Você está na página 1de 17

O que podemos aprender com"Influenciadores Educacionais"?

As redes sociais têm se posicionado na sociedade atual como os meios pelos quais os
professores interagem, se comunicam e compartilham conhecimento. O objetivo deste
estudo tem sido explorar o formato e o conteúdopresentes nas publicações do Twitter
usadas por"influenciadores educacionais"espanhóis em sua interação com seus seguidores.
Esta pesquisa apresenta um design qualitativo com uma amostra de 10 influenciadores
espanhóis da área educacional, queforam selecionados por ter mais de15.000 seguidores e
mais de 5.000 tweets publicados. Uma análise qualitativa baseada em um sistema de
categoria indutiva revelou que os temas mais abordados por esses influenciadores são
protestos, preocupações ereflexões dos alunos noensino online, estratégias de ensino,
atividades e recursos de aprendizagem.

Keywords

Influenciador Educacional, Mídias Sociais, Web 2.0, Aprendizagem Informal, Tecnologia


Educacional, Influência Social, Formação de Professores, Aprendizagem Conectada,
Aprendizagem Autorregulada, Espaços de Afinidade

Introdução e status do problema

É um fato mais do que conhecido que as tecnologias digitais evoluíram exponencialmente


nos últimos anos. Ambos os dispositivos móveis evoluíram, incorporando tecnologias
recentes que facilitam o nosso dia a dia, bem como osespaços digitais e redes sociais
através dos quais nos movemos e nos comunicamos hoje, constituindo uma porcentagem
significativa do nosso tempo delazer. Essas influências também influenciam decisivamente
a forma como o conhecimento é disseminado, emergindo assim novos espaços de
aprendizagem. É o que consideramos como aprendizagem informal, aquelas atividadesque
envolvem a busca de conhecimento, compreensão ou habilidadesque acontecem sem
interferir nos critérios curriculares impostos aos professores (Mooree Klein, 2020).
À medida que avançamos na digitalização da sociedade, percebemos que há um consenso
crescente sobre a necessidade de ter uma perspectiva ampla sobre o desenvolvimento
profissional dos professores. Atualmente, esse desenvolvimento é considerado como a
"soma coerentede atividades voltadas para a melhoria e ampliação do conhecimento,
habilidade e concepções dos professores para que possam assumir mudanças em seu
comportamento emodo de pensar" (De Rijdt et al., 2013, p. 49). Assim, o desenvolvimento
profissional não se limita aos cenários formais de formação, pois compreende umamplo e
variado conjunto de atividades de formação informal(Marsick et al., 2017).
Aprender a ensinar tem sido um assunto de pesquisa por várias décadas(Wideen,Mayer-
Smith e Moon, 1998; Loughran e Hamilton, 2016). Ao longo desse tempo, houve
fortesabordagens que visam responder à questão de como os professores aprendem?
Russ, Sherin e Gamoran (2016) discutiram as três abordagens (processo-produto,
pensamento cognitivo ou didático e localizado ou sociocontivista)quedominaram pesquisas
específicas sobre o tema. A partir de suas análises, eles enfatizaram a necessidade de uma
abordagem adicional que considere aprendizados que não são alcançados a partir do
planejamento, mas de aspectos "cotidianos". Ou seja, docentee também aprende através
de atividades cotidianas no local de trabalho (Bound, 2011). Nosso conhecimento de como
aprender a ensinar será enriquecido quando considerarmos a escola e discutirmos a
aprendizagem no local de trabalho (McNally, Blake e Reid, 2009).
Eraut (2004) diferencia três níveis de intenção na aprendizagem informal, que são
aprendizado implícito, aprendizagem reativa e aprendizagem deliberativa. A aprendizagem
implícita é definida como adquirir conhecimento independentementeda intenção consciente
do professor de aprender e na ausência de conhecimento explícito sobre o que aprender. O
aprendizado reativo ocorre durante uma ação, quando há pouco tempo para pensar. Por
fim,a aprendizagem deliberativaocorre quando o professor pensa em um objetivo específico
que lhe permita adquirir novos conhecimentos e através do qual o professor se engaja em
atividades deliberativas, como planejamento e resolução de problemas.
Aofinal de sua carreira, os professores estão envolvidos em uma variedade de atividades de
aprendizagem (Scheie Nerb,2015). Jones e Dexter (2014)diferenciaram as atividades
formais de desenvolvimento profissional das informais (por exemplo, conversas presenciais
comprofessores e diretores de outras escolas) e atividades independentes (por exemplo,
usar a internet para buscar aulas e recursos). Eles concluíram que todos os três tipos
devem ser vistos como um sistema holístico para a aprendizagem de professores.
A aprendizagem informal nos professores é realizada por meio de diferentes estratégias.
Em sua revisão, Kyndt, Gijbels, Grosemans e Donche (2016) discutiram quais atividades
de aprendizagem se enquadram nesse tipo de auto-formação ou aprendizagem informal na
qual os professores participam ativamente. Concluíram que, por meio de ambientes
informais de aprendizagem, os professores colaboram, compartilham, participam de
atividades extracurriculares, experimentam, consultamfontes de informação eenfrentam
dificuldades ou problemas. No entanto, essa análise só aborda as atividades que são
realizadas sem a intervenção de tecnologias digitais, ou seja, ações que são realizadas em
meio físico, ignorando omundo virtual.
Tais ambientes online não podem ser deixados de lado quando se trata de abordar a
aprendizagem informal, especialmente porque é um meio de aprendizado que já está mais
do que resolvido. Esses ambientes sãoespaços flexíveis, abertos, onipresentes e sociais
utilizados por muitos professores hoje para promover seu desenvolvimento profissional e
aprendizagem contínua. Esses espaços tornam os professores mais visíveis e permitem
que alguns se tornem pessoas "influentes", alcançandomais professoresque querem
aprender (Witecki,G. e Nonnecke,B. (2015).

