiando-me mais a cada
segundo disto.
Não quebre, Mathew. Alguma coisa dizia dentro de mim. Você já passou por
coisa pior do que isso, permaneça forte. Lembre-se do que Skylar ensinou a
você. Faça o que você precisa para sobreviver, sim, mas não quebre. Não a
deixe te enganar. Ela é aquela que o trancou com aquela mordaça pelas
últimas doze horas, não se esqueça disso. Não se apaixone por sua voz suave
e boca molhada e quente. Perceba que ela está tentando quebrar você.
Acorde.
─ Não. – ela disse com um tom duro. ─ Eu não acabei de chupar você
ainda. Segure.
Eu choraminguei e mordi, tentando segurar, o Sr. Kevin brilhou a mente
novamente e eu senti a boca de Claire ao meu redor, apertada e molhada em
volta do meu comprimento. A lembrança dele me chupando me ajudou a durar
um pouco mais. Eu quase chorei agora, como eu fiz então, mas estou feliz que
não tenha feito.
─ Um menino tão bom. – ela disse um pouco mais tarde, sacudindo-me com
força na mão dela agora. ─ Goze AGORA.
Eu gemia e respirava.
─ Sério?
─ Eu sei, eu sou muito mole com você. – ela respondeu. ─ Eu disse nada de
comida por dois dias, e aqui estou eu, pronta para alimentá-lo.
Ela estava ocupada dando tapinhas com suas mãos expostas outra vez no
lado direito da minha bunda, aquecendo-me para uma boa surra.
Suas batidas eram muito poderosas sozinhas e isso poderia ter trazido um
novo submisso às lágrimas eventualmente, mas minha bunda estava
acostumada a ser chicoteada e espancada. Isto era algo agradável para mim
enquanto eu comia e, de vez em quando, eu faria um pequeno som de
surpresa quando seu toque era particularmente mais forte que os outros.
Eu me sentia muito melhor agora… mais forte. Eu não sei o que ela tem
planejado para mim amanhã, mas eu me sinto pronto para isso. Eu estava
focado novamente, segurando a imagem de Skylar na grama no meu coração,
envergonhado de quão fraco eu tinha sido mais cedo.
Claire é boa nisso, ela conhece as minhas fraquezas, ela sabe como me
punir. Ela sabe como me derrubar fácil.
Eu vou matá-la.
Minha mente decidiu isso. Meu corpo concorda. Assim que eu pegar o que
eu preciso, ela vai sofrer a minha ira. E ela não terá misericórdia. Apenas
morta ela vai fugir de mim. Vai ser lenta… como o meu dia com o Sr. Kevin.
Agonizante, um engatinhar para o seu túmulo.
─ Eu tenho que abrir a boate. – ela sorriu quando comecei a beijar a pele
sob seu queixo, dando uma mordida suave ali, gemendo sob a minha
respiração.
─ Você não dormiu por muito tempo. – ela lembrou. ─ Você ganha um
descanso agora.
Capítulo 29
Skylar POV
─ Tenho algumas coisas para dizer, Dr. Collier.- iniciei com uma voz fria. ─
Primeiro, sou sua aluna. Segundo, não gosto que apareça no meu apartamento
sem ser convidado. E terceiro, tenho uma arma em minha bolsa que está
apontada para seu pinto minúsculo neste exato momento. Se me chamou aqui
para algo inapropriado, bem, você verá estrelas, mas não do jeito que
imaginou. Estou sendo clara?
Caramba. Eu sou demais. Jamais conseguiria ter dito isso para alguém
antes.
─ Não estou aqui por nada inapropriado, Skylar, eu te garanto. – ele disse,
soando bastante arrogante. ─ Pode, por favor, se sentar agora? ─ ele
convidou. ─ Eu pedi a pizza simples para nós.
Por acaso isso é alguma piada sobre MIM? Pois bem. Vou disparar a arma
já.
─ Está bem. ─ ele respirou fundo. ─ Vou lhe dizer tudo e confiar em você. É
a única maneira de eu conseguir dizer o que tenho para dizer. Eu quero te
ajudar, Skylar.
Isso era verdade. Mas eu ainda não confio nele. Eu não posso. A vida de
Mathew está em jogo. Eu não posso nem mesmo confiar em meu pai, que não
me liga já faz dois dias!
─ Sei que é pedir muito, mas eu gostaria que você confiasse em mim. – ele
disse, quase em um sussurro, seus olhos sempre olhando para trás de mim ou
para fora da janela enquanto falava.
─ O quê?
─ Ela… Entende que eu não sou igual a ela. – James continuou. ─ Minha
família inteira entende. Na verdade, eles ficaram orgulhosos de mim quando
me tornei professor. Eles criaram uma identidade nova para mim. Eles não são
completamente ruins. Ficaram felizes por eu querer algo diferente, um estilo
de vida mais nobre. Eles vêem Claire como uma irresponsável. Mas não
necessariamente má. Ela está sempre sendo vigiada. Meio que é minha…
responsabilidade… vigiá-la, ficar por perto e me certificar que ela esteja… Bem.
─ Nossa, bom trabalho, James! – eu cuspi. ─ Você tem alguma ideia do
que ela está fazendo? O que ela FEZ? Você anda dormindo no trabalho,
COLLIER!
─ Houve vezes em que eu não quis exercer o papel de babá dela, Skylar. –
ele sussurrou para mim, a música no ar ajudando a esconder suas palavras
dos outros. ─ Eu apenas queria uma vida normal. Eu não fiz o meu trabalho,
sei disso. Eu descobri… coisas que ela tinha feito… coisas que eu devia ter
impedido, mas não impedi. Agora, vou fazer meu dever. Eu sei que tenho que
fazer.
Ou foi enviado lá por Claire, para ver se eu estava com Mathew depois que
ele escapou de Raven. A aparição dele justo na manhã seguinte não foi um
acidente. Claire sabe que resgatamos Mathew dela. Merda.
─ Como você sabe disso? – eu quase gritei com ele, mas mantive minha voz
baixa.
─ Isso não tem importância, Skylar. – o rosto de James ficou mais sério
agora, ─ A questão é que eu temo por Mathew nesse momento. Alguma coisa
está acontecendo. Não consigo identificar o que é, mas o jeito como ela fala
nele não está certo.
─ Eu nem sabia que ela te conhecia, ou sabia qualquer coisa sobre você. –
explicou James. ─ Mas se você foi uma cliente dela… se você… pagou… por
Mathew, então ela deve ter te conhecido em algum momento, obtido
informações sobre você.
─ Pra quê ela me quer nesse jantar? – eu rosnei. ─ O que você está
tramando?
─ Você não quer saber como Mathew está? Talvez mandar um recado para
ele? Receber um seu em troca? Eu sei que ele voltou para ela. Sei que ela está
castigando-o. Ela conversa comigo sobre isso. Ela nunca foi tão dura assim
com ele antes. Eu não sei o que está acontecendo, mas ela age como se
estivesse com medo, de certa forma. Como se tivesse medo de perder o
controle sobre ele. Eu sei que pode soar estranho, mas, à sua própria maneira,
ela o ama. Ela não vai desistir dele facilmente.
─ Não quero ouvir mais nada disso. – eu disse, mas, por outro lado, eu
queria saber o que ela sabia. Quais eram os castigos bárbaros que ela estava
fazendo com ele.
─ Meu Deus do céu. – disse ele em voz baixa, parecendo muito sério de
repente. ─ Você está apaixonada por ele.
Será que eu não consigo ficar quieta, tipo, só uma vez? Mas que estúpida!
─ Sim, sério. No início, ela queria provar para o nosso pai que era tão
destemida quanto os caras que trabalham para ele. Ela o impressionou bem.
Às vezes, eles usam o estabelecimento dela para darem sumiço em pessoas.
Uma vez ou outra, ela mata… geralmente uma pessoa que a magoou. Ex-
amantes, homens que a traíram… subs que estão de saco cheio dela. Se ela
suspeitar que Mathew não a ama mais…
─ O que você quer que eu faça aqui, Skylar? – James perguntou, deixando
a meu critério agora, ─ Diga-me e eu irei fazer. Faça um teste comigo. Eu vou
te provar que estou do seu lado. Deixe que eu vá checá-lo. Sei que isso está te
machucando, não saber como ele está. Eu vi você chorando na aula hoje.
Eu odiava ser mantida de fora disso. Meu pai me dissera que tudo estava
bem. Mas não estava. James disse que Claire estava pegando pesado com ele
esta semana, mais pesado do que nunca.
Ele está mentindo para mim? Ou está sendo honesto? Eu tinha dito alguma
coisa que pudesse machucar Mathew?
James não sabe sobre Meu pai estar vigiando a boate. Ele não pode saber.
Se eu contar a ele e ele contar a Claire, tanto meu pai quanto Mathew estão
mortos. Não, não posso confiar nele. Não vou confiar.
Deixarei que meu pai resolva isso. Eu confio nele, mesmo que ele não
esteja fazendo merda nenhuma, muito menos me informando de nada.
─ Mathew é forte. – senti outra lágrima cair do meu olho. ─ Eu acredito
nele. Ele ficará bem. Ele me deixou, disse que não poderia ser meu namorado.
Ele disse que pertence a Claire. Ele a escolheu.
Eu estava mentindo agora para tentar proteger Mathew depois que minha
boca tinha deixado escapar demais. Tomara que funcione.
─ Vou ver como ele está esta noite, mesmo assim. – James disse,
espremendo meu coração com suas palavras. ─ Ligarei para você de um
celular descartável. Esteja acordada. Não tenho certeza em que hora
conseguirei ligar.
James disse que Claire mata as pessoas que já amou, e por quem já foi
magoada. Mathew disse que ela lhe dizia às vezes que o amava, no seu
aniversário e nos Natais. James afirmara que ela estava sendo dura com ele.
Eu chorei sem parar, sempre atingindo uma parede de tijolos, sempre com
medo de fazer alguma coisa, porque podia fazer Mathew ser machucado ainda
mais, ou morto.
Por que Meu pai não me telefona? Será que ele foi pego também? Por tudo
o que eu sei, ele poderia estar no calabouço com Mathew. E eu sentada aqui
sem fazer nada.
Não consigo pensar em mais nada para fazer. Estou enlouquecendo e muito
assustada. Eu darei a Ele duas horas para retornar minha ligação, e depois…
vou agir por minha conta.
Mathew POV
Mas eu não estava lá. Eu estava sentado no sofá, com a blusa de pijama
que Skylar me deu, e uma calça de pijama confortável de flanela. Meus pés
descalços pareciam tão quentes sobre o tapete.
E ali estava Skylar. Dra. Skylar. Sentada na sua poltrona, pronta para
começar, seus olhos sérios. Sua mente afiada como uma navalha.
Eu queria correr até ela, jogar meus braços ao seu redor e cobrir seus
lábios com meus beijos. Mas a Dra. Skylar estava em ação, e não apenas
minha Skylar. Não haveria nenhuma brincadeira desse tipo agora, no seu
tempo.
Além disso, eu preciso da terapia.
─ Olá, Mathew. – ela abriu seu sorriso caloroso e paciente para mim. Eu
me sinto tão aquecido e seguro agora.
Eu tentei manter uma expressão forte e estava prestes a dizer alguma coisa
como “ bem” ou “nada mal”, mas, ao invés disso, meus verdadeiros
sentimentos vieram à tona e eu me curvei para frente, meus braços contraídos
ao redor do meu peito enquanto eu deixava um soluço baixo escapar de mim.
─ Tem alguma coisa errada. – eu ouvi minha voz mais grave e emotiva
dizer. ─ Eu costumava aguentar muito mais. Claire teria que trabalhar em
mim por dias antes de eu desmoronar. No começo, ela tinha que matar alguém
para me fazer ficar de joelhos. Eu sou tão fraco, Skylar. Só faz dois dias e já
sou o cachorro dela! Eu disse a ela, mais de uma vez, que eu a amo!
Eu não havia visto ela se mexer, mas de repente ela estava ao meu lado
,com os braços à minha volta. Eu me agarrei a ela, deixando um suspiro de
alívio sair de mim como se tivessem acabado de me jogar um colete salva-
vidas. Eu deixei minha cabeça descansar contra a dela e fechei meus olhos
enquanto ela falava.
Eu já podia sentir a insanidade rastejar para longe de mim à medida que ela
falava. Eu a abracei mais forte ao meu corpo, precisando de mais.
─ Pense desse jeito. – ela disse. ─ Se você fizer isto, terá que ser
internado. Eles te colocarão numa clínica, Mathew. Vão decidir o que
você come, o horário que dorme, e que drogas devem testar em você.
E será decisão deles quando você sairá, se sair. Você não vai poder
telefonar para Katie ou vê-la. Nem a mim.
─ Não. – eu gemi, não escondendo como isso era perturbador para mim.
─ Eu amo você. – sua voz de anjo reapareceu para mim. ─ Estou tão
orgulhosa de você. E sua força não desapareceu. Ainda está aí.
─ Eu te amo, Skylar. – eu beijei sua têmpora, aconchegando minha cabeça
na dela. ─ Você é a única pessoa que me acha forte.
Entre os beijos, eu continuava dizendo seu nome, uma palavra mágica que
continuava curando minha alma cada vez que era enunciada.
Claire. Porra.
─ Parece que você estava tendo um sonho. – sua voz não parecia muito
contente e eu esfreguei meus olhos, tentando enxergar e ajustá-los à luz,
sentindo a aspereza da barba em meu rosto.
Isso era antes. Na época em que eu tinha certeza que Claire não deixaria
dominadores me tocarem. Agora eu estava bastante inseguro e com medo do
que ela estava tramando.
─ Não, Mestra.
Deus, eu odeio dizer isso para ela. Eu me sinto tão sujo. Me sinto como um
vagabundo quando traio Skylar e digo essas palavras para outra pessoa.
Ela ficou mexendo no meu cabelo, sem falar nada, apenas o acariciando. Ela
tocou o meu rosto e ergueu meu queixo, de modo que eu estivesse olhando
para ela.
Eu tentei manter um olhar simpático em meu rosto, mas talvez não tenha
sido tão convincente, porque ela disse “Sorria.”
Sorri, sem ter certeza do quão sincero podia estar aparentando para ela.
Mas tentei.
Ela sorriu um pouco em troca para mim e passou o dedo pelo meu lábio
inferior.
─ Não sei o que eu faria se algum dia te perdesse. – ela disse, permitindo
que eu descansasse meu rosto em sua barriga.
─ Você escolhe. – ela falou, e achei que ela devia estar triste. Ela nunca me
deixa escolher nada. Ela até mesmo escolhe minhas roupas quando estamos
trabalhando ou saímos juntos.
Ela caminhou até a parede e retornou com dois pares de algemas.Ela sorriu
para mim e eu retribuí o sorriso, sabendo do seu carinho por aquelas.
─ Ser rebelde em seus sonhos. – ela deu um tapa na minha bunda e riu à
medida que se dirigia para frente da máquina, pressionando o iniciar.
Parecia que ela apenas me escutara fazendo sons excitados, talvez beijando
Skylar no sonho, ao invés de chamando o nome de Skylar e dizendo que a
amava.
Skylar está a salvo. Skylar está segura. Eu odiava pensar em Skylar fora
daqui, exposta, um alvo tão fácil. Eu torci para que ela tivesse me escutado e
ficasse na Riley ou na Julie.
Claire andou para trás de mim, impulsionando sua bunda para a mesa de
couro onde fiquei na noite passada, me observando de costas,provavelmente
concentrada no meu traseiro pelado enquanto eu acelerava, desejando que
pudesse estar correndo para longe dela… Para sempre.
Em breve.
Muito em breve.
Skylar POV
O nome na tela dizia ‘Pai’ quando apertei a tecla para atender. Eu tentei
manter minha voz paciente e tranquila, mas não fiz um bom trabalho nisso.
─ PAI!
─ Skylar, por favor. – ele suspirou. ─ Por que está me deixando essas
mensagens loucas?
─ Talvez porque eu esteja louca, pai! – eu fechei a cara. ─ Por que você
não tem me ligado? Por que não vai contar nada? Você faz ideia do quanto
estou preocupada aqui?
─ Skylar, eu estou trabalhando. – ele disse,exatamente como ela fazia
antigamente quando eu tinha crises e ligava para ele, recebendo essa frase em
vez do que eu queria ouvir.
─ Skylar, não posso te dizer. – ele suspirou de novo. ─ Apenas deixe que
eu resolva isso, por favor?
─ Por que você não pode me dizer como ele está? – senti lágrimas nos
meus olhos. ─ Eu tenho direito de saber!
─ Eu não sei! – ele rosnou, me assustando. ─ Está bem? É isso que você
quer ouvir? Perdemos o microfone de alguma maneira. Não consigo ouvi-lo de
jeito nenhum. Nem cheguei a ouvir nada.
─ Ele está vivo, até onde eu sei. – ele disse. ─ Estive vigiando a boate
feito um falcão. Nenhum corpo foi retirado. E o chip continua mostrando que
ele está dentro. Essa mulher, Claire, entra e sai, e o Ryan vai dar uma olhada
nele uma vez ao dia.
─ Mas pai! – eu chorei. ─ Ele pode estar preso e ferido. Sangrando até a
morte! Temos que encontrar alguma forma de colocar um microfone novo lá
dentro. Talvez Ryan possa nos ajudar.
─ Ele se importa com Mathew. – eu falei, não querendo contar ao meu pai
toda a história de ele ser meu cúmplice no resgate na Raven. Ele me
estrangularia.
─ Eu sei que podemos confiar nele, pai. – falei, desejando que uma vez na
vida ele simplesmente acreditasse na minha palavra.
─ Quer dizer que ainda temos uma conversa marcada a respeito de tudo
isso. – ele esclareceu. ─ Não me ligue e grite comigo, Skylar. Eu estou
tentando ajudar você e seu amigo. Você começou com tudo isso. Foi você
quem contratou um prostituto!
Eu arfei, enfurecida.
─ Pai…
─ Não me ligue outra vez. – ele disse como um robô. ─ Estou trabalhando
para assegurar que seu… amigo… fique bem. Me deixe fazer o meu trabalho.
Eu ligo para você quando estiver voltando com ele.
Ele desligou e eu me encolhi, sabendo que era assim que Meu pai reagia
quando estava magoado.
─ O que foi?
─ Você ACHA?
─ Dormindo? – bufei.
Se Mathew estivesse solto, e ela pensasse que ele estava dormindo, ele
teria uma chance de pegar a prova, talvez.
─ Foi o que ela disse. – James respirou fundo. ─ Eu não podia fazer
perguntas demais ou ela iria suspeitar.
─ Sério, James, valeu por se arriscar e dar uma olhadinha nele. – eu falei
com a voz cheia de sarcasmo. ─ Acho que agora podemos ser parceiros. Você
tem a minha total confiança.
─ Eu sei, não consegui nada esta noite. – ele disse. ─ Mas vou verificar de
novo amanhã à tarde.
─ Tanto faz.
Como os policiais fazem isso todos os dias e não enlouquecem? Tudo que eu
bolo é tão arriscado, para todos nós. Mas a única coisa pior que meus planos,
era não ter plano algum. Eu tenho que fazer alguma coisa. Não posso mais
ficar aqui sentada e pedir a uma estrela o meu final feliz. O nosso final feliz.
Eu alcancei o telefone, feliz em ver que Riley era o primeiro nome na minha
lista, visto que era em ordem alfabética. Será que ela ficaria brava comigo por
ligar a esta hora? Provavelmente. Mas é Riley, então eu sei que ela vai me
perdoar. Sei que ela irá querer nos ajudar. E eu sei que este é um bom lugar
para começar.
Capítulo 30
Mathew POV
─ Amanhã, você pode deixar a boate pronta para a nossa pequena festinha
de oito horas. – ela sugeriu. ─ Certifique-se de que chefs têm tudo o que
precisam, limpe tudo tão meticulosamente como sempre e fique bonito. Eu vou
deixar você saber por volta das seis que você irá usar.
Agradeci a ela porque ela estava me deixando sem punição tão cedo e uma
grande parte de mim estava paranóico com isso. Ela nunca me libertou tão
rápido antes, e sem uma boa razão. Comecei a temer sobre o jantar que ela
daria amanhã à noite. Eu acho que estou longe de saber de seus castigos. Este
é apenas mais um jogo de mente que ela está jogando. Me deixar relaxado e,
em seguida, jogar a próxima coisa sobre mim.
Odeio sentir essa incerteza o tempo todo. É como uma doença que está me
matando lentamente… De dentro para fora.
Eu quero falar com Katie. Eu quero ver o Bob Esponja com ela novamente.
Quero cheirar o cabelo da Skylar. Eu quero sentar na cozinha com Katherine.
Eu quero tocar piano com Joseph. Eu quero tudo o que eu não posso ter.
Minha única fagulha de esperança renasceu das cinzas desejando que ela
me deixasse vagar livremente em torno da boate durante o dia todo de
amanhã, talvez até hoje.
Ela estava caminhando até o salão e a música era alta, as clientes estavam
lá em cima, gritando e aplaudindo. Eu estava completamente nu e quase
hesitei enquanto rastejava até as escadas em direção a elas. Eu estava
terrivelmente despenteado, barba por fazer, e malcheiroso e me senti mal por
dentro de estar na frente de clientes desta forma, mas ela me disse para
segui-la.
─ Não me perca no escuro. – ela olhou para mim. ─ Se você se perder, você
estará por conta própria.
Então, ela pretendia me fazer rastejar atrás dela, nu, através da boate e de
cada mulher lá. Porra.
─ Sim, Claire. – eu consegui dizer, mas pude ouvir o tom vazio na minha
voz.
Meu único consolo veio do fato de que estava escuro quando chegamos nos
corredores de salas privadas. De vez em quando, eu ouvia uma mulher ou
duas saindo de uma sala e gargalhando alto com a visão da minha bunda de
quatro a seguir minha dona. Estremeci internamente, mantendo meus olhos
sobre os pés descalços de Claire, sabendo que se eu os perdesse, eu era a
carne crua em um covil de leões famintos, uma vez que cruzei a linha
vermelha que vai para o salão.
─ Oh, meu Deus, olhe para essa bunda! – a voz de uma mulher disse e
meus olhos piscaram, odiando o som, no mesmo momento em que uma
variedade de mãos começaram a me tocar lá.
Uma ou duas mãos eram suaves acariciando contra minha bunda do lado
direito. Um par de outras espremiam e beliscavam, quase amassando minha
carne enquanto eu continuei rastejando, esperando que eu não estivesse me
movendo muito rápido ou muito devagar.
Tentei manter-me perto de Claire, mas ela estava ficando alguns passos à
frente de mim. Então eu senti alguém sentando nas minhas costas, me
cavalgando como se eu fosse um cavalo.
─ Claire. – eu engasguei, mas tenho certeza que ela não podia me ouvir por
conta da música.
─ Oh não, você não fez! – a menina das minhas costas apertou a alça de
sua bolsa ao redor do meu pescoço e eu abri minha boca, sentindo o último
pouco de ar escapar.
─ Ele está tentando fugir. – ela riu e eu coloquei minhas mãos para trás no
chão, sem me mover, sabendo que eu estava preso agora. Agradar os clientes.
Essa foi a minha regra número um e eu sempre fiz isso. Tenho certeza que isso
é o que Claire queria o tempo todo quando ela me trouxe aqui. Talvez este
seja um teste, para ver como eu interagia com as mulheres, agora, depois de
estar com Skylar.
─ Oh Deus! – a voz de uma mulher mais velha anunciou. ─ Você tem que
sentir isso! É GIGANTESCO, PORRA!
A sala inteira girava mais e quando eu caí de costas, percebi que elas me
viraram e abaixo delas.
─ Não estou nem olhando para o rosto! – outra mulher respondeu, rindo
cordialmente conforme suas silhuetas escuras dançavam em volta de mim na
escuridão.
Senti uma mão firme em torno do eixo do meu pênis, e ele estava sendo
puxado violentamente, e uns coros de reações de surpresa surgiram das
mulheres ao meu redor. Elas riram e vi quando meu pau começou a endurecer
nas garras de alguma que se atreveu a me masturbar.
Eu gemia, quando a outra mulher voou para beijar minha boca e tentei
beijar de volta, mas eu estava muito distraído pelas muitas bocas lambendo e
chupando meu pau de repente, e a mão áspera me se manteve me
masturbando sem misericórdia.
A alça da bolsa de alguém ainda estava em volta do meu pescoço, mas pelo
menos não era apertado agora. Na verdade, minha cabeça estava descansando
na bolsa, enquanto eu me esforçava para manter meus lábios abertos e beijar
de volta a cada novo par de lábios apresentados a mim.
─ Vamos lá, dê para a gente… – a voz de uma mulher mais velha exigiu
sobrecarregada, e diferentes conjuntos de dentes mordiam meus mamilos,
seguido de línguas famintas.
Eu quase levantei, mas lembrei das ordens de Claire e voltei para a minha
posição de engatinhar, fazendo meu caminho rapidamente até seu escritório
sem mais incidentes.
Eu tentei abrir a porta, mas ela estava trancada e eu exalado asperamente,
batendo alto com meus joelhos repousando sobre os degraus. Depois de
alguns momentos, a porta se abriu e eu respirei de alívio, rastejando no
escritório de Claire, um pouco mais à vontade no carpete macio e eu parei em
frente a sua mesa, de quatro, esperando, meus olhos no tapete branco abaixo.
─ Awww, não foi tão ruim, foi? – ela sorriu e eu me fiz sorrir para ela.
─ Não, Claire. – eu menti, fingindo que tinha sido um pouco agradável para
mim.
Levantei-me, sabendo muito bem o que “venha aqui” significa com Claire.
Ela me queria e era hora de colocar um rosto feliz, um pau duro, e se
apresentar para ela.
(…)
Pela hora que Claire me deixou sair de seu escritório, já passava da hora de
fechar a boate. Talvez, por volta de três da manhã, quando fui liberado e
mandado ir para baixo e limpar as coisas.
