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Prefácio______________________________________________________10
Introdução____________________________________________________14
0. Planejamento Estratégico_________________________49
Incorporação na Prática
Desde 2013 | O novo jeito de falar, fazer e aprender sobre Incorporação Novos Negócios_________________________________________50
Imobiliária
www.incorporacaonapratica.com 1. Prospecção de Novos Negócios____________________51
2. Prospecção de Terrenos e Checklist terreno __________51 18. Convenção de Corretores________________________64
4. Estudo de Massa e Quadro de Áreas ________________52 20. Análise de Crédito, Negociação e Venda ____________65
7. Business Plan (Financiamento ou Investimento)_______54 22. Orçamento Executivo de Obra (3) _________________69
8. Negociação do Terreno (Permuta ou Compra) ________55 23. Estudo de Viabilidade Econômica (3)_______________70
10. Desenvolvimento de Produto e Compatibilização ____57 26. Manual do Cliente e do Síndico ___________________71
14. Orçamento Preliminar (2) + Estudo de 29. Assembleia de Constituição do Condomínio ________74
Viabilidade (2)____________________________________60
30. Evento de Entrega______________________________74
Lançamento (Marketing + Vendas)__________________________62
31. Quitação ou Repasse____________________________74
15. Marketing (Planejamento) _______________________63
32. Orçamento Consolidado (4) e Viabilidade (4) ________75
16. Campanha de Marketing e Material de Vendas_______63
Pós-obra_______________________________________________76
17. Stand de Vendas e Decorado _____________________64
33. Manutenção___________________________________77
Capítulo 6 – Estrutura Organizacional das Incorporadoras____________78 Fase 04: Projeto executivo e obra ___________________________94
Gerente de Marketing______________________________84
Gerente/ Coordenador de Vendas ____________________85
Gerente de Engenharia_____________________________85
Engenheiro da Obra_______________________________86
Organograma Matricial___________________________________86
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leis que regulam este mercado, o histórico macroeconômico que culminou
no formato de negócio adotado nos dias de hoje, o que foi o chamado Boom
Imobiliário, o que é o Fluxo da Incorporação, e por fim como é a estrutura
organizacional destas empresas. Desta forma, esse livro tem como objetivo
contribuir para que você leitor, consiga reduzir o percurso entre iniciar uma
incorporadora e começar a ver os resultados positivos de sua operação.
Agora, se você quiser saber ainda mais sobre Incorporação Imobiliária
e sobre O Fluxo da Incorporação, te sugiro assistir ao COIII - Curso Gratuito de
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Bons estudos!
Carolina Caribé
12 13
Fonte: http://www.cbicdados.com.br/menu/pib-e-investimento/pib-brasil-e-construcaocivil
INTRODUÇÃO
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Esta tendência de crescimento da participação no PIB tende a ser
mantida em função da grande demanda habitacional no país que, a previsão
para os próximos 10 anos1, é de 12 milhões de residências. Atrelada ao
aumento contínuo da chamada classe C, e a possibilidade de crescimento do
crédito no país anunciada pelo Governo.
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Comecemos pelo significado da palavra incorporar. Incorporar é
a ideia de unir, reunir ou juntar duas ou mais coisas em uma só. Quando
levamos esse conceito para a construção civil, estamos falando de unificar a
um edifício a um terreno. Ou seja, o edifício será incorporado ao terreno, cuja,
as unidades autônomas desse serão comercializadas.
Incorporação Imobiliária é o ato de empreender um projeto
imobiliário. É quando uma pessoa física ou jurídica se compromete a
construir um edifício ou um conjunto deles, com apartamentos e áreas
comuns. Podendo comercializar as unidades em fase inicial do projeto, ou
seja, na planta ou durante a fase de construção do empreendimento.