Estudos recentes têm focado em analisar como e por que os professores usam as redes
sociais tanto para seu desenvolvimento profissional, quanto para estabelecer redes de
contato com outros profissionais de ensinoou espaços de afinidade (Barton & Tusting,
2005). Recentemente, análises na rede social Twitter permitiram investigar alguns dos
tópicos ou hashtagsque são mais usados nosetor educacional e acadêmico (Carpenter et
al., 2020). O Twitter não é a única rede social analisada. Outros estudos têm procurado
analisar como os professores fazem uso de redes sociais como Facebook (Hart &
Steinbrecher, 2011) e Twitter (Smith Risser,2013). Esses estudos se concentram em
analisar, principalmente, como as redes sociais se entrincheiraram como espaços de apoio
e trabalho colaborativo entre professores (Kelly & Antonio, 2016). Também encontramos,
cada vez mais, olhandona rede social pinterest para um espaço no qual cada vez
maisprofissionais de ensino compartilham seus trabalhos, materiais e ideias para levar para
a sala de aula (Schroeder et al., 2019).
Redes sociais como Twitter e Fac têm se mostradoambientes onde pessoas cujo interesse
é direcionado para aprender um determinado assunto ou área convergem. São
precisamente essas duas redes sociais que geram a maior interação entre
aprendizes/alunos e especialistas/professores. De acordo com um estudo realizado por
Shen, Kuo e Ly (2017), no qual eles se propus a identificar influenciadores educacionais e
tendências em redes sociais como Twitter e Facebook através da extração de informações
de suas postagens,foi na rede social primeiro a, Twitter, em que foi encontrada maior
frequência e número deinterações, em comparação com o Facebook(Rehm & Notten,2016).
Carpenter,Morrison, Craft & Lee (2020) também estudaram as mensagens na rede
Instagram. Por outro lado, van Bommer e Lijekvist (2016) realizaram um estudo de três
anos focadoem mostrar o comportamento dos professores de matemática nas mídias
sociais; eles confirmaram que o Facebook continua popular entre os professores como meio
de seu desenvolvimento docenteprofissional. Especificamente, eles mostraram nove grupos
analisados no Facebook, cada um composto por 2000-11000 membros, o que é um número
considerável considerando que eram grupos privados.
Todos os estudos anteriores analisam a figura dosindicados"influenciadores". Podemos
definir o conceito de influenciador como a pessoa que tem uma certa presença dentro das
redes sociais de uso principal e que, através da geração de seu próprio conteúdo digital
neles, provoca interações entreseus usuários eseguidores. Ele é uma pessoa que serve
como referência e que influencia as ações tomadas por seus seguidores, posicionando-se
como uma pessoa com uma certa liderança sobre os outros. Dessa forma,surge a figura
do"Influenciador Educacional": professores que divulgam suas práticas e conhecimentos
através de redes sociais populares como Twitter, Facebook, Instagram ou Youtube.
Neste artigo focamos na análise de influenciadores educacionais na área espanhola.
Fazemos a nós mesmos asseguintes perguntas:

● Quem podemos considerar como influenciadores educacionais no campo espanhol?


● Quais são os tópicos ou hashtags mais populares entre influenciadores educacionais
espanhóis?
● Existem grupos de influenciadores educacionais baseados nos temas
desuasintervenções?
● Que tipo de rede social compõem influenciadores educacionais espanhóis com o
mais alto nível de acompanhamento?

2. Material e método

Esta pesquisa tem como foco a análise de influenciadores educacionais na Espanha,


