Você está na página 1de 230

Sumário

Apresentação .................................................................................................................................... 2

Constituição Federal de 1988 (art. 205 até 214) ............................................................................... 3

Lei Federal n. 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) ..................................................... 7

Lei Federal n. 9.394/96 (Lei de diretrizes e bases - LDB) .............................................................. 102

Lei Federal n. 13.005/2014 (PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO - PNE) ................................... 151

Lei Federal n. 10.639/03 ............................................................................................................... 156

Lei Federal n. 11.645/08 ............................................................................................................... 157

Lei Federal n. 11.769/08 ............................................................................................................... 158

Lei Federal n. 13.146/15 ............................................................................................................... 159

Resolução CNE/CP n. 01 de 30/05/2012...................................................................................... 167

RESOLUÇÃO CNE/CEB N. 04/2010 ............................................................................................. 171

RESOLUÇÃO CNE/CEB n. 3 DE 03/08/2005................................................................................ 190

Resolução CNE/CEB n. 05/2009 ................................................................................................... 191

Resolução CNE/CEB N. 07/2010 .................................................................................................. 196

RESOLUÇÃO CNE/CEB N. 02/2012 ............................................................................................. 211

Resolução CNE/CEB N. 03/2010 .................................................................................................. 222

Resolução CNE/CP n. 01 de 17/06/2004...................................................................................... 227

1
APRESENTAÇÃO
Olá, Estrategista! Tudo bem?

Sabemos que a legislação educacional é parte fundamental de um bom estudo preparatório


para enfrentar as provas na área da educação.
Aqui, fizemos um copilado especial para vocês com as legislações mais cobradas nos
concursos da área pedagógica, para que vocês possam utilizá-lo como material de apoio para seus
estudos.
Lembrando que estou por aqui e vocês podem me encontrar facilmente nas redes sociais.
Qualquer dúvida, é só chamar!

Vamos lá?
Abraços,
Professora Mariana

Ficou com dúvida? Quer saber mais?

Instagram

https://www.instagram.com/mari.pedagoga

Facebook

https://www.facebook.com/marianapaludettopedagoga

Site

https://marianapaludetto.wixsite.com/website

2
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 (ART. 205 ATÉ 214)
CAPÍTULO III

DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO

Seção I

DA EDUCAÇÃO

Art. 205. A educação, direito de todos e desenvolvimento da pessoa, seu preparo para
dever do Estado e da família, será promovida o exercício da cidadania e sua qualificação
e incentivada com a colaboração da para o trabalho.
sociedade, visando ao pleno
Art. 206. O ensino será ministrado com base termos de lei federal. (Incluído pela
nos seguintes princípios: Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

I - igualdade de condições para o acesso e Parágrafo único. A lei disporá sobre as


permanência na escola; categorias de trabalhadores considerados
profissionais da educação básica e sobre a
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar
fixação de prazo para a elaboração ou
e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
adequação de seus planos de carreira, no
III - pluralismo de ideias e de concepções âmbito da União, dos Estados, do Distrito
pedagógicas, e coexistência de instituições Federal e dos Municípios. (Incluído pela
públicas e privadas de ensino; Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

IV - gratuidade do ensino público em Art. 207. As universidades gozam de


estabelecimentos oficiais; autonomia didático-científica, administrativa
e de gestão financeira e patrimonial, e
V - valorização dos profissionais da educação
obedecerão ao princípio de
escolar, garantidos, na forma da lei, planos de
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e
carreira, com ingresso exclusivamente por
extensão.
concurso público de provas e títulos, aos das
redes públicas; (Redação dada pela § 1º É facultado às universidades admitir
Emenda Constitucional nº 53, de 2006) professores, técnicos e cientistas
estrangeiros, na forma da lei. (Incluído
VI - gestão democrática do ensino público, na
pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996)
forma da lei;

VII - garantia de padrão de qualidade. § 2º O disposto neste artigo aplica-se às


instituições de pesquisa científica e
VIII - piso salarial profissional nacional para os tecnológica. (Incluído pela Emenda
profissionais da educação escolar pública, nos Constitucional nº 11, de 1996)

3
Art. 208. O dever do Estado com a educação irregular, importa responsabilidade da
será efetivado mediante a garantia de: autoridade competente.

I - educação básica obrigatória e gratuita dos § 3º Compete ao Poder Público recensear os


4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, educandos no ensino fundamental, fazer-lhes
assegurada inclusive sua oferta gratuita para a chamada e zelar, junto aos pais ou
todos os que a ela não tiveram acesso na responsáveis, pela freqüência à escola.
idade própria; (Redação dada pela
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada,
Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (Vide
atendidas as seguintes condições:
Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
I - cumprimento das normas gerais da
II - progressiva universalização do ensino
educação nacional;
médio gratuito; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 14, de 1996) II - autorização e avaliação de qualidade pelo
Poder Público.
III - atendimento educacional especializado
aos portadores de deficiência, Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos
preferencialmente na rede regular de ensino; para o ensino fundamental, de maneira a
assegurar formação básica comum e respeito
IV - educação infantil, em creche e pré-escola,
aos valores culturais e artísticos, nacionais e
às crianças até 5 (cinco) anos de
regionais.
idade; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006) § 1º O ensino religioso, de matrícula
facultativa, constituirá disciplina dos horários
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino,
normais das escolas públicas de ensino
da pesquisa e da criação artística, segundo a
fundamental.
capacidade de cada um;
§ 2º O ensino fundamental regular será
VI - oferta de ensino noturno regular,
ministrado em língua portuguesa, assegurada
adequado às condições do educando;
às comunidades indígenas também a
VII - atendimento ao educando, em todas as utilização de suas línguas maternas e
etapas da educação básica, por meio de processos próprios de aprendizagem.
programas suplementares de material
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito
didáticoescolar, transporte, alimentação e
Federal e os Municípios organizarão em
assistência à saúde. (Redação dada pela
regime de colaboração seus sistemas de
Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
ensino.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito
§ 1º A União organizará o sistema federal de
é direito público subjetivo.
ensino e o dos Territórios, financiará as
§ 2º O não-oferecimento do ensino instituições de ensino públicas federais e
obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta exercerá, em matéria educacional, função
redistributiva e supletiva, de forma a garantir

4
equalização de oportunidades educacionais e considerada, para efeito do cálculo previsto
padrão mínimo de qualidade do ensino neste artigo, receita do governo que a
mediante assistência técnica e financeira aos transferir.
Estados, ao Distrito Federal e aos
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto
Municípios; (Redação dada pela Emenda
no "caput" deste artigo, serão considerados
Constitucional nº 14, de 1996)
os sistemas de ensino federal, estadual e
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente municipal e os recursos aplicados na forma do
no ensino fundamental e na educação art. 213.
infantil. (Redação dada pela Emenda
§ 3º A distribuição dos recursos públicos
Constitucional nº 14, de 1996)
assegurará prioridade ao atendimento das
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão necessidades do ensino obrigatório, no que
prioritariamente no ensino fundamental e se refere a universalização, garantia de
médio. (Incluído pela Emenda padrão de qualidade e equidade, nos termos
Constitucional nº 14, de 1996) do plano nacional de
educação. (Redação dada pela Emenda
§ 4º Na organização de seus sistemas de
Constitucional nº 59, de 2009)
ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios definirão formas de § 4º Os programas suplementares de
colaboração, de modo a assegurar a alimentação e assistência à saúde previstos no
universalização do ensino art. 208, VII, serão financiados com recursos
obrigatório. (Redação dada pela provenientes de contribuições sociais e
Emenda Constitucional nº 59, de 2009) outros recursos orçamentários.

§ 5º A educação básica pública atenderá § 5º A educação básica pública terá como


prioritariamente ao ensino fonte adicional de financiamento a
regular. (Incluído pela Emenda contribuição social do salário-educação,
Constitucional nº 53, de 2006) recolhida pelas empresas na forma da
lei. (Redação dada pela Emenda
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca
Constitucional nº 53, de 2006)
menos de dezoito, e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios vinte e cinco por § 6º As cotas estaduais e municipais da
cento, no mínimo, da receita resultante de arrecadação da contribuição social do salário-
impostos, compreendida a proveniente de educação serão distribuídas
transferências, na manutenção e proporcionalmente ao número de alunos
desenvolvimento do ensino. matriculados na educação básica nas
respectivas redes públicas de
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos
ensino. (Incluído pela Emenda
transferida pela União aos Estados, ao Distrito
Constitucional nº 53, de 2006)
Federal e aos Municípios, ou pelos Estados
aos respectivos Municípios, não é

5
Art. 213. Os recursos públicos serão receber apoio financeiro do Poder
destinados às escolas públicas, podendo ser Público. (Redação dada pela Emenda
dirigidos a escolas comunitárias, Constitucional nº 85, de 2015)
confessionais ou filantrópicas, definidas em
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional
lei, que:
de educação, de duração decenal, com o
I - comprovem finalidade não-lucrativa e objetivo de articular o sistema nacional de
apliquem seus excedentes financeiros em educação em regime de colaboração e definir
educação; diretrizes, objetivos, metas e estratégias de
implementação para assegurar a manutenção
II - assegurem a destinação de seu patrimônio
e desenvolvimento do ensino em seus
a outra escola comunitária, filantrópica ou
diversos níveis, etapas e modalidades por
confessional, ou ao Poder Público, no caso de
meio de ações integradas dos poderes
encerramento de suas atividades.
públicos das diferentes esferas federativas
§ 1º - Os recursos de que trata este artigo que conduzam a: (Redação dada pela
poderão ser destinados a bolsas de estudo Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
para o ensino fundamental e médio, na forma
I - erradicação do analfabetismo;
da lei, para os que demonstrarem
insuficiência de recursos, quando houver falta II - universalização do atendimento escolar;
de vagas e cursos regulares da rede pública
III - melhoria da qualidade do ensino;
na localidade da residência do educando,
ficando o Poder Público obrigado a investir IV - formação para o trabalho;
prioritariamente na expansão de sua rede na
V - promoção humanística, científica e
localidade.
tecnológica do País.
§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e
VI - estabelecimento de meta de aplicação de
de estímulo e fomento à inovação realizadas
recursos públicos em educação como
por universidades e/ou por instituições de proporção do produto interno bruto.
educação profissional e tecnológica poderão

6
LEI FEDERAL N. 8.069/90 (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE)
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.

Das Disposições Preliminares

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção Art. 4º É dever da família, da comunidade, da
integral à criança e ao adolescente. sociedade em geral e do poder público
assegurar, com absoluta prioridade, a
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos efetivação dos direitos referentes à vida, à
desta Lei, a pessoa até doze anos de idade saúde, à alimentação, à educação, ao
incompletos, e adolescente aquela entre esporte, ao lazer, à profissionalização, à
doze e dezoito anos de idade. cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade
e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei,
aplica-se excepcionalmente este Estatuto às Parágrafo único. A garantia de prioridade
pessoas entre dezoito e vinte e um anos de compreende:
idade.
a) primazia de receber proteção e socorro em
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de quaisquer circunstâncias;
todos os direitos fundamentais inerentes à
pessoa humana, sem prejuízo da proteção b) precedência de atendimento nos serviços
integral de que trata esta Lei, assegurando- públicos ou de relevância pública;
se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, a fim de lhes c) preferência na formulação e na execução
facultar o desenvolvimento físico, mental, das políticas sociais públicas;
moral, espiritual e social, em condições de
liberdade e de dignidade. d) destinação privilegiada de recursos
públicos nas áreas relacionadas com a
Parágrafo único. Os direitos enunciados proteção à infância e à juventude.
nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e
adolescentes, sem discriminação de Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será
nascimento, situação familiar, idade, sexo, objeto de qualquer forma de negligência,
raça, etnia ou cor, religião ou crença, discriminação, exploração, violência,
deficiência, condição pessoal de crueldade e opressão, punido na forma da lei
desenvolvimento e aprendizagem, condição qualquer atentado, por ação ou omissão, aos
econômica, ambiente social, região e local de seus direitos fundamentais.
moradia ou outra condição que diferencie as
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão
pessoas, as famílias ou a comunidade em que
em conta os fins sociais a que ela se dirige, as
vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
exigências do bem comum, os direitos e

7
deveres individuais e coletivos, e a condição § 2º A parturiente será atendida
peculiar da criança e do adolescente como preferencialmente pelo mesmo médico que a
pessoas em desenvolvimento. acompanhou na fase pré-natal.

Título II § 2 o Os profissionais de saúde de referência


da gestante garantirão sua vinculação, no
Dos Direitos Fundamentais último trimestre da gestação, ao
estabelecimento em que será realizado o
Capítulo I parto, garantido o direito de opção da
mulher. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
Do Direito à Vida e à Saúde
2016)
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito
§ 3º Incumbe ao poder público propiciar
a proteção à vida e à saúde, mediante a
apoio alimentar à gestante e à nutriz que dele
efetivação de políticas sociais públicas que
necessitem.
permitam o nascimento e o desenvolvimento
sadio e harmonioso, em condições dignas de § 3 o Os serviços de saúde onde o parto for
existência. realizado assegurarão às mulheres e aos seus
filhos recém-nascidos alta hospitalar
Art. 8º É assegurado à gestante, através do
responsável e contrarreferência na atenção
Sistema Único de Saúde, o atendimento pré e
primária, bem como o acesso a outros
perinatal.
serviços e a grupos de apoio à
amamentação. (Redação dada pela Lei nº
Art. 8 o É assegurado a todas as mulheres o
13.257, de 2016)
acesso aos programas e às políticas de saúde
da mulher e de planejamento reprodutivo e,
§ 4 o Incumbe ao poder público proporcionar
às gestantes, nutrição adequada, atenção
assistência psicológica à gestante e à mãe, no
humanizada à gravidez, ao parto e ao
período pré e pós-natal, inclusive como forma
puerpério e atendimento pré-natal, perinatal
de prevenir ou minorar as consequências do
e pós-natal integral no âmbito do Sistema
estado puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010,
Único de Saúde. (Redação dada pela Lei nº
de 2009) Vigência
13.257, de 2016)
§ 5 o A assistência referida no § 4 o deste
§ 1º A gestante será encaminhada aos
artigo deverá ser também prestada a
diferentes níveis de atendimento, segundo
gestantes ou mães que manifestem interesse
critérios médicos específicos, obedecendo-se
em entregar seus filhos para adoção. (Incluído
aos princípios de regionalização e
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
hierarquização do Sistema.
§ 5 o A assistência referida no § 4 o deste
§ 1 O atendimento pré-natal será realizado
o
artigo deverá ser prestada também a
por profissionais da atenção
gestantes e mães que manifestem interesse
primária. (Redação dada pela Lei nº 13.257,
em entregar seus filhos para adoção, bem
de 2016)
como a gestantes e mães que se encontrem

8
em situação de privação de desenvolvimento integral da criança. (Incluído
liberdade. (Redação dada pela Lei nº 13.257, pela Lei nº 13.257, de 2016)
de 2016)
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional
§ 6 A gestante e a parturiente têm direito a
o
de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a
1 (um) acompanhante de sua preferência ser realizada anualmente na semana que
durante o período do pré-natal, do trabalho incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de
de parto e do pós-parto imediato. (Incluído disseminar informações sobre medidas
pela Lei nº 13.257, de 2016) preventivas e educativas que contribuam para
a redução da incidência da gravidez na
§ 7 o A gestante deverá receber orientação adolescência. (Incluído pela Lei nº 13.798, de
sobre aleitamento materno, alimentação 2019)
complementar saudável e crescimento e
desenvolvimento infantil, bem como sobre Parágrafo único. As ações destinadas a
formas de favorecer a criação de vínculos efetivar o disposto no caput deste artigo
afetivos e de estimular o desenvolvimento ficarão a cargo do poder público, em
integral da criança. (Incluído pela Lei nº conjunto com organizações da sociedade
13.257, de 2016) civil, e serão dirigidas prioritariamente ao
público adolescente. (Incluído pela Lei nº
§ 8 oA gestante tem direito a 13.798, de 2019)
acompanhamento saudável durante toda a
gestação e a parto natural cuidadoso, Art. 9º O poder público, as instituições e os
estabelecendo-se a aplicação de cesariana e empregadores propiciarão condições
outras intervenções cirúrgicas por motivos adequadas ao aleitamento materno, inclusive
médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de aos filhos de mães submetidas a medida
2016) privativa de liberdade.

§ 9 o A atenção primária à saúde fará a busca § 1 o Os profissionais das unidades primárias


ativa da gestante que não iniciar ou que de saúde desenvolverão ações sistemáticas,
abandonar as consultas de pré-natal, bem individuais ou coletivas, visando ao
como da puérpera que não comparecer às planejamento, à implementação e à avaliação
consultas pós-parto. (Incluído pela Lei nº de ações de promoção, proteção e apoio ao
13.257, de 2016) aleitamento materno e à alimentação
complementar saudável, de forma
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à contínua. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
gestante e à mulher com filho na primeira 2016)
infância que se encontrem sob custódia em
unidade de privação de liberdade, ambiência § 2 o Os serviços de unidades de terapia
que atenda às normas sanitárias e intensiva neonatal deverão dispor de banco
assistenciais do Sistema Único de Saúde para de leite humano ou unidade de coleta de leite
o acolhimento do filho, em articulação com o humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
sistema de ensino competente, visando ao 2016)

9
Art. 10. Os hospitais e demais intermédio do Sistema Único de Saúde,
estabelecimentos de atenção à saúde de garantido o acesso universal e igualitário às
gestantes, públicos e particulares, são ações e serviços para promoção, proteção e
obrigados a: recuperação da saúde. (Redação dada pela
Lei nº 11.185, de 2005)
I - manter registro das atividades
desenvolvidas, através de prontuários Art. 11. É assegurado acesso integral às
individuais, pelo prazo de dezoito anos; linhas de cuidado voltadas à saúde da criança
e do adolescente, por intermédio do Sistema
II - identificar o recém-nascido mediante o Único de Saúde, observado o princípio da
registro de sua impressão plantar e digital e equidade no acesso a ações e serviços para
da impressão digital da mãe, sem prejuízo de promoção, proteção e recuperação da
outras formas normatizadas pela autoridade saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
administrativa competente; 2016)

III - proceder a exames visando ao § 1º A criança e o adolescente portadores de


diagnóstico e terapêutica de anormalidades deficiência receberão atendimento
no metabolismo do recém-nascido, bem especializado.
como prestar orientação aos pais;
§ 1 o A criança e o adolescente com
IV - fornecer declaração de nascimento onde deficiência serão atendidos, sem
constem necessariamente as intercorrências discriminação ou segregação, em suas
do parto e do desenvolvimento do neonato; necessidades gerais de saúde e específicas de
habilitação e reabilitação. (Redação dada pela
V - manter alojamento conjunto, Lei nº 13.257, de 2016)
possibilitando ao neonato a permanência
junto à mãe. § 2º Incumbe ao poder público fornecer
gratuitamente àqueles que necessitarem os
VI - acompanhar a prática do processo de medicamentos, próteses e outros recursos
amamentação, prestando orientações quanto relativos ao tratamento, habilitação ou
à técnica adequada, enquanto a mãe reabilitação.
permanecer na unidade hospitalar, utilizando
o corpo técnico já existente. (Incluído pela Lei § 2 o Incumbe ao poder público fornecer
nº 13.436, de 2017) (Vigência) gratuitamente, àqueles que necessitarem,
medicamentos, órteses, próteses e outras
Art. 11. É assegurado atendimento médico à tecnologias assistivas relativas ao tratamento,
criança e ao adolescente, através do Sistema habilitação ou reabilitação para crianças e
Único de Saúde, garantido o acesso universal adolescentes, de acordo com as linhas de
e igualitário às ações e serviços para cuidado voltadas às suas necessidades
promoção, proteção e recuperação da saúde. específicas. (Redação dada pela Lei nº 13.257,
de 2016)
Art. 11. É assegurado atendimento integral à
saúde da criança e do adolescente, por

10
§ 3 o Os profissionais que atuam no cuidado encaminhadas à Justiça da Infância e da
diário ou frequente de crianças na primeira Juventude. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
infância receberão formação específica e 2009) Vigência
permanente para a detecção de sinais de
risco para o desenvolvimento psíquico, bem § 1 o As gestantes ou mães que manifestem
como para o acompanhamento que se fizer interesse em entregar seus filhos para adoção
necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257, de serão obrigatoriamente encaminhadas, sem
2016) constrangimento, à Justiça da Infância e da
Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento 2016)
à saúde deverão proporcionar condições para
a permanência em tempo integral de um dos § 2 o Os serviços de saúde em suas diferentes
pais ou responsável, nos casos de internação portas de entrada, os serviços de assistência
de criança ou adolescente. social em seu componente especializado, o
Centro de Referência Especializado de
Art. 12. Os estabelecimentos de Assistência Social (Creas) e os demais órgãos
atendimento à saúde, inclusive as unidades do Sistema de Garantia de Direitos da Criança
neonatais, de terapia intensiva e de cuidados e do Adolescente deverão conferir máxima
intermediários, deverão proporcionar prioridade ao atendimento das crianças na
condições para a permanência em tempo faixa etária da primeira infância com suspeita
integral de um dos pais ou responsável, nos ou confirmação de violência de qualquer
casos de internação de criança ou natureza, formulando projeto terapêutico
adolescente. (Redação dada pela Lei nº singular que inclua intervenção em rede e, se
13.257, de 2016) necessário, acompanhamento
domiciliar. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação 2016)
de maus-tratos contra criança ou adolescente
serão obrigatoriamente comunicados ao Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá
Conselho Tutelar da respectiva localidade, programas de assistência médica e
sem prejuízo de outras providências legais. odontológica para a prevenção das
enfermidades que ordinariamente afetam a
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação população infantil, e campanhas de educação
de castigo físico, de tratamento cruel ou sanitária para pais, educadores e alunos.
degradante e de maus-tratos contra criança
ou adolescente serão obrigatoriamente Parágrafo único. É obrigatória a vacinação
comunicados ao Conselho Tutelar da das crianças nos casos recomendados pelas
respectiva localidade, sem prejuízo de outras autoridades sanitárias.
providências legais. (Redação dada pela Lei
nº 13.010, de 2014) § 1 o É obrigatória a vacinação das crianças
nos casos recomendados pelas autoridades
Parágrafo único. As gestantes ou mães que sanitárias. (Renumerado do parágrafo único
manifestem interesse em entregar seus filhos pela Lei nº 13.257, de 2016)
para adoção serão obrigatoriamente

11
§ 2 o O Sistema Único de Saúde promoverá a Art. 16. O direito à liberdade compreende os
atenção à saúde bucal das crianças e das seguintes aspectos:
gestantes, de forma transversal, integral e
intersetorial com as demais linhas de cuidado I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e
direcionadas à mulher e à criança. (Incluído espaços comunitários, ressalvadas as
pela Lei nº 13.257, de 2016) restrições legais;

§ 3 o A atenção odontológica à criança terá II - opinião e expressão;


função educativa protetiva e será prestada,
inicialmente, antes de o bebê nascer, por III - crença e culto religioso;
meio de aconselhamento pré-natal, e,
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
posteriormente, no sexto e no décimo
segundo anos de vida, com orientações sobre
V - participar da vida familiar e comunitária,
saúde bucal. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
sem discriminação;
2016)
VI - participar da vida política, na forma da lei;
§ 4 o A criança com necessidade de cuidados
odontológicos especiais será atendida pelo VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
Sistema Único de Saúde. (Incluído pela Lei nº
13.257, de 2016) Art. 17. O direito ao respeito consiste na
inviolabilidade da integridade física, psíquica
§ 5 º É obrigatória a aplicação a todas as e moral da criança e do adolescente,
crianças, nos seus primeiros dezoito meses de abrangendo a preservação da imagem, da
vida, de protocolo ou outro instrumento identidade, da autonomia, dos valores, idéias
construído com a finalidade de facilitar a e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
detecção, em consulta pediátrica de
acompanhamento da criança, de risco para o Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade
seu desenvolvimento psíquico. (Incluído pela da criança e do adolescente, pondo-os a salvo
Lei nº 13.438, de 2017) (Vigência) de qualquer tratamento desumano, violento,
aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
Capítulo II
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à direito de ser educados e cuidados sem o uso
Dignidade de castigo físico ou de tratamento cruel ou
degradante, como formas de correção,
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito
disciplina, educação ou qualquer outro
à liberdade, ao respeito e à dignidade como
pretexto, pelos pais, pelos integrantes da
pessoas humanas em processo de
família ampliada, pelos responsáveis, pelos
desenvolvimento e como sujeitos de direitos
agentes públicos executores de medidas
civis, humanos e sociais garantidos na
socioeducativas ou por qualquer pessoa
Constituição e nas leis.
encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-
los ou protegê-los. (Incluído pela Lei nº
13.010, de 2014)

12
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, I - encaminhamento a programa oficial ou
considera-se: (Incluído pela Lei nº 13.010, de comunitário de proteção à família; (Incluído
2014) pela Lei nº 13.010, de 2014)

I - castigo físico: ação de natureza disciplinar II - encaminhamento a tratamento psicológico


ou punitiva aplicada com o uso da força física ou psiquiátrico; (Incluído pela Lei nº 13.010,
sobre a criança ou o adolescente que resulte de 2014)
em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
III - encaminhamento a cursos ou programas
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº de orientação; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
13.010, de 2014) 2014)

b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) IV - obrigação de encaminhar a criança a


tratamento especializado; (Incluído pela Lei
II - tratamento cruel ou degradante: conduta nº 13.010, de 2014)
ou forma cruel de tratamento em relação à
criança ou ao adolescente que: (Incluído pela V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010,
Lei nº 13.010, de 2014) de 2014)

a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de Parágrafo único. As medidas previstas neste
2014) artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar,
sem prejuízo de outras providências
b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
nº 13.010, de 2014)
Capítulo III
c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de
2014) Do Direito à Convivência Familiar e
Comunitária
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família
ampliada, os responsáveis, os agentes Seção I
públicos executores de medidas
socioeducativas ou qualquer pessoa Disposições Gerais
encarregada de cuidar de crianças e de
adolescentes, tratá-los, educá-los ou Art. 19. Toda criança ou adolescente tem
protegê-los que utilizarem castigo físico ou direito a ser criado e educado no seio da sua
tratamento cruel ou degradante como formas família e, excepcionalmente, em família
de correção, disciplina, educação ou qualquer substituta, assegurada a convivência familiar e
outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo comunitária, em ambiente livre da presença
de outras sanções cabíveis, às seguintes de pessoas dependentes de substâncias
medidas, que serão aplicadas de acordo com entorpecentes.
a gravidade do caso: (Incluído pela Lei nº
Art. 19. É direito da criança e do adolescente
13.010, de 2014)
ser criado e educado no seio de sua família e,
excepcionalmente, em família substituta,

13
assegurada a convivência familiar e § 2 o A permanência da criança e do
comunitária, em ambiente que garanta seu adolescente em programa de acolhimento
desenvolvimento integral. (Redação dada institucional não se prolongará por mais de 18
pela Lei nº 13.257, de 2016) (dezoito meses), salvo comprovada
necessidade que atenda ao seu superior
§ 1 o Toda criança ou adolescente que estiver interesse, devidamente fundamentada pela
inserido em programa de acolhimento autoridade judiciária. (Redação dada pela Lei
familiar ou institucional terá sua situação nº 13.509, de 2017)
reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses,
devendo a autoridade judiciária competente, § 3 o A manutenção ou reintegração de
com base em relatório elaborado por equipe criança ou adolescente à sua família terá
interprofissional ou multidisciplinar, decidir preferência em relação a qualquer outra
de forma fundamentada pela possibilidade providência, caso em que será esta incluída
de reintegração familiar ou colocação em em programas de orientação e auxílio, nos
família substituta, em quaisquer das termos do parágrafo único do art. 23, dos
modalidades previstas no art. 28 desta incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (Incluído
2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 1 o Toda criança ou adolescente que estiver § 3 o A manutenção ou a reintegração de


inserido em programa de acolhimento criança ou adolescente à sua família terá
familiar ou institucional terá sua situação preferência em relação a qualquer outra
reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, providência, caso em que será esta incluída
devendo a autoridade judiciária competente, em serviços e programas de proteção, apoio
com base em relatório elaborado por equipe e promoção, nos termos do § 1 o do art. 23,
interprofissional ou multidisciplinar, decidir dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos
de forma fundamentada pela possibilidade incisos I a IV do caput do art. 129 desta
de reintegração familiar ou pela colocação em Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
família substituta, em quaisquer das 2016)
modalidades previstas no art. 28 desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de § 4 o Será garantida a convivência da criança e
2017) do adolescente com a mãe ou o pai privado
de liberdade, por meio de visitas periódicas
§ 2 o A permanência da criança e do promovidas pelo responsável ou, nas
adolescente em programa de acolhimento hipóteses de acolhimento institucional, pela
institucional não se prolongará por mais de 2 entidade responsável, independentemente
(dois) anos, salvo comprovada necessidade de autorização judicial. (Incluído pela Lei nº
que atenda ao seu superior interesse, 12.962, de 2014)
devidamente fundamentada pela autoridade
judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de § 5 o Será garantida a convivência integral da
2009) Vigência criança com a mãe adolescente que estiver
em acolhimento institucional. (Incluído pela
Lei nº 13.509, de 2017)

14
§ 6 o A mãe adolescente será assistida por institucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
equipe especializada 2017)
multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.509,
de 2017) § 5 o Após o nascimento da criança, a vontade
da mãe ou de ambos os genitores, se houver
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste pai registral ou pai indicado, deve ser
interesse em entregar seu filho para adoção, manifestada na audiência a que se refere o §
antes ou logo após o nascimento, será 1 o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo
encaminhada à Justiça da Infância e da sobre a entrega. (Incluído pela Lei nº 13.509,
Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.509, de de 2017)
2017)
§ 6 o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.509,
§ 1 o A gestante ou mãe será ouvida pela de 2017)
equipe interprofissional da Justiça da Infância
e da Juventude, que apresentará relatório à § 6º Na hipótese de não comparecerem à
autoridade judiciária, considerando inclusive audiência nem o genitor nem representante
os eventuais efeitos do estado gestacional e da família extensa para confirmar a intenção
puerperal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de de exercer o poder familiar ou a guarda, a
2017) autoridade judiciária suspenderá o poder
familiar da mãe, e a criança será colocada sob
§ 2 o De posse do relatório, a autoridade a guarda provisória de quem esteja habilitado
judiciária poderá determinar o a adotá-la. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
encaminhamento da gestante ou mãe, 2017)
mediante sua expressa concordância, à rede
pública de saúde e assistência social para § 7 o Os detentores da guarda possuem o
atendimento especializado. (Incluído pela Lei prazo de 15 (quinze) dias para propor a ação
nº 13.509, de 2017) de adoção, contado do dia seguinte à data do
término do estágio de convivência. (Incluído
§ 3 o A busca à família extensa, conforme pela Lei nº 13.509, de 2017)
definida nos termos do parágrafo único do
art. 25 desta Lei, respeitará o prazo máximo § 8 o Na hipótese de desistência pelos
de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual genitores - manifestada em audiência ou
período. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) perante a equipe interprofissional - da
entrega da criança após o nascimento, a
§ 4 o Na hipótese de não haver a indicação do criança será mantida com os genitores, e será
genitor e de não existir outro representante determinado pela Justiça da Infância e da
da família extensa apto a receber a guarda, a Juventude o acompanhamento familiar pelo
autoridade judiciária competente deverá prazo de 180 (cento e oitenta) dias. (Incluído
decretar a extinção do poder familiar e pela Lei nº 13.509, de 2017)
determinar a colocação da criança sob a
guarda provisória de quem estiver habilitado § 9 o É garantido à mãe o direito ao sigilo
a adotá-la ou de entidade que desenvolva sobre o nascimento, respeitado o disposto no
programa de acolhimento familiar ou

15
art. 48 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, § 4 o O perfil da criança ou do adolescente a
de 2017) ser apadrinhado será definido no âmbito de
cada programa de apadrinhamento, com
§ 10. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.509, prioridade para crianças ou adolescentes com
de 2017) remota possibilidade de reinserção familiar
ou colocação em família adotiva. (Incluído
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém- pela Lei nº 13.509, de 2017)
nascidos e crianças acolhidas não procuradas
por suas famílias no prazo de 30 (trinta) dias, § 5 o Os programas ou serviços de
contado a partir do dia do apadrinhamento apoiados pela Justiça da
acolhimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de Infância e da Juventude poderão ser
2017) executados por órgãos públicos ou por
organizações da sociedade civil. (Incluído
Art. 19-B. A criança e o adolescente em pela Lei nº 13.509, de 2017)
programa de acolhimento institucional ou
familiar poderão participar de programa de § 6 o Se ocorrer violação das regras de
apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509, apadrinhamento, os responsáveis pelo
de 2017) programa e pelos serviços de acolhimento
deverão imediatamente notificar a autoridade
§ 1 o O apadrinhamento consiste em judiciária competente. (Incluído pela Lei nº
estabelecer e proporcionar à criança e ao 13.509, de 2017)
adolescente vínculos externos à instituição
para fins de convivência familiar e comunitária Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação
e colaboração com o seu desenvolvimento do casamento, ou por adoção, terão os
nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, mesmos direitos e qualificações, proibidas
educacional e financeiro. (Incluído pela Lei nº quaisquer designações discriminatórias
13.509, de 2017) relativas à filiação.

§ 2 o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.509, Art. 21. O pátrio poder poder familiar será
de 2017) exercido, em igualdade de condições, pelo
pai e pela mãe, na forma do que dispuser a
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas legislação civil, assegurado a qualquer deles
pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não o direito de, em caso de discordância,
inscritas nos cadastros de adoção, desde que recorrer à autoridade judiciária competente
cumpram os requisitos exigidos pelo para a solução da divergência. (Expressão
programa de apadrinhamento de que fazem substituída pela Lei nº 12.010, de
parte. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 2009) Vigência

§ 3 o Pessoas jurídicas podem apadrinhar Art. 22. Aos pais incumbe o dever de
criança ou adolescente a fim de colaborar sustento, guarda e educação dos filhos
para o seu desenvolvimento. (Incluído pela menores, cabendo-lhes ainda, no interesse
Lei nº 13.509, de 2017) destes, a obrigação de cumprir e fazer
cumprir as determinações judiciais.

16
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os próprio filho ou filha. (Incluído pela Lei nº
responsáveis, têm direitos iguais e deveres e 12.962, de 2014)
responsabilidades compartilhados no
cuidado e na educação da criança, devendo § 2º A condenação criminal do pai ou da mãe
ser resguardado o direito de transmissão não implicará a destituição do poder familiar,
familiar de suas crenças e culturas, exceto na hipótese de condenação por crime
assegurados os direitos da criança doloso sujeito à pena de reclusão contra
estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº outrem igualmente titular do mesmo poder
13.257, de 2016) familiar ou contra filho, filha ou outro
descendente. (Redação dada pela Lei nº
Art. 23. A falta ou a carência de recursos 13.715, de 2018)
materiais não constitui motivo suficiente para
a perda ou a suspensão do pátrio Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio
poder poder familiar (Expressão substituída poder familiar serão decretadas
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência judicialmente, em procedimento
contraditório, nos casos previstos na
Parágrafo único. Não existindo outro motivo legislação civil, bem como na hipótese de
que por si só autorize a decretação da descumprimento injustificado dos deveres e
medida, a criança ou o adolescente será obrigações a que alude o art. 22. (Expressão
mantido em sua família de origem, a qual substituída pela Lei nº 12.010, de
deverá obrigatoriamente ser incluída em 2009) Vigência
programas oficiais de auxílio.
Seção II
§ 1 Não existindo outro motivo que por si só
o

autorize a decretação da medida, a criança ou Da Família Natural


o adolescente será mantido em sua família de
origem, a qual deverá obrigatoriamente ser Art. 25. Entende-se por família natural a
incluída em programas oficiais de comunidade formada pelos pais ou qualquer
auxílio. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014 deles e seus descendentes.

§ 1 o Não existindo outro motivo que por si só Parágrafo único. Entende-se por família
autorize a decretação da medida, a criança ou extensa ou ampliada aquela que se estende
o adolescente será mantido em sua família de para além da unidade pais e filhos ou da
origem, a qual deverá obrigatoriamente ser unidade do casal, formada por parentes
incluída em serviços e programas oficiais de próximos com os quais a criança ou
proteção, apoio e promoção. (Redação dada adolescente convive e mantém vínculos de
pela Lei nº 13.257, de 2016) afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 2 o A condenação criminal do pai ou da mãe
não implicará a destituição do poder familiar, Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento
exceto na hipótese de condenação por crime poderão ser reconhecidos pelos pais,
doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o conjunta ou separadamente, no próprio
termo de nascimento, por testamento,

17
mediante escritura ou outro documento minorar as consequências decorrentes da
público, qualquer que seja a origem da medida.
filiação.
§ 2 o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos
Parágrafo único. O reconhecimento pode de idade, será necessário seu consentimento,
preceder o nascimento do filho ou suceder- colhido em audiência. (Redação dada pela Lei
lhe ao falecimento, se deixar descendentes. nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 27. O reconhecimento do estado de § 3 o Na apreciação do pedido levar-se-á em


filiação é direito personalíssimo, indisponível conta o grau de parentesco e a relação de
e imprescritível, podendo ser exercitado afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou
contra os pais ou seus herdeiros, sem minorar as consequências decorrentes da
qualquer restrição, observado o segredo de medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Justiça. 2009) Vigência

Seção III § 4 o Os grupos de irmãos serão colocados


sob adoção, tutela ou guarda da mesma
Da Família Substituta família substituta, ressalvada a comprovada
existência de risco de abuso ou outra situação
Subseção I que justifique plenamente a
excepcionalidade de solução diversa,
Disposições Gerais
procurando-se, em qualquer caso, evitar o
rompimento definitivo dos vínculos
Art. 28. A colocação em família substituta far-
fraternais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
se-á mediante guarda, tutela ou adoção,
2009) Vigência
independentemente da situação jurídica da
criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
§ 5 o A colocação da criança ou adolescente
em família substituta será precedida de sua
§ 1º Sempre que possível, a criança ou
preparação gradativa e acompanhamento
adolescente deverá ser previamente ouvido e
posterior, realizados pela equipe
a sua opinião devidamente considerada.
interprofissional a serviço da Justiça da
§ 1 o Sempre que possível, a criança ou o Infância e da Juventude, preferencialmente
adolescente será previamente ouvido por com o apoio dos técnicos responsáveis pela
equipe interprofissional, respeitado seu execução da política municipal de garantia do
estágio de desenvolvimento e grau de direito à convivência familiar. (Incluído pela
compreensão sobre as implicações da Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
medida, e terá sua opinião devidamente
§ 6 o Em se tratando de criança ou
considerada. (Redação dada pela Lei nº
adolescente indígena ou proveniente de
12.010, de 2009) Vigência
comunidade remanescente de quilombo, é
§ 2º Na apreciação do pedido levar-se-á em ainda obrigatório: (Incluído pela Lei nº
conta o grau de parentesco e a relação de 12.010, de 2009) Vigência
afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou

18
I - que sejam consideradas e respeitadas sua fielmente desempenhar o encargo, mediante
identidade social e cultural, os seus costumes termo nos autos.
e tradições, bem como suas instituições,
desde que não sejam incompatíveis com os Subseção II
direitos fundamentais reconhecidos por esta
Lei e pela Constituição Federal; (Incluído pela Da Guarda
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 33. A guarda obriga a prestação de
II - que a colocação familiar ocorra assistência material, moral e educacional à
prioritariamente no seio de sua comunidade criança ou adolescente, conferindo a seu
ou junto a membros da mesma detentor o direito de opor-se a terceiros,
etnia; (Incluído pela Lei nº 12.010, de inclusive aos pais. (Vide Lei nº 12.010, de
2009) Vigência 2009) Vigência

III - a intervenção e oitiva de representantes § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse


do órgão federal responsável pela política de fato, podendo ser deferida, liminar ou
indigenista, no caso de crianças e incidentalmente, nos procedimentos de
adolescentes indígenas, e de antropólogos, tutela e adoção, exceto no de adoção por
perante a equipe interprofissional ou estrangeiros.
multidisciplinar que irá acompanhar o
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda,
caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
fora dos casos de tutela e adoção, para
2009) Vigência
atender a situações peculiares ou suprir a falta
Art. 29. Não se deferirá colocação em família eventual dos pais ou responsável, podendo
substituta a pessoa que revele, por qualquer ser deferido o direito de representação para
modo, incompatibilidade com a natureza da a prática de atos determinados.
medida ou não ofereça ambiente familiar
§ 3º A guarda confere à criança ou
adequado.
adolescente a condição de dependente, para
Art. 30. A colocação em família substituta não todos os fins e efeitos de direito, inclusive
admitirá transferência da criança ou previdenciários.
adolescente a terceiros ou a entidades
§ 4 o Salvo expressa e fundamentada
governamentais ou não-governamentais, sem
determinação em contrário, da autoridade
autorização judicial.
judiciária competente, ou quando a medida
Art. 31. A colocação em família substituta for aplicada em preparação para adoção, o
estrangeira constitui medida excepcional, deferimento da guarda de criança ou
somente admissível na modalidade de adolescente a terceiros não impede o
adoção. exercício do direito de visitas pelos pais,
assim como o dever de prestar alimentos, que
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o serão objeto de regulamentação específica, a
responsável prestará compromisso de bem e pedido do interessado ou do Ministério

19
Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de § 4 o Poderão ser utilizados recursos federais,
2009) Vigência estaduais, distritais e municipais para a
manutenção dos serviços de acolhimento em
Art. 34. O poder público estimulará, através família acolhedora, facultando-se o repasse
de assistência jurídica, incentivos fiscais e de recursos para a própria família
subsídios, o acolhimento, sob a forma de acolhedora. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
guarda, de criança ou adolescente órfão ou 2016)
abandonado.
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a
Art. 34. O poder público estimulará, por qualquer tempo, mediante ato judicial
meio de assistência jurídica, incentivos fiscais fundamentado, ouvido o Ministério Público.
e subsídios, o acolhimento, sob a forma de
guarda, de criança ou adolescente afastado Subseção III
do convívio familiar. (Redação dada pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência Da Tutela

§ 1 o A inclusão da criança ou adolescente em Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da
programas de acolhimento familiar terá lei civil, a pessoa de até vinte e um anos
preferência a seu acolhimento institucional, incompletos.
observado, em qualquer caso, o caráter
temporário e excepcional da medida, nos Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da
termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, lei civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos
de 2009) incompletos. (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 2 o Na hipótese do § 1 o deste artigo a
pessoa ou casal cadastrado no programa de Parágrafo único. O deferimento da tutela
acolhimento familiar poderá receber a criança pressupõe a prévia decretação da perda ou
ou adolescente mediante guarda, observado suspensão do pátrio poder familiar e implica
o disposto nos arts. 28 a 33 desta necessariamente o dever de
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de guarda. (Expressão substituída pela Lei nº
2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência

§ 3 o A União apoiará a implementação de Art. 37. A especialização de hipoteca legal


serviços de acolhimento em família será dispensada, sempre que o tutelado não
acolhedora como política pública, os quais possuir bens ou rendimentos ou por qualquer
deverão dispor de equipe que organize o outro motivo relevante.
acolhimento temporário de crianças e de
Parágrafo único. A especialização de hipoteca
adolescentes em residências de famílias
legal será também dispensada se os bens,
selecionadas, capacitadas e acompanhadas
porventura existentes em nome do tutelado,
que não estejam no cadastro de
constarem de instrumento público,
adoção. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
devidamente registrado no registro de
imóveis, ou se os rendimentos forem

20
suficientes apenas para a mantença do parágrafo único do art. 25 desta Lei. (Incluído
tutelado, não havendo sobra significativa ou pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
provável.
§ 2 oÉ vedada a adoção por
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou procuração. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
qualquer documento autêntico, conforme 2009) Vigência
previsto no parágrafo único do art. 1.729 da
Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - § 3 o Em caso de conflito entre direitos e
Código Civil , deverá, no prazo de 30 (trinta) interesses do adotando e de outras pessoas,
dias após a abertura da sucessão, ingressar inclusive seus pais biológicos, devem
com pedido destinado ao controle judicial do prevalecer os direitos e os interesses do
ato, observando o procedimento previsto nos adotando. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
arts. 165 a 170 desta Lei. (Redação dada pela 2017)
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 40. O adotando deve contar com, no
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo
serão observados os requisitos previstos nos se já estiver sob a guarda ou tutela dos
arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo adotantes.
deferida a tutela à pessoa indicada na
disposição de última vontade, se restar Art. 41. A adoção atribui a condição de filho
comprovado que a medida é vantajosa ao ao adotado, com os mesmos direitos e
tutelando e que não existe outra pessoa em deveres, inclusive sucessórios, desligando-o
melhores condições de assumi-la. (Redação de qualquer vínculo com pais e parentes,
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência salvo os impedimentos matrimoniais.

Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota


disposto no art. 24. o filho do outro, mantêm-se os vínculos de
filiação entre o adotado e o cônjuge ou
Subseção IV concubino do adotante e os respectivos
parentes.
Da Adoção
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente adotado, seus descendentes, o adotante,
reger-se-á segundo o disposto nesta Lei. seus ascendentes, descendentes e colaterais
até o 4º grau, observada a ordem de vocação
Parágrafo único. É vedada a adoção por hereditária.
procuração.
Art. 42. Podem adotar os maiores de vinte e
§ 1 o A adoção é medida excepcional e um anos, independentemente de estado civil.
irrevogável, à qual se deve recorrer apenas
quando esgotados os recursos de Art. 42. Podem adotar os maiores de 18
manutenção da criança ou adolescente na (dezoito) anos, independentemente do
família natural ou extensa, na forma do

21
estado civil. (Redação dada pela Lei nº § 5º A adoção poderá ser deferida ao
12.010, de 2009) Vigência adotante que, após inequívoca manifestação
de vontade, vier a falecer no curso do
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os procedimento, antes de prolatada a sentença.
irmãos do adotando.
§ 5 o Nos casos do § 4 o deste artigo, desde
§ 2º A adoção por ambos os cônjuges ou que demonstrado efetivo benefício ao
concubinos poderá ser formalizada, desde adotando, será assegurada a guarda
que um deles tenha completado vinte e um compartilhada, conforme previsto no art.
anos de idade, comprovada a estabilidade da 1.584 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de
família. 2002 - Código Civil . (Redação dada pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2 o Para adoção conjunta, é indispensável
que os adotantes sejam casados civilmente ou § 6 o A adoção poderá ser deferida ao
mantenham união estável, comprovada a adotante que, após inequívoca manifestação
estabilidade da família. (Redação dada pela de vontade, vier a falecer no curso do
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência procedimento, antes de prolatada a
sentença. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, 2009) Vigência
dezesseis anos mais velho do que o
adotando. Art. 43. A adoção será deferida quando
apresentar reais vantagens para o adotando e
§ 4º Os divorciados e os judicialmente fundar-se em motivos legítimos.
separados poderão adotar conjuntamente,
contanto que acordem sobre a guarda e o Art. 44. Enquanto não der conta de sua
regime de visitas, e desde que o estágio de administração e saldar o seu alcance, não
convivência tenha sido iniciado na constância pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou
da sociedade conjugal. o curatelado.

§ 4 o Os divorciados, os judicialmente Art. 45. A adoção depende do consentimento


separados e os ex-companheiros podem dos pais ou do representante legal do
adotar conjuntamente, contanto que adotando.
acordem sobre a guarda e o regime de visitas
e desde que o estágio de convivência tenha § 1º. O consentimento será dispensado em
sido iniciado na constância do período de relação à criança ou adolescente cujos pais
convivência e que seja comprovada a sejam desconhecidos ou tenham sido
existência de vínculos de afinidade e destituídos do pátrio poder poder
afetividade com aquele não detentor da familiar. (Expressão substituída pela Lei nº
guarda, que justifiquem a excepcionalidade 12.010, de 2009) Vigência
da concessão. (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência § 2º. Em se tratando de adotando maior de
doze anos de idade, será também necessário
o seu consentimento.

22
Art. 46. A adoção será precedida de estágio por até igual período, mediante decisão
de convivência com a criança ou adolescente, fundamentada da autoridade
pelo prazo que a autoridade judiciária fixar, judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
observadas as peculiaridades do caso. 2017)

Art. 46. A adoção será precedida de estágio § 3 o Em caso de adoção por pessoa ou casal
de convivência com a criança ou adolescente, residente ou domiciliado fora do País, o
pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias, estágio de convivência, cumprido no
observadas a idade da criança ou adolescente território nacional, será de, no mínimo, 30
e as peculiaridades do caso. (Redação dada (trinta) dias (Incluído pela Lei nº 12.010, de
pela Lei nº 13.509, de 2017) 2009) Vigência

§ 1º O estágio de convivência poderá ser § 3 o Em caso de adoção por pessoa ou casal


dispensado se o adotando não tiver mais de residente ou domiciliado fora do País, o
um ano de idade ou se, qualquer que seja a estágio de convivência será de, no mínimo, 30
sua idade, já estiver na companhia do (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e
adotante durante tempo suficiente para se cinco) dias, prorrogável por até igual período,
poder avaliar a conveniência da constituição uma única vez, mediante decisão
do vínculo. fundamentada da autoridade
judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509,
§ 1 o O estágio de convivência poderá ser de 2017)
dispensado se o adotando já estiver sob a
tutela ou guarda legal do adotante durante § 3 o -A. Ao final do prazo previsto no §
tempo suficiente para que seja possível 3 o deste artigo, deverá ser apresentado
avaliar a conveniência da constituição do laudo fundamentado pela equipe
vínculo. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de mencionada no § 4 deste artigo, que
o

2009) Vigência recomendará ou não o deferimento da


adoção à autoridade judiciária. (Incluído pela
§ 2º Em caso de adoção por estrangeiro Lei nº 13.509, de 2017)
residente ou domiciliado fora do País, o
estágio de convivência, cumprido no § 4 o O estágio de convivência será
território nacional, será de no mínimo quinze acompanhado pela equipe interprofissional a
dias para crianças de até dois anos de idade, serviço da Justiça da Infância e da Juventude,
e de no mínimo trinta dias quando se tratar preferencialmente com apoio dos técnicos
de adotando acima de dois anos de idade. responsáveis pela execução da política de
garantia do direito à convivência familiar, que
§ 2 o A simples guarda de fato não autoriza, apresentarão relatório minucioso acerca da
por si só, a dispensa da realização do estágio conveniência do deferimento da
de convivência. (Redação dada pela Lei nº medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência

§ 2 o -A. O prazo máximo estabelecido § 5 o O estágio de convivência será cumprido


no caput deste artigo pode ser prorrogado no território nacional, preferencialmente na

23
comarca de residência da criança ou prenome. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade de 2009) Vigência
limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a
competência do juízo da comarca de § 6º A adoção produz seus efeitos a partir do
residência da criança. (Incluído pela Lei nº trânsito em julgado da sentença, exceto na
13.509, de 2017) hipótese prevista no art. 42, § 5º, caso em que
terá força retroativa à data do óbito.
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por
sentença judicial, que será inscrita no registro § 6 o Caso a modificação de prenome seja
civil mediante mandado do qual não se requerida pelo adotante, é obrigatória a
fornecerá certidão. oitiva do adotando, observado o disposto nos
§§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Redação dada
§ 1º A inscrição consignará o nome dos pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
adotantes como pais, bem como o nome de
seus ascendentes. § 7 o A adoção produz seus efeitos a partir do
trânsito em julgado da sentença constitutiva,
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, exceto na hipótese prevista no § 6 o do art. 42
cancelará o registro original do adotado. desta Lei, caso em que terá força retroativa à
data do óbito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 3º Nenhuma observação sobre a origem do 2009) Vigência
ato poderá constar nas certidões do registro.
§ 8 o O processo relativo à adoção assim
§ 3 A pedido do adotante, o novo registro
o
como outros a ele relacionados serão
poderá ser lavrado no Cartório do Registro mantidos em arquivo, admitindo-se seu
Civil do Município de sua armazenamento em microfilme ou por outros
residência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, meios, garantida a sua conservação para
de 2009) Vigência consulta a qualquer tempo. (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4º A critério da autoridade judiciária,
poderá ser fornecida certidão para a § 9º Terão prioridade de tramitação os
salvaguarda de direitos. processos de adoção em que o adotando for
criança ou adolescente com deficiência ou
§ 4 o Nenhuma observação sobre a origem do com doença crônica. (Incluído pela Lei nº
ato poderá constar nas certidões do 12.955, de 2014)
registro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 10. O prazo máximo para conclusão da
ação de adoção será de 120 (cento e vinte)
§ 5º A sentença conferirá ao adotado o nome dias, prorrogável uma única vez por igual
do adotante e, a pedido deste, poderá período, mediante decisão fundamentada da
determinar a modificação do prenome. autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017)
§ 5 o A sentença conferirá ao adotado o nome
do adotante e, a pedido de qualquer deles, Art. 48. A adoção é irrevogável.
poderá determinar a modificação do
24
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
sua origem biológica, bem como de obter 2009) Vigência
acesso irrestrito ao processo no qual a
medida foi aplicada e seus eventuais § 4 o Sempre que possível e recomendável, a
incidentes, após completar 18 (dezoito) preparação referida no § 3 o deste artigo
anos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de incluirá o contato com crianças e
2009) Vigência adolescentes em acolhimento familiar ou
institucional em condições de serem
Parágrafo único. O acesso ao processo de adotados, a ser realizado sob a orientação,
adoção poderá ser também deferido ao supervisão e avaliação da equipe técnica da
adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu Justiça da Infância e da Juventude, com apoio
pedido, assegurada orientação e assistência dos técnicos responsáveis pelo programa de
jurídica e psicológica. (Incluído pela Lei nº acolhimento e pela execução da política
12.010, de 2009) Vigência municipal de garantia do direito à convivência
familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Art. 49. A morte dos adotantes não 2009) Vigência
restabelece o pátrio poder poder familiar dos
pais naturais. (Expressão substituída pela Lei § 5 o Serão criados e implementados
nº 12.010, de 2009) Vigência cadastros estaduais e nacional de crianças e
adolescentes em condições de serem
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em adotados e de pessoas ou casais habilitados à
cada comarca ou foro regional, um registro adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
de crianças e adolescentes em condições de 2009) Vigência
serem adotados e outro de pessoas
interessadas na adoção. (Vide Lei nº 12.010, § 6 o Haverá cadastros distintos para pessoas
de 2009) Vigência ou casais residentes fora do País, que
somente serão consultados na inexistência de
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após postulantes nacionais habilitados nos
prévia consulta aos órgãos técnicos do cadastros mencionados no § 5 deste o

juizado, ouvido o Ministério Público. artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de


2009) Vigência
§ 2º Não será deferida a inscrição se o
interessado não satisfizer os requisitos legais, § 7 o As autoridades estaduais e federais em
ou verificada qualquer das hipóteses previstas matéria de adoção terão acesso integral aos
no art. 29. cadastros, incumbindo-lhes a troca de
informações e a cooperação mútua, para
§ 3 o A inscrição de postulantes à adoção será melhoria do sistema. (Incluído pela Lei nº
precedida de um período de preparação 12.010, de 2009) Vigência
psicossocial e jurídica, orientado pela equipe
técnica da Justiça da Infância e da Juventude, § 8 o A autoridade judiciária providenciará, no
preferencialmente com apoio dos técnicos prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a
responsáveis pela execução da política inscrição das crianças e adolescentes em
municipal de garantia do direito à convivência condições de serem adotados que não

25
tiveram colocação familiar na comarca de § 12. A alimentação do cadastro e a
origem, e das pessoas ou casais que tiveram convocação criteriosa dos postulantes à
deferida sua habilitação à adoção nos adoção serão fiscalizadas pelo Ministério
cadastros estadual e nacional referidos no § Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
5 o deste artigo, sob pena de 2009) Vigência
responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência § 13. Somente poderá ser deferida adoção
em favor de candidato domiciliado no Brasil
§ 9 o Compete à Autoridade Central Estadual não cadastrado previamente nos termos
zelar pela manutenção e correta alimentação desta Lei quando: (Incluído pela Lei nº 12.010,
dos cadastros, com posterior comunicação à de 2009) Vigência
Autoridade Central Federal
Brasileira. (Incluído pela Lei nº 12.010, de I - se tratar de pedido de adoção
2009) Vigência unilateral; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 10. A adoção internacional somente será
deferida se, após consulta ao cadastro de II - for formulada por parente com o qual a
pessoas ou casais habilitados à adoção, criança ou adolescente mantenha vínculos de
mantido pela Justiça da Infância e da afinidade e afetividade; (Incluído pela Lei nº
Juventude na comarca, bem como aos 12.010, de 2009) Vigência
cadastros estadual e nacional referidos no §
5 o deste artigo, não for encontrado III - oriundo o pedido de quem detém a tutela
interessado com residência permanente no ou guarda legal de criança maior de 3 (três)
Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de anos ou adolescente, desde que o lapso de
2009) Vigência tempo de convivência comprove a fixação de
laços de afinidade e afetividade, e não seja
§ 10. Consultados os cadastros e verificada a constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer
ausência de pretendentes habilitados das situações previstas nos arts. 237 ou 238
residentes no País com perfil compatível e desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
interesse manifesto pela adoção de criança 2009) Vigência
ou adolescente inscrito nos cadastros
existentes, será realizado o encaminhamento § 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste
da criança ou adolescente à adoção artigo, o candidato deverá comprovar, no
internacional. (Redação dada pela Lei nº curso do procedimento, que preenche os
13.509, de 2017) requisitos necessários à adoção, conforme
previsto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou 12.010, de 2009) Vigência
casal interessado em sua adoção, a criança ou
o adolescente, sempre que possível e § 15. Será assegurada prioridade no cadastro
recomendável, será colocado sob guarda de a pessoas interessadas em adotar criança ou
família cadastrada em programa de adolescente com deficiência, com doença
acolhimento familiar. (Incluído pela Lei nº crônica ou com necessidades específicas de
12.010, de 2009) Vigência

26
saúde, além de grupo de irmãos. (Incluído Brasil somente terá lugar quando restar
pela Lei nº 13.509, de 2017) comprovado: (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
Art. 51 Cuidando-se de pedido de adoção
formulado por estrangeiro residente ou I - que a colocação em família substituta é a
domiciliado fora do País, observar-se-á o solução adequada ao caso concreto; (Incluída
disposto no art. 31. pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 51. Considera-se adoção internacional I - que a colocação em família adotiva é a


aquela na qual a pessoa ou casal postulante é solução adequada ao caso
residente ou domiciliado fora do Brasil, concreto; (Redação dada pela Lei nº 13.509,
conforme previsto no Artigo 2 da Convenção de 2017)
de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à
Proteção das Crianças e à Cooperação em II - que foram esgotadas todas as
Matéria de Adoção Internacional, aprovada possibilidades de colocação da criança ou
pelo Decreto Legislativo n o 1, de 14 de adolescente em família substituta brasileira,
janeiro de 1999, e promulgada pelo Decreto após consulta aos cadastros mencionados no
n o 3.087, de 21 de junho de 1999 . (Redação art. 50 desta Lei; (Incluída pela Lei nº 12.010,
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de 2009) Vigência

Art. 51. Considera-se adoção internacional II - que foram esgotadas todas as


aquela na qual o pretendente possui possibilidades de colocação da criança ou
residência habitual em país-parte da adolescente em família adotiva brasileira,
Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, com a comprovação, certificada nos autos, da
Relativa à Proteção das Crianças e à inexistência de adotantes habilitados
Cooperação em Matéria de Adoção residentes no Brasil com perfil compatível
Internacional, promulgada pelo Decreto com a criança ou adolescente, após consulta
n o 3.087, de 21 junho de 1999 , e deseja aos cadastros mencionados nesta
adotar criança em outro país-parte da Lei; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
Convenção. (Redação dada pela Lei nº 2017)
13.509, de 2017)
III - que, em se tratando de adoção de
§ 1º O candidato deverá comprovar, adolescente, este foi consultado, por meios
mediante documento expedido pela adequados ao seu estágio de
autoridade competente do respectivo desenvolvimento, e que se encontra
domicílio, estar devidamente habilitado à preparado para a medida, mediante parecer
adoção, consoante as leis do seu país, bem elaborado por equipe interprofissional,
como apresentar estudo psicossocial observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art.
elaborado por agência especializada e 28 desta Lei. (Incluída pela Lei nº 12.010, de
credenciada no país de origem. 2009) Vigência

§ 1 o A adoção internacional de criança ou § 2º A autoridade judiciária, de ofício ou a


adolescente brasileiro ou domiciliado no requerimento do Ministério Público, poderá

27
determinar a apresentação do texto desta Lei, com as seguintes
pertinente à legislação estrangeira, adaptações: (Redação dada pela Lei nº
acompanhado de prova da respectiva 12.010, de 2009) Vigência
vigência.
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado
§ 2 Os brasileiros residentes no exterior
o
em adotar criança ou adolescente brasileiro,
terão preferência aos estrangeiros, nos casos deverá formular pedido de habilitação à
de adoção internacional de criança ou adoção perante a Autoridade Central em
adolescente brasileiro. (Redação dada pela matéria de adoção internacional no país de
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência acolhida, assim entendido aquele onde está
situada sua residência habitual; (Incluída pela
§ 3º Os documentos em língua estrangeira Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
serão juntados aos autos, devidamente
autenticados pela autoridade consular, II - se a Autoridade Central do país de
observados os tratados e convenções acolhida considerar que os solicitantes estão
internacionais, e acompanhados da habilitados e aptos para adotar, emitirá um
respectiva tradução, por tradutor público relatório que contenha informações sobre a
juramentado. identidade, a capacidade jurídica e
adequação dos solicitantes para adotar, sua
§ 3 o A adoção internacional pressupõe a situação pessoal, familiar e médica, seu meio
intervenção das Autoridades Centrais social, os motivos que os animam e sua
Estaduais e Federal em matéria de adoção aptidão para assumir uma adoção
internacional. (Redação dada pela Lei nº internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência

§ 4º Antes de consumada a adoção não será III - a Autoridade Central do país de acolhida
permitida a saída do adotando do território enviará o relatório à Autoridade Central
nacional. (Revogado pela Lei nº 12.010, de Estadual, com cópia para a Autoridade
2009) Vigência Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
Art. 52. A adoção internacional poderá ser
condicionada a estudo prévio e análise de IV - o relatório será instruído com toda a
uma comissão estadual judiciária de adoção, documentação necessária, incluindo estudo
que fornecerá o respectivo laudo de psicossocial elaborado por equipe
habilitação para instruir o processo interprofissional habilitada e cópia
competente. autenticada da legislação pertinente,
acompanhada da respectiva prova de
Parágrafo único. Competirá à comissão vigência; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
manter registro centralizado de interessados 2009) Vigência
estrangeiros em adoção.
V - os documentos em língua estrangeira
Art. 52. A adoção internacional observará o serão devidamente autenticados pela
procedimento previsto nos arts. 165 a 170 autoridade consular, observados os tratados

28
e convenções internacionais, e nacionais e estrangeiros encarregados de
acompanhados da respectiva tradução, por intermediar pedidos de habilitação à adoção
tradutor público juramentado; (Incluída pela internacional, com posterior comunicação às
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Autoridades Centrais Estaduais e publicação
nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio
VI - a Autoridade Central Estadual poderá próprio da internet. (Incluído pela Lei nº
fazer exigências e solicitar complementação 12.010, de 2009) Vigência
sobre o estudo psicossocial do postulante
estrangeiro à adoção, já realizado no país de § 3 o Somente será admissível o
acolhida; (Incluída pela Lei nº 12.010, de credenciamento de organismos que: (Incluída
2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

VII - verificada, após estudo realizado pela I - sejam oriundos de países que ratificaram a
Autoridade Central Estadual, a Convenção de Haia e estejam devidamente
compatibilidade da legislação estrangeira credenciados pela Autoridade Central do país
com a nacional, além do preenchimento por onde estiverem sediados e no país de
parte dos postulantes à medida dos requisitos acolhida do adotando para atuar em adoção
objetivos e subjetivos necessários ao seu internacional no Brasil; (Incluída pela Lei nº
deferimento, tanto à luz do que dispõe esta 12.010, de 2009) Vigência
Lei como da legislação do país de acolhida,
será expedido laudo de habilitação à adoção II - satisfizerem as condições de integridade
internacional, que terá validade por, no moral, competência profissional, experiência
máximo, 1 (um) ano; (Incluída pela Lei nº e responsabilidade exigidas pelos países
12.010, de 2009) Vigência respectivos e pela Autoridade Central Federal
Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
VIII - de posse do laudo de habilitação, o 2009) Vigência
interessado será autorizado a formalizar
pedido de adoção perante o Juízo da Infância III - forem qualificados por seus padrões
e da Juventude do local em que se encontra éticos e sua formação e experiência para
a criança ou adolescente, conforme indicação atuar na área de adoção
efetuada pela Autoridade Central internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
Estadual. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo
§ 1 o Se a legislação do país de acolhida assim ordenamento jurídico brasileiro e pelas
o autorizar, admite-se que os pedidos de normas estabelecidas pela Autoridade
habilitação à adoção internacional sejam Central Federal Brasileira. (Incluída pela Lei nº
intermediados por organismos 12.010, de 2009) Vigência
credenciados. (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 4 o Os organismos credenciados deverão
ainda: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 2 o Incumbe à Autoridade Central Federal 2009) Vigência
Brasileira o credenciamento de organismos

29
I - perseguir unicamente fins não lucrativos, acolhida para o adotado; (Incluída pela Lei nº
nas condições e dentro dos limites fixados 12.010, de 2009) Vigência
pelas autoridades competentes do país onde
estiverem sediados, do país de acolhida e VI - tomar as medidas necessárias para
pela Autoridade Central Federal garantir que os adotantes encaminhem à
Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de Autoridade Central Federal Brasileira cópia
2009) Vigência da certidão de registro de nascimento
estrangeira e do certificado de nacionalidade
II - ser dirigidos e administrados por pessoas tão logo lhes sejam concedidos. (Incluída pela
qualificadas e de reconhecida idoneidade Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
moral, com comprovada formação ou
experiência para atuar na área de adoção § 5 o A não apresentação dos relatórios
internacional, cadastradas pelo referidos no § 4 o deste artigo pelo organismo
Departamento de Polícia Federal e aprovadas credenciado poderá acarretar a suspensão de
pela Autoridade Central Federal Brasileira, seu credenciamento. (Incluído pela Lei nº
mediante publicação de portaria do órgão 12.010, de 2009) Vigência
federal competente; (Incluída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência § 6 o O credenciamento de organismo
nacional ou estrangeiro encarregado de
III - estar submetidos à supervisão das intermediar pedidos de adoção internacional
autoridades competentes do país onde terá validade de 2 (dois) anos. (Incluído pela
estiverem sediados e no país de acolhida, Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
inclusive quanto à sua composição,
funcionamento e situação financeira; (Incluída § 7 o A renovação do credenciamento poderá
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ser concedida mediante requerimento
protocolado na Autoridade Central Federal
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao
Brasileira, a cada ano, relatório geral das término do respectivo prazo de
atividades desenvolvidas, bem como relatório validade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
de acompanhamento das adoções 2009) Vigência
internacionais efetuadas no período, cuja
cópia será encaminhada ao Departamento de § 8 o Antes de transitada em julgado a decisão
Polícia Federal; (Incluída pela Lei nº 12.010, que concedeu a adoção internacional, não
de 2009) Vigência será permitida a saída do adotando do
território nacional. (Incluído pela Lei nº
V - enviar relatório pós-adotivo semestral para 12.010, de 2009) Vigência
a Autoridade Central Estadual, com cópia
para a Autoridade Central Federal Brasileira, § 9 o Transitada em julgado a decisão, a
pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O envio autoridade judiciária determinará a
do relatório será mantido até a juntada de expedição de alvará com autorização de
cópia autenticada do registro civil, viagem, bem como para obtenção de
estabelecendo a cidadania do país de passaporte, constando, obrigatoriamente, as
características da criança ou adolescente

30
adotado, como idade, cor, sexo, eventuais judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
sinais ou traços peculiares, assim como foto 2009) Vigência
recente e a aposição da impressão digital do
seu polegar direito, instruindo o documento § 15. A Autoridade Central Federal Brasileira
com cópia autenticada da decisão e certidão poderá limitar ou suspender a concessão de
de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº novos credenciamentos sempre que julgar
12.010, de 2009) Vigência necessário, mediante ato administrativo
fundamentado. (Incluído pela Lei nº 12.010,
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira de 2009) Vigência
poderá, a qualquer momento, solicitar
informações sobre a situação das crianças e Art. 52-A. É vedado, sob pena de
adolescentes adotados (Incluído pela Lei nº responsabilidade e descredenciamento, o
12.010, de 2009) Vigência repasse de recursos provenientes de
organismos estrangeiros encarregados de
§ 11. A cobrança de valores por parte dos intermediar pedidos de adoção internacional
organismos credenciados, que sejam a organismos nacionais ou a pessoas
considerados abusivos pela Autoridade físicas. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Central Federal Brasileira e que não estejam 2009) Vigência
devidamente comprovados, é causa de seu
descredenciamento. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. Eventuais repasses somente
12.010, de 2009) Vigência poderão ser efetuados via Fundo dos Direitos
da Criança e do Adolescente e estarão
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não sujeitos às deliberações do respectivo
podem ser representados por mais de uma Conselho de Direitos da Criança e do
entidade credenciada para atuar na Adolescente (Incluído pela Lei nº 12.010, de
cooperação em adoção 2009) Vigência
internacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente
no exterior em país ratificante da Convenção
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro de Haia, cujo processo de adoção tenha sido
ou domiciliado fora do Brasil terá validade processado em conformidade com a
máxima de 1 (um) ano, podendo ser legislação vigente no país de residência e
renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, de atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo
2009) Vigência 17 da referida Convenção, será
automaticamente recepcionada com o
§ 14. É vedado o contato direto de reingresso no Brasil. (Incluído pela Lei nº
representantes de organismos de adoção, 12.010, de 2009) Vigência
nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de
programas de acolhimento institucional ou § 1 o Caso não tenha sido atendido o disposto
familiar, assim como com crianças e na Alínea “c” do Artigo 17 da Convenção de
adolescentes em condições de serem Haia, deverá a sentença ser homologada pelo
adotados, sem a devida autorização Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência

31
§ 2 o O pretendente brasileiro residente no Art. 52-D. Nas adoções internacionais,
exterior em país não ratificante da Convenção quando o Brasil for o país de acolhida e a
de Haia, uma vez reingressado no Brasil, adoção não tenha sido deferida no país de
deverá requerer a homologação da sentença origem porque a sua legislação a delega ao
estrangeira pelo Superior Tribunal de país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de,
Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de mesmo com decisão, a criança ou o
2009) Vigência adolescente ser oriundo de país que não
tenha aderido à Convenção referida, o
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, processo de adoção seguirá as regras da
quando o Brasil for o país de acolhida, a adoção nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010,
decisão da autoridade competente do país de de 2009) Vigência
origem da criança ou do adolescente será
conhecida pela Autoridade Central Estadual Capítulo IV
que tiver processado o pedido de habilitação
dos pais adotivos, que comunicará o fato à Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte
Autoridade Central Federal e determinará as e ao Lazer
providências necessárias à expedição do
Certificado de Naturalização Art. 53. A criança e o adolescente têm direito
Provisório. (Incluído pela Lei nº 12.010, de à educação, visando ao pleno
2009) Vigência desenvolvimento de sua pessoa, preparo para
o exercício da cidadania e qualificação para o
§ 1 o A Autoridade Central Estadual, ouvido o trabalho, assegurando-se-lhes:
Ministério Público, somente deixará de
reconhecer os efeitos daquela decisão se I - igualdade de condições para o acesso e
restar demonstrado que a adoção é permanência na escola;
manifestamente contrária à ordem pública ou
II - direito de ser respeitado por seus
não atende ao interesse superior da criança
educadores;
ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
III - direito de contestar critérios avaliativos,
podendo recorrer às instâncias escolares
§ 2 o Na hipótese de não reconhecimento da
superiores;
adoção, prevista no § 1 o deste artigo, o
Ministério Público deverá imediatamente
IV - direito de organização e participação em
requerer o que for de direito para resguardar
entidades estudantis;
os interesses da criança ou do adolescente,
comunicando-se as providências à V - acesso à escola pública e gratuita próxima
Autoridade Central Estadual, que fará a de sua residência.
comunicação à Autoridade Central Federal
Brasileira e à Autoridade Central do país de V - acesso à escola pública e gratuita, próxima
origem. (Incluído pela Lei nº 12.010, de de sua residência, garantindo-se vagas no
2009) Vigência mesmo estabelecimento a irmãos que
frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino

32
da educação básica. (Redação dada pela Lei VI - oferta de ensino noturno regular,
nº 13.845, de 2019) adequado às condições do adolescente
trabalhador;
Parágrafo único. É direito dos pais ou
responsáveis ter ciência do processo VII - atendimento no ensino fundamental,
pedagógico, bem como participar da através de programas suplementares de
definição das propostas educacionais. material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde.
Art. 53-A. É dever da instituição de ensino,
clubes e agremiações recreativas e de § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito
estabelecimentos congêneres assegurar é direito público subjetivo.
medidas de conscientização, prevenção e
enfrentamento ao uso ou dependência de § 2º O não oferecimento do ensino
drogas ilícitas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de obrigatório pelo poder público ou sua oferta
2019) irregular importa responsabilidade da
autoridade competente.
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança
e ao adolescente: § 3º Compete ao poder público recensear os
educandos no ensino fundamental, fazer-lhes
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, a chamada e zelar, junto aos pais ou
inclusive para os que a ele não tiveram acesso responsável, pela freqüência à escola.
na idade própria;
Art. 55. Os pais ou responsável têm a
II - progressiva extensão da obrigatoriedade obrigação de matricular seus filhos ou pupilos
e gratuidade ao ensino médio; na rede regular de ensino.