A primeira coisa que eu queria limpar era eu mesmo, e quando eu fui para o
vestiário, ninguém estava lá, graças a Deus. Eu estava nu e exausto, e
realmente não queria ver ninguém até depois de um bom banho quente. Eu
devo ter gasto cerca de 45 minutos sob a água quente, apenas deixando-a me
embebedar e acalmar o meu corpo antes mesmo de ser lavado e ensaboado .
Eu estava na pia, de barbear, quase terminando, quando ouvi alguém na área
de vestir.
─ Você está bem? – Eli olhou para mim com uma seriedade intensa que eu
nunca vi em seus olhos antes. Ele era geralmente sem preocupações o tempo
todo. Não agora, no entanto.
Nossas duas semanas juntos se passaram tão rápido. Rápido demais. Elas
tinham ido embora. Agarrei-me no dia de amanhã e em conseguir o pano
ensanguentado. Se algo desse errado de alguma forma, eu estava morto.
─ Boa noite, colírios para os olhos. – ela estava lá, esperando por nós para
despedir.
Virei-me e abaixei o olhar, mas Ryan e Eli não o fizeram. Eles estão
autorizados a olhá-la nos olhos.
─ Boa noite, Claire. – os três de nós disseram uma só vez, Ryan colocou
mais entusiasmo em sua declaração do que Eli ou eu fiz. Na verdade, Eli
estava franzindo a testa um pouco. Eu me perguntava o que estava
acontecendo.
Então ela fez algo milagroso. Ela me jogou as chaves da boate. Seu molho
de chaves. As chaves para o porão.
Isso foi estranho. Normalmente, depois que Claire saísse, eu poderia ser eu
mesmo e falar livremente e assim eles faziam, conhecendo nossa situação.
Mas agora, nada. Talvez eu devesse quebrar o gelo.
─ Nós tínhamos uma coisa privada… – Ryan disse. ─ Uma sessão privada
com esta mulher. Ela gostou muito de nós, então…
─ Achei que você não… – eu olhei para Eli. ─ Fazia essas coisas, Eli.
─ Oh. – eu me senti tão mal por Eli e eu senti meu estômago afundar. ─
Desculpe, cara. O que aconteceu?
Ryan e Eli se entreolharam, sem dizer nada e por uma fração de segundo
tive um choque de medo de que eles sabiam sobre Senhor Kevin. Havia um
olhar definitivo de pena de mim, sendo compartilhado entre eles naquele
momento, mas eu me ocupei em oura coisa em vez de trazer isso agora.
Como está agora, eu temia que ela nunca olhasse para mim de novo sem
aquela piedade em seus olhos que eu acabei de ver meus dois únicos amigos
compartilharem por minha causa.
─ Nós sabemos que você está bem. – Eli estava lançando uma cadeira
enquanto ele sorriu com carinho para mim. ─ Mas nós temos as suas costas,
Mathew. Não nos importamos de estar por perto para ajudar quando você
precisa de nós.
Eu sei que eles estão conscientes de que estarei no modo escravo amanhã à
noite, apenas por esta mensagem que Eli estava me dando. Eu me senti tão
constrangido e com vergonha que os dois me veriam dessa maneira, a céu
aberto, e não por trás da porta do porão. Ryan tinha me visto em algumas
situações muito humilhante, mas Eli nunca.
Fiquei pensando em algo para dizer para acabar com aqueles pensamentos,
mas nada me veio à mente. Não era como se eu quisesse mentir para eles, no
entanto, negando o meu amor por uma garota normal, uma vida normal.
Logo, a área da boate estava muito limpa e Ryan e Eli estavam se
despedindo de mim enquanto eu os segui para a porta dos fundos do clube.
─ Sim? – ele virou para mim e sorriu, segurando o braço da sua mochila e
jogando-a sobre seu ombro.
─ Eu… – comecei, quase olhando para baixo como de costume, mas então
levantei meus olhos e disse. ─ Eu sinto muito sobre… você… precisar de mais
dinheiro para a sua mãe.
─ Talvez. – Eli tinha um olhar estranho em seu rosto. ─ O que você quer
dizer?
─ Eu… era como você há não muito tempo. Eu sei o que é quando você
sente que não tem outra escolha. E você faria qualquer coisa para prover a sua
família, até mesmo… as coisas extras aqui. Mas eu quero te dizer algo que
ninguém nunca me disse. Não faça.
─ Você começa dançando. Então você faz algumas coisinhas extras. Logo,
você oferece para fazer mais. Claire oferecerá a você quantias incalculáveis de
dinheiro para o trabalho de uma noite. Isso vai soar tão bom para você no
início. Então, antes de você saber, você pertence a ela.
─ Mathew…
Isso seria o crime mais terrível de todos, o crime de ficar parado sem fazer
nada.
─ Até amanhã. – esperei por ele sair e então tranquei a porta dos fundos.
É horrível aqui, eu notei quando acendi a luz branca acima. Engraçado como
você não percebe o cheiro quando você está preso dentro, só quando você
provou o ar fresco e retorna é que você percebe quanto de uma jaula de
zoológico esta sala é.
Claire adorava esta mesa e me disse como foi sua primeira peça de
mobiliário de escravidão. Ela tinha um valor sentimental e eu sabia que ela
nunca se livraria dela. Além disso, o pano estava dentro do couro, fechado
nele, seguro do calor e da sujeira.
Após dez minutos de tatear a mesa e virar o couro de dentro para fora, eu
ainda não tinha nada.
Apenas Claire jogava aqui. Bem, o Sr. Kevin estava aqui comigo todo o dia
daquela vez, mas eu nunca o vi fazer nada nesta mesa. Não poderia ter sido
ele. Tinha que ser Claire.
─ WILLIAM! – gritei, olhando para a noite, não vendo nada. Mas eu sei que
ele está lá fora em algum lugar e pode me ver. ─ APAREÇA AQUI AGORA!
─ O que desapareceu? – ele olhou para mim, sua voz mais forte.
─ Ela não vai fazer isso ainda. – pensei alto. ─ Minha filha me mantém perto
de Claire, ela não vai perder essa carta para jogar contra mim. Ela sabe que se
ela machucar a minha filha, todas as apostas estão fora. Eu vou atrás dela com
tudo o que tenho, não vou me submeter mais a ela. Ela só machucaria minha
filha se eu fugisse ou desaparecesse. Ela quer manter-me obediente a ela,
querendo ser dela. Basta confiar em mim. Vá ficar com Skylar.
─ Eu não posso ir! – fechei meus olhos, gritando, mais com raiva de mim
do que dele. ─Se eu tivesse alguma prova contra ela, se eu tivesse aquele
pano, eu estaria livre e ela estaria indo para a cadeia. Sem nada, não há
nenhuma maneira que eu possa sair. Ela vai pegar minha filha.
─ Escute, Mathew…
─ Por favor, vá, William. – eu fui até a porta e a abri para ele, olhando para
a maçaneta da porta, não querendo ver a piedade em seus olhos agora.
─ Diga a ela que eu sinto muito. – evitei contato visual com o Oficial Hayes.
─ Eu nunca quis feri-la dessa forma. Ela me esquecerá com o tempo. Leve-a
para casa em Bellevue. Tire-a desse lugar fodido.
Agora eu só tinha que esperar para a lição de Claire, e sua revelação de que
ela sabia do meu pequeno pedaço de evidência que eu tinha escondido em sua
mesa. Rezei por Ryan e Eli, juntamente com Skylar e William e Katie naquela
noite. Sim, eu rezei. Rezei para que ninguém mais se machucasse por minha
causa novamente. Então pensei em Katherine e Joseph. Eu não conseguia
parar de chorar quando deitei na minha cama, no escuro, vendo tantos rostos.
Eu nunca vou chegar perto de alguém novamente. Toda vez que eu faço
isso, eu consigo machucá-los. É melhor simplesmente ficar sozinho, como eu
era antes.
Não. Ela vai machucar Katie então. Talvez até mesmo mataria Katie e seus
avós juntamente com ela, só para ter um último ataque em mim, mesmo na
minha morte. Ela odiava perder os jogos. Isto era tudo um grande torneio para
ela.
Skylar POV
Eu tinha passado a noite na casa de Riley. Depois de falar com ela, ela
decidiu vir me pegar para que eu não ficasse sozinha. Ela prometeu me ajudar.
Ela disse que Julie também ajudaria. Encontraríamos uma maneira, faríamos
um plano. Não era impossível.
Eu devo ter estado muito cansada porque todas as suas garantias pareciam
tão reais para mim. Eu acreditei nela porque o seu tom de voz era tão cheio de
paixão e força, que eu senti isso também.
Tentei dormir, mas continuei acordando, suando, chamando por Mathew, ou
pensando que Riley era ele, e abraçando-a, ou acariciando-a enquanto eu
dormia. Pobre Riley. Ela era sempre tão boa e compreensiva. Ela nunca
nenhuma vez ficou brava comigo.
─ Seu telefone celular tocou. Era o seu pai. – ela passou o telefone para
mim e eu me sentei, esfregando os olhos, suspirando.
─ Skylar, onde você está? – meu pai perguntou. ─ Eu estou na sua casa
agora, você não está aqui. Eu estou preocupado. Ligue-me de volta assim que
você receber isto. Obrigado.
─ Mathew está… Bem. – meu pai suspirou. ─ Parece que aquela prova que
ele escondeu desapareceu agora, de alguma forma. Ele teve a chance de
procurá-la esta noite e não estava lá. As probabilidades são de que Claire a
encontrou e destruiu. Estou vindo de lá. Qual é o endereço de Riley?
─ Pai, não, volte para proteger Mathew! – eu fiz uma careta. ─ Só porque
não há nenhuma evidência não significa que ele não está ainda em apuros. Se
Claire descobriu esse pano, então Mathew poderia ser morto! Não deixe que
isso aconteça! Volte para ele!
─ Skylar, não. – meu pai disse um pouco mais alto. ─ Mathew me disse
para proteger você. Ele acha que Claire pode vir atrás de você para ensinar a
ele uma lição. Eu quero tirar você daqui. Nós estamos indo para casa hoje.
─ PAI! – senti lágrimas virem aos meus olhos. ─ Não! Eu não vou
abandoná-lo! Eu chamei você para ajudar, não para me acompanhar de volta
para Bellevue! Esta é a minha casa! Mathew é a minha casa! Se você quiser
fugir, então fuja. Mas eu vou ficar aqui. Eu vou tirar Mathew de lá.
Ouvi um suspiro e depois um silêncio mortal.
─ Pai… – eu disse. ─ Tem mais uma coisa que tenho a dizer. Eu tenho um
plano. Você não vai gostar, mas… James, meu professor de psicologia, veio a
mim na outra noite. Ele me disse que ele é irmão de Claire. E que Claire
convidou ele e eu… Para irmos até a Fire para jantar… Hoje à noite. Eu disse a
ele que eu iria.
─ Se você não quer estar no plano, estou mantendo-me nele e vamos ligar
pra você depois que isso acabar. – eu avisei. ─ Sim ou não?
─ Pai… – ouvi minha voz rachar. ─ Eu estou apaixonada por ele. Muito
apaixonada. Eu não serei capaz de descansar até que ele esteja em casa
comigo. Eu preciso dele, pai. Por favor. Ajude-nos. Eu preciso de você
também.
Então…
Ele está dentro! Eu sabia que ele estaria lá para mim. Ele não tem que
gostar disso, mas ele estava sempre lá quando precisei dele. E Deus sabe que
eu preciso dele agora.
Capítulo 31
Skylar POV
Eu olhei para os meus dedos e sorri para mim mesma ao notar que o anel
de Mathew sorria para mim. Este é o anel de amizade eu dei a ele, o que ele
deixou para trás para me proteger. Eu esperava que, não importa o que ele
ouvisse ou visse esta noite, que ele veja isso no meu dedo, e saiba que ainda
sou sua amiga. Eu ainda sou aquela que o ama. Eu rezei para ele ser valente
esta noite. Eu ficava imaginando suas expressões e reações quando me visse
entrando na boate, de braços dados com James.
Eu já sei que James não é meu amigo. Qualquer pessoa disposta a me pôr
em uma boate da Claire, mesmo com a premissa de me ajudar, não está
preocupada com a minha segurança. Ele está arriscando minha vida me
levando lá. Ele está arriscando me machucar. Assim, em parte, mesmo eu
concordando em ir com ele, ele aceitou, e isso foi um teste pra mim. E James
falhou. Mathew nunca me deixaria chegar perto da Fire após o incidente em
que Claire me ameaçou. Mesmo que fosse para salvar sua vida, ele não iria me
usar ou me arriscar nisso.
─ Eu sei. – James disse com uma voz suave. ─ Eu sinto muito que você
tenha que fazer isso. Acredite em mim, uma vez que ela pensar que você não
se importa com Mathew, e que ele não se importa com você, ela vai ficar bem.
Mathew estará seguro. Você estará segura.
─ Eu tenho dois olhos. – abri a porta e saí antes que ele pudesse vir ao
redor e me ajudar.
Não está frio. É maio. Esse foi o meu código para o meu pai, dizendo-lhe
que eu estava aqui e iria entrar agora. Eu usava uma pequena escuta atrás da
garra de urso do colar de Mathew que eu estava usando. Olhei para o lado e vi
o flash rápido de faróis, sinalizando que meu pai estava ali e tinha me ouvido.
Eu me senti tão mal pelo o meu pai ter que ficar lá fora, esperando…
Ouvindo… Gravando tudo o que o chip iria transmitir essa noite. Disse a ele
para prometer não fazer nada estúpido, se as coisas derem erradas ou
ficassem perigosas. Ele não o fez. Eu não posso dizer que fiquei surpresa ou o
culpava por isso, mas eu tinha que tentar.
Eu sei que ele daria sua vida pela minha. Eu só esperava nunca ter que vê-
lo fazendo isso, ou mesmo arriscar.
Respirei fundo quando ele abriu a porta para eu entrar na boate. James
conhecia bem o estabelecimento e os funcionários e passou rapidamente pelo
porteiro, me levando com ele à medida que atravessava a área movimentada e
barulhenta da boate e ia reto, destrancando uma porta que dizia “Somente
Funcionários.” Nós passamos por ela e tudo ficou muito quieto. Um longo
corredor com tapete vermelho de veludo e paredes brancas se encontrava
diante de nós.
Eu me perguntei quem iria atendê-la. Por favor, o Mathew não. Por favor.
Ela sorriu para nós como se fossemos seus melhores amigos no mundo. O
que era engraçado, considerando a última vez que nos encontramos, onde ela
tentou cortar minha cara.
Eu tentei sorrir, sabendo que já estava em perigo por ser vista pela fraude
que eu era.
E ela me abraçou também. Eu tive que fazer um grande esforço para dar
tapinhas nas suas costas, aparentemente retribuindo seu afeto.
Meus olhos estavam quase com medo de ver o que estava do lado de
dentro, mas minhas pernas estavam funcionando e lhe acompanhando. James
estava bem ao meu lado e me peguei procurando por Mathew enquanto a
música de ópera intensificava, uma voz aguda feminina cantando
gloriosamente acima de nós.
James puxou minha cadeira para mim e sentou-se na sua ao meu lado.
Claire estava me observando com atenção enquanto eu ignorava Mathew e
tomava um gole da minha água, fingindo que não havia nada ali, pelo menos
enquanto ela estivesse olhando na minha direção.
Ela se afastou e pude ver Ryan entrando por outra porta à direita.
Provavelmente a área da cozinha. Ele pareceu surpreso ao me ver, mas
disfarçou melhor do que eu.
Eu sorri levemente para ele, me sentindo soltar o ar que prendia. Era bom
ver um amigo por aqui.
Entretanto, eu tinha que agir como se não conhecesse Ryan. Dei uma
olhada em Mathew quando Claire ficou fora de vista e percebi algo. Foi muito
sutil, mas eu notei. Ele estava aspirando. Em seguida, seu rosto… bem, sua
boca estreitou e suas sobrancelhas se uniram. Ele estava cheirando meu
shampoo ou sabonete? Eu estava usando a mistura de morango novamente,
como de costume.
Ele permaneceu imóvel como uma estátua, e reparei que suas cicatrizes
estavam quase invisíveis. Seu cabelo estava perfeitamente arrumado e meu
corpo doía de vontade de tocá-lo. Eu teria que apenas me inclinar um pouco
para alcançá-lo.
Agüente firme, amor. Você não está sozinho. Eu estou aqui para te levar
para casa.
Muito bem. Ele estava tentando não alertar Mathew da minha presença
ainda.
Eu fiz uma careta e sacudi minha cabeça para Ryan, não querendo beber
neste momento. Eu precisava de uma bebida, mas por alguma razão eu não
queria que Mathew soubesse que eu estava aqui. Eu tentei adiar o máximo
possível. Eu não tinha certeza se ele poderia lidar com isso ainda. Não tinha
certeza se eu poderia lidar com isso ainda.
─ Rum com coca. – James pediu. ─ E traga vinho tinto para minha garota.
Claire observava tudo, sorrindo enquanto Raven estava brincando com seu
cachorro, como se dissesse, “ele não é um fofo?”
Ela trouxe o rosto dele em seu peito e estava realmente acariciando seu
couro cabeludo, enquanto ela olhava para Claire e disse, quase alterada:
─ Quando é que você vai me deixar ter esse animalzinho? Esperei para
sempre!
─ Eu disse a você, quando estiver entediada dele, ele é seu. Não é minha
culpa se ele nunca fica chato.
─ E ele está ficando cada vez mais bonito e mais sexy também. – Raven
deu outro olhar para o rosto de olhos vendados.
Então ela pegou a parte de trás do seu cabelo e sua outra mão beliscou em
seu mamilo direito, com força.
Ele emitia uns sons conforme Raven brincava com ele. Eu podia ver que ele
estava tentando manter-se firme e fingir que eu não estava aqui, vendo isso.
Talvez seja mais fácil para ele com a venda nos olhos.
─ Bom garoto… Tão bom… – Raven torceu o mamilo de Mathew e ele se
mantinha na mesma posição, suportando calmamente.
─ Vamos lá, sente e tome um drinque. – Claire revirou os olhos para Raven,
tomando seu próprio lugar na cabeceira da mesa.
Ryan estava voltando para a sala com as nossas bebidas. Raven tentou
sentar na minha cadeira ao lado de Mathew, mas eu corri na frente do meu
assento, bloqueando-a.
─ Este lugar é meu. – eu disse com firmeza, meus olhos sem medo de
encarar os dela.
Raven sorriu para mim e deu um passo ou dois para trás, movendo-se para
o lado direito de Claire, sentando e pedindo uma bebida a Ryan.
─ Vamos tirar isso. – ela soltou a venda dos olhos na parte de trás de sua
cabeça. ─Esses olhos são bonitos demais para manter escondido por muito
tempo.
─ Nenhuma sub feminina? – James sorriu. ─ Será que ninguém nunca vai
me trazer um lanche mais?
Claire riu.
─ Cala a boca, James, você tem uma mulher linda só sua agora.
Eu olhei para ela e para Mathew. Seus olhos foram lançados para o chão,
mas a dor era óbvia.
Não foi fácil fazer com Claire sentada ali, mas eu fiz isso. E eu acho que
Mathew viu.
─ Tanto faz. – James sorriu. ─ Ela me disse que o sexo era ótimo, mas não
havia nenhuma emoção real envolvida. Era tudo tão mecânico. Ele a fez
perceber o quão melhor é fazer amor em vez de apenas foder em diferentes
cenários vulgares. Assim que ele foi embora, ela veio até mim e estamos
juntos desde então.
Seu viado. Eu só rezo pra que o Mathew não esteja acreditando em uma
porra de palavra que sai desse cara. E o meu pai… Ele pode ouvir tudo isso
também. Ele vai me matar.
Lá vai você, querido. Não acredite em nada, exceto que eu te amo. Eu me
movi meus dedos sobre o meu colar e Mathew percebeu isso também.
Ryan estava trazendo a bebida de Raven para ela agora e ele perguntou a
Claire se ela queria alguma coisa. Ela pediu Vodka com gelo.
A conversa parou por um minuto ou dois, mas, em seguida, Claire suspirou
e olhou para Mathew.
─ Venha aqui, baby. – ela acenou para Mathew e ele ficou de joelhos para
ela. Eu vi os olhos de Raven olhando para sua bunda perfeita , já que ele
estava de costas para ela agora.
Ela gentilmente pôs sua cabeça em seu colo e virou o rosto dele para mim,
enterrando seu rosto em seu vestido enquanto ela brincava com seu cabelo,
casualmente, como se ela estivesse apenas lhe dando atenção.
Ele olhou para mim e seus olhos brilharam um pouco, enquanto Claire
conversava qualquer coisa com Raven. Centenas de coisas estavam sendo
ditas para mim daqueles olhos:
“Sinto muito.”
“Salve-se, Skylar.”
Seus olhos se fecharam e seu corpo tremia um pouco e eu olhei para Claire,
querendo saber se ela tinha visto isso… Seria denunciá-lo.
Eu sabia que tinha que mentir. Eu estava pesando minhas opções para os
dois lados e percebi que estava demorando muito, quando ambos riram de
mim.
─ Sou uma submissa. – eu disse olhando diretamente para eles, sem medo.
Qualquer coisa que você seja, Mathew, eu sou também. Se eu tenho que
escolher um time, eu escolho o Time Mathew.
─ Pois é, o melhor sexo que tive na vida foi quando Mathew me amarrou a
uma bancada em meu apartamento e me bateu no traseiro. – eu me senti tão
corajosa de repente, mentalmente me desculpando com meu pai à medida que
dizia as palavras. Eu seria mandada para um convento se conseguisse sair
daqui viva.
Ryan logo trouxe a comida para nós todos e me peguei apenas cutucando-
a, mantendo minha mente em todos os detalhes do nosso plano.
Mathew não pôde evitar, seus olhos saltaram e se viraram em choque para
mim.
─ É claro que a resposta dele é essa quando há uma faca na sua bunda. –
Raven tomou um gole da sua bebida. ─ No entanto, Mathew fala de mim para
as clientes, mesmo quando eu, ou você, não estamos por perto, Claire.
─ Não tenha tanta certeza, Raven. – Claire ridicularizou. ─ Ele faz tudo que
eu mando. Se eu o mandasse foder meu irmão agora mesmo, ele obedeceria.
─ Me deixe fora disso. Não desejo o Jim me fodendo, mas obrigado, mesmo
assim.
─ Que seja.
─ Eu digo que resolvamos isto esta noite, de uma vez por todas. – Raven
sugeriu, franzindo a testa. ─ Quem conseguir arrancar a palavra de segurança
dele, o ganha.
Não. Não. Não. Isso está tomando o rumo errado. Conserte isso, Skylar!
─ Não tenho que brigar por uma coisa que já é minha. – Claire uniu as
sobrancelhas defensivamente. ─ Fim de discussão. Mathew é meu. Vai
permanecer meu. E se você continuar me enchendo o saco, quando chegar a
hora eu o darei para o Senhor Kevin como presente de aniversário.
Vadia maldita. Mathew é meu. Meu Deus, será que eu não sou nem um
pouco melhor que elas? Eu me sentia tão culpada por esse pensamento, mas
ele simplesmente veio à minha cabeça. Talvez bem no fundo nós todos
sejamos dominadores e submissos.
─ Sim, Claire?
─ Raven… - Claire fez uma cara feia, tirando o seu cinto e o colocando em
volta do pescoço de Mathew, segurando-o perto de sua perna,
─ Foram esses dois que resgataram Mathew da sua casa naquela noite?
─ Mas que merda, Ryan! – Claire falou com desprezo enquanto dois homens
enormes se aproximavam por trás dele, apertando uma toalha em seu rosto
enquanto lhe jogavam na parede, algemando suas mãos nas costas.
─ Levem ele para os fundos. Deem uma surra nele até deixá-lo
irreconhecível, para começar… – Claire ordenou e Mathew se debateu com
mais força, engasgando com o cinto apertado em volta do seu pescoço quanto
mais lutava.
─ Foi culpa dela! – Mathew berrou. ─ Ela pretendia ficar comigo de novo!
Ela não tinha planos de me soltar! Tinha passado a hora de eu ser solto!
─ Não importa. – Claire lhe disse com acidez. ─ Ele quebrou as regras. Você
quebrou as regras. Eu te falei, você não tem permissão para ter amigos. Mas
pode dar um beijo de despedida em Ryan.
─ Não, por favor não, Claire! – Mathew implorou. ─ Eu sinto muito, sinto
muito mesmo! Por favor!
─ James, faça alguma coisa!– eu falei para ele, sabendo que ele era um
traidor e um mentiroso, mas esta seria a minha prova disto.
─ Eu vou. – ele disse, e a próxima coisa que presenciei foi eu sendo jogada
na mesa.
Nós atravessamos outra porta que levava para o andar inferior sem ter que
passar pelo salão da boate, ninguém nos veria.
─ Ainda não, William. – eu disse em voz baixa no meu colar, abafada pela
voz de Mathew aos gritos.
Esse corredor era escuro. Eu não conseguia vê-lo, mas podia ouvi-lo.
─ Você NÃO VAI machucar Ryan OU SKYLAR! – ele estava berrando. ─ Não
vou permitir, sua VADIA assassina! TIREM A PORRA DAS MÃOS DE MIM, SEUS
MOLESTADORES DE CRIANÇAS MALDITOS!
─ Mathew! – eu tremi.
─ Não bata no rosto dele. – ouvi Raven dizer em defesa de Mathew.
─ Levem ele para o porão. – Claire disse. ─ Todo ano esse bichinho precisa
de um pequeno lembrete.
─ Vai ficar tudo bem. – eu disse em voz baixa no meu colar, dando um
recado para o meu pai. ─ Está tudo bem.
James pensou que eu estava tentando assegurar a mim mesma disto e deu
risada atrás de mim.
─ Está tudo bem, querido. – ouvi Raven falando para Mathew ao fundo. ─
Apenas relaxe.
─ Não se preocupe, ela está chegando. – Claire zombou. ─ Este castigo não
seria nem um terço tão eficaz sem ela.
─ Não, Claire! – ele estava resistindo ferozmente, quando fui levada para
dentro.
Eu podia vê-lo agora, pendurado pelos pulsos, na ponta dos pés,
selvagemente se mexendo em vão enquanto os dois homens deixavam o
cômodo, não mais necessários.