tentando entender seus tópicos, conteúdos e interações na rede social Twitter. Para realizar
essa análise, o primeiro objetivo foi identificar quem eram as pessoas que poderíamos
categorizar como"influenciadores"educacionais com significado na rede. Para analisar os
perfis dos sujeitos que compõemnossa amostra de estudo, utilizamos o
software"Buzzsumo", uma ferramenta de análise de keting disponível online que permite
pesquisas avançadas sobre pessoas, perfis e tópicos mais consumidos e compartilhados na
Internet, principalmente nas redes sociais. Essa ferramenta nos permitiu selecionar uma
amostra de influenciadores que, com suas ações nas principais redes sociais, representam
perfis de alto impacto em seus seguidores com suas postagens e interações.
Especificamente, temos focado em analisar perfis na rede social Twitter,j á que é oressar
em social em que um maior número de Influenciadores educacionaisconvergem. A análise
realizada através do"Buzzsumo"foi desenvolvida seguindo o seguinte processo:Criação de
conta na ferramenta"Buzzsumo"e filtragem de usuários presentes no Twitter por palavras-
chave presentes tanto na biografia do usuário quanto em suas postagens na rede social
Twitter. As palavras-chave utilizadas para realizar essa classificação foram: Ensino,
Soyprofe,Educação, Escola, Professor, Aprendizagem.
Após a análise realizada através do Buzzsumo, obtivemos uma amostra de 64
influenciadores educacionais presentes na rede social Twitter, dos quais os 10 mais
representativos foram inicialmente analisados. Consideramos números representativos
aqueles usuários com mais de 15.000 seguidores na rede social Twitter e mais de 5.000
tweets postados. A análise desses influenciadores permitiu-nos obter um sistema para
estabelecer critérios comuns apresentados por essessujeitos em suas interações e
publicações, que foram selecionados no âmbito do aplicativo Buzzsumo.Os influenciadores
inicialmente selecionados foram: @xarxatic; @ScientiaJMLN; @Manu_Velasco;
@maestradepueblo; @unicoos; @smoll73; @salvaroj; @ftsaez; @edusadeci;
@AyudaMaestros.
A partir desse primeiro número de influenciadores educacionais que consideramos
altamente significativos pelo número de seguidores e participação, passamos a analisar as
menções que cada um desses dez influenciadores fez em seus tweets. Estávamos
interessados emdescobrir quem eram pessoas consideradas relevantes por esses
influenciadores que inicialmente identificamos, pois eles foram incluídos em suas menções.
A análise das menções incluiu diferentes tipos de perfis: pessoas, institucionais
(governo,agências, centros oficiais), políticos (ministros), imprensa nacional e educacional,
rádio, televisão, música ou universidades. Selecionamos apenas as menções que se
referiam às pessoas. Uma vez criada a lista dos assuntos mencionados por esses 10
influenciadores,estabelecemos como critério incluir em nosso estudo a condição de que
pelo menos eles forammencionados por quatro dos primeiros 10 influenciadores da nossa
amostra. Esse processo não identificou um total de 44 novosluencers inf,que juntamente
com os 10 iniciais configuram a amostra de 54 influenciadores analisados.
A razão de influenciadores que incluímos neste estudo é a seguinte:
@aaronasenciofer;@AgoraAbierta;@anam_cid;@anatorres8;@AyudaMaestros;@bpalop;@
bvicario2013;@c_magro;@carmeniglesiasb;@cccesssarrr;@ClaraGrima;@cpoyatos
@bpalop @Estebandelashg;@davidcpvm;@DechantCarla;@doloresojeda1;@eliatron
@edusadeci;@Estebandelashg;@ftsaez;@garbinelarralde;@Gorkaprofe
@history_topics;@hruizmartin;@imgende;@javierfpanadero;@JavierPalazon;@jblasgarcia;
@jhergony;@jordi_a;@JorgeRuizMN;@Lamunix;@lepetitpan;@londones;@LUISDAVILABA
ND1;@maestradepueblo;@Manu___Velasco;@manueljesusF;@manuparadas;@MiriamLeir
os;@monparaiso;-Nando_Lopez_;-octavio_pr;-OscarRecioColl;-peralias;-PsicEduM;-
ramon_besonias;-raulillodiego;-salvaroj;-ScientiaJMLN;-smoll73;-tonigarias;-tonisolano;-
unicoos;-xarxatic;

Análise e resultados
Análise de conteúdo de hashtags
A rede social do Twitter é caracterizada por permitir que os usuários usem hashtags ou tags
em suas postagens para agrupar determinados tópicos presentes em um post. Uma
hashtag reúne palavras ou grupos de palavras precedidos pelo símbolo do pad, permitindo
que os usuários se envolvam em conversas sobre um tópico específico eos agrupam sob a
mesmatag. Eles também servem para organizar e estruturar essas conversas,
facilitandoque os usuários encontrem tweets sobre um tópico ou discussão
específico(Greenhalgh, Rosenberg, Koehler e Akcaoglu, 2020).
As hashtags do Twittervêm para representar o segmento de ligação que inter-relaciona as
pessoas em torno de um determinado tópico. Eles podem ser entendidos como "espaços de
afinidade"(Gee, 2005) à medida que compõem o link ou elemento que permite direcionar o
aprendizado informal no qual certos usuários encontram outras pessoas relacionadas aos
seus interesses a partir das tags que usam. Segundo Gee (2005), um espaço de afinidade é
um "lugar onde as pessoas são afiliadas a outras baseadas principalmente em
ações,interesses eobjetivos compartilhados" (p. 67). Esses espaços geram comunidades,
não mais compostas apenas de temas ou temas populares, mas pessoas que procuram
uma conexão e colaboração entre eles(Carpenter, Tani,Morrison e Keane,2020). Os
espaços de afinidade(Gee, 2004), no nosso caso digital, incentivam os usuários da mesma
rede social a se unirem e se relacionarem em torno de um interesse, afinidade, identidade
ou ideologia em comum. As hashtags são entendidas como espaços que conectam
onipresentemente os usuários da rede social em torno do mesmo tópico de interesse.
Rosenberg et al (2017) passaram a considerar esses elementos da rede social Twitter como
um "novo espaço para ensinar aprendizagem" (p. 285).
Analisar as comunidadescriadas na rede social Twitter e, mais especificamente, em torno
das hashtags mais utilizadas pelos usuários da rede tem sido um tema de especial
interesse para a pesquisa. Carpenter et al (2020) analisaram ao longo de 13 mesesos 16
Hasht ags mais populares entre a comunidade educacional e estabeleceram uma análise da
evolução da mesma hashtag nos próximos 12meses. Através de uma análise descritiva,
eles descobriram como diferentes hashtags usadas pelos professores variavam em
frequência de uso nesses 13 meses, enquanto outras permaneceram estáticas, sendo mais
populares a longo prazo.
Da mesma forma, Veletsianos (2017) realizou um estudo de caso com o objetivo de
comparar o uso de três hashtags do Twitter criadas como um espaçode interação e
comunicação entre alunos de três cursos online. Ao fazer isso, ele queria demonstrar a
utilidade de hashtags como o ensino de espaços de desenvolvimento profissional e
ambientes de aprendizagem online. Das três hashtags criadas após três cursos online, a
que apresentou mais interação e uso foi #PhDChat, hashtag na qual os funcionários ligados
à pesquisa e ao ensino interagiram.
Para conhecer o conteúdo dos tópicos que os influenciadores do nosso estudo abordam em
suas mensagens,focamos em coletar e analisar as 106.130 hashtags incluídas em um total
de 167.162 tweets dos 54 influenciadores selecionados. Para obter os dados usamos o
aplicativo
que permite baixar até um máximo de 3200 tweets de assunto cada. Uma vez que o
arquivo excel gerado pelo aplicativo é baixado, passamos a extrair as hashtags de cada um
dos influenciadores analisados. Abaixo está a análise de hashtags que tiveram uma
frequência superior a 50 em todos os 54 influenciadores analisados.
Do total de hashtags que coletamos, selecionamos apenas aquelas que tinham uma relação
direta com a educação no sentido amplo. O número total de hashtags analisadas foi de
22.812 e é distribuído de acordo com a frequência que pode ser encontrada na Tabela 1.
Como podemos ver, a categoria que chamamos de Genérico é a que tem a maior
frequência. Esta categoria inclui hashtags que remetem a conceitos educacionais gerais,
como #educacion (f-2122), #docentes (f-176), #aprendizaje (f-158), #tic (f-144),
#redessociales (f-107) ou #rrhh (f-106). Em segundo lugar, encontramos hashtags que
compartilham links para diferentes tipos de ações de treinamento, como palestras,
congressos, workshops ou cursos de treinamento online. Algumas das hashtags mais
citadas nesta categoria são: #Magister19 (f-558), #edulunes (f-393),laescaqueviene (f-257),
#AprendeINTEF (f-254), #Tutor_INTEF (f-185), #CharlasEducativas (f-181),
#DiseñoEduDigital (f=167), #Magister20 (f=154) o #CongresoEmociona (f=147).

