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Finanças comportamentais: Diferenças da aversão à perda entre alunos de


administração de empresas e gestão financeira

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Revista ISSN 2179-5037

DIFERENÇAS DA AVERSÃO À PERDA ENTRE ALUNOS DE


ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS E GESTÃO FINANCEIRA

Eduardo Roberto Priore1


Anderson L. S. Campos2
Luiz Jurandir Simões de Araújo 3

RESUMO: O objetivo é analisar se os estudantes dos cursos de Administração de


Empresas e de Tecnologia em Gestão Financeira possuem o mesmo nível de aversão ao
risco, dado que existem diferenças na grade de cada curso. A amostra foi composta por
estudantes de uma faculdade particular da cidade de São Paulo e os dados foram coletados
através de um questionário fechado no modelo original proposto pelos pesquisadores
Kahneman e Tversky (1979). Os resultados apontam para a existência dos efeitos certeza,
reflexo e isolamento na amostra compatível com o estudo original. Entretanto a comparação
entre os grupos de alunos dos dois cursos sugere que os alunos de Gestão Financeira são
mais avessos ao risco.

Palavras-chave: Finanças Comportamentais; Aversão ao Risco; Teoria do Prospecto.

Differences in Risk aversion among students of Business


Management and Technology in Financial Management
ABSTRACT: The objective is to analyze whether the students of Business Management and
Technology in Financial Management have the same level of risk aversion, since there are
differences in grade of each course. The sample was composed of students from a private
college in São Paulo, and the data were collected through closed questions like proposed by
Kahneman and Tversky (1979). The results point to the existence of certain, reflection and
isolation effects in the sample compatible with the original study. However, a comparison
between groups of students of the two courses suggests that the Financial Management
students are more risk averse.

Keywords: Behavioral Finance; risk Aversion; Prospect Theory.

INTRODUÇÃO

A moderna teoria de finanças parte da premissa que os investidores são


racionais e capazes de compilar todas as informações disponíveis no mercado para
tomarem suas decisões. Estas são algumas das premissas da hipótese de

1
Professor do Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo, Mestre em Administração.
2
Professor do PPGA daUniversidade Metodista de São Paulo. Doutor em Administração.
3
Professor da Faculdade de Economia e Adminstração da Universidade de São Paulo. Doutor em
Engenharia Elétrica.

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mercados eficientes, onde “o preço de um ativo financeiro reflete todas as