III - atendimento educacional especializado Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de


aos portadores de deficiência, ensino fundamental comunicarão ao
preferencialmente na rede regular de ensino; Conselho Tutelar os casos de:

IV - atendimento em creche e pré-escola às I - maus-tratos envolvendo seus alunos;


crianças de zero a seis anos de idade;
II - reiteração de faltas injustificadas e de
IV – atendimento em creche e pré-escola às evasão escolar, esgotados os recursos
crianças de zero a cinco anos de escolares;
idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de
2016) III - elevados níveis de repetência.

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, Art. 57. O poder público estimulará
da pesquisa e da criação artística, segundo a pesquisas, experiências e novas propostas
capacidade de cada um; relativas a calendário, seriação, currículo,
metodologia, didática e avaliação, com vistas
à inserção de crianças e adolescentes
excluídos do ensino fundamental obrigatório.

33
Art. 58. No processo educacional respeitar- Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de
se-ão os valores culturais, artísticos e idade é assegurada bolsa de aprendizagem.
históricos próprios do contexto social da
criança e do adolescente, garantindo-se a Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de
estes a liberdade da criação e o acesso às quatorze anos, são assegurados os direitos
fontes de cultura. trabalhistas e previdenciários.

Art. 59. Os municípios, com apoio dos Art. 66. Ao adolescente portador de
estados e da União, estimularão e facilitarão a deficiência é assegurado trabalho protegido.
destinação de recursos e espaços para
programações culturais, esportivas e de lazer Art. 67. Ao adolescente empregado,
voltadas para a infância e a juventude. aprendiz, em regime familiar de trabalho,
aluno de escola técnica, assistido em
Capítulo V entidade governamental ou não-
governamental, é vedado trabalho:
Do Direito à Profissionalização e à Proteção
no Trabalho I - noturno, realizado entre as vinte e duas
horas de um dia e as cinco horas do dia
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a seguinte;
menores de quatorze anos de idade, salvo na
condição de aprendiz. (Vide Constituição II - perigoso, insalubre ou penoso;
Federal)
III - realizado em locais prejudiciais à sua
Art. 61. A proteção ao trabalho dos formação e ao seu desenvolvimento físico,
adolescentes é regulada por legislação psíquico, moral e social;
especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.
IV - realizado em horários e locais que não
Art. 62. Considera-se aprendizagem a permitam a freqüência à escola.
formação técnico-profissional ministrada
segundo as diretrizes e bases da legislação de Art. 68. O programa social que tenha por
educação em vigor. base o trabalho educativo, sob
responsabilidade de entidade governamental
Art. 63. A formação técnico-profissional ou não-governamental sem fins lucrativos,
obedecerá aos seguintes princípios: deverá assegurar ao adolescente que dele
participe condições de capacitação para o
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória exercício de atividade regular remunerada.
ao ensino regular;
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a
II - atividade compatível com o atividade laboral em que as exigências
desenvolvimento do adolescente; pedagógicas relativas ao desenvolvimento
pessoal e social do educando prevalecem
III - horário especial para o exercício das sobre o aspecto produtivo.
atividades.

34
§ 2º A remuneração que o adolescente humanos; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
recebe pelo trabalho efetuado ou a 2014)
participação na venda dos produtos de seu
trabalho não desfigura o caráter educativo. II - a integração com os órgãos do Poder
Judiciário, do Ministério Público e da
Art. 69. O adolescente tem direito à Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar,
profissionalização e à proteção no trabalho, com os Conselhos de Direitos da Criança e do
observados os seguintes aspectos, entre Adolescente e com as entidades não
outros: governamentais que atuam na promoção,
proteção e defesa dos direitos da criança e do
I - respeito à condição peculiar de pessoa em adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
desenvolvimento; 2014)

II - capacitação profissional adequada ao III - a formação continuada e a capacitação


mercado de trabalho. dos profissionais de saúde, educação e
assistência social e dos demais agentes que
Título III atuam na promoção, proteção e defesa dos
direitos da criança e do adolescente para o
Da Prevenção
desenvolvimento das competências
necessárias à prevenção, à identificação de
Capítulo I
evidências, ao diagnóstico e ao
Disposições Gerais enfrentamento de todas as formas de
violência contra a criança e o
Art. 70. É dever de todos prevenir a adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
ocorrência de ameaça ou violação dos 2014)
direitos da criança e do adolescente.
IV - o apoio e o incentivo às práticas de
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito resolução pacífica de conflitos que envolvam
Federal e os Municípios deverão atuar de violência contra a criança e o
forma articulada na elaboração de políticas adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
públicas e na execução de ações destinadas a 2014)
coibir o uso de castigo físico ou de tratamento
cruel ou degradante e difundir formas não V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações
violentas de educação de crianças e de que visem a garantir os direitos da criança e
adolescentes, tendo como principais do adolescente, desde a atenção pré-natal, e
ações: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) de atividades junto aos pais e responsáveis
com o objetivo de promover a informação, a
I - a promoção de campanhas educativas reflexão, o debate e a orientação sobre
permanentes para a divulgação do direito da alternativas ao uso de castigo físico ou de
criança e do adolescente de serem educados tratamento cruel ou degradante no processo
e cuidados sem o uso de castigo físico ou de educativo; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
tratamento cruel ou degradante e dos 2014)
instrumentos de proteção aos direitos

35
VI - a promoção de espaços intersetoriais Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não
locais para a articulação de ações e a excluem da prevenção especial outras
elaboração de planos de atuação conjunta decorrentes dos princípios por ela adotados.
focados nas famílias em situação de violência,
com participação de profissionais de saúde, Art. 73. A inobservância das normas de
de assistência social e de educação e de prevenção importará em responsabilidade da
órgãos de promoção, proteção e defesa dos pessoa física ou jurídica, nos termos desta Lei.
direitos da criança e do adolescente. (Incluído
pela Lei nº 13.010, de 2014) Capítulo II

Parágrafo único. As famílias com crianças e Da Prevenção Especial


adolescentes com deficiência terão
Seção I
prioridade de atendimento nas ações e
políticas públicas de prevenção e
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes,
proteção. (Incluído pela Lei nº 13.010, de
Diversões e Espetáculos
2014)
Art. 74. O poder público, através do órgão
Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas,
competente, regulará as diversões e
que atuem nas áreas a que se refere o art. 71,
espetáculos públicos, informando sobre a
dentre outras, devem contar, em seus
natureza deles, as faixas etárias a que não se
quadros, com pessoas capacitadas a
recomendem, locais e horários em que sua
reconhecer e comunicar ao Conselho Tutelar
apresentação se mostre inadequada.
suspeitas ou casos de maus-tratos praticados
contra crianças e adolescentes. (Incluído pela Parágrafo único. Os responsáveis pelas
Lei nº 13.046, de 2014) diversões e espetáculos públicos deverão
afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à
Parágrafo único. São igualmente
entrada do local de exibição, informação
responsáveis pela comunicação de que trata
destacada sobre a natureza do espetáculo e a
este artigo, as pessoas encarregadas, por
faixa etária especificada no certificado de
razão de cargo, função, ofício, ministério,
classificação.
profissão ou ocupação, do cuidado,
assistência ou guarda de crianças e Art. 75. Toda criança ou adolescente terá
adolescentes, punível, na forma deste acesso às diversões e espetáculos públicos
Estatuto, o injustificado retardamento ou classificados como adequados à sua faixa
omissão, culposos ou dolosos. (Incluído pela etária.
Lei nº 13.046, de 2014)
Parágrafo único. As crianças menores de dez
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito anos somente poderão ingressar e
a informação, cultura, lazer, esportes, permanecer nos locais de apresentação ou
diversões, espetáculos e produtos e serviços exibição quando acompanhadas dos pais ou
que respeitem sua condição peculiar de responsável.
pessoa em desenvolvimento.

36
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão comercialmente bilhar, sinuca ou congênere
somente exibirão, no horário recomendado ou por casas de jogos, assim entendidas as
para o público infanto juvenil, programas com que realizem apostas, ainda que
finalidades educativas, artísticas, culturais e eventualmente, cuidarão para que não seja
informativas. permitida a entrada e a permanência de
crianças e adolescentes no local, afixando
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será aviso para orientação do público.
apresentado ou anunciado sem aviso de sua
classificação, antes de sua transmissão, Seção II
apresentação ou exibição.
Dos Produtos e Serviços
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes
e funcionários de empresas que explorem a Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao
venda ou aluguel de fitas de programação em adolescente de:
vídeo cuidarão para que não haja venda ou
locação em desacordo com a classificação I - armas, munições e explosivos;
atribuída pelo órgão competente.
II - bebidas alcoólicas;
Parágrafo único. As fitas a que alude este
III - produtos cujos componentes possam
artigo deverão exibir, no invólucro,
causar dependência física ou psíquica ainda
informação sobre a natureza da obra e a faixa
que por utilização indevida;
etária a que se destinam.
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto
Art. 78. As revistas e publicações contendo
aqueles que pelo seu reduzido potencial
material impróprio ou inadequado a crianças
sejam incapazes de provocar qualquer dano
e adolescentes deverão ser comercializadas
físico em caso de utilização indevida;
em embalagem lacrada, com a advertência de
seu conteúdo.
V - revistas e publicações a que alude o art.
78;
Parágrafo único. As editoras cuidarão para
que as capas que contenham mensagens
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
pornográficas ou obscenas sejam protegidas
com embalagem opaca. Art. 82. É proibida a hospedagem de criança
ou adolescente em hotel, motel, pensão ou
Art. 79. As revistas e publicações destinadas
estabelecimento congênere, salvo se
ao público infanto-juvenil não poderão conter
autorizado ou acompanhado pelos pais ou
ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou
responsável.
anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas
e munições, e deverão respeitar os valores Seção III
éticos e sociais da pessoa e da família.
Da Autorização para Viajar
Art. 80. Os responsáveis por
estabelecimentos que explorem

37
Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para Art. 84. Quando se tratar de viagem ao
fora da comarca onde reside, exterior, a autorização é dispensável, se a
desacompanhada dos pais ou responsável, criança ou adolescente:
sem expressa autorização judicial.
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou
Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente responsável;
menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar
para fora da comarca onde reside II - viajar na companhia de um dos pais,
desacompanhado dos pais ou dos autorizado expressamente pelo outro através
responsáveis sem expressa autorização de documento com firma reconhecida.
judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de
2019) Art. 85. Sem prévia e expressa autorização
judicial, nenhuma criança ou adolescente
§ 1º A autorização não será exigida quando: nascido em território nacional poderá sair do
País em companhia de estrangeiro residente
a) tratar-se de comarca contígua à da ou domiciliado no exterior.
residência da criança, se na mesma unidade
da Federação, ou incluída na mesma região Parte Especial
metropolitana;
Título I
a) tratar-se de comarca contígua à da
residência da criança ou do adolescente Da Política de Atendimento
menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma
Capítulo I
unidade da Federação, ou incluída na mesma
região metropolitana; (Redação dada pela Lei
Disposições Gerais
nº 13.812, de 2019)
Art. 86. A política de atendimento dos
b) a criança estiver acompanhada:
direitos da criança e do adolescente far-se-á
através de um conjunto articulado de ações
b) a criança ou o adolescente menor de 16
governamentais e não-governamentais, da
(dezesseis) anos estiver
União, dos estados, do Distrito Federal e dos
acompanhado: (Redação dada pela Lei nº
municípios.
13.812, de 2019)
Art. 87. São linhas de ação da política de
1) de ascendente ou colateral maior, até o
atendimento:
terceiro grau, comprovado documentalmente
o parentesco;
I - políticas sociais básicas;
2) de pessoa maior, expressamente
II - políticas e programas de assistência social,
autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
em caráter supletivo, para aqueles que deles
necessitem
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido
dos pais ou responsável, conceder
autorização válida por dois anos.
38
II - serviços, programas, projetos e benefícios adolescente, órgãos deliberativos e
de assistência social de garantia de proteção controladores das ações em todos os níveis,
social e de prevenção e redução de violações assegurada a participação popular paritária
de direitos, seus agravamentos ou por meio de organizações representativas,
reincidências; (Redação dada pela Lei nº segundo leis federal, estaduais e municipais;
13.257, de 2016)
III - criação e manutenção de programas
III - serviços especiais de prevenção e específicos, observada a descentralização
atendimento médico e psicossocial às vítimas político-administrativa;
de negligência, maus-tratos, exploração,
abuso, crueldade e opressão; IV - manutenção de fundos nacional,
estaduais e municipais vinculados aos
IV - serviço de identificação e localização de respectivos conselhos dos direitos da criança
pais, responsável, crianças e adolescentes e do adolescente;
desaparecidos;
V - integração operacional de órgãos do
V - proteção jurídico-social por entidades de Judiciário, Ministério Público, Defensoria,
defesa dos direitos da criança e do Segurança Pública e Assistência Social,
adolescente. preferencialmente em um mesmo local, para
efeito de agilização do atendimento inicial a
VI - políticas e programas destinados a adolescente a quem se atribua autoria de ato
prevenir ou abreviar o período de infracional;
afastamento do convívio familiar e a garantir
o efetivo exercício do direito à convivência VI - mobilização da opinião pública no sentido
familiar de crianças e adolescentes; (Incluído da indispensável participação dos diversos
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência segmentos da sociedade.

VII - campanhas de estímulo ao acolhimento VI - integração operacional de órgãos do


sob forma de guarda de crianças e Judiciário, Ministério Público, Defensoria,
adolescentes afastados do convívio familiar e Conselho Tutelar e encarregados da
à adoção, especificamente inter-racial, de execução das políticas sociais básicas e de
crianças maiores ou de adolescentes, com assistência social, para efeito de agilização do
necessidades específicas de saúde ou com atendimento de crianças e de adolescentes
deficiências e de grupos de irmãos. (Incluído inseridos em programas de acolhimento
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência familiar ou institucional, com vista na sua
rápida reintegração à família de origem ou, se
Art. 88. São diretrizes da política de tal solução se mostrar comprovadamente
atendimento: inviável, sua colocação em família substituta,
em quaisquer das modalidades previstas no
I - municipalização do atendimento; art. 28 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
II - criação de conselhos municipais, estaduais
e nacional dos direitos da criança e do

39
VII - mobilização da opinião pública para a I - orientação e apoio sócio-familiar;
indispensável participação dos diversos
segmentos da sociedade. (Incluído pela Lei nº II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
12.010, de 2009) Vigência
III - colocação familiar;
VIII - especialização e formação continuada
dos profissionais que trabalham nas I V - abrigo;
diferentes áreas da atenção à primeira
IV - acolhimento institucional; (Redação dada
infância, incluindo os conhecimentos sobre
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
direitos da criança e sobre desenvolvimento
infantil; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
V - liberdade assistida;
IX - formação profissional com abrangência
V - prestação de serviços à
dos diversos direitos da criança e do
comunidade; (Redação dada pela Lei nº
adolescente que favoreça a intersetorialidade
12.594, de 2012) (Vide)
no atendimento da criança e do adolescente
e seu desenvolvimento integral; (Incluído pela VI - semi-liberdade;
Lei nº 13.257, de 2016)
VI - liberdade assistida; (Redação dada pela
X - realização e divulgação de pesquisas sobre Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
desenvolvimento infantil e sobre prevenção
da violência. (Incluído pela Lei nº 13.257, de VII - internação.
2016)
VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei
Art. 89. A função de membro do conselho nº 12.594, de 2012) (Vide)
nacional e dos conselhos estaduais e
municipais dos direitos da criança e do VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594,
adolescente é considerada de interesse de 2012) (Vide)
público relevante e não será remunerada.
Parágrafo único. As entidades
Capítulo II governamentais e não-governamentais
deverão proceder à inscrição de seus
Das Entidades de Atendimento programas, especificando os regimes de
atendimento, na forma definida neste artigo,
Seção I junto ao Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente, o qual manterá
Disposições Gerais
registro das inscrições e de suas alterações,
do que fará comunicação ao Conselho Tutelar
Art. 90. As entidades de atendimento são
e à autoridade judiciária.
responsáveis pela manutenção das próprias
unidades, assim como pelo planejamento e
§ 1 o As entidades governamentais e não
execução de programas de proteção e sócio-
governamentais deverão proceder à inscrição
educativos destinados a crianças e
de seus programas, especificando os regimes
adolescentes, em regime de: (Vide)
40
de atendimento, na forma definida neste III - em se tratando de programas de
artigo, no Conselho Municipal dos Direitos da acolhimento institucional ou familiar, serão
Criança e do Adolescente, o qual manterá considerados os índices de sucesso na
registro das inscrições e de suas alterações, reintegração familiar ou de adaptação à
do que fará comunicação ao Conselho Tutelar família substituta, conforme o caso. (Incluído
e à autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência
Art. 91. As entidades não-governamentais
§ 2 Os recursos destinados à implementação
o
somente poderão funcionar depois de
e manutenção dos programas relacionados registradas no Conselho Municipal dos
neste artigo serão previstos nas dotações Direitos da Criança e do Adolescente, o qual
orçamentárias dos órgãos públicos comunicará o registro ao Conselho Tutelar e
encarregados das áreas de Educação, Saúde à autoridade judiciária da respectiva
e Assistência Social, dentre outros, localidade.
observando-se o princípio da prioridade
absoluta à criança e ao adolescente Parágrafo único. Será negado o registro à
preconizado pelo caput do art. 227 da entidade que:
Constituição Federal e pelo caput e parágrafo
único do art. 4 o desta Lei. (Incluído pela Lei nº § 1 o Será negado o registro à entidade
12.010, de 2009) Vigência que: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 3 o Os programas em execução serão
reavaliados pelo Conselho Municipal dos a) não ofereça instalações físicas em
Direitos da Criança e do Adolescente, no condições adequadas de habitabilidade,
máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se higiene, salubridade e segurança;
critérios para renovação da autorização de
b) não apresente plano de trabalho
funcionamento: (Incluído pela Lei nº 12.010,
compatível com os princípios desta Lei;
de 2009) Vigência
c) esteja irregularmente constituída;
I - o efetivo respeito às regras e princípios
desta Lei, bem como às resoluções relativas à
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
modalidade de atendimento prestado
expedidas pelos Conselhos de Direitos da e) não se adequar ou deixar de cumprir as
Criança e do Adolescente, em todos os resoluções e deliberações relativas à
níveis; (Incluído pela Lei nº 12.010, de modalidade de atendimento prestado
2009) Vigência expedidas pelos Conselhos de Direitos da
Criança e do Adolescente, em todos os
II - a qualidade e eficiência do trabalho
níveis. (Incluída pela Lei nº 12.010, de
desenvolvido, atestadas pelo Conselho
2009) Vigência
Tutelar, pelo Ministério Público e pela Justiça
da Infância e da Juventude; (Incluído pela Lei § 2 o O registro terá validade máxima de 4
nº 12.010, de 2009) Vigência (quatro) anos, cabendo ao Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do
41
Adolescente, periodicamente, reavaliar o VII - participação na vida da comunidade
cabimento de sua renovação, observado o local;
disposto no § 1 o deste artigo. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência VIII - preparação gradativa para o
desligamento;
Art. 92. As entidades que desenvolvam
programas de abrigo deverão adotar os IX - participação de pessoas da comunidade
seguintes princípios: no processo educativo.

Art. 92. As entidades que desenvolvam Parágrafo único. O dirigente de entidade de


programas de acolhimento familiar ou abrigo e equiparado ao guardião, para todos
institucional deverão adotar os seguintes os efeitos de direito.
princípios: (Redação dada pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência § 1 o O dirigente de entidade que desenvolve
programa de acolhimento institucional é
I - preservação dos vínculos familiares; equiparado ao guardião, para todos os
efeitos de direito. (Incluído pela Lei nº 12.010,
I - preservação dos vínculos familiares e de 2009) Vigência
promoção da reintegração familiar; (Redação
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2 o Os dirigentes de entidades que
desenvolvem programas de acolhimento
II - integração em família substituta, quando familiar ou institucional remeterão à
esgotados os recursos de manutenção na autoridade judiciária, no máximo a cada 6
família natural ou extensa; (Redação dada (seis) meses, relatório circunstanciado acerca
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência da situação de cada criança ou adolescente
acolhido e sua família, para fins da reavaliação
II - integração em família substituta, quando prevista no § 1 o do art. 19 desta Lei. (Incluído
esgotados os recursos de manutenção na pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
família de origem;
§ 3 o Os entes federados, por intermédio dos
III - atendimento personalizado e em Poderes Executivo e Judiciário, promoverão
pequenos grupos; conjuntamente a permanente qualificação
dos profissionais que atuam direta ou
IV - desenvolvimento de atividades em indiretamente em programas de acolhimento
regime de co-educação; institucional e destinados à colocação familiar
de crianças e adolescentes, incluindo
V - não desmembramento de grupos de
membros do Poder Judiciário, Ministério
irmãos;
Público e Conselho Tutelar. (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - evitar, sempre que possível, a
transferência para outras entidades de
§ 4 o Salvo determinação em contrário da
crianças e adolescentes abrigados;
autoridade judiciária competente, as
entidades que desenvolvem programas de

42
acolhimento familiar ou institucional, se Art. 93. As entidades que mantenham
necessário com o auxílio do Conselho Tutelar programa de acolhimento institucional
e dos órgãos de assistência social, poderão, em caráter excepcional e de
estimularão o contato da criança ou urgência, acolher crianças e adolescentes sem
adolescente com seus pais e parentes, em prévia determinação da autoridade
cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII competente, fazendo comunicação do fato
do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da
12.010, de 2009) Vigência Infância e da Juventude, sob pena de
responsabilidade. (Redação dada pela Lei nº
§ 5 o As entidades que desenvolvem 12.010, de 2009) Vigência
programas de acolhimento familiar ou
institucional somente poderão receber Parágrafo único. Recebida a comunicação, a
recursos públicos se comprovado o autoridade judiciária, ouvido o Ministério
atendimento dos princípios, exigências e Público e se necessário com o apoio do
finalidades desta Lei. (Incluído pela Lei nº Conselho Tutelar local, tomará as medidas
12.010, de 2009) Vigência necessárias para promover a imediata
reintegração familiar da criança ou do
§ 6 o O descumprimento das disposições adolescente ou, se por qualquer razão não for
desta Lei pelo dirigente de entidade que isso possível ou recomendável, para seu
desenvolva programas de acolhimento encaminhamento a programa de acolhimento
familiar ou institucional é causa de sua familiar, institucional ou a família substituta,
destituição, sem prejuízo da apuração de sua observado o disposto no § 2 o do art. 101
responsabilidade administrativa, civil e desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
criminal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
Art. 94. As entidades que desenvolvem
§ 7 Quando se tratar de criança de 0 (zero) a
o
programas de internação têm as seguintes
3 (três) anos em acolhimento institucional, obrigações, entre outras:
dar-se-á especial atenção à atuação de
educadores de referência estáveis e I - observar os direitos e garantias de que são
qualitativamente significativos, às rotinas titulares os adolescentes;
específicas e ao atendimento das
necessidades básicas, incluindo as de afeto II - não restringir nenhum direito que não
como prioritárias. (Incluído pela Lei nº 13.257, tenha sido objeto de restrição na decisão de
de 2016) internação;

Art. 93. As entidades que mantenham III - oferecer atendimento personalizado, em


programas de abrigo poderão, em caráter pequenas unidades e grupos reduzidos;
excepcional e de urgência, abrigar crianças e
adolescentes sem prévia determinação da IV - preservar a identidade e oferecer
autoridade competente, fazendo ambiente de respeito e dignidade ao
comunicação do fato até o 2º dia útil adolescente;
imediato.

43
V - diligenciar no sentido do restabelecimento XVII - fornecer comprovante de depósito dos
e da preservação dos vínculos familiares; pertences dos adolescentes;

VI - comunicar à autoridade judiciária, XVIII - manter programas destinados ao apoio


periodicamente, os casos em que se mostre e acompanhamento de egressos;
inviável ou impossível o reatamento dos
vínculos familiares; XIX - providenciar os documentos necessários
ao exercício da cidadania àqueles que não os
VII - oferecer instalações físicas em condições tiverem;
adequadas de habitabilidade, higiene,
salubridade e segurança e os objetos XX - manter arquivo de anotações onde
necessários à higiene pessoal; constem data e circunstâncias do
atendimento, nome do adolescente, seus pais
VIII - oferecer vestuário e alimentação ou responsável, parentes, endereços, sexo,
suficientes e adequados à faixa etária dos idade, acompanhamento da sua formação,
adolescentes atendidos; relação de seus pertences e demais dados
que possibilitem sua identificação e a
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, individualização do atendimento.
odontológicos e farmacêuticos;
§ 1º Aplicam-se, no que couber, as
X - propiciar escolarização e obrigações constantes deste artigo às
profissionalização; entidades que mantêm programa de abrigo.

XI - propiciar atividades culturais, esportivas e § 1 o Aplicam-se, no que couber, as


de lazer; obrigações constantes deste artigo às
entidades que mantêm programas de
XII - propiciar assistência religiosa àqueles acolhimento institucional e familiar. (Redação
que desejarem, de acordo com suas crenças; dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

XIII - proceder a estudo social e pessoal de § 2º No cumprimento das obrigações a que


cada caso; alude este artigo as entidades utilizarão
preferencialmente os recursos da
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com
comunidade.
intervalo máximo de seis meses, dando
ciência dos resultados à autoridade Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas,
competente; que abriguem ou recepcionem crianças e
adolescentes, ainda que em caráter
XV - informar, periodicamente, o adolescente
temporário, devem ter, em seus quadros,
internado sobre sua situação processual;
profissionais capacitados a reconhecer e
reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou
XVI - comunicar às autoridades competentes
ocorrências de maus-tratos. (Incluído pela Lei
todos os casos de adolescentes portadores
nº 13.046, de 2014)
de moléstias infecto-contagiosas;

44
Seção II Parágrafo único. Em caso de reiteradas
infrações cometidas por entidades de
Da Fiscalização das Entidades atendimento, que coloquem em risco os
direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o
Art. 95. As entidades governamentais e não- fato comunicado ao Ministério Público ou
governamentais referidas no art. 90 serão representado perante autoridade judiciária
fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério competente para as providências cabíveis,
Público e pelos Conselhos Tutelares. inclusive suspensão das atividades ou
dissolução da entidade.
Art. 96. Os planos de aplicação e as
prestações de contas serão apresentados ao § 1 o Em caso de reiteradas infrações
estado ou ao município, conforme a origem cometidas por entidades de atendimento,
das dotações orçamentárias. que coloquem em risco os direitos
assegurados nesta Lei, deverá ser o fato
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades
comunicado ao Ministério Público ou
de atendimento que descumprirem
representado perante autoridade judiciária
obrigação constante do art. 94, sem prejuízo
competente para as providências cabíveis,
da responsabilidade civil e criminal de seus
inclusive suspensão das atividades ou
dirigentes ou prepostos:
dissolução da entidade. (Redação dada pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - às entidades governamentais:
§ 2 o As pessoas jurídicas de direito público e
a) advertência;
as organizações não governamentais
b) afastamento provisório de seus dirigentes; responderão pelos danos que seus agentes
causarem às crianças e aos adolescentes,
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; caracterizado o descumprimento dos
princípios norteadores das atividades de
d) fechamento de unidade ou interdição de proteção específica. (Redação dada pela Lei
programa. nº 12.010, de 2009) Vigência

II - às entidades não-governamentais: Título II

a) advertência; Das Medidas de Proteção

b) suspensão total ou parcial do repasse de Capítulo I


verbas públicas;
Disposições Gerais
c) interdição de unidades ou suspensão de
programa; Art. 98. As medidas de proteção à criança e
ao adolescente são aplicáveis sempre que os
d) cassação do registro. direitos reconhecidos nesta Lei forem
ameaçados ou violados:

45
I - por ação ou omissão da sociedade ou do assegurados a crianças e a adolescentes por
Estado; esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos
casos por esta expressamente ressalvados, é
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou de responsabilidade primária e solidária das 3
responsável; (três) esferas de governo, sem prejuízo da
municipalização do atendimento e da
III - em razão de sua conduta. possibilidade da execução de programas por
entidades não governamentais; (Incluído pela
Capítulo II
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Das Medidas Específicas de Proteção
IV - interesse superior da criança e do
adolescente: a intervenção deve atender
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo
prioritariamente aos interesses e direitos da
poderão ser aplicadas isolada ou
criança e do adolescente, sem prejuízo da
cumulativamente, bem como substituídas a
consideração que for devida a outros
qualquer tempo.
interesses legítimos no âmbito da pluralidade
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se- dos interesses presentes no caso
ão em conta as necessidades pedagógicas, concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
preferindo-se aquelas que visem ao 2009) Vigência
fortalecimento dos vínculos familiares e
V - privacidade: a promoção dos direitos e
comunitários.
proteção da criança e do adolescente deve
Parágrafo único. São também princípios que ser efetuada no respeito pela intimidade,
regem a aplicação das medidas: (Incluído pela direito à imagem e reserva da sua vida
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência privada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
I - condição da criança e do adolescente como
sujeitos de direitos: crianças e adolescentes VI - intervenção precoce: a intervenção das
são os titulares dos direitos previstos nesta e autoridades competentes deve ser efetuada
em outras Leis, bem como na Constituição logo que a situação de perigo seja
Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de conhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência 2009) Vigência

II - proteção integral e prioritária: a VII - intervenção mínima: a intervenção deve


interpretação e aplicação de toda e qualquer ser exercida exclusivamente pelas
norma contida nesta Lei deve ser voltada à autoridades e instituições cuja ação seja
proteção integral e prioritária dos direitos de indispensável à efetiva promoção dos direitos
que crianças e adolescentes são e à proteção da criança e do
titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência 2009) Vigência

III - responsabilidade primária e solidária do VIII - proporcionalidade e atualidade: a


poder público: a plena efetivação dos direitos intervenção deve ser a necessária e adequada

46
à situação de perigo em que a criança ou o e a participar nos atos e na definição da
adolescente se encontram no momento em medida de promoção dos direitos e de
que a decisão é tomada; (Incluído pela Lei nº proteção, sendo sua opinião devidamente
12.010, de 2009) Vigência considerada pela autoridade judiciária
competente, observado o disposto nos §§
IX - responsabilidade parental: a intervenção 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei
deve ser efetuada de modo que os pais nº 12.010, de 2009) Vigência
assumam os seus deveres para com a criança
e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses
de 2009) Vigência previstas no art. 98, a autoridade competente
poderá determinar, dentre outras, as
X - prevalência da família: na promoção de seguintes medidas:
direitos e na proteção da criança e do
adolescente deve ser dada prevalência às I - encaminhamento aos pais ou responsável,
medidas que os mantenham ou reintegrem na mediante termo de responsabilidade;
sua família natural ou extensa ou, se isto não
for possível, que promovam a sua integração II - orientação, apoio e acompanhamento
em família substituta; (Incluído pela Lei nº temporários;
12.010, de 2009) Vigência
III - matrícula e freqüência obrigatórias em
X - prevalência da família: na promoção de estabelecimento oficial de ensino
direitos e na proteção da criança e do fundamental;
adolescente deve ser dada prevalência às
medidas que os mantenham ou reintegrem na IV - inclusão em programa comunitário ou
sua família natural ou extensa ou, se isso não oficial de auxílio à família, à criança e ao
for possível, que promovam a sua integração adolescente;
em família adotiva; (Redação dada pela Lei nº
IV - inclusão em serviços e programas oficiais
13.509, de 2017)
ou comunitários de proteção, apoio e
XI - obrigatoriedade da informação: a criança promoção da família, da criança e do
e o adolescente, respeitado seu estágio de adolescente; (Redação dada pela Lei nº
desenvolvimento e capacidade de 13.257, de 2016)
compreensão, seus pais ou responsável
V - requisição de tratamento médico,
devem ser informados dos seus direitos, dos
psicológico ou psiquiátrico, em regime
motivos que determinaram a intervenção e da
hospitalar ou ambulatorial;
forma como esta se processa; (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - inclusão em programa oficial ou
comunitário de auxílio, orientação e
XII - oitiva obrigatória e participação: a
tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
criança e o adolescente, em separado ou na
companhia dos pais, de responsável ou de
VII - abrigo em entidade;
pessoa por si indicada, bem como os seus
pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos

47
VII - acolhimento institucional; (Redação dada § 3 o Crianças e adolescentes somente
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência poderão ser encaminhados às instituições que
executam programas de acolhimento
VIII - colocação em família substituta. institucional, governamentais ou não, por
meio de uma Guia de Acolhimento, expedida
VIII - inclusão em programa de acolhimento pela autoridade judiciária, na qual
familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de obrigatoriamente constará, dentre
2009) Vigência outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
IX - colocação em família substituta. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência I - sua identificação e a qualificação completa
de seus pais ou de seu responsável, se
Parágrafo único. O abrigo é medida
conhecidos; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
provisória e excepcional, utilizável como
2009) Vigência
forma de transição para a colocação em
família substituta, não implicando privação de II - o endereço de residência dos pais ou do
liberdade. responsável, com pontos de
referência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 1 o O acolhimento institucional e o
2009) Vigência
acolhimento familiar são medidas provisórias
e excepcionais, utilizáveis como forma de III - os nomes de parentes ou de terceiros
transição para reintegração familiar ou, não interessados em tê-los sob sua
sendo esta possível, para colocação em guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
família substituta, não implicando privação de 2009) Vigência
liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência IV - os motivos da retirada ou da não
reintegração ao convívio familiar. (Incluído
§ 2 o Sem prejuízo da tomada de medidas pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
emergenciais para proteção de vítimas de
violência ou abuso sexual e das providências § 4 o Imediatamente após o acolhimento da
a que alude o art. 130 desta Lei, o criança ou do adolescente, a entidade
afastamento da criança ou adolescente do responsável pelo programa de acolhimento
convívio familiar é de competência exclusiva institucional ou familiar elaborará um plano
da autoridade judiciária e importará na individual de atendimento, visando à
deflagração, a pedido do Ministério Público reintegração familiar, ressalvada a existência
ou de quem tenha legítimo interesse, de de ordem escrita e fundamentada em
procedimento judicial contencioso, no qual se contrário de autoridade judiciária
garanta aos pais ou ao responsável legal o competente, caso em que também deverá
exercício do contraditório e da ampla contemplar sua colocação em família
defesa. (Incluído pela Lei nº 12.010, de substituta, observadas as regras e princípios
2009) Vigência desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

48
§ 5 o O plano individual será elaborado sob a § 8 o Verificada a possibilidade de
responsabilidade da equipe técnica do reintegração familiar, o responsável pelo
respectivo programa de atendimento e levará programa de acolhimento familiar ou
em consideração a opinião da criança ou do institucional fará imediata comunicação à
adolescente e a oitiva dos pais ou do autoridade judiciária, que dará vista ao
responsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco)
2009) Vigência dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 6 o Constarão do plano individual, dentre
outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de § 9 o Em sendo constatada a impossibilidade
2009) Vigência de reintegração da criança ou do adolescente
à família de origem, após seu
I - os resultados da avaliação encaminhamento a programas oficiais ou
interdisciplinar; (Incluído pela Lei nº 12.010, comunitários de orientação, apoio e
de 2009) Vigência promoção social, será enviado relatório
fundamentado ao Ministério Público, no qual
II - os compromissos assumidos pelos pais ou conste a descrição pormenorizada das
responsável; e (Incluído pela Lei nº 12.010, de providências tomadas e a expressa
2009) Vigência recomendação, subscrita pelos técnicos da
entidade ou responsáveis pela execução da
III - a previsão das atividades a serem
política municipal de garantia do direito à
desenvolvidas com a criança ou com o
convivência familiar, para a destituição do
adolescente acolhido e seus pais ou
poder familiar, ou destituição de tutela ou
responsável, com vista na reintegração
guarda. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
familiar ou, caso seja esta vedada por
2009) Vigência
expressa e fundamentada determinação
judicial, as providências a serem tomadas § 10. Recebido o relatório, o Ministério
para sua colocação em família substituta, sob Público terá o prazo de 30 (trinta) dias para o
direta supervisão da autoridade ingresso com a ação de destituição do poder
judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de familiar, salvo se entender necessária a
2009) Vigência realização de estudos complementares ou
outras providências que entender
§ 7 o O acolhimento familiar ou institucional
indispensáveis ao ajuizamento da
ocorrerá no local mais próximo à residência
demanda. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
dos pais ou do responsável e, como parte do
2009) Vigência
processo de reintegração familiar, sempre
que identificada a necessidade, a família de § 10. Recebido o relatório, o Ministério
origem será incluída em programas oficiais de Público terá o prazo de 15 (quinze) dias para
orientação, de apoio e de promoção social, o ingresso com a ação de destituição do
sendo facilitado e estimulado o contato com poder familiar, salvo se entender necessária a
a criança ou com o adolescente realização de estudos complementares ou de
acolhido. (Incluído pela Lei nº 12.010, de outras providências indispensáveis ao
2009) Vigência

49
ajuizamento da demanda. (Redação dada isentos de multas, custas e emolumentos,
pela Lei nº 13.509, de 2017) gozando de absoluta prioridade.

§ 11. A autoridade judiciária manterá, em § 3 o Caso ainda não definida a paternidade,


cada comarca ou foro regional, um cadastro será deflagrado procedimento específico
contendo informações atualizadas sobre as destinado à sua averiguação, conforme
crianças e adolescentes em regime de previsto pela Lei n o 8.560, de 29 de
acolhimento familiar e institucional sob sua dezembro de 1992. (Incluído pela Lei nº
responsabilidade, com informações 12.010, de 2009) Vigência
pormenorizadas sobre a situação jurídica de
cada um, bem como as providências tomadas § 4 o Nas hipóteses previstas no § 3 o deste
para sua reintegração familiar ou colocação artigo, é dispensável o ajuizamento de ação
em família substituta, em qualquer das de investigação de paternidade pelo
modalidades previstas no art. 28 desta Ministério Público se, após o não
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de comparecimento ou a recusa do suposto pai
2009) Vigência em assumir a paternidade a ele atribuída, a
criança for encaminhada para
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor 2009) Vigência
da Assistência Social e os Conselhos
Municipais dos Direitos da Criança e do § 5 o Os registros e certidões necessários à
Adolescente e da Assistência Social, aos quais inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai
incumbe deliberar sobre a implementação de no assento de nascimento são isentos de
políticas públicas que permitam reduzir o multas, custas e emolumentos, gozando de
número de crianças e adolescentes afastados absoluta prioridade. (Incluído dada pela Lei nº
do convívio familiar e abreviar o período de 13.257, de 2016)
permanência em programa de
acolhimento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de § 6 o São gratuitas, a qualquer tempo, a
2009) Vigência averbação requerida do reconhecimento de
paternidade no assento de nascimento e a
Art. 102. As medidas de proteção de que certidão correspondente. (Incluído dada pela
trata este Capítulo serão acompanhadas da Lei nº 13.257, de 2016)
regularização do registro civil. (Vide Lei nº
12.010, de 2009) Vigência Título III

§ 1º Verificada a inexistência de registro Da Prática de Ato Infracional


anterior, o assento de nascimento da criança
Capítulo I
ou adolescente será feito à vista dos
elementos disponíveis, mediante requisição
Disposições Gerais
da autoridade judiciária.
Art. 103. Considera-se ato infracional a
§ 2º Os registros e certidões necessários à
conduta descrita como crime ou
regularização de que trata este artigo são
contravenção penal.
50
Art. 104. São penalmente inimputáveis os demonstrada a necessidade imperiosa da
menores de dezoito anos, sujeitos às medidas medida.
previstas nesta Lei.
Art. 109. O adolescente civilmente
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, identificado não será submetido a
deve ser considerada a idade do adolescente identificação compulsória pelos órgãos
à data do fato. policiais, de proteção e judiciais, salvo para
efeito de confrontação, havendo dúvida
Art. 105. Ao ato infracional praticado por fundada.
criança corresponderão as medidas previstas
no art. 101. Capítulo III

Capítulo II Das Garantias Processuais

Dos Direitos Individuais Art. 110. Nenhum adolescente será privado


de sua liberdade sem o devido processo
Art. 106. Nenhum adolescente será privado legal.
de sua liberdade senão em flagrante de ato
infracional ou por ordem escrita e Art. 111. São asseguradas ao adolescente,
fundamentada da autoridade judiciária entre outras, as seguintes garantias:
competente.
I - pleno e formal conhecimento da atribuição
Parágrafo único. O adolescente tem direito à de ato infracional, mediante citação ou meio
identificação dos responsáveis pela sua equivalente;
apreensão, devendo ser informado acerca de
seus direitos. II - igualdade na relação processual, podendo
confrontar-se com vítimas e testemunhas e
Art. 107. A apreensão de qualquer produzir todas as provas necessárias à sua
adolescente e o local onde se encontra defesa;
recolhido serão incontinenti comunicados à
autoridade judiciária competente e à família III - defesa técnica por advogado;
do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
IV - assistência judiciária gratuita e integral
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e aos necessitados, na forma da lei;
sob pena de responsabilidade, a
possibilidade de liberação imediata. V - direito de ser ouvido pessoalmente pela
autoridade competente;
Art. 108. A internação, antes da sentença,
pode ser determinada pelo prazo máximo de VI - direito de solicitar a presença de seus pais
quarenta e cinco dias. ou responsável em qualquer fase do
procedimento.
Parágrafo único. A decisão deverá ser
fundamentada e basear-se em indícios Capítulo IV
suficientes de autoria e materialidade,

51
Das Medidas Sócio-Educativas existência de provas suficientes da autoria e
da materialidade da infração, ressalvada a
Seção I hipótese de remissão, nos termos do art. 127.

Disposições Gerais Parágrafo único. A advertência poderá ser


aplicada sempre que houver prova da
Art. 112. Verificada a prática de ato materialidade e indícios suficientes da
infracional, a autoridade competente poderá autoria.
aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
Seção II
I - advertência;
Da Advertência
II - obrigação de reparar o dano;
Art. 115. A advertência consistirá em
III - prestação de serviços à comunidade; admoestação verbal, que será reduzida a
termo e assinada.
IV - liberdade assistida;
Seção III
V - inserção em regime de semi-liberdade;
Da Obrigação de Reparar o Dano
VI - internação em estabelecimento
educacional; Art. 116. Em se tratando de ato infracional
com reflexos patrimoniais, a autoridade
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I
poderá determinar, se for o caso, que o
a VI.
adolescente restitua a coisa, promova o
ressarcimento do dano, ou, por outra forma,
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará
compense o prejuízo da vítima.
em conta a sua capacidade de cumpri-la, as
circunstâncias e a gravidade da infração.
Parágrafo único. Havendo manifesta
impossibilidade, a medida poderá ser
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto
substituída por outra adequada.
algum, será admitida a prestação de trabalho
forçado.
Seção IV
§ 3º Os adolescentes portadores de doença
Da Prestação de Serviços à Comunidade
ou deficiência mental receberão tratamento
individual e especializado, em local adequado Art. 117. A prestação de serviços
às suas condições. comunitários consiste na realização de tarefas
gratuitas de interesse geral, por período não
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto
excedente a seis meses, junto a entidades
nos arts. 99 e 100.
assistenciais, hospitais, escolas e outros
estabelecimentos congêneres, bem como em
Art. 114. A imposição das medidas previstas
programas comunitários ou governamentais.
nos incisos II a VI do art. 112 pressupõe a

52
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas III - diligenciar no sentido da
conforme as aptidões do adolescente, profissionalização do adolescente e de sua
devendo ser cumpridas durante jornada inserção no mercado de trabalho;
máxima de oito horas semanais, aos sábados,
domingos e feriados ou em dias úteis, de IV - apresentar relatório do caso.
modo a não prejudicar a freqüência à escola
ou à jornada normal de trabalho. Seção VI

Seção V Do Regime de Semi-liberdade

Da Liberdade Assistida Art. 120. O regime de semi-liberdade pode


ser determinado desde o início, ou como
Art. 118. A liberdade assistida será adotada forma de transição para o meio aberto,
sempre que se afigurar a medida mais possibilitada a realização de atividades
adequada para o fim de acompanhar, auxiliar externas, independentemente de autorização
e orientar o adolescente. judicial.

§ 1º A autoridade designará pessoa § 1º São obrigatórias a escolarização e a


capacitada para acompanhar o caso, a qual profissionalização, devendo, sempre que
poderá ser recomendada por entidade ou possível, ser utilizados os recursos existentes
programa de atendimento. na comunidade.

§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo § 2º A medida não comporta prazo


prazo mínimo de seis meses, podendo a determinado aplicando-se, no que couber, as
qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou disposições relativas à internação.
substituída por outra medida, ouvido o
orientador, o Ministério Público e o defensor. Seção VII

Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio Da Internação


e a supervisão da autoridade competente, a
Art. 121. A internação constitui medida
realização dos seguintes encargos, entre
privativa da liberdade, sujeita aos princípios
outros:
de brevidade, excepcionalidade e respeito à
I - promover socialmente o adolescente e sua condição peculiar de pessoa em
família, fornecendo-lhes orientação e desenvolvimento.
inserindo-os, se necessário, em programa
§ 1º Será permitida a realização de atividades
oficial ou comunitário de auxílio e assistência
externas, a critério da equipe técnica da
social;
entidade, salvo expressa determinação
II - supervisionar a freqüência e o judicial em contrário.
aproveitamento escolar do adolescente,
§ 2º A medida não comporta prazo
promovendo, inclusive, sua matrícula;
determinado, devendo sua manutenção ser

53
reavaliada, mediante decisão fundamentada, judicialmente após o devido processo
no máximo a cada seis meses. legal. (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo
de internação excederá a três anos. § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a
internação, havendo outra medida adequada.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no
parágrafo anterior, o adolescente deverá ser Art. 123. A internação deverá ser cumprida
liberado, colocado em regime de semi- em entidade exclusiva para adolescentes, em
liberdade ou de liberdade assistida. local distinto daquele destinado ao abrigo,
obedecida rigorosa separação por critérios
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e de idade, compleição física e gravidade da
um anos de idade. infração.

§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação Parágrafo único. Durante o período de


será precedida de autorização judicial, ouvido internação, inclusive provisória, serão
o Ministério Público. obrigatórias atividades pedagógicas.

§ 7 o A determinação judicial mencionada no Art. 124. São direitos do adolescente privado


§ 1 o poderá ser revista a qualquer tempo pela de liberdade, entre outros, os seguintes:
autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide) I - entrevistar-se pessoalmente com o
representante do Ministério Público;
Art. 122. A medida de internação só poderá
ser aplicada quando: II - peticionar diretamente a qualquer
autoridade;
I - tratar-se de ato infracional cometido
mediante grave ameaça ou violência a III - avistar-se reservadamente com seu
pessoa; defensor;

II - por reiteração no cometimento de outras IV - ser informado de sua situação processual,


infrações graves; sempre que solicitada;

III - por descumprimento reiterado e V - ser tratado com respeito e dignidade;


injustificável da medida anteriormente
imposta. VI - permanecer internado na mesma
localidade ou naquela mais próxima ao
§ 1º O prazo de internação na hipótese do domicílio de seus pais ou responsável;
inciso III deste artigo não poderá ser superior
a três meses. VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;

§ 1 o O prazo de internação na hipótese do VIII - corresponder-se com seus familiares e


inciso III deste artigo não poderá ser superior amigos;
a 3 (três) meses, devendo ser decretada

54
IX - ter acesso aos objetos necessários à Da Remissão
higiene e asseio pessoal;
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento
X - habitar alojamento em condições judicial para apuração de ato infracional, o
adequadas de higiene e salubridade; representante do Ministério Público poderá
conceder a remissão, como forma de
XI - receber escolarização e exclusão do processo, atendendo às
profissionalização; circunstâncias e conseqüências do fato, ao
contexto social, bem como à personalidade
XII - realizar atividades culturais, esportivas e do adolescente e sua maior ou menor
de lazer: participação no ato infracional.

XIII - ter acesso aos meios de comunicação Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a
social; concessão da remissão pela autoridade
judiciária importará na suspensão ou extinção
XIV - receber assistência religiosa, segundo a
do processo.
sua crença, e desde que assim o deseje;
Art. 127. A remissão não implica
XV - manter a posse de seus objetos pessoais
necessariamente o reconhecimento ou
e dispor de local seguro para guardá-los,
comprovação da responsabilidade, nem
recebendo comprovante daqueles
prevalece para efeito de antecedentes,
porventura depositados em poder da
podendo incluir eventualmente a aplicação
entidade;
de qualquer das medidas previstas em lei,
exceto a colocação em regime de semi-
XVI - receber, quando de sua desinternação,
liberdade e a internação.
os documentos pessoais indispensáveis à vida
em sociedade.
Art. 128. A medida aplicada por força da
remissão poderá ser revista judicialmente, a
§ 1º Em nenhum caso haverá
qualquer tempo, mediante pedido expresso
incomunicabilidade.
do adolescente ou de seu representante
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender legal, ou do Ministério Público.
temporariamente a visita, inclusive de pais ou
Título IV
responsável, se existirem motivos sérios e
fundados de sua prejudicialidade aos
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou
interesses do adolescente.
Responsável
Art. 125. É dever do Estado zelar pela
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou
integridade física e mental dos internos,
responsável:
cabendo-lhe adotar as medidas adequadas
de contenção e segurança. I - encaminhamento a programa oficial ou
comunitário de proteção à família;
Capítulo V

55
I - encaminhamento a serviços e programas Parágrafo único. Da medida cautelar
oficiais ou comunitários de proteção, apoio e constará, ainda, a fixação provisória dos
promoção da família; (Redação dada dada alimentos de que necessitem a criança ou o
pela Lei nº 13.257, de 2016) adolescente dependentes do
agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415, de
II - inclusão em programa oficial ou 2011)
comunitário de auxílio, orientação e
tratamento a alcoólatras e toxicômanos; Título V

III - encaminhamento a tratamento Do Conselho Tutelar


psicológico ou psiquiátrico;
Capítulo I
IV - encaminhamento a cursos ou programas
de orientação; Disposições Gerais

V - obrigação de matricular o filho ou pupilo Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão


e acompanhar sua freqüência e permanente e autônomo, não jurisdicional,
aproveitamento escolar; encarregado pela sociedade de zelar pelo
cumprimento dos direitos da criança e do
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente, definidos nesta Lei.
adolescente a tratamento especializado;
Art. 132. Em cada Município haverá, no
VII - advertência; mínimo, um Conselho Tutelar composto de
cinco membros, eleitos pelos cidadãos locais
VIII - perda da guarda; para mandato de três anos, permitida uma
reeleição.
IX - destituição da tutela;
Art. 132. Em cada Município haverá, no
X - suspensão ou destituição do pátrio mínimo, um Conselho Tutelar composto de
poder poder familiar . (Expressão substituída cinco membros, escolhidos pela comunidade
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência local para mandato de três anos, permitida
uma recondução. (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único. Na aplicação das medidas
8.242, de 12.10.1991)
previstas nos incisos IX e X deste artigo,
observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24. Art. 132. Em cada Município e em cada
Região Administrativa do Distrito Federal
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-
haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar
tratos, opressão ou abuso sexual impostos
como órgão integrante da administração
pelos pais ou responsável, a autoridade
pública local, composto de 5 (cinco)
judiciária poderá determinar, como medida
membros, escolhidos pela população local
cautelar, o afastamento do agressor da
para mandato de 4 (quatro) anos, permitida 1
moradia comum.
(uma) recondução, mediante novo processo

56
de escolha. (Redação dada pela Lei nº 12.696, III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº
de 2012) 12.696, de 2012)

Art. 132. Em cada Município e em cada IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº


Região Administrativa do Distrito Federal 12.696, de 2012)
haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar
como órgão integrante da administração V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº
pública local, composto de 5 (cinco) 12.696, de 2012)
membros, escolhidos pela população local
para mandato de 4 (quatro) anos, permitida Parágrafo único. Constará da lei orçamentária
recondução por novos processos de municipal previsão dos recursos necessários
escolha. (Redação dada pela Lei nº 13.824, de ao funcionamento do Conselho Tutelar.
2019)
Parágrafo único. Constará da lei
Art. 133. Para a candidatura a membro do orçamentária municipal e da do Distrito
Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes Federal previsão dos recursos necessários ao
requisitos: funcionamento do Conselho Tutelar e à
remuneração e formação continuada dos
I - reconhecida idoneidade moral; conselheiros tutelares. (Redação dada pela
Lei nº 12.696, de 2012)
II - idade superior a vinte e um anos;
Art. 135. O exercício efetivo da função de
III - residir no município. conselheiro constituirá serviço público
relevante, estabelecerá presunção de
Art. 134. Lei municipal disporá sobre local, dia idoneidade moral e assegurará prisão
e horário de funcionamento do Conselho especial, em caso de crime comum, até o
Tutelar, inclusive quanto a eventual julgamento definitivo.
remuneração de seus membros.
Art. 135. O exercício efetivo da função de
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá conselheiro constituirá serviço público
sobre o local, dia e horário de funcionamento relevante e estabelecerá presunção de
do Conselho Tutelar, inclusive quanto à idoneidade moral. (Redação dada pela Lei nº
remuneração dos respectivos membros, aos 12.696, de 2012)
quais é assegurado o direito a: (Redação dada
pela Lei nº 12.696, de 2012) Capítulo II

I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei Das Atribuições do Conselho


nº 12.696, de 2012)
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
II - gozo de férias anuais remuneradas,
acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da I - atender as crianças e adolescentes nas
remuneração mensal; (Incluído pela Lei nº hipóteses previstas nos arts. 98 e 105,
12.696, de 2012) aplicando as medidas previstas no art. 101, I
a VII;

57
II - atender e aconselhar os pais ou XI - representar ao Ministério Público, para
responsável, aplicando as medidas previstas efeito das ações de perda ou suspensão do
no art. 129, I a VII; pátrio poder.

III - promover a execução de suas decisões, XI - representar ao Ministério Público para


podendo para tanto: efeito das ações de perda ou suspensão do
poder familiar, após esgotadas as
a) requisitar serviços públicos nas áreas de possibilidades de manutenção da criança ou
saúde, educação, serviço social, previdência, do adolescente junto à família
trabalho e segurança; natural. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
b) representar junto à autoridade judiciária
nos casos de descumprimento injustificado de XII - promover e incentivar, na comunidade e
suas deliberações. nos grupos profissionais, ações de divulgação
e treinamento para o reconhecimento de
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia sintomas de maus-tratos em crianças e
de fato que constitua infração administrativa adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de
ou penal contra os direitos da criança ou 2014)
adolescente;
Parágrafo único. Se, no exercício de suas
V - encaminhar à autoridade judiciária os atribuições, o Conselho Tutelar entender
casos de sua competência; necessário o afastamento do convívio familiar,
comunicará incontinenti o fato ao Ministério
VI - providenciar a medida estabelecida pela
Público, prestando-lhe informações sobre os
autoridade judiciária, dentre as previstas no
motivos de tal entendimento e as
art. 101, de I a VI, para o adolescente autor
providências tomadas para a orientação, o
de ato infracional;
apoio e a promoção social da
família. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
VII - expedir notificações;
2009) Vigência
VIII - requisitar certidões de nascimento e de
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar
óbito de criança ou adolescente quando
somente poderão ser revistas pela autoridade
necessário;
judiciária a pedido de quem tenha legítimo
IX - assessorar o Poder Executivo local na interesse.
elaboração da proposta orçamentária para
Capítulo III
planos e programas de atendimento dos
direitos da criança e do adolescente;
Da Competência
X - representar, em nome da pessoa e da
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a
família, contra a violação dos direitos
regra de competência constante do art. 147.
previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da
Constituição Federal ; Capítulo IV

58
Da Escolha dos Conselheiros cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho,
padrasto ou madrasta e enteado.
Art. 139. O processo eleitoral para a escolha
dos membros do Conselho Tutelar será Parágrafo único. Estende-se o impedimento
estabelecido em Lei Municipal e realizado sob do conselheiro, na forma deste artigo, em
a presidência de Juiz eleitoral e a fiscalização relação à autoridade judiciária e ao
do Ministério Público. representante do Ministério Público com
atuação na Justiça da Infância e da
Art. 139. O processo para a escolha dos Juventude, em exercício na comarca, foro
membros do Conselho Tutelar será regional ou distrital.
estabelecido em lei municipal e realizado sob
a responsabilidade do Conselho Municipal Título VI
dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a
fiscalização do Ministério Público. (Redação Do Acesso à Justiça
dada pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
Capítulo I
§ 1 o O processo de escolha dos membros do
Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada Disposições Gerais
em todo o território nacional a cada 4 (quatro)
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança
anos, no primeiro domingo do mês de
ou adolescente à Defensoria Pública, ao
outubro do ano subsequente ao da eleição
Ministério Público e ao Poder Judiciário, por
presidencial. (Incluído pela Lei nº 12.696, de
qualquer de seus órgãos.
2012)
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será
§ 2 o A posse dos conselheiros tutelares
prestada aos que dela necessitarem, através
ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano
de defensor público ou advogado nomeado.
subsequente ao processo de
escolha. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
§ 2º As ações judiciais da competência da
Justiça da Infância e da Juventude são isentas
§ 3 o No processo de escolha dos membros
de custas e emolumentos, ressalvada a
do Conselho Tutelar, é vedado ao candidato
hipótese de litigância de má-fé.
doar, oferecer, prometer ou entregar ao
eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão
natureza, inclusive brindes de pequeno
representados e os maiores de dezesseis e
valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
menores de vinte e um anos assistidos por
seus pais, tutores ou curadores, na forma da
Capítulo V
legislação civil ou processual.
Dos Impedimentos
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo curador especial à criança ou adolescente,
Conselho marido e mulher, ascendentes e sempre que os interesses destes colidirem
descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, com os de seus pais ou responsável, ou

59
quando carecer de representação ou Seção II
assistência legal ainda que eventual.
Do Juiz
Art. 143. E vedada a divulgação de atos
judiciais, policiais e administrativos que digam Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei
respeito a crianças e adolescentes a que se é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz
atribua autoria de ato infracional. que exerce essa função, na forma da lei de
organização judiciária local.
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito
do fato não poderá identificar a criança ou Art. 147. A competência será determinada:
adolescente, vedando-se fotografia,
referência a nome, apelido, filiação, I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
parentesco e residência.
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito adolescente, à falta dos pais ou responsável.
do fato não poderá identificar a criança ou
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será
adolescente, vedando-se fotografia,
competente a autoridade do lugar da ação ou
referência a nome, apelido, filiação,
omissão, observadas as regras de conexão,
parentesco, residência e, inclusive, iniciais do
continência e prevenção.
nome e sobrenome. (Redação dada pela Lei
nº 10.764, de 12.11.2003)
§ 2º A execução das medidas poderá ser
delegada à autoridade competente da
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de
residência dos pais ou responsável, ou do
atos a que se refere o artigo anterior somente
local onde sediar-se a entidade que abrigar a
será deferida pela autoridade judiciária
criança ou adolescente.
competente, se demonstrado o interesse e
justificada a finalidade.
§ 3º Em caso de infração cometida através de
transmissão simultânea de rádio ou televisão,
Capítulo II
que atinja mais de uma comarca, será
Da Justiça da Infância e da Juventude competente, para aplicação da penalidade, a
autoridade judiciária do local da sede
Seção I estadual da emissora ou rede, tendo a
sentença eficácia para todas as transmissoras
Disposições Gerais ou retransmissoras do respectivo estado.

Art. 145. Os estados e o Distrito Federal Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude
poderão criar varas especializadas e é competente para:
exclusivas da infância e da juventude,
cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua I - conhecer de representações promovidas
proporcionalidade por número de habitantes, pelo Ministério Público, para apuração de ato
dotá-las de infra-estrutura e dispor sobre o infracional atribuído a adolescente, aplicando
atendimento, inclusive em plantões. as medidas cabíveis;

60
II - conceder a remissão, como forma de e) conceder a emancipação, nos termos da lei
suspensão ou extinção do processo; civil, quando faltarem os pais;

III - conhecer de pedidos de adoção e seus f) designar curador especial em casos de


incidentes; apresentação de queixa ou representação, ou
de outros procedimentos judiciais ou
IV - conhecer de ações civis fundadas em extrajudiciais em que haja interesses de
interesses individuais, difusos ou coletivos criança ou adolescente;
afetos à criança e ao adolescente, observado
o disposto no art. 209; g) conhecer de ações de alimentos;

V - conhecer de ações decorrentes de h) determinar o cancelamento, a retificação e


irregularidades em entidades de o suprimento dos registros de nascimento e
atendimento, aplicando as medidas cabíveis; óbito.