Segundo as leis que regem o direito brasileiro, Incorporação
Imobiliária é o nome dado para o conjunto de atividades exercidas com a
finalidade de construir ou promover a construção de edificações, bem como
sua comercialização, total ou parcial, compostas de unidades autônomas
que, em seu conjunto, formam um condomínio.
A primeira atividade para se iniciar uma Incorporação Imobiliária
é a negociação, compra e/ou parceria sobre um terreno. Em seguida,
são atividades como pesquisas de mercado, desenvolvimento de
produto, viabilidade econômica, até chegar ao efetivo lançamento do
empreendimento ao público e a efetivação de vendas. Todo o conjunto de
atividades necessárias para se desenvolver uma Incorporação Imobiliária é
estabelecido no Fluxo de Incorporação, que será apresentado no capítulo 5.
Estas atividades são administradas por uma figura chamada de Incorporador.
Considera-se Incorporador aquele que efetivar a venda ou aceitar propostas
de compra, responsabilizando-se pela vinculação de frações ideais de terreno
à futura edificação.
18 19
“Considera-se incorporador e se sujeita aos
preceitos desta lei toda pessoa física ou jurídica que
promova a construção para alienação total ou parcial de
edificação composta de unidades autônomas, qualquer
que seja a sua natureza ou destinação”. (PEREIRA, 1998)
20 21
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LEI Nº 4.591/64: LEI DO CONDOMÍNIO EM EDIFICAÇÕES E TÍTULO II: DAS INCORPORAÇÕES:
DAS INCORPORAÇÕES IMOBILIÁRIAS
CAPÍTULO I: DISPOSIÇÕES GERAIS: Sendo um dos mais importantes pontos
da Lei, delimita a atividade da incorporação como sendo aquela que se
constitui a partir da venda das unidades imobiliárias, não sendo a construção
TÍTULO I: DO CONDOMÍNIO: Fica definido o conceito de condomínio, fração a atividade fim. Além disso, conceitua e define o incorporador.
ideal, unidades autônomas, vagas de garagem, áreas comuns e áreas
privativas. CAPÍTULO I-A: DO PATRIMÔNIO DE AFETAÇÃO: Dispõe sobre o conceito de
Patrimônio de Afetação, regime facultativo ao incorporador, que aparta do
CAPÍTULO II: DA CONVENÇÃO DE CONDOMÍNIO: Dispõe sobre a Convenção de patrimônio do incorporador todo e qualquer bem vinculado à execução
Condomínio e Regimento Interno a serem redigidos previamente e anexados do negócio imobiliário e a entrega das unidades imobiliárias. Explicita sua
ao contrato de compra e venda. Nestes são firmadas as responsabilidades do aplicação e duração.
síndico, bem como os direitos, obrigações e restrições dos condôminos no
que tange o uso de áreas comuns e privativas. CAPÍTULO II: DAS OBRIGAÇÕES E DIREITOS DO INCORPORADOR: Dispõe sobre
a necessidade de arquivamento em Cartório do Registro da Incorporação
CAPÍTULO III: DAS DESPESAS DO CONDOMÍNIO: Dispõe sobre as formas antes da venda das unidades autônomas; das partes que compõem o
de rateio das contas comuns ao condomínio, bem como penalidades e Registro de Incorporação, dos registros dos contratos de compra e venda, e
cobranças quando da inadimplência. de construção, do direito a denúncia da incorporação, dos prazos de carência,
da aquisição de terrenos via permuta, do habitese e dos impostos devidos e
CAPÍTULO IV: DO SEGURO, DO INCÊNDIO, DA DEMOLIÇÃO E DA seus responsáveis.
