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Anderson Campos
Universidade Metodista de São Paulo
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INTRODUÇÃO
1
Professor do Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo, Mestre em Administração.
2
Professor do PPGA daUniversidade Metodista de São Paulo. Doutor em Administração.
3
Professor da Faculdade de Economia e Adminstração da Universidade de São Paulo. Doutor em
Engenharia Elétrica.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A psicologia cognitiva considera a decisão como um processo interativo
onde fatores não triviais têm influência, como percepções, convicções e modelos
mentais do próprio decisor acabam por interferir na ação ou decisão escolhida. Além
disso, motivos intrínsecos como emoções, estado mental, tendências e atitudes
psicológicas em relacionar fenômenos podem influenciar nas decisões (MACEDO
JUNIOR, 2003). Desta forma, a psicologia cognitiva levanta sérias dúvidas sobre os
pressupostos da racionalidade do investidor, a qual está presente em várias teorias
de finanças.
Os trabalhos sobre a racionalidade dos indivíduos referente à tomada de
decisões foram realizados por vários estudiosos, dentre eles cabe destacar as
pesquisas de dois psicólogos israelenses: Amos Tversky e Daniel Kahneman, sobre
regras heurísticas em 1974 e estruturas mentais em 1979. O objetivo dos autores
era verificar como o processo de tomada de decisão acontecia de fato (KAHNEMAN;
TVERSKY, 1974, 1979; TVERSKY; KAHNEMAN, 1974, 1983, 1991, 1992). Estes
trabalhos apontam que os investidores são influenciados por ilusões cognitivas, ou
seja, tendem a cometer erro sistemático no processo de decisão, o que induz a
decisões nem sempre racionais conforme a Teoria da Utilidade.
Assim como em uma ilusão de ótica, supõe-se que, mesmo quando o
indivíduo sabe que está perante uma ilusão cognitiva, ainda assim é difícil evitá-la e
consequentemente agir de maneira racional. Essas ilusões podem ser determinadas
de duas maneiras: pela utilização de regras heurísticas ou pela adoção de estruturas
mentais.
2.1 Heurísticas
Segundo Tversky e Kahneman (1974), as heurísticas são regras que visam
simplificar o processo decisório. Estes autores destacam que as pessoas confiam
em um número limitado de princípios heurísticos que reduzem as tarefas complexas
de avaliar probabilidades e predizer valores para simples operações de julgamento.
As heurísticas apresentam grande utilidade na tomada de decisão, no entanto,
podem conduzir a erros severos, sistemáticos e perdas financeiras.
Os indivíduos podem ser influenciados por três formas de regras heurísticas,
chamadas de heurística da ancoragem ou ajustamento, heurística da disponibilidade
e heurística da representatividade.
3. METODOLOGIA
Esta pesquisa foi realizada através de questionário estruturado (disponível
no apêndice) que está dividido em duas partes. A primeira parte é uma pesquisa de
caráter socioeconômico enquanto que a segunda é composta pelas questões que
serviram como base no trabalho de Kahneman e Tversky (1979). O questionário
original está na língua inglesa, porém já foi traduzido e utilizado anteriormente por
Cruz, Kimura e Krauter (2003); Rogers et al. (2007); Roger, Favaro e Securato
(2008); Da Silva et al. (2009).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo vem corroborar com a investigação de que os
investidores não agem de forma estritamente racional. Através da replicação do
trabalho de Kahneman e Tversky (1979) com os alunos de graduação do curso de
Administração e Gestão Financeira, verificou-se a existência dos efeitos certeza,
reflexo e isolamento, previstos na teoria do prospecto.
Na primeira análise, foi comparada a pesquisa atual com a pesquisa original,
e percebeu-se que os estudantes reagem da mesma forma relatada no estudo
original, validando assim os efeitos certeza, reflexo e isolamento.
Na segunda análise, foi comparada a pesquisa original com os dados da
pesquisa atual dividida em dois grupos, sendo um o grupo de estudantes de
Administração e outro grupo os estudantes de Gestão Financeira. Os efeitos
certeza, reflexo e isolamento para cada grupo também se mostram dentro do padrão
de aceitação da pesquisa de Kahneman e Tversky (1979).