VI - aplicar penalidades administrativas nos Art. 149. Compete à autoridade judiciária


casos de infrações contra norma de proteção disciplinar, através de portaria, ou autorizar,
à criança ou adolescente; mediante alvará:

VII - conhecer de casos encaminhados pelo I - a entrada e permanência de criança ou


Conselho Tutelar, aplicando as medidas adolescente, desacompanhado dos pais ou
cabíveis. responsável, em:

Parágrafo único. Quando se tratar de criança a) estádio, ginásio e campo desportivo;


ou adolescente nas hipóteses do art. 98, é
também competente a Justiça da Infância e b) bailes ou promoções dançantes;
da Juventude para o fim de:
c) boate ou congêneres;
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
d) casa que explore comercialmente
b) conhecer de ações de destituição do pátrio diversões eletrônicas;
poder poder familiar , perda ou modificação
da tutela ou guarda; (Expressão substituída e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência e televisão.

c) suprir a capacidade ou o consentimento II - a participação de criança e adolescente


para o casamento; em:

d) conhecer de pedidos baseados em a) espetáculos públicos e seus ensaios;


discordância paterna ou materna, em relação
b) certames de beleza.
ao exercício do pátrio poder poder
familiar ; (Expressão substituída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência

61
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência
autoridade judiciária levará em conta, dentre de servidores públicos integrantes do Poder
outros fatores: Judiciário responsáveis pela realização dos
estudos psicossociais ou de quaisquer outras
a) os princípios desta Lei; espécies de avaliações técnicas exigidas por
esta Lei ou por determinação judicial, a
b) as peculiaridades locais; autoridade judiciária poderá proceder à
nomeação de perito, nos termos do art. 156
c) a existência de instalações adequadas;
da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015
(Código de Processo Civil) . (Incluído pela Lei
d) o tipo de freqüência habitual ao local;
nº 13.509, de 2017)
e) a adequação do ambiente a eventual
Capítulo III
participação ou freqüência de crianças e
adolescentes;
Dos Procedimentos
f) a natureza do espetáculo.
Seção I
§ 2º As medidas adotadas na conformidade
Disposições Gerais
deste artigo deverão ser fundamentadas,
caso a caso, vedadas as determinações de Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta
caráter geral. Lei aplicam-se subsidiariamente as normas
gerais previstas na legislação processual
Seção III
pertinente.
Dos Serviços Auxiliares
Parágrafo único. É assegurada, sob pena de
responsabilidade, prioridade absoluta na
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na
tramitação dos processos e procedimentos
elaboração de sua proposta orçamentária,
previstos nesta Lei, assim como na execução
prever recursos para manutenção de equipe
dos atos e diligências judiciais a eles
interprofissional, destinada a assessorar a
referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Justiça da Infância e da Juventude.
2009) Vigência
Art. 151. Compete à equipe interprofissional
§ 1º É assegurada, sob pena de
dentre outras atribuições que lhe forem
responsabilidade, prioridade absoluta na
reservadas pela legislação local, fornecer
tramitação dos processos e procedimentos
subsídios por escrito, mediante laudos, ou
previstos nesta Lei, assim como na execução
verbalmente, na audiência, e bem assim
dos atos e diligências judiciais a eles
desenvolver trabalhos de aconselhamento,
referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
orientação, encaminhamento, prevenção e
2009) Vigência
outros, tudo sob a imediata subordinação à
autoridade judiciária, assegurada a livre
§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e
manifestação do ponto de vista técnico.
aplicáveis aos seus procedimentos são

62
contados em dias corridos, excluído o dia do dispensada a qualificação em se tratando de
começo e incluído o dia do vencimento, pedido formulado por representante do
vedado o prazo em dobro para a Fazenda Ministério Público;
Pública e o Ministério Público. (Incluído pela
Lei nº 13.509, de 2017) III - a exposição sumária do fato e o pedido;

Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada IV - as provas que serão produzidas,
não corresponder a procedimento previsto oferecendo, desde logo, o rol de
nesta ou em outra lei, a autoridade judiciária testemunhas e documentos.
poderá investigar os fatos e ordenar de ofício
as providências necessárias, ouvido o Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a
Ministério Público. autoridade judiciária, ouvido o Ministério
Público, decretar a suspensão do pátrio
Parágrafo único. O disposto neste artigo não poder poder familiar , liminar ou
se aplica para o fim de afastamento da criança incidentalmente, até o julgamento definitivo
ou do adolescente de sua família de origem e da causa, ficando a criança ou adolescente
em outros procedimentos necessariamente confiado a pessoa idônea, mediante termo de
contenciosos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de responsabilidade. (Expressão substituída pela
2009) Vigência Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no § 1 o Recebida a petição inicial, a autoridade


art. 214. judiciária determinará, concomitantemente
ao despacho de citação e
Seção II independentemente de requerimento do
interessado, a realização de estudo social ou
Da Perda e da Suspensão do Pátrio Poder perícia por equipe interprofissional ou
Familiar multidisciplinar para comprovar a presença
de uma das causas de suspensão ou
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de destituição do poder familiar, ressalvado o
2009) Vigência disposto no § 10 do art. 101 desta Lei, e
observada a Lei n o 13.431, de 4 de abril de
Art. 155. O procedimento para a perda ou a
2017 . (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
suspensão do pátrio poder poder
familiar terá início por provocação do § 2 o Em sendo os pais oriundos de
Ministério Público ou de quem tenha legítimo comunidades indígenas, é ainda obrigatória a
interesse. (Expressão substituída pela Lei nº intervenção, junto à equipe interprofissional
12.010, de 2009) Vigência ou multidisciplinar referida no § 1 o deste
artigo, de representantes do órgão federal
Art. 156. A petição inicial indicará:
responsável pela política indigenista,
observado o disposto no § 6 do art. 28 desta
o
I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
II - o nome, o estado civil, a profissão e a
residência do requerente e do requerido,

63
Art. 158. O requerido será citado para, no apresentação de resposta, contando-se o
prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, prazo a partir da intimação do despacho de
indicando as provas a serem produzidas e nomeação.
oferecendo desde logo o rol de testemunhas
e documentos. Parágrafo único. Na hipótese de requerido
privado de liberdade, o oficial de justiça
Parágrafo único. Deverão ser esgotados deverá perguntar, no momento da citação
todos os meios para a citação pessoal. pessoal, se deseja que lhe seja nomeado
defensor. (Incluído pela Lei nº 12.962, de
§ 1 o A citação será pessoal, salvo se 2014)
esgotados todos os meios para sua
realização. (Incluído pela Lei nº 12.962, de Art. 160. Sendo necessário, a autoridade
2014) judiciária requisitará de qualquer repartição
ou órgão público a apresentação de
§ 2 o O requerido privado de liberdade deverá documento que interesse à causa, de ofício
ser citado pessoalmente. (Incluído pela Lei nº ou a requerimento das partes ou do
12.962, de 2014) Ministério Público.

§ 3 o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de Art. 161. Não sendo contestado o pedido, a
justiça houver procurado o citando em seu autoridade judiciária dará vista dos autos ao
domicílio ou residência sem o encontrar, Ministério Público, por cinco dias, salvo
deverá, havendo suspeita de ocultação, quando este for o requerente, decidindo em
informar qualquer pessoa da família ou, em igual prazo.
sua falta, qualquer vizinho do dia útil em que
voltará a fim de efetuar a citação, na hora que Art. 161. Se não for contestado o pedido e
designar, nos termos do art. 252 e seguintes tiver sido concluído o estudo social ou a
da Lei n o 13.105, de 16 de março de 2015 perícia realizada por equipe interprofissional
(Código de Processo Civil) . (Incluído pela Lei ou multidisciplinar, a autoridade judiciária
nº 13.509, de 2017) dará vista dos autos ao Ministério Público, por
5 (cinco) dias, salvo quando este for o
§ 4 o Na hipótese de os genitores requerente, e decidirá em igual
encontrarem-se em local incerto ou não prazo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
sabido, serão citados por edital no prazo de 2017)
10 (dez) dias, em publicação única,
dispensado o envio de ofícios para a § 1º Havendo necessidade, a autoridade
localização. (Incluído pela Lei nº 13.509, de judiciária poderá determinar a realização de
2017) estudo social ou perícia por equipe
interprofissional, bem como a oitiva de
Art. 159. Se o requerido não tiver testemunhas.
possibilidade de constituir advogado, sem
prejuízo do próprio sustento e de sua família, § 1 o A autoridade judiciária, de ofício ou a
poderá requerer, em cartório, que lhe seja requerimento das partes ou do Ministério
nomeado dativo, ao qual incumbirá a Público, determinará a realização de estudo

64
social ou perícia por equipe interprofissional da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
ou multidisciplinar, bem como a oitiva de 2009) Vigência
testemunhas que comprovem a presença de
uma das causas de suspensão ou destituição § 4 o É obrigatória a oitiva dos pais sempre
do poder familiar previstas nos arts. que esses forem identificados e estiverem em
1.637 e 1.638 da Lei n o 10.406, de 10 de local conhecido. (Incluído pela Lei nº 12.010,
janeiro de 2002 - Código Civil, ou no art. 24 de 2009) Vigência
desta Lei . (Redação dada pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência § 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre
que eles forem identificados e estiverem em
§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a local conhecido, ressalvados os casos de não
requerimento das partes ou do Ministério comparecimento perante a Justiça quando
Público, determinará a oitiva de testemunhas devidamente citados. (Redação dada pela Lei
que comprovem a presença de uma das nº 13.509, de 2017)
causas de suspensão ou destituição do poder
familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da § 5 o Se o pai ou a mãe estiverem privados de
Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 liberdade, a autoridade judicial requisitará
(Código Civil) , ou no art. 24 desta sua apresentação para a oitiva. (Incluído pela
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de Lei nº 12.962, de 2014)
2017)
Art. 162. Apresentada a resposta, a
§ 2º Se o pedido importar em modificação de autoridade judiciária dará vista dos autos ao
guarda, será obrigatória, desde que possível Ministério Público, por cinco dias, salvo
e razoável, a oitiva da criança ou adolescente. quando este for o requerente, designando,
desde logo, audiência de instrução e
§ 2 o Em sendo os pais oriundos de julgamento.
comunidades indígenas, é ainda obrigatória a
intervenção, junto à equipe profissional ou § 1º A requerimento de qualquer das partes,
multidisciplinar referida no § 1 o deste artigo, do Ministério Público, ou de ofício, a
de representantes do órgão federal autoridade judiciária poderá determinar a
responsável pela política indigenista, realização de estudo social ou, se possível, de
observado o disposto no § 6 do art. 28 desta
o perícia por equipe interprofissional.
Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
§ 1º (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº
2009) Vigência
13.509, de 2017)
§ 2 o (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº
§ 2º Na audiência, presentes as partes e o
13.509, de 2017)
Ministério Público, serão ouvidas as
§ 3 o Se o pedido importar em modificação de testemunhas, colhendo-se oralmente o
guarda, será obrigatória, desde que possível parecer técnico, salvo quando apresentado
e razoável, a oitiva da criança ou adolescente, por escrito, manifestando-se sucessivamente
respeitado seu estágio de desenvolvimento e o requerente, o requerido e o Ministério
grau de compreensão sobre as implicações Público, pelo tempo de vinte minutos cada

65
um, prorrogável por mais dez. A decisão será Art. 163. O prazo máximo para conclusão do
proferida na audiência, podendo a procedimento será de 120 (cento e vinte)
autoridade judiciária, excepcionalmente, dias, e caberá ao juiz, no caso de notória
designar data para sua leitura no prazo inviabilidade de manutenção do poder
máximo de cinco dias. familiar, dirigir esforços para preparar a
criança ou o adolescente com vistas à
§ 2 o Na audiência, presentes as partes e o colocação em família substituta. (Redação
Ministério Público, serão ouvidas as dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
testemunhas, colhendo-se oralmente o
parecer técnico, salvo quando apresentado Parágrafo único. A sentença que decretar a
por escrito, manifestando-se sucessivamente perda ou a suspensão do poder familiar será
o requerente, o requerido e o Ministério averbada à margem do registro de
Público, pelo tempo de 20 (vinte) minutos nascimento da criança ou do
cada um, prorrogável por mais 10 (dez) adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
minutos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, 2009) Vigência
de 2017)
Seção III
§ 3 A decisão será proferida na audiência,
o

podendo a autoridade judiciária, Da Destituição da Tutela


excepcionalmente, designar data para sua
leitura no prazo máximo de 5 (cinco) Art. 164. Na destituição da tutela, observar-
dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) se-á o procedimento para a remoção de tutor
previsto na lei processual civil e, no que
§ 4 o Quando o procedimento de destituição couber, o disposto na seção anterior.
de poder familiar for iniciado pelo Ministério
Público, não haverá necessidade de Seção IV
nomeação de curador especial em favor da
Da Colocação em Família Substituta
criança ou adolescente. (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017)
Art. 165. São requisitos para a concessão de
pedidos de colocação em família substituta:
Art. 163. A sentença que decretar a perda ou
a suspensão do pátrio poder poder
I - qualificação completa do requerente e de
familiar será averbada à margem do registro
seu eventual cônjuge, ou companheiro, com
de nascimento da criança ou
expressa anuência deste;
adolescente. (Expressão substituída pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência II - indicação de eventual parentesco do
requerente e de seu cônjuge, ou
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do
companheiro, com a criança ou adolescente,
procedimento será de 120 (cento e vinte)
especificando se tem ou não parente vivo;
dias. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência III - qualificação completa da criança ou
adolescente e de seus pais, se conhecidos;

66
IV - indicação do cartório onde foi inscrito declarações. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
nascimento, anexando, se possível, uma cópia 2009) Vigência
da respectiva certidão;
§ 1 o Na hipótese de concordância dos pais, o
V - declaração sobre a existência de bens, juiz: (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
direitos ou rendimentos relativos à criança ou 2017)
ao adolescente.
I - na presença do Ministério Público, ouvirá
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, as partes, devidamente assistidas por
observar-se-ão também os requisitos advogado ou por defensor público, para
específicos. verificar sua concordância com a adoção, no
prazo máximo de 10 (dez) dias, contado da
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem data do protocolo da petição ou da entrega
sido destituídos ou suspensos do pátrio da criança em juízo, tomando por termo as
poder poder familiar , ou houverem aderido declarações; e (Incluído pela Lei nº 13.509, de
expressamente ao pedido de colocação em 2017)
família substituta, este poderá ser formulado
diretamente em cartório, em petição assinada II - declarará a extinção do poder
pelos próprios requerentes. (Expressão familiar. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
substituída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 2 o O consentimento dos titulares do poder
familiar será precedido de orientações e
Parágrafo único. Na hipótese de esclarecimentos prestados pela equipe
concordância dos pais, eles serão ouvidos interprofissional da Justiça da Infância e da
pela autoridade judiciária e pelo Juventude, em especial, no caso de adoção,
representante do Ministério Público, sobre a irrevogabilidade da medida. (Incluído
tomando-se por termo as declarações. pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem § 3 o O consentimento dos titulares do poder
sido destituídos ou suspensos do poder familiar será colhido pela autoridade judiciária
familiar, ou houverem aderido expressamente competente em audiência, presente o
ao pedido de colocação em família substituta, Ministério Público, garantida a livre
este poderá ser formulado diretamente em manifestação de vontade e esgotados os
cartório, em petição assinada pelos próprios esforços para manutenção da criança ou do
requerentes, dispensada a assistência de adolescente na família natural ou
advogado. (Redação dada pela Lei nº 12.010, extensa. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
de 2009) Vigência 2009) Vigência

§ 1 o Na hipótese de concordância dos pais, § 3 o São garantidos a livre manifestação de


esses serão ouvidos pela autoridade judiciária vontade dos detentores do poder familiar e o
e pelo representante do Ministério Público, direito ao sigilo das informações. (Redação
tomando-se por termo as dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

67
§ 4 o O consentimento prestado por escrito Infância e da Juventude, preferencialmente
não terá validade se não for ratificado na com apoio dos técnicos responsáveis pela
audiência a que se refere o § 3 o deste execução da política municipal de garantia do
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de direito à convivência familiar. (Redação dada
2009) Vigência pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 4 o O consentimento prestado por escrito Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou


não terá validade se não for ratificado na a requerimento das partes ou do Ministério
audiência a que se refere o § 1 o deste Público, determinará a realização de estudo
artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de social ou, se possível, perícia por equipe
2017) interprofissional, decidindo sobre a
concessão de guarda provisória, bem como,
§ 5 o O consentimento é retratável até a data no caso de adoção, sobre o estágio de
da publicação da sentença constitutiva da convivência.
adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência Parágrafo único. Deferida a concessão da
guarda provisória ou do estágio de
§ 5 o O consentimento é retratável até a data convivência, a criança ou o adolescente será
da realização da audiência especificada no § entregue ao interessado, mediante termo de
1 o deste artigo, e os pais podem exercer o responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010,
arrependimento no prazo de 10 (dez) dias, de 2009) Vigência
contado da data de prolação da sentença de
extinção do poder familiar. (Redação dada Art. 168. Apresentado o relatório social ou o
pela Lei nº 13.509, de 2017) laudo pericial, e ouvida, sempre que possível,
a criança ou o adolescente, dar-se-á vista dos
§ 6 o O consentimento somente terá valor se autos ao Ministério Público, pelo prazo de
for dado após o nascimento da cinco dias, decidindo a autoridade judiciária
criança. (Incluído pela Lei nº 12.010, de em igual prazo.
2009) Vigência
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição
§ 7 o A família substituta receberá a devida da tutela, a perda ou a suspensão do pátrio
orientação por intermédio de equipe técnica poder poder familiar constituir pressuposto
interprofissional a serviço do Poder Judiciário, lógico da medida principal de colocação em
preferencialmente com apoio dos técnicos família substituta, será observado o
responsáveis pela execução da política procedimento contraditório previsto nas
municipal de garantia do direito à convivência Seções II e III deste Capítulo. (Expressão
familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de substituída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência 2009) Vigência

§ 7 o A família natural e a família substituta Parágrafo único. A perda ou a modificação da


receberão a devida orientação por guarda poderá ser decretada nos mesmos
intermédio de equipe técnica autos do procedimento, observado o
interprofissional a serviço da Justiça da disposto no art. 35.

68
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, II - apreender o produto e os instrumentos da
observar-se-á o disposto no art. 32, e, quanto infração;
à adoção, o contido no art. 47.
III - requisitar os exames ou perícias
Parágrafo único. A colocação de criança ou necessários à comprovação da materialidade
adolescente sob a guarda de pessoa inscrita e autoria da infração.
em programa de acolhimento familiar será
comunicada pela autoridade judiciária à Parágrafo único. Nas demais hipóteses de
entidade por este responsável no prazo flagrante, a lavratura do auto poderá ser
máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº substituída por boletim de ocorrência
12.010, de 2009) Vigência circunstanciada.

Seção V Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais


ou responsável, o adolescente será
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a prontamente liberado pela autoridade
Adolescente policial, sob termo de compromisso e
responsabilidade de sua apresentação ao
Art. 171. O adolescente apreendido por força representante do Ministério Público, no
de ordem judicial será, desde logo, mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro
encaminhado à autoridade judiciária. dia útil imediato, exceto quando, pela
gravidade do ato infracional e sua
Art. 172. O adolescente apreendido em repercussão social, deva o adolescente
flagrante de ato infracional será, desde logo, permanecer sob internação para garantia de
encaminhado à autoridade policial sua segurança pessoal ou manutenção da
competente. ordem pública.

Parágrafo único. Havendo repartição policial Art. 175. Em caso de não liberação, a
especializada para atendimento de autoridade policial encaminhará, desde logo,
adolescente e em se tratando de ato o adolescente ao representante do Ministério
infracional praticado em co-autoria com Público, juntamente com cópia do auto de
maior, prevalecerá a atribuição da repartição apreensão ou boletim de ocorrência.
especializada, que, após as providências
necessárias e conforme o caso, encaminhará § 1º Sendo impossível a apresentação
o adulto à repartição policial própria. imediata, a autoridade policial encaminhará o
adolescente à entidade de atendimento, que
Art. 173. Em caso de flagrante de ato fará a apresentação ao representante do
infracional cometido mediante violência ou Ministério Público no prazo de vinte e quatro
grave ameaça a pessoa, a autoridade policial, horas.
sem prejuízo do disposto nos arts. 106,
parágrafo único, e 107, deverá: § 2º Nas localidades onde não houver
entidade de atendimento, a apresentação far-
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as se-á pela autoridade policial. À falta de
testemunhas e o adolescente; repartição policial especializada, o

69
adolescente aguardará a apresentação em requisitar o concurso das polícias civil e
dependência separada da destinada a militar.
maiores, não podendo, em qualquer
hipótese, exceder o prazo referido no Art. 180. Adotadas as providências a que
parágrafo anterior. alude o artigo anterior, o representante do
Ministério Público poderá:
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a
autoridade policial encaminhará I - promover o arquivamento dos autos;
imediatamente ao representante do
Ministério Público cópia do auto de II - conceder a remissão;
apreensão ou boletim de ocorrência.
III - representar à autoridade judiciária para
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, aplicação de medida sócio-educativa.
houver indícios de participação de
Art. 181. Promovido o arquivamento dos
adolescente na prática de ato infracional, a
autos ou concedida a remissão pelo
autoridade policial encaminhará ao
representante do Ministério Público,
representante do Ministério Público relatório
mediante termo fundamentado, que conterá
das investigações e demais documentos.
o resumo dos fatos, os autos serão conclusos
Art. 178. O adolescente a quem se atribua à autoridade judiciária para homologação.
autoria de ato infracional não poderá ser
§ 1º Homologado o arquivamento ou a
conduzido ou transportado em
remissão, a autoridade judiciária determinará,
compartimento fechado de veículo policial,
conforme o caso, o cumprimento da medida.
em condições atentatórias à sua dignidade,
ou que impliquem risco à sua integridade
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará
física ou mental, sob pena de
remessa dos autos ao Procurador-Geral de
responsabilidade.
Justiça, mediante despacho fundamentado, e
este oferecerá representação, designará
Art. 179. Apresentado o adolescente, o
outro membro do Ministério Público para
representante do Ministério Público, no
apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou
mesmo dia e à vista do auto de apreensão,
a remissão, que só então estará a autoridade
boletim de ocorrência ou relatório policial,
judiciária obrigada a homologar.
devidamente autuados pelo cartório judicial e
com informação sobre os antecedentes do
Art. 182. Se, por qualquer razão, o
adolescente, procederá imediata e
representante do Ministério Público não
informalmente à sua oitiva e, em sendo
promover o arquivamento ou conceder a
possível, de seus pais ou responsável, vítima
remissão, oferecerá representação à
e testemunhas.
autoridade judiciária, propondo a instauração
de procedimento para aplicação da medida
Parágrafo único. Em caso de não
sócio-educativa que se afigurar a mais
apresentação, o representante do Ministério
adequada.
Público notificará os pais ou responsável para
apresentação do adolescente, podendo

70
§ 1º A representação será oferecida por Art. 185. A internação, decretada ou mantida
petição, que conterá o breve resumo dos pela autoridade judiciária, não poderá ser
fatos e a classificação do ato infracional e, cumprida em estabelecimento prisional.
quando necessário, o rol de testemunhas,
podendo ser deduzida oralmente, em sessão § 1º Inexistindo na comarca entidade com as
diária instalada pela autoridade judiciária. características definidas no art. 123, o
adolescente deverá ser imediatamente
§ 2º A representação independe de prova transferido para a localidade mais próxima.
pré-constituída da autoria e materialidade.
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência,
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável o adolescente aguardará sua remoção em
para a conclusão do procedimento, estando o repartição policial, desde que em seção
adolescente internado provisoriamente, será isolada dos adultos e com instalações
de quarenta e cinco dias. apropriadas, não podendo ultrapassar o
prazo máximo de cinco dias, sob pena de
Art. 184. Oferecida a representação, a responsabilidade.
autoridade judiciária designará audiência de
apresentação do adolescente, decidindo, Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus
desde logo, sobre a decretação ou pais ou responsável, a autoridade judiciária
manutenção da internação, observado o procederá à oitiva dos mesmos, podendo
disposto no art. 108 e parágrafo. solicitar opinião de profissional qualificado.

§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável § 1º Se a autoridade judiciária entender


serão cientificados do teor da representação, adequada a remissão, ouvirá o representante
e notificados a comparecer à audiência, do Ministério Público, proferindo decisão.
acompanhados de advogado.
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação
§ 2º Se os pais ou responsável não forem de medida de internação ou colocação em
localizados, a autoridade judiciária dará regime de semi-liberdade, a autoridade
curador especial ao adolescente. judiciária, verificando que o adolescente não
possui advogado constituído, nomeará
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a defensor, designando, desde logo, audiência
autoridade judiciária expedirá mandado de em continuação, podendo determinar a
busca e apreensão, determinando o realização de diligências e estudo do caso.
sobrestamento do feito, até a efetiva
apresentação. § 3º O advogado constituído ou o defensor
nomeado, no prazo de três dias contado da
§ 4º Estando o adolescente internado, será audiência de apresentação, oferecerá defesa
requisitada a sua apresentação, sem prejuízo prévia e rol de testemunhas.
da notificação dos pais ou responsável.
§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as
testemunhas arroladas na representação e na
defesa prévia, cumpridas as diligências e

71
juntado o relatório da equipe II - quando não for encontrado o adolescente,
interprofissional, será dada a palavra ao a seus pais ou responsável, sem prejuízo do
representante do Ministério Público e ao defensor.
defensor, sucessivamente, pelo tempo de
vinte minutos para cada um, prorrogável por § 1º Sendo outra a medida aplicada, a
mais dez, a critério da autoridade judiciária, intimação far-se-á unicamente na pessoa do
que em seguida proferirá decisão. defensor.

Art. 187. Se o adolescente, devidamente § 2º Recaindo a intimação na pessoa do


notificado, não comparecer, adolescente, deverá este manifestar se deseja
injustificadamente à audiência de ou não recorrer da sentença.
apresentação, a autoridade judiciária
designará nova data, determinando sua Seção V-A
condução coercitiva. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)

Art. 188. A remissão, como forma de extinção Da Infiltração de Agentes de Polícia para a
ou suspensão do processo, poderá ser Investigação de Crimes contra a Dignidade
aplicada em qualquer fase do procedimento, Sexual de Criança e de Adolescente”
antes da sentença.
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará na internet com o fim de investigar os crimes
qualquer medida, desde que reconheça na previstos nos arts. 240 , 241 , 241-A , 241-
sentença: B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-
A , 217-A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-
I - estar provada a inexistência do fato; Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal) , obedecerá às seguintes
II - não haver prova da existência do fato; regras: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)

III - não constituir o fato ato infracional; I – será precedida de autorização judicial
devidamente circunstanciada e
IV - não existir prova de ter o adolescente fundamentada, que estabelecerá os limites da
concorrido para o ato infracional. infiltração para obtenção de prova, ouvido o
Ministério Público; (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, 13.441, de 2017)
estando o adolescente internado, será
imediatamente colocado em liberdade. II – dar-se-á mediante requerimento do
Ministério Público ou representação de
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar delegado de polícia e conterá a
medida de internação ou regime de semi- demonstração de sua necessidade, o alcance
liberdade será feita: das tarefas dos policiais, os nomes ou
apelidos das pessoas investigadas e, quando
I - ao adolescente e ao seu defensor;
possível, os dados de conexão ou cadastrais

72
que permitam a identificação dessas ao juiz responsável pela autorização da
pessoas; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) medida, que zelará por seu sigilo. (Incluído
pela Lei nº 13.441, de 2017)
III – não poderá exceder o prazo de 90
(noventa) dias, sem prejuízo de eventuais Parágrafo único. Antes da conclusão da
renovações, desde que o total não exceda a operação, o acesso aos autos será reservado
720 (setecentos e vinte) dias e seja ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado
demonstrada sua efetiva necessidade, a de polícia responsável pela operação, com o
critério da autoridade judicial. (Incluído pela objetivo de garantir o sigilo das
Lei nº 13.441, de 2017) investigações. (Incluído pela Lei nº 13.441, de
2017)
§ 1 º A autoridade judicial e o Ministério
Público poderão requisitar relatórios parciais Art. 190-C. Não comete crime o policial que
da operação de infiltração antes do término oculta a sua identidade para, por meio da
do prazo de que trata o inciso II do § 1 º deste internet, colher indícios de autoria e
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) materialidade dos crimes previstos nos arts.
240 , 241 , 241-A , 241-B , 241-C e 241-D
§ 2 º Para efeitos do disposto no inciso I do § desta Lei e nos arts. 154-A , 217-
1 º deste artigo, consideram-se: (Incluído pela A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº
Lei nº 13.441, de 2017) 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal) . (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
I – dados de conexão: informações referentes
a hora, data, início, término, duração, Parágrafo único. O agente policial infiltrado
endereço de Protocolo de Internet (IP) que deixar de observar a estrita finalidade da
utilizado e terminal de origem da investigação responderá pelos excessos
conexão; (Incluído pela Lei nº 13.441, de praticados. (Incluído pela Lei nº 13.441, de
2017) 2017)

II – dados cadastrais: informações referentes Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro


a nome e endereço de assinante ou de público poderão incluir nos bancos de dados
usuário registrado ou autenticado para a próprios, mediante procedimento sigiloso e
conexão a quem endereço de IP, requisição da autoridade judicial, as
identificação de usuário ou código de acesso informações necessárias à efetividade da
tenha sido atribuído no momento da identidade fictícia criada. (Incluído pela Lei nº
conexão. 13.441, de 2017)

§ 3 º A infiltração de agentes de polícia na Parágrafo único. O procedimento sigiloso de


internet não será admitida se a prova puder que trata esta Seção será numerado e
ser obtida por outros meios. (Incluído pela Lei tombado em livro específico. (Incluído pela
nº 13.441, de 2017) Lei nº 13.441, de 2017)

Art. 190-B. As informações da operação de Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os


infiltração serão encaminhadas diretamente atos eletrônicos praticados durante a

73
operação deverão ser registrados, gravados, designará audiência de instrução e
armazenados e encaminhados ao juiz e ao julgamento, intimando as partes.
Ministério Público, juntamente com relatório
circunstanciado. (Incluído pela Lei nº 13.441, § 1º Salvo manifestação em audiência, as
de 2017) partes e o Ministério Público terão cinco dias
para oferecer alegações finais, decidindo a
Parágrafo único. Os atos eletrônicos autoridade judiciária em igual prazo.
registrados citados no caput deste artigo
serão reunidos em autos apartados e § 2º Em se tratando de afastamento
apensados ao processo criminal juntamente provisório ou definitivo de dirigente de
com o inquérito policial, assegurando-se a entidade governamental, a autoridade
preservação da identidade do agente policial judiciária oficiará à autoridade administrativa
infiltrado e a intimidade das crianças e dos imediatamente superior ao afastado,
adolescentes envolvidos. (Incluído pela Lei nº marcando prazo para a substituição.
13.441, de 2017)
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a
Seção VI autoridade judiciária poderá fixar prazo para
a remoção das irregularidades verificadas.
Da Apuração de Irregularidades em Satisfeitas as exigências, o processo será
Entidade de Atendimento extinto, sem julgamento de mérito.

Art. 191. O procedimento de apuração de § 4º A multa e a advertência serão impostas


irregularidades em entidade governamental e ao dirigente da entidade ou programa de
não-governamental terá início mediante atendimento.
portaria da autoridade judiciária ou
representação do Ministério Público ou do Seção VII
Conselho Tutelar, onde conste,
necessariamente, resumo dos fatos. Da Apuração de Infração Administrativa às
Normas de Proteção à Criança e ao
Parágrafo único. Havendo motivo grave, Adolescente
poderá a autoridade judiciária, ouvido o
Ministério Público, decretar liminarmente o Art. 194. O procedimento para imposição de
afastamento provisório do dirigente da penalidade administrativa por infração às
entidade, mediante decisão fundamentada. normas de proteção à criança e ao
adolescente terá início por representação do
Art. 192. O dirigente da entidade será citado Ministério Público, ou do Conselho Tutelar,
para, no prazo de dez dias, oferecer resposta ou auto de infração elaborado por servidor
escrita, podendo juntar documentos e indicar efetivo ou voluntário credenciado, e assinado
as provas a produzir. por duas testemunhas, se possível.

Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e § 1º No procedimento iniciado com o auto de


sendo necessário, a autoridade judiciária infração, poderão ser usadas fórmulas

74
impressas, especificando-se a natureza e as prorrogável por mais dez, a critério da
circunstâncias da infração. autoridade judiciária, que em seguida
proferirá sentença.
§ 2º Sempre que possível, à verificação da
infração seguir-se-á a lavratura do auto, Seção VIII
certificando-se, em caso contrário, dos (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
motivos do retardamento. Da Habilitação de Pretendentes à Adoção

Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias Art. 197-A. Os postulantes à adoção,
para apresentação de defesa, contado da domiciliados no Brasil, apresentarão petição
data da intimação, que será feita: inicial na qual conste: (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
I - pelo autuante, no próprio auto, quando
este for lavrado na presença do requerido; I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
II - por oficial de justiça ou funcionário
legalmente habilitado, que entregará cópia II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº
do auto ou da representação ao requerido, ou 12.010, de 2009) Vigência
a seu representante legal, lavrando certidão;
III - cópias autenticadas de certidão de
III - por via postal, com aviso de recebimento, nascimento ou casamento, ou declaração
se não for encontrado o requerido ou seu relativa ao período de união estável; (Incluído
representante legal; pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

IV - por edital, com prazo de trinta dias, se IV - cópias da cédula de identidade e inscrição
incerto ou não sabido o paradeiro do no Cadastro de Pessoas Físicas; (Incluído pela
requerido ou de seu representante legal. Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no V - comprovante de renda e


prazo legal, a autoridade judiciária dará vista domicílio; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
dos autos do Ministério Público, por cinco 2009) Vigência
dias, decidindo em igual prazo.
VI - atestados de sanidade física e
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade mental (Incluído pela Lei nº 12.010, de
judiciária procederá na conformidade do 2009) Vigência
artigo anterior, ou, sendo necessário,
designará audiência de instrução e VII - certidão de antecedentes
julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de criminais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência 2009) Vigência

Parágrafo único. Colhida a prova oral, VIII - certidão negativa de distribuição


manifestar-se-ão sucessivamente o Ministério cível. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Público e o procurador do requerido, pelo 2009) Vigência
tempo de vinte minutos para cada um,
75
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo necessidades específicas de saúde ou com
de 48 (quarenta e oito) horas, dará vista dos deficiências e de grupos de irmãos. (Incluído
autos ao Ministério Público, que no prazo de pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
5 (cinco) dias poderá: (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência § 1 o É obrigatória a participação dos
postulantes em programa oferecido pela
I - apresentar quesitos a serem respondidos Justiça da Infância e da Juventude,
pela equipe interprofissional encarregada de preferencialmente com apoio dos técnicos
elaborar o estudo técnico a que se refere o responsáveis pela execução da política
art. 197-C desta Lei; (Incluído pela Lei nº municipal de garantia do direito à convivência
12.010, de 2009) Vigência familiar e dos grupos de apoio à adoção
devidamente habilitados perante a Justiça da
II - requerer a designação de audiência para Infância e da Juventude, que inclua
oitiva dos postulantes em juízo e preparação psicológica, orientação e
testemunhas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou
2009) Vigência de adolescentes com deficiência, com
doenças crônicas ou com necessidades
III - requerer a juntada de documentos específicas de saúde, e de grupos de
complementares e a realização de outras irmãos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
diligências que entender 2017)
necessárias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 2 o Sempre que possível e recomendável, a
etapa obrigatória da preparação referida no §
Art. 197-C. Intervirá no feito, 1 o deste artigo incluirá o contato com
obrigatoriamente, equipe interprofissional a crianças e adolescentes em regime de
serviço da Justiça da Infância e da Juventude, acolhimento familiar ou institucional em
que deverá elaborar estudo psicossocial, que condições de serem adotados, a ser realizado
conterá subsídios que permitam aferir a sob a orientação, supervisão e avaliação da
capacidade e o preparo dos postulantes para equipe técnica da Justiça da Infância e da
o exercício de uma paternidade ou Juventude, com o apoio dos técnicos
maternidade responsável, à luz dos requisitos responsáveis pelo programa de acolhimento
e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº familiar ou institucional e pela execução da
12.010, de 2009) Vigência política municipal de garantia do direito à
convivência familiar. (Incluído pela Lei nº
§ 1 o É obrigatória a participação dos
12.010, de 2009) Vigência
postulantes em programa oferecido pela
Justiça da Infância e da Juventude § 2 o Sempre que possível e recomendável, a
preferencialmente com apoio dos técnicos etapa obrigatória da preparação referida no §
responsáveis pela execução da política 1 o deste artigo incluirá o contato com
municipal de garantia do direito à convivência crianças e adolescentes em regime de
familiar, que inclua preparação psicológica, acolhimento familiar ou institucional, a ser
orientação e estímulo à adoção inter-racial, realizado sob orientação, supervisão e
de crianças maiores ou de adolescentes, com avaliação da equipe técnica da Justiça da

76
Infância e da Juventude e dos grupos de § 1 o A ordem cronológica das habilitações
apoio à adoção, com apoio dos técnicos somente poderá deixar de ser observada pela
responsáveis pelo programa de acolhimento autoridade judiciária nas hipóteses previstas
familiar e institucional e pela execução da no § 13 do art. 50 desta Lei, quando
política municipal de garantia do direito à comprovado ser essa a melhor solução no
convivência familiar. (Redação dada pela Lei interesse do adotando. (Incluído pela Lei nº
nº 13.509, de 2017) 12.010, de 2009) Vigência

§ 3 o É recomendável que as crianças e os § 2 o A recusa sistemática na adoção das


adolescentes acolhidos institucionalmente ou crianças ou adolescentes indicados importará
por família acolhedora sejam preparados por na reavaliação da habilitação
equipe interprofissional antes da inclusão em concedida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
família adotiva. (Incluído pela Lei nº 13.509, 2009) Vigência
de 2017)
§ 2 o A habilitação à adoção deverá ser
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão renovada no mínimo trienalmente mediante
da participação no programa referido no art. avaliação por equipe
197-C desta Lei, a autoridade judiciária, no interprofissional. (Redação dada pela Lei nº
prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá 13.509, de 2017)
acerca das diligências requeridas pelo
Ministério Público e determinará a juntada do § 3 o Quando o adotante candidatar-se a uma
estudo psicossocial, designando, conforme o nova adoção, será dispensável a renovação
caso, audiência de instrução e da habilitação, bastando a avaliação por
julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de equipe interprofissional. (Incluído pela Lei nº
2009) Vigência 13.509, de 2017)

Parágrafo único. Caso não sejam requeridas § 4 o Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo
diligências, ou sendo essas indeferidas, a habilitado, à adoção de crianças ou
autoridade judiciária determinará a juntada adolescentes indicados dentro do perfil
do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista escolhido, haverá reavaliação da habilitação
dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) concedida. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela 2017)
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 5 o A desistência do pretendente em relação
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o à guarda para fins de adoção ou a devolução
postulante será inscrito nos cadastros da criança ou do adolescente depois do
referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua trânsito em julgado da sentença de adoção
convocação para a adoção feita de acordo importará na sua exclusão dos cadastros de
com ordem cronológica de habilitação e adoção e na vedação de renovação da
conforme a disponibilidade de crianças ou habilitação, salvo decisão judicial
adolescentes adotáveis. (Incluído pela Lei nº fundamentada, sem prejuízo das demais
12.010, de 2009) Vigência sanções previstas na legislação
vigente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

77
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão IV - o agravado será intimado para, no prazo
da habilitação à adoção será de 120 (cento e de cinco dias, oferecer resposta e indicar as
vinte) dias, prorrogável por igual período, peças a serem trasladadas; (Revogado pela
mediante decisão fundamentada da Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017) V - será de quarenta e oito horas o prazo para
a extração, a conferência e o conserto do
Capítulo IV traslado; (Revogado pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Dos Recursos
VI - a apelação será recebida em seu efeito
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça devolutivo. Será também conferido efeito
da Infância e da Juventude fica adotado o suspensivo quando interposta contra
sistema recursal do Código de Processo Civil, sentença que deferir a adoção por
aprovado pela Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro estrangeiro e, a juízo da autoridade judiciária,
de 1973 , e suas alterações posteriores, com sempre que houver perigo de dano
as seguintes adaptações: irreparável ou de difícil reparação; (Revogado
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça
da Infância e da Juventude, inclusive os VII - antes de determinar a remessa dos autos
relativos à execução das medidas à superior instância, no caso de apelação, ou
socioeducativas, adotar-se-á o sistema do instrumento, no caso de agravo, a
recursal da Lei n o 5.869, de 11 de janeiro de autoridade judiciária proferirá despacho
1973 (Código de Processo Civil) , com as fundamentado, mantendo ou reformando a
seguintes adaptações: (Redação dada pela decisão, no prazo de cinco dias;
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
VIII - mantida a decisão apelada ou agravada,
I - os recursos serão interpostos o escrivão remeterá os autos ou o
independentemente de preparo; instrumento à superior instância dentro de
vinte e quatro horas, independentemente de
II - em todos os recursos, salvo o de agravo novo pedido do recorrente; se a reformar, a
de instrumento e de embargos de declaração, remessa dos autos dependerá de pedido
o prazo para interpor e para responder será expresso da parte interessada ou do
sempre de dez dias; Ministério Público, no prazo de cinco dias,
contados da intimação.
II - em todos os recursos, salvo nos embargos
de declaração, o prazo para o Ministério Art. 199. Contra as decisões proferidas com
Público e para a defesa será sempre de 10 base no art. 149 caberá recurso de apelação.
(dez) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.594,
de 2012) (Vide) Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção
produz efeito desde logo, embora sujeita a
III - os recursos terão preferência de apelação, que será recebida exclusivamente
julgamento e dispensarão revisor; no efeito devolutivo, salvo se se tratar de

78
adoção internacional ou se houver perigo de Capítulo V
dano irreparável ou de difícil reparação ao
adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Do Ministério Público
2009) Vigência
Art. 200. As funções do Ministério Público
Art. 199-B. A sentença que destituir ambos previstas nesta Lei serão exercidas nos termos
ou qualquer dos genitores do poder familiar da respectiva lei orgânica.
fica sujeita a apelação, que deverá ser
recebida apenas no efeito Art. 201. Compete ao Ministério Público:
devolutivo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
I - conceder a remissão como forma de
2009) Vigência
exclusão do processo;
Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos
II - promover e acompanhar os
de adoção e de destituição de poder familiar,
procedimentos relativos às infrações
em face da relevância das questões, serão
atribuídas a adolescentes;
processados com prioridade absoluta,
devendo ser imediatamente distribuídos,
III - promover e acompanhar as ações de
ficando vedado que aguardem, em qualquer
alimentos e os procedimentos de suspensão
situação, oportuna distribuição, e serão
e destituição do pátrio poder poder familiar ,
colocados em mesa para julgamento sem
nomeação e remoção de tutores, curadores e
revisão e com parecer urgente do Ministério
guardiães, bem como oficiar em todos os
Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
demais procedimentos da competência da
2009) Vigência
Justiça da Infância e da
Juventude; (Expressão substituída pela Lei nº
Art. 199-D. O relator deverá colocar o
12.010, de 2009) Vigência
processo em mesa para julgamento no prazo
máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos
conclusão. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
interessados, a especialização e a inscrição de
2009) Vigência
hipoteca legal e a prestação de contas dos
tutores, curadores e quaisquer
Parágrafo único. O Ministério Público será
administradores de bens de crianças e
intimado da data do julgamento e poderá na
adolescentes nas hipóteses do art. 98;
sessão, se entender necessário, apresentar
oralmente seu parecer. (Incluído pela Lei nº
V - promover o inquérito civil e a ação civil
12.010, de 2009) Vigência
pública para a proteção dos interesses
individuais, difusos ou coletivos relativos à
Art. 199-E. O Ministério Público poderá
infância e à adolescência, inclusive os
requerer a instauração de procedimento para
definidos no art. 220, § 3º inciso II, da
apuração de responsabilidades se constatar o
Constituição Federal ;
descumprimento das providências e do prazo
previstos nos artigos anteriores. (Incluído pela
VI - instaurar procedimentos administrativos
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
e, para instruí-los:

79
a) expedir notificações para colher necessárias à remoção de irregularidades
depoimentos ou esclarecimentos e, em caso porventura verificadas;
de não comparecimento injustificado,
requisitar condução coercitiva, inclusive pela XII - requisitar força policial, bem como a
polícia civil ou militar; colaboração dos serviços médicos,
hospitalares, educacionais e de assistência
b) requisitar informações, exames, perícias e social, públicos ou privados, para o
documentos de autoridades municipais, desempenho de suas atribuições.
estaduais e federais, da administração direta
ou indireta, bem como promover inspeções e § 1º A legitimação do Ministério Público para
diligências investigatórias; as ações cíveis previstas neste artigo não
impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses,
c) requisitar informações e documentos a segundo dispuserem a Constituição e esta
particulares e instituições privadas; Lei.

VII - instaurar sindicâncias, requisitar § 2º As atribuições constantes deste artigo


diligências investigatórias e determinar a não excluem outras, desde que compatíveis
instauração de inquérito policial, para com a finalidade do Ministério Público.
apuração de ilícitos ou infrações às normas de
proteção à infância e à juventude; § 3º O representante do Ministério Público,
no exercício de suas funções, terá livre acesso
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e a todo local onde se encontre criança ou
garantias legais assegurados às crianças e adolescente.
adolescentes, promovendo as medidas
judiciais e extrajudiciais cabíveis; § 4º O representante do Ministério Público
será responsável pelo uso indevido das
IX - impetrar mandado de segurança, de informações e documentos que requisitar, nas
injunção e habeas corpus, em qualquer juízo, hipóteses legais de sigilo.
instância ou tribunal, na defesa dos interesses
sociais e individuais indisponíveis afetos à § 5º Para o exercício da atribuição de que
criança e ao adolescente; trata o inciso VIII deste artigo, poderá o
representante do Ministério Público:
X - representar ao juízo visando à aplicação de
penalidade por infrações cometidas contra as a) reduzir a termo as declarações do
normas de proteção à infância e à juventude, reclamante, instaurando o competente
sem prejuízo da promoção da procedimento, sob sua presidência;
responsabilidade civil e penal do infrator,
quando cabível; b) entender-se diretamente com a pessoa ou
autoridade reclamada, em dia, local e horário
XI - inspecionar as entidades públicas e previamente notificados ou acertados;
particulares de atendimento e os programas
de que trata esta Lei, adotando de pronto as c) efetuar recomendações visando à melhoria
medidas administrativas ou judiciais dos serviços públicos e de relevância pública

80
afetos à criança e ao adolescente, fixando § 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-
prazo razoável para sua perfeita adequação. lhe-á nomeado pelo juiz, ressalvado o direito
de, a todo tempo, constituir outro de sua
Art. 202. Nos processos e procedimentos em preferência.
que não for parte, atuará obrigatoriamente o
Ministério Público na defesa dos direitos e § 2º A ausência do defensor não determinará
interesses de que cuida esta Lei, hipótese em o adiamento de nenhum ato do processo,
que terá vista dos autos depois das partes, devendo o juiz nomear substituto, ainda que
podendo juntar documentos e requerer provisoriamente, ou para o só efeito do ato.
diligências, usando os recursos cabíveis.
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato,
Art. 203. A intimação do Ministério Público, quando se tratar de defensor nomeado ou,
em qualquer caso, será feita pessoalmente. sido constituído, tiver sido indicado por
ocasião de ato formal com a presença da
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério autoridade judiciária.
Público acarreta a nulidade do feito, que será
declarada de ofício pelo juiz ou a Capítulo VII
requerimento de qualquer interessado.
Da Proteção Judicial dos Interesses
Art. 205. As manifestações processuais do Individuais, Difusos e Coletivos
representante do Ministério Público deverão
ser fundamentadas. Art. 208. Regem-se pelas disposições desta
Lei as ações de responsabilidade por ofensa
Capítulo VI aos direitos assegurados à criança e ao
adolescente, referentes ao não oferecimento
Do Advogado ou oferta irregular:

Art. 206. A criança ou o adolescente, seus I - do ensino obrigatório;


pais ou responsável, e qualquer pessoa que
tenha legítimo interesse na solução da lide II - de atendimento educacional especializado
poderão intervir nos procedimentos de que aos portadores de deficiência;
trata esta Lei, através de advogado, o qual
será intimado para todos os atos, III - de atendimento em creche e pré-escola às
pessoalmente ou por publicação oficial, crianças de zero a seis anos de idade;
respeitado o segredo de justiça.
III – de atendimento em creche e pré-escola
Parágrafo único. Será prestada assistência às crianças de zero a cinco anos de
judiciária integral e gratuita àqueles que dela idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de
necessitarem. 2016)

Art. 207. Nenhum adolescente a quem se IV - de ensino noturno regular, adequado às


atribua a prática de ato infracional, ainda que condições do educando;
ausente ou foragido, será processado sem
defensor.
81
V - de programas suplementares de oferta de protegidos pela Constituição e pela
material didático-escolar, transporte e Lei. (Renumerado do Parágrafo único pela Lei
assistência à saúde do educando do ensino nº 11.259, de 2005)
fundamental;
§ 2 o A investigação do desaparecimento de
VI - de serviço de assistência social visando à crianças ou adolescentes será realizada
proteção à família, à maternidade, à infância imediatamente após notificação aos órgãos
e à adolescência, bem como ao amparo às competentes, que deverão comunicar o fato
crianças e adolescentes que dele necessitem; aos portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e
companhias de transporte interestaduais e
VII - de acesso às ações e serviços de saúde; internacionais, fornecendo-lhes todos os
dados necessários à identificação do
VIII - de escolarização e profissionalização dos desaparecido. (Incluído pela Lei nº 11.259, de
adolescentes privados de liberdade. 2005)

IX - de ações, serviços e programas de Art. 209. As ações previstas neste Capítulo


orientação, apoio e promoção social de serão propostas no foro do local onde
famílias e destinados ao pleno exercício do ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão,
direito à convivência familiar por crianças e cujo juízo terá competência absoluta para
adolescentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de processar a causa, ressalvadas a competência
2009) Vigência da Justiça Federal e a competência originária
dos tribunais superiores.
X - de programas de atendimento para a
execução das medidas socioeducativas e Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em
aplicação de medidas de proteção. (Incluído interesses coletivos ou difusos, consideram-se
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) legitimados concorrentemente:

XI - de políticas e programas integrados de I - o Ministério Público;


atendimento à criança e ao adolescente
vítima ou testemunha de violência. (Incluído II - a União, os estados, os municípios, o
pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência) Distrito Federal e os territórios;

Parágrafo único. As hipóteses previstas neste III - as associações legalmente constituídas há


artigo não excluem da proteção judicial pelo menos um ano e que incluam entre seus
outros interesses individuais, difusos ou fins institucionais a defesa dos interesses e
coletivos, próprios da infância e da direitos protegidos por esta Lei, dispensada a
adolescência, protegidos pela Constituição e autorização da assembleia, se houver prévia
pela lei. autorização estatutária.

§ 1 o As hipóteses previstas neste artigo não § 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo


excluem da proteção judicial outros entre os Ministérios Públicos da União e dos
interesses individuais, difusos ou coletivos, estados na defesa dos interesses e direitos de
próprios da infância e da adolescência, que cuida esta Lei.

82
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da se for suficiente ou compatível com a
ação por associação legitimada, o Ministério obrigação, fixando prazo razoável para o
Público ou outro legitimado poderá assumir a cumprimento do preceito.
titularidade ativa.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados trânsito em julgado da sentença favorável ao
poderão tomar dos interessados autor, mas será devida desde o dia em que se
compromisso de ajustamento de sua conduta houver configurado o descumprimento.
às exigências legais, o qual terá eficácia de
título executivo extrajudicial. Art. 214. Os valores das multas reverterão ao
fundo gerido pelo Conselho dos Direitos da
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses Criança e do Adolescente do respectivo
protegidos por esta Lei, são admissíveis todas município.
as espécies de ações pertinentes.
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste após o trânsito em julgado da decisão serão
Capítulo as normas do Código de Processo exigidas através de execução promovida pelo
Civil. Ministério Público, nos mesmos autos,
facultada igual iniciativa aos demais
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de legitimados.
autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do poder § 2º Enquanto o fundo não for
público, que lesem direito líquido e certo regulamentado, o dinheiro ficará depositado
previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, em estabelecimento oficial de crédito, em
que se regerá pelas normas da lei do conta com correção monetária.
mandado de segurança.
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o suspensivo aos recursos, para evitar dano
cumprimento de obrigação de fazer ou não irreparável à parte.
fazer, o juiz concederá a tutela específica da
obrigação ou determinará providências que Art. 216. Transitada em julgado a sentença
assegurem o resultado prático equivalente ao que impuser condenação ao poder público, o
do adimplemento. juiz determinará a remessa de peças à
autoridade competente, para apuração da
§ 1º Sendo relevante o fundamento da responsabilidade civil e administrativa do
demanda e havendo justificado receio de agente a que se atribua a ação ou omissão.
ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz
conceder a tutela liminarmente ou após Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito
justificação prévia, citando o réu. em julgado da sentença condenatória sem
que a associação autora lhe promova a
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo execução, deverá fazê-lo o Ministério Público,
anterior ou na sentença, impor multa diária ao facultada igual iniciativa aos demais
réu, independentemente de pedido do autor, legitimados.

83
Art. 218. O juiz condenará a associação autora exames ou perícias, no prazo que assinalar, o
a pagar ao réu os honorários advocatícios qual não poderá ser inferior a dez dias úteis.
arbitrados na conformidade do § 4º do art. 20
da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973 § 1º Se o órgão do Ministério Público,
(Código de Processo Civil) , quando esgotadas todas as diligências, se convencer
reconhecer que a pretensão é da inexistência de fundamento para a
manifestamente infundada. propositura da ação cível, promoverá o
arquivamento dos autos do inquérito civil ou
Parágrafo único. Em caso de litigância de má- das peças informativas, fazendo-o
fé, a associação autora e os diretores fundamentadamente.
responsáveis pela propositura da ação serão
solidariamente condenados ao décuplo das § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de
custas, sem prejuízo de responsabilidade por informação arquivados serão remetidos, sob
perdas e danos. pena de se incorrer em falta grave, no prazo
de três dias, ao Conselho Superior do
Art. 219. Nas ações de que trata este Ministério Público.
Capítulo, não haverá adiantamento de custas,
emolumentos, honorários periciais e § 3º Até que seja homologada ou rejeitada a
quaisquer outras despesas. promoção de arquivamento, em sessão do
Conselho Superior do Ministério público,
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o poderão as associações legitimadas
servidor público deverá provocar a iniciativa apresentar razões escritas ou documentos,
do Ministério Público, prestando-lhe que serão juntados aos autos do inquérito ou
informações sobre fatos que constituam anexados às peças de informação.
objeto de ação civil, e indicando-lhe os
elementos de convicção. § 4º A promoção de arquivamento será
submetida a exame e deliberação do
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os Conselho Superior do Ministério Público,
juízos e tribunais tiverem conhecimento de conforme dispuser o seu regimento.
fatos que possam ensejar a propositura de
ação civil, remeterão peças ao Ministério § 5º Deixando o Conselho Superior de
Público para as providências cabíveis. homologar a promoção de arquivamento,
designará, desde logo, outro órgão do
Art. 222. Para instruir a petição inicial, o Ministério Público para o ajuizamento da
interessado poderá requerer às autoridades ação.
competentes as certidões e informações que
julgar necessárias, que serão fornecidas no Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no
prazo de quinze dias. que couber, as disposições da Lei n.º 7.347,
de 24 de julho de 1985 .
Art. 223. O Ministério Público poderá
instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, Título VII
ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo
público ou particular, certidões, informações, Dos Crimes e Das Infrações Administrativas

84
Capítulo I referidos no art. 10 desta Lei, bem como de
fornecer à parturiente ou a seu responsável,
Dos Crimes por ocasião da alta médica, declaração de
nascimento, onde constem as intercorrências
Seção I do parto e do desenvolvimento do neonato:

Disposições Gerais Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes Parágrafo único. Se o crime é culposo:
praticados contra a criança e o adolescente,
por ação ou omissão, sem prejuízo do Pena - detenção de dois a seis meses, ou
disposto na legislação penal. multa.

Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou
nesta Lei as normas da Parte Geral do Código dirigente de estabelecimento de atenção à
Penal e, quanto ao processo, as pertinentes saúde de gestante de identificar
ao Código de Processo Penal. corretamente o neonato e a parturiente, por
ocasião do parto, bem como deixar de
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de proceder aos exames referidos no art. 10
ação pública incondicionada. desta Lei:

Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista Pena - detenção de seis meses a dois anos.
no inciso I do caput do art. 92 do Decreto-Lei
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Penal), para os crimes previstos nesta Lei,
praticados por servidores públicos com abuso Pena - detenção de dois a seis meses, ou
de autoridade, são condicionados à multa.
ocorrência de reincidência. (Incluído pela
Lei nº 13.869. de 2019) Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de
sua liberdade, procedendo à sua apreensão
Parágrafo único. A perda do cargo, do sem estar em flagrante de ato infracional ou
mandato ou da função, nesse caso, inexistindo ordem escrita da autoridade
independerá da pena aplicada na judiciária competente:
reincidência. (Incluído pela Lei nº 13.869.
de 2019) Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Seção II Parágrafo único. Incide na mesma pena


aquele que procede à apreensão sem
Dos Crimes em Espécie observância das formalidades legais.

Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou Art. 231. Deixar a autoridade policial
o dirigente de estabelecimento de atenção à responsável pela apreensão de criança ou
saúde de gestante de manter registro das adolescente de fazer imediata comunicação à
atividades desenvolvidas, na forma e prazo

85
autoridade judiciária competente e à família Art. 234. Deixar a autoridade competente,
do apreendido ou à pessoa por ele indicada: sem justa causa, de ordenar a imediata
liberação de criança ou adolescente, tão logo
Pena - detenção de seis meses a dois anos. tenha conhecimento da ilegalidade da
apreensão:
Art. 232. Submeter criança ou adolescente
sob sua autoridade, guarda ou vigilância a Pena - detenção de seis meses a dois anos.
vexame ou a constrangimento:
Art. 235. Descumprir, injustificadamente,
Pena - detenção de seis meses a dois anos. prazo fixado nesta Lei em benefício de
adolescente privado de liberdade:
Art. 233. Submeter criança ou adolescente
sob sua autoridade, guarda ou vigilância a Pena - detenção de seis meses a dois anos.
tortura: (Revogado pela Lei nº 9.455, de
7.4.1997 Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de
autoridade judiciária, membro do Conselho
Pena - reclusão de um a cinco Tutelar ou representante do Ministério
anos. (Revogado pela Lei nº 9.455, de Público no exercício de função prevista nesta
7.4.1997 : Lei:

§ 1º Se resultar lesão corporal Pena - detenção de seis meses a dois anos.


grave: (Revogado pela Lei nº 9.455, de
7.4.1997 : Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao
poder de quem o tem sob sua guarda em
Pena - reclusão de dois a oito virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de
anos. (Revogado pela Lei nº 9.455, de colocação em lar substituto:
7.4.1997 :
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
§ 2º Se resultar lesão corporal
gravíssima: (Revogado pela Lei nº 9.455, de Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de
7.4.1997 : filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou
recompensa:
Pena - reclusão de quatro a doze
anos. (Revogado pela Lei nº 9.455, de Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
7.4.1997 :
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas
§ 3º Se resultar morte: (Revogado pela Lei nº quem oferece ou efetiva a paga ou
9.455, de 7.4.1997 : recompensa.

Pena - reclusão de quinze a trinta Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de


anos. (Revogado pela Lei nº 9.455, de ato destinado ao envio de criança ou
7.4.1997 : adolescente para o exterior com
inobservância das formalidades legais ou com
o fito de obter lucro:

86
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa. II - se o agente comete o crime com o fim de
obter para si ou para outrem vantagem
Parágrafo único. Se há emprego de violência, patrimonial.
grave ameaça ou fraude: (Incluído pela Lei nº
10.764, de 12.11.2003) Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir,
fotografar, filmar ou registrar, por qualquer
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, meio, cena de sexo explícito ou pornográfica,
além da pena correspondente à violência. envolvendo criança ou adolescente: (Redação
dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 240. Produzir ou dirigir representação
teatral, televisiva ou película cinematográfica, Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos,
utilizando-se de criança ou adolescente em e multa. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de
cena de sexo explícito ou pornográfica: 2008)

Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa. § 1 o Incorre nas mesmas penas quem
agencia, facilita, recruta, coage, ou de
Parágrafo único. Incorre na mesma pena qualquer modo intermedeia a participação de
quem, nas condições referidas neste artigo, criança ou adolescente nas cenas referidas
contracena com criança ou adolescente. no caput deste artigo, ou ainda quem com
esses contracena. (Redação dada pela Lei nº
Art. 240. Produzir ou dirigir representação
11.829, de 2008)
teatral, televisiva, cinematográfica, atividade
fotográfica ou de qualquer outro meio visual, § 2 o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se
utilizando-se de criança ou adolescente em o agente comete o crime: (Redação dada pela
cena pornográfica, de sexo explícito ou Lei nº 11.829, de 2008)
vexatória: (Redação dada pela Lei nº 10.764,
de 12.11.2003) I – no exercício de cargo ou função pública ou
a pretexto de exercê-la; (Redação dada pela
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e Lei nº 11.829, de 2008)
multa.
II – prevalecendo-se de relações domésticas,
§ 1 o Incorre na mesma pena quem, nas de coabitação ou de hospitalidade;
condições referidas neste artigo, contracena ou (Redação dada pela Lei nº 11.829, de
com criança ou adolescente. (Renumerado do 2008)
parágrafo único, pela Lei nº 10.764, de
12.11.2003) III – prevalecendo-se de relações de
parentesco consanguíneo ou afim até o
§ 2 o A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) terceiro grau, ou por adoção, de tutor,
anos: (Incluído pela Lei nº 10.764, de curador, preceptor, empregador da vítima ou
12.11.2003) de quem, a qualquer outro título, tenha
autoridade sobre ela, ou com seu
I - se o agente comete o crime no exercício de
consentimento. (Incluído pela Lei nº 11.829,
cargo ou função;
de 2008)

87
Art. 241. Fotografar ou publicar cena de sexo II - se o agente comete o crime com o fim de
explícito ou pornográfica envolvendo criança obter para si ou para outrem vantagem
ou adolescente: patrimonial.

Pena - reclusão de um a quatro anos. Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia,
vídeo ou outro registro que contenha cena de
Art. 241. Apresentar, produzir, vender, sexo explícito ou pornográfica envolvendo
fornecer, divulgar ou publicar, por qualquer criança ou adolescente: (Redação dada pela
meio de comunicação, inclusive rede mundial Lei nº 11.829, de 2008)
de computadores ou internet, fotografias ou
imagens com pornografia ou cenas de sexo Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos,
explícito envolvendo criança ou e multa. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de
adolescente: (Redação dada pela Lei nº 2008)
10.764, de 12.11.2003)
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar,
Pena - reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por
multa. qualquer meio, inclusive por meio de sistema
de informática ou telemático, fotografia,
§ 1 o Incorre na mesma pena quem: (Incluído vídeo ou outro registro que contenha cena de
pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003) sexo explícito ou pornográfica envolvendo
criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº
I - agencia, autoriza, facilita ou, de qualquer 11.829, de 2008)
modo, intermedeia a participação de criança
ou adolescente em produção referida neste Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e
artigo; multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

II - assegura os meios ou serviços para o § 1 o Nas mesmas penas incorre


armazenamento das fotografias, cenas ou quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
imagens produzidas na forma do caput deste
artigo; I – assegura os meios ou serviços para o
armazenamento das fotografias, cenas ou
III - assegura, por qualquer meio, o acesso, na imagens de que trata o caput deste
rede mundial de computadores ou internet, artigo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
das fotografias, cenas ou imagens produzidas
na forma do caput deste artigo. II – assegura, por qualquer meio, o acesso por
rede de computadores às fotografias, cenas
§ 2 o A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) ou imagens de que trata o caput deste
anos: (Incluído pela Lei nº 10.764, de artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
12.11.2003)
§ 2 o As condutas tipificadas nos incisos I e II
I - se o agente comete o crime prevalecendo- do § 1 o deste artigo são puníveis quando o
se do exercício de cargo ou função; responsável legal pela prestação do serviço,
oficialmente notificado, deixa de desabilitar o

88
acesso ao conteúdo ilícito de que trata policial, ao Ministério Público ou ao Poder
o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº Judiciário. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
11.829, de 2008) 2008)

Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, § 3 o As pessoas referidas no § 2 o deste artigo


por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra deverão manter sob sigilo o material ilícito
forma de registro que contenha cena de sexo referido. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
explícito ou pornográfica envolvendo criança
ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, Art. 241-C. Simular a participação de criança
de 2008) ou adolescente em cena de sexo explícito ou
pornográfica por meio de adulteração,
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, montagem ou modificação de fotografia,
e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) vídeo ou qualquer outra forma de
representação visual: (Incluído pela Lei nº
§ 1 o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois 11.829, de 2008)
terços) se de pequena quantidade o material
a que se refere o caput deste artigo. (Incluído Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e
pela Lei nº 11.829, de 2008) multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

§ 2 o Não há crime se a posse ou o Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas


armazenamento tem a finalidade de quem vende, expõe à venda, disponibiliza,
comunicar às autoridades competentes a distribui, publica ou divulga por qualquer
ocorrência das condutas descritas nos arts. meio, adquire, possui ou armazena o material
240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a produzido na forma do caput deste
comunicação for feita por: (Incluído pela Lei artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
nº 11.829, de 2008)
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou
I – agente público no exercício de suas constranger, por qualquer meio de
funções; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) comunicação, criança, com o fim de com ela
praticar ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº
II – membro de entidade, legalmente 11.829, de 2008)
constituída, que inclua, entre suas finalidades
institucionais, o recebimento, o Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e
processamento e o encaminhamento de multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
notícia dos crimes referidos neste
parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre
2008) quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

III – representante legal e funcionários I – facilita ou induz o acesso à criança de


responsáveis de provedor de acesso ou material contendo cena de sexo explícito ou
serviço prestado por meio de rede de pornográfica com o fim de com ela praticar
computadores, até o recebimento do ato libidinoso; (Incluído pela Lei nº 11.829, de
material relativo à notícia feita à autoridade 2008)

89
II – pratica as condutas descritas produtos cujos componentes possam causar
no caput deste artigo com o fim de induzir dependência física ou psíquica: (Redação
criança a se exibir de forma pornográfica ou dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
sexualmente explícita. (Incluído pela Lei nº
11.829, de 2008) Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,
e multa, se o fato não constitui crime mais
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos grave. (Redação dada pela Lei nº 13.106, de
nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito 2015)
ou pornográfica” compreende qualquer
situação que envolva criança ou adolescente Art. 244. Vender, fornecer ainda que
em atividades sexuais explícitas, reais ou gratuitamente ou entregar, de qualquer
simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de forma, a criança ou adolescente fogos de
uma criança ou adolescente para fins estampido ou de artifício, exceto aqueles
primordialmente sexuais. (Incluído pela Lei nº que, pelo seu reduzido potencial, sejam
11.829, de 2008) incapazes de provocar qualquer dano físico
em caso de utilização indevida:
Art. 242. Vender, fornecer ainda que
gratuitamente ou entregar, de qualquer Pena - detenção de seis meses a dois anos, e
forma, a criança ou adolescente arma, multa.
munição ou explosivo:
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente,
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e como tais definidos no caput do art. 2 o desta
multa. Lei, à prostituição ou à exploração
sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) 23.6.2000)
anos. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de
12.11.2003) Pena - reclusão de quatro a dez anos, e multa.