RECONSTRUÇÃO OBRIGATÓRIA: Dispõe sobre a obrigatoriedade de
contratação de seguro do condomínio, das cláusulas que configuram a CAPÍTULO III: DA CONSTRUÇÃO DE EDIFICAÇÃO EM CONDOMÍNIO:
necessidade de demolição e reconstrução em caso de patologias ou sinistros
bem como define prazos e responsabilidades. SEÇÃO I: DA CONSTRUÇÃO EM GERAL: Dispõe sobre os tipos de contratos de
construção podendo ser por empreitada ou por administração. Apresentam
CAPÍTULO V: UTILIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO OU DO CONJUNTO DE os documentos necessários para firmar tais contratos de construção, das
EDIFICAÇÕES: Dispõe sobre as normas de conduta e boa convivência entre formas de pagamento e responsabilidades.
condôminos e cita o Regimento Interno como norteador do tema.
SEÇÃO II: DA CONSTRUÇÃO POR EMPREITADA: Dispõe que para construções
CAPÍTULO VI: DA ADMINISTRAÇÃO DO CONDOMÍNIO: Dispõe sobre a escolha feitas neste regime poderão ser a preço fixo (fechado) ou a preço reajustável
e eleição de síndico, vigência de mandato, obrigações e constituição de por índices previamente determinados no contrato de construção.
assembleia.
SEÇÃO III: DA CONSTRUÇÃO POR ADMINISTRAÇÃO: Para obras contratadas
CAPÍTULO VII: DA ASSEMBLEIA GERAL: Dispõe sobre a Assembleia Geral Anual sob este regime, também chamado de “a preço de custo”, será de
a ser convocada conforme Convenção de Condomínio, quóruns mínimos responsabilidade dos proprietários ou adquirentes o pagamento do custo
necessários à aprovação de votações e assuntos relevantes. integral de obra, bem como o acompanhamento de toda a obra e aprovação
de todas as compras via assembleia.
24 25
LEI Nº 9.514/97: LEI DA ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
CAPÍTULO IV: DAS INFRAÇÕES: Dispõe sobre as penalidades no caso de não
pagamento das parcelas devidas pelo proprietário e as medidas legais para
recuperação do imóvel e/ou parcelas devidas; sobre as responsabilidades
civis do Incorporador, Diretor e Gerentes das Incorporadoras e Empresas A Lei nº 9.514 de novembro de 1997, dispõe, dentre outros temas,
da Construção Civil, bem como das penalidades aplicáveis a cada caso. sobre a alienação fiduciária. A mesma define em seu artigo 22, alienação
Segundo Caio Mário da Silva Pereira (in Condomínio e Incorporações. 10ª fiduciária como “o negócio jurídico pelo qual o devedor, ou fiduciante, com
ed. Rio de Janeiro: Forense, 1998, p. 231-234): “considera-se incorporador e o escopo de garantia, contrata a transferência ao credor, ou fiduciário, da
se sujeita aos preceitos desta lei toda pessoa física ou jurídica que promova propriedade resolúvel de coisa imóvel”.
a construção para alienação total ou parcial de edificação composta de Desta forma, o fiduciário passa a ter a propriedade do bem até a
unidades autônomas, qualquer que seja a sua natureza ou destinação”, sendo completa quitação da dívida pelo fiduciante, sendo cobrada multa de até 1%
assim, é fundamental o conhecimento total desta lei a todos os construtores, do valor do imóvel em contrato, no caso de não cumprimento das obrigações
incorporadores e empresários do mercado imobiliário. financeiras entre as partes.
Não é incomum, por exemplo, que obras sejam iniciadas com Segundo MARTINEZ (2013):
capital próprio e no decorrer de sua execução sejam colocadas unidades à
venda, para auxiliar no custeio da obra, sem respeitarem o disposto na Lei. “Em relação à garantia imobiliária, a legislação
O Construtor neste caso estará infringindo a Lei e poderá ser penalizado brasileira prevê a hipoteca (prevista no Código Civil,
inclusive com reclusão. Art. 1.473 a 1.501) e a alienação fiduciária de imóveis
(Lei Federal nº 9.514/97) .... Neste caso, a escolha tem
sido pela alienação fiduciária de imóveis, sobretudo
porque pode ser contratada por pessoa física e pessoa
jurídica em qualquer posição de credor ou devedor,
inclusive, por pessoa jurídica não integrante do Sistema
Financeiro Imobiliário. Além disso, na hipótese de
descumprimento do contrato de alienação fiduciária
de imóveis, a sua execução (cobrança) dar-se-á toda
perante o Cartório do Registro de Imóveis, isto é, fora da
via judicial já tão congestionada e lenta (com exceção
da ação de reintegração de posse).”