informações disponíveis, sendo a melhor estimativa do seu valor fundamental”
(ALDRIGHI; MILANEZ, 2005, p. 43).
Os estudos de finanças comportamentais (Behavioral Finance) questionam
as premissas da hipótese dos mercados eficientes, em especial, a racionalidade do
investidor. Esta contestação ocorre pela percepção que o tomador de decisão está
rodeado de incertezas e complexidades, e não consegue analisar todas as
informações e variáveis envolvidas no processo antes de tomar uma decisão.
A partir dessas descobertas, os estudos relacionados às finanças
comportamentais começam a ganhar força, principalmente com o trabalho
desenvolvido por Kahneman e Tversky (1979), que investigou o comportamento
humano e sua maneira como toma as decisões em situações de estresse e risco.
Diante destas evidências, as finanças comportamentais surgem como uma
nova linha de pesquisa, ao abordar como tema central o desvio da racionalidade
perfeita do investidor ocasionado pela presença de vieses (tendências).
A aversão à perda pode ser caracterizada pelo fato de as pessoas serem
mais sensíveis à dor da perda do que aos benefícios gerados por um ganho
equivalente. Este é um dos principais conceitos que compõem o corpo das finanças
comportamentais e foi identificado por Kahneman e Tversky (1979), os quais
verificaram esse comportamento em 70% dos entrevistados.
Esse estudo pretende recriar o estudo original para comparar se estudantes
brasileiros têm a mesma aversão à perda encontrada por Kahneman e Tversky
(1979), e verificar se há diferenças entre dois grupos de estudantes com cargas
horárias diferenciadas de disciplinas de finanças. Na análise realizada, os
estudantes de Administração têm uma carga horária em média 30% maior que os
estudantes de Gestão Financeira.
Os resultados na comparação de toda amostra com os resultados de
Kahneman e Tversky (1979) sugerem não haver diferenças, porém, quando
comparados entre si, nota-se que os estudantes de Gestão Financeira são mais
avessos à perda que os de Administração.
Este artigo contém uma breve revisão da literatura, em seguida são
apresentadas as características da amostra e os resultados encontrados que
fundamentam as considerações finais.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A psicologia cognitiva considera a decisão como um processo interativo
onde fatores não triviais têm influência, como percepções, convicções e modelos
mentais do próprio decisor acabam por interferir na ação ou decisão escolhida. Além
disso, motivos intrínsecos como emoções, estado mental, tendências e atitudes
psicológicas em relacionar fenômenos podem influenciar nas decisões (MACEDO
JUNIOR, 2003). Desta forma, a psicologia cognitiva levanta sérias dúvidas sobre os
pressupostos da racionalidade do investidor, a qual está presente em várias teorias
de finanças.
Os trabalhos sobre a racionalidade dos indivíduos referente à tomada de
decisões foram realizados por vários estudiosos, dentre eles cabe destacar as
pesquisas de dois psicólogos israelenses: Amos Tversky e Daniel Kahneman, sobre
regras heurísticas em 1974 e estruturas mentais em 1979. O objetivo dos autores
era verificar como o processo de tomada de decisão acontecia de fato (KAHNEMAN;
TVERSKY, 1974, 1979; TVERSKY; KAHNEMAN, 1974, 1983, 1991, 1992). Estes
trabalhos apontam que os investidores são influenciados por ilusões cognitivas, ou
seja, tendem a cometer erro sistemático no processo de decisão, o que induz a
decisões nem sempre racionais conforme a Teoria da Utilidade.
Assim como em uma ilusão de ótica, supõe-se que, mesmo quando o
indivíduo sabe que está perante uma ilusão cognitiva, ainda assim é difícil evitá-la e
consequentemente agir de maneira racional. Essas ilusões podem ser determinadas
de duas maneiras: pela utilização de regras heurísticas ou pela adoção de estruturas
mentais.
2.1 Heurísticas
Segundo Tversky e Kahneman (1974), as heurísticas são regras que visam
simplificar o processo decisório. Estes autores destacam que as pessoas confiam
em um número limitado de princípios heurísticos que reduzem as tarefas complexas
de avaliar probabilidades e predizer valores para simples operações de julgamento.
As heurísticas apresentam grande utilidade na tomada de decisão, no entanto,
podem conduzir a erros severos, sistemáticos e perdas financeiras.
Os indivíduos podem ser influenciados por três formas de regras heurísticas,
chamadas de heurística da ancoragem ou ajustamento, heurística da disponibilidade
e heurística da representatividade.

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A heurística da ancoragem ou ajustamento é definida quando um fragmento


inicial de informação atua como uma âncora, ou ponto de partida, para pensamentos
subsequentes sobre o assunto. Ferreira (2008, p. 164) define ancoragem como um
valor inicial resultado da forma como o problema é apresentado ou de uma
computação preliminar, este valor é utilizado como ponto de partida em um porcesso
de extrapolação para a determinação da resposta final.
A heurística da disponibilidade é a facilidade com que um indivíduo pode
trazer à mente cenários alternativos que podem influenciar sua reação emocional
aos fatos. Tonetto et al. (2006), explicam que o uso da heurística da disponibilidade
nos leva cotidianamente ao erro no que tange à influência da memória de longo
prazo. Isto ocorre pelo fato dos eventos mais frequentes serem mais facilmente
lembrados do que os demais. Também ocorre dos eventos mais prováveis serem
mais lembrados do que os improváveis. Ferreira (2008) acrescenta que a ocorrência
simultânea de eventos reforça a associação entre os mesmos. Assim, pode-se dizer
que a heurística da disponibilidade é um procedimento eficaz e rápido, utilizado com
frequência no julgamento e tomada de decisões em condições de incerteza.
A heurística da representatividade ajuda-nos a decidir até que ponto uma
coisa é semelhante a outra, e é utilizada para classificar pessoas ou situações com
base na sua semelhança no processo de tomada de decisão (AGUIAR; SALES;
SOUSA, 2008). Assim a utilização de estereótipos irrelevantes ou analogias
duvidosas podem afetar o processo de tomada de decisão. Às vezes, através do
erro de avaliação de probabilidades, outras, através do excesso de confiança
(ALDRIGHI; MILANEZ, 2005).
Tonetto et al. (2006) destacam que o uso de heurísticas contribui para a
redução do tempo de tomada de decisões, porém podem levar a erros e vieses de
pensamento; erros decorrentes das limitações cognitivas e influenciados pela
história de vida do indivíduo no seu processo de avaliação do presente. Mellers;
Schwartz e Cooke (1998) perceberam a mesma limitação cognitiva e destacam que
dentro da psicologia o conceito da racionalidade está sendo reexaminado. Assim,
pesquisadores estão se afastando da teoria da escolha racional para explorar os
processos de tomada de decisão.
A teoria do prospecto representa a base teórica para a análise do
comportamento de investidores, desempenhando papel fundamental para o início do
desenvolvimento das finanças comportamentais, “pois busca explicar os vieses