Art. 243. Vender, fornecer ainda que Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa,
gratuitamente, ministrar ou entregar, de além da perda de bens e valores utilizados na
qualquer forma, a criança ou adolescente, prática criminosa em favor do Fundo dos
sem justa causa, produtos cujos componentes Direitos da Criança e do Adolescente da
possam causar dependência física ou unidade da Federação (Estado ou Distrito
psíquica, ainda que por utilização indevida: Federal) em que foi cometido o crime,
ressalvado o direito de terceiro de boa-
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e fé. (Redação dada pela Lei nº 13.440, de
multa, se o fato não constitui crime mais 2017)
grave.
§ 1 o Incorrem nas mesmas penas o
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar proprietário, o gerente ou o responsável pelo
ou entregar, ainda que gratuitamente, de local em que se verifique a submissão de
qualquer forma, a criança ou a adolescente, criança ou adolescente às práticas referidas
bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros

90
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº confirmação de maus-tratos contra criança ou
9.975, de 23.6.2000) adolescente:

§ 2 o Constitui efeito obrigatório da Pena - multa de três a vinte salários de


condenação a cassação da licença de referência, aplicando-se o dobro em caso de
localização e de funcionamento do reincidência.
estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 9.975,
de 23.6.2000) Art. 246. Impedir o responsável ou
funcionário de entidade de atendimento o
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a exercício dos direitos constantes nos incisos
corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:
com ele praticando infração penal ou
induzindo-o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº Pena - multa de três a vinte salários de
12.015, de 2009) referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem
autorização devida, por qualquer meio de
§ 1 o Incorre nas penas previstas comunicação, nome, ato ou documento de
no caput deste artigo quem pratica as procedimento policial, administrativo ou
condutas ali tipificadas utilizando-se de judicial relativo a criança ou adolescente a
quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas que se atribua ato infracional:
de bate-papo da internet. (Incluído pela Lei nº
12.015, de 2009) Pena - multa de três a vinte salários de
referência, aplicando-se o dobro em caso de
§ 2 o As penas previstas no caput deste artigo reincidência.
são aumentadas de um terço no caso de a
infração cometida ou induzida estar incluída § 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total
no rol do art. 1 o da Lei n o 8.072, de 25 de ou parcialmente, fotografia de criança ou
julho de 1990 . (Incluído pela Lei nº 12.015, de adolescente envolvido em ato infracional, ou
2009) qualquer ilustração que lhe diga respeito ou
se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de
Capítulo II forma a permitir sua identificação, direta ou
indiretamente.
Das Infrações Administrativas
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de
Art. 245. Deixar o médico, professor ou imprensa ou emissora de rádio ou televisão,
responsável por estabelecimento de atenção além da pena prevista neste artigo, a
à saúde e de ensino fundamental, pré-escola autoridade judiciária poderá determinar a
ou creche, de comunicar à autoridade apreensão da publicação ou a suspensão da
competente os casos de que tenha programação da emissora até por dois dias,
conhecimento, envolvendo suspeita ou bem como da publicação do periódico até

91
por dois números. (Expressão declarada Art. 250. Hospedar criança ou adolescente
inconstitucional pela ADIN 869). desacompanhado dos pais ou responsável, ou
sem autorização escrita desses ou da
Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel
judiciária de seu domicílio, no prazo de cinco ou congênere: (Redação dada pela Lei nº
dias, com o fim de regularizar a guarda, 12.038, de 2009).
adolescente trazido de outra comarca para a
prestação de serviço doméstico, mesmo que Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº
autorizado pelos pais ou responsável: (Vide 12.038, de 2009).
Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência) (Revogado
pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência) § 1 º Em caso de reincidência, sem prejuízo da
pena de multa, a autoridade judiciária poderá
Pena - multa de três a vinte salários de determinar o fechamento do estabelecimento
referência, aplicando-se o dobro em caso de por até 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei nº
reincidência, independentemente das 12.038, de 2009).
despesas de retorno do adolescente, se for o
caso. (Revogado pela Lei nº 13.431, de § 2 º Se comprovada a reincidência em
2017) (Vigência) período inferior a 30 (trinta) dias, o
estabelecimento será definitivamente
Art. 249. Descumprir, dolosa ou fechado e terá sua licença cassada. (Incluído
culposamente, os deveres inerentes ao pátrio pela Lei nº 12.038, de 2009).
poder poder familiar ou decorrente de tutela
ou guarda, bem assim determinação da Art. 251. Transportar criança ou adolescente,
autoridade judiciária ou Conselho por qualquer meio, com inobservância do
Tutelar: (Expressão substituída pela Lei nº disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
12.010, de 2009) Vigência
Pena - multa de três a vinte salários de
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
reincidência.
Art. 252. Deixar o responsável por diversão
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente, ou espetáculo público de afixar, em lugar
desacompanhado dos pais ou responsável ou visível e de fácil acesso, à entrada do local de
sem autorização escrita destes, ou da exibição, informação destacada sobre a
autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel natureza da diversão ou espetáculo e a faixa
ou congênere: etária especificada no certificado de
classificação:
Pena - multa de dez a cinqüenta salários de
referência; em caso de reincidência, a Pena - multa de três a vinte salários de
autoridade judiciária poderá determinar o referência, aplicando-se o dobro em caso de
fechamento do estabelecimento por até reincidência.
quinze dias.

92
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou fechamento do estabelecimento por até
quaisquer representações ou espetáculos, quinze dias.
sem indicar os limites de idade a que não se
recomendem: Art. 257. Descumprir obrigação constante
dos arts. 78 e 79 desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de
referência, duplicada em caso de Pena - multa de três a vinte salários de
reincidência, aplicável, separadamente, à referência, duplicando-se a pena em caso de
casa de espetáculo e aos órgãos de reincidência, sem prejuízo de apreensão da
divulgação ou publicidade. revista ou publicação.

Art. 254. Transmitir, através de rádio ou Art. 258. Deixar o responsável pelo
televisão, espetáculo em horário diverso do estabelecimento ou o empresário de observar
autorizado ou sem aviso de sua o que dispõe esta Lei sobre o acesso de
classificação: (Expressão declarada criança ou adolescente aos locais de diversão,
inconstitucional pela ADI 2.404). ou sobre sua participação no espetáculo:

Pena - multa de vinte a cem salários de Pena - multa de três a vinte salários de
referência; duplicada em caso de reincidência referência; em caso de reincidência, a
a autoridade judiciária poderá determinar a autoridade judiciária poderá determinar o
suspensão da programação da emissora por fechamento do estabelecimento por até
até dois dias. quinze dias.

Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou Art. 258-A. Deixar a autoridade competente
congênere classificado pelo órgão de providenciar a instalação e
competente como inadequado às crianças ou operacionalização dos cadastros previstos no
adolescentes admitidos ao espetáculo: art. 50 e no § 11 do art. 101 desta
Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Pena - multa de vinte a cem salários de 2009) Vigência
referência; na reincidência, a autoridade
poderá determinar a suspensão do Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$
espetáculo ou o fechamento do 3.000,00 (três mil reais). (Incluído pela Lei nº
estabelecimento por até quinze dias. 12.010, de 2009) Vigência

Art. 256. Vender ou locar a criança ou Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a
adolescente fita de programação em vídeo, autoridade que deixa de efetuar o
em desacordo com a classificação atribuída cadastramento de crianças e de adolescentes
pelo órgão competente: em condições de serem adotadas, de pessoas
ou casais habilitados à adoção e de crianças e
Pena - multa de três a vinte salários de adolescentes em regime de acolhimento
referência; em caso de reincidência, a institucional ou familiar. (Incluído pela Lei nº
autoridade judiciária poderá determinar o 12.010, de 2009) Vigência

93
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou Parágrafo único. Compete aos estados e
dirigente de estabelecimento de atenção à municípios promoverem a adaptação de seus
saúde de gestante de efetuar imediato órgãos e programas às diretrizes e princípios
encaminhamento à autoridade judiciária de estabelecidos nesta Lei.
caso de que tenha conhecimento de mãe ou
gestante interessada em entregar seu filho Art. 260. Os contribuintes do imposto de
para adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010, de renda poderão abater da renda bruta 100%
2009) Vigência (cem por cento) do valor das doações feitas
aos fundos controlados pelos Conselhos
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos
3.000,00 (três mil reais). (Incluído pela Lei nº da Criança e do Adolescente, observado o
12.010, de 2009) Vigência seguinte:

Parágrafo único. Incorre na mesma pena o I - limite de 10% (dez por cento) da renda
funcionário de programa oficial ou bruta para pessoa física;
comunitário destinado à garantia do direito à
convivência familiar que deixa de efetuar a II - limite de 5% (cinco por cento) da renda
comunicação referida no caput deste bruta para pessoa jurídica.
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência Art. 260. Os contribuintes poderão deduzir
do imposto devido, na declaração do Imposto
Art. 258-C. Descumprir a proibição sobre a Renda, o total das doações feitas aos
estabelecida no inciso II do art. 81: (Redação Fundos dos Direitos da Criança e do
dada pela Lei nº 13.106, de 2015) Adolescente - nacional, estaduais ou
municipais - devidamente comprovadas,
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a obedecidos os limites estabelecidos em
R$ 10.000,00 (dez mil reais); (Redação dada Decreto do Presidente da
pela Lei nº 13.106, de 2015) República. (Redação dada pela Lei nº 8.242,
de 12.10.1991) (Vide)
Medida Administrativa - interdição do
estabelecimento comercial até o Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar
recolhimento da multa aplicada. (Redação doações aos Fundos dos Direitos da Criança
dada pela Lei nº 13.106, de 2015) e do Adolescente nacional, distrital, estaduais
ou municipais, devidamente comprovadas,
Disposições Finais e Transitórias sendo essas integralmente deduzidas do
imposto de renda, obedecidos os seguintes
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias limites: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
contados da publicação deste Estatuto, 2012) (Vide)
elaborará projeto de lei dispondo sobre a
criação ou adaptação de seus órgãos às I - 1% (um por cento) do imposto sobre a
diretrizes da política de atendimento fixadas renda devido apurado pelas pessoas jurídicas
no art. 88 e ao que estabelece o Título V do tributadas com base no lucro real; e (Redação
Livro II. dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

94
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a § 2º Os Conselhos Municipais, Estaduais e
renda apurado pelas pessoas físicas na Nacional dos Direitos da Criança e do
Declaração de Ajuste Anual, observado o Adolescente fixarão critérios de utilização,
disposto no art. 22 da Lei n o 9.532, de 10 de através de planos de aplicação das doações
dezembro de 1997 . (Redação dada pela Lei subsidiadas e demais receitas, aplicando
nº 12.594, de 2012) (Vide) necessariamente percentual para incentivo ao
acolhimento, sob a forma de guarda, de
§ 1º - As deduções a que se refere este artigo criança ou adolescente, órfãos ou
não estão sujeitas a outros limites abandonado, na forma do disposto no art.
estabelecidos na legislação do imposto de 227, § 3º, VI, da Constituição Federal .
renda, nem excluem ou reduzem outros
benefícios ou abatimentos e deduções em § 2 o Os conselhos nacional, estaduais e
vigor, de maneira especial as doações a municipais dos direitos da criança e do
entidades de utilidade pública. (Revogado adolescente fixarão critérios de utilização, por
pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de meio de planos de aplicação, das dotações
efeito) subsidiadas e demais receitas, aplicando
necessariamente percentual para incentivo ao
§ 1 o -A. Na definição das prioridades a serem acolhimento, sob a forma de guarda, de
atendidas com os recursos captados pelos crianças e adolescentes e para programas de
Fundos Nacional, Estaduais e Municipais dos atenção integral à primeira infância em áreas
Direitos da Criança e do Adolescente, serão de maior carência socioeconômica e em
consideradas as disposições do Plano situações de calamidade. (Redação dada pela
Nacional de Promoção, Proteção e Defesa Lei nº 13.257, de 2016)
dos Direitos de Crianças e Adolescentes à
Convivência Familiar, bem como as regras e § 3º O Departamento da Receita Federal, do
princípios relativos à garantia do direito à Ministério da Economia, Fazenda e
convivência familiar previstos nesta Planejamento, regulamentará a comprovação
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de das doações feitas aos fundos, nos termos
2009) Vigência deste artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de
12.10.1991)
§ 1 o -A. Na definição das prioridades a serem
atendidas com os recursos captados pelos § 4º O Ministério Público determinará em
fundos nacional, estaduais e municipais dos cada comarca a forma de fiscalização da
direitos da criança e do adolescente, serão aplicação, pelo Fundo Municipal dos Direitos
consideradas as disposições do Plano da Criança e do Adolescente, dos incentivos
Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do fiscais referidos neste artigo. (Incluído pela
Direito de Crianças e Adolescentes à Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
Convivência Familiar e Comunitária e as do
Plano Nacional pela Primeira § 5 o A destinação de recursos provenientes
Infância. (Redação dada dada pela Lei nº dos fundos mencionados neste artigo não
13.257, de 2016) desobriga os Entes Federados à previsão, no
orçamento dos respectivos órgãos
encarregados da execução das políticas

95
públicas de assistência social, educação e II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de
saúde, dos recursos necessários à 2012) (Vide)
implementação das ações, serviços e
programas de atendimento a crianças, III - 3% (três por cento) a partir do exercício
adolescentes e famílias, em respeito ao de 2012. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
princípio da prioridade absoluta estabelecido 2012) (Vide)
pelo caput do art. 227 da Constituição
Federal e pelo caput e parágrafo único do art. § 2 oA dedução de que trata
4 o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de o caput : (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2009) Vigência 2012) (Vide)

§ 5 o Observado o disposto no § 4 o do art. I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento)


3 o da Lei n o 9.249, de 26 de dezembro de do imposto sobre a renda apurado na
1995 , a dedução de que trata o inciso I declaração de que trata o inciso II
do caput : (Redação dada pela Lei nº 12.594, do caput do art. 260; (Incluído pela Lei nº
de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)

I - será considerada isoladamente, não se II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído
submetendo a limite em conjunto com outras pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
deduções do imposto; e (Incluído pela Lei nº
a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído
12.594, de 2012) (Vide)
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - não poderá ser computada como despesa
b) apresentar declaração em formulário;
operacional na apuração do lucro
ou (Incluído pela Lei nº 12.594, de
real. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
2012) (Vide)
c) entregar a declaração fora do
Art. 260-A. A partir do exercício de 2010,
prazo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
ano-calendário de 2009, a pessoa física
2012) (Vide)
poderá optar pela doação de que trata o
inciso II do caput do art. 260 diretamente em
III - só se aplica às doações em espécie;
sua Declaração de Ajuste Anual. (Incluído
e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou
§ 1 o A doação de que trata o caput poderá
deduções em vigor. (Incluído pela Lei nº
ser deduzida até os seguintes percentuais
12.594, de 2012) (Vide)
aplicados sobre o imposto apurado na
declaração: (Incluído pela Lei nº 12.594, de § 3 o O pagamento da doação deve ser
2012) (Vide) efetuado até a data de vencimento da
primeira quota ou quota única do imposto,
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de
observadas instruções específicas da
2012) (Vide)
Secretaria da Receita Federal do

96
Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de Art. 260-C. As doações de que trata o art.
2012) (Vide) 260 desta Lei podem ser efetuadas em
espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº
§ 4 o O não pagamento da doação no prazo 12.594, de 2012) (Vide)
estabelecido no § 3 o implica a glosa definitiva
desta parcela de dedução, ficando a pessoa Parágrafo único. As doações efetuadas em
física obrigada ao recolhimento da diferença espécie devem ser depositadas em conta
de imposto devido apurado na Declaração de específica, em instituição financeira pública,
Ajuste Anual com os acréscimos legais vinculadas aos respectivos fundos de que
previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº trata o art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594,
12.594, de 2012) (Vide) de 2012) (Vide)

§ 5 o A pessoa física poderá deduzir do Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela


imposto apurado na Declaração de Ajuste administração das contas dos Fundos dos
Anual as doações feitas, no respectivo ano- Direitos da Criança e do Adolescente
calendário, aos fundos controlados pelos nacional, estaduais, distrital e municipais
Conselhos dos Direitos da Criança e do devem emitir recibo em favor do doador,
Adolescente municipais, distrital, estaduais e assinado por pessoa competente e pelo
nacional concomitantemente com a opção de presidente do Conselho correspondente,
que trata o caput , respeitado o limite especificando: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
previsto no inciso II do art. 260. (Incluído pela 2012) (Vide)
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I 12.594, de 2012) (Vide)
do art. 260 poderá ser deduzida: (Incluído
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ) e endereço do
I - do imposto devido no trimestre, para as emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
pessoas jurídicas que apuram o imposto 2012) (Vide)
trimestralmente; e (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide) III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas
Físicas (CPF) do doador; (Incluído pela Lei nº
II - do imposto devido mensalmente e no 12.594, de 2012) (Vide)
ajuste anual, para as pessoas jurídicas que
apuram o imposto anualmente. (Incluído pela IV - data da doação e valor efetivamente
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) recebido; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
Parágrafo único. A doação deverá ser
efetuada dentro do período a que se refere a V - ano-calendário a que se refere a
apuração do imposto. (Incluído pela Lei nº doação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
12.594, de 2012) (Vide) 2012) (Vide)

97
§ 1 o O comprovante de que trata Parágrafo único. O preço obtido em caso de
o caput deste artigo pode ser emitido leilão não será considerado na determinação
anualmente, desde que discrimine os valores do valor dos bens doados, exceto se o leilão
doados mês a mês. (Incluído pela Lei nº for determinado por autoridade
12.594, de 2012) (Vide) judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
§ 2 o No caso de doação em bens, o
comprovante deve conter a identificação dos Art. 260-F. Os documentos a que se referem
bens, mediante descrição em campo próprio os arts. 260-D e 260-E devem ser mantidos
ou em relação anexa ao comprovante, pelo contribuinte por um prazo de 5 (cinco)
informando também se houve avaliação, o anos para fins de comprovação da dedução
nome, CPF ou CNPJ e endereço dos perante a Receita Federal do Brasil. (Incluído
avaliadores. (Incluído pela Lei nº 12.594, de pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
2012) (Vide)
Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela
Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, administração das contas dos Fundos dos
o doador deverá: (Incluído pela Lei nº 12.594, Direitos da Criança e do Adolescente
de 2012) (Vide) nacional, estaduais, distrital e municipais
devem: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
I - comprovar a propriedade dos bens, 2012) (Vide)
mediante documentação hábil; (Incluído pela
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) I - manter conta bancária específica destinada
exclusivamente a gerir os recursos do
II - baixar os bens doados na declaração de Fundo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
bens e direitos, quando se tratar de pessoa 2012) (Vide)
física, e na escrituração, no caso de pessoa
jurídica; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de II - manter controle das doações recebidas;
2012) (Vide) e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

III - considerar como valor dos bens III - informar anualmente à Secretaria da
doados: (Incluído pela Lei nº 12.594, de Receita Federal do Brasil as doações
2012) (Vide) recebidas mês a mês, identificando os
seguintes dados por doador: (Incluído pela
a) para as pessoas físicas, o valor constante da Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
última declaração do imposto de renda,
desde que não exceda o valor de a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº
mercado; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 12.594, de 2012) (Vide)
2012) (Vide)
b) valor doado, especificando se a doação foi
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil em espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº
dos bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 12.594, de 2012) (Vide)
2012) (Vide)

98
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das Direitos da Criança e do Adolescente
obrigações previstas no art. 260-G, a nacional, estaduais, distrital e
Secretaria da Receita Federal do Brasil dará municipais. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
conhecimento do fato ao Ministério 2012) (Vide)
Público. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) Art. 260-J. O Ministério Público determinará,
em cada Comarca, a forma de fiscalização da
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da aplicação dos incentivos fiscais referidos no
Criança e do Adolescente nacional, estaduais, art. 260 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.594,
distrital e municipais divulgarão amplamente de 2012) (Vide)
à comunidade: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) Parágrafo único. O descumprimento do
disposto nos arts. 260-G e 260-I sujeitará os
I - o calendário de suas reuniões; (Incluído infratores a responder por ação judicial
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) proposta pelo Ministério Público, que poderá
atuar de ofício, a requerimento ou
II - as ações prioritárias para aplicação das representação de qualquer cidadão. (Incluído
políticas de atendimento à criança e ao pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos
da Presidência da República (SDH/PR)
III - os requisitos para a apresentação de encaminhará à Secretaria da Receita Federal
projetos a serem beneficiados com recursos do Brasil, até 31 de outubro de cada ano,
dos Fundos dos Direitos da Criança e do arquivo eletrônico contendo a relação
Adolescente nacional, estaduais, distrital ou atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança
municipais; (Incluído pela Lei nº 12.594, de e do Adolescente nacional, distrital, estaduais
2012) (Vide) e municipais, com a indicação dos respectivos
números de inscrição no CNPJ e das contas
IV - a relação dos projetos aprovados em cada bancárias específicas mantidas em
ano-calendário e o valor dos recursos instituições financeiras públicas, destinadas
previstos para implementação das ações, por exclusivamente a gerir os recursos dos
projeto; (Incluído pela Lei nº 12.594, de Fundos. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) 2012) (Vide)

V - o total dos recursos recebidos e a Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal


respectiva destinação, por projeto atendido, do Brasil expedirá as instruções necessárias à
inclusive com cadastramento na base de aplicação do disposto nos arts. 260 a 260-
dados do Sistema de Informações sobre a K. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Infância e a Adolescência; e (Incluído pela Lei
nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos
direitos da criança e do adolescente, os
VI - a avaliação dos resultados dos projetos registros, inscrições e alterações a que se
beneficiados com recursos dos Fundos dos referem os arts. 90, parágrafo único, e 91

99
desta Lei serão efetuados perante a § 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no §
autoridade judiciária da comarca a que 5º do art. 121.
pertencer a entidade.
3) Art.
Parágrafo único. A União fica autorizada a 136.................................................................
repassar aos estados e municípios, e os
estados aos municípios, os recursos § 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o
referentes aos programas e atividades crime é praticado contra pessoa menor de
previstos nesta Lei, tão logo estejam criados catorze anos.
os conselhos dos direitos da criança e do
adolescente nos seus respectivos níveis. 4) Art. 213
..................................................................
Art. 262. Enquanto não instalados os
Conselhos Tutelares, as atribuições a eles Parágrafo único. Se a ofendida é menor de
conferidas serão exercidas pela autoridade catorze anos:
judiciária.
Pena - reclusão de quatro a dez anos.
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de
5) Art.
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a
214...................................................................
vigorar com as seguintes alterações:
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de
1) Art. 121
catorze anos:
............................................................
Pena - reclusão de três a nove anos.»
§ 4º No homicídio culposo, a pena é
aumentada de um terço, se o crime resulta de
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de
inobservância de regra técnica de profissão,
dezembro de 1973 , fica acrescido do
arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
seguinte item:
imediato socorro à vítima, não procura
diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge "Art. 102
para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso ....................................................................
o homicídio, a pena é aumentada de um
terço, se o crime é praticado contra pessoa 6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "
menor de catorze anos.
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais
2) Art. 129 gráficas da União, da administração direta ou
............................................................... indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo poder público federal
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se promoverão edição popular do texto integral
ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § deste Estatuto, que será posto à disposição
4º. das escolas e das entidades de atendimento
e de defesa dos direitos da criança e do
adolescente.

100
Art. 265-A. O poder público fará Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias
periodicamente ampla divulgação dos após sua publicação.
direitos da criança e do adolescente nos
meios de comunicação social. (Incluído pela Parágrafo único. Durante o período de
Lei nº 13.257, de 2016) vacância deverão ser promovidas atividades e
campanhas de divulgação e esclarecimentos
Parágrafo único. A divulgação a que se refere acerca do disposto nesta Lei.
o caput será veiculada em linguagem clara,
compreensível e adequada a crianças e Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de
adolescentes, especialmente às crianças com 1964 , e 6.697, de 10 de outubro de
idade inferior a 6 (seis) anos. (Incluído pela Lei 1979 (Código de Menores), e as demais
nº 13.257, de 2016) disposições em contrário.

101
LEI FEDERAL N. 9.394/96 (LEI DE DIRETRIZES E BASES -
LDB)
LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996.

Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

TÍTULO I Art. 3º O ensino será ministrado com


base nos seguintes princípios:
Da Educação
I - igualdade de condições para o
Art. 1º A educação abrange os acesso e permanência na escola;
processos formativos que se desenvolvem na
vida familiar, na convivência humana, no II - liberdade de aprender, ensinar,
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento,
pesquisa, nos movimentos sociais e a arte e o saber;
organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais. III - pluralismo de ideias e de
concepções pedagógicas;
§ 1º Esta Lei disciplina a educação
escolar, que se desenvolve, IV - respeito à liberdade e apreço à
predominantemente, por meio do ensino, em tolerância;
instituições próprias.
V - coexistência de instituições públicas
§ 2º A educação escolar deverá e privadas de ensino;
vincular-se ao mundo do trabalho e à prática
social. VI - gratuidade do ensino público em
estabelecimentos oficiais;
TÍTULO II
VII - valorização do profissional da
Dos Princípios e Fins da Educação educação escolar;
Nacional
VIII - gestão democrática do ensino
Art. 2º A educação, dever da família e público, na forma desta Lei e da legislação
do Estado, inspirada nos princípios de dos sistemas de ensino;
liberdade e nos ideais de solidariedade
humana, tem por finalidade o pleno IX - garantia de padrão de qualidade;
desenvolvimento do educando, seu preparo
X - valorização da experiência extra-
para o exercício da cidadania e sua
escolar;
qualificação para o trabalho.
XI - vinculação entre a educação
escolar, o trabalho e as práticas sociais.
102
XII - consideração com a diversidade II - educação infantil gratuita às
étnico-racial. (Incluído pela Lei nº crianças de até 5 (cinco) anos de
12.796, de 2013) idade; (Redação dada pela Lei nº
12.796, de 2013)
XIII - garantia do direito à educação e à
aprendizagem ao longo da III - atendimento educacional
vida. (Incluído pela Lei nº 13.632, de especializado gratuito aos educandos com
2018) necessidades especiais, preferencialmente na
rede regular de ensino;
TÍTULO III
III - atendimento educacional
Do Direito à Educação e do Dever de especializado gratuito aos educandos com
Educar deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou
Art. 4º O dever do Estado com superdotação, transversal a todos os níveis,
educação escolar pública será efetivado etapas e modalidades, preferencialmente na
mediante a garantia de: rede regular de ensino; (Redação
dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
I - ensino fundamental, obrigatório e
gratuito, inclusive para os que a ele não IV - atendimento gratuito em creches e
tiveram acesso na idade própria; pré-escolas às crianças de zero a seis anos de
idade;
I - educação básica obrigatória e
gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) IV - acesso público e gratuito aos
anos de idade, organizada da seguinte ensinos fundamental e médio para todos os
forma: (Redação dada pela Lei nº que não os concluíram na idade
12.796, de 2013) própria; (Redação dada pela Lei nº
12.796, de 2013)
a) pré-escola; (Incluído pela Lei
nº 12.796, de 2013) V - acesso aos níveis mais elevados do
ensino, da pesquisa e da criação artística,
b) ensino fundamental; (Incluído
segundo a capacidade de cada um;
pela Lei nº 12.796, de 2013)
VI - oferta de ensino noturno regular,
c) ensino médio; (Incluído pela
adequado às condições do educando;
Lei nº 12.796, de 2013)
VII - oferta de educação escolar regular
II - progressiva extensão da
para jovens e adultos, com características e
obrigatoriedade e gratuidade ao ensino
modalidades adequadas às suas
médio;
necessidades e disponibilidades, garantindo-
se aos que forem trabalhadores as condições
II - universalização do ensino médio
de acesso e permanência na escola;
gratuito; (Redação dada pela Lei nº
12.061, de 2009)

103
VIII - atendimento ao educando, no Art. 5º O acesso à educação básica
ensino fundamental público, por meio de obrigatória é direito público subjetivo,
programas suplementares de material podendo qualquer cidadão, grupo de
didático-escolar, transporte, alimentação e cidadãos, associação comunitária,
assistência à saúde; organização sindical, entidade de classe ou
outra legalmente constituída e, ainda, o
VIII - atendimento ao educando, em Ministério Público, acionar o poder público
todas as etapas da educação básica, por meio para exigi-lo. (Redação dada pela Lei
de programas suplementares de material nº 12.796, de 2013)
didático-escolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde; (Redação dada § 1º Compete aos Estados e aos
pela Lei nº 12.796, de 2013) Municípios, em regime de colaboração, e
com a assistência da União:
IX - padrões mínimos de qualidade de
ensino, definidos como a variedade e § 1º O poder público, na esfera de sua
quantidade mínimas, por aluno, de insumos competência federativa,
indispensáveis ao desenvolvimento do deverá: (Redação dada pela Lei nº
processo de ensino-aprendizagem. 12.796, de 2013)

X – vaga na escola pública de educação I - recensear a população em idade


infantil ou de ensino fundamental mais escolar para o ensino fundamental, e os
próxima de sua residência a toda criança a jovens e adultos que a ele não tiveram acesso;
partir do dia em que completar 4 (quatro)
anos de idade. (Incluído pela Lei nº I - recensear anualmente as crianças e
11.700, de 2008). adolescentes em idade escolar, bem como os
jovens e adultos que não concluíram a
Art. 4º-A. É assegurado atendimento educação básica; (Redação dada pela
educacional, durante o período de Lei nº 12.796, de 2013)
internação, ao aluno da educação básica
internado para tratamento de saúde em II - fazer-lhes a chamada pública;
regime hospitalar ou domiciliar por tempo
prolongado, conforme dispuser o Poder III - zelar, junto aos pais ou
Público em regulamento, na esfera de sua responsáveis, pela frequência à escola.
competência federativa. (Incluído pela
§ 2º Em todas as esferas
Lei nº 13.716, de 2018).
administrativas, o Poder Público assegurará
Art. 5º O acesso ao ensino fundamental em primeiro lugar o acesso ao ensino
é direito público subjetivo, podendo qualquer obrigatório, nos termos deste artigo,
cidadão, grupo de cidadãos, associação contemplando em seguida os demais níveis e
comunitária, organização sindical, entidade modalidades de ensino, conforme as
de classe ou outra legalmente constituída, e, prioridades constitucionais e legais.
ainda, o Ministério Público, acionar o Poder
Público para exigi-lo.

104
§ 3º Qualquer das partes mencionadas II - autorização de funcionamento e
no caput deste artigo tem legitimidade para avaliação de qualidade pelo Poder Público;
peticionar no Poder Judiciário, na hipótese
do § 2º do art. 208 da Constituição Federal, III - capacidade de autofinanciamento,
sendo gratuita e de rito sumário a ação ressalvado o previsto no art. 213 da
judicial correspondente. Constituição Federal.

§ 4º Comprovada a negligência da Art. 7º-A Ao aluno regularmente


autoridade competente para garantir o matriculado em instituição de ensino pública
oferecimento do ensino obrigatório, poderá ou privada, de qualquer nível, é assegurado,
ela ser imputada por crime de no exercício da liberdade de consciência e de
responsabilidade. crença, o direito de, mediante prévio e
motivado requerimento, ausentar-se de prova
§ 5º Para garantir o cumprimento da ou de aula marcada para dia em que, segundo
obrigatoriedade de ensino, o Poder Público os preceitos de sua religião, seja vedado o
criará formas alternativas de acesso aos exercício de tais atividades, devendo-se-lhe
diferentes níveis de ensino, atribuir, a critério da instituição e sem custos
independentemente da escolarização para o aluno, uma das seguintes prestações
anterior. alternativas, nos termos do inciso VIII
do caput do art. 5º da Constituição
Art. 6º É dever dos pais ou Federal: (Incluído pela Lei nº
responsáveis efetuar a matrícula dos 13.796, de 2019) (Vigência)
menores, a partir dos sete anos de idade, no
ensino fundamental. I - prova ou aula de reposição,
conforme o caso, a ser realizada em data
Art. 6o É dever dos pais ou alternativa, no turno de estudo do aluno ou
responsáveis efetuar a matrícula dos em outro horário agendado com sua anuência
menores, a partir dos seis anos de idade, no expressa; (Incluído pela Lei nº 13.796, de
ensino fundamental. (Redação dada 2019) (Vigência)
pela Lei nº 11.114, de 2005)
II - trabalho escrito ou outra
Art. 6º É dever dos pais ou modalidade de atividade de pesquisa, com
responsáveis efetuar a matrícula das crianças tema, objetivo e data de entrega definidos
na educação básica a partir dos 4 (quatro) pela instituição de ensino. (Incluído
anos de idade. (Redação dada pela Lei pela Lei nº 13.796, de 2019) (Vigência)
nº 12.796, de 2013)
§ 1º A prestação alternativa deverá
Art. 7º O ensino é livre à iniciativa observar os parâmetros curriculares e o plano
privada, atendidas as seguintes condições: de aula do dia da ausência do
aluno. (Incluído pela Lei nº 13.796,
I - cumprimento das normas gerais da de 2019) (Vigência)
educação nacional e do respectivo sistema de
ensino;

105
§ 2º O cumprimento das formas de I - elaborar o Plano Nacional de
prestação alternativa de que trata este artigo Educação, em colaboração com os Estados, o
substituirá a obrigação original para todos os Distrito Federal e os Municípios;
efeitos, inclusive regularização do registro de
frequência. (Incluído pela Lei nº II - organizar, manter e desenvolver os
13.796, de 2019) (Vigência) órgãos e instituições oficiais do sistema
federal de ensino e o dos Territórios;
§ 3º As instituições de ensino
implementarão progressivamente, no prazo III - prestar assistência técnica e
de 2 (dois) anos, as providências e adaptações financeira aos Estados, ao Distrito Federal e
necessárias à adequação de seu aos Municípios para o desenvolvimento de
funcionamento às medidas previstas neste seus sistemas de ensino e o atendimento
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.796, prioritário à escolaridade obrigatória,
de 2019) (Vigência) (Vide parágrafo exercendo sua função redistributiva e
único do art. 2) supletiva;

§ 4º O disposto neste artigo não se IV - estabelecer, em colaboração com


aplica ao ensino militar a que se refere o art. os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
83 desta Lei. (Incluído pela Lei nº competências e diretrizes para a educação
13.796, de 2019) (Vigência) infantil, o ensino fundamental e o ensino
médio, que nortearão os currículos e seus
TÍTULO IV conteúdos mínimos, de modo a assegurar
formação básica comum;
Da Organização da Educação Nacional
IV-A - estabelecer, em colaboração
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito com os Estados, o Distrito Federal e os
Federal e os Municípios organizarão, em Municípios, diretrizes e procedimentos para
regime de colaboração, os respectivos identificação, cadastramento e atendimento,
sistemas de ensino. na educação básica e na educação superior,
de alunos com altas habilidades ou
§ 1º Caberá à União a coordenação da superdotação; (Incluído pela Lei
política nacional de educação, articulando os nº 13.234, de 2015)
diferentes níveis e sistemas e exercendo
função normativa, redistributiva e supletiva V - coletar, analisar e disseminar
em relação às demais instâncias educacionais. informações sobre a educação;

§ 2º Os sistemas de ensino terão VI - assegurar processo nacional de


liberdade de organização nos termos desta avaliação do rendimento escolar no ensino
Lei. fundamental, médio e superior, em
colaboração com os sistemas de ensino,
Art. 9º A União incumbir-se-á objetivando a definição de prioridades e a
de: (Regulamento) melhoria da qualidade do ensino;

106
VII - baixar normas gerais sobre cursos financeiros disponíveis em cada uma dessas
de graduação e pós-graduação; esferas do Poder Público;

VIII - assegurar processo nacional de III - elaborar e executar políticas e


avaliação das instituições de educação planos educacionais, em consonância com as
superior, com a cooperação dos sistemas que diretrizes e planos nacionais de educação,
tiverem responsabilidade sobre este nível de integrando e coordenando as suas ações e as
ensino; dos seus Municípios;

IX - autorizar, reconhecer, credenciar, IV - autorizar, reconhecer, credenciar,


supervisionar e avaliar, respectivamente, os supervisionar e avaliar, respectivamente, os
cursos das instituições de educação superior cursos das instituições de educação superior
e os estabelecimentos do seu sistema de e os estabelecimentos do seu sistema de
ensino. (Vide Lei nº 10.870, de 2004) ensino;

§ 1º Na estrutura educacional, haverá V - baixar normas complementares


um Conselho Nacional de Educação, com para o seu sistema de ensino;
funções normativas e de supervisão e
atividade permanente, criado por lei. VI - assegurar o ensino fundamental e
oferecer, com prioridade, o ensino médio.
§ 2° Para o cumprimento do disposto
nos incisos V a IX, a União terá acesso a todos VI - assegurar o ensino fundamental e
os dados e informações necessários de todos oferecer, com prioridade, o ensino médio a
os estabelecimentos e órgãos educacionais. todos que o demandarem, respeitado o
disposto no art. 38 desta Lei; (Redação
§ 3º As atribuições constantes do inciso dada pela Lei nº 12.061, de 2009)
IX poderão ser delegadas aos Estados e ao
Distrito Federal, desde que mantenham VII - assumir o transporte escolar dos
instituições de educação superior. alunos da rede estadual. (Incluído
pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003)
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:
Parágrafo único. Ao Distrito Federal
I - organizar, manter e desenvolver os aplicar-se-ão as competências referentes aos
órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas Estados e aos Municípios.
de ensino;
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão
II - definir, com os Municípios, formas de:
de colaboração na oferta do ensino
fundamental, as quais devem assegurar a I - organizar, manter e desenvolver os
distribuição proporcional das órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas
responsabilidades, de acordo com a de ensino, integrando-os às políticas e planos
população a ser atendida e os recursos educacionais da União e dos Estados;

107
II - exercer ação redistributiva em IV - velar pelo cumprimento do plano
relação às suas escolas; de trabalho de cada docente;

III - baixar normas complementares V - prover meios para a recuperação


para o seu sistema de ensino; dos alunos de menor rendimento;

IV - autorizar, credenciar e VI - articular-se com as famílias e a


supervisionar os estabelecimentos do seu comunidade, criando processos de
sistema de ensino; integração da sociedade com a escola;

V - oferecer a educação infantil em VII - informar os pais e responsáveis


creches e pré-escolas, e, com prioridade, o sobre a frequência e o rendimento dos
ensino fundamental, permitida a atuação em alunos, bem como sobre a execução de sua
outros níveis de ensino somente quando proposta pedagógica.
estiverem atendidas plenamente as
necessidades de sua área de competência e VII - informar pai e mãe, conviventes ou
com recursos acima dos percentuais mínimos não com seus filhos, e, se for o caso, os
vinculados pela Constituição Federal à responsáveis legais, sobre a frequência e
manutenção e desenvolvimento do ensino. rendimento dos alunos, bem como sobre a
execução da proposta pedagógica da
VI - assumir o transporte escolar dos escola; (Redação dada pela Lei nº
alunos da rede municipal. (Incluído 12.013, de 2009)
pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003)
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do
Parágrafo único. Os Municípios Município, ao juiz competente da Comarca e
poderão optar, ainda, por se integrar ao ao respectivo representante do Ministério
sistema estadual de ensino ou compor com Público a relação dos alunos que apresentem
ele um sistema único de educação básica. quantidade de faltas acima de cinqüenta por
cento do percentual permitido em
Art. 12. Os estabelecimentos de lei. (Incluído pela Lei nº 10.287, de
ensino, respeitadas as normas comuns e as do 2001)
seu sistema de ensino, terão a incumbência
de: VIII – notificar ao Conselho Tutelar do
Município a relação dos alunos que
I - elaborar e executar sua proposta apresentem quantidade de faltas acima de
pedagógica; 30% (trinta por cento) do percentual
permitido em lei; (Redação dada
II - administrar seu pessoal e seus pela Lei nº 13.803, de 2019)
recursos materiais e financeiros;
IX - promover medidas de
III - assegurar o cumprimento dos dias conscientização, de prevenção e de combate
letivos e horas-aula estabelecidas; a todos os tipos de violência, especialmente a
intimidação sistemática (bullying), no âmbito

108
das escolas; (Incluído pela Lei nº do ensino público na educação básica, de
13.663, de 2018) acordo com as suas peculiaridades e
conforme os seguintes princípios:
X - estabelecer ações destinadas a
promover a cultura de paz nas I - participação dos profissionais da
escolas. (Incluído pela Lei nº 13.663, educação na elaboração do projeto
de 2018) pedagógico da escola;

XI - promover ambiente escolar II - participação das comunidades


seguro, adotando estratégias de prevenção e escolar e local em conselhos escolares ou
enfrentamento ao uso ou dependência de equivalentes.
drogas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de
2019) Art. 15. Os sistemas de ensino
assegurarão às unidades escolares públicas
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de educação básica que os integram
de: progressivos graus de autonomia pedagógica
e administrativa e de gestão financeira,
I - participar da elaboração da observadas as normas gerais de direito
proposta pedagógica do estabelecimento de financeiro público.
ensino;
Art. 16. O sistema federal de ensino
II - elaborar e cumprir plano de compreende: (Regulamento)
trabalho, segundo a proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino; I - as instituições de ensino mantidas
pela União;
III - zelar pela aprendizagem dos
alunos; II - as instituições de educação superior
criadas e mantidas pela iniciativa privada;
IV - estabelecer estratégias de
recuperação para os alunos de menor II - as instituições de educação superior
rendimento; mantidas pela iniciativa
privada; (Redação dada pela Lei nº
V - ministrar os dias letivos e horas-aula 13.868, de 2019)
estabelecidos, além de participar
integralmente dos períodos dedicados ao III - os órgãos federais de educação.
planejamento, à avaliação e ao
desenvolvimento profissional; Art. 17. Os sistemas de ensino dos
Estados e do Distrito Federal compreendem:
VI - colaborar com as atividades de
articulação da escola com as famílias e a I - as instituições de ensino mantidas,
comunidade. respectivamente, pelo Poder Público estadual
e pelo Distrito Federal;
Art. 14. Os sistemas de ensino
definirão as normas da gestão democrática

109
II - as instituições de educação superior § 1º As instituições de ensino a que se
mantidas pelo Poder Público municipal; referem os incisos II e III do caput deste
artigo podem qualificar-se como
III - as instituições de ensino confessionais, atendidas a orientação
fundamental e médio criadas e mantidas pela confessional e a ideologia
iniciativa privada; específicas. (Incluído pela Lei nº
13.868, de 2019)
IV - os órgãos de educação estaduais e
do Distrito Federal, respectivamente. § 2º As instituições de ensino a que se
referem os incisos II e III do caput deste
Parágrafo único. No Distrito Federal, as artigo podem ser certificadas como
instituições de educação infantil, criadas e filantrópicas, na forma da
mantidas pela iniciativa privada, integram seu lei. (Incluído pela Lei nº 13.868, de
sistema de ensino. 2019)

Art. 18. Os sistemas municipais de Art. 20. As instituições privadas de


ensino compreendem: ensino se enquadrarão nas seguintes
categorias: (Regulamento) (Regulame
I - as instituições do ensino
nto) (Revogado pela Lei nº 13.868,
fundamental, médio e de educação infantil
de 2019)
mantidas pelo Poder Público municipal;
I - particulares em sentido estrito, assim
II - as instituições de educação infantil
entendidas as que são instituídas e mantidas
criadas e mantidas pela iniciativa privada;
por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas
de direito privado que não apresentem as
III – os órgãos municipais de educação.
características dos incisos
Art. 19. As instituições de ensino dos abaixo; (Revogado pela Lei nº
diferentes níveis classificam-se nas seguintes 13.868, de 2019)
categorias
II - comunitárias, assim entendidas as
administrativas: (Regulamento) (Regu
que são instituídas por grupos de pessoas
lamento)
físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas,
I - públicas, assim entendidas as criadas inclusive cooperativas de professores e alunos
ou incorporadas, mantidas e administradas que incluam na sua entidade mantenedora
pelo Poder Público; representantes da comunidade;

II - privadas, assim entendidas as II – comunitárias, assim entendidas as


mantidas e administradas por pessoas físicas que são instituídas por grupos de pessoas
ou jurídicas de direito privado. físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas,
inclusive cooperativas de pais, professores e
III - comunitárias, na forma da alunos, que incluam em sua entidade
lei. (Incluído pela Lei nº 13.868, de mantenedora representantes da
2019)

110
comunidade; (Redação dada pela DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Lei nº 11.183, de 2005)
Seção I
II - comunitárias, assim entendidas as
que são instituídas por grupos de pessoas Das Disposições Gerais
físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas,
inclusive cooperativas educacionais, sem fins Art. 22. A educação básica tem por
lucrativos, que incluam na sua entidade finalidades desenvolver o educando,
mantenedora representantes da assegurar-lhe a formação comum
comunidade; (Redação dada pela Lei indispensável para o exercício da cidadania e
nº 12.020, de 2009) (Revogado pela fornecer-lhe meios para progredir no trabalho
Lei nº 13.868, de 2019) e em estudos posteriores.

III - confessionais, assim entendidas as Art. 23. A educação básica poderá


que são instituídas por grupos de pessoas organizar-se em séries anuais, períodos
físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas semestrais, ciclos, alternância regular de
que atendem a orientação confessional e períodos de estudos, grupos não-seriados,
ideologia específicas e ao disposto no inciso com base na idade, na competência e em
anterior; (Revogado pela Lei nº outros critérios, ou por forma diversa de
13.868, de 2019) organização, sempre que o interesse do
processo de aprendizagem assim o
IV - filantrópicas, na forma da recomendar.
lei. (Revogado pela Lei nº 13.868, de
2019) § 1º A escola poderá reclassificar os
alunos, inclusive quando se tratar de
TÍTULO V transferências entre estabelecimentos
situados no País e no exterior, tendo como
Dos Níveis e das Modalidades de base as normas curriculares gerais.
Educação e Ensino
§ 2º O calendário escolar deverá
CAPÍTULO I adequar-se às peculiaridades locais, inclusive
climáticas e econômicas, a critério do
Da Composição dos Níveis Escolares respectivo sistema de ensino, sem com isso
reduzir o número de horas letivas previsto
Art. 21. A educação escolar compõe-se nesta Lei.
de:
Art. 24. A educação básica, nos níveis
I - educação básica, formada pela fundamental e médio, será organizada de
educação infantil, ensino fundamental e acordo com as seguintes regras comuns:
ensino médio;
I - a carga horária mínima anual será de
II - educação superior. oitocentas horas, distribuídas por um mínimo
de duzentos dias de efetivo trabalho escolar,
CAPÍTULO II

111
excluído o tempo reservado aos exames estrangeiras, artes, ou outros componentes
finais, quando houver; curriculares;

I - a carga horária mínima anual será de V - a verificação do rendimento escolar


oitocentas horas para o ensino fundamental e observará os seguintes critérios:
para o ensino médio, distribuídas por um
mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho a) avaliação contínua e cumulativa do
escolar, excluído o tempo reservado aos desempenho do aluno, com prevalência dos
exames finais, quando aspectos qualitativos sobre os quantitativos e
houver; (Redação dada pela Lei nº dos resultados ao longo do período sobre os
13.415, de 2017) de eventuais provas finais;

II - a classificação em qualquer série ou b) possibilidade de aceleração de


etapa, exceto a primeira do ensino estudos para alunos com atraso escolar;
fundamental, pode ser feita:
c) possibilidade de avanço nos cursos e
a) por promoção, para alunos que nas séries mediante verificação do
cursaram, com aproveitamento, a série ou aprendizado;
fase anterior, na própria escola;
d) aproveitamento de estudos
b) por transferência, para candidatos concluídos com êxito;
procedentes de outras escolas;
e) obrigatoriedade de estudos de
c) independentemente de recuperação, de preferência paralelos ao
escolarização anterior, mediante avaliação período letivo, para os casos de baixo
feita pela escola, que defina o grau de rendimento escolar, a serem disciplinados
desenvolvimento e experiência do candidato pelas instituições de ensino em seus
e permita sua inscrição na série ou etapa regimentos;
adequada, conforme regulamentação do
respectivo sistema de ensino; VI - o controle de frequência fica a
cargo da escola, conforme o disposto no seu
III - nos estabelecimentos que adotam regimento e nas normas do respectivo
a progressão regular por série, o regimento sistema de ensino, exigida a frequência
escolar pode admitir formas de progressão mínima de setenta e cinco por cento do total
parcial, desde que preservada a sequência do de horas letivas para aprovação;
currículo, observadas as normas do respectivo
sistema de ensino; VII - cabe a cada instituição de ensino
expedir históricos escolares, declarações de
IV - poderão organizar-se classes, ou conclusão de série e diplomas ou certificados
turmas, com alunos de séries distintas, com de conclusão de cursos, com as
níveis equivalentes de adiantamento na especificações cabíveis.
matéria, para o ensino de línguas
Parágrafo único. A carga horária
mínima anual de que trata o inciso I
112
do caput deverá ser progressivamente escolar, por uma parte diversificada, exigida
ampliada, no ensino médio, para mil e pelas características regionais e locais da
quatrocentas horas, observadas as normas do sociedade, da cultura, da economia e da
respectivo sistema de ensino e de acordo clientela.
com as diretrizes, os objetivos, as metas e as
estratégias de implementação estabelecidos Art. 26. Os currículos da educação
no Plano Nacional de infantil, do ensino fundamental e do ensino
Educação. (Incluído pela Medida médio devem ter base nacional comum, a ser
Provisória nº 746, de 2016) complementada, em cada sistema de ensino
e em cada estabelecimento escolar, por uma
§ 1º A carga horária mínima anual de parte diversificada, exigida pelas
que trata o inciso I do caput deverá ser características regionais e locais da
ampliada de forma progressiva, no ensino sociedade, da cultura, da economia e dos
médio, para mil e quatrocentas horas, educandos. (Redação dada pela Lei nº
devendo os sistemas de ensino oferecer, no 12.796, de 2013)
prazo máximo de cinco anos, pelo menos mil
horas anuais de carga horária, a partir de 2 de § 1º Os currículos a que se refere
março de 2017. (Incluído pela Lei nº o caput devem abranger, obrigatoriamente,
13.415, de 2017) o estudo da língua portuguesa e da
matemática, o conhecimento do mundo físico
§ 2o Os sistemas de ensino disporão e natural e da realidade social e política,
sobre a oferta de educação de jovens e especialmente do Brasil.
adultos e de ensino noturno regular,
adequado às condições do educando, § 1º Os currículos a que se refere
conforme o inciso VI do art. 4o. (Incluído o caput devem abranger, obrigatoriamente,
pela Lei nº 13.415, de 2017) o estudo da língua portuguesa e da
matemática, o conhecimento do mundo físico
Art. 25. Será objetivo permanente das e natural e da realidade social e política,
autoridades responsáveis alcançar relação especialmente da República Federativa do
adequada entre o número de alunos e o Brasil, observado, na educação infantil, o
professor, a carga horária e as condições disposto no art. 31, no ensino fundamental, o
materiais do estabelecimento. disposto no art. 32, e no ensino médio, o
disposto no art. 36. (Redação dada
Parágrafo único. Cabe ao respectivo pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
sistema de ensino, à vista das condições
disponíveis e das características regionais e § 1º Os currículos a que se refere
locais, estabelecer parâmetro para o caput devem abranger, obrigatoriamente,
atendimento do disposto neste artigo. o estudo da língua portuguesa e da
matemática, o conhecimento do mundo físico
Art. 26. Os currículos do ensino e natural e da realidade social e política,
fundamental e médio devem ter uma base especialmente do Brasil.
nacional comum, a ser complementada, em
cada sistema de ensino e estabelecimento

113
§ 2º O ensino da arte constituirá § 3o A educação física, integrada à
componente curricular obrigatório, nos proposta pedagógica da escola, é
diversos níveis da educação básica, de forma componente curricular obrigatório da
a promover o desenvolvimento cultural dos educação básica, sendo sua prática facultativa
alunos. ao aluno: (Redação dada pela Lei nº
10.793, de 1º.12.2003)
§ 2o O ensino da arte, especialmente
em suas expressões regionais, constituirá § 3º A educação física, integrada à
componente curricular obrigatório nos proposta pedagógica da escola, é
diversos níveis da educação básica, de forma componente curricular obrigatório da
a promover o desenvolvimento cultural dos educação infantil e do ensino fundamental,
alunos. (Redação dada pela Lei nº sendo sua prática facultativa ao
12.287, de 2010) aluno: (Redação dada pela Medida
Provisória nº 746, de 2016)
§ 2º O ensino da arte, especialmente
em suas expressões regionais, constituirá § 3º A educação física, integrada à
componente curricular obrigatório da proposta pedagógica da escola, é
educação infantil e do ensino fundamental, de componente curricular obrigatório da
forma a promover o desenvolvimento cultural educação básica, sendo sua prática facultativa
dos alunos. (Redação dada pela ao aluno: (Redação dada pela Lei nº
Medida Provisória nº 746, de 2016) 10.793, de 1º.12.2003)

§ 2o O ensino da arte, especialmente I – que cumpra jornada de trabalho


em suas expressões regionais, constituirá igual ou superior a seis horas; (Incluído
componente curricular obrigatório da pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
educação básica. (Redação dada pela
Lei nº 13.415, de 2017) II – maior de trinta anos de
idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de
§ 3º A educação física, integrada à 1º.12.2003)
proposta pedagógica da escola, é
componente curricular da Educação Básica, III – que estiver prestando serviço
ajustando-se às faixas etárias e às condições militar inicial ou que, em situação similar,
da população escolar, sendo facultativa nos estiver obrigado à prática da educação
cursos noturnos. física; (Incluído pela Lei nº 10.793, de
1º.12.2003)
§ 3o A educação física, integrada à
proposta pedagógica da escola, é IV – amparado pelo Decreto-Lei
componente curricular obrigatório da n 1.044,
o
de 21 de outubro de
Educação Básica, ajustando-se às faixas 1969; (Incluído pela Lei nº 10.793, de
etárias e às condições da população escolar, 1º.12.2003)
sendo facultativa nos cursos
noturnos. (Redação dada pela Lei nº V – (VETADO) (Incluído pela Lei
10.328, de 12.12.2001) nº 10.793, de 1º.12.2003)

114
VI – que tenha prole. (Incluído pela conteúdos obrigatórios. (Incluído pela
Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) Lei nº 12.608, de 2012)

§ 4º O ensino da História do Brasil § 7º A Base Nacional Comum


levará em conta as contribuições das Curricular disporá sobre os temas transversais
diferentes culturas e etnias para a formação que poderão ser incluídos nos currículos de
do povo brasileiro, especialmente das que trata o caput. (Redação dada
matrizes indígena, africana e européia. pela Medida Provisória nº 746, de 2016

§ 5º Na parte diversificada do currículo § 7º A integralização curricular poderá


será incluído, obrigatoriamente, a partir da incluir, a critério dos sistemas de ensino,
quinta série, o ensino de pelo menos uma projetos e pesquisas envolvendo os temas
língua estrangeira moderna, cuja escolha transversais de que trata
ficará a cargo da comunidade escolar, dentro o caput. (Redação dada pela Lei nº
das possibilidades da instituição. 13.415, de 2017)

§ 5º No currículo do ensino § 8º A exibição de filmes de produção


fundamental, será ofertada a língua inglesa a nacional constituirá componente curricular
partir do sexto ano. (Redação dada complementar integrado à proposta
pela Medida Provisória nº 746, de 2016) pedagógica da escola, sendo a sua exibição
obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas
§ 5º No currículo do ensino mensais. (Incluído pela Lei nº 13.006, de
fundamental, a partir do sexto ano, será 2014)
ofertada a língua inglesa. (Redação
dada pela Lei nº 13.415, de 2017) § 9º Conteúdos relativos aos direitos
humanos e à prevenção de todas as formas
§ 6o A música deverá ser conteúdo de violência contra a criança e o adolescente
obrigatório, mas não exclusivo, do serão incluídos, como temas transversais, nos
componente curricular de que trata o § currículos escolares de que trata
2o deste artigo. (Incluído pela Lei nº o caput deste artigo, tendo como diretriz
11.769, de 2008) a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente),
§ 6º As artes visuais, a dança, a música observada a produção e distribuição de
e o teatro são as linguagens que constituirão material didático adequado. (Incluído
o componente curricular de que trata o § pela Lei nº 13.010, de 2014)
2o deste artigo. (Redação dada pela
Lei nº 13.278, de 2016) § 9º-A. A educação alimentar e
nutricional será incluída entre os temas
§ 7o Os currículos do ensino transversais de que trata
fundamental e médio devem incluir os o caput. (Incluído pela Lei nº
princípios da proteção e defesa civil e a 13.666, de 2018)
educação ambiental de forma integrada aos

115
§ 10. A inclusão de novos Brasileiras. (Incluído pela Lei nº
componentes curriculares de caráter 10.639, de 9.1.2003)
obrigatório na Base Nacional Comum
Curricular dependerá de aprovação do § 3o (VETADO) (Incluído
Conselho Nacional de Educação e de pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003)
homologação pelo Ministro de Estado da
Educação, ouvidos o Conselho Nacional de Art. 26-A. Nos estabelecimentos de
Secretários de Educação - Consed e a União ensino fundamental e de ensino médio,
Nacional de Dirigentes de Educação - públicos e privados, torna-se obrigatório o
Undime. (Incluído pela Medida estudo da história e cultura afro-brasileira e
Provisória nº 746, de 2016) indígena. (Redação dada pela Lei nº
11.645, de 2008).
§ 10. A inclusão de novos
componentes curriculares de caráter § 1º O conteúdo programático a que
obrigatório na Base Nacional Comum se refere este artigo incluirá diversos aspectos
Curricular dependerá de aprovação do da história e da cultura que caracterizam a
Conselho Nacional de Educação e de formação da população brasileira, a partir
homologação pelo Ministro de Estado da desses dois grupos étnicos, tais como o
Educação. (Incluído pela Lei nº 13.415, estudo da história da África e dos africanos, a
de 2017) luta dos negros e dos povos indígenas no
Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de o negro e o índio na formação da sociedade
ensino fundamental e médio, oficiais e nacional, resgatando as suas contribuições
particulares, torna-se obrigatório o ensino nas áreas social, econômica e política,
sobre História e Cultura Afro- pertinentes à história do
Brasileira. (Incluído pela Lei nº Brasil. (Redação dada pela Lei nº
10.639, de 9.1.2003) 11.645, de 2008).

§ 1o O conteúdo programático a que se § 2º Os conteúdos referentes à história


refere o caput deste artigo incluirá o estudo e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas
da História da África e dos Africanos, a luta brasileiros serão ministrados no âmbito de
dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira todo o currículo escolar, em especial nas
e o negro na formação da sociedade nacional, áreas de educação artística e de literatura e
resgatando a contribuição do povo negro nas história brasileiras. (Redação dada
áreas social, econômica e política pertinentes pela Lei nº 11.645, de 2008).
à História do Brasil. (Incluído pela
Lei nº 10.639, de 9.1.2003) Art. 27. Os conteúdos curriculares da
educação básica observarão, ainda, as
§ 2o Os conteúdos referentes à História seguintes diretrizes:
e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no
âmbito de todo o currículo escolar, em I - a difusão de valores fundamentais ao
especial nas áreas de Educação Artística e de interesse social, aos direitos e deveres dos
Literatura e História

116
cidadãos, de respeito ao bem comum e à Da Educação Infantil
ordem democrática;
Art. 29. A educação infantil, primeira
II - consideração das condições de etapa da educação básica, tem como
escolaridade dos alunos em cada finalidade o desenvolvimento integral da
estabelecimento; criança até seis anos de idade, em seus
aspectos físico, psicológico, intelectual e
III - orientação para o trabalho; social, complementando a ação da família e
da comunidade.
IV - promoção do desporto
educacional e apoio às práticas desportivas Art. 29. A educação infantil, primeira
não-formais. etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da
Art. 28. Na oferta de educação básica criança de até 5 (cinco) anos, em seus
para a população rural, os sistemas de ensino aspectos físico, psicológico, intelectual e
promoverão as adaptações necessárias à sua social, complementando a ação da família e
adequação às peculiaridades da vida rural e da comunidade. (Redação dada pela Lei
de cada região, especialmente: nº 12.796, de 2013)

I - conteúdos curriculares e Art. 30. A educação infantil será


metodologias apropriadas às reais oferecida em:
necessidades e interesses dos alunos da zona
rural; I - creches, ou entidades equivalentes,
para crianças de até três anos de idade;
II - organização escolar própria,
incluindo adequação do calendário escolar às II - pré-escolas, para as crianças de
fases do ciclo agrícola e às condições quatro a seis anos de idade.
climáticas;
II - pré-escolas, para as crianças de 4
III - adequação à natureza do trabalho (quatro) a 5 (cinco) anos de
na zona rural. idade. (Redação dada pela Lei nº 12.796,
de 2013)
Parágrafo único. O fechamento de
escolas do campo, indígenas e quilombolas Art. 31. Na educação infantil a
será precedido de manifestação do órgão avaliação far-se-á mediante
normativo do respectivo sistema de ensino, acompanhamento e registro do seu
que considerará a justificativa apresentada desenvolvimento, sem o objetivo de
pela Secretaria de Educação, a análise do promoção, mesmo para o acesso ao ensino
diagnóstico do impacto da ação e a fundamental.
manifestação da comunidade
escolar. (Incluído pela Lei nº 12.960, Art. 31. A educação infantil será
de 2014) organizada de acordo com as seguintes

Seção II
117
regras comuns: (Redação dada pela Lei Art. 32. O ensino fundamental, com
nº 12.796, de 2013) duração mínima de oito anos, obrigatório e
gratuito na escola pública a partir dos seis
I - avaliação mediante anos, terá por objetivo a formação básica do
acompanhamento e registro do cidadão mediante: (Redação dada
desenvolvimento das crianças, sem o objetivo pela Lei nº 11.114, de 2005)
de promoção, mesmo para o acesso ao
ensino fundamental; (Incluído pela Lei Art. 32. O ensino fundamental
nº 12.796, de 2013) obrigatório, com duração de 9 (nove) anos,
gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6
II - carga horária mínima anual de 800 (seis) anos de idade, terá por objetivo a
(oitocentas) horas, distribuída por um mínimo formação básica do cidadão,
de 200 (duzentos) dias de trabalho mediante: (Redação dada pela Lei nº
educacional; (Incluído pela Lei nº 11.274, de 2006)
12.796, de 2013)
I - o desenvolvimento da capacidade
III - atendimento à criança de, no de aprender, tendo como meios básicos o
mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno pleno domínio da leitura, da escrita e do
parcial e de 7 (sete) horas para a jornada cálculo;
integral; (Incluído pela Lei nº 12.796, de
2013) II - a compreensão do ambiente natural
e social, do sistema político, da tecnologia,
IV - controle de frequência pela das artes e dos valores em que se fundamenta
instituição de educação pré-escolar, exigida a a sociedade;
frequência mínima de 60% (sessenta por
cento) do total de horas; (Incluído pela III - o desenvolvimento da capacidade
Lei nº 12.796, de 2013) de aprendizagem, tendo em vista a aquisição
de conhecimentos e habilidades e a formação
V - expedição de documentação que de atitudes e valores;
permita atestar os processos de
desenvolvimento e aprendizagem da IV - o fortalecimento dos vínculos de
criança. (Incluído pela Lei nº 12.796, de família, dos laços de solidariedade humana e
2013) de tolerância recíproca em que se assenta a
vida social.
Seção III
§ 1º É facultado aos sistemas de ensino
Do Ensino Fundamental desdobrar o ensino fundamental em ciclos.