26 27
LEI Nº 10.931/04: LEI DO PATRIMÔNIO DE AFETAÇÃO
II - revogação em razão de denúncia da incorporação, depois de
restituídas aos adquirentes as quantias por eles pagas (art. 36), ou de outras
hipóteses previstas em lei; e (Incluído pela Lei nº 10.931, de 2004)
A Lei nº 10.931/04, de agosto de 2004, trata do Patrimônio de
Afetação e veio como resposta ao questionamento quanto à segurança III - liquidação deliberada pela assembleia geral nos termos do art.
do negócio da Incorporação e a garantia de que as empresas cumpririam 31-F, § 1o. (Incluído pela Lei nº 10.931, de 2004).
com o compromisso de entrega das obras. Esses questionamentos surgiram
após o caso Encol2. O chamado patrimônio de afetação é o regime pelo Por ser uma lei de aplicação facultativa ao incorporador, o governo
qual o terreno e as acessões objeto de incorporação imobiliária, bem como decidiu, em 2013, incentivar sua adesão com a redução do Regime Especial
os demais bens e direitos a ela vinculados, são mantidos apartados do de Tributação (RET), de 6% para 4%, da receita mensal recebida, em tributos
patrimônio do incorporador, sendo destinados unicamente à conclusão da e contribuições, o qual corresponderá ao pagamento mensal unificado do
obra e entrega das unidades imobiliárias aos respectivos adquirentes. seguinte: Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ); Contribuição para
Segundo o art. 31-A da Lei nº 4.591/67: os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor
Público (PIS/PASEP); Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); e
“A critério do incorporador, a incorporação Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS).
poderá ser submetida ao regime da afetação, pelo Desta forma, o incorporador que quiser aumentar a confiança do
qual o terreno e as acessões objeto de incorporação mercado, dos acionistas e dos clientes ao seu negócio pode, a qualquer
imobiliária, bem como os demais bens e direitos a ela momento, solicitar a afetação do patrimônio relativo ao negócio imobiliário.
vinculados, manter-se-ão apartados do patrimônio Com a Lei dos Distratos, que falaremos a seguir, veremos que o incentivo à
do incorporador e constituirão patrimônio de adesão ao Patrimônio de Afetação cresceu ainda mais no final de 2018.
afetação, destinado à consecução da incorporação
correspondente e à entrega das unidades imobiliárias
aos respectivos adquirentes. (Incluído pela Lei nº
10.931, de 2004).”
28 29
LEI 13.786/18: A LEI DOS DISTRATOS alto risco de prejuízo, no caso de uma grande quantidade de distratos com
ressarcimento de 100% do montante pago.
A Receita Federal autorizou construtoras e incorporadoras a deduzir
da base de cálculos de tributos as vendas canceladas ou devoluções efetuadas
A Lei 13.786/2018, conhecida como Lei dos Distratos, disciplina pelos compradores de seus imóveis – os distratos - no caso de os valores
a resolução do contrato por inadimplência do adquirente de unidade superarem o total das receitas em um mês. Essa orientação foi publicada
imobiliária em incorporação imobiliária e em parcelamento de solo urbano. pela Coordenação-Geral de Tributação (Cosit) via Solução de Consulta nº
Foi regulamentada no final de 2018 e discrimina que o cliente que desistir 150. Segundo dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias
da compra de um imóvel negociado na planta, deixará 50% do valor pago (Abrainc), foram registrados mais de 2,1 mil distratos somente no primeiro
à construtora como multa, caso a empresa tenha optado previamente pela trimestre de 2019. A ação da Receita Federal torna o mercado imobiliário
implantação da Lei 10.931/04, mencionada anteriormente, ou seja, Patrimônio ainda mais justo – principalmente em um momento em que o número de
de Afetação. O Patrimônio de Afetação, previsto na Lei de Incorporações distratos chega a superar o de vendas em algumas incorporadoras.