Categorias Freqüência

Genérico 3795

Atividades de treinamento 3725

Conteúdo acadêmico 3516

Coronavírus 2914

Metodologias 1910

Colaboração de ensino 1766

Filme 1558

Seletividade 546

Recomendações 343
Sustentabilidade 303

Habilidades 218

Inclusão 203

Uma terceira categoria que encontramos na análise de hashtags é o que chamamos de


conteúdo acadêmico. São links para endereços, recursos ou páginas relacionados ao
conteúdo curricular (História, Leitura, Matemática, Ciências, LEngua e Literatura, Desenho,
Música, Física, Arte, Filosofia da Educação Física, Desenho e Economia). A partir da
análise dessas hashtags, notamos que a maioria corresponde a tópicos relacionados à
História (f-1016), sendo as hashtags mais frequentes #Historia, #RevoluciónEDU,
#IESOCanalDeCastilla, #HistoriaDeEspaña, #HistoriaEconómica, #RevoluciónIndustrial,
#ChinaImperial ou #HistoriaEconómica. Outros dos tópicos mais apresentados são os
relacionados à Leitura (f-794) com hashtags como #HastaNuncaPeterPan, #celsius2020,
#HarryPotter, #HarryPotterQuizChallenge, #libros, #RecomiendoLeer ou #lectura. Em
terceiro lugar, podemos destacar as hashtags ligadas à disciplina de Matemática (f-581)
com três tipos: #matemáticas, #DERIVANDO e#MUJERESMATEMÁTICAS.
Atenção especial requer hashtags relacionadas ao coronavírus. Obviamente, esse tema
ocupou uma parte importante das mensagens dos influenciadores,obtendo uma frequência
de 2914 (12,7% do total). Osshtags mais proeminentes nesta categoria foram:
#VueltaSegura, #COVID19, #YoMeQuedoEnCasa,"VueltaSinRiesgo","Compartilhar
emCoronavírus,#coronavirus,#VueltaAlColeSegura, #Covid_19 e #nosvemosenclase.
Outro tema que permite agrupar os hashtags analisados são aqueles que se referem a
temas relacionados às metodologias de ensino (f-1910). Através deles, influenciadores
compartilham recursos e endereços ligadosa métodos inovadores como #VisualThinking(f-
514), #gamificacíon(f-402), #ABP (f-145), #flippedclassroom (f-126), #HEflipped (f-76),
#AprendizajeBasadoEnJuegos (f-73) ou #Flipped_INTEF (f-73).
Por outro lado, destacamos as hashtags que incluímos na categoria "Colaboração de
Ensino" (f-1766). Nestacategoria incluímos as referências que os influenciadores fazem às
hashtags através das quais os professores confiam, compartilham recursos educacionais,
materiais didáticos, conteúdo digital, etc. De todas as hashtags utilizadas nesta categoria,
temos quedestacar o chamado #claustrovirtual que tem uma frequência de 1058
referências. Esta hashtag torna-se particularmente relevante, pois foi iniciada no início da
pandemia COVID-19 para apoiar professores que, através dela, reuniram suasbundas,
preocupações e perguntas sobre ferramentas, recursos e materiais para o ensino online.
Essa hashtag continua sendo uma das mais utilizadas pelos professores presentes no
Twitter, assumindoum espaço de apoio e colaboração entre professores com experiência
em ensino digital e professores que apresentam suasdúvidas ou dúvidas sobre o ensino
online. Um exemplo de interação nesta hashtag é aquele que fornece @susanarctrancho
"Você @Amalia36834215 ou #claustrovirtual recomendar um lugar para os alunos fazerem
#líneastemporales #sinregistro. Muito obrigado. Outras hashtags analisadas nesta categoria
foram: #SOSDigitalDocente, #AgoraVirtual, #profesqueayudan, #mencanta,
#NosRecomienda e #HablamosDE.
Por fim, é interessante destacar a alta presença de hashtags ligadas ao cinema até atingir
uma frequência de 1550 (6,79% do total). São hashtags como: #CeroOnAir,
#LaBodaDeRosa, #CoserRelatos, #cineyeducación e #YoVoyAlCine.
Analisar as hashtags comumente usadas pelos professores pode nos ajudar a entender
quais conversas produzem mais interação nesta rede social. Não só nos permite saber do
que os professores estão falando imediatamente, mas também sobre quais ideias e temas
preocupam, causam interesse e debate na comunidade. Da mesma forma, analisar as
hashtags que os professores usam nos permite entender como as conversas sobre um
determinadotema variam ao longo do tempo, dependendo da importância desse tema
natualidade ac, como vimos no exemplo da hashtag #coronavirus, uma hashtag que surge
como resultado da pandemia global COVID-19. Sem dúvida, a análise das hashtags na rede
social Twitter oferece grandes oportunidades para saber como os professores interagem,
debatem e estão interessados em certos temas que afetam seu desenvolvimento
profissional docente.