─ Vigiem esse quarto. – Claire falou para eles. ─ Matem qualquer um que
tentar entrar nesse corredor.
Maravilha, meu pai escutou isso. Eu não os queria tentando entrar até que
encontrássemos algo ou conseguíssemos fazer Claire confessar alguma coisa
concreta. Eu imaginei Riley e Julie, em seus disfarces, entrando escondidas no
escritório de Claire para invadir o seu computador e encontrar qualquer tipo de
provas incriminatórias contra ela. Elas estavam usando perucas e fingiam ser
clientes da boate.
─ Ele nunca é assim comigo. – Raven disse, sacudindo a cabeça para Claire,
observando enquanto James me trazia para mais perto de onde Mathew estava
pendurado.
─ NÃO! – Mathew gritou. ─ Não toque nela! Eu juro por DEUS, CLAIRE!
SOLTE ELA! – Mathew gritou mais alto.
Eu nunca vi Mathew desse jeito, tão fora de controle. Ele mal conseguia
formar palavras coerentes enquanto James tirava as algemas dos meus pulsos,
para em seguida Claire fixa-las com pulseiras de couro, prendendo-as em um
gancho.
─ Não, por favor, Claire! Eu farei qualquer coisa que você disser! – Mathew
ofegava com lágrimas nos olhos, seus dentes trincando em frustração à
medida que ele tentava avançar, inutilmente, sendo puxado pelas suas
próprias algemas.
Tomei essa pequena oportunidade para ajudá-lo. Eu sabia que eles estavam
me observando, mas eu não me importei. Claire não o ouviria, tão devastador
como era o seu implorar, eu sabia que isso não me faria nenhum bem. Mas eu
o amava com todo meu coração para dizer as palavras.
Coloquei minha testa na dele e fechei meus olhos, meu nariz aninhado
contra ele.
─ Veja, eu não culpo você, Mathew. – Claire estava vindo de volta para nós,
enquanto senti James atrás de mim, levantando minha perna direita e tirando
o meu sapato.
James tinha o meu outro sapato fora agora, e Mathew estava rosnando
outra vez, baixo em seu peito enquanto observava James.
Mais uma vez, Mathew gritou e tentou bater em James, mas ele apenas se
machucou novamente.
Este era o castigo mais cruel de todos para ele. Não sendo ele mesmo
machucado, tendo que ver alguém por quem ele se importava sendo
machucado na frente dele, e ele impotente para fazer alguma coisa sobre isso
além de assistir.
Eu poderia usar Raven aqui. Quando for a hora certa, posso usá-la a meu
favor. Ela se importa com Mathew. Ela é uma cadela doente, mas ela se
preocupa. Eu posso usar isso.
Fui para um lugar onde eu poderia ser corajosa Coloquei minha cabeça de
volta para Mathew e fechei meus olhos, ouvindo-o chorar e sentindo suas
lágrimas no meu rosto quando senti a tesoura cortar minha calcinha, sendo
rudemente arrancada de mim. Eu tremia, mas eu não chorei. Eu não gritei. Eu
estava com Mathew. Eu estou bem. Eu estou bem. Eu mantive o meu cérebro
disposto a aceitar estas mensagens como verdade.
─ Eu não. – eu disse e seus olhos abriram para olhar nos meus, com
admiração para o que eu acabei de dizer.
─ Eu prefiro estar aqui com você agora… Do que em qualquer outro lugar do
mundo. – sussurrei para ele. James estava falando com Claire e Raven a
alguns centímetros de distância agora, sem dúvida preparando seus joguinhos.
Beijei seus lábios salgados com toda a paixão que eu tinha em mim e ele o
devolveu dez vezes mais forte. Por um instante, esqueci da situação em que
estávamos, onde estávamos.
Meu colar ainda estava ligado e eu estava contente. Mesmo que o tirassem
de mim e o atirassem ao chão, o microfone ainda funcionaria, então isso
realmente não importava. Mas eu gostava que Mathew pudesse vê-lo. Talvez
isso traria força a ele… isso daria força a nós
Eu estava aterrorizada com a dor que eles infligiriam a nós. Eu estava com
medo de morrer aqui. Mas, olhando nos olhos de Mathew… Eu me senti mais
corajosa. Por ele, pelo amor que ele me dá, eu ficaria feliz em suportar
qualquer coisa que eles pudessem mostrar. Seu toque vale cem mil mortes.
─ Eu sei que você matou pessoas aqui antes. – eu disse. ─ Eu sei sobre
Jason White. Tenho certeza que ele é apenas uma das muitas pessoas que
você matou.
Eu não acho que eles estão considerando a etiqueta associada com mestres
responsáveis e segurança, sanidade e jogadores consensuais.
─ Talvez ele esteja certo. – James riu, entregando a Claire. ─ Mathew não é
nenhum principiante, ele é, Claire?
─ Claro que não. – ela sorriu, pegando-o. ─ Embora a forma como ele
esteja agindo esta noite, quem poderia dizer?
─ Agora, Mathew, toda vez que você gritar, Skylar pagará por isso. – Claire
informou.
CHICOTADA.
─ Dois.
Com um puxão súbito da cabeça, seu rosto estava de volta perto do meu e
seu corpo todo tremia de dor.
─ Para quê? – ele tentou sorrir para mim. ─ Isso não machuca.
CHICOTADA.
Esse último comentário dele deixou Claire com raiva e eu poderia dizer que
esse golpe em particular foi muito forte. Mathew balançou mais forte, contra o
meu corpo e apertou os olhos com força, ofegante por ar.
─ Quatro.
Mathew quase gritou dessa vez. Mas ele segurou, a cabeça inclinando-se
apertada e os punhos lutando acima dele, batendo as correntes.
Suas inspirações vieram em rajadas rápidas e duras… e quando ele olhou
para mim e abriu os olhos, as lágrimas desciam de ambos os lados do seu
rosto.
─ Claire…
E então ele deixou cair sua cabeça fracamente, seus braços pendurados
frouxamente em suas amarras e os pés relaxados, tombados no chão de
concreto.
─ VEJA. – eu gritei. ─ Ele está apenas esperando para pegar você, de uma
forma ou outra! Ele disse-me para jogar junto e que ele nos deixaria ir, uma
vez que tivesse cuidado de você! Mas eu nunca confiei nele!
Ele desceu no primeiro golpe, a sua dose real de sedativos tendo efeito
junto com o ataque esmagador da vara.
Um caído. Faltam duas.
─ Vamos lá, baby, acorde. – ela disse. ─ Você tem que ficar de pé, ou você
pode machucar seus braços e pernas, por favor…
─ Sim. – ela olhou para os pulsos dele e fez uma careta para si mesma,
indo para a alavanca dele e lentamente colocando o gancho dele para baixo,
finalmente colocando-o no chão em suas costas.
Foi linda a forma como ele nunca ficou tenso, seu corpo sempre relaxado
enquanto ela o abaixava. Até mesmo eu acreditava que ele estava
inconsciente.
Raven foi para o canto da sala e voltou com água, derramando um pouco
em suas próprias mãos, deslizando a água fria na testa de Mathew e
bochechas, tentando trazê-lo de volta.
─ Ele me ama também. Mas Claire nunca o dará a mim. Nós queremos ficar
juntos.
─ Você deveria tê-lo, então. – eu disse. ─ Por que esperar que ela o venda
para você? Basta levá-lo. Claire vai para a cadeia se ela sobreviver esta noite.
Mathew vai para a cadeia também. Ela vai, sem dúvida, culpá-lo por tudo que
ela fez. Ela tem o sangue dele em algum lugar. Ela pode enquadrá-lo e ele
poderia ir para a prisão para a vida toda! Então você nunca vai conseguir tê-lo.
Raven estava olhando para o belo rosto dele, acariciando-o, pensando sobre
isso. Então ela virou a cabeça para mim.
─ Por que eu deveria acreditar em você? – ela piscou para mim. ─ Você é
aquela que o salvou da minha casa! Você se preocupa com ele também. Por
que você me diria para levá-lo agora?
Eu sorri, surpresa.
─ Sério?
─ Nós vamos para o outro lado do mundo, para ficar seguros. – Raven
acrescentou. ─ Eu tenho meu próprio lugar em Porto Rico. Ninguém nos
encontraria lá. Você pode brincar na praia todos os dias, nadar, é tão bonito lá.
Eu não seria cruel para qualquer um de vocês.
─ PARE! QUIETA!
─ Tire a roupa, agora! – Mathew ordenou e eu dei um passo em direção a
ele, vendo seus olhos assumirem um pequeno brilho malvado.
─ Mathew. – eu disse.
Oh. Certo. Cruzei meus braços sobre meu peito e Mathew olhou para
Raven, que estava atrapalhada, tentando respirar e tirar seu vestido, ao
mesmo tempo.
Raven tinha um sutiã e calcinha, ambos roxos com barras pretas. Mathew a
levou até a gaiola pendurada no teto e abriu a porta, empurrando-a dentro
dele e fechando, trancando o cadeado para selar seu interior.
─ Aqui está uma cadeira – eu disse, assim que encontrei uma no canto e a
movi para o centro da sala. ─ Sente James aqui.
Mathew tinha se puxado para longe olhando para Raven e agora estava
arrancando James do chão, levando-o à cadeira e estatelando-o nela, um corte
desagradável em seu olho e osso do nariz, sangue em seu rosto.
Ela parecia realmente machucada e eu quase senti pena dela. Mas eu me fiz
bloquear isso.
Coloquei meus braços em torno das suas costas, amando a sensação suave
e quente dele.
─ NÃO! – eu agarrei seus braços. ─ Não! Eles poderiam pegar você! Fique
aqui!
─ Tudo bem, tudo bem. – ele me segurou mais apertado a ele enquanto
Raven olhava para nós da sua cela.
─ Oh, aqui! – eu me separei dele e fui até onde James tinha tirado sua
camisa, entregando a ele. ─ Vista isso.
─ Todos nós. – eu respondi, desejando que ele perdesse o seu tom tenso
comigo.
─ O plano é trazer Claire de volta aqui, e conseguir que ela confesse o que
eles fizeram. Dar outros nomes das vítimas. Dizer onde os restantes estão.
Isso será suficiente para levá-la para atrás das grades.
Espreitei para Raven e ela estava dormindo agora na gaiola. Eu sorri. Era
hora de ela sentir os efeitos. Talvez ela só tenha bebido um pouco, ela não
comeu muito também.
─ Isso foi ideia do Eli. – sorri. ─ Ele parece, de alguma forma, saber tudo
sobre sedativos.
Fui para a porta, espiando pela rachadura. A porta tinha sido deixada
aberta, mas eu a fechei quase todo o caminho, apenas no caso de alguém do
outro lado se deparar com esta sala.
─ Ela fez aquela praia e o mar soarem bons, não é? – ele brincou,
balançando a cabeça. ─ Ela é uma verdadeira manipuladora. Ela poderia
conseguir que o próprio Jesus vendesse sua alma ao diabo.
─ Espero que eles estejam bem. – Mathew preocupou-se comigo, indo para
as paredes, levando as coisas que poderiam ser boas armas para nós, só no
caso.
─ Algo está errado. – olhei para Mathew. ─ Eles deviam estar aqui
agora.Precisamos encontrá-los. E Julie e Riley também.
Eu olhei para baixo, não apreciando que ele estivesse gritando comigo.
Ele suspirou.
─ Nós não podemos usar James como refém se Claire os tiver. – pensei em
voz alta. ─ Ela pensa que ele é seu inimigo agora. Ela não se importaria se nós
o machucássemos. Raven não significa nada para ela também.
Capítulo 32
Mathew POV
─ Você deveria me algemar e me levar lá fora, no caso de ela pegar seu pai
ou algo assim. – eu repeti, mas ela girou para mim, os olhos irritados e
selvagens.
─ Não! – ela gritou. ─ Não. Eu não vou fazer isso, Mathew. Eu nunca mais
quero você amarrado de novo, mesmo em um truque contra Claire. Eu vou
vomitar se ela pôr as mãos em você de novo.
─ Puta que pariu, senti sua falta, Skylar. – eu sorri para ela enquanto ela
sorriu de volta e, em seguida, espiou a fresta da porta do porão novamente. ─
Disse a William para levá-la para Bellevue. Pensei que não iria vê-la
novamente. Quando eu estava ajoelhado ao lado da cadeira de Claire, eu
estava quase em coma… Achei que minha vida tinha acabado, que eu não
tinha mais nada. Então eu senti seu cheiro. Durante um minuto, eu pensei que
era minha mente brincando comigo… E então ouvi o seu nome. E me lembrei
do quão teimosa você é… E eu pensei, meu Deus, como eu sou burro. William
nunca iria levá-la para Bellevue. Não enquanto eu ainda estou aqui.
─ Isso é uma sessão de terapia? – ela se virou para mim, querendo ouvir
mais, mas me lembrando que não tenho tempo para isso agora. A vida das
pessoas amamos estava em perigo, ou coisa pior. Temos que ir lá e enfrentá-
lo… Agora.
─ Não, isso sou eu reclamando porque eu não tive ninguém com quem
conversar durante três dias. – eu suspirei. ─ Bem… se você não vai me usar
como seu refém, qual é o plano, então?
─ Eu não acho que ela vá atirar. - respondi. ─ A boate está aberta e cheia
de clientes. Só que, novamente, ela é uma psicopata.
Mas ela pegou minha mão e a apertou firme, fazendo com que meus olhos
levantassem até encontrar os dela. Eram duas belas órbitas cheias de medo e
excitação… E até mesmo amor… Para mim. Como é que ela combina tudo isso
junto em um olhar?
─ Nós podemos fazer isso. – eu disse com confiança, beijando seus dedos
suavemente, um beijo para dar sorte. Nós precisaríamos dela. Nós dois
sabíamos que qualquer coisa poderia acontecer, uma vez que deixarmos este
quarto. Vidas podem acabar, sangue pode ser derramado, as relações seriam
mudadas para sempre. Mas, por enquanto, neste momento, nós amamos um
ao outro por completo, e estávamos dispostos a enfrentar o próprio inferno
para estar juntos. Nós estávamos prontos para ir para a batalha por este
amor. Tantas vezes vi filmes onde o casal teve que lutar por seu futuro juntos.
Eu costumava ter inveja deles. Eu nunca tive a chance de lutar para salvar
Tanya. Cheguei tarde demais.
Mas eu tenho a chance agora de lutar por Skylar e eu… E Katie. Eu não iria
decepcioná-las. Eu daria tudo o que tenho para elas. Mesmo se eu perder, eu
vou perder com honra.
─ Hey! – puxei-a para trás, fui para a porta. ─ Eu sou o homem aqui, eu
deveria estar na frente. Você fica atrás de mim.
─ Não me faça gritar com você agora, Mathew. – ela me deu uma
cotovelada com o braço. ─ Não estamos na década de cinquenta. Caminhamos
lado a lado, como parceiros.
─ Sim, Skylar.
Ela rosnou, odiando a minha resposta de escravo. Não era realmente isso.
Eu posso me ouvir dizendo “sim, Skylar” a ela durante os próximos cem anos.
Desta vez, eu seria o marido mais chicoteado na terra… e um dos mais felizes.
─ Hayes Assassina. – tentei aliviar o medo um pouco, mas ela não riu.
─ Eu vejo um pouco de luz à frente. – ela disse, quase inaudível que mal
consegui ouvir.
Estava tudo tão estranhamente silencioso. Eu odeio isso. Pare de ser boiola,
Mathew, assim fica difícil. Se você quer sobreviver a isso, seja corajoso. Agora.
Então, assim que abri a porta que saía da sala de jantar, para o corredor
que vai para o clube, nós ouvimos.
Parte de mim queria correr para fora com a multidão, tirando Skylar daqui.
Mas ela nunca sairia, abandonando seu pai, Julie, Riley, Ryan…Eli. Ela estava
muito malditamente brava para o seu próprio bem. Eu queria que seu pai fosse
um bibliotecário, em vez de um policial. Ele a criou para ser forte e consciente.
Ela não conseguiria correr… mesmo que ela quisesse.
─ Deus. – Skylar respirou. ─ Eu não sabia que Eli era tão perigoso assim.
─ Sim. – eu concordei, tão surpreso quanto ela agora que pensei sobre isso.
Ela está bem. O que a faz pensar que eu estou bem com isso? Já vi o
suficiente de corpos mortos e ensanguentados pela vida inteira. Eu não estava
animado para ver mais. Mas nós tínhamos que ir lá.
Espero que tenha mais facas em algum lugar. Eu não estou puxando essas
para fora.
Skylar foi menos afetada do que eu, obviamente, porque ela disse:
─ Arma!
─ Maldição! Eu quero ser parceira com Eli. – Skylar respirou, acho que ela
estava brincando. Mas, quando meu olhar irado se transformou e a acertou,
ela corou um pouco.
Havia sangue por todo o chão e eu não tinha sapatos. Merda! Vamos lá,
homem, seja como Eli, eu disse a mim mesmo. Faça Skylar feliz que ela é a
sua parceira.
UCCKKK!
Mantive a minha repulsa para dentro quando dei outro passo, movendo-me
em torno do cadáver tanto quanto pude, Skylar me seguindo, usando seus
sapatos… Sortuda.
Nós nos aproximamos do homem com a arma na mão. Eu não sei nada
sobre armas, tudo o que pude ver foi que era de prata e muito moderno,não
algum revólver antiquado de seis balas. Essa coisa parecia má.
─ Você a pega, parceira. – coloquei a minha mão para cima. ─ Este é o seu
departamento.
Então eu poderia levantar um dia e usar uma contra ela. Ela me acolheu,
fazendo-me quase inútil em uma luta como essa. Ela entregou-me o seu
chicote e se agachou para tomar a arma da mão do homem morto. Isto não foi
agradável para ela e ela tremeu quando os dedos não soltaram a arma.
Inclinei-me e usei o chicote para forçar os dedos a afastarem e a arma estava
livre para ela pegar.
─ Eu tenho que ser bom para alguma coisa, certo? – tentei sorrir, mas
tenho certeza que não o fiz.
Ela segurou a arma como uma perita, movendo a parte de correr para a
parte traseira da arma, e eu vi uma bala de prata situada lá.
─ Está carregada. – ela segurou a arma para longe de nós, para o chão e
empurrou a parte de volta no lugar com um clique metálico. Então ela fez algo
que deixou cair um longo pedaço de prata para fora da alça.
─ O que é isso? – olhei para trás de mim, a porta ainda imóvel e ninguém
estava vindo ainda.
Ela tentou dar uma risadinha para mim, mas eu sei que eu fiz uma careta
para ela.
─ Quatro… – skylar apontou para a porta saindo da cozinha indo para o bar
dentro da área do clube.
Procuramos ao redor pela quinta bala, mas nunca a vimos. Tive a sensação
horrível no meu estômago de que alguém havia se machucado. Talvez a quinta
bala estivesse dentro de um dos nossos amigos…
Skylar olhou para mim e havia uma névoa brilhante em seus olhos que
diziam a mesma coisa que eu estava pensando.
Eu queria ser mais corajoso, mais resistente. Rezei por todos nós enquanto
coloquei o chicote de correntes para baixo, mantendo o chicote triturador na
minha mão direita enquanto Skylar agarrou minha esquerda e passamos ao
longo do corpo, movendo-nos em direção à porta diante de nós.
─ Venha para fora agora, ou eu juro por Deus, eu terei a cabeça da sua filha
em duas horas. – ela foi letal em seu tom.
Algo em mim quase me moveu diretamente através da porta, mas Skylar
jogou o braço em torno de mim, impedindo-me quando comecei a suar e
tremer. Claire sabia o meu número e eu odiava isso.
─ Ele não gritará, ou virá! – Skylar gritou. ─ Ele está morto! A porra do seu
irmão ATIROU nele na cabeça!
Eu não era um bom parceiro? Talvez eu fosse um elo fraco. Eu me senti tão
inútil naquele momento.
Não foi uma má idéia, fazê-la pensar que eu estava morto. Mesmo que ela
fosse embora, ela nunca tentaria me encontrar de novo, ou a minha família. Eu
poderia mudá-los para algum outro lugar.
─ Eu já disse, ele está morto! – Skylar soou tão real quando ela disse isso,
como se ela estivesse quase chorando. Talvez ela possa atuar, afinal.
Eu tinha que ajudá-la de alguma forma. Peguei minha faca gigante e fui por
outro caminho, meus pés vermelhos esquivando-se dos corpos novamente,
indo para a sala de jantar vazia para que eu pudesse dar a volta e ver Claire
do outro lado. Talvez eu pudesse fazê-la virar-se para mim, assim Skylar podia
pegá-la.
─ Eu não vejo nenhum sangue em você. – Claire estava dizendo para Skylar
quando entrei na sala de jantar.
Eu não podia ouvir o que Skylar estava dizendo quando abri a porta para
aquele corredor que leva para o clube.
Mas eu tinha problemas maiores agora. Sr. Kevin estava atrás da porta,
olhando para mim, com severidade.
Ele deu um passo para mim, claramente sem medo enquanto eu dei um
passo para trás, engolindo em seco enquanto meu estômago começou a
ferver.
Ele estendeu a mão para mim e eu golpeei o ar com a minha lâmina, não
fazendo contato com ele.
─ Eu disse para me deixar em paz! – eu gritei, cada vez mais irritado. Ele
continuou vindo em minha direção.
─ Anjo… – ele suavizou sua voz um pouco. ─ Você vai ser meu agora. Não
vamos começar desta forma. Seja agradável e venha comigo.
─ Fique longe de mim! – eu disse através dos meus dentes cerrados mais
uma vez, perto da mesa. Improvisei e atirei alguns pratos nele. Isso apenas o
irritou.
Lutei com tudo que eu tinha, e nós estávamos lutando. Ele tinha suas duas
mãos ao redor do meu pulso e eu estava tentando libertar minha mão para
esfaqueá-lo. Eu iria para o seu rosto… Estava bem em cima do meu. Eu
poderia até mesmo sentir seu fodido hálito de hortelã.
─ Vamos lá, baby… – Sr. Kevin rangeu os dentes,quase com total controle
do meu braço. ─Solte. Eu não quero te machucar, mas eu vou.
Então, algo frio e duro pressionou no meu olho direito, então eu congelei.
Era Claire… parada em cima de mim, segurando o cano da sua arma contra o
meu olho.
─ Ah, olha, Mathew está vivo! Você parece muito bem para um homem
morto… – a voz de Claire era baixa e profunda.
Porra.
─ Você não vai machucá-lo. – a voz de Skylar ficou instável quando o Sr.
Kevin puxou a faca da minha mão, levantando-se e passando a mão pelo seu
cabelo para trás e limpando seu rosto enquanto ele olhou para mim,
decepcionado e enojado.
─ Eu não vou matá-lo, mas vou machucá-lo. – Claire disse. ─ Posso atirar
nele através das bochechas.
Ela moveu o cano da arma para a minha bochecha enquanto Sr. Kevin
segurou meu peito para baixo com sua bota.
─ Ele não será perfeito mais, mas ele ainda seria meu. – Claire pensou em
voz alta. ─Talvez isso seja o melhor. Nada de garotas olhando para ele duas
vezes, nunca mais.
Ela puxou a arma para fora da minha boca e deu um passo atrás, tentando
recompor-se enquanto a arma descansava contra a minha testa agora.
Eu não poderia encontrar força em mim para ter medo dela mais.
─ Você está em casa, Mathew. – ela disse, deixando cair uma lágrima pelo
seu rosto, olhando para o Sr. Kevin, dizendo. ─ Ele é seu.
Ela estava falando com o Sr. Kevin. Oh, não, não diga a ela.
─ Tudo bem, tudo bem. – eu não lutei. ─ Então deixe Skylar ir. Você não
tem nenhuma razão para machucá-la agora.
─ Ah, errado. – ela zombou. ─ James , ou até mesmo você, disse a essa
vadiazinha tudo sobre mim. Temos negócios para tratar antes de você arrumar
as malas.
─ Relaxe, anjo. – Sr. Kevin puxou-me pelo braço agora. ─ O seu papel nisto
está quase acabado.
Olhei para Skylar e Sr. Kevin tinha a faca de novo que ele tirou de mim.
Olhei para o chão, me odiando. Eu perdi a luta por ela. Eu sou inútil.
Não, não desista. Pode haver ainda chance de nos salvar. E, pela primeira
vez na minha vida, por causa de Skylar… eu tinha esperança.
Olhei para trás de mim e Skylar estava nos seguindo, Claire atrás dela com
a arma apontada para suas costas.
Um par de cadeiras estava sendo trazida ao palco pelo Sr. Kevin e ele
bateu-me pelos ombros para uma delas.
Skylar olhou para mim, tentando formular um novo plano, assim como eu
estava tentando fazer o mesmo. Claire pretendia matar Skylar. Ela teria que
me matar primeiro.
Pensei comigo mesmo. Eli está aqui. Ryan está aqui. William está aqui. Julie
e Riley também, mas eu esperava que eles estivessem escondidos. Eu não
acho que Claire sabe que eles estão aqui. E ela não sabe sobre o pai da Skylar,
também.
─ Ainda não. – uma voz de homem gritou da área das salas privadas. As
portas estavam batendo e soou como se um par dos homens dela estivesse
caçando.
Skylar é um ser humano e ela está se desculpando por isso. Como é que ela
se meteu neste lugar doente?
─ Eles teriam sido pegos se tivessem ido embora. ─ Eu pensei em voz alta.
─ Tudo bem.
Tiros foram disparados para trás até a parede de vidro, e foi só quando
comecei a levantar de novo, um par de pés de distância da mesa, que eu tive
uma boa visão em cima de mim.
Eu olhei para cima e pude ver Eli, Ryan e William perto do vidro quebrado,
todos com armas na mão, atirando. Eu não conseguia as meninas, e eu estava
feliz. É melhor que elas estejam em algum lugar seguro, fora da linha de fogo.
Claire e Sr. Kevin estavam por trás do bar e ela estava atirando neles a
partir de um ângulo que eles não esperavam. Ouvi Eli gritar:
─ Cuidado!