(4.591/64) e facultativo ao Incorporador, foi bastante valorizado na Lei dos
Distratos, o que gera maior segurança e credibilidade ao mercado imobiliário
como um todo. Além disso, a devolução do saldo remanescente poderá
ocorrer somente após a conclusão da obra, quando houver patrimônio de
afetação instituído, sendo que, para imóveis sem esse regime, o prazo é de
180 dias após o desfazimento contratual.
Como mencionado anteriormente, essa condição de retenção de
50% vale apenas para as empresas que optarem pelo o regime de afetação
do patrimônio, ou seja, no qual os valores pagos pelos compradores de um
empreendimento são destinados somente para a construção desse e não
se misturam com o restante do patrimônio da construtora. Para as demais
construtoras que não optarem pela afetação do patrimônio, a multa retida é
de apenas 25% e o cliente recebe de volta 75% do valor pago pelo imóvel em
caso de distrato. A incorporadora pode descontar também valores relativos
a impostos, cotas de condomínio e outras contribuições, quando o mutuário
teve a unidade disponível para uso antes mesmo do habite-se. No caso de
atraso na entrega das obras, a construtora terá 180 dias de prorrogação para
a entrega sem pagar multa. Após esse prazo, o comprador poderá pedir a
rescisão e devolução de todos os valores pagos, além da multa, corrigidos,
em até 60 dias corridos do pedido de distrato.
Segundo empresas do setor, essas regras eram necessárias para frear
a especulação imobiliária realizada por investidores que se utilizavam da
valorização dos imóveis na planta para lucrar com o distrato antes da entrega
das chaves. A nova regra poderá gerar redução nos valores finais dos imóveis,
já que as construtoras podem precificar o imóvel sem ter que considerar o
30 31
Até 1960
CAPÍTULO 3
lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e caixa 2, o ponto que chamou
a atenção das autoridades foi a alienação de patrimônios da empresa à
familiares do fundador. Capital inicialmente destinado à execução das obras
foi alocado em contas no exterior, deixando inúmeras obras inacabadas
no país e milhares de pessoas sem realizar o sonho da casa própria. O caso
BREVE HISTÓRICO continua em discussão na justiça até hoje.
Ficou evidenciada a necessidade de proteger ainda mais o cliente e o
MACROECONÔMICO incorporador. Surge, então, a Lei nº 10.931, de agosto de 2004, que discorre
sobre o patrimônio de afetação de incorporações imobiliárias. Com essa lei
E DAS INCORPORAÇÕES o incorporador e o cliente ficam protegidos, uma vez que o capital alocado
na obra somente poderá ir para outras contas depois de finalizada a obra,
NO BRASIL ou seja, com o habite-se em mãos. Infelizmente, a aplicação dessa Lei é
facultativa ao incorporador.