Art. 32. O ensino fundamental, com § 2º Os estabelecimentos que utilizam


duração mínima de oito anos, obrigatório e progressão regular por série podem adotar
gratuito na escola pública, terá por objetivo a no ensino fundamental o regime de
formação básica do cidadão, mediante: progressão continuada, sem prejuízo da
avaliação do processo de ensino-

118
aprendizagem, observadas as normas do II - interconfessional, resultante de
respectivo sistema de ensino. acordo entre as diversas entidades religiosas,
que se responsabilizarão pela elaboração do
§ 3º O ensino fundamental regular será respectivo programa.
ministrado em língua portuguesa, assegurada
às comunidades indígenas a utilização de suas Art. 33. O ensino religioso, de
línguas maternas e processos próprios de matrícula facultativa, é parte integrante da
aprendizagem. formação básica do cidadão e constitui
disciplina dos horários normais das escolas
§ 4º O ensino fundamental será públicas de ensino fundamental, assegurado
presencial, sendo o ensino a distância o respeito à diversidade cultural religiosa do
utilizado como complementação da Brasil, vedadas quaisquer formas de
aprendizagem ou em situações emergenciais. proselitismo. (Redação dada pela Lei
nº 9.475, de 22.7.1997)
§ 5º O currículo do ensino
fundamental incluirá, obrigatoriamente, § 1º Os sistemas de ensino
conteúdo que trate dos direitos das crianças regulamentarão os procedimentos para a
e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei definição dos conteúdos do ensino religioso e
no 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui estabelecerão as normas para a habilitação e
o Estatuto da Criança e do Adolescente, admissão dos professores. (Incluído
observada a produção e distribuição de pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997)
material didático adequado. (Incluído
pela Lei nº 11.525, de 2007). § 2º Os sistemas de ensino ouvirão
entidade civil, constituída pelas diferentes
§ 6º O estudo sobre os símbolos denominações religiosas, para a definição dos
nacionais será incluído como tema transversal conteúdos do ensino
nos currículos do ensino religioso. (Incluído pela Lei nº 9.475,
fundamental. (Incluído pela Lei nº de 22.7.1997)
12.472, de 2011).
Art. 34. A jornada escolar no ensino
Art. 33. O ensino religioso, de fundamental incluirá pelo menos quatro horas
matrícula facultativa, constitui disciplina dos de trabalho efetivo em sala de aula, sendo
horários normais das escolas públicas de progressivamente ampliado o período de
ensino fundamental, sendo oferecido, sem permanência na escola.
ônus para os cofres públicos, de acordo com
as preferências manifestadas pelos alunos ou § 1º São ressalvados os casos do ensino
por seus responsáveis, em caráter: noturno e das formas alternativas de
organização autorizadas nesta Lei.
I - confessional, de acordo com a opção
religiosa do aluno ou do seu responsável, § 2º O ensino fundamental será
ministrado por professores ou orientadores ministrado progressivamente em tempo
religiosos preparados e credenciados pelas integral, a critério dos sistemas de ensino.
respectivas igrejas ou entidades religiosas; ou

119
Seção IV II - matemática e suas
tecnologias; (Incluído pela Lei nº
Do Ensino Médio 13.415, de 2017)

Art. 35. O ensino médio, etapa final da III - ciências da natureza e suas
educação básica, com duração mínima de três tecnologias; (Incluído pela Lei nº
anos, terá como finalidades: 13.415, de 2017)

I - a consolidação e o aprofundamento IV - ciências humanas e sociais


dos conhecimentos adquiridos no ensino aplicadas. (Incluído pela Lei nº
fundamental, possibilitando o 13.415, de 2017)
prosseguimento de estudos;
§ 1º A parte
II - a preparação básica para o trabalho diversificada dos currículos de que trata
e a cidadania do educando, para continuar o caput do art. 26, definida em cada sistema
aprendendo, de modo a ser capaz de se de ensino, deverá estar harmonizada à Base
adaptar com flexibilidade a novas condições Nacional Comum Curricular e ser articulada a
de ocupação ou aperfeiçoamento partir do contexto histórico, econômico,
posteriores; social, ambiental e cultural. (Incluído
pela Lei nº 13.415, de 2017)
III - o aprimoramento do educando
como pessoa humana, incluindo a formação § 2º A Base Nacional Comum
ética e o desenvolvimento da autonomia Curricular referente ao ensino médio incluirá
intelectual e do pensamento crítico; obrigatoriamente estudos e práticas de
educação física, arte, sociologia e
IV - a compreensão dos fundamentos filosofia. (Incluído pela Lei nº 13.415,
científico-tecnológicos dos processos de 2017)
produtivos, relacionando a teoria com a
prática, no ensino de cada disciplina. § 3º O ensino da língua portuguesa e
da matemática será obrigatório nos três anos
Art. 35-A. A Base Nacional Comum do ensino médio, assegurada às comunidades
Curricular definirá direitos e objetivos de indígenas, também, a utilização das
aprendizagem do ensino médio, conforme respectivas línguas maternas. (Incluído
diretrizes do Conselho Nacional de Educação, pela Lei nº 13.415, de 2017)
nas seguintes áreas do
conhecimento: (Incluído pela Lei nº § 4º Os currículos do ensino médio
13.415, de 2017) incluirão, obrigatoriamente, o estudo da
língua inglesa e poderão ofertar outras
I - linguagens e suas línguas estrangeiras, em caráter optativo,
tecnologias; (Incluído pela Lei nº preferencialmente o espanhol, de acordo
13.415, de 2017) com a disponibilidade de oferta, locais e
horários definidos pelos sistemas de

120
ensino. (Incluído pela Lei nº 13.415, de II - conhecimento das formas
2017) contemporâneas de
linguagem. (Incluído pela Lei nº 13.415,
§ 5º A carga horária destinada ao de 2017)
cumprimento da Base Nacional Comum
Curricular não poderá ser superior a mil e Art. 36. O currículo do ensino médio
oitocentas horas do total da carga horária do observará o disposto na Seção I deste
ensino médio, de acordo com a definição dos Capítulo e as seguintes diretrizes:
sistemas de ensino. (Incluído pela Lei
nº 13.415, de 2017) Art. 36. O currículo do ensino médio
será composto pela Base Nacional Comum
§ 6º A União estabelecerá os padrões Curricular e por itinerários formativos
de desempenho esperados para o ensino específicos, a serem definidos pelos sistemas
médio, que serão referência nos processos de ensino, com ênfase nas seguintes áreas de
nacionais de avaliação, a partir da Base conhecimento ou de atuação
Nacional Comum Curricular. (Incluído profissional: (Redação dada pela
pela Lei nº 13.415, de 2017) Medida Provisória nº 746, de 2016)

§ 7º Os currículos do ensino médio Art. 36. O currículo do ensino médio


deverão considerar a formação integral do será composto pela Base Nacional Comum
aluno, de maneira a adotar um trabalho Curricular e por itinerários formativos, que
voltado para a construção de seu projeto de deverão ser organizados por meio da oferta
vida e para sua formação nos aspectos físicos, de diferentes arranjos curriculares, conforme
cognitivos e a relevância para o contexto local e a
socioemocionais. (Incluído pela Lei nº possibilidade dos sistemas de ensino, a
13.415, de 2017) saber: (Redação dada pela Lei nº 13.415,
de 2017)
§ 8º Os conteúdos, as metodologias e
as formas de avaliação processual e formativa I - destacará a educação tecnológica
serão organizados nas redes de ensino por básica, a compreensão do significado da
meio de atividades teóricas e práticas, provas ciência, das letras e das artes; o processo
orais e escritas, seminários, projetos e histórico de transformação da sociedade e da
atividades on-line, de tal forma que ao final cultura; a língua portuguesa como
do ensino médio o educando instrumento de comunicação, acesso ao
demonstre: (Incluído pela Lei nº conhecimento e exercício da cidadania;
13.415, de 2017)
I - linguagens; (Redação dada
I - domínio dos princípios científicos e pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
tecnológicos que presidem a produção
moderna; (Incluído pela Lei nº 13.415, I - linguagens e suas
de 2017) tecnologias; (Redação dada pela Lei nº
13.415, de 2017)

121
II - adotará metodologias de ensino e V - formação técnica e
de avaliação que estimulem a iniciativa dos profissional. (Incluído pela Lei nº
estudantes 13.415, de 2017)

II - matemática; (Redação dada § 1º Os conteúdos, as metodologias e


pela Medida Provisória nº 746, de 2016) as formas de avaliação serão organizados de
tal forma que ao final do ensino médio o
II - matemática e suas educando demonstre:
tecnologias; (Redação dada pela Lei nº
13.415, de 2017) § 1º Os sistemas de ensino poderão
compor os seus currículos com base em mais
III - será incluída uma língua estrangeira de uma área prevista nos incisos I a V
moderna, como disciplina obrigatória, do caput. (Redação dada pela
escolhida pela comunidade escolar, e uma Medida Provisória nº 746, de 2016)
segunda, em caráter optativo, dentro das
disponibilidades da instituição. § 1o A organização das áreas de que
trata o caput e das respectivas competências
III - ciências da e habilidades será feita de acordo com
natureza; (Redação dada pela Medida critérios estabelecidos em cada sistema de
Provisória nº 746, de 2016) ensino. (Redação dada pela Lei nº
13.415, de 2017)
III - ciências da natureza e suas
tecnologias; (Redação dada pela Lei nº I - domínio dos princípios científicos e
13.415, de 2017) tecnológicos que presidem a produção
moderna;
IV – serão incluídas a Filosofia e a
Sociologia como disciplinas obrigatórias em I - (revogado); (Redação dada
todas as séries do ensino pela Lei nº 13.415, de 2017)
médio. (Incluído pela Lei nº 11.684, de
2008) II - conhecimento das formas
contemporâneas de linguagem;
IV - ciências humanas;
e (Redação dada pela Medida II - (revogado); (Redação dada
Provisória nº 746, de 2016) pela Lei nº 13.415, de 2017)

IV - ciências humanas e sociais III - domínio dos conhecimentos de


aplicadas; (Redação dada pela Lei nº Filosofia e de Sociologia necessários ao
13.415, de 2017) exercício da cidadania.

V - formação técnica e III – (revogado). (Redação


profissional. (Incluído pela Medida dada pela Lei nº 11.684, de 2008)
Provisória nº 746, de 2016)
§ 2º O ensino médio, atendida a
formação geral do educando, poderá

122
prepará-lo para o exercício de profissões Educação. (Incluído pela Medida
técnicas. (Regulamento) (Regulame Provisória nº 746, de 2016)
nto) (Regulamento) (Revogado
pela Lei nº 11.741, de 2008) § 5º Os sistemas de ensino, mediante
disponibilidade de vagas na rede,
§ 3º Os cursos do ensino médio terão possibilitarão ao aluno concluinte do ensino
equivalência legal e habilitarão ao médio cursar mais um itinerário formativo de
prosseguimento de estudos. que trata o caput. (Incluído pela Lei nº
13.415, de 2017)
§ 3º A organização das áreas de que
trata o caput e das respectivas competências, § 6º A carga horária destinada ao
habilidades e expectativas de aprendizagem, cumprimento da Base Nacional Comum
definidas na Base Nacional Comum Curricular não poderá ser superior a mil e
Curricular, será feita de acordo com critérios duzentas horas da carga horária total do
estabelecidos em cada sistema de ensino médio, de acordo com a definição dos
ensino. (Redação dada pela Medida sistemas de ensino. (Incluído pela Medida
Provisória nº 746, de 2016) Provisória nº 746, de 2016)

§ 3º A critério dos sistemas de ensino, § 6º A critério dos sistemas de ensino,


poderá ser composto itinerário formativo a oferta de formação com ênfase técnica e
integrado, que se traduz na composição de profissional considerará: (Incluído pela Lei
componentes curriculares da Base Nacional nº 13.415, de 2017)
Comum Curricular - BNCC e dos itinerários
formativos, considerando os incisos I a V I - a inclusão de vivências práticas de
do caput. (Redação dada pela Lei nº trabalho no setor produtivo ou em ambientes
13.415, de 2017) de simulação, estabelecendo parcerias e
fazendo uso, quando aplicável, de
§ 4º A preparação geral para o trabalho instrumentos estabelecidos pela legislação
e, facultativamente, a habilitação profissional, sobre aprendizagem
poderão ser desenvolvidas nos próprios profissional; (Incluído pela Lei nº
estabelecimentos de ensino médio ou em 13.415, de 2017)
cooperação com instituições especializadas
em educação profissional. (Revogado II - a possibilidade de concessão de
pela Lei nº 11.741, de 2008) certificados intermediários de qualificação
para o trabalho, quando a formação for
§ 5º Os currículos do ensino médio estruturada e organizada em etapas com
deverão considerar a formação integral do terminalidade. (Incluído pela Lei nº
aluno, de maneira a adotar um trabalho 13.415, de 2017)
voltado para a construção de seu projeto de
vida e para a sua formação nos aspectos § 7º A parte diversificada dos
cognitivos e socioemocionais, conforme currículos de que trata o caput do art. 26,
diretrizes definidas pelo Ministério da definida em cada sistema de ensino, deverá
estar integrada à Base Nacional Comum

123
Curricular e ser articulada a partir do contexto § 9º As instituições de ensino emitirão
histórico, econômico, social, ambiental e certificado com validade nacional, que
cultural. (Incluído pela Medida habilitará o concluinte do ensino médio ao
Provisória nº 746, de 2016) prosseguimento dos estudos em nível
superior ou em outros cursos ou formações
§ 7º A oferta de formações para os quais a conclusão do ensino médio
experimentais relacionadas ao inciso V seja etapa obrigatória. (Incluído pela
do caput, em áreas que não constem do Lei nº 13.415, de 2017)
Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos,
dependerá, para sua continuidade, do § 10. Os sistemas de ensino, mediante
reconhecimento pelo respectivo Conselho disponibilidade de vagas na rede,
Estadual de Educação, no prazo de três anos, possibilitarão ao aluno concluinte do ensino
e da inserção no Catálogo Nacional dos médio cursar, no ano letivo subsequente ao
Cursos Técnicos, no prazo de cinco anos, da conclusão, outro itinerário formativo de
contados da data de oferta inicial da que trata o caput. (Incluído pela
formação. (Incluído pela Lei nº Medida Provisória nº 746, de 2016)
13.415, de 2017)
§ 10. Além das formas de organização
§ 8º Os currículos de ensino médio previstas no art. 23, o ensino médio poderá
incluirão, obrigatoriamente, o estudo da ser organizado em módulos e adotar o
língua inglesa e poderão ofertar outras sistema de créditos com terminalidade
línguas estrangeiras, em caráter optativo, específica. (Incluído pela Lei nº 13.415, de
preferencialmente o espanhol, de acordo 2017)
com a disponibilidade de oferta, locais e
horários definidos pelos sistemas de § 11. A critério dos sistemas de
ensino. (Incluído pela Medida ensino, a oferta de formação a que se refere
Provisória nº 746, de 2016) o inciso V
do caput considerará: (Incluído pela
§ 8º A oferta de formação técnica e Medida Provisória nº 746, de 2016)
profissional a que se refere o inciso V
do caput, realizada na própria instituição ou § 11. Para efeito de cumprimento das
em parceria com outras instituições, deverá exigências curriculares do ensino médio, os
ser aprovada previamente pelo Conselho sistemas de ensino poderão reconhecer
Estadual de Educação, homologada pelo competências e firmar convênios com
Secretário Estadual de Educação e certificada instituições de educação a distância com
pelos sistemas de ensino. (Incluído notório reconhecimento, mediante as
pela Lei nº 13.415, de 2017) seguintes formas de
comprovação: (Incluído pela Lei nº 13.415,
§ 9º O ensino de língua portuguesa e de 2017)
matemática será obrigatório nos três anos do
ensino médio. (Incluído pela Medida I - a inclusão de experiência prática de
Provisória nº 746, de 2016) trabalho no setor produtivo ou em ambientes
de simulação, estabelecendo parcerias e

124
fazendo uso, quando aplicável, de § 12. A oferta de formações
instrumentos estabelecidos pela legislação experimentais em áreas que não constem do
sobre aprendizagem profissional; Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos
e (Incluído pela Medida dependerá, para sua continuidade, do
Provisória nº 746, de 2016) reconhecimento pelo respectivo Conselho
Estadual de Educação, no prazo de três anos,
I - demonstração e da inserção no Catálogo Nacional dos
prática; (Incluído pela Lei nº 13.415, Cursos Técnicos, no prazo de cinco anos,
de 2017) contados da data de oferta inicial da
formação. (Incluído pela Medida
II - a possibilidade de concessão de Provisória nº 746, de 2016)
certificados intermediários de qualificação
para o trabalho, quando a formação for § 12. As escolas deverão orientar os
estruturada e organizada em etapas com alunos no processo de escolha das áreas de
terminalidade. (Incluído pela Medida conhecimento ou de atuação profissional
Provisória nº 746, de 2016) previstas no caput. (Incluído pela
Lei nº 13.415, de 2017)
II - experiência de trabalho
supervisionado ou outra experiência § 13. Ao concluir o ensino médio, as
adquirida fora do ambiente instituições de ensino emitirão diploma com
escolar; (Incluído pela Lei nº 13.415, de validade nacional que habilitará o diplomado
2017) ao prosseguimento dos estudos em nível
superior e demais cursos ou formações para
III - atividades de educação técnica os quais a conclusão do ensino médio seja
oferecidas em outras instituições de ensino obrigatória. (Incluído pela Medida
credenciadas; (Incluído pela Lei nº Provisória nº 746, de 2016)
13.415, de 2017)
§ 14. A União, em colaboração com
IV - cursos oferecidos por centros ou os Estados e o Distrito Federal, estabelecerá
programas ocupacionais; (Incluído os padrões de desempenho esperados para o
pela Lei nº 13.415, de 2017) ensino médio, que serão referência nos
processos nacionais de avaliação,
V - estudos realizados em instituições
considerada a Base Nacional Comum
de ensino nacionais ou
Curricular. (Incluído pela Medida
estrangeiras; (Incluído pela Lei nº
Provisória nº 746, de 2016)
13.415, de 2017)
§ 15. Além das formas de organização
VI - cursos realizados por meio de
previstas no art. 23, o ensino médio poderá
educação a distância ou educação presencial
ser organizado em módulos e adotar o
mediada por
sistema de créditos ou disciplinas com
tecnologias. (Incluído pela Lei
terminalidade específica, observada a Base
nº 13.415, de 2017)
Nacional Comum Curricular, a fim de
estimular o prosseguimento dos

125
estudos. (Incluído pela Medida e (Incluído pela Medida Provisória nº
Provisória nº 746, de 2016) 746, de 2016)

§ 16. Os conteúdos cursados durante VI - educação a distância ou educação


o ensino médio poderão ser convalidados presencial mediada por
para aproveitamento de créditos no ensino tecnologias. (Incluído pela Medida
superior, após normatização do Conselho Provisória nº 746, de 2016)
Nacional de Educação e homologação pelo
Ministro de Estado da Seção IV-A
Educação. (Incluído pela Medida
Provisória nº 746, de 2016) Da Educação Profissional Técnica de
Nível Médio
§ 17. Para efeito de cumprimento de
exigências curriculares do ensino médio, os (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
sistemas de ensino poderão reconhecer,
Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na
mediante regulamentação própria,
Seção IV deste Capítulo, o ensino médio,
conhecimentos, saberes, habilidades e
atendida a formação geral do educando,
competências, mediante diferentes formas de
poderá prepará-lo para o exercício de
comprovação, como: (Incluído pela
profissões técnicas. (Incluído pela Lei nº
Medida Provisória nº 746, de 2016)
11.741, de 2008)
I - demonstração
Parágrafo único. A preparação geral
prática; (Incluído pela Medida
para o trabalho e, facultativamente, a
Provisória nº 746, de 2016)
habilitação profissional poderão ser
II - experiência de trabalho desenvolvidas nos próprios estabelecimentos
supervisionado ou outra experiência de ensino médio ou em cooperação com
adquirida fora do ambiente instituições especializadas em educação
escolar; (Incluído pela Medida profissional. (Incluído pela Lei nº
Provisória nº 746, de 2016) 11.741, de 2008)

III - atividades de educação técnica Art. 36-B. A educação profissional


oferecidas em outras instituições de técnica de nível médio será desenvolvida nas
ensino; (Incluído pela Medida seguintes formas: (Incluído pela Lei nº
Provisória nº 746, de 2016) 11.741, de 2008)

IV - cursos oferecidos por centros ou I - articulada com o ensino


programas ocupacionais; (Incluído médio; (Incluído pela Lei nº 11.741, de
pela Medida Provisória nº 746, de 2016) 2008)

V - estudos realizados em instituições II - subsequente, em cursos destinados


de ensino nacionais ou estrangeiras; a quem já tenha concluído o ensino
médio. (Incluído pela Lei nº 11.741, de
2008)
126
Parágrafo único. A educação a) na mesma instituição de ensino,
profissional técnica de nível médio deverá aproveitando-se as oportunidades
observar: (Incluído pela Lei nº 11.741, educacionais disponíveis; (Incluído pela
de 2008) Lei nº 11.741, de 2008)

I - os objetivos e definições contidos b) em instituições de ensino distintas,


nas diretrizes curriculares nacionais aproveitando-se as oportunidades
estabelecidas pelo Conselho Nacional de educacionais disponíveis; (Incluído pela
Educação; (Incluído pela Lei nº 11.741, Lei nº 11.741, de 2008)
de 2008)
c) em instituições de ensino distintas,
II - as normas complementares dos mediante convênios de
respectivos sistemas de intercomplementaridade, visando ao
ensino; (Incluído pela Lei nº 11.741, de planejamento e ao desenvolvimento de
2008) projeto pedagógico unificado. (Incluído
pela Lei nº 11.741, de 2008)
III - as exigências de cada instituição de
ensino, nos termos de seu projeto Art. 36-D. Os diplomas de cursos de
pedagógico. (Incluído pela Lei nº educação profissional técnica de nível médio,
11.741, de 2008) quando registrados, terão validade nacional e
habilitarão ao prosseguimento de estudos na
Art. 36-C. A educação profissional educação superior. (Incluído pela Lei nº
técnica de nível médio articulada, prevista no 11.741, de 2008)
inciso I do caput do art. 36-B desta Lei, será
desenvolvida de forma: (Incluído pela Lei Parágrafo único. Os cursos de
nº 11.741, de 2008) educação profissional técnica de nível médio,
nas formas articulada concomitante e
I - integrada, oferecida somente a subseqüente, quando estruturados e
quem já tenha concluído o ensino organizados em etapas com terminalidade,
fundamental, sendo o curso planejado de possibilitarão a obtenção de certificados de
modo a conduzir o aluno à habilitação qualificação para o trabalho após a conclusão,
profissional técnica de nível médio, na mesma com aproveitamento, de cada etapa que
instituição de ensino, efetuando-se matrícula caracterize uma qualificação para o
única para cada aluno; (Incluído pela Lei trabalho. (Incluído pela Lei nº 11.741, de
nº 11.741, de 2008) 2008)

II - concomitante, oferecida a quem Seção V


ingresse no ensino médio ou já o esteja
cursando, efetuando-se matrículas distintas Da Educação de Jovens e Adultos
para cada curso, e podendo
ocorrer: (Incluído pela Lei nº 11.741, de Art. 37. A educação de jovens e
2008) adultos será destinada àqueles que não
tiveram acesso ou continuidade de estudos

127
no ensino fundamental e médio na idade II - no nível de conclusão do ensino
própria. médio, para os maiores de dezoito anos.

Art. 37. A educação de jovens e § 2º Os conhecimentos e habilidades


adultos será destinada àqueles que não adquiridos pelos educandos por meios
tiveram acesso ou continuidade de estudos informais serão aferidos e reconhecidos
nos ensinos fundamental e médio na idade mediante exames.
própria e constituirá instrumento para a
educação e a aprendizagem ao longo da CAPÍTULO III
vida. (Redação dada pela Lei nº
13.632, de 2018) DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão Da Educação Profissional e


gratuitamente aos jovens e aos adultos, que Tecnológica
não puderam efetuar os estudos na idade (Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
regular, oportunidades educacionais
Art. 39. A educação profissional,
apropriadas, consideradas as características
integrada às diferentes formas de educação,
do alunado, seus interesses, condições de
ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz
vida e de trabalho, mediante cursos e
ao permanente desenvolvimento de aptidões
exames.
para a vida
§ 2º O Poder Público viabilizará e produtiva. (Regulamento) (Regulament
estimulará o acesso e a permanência do o) (Regulamento)
trabalhador na escola, mediante ações
Parágrafo único. O aluno matriculado
integradas e complementares entre si.
ou egresso do ensino fundamental, médio e
§ 3º A educação de jovens e adultos superior, bem como o trabalhador em geral,
deverá articular-se, preferencialmente, com a jovem ou adulto, contará com a possibilidade
educação profissional, na forma do de acesso à educação profissional.
regulamento. (Incluído pela Lei nº
Art. 39. A educação profissional e
11.741, de 2008)
tecnológica, no cumprimento dos objetivos
Art. 38. Os sistemas de ensino da educação nacional, integra-se aos
manterão cursos e exames supletivos, que diferentes níveis e modalidades de educação
compreenderão a base nacional comum do e às dimensões do trabalho, da ciência e da
currículo, habilitando ao prosseguimento de tecnologia. (Redação dada pela Lei nº
estudos em caráter regular. 11.741, de 2008)

§ 1º Os exames a que se refere este § 1º Os cursos de educação


artigo realizar-se-ão: profissional e tecnológica poderão ser
organizados por eixos tecnológicos,
I - no nível de conclusão do ensino possibilitando a construção de diferentes
fundamental, para os maiores de quinze anos; itinerários formativos, observadas as normas

128
do respectivo sistema e nível de prosseguimento ou conclusão de
ensino. (Incluído pela Lei nº 11.741, de estudos. (Regulamento) (Regulamento
2008) ) (Regulamento)

§ 2º A educação profissional e Parágrafo único. Os diplomas de


tecnológica abrangerá os seguintes cursos de educação profissional de nível
cursos: (Incluído pela Lei nº 11.741, de médio, quando registrados, terão validade
2008) nacional.

I – de formação inicial e continuada ou Parágrafo


qualificação profissional; (Incluído pela único. (Revogado). (Redação dada pela Lei
Lei nº 11.741, de 2008) nº 11.741, de 2008)

II – de educação profissional técnica de Art. 41. O conhecimento adquirido na


nível médio; (Incluído pela Lei nº 11.741, educação profissional e tecnológica, inclusive
de 2008) no trabalho, poderá ser objeto de avaliação,
reconhecimento e certificação para
III – de educação profissional prosseguimento ou conclusão de
tecnológica de graduação e pós- estudos. (Redação dada pela Lei nº
graduação. (Incluído pela Lei nº 11.741, 11.741, de 2008)
de 2008)
Art. 42. As escolas técnicas e
§ 3º Os cursos de educação profissionais, além dos seus cursos regulares,
profissional tecnológica de graduação e pós- oferecerão cursos especiais, abertos à
graduação organizar-se-ão, no que concerne comunidade, condicionada a matrícula à
a objetivos, características e duração, de capacidade de aproveitamento e não
acordo com as diretrizes curriculares necessariamente ao nível de
nacionais estabelecidas pelo Conselho escolaridade. (Regulamento) (Regula
Nacional de Educação. (Incluído pela mento)
Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 42. As instituições de educação
Art. 40. A educação profissional será profissional e tecnológica, além dos seus
desenvolvida em articulação com o ensino cursos regulares, oferecerão cursos especiais,
regular ou por diferentes estratégias de abertos à comunidade, condicionada a
educação continuada, em instituições matrícula à capacidade de aproveitamento e
especializadas ou no ambiente de não necessariamente ao nível de
trabalho. (Regulamento)(Regulamento) escolaridade. (Redação dada pela Lei nº
(Regulamento) 11.741, de 2008)

Art. 41. O conhecimento adquirido na CAPÍTULO IV


educação profissional, inclusive no trabalho,
poderá ser objeto de avaliação, DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
reconhecimento e certificação para

129
Art. 43. A educação superior tem por das conquistas e benefícios resultantes da
finalidade: criação cultural e da pesquisa científica e
tecnológica geradas na instituição.
I - estimular a criação cultural e o
desenvolvimento do espírito científico e do VIII - atuar em favor da universalização
pensamento reflexivo; e do aprimoramento da educação básica,
mediante a formação e a capacitação de
II - formar diplomados nas diferentes profissionais, a realização de pesquisas
áreas de conhecimento, aptos para a inserção pedagógicas e o desenvolvimento de
em setores profissionais e para a participação atividades de extensão que aproximem os
no desenvolvimento da sociedade brasileira, dois níveis escolares. (Incluído pela Lei
e colaborar na sua formação contínua; nº 13.174, de 2015)

III - incentivar o trabalho de pesquisa e Art. 44. A educação superior abrangerá


investigação científica, visando o os seguintes cursos e
desenvolvimento da ciência e da tecnologia e programas: (Regulamento)
da criação e difusão da cultura, e, desse
modo, desenvolver o entendimento do I - cursos seqüenciais por campo de
homem e do meio em que vive; saber, de diferentes níveis de abrangência,
abertos a candidatos que atendam aos
IV - promover a divulgação de requisitos estabelecidos pelas instituições de
conhecimentos culturais, científicos e técnicos ensino;
que constituem patrimônio da humanidade e
comunicar o saber através do ensino, de I - cursos seqüenciais por campo de
publicações ou de outras formas de saber, de diferentes níveis de abrangência,
comunicação; abertos a candidatos que atendam aos
requisitos estabelecidos pelas instituições de
V - suscitar o desejo permanente de ensino, desde que tenham concluído o ensino
aperfeiçoamento cultural e profissional e médio ou equivalente; (Redação dada
possibilitar a correspondente concretização, pela Lei nº 11.632, de 2007).
integrando os conhecimentos que vão sendo
adquiridos numa estrutura intelectual II - de graduação, abertos a candidatos
sistematizadora do conhecimento de cada que tenham concluído o ensino médio ou
geração; equivalente e tenham sido classificados em
processo seletivo;
VI - estimular o conhecimento dos
problemas do mundo presente, em particular III - de pós-graduação,
os nacionais e regionais, prestar serviços compreendendo programas de mestrado e
especializados à comunidade e estabelecer doutorado, cursos de especialização,
com esta uma relação de reciprocidade; aperfeiçoamento e outros, abertos a
candidatos diplomados em cursos de
VII - promover a extensão, aberta à graduação e que atendam às exigências das
participação da população, visando à difusão instituições de ensino;

130
IV - de extensão, abertos a candidatos ou indicadores de desempenho em provas,
que atendam aos requisitos estabelecidos em exames e demais atividades da seleção e a
cada caso pelas instituições de ensino. sua posição na ordem de classificação de
todos os candidatos. (Redação
Parágrafo único. Os resultados do dada pela Lei nº 13.826, de 2019)
processo seletivo referido no inciso II
do caput deste artigo serão tornados § 2º No caso de empate no processo
públicos pelas instituições de ensino superior, seletivo, as instituições públicas de ensino
sendo obrigatória a divulgação da relação superior darão prioridade de matrícula ao
nominal dos classificados, a respectiva ordem candidato que comprove ter renda familiar
de classificação, bem como do cronograma inferior a dez salários mínimos, ou ao de
das chamadas para matrícula, de acordo com menor renda familiar, quando mais de um
os critérios para preenchimento das vagas candidato preencher o critério
constantes do respectivo inicial. (Incluído pela Lei nº 13.184, de
edital. (Incluído pela Lei nº 11.331, de 2015)
2006)
§ 3º O processo seletivo referido no
§ 1º. Os resultados do processo inciso II do caput considerará exclusivamente
seletivo referido no inciso II do caput deste as competências, as habilidades e as
artigo serão tornados públicos pelas expectativas de aprendizagem das áreas de
instituições de ensino superior, sendo conhecimento definidas na Base Nacional
obrigatória a divulgação da relação nominal Comum Curricular, observado o disposto nos
dos classificados, a respectiva ordem de incisos I a IV do caput do art.
classificação, bem como do cronograma das 36. (Incluído pela Medida Provisória nº
chamadas para matrícula, de acordo com os 746, de 2016)
critérios para preenchimento das vagas
constantes do respectivo § 3º O processo seletivo referido no
edital. (Incluído pela Lei nº inciso II considerará as competências e as
11.331, de 2006) (Renumerado habilidades definidas na Base Nacional
do parágrafo único para § 1º pela Lei nº Comum Curricular. (Incluído pela lei
13.184, de 2015) nº 13.415, de 2017)

§ 1º O resultado do processo seletivo Art. 45. A educação superior será


referido no inciso II do caput deste artigo ministrada em instituições de ensino superior,
será tornado público pela instituição de públicas ou privadas, com variados graus de
ensino superior, sendo obrigatórios a abrangência ou
divulgação da relação nominal dos especialização. (Regulamento) (Regul
classificados, a respectiva ordem de amento)
classificação e o cronograma das chamadas
para matrícula, de acordo com os critérios Art. 46. A autorização e o
para preenchimento das vagas constantes do reconhecimento de cursos, bem como o
edital, assegurado o direito do candidato, credenciamento de instituições de educação
classificado ou não, a ter acesso a suas notas superior, terão prazos limitados, sendo

131
renovados, periodicamente, após processo § 3º No caso de instituição privada,
regular de além das sanções previstas no § 1o deste
avaliação. (Regulamento) (Regulamento) artigo, o processo de reavaliação poderá
(Vide Lei nº 10.870, de 2004) resultar em redução de vagas autorizadas e
em suspensão temporária de novos ingressos
§ 1º Após um prazo para saneamento e de oferta de cursos. (Incluído
de deficiências eventualmente identificadas pela Lei nº 13.530, de 2017)
pela avaliação a que se refere este artigo,
haverá reavaliação, que poderá resultar, § 4º É facultado ao Ministério da
conforme o caso, em desativação de cursos e Educação, mediante procedimento específico
habilitações, em intervenção na instituição, e com aquiescência da instituição de ensino,
em suspensão temporária de prerrogativas da com vistas a resguardar os interesses dos
autonomia, ou em estudantes, comutar as penalidades previstas
descredenciamento. (Regulamento) nos §§ 1º e 3º deste artigo por outras
(Regulamento) (Vide Lei nº 10.870, de medidas, desde que adequadas para
2004) superação das deficiências e irregularidades
constatadas. (Incluído pela Lei nº
§ 2º No caso de instituição pública, o 13.530, de 2017)
Poder Executivo responsável por sua
manutenção acompanhará o processo de § 5º Para fins de regulação, os Estados
saneamento e fornecerá recursos adicionais, e o Distrito Federal deverão adotar os
se necessários, para a superação das critérios definidos pela União para
deficiências. autorização de funcionamento de curso de
graduação em
§ 3o No caso de instituição privada, Medicina. (Incluído pela Lei nº
além das sanções previstas no § 1o, o 13.530, de 2017)
processo de reavaliação poderá resultar
também em redução de vagas autorizadas, Art. 47. Na educação superior, o ano
suspensão temporária de novos ingressos e letivo regular, independente do ano civil, tem,
de oferta de cursos. (Incluído pela no mínimo, duzentos dias de trabalho
Medida Provisória nº 785, de 2017) acadêmico efetivo, excluído o tempo
reservado aos exames finais, quando houver.
§ 4o É facultado ao Ministério da
Educação, mediante procedimento específico § 1º As instituições informarão aos
e com a aquiescência da instituição de ensino, interessados, antes de cada período letivo, os
com vistas a resguardar o interesse dos programas dos cursos e demais componentes
estudantes, comutar as penalidades previstas curriculares, sua duração, requisitos,
nos § 1o e § 3o em outras medidas, desde que qualificação dos professores, recursos
adequadas para a superação das deficiências disponíveis e critérios de avaliação,
e irregularidades obrigando-se a cumprir as respectivas
constatadas. (Incluído pela condições.
Medida Provisória nº 785, de 2017)

132
§ 1o As instituições informarão aos II - em toda propaganda eletrônica da
interessados, antes de cada período letivo, os instituição de ensino superior, por meio de
programas dos cursos e demais componentes ligação para a página referida no inciso
curriculares, sua duração, requisitos, I; (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
qualificação dos professores, recursos
disponíveis e critérios de avaliação, III - em local visível da instituição de
obrigando-se a cumprir as respectivas ensino superior e de fácil acesso ao
condições, e a publicação deve ser feita, público; (Incluído pela lei nº 13.168, de
sendo as 3 (três) primeiras formas 2015)
concomitantemente: (Redação
dada pela lei nº 13.168, de 2015) IV - deve ser atualizada
semestralmente ou anualmente, de acordo
I - em página específica na internet no com a duração das disciplinas de cada curso
sítio eletrônico oficial da instituição de ensino oferecido, observando o
superior, obedecido o seguinte: (Incluído pela lei nº 13.168, de
seguinte: (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
2015)
a) caso o curso mantenha disciplinas
a) toda publicação a que se refere esta com duração diferenciada, a publicação deve
Lei deve ter como título “Grade e Corpo ser semestral; (Incluída pela lei nº
Docente”; (Incluída pela lei nº 13.168, 13.168, de 2015)
de 2015)
b) a publicação deve ser feita até 1 (um)
b) a página principal da instituição de mês antes do início das aulas; (Incluída
ensino superior, bem como a página da oferta pela lei nº 13.168, de 2015)
de seus cursos aos ingressantes sob a forma
de vestibulares, processo seletivo e outras c) caso haja mudança na grade do
com a mesma finalidade, deve conter a curso ou no corpo docente até o início das
ligação desta com a página específica aulas, os alunos devem ser comunicados
prevista neste inciso; (Incluída pela lei sobre as alterações; (Incluída pela lei nº
nº 13.168, de 2015) 13.168, de 2015)

c) caso a instituição de ensino superior V - deve conter as seguintes


não possua sítio eletrônico, deve criar página informações: (Incluído pela lei nº
específica para divulgação das informações 13.168, de 2015)
de que trata esta Lei; (Incluída pela lei
a) a lista de todos os cursos oferecidos
nº 13.168, de 2015)
pela instituição de ensino
d) a página específica deve conter a superior; (Incluída pela lei nº 13.168,
data completa de sua última de 2015)
atualização; (Incluída pela lei nº 13.168,
b) a lista das disciplinas que compõem
de 2015)
a grade curricular de cada curso e as

133
respectivas cargas horárias; (Incluída registrados em universidades indicadas pelo
pela lei nº 13.168, de 2015) Conselho Nacional de Educação.

c) a identificação dos docentes que § 2º Os diplomas de graduação


ministrarão as aulas em cada curso, as expedidos por universidades estrangeiras
disciplinas que efetivamente ministrará serão revalidados por universidades públicas
naquele curso ou cursos, sua titulação, que tenham curso do mesmo nível e área ou
abrangendo a qualificação profissional do equivalente, respeitando-se os acordos
docente e o tempo de casa do docente, de internacionais de reciprocidade ou
forma total, contínua ou equiparação.
intermitente. (Incluída pela lei nº 13.168,
de 2015) § 3º Os diplomas de Mestrado e de
Doutorado expedidos por universidades
§ 2º Os alunos que tenham estrangeiras só poderão ser reconhecidos por
extraordinário aproveitamento nos estudos, universidades que possuam cursos de pós-
demonstrado por meio de provas e outros graduação reconhecidos e avaliados, na
instrumentos de avaliação específicos, mesma área de conhecimento e em nível
aplicados por banca examinadora especial, equivalente ou superior.
poderão ter abreviada a duração dos seus
cursos, de acordo com as normas dos Art. 49. As instituições de educação
sistemas de ensino. superior aceitarão a transferência de alunos
regulares, para cursos afins, na hipótese de
§ 3º É obrigatória a freqüência de existência de vagas, e mediante processo
alunos e professores, salvo nos programas de seletivo.
educação a distância.
Parágrafo único. As transferências ex
§ 4º As instituições de educação officio dar-se-ão na forma da
superior oferecerão, no período noturno, lei. (Regulamento)
cursos de graduação nos mesmos padrões de
qualidade mantidos no período diurno, sendo Art. 50. As instituições de educação
obrigatória a oferta noturna nas instituições superior, quando da ocorrência de vagas,
públicas, garantida a necessária previsão abrirão matrícula nas disciplinas de seus
orçamentária. cursos a alunos não regulares que
demonstrarem capacidade de cursá-las com
Art. 48. Os diplomas de cursos proveito, mediante processo seletivo prévio.
superiores reconhecidos, quando registrados,
terão validade nacional como prova da Art. 51. As instituições de educação
formação recebida por seu titular. superior credenciadas como universidades,
ao deliberar sobre critérios e normas de
§ 1º Os diplomas expedidos pelas seleção e admissão de estudantes, levarão
universidades serão por elas próprias em conta os efeitos desses critérios sobre a
registrados, e aqueles conferidos por orientação do ensino médio, articulando-se
instituições não-universitárias serão

134
com os órgãos normativos dos sistemas de III - estabelecer planos, programas e
ensino. projetos de pesquisa científica, produção
artística e atividades de extensão;
Art. 52. As universidades são
instituições pluridisciplinares de formação IV - fixar o número de vagas de acordo
dos quadros profissionais de nível superior, com a capacidade institucional e as
de pesquisa, de extensão e de domínio e exigências do seu meio;
cultivo do saber humano, que se caracterizam
por: (Regulamento) (Regulamento) V - elaborar e reformar os seus
estatutos e regimentos em consonância com
I - produção intelectual as normas gerais atinentes;
institucionalizada mediante o estudo
sistemático dos temas e problemas mais VI - conferir graus, diplomas e outros
relevantes, tanto do ponto de vista científico títulos;
e cultural, quanto regional e nacional;
VII - firmar contratos, acordos e
II - um terço do corpo docente, pelo convênios;
menos, com titulação acadêmica de mestrado
ou doutorado; VIII - aprovar e executar planos,
programas e projetos de investimentos
III - um terço do corpo docente em referentes a obras, serviços e aquisições em
regime de tempo integral. geral, bem como administrar rendimentos
conforme dispositivos institucionais;
Parágrafo único. É facultada a criação
de universidades especializadas por campo IX - administrar os rendimentos e deles
do dispor na forma prevista no ato de
saber. (Regulamento) (Regulamento) constituição, nas leis e nos respectivos
estatutos;
Art. 53. No exercício de sua
autonomia, são asseguradas às universidades, X - receber subvenções, doações,
sem prejuízo de outras, as seguintes heranças, legados e cooperação financeira
atribuições: resultante de convênios com entidades
públicas e privadas.
I - criar, organizar e extinguir, em sua
sede, cursos e programas de educação Parágrafo único. Para garantir a
superior previstos nesta Lei, obedecendo às autonomia didático-científica das
normas gerais da União e, quando for o caso, universidades, caberá aos seus colegiados de
do respectivo sistema de ensino e pesquisa decidir, dentro dos
ensino; (Regulamento) recursos orçamentários disponíveis, sobre:

II - fixar os currículos dos seus cursos e I - criação, expansão, modificação e


programas, observadas as diretrizes gerais extinção de cursos;
pertinentes;
II - ampliação e diminuição de vagas;

135
III - elaboração da programação dos específicos, conforme acordo entre doadores
cursos; e universidades. (Incluído pela Lei nº
13.490, de 2017)
IV - programação das pesquisas e das
atividades de extensão; § 3º No caso das universidades
públicas, os recursos das doações devem ser
V - contratação e dispensa de dirigidos ao caixa único da instituição, com
professores; destinação garantida às unidades a serem
beneficiadas. (Incluído pela Lei nº
VI - planos de carreira docente. 13.490, de 2017)

§ 1º Para garantir a autonomia Art. 54. As universidades mantidas


didático-científica das universidades, caberá pelo Poder Público gozarão, na forma da lei,
aos seus colegiados de ensino e pesquisa de estatuto jurídico especial para atender às
decidir, dentro dos recursos orçamentários peculiaridades de sua estrutura, organização
disponíveis, sobre: (Redação dada e financiamento pelo Poder Público, assim
pela Lei nº 13.490, de 2017) como dos seus planos de carreira e do regime
jurídico do seu
I - criação, expansão, modificação e
pessoal. (Regulamento) (Regulament
extinção de cursos; (Redação dada
o)
pela Lei nº 13.490, de 2017)
§ 1º No exercício da sua autonomia,
II - ampliação e diminuição de
além das atribuições asseguradas pelo artigo
vagas; (Redação dada pela Lei nº
anterior, as universidades públicas poderão:
13.490, de 2017)
I - propor o seu quadro de pessoal
III - elaboração da programação dos
docente, técnico e administrativo, assim
cursos; (Redação dada pela Lei nº
como um plano de cargos e salários,
13.490, de 2017)
atendidas as normas gerais pertinentes e os
recursos disponíveis;
IV - programação das pesquisas e das
atividades de extensão; (Redação
II - elaborar o regulamento de seu
dada pela Lei nº 13.490, de 2017)
pessoal em conformidade com as normas
gerais concernentes;
V - contratação e dispensa de
professores; (Redação dada pela Lei
III - aprovar e executar planos,
nº 13.490, de 2017)
programas e projetos de investimentos
referentes a obras, serviços e aquisições em
VI - planos de carreira
geral, de acordo com os recursos alocados
docente. (Redação dada pela Lei nº
pelo respectivo Poder mantenedor;
13.490, de 2017)
IV - elaborar seus orçamentos anuais e
§ 2º As doações, inclusive monetárias,
plurianuais;
podem ser dirigidas a setores ou projetos

136
V - adotar regime financeiro e contábil Art. 57. Nas instituições públicas de
que atenda às suas peculiaridades de educação superior, o professor ficará
organização e funcionamento; obrigado ao mínimo de oito horas semanais
de aulas. (Regulamento)
VI - realizar operações de crédito ou de
financiamento, com aprovação do Poder CAPÍTULO V
competente, para aquisição de bens imóveis,
instalações e equipamentos; DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

VII - efetuar transferências, quitações e Art. 58. Entende-se por educação


tomar outras providências de ordem especial, para os efeitos desta Lei, a
orçamentária, financeira e patrimonial modalidade de educação escolar, oferecida
necessárias ao seu bom desempenho. preferencialmente na rede regular de ensino,
para educandos portadores de necessidades
§ 2º Atribuições de autonomia especiais.
universitária poderão ser estendidas a
instituições que comprovem alta qualificação Art. 58. Entende-se por educação
para o ensino ou para a pesquisa, com base especial, para os efeitos desta Lei, a
em avaliação realizada pelo Poder Público. modalidade de educação escolar oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino,
Art. 55. Caberá à União assegurar, para educandos com deficiência, transtornos
anualmente, em seu Orçamento Geral, globais do desenvolvimento e altas
recursos suficientes para manutenção e habilidades ou
desenvolvimento das instituições de superdotação. (Redação dada pela Lei
educação superior por ela mantidas. nº 12.796, de 2013)

Art. 56. As instituições públicas de § 1º Haverá, quando necessário,


educação superior obedecerão ao princípio serviços de apoio especializado, na escola
da gestão democrática, assegurada a regular, para atender às peculiaridades da
existência de órgãos colegiados clientela de educação especial.
deliberativos, de que participarão os
segmentos da comunidade institucional, local § 2º O atendimento educacional será
e regional. feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que, em função das
Parágrafo único. Em qualquer caso, os condições específicas dos alunos, não for
docentes ocuparão setenta por cento dos possível a sua integração nas classes comuns
assentos em cada órgão colegiado e de ensino regular.
comissão, inclusive nos que tratarem da
elaboração e modificações estatutárias e § 3º A oferta de educação especial,
regimentais, bem como da escolha de dever constitucional do Estado, tem início na
dirigentes. faixa etária de zero a seis anos, durante a
educação infantil.

137
§ 3º A oferta de educação especial, articulação com os órgãos oficiais afins, bem
nos termos do caput deste artigo, tem início como para aqueles que apresentam uma
na educação infantil e estende-se ao longo da habilidade superior nas áreas artística,
vida, observados o inciso III do art. 4º e o intelectual ou psicomotora;
parágrafo único do art. 60 desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.632, V - acesso igualitário aos benefícios dos
de 2018) programas sociais suplementares disponíveis
para o respectivo nível do ensino regular.
Art. 59. Os sistemas de ensino
assegurarão aos educandos com Art. 59-A. O poder público deverá
necessidades especiais: instituir cadastro nacional de alunos com altas
habilidades ou superdotação matriculados na
Art. 59. Os sistemas de ensino educação básica e na educação superior, a
assegurarão aos educandos com deficiência, fim de fomentar a execução de políticas
transtornos globais do desenvolvimento e públicas destinadas ao desenvolvimento
altas habilidades ou pleno das potencialidades desse
superdotação: (Redação dada pela Lei alunado. (Incluído pela Lei nº 13.234, de
nº 12.796, de 2013) 2015)

I - currículos, métodos, técnicas, Parágrafo único. A identificação


recursos educativos e organização precoce de alunos com altas habilidades ou
específicos, para atender às suas superdotação, os critérios e procedimentos
necessidades; para inclusão no cadastro referido
no caput deste artigo, as entidades
II - terminalidade específica para responsáveis pelo cadastramento, os
aqueles que não puderem atingir o nível mecanismos de acesso aos dados do cadastro
exigido para a conclusão do ensino e as políticas de desenvolvimento das
fundamental, em virtude de suas deficiências, potencialidades do alunado de que trata
e aceleração para concluir em menor tempo o caput serão definidos em regulamento.
o programa escolar para os superdotados;
Art. 60. Os órgãos normativos dos
III - professores com especialização sistemas de ensino estabelecerão critérios de
adequada em nível médio ou superior, para caracterização das instituições privadas sem
atendimento especializado, bem como fins lucrativos, especializadas e com atuação
professores do ensino regular capacitados exclusiva em educação especial, para fins de
para a integração desses educandos nas apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.
classes comuns;
Parágrafo único. O Poder Público
IV - educação especial para o trabalho, adotará, como alternativa preferencial, a
visando a sua efetiva integração na vida em ampliação do atendimento aos educandos
sociedade, inclusive condições adequadas com necessidades especiais na própria rede
para os que não revelarem capacidade de pública regular de ensino,
inserção no trabalho competitivo, mediante

138
independentemente do apoio às instituições II - aproveitamento da formação e
previstas neste artigo. (Regulamento) experiências anteriores em instituições de
ensino e outras atividades.
Parágrafo único. O poder público
adotará, como alternativa preferencial, a II – trabalhadores em educação
ampliação do atendimento aos educandos portadores de diploma de pedagogia, com
com deficiência, transtornos globais do habilitação em administração, planejamento,
desenvolvimento e altas habilidades ou supervisão, inspeção e orientação
superdotação na própria rede pública regular educacional, bem como com títulos de
de ensino, independentemente do apoio às mestrado ou doutorado nas mesmas
instituições previstas neste áreas; (Redação dada pela Lei nº
artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
12.796, de 2013)
III – trabalhadores em educação,
TÍTULO VI portadores de diploma de curso técnico ou
superior em área pedagógica ou
Dos Profissionais da Educação afim. (Incluído pela Lei nº 12.014, de
2009)
Art. 61. A formação de profissionais da
educação, de modo a atender aos objetivos III - trabalhadores em educação,
dos diferentes níveis e modalidades de ensino portadores de diploma de curso técnico ou
e às características de cada fase do superior em área pedagógica ou afim;
desenvolvimento do educando, terá como e (Redação dada pela Medida
fundamentos: (Regulamento) Provisória nº 746, de 2016)

Art. 61. Consideram-se profissionais III – trabalhadores em educação,


da educação escolar básica os que, nela portadores de diploma de curso técnico ou
estando em efetivo exercício e tendo sido superior em área pedagógica ou
formados em cursos reconhecidos, afim. (Incluído pela Lei nº 12.014, de
são: (Redação dada pela Lei nº 12.014, 2009)
de 2009)
IV - profissionais com notório saber
I - a associação entre teorias e práticas, reconhecido pelos respectivos sistemas de
inclusive mediante a capacitação em serviço; ensino para ministrar conteúdos de áreas
afins à sua formação para atender o disposto
I – professores habilitados em nível no inciso V do caput do art.
médio ou superior para a docência na 36. (Incluído pela Medida Provisória nº
educação infantil e nos ensinos fundamental e 746, de 2016)
médio; (Redação dada pela Lei nº
12.014, de 2009) IV - profissionais com notório saber
reconhecido pelos respectivos sistemas de
ensino, para ministrar conteúdos de áreas
afins à sua formação ou experiência

139
profissional, atestados por titulação institutos superiores de educação, admitida,
específica ou prática de ensino em unidades como formação mínima para o exercício do
educacionais da rede pública ou privada ou magistério na educação infantil e nas quatro
das corporações privadas em que tenham primeiras séries do ensino fundamental, a
atuado, exclusivamente para atender ao oferecida em nível médio, na modalidade
inciso V do caput do art. 36; (Incluído Normal. (Regulamento)
pela lei nº 13.415, de 2017)
Art. 62. A formação de docentes para
V - profissionais graduados que atuar na educação básica far-se-á em nível
tenham feito complementação pedagógica, superior, em curso de licenciatura, de
conforme disposto pelo Conselho Nacional graduação plena, em universidades e
de Educação. (Incluído pela lei nº 13.415, institutos superiores de educação, admitida,
de 2017) como formação mínima para o exercício do
magistério na educação infantil e nos 5 (cinco)
Parágrafo único. A formação dos primeiros anos do ensino fundamental, a
profissionais da educação, de modo a atender oferecida em nível médio na modalidade
às especificidades do exercício de suas normal. (Redação dada pela Lei nº
atividades, bem como aos objetivos das 12.796, de 2013)
diferentes etapas e modalidades da educação
básica, terá como Art. 62. A formação de docentes para
fundamentos: (Incluído pela Lei nº atuar na educação básica far-se-á em nível
12.014, de 2009) superior, em curso de licenciatura plena,
admitida, como formação mínima para o
I – a presença de sólida formação exercício do magistério na educação infantil e
básica, que propicie o conhecimento dos nos cinco primeiros anos do ensino
fundamentos científicos e sociais de suas fundamental, a oferecida em nível médio, na
competências de trabalho; (Incluído modalidade normal. (Redação
pela Lei nº 12.014, de 2009) dada pela lei nº 13.415, de 2017)

II – a associação entre teorias e § 1º A União, o Distrito Federal, os


práticas, mediante estágios supervisionados e Estados e os Municípios, em regime de
capacitação em serviço; (Incluído pela colaboração, deverão promover a formação
Lei nº 12.014, de 2009) inicial, a continuada e a capacitação dos
profissionais de magistério. (Incluído
III – o aproveitamento da formação e pela Lei nº 12.056, de 2009).
experiências anteriores, em instituições de
ensino e em outras atividades. (Incluído § 2º A formação continuada e a
pela Lei nº 12.014, de 2009) capacitação dos profissionais de magistério
poderão utilizar recursos e tecnologias de
Art. 62. A formação de docentes para educação a distância. (Incluído pela Lei
atuar na educação básica far-se-á em nível nº 12.056, de 2009).
superior, em curso de licenciatura, de
graduação plena, em universidades e

140
§ 3º A formação inicial de profissionais Provisória nº 746, de 2016) (Vide Medida
de magistério dará preferência ao ensino Provisória nº 746, de 2016)
presencial, subsidiariamente fazendo uso de
recursos e tecnologias de educação a § 8º Os currículos dos cursos de
distância. (Incluído pela Lei nº 12.056, formação de docentes terão por referência a
de 2009). Base Nacional Comum
Curricular. (Incluído pela lei nº 13.415,
§ 4º A União, o Distrito Federal, os de 2017) (Vide Lei nº 13.415, de 2017)
Estados e os Municípios adotarão
mecanismos facilitadores de acesso e Art. 62-A. A formação dos
permanência em cursos de formação de profissionais a que se refere o inciso III do art.
docentes em nível superior para atuar na 61 far-se-á por meio de cursos de conteúdo
educação básica pública. (Incluído pela técnico-pedagógico, em nível médio ou
Lei nº 12.796, de 2013) superior, incluindo habilitações
tecnológicas. (Incluído pela Lei nº
§ 5º A União, o Distrito Federal, os 12.796, de 2013)
Estados e os Municípios incentivarão a
formação de profissionais do magistério para Parágrafo único. Garantir-se-á
atuar na educação básica pública mediante formação continuada para os profissionais a
programa institucional de bolsa de iniciação à que se refere o caput, no local de trabalho ou
docência a estudantes matriculados em em instituições de educação básica e
cursos de licenciatura, de graduação plena, superior, incluindo cursos de educação
nas instituições de educação profissional, cursos superiores de graduação
superior. (Incluído pela Lei nº 12.796, plena ou tecnológicos e de pós-
de 2013) graduação. (Incluído pela Lei nº 12.796,
de 2013)
§ 6º O Ministério da Educação poderá
estabelecer nota mínima em exame nacional Art. 62-B. O acesso de professores das
aplicado aos concluintes do ensino médio redes públicas de educação básica a cursos
como pré-requisito para o ingresso em cursos superiores de pedagogia e licenciatura será
de graduação para formação de docentes, efetivado por meio de processo seletivo
ouvido o Conselho Nacional de Educação - diferenciado. (Incluído pela Lei nº
CNE. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 13.478, de 2017)
2013)
§ 1º Terão direito de pleitear o acesso
§ 7º (VETADO). (Incluído pela previsto no caput deste artigo os professores
Lei nº 12.796, de 2013) das redes públicas municipais, estaduais e
federal que ingressaram por concurso
§ 8º Os currículos dos cursos de público, tenham pelo menos três anos de
formação de docentes terão por referência a exercício da profissão e não sejam portadores
Base Nacional Comum de diploma de graduação. (Incluído
Curricular. (Incluído pela Medida pela Lei nº 13.478, de 2017)

141
§ 2º As instituições de ensino instituição de ensino, garantida, nesta
responsáveis pela oferta de cursos de formação, a base comum nacional.
pedagogia e outras licenciaturas definirão
critérios adicionais de seleção sempre que Art. 65. A formação docente, exceto
acorrerem aos certames interessados em para a educação superior, incluirá prática de
número superior ao de vagas disponíveis para ensino de, no mínimo, trezentas horas.
os respectivos cursos. (Incluído pela
Lei nº 13.478, de 2017) Art. 66. A preparação para o exercício
do magistério superior far-se-á em nível de
§ 3º Sem prejuízo dos concursos pós-graduação, prioritariamente em
seletivos a serem definidos em regulamento programas de mestrado e doutorado.
pelas universidades, terão prioridade de
ingresso os professores que optarem por Parágrafo único. O notório saber,
cursos de licenciatura em matemática, física, reconhecido por universidade com curso de
química, biologia e língua doutorado em área afim, poderá suprir a
portuguesa. (Incluído pela Lei nº exigência de título acadêmico.
13.478, de 2017)
Art. 67. Os sistemas de ensino
Art. 63. Os institutos superiores de promoverão a valorização dos profissionais da
educação manterão: (Regulamento) educação, assegurando-lhes, inclusive nos
termos dos estatutos e dos planos de carreira
I - cursos formadores de profissionais do magistério público:
para a educação básica, inclusive o curso
normal superior, destinado à formação de I - ingresso exclusivamente por
docentes para a educação infantil e para as concurso público de provas e títulos;
primeiras séries do ensino fundamental;
II - aperfeiçoamento profissional
II - programas de formação continuado, inclusive com licenciamento
pedagógica para portadores de diplomas de periódico remunerado para esse fim;
educação superior que queiram se dedicar à
III - piso salarial profissional;
educação básica;
IV - progressão funcional baseada na
III - programas de educação
titulação ou habilitação, e na avaliação do
continuada para os profissionais de educação
desempenho;
dos diversos níveis.
V - período reservado a estudos,
Art. 64. A formação de profissionais de
planejamento e avaliação, incluído na carga
educação para administração, planejamento,
de trabalho;
inspeção, supervisão e orientação
educacional para a educação básica, será feita
VI - condições adequadas de trabalho.
em cursos de graduação em pedagogia ou
em nível de pós-graduação, a critério da § 1º A experiência docente é pré-
requisito para o exercício profissional de

142
quaisquer outras funções de magistério, nos V - outros recursos previstos em lei.
termos das normas de cada sistema de
ensino. (Renumerado pela Lei nº 11.301, Art. 69. A União aplicará, anualmente,
de 2006) nunca menos de dezoito, e os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, vinte e cinco
§ 2º Para os efeitos do disposto no § por cento, ou o que consta nas respectivas
5º do art. 40 e no § 8o do art. 201 da Constituições ou Leis Orgânicas, da receita
Constituição Federal, são consideradas resultante de impostos, compreendidas as
funções de magistério as exercidas por transferências constitucionais, na manutenção
professores e especialistas em educação no e desenvolvimento do ensino
desempenho de atividades educativas, público. (Vide Medida Provisória nº
quando exercidas em estabelecimento de 773, de 2017) (Vigência encerrada)
educação básica em seus diversos níveis e
modalidades, incluídas, além do exercício da § 1º A parcela da arrecadação de
docência, as de direção de unidade escolar e impostos transferida pela União aos Estados,
as de coordenação e assessoramento ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos
pedagógico. (Incluído pela Lei nº 11.301, Estados aos respectivos Municípios, não será
de 2006) considerada, para efeito do cálculo previsto
neste artigo, receita do governo que a
§ 3º A União prestará assistência transferir.
técnica aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios na elaboração de concursos § 2º Serão consideradas excluídas das
públicos para provimento de cargos dos receitas de impostos mencionadas neste
profissionais da educação. (Incluído pela artigo as operações de crédito por
Lei nº 12.796, de 2013) antecipação de receita orçamentária de
impostos.
TÍTULO VII
§ 3º Para fixação inicial dos valores
Dos Recursos financeiros correspondentes aos mínimos estatuídos
neste artigo, será considerada a receita
Art. 68. Serão recursos públicos estimada na lei do orçamento anual, ajustada,
destinados à educação os originários de: quando for o caso, por lei que autorizar a
abertura de créditos adicionais, com base no
I - receita de impostos próprios da eventual excesso de arrecadação.
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios; § 4º As diferenças entre a receita e a
despesa previstas e as efetivamente
II - receita de transferências realizadas, que resultem no não atendimento
constitucionais e outras transferências; dos percentuais mínimos obrigatórios, serão
apuradas e corrigidas a cada trimestre do
III - receita do salário-educação e de
exercício financeiro.
outras contribuições sociais;

IV - receita de incentivos fiscais;


143
§ 5º O repasse dos valores referidos V - realização de atividades-meio
neste artigo do caixa da União, dos Estados, necessárias ao funcionamento dos sistemas
do Distrito Federal e dos Municípios ocorrerá de ensino;
imediatamente ao órgão responsável pela
educação, observados os seguintes prazos: VI - concessão de bolsas de estudo a
alunos de escolas públicas e privadas;
I - recursos arrecadados do primeiro ao
décimo dia de cada mês, até o vigésimo dia; VII - amortização e custeio de
operações de crédito destinadas a atender ao
II - recursos arrecadados do décimo disposto nos incisos deste artigo;
primeiro ao vigésimo dia de cada mês, até o
trigésimo dia; VIII - aquisição de material didático-
escolar e manutenção de programas de
III - recursos arrecadados do vigésimo transporte escolar.
primeiro dia ao final de cada mês, até o
décimo dia do mês subseqüente. Art. 71. Não constituirão despesas de
manutenção e desenvolvimento do ensino
§ 6º O atraso da liberação sujeitará os aquelas realizadas com:
recursos a correção monetária e à
responsabilização civil e criminal das I - pesquisa, quando não vinculada às
autoridades competentes. instituições de ensino, ou, quando efetivada
fora dos sistemas de ensino, que não vise,
Art. 70. Considerar-se-ão como de precipuamente, ao aprimoramento de sua
manutenção e desenvolvimento do ensino as qualidade ou à sua expansão;
despesas realizadas com vistas à consecução
dos objetivos básicos das instituições II - subvenção a instituições públicas ou
educacionais de todos os níveis, privadas de caráter assistencial, desportivo ou
compreendendo as que se destinam a: cultural;

I - remuneração e aperfeiçoamento do III - formação de quadros especiais


pessoal docente e demais profissionais da para a administração pública, sejam militares
educação; ou civis, inclusive diplomáticos;

II - aquisição, manutenção, construção IV - programas suplementares de


e conservação de instalações e equipamentos alimentação, assistência médico-
necessários ao ensino; odontológica, farmacêutica e psicológica, e
outras formas de assistência social;
III – uso e manutenção de bens e
serviços vinculados ao ensino; V - obras de infra-estrutura, ainda que
realizadas para beneficiar direta ou
IV - levantamentos estatísticos, estudos indiretamente a rede escolar;
e pesquisas visando precipuamente ao
aprimoramento da qualidade e à expansão do VI - pessoal docente e demais
ensino; trabalhadores da educação, quando em

144
desvio de função ou em atividade alheia à medida do esforço fiscal do respectivo
manutenção e desenvolvimento do ensino. Estado, do Distrito Federal ou do Município
em favor da manutenção e do
Art. 72. As receitas e despesas com desenvolvimento do ensino.
manutenção e desenvolvimento do ensino
serão apuradas e publicadas nos balanços do § 2º A capacidade de atendimento de
Poder Público, assim como nos relatórios a cada governo será definida pela razão entre
que se refere o § 3º do art. 165 da os recursos de uso constitucionalmente
Constituição Federal. obrigatório na manutenção e
desenvolvimento do ensino e o custo anual
Art. 73. Os órgãos fiscalizadores do aluno, relativo ao padrão mínimo de
examinarão, prioritariamente, na prestação qualidade.
de contas de recursos públicos, o
cumprimento do disposto no art. 212 da § 3º Com base nos critérios
Constituição Federal, no art. 60 do Ato das estabelecidos nos §§ 1º e 2º, a União poderá
Disposições Constitucionais Transitórias e na fazer a transferência direta de recursos a cada
legislação concernente. estabelecimento de ensino, considerado o
número de alunos que efetivamente
Art. 74. A União, em colaboração com freqüentam a escola.
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
estabelecerá padrão mínimo de § 4º A ação supletiva e redistributiva
oportunidades educacionais para o ensino não poderá ser exercida em favor do Distrito
fundamental, baseado no cálculo do custo Federal, dos Estados e dos Municípios se
mínimo por aluno, capaz de assegurar ensino estes oferecerem vagas, na área de ensino de
de qualidade. sua responsabilidade, conforme o inciso VI do
art. 10 e o inciso V do art. 11 desta Lei, em
Parágrafo único. O custo mínimo de número inferior à sua capacidade de
que trata este artigo será calculado pela atendimento.
União ao final de cada ano, com validade para
o ano subseqüente, considerando variações Art. 76. A ação supletiva e
regionais no custo dos insumos e as diversas redistributiva prevista no artigo anterior ficará
modalidades de ensino. condicionada ao efetivo cumprimento pelos
Estados, Distrito Federal e Municípios do
Art. 75. A ação supletiva e disposto nesta Lei, sem prejuízo de outras
redistributiva da União e dos Estados será prescrições legais.
exercida de modo a corrigir,
progressivamente, as disparidades de acesso Art. 77. Os recursos públicos serão
e garantir o padrão mínimo de qualidade de destinados às escolas públicas, podendo ser
ensino. dirigidos a escolas comunitárias,
confessionais ou filantrópicas que:
§ 1º A ação a que se refere este artigo
obedecerá a fórmula de domínio público que I - comprovem finalidade não-lucrativa
inclua a capacidade de atendimento e a e não distribuam resultados, dividendos,

145
bonificações, participações ou parcela de seu memórias históricas; a reafirmação de suas
patrimônio sob nenhuma forma ou pretexto; identidades étnicas; a valorização de suas
línguas e ciências;
II - apliquem seus excedentes
financeiros em educação; II - garantir aos índios, suas
comunidades e povos, o acesso às
III - assegurem a destinação de seu informações, conhecimentos técnicos e
patrimônio a outra escola comunitária, científicos da sociedade nacional e demais
filantrópica ou confessional, ou ao Poder sociedades indígenas e não-índias.
Público, no caso de encerramento de suas
atividades; Art. 79. A União apoiará técnica e
financeiramente os sistemas de ensino no
IV - prestem contas ao Poder Público provimento da educação intercultural às
dos recursos recebidos. comunidades indígenas, desenvolvendo
programas integrados de ensino e pesquisa.
§ 1º Os recursos de que trata este
artigo poderão ser destinados a bolsas de § 1º Os programas serão planejados
estudo para a educação básica, na forma da com audiência das comunidades indígenas.
lei, para os que demonstrarem insuficiência
de recursos, quando houver falta de vagas e § 2º Os programas a que se refere este
cursos regulares da rede pública de domicílio artigo, incluídos nos Planos Nacionais de
do educando, ficando o Poder Público Educação, terão os seguintes objetivos:
obrigado a investir prioritariamente na
expansão da sua rede local. I - fortalecer as práticas sócio-culturais
e a língua materna de cada comunidade
§ 2º As atividades universitárias de indígena;
pesquisa e extensão poderão receber apoio
financeiro do Poder Público, inclusive II - manter programas de formação de
mediante bolsas de estudo. pessoal especializado, destinado à educação
escolar nas comunidades indígenas;
TÍTULO VIII
III - desenvolver currículos e programas
Das Disposições Gerais específicos, neles incluindo os conteúdos
culturais correspondentes às respectivas
Art. 78. O Sistema de Ensino da União, comunidades;
com a colaboração das agências federais de
fomento à cultura e de assistência aos índios, IV - elaborar e publicar
desenvolverá programas integrados de sistematicamente material didático específico
ensino e pesquisa, para oferta de educação e diferenciado.
escolar bilingüe e intercultural aos povos
indígenas, com os seguintes objetivos: § 3º No que se refere à educação
superior, sem prejuízo de outras ações, o
I - proporcionar aos índios, suas atendimento aos povos indígenas efetivar-se-
comunidades e povos, a recuperação de suas á, nas universidades públicas e privadas,
146
mediante a oferta de ensino e de assistência I - custos de transmissão reduzidos em
estudantil, assim como de estímulo à pesquisa canais comerciais de radiodifusão sonora e de
e desenvolvimento de programas sons e imagens;
especiais. (Incluído pela Lei nº 12.416,
de 2011) I - custos de transmissão reduzidos em
canais comerciais de radiodifusão sonora e de
Art. 79-A. (VETADO) (Incluído sons e imagens e em outros meios de
pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003) comunicação que sejam explorados mediante
autorização, concessão ou permissão do
Art. 79-B. O calendário escolar incluirá poder público; (Redação dada pela
o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Lei nº 12.603, de 2012)
Consciência Negra’. (Incluído pela Lei
nº 10.639, de 9.1.2003) II - concessão de canais com finalidades
exclusivamente educativas;
Art. 80. O Poder Público incentivará o
desenvolvimento e a veiculação de III - reserva de tempo mínimo, sem
programas de ensino a distância, em todos os ônus para o Poder Público, pelos
níveis e modalidades de ensino, e de concessionários de canais comerciais.
educação
continuada. (Regulamento) (Re Art. 81. É permitida a organização de
gulamento) cursos ou instituições de ensino
experimentais, desde que obedecidas as
§ 1º A educação a distância, disposições desta Lei.
organizada com abertura e regime especiais,
será oferecida por instituições Art. 82. Os sistemas de ensino
especificamente credenciadas pela União. estabelecerão as normas para realização dos
estágios dos alunos regularmente
§ 2º A União regulamentará os matriculados no ensino médio ou superior em
requisitos para a realização de exames e sua jurisdição.
registro de diploma relativos a cursos de
educação a distância. Parágrafo único. O estágio realizado
nas condições deste artigo não estabelecem
§ 3º As normas para produção, vínculo empregatício, podendo o estagiário
controle e avaliação de programas de receber bolsa de estágio, estar segurado
educação a distância e a autorização para sua contra acidentes e ter a cobertura
implementação, caberão aos respectivos previdenciária prevista na legislação
sistemas de ensino, podendo haver específica.
cooperação e integração entre os diferentes
sistemas. (Regulamento) Art. 82. Os sistemas de ensino
estabelecerão as normas de realização de
§ 4º A educação a distância gozará de estágio em sua jurisdição, observada a lei
tratamento diferenciado, que incluirá: federal sobre a matéria. (Redação
dada pela Lei nº 11.788, de 2008)

147
Parágrafo § 1º A União, no prazo de um ano a
único. (Revogado). (Redação dada partir da publicação desta Lei, encaminhará,
pela Lei nº 11.788, de 2008) ao Congresso Nacional, o Plano Nacional de
Educação, com diretrizes e metas para os dez
Art. 83. O ensino militar é regulado em anos seguintes, em sintonia com a Declaração
lei específica, admitida a equivalência de Mundial sobre Educação para Todos.
estudos, de acordo com as normas fixadas
pelos sistemas de ensino. § 2º O Poder Público deverá recensear
os educandos no ensino fundamental, com
Art. 84. Os discentes da educação especial atenção para os grupos de sete a
superior poderão ser aproveitados em tarefas quatorze e de quinze a dezesseis anos de
de ensino e pesquisa pelas respectivas idade.
instituições, exercendo funções de monitoria,
de acordo com seu rendimento e seu plano § 2o O poder público deverá recensear
de estudos. os educandos no ensino fundamental, com
especial atenção para o grupo de 6 (seis) a 14
Art. 85. Qualquer cidadão habilitado (quatorze) anos de idade e de 15 (quinze) a 16
com a titulação própria poderá exigir a (dezesseis) anos de idade. (Redação
abertura de concurso público de provas e dada pela Lei nº 11.274, de 2006)
títulos para cargo de docente de instituição
pública de ensino que estiver sendo ocupado § 2º (Revogado). (Redação
por professor não concursado, por mais de dada pela lei nº 12.796, de 2013)
seis anos, ressalvados os direitos assegurados
pelos arts. 41 da Constituição Federal e 19 do § 3º Cada Município e, supletivamente,
Ato das Disposições Constitucionais o Estado e a União, deverá:
Transitórias.
I - matricular todos os educandos a
Art. 86. As instituições de educação partir dos sete anos de idade e,
superior constituídas como universidades facultativamente, a partir dos seis anos, no
integrar-se-ão, também, na sua condição de ensino fundamental;
instituições de pesquisa, ao Sistema Nacional
de Ciência e Tecnologia, nos termos da I – matricular todos os educandos a
legislação específica. partir dos seis anos de idade, no ensino
fundamental, atendidas as seguintes
TÍTULO IX condições no âmbito de cada sistema de
ensino: (Redação dada pela Lei nº
Das Disposições Transitórias 11.114, de 2005)

Art. 87. É instituída a Década da a) plena observância das condições de


Educação, a iniciar-se um ano a partir da oferta fixadas por esta Lei, no caso de todas
publicação desta Lei. as redes escolares; (Incluída pela Lei nº
11.114, de 2005)

148
b) atingimento de taxa líquida de IV - integrar todos os estabelecimentos
escolarização de pelo menos 95% (noventa e de ensino fundamental do seu território ao
cinco por cento) da faixa etária de sete a sistema nacional de avaliação do rendimento
catorze anos, no caso das redes escolares escolar.
públicas; e (Incluída pela Lei nº 11.114,
de 2005) § 4º Até o fim da Década da Educação
somente serão admitidos professores
c) não redução média de recursos por habilitados em nível superior ou formados por
aluno do ensino fundamental na respectiva treinamento em serviço. (Revogado
rede pública, resultante da incorporação dos pela lei nº 12.796, de 2013)
alunos de seis anos de idade; (Incluída
pela Lei nº 11.114, de 2005) § 4º (Revogado). (Redação
dada pela lei nº 12.796, de 2013)
§ 3º O Distrito Federal, cada Estado e
Município, e, supletivamente, a União, § 5º Serão conjugados todos os
devem: (Redação dada pela Lei nº esforços objetivando a progressão das redes
11.330, de 2006) escolares públicas urbanas de ensino
fundamental para o regime de escolas de
I – matricular todos os educandos a tempo integral.
partir dos 6 (seis) anos de idade no ensino
fundamental; (Redação dada pela Lei § 6º A assistência financeira da União
nº 11.274, de 2006) aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, bem como a dos Estados aos seus
I - (revogado); (Redação Municípios, ficam condicionadas ao
dada pela lei nº 12.796, de 2013) cumprimento do art. 212 da Constituição
Federal e dispositivos legais pertinentes
a) (Revogado) (Redação dada pelos governos beneficiados.
pela Lei nº 11.274, de 2006)
Art. 87-A. (VETADO). (Incluído
b) (Revogado) (Redação dada pela lei nº 12.796, de 2013)
pela Lei nº 11.274, de 2006)
Art. 88. A União, os Estados, o Distrito
c) (Revogado) (Redação dada Federal e os Municípios adaptarão sua
pela Lei nº 11.274, de 2006) legislação educacional e de ensino às
disposições desta Lei no prazo máximo de um
II - prover cursos presenciais ou a ano, a partir da data de sua
distância aos jovens e adultos publicação. (Regulamento) (Regul
insuficientemente escolarizados; amento)

III - realizar programas de capacitação § 1º As instituições educacionais


para todos os professores em exercício, adaptarão seus estatutos e regimentos aos
utilizando também, para isto, os recursos da dispositivos desta Lei e às normas dos
educação a distância;

149
respectivos sistemas de ensino, nos prazos normativos dos sistemas de ensino,
por estes estabelecidos. preservada a autonomia universitária.