Análise de redes sociais dos influenciadores

A análise do conteúdo dos tweets que fizemos acima nos dáuma primeira ideia sobre o
número e o conteúdo das interações dos 54 influenciadores que selecionamos em nosso
estudo. Mas, para aprender um pouco mais sobre as pessoas que chamamos
de"influenciadores",achamos interessante mergulhar na forma como essas pessoas se
relacionam. As mídias sociais parecem ser espaços em que compartilhar e trocar acontece
naturalmente. No entanto, certamente podemos identificar algumas lógicas internasque nos
permitemidentificar lideranças informais que vão além da contagem de tweets de um
determinado influenciador.
Nesse sentido, a análise das mídias sociais (ARS) é uma abordagem que nos permite
aprender sobre as interações que ocorrem entre pessoas comalgum grau de
relacionamento. No caso do estudo que desenvolvemos, estamos interessados em saber
até que ponto influenciadores educacionais formam grupos que se relacionam entre si, ou
agem de forma mais ou menos autônoma sem interação entre si. Para respondera esse
objetivo, passamos a analisar as menções de que cada um dos 54 influenciadores
selecionados fez dos outros influenciadores em suas mensagens no Twitter. Para realizar
essa análise, usamos os dados dos 167.162 tweets dos54 influenciadores. Uma vez
baixados esses dados, passamos a extrair as menções feitas por cada um dos 54
influenciadores. Essa coleção de frequências gerou uma matriz de adjacência mostrando o
número de vezes queum influenciador mencionado e foi mencionado por cada um dos 53
influenciadores restantes. Deve-se notar que, neste caso, achamos comum em alguns
influenciadores mencionar a si mesmo. Vamos ver isso mais tarde.
Uma vez criada a matriz de adoacência,e para a análise das relações entre
influenciadores,utilizamos oprograma GEPHI 0.9.2. O Gephi é um programa de "código
aberto"que permite a visualização interativa de redese fornece as ferramentas para gerar
gráficos dinâmicos e hierárquicos.
A rede que vamos analisar é uma rede direcionada, pois cada membro pode mencionar e
ser mencionado por qualquer outro membro. Ao realizar a análise com esta ferramenta, foi
criada uma rede de 54 nós (influenciadores) e 1607 aristas (relacionamentos de nó). Um
aspecto de interesse ao analisar uma rede social é determinar quais membros (nós) da rede
desempenham um papel importante tanto pelo nível de conexões que eles têm com outros
membros quanto pela qualidade dessas conexões. Um dos parâmetros que geralmente são
analisados em uma rede é sua densidade (a razão entre conexões possíveis e reais)
(Vazquez e Marín, 2007). No caso da rede que analisamos, sua densidade é média: 0,561.
Junto com ainsidade, é importante analisar o conceito de centralidade na rede, pois
identificará os nódulos mais marcantes dela (Fresno, Daly e Segado, 2016). A centralidade
pode ser analisada, utilizando a análise da rede Gephi de duasformas principais:
centralidadede grau e centralidade de intermediação. O grau de centralidade de uma
pessoa na rede tem a ver com o número de relacionamentos que tem com outros membros.
Relacionamentos podem serrecebidos("em grau") (no nossocaso, o número de menções
que outras pessoas na rede fazem do influenciador em questão) ouout-degrees, asmenções
que o influenciador faz das outras pessoasparticipantes do red. A Tabela 2 mostra esses
dados para influenciadores que obtiveram nota superior a 70. Podemos ver que, na maioria
dos casos, o grau de entrada é muito semelhante ao da saída. Isso significa que os
influenciadores mencionam no mesmo método em que são mencionados,o que representa
uma saída lógica no processo de comunicação na rede.
Tabela 2
Influência em grau out-degree Grau

@Manu___Velasco 42 48 90

@ftsaez 46 43 89
@jblasgarcia 41 46 87

@carmeniglesiasb 42 43 85

@tonisolano 46 39 85

@imgende 44 40 84

@londones 41 42 83

@Gorkaprofe 36 46 82

@doloresojeda1 40 40 80

@aaronasenciofer 39 39 78

@manueljesusF 37 40 77

@peralias 34 42 76

@lepetitpan 31 43 74

@c_magro 37 37 74

@AgoraAbierta 40 34 74

@ramon_besonias 39 33 72

@garbinelarralde 33 39 72

@smoll73 29 42 71

@salvaroj 28 42 70

@octavio_pr 40 30 70

O grau de centralidade de uma pessoa em uma rede é um indicador importante de seu nível
de influência na rede. Mas junto com esse índice, a análise de rede incorpora outra
centralidade chamadaentress. Neste caso,não se trata apenas de saber qual é a
centralidade de um sujeito, mas até que ponto é um intermediário necessário para que a
informação flua de um sujeito para outro. O grau de intermediação é importante para
determinar como uma pessoa na rede é clave para que as informações fluam(ou não) para
outros assuntos ou nós. Neste caso, encontramos influenciadores que se destacam no grau
de centralidade e, ao mesmo tempo, na centralidade da intermediação e outros que o fazem
em apenas um desses índices.

