Você está na página 1de 2

O tempo assim como o espaço é para o homem religioso não é totalmente

continua tendo suas pausas sagradas, essas pausas são as festividades e momentos de
grande importância para religião, como Corpus Crist e Blót.

Toda festa religiosa é uma celebração de um evento sagrado de um passado


mítico, que é repetido todos os anos, por consequência, o tempo sagrado é
indefinidamente recuperável, indefinidamente repetível. O tempo sagrado parece não
seguir seu rumo “fluir”, esse tempo sagrado mantem se sempre igual sem mudança ou
um fim.

O homem religioso vive em uma espécie de tempo sagrado que é o paradoxal,


um tempo que estão sempre se reiniciando, parecendo assim como um círculo, tendo ele
uma pausa para os momentos sagrados, saindo assim do tempo comum ou tempo
“profano” aquele volta para os eventos particulares, essa pausa para o tempo sagrado
não participa assim da duração que os procede ou sucede.

O homem não religioso vive em uma espécie diferente de tempo, não tendo
para si esse tempo sagrado, mas possuindo outros tempos, como do trabalho, tempo do
descanso e da diversão.

Para os nativos da américa do norte eles tinha um termo “mundo” como


cosmo, universo que é igual ao termo “ano”, os yokut diria “o mundo passou” para se
referir a passagem do ano, esse termo transformava a passagem do ano como um tempo
sagrado, transformando a passagem dos anos como tempo sagrado, o cosmo como um
ser vivo que nasce, cresce e morre no ultimo dia do ano, para renascer no dia seguinte.

Na índia usavam um altar para simbolizar a passagem do ano, “templo do


fogo” composto por trezentos e sessenta tijolos, cada tijolo representa um dia, cada altar
representa um novo ano, cada altar traz a santidade ao mundo, santificando o tempo
cósmico.

Mito cosmogônico relata a criação do mundo, o surgimento do cosmo. Na


babilônia, tinhas nos últimos dias do ano um festival onde era contado a história da
criação do cosmo, um ritual que se reatualizava o combate entre o deus Marduk e um
monstro marinho Tiamat, a vitória de Marduk põe fim ao caos criando o cosmo com os
restos de Tiamat.
O Combate entre os dois era recenado por grupos de figurantes, o cerimonial se
repete entre os hititas no ano novo, para os egípcios, a luta repetia a passagem do caos
pra o cosmos.

Outros mitos cosmogônicos trazem diferentes surgimentos do cosmo


principalmente da terra, na cultura nórdica, a terra surge com a morte do gigante Ymir,
onde seu corpo vira a terra, os ossos as montanhas e seu sangue os oceanos.

Herman Usener foi o primeiro a explorar a aproximação etimológica entre


templum e tempus, templum seria como o espaço, tempus o temporal, a junção dos dois
seria o espaço-temporal.

Para o homem religioso de culturas arcaicas, a cada ano tem se um novo ano
como um recomeço, cada ano é como se tivesse sido refeito pelo criador, tornando-se
cada ano um ano santo, sagrado. E isso que os santuários tentam expressar, o tempo
sagrado que é como um círculo, fazendo ressurgir ao final do círculo, ano, ele surgir
como algo sagrado pois é um novo, sagrado e puro, porque ainda não foi usado.

A cada novo ano, o sentido de recomeço trazia pureza para o homem religioso,
um novo começo, onde seus pecados eram limpos, e um novo ano santo recomeça, o
homem tinha também um novo recomeço, se tornando puro e contemporâneo com o
novo tempo.

Esse novo tempo se torna o próprio tempo cosmogônico, tornando-se sagrado,


pois a criação do mundo é o momento mais sagrado, o homem religioso também cria
sua cosmogonia, quando constrói uma casa, cidade, seu mundo pessoal, que também é
trazido quando quando precisa de uma boa colheita, ajuda em alguma guerra

Você também pode gostar