O presente trabalho procurou ir além da recriação do questionário que
embasou o trabalho original de Kahneman e Tversky (1979), uma possível diferença
de comportamento, dada a formação do aluno. Percebeu-se que os estudantes de
Gestão Financeira são mais aversos ao risco.
A formação dos respondentes pode ser um fator de diferenciação entre os
dois grupos, já que os alunos de Administração têm uma carga horária em Finanças
menor, comparando-a com a carga horária dos alunos de Gestão Financeira.
REFERÊNCIAS
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um estudo no setor de telefonia móvel fundamentado nos axiomas da economia
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CRUZ, L. F. B.; KIMURA, H.; KRAUTER, E. Finanças Comportamentais:
investigação do comportamento decisório dos agentes brasileiros de acordo com a
Teoria do Prospecto de Kahneman & Tversky. In: XXXVIII Assembleia do Conselho
Latino-Americano das Escolas de Administração (CLADEA), 2003, Lima. Anais ...
Lima: CLADEA, 2003 (CD-ROM).
DA SILVA, R. F. M., LAGIOIA, U. C. T., MACIEL, C. V., RODRIGUES, R. N.
Finanças Comportamentais: um estudo comparativo utilizando a teoria dos
prospectos com os alunos de graduação do curso de ciências contábeis. Revista
Brasileira de Gestão de Negócios. São Paulo, v. 11, n. 33, pp. 383-403, out./dez.
2009.
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influência nas nossas decisões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
KAHNEMAN, D.; KNETSCH, J., L.; THALER, R. Anomalies: the endowment Effect,
loss aversion, and status quo bias. Journal of Economic Perspectives, v. 5, n. 1,
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KAHNEMAN, D.; LOVALLO, D. Timid choices and bold forecasts: A cognitive
perspective on risk taking. Managemente Science, v. 39, 17-31, 1993.
Recebido em 13/05/2014.
Aceito em 15/06/2014.
13. Suponha que você esteja considerando a possibilidade de segurar um imóvel contra algum dano, como por
exemplo, incêndio ou roubo. Depois de examinar os riscos e o prêmio do seguro, você não encontra uma clara
preferência entre a opção de adquirir o seguro e a opção de deixar o imóvel sem seguro. Porém, chama-lhe a
atenção que a seguradora está oferecendo um novo produto chamado Seguro Probabilístico. Neste produto,
você paga inicialmente metade do prêmio de um seguro tradicional. No caso de dano, existe uma probabilidade
de 50% de que você pague a outra metade do prêmio e que a seguradora cubra todas as perdas.
Existe também uma probabilidade de 50% de que, no caso de dano, você receba o valor já pago pelo prêmio e
não seja ressarcido pelas perdas. Por exemplo, se o acidente ocorre em um dia ímpar, você paga a outra
metade do prêmio e tem as perdas ressarcidas. Se o acidente ocorre em dia par, então a seguradora lhe devolve
o prêmio pago e as perdas não são cobertas. Lembre-se de que o prêmio do seguro tradicional é tal que você
avalia que o seguro praticamente equivale ao seu custo. Sob estas circunstâncias, você prefere comprar o
Seguro Probabilístico?
• SIM • NÃO
14. Considere um jogo de dois estágios. No primeiro estágio, existe uma probabilidade de 75% de que o jogo
termine sem que você ganhe nada e uma probabilidade de 25% de que se mova ao segundo estágio. Se você
atingir o segundo estágio, você pode escolher entre as alternativas a seguir. Observe que a escolha deve ser
feita antes do início do jogo.
• Alternativa A • Alternativa B
80% de chances de ganhar $4000 100% de chances de ganhar $3000
20% de chances de ganhar $0
15. Além dos recursos que você possui, você recebeu mais $1000. Agora, você deve escolher entre as
alternativas a seguir.
• Alternativa A • Alternativa B
50% de chances de ganhar $1000 100% de chances de ganhar $500
50% de chances de ganhar $0
16. Além dos recursos que você possui você recebeu mais $1000. Agora, você deve escolher entre as
alternativas a seguir.
• Alternativa A • Alternativa B
50% de chances de perder $1000 100% de chances de perder $500
50% de chances de perder $0