E, em seguida, mais alguns tiros foram disparados, destruindo o bar,
batendo em um par de garrafas sobre o balcão, vidro e bebida estavam se
explodindo. Sr. Kevin parecia que estava apenas sentado no chão, atrás do
bar, deixando Claire lidar com isso sozinha.
─ Boa ideia, tempo para uma bebida. ─ ela tremeu, mas sorriu para mim
enquanto eu ficava de olho no bar. Claire ainda estava atirando, mas não tão
loucamente como antes. Ela estava sendo cuidadosa agora e eu suspeitava
que ela estivesse com poucas balas. Logo todos nós poderíamos cercar o bar
e levá-los… E isso estaria acabado.
Então aconteceu.
Um tiro foi disparado, eu não poderia dizer de quem, até que ouvi uma voz
profunda gritar e uma fração de segundo mais tarde, quase em câmera lenta,
um corpo foi caindo do escritório de Claire… E aterrissou com força sobre a
mesa, quebrando- a, deitando em uma pilha no chão.
─ SKYLAR, NÃO!
Sem sequer pensar nisso, eu fui atrás dela, sabendo que Claire
estava provavelmente babando com a visão do Bambi bem na frente dela, sem
proteção.
Deitei diretamente por cima dela, forçando-a para baixo e enfiando minha
cabeça em seu cabelo quando os tiros recomeçaram. Eu não senti nada mais,
eu estava ouvindo o sangue de Skylar gritar friamente sob mim quando eu a
cobri.
─ O quê? ─ eu perguntei enquanto ela apertava a mão sobre meu ombro, e
foi quando eu senti o sangue na minha pele, a queimadura na minha carne, a
tontura na minha cabeça.
Mais outro puxão brutal e eu estava no chão, sendo virado, Sr. Kevin estava
me arrastando pelos meus tornozelos e meus braços estavam dormente por
um minuto, deitado em cima de mim enquanto ele lentamente me afastava
de Skylar e William, fazendo uma sangrenta linha vermelha atrás de mim,
umidade quente escorrendo de mim…escorrendo das minhas costas.
Eu gritei em voz alta, contra a minha vontade, o álcool como chamas dentro
da ferida. Senti meu ar de volta quando Skylar gritou, sofrendo tanto quanto
eu estava.
Sr. Kevin molhou o pano novamente com a bebida e colocou em torno das
minhas costas, limpando e queimando o buraco onde a bala tinha me acertado.
Eu uivei de novo, suspiros selvagens saindo de mim enquanto ele
segurava minha mão.
Tirei o cinto dele e usei como um auxílio, dando voltas em torno de seu
pé, por cima do buraco, puxando firmemente enquanto ele deu um grito alto,
mas dificilmente se mudou em tudo.
Ele estava deitado sobre os pedaços de madeira que uma vez já foi uma
mesa e eu empurrei alguns dos pedaços para longe dele, querendo saber se
suas costas estavam quebradas… Se seu pescoço foi quebrado… Ele pode estar
morrendo agora. Assim como Mathew.
─ Esqueça dele! ─ Eli zombou com veneno agora. ─ Você matou meu irmão,
sua puta! E eu quero saber por quê!
Eli cerrou os punhos e queria atacar, mas ele segurou para trás, vendo
que estava sendo ameaçado agora.
─ E que prova que você tem? ─ Claire bufou, ─ Você não tem nada!
─ Errado. ─ Eli sorriu, ─ Eu tenho um pano cheio de sangue que, neste
momento, está nas mãos DA POLÍCIA DE NOVA YORK. Eu disse a eles toda a
história, dei os meus diários de tudo o que eu vi e ouvi desde que comecei a
trabalhar aqui. Eles estão sem dúvida no caminho daqui agora, especialmente
depois de todo esse tiroteio.
Ela voou até onde ele estava deitado, com Sr. Kevin ainda cuidando de seu
ferimento e gritou:
─ Levante-o!
─ LEVANTE-O! ─ ela gritou… E Sr. Kevin com cuidado o trouxe para seus
pés descalços, deixando que ele se deitasse contra seu peito e no bar ao
mesmo tempo.
Com isso, Sr. Kevin começou a colocar Mathew para cima, mas Claire não
tinha terminado com ele ainda.
O dedo do meu pai cutucou a minha mão duas vezes e eu corri os olhos
para ele. Ele olhou para mim, sorrindo e muito lentamente e em silêncio, ele
levantou a pistola.
Dei a ele um leve aceno de cabeça, movendo para trás para sair do seu
caminho. Ryan e Eli viram isso, também, e não fizeram um movimento.
─ Eu sempre soube que se chegasse a isso…Eu me mataria antes que eles
pudessem me pegar. ─ ela respirou em seu rosto, ─ Eu quero que você venha
comigo, meu amor…meu animal de estimação. Eu sei que você não quis dizer o
que você acabou de dizer. Você estava apenas confuso. Colocaram você contra
mim. Mas eu sei… você ainda me ama, Mathew. Vou levar você comigo. Você
ainda é meu. Desta forma, podemos estar juntos para sempre… Onde ninguém
pode nos separar.
Ela moveu a arma, quase acariciando seu rosto com a arma, e ela a levou
até sua testa, bem entre as sobrancelhas.
─ Espere. ─ Mathew olhou para nós maliciosamente, sua mão movendo a
arma para longe de seu rosto, ─ Me dê um beijo antes, uma última vez, antes
de nós irmos…
Ele a beijou com a boca aberta e é aí foi quando o meu pai deu o tiro, sendo
o policial honrado que ele era, ele atirou na perna, abaixo do joelho, fazendo
Claire cair com tudo no chão.
Eu puxei a arma de sua mão e dei um tapa no rosto dela com o revólver.
Então eu algemei seu pulso. Eu queria machucá-la um pouco mais. Ela
atirou no Mathew, ela atirou no meu pai!
Ryan estava tentando ajudar meu pai quando Eli pegou uma garrafa
de vodka…e começou a jogar o líquido sobre a cabeça de Claire, cobrindo o
peito e as pernas dela com isso, depois… sacudindo a garrafa vazia até a
última gota estar em cima dela.
─ Levem-no para fora. – Ryan disse a elas enquanto Eli olhava para a vela
situada na mesa à sua direita. ─ Os policiais estão lá fora. Basta levá-lo ao
primeiro carro lá fora.
─ Estou indo! – ele saiu correndo, olhando para nós com um olhar estranho
enquanto levava meu pai para a ambulância lá fora.
─ Mathew não vai embora, Skylar. – ela me informou. ─ Eu posso ver nos
olhos dele agora. Ele está mortalmente enjoado com o pensamento de dar um
passo para fora daqui sem a minha permissão primeiro.
Ele não está livre ainda. E eu posso ver isso em seus olhos… tão lindo,
mágico, ainda cheio com esta imensa tristeza que eu nunca posso apagar
completamente. Pelo menos, não ainda.
─ Você ameaçou a ele e sua filha pela última vez, Claire. – eu disse
calmamente. ─ Eu sei que fará a Mathew grandes danos, em sua mente, se ele
matar você. Seria até mesmo horrível para Eli. Eu gosto de ajudar as pessoas
cujas mentes são perturbadas, cujos corações estão feridos. Eu gosto de
resolver problemas. Mas, nunca antes me deparei com alguém que não tivesse
coração… cuja mente é simplesmente doente demais para curar… que É um
problema… um que tem que ser tratado… de uma vez por todas. Até você.
Eu concordei.
─ Eu não vou perder o sono por causa disso, Claire. – eu disse, pensando
em meu pai, pensando em Mathew e sua filha, sorrindo e se abraçando, um
momento futuro que tinha que acontecer, um que havia esperado por muito
tempo para se tornar realidade.
Mathew nunca seria capaz de ser livre e feliz enquanto ela vivesse… nem
teria sua filha. Para eles… pelo amor deles e felicidade, eu faço isso agora.
Seja qual for a punição, eu vou pagar com prazer… ou nesta vida… ou na
próxima.
Hesitei antes quando eu poderia ter atirado em Claire . E então ela veio e
atirou no meu pai e em Mathew. Eu não hesitarei desta vez.
Afastei-me de Claire e ela olhou pra mim, sem dizer uma palavra, quase
desafiando-me, como se ela quisesse isso.
Sem olhar para trás para ela, eu olhei para Mathew, e nós nos beijamos
com lábios suaves e tranquilos. Naquele momento, minha decisão foi tomada.
E então eu disse:
─ Adeus, Claire.
Meu pai me disse uma vez… não pense sobre o que você teve que matar…
pense no que você permitiu viver.
─ Você não pode FUGIR, MATHEW! – ela ainda estava furiosa quando
saímos. ─ Mesmo do inferno, eu posso alcançar VOCÊ, MATHEW! EU VOU TE
ENCONTRAR DE NOVO! MATHEW!
Ele ainda estava perdendo sangue e ele correndo não estava ajudando o
assunto.
Ele olhou para mim, os olhos tão assustados, a respiração difícil enquanto
seu corpo tremia.
Certo. Vamos lidar com isso agora. Dra. Skylar está em ação.
─ Eu também te amo, Mathew. – beijei sua testa, puxando seu braço bom.
─ Agora venha, hora de curar o resto de você. Regra número um, quando você
leva um tiro, você tem que ir para o hospital.
─ Sem camisa, certo? – ele me deu seu sorriso torto, sua voz rouca de
cansaço.
O mundo psiquiátrico poderia discordar, mas isso eu sabia: Matar Claire foi
bom. Não me faria inquieta durante a noite. Eu não derramaria nenhuma
lágrima sobre ela, ou o que eu fiz. Eu não teria medo de adormecer. Ela não
estará nos meus sonhos… ou pesadelos.
Ela não roubaria uma gota de alegria da minha vida daqui em diante.
Eu não a deixaria.
Alguns grupos podem chamá-la de ser humano, uma pessoa, alguém que
tinha o direito de viver.
Não eu.
Toda a dor que ela tinha infligido… não só em cima de Mathew, mas
inúmeros outros. Jason… Ryan… quem sabe quantos outros houve? Todos
aqueles espíritos descansariam agora… em paz… capazes de avançar para um
lugar quente e ensolarado agora.
Toda a dor que ela poderia ter infligido… ainda tinha a infligir… era irreal
para considerar. Eu acreditava nas suas palavras finais para Mathew. Eu sei
que ela teria assassinado Katie bem diante dos olhos de seu pai. Ela destruiria
Mathew Trenner para sempre naquele momento.
Mesmo que ele sobrevivesse a uma coisa dessas, ele estaria morto por
dentro. Ele, sem dúvida, não encontraria nenhuma razão para continuar
vivendo então. Ele se mataria.
Essas imagens, futuros evitados que eu não podia suportar prolongar… elas
me impediriam de sentir uma gota de pena de Claire… elas me impediriam de
arruinar a minha vida com a culpa inútil. Todos os dias os tribunais condenam
pessoas exatamente como ela e dão a pena de morte, sendo misericordiosos e
dando uma injeção letal, uma morte tranquila e indolor.
Hoje eu fui juiz, júri e carrasco. E Claire não merecia uma morte indolor.
Tenho certeza que meu pai entenderia o que eu escolhi hoje. Quantas vezes
ele viu assassinos e estupradores escaparem do tribunal, livres, prontos para
fazer tudo de novo com uma outra vida inocente?
Mathew nunca terá que olhar por cima do seu ombro de novo, com medo.
Se este é o único presente que posso dar a ele, estou entusiasmada sobre isso.
A pessoa que eu amo está mais perto do que eu penso. Peço a Deus que
Mathew esteja mais perto de meu coração… não mais longe agora.
Águia Livre.
Ele sorriu para mim e beijei a sua mão, as minhas duas mãos em volta da
dele.
Corri para dentro atrás deles, e Mathew estava tentando estender a mão
para mim novamente enquanto eles o levavam ao fundo do corredor.
Capítulo 33
Skylar POV
─ O que tem o meu pai? – eu senti um caroço enorme no meu peito e
minha garganta estava fechando, Ryan me encarava com seus olhos azuis
tristes.
Empurrei Ryan de meu caminho e fui até a recepção, cortando outra mulher
que estava tentando obter informações sobre o seu marido.
─ Com licença! – eu quase berrei. ─ Meu pai, William Hayes, foi internado.
Eu quero saber como ele está. Ele está na cirurgia, eu acho.
Eu quero saber como Mathew está, também, mas ele entrou aqui sozinho.
Imaginei algumas pessoas de branco em volta do meu Mathew, empurrando
tubos em sua garganta, espetando agulhas nele, ignorando seus gritos e
perguntas enquanto trabalhavam nele. Ele já teve o suficiente disso em sua
vida. Eu odeio que agora, depois de tudo esta noite, ele tem que passar por
isso de novo, sozinho.
Hemorragia interna. Isso não é bom. Eu estava vendo-o chocar com suas
costas… Na mesa… Bruscamente… Eu acho que na hora pude ouvir um estalo
horrível. Seria a mesa… Ou a coluna do meu pai?
Eu bufei e girei a cabeça para Ryan e Eli, que estavam de pé ao meu lado
direito. Riley e Julie estavam à minha esquerda, tentando me consolar. Riley
estava esfregando minhas costas.
─ Ele estava falando… – Ryan começou. ─ Ele parecia bem. Ele estava até
mesmo brincando, dizendo que provavelmente você e Mathew estavam se
agarrando em algum lugar. E então ele simplesmente… Apagou e tudo
desabou.
Virei de volta para a senhora da recepção e ela olhou para mim agora, a
outra mulher atrás de mim desapareceu.
─ Eu acho que ele está bem. – minha voz tremia. ─ Mas eu não sei. Eles o
levaram para o pronto socorro e não me deixaram entrar.
─ Ele vai ficar bem, Skylar. – Eli colocou a mão no meu ombro. ─ Os dois
ficarão bem.
Eli me olhou estranho. Ele parecia feliz, aliviado e satisfeito… Mas também
preocupado e aflito.
─ Vá dar uma checada, Eli. – Ryan lhe deu permissão para ir. ─ Nós vamos
ficar aqui com Skylar. Volte e deixe-nos saber o que aconteceu.
─ Claro. – ele levantou-se, a ponto de sair correndo, mas depois ele voltou,
olhando para mim.
─ Quando Eli achou o pano? – eu perguntei. ─ E por que ele não disse
nada? Nós poderíamos ter pulado esta noite inteira!
─ Eli fingiu ser um dançarino esse tempo todo. – Ryan começou. ─ Eu soube
disso há algumas semanas atrás, mas eu nunca disse nada a Claire. Eu
costumava pensar que Claire era legal… Até que eu vi o que ela fez com
Mathew. Ele era um cara legal, você sabe. Naquela noite, eu o ajudei, e
trouxe-o para a boate… Eu gostei dele imediatamente. Ele era honesto…
Olhava bem nos olhos… ele era forte. ele tinha uma opinião. Estava sempre
sorrindo. Ele diria se ele não concordasse com você. Uma vez que Claire o
possuiu, vi que mudou um pouco mais a cada dia. Era como se ela estivesse
sugando a alma dele. Logo, Mathew nunca me olhou nos olhos novamente. Ele
sempre olhava para baixo. Ele não podia encarar ninguém por muito tempo. E
ele nunca argumentou. Ele nunca relaxou. Estava sempre com medo. Ele não
sorria mais. Não de verdade. Bem, até que você apareceu, de qualquer
maneira.
─ Eli não estava pensando direito, Skylar. Eu fiquei tão apavorado quando
Claire entornou a bebida dela na boca de Mathew. – Ryan mudou de assunto.
─ Eu pensei que talvez Eli tivesse envenenado a bebida com algo fatal. Eu
voltei para a cozinha e praticamente berrei com ele, perguntando se ele fizera
isso. No entanto, ele foi esperto o bastante para não tentar; ele sabe que
Claire dá de comer a Mathew nesses jantares. Embora ele estivesse louco por
vingança… ele tentou garantir que vocês não se ferissem.
Tudo que importa agora é Mathew e meu pai. Se eles saírem dessa sãos e
salvos, eu não me importaria com o resto.
─ Seu pai salvou minha vida, Skylar. Eu estava algemado, mas ainda
revidava muito bem. Eu dei uma cabeçada em um dos caras e tinha o pescoço
do outro entre minhas pernas, pronto para torcê-lo. E então o que eu tinha
cabeceado sentou-se e apontou sua arma para a parte de trás da minha
cabeça. Foi quando William atacou. Ele é muito legal.
Talvez se eu não tivesse lhe apressado como apressei… quem sabe isto
pudesse ter terminado melhor.
Talvez ele não estaria passando por uma cirurgia agora. E nem Mathew.
Eu te amo, pai
Quando fechei meus olhos, lágrimas escorreram deles e minha cabeça caiu
em minhas mãos trêmulas.
─ Ele vai ficar bem. Ele é um cara durão. Ele escutou sobre seus jogos
sexuais com Mathew pelo microfone e sobreviveu. Se bem que eu cheguei a
pensar que estivéssemos perdendo-o naquele momento. Eu pensei que ele
fosse se juntar a James e Claire e descer até o porão para acabar com vocês
dois.
─ Cala a boca. – eu não queria sorrir ou dar risada, porém por pouco não
fiz.
─ Ação de Graças e Natal vai ser uma época bem engraçada para vocês
todos. – Ryan sorria debochado.
Este tem sido o único amigo verdadeiro de Mathew em todos esses anos
horríveis e infernais. Ele se certificou que Mathew estivesse alimentado e
aquecido em noites onde ninguém mais se importava ou se dava ao trabalho,
mesmo o próprio Mathew. Ele era o ombro amigo, seu protetor, seu professor,
a rocha em que ele se agarrava. Ele é da família.
(…)
─ Vocês todos são parentes dele? – ele ergueu uma sobrancelha, não
acreditando.
─ Sou irmão dele. – Ryan falou, assumindo como verdade. E era verdade.
─ Mathew tem muita sorte. – ele disse e minha barriga contraída relaxou. ─
Foi um pouco difícil por um tempo, não conseguíamos conter a hemorragia.
Mas então tivemos um milagre. Contemos a artéria rompida. Mathew ficará
bem. No entanto, ele perdeu bastante sangue. Estamos tentando localizar
algum…
lgo e ele está dormindo agora. Ele está bem. Eu prometo. Mais tarde,
quando ele acordar, todos vocês podem dar um “oi”.
─ Skylar, ele está bem. – Ryan passou a mão pelo meu braço. ─ Deixe-o
dormir um pouco. Ele teve uma semana difícil.
─ A sorte geralmente não está do lado dele. – minha voz chorosa disse a
Ryan e ao médico.
Eu mesma tive que sorrir. Ele ficaria bem. Se eu pudesse, agora mesmo iria
até o espaço e voltaria, rindo pelo caminho todo. Eu estava chorando e
sorrindo ao mesmo tempo quando o médico olhou para trás de si e disse:
─ Venha, Skylar. Você pode ter um minuto. Só não conte isso pra ninguém.
─ Oh Deus! – eu solucei em gratidão. ─ Obrigada!
─ Shhhh… – ele riu, pegando minha mão e fazendo um gesto com a cabeça
para Ryan nos seguir.
Uma cortina foi puxada para que eu não pudesse ver o paciente ao lado de
Mathew, mas eu não precisava ver mais ninguém. Eu não conseguia tirar meus
olhos do cabelo acobreado que se recusava a comportar-se… e do rosto branco
mais belo e sereno de anjo dormindo a poucos metros de distância.
Seus lábios estavam naquele biquinho fofo que eu vi pela primeira vez
quando acordei ao lado dele naquela primeira “manhã seguinte”. Seus lábios
são tão vermelhos.
Ele estava vestindo uma bata azul de hospital e que apenas fazia sua pele
aparentar mais pálida para mim. Ele estava terrivelmente pálido. Aquilo me
assustava. Mas por outro lado, ele precisa de sangue. Ryan está cuidando
disso. Tenho certeza que eles têm mais sangue por aqui, também, em algum
lugar.
A bala havia atingido meu pai? Ele estava bem ao meu lado.
Eu tinha que voltar para lá no caso de terem notícias sobre meu pai, mas
como eu posso deixar Mathew sozinho agora?
Eu estaria nesta cama agora, se não fosse por você. Eu mentalmente disse
a ele enquanto tocava seu cabelo, movia os fios claros para cima com meus
dedos cuidadosos. Eu gosto dele selvagem, para cima e desobediente.
Exatamente como estava esta noite quando ele salvou a minha vida.
Exatamente como estava quando ele lutou por sua liberdade.
─ Assim está melhor, baby. – eu suspirei, alisando a manta sobre seu peito,
sem chegar perto de onde as ataduras estavam. ─ Durma agora. Tenha bons
sonhos. Vou te trazer um Icee de cereja escondido amanhã. Acho que você
merece.
É melhor que não seja. Não no mesmo quarto. Deus não é tão maldoso
assim, será ela?
─ Me desculpe . – eu disse quando ele cobriu sua boca. ─ Você está bem?
Deus do céu, como eu estou paranoica. Mas por um lado, eu tenho motivo
para estar.
Ele fez que sim com a cabeça e vi que havia uma jarra de água e alguns
copos descartáveis ao lado da sua cama.
Eu servi um copo com água e lhe entreguei. Ele deve ter pensado que eu
era uma enfermeira nessa luz fraca e bebeu lentamente enquanto eu puxava a
cortina de volta para o lugar.
Ainda encarando Mathew, eu corri meus dedos sobre os dele e tentei não
chorar agora. Eu não queria que ele me ouvisse triste, não depois de tudo que
tínhamos feito para chegar a este momento.
Eu espero que ele ainda se sinta da mesma maneira sobre mim agora.
Espero que ele não pense que simplesmente deixou uma assassina por outra.
Que ele ainda acredite que eu sou diferente das outras mulheres que ele
conheceu. Eu quero ser diferente.
─ Eli! – Ryan praticamente gritou, fazendo cara feia. ─ Onde diabos você se
meteu?
Em seguida, Ryan contou a Eli que Mathew estava bem e que estava
recebendo sua transfusão de sangue agora e que ainda não tínhamos ouvido
nada sobre William.
─ Eli? – eu respondi.
─ Oi, Skylar. – ele disse. ─ Estou na delegacia. Eu teria ligado antes, mas
tinha muito para contar a estes caras, você sabe.
─ Por que eles te prenderiam? – Eli perguntou. ─ Foi o Senhor Kevin que
matou a Claire.
─ Obrigada, Eli.
Eu soube sem que precisassem me falar… é por isso que o microfone foi
perdido tão cedo. Mathew queria que meu pai e eu fôssemos poupados
daquilo, mesmo se ele não fosse poupado. Ele poderia ter dito a sua palavra e
terminado com a coisa todo ali mesmo. Mas ele queria ser um membro da
equipe, ele queria conseguir uma prova real contra Claire, assim ela nunca
mais nos incomodaria. Ele renunciou a si mesmo para que pudéssemos ter um
futuro. Ele sacrificou seu corpo mais uma vez… por nós… pela sua filha.
Ele tem que vir com seu advogado pagar a fiança dela. Sem dúvidas ele irá
despachá-la para Porto Rico para que ela não o constranja ou ponha em risco
algum negócio dele com este escândalo.
Eu engoli em seco e pensei nela por um momento. Ela podia não parecer
perigosa para Eli, mas eu tinha visto o que ela causou no corpo de Mathew. Ela
é louca e obcecada por Mathew. Mas eu realmente não a via fazendo alguma
coisa, como ir atrás de Mathew ou coisa do tipo. Ela talvez se mudasse para
longe e recomeçasse, encontrando algum outro coitado para ser seu escravo.
Uma coisa é certa. Há pessoas despedaçadas em todo país, em cada cidade.
Eu quero ser médica agora mais do que nunca. Eu tenho que ser uma
psiquiatra. Mas eu tinha que ficar aqui para isso? Eu conseguiria? Eu tinha
construído uma vida toda aqui… eu havia amado isso aqui. Eu adorava Nova
York. Tinha de tudo! Bellevue nunca tinha nada novo. Nova York podia ser
diferente todos os dias, estava sempre mudando e me surpreendendo. Eu me
via morando aqui para sempre, apenas três semanas atrás.
Eles mereciam tempo a sós. Ben e Angela sempre estariam presentes, mas
Katie precisava de Mathew todo para ela, para redescobri-lo, para enxergar
que ele ainda a amava e sempre amaria, e que nada disto eraculpa dela.
Eu não queria ser a terceira roda, tentando analisar todas as coisas que
Katie dizia ou fazia. Eu não poderia ser a Dra. Skylar para Katie. Eu não queria
ser. Eu não quero ser uma nova mãe para ela. Ninguém poderia jamais tomar
o lugar de Tanya. Ela ainda não tinha lidado com a perda da sua mãe, pelo o
que Mathew me contara. Ele tinha que lidar com isso, também, e ainda não o
fizera.
─ Tudo vai ficar bem, Skylar. – Eli disse com confiança. ─ Eu quero te
agradecer, também, pelo modo como você foi corajosa na noite passada. Meu
irmão também te agradece. Eu provavelmente não verei vocês por um tempo.
Eles estão colocando eu e meus pais no Proteção de Testemunhas. Estou
tentando decidir agora se eu pinto meu cabelo de preto ou vermelho.
Eu tive que dar risada àquilo, embora eu odiasse a ideia de Eli ser colocado
no Proteção de Testemunhas. Porém, fazia sentido. A família de Claire
possivelmente desejaria algum tipo de vingança… ou se livrar das
testemunhas, assim James não seria condenado por nada.
─ William Hayes?
Eu tive que disparar um: ─ Tenho que ir Eli, meu pai! Fale com o Ryan!
─ Sou a filha dele. – eu quase esbarrei em um médico mais velho com uma
barba e que estava quase careca, Riley e Julie ao meu lado.
Ele deve ter caído em cima daquela perna na queda. Minha cabeça estava
girando. Meu pai perdeu a perna. Eles já a tinham amputado! Ele ficaria numa
cadeira de rodas! Precisaria de uma prótese! Ele nunca mais poderia ser
policial! Ele perderia seu emprego! Ser policial é tudo para William!