Diluiro influ entrecentralidade


@Manu___Velasco 115,36
@ftsaez 80,35
@javierfpanadero 72,64
@jblasgarcia 57,08
@londones 55,03
@imgende 53,79
@Gorkaprofe 45,67
@doloresojeda1 41,39
@lepetitpan 40,93
@carmeniglesiasb 38,71
@tonisolano 38,64
@smoll73 37,45
@maestradepueblo 36,21
@xarxatic 34,52
@aaronasenciofer 33,51

Mas além de identificar a liderança individual, estamos interessados em saber se há


sinergias específicas entre certos influenciadores. Para isso, aplicamos a análise de
modularidade oferecida pelo programa Gephi. A modularidade é um costumeque
estabelece a estrutura de uma rede, de modo que ela consegue identificar clusters ou
clusters de sujeitos ou nós na rede. Quando a modularidade é alta, os grupos são
homogêneos uns com os outros e com pouca interação com os outros grupos. Quando
baixo, há interações frequentes entre os diferentes grupos (Sihag et al, 2014).
O resultado do cálculo de modularidade da rede de influenciadores educacionais que
estamos analisando é baixo: 0,261. Isso significa, como já indicamosacima, que é um grupo
de pessoas que interage abertamente com o resto dos indivíduos. Mas a análise da
modularidade, tambémpermitecriar grupos de influenciadores que compartilham uma
afinidade especial, e para isso Gephi usa o algoritmo de Louvain. Este algoritmo permite
criar comunidades de indivíduos que compartilham espaços de afinidade(Gee, 2005). O
resultado da análise de modularidade foi a identificação de cinco grupos de influenciadores
educacionais que podemosdiferenciar na seguinterede:
Como pode ser visto na Figura 1, as diferentes cores identificam os influenciadores que são
agrupados através da análise de modularidade. Podemos ver que o tamanho do rótulo de
cada nó é diferente porque representa o grau de centralidade de cada influenciador. Na
medida em que o texto é maior, são influenciadores que mencionam e são mencionados em
alta frequência. O primeiro grupo, (verde), é composto por seis membros: @davidcpvm,
@ClaraGrima, @edusadeci, @unicoos, @eliatron e @ScientiaJMLN. Esse grupo é
caracterizado por influenciadores que englobam influenciadores cujo ponto comum é o
ensino de ciências em diferentes níveis educacionais. Encontramos o usuário @davidpvm,
fundador do canal youtube @unicoos, canal que surgiupara complementaras aulas
ministradas em sua academia e que acabou colhendo mais de 1,5 milhão de inscritos.
Encontramos outros professores dedicados especificamente ao ensino de matemática,
como @ClaraGrima, @edusadeci ou @eliatron.
No segundo dos grupos (cor azul) encontramos uma clara afiliação dos influenciadores que
a compõem no que diz respeito à disseminação de informações ou conhecimento de
natureza educacional na imprensa ou revistas. São sujeitos que geralmenteparticipam como
autores ou colaboradores em revistas educacionais e/ou imprensa comum. Encontramos
exemplos como @Manu__Velasco, Colaborador em @AyudaMaestros, professor e escritor.
Da mesma forma, encontramos @Lamunix, vice-presidente da Associação Espiral,
Educação e Tecnologia. Eles costumam escrever sobre o ensino de inovação e formação
de professores (especialmente em metodologias e tecnologias para o ensino), como no
caso de @cccesssarrr, divulgador, professor e professore quefaz filas em artigos e
publicações da Fundação Telefônica. O último exemplo claro é mostrado com @anatorres8,
jornalista do @el_pais e escritor sobre temas específicos sobre educação.
O terceiro grupo de influenciadores é o maior (laranja), pois abrange 24 pessoas. Dada a
grande variedade desse grupo, passamos a realizar uma análise de modularidade
específica dentro do mesmo grupo. Neste ponto, obtivemos dois subgruposque mostram
semelhanças significativas que nos permitem agrupar esses sujeitos. Por um lado,
encontramos um grupo de professores que atualmente lecionam em níveis educacionais
pós-obrigatórios. Encontramos professores como (@ftsaez), professor e disseminador da
Universidade de Granada, além de (@jordi_a), professor de tecnologia educacional na
Universidade Jaume I. Ela também pertence ao grupo @balop, professor na área de
didática da matemática da Universidade de Valladolid. No solamente encontramos
professores universitários, também encontramos professores especialistas em formação
contínua de professores, como (@smoll73), @JavierPalazon, autor e coordenador da
revista virtual Education 3.0 e (@c_magro), consultor educacional em estratégia digitall. Por
outro lado, no segundo subgrupo, observamos um grupo de professoras mulheres que
lecionam em diferentes estágios do sistema educacional obrigatório. Encontramos
professores da Educação Básica como @doloresojeda1, professor de língua e literatura e
@MiriamLeiros, professor de ciências sociais e ativista no TeachersForFuture,plataforma
digital que reúne professores na luta contra as mudanças climáticas. Educadores ou
psicólogos como @anam_cid, professor e psicólogo e(@peralias), educadores e
professores aposentados também pertencem a essegrupo. Esse agrupamento mostra
claramente como os professores que pertencem ao grupo apresentam perfis semelhantes
não apenas no que publicam, mas no que compartilham com seus seguidores.
O quarto dos grupos (cor preta) encontrados nesta análise de modularidade estabeleceu um
agrupamento de influenciadores cujo perfil é próximo de especialistas e/ou divulgações de
informações e conteúdo digital e especializados em metodologias de ensino ebaseadas
emtecnologias. Esse grupo apresenta influenciadores como @AgoraAbierta, empresa de
treinamento especializada em gamificação e Pensamento Visual,ou
apresenta@garbinelarralde, professora de desenho técnico no ensino médio e
coordenadora de TIC, em cujas publicações costuma mencionar a metodologia De
Pensamento Visual. Além disso, @manuparada professor de educação básica que
menciona em suas interações metodologias como a aprendizagem baseada em problemas
e baseada em jogos.
Finalmente, o quinto grupo (rosa) que encontramos nesta análise de modularidade nos
agruparam a 11 influenciadores educacionais que interagem regularmente compartilhando
recursos, materiais e informações interessantes que encontram no twitter. Eles geralmente
são tweets de reconhecimento ou para compartilhar os recursos que vêm para ele através
de diferentes seguidores. Estes não são tweets endereçados a um único usuário, mas estão
focados em mencionar vários assuntos paradisseminar as obras ou recursos digitais
creados por, acima de tudo, seguidores de professores. Eles realizam um trabalho de
divulgação e reconhecimento do trabalho criado pelos professores, fazendo com que eles
alcancem mais seguidores. Como mencionado, encontramos perfis tão diversos quanto o
de @imgende, a pessoa para aqual apresentou uma taxamaior de ingrato neste grupo. O
motivo pode ser justificado porque este é um dos usuários mais ativos na rede social de
nossa análise, sendo um professor universitário que projeta e divulga recursos e materials
para que outros professores adquiram conhecimentos e estratégias para seu ensino online.
Encontramos outros professores que, altruístas, projetam e compartilham materiais com o
resto da comunidade, como @Gorkaprofe, professor do ensino fundamental, em disciplinas
como robótica, matemática, tique, etc. Ou ele @aaronasenciofer, um professor do ensino
fundamental que geralmente cria materiais sobre aprendizagem cooperativa, gamificação e
sala de aula invertida e compartilha com sua comunidade.