32 33
Cenário Macroeconômico do Brasil como principal meta o financiamento da construção de dois milhões de
residências no país até o ano de 2014, sendo 60% delas direcionadas a
famílias com renda mensal de até R$1.395,00, com um investimento de R$
O Brasil viveu um longo período de insegurança econômica com a 71,7 bilhões. O novo programa estabelece 3 faixas de renda: Nível I, Nível II
hiperinflação que durou desde 1980 até 1994 e chegou a 1.782,9% a.a. A e Nível III. Nível I é equivalente as faixas 1 (0 a 2 Salários Mínimos) e 1,5 (1 a 3
chegada do Plano Real em 1994, do então Ministro da Fazenda Fernando Salários Mínimos) do antigo, e o Nível II e III as faixas 2 (2 a 4 Salários Mínimos)
Henrique Cardoso, foi um dos fatores que contribuíram no processo de e 3 (Renda Mensal até R$7.000,00), respectivamente. Só em 2020 o Ministério
consolidação e maturação do mercado imobiliário no Brasil. de Desenvolvimento Regional pretende alocar no orçamento 11 bilhões de
Mostrou-se um plano de estabilização econômica eficaz que reais em subsídios.
mudou o cenário brasileiro, com equilíbrio nos preços, reduzindo a inflação
e aumentando o poder de compra da população. Com a estabilidade
econômica, houve o aumento do crédito imobiliário para financiamento da
produção das construtoras e, também, um maior acesso da população às
linhas de crédito, iniciando então a era do consumo no Brasil.
Juntamente às leis - do Condomínio e das Incorporações, da
Alienação Fiduciária e do Patrimônio de Afetação - a estabilidade econômica
foi fundamental para que o mercado imobiliário no Brasil fosse consolidado.
Naquele momento as empresas da construção civil, já capitalizadas,
viveram um momento de credibilidade e crescimento econômico, gerando
consequentemente o aquecimento do mercado da construção civil no Brasil.
Com a estabilidade econômica, houve o aumento do crédito imobiliário para
financiamento da produção das construtoras e, também, um maior acesso da
população às linhas de crédito. É possível verificar as mudanças no cenário Fonte: ABRAINC
macroeconômico brasileiro, o aumento da disponibilidade de crédito à
pessoa física, o que também contribuiu para alavancar o mercado imobiliário. Esses programas possibilitaram o crescimento da chamada classe C
Com a chegada do Partido dos Trabalhadores (PT) ao poder em 2003, e o aumento do seu poder aquisitivo. O que alavancou toda a economia do
foram criados programas sociais de distribuição de renda, sendo os de maior país e em especial o Macro setor da construção civil. Para entender um pouco
representatividade: o Bolsa Família3 e o Programa Minha Casa minha Vida. como funciona a classificação das faixas de renda no Brasil, segue abaixo
Bolsa Família: Consiste na ajuda financeira às famílias pobres tabela com dados da FGV.
(definidas como aquelas que possuem renda per capita de 85 até 170 reais
mensais) e extremamente pobres (com renda per capita menor que 85 reais
mensais).
Programa Minha Casa Minha Vida: O programa inicial estabeleceu
34 35
No gráfico abaixo é possível verificar a expansão da Classe C entre
os anos de 2003 e 2014, contribuindo para a consolidação do setor da
construção civil.
Fonte: http://ri.brazilrealty.com.br/port/download/CYRELA_Apresentacao_Abril_2012_PT
Fonte: https://cyrela.globalri.com.br/upload/files/2595_Apresentacao_Inst._Site_-
Na tabela ao lado é possível verificar a evolução do crédito imobiliário __PT_2T19.pdf
no Brasil entre 2014 e 2019. Houve uma variação nas taxas de juros partindo
de 9% a.a em 2014, aumentando para 11,5% a.a em 2016 e, finalmente, uma
queda para 8,5% a.a em 2019. Oscilação semelhante ocorreu também na A soma de todos esses fatores culminou no chamado Boom
renda mensal necessária e nas parcelas mensais. O prazo de financiamento Imobiliário que ocorreu no Brasil a partir de 2007, gerando grandes volumes
continuou estável em 35 anos e as parcelas reduziram em 4% de 2014 a 2019. de lançamentos imobiliários, superaquecendo o setor construtivo como um
todo. Esses fatores acarretaram escassez de mão de obra qualificada, falta
de matéria-prima, excesso de estoques de unidades imobiliárias, queda na
rentabilidade das empresas do setor e a necessidade de mudanças radicais
no processo de desenvolvimento de todo o mercado imobiliário. Falaremos
sobre isso no próximo capítulo.