§ 2º O prazo para que as universidades Art. 91. Esta Lei entra em vigor na data
cumpram o disposto nos incisos II e III do art. de sua publicação.
52 é de oito anos.
Art. 92. Revogam-se as disposições
Art. 89. As creches e pré-escolas das Leis nºs 4.024, de 20 de dezembro de
existentes ou que venham a ser criadas 1961, e 5.540, de 28 de novembro de 1968,
deverão, no prazo de três anos, a contar da não alteradas pelas Leis nºs 9.131, de 24 de
publicação desta Lei, integrar-se ao novembro de 1995 e 9.192, de 21 de
respectivo sistema de ensino. dezembro de 1995 e, ainda, as Leis nºs 5.692,
de 11 de agosto de 1971 e 7.044, de 18 de
Art. 90. As questões suscitadas na outubro de 1982, e as demais leis e decretos-
transição entre o regime anterior e o que se lei que as modificaram e quaisquer outras
institui nesta Lei serão resolvidas pelo disposições em contrário.
Conselho Nacional de Educação ou,
mediante delegação deste, pelos órgãos

150
LEI FEDERAL N. 13.005/2014 (PLANO NACIONAL DE
EDUCAÇÃO - PNE)
Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço VIII - estabelecimento de meta de


saber que o Congresso Nacional decreta e eu aplicação de recursos públicos em educação
sanciono a seguinte Lei: como proporção do Produto Interno Bruto -
PIB, que assegure atendimento às
Art. 1o É aprovado o Plano Nacional necessidades de expansão, com padrão de
de Educação - PNE, com vigência por 10 (dez) qualidade e equidade;
anos, a contar da publicação desta Lei, na
forma do Anexo, com vistas ao cumprimento IX - valorização dos (as) profissionais da
do disposto no art. 214 da Constituição educação;
Federal.
X - promoção dos princípios do
Art. 2 São diretrizes do PNE:
o
respeito aos direitos humanos, à diversidade
e à sustentabilidade socioambiental.
I - erradicação do analfabetismo;
Art. 3o As metas previstas no Anexo
II - universalização do atendimento desta Lei serão cumpridas no prazo de
escolar; vigência deste PNE, desde que não haja
prazo inferior definido para metas e
III - superação das desigualdades estratégias específicas.
educacionais, com ênfase na promoção da
cidadania e na erradicação de todas as formas Art. 4o As metas previstas no Anexo
de discriminação; desta Lei deverão ter como referência a
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
IV - melhoria da qualidade da - PNAD, o censo demográfico e os
educação; censos nacionais da educação básica e
superior mais atualizados, disponíveis na data
V - formação para o trabalho e para a
da publicação desta Lei.
cidadania, com ênfase nos valores morais e
éticos em que se fundamenta a sociedade; Parágrafo único. O poder público
buscará ampliar o escopo das pesquisas com
VI - promoção do princípio da gestão
fins estatísticos de forma a incluir informação
democrática da educação pública;
detalhada sobre o perfil das populações de 4
(quatro) a 17 (dezessete) anos com
VII - promoção humanística, científica,
deficiência.
cultural e tecnológica do País;
Art. 5o A execução do PNE e o
cumprimento de suas metas serão objeto de

151
monitoramento contínuo e de avaliações § 3o A meta progressiva do
periódicas, realizados pelas seguintes investimento público em educação será
instâncias: avaliada no quarto ano de vigência do PNE e
poderá ser ampliada por meio de lei para
I - Ministério da Educação - MEC; atender às necessidades financeiras do
cumprimento das demais metas.
II - Comissão de Educação da Câmara
dos Deputados e Comissão de Educação, § 4o O investimento público em
Cultura e Esporte do Senado Federal; educação a que se referem o inciso VI do art.
214 da Constituição Federal e a meta 20 do
III - Conselho Nacional de Educação - Anexo desta Lei engloba os recursos
CNE; aplicados na forma do art. 212 da
Constituição Federal e do art. 60 do Ato das
IV - Fórum Nacional de Educação.
Disposições Constitucionais Transitórias, bem
como os recursos aplicados nos programas de
§ 1o Compete, ainda, às instâncias
expansão da educação profissional e
referidas no caput:
superior, inclusive na forma de incentivo e
I - divulgar os resultados do isenção fiscal, as bolsas de estudos
monitoramento e das avaliações nos concedidas no Brasil e no exterior, os
respectivos sítios institucionais da internet; subsídios concedidos em programas de
financiamento estudantil e o financiamento
II - analisar e propor políticas públicas de creches, pré-escolas e de educação
para assegurar a implementação das especial na forma do art. 213 da Constituição
estratégias e o cumprimento das metas; Federal.

III - analisar e propor a revisão do § 5o Será destinada à manutenção e ao


percentual de investimento público em desenvolvimento do ensino, em acréscimo
educação. aos recursos vinculados nos termos do art.
212 da Constituição Federal, além de outros
§ 2o A cada 2 (dois) anos, ao longo do recursos previstos em lei, a parcela da
período de vigência deste PNE, o Instituto participação no resultado ou da
Nacional de Estudos e Pesquisas compensação financeira pela exploração de
Educacionais Anísio Teixeira - INEP publicará petróleo e de gás natural, na forma de lei
estudos para aferir a evolução no específica, com a finalidade de assegurar o
cumprimento das metas estabelecidas no cumprimento da meta prevista no inciso VI do
Anexo desta Lei, com informações art. 214 da Constituição Federal.
organizadas por ente federado e
consolidadas em âmbito nacional, tendo Art. 6o A União promoverá a realização
como referência os estudos e as pesquisas de de pelo menos 2 (duas) conferências
que trata o art. 4o, sem prejuízo de outras nacionais de educação até o final do decênio,
fontes e informações relevantes. precedidas de conferências distrital,
municipais e estaduais, articuladas e
coordenadas pelo Fórum Nacional de

152
Educação, instituído nesta Lei, no âmbito do § 3o Os sistemas de ensino dos
Ministério da Educação. Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
criarão mecanismos para o acompanhamento
§ 1o O Fórum Nacional de Educação, local da consecução das metas deste PNE e
além da atribuição referida no caput: dos planos previstos no art. 8o.

I - acompanhará a execução do PNE e § 4o Haverá regime de colaboração


o cumprimento de suas metas; específico para a implementação de
modalidades de educação escolar que
II - promoverá a articulação das necessitem considerar territórios étnico-
conferências nacionais de educação com as educacionais e a utilização de estratégias que
conferências regionais, estaduais e municipais levem em conta as identidades e
que as precederem. especificidades socioculturais e linguísticas de
cada comunidade envolvida, assegurada a
§ 2o As conferências nacionais de
consulta prévia e informada a essa
educação realizar-se-ão com intervalo de até
comunidade.
4 (quatro) anos entre elas, com o objetivo de
avaliar a execução deste PNE e subsidiar a § 5o Será criada uma instância
elaboração do plano nacional de educação permanente de negociação e cooperação
para o decênio subsequente. entre a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios.
Art. 7o A União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios atuarão em regime § 6o O fortalecimento do regime de
de colaboração, visando ao alcance das metas colaboração entre os Estados e respectivos
e à implementação das estratégias objeto Municípios incluirá a instituição de instâncias
deste Plano. permanentes de negociação, cooperação e
pactuação em cada Estado.
§ 1o Caberá aos gestores federais,
estaduais, municipais e do Distrito Federal a § 7o O fortalecimento do regime de
adoção das medidas governamentais colaboração entre os Municípios dar-se-á,
necessárias ao alcance das metas previstas inclusive, mediante a adoção de arranjos de
neste PNE. desenvolvimento da educação.

§ 2o As estratégias definidas no Anexo Art. 8o Os Estados, o Distrito Federal e


desta Lei não elidem a adoção de medidas os Municípios deverão elaborar seus
adicionais em âmbito local ou de correspondentes planos de educação, ou
instrumentos jurídicos que formalizem a adequar os planos já aprovados em lei, em
cooperação entre os entes federados, consonância com as diretrizes, metas e
podendo ser complementadas por estratégias previstas neste PNE, no prazo de
mecanismos nacionais e locais de 1 (um) ano contado da publicação desta Lei.
coordenação e colaboração recíproca.

153
§ 1o Os entes federados estabelecerão Art. 10. O plano plurianual, as
nos respectivos planos de educação diretrizes orçamentárias e os orçamentos
estratégias que: anuais da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios serão formulados de
I - assegurem a articulação das políticas maneira a assegurar a consignação de
educacionais com as demais políticas sociais, dotações orçamentárias compatíveis com as
particularmente as culturais; diretrizes, metas e estratégias deste PNE e
com os respectivos planos de educação, a fim
II - considerem as necessidades de viabilizar sua plena execução.
específicas das populações do campo e das
comunidades indígenas e quilombolas, Art. 11. O Sistema Nacional de
asseguradas a equidade educacional e a Avaliação da Educação Básica, coordenado
diversidade cultural; pela União, em colaboração com os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios, constituirá
III - garantam o atendimento das fonte de informação para a avaliação da
necessidades específicas na educação qualidade da educação básica e para a
especial, assegurado o sistema educacional orientação das políticas públicas desse nível
inclusivo em todos os níveis, etapas e de ensino.
modalidades;
§ 1o O sistema de avaliação a que se
IV - promovam a articulação refere o caput produzirá, no máximo a cada 2
interfederativa na implementação das (dois) anos:
políticas educacionais.
I - indicadores de rendimento escolar,
§ 2o Os processos de elaboração e referentes ao desempenho dos (as)
adequação dos planos de educação dos estudantes apurado em exames nacionais de
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, avaliação, com participação de pelo menos
de que trata o caput deste artigo, serão 80% (oitenta por cento) dos (as) alunos (as) de
realizados com ampla participação de cada ano escolar periodicamente avaliado em
representantes da comunidade educacional e cada escola, e aos dados pertinentes
da sociedade civil. apurados pelo censo escolar da educação
básica;
Art. 9o Os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios deverão aprovar leis específicas II - indicadores de avaliação
para os seus sistemas de ensino, disciplinando institucional, relativos a características como
a gestão democrática da educação pública o perfil do alunado e do corpo dos (as)
nos respectivos âmbitos de atuação, no prazo profissionais da educação, as relações entre
de 2 (dois) anos contado da publicação desta dimensão do corpo docente, do corpo
Lei, adequando, quando for o caso, a técnico e do corpo discente, a infraestrutura
legislação local já adotada com essa das escolas, os recursos pedagógicos
finalidade. disponíveis e os processos da gestão, entre
outras relevantes.

154
§ 2o A elaboração e a divulgação de Art. 12. Até o final do primeiro
índices para avaliação da qualidade, como o semestre do nono ano de vigência deste PNE,
Índice de Desenvolvimento da Educação o Poder Executivo encaminhará ao Congresso
Básica - IDEB, que agreguem os indicadores Nacional, sem prejuízo das prerrogativas
mencionados no inciso I do § 1o não elidem a deste Poder, o projeto de lei referente ao
obrigatoriedade de divulgação, em separado, Plano Nacional de Educação a vigorar no
de cada um deles. período subsequente, que incluirá
diagnóstico, diretrizes, metas e estratégias
§ 3o Os indicadores mencionados no § para o próximo decênio.
1o serão estimados por etapa,
estabelecimento de ensino, rede escolar, Art. 13. O poder público deverá
unidade da Federação e em nível agregado instituir, em lei específica, contados 2 (dois)
nacional, sendo amplamente divulgados, anos da publicação desta Lei, o Sistema
ressalvada a publicação de resultados Nacional de Educação, responsável pela
individuais e indicadores por turma, que fica articulação entre os sistemas de ensino, em
admitida exclusivamente para a comunidade regime de colaboração, para efetivação das
do respectivo estabelecimento e para o diretrizes, metas e estratégias do Plano
órgão gestor da respectiva rede. Nacional de Educação.

§ 4o Cabem ao Inep a elaboração e o Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data
cálculo do Ideb e dos indicadores referidos no de sua publicação.
§ 1o.

§ 5o A avaliação de desempenho dos


(as) estudantes em exames, referida no inciso
I do § 1o, poderá ser diretamente realizada
pela União ou, mediante acordo de
cooperação, pelos Estados e pelo Distrito
Federal, nos respectivos sistemas de ensino e
de seus Municípios, caso mantenham
sistemas próprios de avaliação do rendimento
escolar, assegurada a compatibilidade
metodológica entre esses sistemas e o
nacional, especialmente no que se refere às
escalas de proficiência e ao calendário de
aplicação.

155
LEI FEDERAL N. 10.639/03
Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da
temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber § 2o Os conteúdos referentes à História e


que o Congresso Nacional decreta e eu Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no
sanciono a seguinte Lei: âmbito de todo o currículo escolar, em
especial nas áreas de Educação Artística e de
Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de Literatura e História Brasileiras.
dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida
dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B: § 3o (VETADO)"

"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino "Art. 79-A. (VETADO)"


fundamental e médio, oficiais e particulares,
torna-se obrigatório o ensino sobre História e "Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia
Cultura Afro-Brasileira. 20 de novembro como ‘Dia Nacional da
Consciência Negra’."
§ 1o O conteúdo programático a que se refere
o caput deste artigo incluirá o estudo da Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de
História da África e dos Africanos, a luta dos sua publicação.
negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o
negro na formação da sociedade nacional,
resgatando a contribuição do povo negro nas
áreas social, econômica e política pertinentes
à História do Brasil.

156
LEI FEDERAL N. 11.645/08
Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de
janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no
currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-
Brasileira e Indígena.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber luta dos negros e dos povos indígenas no
que o Congresso Nacional decreta e eu Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e
sanciono a seguinte Lei: o negro e o índio na formação da sociedade
nacional, resgatando as suas contribuições
Art. 1o O art. 26-A da Lei no 9.394, de 20 de nas áreas social, econômica e política,
dezembro de 1996, passa a vigorar com a pertinentes à história do Brasil.
seguinte redação:
§ 2o Os conteúdos referentes à história e
“Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino cultura afro-brasileira e dos povos indígenas
fundamental e de ensino médio, públicos e brasileiros serão ministrados no âmbito de
privados, torna-se obrigatório o estudo da todo o currículo escolar, em especial nas
história e cultura afro-brasileira e indígena. áreas de educação artística e de literatura e
história brasileiras.” (NR)
§ 1o O conteúdo programático a que se
refere este artigo incluirá diversos aspectos Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua
da história e da cultura que caracterizam a publicação.
formação da população brasileira, a partir
desses dois grupos étnicos, tais como o
estudo da história da África e dos africanos, a

157
LEI FEDERAL N. 11.769/08
Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para
dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber § 6o A música deverá ser conteúdo


que o Congresso Nacional decreta e eu obrigatório, mas não exclusivo, do
sanciono a seguinte Lei: componente curricular de que trata o §
2o deste artigo.” (NR)
Art. 1o O art. 26 da Lei no 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido Art. 2o (VETADO)
do seguinte § 6o:
Art. 3o Os sistemas de ensino terão 3 (três)
“Art. anos letivos para se adaptarem às exigências
26. .................................................................. estabelecidas nos arts. 1o e 2o desta Lei.
................
Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua
......................................................................... publicação.
.......................

158
LEI FEDERAL N. 13.146/15
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com
Deficiência)

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber


que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:

LIVRO I de agosto de 2009 , data de início de sua


vigência no plano interno.
PARTE GERAL
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência
TÍTULO I aquela que tem impedimento de longo prazo
de natureza física, mental, intelectual ou
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES sensorial, o qual, em interação com uma ou
mais barreiras, pode obstruir sua participação
CAPÍTULO I
plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas.
DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 1º A avaliação da deficiência, quando
Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão
necessária, será biopsicossocial, realizada por
da Pessoa com Deficiência (Estatuto da
equipe multiprofissional e interdisciplinar e
Pessoa com Deficiência), destinada a
considerará: (Vigência)
assegurar e a promover, em condições de
igualdade, o exercício dos direitos e das
I - os impedimentos nas funções e nas
liberdades fundamentais por pessoa com
estruturas do corpo;
deficiência, visando à sua inclusão social e
cidadania. II - os fatores socioambientais, psicológicos e
pessoais;
Parágrafo único. Esta Lei tem como base a
Convenção sobre os Direitos das Pessoas III - a limitação no desempenho de atividades;
com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, e
ratificados pelo Congresso Nacional por meio
do Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho IV - a restrição de participação.
de 2008 , em conformidade com o
procedimento previsto no § 3º do art. 5º da § 2º O Poder Executivo criará instrumentos
Constituição da República Federativa do para avaliação da deficiência. (Vide Lei nº
Brasil , em vigor para o Brasil, no plano 13.846, de 2019)
jurídico externo, desde 31 de agosto de 2008,
e promulgados pelo Decreto nº 6.949, de 25

159
Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias
consideram-se: e nos espaços públicos e privados abertos ao
público ou de uso coletivo;
I - acessibilidade: possibilidade e condição de
alcance para utilização, com segurança e b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos
autonomia, de espaços, mobiliários, edifícios públicos e privados;
equipamentos urbanos, edificações,
transportes, informação e comunicação, c) barreiras nos transportes: as existentes nos
inclusive seus sistemas e tecnologias, bem sistemas e meios de transportes;
como de outros serviços e instalações abertos
ao público, de uso público ou privados de uso d) barreiras nas comunicações e na
coletivo, tanto na zona urbana como na rural, informação: qualquer entrave, obstáculo,
por pessoa com deficiência ou com atitude ou comportamento que dificulte ou
mobilidade reduzida; impossibilite a expressão ou o recebimento
de mensagens e de informações por
II - desenho universal: concepção de intermédio de sistemas de comunicação e de
produtos, ambientes, programas e serviços a tecnologia da informação;
serem usados por todas as pessoas, sem
necessidade de adaptação ou de projeto e) barreiras atitudinais: atitudes ou
específico, incluindo os recursos de comportamentos que impeçam ou
tecnologia assistiva; prejudiquem a participação social da pessoa
com deficiência em igualdade de condições e
III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: oportunidades com as demais pessoas;
produtos, equipamentos, dispositivos,
recursos, metodologias, estratégias, práticas f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou
e serviços que objetivem promover a impedem o acesso da pessoa com deficiência
funcionalidade, relacionada à atividade e à às tecnologias;
participação da pessoa com deficiência ou
V - comunicação: forma de interação dos
com mobilidade reduzida, visando à sua
cidadãos que abrange, entre outras opções,
autonomia, independência, qualidade de vida
as línguas, inclusive a Língua Brasileira de
e inclusão social;
Sinais (Libras), a visualização de textos, o
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, Braille, o sistema de sinalização ou de
atitude ou comportamento que limite ou comunicação tátil, os caracteres ampliados,
impeça a participação social da pessoa, bem os dispositivos multimídia, assim como a
como o gozo, a fruição e o exercício de seus linguagem simples, escrita e oral, os sistemas
direitos à acessibilidade, à liberdade de auditivos e os meios de voz digitalizados e os
movimento e de expressão, à comunicação, modos, meios e formatos aumentativos e
ao acesso à informação, à compreensão, à alternativos de comunicação, incluindo as
circulação com segurança, entre outros, tecnologias da informação e das
classificadas em: comunicações;

160
VI - adaptações razoáveis: adaptações, X - residências inclusivas: unidades de oferta
modificações e ajustes necessários e do Serviço de Acolhimento do Sistema Único
adequados que não acarretem ônus de Assistência Social (Suas) localizadas em
desproporcional e indevido, quando áreas residenciais da comunidade, com
requeridos em cada caso, a fim de assegurar estruturas adequadas, que possam contar
que a pessoa com deficiência possa gozar ou com apoio psicossocial para o atendimento
exercer, em igualdade de condições e das necessidades da pessoa acolhida,
oportunidades com as demais pessoas, todos destinadas a jovens e adultos com deficiência,
os direitos e liberdades fundamentais; em situação de dependência, que não
dispõem de condições de
VII - elemento de urbanização: quaisquer autossustentabilidade e com vínculos
componentes de obras de urbanização, tais familiares fragilizados ou rompidos;
como os referentes a pavimentação,
saneamento, encanamento para esgotos, XI - moradia para a vida independente da
distribuição de energia elétrica e de gás, pessoa com deficiência: moradia com
iluminação pública, serviços de comunicação, estruturas adequadas capazes de
abastecimento e distribuição de água, proporcionar serviços de apoio coletivos e
paisagismo e os que materializam as individualizados que respeitem e ampliem o
indicações do planejamento urbanístico; grau de autonomia de jovens e adultos com
deficiência;
VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos
existentes nas vias e nos espaços públicos, XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou
superpostos ou adicionados aos elementos não da família, que, com ou sem
de urbanização ou de edificação, de forma remuneração, assiste ou presta cuidados
que sua modificação ou seu traslado não básicos e essenciais à pessoa com deficiência
provoque alterações substanciais nesses no exercício de suas atividades diárias,
elementos, tais como semáforos, postes de excluídas as técnicas ou os procedimentos
sinalização e similares, terminais e pontos de identificados com profissões legalmente
acesso coletivo às telecomunicações, fontes estabelecidas;
de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos,
quiosques e quaisquer outros de natureza XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que
análoga; exerce atividades de alimentação, higiene e
locomoção do estudante com deficiência e
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela atua em todas as atividades escolares nas
que tenha, por qualquer motivo, dificuldade quais se fizer necessária, em todos os níveis e
de movimentação, permanente ou modalidades de ensino, em instituições
temporária, gerando redução efetiva da públicas e privadas, excluídas as técnicas ou
mobilidade, da flexibilidade, da coordenação os procedimentos identificados com
motora ou da percepção, incluindo idoso, profissões legalmente estabelecidas;
gestante, lactante, pessoa com criança de
colo e obeso; XIV - acompanhante: aquele que acompanha
a pessoa com deficiência, podendo ou não

161
desempenhar as funções de atendente II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
pessoal.
III - exercer o direito de decidir sobre o
CAPÍTULO II número de filhos e de ter acesso a
informações adequadas sobre reprodução e
DA IGUALDADE E DA NÃO planejamento familiar;
DISCRIMINAÇÃO
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a
Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem esterilização compulsória;
direito à igualdade de oportunidades com as
demais pessoas e não sofrerá nenhuma V - exercer o direito à família e à convivência
espécie de discriminação. familiar e comunitária; e

§ 1º Considera-se discriminação em razão da VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à


deficiência toda forma de distinção, restrição curatela e à adoção, como adotante ou
ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha adotando, em igualdade de oportunidades
o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir com as demais pessoas.
ou anular o reconhecimento ou o exercício
dos direitos e das liberdades fundamentais de Art. 7º É dever de todos comunicar à
pessoa com deficiência, incluindo a recusa de autoridade competente qualquer forma de
adaptações razoáveis e de fornecimento de ameaça ou de violação aos direitos da pessoa
tecnologias assistivas. com deficiência.

§ 2º A pessoa com deficiência não está Parágrafo único. Se, no exercício de suas
obrigada à fruição de benefícios decorrentes funções, os juízes e os tribunais tiverem
de ação afirmativa. conhecimento de fatos que caracterizem as
violações previstas nesta Lei, devem remeter
Art. 5º A pessoa com deficiência será peças ao Ministério Público para as
protegida de toda forma de negligência, providências cabíveis.
discriminação, exploração, violência, tortura,
crueldade, opressão e tratamento desumano Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da
ou degradante. família assegurar à pessoa com deficiência,
com prioridade, a efetivação dos direitos
Parágrafo único. Para os fins da proteção referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à
mencionada no caput deste artigo, são paternidade e à maternidade, à alimentação,
considerados especialmente vulneráveis a à habitação, à educação, à profissionalização,
criança, o adolescente, a mulher e o idoso, ao trabalho, à previdência social, à habilitação
com deficiência. e à reabilitação, ao transporte, à
acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao
Art. 6º A deficiência não afeta a plena turismo, ao lazer, à informação, à
capacidade civil da pessoa, inclusive para: comunicação, aos avanços científicos e
tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à
I - casar-se e constituir união estável; liberdade, à convivência familiar e

162
comunitária, entre outros decorrentes da exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII
Constituição Federal, da Convenção sobre os deste artigo.
Direitos das Pessoas com Deficiência e seu
Protocolo Facultativo e das leis e de outras § 2º Nos serviços de emergência públicos e
normas que garantam seu bem-estar pessoal, privados, a prioridade conferida por esta Lei
social e econômico. é condicionada aos protocolos de
atendimento médico.
Seção Única
TÍTULO II
Do Atendimento Prioritário
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a
receber atendimento prioritário, sobretudo CAPÍTULO I
com a finalidade de:
DO DIREITO À VIDA
I - proteção e socorro em quaisquer
circunstâncias; Art. 10. Compete ao poder público garantir a
dignidade da pessoa com deficiência ao
II - atendimento em todas as instituições e longo de toda a vida.
serviços de atendimento ao público;
Parágrafo único. Em situações de risco,
III - disponibilização de recursos, tanto emergência ou estado de calamidade
humanos quanto tecnológicos, que garantam pública, a pessoa com deficiência será
atendimento em igualdade de condições com considerada vulnerável, devendo o poder
as demais pessoas; público adotar medidas para sua proteção e
segurança.
IV - disponibilização de pontos de parada,
estações e terminais acessíveis de transporte Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá
coletivo de passageiros e garantia de ser obrigada a se submeter a intervenção
segurança no embarque e no desembarque; clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a
institucionalização forçada.
V - acesso a informações e disponibilização de
recursos de comunicação acessíveis; Parágrafo único. O consentimento da pessoa
com deficiência em situação de curatela
VI - recebimento de restituição de imposto de poderá ser suprido, na forma da lei.
renda;
Art. 12. O consentimento prévio, livre e
VII - tramitação processual e procedimentos esclarecido da pessoa com deficiência é
judiciais e administrativos em que for parte ou indispensável para a realização de
interessada, em todos os atos e diligências. tratamento, procedimento, hospitalização e
pesquisa científica.
§ 1º Os direitos previstos neste artigo são
extensivos ao acompanhante da pessoa com § 1º Em caso de pessoa com deficiência em
deficiência ou ao seu atendente pessoal, situação de curatela, deve ser assegurada sua

163
participação, no maior grau possível, para a Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar,
obtenção de consentimento. criar, desenvolver, implementar, incentivar,
acompanhar e avaliar:
§ 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa
com deficiência em situação de tutela ou de I - sistema educacional inclusivo em todos os
curatela deve ser realizada, em caráter níveis e modalidades, bem como o
excepcional, apenas quando houver indícios aprendizado ao longo de toda a vida;
de benefício direto para sua saúde ou para a
saúde de outras pessoas com deficiência e II - aprimoramento dos sistemas educacionais,
desde que não haja outra opção de pesquisa visando a garantir condições de acesso,
de eficácia comparável com participantes não permanência, participação e aprendizagem,
tutelados ou curatelados. por meio da oferta de serviços e de recursos
de acessibilidade que eliminem as barreiras e
Art. 13. A pessoa com deficiência somente promovam a inclusão plena;
será atendida sem seu consentimento prévio,
livre e esclarecido em casos de risco de morte III - projeto pedagógico que institucionalize o
e de emergência em saúde, resguardado seu atendimento educacional especializado,
superior interesse e adotadas as salvaguardas assim como os demais serviços e adaptações
legais cabíveis. razoáveis, para atender às características dos
estudantes com deficiência e garantir o seu
(...) pleno acesso ao currículo em condições de
igualdade, promovendo a conquista e o
CAPÍTULO IV exercício de sua autonomia;

DO DIREITO À EDUCAÇÃO IV - oferta de educação bilíngue, em Libras


como primeira língua e na modalidade escrita
Art. 27. A educação constitui direito da da língua portuguesa como segunda língua,
pessoa com deficiência, assegurados sistema em escolas e classes bilíngues e em escolas
educacional inclusivo em todos os níveis e inclusivas;
aprendizado ao longo de toda a vida, de
forma a alcançar o máximo desenvolvimento V - adoção de medidas individualizadas e
possível de seus talentos e habilidades físicas, coletivas em ambientes que maximizem o
sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas desenvolvimento acadêmico e social dos
características, interesses e necessidades de estudantes com deficiência, favorecendo o
aprendizagem. acesso, a permanência, a participação e a
aprendizagem em instituições de ensino;
Parágrafo único. É dever do Estado, da
família, da comunidade escolar e da VI - pesquisas voltadas para o
sociedade assegurar educação de qualidade desenvolvimento de novos métodos e
à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo técnicas pedagógicas, de materiais didáticos,
de toda forma de violência, negligência e de equipamentos e de recursos de tecnologia
discriminação. assistiva;

164
VII - planejamento de estudo de caso, de profissional técnica e tecnológica, de temas
elaboração de plano de atendimento relacionados à pessoa com deficiência nos
educacional especializado, de organização de respectivos campos de conhecimento;
recursos e serviços de acessibilidade e de
disponibilização e usabilidade pedagógica de XV - acesso da pessoa com deficiência, em
recursos de tecnologia assistiva; igualdade de condições, a jogos e a
atividades recreativas, esportivas e de lazer,
VIII - participação dos estudantes com no sistema escolar;
deficiência e de suas famílias nas diversas
instâncias de atuação da comunidade escolar; XVI - acessibilidade para todos os estudantes,
trabalhadores da educação e demais
IX - adoção de medidas de apoio que integrantes da comunidade escolar às
favoreçam o desenvolvimento dos aspectos edificações, aos ambientes e às atividades
linguísticos, culturais, vocacionais e concernentes a todas as modalidades, etapas
profissionais, levando-se em conta o talento, e níveis de ensino;
a criatividade, as habilidades e os interesses
do estudante com deficiência; XVII - oferta de profissionais de apoio escolar;

X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas XVIII - articulação intersetorial na


pelos programas de formação inicial e implementação de políticas públicas.
continuada de professores e oferta de
formação continuada para o atendimento § 1º Às instituições privadas, de qualquer
educacional especializado; nível e modalidade de ensino, aplica-se
obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II,
XI - formação e disponibilização de III, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI,
professores para o atendimento educacional XVII e XVIII do caput deste artigo, sendo
especializado, de tradutores e intérpretes da vedada a cobrança de valores adicionais de
Libras, de guias intérpretes e de profissionais qualquer natureza em suas mensalidades,
de apoio; anuidades e matrículas no cumprimento
dessas determinações.
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema
Braille e de uso de recursos de tecnologia § 2º Na disponibilização de tradutores e
assistiva, de forma a ampliar habilidades intérpretes da Libras a que se refere o inciso
funcionais dos estudantes, promovendo sua XI do caput deste artigo, deve-se observar o
autonomia e participação; seguinte:

XIII - acesso à educação superior e à educação I - os tradutores e intérpretes da Libras


profissional e tecnológica em igualdade de atuantes na educação básica devem, no
oportunidades e condições com as demais mínimo, possuir ensino médio completo e
pessoas; certificado de proficiência na
Libras; (Vigência)
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em
cursos de nível superior e de educação

165
II - os tradutores e intérpretes da Libras, III - disponibilização de provas em formatos
quando direcionados à tarefa de interpretar acessíveis para atendimento às necessidades
nas salas de aula dos cursos de graduação e específicas do candidato com deficiência;
pós-graduação, devem possuir nível superior,
com habilitação, prioritariamente, em IV - disponibilização de recursos de
Tradução e Interpretação em acessibilidade e de tecnologia assistiva
Libras. (Vigência) adequados, previamente solicitados e
escolhidos pelo candidato com deficiência;
Art. 29. (VETADO).
V - dilação de tempo, conforme demanda
Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso apresentada pelo candidato com deficiência,
e permanência nos cursos oferecidos pelas tanto na realização de exame para seleção
instituições de ensino superior e de educação quanto nas atividades acadêmicas, mediante
profissional e tecnológica, públicas e prévia solicitação e comprovação da
privadas, devem ser adotadas as seguintes necessidade;
medidas:
VI - adoção de critérios de avaliação das
I - atendimento preferencial à pessoa com provas escritas, discursivas ou de redação que
deficiência nas dependências das Instituições considerem a singularidade linguística da
de Ensino Superior (IES) e nos serviços; pessoa com deficiência, no domínio da
modalidade escrita da língua portuguesa;
II - disponibilização de formulário de inscrição
de exames com campos específicos para que VII - tradução completa do edital e de suas
o candidato com deficiência informe os retificações em Libras.
recursos de acessibilidade e de tecnologia
assistiva necessários para sua participação;

166
RESOLUÇÃO CNE/CP N. 01 DE 30/05/2012
ESTABELECE DIRETRIZES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS.

O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DOCUMENTOS NACIONAIS E


DE EDUCAÇÃO, NO USO DE SUAS INTERNACIONAIS QUE VISEM ASSEGURAR
ATRIBUIÇÕES LEGAIS E TENDO EM VISTA O O DIREITO À EDUCAÇÃO A TODOS(AS),
DISPOSTO NAS LEIS NOS 9.131, DE 24 DE RESOLVE:
NOVEMBRO DE 1995, E 9.394, DE 20 DE
DEZEMBRO DE 1996, COM FUNDAMENTO
NO PARECER CNE/CP Nº 8/2012,
HOMOLOGADO POR DESPACHO DO ART. 1º A PRESENTE RESOLUÇÃO
SENHOR MINISTRO DE ESTADO DA ESTABELECE AS DIRETRIZES NACIONAIS
EDUCAÇÃO, PUBLICADO NO DOU DE 30 DE PARA A EDUCAÇÃO EM DIREITOS
MAIO DE 2012, CONSIDERANDO O QUE HUMANOS (EDH) A SEREM OBSERVADAS
DISPÕE A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS PELOS SISTEMAS DE ENSINO E SUAS
DIREITOS HUMANOS DE 1948; INSTITUIÇÕES.

A DECLARAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS ART. 2º A EDUCAÇÃO EM DIREITOS


SOBRE A EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO EM HUMANOS, UM DOS EIXOS
DIREITOS HUMANOS (RESOLUÇÃO FUNDAMENTAIS DO DIREITO À
A/66/137/2011); EDUCAÇÃO, REFERE-SE AO USO DE
CONCEPÇÕES E PRÁTICAS EDUCATIVAS
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988; FUNDADAS NOS DIREITOS HUMANOS E EM
SEUS PROCESSOS DE PROMOÇÃO,
A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA PROTEÇÃO, DEFESA E APLICAÇÃO NA
EDUCAÇÃO NACIONAL (LEI Nº 9.394/1996); VIDA COTIDIANA E CIDADÃ DE SUJEITOS
DE DIREITOS E DE RESPONSABILIDADES
O PROGRAMA MUNDIAL DE EDUCAÇÃO INDIVIDUAIS E COLETIVAS.
EM DIREITOS HUMANOS (PMEDH
2005/2014), § 1º OS DIREITOS HUMANOS,
INTERNACIONALMENTE RECONHECIDOS
O PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS COMO UM CONJUNTO DE DIREITOS CIVIS,
HUMANOS (PNDH-3/DECRETO Nº POLÍTICOS, SOCIAIS, ECONÔMICOS,
7.037/2009); CULTURAIS E AMBIENTAIS, SEJAM ELES
INDIVIDUAIS, COLETIVOS,
O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM TRANSINDIVIDUAIS OU DIFUSOS,
DIREITOS HUMANOS (PNEDH/2006); REFEREM-SE À NECESSIDADE DE
IGUALDADE E DE DEFESA DA DIGNIDADE
E AS DIRETRIZES NACIONAIS EMANADAS
HUMANA.
PELO CONSELHO NACIONAL DE
EDUCAÇÃO, BEM COMO OUTROS

167
§ 2º AOS SISTEMAS DE ENSINO E SUAS II - AFIRMAÇÃO DE VALORES, ATITUDES E
INSTITUIÇÕES CABE A EFETIVAÇÃO DA PRÁTICAS SOCIAIS QUE EXPRESSEM A
EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS, CULTURA DOS DIREITOS HUMANOS EM
IMPLICANDO A ADOÇÃO SISTEMÁTICA TODOS OS ESPAÇOS DA SOCIEDADE;
DESSAS DIRETRIZES POR TODOS(AS) OS(AS)
ENVOLVIDOS(AS) NOS PROCESSOS III - FORMAÇÃO DE UMA CONSCIÊNCIA
EDUCACIONAIS. CIDADÃ CAPAZ DE SE FAZER PRESENTE EM
NÍVEIS COGNITIVO, SOCIAL, CULTURAL E
ART. 3º A EDUCAÇÃO EM DIREITOS POLÍTICO;
HUMANOS, COM A FINALIDADE DE
PROMOVER A EDUCAÇÃO PARA A IV - DESENVOLVIMENTO DE PROCESSOS
MUDANÇA E A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL, METODOLÓGICOS PARTICIPATIVOS E DE
FUNDAMENTA-SE NOS SEGUINTES CONSTRUÇÃO COLETIVA, UTILIZANDO
PRINCÍPIOS: LINGUAGENS E MATERIAIS DIDÁTICOS
CONTEXTUALIZADOS; E
I - DIGNIDADE HUMANA;
V - FORTALECIMENTO DE PRÁTICAS
II - IGUALDADE DE DIREITOS; INDIVIDUAIS E SOCIAIS QUE GEREM AÇÕES
E INSTRUMENTOS EM FAVOR DA
III - RECONHECIMENTO E VALORIZAÇÃO PROMOÇÃO, DA PROTEÇÃO E DA DEFESA
DAS DIFERENÇAS E DAS DIVERSIDADES; DOS DIREITOS HUMANOS, BEM COMO DA
REPARAÇÃO DAS DIFERENTES FORMAS DE
IV - LAICIDADE DO ESTADO; VIOLAÇÃO DE DIREITOS.

V - DEMOCRACIA NA EDUCAÇÃO; ART. 5º A EDUCAÇÃO EM DIREITOS


HUMANOS TEM COMO OBJETIVO
VI - TRANSVERSALIDADE, VIVÊNCIA E
CENTRAL A FORMAÇÃO PARA A VIDA E
GLOBALIDADE; E
PARA A CONVIVÊNCIA, NO EXERCÍCIO
COTIDIANO DOS DIREITOS HUMANOS
VII - SUSTENTABILIDADE
COMO FORMA DE VIDA E DE
SOCIOAMBIENTAL.
ORGANIZAÇÃO SOCIAL, POLÍTICA,
ART. 4º A EDUCAÇÃO EM DIREITOS ECONÔMICA E CULTURAL NOS NÍVEIS
HUMANOS COMO PROCESSO REGIONAIS, NACIONAIS E PLANETÁRIO.
SISTEMÁTICO E MULTIDIMENSIONAL,
§ 1º ESTE OBJETIVO DEVERÁ ORIENTAR OS
ORIENTADOR DA FORMAÇÃO INTEGRAL
SISTEMAS DE ENSINO E SUAS
DOS SUJEITOS DE DIREITOS, ARTICULASE
INSTITUIÇÕES NO QUE SE REFERE AO
ÀS SEGUINTES DIMENSÕES:
PLANEJAMENTO E AO
I - APREENSÃO DE CONHECIMENTOS DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES DE
HISTORICAMENTE CONSTRUÍDOS SOBRE EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS
DIREITOS HUMANOS E A SUA RELAÇÃO ADEQUADAS ÀS NECESSIDADES, ÀS
COM OS CONTEXTOS INTERNACIONAL, CARACTERÍSTICAS BIOPSICOSSOCIAIS E
NACIONAL E LOCAL;

168
CULTURAIS DOS DIFERENTES SUJEITOS E PARÁGRAFO ÚNICO. OUTRAS FORMAS DE
SEUS CONTEXTOS. INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO EM DIREITOS
HUMANOS PODERÃO AINDA SER
§ 2º OS CONSELHOS DE EDUCAÇÃO ADMITIDAS NA ORGANIZAÇÃO
DEFINIRÃO ESTRATÉGIAS DE CURRICULAR DAS INSTITUIÇÕES
ACOMPANHAMENTO DAS AÇÕES DE EDUCATIVAS DESDE QUE OBSERVADAS AS
EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS. ESPECIFICIDADES DOS NÍVEIS E
MODALIDADES DA EDUCAÇÃO
ART. 6º A EDUCAÇÃO EM DIREITOS NACIONAL.
HUMANOS, DE MODO TRANSVERSAL,
DEVERÁ SER CONSIDERADA NA ART. 8º A EDUCAÇÃO EM DIREITOS
CONSTRUÇÃO DOS PROJETOS POLÍTICO- HUMANOS DEVERÁ ORIENTAR A
PEDAGÓGICOS (PPP); DOS REGIMENTOS FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE
ESCOLARES; DOS PLANOS DE TODOS(AS) OS(AS) PROFISSIONAIS DA
DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAIS (PDI); EDUCAÇÃO, SENDO COMPONENTE
DOS PROGRAMAS PEDAGÓGICOS DE CURRICULAR OBRIGATÓRIO NOS CURSOS
CURSO (PPC) DAS INSTITUIÇÕES DE DESTINADOS A ESSES PROFISSIONAIS.
EDUCAÇÃO SUPERIOR; DOS MATERIAIS
DIDÁTICOS E PEDAGÓGICOS; DO MODELO ART. 9º A EDUCAÇÃO EM DIREITOS
DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO; DE HUMANOS DEVERÁ ESTAR PRESENTE NA
GESTÃO, BEM COMO DOS DIFERENTES FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE
PROCESSOS DE AVALIAÇÃO. TODOS(AS) OS(AS) PROFISSIONAIS DAS
DIFERENTES ÁREAS DO CONHECIMENTO.
ART. 7º A INSERÇÃO DOS
CONHECIMENTOS CONCERNENTES À ART. 10. OS SISTEMAS DE ENSINO E AS
EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NA INSTITUIÇÕES DE PESQUISA DEVERÃO
ORGANIZAÇÃO DOS CURRÍCULOS DA FOMENTAR E DIVULGAR ESTUDOS E
EDUCAÇÃO BÁSICA E DA EDUCAÇÃO EXPERIÊNCIAS BEM SUCEDIDAS
SUPERIOR PODERÁ OCORRER DAS REALIZADOS NA ÁREA DOS DIREITOS
SEGUINTES FORMAS: HUMANOS E DA EDUCAÇÃO EM DIREITOS
HUMANOS.
I - PELA TRANSVERSALIDADE, POR MEIO DE
TEMAS RELACIONADOS AOS DIREITOS ART. 11. OS SISTEMAS DE ENSINO
HUMANOS E TRATADOS DEVERÃO CRIAR POLÍTICAS DE PRODUÇÃO
INTERDISCIPLINARMENTE; DE MATERIAIS DIDÁTICOS E
PARADIDÁTICOS, TENDO COMO
II - COMO UM CONTEÚDO ESPECÍFICO DE PRINCÍPIOS ORIENTADORES OS DIREITOS
UMA DAS DISCIPLINAS JÁ EXISTENTES NO HUMANOS E, POR EXTENSÃO, A
CURRÍCULO ESCOLAR; EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS.

III - DE MANEIRA MISTA, OU SEJA, ART. 12. AS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO


COMBINANDO TRANSVERSALIDADE E SUPERIOR ESTIMULARÃO AÇÕES DE
DISCIPLINARIDADE. EXTENSÃO VOLTADAS PARA A

169
PROMOÇÃO DE DIREITOS HUMANOS, EM COM OS MOVIMENTOS SOCIAIS E A
DIÁLOGO COM OS SEGMENTOS SOCIAIS GESTÃO PÚBLICA.
EM SITUAÇÃO DE EXCLUSÃO SOCIAL E
VIOLAÇÃO DE DIREITOS, ASSIM COMO ART. 13. ESTA RESOLUÇÃO ENTRARÁ EM
VIGOR NA DATA DE SUA PUBLICAÇÃO. D

170
RESOLUÇÃO CNE/CEB N. 04/2010

Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica.


O presidente da Câmara de Educação Básica OBJETIVOS
do Conselho Nacional de Educação, no uso Art. 2º Estas Diretrizes Curriculares Nacionais
de suas atribuições legais, e de conformidade Gerais para a Educação Básica têm por
com o disposto na alínea “c” do § 1º do artigo objetivos:
9º da Lei nº 4.024/1961, com a redação dada I - sistematizar os princípios e as diretrizes
pela Lei nº 9.131/1995, nos artigos 36, 36-A, gerais da Educação Básica contidos na
36-B, 36-C, 36-D, 37, 39, 40, 41 e 42 da Lei nº Constituição, na Lei de Diretrizes e Bases da
9.394/ 1996, com a redação dada pela Lei nº Educação Nacional (LDB) e demais
11.741/2008, bem como no Decreto nº dispositivos legais, traduzindo-os em
5.154/2004, e com fundamento no orientações que contribuam para assegurar a
Parecer CNE/CEB nº 7/2010, homologado formação básica comum nacional, tendo
por Despacho do Senhor Ministro de Estado como foco os sujeitos que dão vida ao
da Educação, publicado no DOU de 9 de currículo e à escola;
julho de 2010. II - estimular a reflexão crítica e propositiva
que deve subsidiar a formulação, a
RESOLVE: execução e a avaliação do projeto político-
Art. 1º A presente Resolução define Diretrizes pedagógico da escola de Educação Básica;
Curriculares Nacionais Gerais para o conjunto III - orientar os cursos de formação inicial e
orgânico, sequencial e articulado das etapas continuada de docentes e
e modalidades da Educação Básica, demais profissionais da Educação Básica, os
baseando-se no direito de toda pessoa ao seu sistemas educativos dos diferentes entes
pleno desenvolvimento, à preparação para o federados e as escolas que os integram,
exercício da cidadania e à qualificação para o indistintamente da rede a que pertençam.
trabalho, na vivência e convivência em Art. 3º As Diretrizes Curriculares Nacionais
ambiente educativo, e tendo como específicas para as etapas e modalidades da
fundamento a responsabilidade que o Estado Educação Básica devem evidenciar o seu
brasileiro, a família e a sociedade têm de papel de indicador de opções políticas,
garantir a democratização do acesso, a sociais, culturais, educacionais, e a função da
inclusão, a permanência e a conclusão com educação, na sua relação com um projeto de
sucesso das crianças, dos jovens e adultos na Nação, tendo como referência os objetivos
instituição educacional, a aprendizagem para constitucionais, fundamentando-se na
continuidade dos estudos e a extensão da cidadania e na dignidade da pessoa, o que
obrigatoriedade e da gratuidade da pressupõe igualdade, liberdade, pluralidade,
Educação Básica. diversidade, respeito, justiça social,
solidariedade e sustentabilidade.
TÍTULO I

171
TÍTULO II educação, a sua centralidade, que é o
REFERÊNCIAS CONCEITUAIS educando, pessoa em formação na sua
Art. 4º As bases que dão sustentação ao essência humana.
projeto nacional de educação
responsabilizam o poder público, a família, a TÍTULO III
sociedade e a escola pela garantia a todos os SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO
educandos de um ensino ministrado de Art. 7º A concepção de educação deve
acordo com os princípios de: orientar a institucionalização do regime de
I - igualdade de condições para o acesso, colaboração entre União, Estados, Distrito
inclusão, permanência e sucesso na escola; Federal e Municípios, no contexto da
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar estrutura federativa brasileira, em que
e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o convivem sistemas educacionais autônomos,
saber; para assegurar efetividade ao projeto da
III - pluralismo de ideias e de concepções educação nacional, vencer a fragmentação
pedagógicas; das políticas públicas e superar a
IV - respeito à liberdade e aos direitos; desarticulação institucional.
V - coexistência de instituições públicas e § 1º Essa institucionalização é possibilitada
privadas de ensino; por um Sistema Nacional de Educação, no
VI - gratuidade do ensino público em qual cada ente federativo, com suas
estabelecimentos oficiais; peculiares competências, é chamado a
VII - valorização do profissional da educação colaborar para transformar a Educação Básica
escolar; em um sistema orgânico, sequencial e
VIII - gestão democrática do ensino público, articulado.
na forma da legislação e das normas dos § 2º O que caracteriza um sistema é a
respectivos sistemas de ensino; atividade intencional e
IX - garantia de padrão de qualidade; organicamente concebida, que se justifica
X - valorização da experiência extraescolar; pela realização de atividades voltadas para as
XI - vinculação entre a educação escolar, o mesmas finalidades ou para a concretização
trabalho e as práticas sociais. dos mesmos objetivos.
Art. 5º A Educação Básica é direito universal § 3º O regime de colaboração entre os entes
e alicerce indispensável para o exercício da federados pressupõe o estabelecimento de
cidadania em plenitude, da qual depende a regras de equivalência entre as funções
possibilidade de conquistar todos os demais distributiva, supletiva, normativa, de
direitos, definidos na Constituição Federal, no supervisão e avaliação da educação nacional,
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), respeitada a autonomia dos sistemas e
na legislação ordinária e nas demais valorizadas as diferenças regionais.
disposições que consagram as prerrogativas
do cidadão. TÍTULO IV
Art. 6º Na Educação Básica, é necessário ACESSO E PERMANÊNCIA PARA A
considerar as dimensões do educar e CONQUISTA DA QUALIDADE SOCIAL
do cuidar, em sua inseparabilidade, buscando Art. 8º A garantia de padrão de qualidade,
recuperar, para a função social desse nível da com pleno acesso, inclusão e permanência

172
dos sujeitos das aprendizagens na escola e permanência, remuneração compatível com a
seu sucesso, com redução da evasão, da jornada de trabalho definida no projeto
retenção e da distorção de idade/ano/série, político-pedagógico;
resulta na qualidade social da educação, que IX - realização de parceria com órgãos, tais
é uma conquista coletiva de todos os sujeitos como os de assistência social
do processo educativo. e desenvolvimento humano, cidadania,
Art. 9º A escola de qualidade social adota ciência e tecnologia, esporte, turismo, cultura
como centralidade o estudante e a e arte, saúde, meio ambiente.
aprendizagem, o que pressupõe atendimento Art. 10. A exigência legal de definição de
aos seguintes requisitos: padrões mínimos de qualidade da educação
I - revisão das referências conceituais quanto traduz a necessidade de reconhecer que a sua
aos diferentes espaços e tempos educativos, avaliação associa-se à ação planejada,
abrangendo espaços sociais na escola e fora coletivamente, pelos sujeitos da escola.
dela; § 1º O planejamento das ações coletivas
II - consideração sobre a inclusão, a exercidas pela escola supõe que os sujeitos
valorização das diferenças e o atendimento à tenham clareza quanto:
pluralidade e à diversidade cultural, I - aos princípios e às finalidades da educação,
resgatando e respeitando as várias além do reconhecimento e da análise dos
manifestações de cada comunidade; dados indicados pelo Índice de
III - foco no projeto político-pedagógico, no Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB)
gosto pela aprendizagem e na avaliação das e/ou outros indicadores, que o
aprendizagens como instrumento de contínua complementem ou substituam;
progressão dos estudantes; II - à relevância de um projeto político-
IV - inter-relação entre organização do pedagógico concebido e assumido
currículo, do trabalho pedagógico e da colegiadamente pela comunidade
jornada de trabalho do professor, tendo educacional, respeitadas as múltiplas
como objetivo a aprendizagem do estudante; diversidades e a pluralidade cultural;
V - preparação dos profissionais da educação, III - à riqueza da valorização das diferenças
gestores, professores, especialistas, técnicos, manifestadas pelos sujeitos do processo
monitores e outros; educativo, em seus diversos segmentos,
VI - compatibilidade entre a proposta respeitados o tempo e o contexto
curricular e a infraestrutura entendida como sociocultural;
espaço formativo dotado de efetiva IV - aos padrões mínimos de qualidade (Custo
disponibilidade de tempos para a sua Aluno-Qualidade Inicial – CAQi);
utilização e acessibilidade; § 2º Para que se concretize a educação
VII - integração dos profissionais da escolar, exige-se um padrão mínimo de
educação, dos estudantes, das famílias, dos insumos, que tem como base um
agentes da comunidade interessados na investimento com valor calculado a partir das
educação; despesas essenciais ao desenvolvimento dos
VIII - valorização dos profissionais da processos e procedimentos formativos, que
educação, com programa de levem, gradualmente, a uma educação
formação continuada, critérios de acesso, integral, dotada de qualidade social:

173
I - creches e escolas que possuam condições Básica, o que requer outra organização e
de infraestrutura e adequados equipamentos; gestão do trabalho pedagógico.
II - professores qualificados com remuneração § 1º Deve-se ampliar a jornada escolar, em
adequada e compatível com a de outros único ou diferentes espaços educativos, nos
profissionais com igual nível de formação, em quais a permanência do estudante vincula-se
regime de trabalho de 40 (quarenta) horas em tanto à quantidade e qualidade do tempo
tempo integral em uma mesma escola; diário de escolarização quanto à diversidade
III - definição de uma relação adequada entre de atividades de aprendizagens.
o número de alunos por turma e por § 2º A jornada em tempo integral com
professor, que assegure aprendizagens qualidade implica a necessidade da
relevantes; incorporação efetiva e orgânica, no currículo,
IV - pessoal de apoio técnico e administrativo de atividades e estudos pedagogicamente
que responda às exigências do que se planejados e acompanhados.
estabelece no projeto político-pedagógico. § 3º Os cursos em tempo parcial noturno
devem estabelecer metodologia adequada às
TÍTULO V idades, à maturidade e à experiência de
ORGANIZAÇÃO CURRICULAR: CONCEITO, aprendizagens, para atenderem aos jovens e
LIMITES, POSSIBILIDADES adultos em escolarização no tempo regular ou
Art. 11. A escola de Educação Básica é o na modalidade de Educação de Jovens e
espaço em que se ressignifica e se recria a Adultos.
cultura herdada, reconstruindo-se as
identidades culturais, em que se aprende a CAPÍTULO I
valorizar as raízes próprias das diferentes FORMAS PARA A ORGANIZAÇÃO
regiões do País. CURRICULAR
Parágrafo único. Essa concepção de escola Art. 13. O currículo, assumindo como
exige a superação do rito escolar, desde a referência os princípios educacionais
construção do currículo até os critérios que garantidos à educação, assegurados no artigo
orientam a organização do trabalho escolar 4º desta Resolução, configura-se como o
em sua multidimensionalidade, privilegia conjunto de valores e práticas que
trocas, acolhimento e aconchego, para proporcionam a produção, a socialização de
garantir o bem-estar de crianças, significados no espaço social e contribuem
adolescentes, jovens e adultos, no intensamente para a construção de
relacionamento entre todas as pessoas. identidades socioculturais dos educandos.
Art. 12. Cabe aos sistemas educacionais, em § 1º O currículo deve difundir os valores
geral, definir o programa de escolas de fundamentais do interesse social, dos direitos
tempo parcial diurno (matutino ou e deveres dos cidadãos, do respeito ao bem
vespertino), tempo parcial noturno, e tempo comum e à ordem democrática, considerando
integral (turno e contra-turno ou turno único as condições de escolaridade dos estudantes
com jornada escolar de 7 horas, no mínimo, em cada estabelecimento, a orientação para
durante todo o período letivo), tendo em o trabalho, a promoção de práticas
vista a amplitude do papel socioeducativo educativas formais e não-formais.
atribuído ao conjunto orgânico da Educação

174
§ 2º Na organização da proposta curricular, profissionais da escola, conselhos escolares e
deve-se assegurar o entendimento de comunidade, subsidiando a organização da
currículo como experiências escolares que se matriz curricular, a definição de eixos
desdobram em torno do conhecimento, temáticos e a constituição de redes de
permeadas pelas relações sociais, articulando aprendizagem;
vivências e saberes dos estudantes com os IV - compreensão da matriz curricular
conhecimentos historicamente acumulados e entendida como propulsora de movimento,
contribuindo para construir as identidades dinamismo curricular e educacional, de tal
dos educandos. modo que os diferentes campos do
§ 3º A organização do percurso formativo, conhecimento possam se coadunar com o
aberto e contextualizado, deve ser construída conjunto de atividades educativas;
em função das peculiaridades do meio e das V - organização da matriz curricular entendida
características, interesses e necessidades dos como alternativa operacional que embase a
estudantes, incluindo não só os componentes gestão do currículo escolar e represente
curriculares centrais obrigatórios, previstos na subsídio para a gestão da escola (na
legislação e nas normas educacionais, mas organização do tempo e do espaço curricular,
outros, também, de modo flexível e variável, distribuição e controle do tempo dos
conforme cada projeto escolar, e trabalhos docentes), passo para uma gestão
assegurando: centrada na abordagem interdisciplinar,
I - concepção e organização do espaço organizada por eixos temáticos, mediante
curricular e físico que se imbriquem interlocução entre os diferentes campos do
e alarguem, incluindo espaços, ambientes e conhecimento;
equipamentos que não apenas as salas de VI - entendimento de que eixos temáticos são
aula da escola, mas, igualmente, os espaços uma forma de organizar o trabalho
de outras escolas e os socioculturais e pedagógico, limitando a dispersão do
esportivorecreativos do entorno, da cidade e conhecimento, fornecendo o cenário no qual
mesmo da região; se constroem objetos de estudo, propiciando
II - ampliação e diversificação dos tempos e a concretização da proposta pedagógica
espaços curriculares que pressuponham centrada na visão interdisciplinar, superando
profissionais da educação dispostos a o isolamento das pessoas e a
inventar e construir a escola de qualidade compartimentalização de conteúdos rígidos;
social, com responsabilidade compartilhada VII - estímulo à criação de métodos didático-
com as demais autoridades que respondem pedagógicos utilizando-se recursos
pela gestão dos órgãos do poder público, na tecnológicos de informação e comunicação, a
busca de parcerias possíveis e necessárias, serem inseridos no cotidiano escolar, a fim de
até porque educar é responsabilidade da superar a distância entre estudantes que
família, do Estado e da sociedade; aprendem a receber informação com rapidez
III - escolha da abordagem didático- utilizando a linguagem digital e professores
pedagógica disciplinar, pluridisciplinar, que dela ainda não se apropriaram;
interdisciplinar ou transdisciplinar pela escola, VIII - constituição de rede de aprendizagem,
que oriente o projeto político-pedagógico e entendida como um conjunto de ações
resulte de pacto estabelecido entre os didático-pedagógicas, com foco na

175
aprendizagem e no gosto de aprender, nas formas diversas de exercício da cidadania;
subsidiada pela consciência de que o e nos movimentos sociais.
processo de comunicação entre estudantes e § 1º Integram a base nacional comum
professores é efetivado por meio de práticas nacional:
e recursos diversos; a) a Língua Portuguesa;
IX - adoção de rede de aprendizagem, b) a Matemática;
também, como ferramenta didático- c) o conhecimento do mundo físico, natural,
pedagógica relevante nos programas de da realidade social e política, especialmente
formação inicial e continuada de profissionais do Brasil, incluindo-se o estudo da História e
da educação, sendo que esta opção requer das Culturas Afro-Brasileira e Indígena,
planejamento sistemático integrado d) a Arte, em suas diferentes formas de
estabelecido entre sistemas educativos ou expressão, incluindo-se a música;
conjunto de unidades escolares; e) a Educação Física;
§ 4º A transversalidade é entendida como f) o Ensino Religioso.
uma forma de organizar o trabalho § 2º Tais componentes curriculares são
didáticopedagógico em que temas e eixos organizados pelos sistemas educativos, em
temáticos são integrados às disciplinas e às forma de áreas de conhecimento, disciplinas,
áreas ditas convencionais, de forma a estarem eixos temáticos, preservando-se a
presentes em todas elas. especificidade dos diferentes campos do
§ 5º A transversalidade difere da conhecimento, por meio dos quais se
interdisciplinaridade e ambas desenvolvem as habilidades indispensáveis
complementam-se, rejeitando a concepção ao exercício da cidadania, em ritmo
de conhecimento que toma a realidade como compatível com as etapas do
algo estável, pronto e acabado. desenvolvimento integral do cidadão.
§ 6º A transversalidade refere-se à dimensão § 3º A base nacional comum e a parte
didático-pedagógica, e a diversificada não podem se constituir em dois
interdisciplinaridade, à abordagem blocos distintos, com disciplinas específicas
epistemológica dos objetos de para cada uma dessas partes, mas devem ser
conhecimento. organicamente planejadas e geridas de tal
modo que as tecnologias de informação e
CAPÍTULO II comunicação perpassem transversalmente a
FORMAÇÃO BÁSICA COMUM E PARTE proposta curricular, desde a Educação Infantil
DIVERSIFICADA até o Ensino Médio, imprimindo direção aos
Art. 14. A base nacional comum na Educação projetos político-pedagógicos.
Básica constitui-se de conhecimentos, Art. 15. A parte diversificada enriquece e
saberes e valores produzidos culturalmente, complementa a base nacional comum,
expressos nas políticas públicas e gerados nas prevendo o estudo das características
instituições produtoras do conhecimento regionais e locais da sociedade, da cultura, da
científico e tecnológico; no mundo do economia e da comunidade escolar,
trabalho; no desenvolvimento das linguagens; perpassando todos os tempos e espaços
nas atividades desportivas e corporais; na curriculares constituintes do Ensino
produção artística; Fundamental e do Ensino Médio,

176
independentemente do ciclo da vida no qual § 2º A interdisciplinaridade e a
os sujeitos tenham acesso à escola. contextualização devem assegurar a
§ 1º A parte diversificada pode ser organizada transversalidade do conhecimento de
em temas gerais, na forma de eixos diferentes disciplinas e eixos temáticos,
temáticos, selecionados colegiadamente perpassando todo o currículo e propiciando a
pelos sistemas educativos ou pela unidade interlocução entre os saberes e os diferentes
escolar. campos do conhecimento.
§ 2º A LDB inclui o estudo de, pelo menos,
uma língua estrangeira moderna na parte TÍTULO VI
diversificada, cabendo sua escolha à ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
comunidade escolar, dentro das Art. 18. Na organização da educação básica,
possibilidades da escola, que deve considerar devem-se observar as Diretrizes Curriculares
o atendimento das características locais, Nacionais comuns a todas as suas etapas,
regionais, nacionais e transnacionais, tendo modalidades e orientações temáticas,
em vista as demandas do mundo do trabalho respeitadas as suas especificidades e as dos
e da internacionalização de toda ordem de sujeitos a que se destinam.
relações. § 1º As etapas e as modalidades do processo
§ 3º A língua espanhola, por força da Lei nº de escolarização estruturam-se de modo
11.161/2005, é obrigatoriamente ofertada no orgânico, sequencial e articulado, de maneira
ensino médio, embora facultativa para o complexa, embora permanecendo
estudante, bem como possibilitada no ensino individualizadas ao logo do percurso do
fundamental, do 6º ao 9º ano. estudante, apesar das mudanças por que
Art. 16. Leis específicas, que complementam passam:
a LDB, determinam que sejam incluídos I - a dimensão orgânica é atendida quando
componentes não disciplinares, como temas são observadas as especificidades e as
relativos ao trânsito, ao meio ambiente e à diferenças de cada sistema educativo, sem
condição e direitos do idoso. perder o que lhes é comum: as semelhanças
Art. 17. No ensino fundamental e no ensino e as identidades que lhe são inerentes;
médio, destinar-se-ão, pelo menos, 20% do II - a dimensão sequencial compreende os
total da carga horária anual ao conjunto de processos educativos que acompanham as
programas e projetos interdisciplinares exigências de aprendizagens definidas em
eletivos criados pela escola, previsto no cada etapa do percurso formativo, contínuo e
projeto pedagógico, de modo que os progressivo, da Educação Básica até a
estudantes do ensino fundamental e do educação superior, constituindo-se em
médio possam escolher aquele programa ou diferentes e insubstituíveis momentos da vida
projeto com que se identifiquem e que lhes dos educandos;
permitam melhor lidar com o conhecimento e III - a articulação das dimensões orgânica e
a experiência. sequencial das etapas e das modalidades da
§ 1º Tais programas e projetos devem ser educação básica, e destas com a educação
desenvolvidos de modo dinâmico, criativo e superior, implica ação coordenada e
flexível, em articulação com a comunidade em integradora do seu conjunto.
que a escola esteja inserida.