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cognitivos (heurísticos) no processo de tomada de decisão” (DA SILVA et al., 2009,


p. 388).
2.2 Teoria do Prospecto
A Teoria do Prospecto constitui-se em uma abordagem alternativa à Teoria
da Utilidade Esperada ao afirmar que, no campo dos ganhos, o investidor possui
aversão ao risco, contudo mostra-se propenso ao risco no campo das perdas.
Essa situação ocorre principalmente quando o investidor tem um tempo
disponível muito limitado, e quando isso ocorre, os tomadores de decisão fazem uso
de atalhos mentais na tentativa de tornar a tarefa mais fácil.
O padrão de preferência se altera quando se sai de um ganho certo para um
ganho duvidoso como relatado por diversos autores: Kahneman e Tversky (1979);
Tversky e Kahneman (1991 e 1992); Kahneman e Lovallo (1993); e Kahneman,
Kntesch e Thaler (1991).
Kahneman e Tversky (1979) não só confirmaram as suposições de Allais
(1953) como colheram várias evidências indicativas que o julgamento e a tomada de
decisão sob incerteza diferem de modo sistemático das predições da teoria
econômica tradicional (MACEDO JUNIOR, 2003, p. 52). Assim confirmando a teoria
do prospecto que diz que as pessoas dão peso inferior aos resultados prováveis em
comparação aos que são obtidos com certeza.
Para confirmar suas constatações, Kahneman e Tversky (1979) realizaram
sua pesquisa com estudantes que indicaram suas preferências diante de problemas
envolvendo situações de ganho e perda. Estes experimentos confirmam que o
investidor tende a avaliar de forma parcial perspectivas futuras envolvendo riscos e
incertezas. Essa avaliação está relacionada aos efeitos certeza, reflexão e
isolamento.
Para Serra et al. (2010, p. 6) “o efeito certeza está relacionado à
superestimação, ou sobrevalorização, de resultados considerados certos”, em
comparação com os resultados prováveis que envolvem alguma incerteza,
independente de que a opção incerta proporcione um valor superior ao esperado.
Os resultados de Kahneman e Tversky (1979) mostram que quando o
investidor tem 100% de chance de ganho, ele opta pelo ganho certo menor quando
comparado com ganho provável maior, porém incerto, o que caracteriza um
comportamento avesso ao risco. Na comparação entre dois ganhos incertos, ele
opta pelo maior retorno e não pela probabilidade maior, mas com um ganho menor.

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Segundo Cappellozza e Sanchez (2011), o viés psicológico de valorização