36 37
Como apresentado anteriormente, o mercado imobiliário brasileiro
passou por inúmeras fases de desenvolvimento e maturação até chegar aos
dias de hoje. Foram criadas leis para regulamentar o mercado, como: a Lei nº
4.591/64 que dispõe sobre o condomínio edilício e o incorporador, a Lei nº
9.514/97 que dispõe sobre a Alienação Fiduciária de coisa imóvel e a Lei nº
10.931/04 que discorre sobre o Patrimônio de Afetação.
Além da legislação citada que constituiu o marco jurídico, acrescenta-
se o Plano Real, a estabilidade monetária e o aumento do poder aquisitivo da
população4, juntamente com o acesso ao crédito à pessoa física e jurídica.
Todo esse conjunto de fatores contribuiu para a percepção de um momento
de otimismo econômico.
As construtoras gozavam de boas vendas, credibilidade no
mercado (resultado do sistema econômico, mas também da criação das leis
apresentadas) e o fluxo de caixa estava estável.
É chegado o momento de dar um novo passo e a Cyrela Brazil Realty5
foi a protagonista desta nova empreitada que mudaria o rumo do mercado
imobiliário para sempre. Em setembro de 2005, a Cyrela Brazil Realty fez sua
primeira oferta pública de ações, IPO (do inglês Initial Public Offering), e teve
seu ingresso no novo mercado da BM&F Bovespa. Porém, essa abertura de
capital criou precedentes no mercado que ainda não haviam sido analisados
e que afetaram diretamente a valorização das empresas.
CAPÍTULO 4
O BOOM IMOBILIÁRIO
NO BRASIL E O NOVO
PARADIGMA 4 Conforme programas sociais de governo já citados anteriormente, além do
crescimento e fortalecimento da Classe C.
5 Cyrela Brazil Realty foi fundada em 1962, em São Paulo, e é hoje uma das
maiores incorporadoras do Brasil.
38 39
Acompanhando a operação da Cyrela, várias empresas do mercado principalmente, confirmar as metas divulgadas meses antes. Essa foi a maior
imobiliário seguiram este caminho de IPO conforme mostra a figura abaixo. mudança de paradigma no negócio imobiliário, pois o não cumprimento de
As construtoras ficaram bastante capitalizadas e, com isso, o volume de metas ou atrasos na divulgação de resultados apresentou impacto imediato
lançamentos imobiliários subiu, assim como a compra de terrenos. Na em suas ações, com desvalorização das empresas.
verdade, a grande mudança gerada pelos IPOs foi a de que as empresas As mudanças não se restringiram apenas a necessidade de
não pertenciam mais apenas aos Presidentes, CEOs (sigla inglesa de Chief informações periódicas. A forma de avaliação das empresas foi mudando
Executive Officer, que significa Diretor Executivo em português), sócios também. No início dos IPO os investidores acreditavam que a valorização
e conselho de administração. As construtoras começaram a responder viria com o aumento do Landbank (do inglês, banco de terrenos). Com isso
também aos investidores que passaram a ditar regras e premissas ainda houve uma aceleração dos investimentos das incorporadoras e construtoras
não conhecidas pelo mercado imobiliário, mas usuais no mercado de ações. na aquisição de novos terrenos. Não levaram em consideração, muitas
Nesse momento as empresas se viram presas às metas de lançamento (os vezes, a “qualidade” desses terrenos e muitos deles se mostraram inviáveis
denominados Guidance) e entenderam sua importância. economicamente no futuro.
Foi então que os investidores passaram a considerar o volume
de lançamentos como indicador de valorização na bolsa, fator esse que
também se mostrou ineficiente na geração de resultados, uma vez que
alguns lançamentos não atingiram as vendas esperadas ou as margens
adequadas.