5. Conclusõese dissocus

Ao longo deste trabalho fizemos uma primeira abordagem em relação aos influenciadores
educacionais espanhóis. A partir da aplicação de técnicas específicas chegamos a
identificar um total de 54 influenciadores cuja orientação em termos de tipologia de
mensagem é a educação no sentido amplo. A partir dessa identificação, analisamos o
conteúdo das mensagens, tomando como critério, as hashtags com as quais os
influenciadores rotulam os temas de interesse. A análisedas hashtags nos mostrou que os
tópicos mais rotulados correspondem a conceitos genéricos como aprendizagem,
educação, professores, tique ou redes. Além desses temas gerais, descobrimos como os
tweets se concentram no compartilhamento de conteúdos que possam ser de interesse dos
professores, tais como: atividades de treinamento (cursos, palestras, conferências,
seminários). Um aspecto interessante é que o componente disciplinar é uma característica
de muitas mensagens. Assim, encontramos mensagens relacionadas comuma grande
variedade dedisciplinas curriculares (História, Leitura, Matemática, Ciências, Linguagem e
Literatura, Desenho, Música, Física, Arte, Educação Física, Filosofia, Desenho ou
Economia). Influenciadores também compartilharam com outros seguidores da Mensajque o
conhecimento sobre metodologias inovadoras de ensino é compartilhado e como não
poderia serde outra forma nas circunstâncias atuais do COVID.
Mas junto com o conteúdo educacional compartilhado na rede, nesta pesquisa temos
questionado sobre as sinergias que ocorrem entre os 54 influenciadores analisados.
Usando uma abordagem de análise de mídia social (ARS) encontramos, em primeiro lugar,
influenciadores que têm um alto grau de centralidade na rede. Éumrato de influenciadores
em que se observa uma alta menção de outros pares, mas também que, por sua vez, são
reconhecidos como pessoas com influência por uma parte importante do resto de seus
pares. Esse resultado já nos permitirárealizar estudos subsequentes nos quais a
preocupação vai além da descrição levantada neste artigo. Mas, juntamente com o grau de
centralidade, também identificamos influenciadores que desempenham um papel
fundamental na circulação de informações na rede estudada. Através do grau de
centralidade da intermediação encontramos influenciadores (em alguns casos incluídos no
grau de índice de centralidade), mas em outros casos outros influenciadores com níveis
mais baixos de centralidade estão incluídos, mas com maior grau deintermediação, como é
o caso de @javierfpanadero, @maestradepueblo ou @xarxatic.
A análise das redes sociais que realizamos nos permitiu, através da análise da
modularidade, encontrar cinco grupos ou conglomerados de influenciadores com diferentes
afinidades. Esses grupos não têm identidades homogêneas entre eles e excl. Em vez
disso, são grupos que compartilham algumas características próprias, geralmente têm
interações com os outros grupos.
A pesquisa que apresentamos é descritiva por natureza e nos permite esclarecer quem são,
o que compartilham e como as pessoas que identificamos como
influenciadoresserelacionam. É verdade que o mero número de seguidores de um tuitero
não é suficiente para caracterizá-lo como uma pessoa influente. Essa caracterização éuma
dimensão pessoal que não recai sobre o influente, mas sobre o seguidor. Ou seja, na
pessoa que valoriza se as mensagens, conteúdos ou recursos recebidos são de interesse
deles, eles as entendem e decidem usá-las em seu contexto próximo. Ao identificar as
características dos influenciadores educacionais espanhóis (os 54 que estudamos) estamos
oferecendo uma primeira aproximação do problema que preocupa muitos pesquisadores:
você realmente aprende através de itinerários informais? O desafiode saber como os
professores aprendem tem aumentado na pesquisa educacional. Os estudos mais atuais
mostram que há cada vez mais opções abertas, e online, para o ensino do desenvolvimento
profissional. Os professores acessam a internet para se conectar, compartilhar ideias e
expandir suas oportunidades de desenvolvimento de carreira por meio de plataformas
sociais (Prestridge,2019). As redes sociais digitais estão possibilitando o estabelecimento
de relações significativas entre professores(Carpenter & Harvey, 2019). Por meio deles, as
aprendizagens sociais são geradas hoje por meio do compartilhamento de experiências,
ideias, concepções e reflexões dos professores. Para aqueles professores que são ativos, a
aprendizagem através dasredes sociais torna-se um processo que se torna parte do seu
trabalho e continuafora do horário escolar (van den Beemt,et al. 2018).
A partir deste estudo podemos avançar e aprofundar para saber quais são aspercepções,
intenções, orientações e princípios que levam essas pessoas que chamamos de
influenciadores a compartilhar seu tempo, conhecimento e recursos com outros na rede.
Mas também será necessário compreender as opiniões dos beneficiários dessas
intervenções. Sabendo quem são os seguidores dos influenciadores estudados, poderemos
aprofundar o que é aprendido, o que é aplicado, como ocorre a transferência de
aprendizagem e quais resultados tem para o desenvolvimento profissional do ensino (Van
Bommel & Liljekvist,2016).