─ Escute, Skylar. – começou Ryan. ─ Seu pai é policial. Durante toda a sua
vida ele teve consciência que salvar os outros… podia significar que ele
acabaria ferido no cumprimento do seu dever. Todo policial sabe disso. Eles
aceitam isso. Perder uma perna não vai fazer de William menos do que ele é.
Eu prometo.
─ Isto é minha culpa, Ryan – eu agarrei os meus cabelos. ─ Eu fiz ele vir
até aqui, fiz ele nos ajudar! Ele estaria em casa, seguro em Bellevue neste
exato momento se não fosse por mim!
Quem sabe o que mais poderia acontecer se meu pai não tivesse feito parte
disso tudo?
─ Está tudo bem. – Ryan beijou o topo da minha cabeça enquanto eu a
segurava em minhas mãos. ─ Vá em frente e chore. É uma merda mesmo.
Ryan logo me levou para fora, para me sentar sob a brisa da manhã
enquanto eu me debulhava.
Era muito melhor que ficar naquela sala de espera horrível, com todos me
olhando, cochichando sobre mim.
Eu comecei a perceber como era bom ser consolada e cuidada por Ryan, e
por um segundo me perguntei se ele pensava que eu era uma grande pé-no-
saco, como Mathew provavelmente tinha sido para ele nos últimos anos. Eu
sabia que ele não se importava, mas também prometi a mim mesma que
encontraria um jeito de retribuí-lo por tudo que ele tinha feito, não só por
mim, como por Mathew. Ele é aquele cara enorme, bonitão e assustador no
começo. Mas então, quando ele te toca, é apenas um irmão-urso gigante. Eu
estava tão grata a Ryan por hoje.
Ou talvez ele estivesse tentando agradecer a meu pai por salvar sua vida
tomando conta de mim.
Gostava ainda mais quando ele não dizia nada. Ele não preenchia o vazio
com tagarelice e me dizia todos os tipos de chavões bonitos. Ele simplesmente
me deixou chorar. E eu imaginei Mathew… nu e chorando enquanto Ryan
apenas sentava-se ao seu lado, deixando-o botar tudo para fora, não
permitindo que ele sofresse sozinho.
Ryan me fez andar um pouco com ele pelo hospital, agora que tínhamos
notícias a respeito de Mathew e meu pai. Ele queria que eu ficasse algum
tempo longe daquela sala de espera. Nós caminhamos pela ala da maternidade
e quase quis parar e correr para a outra direção.
No entanto, Ryan ficou tão animado em estar ali olhando os bebês. Aquilo
me surpreendeu. E, depois de ele ter sido tão bom comigo, eu não protestei.
Eu podia ver Ryan sendo ótimo com crianças. Ele daria um pai maravilhoso.
─ Eles ainda não cometeram nenhum erro. – ele inclinou a cabeça enquanto
observava um. ─ Podem ser qualquer coisa… fazer qualquer coisa.
Dra. Skylar estava de volta, sabendo por que Ryan gostava do pensamento
de uma lousa em branco. Eu estou certa que a vida dele com Claire também
não era repleta de piqueniques. E eu me perguntei quantas vezes ela o teria
machucado também. Eu estava tão focada na dor de Mathew que não pensei
no resto deles. Com certeza ela compartilhou sua doença com cada homem
que trabalhou para ela.
─ Você está livre agora também, Ryan. – eu cruzei os meus braços, olhando
para ele com um sorriso fraco. ─ O que vai fazer agora?
─ Certo, após sua tarefa estar feita, o que virá a seguir? – estimulei um
pouco mais.
E o gosto por fazendas… Ryan desejava fazer coisas brotarem, onde antes
não existia nada. Ele queria ver as coisas crescerem e se abrirem ao invés de
assistir pessoas como Mathew recuarem e se fecharem. Ele queria cavar a
terra, sentir-se puro por dentro no final do dia, em vez de se sentir sujo o
tempo inteiro, por dentro e por fora.
─ Ryan?
─ Skylar?
Capítulo 34
Mathew POV
─ Eu estava tão assustada quando ele finalmente olhou para mim… – disse
a voz de Skylar, soando muito longe. ─ Ele andou pelo piso do ginásio e eu não
conseguia respirar. Eu quase desmaiei por falta de oxigênio no momento que
ele chegou perto de mim, e me pediu para dançar com ele.
O que ela está falando? Sua primeira dança? Ela acha que o ciúme vai me
trazer de volta à consciência? Bem, isso está funcionando, não é?
─ Ele está acordando? - a voz de Ryan era alta e forte, fazendo-me sentir
ainda mais seguro. Em seguida, um segundo depois, eu desejei que ele não
estivesse aqui com a gente. Eu queria ficar sozinho com a minha Skylar.
Eu ouvi a mesma rir, em alívio, e eu podia ver que ela estava sorrindo, seus
pequenos dentes brancos entrando em foco agora.
Eu não pude segurar o sorriso lento, que voltou à vida em meu rosto
conforme os detalhes do rosto dela ficavam mais claros. Eu podia ver os
cabelos em sua cabeça, seus cílios… aqueles olhos azuis impressionantes … Ela
nunca pareceu mais bonita para mim do que agora.
Skylar riu de novo e ouvi Ryan dar uma risada também. Então Skylar
estava chorando.
Não, nada disso. Chorar estava em nosso passado agora. Risadas… esse é o
nosso novo som. Tentei pensar em algo que iria fazê-la parar de chorar.
Então eu ri. Eu ri como se fizesse mil anos desde a última vez que tentei. E
eu assisti os rostos deles ao perceber minha brincadeira… Ryan sorriu.
─ Isso não é engraçado, Trenner! – ela quase foi para bater no meu braço
ou alguma coisa, mas parou a si mesma, não querendo me atacar enquanto eu
ainda estava na minha cama de hospital.
─ Não. – ela disse, então pensou sobre isso. ─ Bem… talvez. Teve um dia
que eu quase fui para a faculdade de roupão! E ele quase me deixou fazer isso
sem me avisar!
Eu ri de novo, pensando naquele dia e no olhar em seu rosto…
Ele começou a rir comigo e Skylar franziu mais a testa, não desfrutando do
nosso momento.
─ Eu não posso acreditar que eu realmente rezei por você para acordar. –
Skylar resmungou e quase se levantou da cama. Ela estava sentada ali, ao
meu lado.
─ Vejo você mais tarde, estranho. – Ryan apontou para mim, com seu
sorriso habitual, eu sorri de volta para ele como um idiota. ─ Skylar, volto pra
te buscar daqui a pouco.
Ele se foi e eu sabia que tinha alguns pedidos de desculpas para fazer.
Ela olhou para as nossas mãos e se derreteu, sorrindo como eu queria que
fizesse agora.
Não ter medo. Eu não sabia como fazer isso. Será que eu nunca vou me
sentir seguro? Será que, mesmo vivendo com Katie, eu vou odiar cada vez que
ela sair para brincar, toda vez que ela vai para a casa de uma amiga, toda vez
que ela for para a escola… Eu ficaria com medo, olhando para a porta até que
ela voltasse? E se ela chegasse em casa tarde algum dia? Cristo! Eu perderia
minha mente.
Claire se foi. Mas o medo não. A ameaça não. O perigo não. Sua família vai
querer vingança. James vai querer vingança. Ele poderia fazer um telefonema
da prisão e os homens estariam atrás de nós. Foi então que eu percebi que eu
não poderia ir para a Flórida. Nós não podemos viver lá. Nós temos que fugir.
Temos que viver em outro lugar. Em algum lugar que ninguém possa nos
localizar. Marte não parece longe o suficiente para mim neste momento.
─ A única vez que me sentia seguro foi quando eu estava fazendo o que
Claire queria. –eu confessei. ─ Eu sabia que assim ela não faria mal Katie.
─ Essa vida acabou agora, Mathew. – ela disse com firmeza, olhando bem
nos meus olhos, com a mão segurando meu queixo. ─ Já acabou. Não olhe
para trás agora. Nós vamos falar sobre isso. Mas não até que você esteja
melhor… e fora daqui. Quero dizer, você vai ter de olhar para trás novamente,
assim você vai se curar. Vamos falar sobre isso, o tempo todo. Não falar sobre
isso é a reprimir a história e, em seguida, ela nunca iria embora. Mas hoje, eu
quero que você relaxe.
Tristeza. Dor.
Ela endureceu e limpou a garganta. Ela não chorou, no entanto. Ela segurou
o choro de volta.
─ Ele… ele… perdeu a perna. – ela disse rapidamente. ─ Ele caiu sobre ela
quando despencou. Ela estava completamente destruída, disse o médico.
Eu senti como se todo o ar tivesse sido sugado para fora do meu corpo.
Imaginei William sem sua perna e isso me machucou fisicamente por dentro.
─ E antes que comece, Mathew… – Skylar olhou para mim, coragem crua
em seus olhos. ─ Isso não é culpa de ninguém, só de Claire. Eu estava me
culpando, também, até que Ryan apontou algumas coisas para mim. Primeiro,
o meu pai é e sempre será… um policial. Ele sabe todos os dias que ele arrisca
sua vida para os outros. Ele queria ajudá-lo… e a mim. Ele sabia que havia
perigos. Ele salvou sua vida e a de Ryan… e a minha também. Sei que ele não
se arrepende de nada que ele fez na noite passada. Então você não está
autorizado a isso, também. A culpa mata, Mathew. Deixe que a Dra. Skylar te
explique, é uma emoção inútil que pode prejudicá-lo. Então, nós não vamos
senti-la, entendeu?
Eu não respondi por um momento, mas olhei para o sua mão tocando a
minha, a agulha e fita ali, olhando para mim.
─ Entendeu, Trenner? – ela puxou meu rosto para que eu estivesse olhando
para ela de novo.
Talvez, com o tempo, depois de muita terapia, eu poderia ser como Skylar.
Ou talvez não. Mas eu gostaria de tentar o meu melhor para ser digno desta
mulher. E Katie.
Eu quase quis ter uma sessão logo em seguida com a Dra. Skylar, mas não
acho que ela estava a fim de uma agora. Ela parecia cansada e triste… e eu
sabia que ela tinha passado o inferno nas últimas dez horas. Ela precisava
descansar mais do que eu.
─ Vem cá, Bambi. – eu sussurrei, olhando para baixo para mim mesmo,
esperando que eu não estivesse ainda usando minha cueca daquela noite.
Eu não podia ver o rosto dela, mas eu estava adivinhando que ela não faria
isso sem uma briga.
─ Uma coisa. – eu disse, deslizando meu braço para fora da minha camisola
de hospital. ─ Eu durmo pelado, sempre. Você tem algum problema com isso?
Eu pensei que talvez Skylar ficaria nua também, como ela fez em seu
apartamento naquela primeira noite, mas ela não o fez. Eu estava agradecido.
Eu não quis dizer para que qualquer coisa acontecesse aqui na cama do
hospital, mas eu odiava o cheiro da roupa hospitalar. E, embora eu odiasse
admitir, eu estava acostumado a dormir nu. Talvez, algum dia, eu usaria
pijamas.
Fique para baixo, *Frankencock. Não agora. E ele me ouviu! Pela primeira
vez, ele ficou para baixo. Bom menino!
─ Não, você cheira bem. – ela beijou meu pescoço. ─ Mesmo com as roupas
do hospital, seu cheiro é ótimo. Como você faz isso?
Eu nunca teria que dançar em uma gaiola de novo. Eu nunca teria que
entregar uma pizza novamente. (Pelo menos não com o conhecimento de que
eu seria estuprado pela minha cliente.) Eu nunca teria que ser amarrado de
novo, ou amordaçado. A menos, é claro, que Skylar quisesse brincar comigo.
Eu não me importaria com isso. Mas então eu duvidava que Skylar algum dia
quereria fazer isso comigo, ela sendo tão amável e sensível como ela é.
─ Eu te amo. – ela sussurrou, beijando meu pescoço e aconchegando seu
rosto nele. Eu amava a sensação dela na minha pele.
Sem uma palavra, eu decidi que tinha de beijá-la. Eu queria aqueles lábios.
Cobri em concha sob o seu queixo com meu dedo e ergui sua boca para a
minha, colocando um beijo muito suave e molhado lá. Eu não o fiz muito
sexual. Nada de línguas. Este era um beijo que diria eu te amo. Então minha
voz decidiu proferir as palavras.
Nós ficamos deitados ali por horas. A enfermeira nem sequer tentou entrar
e levá-la para longe de mim e eu estava grato. Talvez a dona sorte esteja
finalmente gostando de mim de uma vez. Talvez ela esteja pronta para me dar
uma chance e dançar comigo. Dança lenta, por favor. Eu nunca quero mover
meus quadris novamente. Eu não danço mais assim.
O que eu vou fazer agora? Ser um caixa de mercado de novo? Como vou
explicar o grande espaço de seis anos em meu histórico de trabalho em uma
entrevista de emprego? Tenho 26 anos e não tenho competências, afinal.
Talvez eu pudesse ser um garçom. Eu ainda não tinha certeza para qual cidade
nós iríamos, então eu realmente não podia pensar em minhas oportunidade de
trabalho no momento. Não pode ser alguma cidade pequena onde não havia
empregos para serem encontrados.
Ele voltaria para Bellevue? Ele pensaria em vir conosco? Se fizermos a coisa
de proteção a testemunhas, ele e Skylar poderiam vir com Katie, Ben, Ângela
e eu para onde eles nos enviassem. Ele teria que vir. Eu não conseguia pensar
em Skylar deixando seu pai para trás, e ele nunca saberia para onde ela foi, ou
seria capaz de ver, ou falar, com ela novamente. Eu não podia deixar Skylar
perder seu pai por causa de mim também. Ela se teria raiva de mim com o
tempo. Ele teria que vir conosco.
Uma coisa é certa. Nós não estamos fora da floresta ainda. Mas o lobo está
morto. Agora nós só tínhamos que encontrar o nosso caminho para fora da
escuridão. Que bom que eu tenho luz. Skylar é a minha luz. Com ela eu sabia
que eu ficaria bem.
Nós podemos fazer isso. Eu posso fazer isto funcionar. Eu jurei de todo o
meu coração que eu faria.
Senti a perna de Skylar curvar sobre ambas as minhas e foi como se uma
droga tivesse sido injetada nas minhas veias. Senti uma mágica calmante
fluindo nas minhas veias… e, mais uma vez eu adormeci, sorrindo… deitado
com o meu anjo.
Skylar POV
Eu estava finalmente autorizada a ver o meu pai. Não sei porquê, mas eu
estava com tanto medo, ao entrar em seu quarto. O que eu diria? Devo apenas
abraçá-lo? Ele deixaria? E se ele me evitasse?
Ele estava tão feliz quando eu o vesti e coloquei o canudo em seus lábios,
observando-o sugar o espesso e gelado suco de cereja. Ele é tão fácil de
agradar. Dando-lhe este suco gelado hoje, ele agiria como se eu acabasse de
dar a ele uma nova Ferrari. E não era falso também. Ele realmente amava
isso. Qualquer ato de afeto ou bondade para com ele era raro e mais precioso
do que o oxigênio. Eu o faria se acostumar com isso. Eu prometi fazer seus
dias cheios desses pequenos ‘eu amo você’ que não tem que ser falado com
palavras.
Minha boca se abriu quando ele chupou mais forte pelo canudo. Eu podia
observar isso o dia todo.
(…)
Bati na porta muito timidamente e depois de uma pequena pausa, ouvi sua
voz rouca.
Engoli, respirei fundo e forcei minha mão para puxar a porta aberta,
entrando.
Eu fiquei ali parada como se fosse uma estranha. Percebi assim que eu
entrei, William jogou um travesseiro branco sobre sua perna… ou… onde sua
perna deveria estar. Eu tinha medo de olhar ali, então não olhei, neste
momento. Então eu me senti mal por não ser mais forte para ele. Ele precisava
de mim também agora.
Olhei para o rosto do meu pai ao invés das suas pernas e vi um olhar de
vergonha e quase humilhação ali. Eu não entendi isso. Ele não tinha motivos
para se envergonhar. Isso deveria ser a minha cara agora, não a dele.
Eu pensei que ele ficaria com raiva ou ódio de mim e que eu veria isso em
seus olhos. Ao contrário, ele suavizou seu olhar e me deu um pequeno sorriso.
─ Oi, Sky. – ele disse, o carinho e cuidado ainda em sua voz quando ele me
cumprimentou.
─ Vamos, agora. – ele finalmente disse, sua voz baixa e profunda enquanto
ele rapidamente esfregava minhas costas. ─ Nenhuma dessas coisas agora. Eu
estou bem. Desligue esse derramamento de água.
Isso é tão meu pai. Ele odeia a atenção. E ele odeia quando eu choro
também, exatamente como Mathew.
Ele suspirou.
─ Merdas acontecem. – ele disse com um tom severo. ─ Serve bem para
desejar que eu pudesse ter alguma ação. Cuidado com o que você deseja, eu
acho.
Minha voz falhou mais de uma vez e era aguda, como uma criança de cinco
anos de idade.
Eu vi o seu sorriso seco e eu tive de sorrir para mim mesma, rindo através
das minhas lágrimas.
─ Como está todo mundo? Eles me disseram que todos conseguiram sair
bem.
─ Ah. – eu respirei fundo. ─ Sim. Ryan está aqui, ele está bem. Eli,Riley,
Julie, todos eles estão bem também.
Eu quase disse a ele sobre Mathew, mas não tinha certeza se ele queria
ouvir isso ou não. Eu estava com medo de como ele se sentiria sobre Mathew
agora.
─ Bem. – eu tremi. ─ Ele perdeu um pouco de sangue, mas Ryan doou para
ele. Ele está acordado e ele está… bem. Ele já é o velho Mathew novamente.
─ Como você se sente sobre ele agora, pai? – fiquei estática. ─ Você o
odeia?
Ele soltou um longo suspiro e eu olhei para os pêlos negros em seu braço,
com medo de fazer contato visual.
─ Não, Skylar, eu não o odeio. – ele disse francamente. ─ Ele levou uma
bala por você. Eu nunca posso odiá-lo. Eu escolhi ajudar. Eu queria ajudá-lo.
Eu sou um policial. Este é o meu trabalho. Eu só tenho alguma merda com a
qual lidar agora. Eu acho que Deus decidiu que eu estive entediado por muito
tempo. Ele decidiu atirar-me algumas novas curvas. Isso é a vida, Skylar.
Prefiro estar sem uma perna… do que ver você jogar uma rosa em um buraco,
chorando sobre aquele garoto.
Estendi a mão e segurei sua mão e ele apertou a minha com firmeza.
─ Eu vou voltar para Bellevue assim que esses indivíduos me deixarem sair
daqui. –ele informou, sem rodeios.
─ E eu quero que você venha comigo, Skylar. – ele afirmou, olhando para a
frente, para o nada.
Eu senti como se tivesse acabado de levar um tapa no rosto. Ele queria que
eu fosse com ele. Como eu poderia dizer não agora? E quanto à faculdade?
Mathew?
─ Isso foi antes! – senti as lágrimas quentes vindo fortes agora. ─ Ele me
ama! Eu o amo! Depois de tudo o que passamos na outra noite… nós podemos
finalmente ficar juntos agora. Eu disse que não o deixaria. Todos nós
deveríamos entrar no programa de proteção a testemunhas juntos!
Ele sabia que eu não podia. E é por isso que ele estava pedindo. Como eu
poderia dizer sim a ele?
─ A vida não é justa, Skylar. – ele não demonstrou nenhuma emoção ainda.
─ Eu te ensinei isso há muito tempo. Perdemos a sua mãe quando você tinha
dez anos. Isso não foi justo, mas aconteceu. Eu não quero perder você agora.
Você é tudo que eu tenho.
Eu soluçava e fui até a janela, apenas olhando para os carros e grama e céu
enquanto eu chorava, vendo o rosto de Mathew olhando de volta para o meu.
─ Sinto muito, Skylar. – ele disse depois de alguns minutos de ouvir o meu
choro. ─ Eu não quero te machucar. Eu quero você feliz. Ele não vai te fazer
feliz, Skylar. Ele não pode. Por mais que ele possa querer, e significar também,
e amar você… e eu acredito que ele ama… mas… ele é… quebrado. Eu vejo isso
todos os dias. Ele tem passado através do inferno e de volta e através do
inferno novamente. Ele está no escuro, Skylar. Ele viveu nesse mundo por
tanto tempo, ele está acostumado com isso. Ele não pode simplesmente sair e
ser normal agora. Você sabe disso também, sendo uma estudante de
psiquiatria. Me diz que eu estou errado.
Eu ofeguei, odiando cada palavra que ele estava dizendo. Eu nunca poderia
concordar com ele. É de Mathew que ele está falando assim. Eu queria
machucá-lo. Como ele estava me machucando agora, não apenas um
ferimento físico… mas um mais profundo.
Ser um policial tinha feito William duro, e ele deixou de acreditar que as
pessoas podem mudar e ter uma segunda chance.
Mas então eu percebi, ele perdeu a minha mãe para o câncer de mama. Ele
já tinha sido ferido tão profundamente, onde o amante dentro dele vivia… e
tinha desaparecido para sempre agora. Eu não podia acreditar que ele me
deixaria levar a mesma perda que ele tinha sofrido. Ele nunca foi o mesmo
depois que a mamãe morreu… e eu seria para sempre mudada sem Mathew.
Por do sol. Onde Mathew tinha tido sua epifania no barco… onde ele decidiu
mudar sua vida e lutar de volta, apesar dos perigos. Onde ele se tornou forte.
Rezei para ter essa mesma força agora.
─ Consertar pessoas deveria ser a sua carreira, não a sua vida amorosa. –
meu pai disse. ─E você ainda é apenas uma estudante. Você não é boa o
suficiente para consertá-lo e os problemas dele. Ele precisa de um médico de
verdade agora, Skylar. Você não deveria bancar isso. Uma bagunça e as
consequências podem ser fatais… para ele… e você.
─ VOCÊ NÃO SABE NADA SOBRE ELE! – eu gritei. ─ Ele é a pessoa mais
gentil que eu já conheci!
─ Eu não estou falando de sexo, Skylar. – meu pai apertou sua mandíbula.
─ E, sim, eu ouvi sobre o Sr. Gentil amarrando você em um banco e dando
tapas em você. Jesus Cristo, eu comprei para você aqueles banquinhos,
Skylar!
Eu me encolhi, confusa.
─ Olhe. – eu respirei. ─ Eu sou uma mulher agora, pai. Uma mulher adulta.
Eu faço sexo. Eu faço amor. Não há nada de errado com isso. Sexo não é
sujo… e orgasmos não são um crime. Mathew me ensinou isso. E eu estou
feliz. Eu não serei feita para me sentir suja porque escolhi fazer amor com
Mathew. Isso é coisa nossa, não sua.
─ Você não pode casar com a primeira pessoa que faz amor com você,
Skylar. – ele ficou vermelho quando disse isso. ─ Você é tão jovem. Você deve
crescer um pouco mais, seus gostos mudarão à medida que você amadurecer
mais. Você vai superá-lo. Eu não quero falar mal dele, mas ele mostrou a você
alguns truques novos. Ele fez você sentir coisas… pela primeira vez. É por isso
que você sente que o ama. Mas há mais para o casamento do que o sexo bom.
Há muito mais. Estar com ele só pode terminar em desastre. Por favor, me
escute, Skylar. Eu conheço você. Eu conheço você pela sua vida toda. Vai doer
deixá-lo, eu sei. O primeiro amor sempre dói…
─ Você nunca sequer teve seu coração partido ainda. Faz parte do
crescimento. Mas, com o tempo, você vai se curar. – ele falou mais suave
agora. ─ Você vai fazer novos amigos, bons amigos. Você até mesmo vai se
apaixonar de novo.
─ Pare com isso, pai. – eu chorei, minha voz rachando em todos os lugares.
─ Eu sei que parece impossível para você agora, mas é verdade. – ele
prometeu. ─ Você pode encontrar um bom cara em Bellevue. Ter o seu
diploma. Ter o seu próprio consultório. Ter uma boa família. Você não terá que
colar seu marido junto o tempo todo e esperar que ele permaneça em um
único pedaço. Você vai ter o suficiente dessa pressão sobre você quando você
for uma médica. Você não vai querer isso em sua vida familiar, sua vida
amorosa.
Fechei meus olhos e nem quis imaginar uma vida sem Mathew nela. Eu me
senti enjoada.
─ Deixe-me colocar desta forma, Skylar. – ele disse, a voz vazia. ─ Perdi
minha perna. Vou voltar para Bellevue. É a minha casa. É a nossa casa. Eu
preciso que você venha comigo. Eu preciso de você, filha. Por favor… eu… não
sei se eu posso fazer isso sozinho.
A voz do meu pai rachou. Ela nunca rachava. Eu me virei para ele, vendo
pela primeira vez o medo em seus olhos escuros. Isso não era apenas sobre eu
escolher Mathew, ou deixá-lo… ele estava com medo. E ele precisava de mim.
Ele nunca me disse isso antes.
Capítulo 35
Skylar POV
— Skylar, minhas pernas estão bem. – ele riu. — Não é que eu não gosto
disso, ser carregado por você.
Ele choramingou como uma criança ao negar doces contra sua vontade.
Começamos a nossa subida até as escadas e, sendo o levado que ele é, ele foi
certificando-se de que os dois pés estavam em cada degrau conforme subimos,
fazendo passos reais de bebê, seu sorriso me esperando para reagir.
— Oh Deus. – Mathew fez uma careta, sua pele em um tom claro de rosa.
Ele cora?
Eu acho que foi ali que Claire pode ter começado a preferir Mathew, ao
invés de Ryan. Parece, de acordo com o próprio Ryan, que havia um monte
dessas pequenas competições que ela os colocava. Ryan também me disse na
sala de espera, que Mathew era uma máquina. Ele sempre ganhou. No
entanto, ele nunca foi um mau vencedor. Ele era sempre gentil, sempre um
amigo, Ryan acrescentou.
—Minha vida era tão nojenta antes de você. – ele disse, não com qualquer
tristeza, mas com uma voz alegre. — Neste Halloween vamos fazer doces ou
travessuras com Katie. Mal posso esperar por isso. Talvez você possa ser o
coelho.