do efeito certeza se traduz em maior aversão ao risco, no domínio das expectativas
positivas e no domínio dos ganhos. Assim, as pessoas tendem a dar um maior peso
à probabilidade com a maior chance de acontecer.
Ao contrário do efeito certeza, temos o comportamento que pode ser
caracterizado de preferência ao risco no domínio das expectativas negativas,
chamado de domínio das perdas (KAHNEMAN; TVERSKY, 1979).
O efeito reflexão acontece normalmente quando o investidor se depara com
decisões que envolvem perdas certas inferiores e perdas prováveis superiores,
sendo que o investidor dará a preferência pela alternativa que envolve as perdas
prováveis superiores (KAHNEMAN; TVERSKY, 1979; CAPPELLOZZA; SANCHEZ,
2011).
Os indivíduos tendem a evitar riscos, quando existem alternativas de ganho,
ao passo que tendem a ser propensos ao risco, quando a decisão envolve
alternativas com perdas, ainda que da mesma magnitude (ALDRIGHI; MILANEZ,
2005; KAHNEMAN; TVERSKY, 1979; CAPPELLOZZA; SANCHEZ, 2011).
De acordo com Macedo Junior (2003), a Teoria do Prospecto afirma que as
pessoas geralmente desconsideram componentes que são compartilhados por todas
as probabilidades em consideração. Esta tendência, chamada efeito isolamento,
leva a preferências contraditórias quando a mesma escolha é apresentada em
cenários diferentes.
Numa forma de simplificar o processo de tomada de decisão, os investidores
são levados à preferência inconsistente quando a mesma escolha é apresentada de
formas distintas (MACEDO JUNIOR, 2003; ROGERS et al., 2007; DA SILVA et al.,
2009).
A teoria do prospecto deu passos importantes para uma descrição mais
precisa do comportamento individual dos tomadores de decisão em situações de
risco do que a teoria da utilidade esperada e forma a base para trabalhos empíricos,
principalmente dentro do campo de finanças comportamentais (MACEDO JUNIOR,
2003).
Tversky e Kahneman (1992) afirmaram que a teoria do Prospecto não visa
substituir a Teoria da Utilidade Esperada, que segundo eles, as duas são
importantes para descrever a realidade e deveriam ser consideradas para entender,
de um modo mais preciso, o comportamento dos agentes econômicos.

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Uma síntese dos artigos empíricos nacionais em relação à pesquisa


realizada por Kahneman e Tversky (1979) é apresentada no Quadro 1.
Quadro 1 – Artigos Empíricos
Técnicas de
Artigos Objetivos da Pesquisa População
Análise
Apresentar uma crítica da teoria da utilidade
Análise de
esperada como um modelo descritivo de Estudantes e
Kahneman e frequência;
tomada de decisão sob risco, e desenvolver professores de
Tversky (1979) Teste Qui-
um modelo alternativo, chamado de teoria do universidade.
Quadrado.
prospecto.
Replicar numa amostra brasileira os
experimentos seminais de Kahneman e
Análise de
Tversky. Este estudo foca a atenção em uma
Kimura; Basso e Alunos e professores frequência;
das ideias centrais em pesquisas envolvendo
Krauter (2006) universitários Teste Qui-
teorias transformacionais: a racionalidade e a
Quadrado.
irracionalidade simultâneas dos agentes
organizacionais.
Contextualizar e replicar a investigação
empírica do artigo seminal de Kahneman e Estudantes de
Análise de
Tversky (1979) e simultaneamente comparar Administração e
Rogers et al. frequência;
os resultados da pesquisa de Kahneman e Ciências Contábeis
(2007) Teste Qui-
Tversky (1979) e Cruz; Kimura, e Krauter de uma universidade
Quadrado.
(2003). Validar o estudo original, comparando federal.
com autores brasileiros e os dados obtidos.
Estudantes de
graduação do curso
Replicar a investigação empírica do artigo de Administração e
seminal de Kahneman e Tversky (1979). Ciências Contábeis, Análise de
Rogers; Favato e Investigar se indivíduos que possuem melhor do curso tecnológico frequência;
Securato (2008) instrução e educação financeira apresentam de Recursos Teste Qui-
menos erros sistemáticos no processo de Humanos, Marketing Quadrado.
tomada de decisões em investimentos. e Agronegócio de
uma universidade
particular
Replicar a investigação empírica
desenvolvida por Kahneman e Tversky
(1979), verificando em estudantes de
graduação do curso de Ciências Contábeis a Estudantes de Análise de
evolução racional no processo decisório ao Ciências Contábeis frequência;
Da Silva et al. longo dos diversos períodos e também a de universidade Teste de Kruskal-
(2009) influência do gênero para questões pública e de duas Wallis;
relacionadas a perdas e exposição ao risco. faculdades Teste de U Mann-
Até que ponto o gênero e o período no qual particulares. Whitney.
se encontra o discente competem para que
os agentes emocionais não interfiram em seu
processo decisório