Referências

Carpenter, J. P., Morrison, S. A., Craft, M., & Lee, M. (2020). Como e por que os
educadores estão usando o Instagram? Ensino e Formação de Professores ,96, 103149.
https://doi.org/10.1016/j.tate.2020.103149

Eraut, M. (2004). Aprendizado informal no local de trabalho. Estudos em Educação


Continuada , 26(2), 247 - 273.

Kyndt, E., Gijbels,D., Grosemans,I. e Donche,V. (2016) Desenvolvimento Profissional


Cotidiano dos Professores: Mapeamento de Atividades Informais le arning, Antecedentese
Resultados de Aprendizagem . Revisão da Pesquisa Educacional , 86, (1111-1150)

Lai, K. W., & Smith, L. A. (2018). As percepçõesdos educadores universitários sobre a


aprendizagem informal e as formas pelas quais a promovem. Ensino Superior
Inovador, 43(5), 369-380.

Lam, J., Yau,J., & Cheung, S. K. (2010). Uma revisão do aprendizado móvel na era
móvel. Em P. Tsang, S.K.S. Cheung, V.S.K. Lee e R. Huang (Eds.), aprendizagem híbrida
(pp. 306-315). Berlin Heidelberg: Springer

Moore, Alison L. e Klein, James D. (2020). Facilitando a aprendizagem informal no


trabalho. TechTrends: Vinculando pesquisa e prática to Melhorar o Aprendizado, (64) 2,
pp. 219-228

Rehm, M., & Notten, A. (2016). Twitter como um espaço informal de aprendizagem para
professores!? O papel do capital social nas conversas do Twitter entre os professores.
Ensino e Formação de Professores ,60, 215-223

Sha, L., Looi, C.-K.,Chen, W., Seow,P., & Wong, L.-H. (2012). Reconhecer e medir a
aprendizagem autorregulada em um ambientede aprendizagem móvel . Computadores
em Comportamento Humano . 28, 718-728.
Shen, C. W., Kuo, C. J., Ly,M., & Thi,P. (2017). Análise de mídias sociais e tendências
sobre aprendizagem online e móvel. Revisão Internacional de Pesquisa em
Aprendizagem Aberta e Distribuída, 18(1), 208-224.

van Bommel, J. & Liljekvist, Y. (2016). Desenvolvimento profissional informal dos


professores nas mídias sociais e nas redessociais: quando e o que eles discutem?
Artigo apresentado na ERME Topic Conference on Mathematics teaching, resources
and teachers's professional development, Berlin, Germany.

Witecki, G., & Nonnecke, B. (2015). Engajamento em salas de aula digitais: Estudo do
engajamento do curso estudantil e uso de dispositivos móveis durante a palestra.
Journal of Information Technology Education: Research,14, 73-90.

Vezne, R., & Günbayi,I. (2016). O Effect de Aprendizagem Informal sobre o


DesenvolvimentoProfissionaldos Professores: Um EstudodeCaso . SubmissãoOnline,
7(3), 11-22.

Barton, D., & Tusting, K. (2005). Além das Comunidades de Prática: Poder da Linguagem
e Contexto Social - Google Libros. Em Além comunidades de Practice: Poder da Língua
e Contex Social (pp. 214-232 https://books.google.es/books?
hl=es&lr=&id=wkbJa_mYIicC&oi=fnd&pg=PA214&ots=bF0Klnvbsi&sig=PXojUBL1I3_fSBjnZ
C4_AlL1MA4&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false).

Carpenter, J., Tani,T., Morrison, S., & Keane,J. (2020). Explorando o cenário da
atividade profissional do educador no Twitter: uma análise de 16 hashtags relacionadas
à educação no Twitter. Desenvolvimento Profissional em Educação, 1-22.
https://doi.org/10.1080/19415257.2020.1752287

Kelly, N., & Antonio, A. (2016). Suporte de pares de professores em sites de redes sociais
. Ensino e Formação de Professores ,56, 138-149. https://doi.org/10.1016/j.tate.2016.
02.007

Schroeder, S., Curcio, R., & Lundgren, L. (2019). Expandindo a Rede de Aprendizagem:
Como os professores usam o Pinterest. Journal of Research on Technology in
Education,51(2), 166-186. https://doi.org/10.1080/15391523.2019.157335

Você também pode gostar