Senti que suas partes mais baixas estavam vivas e bem, e não sentindo os
efeitos da lesão de bala. Na verdade, depois de alguns dias sem brincadeiras,
eu temia que o Frankencock fosse atacar assim chegarmos dentro do meu
apartamento.
— E o que você vai ser? - eu perguntei, imaginando ele com uma fantasia
de lobo, me agarrando por trás na floresta. Ou talvez um caçador?
— Ainda não. – passei minha língua levemente sobre o lábio superior dele.
— Espere até chegarmos lá dentro.
— Você vai lutar como um animal, mas… – eu o beijei de novo. — Você não
vai me escapar…
Ele moveu o ombro ferido e eu agarrei seu pescoço com as mãos, movendo
seu rosto para a direita, obtendo o caminho livre pelo seu pescoço musculoso,
lambendo e mordendo… beijando e dando leves chupões.
Seus dedos agarraram minha bunda,ainda nos meus jeans, e nos beijamos
como selvagens, sem pausar para pegar o ar. Então, ele estava esfregando
seu corpo no meu, em meus jeans entre minhas pernas e eu soltei um grito
alto, eu estive sem esses dedos por muito tempo.
Mathew fez uma careta e bufou quando eu quebrei o nosso beijo só por um
momento, para que eu pudesse colocar meu nariz no outro lado do seu,
beijando com novo vigor.
Nós não estávamos nem mesmo na porta ainda. Minhas chaves estavam na
minha bolsa e eu não tinha a intenção de pegá-las agora.
Agora que o ar tocou seu pênis, ele gemeu em voz alta, aliviado e excitado
ao máximo.
Ele encostou na porta e sentou no chão, trazendo meus quadris para ele,
fazendo com que eu ficasse bem em cima do enorme membro que estava me
chamando.
Olhei para lá e senti todo o meu corpo nivelado com o calor. Tenho certeza
de que estava corando e eu não me importei.
Eu estava confusa.
— Você não sempre usa? - o beijei. — Você que disse… o que você quer
fazer, Mathew?
Eu sempre teria que impor a vontade dele, seus desejos. Ele estava sempre
me perguntando se estava tudo bem, o que eu queria. Eu tinha que fazê-lo
expressar suas próprias necessidades e desejos. Era quando começávamos a
saber quem Mathew Trenner realmente é.
— Eu não quero usar. – ele disse como um menino, e passou sua língua em
minha boca, fechando os lábios sobre ela. — Eu quero sentir você. Eu não
quero nada entre nós … uma vez… apenas uma vez … mas eu entendo se você
não sentir segura.
— Eu tenho tudo sobre controle. – eu compartilhei, feliz, que ele me disse
o que queria. Ele está fazendo progressos. E ele acha que eu não me sentiria
segura ao fazer amor com ele sem camisinha. Ele ficou com muitas mulheres.
Mas, por mais estúpido que possa parecer, eu me sentia perfeitamente segura.
E só com Mathew que eu iria apenas jogar a precaução ao vento para estar
com ele do jeito que ele queria. Eu quero isso também.
Eu decidi tomar conta da situação aqui e fazer o que ele me pediu para
fazer. Foder.
— Sim, eu vou foder você forte. – agarrei sua camisa novamente e o forcei
contra mim, agarrando seu pescoço outra vez enquanto ele respirava com
mais força, seu pênis duro como uma rocha e latejante, enquanto seus olhos
olharam nos meus, tão cheios de desejo e necessidade.
Ele estava há algum tempo sem isso e eu sabia que estava matando-o. Ele
choramingou como um cachorrinho e isso me levou a loucura.
— Por favor, por favor, por favor, por favor… – ele sussurrou, fechando os
olhos, cravando os dedos na minha bunda, tentando me persuadir a ele.
— Sim… sim… sim… – ele gemeu, abrindo os olhos e me mostrando que ele
não estava chateado com o que eu tinha dito. Ele queria ser meu. Ele sabia
que eu não iria abusar disso, como tantas outras no passado. Eu não
precisava de correntes e chicotes para fazê-lo meu. Eu usava o amor para
segurá-lo a mim. A corrente mais poderosa de todas.
Afinal, Mathew não tinha estado com uma mulher sem camisinha, durante
anos, com exceção de Claire. Mas eu não queria contar com ela. Certamente,
isso seria especial e novo para ele, também.
— Espere um pouco. – eu não poderia fazer mais isso com ele, ele estava
tão absolutamente lindo, sofrendo dessa maneira. Eu tenho que tirá-lo desse
sofrimento.
— Sim, tudo bem! - eu gritei e sorriu para o meu anjo, colocando a mão
sobre sua boca aberta. — Tudo tão bem.
— Mmmm. – ele fechou os olhos e cantarolava sob meus dedo em sua boca
enquanto eu continuei. Em segundos, Mathew não estava sentado contra a
minha porta mais, ele estava deitado de costas, eu acho que cansado da sua
cabeça batendo na porta cada vez que eu rebolava sobre ele.
Sim, baby, isso. Feche os olhos e deixe-me foder bem. Mova os quadris…
Meu Deus, sim! Oh, você é um alienígena, Mathew, você sabe disso? Nenhum
ser humano poderia ser assim.
Parecia que Mathew realmente estava adorando a minha mão sobre sua
boca, e senti sua língua lambendo meus dedos por debaixo deles. Eu não me
importava. Eu também tinha gostado de ser capturada e amordaçada pelo
“estuprador” Mathew naquele dia no meu apartamento. Eu não iria analisá-lo
agora. Apenas desfrutar dele.
Eu amo o som de sua bunda batendo no chão de madeira cada vez que ele
pega seu impulso ao estocar em mim. E estava sendo emocionante fazer bem
aqui no chão do corredor, ainda mais quente quando alguém tinha chamado
por nós, ouvindo nossos ruídos.
Eu estava perto de gozar agora e eu sabia que poderia ficar aqui transando
com ele mesmo depois disso, mas depois ouvi seu rosnando sob a minha mão
e seus quadris empurraram com uma a necessidade mais feroz. Ele está perto
também. Eu reconheci aqueles rosnados. Mathew se tornava um cão raivoso,
quando no auge do orgasmo.
Então ele de forma maliciosa logo apontou para suas ataduras que estavam
no braço. E um pouco de risada misturada com gemidos e grunhidos.
Eu sorri, gostando como nada nunca era fora dos limites com ele. Ele
sempre foi o primeiro a brincar sobre si mesmo, mesmo quando não fosse tão
engraçado para os outros.
Senti o líquido quente dentro de mim e foi quando eu fechei a minha própria
boca e gritei, tendo o meu próprio orgasmo também. Eu não percebi isso, mas
eu estava apertando minha intimidade nele. Ela se sente muito melhor quando
faço, e em seguida, solto. Uau.
Merda!
Deitei-me ao seu lado e ri junto com ele . Era como se nunca tivéssemos
deixado este lugar… Mesmo que só por um momento. Nós não tínhamos
preocupações, nada em nosso caminho, apenas um ao outro… sem
preocupações no mundo. Era precioso e eu sabia que não iria durar muito
tempo… Mas eu aproveitei o momento de qualquer maneira.
Tenho certeza que ele teria tentado tirar a camisa, se não fosse por seu
curativo. Mas em vez disso, ele apenas moveu a peça para cima, então só
estava sob seu queixo. Ele deixou ali quando me levantei, chutando meus tênis
e terminando de tirar meus jeans e calcinha.
— Onde dói?
Em seguida, ele apontou para o outro mamilo e eu não pude deixar de dar
uma outra risadinha.
— Oh, agora este dói, né? – eu sorri quando o ele assentiu com mais
energia.
Então eu fui até lá e deu um cuidado extra de amor aquele mamilo também.
Eu até mordi um pouco depois que dei uma lambida.
Agora Mathew estava rosnando um pouco. Este não era o cão raivoso ainda.
Este era o cão doce que estava implorando para sair para o quintal.
Ele deu uma risada alta quando eu beijei cada ponto que eu adorava nele
desde o queixo… para seu pescoço, seu Pomo de Adão … YUM… a base de seu
pescoço … no peito entre minhas mordidas … beijei todas as suas costelas e o
seu tanquinho acentuado … Amo esse lugar! E eu fiz o meu caminho para
beijar ambas as entradas de seu quadril. Seus tornozelos ainda estavam
presos em seus jeans e tênis e eu gostei disso. Você não pode fugir Thumper.
Os coelhos podem saltar rápido, você sabe.
Ele riu de novo, gostando desse jogo. Eu sei que eu estava adorando.
— O que é essa coisa grande? – eu movi meus dedos para cima e para
baixo… sentindo-o liso e molhado, enquanto ele gemeu e deu um pequeno
suspiro.
Nota mental: Mathew gosta de ter suas bolas chupadas também. Talvez até
demais. Ele parece com dor. Mas eu acho que ele gosta. Frankencock já está
duas vezes maior do que antes.
Tirando minha boca delas, ele arquejou e olhou para o teto, como se seu
cérebro tivesse desligado.
— E… esta é a cabeça… – Lembrei-me em voz alta, tendo apenas a cabeça
na minha boca agora, lambendo e enrolando minha língua em torno dela,
enquanto ele continuava gemendo e rosnando, quase em protesto, mas sem
me parar.
Às vezes pode machucar demais. Ou se sentir tão bem que dói. Sim, é isso.
— Por favor… Por favor… – ele sussurrou, abafado pela minha calcinha.
— Essa coisa longa… – eu lambia de baixo para cima enquanto ele gemia.
A vingança seria uma cadela quando chegasse a vez dele contra mim. Oh,
estou tremendo? Sinceramente, eu espero que ele seja um pouco rígido
comigo mais tarde. Eu realmente tinha gostado disso.
Eu levei tudo a minha boca, e então, até que ela estava indo no fundo da
minha garganta. Eu relaxei minha garganta, não querendo vomitar ou
engasgar. Se bem que, os homens adoram quando ouvem você engasgar em
uma situação dessas. Pelo menos, Mathew ama.
Ele estava rosnando como um animal, grunhindo enquanto sua mão movia
minha cabeça mais rápido, com a cabeça do seu membro batendo no fundo da
minha garganta, ocasionalmente, forçando os sons de asfixia e engasgos, os
ruídos apenas tornando-o mais desesperado para me ter.
Ele soltou uma lufada mais forte de ar e observou, mas não me parou.
Eu esperava que ele não ficasse bravo comigo por fazer isso, pensei quando
parei, vendo um círculo escuro roxo abaixo de mim.
E ele deitou a cabeça para trás e fechou os olhos, querendo que eu deixasse
minha marca em cima dele. Que é a coisa mais quente.
Ele estava olhando para mim, com admiração, esperando por eu fazer isso
novamente.
Eu não poderia decepcioná-lo. Lambi a sua outra coxa, exatamente ao lado
do seu pênis, e escolhi um local enquanto ele gemia seus sons doces para
mim. Abri minha boca e chupei a pele dentro… molhando e lambendo…
chupando… mordendo, mais forte desta vez.
─ Não pare… não pare… caramba, não pare… Oh, Skylar… Deus!
Finalmente, após mais alguns minutos, tive que parar. Eu acho que esta
marca vai ficar quase negra. Estava um belo violeta escuro.
─ Uau… – ele estava ofegante enquanto eu rastejei para cima até colocar
meu rosto em seu peito, no lado ileso dele. Beijei seu mamilo suavemente e
ele respirou de novo. ─ Uau.
Ele sorriu, tirando a calcinha da sua boca e a colocando na sua testa, como
se ele precisasse usá-la para enxugar o suor.
Eu disse isso para ele entender. Eu não tentaria mudá-lo para ser algum
cidadão normal, respeitável durante a noite. Eu quero que ele seja o mesmo
Mathew doce, divertido e brincalhão que eu amo… eu só queria tirar a tristeza
dos seus olhos, os olhos humilhados tinham que ir… mas todo o resto… eu
queria mantê-lo exatamente o mesmo.
─ Eu terei que falar com meu psiquiatra sobre isso. – ele sorriu, ambos os
braços, até mesmo o mais fraco, ao meu redor.
Eu a limpei rápido e Mathew não percebeu, ou viu. Se ele o fez, ele nunca
disse nada sobre isso. O que não é como ele. Então, eu tenho certeza que ele
não viu.
─ Hm?
─ Posso ajudá-lo a fazer isso? – repeti, ouvindo sua risada enquanto eu ria
também.
─ Acho que sim. – ele disse com a voz baixa. ─ Sim… você pode ajudar. Eu
posso ensiná-la. É divertido, na verdade.
─ Eu aposto que até um canal dentário seria divertido com você. – respondi,
expressando meus pensamentos exatos, em vez de escondê-los. Era tão bom.
─ Não, não… – eu o parei ali mesmo, colocando minha mão sobre os seus
lábios levemente.
─ NÃO! – eu repeti quando ele rolou em cima de mim, seus olhos mortais
enquanto sua testa franziu, parecendo muito sinistro. ─ Mathew, não.
Ele se sentou e tirou os tênis e chutou sua calça jeans para fora.
─ Minha sessão de hoje à noite cobrirá essa coisa que você tem com água
fria, Mathew! – eu avisei, apontando para ele, o sorriso demoníaco ainda em
seus lábios.
─ Legal.
Capítulo 36
Mathew POV
─ Eles ainda estão aí? – perguntei, sorrindo para sua forma minúscula. Ela
estava usando seu moletom cinza, meias e camiseta longa. Ela era tão
adorável, eu sabia que era melhor ficar na cozinha, ou eu simplesmente
saltaria nela novamente.
Lembrei-me de algumas horas atrás e sorri sozinho. Eu não pude sequer
esperar entrar no apartamento. Isso é o que ela faz comigo.
Estou feliz pela polícia verificar o local antes de termos subido as escadas,
para ter certeza de que não havia bombas, ou houvesse assassinos esperando
lá dentro. Eles nos disseram que estariam lá fora, nos protegendo… por 48
horas. Então nós teríamos que fazer uma escolha. Proteção a testemunhas…
ou nada. Lembro-me de sentir tudo morno e distorcido por dentro com a
preocupação deles pelas nossas vidas.
Eu ainda não podia superar que meu corpo não tinha sido suficiente para
parar a bala que Claire disparou em mim.
Se ela passasse por mim e atingisse Skylar, então eu teria feito isso por
nada. Nós dois teríamos sido feridos… ou mortos. Eu tinha dito isso a Skylar
quando deitamos na cama juntos no hospital e ela colocou esse pensamento
imediatamente.
─ Isso significa algo para mim. – ela disse, baixo. ─ Mesmo que a
bala tivesse me atingido… o que você fez significa tudo para mim.
Você arriscou tudo para me proteger. E se você tivesse morrido,
Mathew? Você nunca veria Katie novamente. Eu não posso acreditar
que você faria algo tão… estúpido… tão… heróico… Eu amo você,
Mathew.
─ Sim, está ficando quente aqui, não é? – ela perguntou quando coloquei
uma pimenta em uma tábua de corte na frente dela, junto com uma boa faca
de corte.
Eu me virei, indo até a geladeira e pegando o frango. Abri minha boca para
dizer algo, mas o que eu vi me nocauteou.
Skylar estava lá, cortando a pimenta… e sua camiseta estava sobre a sua
cintura como um avental, as mangas enfiadas em suas calças. Seus seios
descaradamente fazendo saltando um pouco com cada cortada que ela dava.
Eu nem percebi que tinha deixado cair o frango até que Skylar riu de mim e
se abaixou para pegá-lo.
Seu cabelo era tão dourado contra sua pele branca. Puta que pariu! Nós
nunca vamos conseguir comer. Eu posso me ver perdendo um dedo quando
estou tentando cortar cebolas. Meus olhos nunca serão capazes de abandonar
essa visão deslumbrante.
Ela riu, gostando da reação que estava conseguindo de mim. Que pequena
pirralha. Eu teria que castigá-la mais tarde por isso. Então eu me senti um
pouco culpado por ter feito exatamente a mesma coisa com ela naquela
primeira manhã em que eu tinha tirado a camisa enquanto fazia seus ovos. Eu
pagaria muito dinheiro para saber o que ela estava pensando, ou sonhando,
enquanto eu quebrava os ovos e os misturava com o líquido naquele dia. Eu
me lembro do seu rosto vermelho olhando para nada além do meu rosto.
Estou contente por não ter tirado meu jeans também. Eu tinha até pensado
nisso, mas Skylar era tão inocente. Decidi ter um pouco de misericórdia em
seu primeiro dia.
Lembrei-me de outra coisa também. Quando ela me deu o cheque pagando-
me pelas próximas duas semanas, eu havia dito a ela, prometido a ela, que ela
não se arrependeria. Essa é a primeira mentira que eu disse a ela.
Balancei minha cabeça agora e tentei tirar isso dela. Eu tinha visto os seios
de Skylar antes, por que isso está me deixando estúpido?
Sim, divertido. Estou prestes a perder meus dedos aqui. Teremos frango e
pedaços de dedo para o jantar.
Eu tinha passado isso pra ela durante nosso tempo juntos. Isso é uma coisa
boa? Eu sei que ela me mudou para o melhor, apesar de eu ainda ter um longo
caminho a percorrer.
Inferno, eu até mesmo quebrei minha regra e a fodi no chuveiro. Mas era
tudo feliz e incompreensível para mim. E agora, na cozinha, cozinhando, eu a
queria novamente.Eu fantasiava sobre amarrá-la ao balcão, esparramando
suas pernas com uma pequena tangerina em sua boca, abafando seus apelos
enquanto eu pingava óleo sobre seus seios, descendo por uma linha reta para
o seu umbigo. Então eu pegaria algumas especiarias e as polvilharia em cima
disso… alho… talvez um pouco de canela.
Então eu inclinaria sobre ela e provaria meu prato obra-prima, minha língua
pesada e molhada rudemente movendo-se sobre os sucos que eu tinha criado
naquele mamilo. Ela gemia através da pequena tangerina e então eu olhava
para ela, sorrindo.
─ O que é isso que estamos fazendo, afinal? – ela perguntou, olhando nos
meus olhos cheios de luxúria.
É tão fofo como, ainda, às vezes, ela parece com medo de mim… nervosa.
Eu acho que é compreensível. Nós só nos conhecemos há duas semanas. Mas,
de alguma forma, para mim, eu sinto como se estivéssemos juntos por anos. E
eu não quero dizer isso de uma maneira ruim. Ela me conhece. Ela me
entende. E, o mais inacreditável, ela me quer. Ela me ama.
─ Bem, eu sei que é frango… e ele tem pimentas nele. – ela tentou
descobrir.
─ Não vamos tentar descobrir isso. – eu disse com a minha voz profunda e
escura quando coloquei minha testa à dela. ─ Vamos simplesmente… fazer.
Se a minha língua entrar, está tudo acabado. Nós faremos amor de novo.
Por favor, Skylar, deixe-me entrar.
Ela teve uma pequena chance de falar quando olhei para ela, com fome,
não conseguindo a entrada em sua boca ainda. Ela estremeceu quando dei a
ela o olhar, quase bravo com ela por não abrir a porta.
Agarrei seus braços e a movi um pouco rudemente para cima até ela ficar
nos dedos dos seus pés para que eu pudesse obter esses peitos maravilhosos.
Dei uma lambida molhada, seguida de uma mordida profunda quando ela
engasgou e gemeu mais alto.
Ela é minha. Sorri como um diabinho, tendo o melhor anjo do céu nas
minhas garras.
─ Mais tarde.
─ Sim, uma vez. – ela disse e eu parei, olhando para ela. Ela nunca me
disse isso antes. Foi o cara dos 33 segundos?
─ Sua cachorra… – eu meio que sorri enquanto ela ria mais alto.
(…)
Era por volta de onze da noite que tínhamos finalmente sentado para ter a
nossa sessão após o jantar.
Skylar checou seu gravador. Tinha sido algum tempo desde que nós o
tínhamos usado. Ela colocou uma nova fita no interior e o fechou, apertando o
botão de gravar.
Não sei por quê, mas eu me senti tão feliz que ela estava prestes a dizer
aquelas palavras.
─ Olá, Dra. Skylar Hayes. – eu disse com muita emoção, meus olhos a
adorando, escravos dela. Eu queria dar a ela o devido respeito agora, chamá-la
de Dra. Skylar era infantil e desrespeitoso. Eu só percebi isso agora… e foi tão
triste.
Ela corou um pouco, cada luz no lugar apagada. De alguma forma era mais
fácil dessa maneira.
Ela pareceu tocada e eu pensei que havia lágrimas em sua voz quando ela
fez uma pausa e depois disse:
─ Fico muito contente. Isso… significa muito para mim… que você se sinta
assim. Eu acho, no entanto… que esta sessão será muito difícil… para nós dois.
Então eu pensei sobre o que ela estava dizendo. Esta sessão vai ser muito
difícil. Sim, acho que ela está certa. Há muitas coisas de mudança de vida
acontecendo. Amanhã os agentes federais virão aqui para começar a nossa
entrada no programa de proteção a testemunhas.
─ Meu pai. – ela tremeu, esfregando a testa, olhando para baixo. ─ Ele…
não vai… entrar no programa.
Senti meu coração parar e minhas entranhas recuarem. William não vem.
Ela não vem. Se eu sabia alguma coisa sobre Skylar, é que ela o ama. E depois
de como ele foi machucado… ela não o deixaria ficar sozinho. Ela cuidaria dele,
como uma boa filha faria.
─ Eu quero ser honesta com você… sempre. – ela disse com uma voz triste,
evitando meus olhos duros enquanto eles queimavam dentro dela.
─ Ele me pediu para ir com ele. – ela disse, ainda mais frágil do que antes.
─ Eu não dei a ele uma resposta direta no momento. Mas eu…
─ Você não acha que eu tenho pensado nisso? – ela olhou para mim,
levemente irritada, depois suavizou seus olhos. ─ Claire sabia do meu percurso
todo. Ela conhece a minha cidade natal. Tenho certeza que James conhece
também. Registros escolares. Eles nos encontrariam.
─ Você não se importa. – ela repetiu, sabendo que era uma mentira. ─
Você não se importa que Katie possa ser sequestrada? Ou machucada? Ou
morta?
Eu odiava o jeito que eu disse isso. Tão direto, tão pegajoso… mas eu não
podia fazer importar muito. Eu ficaria com ela.
─ Mathew, eu…
─ Isso está me matando também, sabe?! – ela manteve sua voz alta, mas
eu podia ouvir a tristeza por trás da raiva com a qual ela falava. ─ Não posso
escolher entre você e meu pai, eu não posso! – ela chorou, quase dizendo isso
para si mesma.
Eu queria ficar bravo com ela… e ainda mais irritado com William. Mas eu
não podia fazer isso. Eles me salvaram. Eles me libertaram. E agora eles
queriam que eu fosse embora, sozinho? Isso era além de cruel. É como libertar
um pássaro de uma gaiola e, em seguida, cortar suas asas.
─ Qual foi o ponto de tudo isso? – ouvi a minha mágoa falando agora. ─ Por
que você me ensinaria a me ver como alguém legal, para que você pudesse
simplesmente me descartar em uma caixa rotulada de “não é bom o
suficiente"?
─ Desculpa. – mordi meu lábio apertado. ─ Eu não quero dizer isso. Eu sei
que isso não é você. Você nunca me fez sentir inferior, nem mesmo um
pouquinho. Na verdade, você me trata muito bem. William acha isso, não é?
Que eu não sou bom o suficiente para você?
Essa foi a minha confirmação. Eu sabia que William não era louco por mim,
mas eu não achava que ele tentaria nos impedir de ficar juntos.
─ Então eu não vou. – afirmei, simplesmente. ─Eu não vou perder você,
Skylar.
Olhei para o meu peito nu e calças jeans e percebi que eu deveria colocar
uma camisa.
─ Ver William.
─ O horário de visitas acabou, Mathew. – ela disse. ─ Você nunca vai entrar
no quarto dele. Há também dois policiais do lado de fora da porta dele. Espere
até amanhã.
─ Por favor, Mathew, ainda estamos no meio de uma sessão. – ela lembrou.
─ Não fuja de mim. Vamos falar um pouco mais. Você indo atrás do meu pai
agora, louco como você está, não vai ajuda as coisas. Se você quiser chegar a
algum lugar, você tem que ter calma.
─ Como posso ficar calmo quando toda a minha vida está prestes a
desmoronar NOVAMENTE? – eu tremi, esperando que ela não pudesse ver isso.
─ Eu não posso. Eu não posso simplesmente ficar de braços cruzados e deixar
isto acontecer comigo de novo. Desta vez, eu estou lutando de volta! Até a
morte, se é isso o que for preciso.
Olhei para ela, minha mandíbula cerrada… mas ela era mais forte do que
eu.
─ Vamos nos acalmar. – ela sugeriu. ─ Nós dois vamos respirar fundo.
Mathew?
Eu tinha tentado ignorar a sugestão dela, mas depois ela estava olhando
para mim.
─ Mais uma vez… mais lento. – ela disse calmamente, fazendo isso comigo
neste momento. Pelo tempo que tínhamos feito isso pela quinta ou sexta vez,
eu me sentia melhor… não tão em pânico mais.
─ Sim. Obrigado.
Eu suspirei.
─ Isso é outra coisa que eu queria trazer à tona. – Skylar disse com
tristeza. ─ E uma coisa que eu quero que você pense.
Ela não é estúpida, por qualquer meio. Ela está certa, ela tinha trabalhado
sua magia em mim e me fez sentir melhor do que eu me senti desde sempre…
mas isso não é por que eu a amo. É apenas uma das razões que eu a amo.
─ Por favor, não NOS analise, Skylar! – eu fiz uma careta, não gostando
disso.
─ Você pode analisar tudo até que se torne NADA! Eu vou deixar você me
derrubar e teorizar a noite toda, mas não faça isso CONOSCO! Não há
explicações mentais, ou científicas, para o que temos, Skylar. Por favor…
pare… de nos destruir. Eu te amo. Ponto final. Eu tenho orgulho de NÓS. Eu
não estou alucinando, ou transferindo, ou dependente, ou qualquer outro
termo que eles podem bater em mim. Eu te amo. Lide com isso.