3. METODOLOGIA
Esta pesquisa foi realizada através de questionário estruturado (disponível
no apêndice) que está dividido em duas partes. A primeira parte é uma pesquisa de
caráter socioeconômico enquanto que a segunda é composta pelas questões que
serviram como base no trabalho de Kahneman e Tversky (1979). O questionário
original está na língua inglesa, porém já foi traduzido e utilizado anteriormente por
Cruz, Kimura e Krauter (2003); Rogers et al. (2007); Roger, Favaro e Securato
(2008); Da Silva et al. (2009).

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A amostra é formada por estudantes do 8º semestre do curso de graduação


em Administração de Empresas e por estudantes do 4º semestre do curso de
graduação tecnológica em Gestão Financeira de uma Instituição de Ensino Superior
(IES) particular localizada na cidade de São Paulo. A escolha desse público-alvo se
deu por estarem no último semestre de seus cursos e por terem estudado uma
diversidade de disciplinas que podem influenciar no resultado dessa pesquisa.
Os alunos de Administração de Empresas têm uma carga horária de 2.640
horas de estudos ao longo dos oito semestres, já os alunos de Gestão Financeira
tem uma carga de 1.848 horas de estudos divididas em quatro semestres de
estudos. Assim, os estudantes de Administração têm uma carga horária em média
30% maior que os estudantes de Gestão Financeira.
Após a análise do plano de ensino dos dois cursos, percebe-se que a grade
dos alunos de Gestão Financeira tem uma grande concentração de disciplinas
ligadas a finanças, o equivalente a 1.434 horas de estudos, o que caracteriza
aproximadamente 77,6% da carga horária total. Enquanto que no curso de
Administração, os alunos têm uma carga horária 1.175 horas de estudos,
correspondendo a aproximadamente 44,5% da carga horária total, isto ocorre
porque o perfil do administrador exige conhecimentos de diversas áreas.
Antes da apresentação do questionário em sala de aula, foi explicado o
intuito da pesquisa, seu caráter voluntário, a garantia da anonimidade, e o fato de
não existirem respostas certas ou erradas, mas apenas preferências de cada aluno.
Os questionários foram analisados de três formas distintas:
1. Comparação dos resultados encontrados de aversão à perda da atual
pesquisa com a pesquisa de Kahneman e Tversky (1979);
2. Comparação dos resultados de aversão de forma individual, analisando
os resultados dos estudantes de administração com a pesquisa original e os
resultados dos estudantes de gestão financeira com a pesquisa original;
3. Comparação dos resultados de aversão à perda dos estudantes de
administração com os resultados dos estudantes de gestão financeira.
Para avaliar a semelhança da proporção de respostas similares das
respostas entre os grupos, foi efetuado o teste Qui-quadrado, que caracteriza-se por
ser um teste não paramétrico adequado para comparar proporções.

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4. ANÁLISE DOS DADOS


Amostra pesquisada foi de 262 alunos, cursando o último semestre de seus
respectivos cursos, de uma faculdade particular localizada na cidade de São Paulo.
Da amostra total, 140 (53%) alunos são do curso de administração de empresas e
122 (47%) alunos do curso de tecnologia em gestão financeira. Aproximadamente
60% da amostra é composta por mulheres, esta proporção se mantêm dentro dos
cursos e na amostra geral, como pode ser observado no Quadro 2.

Quadro 2 – Composição da Amostra


Composição da amostra em números absolutos e relativos
Administração G. Financeira Total
Absoluto Relativo Absoluto Relativo Absoluto Relativo
Feminino ( % coluna) 61% 60% 60%
85 73 158
Feminino (% linha) 54% 46% 100%
Masculino (% coluna) 39% 40% 40%
55 49 104
Masculino (% linha) 53% 47% 100%
Total (% coluna) 100% 100% 100%
140 122 262
Total (% linha) 53% 47% 100%