177
§ 2º A transição entre as etapas da educação Parágrafo único. Essas etapas e fases têm
básica e suas fases requer formas previsão de idades próprias, as quais, no
de articulação das dimensões orgânica e entanto, são diversas quando se atenta para
sequencial que assegurem aos educandos, sujeitos com características que fogem à
sem tensões e rupturas, a continuidade de norma, como é o caso, entre outros:
seus processos peculiares de aprendizagem e I - de atraso na matrícula e/ou no percurso
desenvolvimento. escolar;
Art. 19. Cada etapa é delimitada por sua II - de retenção, repetência e retorno de quem
finalidade, seus princípios, objetivos havia abandonado os estudos;
e diretrizes educacionais, fundamentando-se III - de portadores de deficiência limitadora;
na inseparabilidade dos conceitos IV - de jovens e adultos sem escolarização ou
referenciais: cuidar e educar, pois esta é uma com esta incompleta;
concepção norteadora do projeto político- V - de habitantes de zonas rurais;
pedagógico elaborado e executado pela VI - de indígenas e quilombolas;
comunidade educacional. VII - de adolescentes em regime de
Art. 20. O respeito aos educandos e a seus acolhimento ou internação, jovens e adultos
tempos mentais, socioemocionais, culturais e em situação de privação de liberdade nos
identitários é um princípio orientador de toda estabelecimentos penais.
a ação educativa, sendo responsabilidade dos
sistemas a criação de condições para que Seção I
crianças, adolescentes, jovens e adultos, com Educação infantil
sua diversidade, tenham a oportunidade de Art. 22. A educação infantil tem por objetivo
receber a formação que corresponda à idade o desenvolvimento integral da criança, em
própria de percurso escolar. seus aspectos físico, afetivo, psicológico,
intelectual, social, complementando a ação
CAPÍTULO I da família e da comunidade.
ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA § 1º As crianças provêm de diferentes e
Art. 21. São etapas correspondentes a singulares contextos
diferentes momentos constitutivos socioculturais, socioeconômicos e étnicos,
do desenvolvimento educacional: por isso devem ter a oportunidade de ser
I - a educação infantil, que compreende: a acolhidas e respeitadas pela escola e pelos
creche, englobando as diferentes etapas do profissionais da educação, com base nos
desenvolvimento da criança até 3 (três) anos princípios da individualidade, igualdade,
e 11 (onze) meses; e a pré-escola, com liberdade, diversidade e pluralidade.
duração de 2 (dois) anos; § 2º Para as crianças, independentemente das
II - o ensino fundamental, obrigatório e diferentes condições físicas, sensoriais,
gratuito, com duração de 9 (nove) anos, é intelectuais, linguísticas, étnico-raciais,
organizado e tratado em duas fases: a dos 5 socioeconômicas, de origem, de religião,
(cinco) anos iniciais e a dos 4 (quatro) anos entre outras, as relações sociais e
finais; intersubjetivas no espaço escolar requerem a
III - o ensino médio, com duração mínima de atenção intensiva dos profissionais da
3 (três) anos. educação, durante o tempo de

178
desenvolvimento das atividades que lhes são Parágrafo único. No ensino fundamental,
peculiares, pois este é o momento em que a acolher significa também cuidar e educar,
curiosidade deve ser estimulada, a partir da como forma de garantir a aprendizagem dos
brincadeira orientada pelos profissionais da conteúdos curriculares, para que o estudante
educação. desenvolva interesses e sensibilidades que
§ 3º Os vínculos de família, dos laços de lhe permitam usufruir dos bens culturais
solidariedade humana e do respeito mútuo disponíveis na comunidade, na sua cidade ou
em que se assenta a vida social devem iniciar- na sociedade em geral, e que lhe possibilitem
se na educação infantil e sua intensificação ainda sentir-se como produtor valorizado
deve ocorrer ao longo da educação básica. desses bens.
§ 4º Os sistemas educativos devem envidar Art. 24. Os objetivos da formação básica das
esforços promovendo ações a partir das quais crianças, definidos para a educação Infantil,
as unidades de Educação Infantil sejam prolongam-se durante os anos iniciais do
dotadas de condições para acolher as ensino fundamental, especialmente no
crianças, em estreita relação com a família, primeiro, e completam-se nos anos finais,
com agentes sociais e com a sociedade, ampliando e intensificando, gradativamente,
prevendo programas e projetos em parceria, o processo educativo, mediante:
formalmente estabelecidos. I - desenvolvimento da capacidade de
§ 5º A gestão da convivência e as situações aprender, tendo como meios básicos o pleno
em que se torna necessária a solução de domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
problemas individuais e coletivos pelas II - foco central na alfabetização, ao longo dos
crianças devem ser previamente 3 (três) primeiros anos;
programadas, com foco nas motivações III - compreensão do ambiente natural e
estimuladas e orientadas pelos professores e social, do sistema político, da economia, da
demais profissionais da educação e outros de tecnologia, das artes, da cultura e dos valores
áreas pertinentes, respeitados os limites e as em que se fundamenta a sociedade;
potencialidades de cada criança e os vínculos IV - o desenvolvimento da capacidade de
desta com a família ou com o seu responsável aprendizagem, tendo em vista a aquisição de
direto. conhecimentos e habilidades e a formação de
atitudes e valores;
Seção II V - fortalecimento dos vínculos de família, dos
Ensino fundamental laços de solidariedade humana e de respeito
Art. 23. O ensino fundamental com 9 (nove) recíproco em que se assenta a vida social.
anos de duração, de matrícula obrigatória Art. 25. Os sistemas estaduais e municipais
para as crianças a partir dos 6 (seis) anos de devem estabelecer especial forma
idade, tem duas fases sequentes com de colaboração visando à oferta do ensino
características próprias, chamadas de anos fundamental e à articulação sequente entre a
iniciais, com 5 (cinco) anos de duração, em primeira fase, no geral assumida pelo
regra para estudantes de 6 (seis) a 10 (dez) município, e a segunda, pelo Estado, para
anos de idade; e anos finais, com 4 (quatro) evitar obstáculos ao acesso de estudantes
anos de duração, para os de 11 (onze) a 14 que se transfiram de uma rede para outra
(quatorze) anos. para completar esta escolaridade obrigatória,

179
garantindo a organicidade e a totalidade do tenham a oportunidade de escolher o
processo formativo do escolar. percurso formativo que atenda seus
interesses, necessidades e aspirações, para
Seção III que se assegure a permanência dos jovens na
Ensino médio escola, com proveito, até a conclusão da
Art. 26. O ensino médio, etapa final do educação básica.
processo formativo da Educação Básica, é
orientado por princípios e finalidades que CAPÍTULO II
preveem: MODALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA
I - a consolidação e o aprofundamento dos Art. 27. A cada etapa da educação básica
conhecimentos adquiridos no ensino pode corresponder uma ou mais
fundamental, possibilitando o das modalidades de ensino: Educação de
prosseguimento de estudos; Jovens e Adultos, Educação Especial,
II - a preparação básica para a cidadania e o Educação Profissional e Tecnológica,
trabalho, tomado este como princípio Educação do Campo, Educação Escolar
educativo, para continuar aprendendo, de Indígena e Educação a Distância.
modo a ser capaz de enfrentar novas
condições de ocupação e aperfeiçoamento Seção I
posteriores; Educação de Jovens e Adultos
III - o desenvolvimento do educando como Art. 28. A Educação de Jovens e Adultos
pessoa humana, incluindo a formação ética e (EJA) destina-se aos que se situam na faixa
estética, o desenvolvimento da autonomia etária superior à considerada própria, no nível
intelectual e do pensamento crítico; de conclusão do ensino fundamental e do
IV - a compreensão dos fundamentos ensino médio.
científicos e tecnológicos presentes na § 1º Cabe aos sistemas educativos viabilizar a
sociedade contemporânea, relacionando a oferta de cursos gratuitos aos jovens e aos
teoria com a prática. adultos, proporcionando-lhes oportunidades
§ 1º O ensino médio deve ter uma base educacionais apropriadas, consideradas as
unitária sobre a qual podem se assentar características do alunado, seus interesses,
possibilidades diversas como preparação condições de vida e de trabalho, mediante
geral para o trabalho ou, facultativamente, cursos, exames, ações integradas e
para profissões técnicas; na ciência e na complementares entre si, estruturados em um
tecnologia, como iniciação científica e projeto pedagógico próprio.
tecnológica; na cultura, como ampliação da § 2º Os cursos de EJA, preferencialmente
formação cultural. tendo a Educação Profissional articulada com
§ 2º A definição e a gestão do currículo a educação básica, devem pautar-se pela
inscrevem-se em uma lógica que se dirige aos flexibilidade, tanto de currículo quanto de
jovens, considerando suas singularidades, tempo e espaço, para que seja(m):
que se situam em um tempo determinado. I - rompida a simetria com o ensino regular
§ 3º Os sistemas educativos devem prever para crianças e adolescentes, de modo a
currículos flexíveis, com permitir percursos individualizados e
diferentes alternativas, para que os jovens

180
conteúdos significativos para os jovens e § 2º Os sistemas e as escolas devem criar
adultos; condições para que o professor da classe
II - providos o suporte e a atenção individuais comum possa explorar as potencialidades de
às diferentes necessidades dos estudantes no todos os estudantes, adotando uma
processo de aprendizagem, mediante pedagogia dialógica, interativa,
atividades diversificadas; interdisciplinar e inclusiva e, na interface, o
III - valorizada a realização de atividades e professor do AEE deve identificar habilidades
vivências socializadoras, culturais, e necessidades dos estudantes, organizar e
recreativas e esportivas, geradoras de orientar sobre os serviços e recursos
enriquecimento do percurso formativo dos pedagógicos e de acessibilidade para a
estudantes; participação e aprendizagem dos estudantes.
IV - desenvolvida a agregação de § 3º Na organização desta modalidade, os
competências para o trabalho; sistemas de ensino devem observar as
V - promovida a motivação e a orientação seguintes orientações fundamentais:
permanente dos estudantes, visando maior I - o pleno acesso e a efetiva participação dos
participação nas aulas e seu melhor estudantes no ensino regular;
aproveitamento e desempenho; II - a oferta do atendimento educacional
VI - realizada, sistematicamente, a formação especializado;
continuada, destinada, especificamente, aos III - a formação de professores para o AEE e
educadores de jovens e adultos. para o desenvolvimento de práticas
educacionais inclusivas;
Seção II IV - a participação da comunidade escolar;
Educação especial V - a acessibilidade arquitetônica, nas
Art. 29. A Educação Especial, como comunicações e informações, nos mobiliários
modalidade transversal a todos os níveis, e equipamentos e nos transportes;
etapas e modalidades de ensino, é parte VI - a articulação das políticas públicas
integrante da educação regular, devendo ser intersetoriais.
prevista no projeto político-pedagógico da
unidade escolar. Seção III
§ 1º Os sistemas de ensino devem matricular Educação profissional e tecnológica
os estudantes com deficiência, Art. 30. A educação profissional e
transtornos globais do desenvolvimento e tecnológica, no cumprimento dos objetivos
altas habilidades/superdotação nas classes da educação nacional, integra-se aos
comuns do ensino regular e no Atendimento diferentes níveis e modalidades de educação
Educacional Especializado (AEE), e às dimensões do trabalho, da ciência e da
complementar ou suplementar à tecnologia, e articula-se com o ensino regular
escolarização, ofertado em salas de recursos e com outras modalidades educacionais:
multifuncionais ou em centros de AEE da rede Educação de Jovens e Adultos, Educação
pública ou de instituições comunitárias, Especial e Educação a Distância.
confessionais ou filantrópicas sem Art. 31. Como modalidade da Educação
fins lucrativos. Básica, a Educação Profissional e Tecnológica
ocorre na oferta de cursos de formação inicial

181
e continuada ou qualificação profissional e instituições especializadas ou no ambiente de
nos de Educação Profissional Técnica de nível trabalho, incluindo os programas e cursos de
médio. aprendizagem, previstos na Consolidação das
Art. 32. A Educação Profissional Técnica de Leis do Trabalho (CLT).
nível médio é desenvolvida nas seguintes Art. 33. A organização curricular da Educação
formas: Profissional e Tecnológica por eixo
I - articulada com o Ensino Médio, sob duas tecnológico fundamenta-se na identificação
formas: das tecnologias que se encontram na base de
a) integrada, na mesma instituição; ou uma dada formação profissional e dos
b) concomitante, na mesma ou em distintas arranjos lógicos por elas constituídos.
instituições; Art. 34. Os conhecimentos e as habilidades
II - subsequente, em cursos destinados a adquiridos tanto nos cursos de educação
quem já tenha concluído o ensino médio. profissional e tecnológica, como os
§ 1º Os cursos articulados com o ensino adquiridos na prática laboral pelos
médio, organizados na forma integrada, são trabalhadores, podem ser objeto de
cursos de matrícula única, que conduzem os avaliação, reconhecimento e certificação para
educandos à habilitação profissional técnica prosseguimento ou conclusão de estudos.
de nível médio ao mesmo tempo em que
concluem a última etapa da educação básica. Seção IV
§ 2º Os cursos técnicos articulados com o Educação Básica do Campo
ensino médio, ofertados na Art. 35. Na modalidade de Educação Básica
forma concomitante, com dupla matrícula e do Campo, a educação para a população rural
dupla certificação, podem ocorrer: está prevista com adequações necessárias às
I - na mesma instituição de ensino, peculiaridades da vida no campo e de cada
aproveitando-se as oportunidades região, definindo-se orientações para três
educacionais disponíveis; aspectos essenciais à organização da ação
II - em instituições de ensino distintas, pedagógica:
aproveitando-se as oportunidades I - conteúdos curriculares e metodologias
educacionais disponíveis; apropriadas às reais necessidades
III - em instituições de ensino distintas, e interesses dos estudantes da zona rural;
mediante convênios de II - organização escolar própria, incluindo
intercomplementaridade, com planejamento adequação do calendário escolar às fases do
e desenvolvimento de projeto pedagógico ciclo agrícola e às condições climáticas;
unificado. III - adequação à natureza do trabalho na zona
§ 3º São admitidas, nos cursos de Educação rural.
Profissional Técnica de nível médio, a Art. 36. A identidade da escola do campo é
organização e a estruturação em etapas que definida pela vinculação com as questões
possibilitem qualificação profissional inerentes à sua realidade, com propostas
intermediária. pedagógicas que contemplam sua
§ 4º A educação profissional e tecnológica diversidade em todos os aspectos, tais como
pode ser desenvolvida por diferentes sociais, culturais, políticos, econômicos, de
estratégias de educação continuada, em gênero, geração e etnia.

182
Parágrafo único. Formas de organização e III - suas formas de produção de
metodologias pertinentes à realidade do conhecimento, processos próprios e métodos
campo devem ter acolhidas, como a de ensino-aprendizagem;
pedagogia da terra, pela qual se busca um IV - suas atividades econômicas;
trabalho pedagógico fundamentado no V - edificação de escolas que atendam aos
princípio da sustentabilidade, para assegurar interesses das comunidades indígenas;
a preservação da vida das futuras gerações, e VI - uso de materiais didático-pedagógicos
a pedagogia da alternância, na qual o produzidos de acordo com o contexto
estudante participa, concomitante e sociocultural de cada povo indígena.
alternadamente, de dois ambientes/situações
de aprendizagem: o escolar e o laboral, Seção VI
supondo parceria educativa, em que ambas Educação a distância
as partes são corresponsáveis pelo Art. 39. A modalidade Educação a Distância
aprendizado e pela formação do estudante. caracteriza-se pela mediação didático-
pedagógica nos processos de ensino e
Seção V aprendizagem que ocorre com a utilização de
Educação escolar indígena meios e tecnologias de informação e
Art. 37. A educação escolar Indígena ocorre comunicação, com estudantes e professores
em unidades educacionais inscritas em suas desenvolvendo atividades educativas em
terras e culturas, as quais têm uma realidade lugares ou tempos diversos.
singular, requerendo pedagogia própria em Art. 40. O credenciamento para a oferta de
respeito à especificidade étnico-cultural de cursos e programas de Educação de Jovens e
cada povo ou comunidade e formação Adultos, de Educação Especial e de Educação
específica de seu quadro docente, Profissional Técnica de nível médio e
observados os princípios constitucionais, a Tecnológica, na modalidade a distância,
base nacional comum e os princípios que compete aos sistemas estaduais de ensino,
orientam a educação básica brasileira. atendidas a regulamentação federal e as
Parágrafo único. Na estruturação e no normas complementares desses sistemas.
funcionamento das escolas indígenas,
é reconhecida a sua condição de possuidores Seção VII
de normas e ordenamento jurídico próprios, Educação escolar quilombola
com ensino intercultural e bilíngue, visando à Art. 41. A Educação escolar quilombola é
valorização plena das culturas dos povos desenvolvida em unidades educacionais
indígenas e à afirmação e manutenção de sua inscritas em suas terras e cultura, requerendo
diversidade étnica. pedagogia própria em respeito à
Art. 38. Na organização de escola indígena, especificidade étnico-cultural de cada
deve ser considerada a participação da comunidade e formação específica de seu
comunidade, na definição do modelo de quadro docente, observados os princípios
organização e gestão, bem como: constitucionais, a base nacional comum e os
I - suas estruturas sociais; princípios que orientam a educação básica
II - suas práticas socioculturais e religiosas; brasileira.

183
Parágrafo único. Na estruturação e no § 3º A missão da unidade escolar, o papel
funcionamento das escolas quilombolas, bem socioeducativo, artístico, cultural, ambiental,
com nas demais, deve ser reconhecida e as questões de gênero, etnia e diversidade
valorizada a diversidade cultural. cultural que compõem as ações educativas, a
organização e a gestão curricular são
TÍTULO VII componentes integrantes do projeto político-
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS PARA A pedagógico, devendo ser previstas as
ORGANIZAÇÃO DAS prioridades institucionais que a identificam,
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS definindo o conjunto das ações educativas
GERAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA próprias das etapas da Educação Básica
Art. 42. São elementos constitutivos para a assumidas, de acordo com as especificidades
operacionalização destas Diretrizes o projeto que lhes correspondam, preservando a sua
político-pedagógico e o regimento escolar; o articulação sistêmica.
sistema de avaliação; a gestão democrática e Art. 44. O projeto político-pedagógico,
a organização da escola; o professor e o instância de construção coletiva que respeita
programa de formação docente. os sujeitos das aprendizagens, entendidos
como cidadãos com direitos à proteção e à
CAPÍTULO I participação social, deve contemplar:
O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO E O I - o diagnóstico da realidade concreta dos
REGIMENTO ESCOLAR sujeitos do processo
Art. 43. O projeto político-pedagógico, educativo, contextualizados no espaço e no
interdependentemente da tempo;
autonomia pedagógica, administrativa e de II - a concepção sobre educação,
gestão financeira da instituição educacional, conhecimento, avaliação da aprendizagem
representa mais do que um documento, e mobilidade escolar;
sendo um dos meios de viabilizar a escola III - o perfil real dos sujeitos – crianças, jovens
democrática para todos e de qualidade social. e adultos – que justificam e instituem a vida
§ 1º A autonomia da instituição educacional da e na escola, do ponto de vista intelectual,
baseia-se na busca de sua identidade, que se cultural, emocional, afetivo, socioeconômico,
expressa na construção de seu projeto como base da reflexão sobre as relações vida-
pedagógico e do seu regimento escolar, conhecimento-culturaprofessor-estudante e
enquanto manifestação de seu ideal de instituição escolar;
educação e que permite uma nova e IV - as bases norteadoras da organização do
democrática ordenação pedagógica das trabalho pedagógico;
relações escolares. V - a definição de qualidade das
§ 2º Cabe à escola, considerada a sua aprendizagens e, por consequência, da
identidade e a de seus sujeitos, articular a escola, no contexto das desigualdades que se
formulação do projeto político-pedagógico refletem na escola;
com os planos de educação – nacional, VI - os fundamentos da gestão democrática,
estadual, municipal –, o contexto em que a compartilhada e participativa (órgãos
escola se situa e as necessidades locais e de colegiados e de representação estudantil);
seus estudantes.

184
VII - o programa de acompanhamento de Art. 46. A avaliação no ambiente educacional
acesso, de permanência dos estudantes e de compreende 3 (três) dimensões básicas:
superação da retenção escolar; I - avaliação da aprendizagem;
VIII - o programa de formação inicial e II - avaliação institucional interna e externa;
continuada dos profissionais da educação, III - avaliação de redes de Educação Básica.
regentes e não regentes;
IX - as ações de acompanhamento sistemático Seção I
dos resultados do processo de avaliação Avaliação da aprendizagem
interna e externa (Sistema de Avaliação da Art. 47. A avaliação da aprendizagem baseia-
Educação Básica – SAEB, Prova Brasil, dados se na concepção de educação que norteia a
estatísticos, pesquisas sobre os sujeitos da relação professor-estudante-conhecimento-
Educação Básica), incluindo dados referentes vida em movimento, devendo ser um ato
ao Ideb e/ou que complementem ou reflexo de reconstrução da prática
substituam os desenvolvidos pelas unidades pedagógica avaliativa, premissa básica e
da federação e outros; fundamental para se questionar o educar,
X - a concepção da organização do espaço transformando a mudança em ato, acima de
físico da instituição escolar de tal modo que tudo, político.
este seja compatível com as características de § 1º A validade da avaliação, na sua função
seus sujeitos, que atenda as normas de diagnóstica, liga-se à aprendizagem,
acessibilidade, além da natureza e das possibilitando o aprendiz a recriar, refazer o
finalidades da educação, deliberadas e que aprendeu, criar, propor e, nesse
assumidas pela comunidade educacional. contexto, aponta para uma avaliação global,
Art. 45. O regimento escolar, discutido e que vai além do aspecto quantitativo, porque
aprovado pela comunidade escolar identifica o desenvolvimento da autonomia
e conhecido por todos, constitui-se em um do estudante, que é indissociavelmente ético,
dos instrumentos de execução do projeto social, intelectual.
políticopedagógico, com transparência e § 2º Em nível operacional, a avaliação da
responsabilidade. aprendizagem tem, como referência, o
Parágrafo único. O regimento escolar trata da conjunto de conhecimentos, habilidades,
natureza e da finalidade da instituição, da atitudes, valores e emoções que os sujeitos
relação da gestão democrática com os órgãos do processo educativo projetam para si de
colegiados, das atribuições de seus órgãos e modo integrado e articulado com aqueles
sujeitos, das suas normas pedagógicas, princípios definidos para a educação básica,
incluindo os critérios de acesso, promoção, redimensionados para cada uma de suas
mobilidade do estudante, dos direitos e etapas, bem assim no projeto político-
deveres dos seus sujeitos: estudantes, pedagógico da escola.
professores, técnicos e funcionários, § 3º A avaliação na educação infantil é
gestores, famílias, representação estudantil e realizada mediante acompanhamento
função das suas instâncias colegiadas. e registro do desenvolvimento da criança,
sem o objetivo de promoção, mesmo em se
CAPÍTULO II tratando de acesso ao ensino fundamental.
AVALIAÇÃO

185
§ 4º A avaliação da aprendizagem no ensino ingresso tardio, retenção, dificuldades no
fundamental e no ensino médio, de caráter processo de ensino-aprendizagem ou outras.
formativo predominando sobre o quantitativo Art. 50. A progressão pode ser regular ou
e classificatório, adota uma estratégia de parcial, sendo que esta deve preservar a
progresso individual e contínuo que favorece sequência do currículo e observar as normas
o crescimento do educando, preservando a do respectivo sistema de ensino, requerendo
qualidade necessária para a sua formação o redesenho da organização das ações
escolar, sendo organizada de acordo com pedagógicas, com previsão de horário de
regras comuns a essas duas etapas. trabalho e espaço de atuação para professor
e estudante, com conjunto próprio de
Seção II recursos didático-pedagógicos.
Promoção, aceleração de estudos e Art. 51. As escolas que utilizam organização
classificação por série podem adotar, no ensino
Art. 48. A promoção e a classificação no fundamental, sem prejuízo da avaliação do
ensino fundamental e no ensino médio processo ensino-aprendizagem, diversas
podem ser utilizadas em qualquer ano, série, formas de progressão, inclusive a de
ciclo, módulo ou outra unidade de percurso progressão continuada, jamais entendida
adotada, exceto na primeira do ensino como promoção automática, o que supõe
fundamental, alicerçando-se na orientação de tratar o conhecimento como processo e
que a avaliação do rendimento escolar vivência que não se harmoniza com a ideia de
observará os seguintes critérios: interrupção, mas sim de construção, em que
I - avaliação contínua e cumulativa do o estudante, enquanto sujeito da ação, está
desempenho do estudante, com prevalência em processo contínuo de formação,
dos aspectos qualitativos sobre os construindo significados.
quantitativos e dos resultados ao longo do
período sobre os de eventuais provas finais; Seção III
II - possibilidade de aceleração de estudos Avaliação institucional
para estudantes com atraso escolar; Art. 52. A avaliação institucional interna deve
III - possibilidade de avanço nos cursos e nas ser prevista no projeto políticopedagógico e
séries mediante verificação do aprendizado; detalhada no plano de gestão, realizada
IV - aproveitamento de estudos concluídos anualmente, levando em consideração as
com êxito; orientações contidas na regulamentação
V - oferta obrigatória de apoio pedagógico vigente, para rever o conjunto de objetivos e
destinado à recuperação contínua metas a serem concretizados, mediante ação
e concomitante de aprendizagem de dos diversos segmentos da comunidade
estudantes com déficit de rendimento educativa, o que pressupõe delimitação de
escolar, a ser previsto no regimento escolar. indicadores compatíveis com a missão da
Art. 49. A aceleração de estudos destina-se a escola, além de clareza quanto ao que seja
estudantes com atraso escolar, àqueles que, qualidade social da aprendizagem e da
por algum motivo, encontram-se em escola.
descompasso de idade, por razões como
Seção IV

186
Avaliação de redes de educação básica § 3º No exercício da gestão democrática, a
Art. 53. A avaliação de redes de educação escola deve se empenhar para constituir-se
básica ocorre periodicamente, é realizada por em espaço das diferenças e da pluralidade,
órgãos externos à escola e engloba os inscrita na diversidade do processo tornado
resultados da avaliação institucional, sendo possível por meio de relações intersubjetivas,
que os resultados dessa avaliação sinalizam cuja meta é a de se fundamentar em princípio
para a sociedade se a escola apresenta educativo emancipador, expresso na
qualidade suficiente para continuar liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e
funcionando como está. divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o
saber.
CAPÍTULO III Art. 55. A gestão democrática constitui-se em
GESTÃO DEMOCRÁTICA E instrumento de horizontalização das relações,
ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA de vivência e convivência colegiada,
Art. 54. É pressuposto da organização do superando o autoritarismo no planejamento e
trabalho pedagógico e da gestão da escola na concepção e organização curricular,
conceber a organização e a gestão das educando para a conquista da cidadania
pessoas, do espaço, dos processos e plena e fortalecendo a ação conjunta que
procedimentos que viabilizam o trabalho busca criar e recriar o trabalho da e na escola
expresso no projeto político-pedagógico e mediante:
em planos da escola, em que se conformam I - a compreensão da globalidade da pessoa,
as condições de trabalho definidas pelas enquanto ser que aprende, que sonha e ousa,
instâncias colegiadas. em busca de uma convivência social
§ 1º As instituições, respeitadas as normas libertadora fundamentada na ética cidadã;
legais e as do seu sistema de ensino, têm II - a superação dos processos e
incumbências complexas e abrangentes, que procedimentos burocráticos, assumindo
exigem outra concepção de organização do com pertinência e relevância: os planos
trabalho pedagógico, como distribuição da pedagógicos, os objetivos institucionais e
carga horária, remuneração, estratégias educacionais, e as atividades de avaliação
claramente definidas para a ação didático- contínua;
pedagógica coletiva que inclua a pesquisa, a III - a prática em que os sujeitos constitutivos
criação de novas abordagens e práticas da comunidade educacional discutam a
metodológicas, incluindo a produção de própria práxis pedagógica impregnando-a de
recursos didáticos adequados às condições entusiasmo e de compromisso com a sua
da escola e da comunidade em que esteja ela própria comunidade, valorizando-a, situando-
inserida. a no contexto das relações sociais e buscando
§ 2º É obrigatória a gestão democrática no soluções conjuntas;
ensino público e prevista, em geral, para IV - a construção de relações interpessoais
todas as instituições de ensino, o que implica solidárias, geridas de tal modo que os
decisões coletivas que pressupõem a professores se sintam estimulados a conhecer
participação da comunidade escolar na melhor os seus pares (colegas de trabalho,
gestão da escola e a observância dos estudantes, famílias), a expor as suas ideias, a
princípios e finalidades da educação.

187
traduzir as suas dificuldades e expectativas d) a temática da gestão democrática, dando
pessoais e profissionais; ênfase à construção do projeto
V - a instauração de relações entre os políticopedagógico, mediante trabalho
estudantes, proporcionando-lhes espaços de coletivo de que todos os que compõem a
convivência e situações de aprendizagem, por comunidade escolar são responsáveis.
meio dos quais aprendam a se compreender Art. 57. Entre os princípios definidos para a
e se organizar em equipes de estudos e de educação nacional está a valorização do
práticas esportivas, artísticas e políticas; profissional da educação, com a
VI - a presença articuladora e mobilizadora do compreensão de que valorizá-lo é valorizar a
gestor no cotidiano da escola e nos espaços escola, com qualidade gestorial, educativa,
com os quais a escola interage, em busca da social, cultural, ética, estética, ambiental.
qualidade social das aprendizagens que lhe § 1º A valorização do profissional da
caiba desenvolver, com transparência e educação escolar vincula-se à
responsabilidade. obrigatoriedade da garantia de qualidade e
ambas se associam à exigência de programas
CAPÍTULO IV de formação inicial e continuada de docentes
O PROFESSOR E A FORMAÇÃO INICIAL E e não docentes, no contexto do conjunto de
CONTINUADA múltiplas atribuições definidas para os
Art. 56. A tarefa de cuidar e educar, que a sistemas educativos, em que se inscrevem as
fundamentação da ação docente e os funções do professor.
programas de formação inicial e continuada § 2º Os programas de formação inicial e
dos profissionais da educação instauram, continuada dos profissionais da educação,
refletese na eleição de um ou outro método vinculados às orientações destas Diretrizes,
de aprendizagem, a partir do qual é devem prepará-los para o desempenho de
determinado o perfil de docente para a suas atribuições, considerando necessário:
educação básica, em atendimento às a) além de um conjunto de habilidades
dimensões técnicas, políticas, éticas e cognitivas, saber pesquisar, orientar, avaliar e
estéticas. elaborar propostas, isto é, interpretar e
§ 1º Para a formação inicial e continuada, as reconstruir o conhecimento coletivamente;
escolas de formação dos profissionais da b) trabalhar cooperativamente em equipe;
educação, sejam gestores, professores ou c) compreender, interpretar e aplicar a
especialistas, deverão incluir em seus linguagem e os instrumentos produzidos ao
currículos e programas: longo da evolução tecnológica, econômica e
a) o conhecimento da escola como organizativa;
organização complexa que tem a função d) desenvolver competências para integração
de promover a educação para e na cidadania; com a comunidade e para relacionamento
b) a pesquisa, a análise e a aplicação dos com as famílias.
resultados de investigações de interesse da Art. 58. A formação inicial, nos cursos de
área educacional; licenciatura, não esgota o desenvolvimento
c) a participação na gestão de processos dos conhecimentos, saberes e habilidades
educativos e na organização e funcionamento referidas, razão pela qual um programa de
de sistemas e instituições de ensino; formação continuada dos profissionais da

188
educação será contemplado no projeto autonomia docente tanto individual como
político-pedagógico. coletiva;
Art. 59. Os sistemas educativos devem c) a definição de indicadores de qualidade
instituir orientações para que o projeto de social da educação escolar, a fim de que as
formação dos profissionais preveja: agências formadoras de profissionais da
a) a consolidação da identidade dos educação revejam os projetos dos cursos de
profissionais da educação, nas suas relações formação inicial e continuada de docentes, de
com a escola e com o estudante; modo que correspondam às exigências de um
b) a criação de incentivos para o resgate da projeto de Nação.
imagem social do professor, assim como da Art. 60. Esta Resolução entrará em vigor na
data de sua publicação.

189
RESOLUÇÃO CNE/CEB N. 3 DE 03/08/2005
Define normas nacionais para a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos de duração.

O presidente da Câmara de Educação Básica Art. 1º A antecipação da obrigatoriedade de


do Conselho Nacional de Educação, no uso matrícula no Ensino Fundamental aos seis
de suas atribuições legais de conformidade anos de idade implica na ampliação da
com o disposto na alínea “c” do Artigo 9º da duração do Ensino Fundamental para nove
Lei nº 4024/61, com a redação dada pela Lei anos.
nº 9131/95, bem como no Artigo 90, no § 1º
do artigo 8º e no § 1º do Artigo 9º da Lei Art. 2º A organização do Ensino Fundamental
9.394/96 e com fundamento no Parecer de 9 (nove) anos e da Educação Infantil
CNE/CEB nº 6/2005, homologado por adotará a seguinte nomenclatura:
despacho do Senhor Ministro de Estado da
Educação, publicado no DOU de 14 de julho
de 2005, resolve:

nomenclatura:

Etapa de Ensino Faixa Etária Prevista Duração


Educação Infantil Até 5 anos de idade ____________

Creche Até 3 anos de idade ____________

Pré-Escola 4 e 5 anos de idade ____________


Ensino Fundamental Até 14 anos de idade 9 anos

Anos Iniciais De 6 a 10 anos de idade 5 anos

Anos Finais De 11 a 14 anos de idade 4 anos

Art. 3º Esta Resolução entrará em vigor na


data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.

190
RESOLUÇÃO CNE/CEB N. 05/2009
Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação infantil

O presidente da Câmara de Educação Básica Art. 4º - As propostas pedagógicas da


do Conselho Nacional de Educação, no uso educação infantil deverão considerar que a
de suas atribuições legais, com fundamento criança, centro do planejamento curricular, é
no art. 9º, § 1º, alínea “c” da Lei nº 4.024, de sujeito histórico e de direitos que, nas
20 de dezembro de 1961, com a redação interações, relações e práticas cotidianas que
dada pela Lei nº 9.131, de 25 de novembro vivencia, constrói sua identidade pessoal e
de 1995, e tendo em vista o Parecer CNE/CEB coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja,
nº 20/2009, homologado por Despacho do aprende, observa, experimenta, narra,
Senhor ministro de Estado da Educação, questiona e constrói sentidos sobre a
publicado no DOU de 9 de dezembro de natureza e a sociedade, produzindo cultura.
2009, resolve:
Art. 5º - A educação infantil, primeira etapa
Art. 1º - A presente Resolução institui as da Educação Básica, é oferecida em creches e
Diretrizes Curriculares Nacionais para pré-escolas, as quais se caracterizam como
a educação infantil a serem observadas na espaços institucionais não domésticos que
organização de propostas pedagógicas na constituem estabelecimentos educacionais
educação infantil. públicos ou privados que educam e cuidam
de crianças de 0 a 5 anos de idade no período
Art. 2º - As Diretrizes Curriculares Nacionais diurno, em jornada integral ou parcial,
para a educação infantil articulam-se com as regulados e supervisionados por órgão
Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação competente do sistema de ensino e
Básica e reúnem princípios, fundamentos e submetidos a controle social.
procedimentos definidos pela Câmara de
Educação Básica do Conselho Nacional de § 1º - É dever do Estado garantir a oferta de
Educação, para orientar as políticas públicas educação infantil pública, gratuita e de
na área e a elaboração, planejamento, qualidade, sem requisito de seleção.
execução e avaliação de propostas
pedagógicas e curriculares. § 2° - É obrigatória a matrícula na educação
infantil de crianças que completam 4 ou 5
Art. 3º - O currículo da educação infantil é anos até o dia 31 de março do ano em que
concebido como um conjunto de práticas que ocorrer a matrícula.
buscam articular as experiências e os saberes
das crianças com os conhecimentos que § 3º - As crianças que completam 6 anos após
fazem parte do patrimônio cultural, artístico, o dia 31 de março devem ser matriculadas na
ambiental, científico e tecnológico, de modo educação infantil.
a promover o desenvolvimento integral de
crianças de 0 a 5 anos de idade.

191
§ 4º - A frequência na educação infantil não é II - assumindo a responsabilidade de
pré-requisito para a matrícula no ensino compartilhar e complementar a educação e
fundamental. cuidado das crianças com as famílias;

§ 5º - As vagas em creches e pré-escolas III - possibilitando tanto a convivência entre


devem ser oferecidas próximas às residências crianças e entre adultos e crianças quanto a
das crianças. ampliação de saberes e conhecimentos de
diferentes naturezas;
§ 6º - É considerada educação infantil em
tempo parcial, a jornada de, no mínimo, IV - promovendo a igualdade de
quatro horas diárias e, em tempo integral, a oportunidades educacionais entre as crianças
jornada com duração igual ou superior a sete de diferentes classes sociais no que se refere
horas diárias, compreendendo o tempo total ao acesso a bens culturais e às possibilidades
que a criança permanece na instituição. de vivência da infância;

Art. 6º - As propostas pedagógicas de V - construindo novas formas de sociabilidade


educação infantil devem respeitar os e de subjetividade comprometidas com a
seguintes princípios: ludicidade, a democracia, a sustentabilidade
do planeta e com o rompimento de relações
I – Éticos: da autonomia, da responsabilidade, de dominação etária, socioeconômica,
da solidariedade e do respeito ao bem étnico-racial, de gênero, regional, linguística
comum, ao meio ambiente e às diferentes e religiosa.
culturas, identidades e singularidades.
Art. 8º - A proposta pedagógica das
II – Políticos: dos direitos de cidadania, do instituições de educação infantil deve ter
exercício da criticidade e do respeito à ordem como objetivo garantir à criança acesso a
democrática. processos de apropriação, renovação e
articulação de conhecimentos e
III – Estéticos: da sensibilidade, da aprendizagens de diferentes linguagens,
criatividade, da ludicidade e da liberdade de assim como o direito à proteção, à saúde, à
expressão nas diferentes manifestações liberdade, à confiança, ao respeito, à
artísticas e culturais. dignidade, à brincadeira, à convivência e à
interação com outras crianças.
Art. 7º - Na observância destas Diretrizes, a
proposta pedagógica das instituições de § 1º - Na efetivação desse objetivo, as
educação infantil deve garantir que elas propostas pedagógicas das instituições de
cumpram plenamente sua função educação infantil deverão prever condições
sociopolítica e pedagógica: para o trabalho coletivo e para a organização
de materiais, espaços e tempos que
I - oferecendo condições e recursos para que
assegurem:
as crianças usufruam seus direitos civis,
humanos e sociais;

192
I - a educação em sua integralidade, brasileiras, bem como o combate ao racismo
entendendo o cuidado como algo e à discriminação;
indissociável ao processo educativo;
X - a dignidade da criança como pessoa
II - a indivisibilidade das dimensões humana e a proteção contra qualquer forma
expressivo-motora, afetiva, cognitiva, de violência – física ou simbólica – e
linguística, ética, estética e sociocultural da negligência no interior da instituição ou
criança; praticadas pela família, prevendo os
encaminhamentos de violações para
III - a participação, o diálogo e a escuta instâncias competentes.
cotidiana das famílias, o respeito e
a valorização de suas formas de organização; § 2º - Garantida a autonomia dos povos
indígenas na escolha dos modos de educação
IV - o estabelecimento de uma relação efetiva de suas crianças de 0 a 5 anos de idade, as
com a comunidade local e de mecanismos propostas pedagógicas para os povos que
que garantam a gestão democrática e a optarem pela educação infantil devem:
consideração dos saberes da comunidade;
I - proporcionar uma relação viva com os
V - o reconhecimento das especificidades conhecimentos, crenças, valores, concepções
etárias, das singularidades individuais e de mundo e as memórias de seu povo;
coletivas das crianças, promovendo
interações entre crianças de mesma idade e II - reafirmar a identidade étnica e a língua
crianças de diferentes idades; materna como elementos de constituição das
crianças;
VI - os deslocamentos e os movimentos
amplos das crianças nos espaços internos e III - dar continuidade à educação tradicional
externos às salas de referência das turmas e à oferecida na família e articular-se às práticas
instituição; sócio-culturais de educação e cuidado
coletivos da comunidade;
VII - a acessibilidade de espaços, materiais,
objetos, brinquedos e instruções para as IV - adequar calendário, agrupamentos
crianças com deficiência, transtornos globais etários e organização de tempos, atividades e
de desenvolvimento e altas ambientes de modo a atender as demandas
habilidades/superdotação; de cada povo indígena.

VIII - a apropriação pelas crianças das § 3º - As propostas pedagógicas da educação


contribuições histórico-culturais dos povos infantil das crianças filhas de agricultores
indígenas, afrodescendentes, asiáticos, familiares, extrativistas, pescadores
europeus e de outros países da América; artesanais, ribeirinhos, assentados e
acampados da reforma agrária, quilombolas,
IX - o reconhecimento, a valorização, o caiçaras, povos da floresta, devem:
respeito e a interação das crianças com as
histórias e as culturas africanas, afro-

193
I - reconhecer os modos próprios de vida no III - possibilitem às crianças experiências de
campo como fundamentais para narrativas, de apreciação e interação com a
a constituição da identidade das crianças linguagem oral e escrita, e convívio com
moradoras em territórios rurais; diferentes suportes e gêneros textuais orais e
escritos;
II - ter vinculação inerente à realidade dessas
populações, suas culturas, tradições e IV - recriem, em contextos significativos para
identidades, assim como a práticas as crianças, relações quantitativas, medidas,
ambientalmente sustentáveis; formas e orientações espaçotemporais;

III - flexibilizar, se necessário, calendário, V - ampliem a confiança e a participação das


rotinas e atividades respeitando as diferenças crianças nas atividades individuais e coletivas;
quanto à atividade econômica dessas
populações; VI - possibilitem situações de aprendizagem
mediadas para a elaboração da autonomia
IV - valorizar e evidenciar os saberes e o papel das crianças nas ações de cuidado pessoal,
dessas populações na produção de auto-organização, saúde e bem-estar;
conhecimentos sobre o mundo e sobre o
ambiente natural; VII - possibilitem vivências éticas e estéticas
com outras crianças e grupos culturais, que
V - prever a oferta de brinquedos e alarguem seus padrões de referência e de
equipamentos que respeitem as identidades no diálogo e reconhecimento da
características ambientais e socioculturais da diversidade;
comunidade.
VIII - incentivem a curiosidade, a exploração,
Art. 9º - As práticas pedagógicas que o encantamento, o questionamento, a
compõem a proposta curricular da Educação indagação e o conhecimento das crianças em
Infantil devem ter como eixos norteadores as relação ao mundo físico e social, ao tempo e
interações e a brincadeira, garantindo à natureza;
experiências que:
IX - promovam o relacionamento e a interação
I - promovam o conhecimento de si e do das crianças com diversificadas manifestações
mundo por meio da ampliação de música, artes plásticas e gráficas, cinema,
de experiências sensoriais, expressivas, fotografia, dança, teatro, poesia e literatura;
corporais que possibilitem movimentação
ampla, expressão da individualidade e X - promovam a interação, o cuidado, a
respeito pelos ritmos e desejos da criança; preservação e o conhecimento
da biodiversidade e da sustentabilidade da
II - favoreçam a imersão das crianças nas vida na Terra, assim como o não desperdício
diferentes linguagens e o progressivo dos recursos naturais;
domínio por elas de vários gêneros e formas
de expressão: gestual, verbal, plástica,
dramática e musical;

194
XI - propiciem a interação e o conhecimento estratégias adequadas aos diferentes
pelas crianças das manifestações e tradições momentos de transição vividos pela criança
culturais brasileiras; (transição casa/instituição de educação
infantil, transições no interior da instituição,
XII - possibilitem a utilização de gravadores, transição creche/pré-escola e transição pré-
projetores, computadores, máquinas escola/Ensino Fundamental);
fotográficas, e outros recursos tecnológicos e
midiáticos. IV - documentação específica que permita às
famílias conhecer o trabalho da instituição
Parágrafo único - As creches e pré-escolas, na junto às crianças e os processos de
elaboração da proposta curricular, de acordo desenvolvimento e aprendizagem da criança
com suas características, identidade na Educação Infantil;
institucional, escolhas coletivas e
particularidades pedagógicas, estabelecerão V - a não retenção das crianças na educação
modos de integração dessas experiências. infantil.

Art. 10 - As instituições de educação infantil Art. 11 - Na transição para o Ensino


devem criar procedimentos Fundamental a proposta pedagógica deve
para acompanhamento do trabalho prever formas para garantir a continuidade no
pedagógico e para avaliação do processo de aprendizagem e
desenvolvimento das crianças, sem objetivo desenvolvimento das crianças, respeitando as
de seleção, promoção ou classificação, especificidades etárias, sem antecipação de
garantindo: conteúdos que serão trabalhados no Ensino
Fundamental.
I - a observação crítica e criativa das
atividades, das brincadeiras e interações das Art. 12 - Cabe ao Ministério da Educação
crianças no cotidiano; elaborar orientações para a implementação
dessas Diretrizes.
II - utilização de múltiplos registros realizados
por adultos e crianças (relatórios, fotografias, Art. 13 - A presente Resolução entrará em
desenhos, álbuns etc.); vigor na data de sua publicação, revogando-
se as disposições em contrário,
III - a continuidade dos processos de especialmente a Resolução CNE/CEB nº 1/99.
aprendizagens por meio da criação de

195
RESOLUÇÃO CNE/CEB N. 07/2010
Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos.

O presidente da Câmara de Educação Básica escolar Indígena e à educação escolar


do Conselho Nacional de Educação, de quilombola.
conformidade com o disposto na alínea “c”
do § 1º do artigo 9º da Lei nº 4.024/61, com a Os fundamentos
redação dada pela Lei nº 9.131/95, no artigo Art. 3º O ensino fundamental se traduz como
32 da Lei nº 9.394/96, na Lei nº 11.274/2006, um direito público subjetivo de cada um e
e com fundamento no Parecer CNE/CEB nº como dever do Estado e da família na sua
11/2010, homologado por Despacho do oferta a todos.
Senhor Ministro de Estado da Educação, Art. 4º É dever do Estado garantir a oferta do
publicado no DOU de 9 de dezembro de ensino fundamental público, gratuito e de
2010, resolve: qualidade, sem requisito de seleção.
Art. 1º A presente Resolução fixa as Diretrizes Parágrafo único. As escolas que ministram
Curriculares Nacionais para o ensino esse ensino deverão trabalhar considerando
fundamental de 9 (nove) anos a serem essa etapa da educação como aquela capaz
observadas na organização curricular dos de assegurar a cada um e a todos o acesso ao
sistemas de ensino e de suas unidades conhecimento e aos elementos da cultura
escolares. imprescindíveis para o seu desenvolvimento
Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais pessoal e para a vida em sociedade, assim
para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos como os benefícios de uma formação comum,
articulam-se com as Diretrizes Curriculares independentemente da grande diversidade
Nacionais Gerais para a Educação Básica da população escolar e das demandas sociais.
(Parecer CNE/CEB nº 7/2010 e Resolução Art. 5º O direito à educação, entendido como
CNE/CEB nº 4/2010) e reúnem princípios, um direito inalienável do ser humano,
fundamentos e procedimentos definidos pelo constitui o fundamento maior destas
Conselho Nacional de Educação, para Diretrizes. A educação, ao proporcionar o
orientar as políticas públicas educacionais e a desenvolvimento do potencial humano,
elaboração, implementação e avaliação das permite o exercício dos direitos civis,
orientações curriculares nacionais, das políticos,
propostas curriculares dos Estados, do (*) Resolução CNE/CEB 07/2010. Diário
Distrito Federal, dos Municípios e dos Oficial da União, Brasília, 09 de dezembro de
projetos político-pedagógicos das escolas. 2010 sociais e do direito à diferença, sendo
Parágrafo único Estas Diretrizes Curriculares ela mesma também um direito social, e
Nacionais aplicam-se a todas as modalidades possibilita a formação cidadã e o usufruto dos
do ensino fundamental previstas na Lei de bens sociais e culturais.
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, bem §1º O ensino fundamental deve
como à educação do campo, à educação comprometer-se com uma educação com

196
qualidade social, igualmente entendida como e Resolução CNE/CEB n° 4/2010, que define
direito humano. as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais
§ 2º A educação de qualidade, como um para a Educação Básica).
direito fundamental é, antes de tudo, Os princípios
relevante, pertinente e equitativa. Art. 6º Os sistemas de ensino e as escolas
I – A relevância reporta-se à promoção de adotarão como norteadores das políticas
aprendizagens significativas do ponto de vista educativas e das ações pedagógicas, os
das exigências sociais e de desenvolvimento seguintes princípios:
pessoal. I – Éticos: de justiça, solidariedade, liberdade
II – A pertinência refere-se à possibilidade de e autonomia; de respeito à dignidade da
atender às necessidades e às características pessoa humana e de compromisso com a
dos estudantes de diversos contextos sociais promoção do bem de todos, contribuindo
e culturais e com diferentes capacidades e para combater e eliminar quaisquer
interesses. manifestações de preconceito de origem,
III – A equidade alude à importância de tratar raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
de forma diferenciada o que se apresenta formas de discriminação.
como desigual no ponto de partida, com II – Políticos: de reconhecimento dos direitos
vistas a obter desenvolvimento e e deveres de cidadania, de respeito ao bem
aprendizagens equiparáveis, assegurando a comum e à preservação do regime
todos a igualdade de direito à educação. democrático e dos recursos ambientais; da
§ 3º Na perspectiva de contribuir para a busca da equidade no acesso à educação, à
erradicação da pobreza e das desigualdades, saúde, ao trabalho, aos bens culturais e
a equidade requer que sejam oferecidos mais outros benefícios; da exigência de
recursos e melhores condições às escolas diversidade de tratamento para assegurar a
menos providas e aos alunos que deles mais igualdade de direitos entre os alunos que
necessitem. Ao lado das políticas universais, apresentam diferentes necessidades; da
dirigidas a todos sem requisito de seleção, é redução da pobreza e das desigualdades
preciso também sustentar políticas sociais e regionais.
reparadoras que assegurem maior apoio aos III – Estéticos: do cultivo da sensibilidade
diferentes grupos sociais em desvantagem. juntamente com o da racionalidade; do
§ 4º A educação escolar, comprometida com enriquecimento das formas de expressão e
a igualdade do acesso de todos ao do exercício da criatividade; da valorização
conhecimento e especialmente empenhada das diferentes manifestações culturais,
em garantir esse acesso aos grupos da especialmente a da cultura brasileira; da
população em desvantagem na sociedade, construção de identidades plurais e solidárias.
será uma educação com qualidade social e Art. 7º De acordo com esses princípios, e em
contribuirá para dirimir as desigualdades conformidade com os art. 22 e 32 da Lei nº
historicamente produzidas, assegurando, 9.394/96 (LDB), as propostas curriculares do
assim, o ingresso, a permanência e o sucesso ensino fundamental visarão desenvolver o
na escola, com a consequente redução da educando, assegurar-lhe a formação comum
evasão, da retenção e das distorções de indispensável para o exercício da cidadania e
idade/ano/série (Parecer CNE/CEB nº 7/2010 fornecer-lhe os meios para progredir no

197
trabalho e em estudos posteriores, mediante Art. 9º O currículo do ensino fundamental é
os objetivos previstos para esta etapa da entendido, nesta Resolução, como
escolarização, a saber: constituído pelas experiências escolares que
I – o desenvolvimento da capacidade de se desdobram em torno do conhecimento,
aprender, tendo como meios básicos o pleno permeadas pelas relações sociais, buscando
domínio da leitura, da escrita e do cálculo; articular vivências e saberes dos alunos com
II – a compreensão do ambiente natural e os conhecimentos historicamente
social, do sistema político, das artes, da acumulados e contribuindo para construir as
tecnologia e dos valores em que se identidades dos estudantes.
fundamenta a sociedade; § 1º O foco nas experiências escolares
III – a aquisição de conhecimentos, significa que as orientações e propostas
habilidades e a formação de atitudes e curriculares que provêm das diversas
valores como instrumentos para uma visão instâncias só terão concretude por meio das
crítica do mundo; ações educativas que envolvem os alunos.
IV – o fortalecimento dos vínculos de família, § 2º As experiências escolares abrangem
dos laços de solidariedade humana e de todos os aspectos do ambiente escolar:
tolerância recíproca em que se assenta a vida aqueles que compõem a parte explícita do
social. currículo, bem como os que também
contribuem, de forma implícita, para a
Matrícula no ensino fundamental de 9 aquisição de conhecimentos socialmente
(nove) anos e carga horária relevantes. Valores, atitudes, sensibilidade e
Art. 8º O ensino fundamental, com duração orientações de conduta são veiculados não só
de 9 (nove) anos, abrange a população na pelos conhecimentos, mas por meio de
faixa etária dos 6 (seis) aos 14 (quatorze) anos rotinas, rituais, normas de convívio social,
de idade e se estende, também, a todos os festividades, pela distribuição do tempo e
que, na idade própria, não tiveram condições organização do espaço educativo, pelos
de frequentá-lo. materiais utilizados na aprendizagem e pelo
§ 1º É obrigatória a matrícula no ensino recreio, enfim, pelas vivências
fundamental de crianças com 6 (seis) anos proporcionadas pela escola.
completos ou a completar até o dia 31 de § 3º Os conhecimentos escolares são aqueles
março do ano em que ocorrer a matrícula, nos que as diferentes instâncias que produzem
termos da Lei e das normas nacionais orientações sobre o currículo, as escolas e os
vigentes. professores selecionam e transformam a fim
§ 2º As crianças que completarem 6 (seis) de que possam ser ensinados e aprendidos,
anos após essa data deverão ser matriculadas ao mesmo tempo em que servem de
na Educação Infantil (Pré-Escola). elementos para a formação ética, estética e
§ 3º A carga horária mínima anual do ensino política do aluno.
fundamental regular será de 800 (oitocentas)
horas relógio, distribuídas em, pelo menos, A base nacional comum e a parte
200 (duzentos) dias de efetivo trabalho diversificada: complementaridade
escolar. Art. 10 O currículo do ensino fundamental
O currículo tem uma base nacional comum,

198
complementada em cada sistema de ensino e incorporam saberes como os que advêm das
em cada estabelecimento escolar por uma formas diversas de exercício da cidadania,
parte diversificada. dos movimentos sociais, da cultura escolar, da
Art. 11 A base nacional comum e a parte experiência docente, do cotidiano e dos
diversificada do currículo do ensino alunos.
fundamental constituem em um todo Art. 13 Os conteúdos a que se refere o art. 12
integrado e não podem ser consideradas são constituídos por componentes
como dois blocos distintos. curriculares que, por sua vez, se articulam
§ 1º A articulação entre a base nacional com as áreas de conhecimento, a saber:
comum e a parte diversificada do currículo do Linguagens, Matemática, Ciências da
ensino fundamental possibilita a sintonia dos Natureza e Ciências Humanas. As áreas de
interesses mais amplos de formação básica do conhecimento favorecem a comunicação
cidadão com a realidade local, as entre diferentes conhecimentos
necessidades dos alunos, as características sistematizados e entre estes e outros saberes,
regionais da sociedade, da cultura e da mas permitem que os referenciais próprios de
economia e perpassa todo o currículo. cada componente curricular sejam
§ 2º Voltados à divulgação de valores preservados.
fundamentais ao interesse social e à Art. 14 O currículo da base nacional comum
preservação da ordem democrática, os ensino fundamental deve abranger
conhecimentos que fazem parte da base obrigatoriamente, conforme o artigo 26 da
nacional comum a que todos devem ter Lei nº 9.394/96, o estudo da Língua
acesso, independentemente da região e do Portuguesa e da Matemática, o
lugar em que vivem, asseguram a conhecimento do mundo físico e natural e da
característica unitária das orientações realidade social e política, especialmente a do
curriculares nacionais, das propostas Brasil, bem como o ensino da Arte, a
curriculares dos Estados, do Distrito Federal, Educação Física e o Ensino Religioso.
dos Municípios e dos projetos político- Art. 15 Os componentes curriculares
pedagógicos das escolas. obrigatórios do ensino fundamental serão
§ 3º Os conteúdos curriculares que compõem assim organizados em relação às áreas de
a parte diversificada do currículo serão conhecimento:
definidos pelos sistemas de ensino e pelas I – Linguagens
escolas, de modo a complementar e Língua Portuguesa
enriquecer o currículo, assegurando a Língua materna, para populações indígenas
contextualização dos conhecimentos Língua Estrangeira moderna
escolares em face das diferentes realidades. Arte
Art. 12 Os conteúdos que compõem base Educação Física
nacional comum e a parte diversificada têm II – Matemática
origem nas disciplinas científicas, no III – Ciências da Natureza
desenvolvimento das linguagens, no mundo IV – Ciências Humanas
do trabalho, na cultura e na tecnologia, na História
produção artística, nas atividades desportivas Geografia
e corporais, na área da saúde e ainda V – Ensino religioso

199
§ 1º O ensino fundamental deve ser formação básica do cidadão e constitui
ministrado em língua portuguesa, assegurada componente curricular dos horários normais
também às comunidades indígenas a das escolas públicas de ensino fundamental,
utilização de suas línguas maternas e assegurado o respeito à diversidade cultural
processos próprios de aprendizagem, e religiosa do Brasil e vedadas quaisquer
conforme o art. 210, § 2º, da Constituição formas de proselitismo, conforme o art. 33 da
Federal. Lei nº 9.394/96.
§ 2º O ensino de História do Brasil levará em Art. 16 Os componentes curriculares e as
conta as contribuições das diferentes culturas áreas de conhecimento devem articular em
e etnias para a formação do povo brasileiro, seus conteúdos, a partir das possibilidades
especialmente das matrizes indígena, africana abertas pelos seus referenciais, a abordagem
e européia (art. 26, § 4º, da Lei nº 9.394/96). de temas abrangentes e contemporâneos
§ 3º A história e as culturas indígena e afro- que afetam a vida humana em escala global,
brasileira, presentes obrigatoriamente nos regional e local, bem como na esfera
conteúdos desenvolvidos no âmbito de todo individual. Temas como saúde, sexualidade e
o currículo escolar e, em especial, no ensino gênero, vida familiar e social, assim como os
de Arte, Literatura e História do Brasil, assim direitos das crianças e adolescentes, de
como a História da África, deverão assegurar acordo com o Estatuto da Criança e do
o conhecimento e o reconhecimento desses Adolescente (Lei nº 8.069/90), preservação
povos para a constituição da nação (conforme do meio ambiente, nos termos da política
artigo 26-A da Lei nº 9.394/96, alterado pela nacional de educação ambiental (Lei nº
Lei nº 11.645/2008). Sua inclusão possibilita 9.795/99), educação para o consumo,
ampliar o leque de referências culturais de educação fiscal, trabalho, ciência e
toda a população escolar e contribui para a tecnologia, e diversidade cultural devem
mudança das suas concepções de mundo, permear o desenvolvimento dos conteúdos
transformando os conhecimentos comuns da base nacional comum e da parte
veiculados pelo currículo e contribuindo para diversificada do currículo.
a construção de identidades mais plurais e § 1° Outras leis específicas que
solidárias. complementam a Lei nº 9.394/96 determinam
§ 4º A Música constitui conteúdo obrigatório, que sejam ainda incluídos temas relativos à
mas não exclusivo, do componente curricular condição e direitos dos idosos (Lei nº
Arte, o qual compreende também as artes 10.741/2003) e à educação para o trânsito (Lei
visuais, o teatro e a dança, conforme o § 6º do nº 9.503/97).
art. 26 da Lei nº 9.394/96. § 2º A transversalidade constitui uma das
§ 5º A Educação Física, componente maneiras de trabalhar os componentes
obrigatório do currículo do ensino curriculares, as áreas de conhecimento e os
fundamental, integra a proposta político- temas sociais em uma perspectiva integrada,
pedagógica da escola e será facultativa ao conforme a Diretrizes Curriculares Nacionais
aluno apenas nas circunstâncias previstas no § Gerais para a Educação Básica (Parecer
3º do art. 26 da Lei nº 9.394/96. CNE/CEB nº 7/2010 e a Resolução CNE/CEB
§ 6º O ensino religioso, de matrícula nº 4/2010).
facultativa ao aluno, é parte integrante da

200
§ 3º Aos órgãos executivos dos sistemas de § 1º O projeto político-pedagógico da escola
ensino compete a produção e a disseminação traduz a proposta educativa construída pela
de materiais subsidiários ao trabalho docente, comunidade escolar no exercício de sua
que contribuam para a eliminação de autonomia, com base nas características dos
discriminações, racismo, sexismo, homofobia alunos e nos profissionais e recursos
e outros preconceitos e que conduzam à disponíveis, tendo como referência as
adoção de comportamentos responsáveis e orientações curriculares nacionais e dos
solidários em relação aos outros e ao meio respectivos sistemas de ensino.
ambiente. § 2º Será assegurada ampla participação dos
Art. 17 Na parte diversificada do currículo do profissionais da escola, da família, dos alunos
ensino fundamental será incluída, e da comunidade local na definição das
obrigatoriamente, a partir do 6º ano, o ensino orientações imprimidas aos processos
de, pelo menos, uma língua estrangeira educativos e nas formas de implementá-las,
moderna cuja escolha ficará a cargo da tendo como apoio um processo contínuo de
comunidade escolar. avaliação das ações, a fim de garantir a
Parágrafo único. Entre as línguas estrangeiras distribuição social do conhecimento e
modernas, a língua espanhola poderá ser a contribuir para a construção de uma
opção, nos termos da Lei nº 11.161/2005. sociedade democrática e igualitária.
§ 3º O regimento escolar deve assegurar as
O projeto político-pedagógico condições institucionais adequadas para a
Art. 18 O currículo do ensino fundamental execução do projeto político-pedagógico e a
com 9 (nove) anos de duração exige a oferta de uma educação inclusiva e com
estruturação de um projeto educativo qualidade social, igualmente garantida a
coerente, articulado e integrado, de acordo ampla participação da comunidade escolar na
com os modos de ser e de se desenvolver das sua elaboração.
crianças e adolescentes nos diferentes § 4º O projeto político-pedagógico e o
contextos sociais. regimento escolar, em conformidade com a
Art. 19 Ciclos, séries e outras formas de legislação e as normas vigentes, conferirão
organização a que se refere a Lei nº 9.394/96 espaço e tempo para que os profissionais da
serão compreendidos como tempos e escola e, em especial, os professores, possam
espaços interdependentes e articulados entre participar de reuniões de trabalho coletivo,
si, ao longo dos 9 (nove) anos de duração do planejar e executar as ações educativas de
ensino fundamental. modo articulado, avaliar os trabalhos dos
alunos, tomar parte em ações de formação
A gestão democrática e participativa como continuada e estabelecer contatos com a
garantia do direito à educação comunidade.
Art. 20 As escolas deverão formular o projeto § 5º Na implementação de seu projeto
político-pedagógico e elaborar o regimento político-pedagógico, as escolas se articularão
escolar e de acordo com a proposta do ensino com as instituições formadoras com vistas a
fundamental de 9 (nove) anos, por meio de assegurar a formação continuada de seus
processos participativos relacionados à profissionais.
gestão democrática.

201
Art. 21 No projeto político-pedagógico do § 1º A oportunidade de conhecer e analisar
ensino fundamental e no regimento escolar, o experiências assentadas em diversas
aluno, centro do planejamento curricular, será concepções de currículo integrado e
considerado como sujeito que atribui interdisciplinar oferecerá aos docentes
sentidos à natureza e à sociedade nas práticas subsídios para desenvolver propostas
sociais que vivencia, produzindo cultura e pedagógicas que avancem na direção de um
construindo sua identidade pessoal e social. trabalho colaborativo, capaz de superar a
Parágrafo único Como sujeito de direitos, o fragmentação dos componentes curriculares.
aluno tomará parte ativa na discussão e § 2º Constituem exemplos de possibilidades
implementação das normas que regem as de integração do currículo, entre outros, as
formas de relacionamento na escola, propostas curriculares ordenadas em torno
fornecerá indicações relevantes a respeito do de grandes eixos articuladores, projetos
que deve ser trabalhado no currículo e será interdisciplinares com base em temas
incentivado a participar das organizações geradores formulados a partir de questões da
estudantis. comunidade e articulados aos componentes
Art. 22 O trabalho educativo no ensino curriculares e às áreas de conhecimento,
fundamental deve empenhar-se na promoção currículos em rede, propostas ordenadas em
de uma cultura escolar acolhedora e torno de conceitos-chave ou conceitos
respeitosa, que reconheça e valorize as nucleares que permitam trabalhar as
experiências dos alunos atendendo as suas questões cognitivas e as questões culturais
diferenças e necessidades específicas, de numa perspectiva transversal, e projetos de
modo a contribuir para efetivar a inclusão trabalho com diversas acepções.
escolar e o direito de todos à educação. § 3º Os projetos propostos pela escola,
Art. 23 Na implementação do projeto comunidade, redes e sistemas de ensino
político-pedagógico, o cuidar e o educar, serão articulados ao desenvolvimento dos
indissociáveis funções da escola, resultarão componentes curriculares e áreas de
em ações integradas que buscam articular-se conhecimento, observadas as disposições
pedagogicamente no interior da própria contidas nas Diretrizes Curriculares Nacionais
instituição e também externamente, com Gerais para a Educação Básica (Resolução
serviços de apoio aos sistemas educacionais e CNE/CEB nº 4/2010, art.17) e nos termos do
com as políticas de outras áreas, para Parecer que dá base à presente Resolução.
assegurar a aprendizagem, o bem-estar e o Art. 25 Os professores levarão em conta a
desenvolvimento do aluno em todas as suas diversidade sociocultural da população
dimensões. escolar, as desigualdades de acesso ao
consumo de bens culturais e a multiplicidade
Relevância dos conteúdos, integração e de interesses e necessidades apresentadas
abordagens pelos alunos no desenvolvimento de
Art. 24 A necessária integração dos metodologias e estratégias variadas que
conhecimentos escolares no currículo melhor respondam às diferenças de
favorece a sua contextualização e aproxima o aprendizagem entre os estudantes e às suas
processo educativo das experiências dos demandas.
alunos.