─ Me desculpe. – ela disse, com tanto amor em sua voz que eu só queria
beijá-la para sempre.
─ Vamos falar com o meu pai amanhã. – ela disse, concordando, soando
um pouco insegura. ─ Nós não vamos partir até que ele concorde em ir com a
gente.
Nossa, vocês todos devem pensar que eu sou um psicopata também. Tsk.
Tsk. Tsk.
─ Tudo bem. O quê? – perguntei, o que quer que estivesse vindo tinha que
ser menos terrível do que seu primeiro par de anúncios.
─ Uma vez que decidirmos… o que vamos fazer… – ela fez parecer tão vago.
─Quando nós nos mudarmos… precisamos encontrar um bom psiquiatra… para
nós dois. Na verdade, para Katie também.
─ Eu sei.
─ Eu tenho que lidar com o que eu fiz para Claire. – ela disse, direta. ─
Fingir que eu nunca fiz isso e seguir em frente não vai funcionar. Se eu
realmente quero viver e não deixar isso me comer por dentro, eu tenho que
discutir isso… falar sobre isso… analisar o inferno fora disso.
─ Shhh, shhhh, shhhhh! – ela me parou de novo. ─ Eu estou feliz que fiz o
que fiz. Mas, como eu disse, eu preciso lidar com isso. Eu não posso
aconselhar eu mesma. E, eventualmente, se eu aconselhasse você e Katie
sozinha, seria exaustivo para mim. Estou muito próxima de você para ser sua
médica. Deve ser outra pessoa. Alguém para quem você possa ir e até mesmo
reclamar sobre mim se você precisar.
─ Não! – eu me senti doente por dentro e ela olhou para mim com um olhar
estranho agora.
─ Eu não vou brigar com você. – eu disse. ─ Eu nunca vou dizer coisas
cruéis para você.
─ Há um problema, bem aí. – Skylar disse. ─ Eu não quero que você seja
um cachorrinho que nunca se atreve a discutir comigo, que é sempre
agradável, sempre cedendo ao que eu quero. Tem sido a sua vida por tanto
tempo e eu não o culpo. Mas isso é um problema que você tem que trabalhar.
Venha, vamos ter uma briga falsa agora. Apenas experimentar isso.
─ Vamos lá, não é de verdade. – ela disse. ─ Eu não vou ficar brava com
você.
─ Mathew… – ela se inclinou para a frente um pouco. ─ Você quer que nós
tenhamos uma relação saudável ou não?
─ Eu não quero ser a sua nova Claire. – ela disse com firmeza. ─ Eu quero
que você se SINTA tão livre quanto você é. Vamos. Vou começar.
Eu fiz uma careta e olhei para a direita quando ela começou seu pequeno
exercício.
─ Mathew, você sabe… – ela atuou, chateada. ─ Estou ficando tão cansada
de limpar os cabelos que você deixa por todo o banheiro! Você não sabe como
limpar a pia?
Mas eu sabia que não é o que ela queria. Decidi apenas jogar junto, não
querendo dizer nada do que eu estava prestes a dizer.
Sorrindo, um plano no lugar, eu obviamente a provoquei com:
─ É pra isso que eu tenho você, Skylar. Limpeza é trabalho das mulheres. –
sorri largamente para ela e ela sorriu de volta, sabendo que eu estava
brincando com ela.
Eu acho que o medo apareceu na minha cara, porque Skylar sorriu mais
para mim.
─ Viu? – ela perguntou, amando o quão certa ela estava. ─ Venha. Posso
aguentar isso.
Eu não respondi.
Isso não é jogar justo. Ela tinha o seu dedo diretamente sobre um dos
meus maiores gatilhos.
─ Você vai o cacete. – saiu da minha boca. Eu me parei. Eu tinha dito isso
calmamente, mas muito convicto. Reconheci o meu tom de quando eu
costumava brigar com Tanya o tempo todo. Eu odiei isso.
─ Este é o meu trabalho, você não pode me impedir. – ela disse, com
atitude.
─ O que você está dizendo? – ela falou mais alto agora. ─ Você vai me
algemar? Quem diabos você pensa que é? Meu mestre?
Meu rosnado começou a crescer dentro de mim. Olhei para Skylar e ela
quase se encolheu um pouco.
Ela voltou para a sua cadeira fortemente, seus olhos com medo de mim.
Senti uma rajada de ar escapar de mim e recuei para longe dela, enjoado.
Lágrimas vazaram dos cantos dos meus olhos e lutei para respirar.
─ Eu não posso… – respirei fundo, a visão dela levantando e vindo até mim
borrada através dos meus olhos molhados. ─ Eu não posso…
─ Ok… está tudo bem… – ela sussurrou para mim, alisando suas mãos para
cima e para baixo sobre os meus braços nus. ─ Shhhh… shhhh… Sinto muito.
Sinto muito. Acabou…
Por que Skylar não podia ser uma Dominadora? Isso tornaria muito mais
fácil para mim.
Eu fui para longe dela, não merecedor da sua compreensão e toque. Mas eu
não podia partir. Eu não poderia fugir do seu apartamento. Lembra-se do que
aconteceu quando eu fugi de Tanya?
É por isso que garotas boas e adoráveis não me querem, para ficar. Eu sou
tão danificado. Tão fraco. Não admira que Claire me batesse como ela fazia.
Ela provavelmente poderia sentir o cheiro de como sou patético sobre mim.
─ Você vai ficar melhor, eu juro. – ela me abraçou mais apertado, beijando
meu ombro, que estava bem perto da sua boca. ─ Eu estarei com você… todo
o caminho. Parceiros, lembra?
─ Parceiros. – eu sufoquei.
Decidi que tinha que ir. Eu não poderia aprender a viver assim, sem Skylar.
Eu tinha que ver William amanhã e convencê-lo a vir conosco, para Deus sabe
onde. Mais importante, dar uma chance a mim de ser o homem de Skylar, seu
parceiro. Ela tinha me escolhido, apesar de todas as minhas falhas. Ele tinha
que respeitar a escolha dela mesmo se ele não me respeitasse. Eu tinha um
inferno de uma briga diante de mim. Eu não podia chorar e gemer como eu fiz
agora. Eu não poderia ser patético. William rolaria os olhos e me odiaria mais.
Tentei ser de aço por dentro, mesmo quando nós tentamos dormir, nenhum
de nós tendo muito sucesso. Eu teria que discutir com William. Eu teria que
deixar aquele monstro dentro de mim sair, mesmo que apenas por pouco
tempo. Mas, então, Skylar disse para ter calma, para não ficar com raiva
quando eu falasse com ele.
Capítulo 37
Mathew POV
Eu mal podia esperar para entrar pela porta da sala do hospital. Eu não
queria dar uma de enfurecido quando eu tivesse a atenção de William. Eu
queria que ele me ouvisse, com calma, e fizesse uma escolha racional de
deixar sua filha ser adulta e escolher o seu próprio caminho. Eu queria que ela
me escolhesse. Eu queria que ele não interferisse. Eu o queria fora do
caminho. E eu também o queria na vida de Skylar. Eu queria que as coisas
funcionassem, estupidamente, eu percebi que eu queria tudo perfeitamente no
lugar depois da morte de Claire. Eu realmente não queria mais obstáculos. E
eu sabia que não era a realidade. Mas eu quero o conto de fadas. Quero
deslizar o pé da Skylar no sapatinho de cristal e ter tudo a nossa volta
brilhando com pó de pirlimpimpim. Todo mundo a nossa volta iria sorrir e nos
abraçar, desejando o nosso bem, e estar em nosso casamento da Disney no
castelo. Deus, como eu quero isso.
Mas, mais uma vez, eu quero o final perfeito. Eu não quero a realidade
agora. Quero a Skylar. E eu estava com raiva de William por tentar roubar isso
de mim. Inferno, eu odeio o fogo por roubar Tanya de mim. Eu não posso nem
olhar velas ou luzes. Agora eu tenho uma pessoa de carne e osso, com rosto
quente, e tenho que convencê-lo a permitir que eu seja feliz. Seria quase como
se eu estivesse tendo a chance de argumentar com as chamas no meu
apartamento naquela noite. Eu sempre odiava que eu não tivesse controle ou
possibilidade de fazer as coisas pararem de acontecer, como fizeram naquela
noite horrível.
Algo em mim disse para ser mais calmo, para cortar a raiva em meu olhar.
Então eu suavizei… um pouco.
Você ainda é o Oficial Hayes para mim. Eu não estou tentando insultá-lo,
William. Não fique ofendido.
Mas William parecia irritado que eu tinha entrado em seu quarto. Eu tentei
ignorar isso.
─ Pai. – Skylar estava do outro lado dele, à sua esquerda. Ela parecia com
raiva do seu comportamento grosseiro.
─ Mathew quer falar com você. – ela pegou o controle remoto e desligou a
TV. ─ Eu quero que você ouça.
─ Então, aqui está o que nós vamos fazer, pai… Mathew. – ela falava com
nós dois. ─Esta é uma sessão de terapia de família. Todo mundo vai ter a
chance de falar… e todo mundo vai ouvir… pai.
Esta é uma ideia brilhante! Por que eu não pensei nisso? Mas, então,
William bufou e suspirou, com os braços ainda cruzados em desafio.
─ Ele não é da família, Skylar. – William cuspiu, me rejeitando com seis
palavras.
Sentei em uma cadeira perto da cama e estava feliz por William estar quase
ao nível dos olhos comigo. Eu odiaria ter que olhar para ele, estando abaixo
dele, suplicando-lhe para nos dar uma chance.
Senti meus lábios darem a ela um pequeno sorriso, e eu esperava que ela
percebesse meu silencioso agradecimento por isso.
─ Temos que fazer uma escolha até o final da noite… sobre os nossos
futuros. – Skylar disse, fazendo eu me sentir ainda mais nervoso. ─ É certo
passarmos o dia de hoje juntos, decidindo as coisas juntos.
William não disse uma palavra e um breve silêncio desceu sobre nós. Skylar
levantou uma sobrancelha para mim e me estimulou a começar.
─ Mathew?
Fiquei feliz em dizer isso primeiro. Eu queria que ele soubesse o quanto eu
estava grato pela sua ajuda e por salvar não apenas Skylar e eu, mas também
Ryan.
Eu não recebi resposta ainda dele, não que eu esperasse uma. Tudo bem.
Eu não estava ofendido… ainda.
─ Eu entendo mais do que você. – eu disse, atirando facas com meus olhos
para ele. ─ Você já viu sua filha pegando fogo? Você esteve impotente, parado,
enquanto você ouve os gritos dela de terror e excruciante dor? Eu entendo
querer proteger a sua filha! Não se atreva a tentar me dizer que eu não
entendo. Eu entendo!
Skylar estava olhando para mim, seus olhos fortes, mas solenes.
Calmamente, eu falei novamente.
Então Skylar olhou para mim. Eu olhei para ela, meus olhos secretamente a
adorando.
─ Isso levou muita coragem, Mathew. – Skylar disse em sua voz profissional
de médica.
─ Pai? – ela começou para dar a William a sua chance de falar e ele estava
prestes a abrir a boca.
Mas eu o cortei de novo.
Skylar deu outro fôlego e sorriu para mim com aprovação. Senti-me muito
melhor agora. A única coisa que me preocupava era que era a vez de William
falar sua opinião.
─ Ok. – Skylar disse depois de outra pausa. ─ Pai… por que você não nos
diz o que você está pensando?
Skylar parecia com medo, no fundo, do que ele diria a seguir. Assim como
eu. Eu sabia que as razões dele seriam boas e difíceis de disputar.
Tudo o que eu tenho do meu lado é o amor. Ele tem bom senso, lógica e
realidade por trás dele, pronto para cortar a minha garganta.
Estou morto.
Sem tempo?
─ Ela está bem, ela está bem. – a agente garantiu e minhas entranhas
relaxaram.
Senti-me saltar para cima e me mover antes do meu cérebro estar mesmo
ciente de tudo isso.
─ Tudo bem, eu vou. – eu disse, pronto para ir com eles agora. Eu nem
sequer precisava realmente voltar para a casa de Skylar para pegar qualquer
coisa. Tudo o que era importante para mim estava agora na mochila que eu
carregava.
─ Skylar… – eu engasguei.
─ Skylar, eu tenho que ir. – eu disse. ─ Se eu não fizer isso, eu nunca vou
ver a minha filha novamente.
─ Por favor, Skylar. – dei um passo a frente, a cama de William entre nós.
─ Sr. Hayes… – eu respirei. ─ Por favor, venha conosco. Por favor, não faça
isso conosco. Se você quer que eu implore, eu imploro. Vou fazer o que você
quiser. Mas, por favor, não leve Skylar para longe de mim.
─ Eu não posso pedir a você para vir comigo e deixar seu pai, Skylar. – eu
disse e cada palavra cortou meu coração enquanto eu dizia isso.
─ Espere. – ela deixou cair uma lágrima e agarrou o meu braço bom,
puxando-me mais para o canto do quarto, perto da janela, deixando o pai e os
agentes lá sozinhos.
Antes mesmo de ela começar a falar, eu forcei meus lábios contra os dela e
cobri seu rosto em minhas mãos, com medo de esta poder ser minha última
chance de beijar seus lábios doces e molhados.
─ Mathew… – ela chorou, sua voz trêmula quando ela se jogou em meus
braços.
─ Skylar… – eu disse com uma voz baixa. ─ Eu entendo. Ele é seu pai.
Assim como eu sei que você entende que eu preciso estar com a minha filha.
Eu não vou fazer você escolher. Eu não quero você me odiando por isso.
Ela soluçava e eu olhei de volta para William. Ele estava evitando olhar para
nós, sacudindo o controle da TV.
─ Isso aí, muito bem, assista TV, William! – eu gritei bem em seu rosto. ─
Quanto está o jogo? Nossas vidas estão destruídas e você assiste a porra da
TV? Gostaria de saber se há um programa chamado Rasgando o coração da
sua filha para fora!
Skylar veio atrás de mim e foi puxando meu braço um pouco dolorido, mas
eu não me importei. Eu tinha perdido todo o controle.
─ Você sabe, William, eu sinto muito que você perdeu sua perna, mas eu
estou mais triste porque você perdeu o seu coração - há muito tempo. – eu
estava furioso. ─ Não há nenhuma prótese para isso! Espero que você não
tenha problemas para dormir à noite durante o resto de sua vida, sabendo que
sua filha desistiu de sua própria felicidade para empurrá-lo por aí em sua
cadeira de rodas.
─ Eu sinto muito, mas temos que ir. – a mulher disse para nós dois, depois
olhou para Skylar, perguntando. ─ Você vem?
Ela trouxe as duas mãos para o meu cabelo, tocou, acariciou, memorizando
todas as mechas indisciplinadas. Então ela moveu os dedos para baixo na
minha testa, sobre meus olhos fechados, desceu pelo meu nariz, até minhas
bochechas, seus polegares deslizando sobre meu lábio inferior, em seguida,
brincou seus dedos no meu queixo.
Ela olhou nos meus olhos e eu a olhava de volta, meu nariz descansando e
acariciando o dela. Tentei pensar em algo para dizer, na esperança de aliviar
essa dor. Eu soube imediatamente que nada podia.
Eu teria que sair dali mais rápido ou eu nunca iria. Eu odiava isso, mas eu
tinha que sair daqui.
Senti as lágrimas prestes a cair dos meus olhos e eu levantei seu rosto para
o meu, um último beijo. Eu tomei meu tempo, esperando que fosse tão doce e
precioso e eterno a ela, como era para mim.
Meu coração estava quebrado quando eu terminei o beijo finalmente.
Capítulo 38
Skylar POV
Eu o tinha quebrado tudo de novo… logo agora que ele parecia tão forte…
tão orgulhoso.
Senti-me tonta e não sabia que eu estava fazendo qualquer som até que eu
ouvi meu pai falando comigo, tentando me tranquilizar, dizendo algo como:
─ Ele se foi… ele se foi… – eu respirei fundo novamente quando meu pai
pegou a minha mão na sua, e deu um beijinho suave, seu bigode fazendo
cócegas minha pele.
─ O que, pai? – parei meu colapso e o deixei de lado por enquanto, embora
parte de mim sabia que meu pai merecia ver o que ele tinha feito a mim por
sua atitude estupidamente teimosa.
Talvez ele estivesse com dor… Mas ele estava sentindo tanta dor quanto eu?
Eu nunca sequer chegarei a saber se ele está bem, se as coisas com Katie
ficaram bem… Se sua terapia funcionava para ele e sua família… Se funcionava
com seu coração. Será que ele nunca será capaz de encontrar o amor… O
amor verdadeiro com uma mulher? Depois de todo o abuso que seu pobre
coração sofreu?
Respirei pesado, tentando esconder meu mal, quando ele começou a falar,
segurando minhas mãos nas suas.
Dei de ombros.
─ Sim, eu acho.
Eu tenho que perguntar aos médicos se ele sofreu algum dano cerebral
quando ele tomou essa queda. Jesus, isso é tudo que eu preciso, além de todo
o resto do lixo agora empilhado sobre os meus ombros. Parecia que o peso de
vários edifícios estava nas minhas costas. E todo esse peso, sem um vislumbre
de esperança e felicidade no meu coração… Era muito doloroso. Eu me
perguntava quantos anos eu seria capaz de fazer isso. Se houvesse alguma
maneira que eu poderia me aconselhar a viver com esta sentença de prisão
que tinha acabado ser imposta a mim. E eu me senti culpada por pensar isso.
Este é o meu pai. Eu deveria cuidar dele. Ele salvou Mathew.
Ele salvou Mathew. Eu devia a ele por isso. E eu gostaria de pagar o preço…
Com o resto da minha vida. Eu sabia no meu coração que eu amava meu pai.
Ele esteve lá para mim toda a minha vida. Mas agora, eu não podia sentir
nenhum amor por ele. E isso me assustou. Me sentia mais como uma escrava
obediente agora do que uma filha.
Uma escrava… puta merda. Eu tinha trocado de lugares com Mathew. Agora
sou escrava do meu pai e Mathew é livre. Como é estranho que só um de nós
em um momento pode ser livre. Meu tempo livre se foi… Talvez seja isso o que
eu ganhei por acabar com a Claire. Mas eu ainda não sinto muito por isso.
Matá-la foi o mesmo que matar baratas para mim.
Voe, Mathew… voe… não olhe para trás… simplesmente continue subindo…
vá. Eu ficarei aqui na terra e o verei subir até desaparecer na luz do sol que
você ansiou por tanto tempo.
Seja feliz, meu amor… meu vampiro… meu anjo… minha Águia Livre… meu
Thumper. Eu sentirei sua falta para sempre e sempre.
maginei-me uma mulher idosa seca no momento em que meus trinta anos
chegassem. Eu nem quereria namorar, e eu nunca me deixaria esquecer o
quão maravilhoso cada momento com Mathew tinha sido. Eu seria torturada
pela lembrança de tal amor profundo… mas nunca serei capaz de senti-lo
novamente. Eu não quero mais ninguém. Se algum cara perfeito algum dia
aparecer na minha vida… eu nem acho que eu o notaria.
E ele continuou.
─ E ele tinha em seu poder para transformá-la em humana… mas ele sabia
que se fizesse isso, ele a perderia para sempre… ela se casaria com o príncipe
e seu sonho se tornaria realidade… maldição… até mesmo agora eu lembro de
ter lágrimas reais nos meus olhos no final, quando ele diz para o caranguejo…
a parte sobre… há apenas um problema deixado… o quanto eu vou sentir falta
dela. Tenho isso o tempo todo. E então ele dá pernas a ela… dá a ela a chance
de ser feliz. Ele a deixa ir… Sorrindo… Mesmo que isso o esteja matando
por dentro.
─ Huh? – eu estava com tanta dor agora que me sentia estúpida.
Ele parou novamente, e então olhou para mim enquanto eu apenas franzia
a testa para baixo sobre ele, confusa… em estado de choque.
O quê? Eu congelei e meu queixo caiu. Se esta era uma piada de mau
gosto, eu o mataria eu mesma.
─ Eu amaria levar uma hora para dizer tudo, mas seu garoto está se
afastando. – ele olhou para a porta do hospital. ─ Vá pegá-lo, Skylar. Sinto
muito, eu estava errado. Pra tudo tem uma primeira vez, eu acho.
─ Então, mexa a sua bunda, Hayes. – ele sacudiu a cabeça para a porta. ─
Agora! Se você não pegá-lo, eu vou ficar muito aborrecido com você.
─ Agora saia daqui. – ele disse rispidamente. ─ Eles estavam indo para o
aeroporto JFK. Pegue o caminho mais rápido. Corte qualquer coisa que se
atreva a entrar em seu caminho. Nada mais de besteira agora… VÁ.
─ Cuidem desse homem, eu falo sério! – apontei para eles, nem mesmo à
espera de suas reações, antes de eu girar mais uma vez, meus tênis rangendo
no chão enquanto eu corria para fora de lá… uma enfermeira gritando comigo
para não correr pelos corredores enquanto eu a ignorava.
Eu o abri e fui para o menu, indo para os sons… batendo naquele que
William tinha me feito nomear de Marie.
Meu pai conhecia todos os tipos de ótimos pequenos truques como esse e
ele compartilhou comigo todos eles, apenas no caso de eu precisar de alguma
destas dicas em uma situação de emergência. Tantas vezes ele ouvia histórias
de garotas que poderiam ter escapado se tivessem a chave do carro do cara,
ou algo assim. Ele nunca quis que eu fosse impotente e despreparada, incapaz
de fazer tudo o que pudesse para escapar.
Esperançosamente, ele nunca saberia que eu tive que fazer isso para o seu
bebê. Talvez em nosso 25º aniversário eu contaria a ele… talvez. Eu estava
voando para fora do estacionamento e rezando a Deus para que nenhum
policial esbarrasse comigo. Eu pararia? Não. Eu tinha que alcançar… eu estava
muito atrás deles. Eu tinha que correr.
─ Por favor, por favor, por favor… – eu estava dirigindo como uma louca,
desviando de carros e tentando discar meu celular ao mesmo tempo.
140 quilômetros por hora. Fiquei feliz que, pelo menos, era um dia de
semana e à tarde, sem muito tráfego no meu caminho agora.
Só nos filmes era sempre tão fácil! Mas eu não podia desistir. Mathew é
minha vida agora. Eu tenho que tentar salvar isso. Voltar para Bellevue agora…
após essa chance de ir atrás dele… poderia me causar até dor física. Isso me
quebraria. Poderia me tornar uma sombra.
Senti lágrimas vindo aos meus olhos enquanto eu olhava para o relógio
digital no painel. Quantos minutos eu estive dirigindo? Ele poderia estar no
aeroporto agora, escoltado pelos agentes federais, passando por todo o tráfego
se eles quisessem.
Eu não hesitei… eu fui atrás deles… antes que qualquer carro pudesse voltar
para o tráfego… Eu poderia seguir o carro de bombeiros, contanto que ele
seguisse o caminho que eu queria ir. Eu cortaria através das ruas sem
resistência alguma…
Fiquei muito feliz por alguns minutos, sorrindo para o rosto confuso de um
par de bombeiros na parte traseira do caminhão. Talvez eles achassem que eu
era um bombeiro voluntário, ou algo assim. Eu certamente não olhava para o
lado, mas eu não me preocupei com isso agora. Eu apenas agradeci a Deus, ou
a minha mãe, ou quem quer que seja, por esta pausa e aproveitei por tudo
que valia a pena.
Isso é bom demais para ser verdade… estou quase lá! O que eu faria
quando chegasse lá seria divertido.
A pessoa que você ama está mais perto do que você pensa.
Fui com a minha passagem estreita e abri a porta, saindo do carro, batendo
a porta fechada.
Talvez esta não seja uma ótima ideia, chamar o nome completo de alguém
na rua quando estão no seu caminho para se juntar à proteção a testemunhas.
Eu nem sei que tipo de carro os federais tinham. Tudo está contra mim
aqui.
Eu estava gritando tão alto que eu nem sequer ouvi até cerca de cinco
minutos depois.
Isso tem que ser certo… isso tem que ser o caminho. Por favor, deixe que
seja.
Eles tinham me dito que minha voz era boa, que tinha remédio. Disseram a
Mathew que ele estaria livre. E, por alguma coincidência irreal, eles estavam
aqui agora, bloqueando o tráfego… o tráfego que ameaçava retirar Mathew do
meu mundo.
Deus, um outro flashback da Disney. Agora eu sou Pocahontas, correndo
para salvar o nosso futuro, nossos dois mundos… para torná-los um…
finalmente… um.
Eu não sei como fiz isso, mas, de alguma forma, cheguei a eles. Fiquei
chocada por mais um minuto… sem fôlego… suando como um porco.
Alguns dos homens nos seus vinte anos, vestidos com seu belo traje e cocar
de cerimônias, foram bons o suficiente para me segurar e esperar que eu me
acalmasse.
E eles estavam soprando seus chifres, como índios de antigamente. Isto foi
enquanto eles se separaram em pequenas equipes e espalharam-se entre os
carros presos. Eu quase solucei com a emoção que senti por esses homens
maravilhosos que me ajudaram imediatamente, não fazendo-me muitas
perguntas. Tudo o que eles sabiam era que o amor estava na fila. Eu o tinha
perdido e eles me ajudariam a encontrá-lo. Era o suficiente para eles.
Eu não queria chamar o nome dele alto, apenas no caso de haver alguém
na área que gostaria de machucá-lo. Águia Livre funcionaria.
Eu podia ouvir as chamadas para Águia Livre, mesmo agora, voltando aqui
enquanto eles faziam o seu caminho à minha frente. Suas vozes se levantaram
e cresceram como as de um deus fariam…e eu senti esperança brotando
dentro de mim novamente. Ele tem que estar aqui em algum lugar… ele tinha
que ouvir o seu nome.
Limpei meus olhos e continuei em movimento… esperando que o próximo
carro fosse aquele… então o próximo… e o próximo. Isso seria perfeito,
encontrá-lo antes que ele chegasse ao aeroporto. Uma vez lá, eu nunca o
encontraria.