O objetivo desse primeiro teste é efetuar a comparação entre os resultados


encontrados por Kahneman e Tversky (1979) com as respostas do questionário
aplicado. Através de um teste Qui-quadrado aplicado comparou se a proporção dos
efeitos na amostra com a proporção do estudo original, não se rejeitou a hipótese de
independência entre as duas amostras para nenhuma das questões aplicadas,
conforme Quadro 3. Este resultado sugere que os efeitos certeza, reflexo e
isolamento, encontrados na atual pesquisa, são comparáveis ao do estudo original.
Tanto a comparação individual do padrão de respostas dos alunos de
Gestão Financeira como o dos alunos de Administração com estudo original de
Kahneman e Tversky não apresentou diferenças estatísticas (resultados não
reportados).
Um novo teste de Qui-quadrado foi feito para verificar se os estudantes de
Administração e de Gestão Financeira têm a mesma aversão à perda. Oberva-se
pelas questões 01 e 03 que o efeito certeza é mais exacerbado nos alunos do curso
de Gestão Financeira, os quais têm uma preferência maior por um ganho certo do
que um resultado esperado maior, porém incerto.

Quadro 3- Comparação entre grupos

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Comparação entre o conjunto total de respondentes com o trabalho original de Kahneman e


a comparação entre os respondentes dos cursos de Gestão Financeira e Administração. Os
valores entre parênteses na coluna Chi representam o p-valor, sendo que *** representam
resultados significantes ao nível de 1%.
Comparação com estudo original Comparação entre os cursos de Adm. e G. Fin.
Questão
Kahneman Geral Chi (p-valor) Adm. G.Fin. Adm. G.Fin. Chi (p-valor)
A 18% 24% 0,02476 42 21 30% 17% 7,04523
1
B 82% 76% (0,8750) 98 101 70% 83% (0,0079) ***
A 83% 74% 0,0521 100 95 71% 78% 2,65059
2
B 17% 26% (0,8195) 40 27 29% 22% (0,1035)
A 20% 27% 0,0282 46 24 33% 20% 6,99762
3
B 80% 73% (0,8666) 94 98 67% 80% (0,0082) ***
A 65% 59% 0,0150 82 73 59% 60% 1,27959
4
B 35% 41% (0,9026) 58 49 41% 40% (0,2580)
A 22% 19% 0,0063 24 25 17% 20% 1,71524
5
B 78% 81% (0,9365) 116 97 83% 80% (0,1903)
A 67% 58% 0,0397 80 71 57% 58% 1,26615
6
B 33% 42% (0,8421) 60 51 43% 42% (0,2605)
A 14% 23% 0,0658 38 22 27% 18% 4,28647
7
B 86% 77% (0,7976) 102 100 73% 82% (0,0384) **
A 73% 64% 0,0435 89 78 64% 64% 1,24034
8
B 27% 36% (0,8348) 51 44 36% 36% (0,2654)
A 92% 77% 0,3173 92 109 66% 89% 21,51978
9
B 8% 23% (0,5732) 48 13 34% 11% (0,0000) ***
A 42% 50% 0,0263 82 49 59% 40% 10,03053
10
B 58% 50% (0,8712) 58 73 41% 60% (0,0015) ***
A 92% 77% 0,3017 96 106 69% 87% 13,56172
11
B 8% 23% (0,5828) 44 16 31% 13% (0,0002) ***
A 30% 67% 0,6581 70 106 50% 87% 41,27061
12
B 70% 33% (0,4172) 70 16 50% 13% (0,0000) ***
A 20% 29% 0,0551 40 37 29% 30% 1,33310
13
B 80% 71% (0,8144) 100 85 71% 70% (0,2483)
A 22% 31% 0,0504 50 32 36% 26% 3,95122
14
B 78% 69% (0,8224) 90 90 64% 74% (0,0468) **
A 16% 26% 0,0682 40 27 29% 22% 2,65059
15
B 84% 74% (0,7940) 100 95 71% 78% (0,1035)
A 69% 61% 0,0266 82 79 59% 65% 2,28362
16
B 31% 39% (0,8703) 58 43 41% 35% (0,1307)

Ainda no âmbito do efeito certeza, nota-se que apesar do resultado


esperado de ambas alternativas ser o mesmo na questão 7, uma proporção maior
dos alunos de Gestão Financeira optou pela alternativa com maior probabilidade.
O efeito reflexo aparece em maior intensidade nos alunos de Gestão
Financeira, conforme constatado pelas questões 3 e 9, onde identifica-se claramente

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a alteração de comportamento entre as situações de ganho e as situações de perda.