202
Art. 26 Os sistemas de ensino e as escolas que se refere ao seu desenvolvimento pleno
assegurarão adequadas condições de e à aquisição de aprendizagens significativas,
trabalho aos seus profissionais e o provimento lançando mão de todos os recursos
de outros insumos, de acordo com os padrões disponíveis e criando renovadas
mínimos de qualidade referidos no inciso IX, oportunidades para evitar que a trajetória
do art.4º, da Lei nº 9.394/96 e em normas escolar discente seja retardada ou
específicas estabelecidas pelo Conselho indevidamente interrompida.
Nacional de Educação, com vistas à criação § 1º Devem, portanto, adotar as providências
de um ambiente propício à aprendizagem necessárias para que a operacionalização do
com base: princípio da continuidade não seja traduzida
I – no trabalho compartilhado e no como “promoção automática” de alunos de
compromisso individual e coletivo dos um ano, série ou ciclo para o seguinte, e para
professores e demais profissionais da escola que o combate à repetência não se
com a aprendizagem dos alunos; transforme em descompromisso com o
II – no atendimento às necessidades ensino e a aprendizagem.
específicas de aprendizagem de cada um § 2º A organização do trabalho pedagógico
mediante abordagens apropriadas; incluirá a mobilidade e a flexibilização dos
III – na utilização dos recursos disponíveis na tempos e espaços escolares, a diversidade
escola e nos espaços sociais e culturais do nos agrupamentos de alunos, as diversas
entorno; linguagens artísticas, a diversidade de
IV – na contextualização dos conteúdos, materiais, os variados suportes literários, as
assegurando que a aprendizagem seja atividades que mobilizem o raciocínio, as
relevante e socialmente significativa; atitudes investigativas, as abordagens
V – no cultivo do diálogo e de relações de complementares e as atividades de reforço, a
parceria com as famílias. articulação entre a escola e a comunidade, e
Parágrafo único Como protagonistas das o acesso aos espaços de expressão cultural.
ações pedagógicas, caberá aos docentes Art. 28 A utilização qualificada das
equilibrar a ênfase no reconhecimento e tecnologias e conteúdos das mídias como
valorização da experiência do aluno e da recurso aliado ao desenvolvimento do
cultura local que contribui para construir currículo contribui para o importante papel
identidades afirmativas, e a necessidade de que tem a escola como ambiente de inclusão
lhes fornecer instrumentos mais complexos digital e de utilização crítica das tecnologias
de análise da realidade que possibilitem o da informação e comunicação, requerendo o
acesso a níveis universais de explicação dos aporte dos sistemas de ensino no que se
fenômenos, propiciando-lhes os meios para refere à:
transitar entre a sua e outras realidades e I – provisão de recursos midiáticos atualizados
culturas e participar de diferentes esferas da e em número suficiente para o atendimento
vida social, econômica e política. aos alunos;
Art. 27 Os sistemas de ensino, as escolas e os II – adequada formação do professor e
professores, com o apoio das famílias e da demais profissionais da escola.
comunidade, envidarão esforços para Articulações e continuidade da trajetória
assegurar o progresso contínuo dos alunos no escolar

203
Art. 29 A necessidade de assegurar aos todo e, particularmente, na passagem do
alunos um percurso contínuo de primeiro para o segundo ano de escolaridade
aprendizagens torna imperativa a articulação e deste para o terceiro.
de todas as etapas da educação, § 1º Mesmo quando o sistema de ensino ou a
especialmente do ensino fundamental com a escola, no uso de sua autonomia, fizerem
educação infantil, dos anos iniciais e dos anos opção pelo regime seriado, será necessário
finais no interior ensino fundamental, bem considerar os três anos iniciais do ensino
como do ensino fundamental com o ensino fundamental como um bloco pedagógico ou
médio, garantindo a qualidade da educação um ciclo sequencial não passível de
básica. interrupção, voltado para ampliar a todos os
§ 1º O reconhecimento do que os alunos já alunos as oportunidades de sistematização e
aprenderam antes da sua entrada no ensino aprofundamento das aprendizagens básicas,
fundamental e a recuperação do caráter imprescindíveis para o prosseguimento dos
lúdico do ensino contribuirão para melhor estudos.
qualificar a ação pedagógica junto às § 2º Considerando as características de
crianças, sobretudo nos anos iniciais dessa desenvolvimento dos alunos, cabe aos
etapa da escolarização. professores adotar formas de trabalho que
§ 2º Na passagem dos anos iniciais para os proporcionem maior mobilidade das crianças
anos finais do ensino fundamental, especial nas salas de aula e as levem a explorar mais
atenção será dada: intensamente as diversas linguagens
I – pelos sistemas de ensino, ao planejamento artísticas, a começar pela literatura, a utilizar
da oferta educativa dos alunos transferidos materiais que ofereçam oportunidades de
das redes municipais para as estaduais; raciocinar, manuseando-os e explorando as
II – pelas escolas, à coordenação das suas características e propriedades.
demandas específicas feitas pelos diferentes Art. 31 Do 1º ao 5º ano do ensino
professores aos alunos, a fim de que os fundamental, os componentes curriculares
estudantes possam melhor organizar as suas Educação Física e Arte poderão estar a cargo
atividades diante das solicitações muito do professor de referência da turma, aquele
diversas que recebem. com o qual os alunos permanecem a maior
Art. 30 Os três anos iniciais do ensino parte do período escolar, ou de professores
fundamental devem assegurar: licenciados nos respectivos componentes.
I – a alfabetização e o letramento; § 1° Nas escolas que optarem por incluir
II – o desenvolvimento das diversas formas de Língua Estrangeira nos anos iniciais do ensino
expressão, incluindo o aprendizado da Língua fundamental, o professor deverá ter
Portuguesa, a Literatura, a Música e demais licenciatura específica no componente
artes, a Educação Física, assim como o curricular.
aprendizado da Matemática, da Ciência, da § 2º Nos casos em que esses componentes
História e da Geografia; curriculares sejam desenvolvidos por
III – a continuidade da aprendizagem, tendo professores com licenciatura específica
em conta a complexidade do processo de (conforme Parecer CNE/CEB nº 2/2008), deve
alfabetização e os prejuízos que a repetência ser assegurada a integração com os demais
pode causar no ensino fundamental como um

204
componentes trabalhados pelo professor de III – assegurar tempos e espaços diversos para
referência da turma. que os alunos com menor rendimento tenham
A avaliação: parte integrante do currículo condições de ser devidamente atendidos ao
Art. 32 A avaliação dos alunos, a ser realizada longo do ano letivo;
pelos professores e pela escola como parte VI – prover obrigatoriamente períodos de
integrante da proposta curricular e da recuperação, de preferência paralelos ao
implementação do currículo, é período letivo, como determina a Lei nº
redimensionadora da ação pedagógica e 9.394/96;
deve: V – assegurar tempos e espaços de reposição
I – assumir um caráter processual, formativo e dos conteúdos curriculares, ao longo do ano
participativo, ser contínua, cumulativa e letivo, aos alunos com frequência insuficiente,
diagnóstica, com vistas a: evitando, sempre que possível, a retenção
identificar potencialidades e dificuldades de por faltas;
aprendizagem e detectar problemas de VI – possibilitar a aceleração de estudos para
ensino; os alunos com defasagem idade-série.
subsidiar decisões sobre a utilização de Art. 33 Os procedimentos de avaliação
estratégias e abordagens de acordo com as adotados pelos professores e pela escola
necessidades dos alunos, criar condições de serão articulados às avaliações realizadas em
intervir de modo imediato e a mais longo nível nacional e às congêneres nos diferentes
prazo para sanar dificuldades e redirecionar o Estados e Municípios, criadas com o objetivo
trabalho docente; manter a família informada de subsidiar os sistemas de ensino e as
sobre o desempenho dos alunos; reconhecer escolas nos esforços de melhoria da
o direito do aluno e da família de discutir os qualidade da educação e da aprendizagem
resultados de avaliação, inclusive em dos alunos.
instâncias superiores à escola, revendo § 1° A análise do rendimento dos alunos com
procedimentos sempre que as reivindicações base nos indicadores produzidos por essas
forem procedentes. avaliações deve auxiliar os sistemas de ensino
II – utilizar vários instrumentos e e a comunidade escolar a redimensionarem as
procedimentos, tais como a observação, o práticas educativas com vistas ao alcance de
registro descritivo e reflexivo, os trabalhos melhores resultados.
individuais e coletivos, os portfólios, § 2° A avaliação externa do rendimento dos
exercícios, provas, questionários, dentre alunos refere-se apenas a uma parcela restrita
outros, tendo em conta a sua adequação à do que é trabalhado nas escolas, de sorte que
faixa etária e às características de as referências para o currículo devem
desenvolvimento do educando; continuar sendo as contidas nas propostas
II – fazer prevalecer os aspectos qualitativos político-pedagógicas das escolas, articuladas
da aprendizagem do aluno sobre os às orientações e propostas curriculares dos
quantitativos, bem como os resultados ao sistemas, sem reduzir os seus propósitos ao
longo do período sobre o de eventuais provas que é avaliado pelos testes de larga escala.
finais, tal com determina a alínea “a”, do Art. 34 Os sistemas, as redes de ensino e os
inciso V, do art. 24, da Lei nº 9.394/96; projetos político-pedagógicos das escolas
devem expressar com clareza o que é

205
esperado dos alunos em relação à sua qualificação do processo de ensino-
aprendizagem. aprendizagem tendo como horizonte o
Art. 35 Os resultados de aprendizagem dos atendimento escolar em período integral.
alunos devem ser aliados à avaliação das Art. 37 A proposta educacional da escola de
escolas e de seus professores, tendo em tempo integral promoverá a ampliação de
conta os parâmetros de referência dos tempos, espaços e oportunidades educativas
insumos básicos necessários à educação de e o compartilhamento da tarefa de educar e
qualidade para todos nesta etapa da cuidar entre os profissionais da escola e de
educação e respectivo custo aluno-qualidade outras áreas, as famílias e outros atores
inicial (CAQi), consideradas inclusive as suas sociais, sob a coordenação da escola e de
modalidades e as formas diferenciadas de seus professores, visando a alcançar a
atendimento como a educação do campo, a melhoria da qualidade da aprendizagem e da
educação escolar indígena, a educação convivência social e diminuir as diferenças de
escolar quilombola e as escolas de tempo acesso ao conhecimento e aos bens culturais,
integral. em especial entre as populações socialmente
Parágrafo único. A melhoria dos resultados de mais vulneráveis.
aprendizagem dos alunos e da qualidade da § 1º O currículo da escola de tempo integral,
educação obriga: concebido como um projeto educativo
I – os sistemas de ensino, a incrementarem os integrado, implica a ampliação da jornada
dispositivos da carreira e de condições de escolar diária mediante o desenvolvimento de
exercício e valorização do magistério e dos atividades como o acompanhamento
demais profissionais da educação e a pedagógico, o reforço e o aprofundamento
oferecerem os recursos e apoios que da aprendizagem, a experimentação e a
demandam as escolas e seus profissionais pesquisa científica, a cultura e as artes, o
para melhorar a sua atuação; esporte e o lazer, as tecnologias da
II – as escolas, a uma apreciação mais ampla comunicação e informação, a afirmação da
das oportunidades educativas por elas cultura dos direitos humanos, a preservação
oferecidas aos educandos, reforçando a sua do meio ambiente, a promoção da saúde,
responsabilidade de propiciar renovadas entre outras, articuladas aos componentes
oportunidades e incentivos aos que delas curriculares e áreas de conhecimento, a
mais necessitem. vivências e práticas socioculturais.
A educação em escola de tempo integral § 2º As atividades serão desenvolvidas dentro
Art. 36 Considera-se de período integral a do espaço escolar conforme a disponibilidade
jornada escolar que se organiza em 7 (sete) da escola, ou fora dele, em espaços distintos
horas diárias, no mínimo, perfazendo uma da cidade ou do território em que está situada
carga horária anual de, pelo menos, 1.400 (mil a unidade escolar, mediante a utilização de
e quatrocentas) horas. equipamentos sociais e culturais aí existentes
Parágrafo único As escolas e, solidariamente, e o estabelecimento de parcerias com órgãos
os sistemas de ensino, conjugarão esforços ou entidades locais, sempre de acordo com o
objetivando o progressivo aumento da carga respectivo projeto político-pedagógico.
horária mínima diária e, consequentemente, § 3º Ao restituir a condição de ambiente de
da carga horária anual, com vistas à maior aprendizagem à comunidade e à cidade, a

206
escola estará contribuindo para a construção cultural de cada povo (Parecer CNE/CEB nº
de redes sociais e de cidades educadoras. 14/99 e Resolução CNE/CEB nº 3/99).
§ 4º Os órgãos executivos e normativos da § 2º O detalhamento da Educação Escolar
União e dos sistemas estaduais e municipais Quilombola deverá ser definido pelo
de educação assegurarão que o atendimento Conselho Nacional de Educação por meio de
dos alunos na escola de tempo integral Diretrizes Curriculares Nacionais específicas.
possua infraestrutura adequada e pessoal Art. 40 O atendimento escolar às populações
qualificado, além do que, esse atendimento do campo, povos indígenas e quilombolas
terá caráter obrigatório e será passível de requer respeito às suas peculiares condições
avaliação em cada escola. de vida e a utilização de pedagogias
condizentes com as suas formas próprias de
A educação do campo, a educação escolar produzir conhecimentos, observadas as
indígena e a educação escolar quilombola Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para
Art. 38 A Educação do Campo, tratada como a Educação Básica (Parecer CNE/CEB nº
educação rural na legislação brasileira, 7/2010 e Resolução CNE/ CBE nº 4/2010).
incorpora os espaços da floresta, da pecuária, § 1º As escolas das populações do campo,
das minas e da agricultura e se estende, dos povos indígenas e dos quilombolas, ao
também, aos espaços pesqueiros, caiçaras, contar com a participação ativa das
ribeirinhos e extrativistas, conforme as comunidades locais nas decisões referentes
Diretrizes para a Educação Básica do Campo ao currículo, estarão ampliando as
(Parecer CNE/CEB nº 36/2001 e Resolução oportunidades de:
CNE/CEB nº 1/2002; Parecer CNE/CEB nº I – reconhecimento de seus modos próprios
3/2008 e Resolução CNE/CEB nº 2/2008). de vida, suas culturas, tradições e memórias
Art. 39 A Educação Escolar Indígena e a coletivas, como fundamentais para a
Educação Escolar Quilombola são constituição da identidade das crianças,
respectivamente oferecidas em unidades adolescentes e adultos;
educacionais inscritas em suas terras e II – valorização dos saberes e do papel dessas
culturas e, para essas populações, estão populações na produção de conhecimentos
assegurados direitos específicos na sobre o mundo, seu ambiente natural e
Constituição Federal que lhes permitem cultural, assim como as práticas
valorizar e preservar as suas culturas e ambientalmente sustentáveis que utilizam;
reafirmar o seu pertencimento étnico. III – reafirmação do pertencimento étnico, no
§ 1º As escolas indígenas, atendendo a caso das comunidades quilombolas e dos
normas e ordenamentos jurídicos próprios e a povos indígenas, e do cultivo da língua
Diretrizes Curriculares Nacionais específicas, materna na escola para estes últimos, como
terão ensino intercultural e bilíngue, com elementos importantes de construção da
vistas à afirmação e à manutenção da identidade;
diversidade étnica e linguística, assegurarão a IV – flexibilização, se necessário, do
participação da comunidade no seu modelo calendário escolar, das rotinas e atividades,
de edificação, organização e gestão, e tendo em conta as diferenças relativas às
deverão contar com materiais didáticos atividades econômicas e culturais, mantido o
produzidos de acordo com o contexto

207
total de horas anuais obrigatórias no Parágrafo único. Os recursos de
currículo; acessibilidade são aqueles que asseguram
V – superação das desigualdades sociais e condições de acesso ao currículo dos alunos
escolares que afetam essas populações, com deficiência e mobilidade reduzida, por
tendo por garantia o direito à educação; meio da utilização de materiais didáticos, dos
§ 2º Os projetos político-pedagógicos das espaços, mobiliários e equipamentos, dos
escolas do campo, indígenas e quilombolas sistemas de comunicação e informação, dos
devem contemplar a diversidade nos seus transportes e outros serviços.
aspectos sociais, culturais, políticos, Art. 42 O atendimento educacional
econômicos, éticos e estéticos, de gênero, especializado aos alunos da educação
geração e etnia. especial será promovido e expandido com o
§ 3º As escolas que atendem a essas apoio dos órgãos competentes. Ele não
populações deverão ser devidamente substitui a escolarização, mas contribui para
providas pelos sistemas de ensino de ampliar o acesso ao currículo, ao
materiais didáticos e educacionais que proporcionar independência aos educandos
subsidiem o trabalho com a diversidade, bem para a realização de tarefas e favorecer a sua
como de recursos que assegurem aos alunos autonomia (conforme Decreto nº 6.571/2008,
o acesso a outros bens culturais e lhes Parecer CNE/CEB nº 13/2009 e Resolução
permitam estreitar o contato com outros CNE/CEB nº 4/2009).
modos de vida e outras formas de Parágrafo único O atendimento educacional
conhecimento. especializado poderá ser oferecido no
§ 4º A participação das populações locais contraturno, em salas de recursos
pode também subsidiar as redes escolares e multifuncionais na própria escola, em outra
os sistemas de ensino quanto à produção e escola ou em centros especializados e será
oferta de materiais escolares e no que diz implementado por professores e profissionais
respeito ao transporte e a equipamentos que com formação especializada, de acordo com
atendam as características ambientais e plano de atendimento aos alunos que
socioculturais das comunidades e as identifique suas necessidades educacionais
necessidades locais e regionais. específicas, defina os recursos necessários e
as atividades a serem desenvolvidas.
A educação especial
Art. 41 O projeto político-pedagógico da A Educação de Jovens e Adultos
escola e o regimento escolar, amparados na Art. 43 Os sistemas de ensino assegurarão,
legislação vigente, deverão contemplar a gratuitamente, aos jovens e adultos que não
melhoria das condições de acesso e de puderam efetuar os estudos na idade própria,
permanência dos alunos com deficiência, oportunidades educacionais adequadas às
transtornos globais do desenvolvimento e suas características, interesses, condições de
altas habilidades nas classes comuns do vida e de trabalho mediante cursos e exames,
ensino regular, intensificando o processo de conforme estabelece o art. 37, § 1º, da Lei nº
inclusão nas escolas públicas e privadas e 9.394/96.
buscando a universalização do atendimento. Art. 44 A Educação de Jovens e Adultos,
voltada para a garantia de formação integral,

208
da alfabetização às diferentes etapas da inclusive com programas de aceleração da
escolarização ao longo da vida, inclusive aprendizagem, quando necessário;
àqueles em situação de privação de III – incentivar a oferta de Educação de Jovens
liberdade, é pautada pela inclusão e pela e Adultos nos períodos diurno e noturno, com
qualidade social e requer: avaliação em processo.
I – um processo de gestão e financiamento Art. 46 A oferta de cursos de Educação de
que lhe assegure isonomia em relação ao Jovens e Adultos, nos anos iniciais do ensino
ensino fundamental regular; fundamental, será presencial e a sua duração
II – um modelo pedagógico próprio, que ficará a critério de cada sistema de ensino,
permita a apropriação e contextualização das nos termos do Parecer CNE/CEB nº 29/2006,
Diretrizes Curriculares Nacionais; tal como remete o Parecer CNE/CEB nº
III – a implantação de um sistema de 6/2010 e a Resolução CNE/CEB nº 3/2010.
monitoramento e avaliação; Nos anos finais, ou seja, do 6º ano ao 9º ano,
IV – uma política de formação permanente de os cursos poderão ser presenciais ou a
seus professores; distância, devidamente credenciados, e terão
V – maior alocação de recursos para que seja 1600 (mil e seiscentas) horas de duração.
ministrada por docentes licenciados. Parágrafo único Tendo em conta as situações,
Art. 45 A idade mínima para ingresso nos os perfis e as faixas etárias dos adolescentes,
cursos de Educação de Jovens e Adultos e jovens e adultos, o projeto político-
para a realização de exames de conclusão de pedagógico da escola e o regimento escolar
EJA será de 15 (quinze) anos completos viabilizarão um modelo pedagógico próprio
(Parecer CNE/CEB nº 6/2010 e Resolução para essa modalidade de ensino que permita
CNE/CEB nº 3/2010). a apropriação e contextualização das
Parágrafo único. Considerada a prioridade de Diretrizes Curriculares Nacionais
atendimento à escolarização obrigatória, para assegurando:
que haja oferta capaz de contemplar o pleno I – a identificação e o reconhecimento das
atendimento dos adolescentes, jovens e formas de aprender dos adolescentes, jovens
adultos na faixa dos 15 (quinze) anos ou mais, e adultos e a valorização de seus
com defasagem idade/série, tanto na conhecimentos e experiências;
sequência do ensino regular, quanto em II – a distribuição dos componentes
Educação de Jovens e curriculares de modo a proporcionar um
Adultos, assim como nos cursos destinados à patamar igualitário de formação, bem como a
formação profissional, torna-se necessário: sua disposição adequada nos tempos e
I – fazer a chamada ampliada dos estudantes espaços educativos, em face das
em todas as modalidades do ensino necessidades específicas dos estudantes.
fundamental; Art. 47 A inserção de Educação de Jovens e
II – apoiar as redes e os sistemas de ensino a Adultos no Sistema Nacional de Avaliação da
estabelecerem política própria para o Educação Básica, incluindo, além da avaliação
atendimento desses estudantes, que do rendimento dos alunos, a aferição de
considere as suas potencialidades, indicadores institucionais das redes públicas e
necessidades, expectativas em relação à vida, privadas, concorrerá para a universalização e
às culturas juvenis e ao mundo do trabalho,

209
a melhoria da qualidade do processo interior de uma mesma realidade
educativo. educacional;
A implementação destas Diretrizes: IV – o acompanhamento e a avaliação dos
compromisso solidário dos sistemas e redes programas e ações educativas nas respectivas
de ensino redes e escolas e o suprimento das
Art. 48 Tendo em vista a implementação necessidades detectadas.
destas Diretrizes, cabe aos sistemas e às Art. 49 O Ministério da Educação, em
redes de ensino prover: articulação com os Estados, os Municípios e o
I – os recursos necessários à ampliação dos Distrito Federal, deverá encaminhar ao
tempos e espaços dedicados ao trabalho Conselho Nacional de Educação, precedida
educativo nas escolas e a distribuição de de consulta pública nacional, proposta de
materiais didáticos e escolares adequados; expectativas de aprendizagem dos
II – a formação continuada dos professores e conhecimentos escolares que devem ser
demais profissionais da escola em estreita atingidas pelos alunos em diferentes estágios
articulação com as instituições responsáveis do ensino fundamental (art. 9º, § 3º).
pela formação inicial, dispensando especiais Parágrafo único Cabe, ainda, ao Ministério da
esforços quanto à formação dos docentes das Educação elaborar orientações e oferecer
modalidades específicas do ensino outros subsídios para a implementação
fundamental e àqueles que trabalham nas destas Diretrizes.
escolas do campo, indígenas e quilombolas; Art. 50 A presente Resolução entrará em
III – a coordenação do processo de vigor na data de sua publicação, revogando-
implementação do currículo, evitando a se as disposições em contrário,
fragmentação dos projetos educativos no especialmente a Resolução CNE/CEB nº 2/98.

210
RESOLUÇÃO CNE/CEB N. 02/2012
Define Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.

O presidente da Câmara de Educação Básica Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para


do Conselho Nacional de Educação, em a Educação Básica e reúnem princípios,
conformidade com o disposto no artigo 9º, § fundamentos e procedimentos, definidos
1º, alínea "c" da Lei nº 4.024/61, de 20 de pelo Conselho Nacional de Educação, para
dezembro de 1961, com a redação dada pela orientar as políticas públicas educacionais da
Lei nº 9.131, de 25 de novembro de 1995, nos União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
artigos 22, 23, 24, 25, 26, 26-A, 27, 35, 36,36- Municípios na elaboração, planejamento,
A, 36-B e 36-C da Lei nº 9.394, de 20 de implementação e avaliação das propostas
dezembro de 1996, e tendo em vista o curriculares das unidades escolares públicas e
Parecer CEB/CNE nº 5/2011, homologado particulares que oferecem o ensino médio.
por Despacho do Senhor Ministro de Estado
da Educação, publicado no DOU de 24 de Capítulo II
janeiro de 2011, resolve:
Referencial legal e conceitual
TÍTULO I
Art. 3º - O ensino médio é um direito social
Objeto e referencial de cada pessoa, e dever do Estado na sua
oferta pública e gratuita a todos.
Capítulo I
Art. 4º - As unidades escolares que ministram
Objeto esta etapa da Educação Básica devem
estruturar seus projetos político-pedagógicos
Art. 1º - A presente Resolução define as considerando as finalidades previstas na Lei
Diretrizes Curriculares Nacionais para o nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da
Ensino Médio, a serem observadas na Educação Nacional):
organização curricular pelos sistemas de
ensino e suas unidades escolares. I - a consolidação e o aprofundamento dos
conhecimentos adquiridos no ensino
Parágrafo único Estas Diretrizes aplicam-se a
todas as formas e modalidades de Ensino fundamental, possibilitando o
Médio, complementadas, quando necessário, prosseguimento de estudos;
por Diretrizes próprias.
II - a preparação básica para o trabalho e a
Art. 2º - As Diretrizes Curriculares Nacionais cidadania do educando para continuar
para o Ensino Médio articulam-se com as

211
aprendendo, de modo a ser capaz de se produção, dos processos de trabalho e das
adaptar a novas condições de ocupação ou culturas a eles subjacentes;
aperfeiçoamento posteriores;
VIII - integração entre educação e as
III - o aprimoramento do educando como dimensões do trabalho, da ciência, da
pessoa humana, incluindo a formação ética e tecnologia e da cultura como base da
o desenvolvimento da autonomia intelectual proposta e do desenvolvimento curricular.
e do pensamento crítico;
§ 1º - O trabalho é conceituado na sua
IV - a compreensão dos fundamentos perspectiva ontológica de transformação da
científico-tecnológicos dos processos
natureza, como realização inerente ao ser
produtivos, relacionando a teoria com a humano e como mediação no processo de
prática. produção da sua existência.

Art. 5º - O ensino médio em todas as suas § 2º - A ciência é conceituada como o


formas de oferta e organização, baseia-se em: conjunto de conhecimentos sistematizados,

I - formação integral do estudante; produzidos socialmente ao longo da história,


na busca da compreensão e transformação da
II - trabalho e pesquisa como princípios natureza e da sociedade.
educativos e pedagógicos, respectivamente;
§ 3º - A tecnologia é conceituada como a
III - educação em direitos humanos como transformação da ciência em força produtiva
princípio nacional norteador; ou mediação do conhecimento científico e a
produção, marcada, desde sua origem, pelas
IV - sustentabilidade ambiental como meta relações sociais que a levaram a ser
universal; produzida.

V - indissociabilidade entre educação e § 4º - A cultura é conceituada como o


prática social, considerando-se a processo de produção de expressões
historicidade dos conhecimentos e dos materiais, símbolos, representações e
sujeitos do processo educativo, bem como significados que correspondem a valores
entre teoria e prática no processo de ensino- éticos, políticos e estéticos que orientam as
aprendizagem; normas de conduta de uma sociedade.

VI - integração de conhecimentos gerais e, Art. 6º - O currículo é conceituado


quando for o caso, técnico-profissionais como a proposta de ação educativa
realizada na perspectiva da constituída pela seleção de conhecimentos
interdisciplinaridade e da contextualização; construídos pela sociedade, expressando-se
por práticas escolares que se desdobram em
VII - reconhecimento e aceitação da
torno de conhecimentos relevantes e
diversidade e da realidade concreta dos
pertinentes, permeadas pelas relações
sujeitos do processo educativo, das formas de

212
sociais, articulando vivências e saberes dos § 2º - A organização por áreas de
estudantes e contribuindo para o conhecimento não dilui nem exclui
desenvolvimento de suas identidades e componentes curriculares com
condições cognitivas e sócio-afetivas. especificidades e saberes próprios
construídos e sistematizados, mas implica no
fortalecimento das relações entre eles e a sua
TÍTULO II contextualização para apreensão e
intervenção na realidade, requerendo
Organização curricular e formas de oferta planejamento e execução conjugados e
cooperativos dos seus professores.
Capítulo I
Art. 9º A legislação nacional
Organização curricular
determina componentes obrigatórios que
devem ser tratados em uma ou mais das áreas
Art. 7º - A organização curricular do
de conhecimento para compor o currículo:
ensino médio tem uma base nacional comum
e uma parte diversificada que não devem
I - são definidos pela LDB:
constituir blocos distintos, mas um todo
integrado, de modo a garantir tanto a) o estudo da Língua Portuguesa e da
conhecimentos e saberes comuns necessários Matemática, o conhecimento do mundo físico
a todos os estudantes, quanto uma formação e natural e da realidade social e política,
que considere a diversidade e as especialmente do Brasil;
características locais e especificidades
regionais. b) o ensino da Arte, especialmente em suas
expressões regionais, de forma a promover o
Art. 8º - O currículo é organizado em desenvolvimento cultural dos estudantes,
áreas de conhecimento, a saber: com a Música como seu conteúdo
obrigatório, mas não exclusivo;
I - Linguagens;
c) a Educação Física, integrada à proposta
II - Matemática;
pedagógica da instituição de ensino, sendo
sua prática facultativa ao estudante nos casos
III - Ciências da Natureza;
previstos em Lei;
IV - Ciências Humanas.
d) o ensino da História do Brasil, que leva em
§ 1º - O currículo deve contemplar as quatro conta as contribuições das diferentes culturas
áreas do conhecimento, com tratamento e etnias para a formação do povo brasileiro,
metodológico que evidencie a especialmente das matrizes indígena, africana
contextualização e a interdisciplinaridade ou e europeia;
outras formas de interação e articulação entre
e) o estudo da História e Cultura Afro-
diferentes campos de saberes específicos.
Brasileira e Indígena, no âmbito de todo o
currículo escolar, em especial nas áreas de

213
Educação Artística e de Literatura e História b) Geografia;
brasileiras;
c) Filosofia;
f) a Filosofia e a Sociologia em todos os anos
do curso; d) Sociologia.

g) uma língua estrangeira moderna na parte Art. 10. Em decorrência de legislação


diversificada, escolhida pela comunidade específica, são obrigatórios:
escolar, e uma segunda, em caráter optativo,
dentro das disponibilidades da instituição. I - Língua Espanhola, de oferta obrigatória
pelas unidades escolares, embora facultativa
Parágrafo único. Em termos para o estudante (Lei nº 11.161/2005);
operacionais, os componentes curriculares
obrigatórios decorrentes da LDB que II - Com tratamento transversal e
integram as áreas de conhecimento são os integradamente, permeando todo o
referentes a: currículo, no âmbito dos demais
componentes curriculares:
I - Linguagens:
educação alimentar e nutricional (Lei
a) Língua Portuguesa; nº 11.947/2009, que dispõe sobre o
atendimento da alimentação escolar e do
b) Língua Materna, para populações Programa Dinheiro Direto na Escola aos
indígenas; alunos da educação básica); processo de
envelhecimento, respeito e valorização do
c) Língua Estrangeira moderna; idoso, de forma a eliminar o preconceito e a
produzir conhecimentos sobre a matéria (Lei
d) Arte, em suas diferentes linguagens: nº 10.741/2003, que dispõe sobre o Estatuto
cênicas, plásticas e, obrigatoriamente, a do Idoso); Educação Ambiental (Lei nº
musical; 9.795/99, que dispõe sobre a Política
Nacional de Educação Ambiental); Educação
e) Educação Física.
para o Trânsito (Lei nº 9.503/97, que institui o
Código de Trânsito Brasileiro); Educação em
II - Matemática.
Direitos Humanos (Decreto nº 7.037/2009,
III - Ciências da Natureza: que institui o Programa Nacional de Direitos
Humanos – PNDH 3).
a) Biologia;
Art. 11 - Outros componentes
b) Física; curriculares, a critério dos sistemas de ensino
e das unidades escolares e definidos em seus
c) Química. projetos político-pedagógicos, podem ser
incluídos no currículo, sendo tratados ou
IV - Ciências Humanas: como disciplina ou com outro formato,

a) História;
214
preferencialmente, de forma transversal e entre os conhecimentos de distintas
integradora. naturezas, contextualizando-os em sua
dimensão histórica e em relação ao contexto
Art. 12 - O currículo do ensino médio deve: social contemporâneo;

I - garantir ações que promovam: II - o trabalho como princípio educativo, para


a compreensão do processo histórico de
a) a educação tecnológica básica, a produção científica e tecnológica,
compreensão do significado da ciência, das desenvolvida e apropriada socialmente para a
letras e das artes; transformação das condições naturais da vida
e a ampliação das capacidades, das
b) o processo histórico de transformação da
potencialidades e dos sentidos humanos;
sociedade e da cultura;
III - a pesquisa como princípio pedagógico,
c) a língua portuguesa como
possibilitando que o estudante possa ser
instrumento de comunicação, acesso ao
protagonista na investigação e na busca de
conhecimento e exercício da cidadania;
respostas em um processo autônomo de
(re)construção de conhecimentos.
II - adotar metodologias de ensino e
de avaliação de aprendizagem que estimulem
IV - os direitos humanos como princípio
a iniciativa dos estudantes;
norteador, desenvolvendo-se sua educação
de forma integrada, permeando todo o
III - organizar os conteúdos, as
currículo, para promover o respeito a esses
metodologias e as formas de avaliação de tal
direitos e à convivência humana.
forma que ao final do ensino médio o
estudante demonstre:
V - a sustentabilidade socioambiental como
meta universal, desenvolvida como prática
a) domínio dos princípios científicos e
educativa integrada, contínua e permanente,
tecnológicos que presidem a produção
e baseada na compreensão do necessário
moderna;
equilíbrio e respeito nas relações do ser
b) conhecimento das formas humano com seu ambiente.
contemporâneas de linguagem.
Capítulo II
Art. 13 - As unidades escolares devem Formas de oferta e organização
orientar a definição de toda
proposição curricular, fundamentada na
Art. 14 - O ensino médio, etapa final da
seleção dos conhecimentos, componentes,
educação básica, concebida como conjunto
metodologias, tempos, espaços, arranjos
orgânico, sequencial e articulado, deve
alternativos e formas de avaliação, tendo
assegurar sua função formativa para todos os
presente:
estudantes, sejam adolescentes, jovens ou
I - as dimensões do trabalho, da ciência, da adultos, atendendo, mediante diferentes
tecnologia e da cultura como eixo integrador formas de oferta e organização:

215
I - o ensino médio pode organizar-se em diferenciada para os estudantes
tempos escolares no formato de trabalhadores, que pode:
séries anuais, períodos semestrais, ciclos,
módulos, alternância regular de períodos de a) ampliar seus tempos de organização
estudos, grupos não seriados, com base na escolar, com menor carga horária diária e
idade, na competência e em outros critérios, anual, garantida sua duração mínima;
ou por forma diversa de organização, sempre
que o interesse do processo de VI - atendida a formação geral, incluindo a
aprendizagem assim o recomendar; preparação básica para o trabalho, o ensino
médio pode preparar para o exercício de
II - no ensino médio regular, a duração profissões técnicas, por integração com a
mínima é de 3 (três) anos, com carga horária educação profissional e tecnológica,
mínima total de 2.400 (duas mil e observadas as Diretrizes específicas, com as
quatrocentas) horas, tendo como referência cargas horárias mínimas de:
uma carga horária anual de 800 (oitocentas)
horas, distribuídas em pelo menos 200 a) 3.200 (três mil e duzentas) horas, no ensino
(duzentos) dias de efetivo trabalho escolar; médio regular integrado com a Educação
Profissional Técnica de Nível Médio;
III - o ensino médio regular diurno, quando
adequado aos seus estudantes, pode se b) 2.400 (duas mil e quatrocentas) horas, na
organizar em regime de tempo integral com, Educação de Jovens e Adultos integrada com
no mínimo, 7 (sete) horas diárias; a Educação Profissional Técnica de Nível
Médio, respeitado o mínimo de 1.200 (mil e
IV - no ensino médio regular noturno, duzentas) horas de educação geral;
adequado às condições de trabalhadores,
respeitados os mínimos de duração e de c) 1.400 (mil e quatrocentas) horas, na
carga horária, o projeto político-pedagógico Educação de Jovens e Adultos integrada com
deve atender, com qualidade, a sua a formação inicial e continuada ou
singularidade, especificando uma qualificação profissional, respeitado o mínimo
organização curricular e metodológica de 1.200 (mil e duzentas) horas de educação
diferenciada, e pode, para garantir a geral;
permanência e o sucesso destes estudantes:
VII - na educação especial, na educação do
a) ampliar a duração do curso para mais de 3 campo, na educação escolar indígena, na
(três) anos, com menor carga horária diária e educação escolar quilombola, de pessoas em
anual, garantido o mínimo total de 2.400 regime de acolhimento ou internação e em
(duas mil e quatrocentas) horas; regime de privação de liberdade, e na
Educação a Distância, devem ser observadas
V - na modalidade de Educação de Jovens e as respectivas Diretrizes e normas nacionais;
Adultos, observadas suas Diretrizes
específicas, com duração mínima de 1.200 VIII - os componentes curriculares que
(mil e duzentas) horas, deve ser especificada integram as áreas de conhecimento podem
uma organização curricular e metodológica ser tratados ou como disciplinas, sempre de

216
forma integrada, ou como unidades de XIII -a interdisciplinaridade e a
estudos, módulos, atividades, práticas e contextualização devem assegurar a
projetos contextualizados e interdisciplinares transversalidade do conhecimento de
ou diversamente articuladores de saberes, diferentes componentes curriculares,
desenvolvimento transversal de temas ou propiciando a interlocução entre os saberes e
outras formas de organização; os diferentes campos do conhecimento.

IX - os componentes curriculares devem TÍTULO III


propiciar a apropriação de conceitos e Do projeto político-pedagógico e dos
categorias básicas, e não o acúmulo de sistemas de ensino
informações e conhecimentos, estabelecendo
um conjunto necessário de saberes Capítulo I
integrados e significativos; Do projeto político-pedagógico

X - além de seleção criteriosa de saberes, em


termos de quantidade, pertinência e Art. 15 - Com fundamento no
relevância, deve ser equilibrada sua princípio do pluralismo de ideias e de
distribuição ao longo do curso, para evitar concepções pedagógicas, no exercício de sua
fragmentação e congestionamento com autonomia e na gestão democrática, o
número excessivo de componentes em cada projeto político-pedagógico das unidades
tempo da organização escolar; escolares, deve traduzir a proposta educativa
construída coletivamente, garantida a
XI - a organização curricular do ensino médio participação efetiva da comunidade escolar e
deve oferecer tempos e espaços próprios local, bem como a permanente construção da
para estudos e atividades que permitam identidade entre a escola e o território no
itinerários formativos qual está inserida.
opcionais diversificados, a fim de melhor
responder à heterogeneidade e pluralidade § 1º - Cabe a cada unidade de ensino a
de condições, múltiplos interesses e elaboração do seu projeto político-
aspirações dos estudantes, com suas pedagógico, com a proposição de
especificidades etárias, sociais e culturais, alternativas para a formação integral e acesso
bem como sua fase de desenvolvimento; aos conhecimentos e saberes necessários,
definido a partir de aprofundado processo de
XII - formas diversificadas de itinerários diagnóstico, análise e estabelecimento de
podem ser organizadas, desde que garantida prioridades, delimitação de formas de
a simultaneidade entre as dimensões do implementação e sistemática de seu
trabalho, da ciência, da tecnologia e da acompanhamento e avaliação.
cultura, e definidas pelo projeto político-
pedagógico, atendendo necessidades, § 2º - O projeto político-pedagógico, na sua
anseios e aspirações dos sujeitos e a realidade concepção e implementação, deve considerar
da escola e do seu meio; os estudantes e os professores como sujeitos
históricos e de direitos, participantes ativos e

217
protagonistas na sua diversidade e VII - integração com o mundo do trabalho por
singularidade. meio de estágios de estudantes do ensino
médio, conforme legislação específica;
§ 3º - A instituição de ensino deve atualizar,
periodicamente, seu projeto político- VIII - utilização de diferentes mídias como
pedagógico e dar-lhe publicidade à processo de dinamização dos ambientes de
comunidade escolar e às famílias. aprendizagem e construção de novos
saberes;
Art. 16 - O projeto político-pedagógico das
unidades escolares que ofertam o ensino IX - capacidade de aprender permanente,
médio deve considerar: desenvolvendo a autonomia dos estudantes;

I - atividades integradoras artístico-culturais, X - atividades sociais que estimulem o


tecnológicas e de iniciação científica, convívio humano;
vinculadas ao trabalho, ao meio ambiente e à
prática social; XI - avaliação da aprendizagem, com
diagnóstico preliminar, e entendida como
II - problematização como instrumento de processo de caráter formativo, permanente e
incentivo à pesquisa, à curiosidade pelo cumulativo;
inusitado e ao desenvolvimento do espírito
inventivo; XII - acompanhamento da vida escolar dos
estudantes, promovendo o seguimento do
III - a aprendizagem como processo de desempenho, análise de resultados e
apropriação significativa dos conhecimentos, comunicação com a família;
superando a aprendizagem limitada à
memorização; XIII - atividades complementares e de
superação das dificuldades de aprendizagem
IV - valorização da leitura e da produção para que o estudante tenha sucesso em seus
escrita em todos os campos do saber; estudos;

V - comportamento ético, como ponto de XIV - reconhecimento e atendimento da


partida para o reconhecimento dos direitos diversidade e diferentes nuances da
humanos e da cidadania, e para a prática de desigualdade e da exclusão na sociedade
um humanismo contemporâneo expresso brasileira;
pelo reconhecimento, respeito e acolhimento
da identidade do outro e pela incorporação XV - valorização e promoção dos direitos
da solidariedade; humanos mediante temas relativos a gênero,
identidade de gênero, raça e etnia, religião,
VI - articulação entre teoria e prática, orientação sexual, pessoas com deficiência,
vinculando o trabalho intelectual às atividades entre outros, bem como práticas que
práticas ou experimentais; contribuam para a igualdade e para o
enfrentamento de todas as formas de

218
preconceito, discriminação e violência sob b) mecanismos de promoção e
todas as formas; fortalecimento da autonomia escolar,
mediante a alocação de recursos financeiros,
XVI - análise e reflexão crítica da realidade administrativos e de suporte técnico
brasileira, de sua organização social e necessários à sua realização;
produtiva na relação de complementaridade
entre espaços urbanos e do campo; c) adequação dos recursos físicos, inclusive
organização dos espaços, equipamentos,
XVII - estudo e desenvolvimento de biblioteca, laboratórios e outros ambientes
atividades socioambientais, conduzindo a educacionais.
Educação Ambiental como uma prática
educativa integrada, contínua e permanente; Capítulo II
Dos sistemas de ensino
XVIII - práticas desportivas e de expressão
corporal, que contribuam para a saúde, a Art. 17 - Os sistemas de ensino, de acordo
sociabilidade e a cooperação; com a legislação e a normatização nacional e
estadual, e na busca da melhor adequação
XIX - atividades intersetoriais, entre outras, possível às necessidades dos estudantes e do
de promoção da saúde física e mental, saúde meio social, devem:
sexual e saúde reprodutiva, e prevenção do
uso de drogas; I - criar mecanismos que garantam liberdade,
autonomia e responsabilidade às unidades
XX - produção de mídias nas escolas a partir escolares, fortalecendo sua capacidade de
da promoção de atividades que favoreçam as concepção, formulação e execução de suas
habilidades de leitura e análise do papel propostas político-pedagógicas;
cultural, político e econômico dos meios de
comunicação na sociedade; II - promover, mediante a institucionalização
de mecanismos de participação da
XXI - participação social e protagonismo dos comunidade, alternativas de organização
estudantes, como agentes de transformação institucional que possibilitem:
de suas unidades de ensino e de suas
comunidades; a) identidade própria das unidades escolares
de adolescentes, jovens e adultos,
XXII - condições materiais, funcionais e respeitadas as suas condições e necessidades
didático-pedagógicas, para que os de espaço e tempo para a aprendizagem;
profissionais da escola efetivem as
proposições do projeto. b) várias alternativas pedagógicas, incluindo
ações, situações e tempos diversos, bem
Parágrafo único. O projeto político- como diferentes espaços – intraescolares ou
pedagógico deve, ainda, orientar: de outras unidades escolares e da
comunidade – para atividades educacionais e
a) dispositivos, medidas e atos de socioculturais favorecedoras de iniciativa,
organização do trabalho escolar;

219
autonomia e protagonismo social dos cumprimento das disposições destas
estudantes; Diretrizes, considerando as peculiaridades
regionais ou locais;
c) articulações institucionais e comunitárias
necessárias ao cumprimento dos planos dos VI - instituir sistemas de avaliação e utilizar os
sistemas de ensino e dos projetos político- sistemas de avaliação operados pelo
pedagógicos das unidades escolares; Ministério da Educação, a fim de acompanhar
resultados, tendo como referência as
d) realização, inclusive pelos colegiados expectativas de aprendizagem dos
escolares e órgãos de representação conhecimentos e saberes a serem alcançados,
estudantil, de ações fundamentadas nos a legislação e as normas, estas Diretrizes, e os
direitos humanos e nos princípios éticos, de projetos político-pedagógicos das unidades
convivência e de participação democrática escolares.
visando a construir unidades escolares e
sociedade livres de preconceitos, Art. 18 - Para a implementação destas
discriminações e das diversas formas de Diretrizes, cabe aos sistemas de ensino
violência. prover:

III - fomentar alternativas de diversificação e I - os recursos financeiros e materiais


flexibilização, pelas unidades escolares, de necessários à ampliação dos tempos e
formatos, componentes curriculares ou espaços dedicados ao trabalho educativo nas
formas de estudo e de atividades, unidades escolares;
estimulando a construção de itinerários
formativos que atendam às características, II - aquisição, produção e/ou distribuição de
interesses e necessidades dos estudantes e às materiais didáticos e escolares adequados;
demandas do meio social, privilegiando
propostas com opções pelos estudantes. III - professores com jornada de trabalho e
formação, inclusive continuada, adequadas
IV - orientar as unidades escolares para para o desenvolvimento do currículo, bem
promoverem: como dos gestores e demais profissionais das
unidades escolares;
a) classificação do estudante, mediante
avaliação pela instituição, para inserção em IV - instrumentos de incentivo e valorização
etapa adequada ao seu grau de dos profissionais da educação, com base em
desenvolvimento e experiência; planos de carreira e outros dispositivos
voltados para esse fim;
b) aproveitamento de estudos realizados e de
conhecimentos constituídos tanto no ensino V - acompanhamento e avaliação dos
formal como no informal e na experiência programas e ações educativas nas respectivas
extraescolar; redes e unidades escolares.

V - estabelecer normas complementares e Art. 19 - Em regime de colaboração com os


políticas educacionais para execução e Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e

220
na perspectiva de um sistema nacional de II - avaliação certificadora, que proporciona
educação, cabe ao Ministério da Educação àqueles que estão fora da escola aferir seus
oferecer subsídios e apoio para a conhecimentos construídos em processo de
implementação destas Diretrizes. escolarização, assim como os conhecimentos
tácitos adquiridos ao longo da vida;
Art. 20 - Visando a alcançar unidade nacional,
respeitadas as diversidades, o Ministério da III - avaliação classificatória, que contribui
Educação, em articulação e colaboração com para o acesso democrático à educação
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, superior.
deve elaborar e encaminhar ao Conselho
Nacional de Educação, precedida de consulta Art. 22 - Estas diretrizes devem nortear a
pública nacional, proposta de expectativas de elaboração da proposta de expectativas de
aprendizagem dos conhecimentos escolares aprendizagem, a formação de professores, os
e saberes que devem ser atingidos pelos investimentos em materiais didáticos e os
estudantes em diferentes tempos de sistemas e exames nacionais de avaliação.
organização do curso de ensino médio.
Art. 23 - Esta Resolução entra em vigor na
Art. 21 - O Exame Nacional do Ensino Médio data de sua publicação, revogando-se as
(Enem) deve, progressivamente, compor o disposições em contrário, em especial a
Sistema de Avaliação da Educação Básica Resolução CNE/CEB nº 3, de 26 de junho de
(SAEB), assumindo as funções de: 1998

I - avaliação sistêmica, que tem como objetivo


subsidiar as políticas públicas para a
educação básica;

221
RESOLUÇÃO CNE/CEB N. 03/2010
Institui Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos nos aspectos relativos à
duração dos cursos e idade mínima para ingresso nos cursos de EJA; idade mínima e
certificação nos exames de EJA; e Educação de Jovens e Adultos desenvolvida por meio da
Educação a Distância.

O presidente da Câmara de Educação Básica a gestão democrática, contemplando a


do Conselho Nacional de Educação, diversidade de sujeitos aprendizes,
proporcionando a conjugação de políticas
de conformidade com o disposto na alínea públicas setoriais e fortalecendo sua vocação
“c” do § 1º do artigo 9º da Lei nº 4.024/61, como instrumento para a educação ao longo
com a redação dada pela Lei nº 9.131/95, nos da vida.
artigos 39 a 41 da Lei nº 9.394/96, no Decreto
nº 5.154/2004, e com fundamento no Parecer Art. 3º - A presente Resolução mantém os
CNE/CEB nº 6/2010, homologado por princípios, os objetivos e as
Despacho do Senhor Ministro de Estado da Diretrizes formulados no Parecer CNE/CEB nº
Educação, publicado no DOU de 9/6/2010 11/2000, que estabeleceu as Diretrizes
resolve: Curriculares Nacionais para a Educação de
Jovens e Adultos e, quanto à Resolução
Art. 1º - Esta Resolução institui Diretrizes CNE/CEB nº 1/2000, amplia o alcance do
Operacionais para a Educação de Jovens e disposto no artigo 7º para definir a idade
Adultos (EJA) nos aspectos relativos à mínima também para a frequência em cursos
duração dos cursos e idade mínima para de EJA, bem como substitui o termo
ingresso nos cursos e exames de EJA, à “supletivo” por “EJA”, no caput do artigo 8º,
certificação nos exames de EJA, à Educação que determina idade mínima para o ensino
de Jovens e Adultos desenvolvida por meio médio em EJA, passando os mesmos a terem,
da Educação a Distância (EAD), a serem respectivamente, a redação constante nos
obrigatoriamente observadas pelos sistemas artigos 4º, 5º e 6º desta Resolução.
de ensino, na oferta e na estrutura dos cursos
e exames de ensino fundamental Art. 4º - Quanto à duração dos cursos
presenciais de EJA, mantém-se a formulação
e ensino médio que se desenvolvem em do Parecer CNE/CEB nº 29/2006,
instituições próprias integrantes dos sistemas acrescentando o total de horas a serem
de ensino federal, estaduais, municipais e do cumpridas, independentemente da forma de
Distrito Federal. organização curricular:

Art. 2º - Para o melhor desenvolvimento da I - para os anos iniciais do ensino fundamental,


EJA, cabe a institucionalização de um sistema a duração deve ficar a critério dos sistemas de
educacional público de Educação Básica de ensino;
jovens e adultos, como política pública de
Estado e não apenas de governo, assumindo

222
II - para os anos finais do ensino fundamental, II - incentivar e apoiar as redes e sistemas de
a duração mínima deve ser de 1.600 (mil e ensino a estabelecerem, de forma
seiscentas) horas; colaborativa, política própria para o
atendimento dos estudantes adolescentes de
III - para o ensino médio, a duração mínima 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos, garantindo
deve ser de 1.200 (mil e duzentas) horas. a utilização de mecanismos específicos para
esse tipo de alunado que considerem suas
Parágrafo único. Para a Educação Profissional potencialidades, necessidades, expectativas
Técnica de Nível Médio integrada com o em relação à vida, às culturas juvenis e ao
ensino médio, reafirma-se a duração de 1.200 mundo do trabalho, tal como prevê o artigo
(mil e duzentas) horas destinadas à educação 37 da Lei nº 9.394/96,
geral, cumulativamente com a carga horária
mínima para a respectiva habilitação inclusive com programas de aceleração da
profissional de Nível Médio, tal como aprendizagem, quando necessário;
estabelece a Resolução CNE/CEB nº 4/2005,
e para o ProJovem, a duração estabelecida no III - incentivar a oferta de EJA nos períodos
Parecer CNE/CEB nº 37/2006. escolares diurno e noturno, com avaliação em
processo.
Art. 5º - Obedecidos o disposto no artigo 4º,
incisos I e VII, da Lei nº 9.394/96 (LDB) e a Art. 6º - Observado o disposto no artigo 4º,
regra da prioridade para o atendimento da inciso VII, da Lei nº 9.394/96, a idade mínima
escolarização obrigatória, será considerada para matrícula em cursos de EJA de ensino
idade mínima para os cursos de EJA e para a médio e inscrição e realização de exames de
realização de exames de conclusão de EJA do conclusão de EJA do ensino médio é 18
ensino fundamental a de 15 (quinze) anos (dezoito) anos completos.
completos.
Parágrafo único. O direito dos menores
Parágrafo único. Para que haja oferta variada emancipados para os atos da vida civil não se
para o pleno atendimento dos adolescentes, aplica para o da prestação de exames
jovens e adultos situados na faixa de 15 supletivos.
(quinze) anos ou mais, com defasagem idade-
série, tanto sequencialmente no ensino Art. 7º - Em consonância com o Título IV da
regular quanto na Educação de Jovens e Lei nº 9.394/96, que estabelece a forma de
Adultos, assim como nos cursos destinados à organização da educação nacional, a
formação profissional, nos termos do § 3o do certificação decorrente dos exames de EJA
artigo 37 da Lei nº 9.394/96, torna-se deve ser competência dos sistemas de
necessário: ensino.

I - fazer a chamada ampliada de estudantes § 1º - Para melhor cumprimento dessa


para o ensino fundamental em todas as competência, os sistemas podem solicitar,
modalidades, tal como se faz a chamada das sempre que necessário, apoio técnico e
pessoas de faixa etária obrigatória do ensino; financeiro do INEP/MEC para a melhoria de
seus exames para certificação de EJA.

223
§ 2º - Cabe à União, como coordenadora do § 3º - Toda certificação decorrente dessas
sistema nacional de educação: competências possui validade nacional,
garantindo padrão de qualidade.
I - a possibilidade de realização de exame
federal como exercício, ainda que residual, Art. 8º - O poder público deve inserir a EJA
dos estudantes do sistema federal (cf. artigo no Sistema Nacional de Avaliação
211, § 1º, da Constituição Federal); da Educação Básica e ampliar sua ação para
além das avaliações que visam identificar
II - a competência para fazer e aplicar desempenhos cognitivos e fluxo escolar,
exames em outros Estados Nacionais (países), incluindo, também, a avaliação de outros
podendo delegar essa competência a alguma indicadores institucionais das redes públicas e
unidade da federação; privadas que possibilitam a universalização e
a qualidade do processo educativo, tais como
III - a possibilidade de realizar exame parâmetros de infraestrutura, gestão,
intragovernamental para certificação nacional formação e valorização dos profissionais da
em parceria com um ou mais sistemas, sob a educação, financiamento, jornada escolar e
forma de adesão e como consequência do organização pedagógica.
regime de colaboração, devendo, nesse caso,
garantir a exigência de uma base nacional Art. 9º - Os cursos de EJA desenvolvidos por
comum. meio da EAD, como reconhecimento do
ambiente virtual como espaço de
IV - garantir, como função supletiva, a aprendizagem, serão restritos ao segundo
dimensão ética da certificação que segmento do ensino fundamental e ao ensino
deve obedecer aos princípios de legalidade, médio, com as seguintes características:
impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência; I - a duração mínima dos cursos de EJA,
desenvolvidos por meio da EAD, será de
V - oferecer apoio técnico e financeiro aos 1.600 (mil e seiscentas) horas, nos anos finais
Estados, ainda como função supletiva, para a do ensino fundamental, e de 1.200 (mil e
oferta de exames de EJA; duzentas) horas, no ensino médio;

VI - realizar avaliação das aprendizagens dos II - a idade mínima para o desenvolvimento da


estudantes da Educação de Jovens e Adultos, EJA com mediação da EAD será a mesma
integrada às avaliações já existentes para o estabelecida para a EJA presencial: 15
ensino fundamental e o ensino médio, capaz (quinze) anos completos para o segundo
de oferecer dados e informações para segmento do ensino fundamental e 18
subsidiar o estabelecimento de políticas (dezoito) anos completos para o ensino
públicas nacionais compatíveis com a médio;
realidade, sem o objetivo de certificar o
desempenho de estudantes. III - cabe à União, em regime de cooperação
com os sistemas de ensino,
o estabelecimento padronizado de normas e
procedimentos para os processos de

224
autorização, reconhecimento e renovação de IX - infraestrutura tecnológica como polo de
reconhecimento dos cursos a distância e de apoio pedagógico às atividades escolares
credenciamento das instituições, garantindo- que garanta acesso dos estudantes à
se sempre padrão de qualidade; biblioteca, rádio, televisão e internet aberta
às possibilidades da chamada convergência
IV - os atos de credenciamento de instituições digital;
para a oferta de cursos a distância da
Educação Básica no âmbito da unidade X - haja reconhecimento e aceitação de
federada deve ficar ao encargo dos sistemas transferências entre os cursos de
de ensino; EJA presencial e os desenvolvidos com
mediação da EAD;
V - para a oferta de cursos de EJA a distância
fora da unidade da federação em que estiver XI - será estabelecido, pelos sistemas de
sediada, a instituição deverá obter ensino, processo de avaliação de EJA
credenciamento nos Conselhos de Educação desenvolvida por meio da EAD, no qual:
das unidades da federação onde irá atuar;
a) a avaliação da aprendizagem dos
VI - tanto no ensino fundamental quanto no estudantes seja contínua, processual e
ensino médio, a EAD deve ser desenvolvida abrangente, com autoavaliação e avaliação
em comunidade de aprendizagem em rede, em grupo, sempre presenciais;
com aplicação, dentre outras, das
Tecnologias de Informação e Comunicação b) haja avaliação periódica das instituições
(TIC) na “busca inteligente” e na escolares como exercício da
interatividade virtual, com garantia de gestão democrática e garantia do efetivo
ambiente presencial escolar devidamente controle social de seus desempenhos;
organizado para as práticas relativas à
formação profissional, de avaliação e gestão c) seja desenvolvida avaliação rigorosa para a
coletiva do trabalho, conjugando as diversas oferta de cursos, descredenciando práticas
políticas setoriais de governo; mercantilistas e instituições que não zelem
pela qualidade de ensino;
VII - a interatividade pedagógica será
desenvolvida por professores licenciados na XII - os cursos de EJA desenvolvidos por meio
disciplina ou atividade, garantindo relação da EAD, autorizados antes da vigência desta
adequada de professores por número de Resolução, terão o prazo de 1 (um) ano, a
estudantes; partir da data de sua publicação, para
adequar seus projetos político-pedagógicos
VIII - aos estudantes serão fornecidos livros às presentes normas.
didáticos e de literatura, além
de oportunidades de consulta nas bibliotecas Art. 10 - O Sistema Nacional Público de
dos polos de apoio pedagógico organizados Formação de Professores deverá estabelecer
para tal fim; políticas e ações específicas para a formação
inicial e continuada de professores de
Educação Básica de jovens e adultos, bem

225
como para professores do ensino regular que os adolescentes com defasagem idade-série
atuam com adolescentes, cujas idades devem estar inseridos na concepção de
extrapolam a relação idade-série, escola unitária e politécnica, garantindo a
desenvolvidas em estreita relação com o integração dessas facetas educacionais em
Programa Universidade Aberta do Brasil todo seu percurso escolar, como consignado
(UAB), com as Universidades Públicas e com nos artigos 39 e 40 da Lei nº 9.394/96 e na Lei
os sistemas de ensino. nº 11.741/2008, com a ampliação de
experiências tais como os programas Proeja e
Art. 11 - O aproveitamento de estudos e ProJovem e com o incentivo institucional para
conhecimentos realizados antes do ingresso a adoção de novas experiências pedagógicas,
nos cursos de EJA, bem como os critérios promovendo tanto a Educação Profissional
para verificação do rendimento escolar, quanto a elevação dos níveis de escolaridade
devem ser garantidos aos jovens e adultos, tal dos trabalhadores.
como prevê a LDB em seu artigo 24,
transformados em horas-atividades a serem Art. 13 - Esta Resolução entra em vigor na
incorporados ao currículo escolar do(a) data de sua publicação, ficando revogadas as
estudante, o que deve ser comunicado ao disposições em contrário.
respectivo sistema de ensino.

Art. 12 - A Educação de Jovens e Adultos e o


ensino regular sequencial para

226
RESOLUÇÃO CNE/CP N. 01 DE 17/06/2004
Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico Raciais e para o
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

O Presidente do Conselho Nacional de Art. 2° As Diretrizes Curriculares Nacionais


Educação, tendo em vista o disposto no art. para a Educação das Relações Étnico Raciais
9º, § 2º, alínea “c”, da Lei nº 9.131, publicada e para o Ensino de História e Cultura Afro-
em 25 de novembro de 1995, e com Brasileira e Africanas constituem-se de
fundamentação no Parecer CNE/CP 3/2004, orientações, princípios e fundamentos para o
de 10 de março de 2004, homologado pelo planejamento, execução e avaliação da
Ministro da Educação em 19 de maio de Educação, e têm por meta, promover a
2004, e que a este se integra, resolve: educação de cidadãos atuantes e conscientes
no seio da sociedade multicultural e
Art. 1° A presente Resolução institui Diretrizes pluriétnica do Brasil, buscando relações
Curriculares Nacionais para a Educação das étnico-sociais positivas, rumo à construção de
Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de nação democrática.
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, a
serem observadas pelas Instituições de § 1° A Educação das Relações Étnico-Raciais
ensino, que atuam nos níveis e modalidades tem por objetivo a divulgação e produção de
da Educação Brasileira e, em especial, por conhecimentos, bem como de atitudes,
Instituições que desenvolvem programas de posturas e valores que eduquem cidadãos
formação inicial e continuada de professores. quanto à pluralidade étnico-racial, tornando-
os capazes de interagir e de negociar
§ 1° As Instituições de Ensino Superior objetivos comuns que garantam, a todos,
incluirão nos conteúdos de disciplinas e respeito aos direitos legais e valorização de
atividades curriculares dos cursos que identidade, na busca da consolidação da
ministram, a Educação das Relações Étnico- democracia brasileira.
Raciais, bem como o tratamento de questões
e temáticas que dizem respeito aos § 2º O Ensino de História e Cultura Afro-
afrodescendentes, nos termos explicitados no Brasileira e Africana tem por objetivo o
Parecer CNE/CP 3/2004. reconhecimento e valorização da identidade,
história e cultura dos afro-brasileiros, bem
§ 2° O cumprimento das referidas Diretrizes como a garantia de reconhecimento e
Curriculares, por parte das instituições de igualdade de valorização das raízes africanas
ensino, será considerado na avaliação das da nação brasileira, ao lado das indígenas,
condições de funcionamento do européias, asiáticas.
estabelecimento.
§ 3º Caberá aos conselhos de Educação dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios

227
desenvolver as Diretrizes Curriculares orientados por valores, visões de mundo,
Nacionais instituídas por esta Resolução, conhecimentos afro-brasileiros, ao lado de
dentro do regime de colaboração e da pesquisas de mesma natureza junto aos
autonomia de entes federativos e seus povos indígenas, com o objetivo de
respectivos sistemas. ampliação e fortalecimento de bases teóricas
para a educação brasileira.
Art. 3° A Educação das Relações Étnico-
Raciais e o estudo de História e Cultura Art. 4° Os sistemas e os estabelecimentos de
AfroBrasileira, e História e Cultura Africana ensino poderão estabelecer canais de
será desenvolvida por meio de conteúdos, comunicação com grupos do Movimento
competências, atitudes e valores, a serem Negro, grupos culturais negros, instituições
estabelecidos pelas Instituições de ensino e formadoras de professores, núcleos de
seus professores, com o apoio e supervisão estudos e pesquisas, como os Núcleos de
dos sistemas de ensino, entidades Estudos Afro-Brasileiros, com a finalidade de
mantenedoras e coordenações pedagógicas, buscar subsídios e trocar experiências para
atendidas as indicações, recomendações e planos institucionais, planos pedagógicos e
diretrizes explicitadas no Parecer CNE/CP projetos de ensino.
003/2004.
Art. 5º Os sistemas de ensino tomarão
§ 1° Os sistemas de ensino e as entidades providências no sentido de garantir o direito
mantenedoras incentivarão e criarão de alunos afrodescendentes de frequentarem
condições materiais e financeiras, assim como estabelecimentos de ensino de qualidade,
proverão as escolas, professores e alunos, de que contenham instalações e equipamentos
material 2 bibliográfico e de outros materiais sólidos e atualizados, em cursos ministrados
didáticos necessários para a educação tratada por professores competentes no domínio de
no “caput” deste artigo. conteúdos de ensino e comprometidos com a
educação de negros e não negros, sendo
§ 2° As coordenações pedagógicas capazes de corrigir posturas, atitudes,
promoverão o aprofundamento de estudos, palavras que impliquem desrespeito e
para que os professores concebam e discriminação.
desenvolvam unidades de estudos, projetos e
programas, abrangendo os diferentes Art. 6° Os órgãos colegiados dos
componentes curriculares. estabelecimentos de ensino, em suas
finalidades, responsabilidades e tarefas,
§ 3° O ensino sistemático de História e incluirão o previsto o exame e
Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação encaminhamento de solução para situações
Básica, nos termos da Lei 10639/2003, refere- de discriminação, buscando-se criar situações
se, em especial, aos componentes educativas para o reconhecimento,
curriculares de Educação Artística, Literatura valorização e respeito da diversidade. §
e História do Brasil. Único: Os casos que caracterizem racismo
serão tratados como crimes imprescritíveis e
§ 4° Os sistemas de ensino incentivarão inafiançáveis, conforme prevê o Art. 5º, XLII
pesquisas sobre processos educativos da Constituição Federal de 1988.

2
Art. 7º Os sistemas de ensino orientarão e
supervisionarão a elaboração e edição de
livros e outros materiais didáticos, em
atendimento ao disposto no Parecer CNE/CP
003/2004.

Art. 8º Os sistemas de ensino promoverão


ampla divulgação do Parecer CNE/CP
003/2004 e dessa Resolução, em atividades
periódicas, com a participação das redes das
escolas públicas e privadas, de exposição,
avaliação e divulgação dos êxitos e
dificuldades do ensino e aprendizagens de
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e
da Educação das Relações Étnico-Raciais.

§ 1° Os resultados obtidos com as atividades


mencionadas no caput deste artigo serão
comunicados de forma detalhada ao
Ministério da Educação, à Secretaria Especial
de Promoção da Igualdade Racial, ao
Conselho Nacional de Educação e aos
respectivos Conselhos Estaduais e Municipais
de Educação, para que encaminhem
providências, que forem requeridas.

Art. 9º - Esta Resolução entra em vigor na


data de sua publicação, ficando revogadas as
disposições em contrário.

Você também pode gostar