Talvez ele não tivesse ficado preso neste trânsito. Talvez eles tenham
tomado outro caminho.
Senti uma grande rajada de vento soprar meu cabelo para longe do meu
rosto, enxugando minhas lágrimas. Eles o encontraram? Era apenas outras
pessoas participando no festival?
Então eu ouvi…
─ Skylar!
Estou ficando luca? Ou eu realmente ouvi isso? Os índios não sabem o meu
nome.
Ouvi batidas rápidas contra metal novamente e percebi que eram passos…
andando em… carros?
─ MATHEW! – eu gritei, subindo sobre mais alguns carros enquanto ele fazia
o mesmo para chegar até mim.
─ O que é que você está fazendo? – sua testa enrugou quando abri a minha
boca e o beijei mais forte, meus dedos segurando nas laterais do seu cabelo.
─ O que está acontecendo?
Ele ainda não percebeu que eu não posso viver sem ele? Ele não sabe que
isso significa que eu nunca vou deixá-lo novamente?
Ouvi os agentes federais gritando alguns carros atrás de nós enquanto nós
dois estávamos parados no capô de algum pobre cara. A buzina não me
incomodava em nada. Nós simplesmente continuamos nos beijando.
Ele sorriu antes de eu beijá-lo de novo… e ele fechou seus olhos durante
esse beijo. Segurei seu rosto para que ele não pudesse ficar longe de mim.
─ Eu sei que você vai. – olhei para aqueles seus deslumbrantes olhos
dourados. ─ E eu vou cuidar de você. E vamos cuidar de Katie… nós podemos
fazer isso.
─ Sim. – ele concordou, beijando-me outra vez, com uma nova energia que
dizia que faríamos isso agora… tudo ficaria bem. Levaria trabalho e dor e luta,
muita disso… mas eu estava pronta para isso. Uma vez eu pensei que seria
impossível… mas agora… eu sinto como se qualquer coisa com ele fosse
acessível… podemos chegar lá.
Sei que temos o amor do nosso lado, mas sei também que é preciso mais
do que o amor para sobreviver neste mundo. Mas nós temos mais.
Eu comecei a listar todas as outras coisas que temos indo para nós, quando
fomos interrompidos.
─ Trenner. – o agente estava parado no carro atrás de nós, junto com sua
parceira. Eles estavam simplesmente franzindo a testa para nós, esperando.
Mas nós nem sequer tivemos a chance de começar a sair do carro quando
um som gigante de explosão irrompeu todo o caminho até o final da longa fila
de carros. Todo mundo começou a gritar e pular para fora dos seus carros. Eu
não conseguia ver bem, mas vi uma fumaça negra e era na direção que eu
tinha vindo quando saí do Volvo. Os agentes nos agarraram e nos empurraram
para longe, empurrando-nos para o banco de trás do seu carro.
─ Que porra foi essa? – Mathew espiou pela janela de trás enquanto eu
fazia o mesmo ao seu lado.
─ Estamos quase lá agora. – ele gritou. ─ Nós também temos Skylar Hayes
conosco agora. Sim! Imprima isso.
─ Sim. – eu admiti.
─ Ótimo. – ele resmungou. ─ Você tem sorte de estar viva, você sabe
disso?
─ Meu Volvo! – a cabeça de Mathew girou para trás, olhando para fora da
janela de novo, como se ele tivesse acabado de perder seu cachorro.
Jesus. Aquele biscoito da sorte salvou a minha vida! Quão estranho é isso?
─ Ei! – a mulher franziu a testa. ─ Você está viva, estamos fazendo o nosso
trabalho. Agora cale a boca até chegarmos lá.
─ Ei, não fale com Skylar dessa maneira! Quem você pensa que é? –
Mathew me defendeu sem hesitação. Eu me senti tão orgulhosa dele. Ele já
está se levantando por nós, e contra uma mulher. Ele vai ficar bem. Ele se
cura rápido.
─ Oh, Deus. – eu senti meu estômago apertar. Mathew olhou para mim,
solenemente.
Ou talvez ele seja inteligente o suficiente para perceber que era um truque
para manter nossos inimigos longe de nós. Se não, ele pensaria que deixou-
me ir e depois que ambos fomos mortos por causa disso. Ele culparia a si
mesmo pela minha morte. Ele odiaria Mathew por me matar junto com ele
mesmo. Por favor, pai, descubra isso. Não acredite que eu estou morta. Saiba
que eu serei feliz em algum lugar.
─ Eu sei. – Mathew disse, sua voz tão baixa como a minha quando ele
segurou minha mão. ─Joseph e Katherine… Ryan…
─ Eu odeio isso… eu realmente odeio isso… – eu reclamei, quase para mim
mesma.
─ Ei. – eu sacudi sua mão, olhando diretamente para ele. ─ Prefiro estar
morta agora… do que ter vivido mil anos e não conhecer você. Então cale a
boca.
─ Tudo bem, já chega aí atrás. – o homem fez uma careta para nós. ─ Nós
chegamos.
─ Vamos esperar que eles chequem o nosso avião por explosivos. – Mathew
resmungou baixinho para mim enquanto estacionávamos e saíamos do carro,
os agentes vindo conosco.
Sentados no avião, tudo o que sabíamos era que o lugar era Wyoming.
Mathew deu uma espiada e viu isso escrito nos bilhetes que a mulher tinha
apanhado no balcão de passagens. Ele tinha sussurrado esta informação para
mim enquanto nossos agentes sentavam-se nos assentos em frente a nós, nos
encarando. Deixei Mathew ter o assento da janela. Eu estava bem com o vôo,
mas a decolagem .. eu simplesmente detestava.
─ Ouvi dizer que é bom. Montanhas e muita vida selvagem. As pessoas vão
muito lá para acampar na floresta.
Eu sorri de volta para ele, deixando isso dizer a ele o que eu realmente
sentia. Isso não soa tão terrível. Na verdade, soa maravilhoso. Recordei o meu
primeiro pensamento sobre estar em um relacionamento com ele, e como
tínhamos montanhas em nosso caminho. Fez-me rir para mim mesma que
estaríamos cercados por montanhas agora.
─ O quê?
─ Sim.
─ Mas eu não me arrependo. – eu trouxe sua mão aos meus lábios e dei um
beijo suave. ─Eu nunca vou me arrepender, Mathew. Amo você.
─ Amo VOCÊ.
Ele deu uma risadinha, ficando com o mesmo rubor que eu como eu tinha
certeza que ele conseguiu de mim naquela primeira noite.
─ Não tenha medo. – ele repetiu suas palavras para mim daquela mesma
noite, seu dedo tocando no meu maxilar. ─ Eu não mordo… muito.
Ele moveu meu rosto de lado com o dedo e abriu sua boca, vindo para o
meu pescoço com os lábios.
─ Espere, não. – coloquei a mão na base do seu pescoço quando ele parou.
─ Eu posso só… beijar você?
─ Uma honra. – ele respondeu, tão docemente como fez naquela primeira
noite… e ele me beijou… profundo e tão bem que meus pés formigavam
quando ele terminou.
─ Como foi isso? – ele perguntou pela minha aprovação, como fez naquela
noite.
─ Seus olhos são tão bonitos. – eu roubei isso da minha conversa com ele
no quarto Despertar.
─ Bem, obrigado. – ele pegou meu rosto nas mãos, pronto para me beijar
de novo, se aproximando, e acrescentando. ─ Não é sempre que eu recebo
elogios sobre os meus olhos. Eu aprecio isso.
Capítulo 39
Mathew POV
Eu coloquei minha cabeça para trás e fechei os olhos, e pela primeira vez eu
não vi Claire… ou… Kevin ou até mesmo Skylar. Era só a escuridão… E a paz.
Eu gostei. Senti meus lábios sorrirem enquanto eu aproveitava sensação
verdadeira de não estar fazendo nada. Não havia necessidade de pensar
agora. Sem preocupações, sem medo, sem tristeza ou ansiedade. Nada. Eu
estava gostando muito e Skylar foi legal o bastante para me deixar ali, talvez
olhando para fora de sua janela… Talvez se perguntando o que a sua vida se
tornaria em Wyoming.
Em seguida, uma parte prostituta de mim que ainda existia, surgiu com a
idéia de levar Skylar até banheiro minúsculo do avião, e tê-la até o máximo.
Eu fiz uma careta para eu mesmo. Como sou bruto. Será que eu nunca
deixarei essa parte de mim para trás? Será que ela sempre estará lá, como
uma cicatriz, me fazendo lembrar o que eu era… O que eu nunca poderia
escapar?
Estou no meu caminho para um lugar limpo… um bom lugar… onde a minha
filha e os pais de Tanya estão me esperando para finalmente me juntar a sua
família… E trazer Skylar para ela. E eu tenho sexo no banheiro na minha
mente. Empurrei a imagem para fora da minha cabeça… de Skylar sentada
sobre a pia de metal prateada, suas pernas abertas tanto quanto ela poderia
conseguir no cômodo estreito, e eu enterrado profundamente dentro dela,
segurando sua bunda, empurrando e afogando seus gemidos com a minha
boca, que tomava seus lábios cativos nos meus. Agora que eu vejo essa
imagem… Não é assim tão repugnante. É meio quente, na verdade. Mas, não,
não nesta viagem. Isso não está certo.
Skylar está certa. Vou precisar de um médico, alguém que eu possa dizer
essas coisas, sem receio de Skylar ouvir algumas das coisas doentes que rolam
em meu cérebro. Talvez seja mais fácil dizer essas coisas para alguém que eu
não tenha nenhuma ligação emocional. Alguém que eu não vou ter medo se
olhar para mim de forma diferente e fugir de mim quando for demais para
suportar. Eu não vou me soltar muito com Skylar, com medo de que ela me
veja pelo que eu sou. Eu não posso mais fazer isso. Eu tenho que mudar. E
então eu tenho medo de mudar. Skylar se apaixonou por mim, como eu sou
agora, e eu não tenho idéia do por quê, mas ela me ama. Se eu mudar, talvez
ela não vá gostar do que eu vou me tornar.
Abri meus olhos e olhei para os agentes na minha frente, para encontrar
Skylar ao meu lado direito, olhando para a terra muito abaixo de nós. Eu
sempre amo olhar as coisas desta altura, enquanto o avião se prepara para
pousar. Tudo parece tão em miniatura, como um modelo que alguém
construiu. Minúsculos pontinhos, carros dirigindo pela pequena linha fina que é
uma rodovia. Pequenas casas, lagos, montanhas, grama, campos. Isto não se
parece com Nova York, isso é certo. Não era apertado ou desorganizado…
parecia aberto e há muito espaço para as florestas e colinas e árvores. Eu
gostei disso imediatamente, mesmo daqui de cima.
Ela soltou uma pequena respiração e se virou para mim, lágrimas brilhando
em seus olhos. E ela sorriu para mim. Eu tremi um pouco por dentro, tão
aliviado e animado por isso. Isso significava que ela não estava lamentando
isso, ou a mim. Que ela não estava brava por ter que deixar Nova York para
trás, juntamente com todos os seus sonhos de se formar na Universidade de
Nova York e ter sua carreira lá, como ela me disse quando nos conhecemos.
Isso significava que ela estava comigo, conosco - Katie e eu, e Ben e Angela,
não importa o que aconteça. E então ela falou para mim.
─ Nós podemos fazer uma boa vida em qualquer lugar, Mathew, contanto
que estejamos todos juntos. – ela sussurrou de volta com firmeza, segurou
minha mão e a apertou delicadamente. ─ Não se preocupe, Mathew. – Skylar
me deu um pequeno sorriso. ─ Nós ficaremos ótimos. Levará tempo e
trabalho… mas ficaremos bem. Eu não vou a lugar nenhum. Estou com você,
para sempre.
─ Mas você ama Nova York e… – comecei, pronto para estragar tudo
sozinho já.
Eu sorri.
─ Você ainda pagaria 20 mil dólares por mim? – eu sorri mais largo quando
fiz essa pergunta.
Eu apenas ri disso.
─ Mas que você é um moleque, isso é certo. – ela continuou. ─ Tudo que eu
sei sobre você levou uma eternidade para sair de você… e nunca foi fácil
aprender tudo sobre Mathew Trenner. E você definitivamente teve a sua cota
de birras.
Tão verdadeira. Eu tinha sorte se ela dissesse alguma coisa superior a 500
dólares.
─ Espere, eu acho que tenho alguma gorjeta. – ela pegou sua bolsa e
começou a procurar no fundo por algumas moedas.
─ Fazer amor com você, eu nunca poderia colocar um preço nisso. Não há
dinheiro suficiente no mundo… amar você… eu nunca posso pagá-lo o
suficiente por isso.
Antes de desembarcar, o agente nos disse que ele não poderia nos dar
detalhes sobre os nossos amigos, mas que Eli e sua família aderiram ao
programa e já estavam a uma distância segura em algum lugar. Ryan
também. Eu esperava que ele conseguisse o que queria e descobrisse aquela
fazenda com a qual estava sonhando. Eu ria sempre que pensava nele
tentando ordenhar uma vaca. Boa sorte, meu melhor amigo… meu irmão. Eu
odiava que eu não consegui dizer adeus a eles, mas essa é a forma como este
programa funciona.
Mas então, eu já sabia o que Ryan diria. Nós não precisamos ter um grande
e longo adeus para saber como o outro se sentia. Ele cuidou de mim, todos os
dias, mesmo que eu não pedisse por isso, ou parecesse precisar. Ele estava lá.
Ele é a minha família, não importa onde ele esteja agora. Espero que eu seja
capaz de trazer-lhe algumas das risadas e bondade que ele tão generosamente
me deu. Eu realmente sentirei falta dele… e de Eli também. É um presente, ter
tais amigos quando você é um prostituto particular que se vende por dinheiro
a cada dia.
O sol estava brilhando muito feliz acima de nós e eu notei que estava
quente, mas não quente como poderia ser sentido em Nova York nesta época
do ano. Além disso, havia um cheiro agradável no ar. Eu não poderia te dizer o
que é, mas notei isso e gostei instantaneamente. Pareceu me acalmar. Eu até
abri a janela do meu lado até a metade para que ele explodisse no meu rosto e
brincasse com o meu cabelo quando começamos a nos mover… indo para
Katie.
Eu não sei exatamente por que, mas senti medo agora. Katie estava perto.
Nós a veríamos agora. Eu devia a ela algumas desculpas muito grandes e
explicações. E se ela estivesse brava comigo? E se ela me odiasse? Pior… e se
ela fosse indiferente a mim? Isso seria o pior.
Skylar esticou o braço e segurou a minha mão. Olhei para o seu rosto e vi
um sorriso gentil esperando por mim ali. Eu tentei sorrir de volta, mas tenho
certeza que ela não caiu nessa.
Algo dentro de mim queria que ela não me dissesse como tudo ficaria bem.
Pela primeira vez, eu não queria quaisquer garantias. Eu só queria que ela
estivesse comigo. E ela estava. Ela não disse uma palavra. Eu sorri um
pequeno sorriso verdadeiro e então voltei a olhar pela janela.
Eu apenas olhei para ela e senti meus lábios sorrirem. O sol brilhava sobre
ela de forma pacífica, quase amorosa. Parecia haver algo de especial vigiando
o pequeno lugar.
─ Eu sempre quis uma casa pequena assim para Katie. – ouvi-me confessar
em voz baixa. ─Eu sempre odiei que ela estivesse enfiada em nosso
apartamento no nono andar. Tem um quintal?
─ Ela não vai. – Skylar disse. ─ Você é o papai. Olhe para mim, uma filha.
Nós sempre amamos nossos pais, mesmo quando eles estragam as coisas de
vez em quando.
─ Como você está sempre tão certa? – perguntei, quase defensivamente. ─
Como você sabe?
─ Vamos lá, vamos ver o quintal. – Skylar abriu a porta e puxou-me pela
minha mão, não me dando o luxo de chafurdar em meus medos por muito
tempo.
Eu sorri mais.
Eu parecia estar um pouco fora disso, retratando uma Katie de três anos
correndo e brincando aqui… pedindo-me para empurrá-la. Na época quando ela
precisava de mim… me queria. Tenho certeza que ela não precisava de mim
muito mais.
Havia uma linda menina lá, a uma distância. Não pequena como ela
costumava ser, mas ainda pequena para mim. Seus longos fios lisos de cabelo
castanho soprando em seu rosto perfeito e ela não estendeu a mão para
domá-los. Ela parecia se sentir mais confortável enquanto seu rosto estava
parcialmente escondido da vista. Ela estava sorrindo. Seus lábios. Eles eram
perfeitos e cheios e uma sombra profunda de rosa.
Quando eu a deixei, eu não conseguia nem beijar seus lábios porque eles
foram carbonizados e sua boca era apenas uma abertura que machucava
demais para sequer tocar.
Ela estava vestindo uma camiseta azul e um par de shorts jeans azul claro.
E pés descalços, sem meias ou sapatos. Ela tinha acabado de sair aqui para
fora, sem parar para colocá-los primeiro. Ela realmente queria me ver tanto
assim?
Seu queixo tremia e ela meio riu e chorou em um único som e correu com
toda a força até mim.
Assim que eu me senti cair de joelhos, ela estava ao meu redor, abraçando
tão apertado ao redor do meu pescoço e meu nariz se enterrou em seu cabelo
sedoso. Ela cheirava como algo perfeito e um leve toque de perfume Bonnie
Bell dançava ao nosso redor, me surpreendendo.
Eu costumava comprar isso porque ela tinha tanta inveja dos muitos
perfumes da sua mãe e muitas vezes era vista brincando em sua penteadeira,
mergulhada em cinco diferentes ao mesmo tempo, me perguntando como ela
cheirava, enquanto eu a levava para a banheira, segurando minha respiração.
Eu quase me esqueci disso.
E eu não pude evitar soluçar como uma criança, nunca querendo soltá-la,
nunca. Ela se agarrou a mim e isso doeu o meu pescoço, mas foi a melhor dor
que eu já senti em minha vida. Seus pequenos dedos estavam no meu cabelo
e eu apenas coloquei minha testa no seu ombro e chorei mais um pouco,
rezando para que eu não a estivesse assustando. Tentei parar, mas quanto
mais eu tentava, maior era o barulho que eu fazia.
─ Você está aqui para ficar, né? – ela perguntou, um pouco cautelosa. ─
Você não tem que trabalhar mais, não é?
Trabalhar. Ben deve ter dito a ela que eu estava fora trabalhando para que
ela pudesse conseguir suas operações. Ele fez uma imagem diferente para
Katie. Ele não permitiu que ela me odiasse. Eu devia a ele tudo.
Eu queria tratá-la como uma menina grande, e não um bebê, então eu usei
Kaitlyn. Pareceu tão formal para mim, como se ela fosse uma estranha para
mim. Talvez eu tivesse que começar a conhecê-la mais uma vez. Talvez tudo o
que eu pensei que eu sabia sobre ela tivesse desaparecido agora que ela
estava crescendo.
─ Katie, pai. – ela corrigiu e eu chorei de novo. Ela ainda é a minha Katie.
Depois de tudo isso.
Ela me chamou de pai, não papai. Senti aquela pontada, mas a empurrei de
lado. Tenho sorte que ela está me abraçando e me chamando de qualquer
coisa, exceto bastardo. Sou grato por ainda ser convidado para o seu abraço
mágico.
─ Está tudo bem, pai. – sua voz disse, lembrando-me da frase favorita de
Skylar, e ela plantou beijos na minha cabeça, ignorando o meu cabelo rebelde
enquanto fazia isso.
─ Aqui. – ela gentilmente inclinou meu rosto para cima em direção a ela e
fez algo que eu costumava fazer quando ela chorava. Ela cobriu meu rosto com
divertidos beijinhos, fazendo aquele som de beijo que eu costumava fazer. Isso
sempre a fazia rir. Agora isso estava funcionando comigo. Eu sorri e ri
baixinho, apreciando a lembrança e a leveza do momento… até que ela
desacelerou seus beijos.
─ Meu pai. – ela parou e descansou sua testa na minha. ─ Ainda tão bonito.
Eu senti tanto a sua falta.
Eu quase não me atrevi a isso, mas então meus dedos se moveram por
vontade própria e foram para o seu pequeno sorriso. Ela franziu seus lábios e
os beijou inocentemente, provavelmente se perguntando quando eu terminaria
com o jogo e cobriria seu rosto com meus beijos com barulho de beijos. Ela
tinha provavelmente sentido falta disso tanto quanto eu tinha. Então eu não
negaria isso a ela por mais tempo e decidi que a admiraria mais tarde, talvez
enquanto ela dormisse.
Eu me fiz ter tanto cuidado quando pude, mas beijei todo o seu rosto,
cabeça e orelhas enquanto ela ria muito, contorcendo-se em meus braços um
pouco, não realmente tentando fugir de mim. Ela era o céu em um pequeno
corpo humano. E ela era minha. Eu não a merecia. Mas ela era minha, de
qualquer maneira.
Eu estava olhando para o seu rosto e ela tinha um pequeno olhar engraçado
em seus olhos para isso.
Ela pensou que eu estava falando sobre o seu rosto… sobre o que suas
cirurgias tinham feito para ela. Eu tinha que esclarecer isso agora.
─ Não. – eu quase disse alto demais, minhas mãos se movendo para cima e
para baixo pelos seus braços suaves.
─ Você está linda, mas, Katie, você sempre foi linda. Eu não estou falando
apenas do seu rosto, Katie. Quero dizer, você é linda. Você sabe o que eu
quero dizer?
Ela sorriu para mim, parecendo mais esperta do que uma garotinha comum.
Ela provavelmente era. Ela viu coisas que nenhuma criança deve ter que ver.
Ela provavelmente conhece a crueldade dos outros em sua forma mais feia.
Ela também conhece o amor incondicional dos seus avós diante de tudo isso
também. E ela teve que enfrentar isso sem sua mãe ou pai. Ela é anos-luz
mais inteligente do que eu. Eu só sabia que ela entendeu pela forma como ela
estava olhando para mim.
Nenhum fogo, nenhuma tragédia poderia diminuir sua beleza. Nenhum mal
podia tocar o que ela é. E se algum dia tentasse, eu atacaria e rasgaria em
pedaços com os meus dentes selvagens. Eu sou o seu pai. Eu sou o protetor.
Eu sou o muro que deve manter os James e Claires longe. Eu ficaria feliz em
fazer o meu dever para com ela pelo resto da minha vida.
─ Lembra disso, papai? – ela perguntou, usando papai como nome de novo,
e eu tive que admitir que eu me senti elevado por dentro ao som disso.
Ela tinha um pequeno anel dourado de plástico em volta do seu dedo médio
e o deslizou para fora. Demorou algumas puxadas para tirá-lo, o que me disse
que ela o usava frequentemente.
─ Claro, é o meu anel de casamento! – ela disse como se eu fosse burro até
mesmo de perguntar isso. ─ Lembra de quando nos casamos?
Tanya teria me matado se ela nos pegasse, mas depois eu fui ainda
mais longe e deixei Katie usar um dos vestidos brancos de Tanya, que
era muito longo para ela, junto com montes das suas jóias mais
bonitas. A tiara do baile de Tanya serviu como uma bela coroa e eu até
mesmo deixei Katie passar seu próprio batom, usando um vermelho
brilhante de Tanya. Ela disse que o noivo não tinha permissão de fazer
a maquiagem da noiva, então eu apenas observei, tentando não rir
quando ela cobriu a boca e muita pele ao redor da boca com o batom.
Oh! Certo!
Ela assentiu e sorriu grande, não tendo nenhum problema com isso.
─ Isso significa que você promete nunca fugir com um cara mais
bonito. – eu provoquei. ─Ou um homem mais novo, ou mais rico, ou
mais legal do que o seu velho pai. E você promete ouvir cada coisa que
eu digo, até você ter… hmm… 85 anos de idade.
─ Eu prometo. – ela piscou com pureza, sem ter ideia do que ela
estava jurando para mim.
─ Tudo bem. – ela disse, sem parecer muito certa do que eu estava
tentando dizer. Decidi imitar a Disney para fazê-la feliz.
Ela pegou minha mão e deslizou um anel invisível para o meu dedo
médio. Para mim, foi mais real do que qualquer anel que eu já possuí.
Eu nunca ficaria sem ele.
─ DISNEY!
Ela riu e pulou do sofá, indo para o meu quarto. Por um segundo, eu
pensei que tinha sido fácil. Ela normalmente me implorava por uma
hora para levá-la para a Disney, como se fosse a dez minutos de
distância. Malditos comerciais da Disnelylândia na TV!
─ Você ainda é meu, papai. – ela me abraçou novamente, desta vez mais
suave.
Isso é o que este anel significava para ela. Que mesmo que eu tivesse ido
embora, eu ainda era dela, porque eu tinha prometido. Ela acreditou em mim.
E ela esperou por mim.
Eu queria perguntar por que, por que ela ainda me queria, por que ela
ainda achava que eu era suficientemente bom para ela. Ela não sabia onde eu
tinha estado nos últimos anos. Ela nunca poderia saber. Eu morreria se ela
descobrisse e me odiasse por isso.
Quando meu cérebro balançou com tudo isso, ela simplificou tudo, como
sempre fazia por mim.
─ Mais forte, pai. – ela exigiu assim que virou de volta para mim. ─ Vamos!
Hmm, quer um pouco de emoção agora. Ela costumava ser tão medrosa de
ir mais alto. Ela definitivamente não é mais um bebê.
─ Tudo bem, você pediu por isso. – mordi meu lábio inferior e
diabolicamente peguei o pneu e empurrei, usando metade da minha força.
Seu grito agudo sangue subiu às árvores acima, pássaros voando em terror.
Eu olhei e vi Skylar perto da casa conversando com Ben e Angela. Eles
estavam todos olhando para Katie e eu, sorrindo, nos deixando em paz, nos
deixando brincar.
Espero que esta pequena cidade adormecida esteja pronta. Os Trenners
chegaram. Oh, desculpe, os McCann’s. Esse é o nosso novo sobrenome falso,
eu sendo Jason McCann. Espero que ninguém me chame de Jase. Eu me
recuso a responder a isso.