O mesmo aplica-se aos pares de questões 4 e 10, 7 e 11, bem como no par 8 e 12.
O efeito isolamento pode ser verificado comparando-se as questões 3 e 14,
que possuem as mesmas alternativas, porém na questão 14, há um evento anterior
independente e, portanto, irrelevante no processo decisório. No conjunto destas
duas questões os alunos de Gestão Financeira mostraram-se mais avessos ao risco.
Segundo Milanez (2003), os padrões históricos ocorrem quando uma escala
de valor é fixada ou demarcada por observações recentes. Assim, durante a sua
vida acadêmica, esses alunos têm matérias com conteúdos sobre mercado
financeiro, economia e finanças, mais as informações da mídia, o que pode
influenciar no comportamento desses estudantes, fazendo-os reagir dessa forma.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo vem corroborar com a investigação de que os
investidores não agem de forma estritamente racional. Através da replicação do
trabalho de Kahneman e Tversky (1979) com os alunos de graduação do curso de
Administração e Gestão Financeira, verificou-se a existência dos efeitos certeza,
reflexo e isolamento, previstos na teoria do prospecto.
Na primeira análise, foi comparada a pesquisa atual com a pesquisa original,
e percebeu-se que os estudantes reagem da mesma forma relatada no estudo
original, validando assim os efeitos certeza, reflexo e isolamento.
Na segunda análise, foi comparada a pesquisa original com os dados da
pesquisa atual dividida em dois grupos, sendo um o grupo de estudantes de
Administração e outro grupo os estudantes de Gestão Financeira. Os efeitos
certeza, reflexo e isolamento para cada grupo também se mostram dentro do padrão
de aceitação da pesquisa de Kahneman e Tversky (1979).
O presente trabalho procurou ir além da recriação do questionário que
embasou o trabalho original de Kahneman e Tversky (1979), uma possível diferença
de comportamento, dada a formação do aluno. Percebeu-se que os estudantes de
Gestão Financeira são mais aversos ao risco.
A formação dos respondentes pode ser um fator de diferenciação entre os
dois grupos, já que os alunos de Administração têm uma carga horária em Finanças
menor, comparando-a com a carga horária dos alunos de Gestão Financeira.

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As diferenças observadas podem ser resultado de um viés da amostra, ou


seja, seria possível supor que indivíduos com maior aversão a risco escolham a
carreira de tecnólogo em Gestão Financeira ao invés do curso de graduação em
Administração. Esta inquietação sugere para futuros estudos a aplicação de estudos
longitudinais que possam avaliar melhor o papel da aquisição de conhecimento no
processo de decisão dos indivíduos. Outra possibilidade, seria avaliar quais
aspectos sociais, econômicos e até educacionais deslocam e transformam o
processo decisório dos estudantes.

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Recebido em 13/05/2014.
Aceito em 15/06/2014.

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APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

ASSINALE A RESPOSTA QUE VOCÊ PREFERE, NÃO HÁ NENHUMA RESPOSTA


“CORRETA” OU “ERRADA” PARA OS PROBLEMAS PROPOSTOS.

1. Qual das duas alternativas você prefere?


• Alternativa A • Alternativa B
33% de chances de ganhar $2500 100% de chances de ganhar $2400
66% de chances de ganhar $2400
1% de chances de ganhar $0

2. Qual das duas alternativas você prefere?


• Alternativa A • Alternativa B
33% de chances de ganhar $2500 34% de chances de ganhar $2400
67% de chances de ganhar $0 66% de chances de ganhar $0

3. Qual das duas alternativas você prefere?


• Alternativa A • Alternativa B
80% de chances de ganhar $4000 100% de chances de ganhar $3000
20% de chances de ganhar $0

4. Qual das duas alternativas você prefere?


• Alternativa A • Alternativa B
20% de chances de ganhar $4000 25% de chances de ganhar $3000
80% de chances de ganhar $0 75% de chances de ganhar $0

5. Qual das duas alternativas você prefere?


• Alternativa A • Alternativa B
50% de chances de ganhar uma viagem de três 100% de chances de ganhar uma viagem de uma
semanas para a Inglaterra, França e Itália. semana para a Inglaterra
50% de chances de não ganhar nada

6. Qual das duas alternativas você prefere?


• Alternativa A • Alternativa B
5% de chances de ganhar uma viagem de três 10% de chances de ganhar uma viagem de uma
semanas para a Inglaterra, França e Itália semana para a Inglaterra
95% de chances de não ganhar nada 90% de chances de não ganhar nada

7. Qual das duas alternativas você prefere?


• Alternativa A • Alternativa B
45% de chances de ganhar $6000 90% de chances de ganhar $3000
55% de chances de ganhar $0 10% de chances de ganhar $0

8. Qual das duas alternativas você prefere?


• Alternativa A • Alternativa B
0,1% de chances de ganhar $6000 0,2% de chances de ganhar $3000
99,9% de chances de ganhar $0 99,8% de chances de ganhar $0

9. Qual das duas alternativas você prefere?


• Alternativa A • Alternativa B
80% de chances de perder $4000 100% de chances de perder $3000
20% de chances de perder $0

Revista UNIABEU Belford Roxo V.7 Número 16 maio- agosto 2014


241

10. Qual das duas alternativas você prefere?


• Alternativa A • Alternativa B
20% de chances de perder $4000 25% de chances de perder $3000
80% de chances de perder $0 75% de chances de perder $0

11. Qual das duas alternativas você prefere?


Alternativa A • Alternativa B
45% de chances de perder $6000 90% de chances de perder $3000
55% de chances de perder $0 10% de chances de perder $0.

12. Qual das duas alternativas você prefere?


• Alternativa A • Alternativa B
0,1% de chances de perder $6000 0,2% de chances de perder $3000
99,9% de chances de perder $0 99,8% de chances de perder $0

13. Suponha que você esteja considerando a possibilidade de segurar um imóvel contra algum dano, como por
exemplo, incêndio ou roubo. Depois de examinar os riscos e o prêmio do seguro, você não encontra uma clara
preferência entre a opção de adquirir o seguro e a opção de deixar o imóvel sem seguro. Porém, chama-lhe a
atenção que a seguradora está oferecendo um novo produto chamado Seguro Probabilístico. Neste produto,
você paga inicialmente metade do prêmio de um seguro tradicional. No caso de dano, existe uma probabilidade
de 50% de que você pague a outra metade do prêmio e que a seguradora cubra todas as perdas.
Existe também uma probabilidade de 50% de que, no caso de dano, você receba o valor já pago pelo prêmio e
não seja ressarcido pelas perdas. Por exemplo, se o acidente ocorre em um dia ímpar, você paga a outra
metade do prêmio e tem as perdas ressarcidas. Se o acidente ocorre em dia par, então a seguradora lhe devolve
o prêmio pago e as perdas não são cobertas. Lembre-se de que o prêmio do seguro tradicional é tal que você
avalia que o seguro praticamente equivale ao seu custo. Sob estas circunstâncias, você prefere comprar o
Seguro Probabilístico?
• SIM • NÃO

14. Considere um jogo de dois estágios. No primeiro estágio, existe uma probabilidade de 75% de que o jogo
termine sem que você ganhe nada e uma probabilidade de 25% de que se mova ao segundo estágio. Se você
atingir o segundo estágio, você pode escolher entre as alternativas a seguir. Observe que a escolha deve ser
feita antes do início do jogo.
• Alternativa A • Alternativa B
80% de chances de ganhar $4000 100% de chances de ganhar $3000
20% de chances de ganhar $0

15. Além dos recursos que você possui, você recebeu mais $1000. Agora, você deve escolher entre as
alternativas a seguir.
• Alternativa A • Alternativa B
50% de chances de ganhar $1000 100% de chances de ganhar $500
50% de chances de ganhar $0

16. Além dos recursos que você possui você recebeu mais $1000. Agora, você deve escolher entre as
alternativas a seguir.
• Alternativa A • Alternativa B
50% de chances de perder $1000 100% de chances de perder $500
50% de chances de perder $0

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