Passaram a adotar o VSO (vendas sobre oferta) como indicador
de valorização das ações na bolsa. Esse também se mostrou um indicador
limitado, na medida em que as vendas, com grandes descontos ou
lançamentos com 100% de vendas muito rápidas, mostraram que essas
negociações reduziam em demasia as margens de lucro.
40 41
ser pouco atrativo uma vez que são ativos imobilizados que normalmente
requerem gastos com segurança, limpeza, recolhimento de impostos etc. e
que trarão retorno apenas no futuro, salvo situações específicas.
42 43
44 45
http://incorporacaonapratica.com/ http://incorporacaonapratica.com/ https://youtu.be/So-
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http://incorporacaonapratica.
https://youtu.be/Z1Lx- https://youtu.be/k1s3f-
com/academia-ip/
QD0jTE8 GfBYPU
https://youtu.
be/6krDgbdby_A https://youtu.be/
GU2nKxqUS4Y
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1R0oeC0
https://www.hotmart.com/
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ca.com/academia-ip/
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46 47
A primeira etapa de uma incorporação é definir o planejamento
estratégico da empresa. A eficiência do Fluxo da Incorporação só é possível
com esse planejamento.
PLANEJAMENTO
0 - PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
48 49
No grupo NOVOS NEGÓCIOS são definidas as diretrizes e as
estratégias para a definição do produto imobiliário, sendo uma das etapas
mais importantes de todo o fluxo.
NOVOS NEGÓCIOS
1- PROSPECÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS
Esta etapa não possui duração prevista, uma vez que ocorre durante
todo o desenvolvimento imobiliário e é uma das principais atividades
geradoras de negócios para a Incorporadora. Consiste no monitoramento
contínuo do mercado, da concorrência e de seus lançamentos por meio
de reuniões periódicas com imobiliárias, parcerias com outras empresas,
viagens para pesquisa de referências, análise de resultados de pesquisas de
mercado, etc. É desenvolvida pelo Diretor de Incorporação e/ou pelo Gerente
de Incorporação, mas pode ser complementada por demais membros da
equipe.
50 51
imobiliárias e corretores especializados a fim aproveitar oportunidades de Negócios, Incorporação, Engenharia e Orçamento, e um posicionamento
novos negócios. sobre o produto imobiliário seja apresentado em tempo hábil para dar
andamento ao negócio. Esses estudos podem sofrer inúmeras alterações
Para saber mais sobre prospecção de terrenos, e ajustes, respeitando o prazo de entrega, para atender as premissas da
http://incorporacaonapratica.
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com/academia-ip/ empresa e viabilizar o negócio. Esta etapa pode chegar a 90 dias para
produtos mais complexos e que não tenham tanta urgência com a compra
do terreno, sendo assim a situação ideal.
Esta etapa é intensa e de extrema importância estratégica. 6 - ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA (1)
Normalmente tem duração bastante reduzida, em geral de 5 a 15 dias
para que o arquiteto produza um Estudo de Massa e Quadro de Áreas
inicial, obedecendo às diretrizes do terreno, legislação e necessidades do Esta etapa tem duração média de 1 a 5 dias, variando em função
Incorporador. Estas respostas precisam ser dadas rapidamente para que a do prazo de entrega dos custos de parametrização da obra (orçamento
aquisição do terreno seja avaliada pelas demais áreas envolvidas como Novos parametrizado), resultado da análise do estudo de massa, quadros de
52 53
Para saber mais sobre business,
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ca.com/academia-ip/
54 55
O grupo de Incorporação e Produto é onde o estudo de massa e
quadro de áreas são transformados em um projeto legal a ser apresentado
na prefeitura para aprovação. Além disso, é nessa fase que fazemos todas
as aprovações legais para chegar ao Registro da Incorporação Imobiliária e
assim ser possível fazer o lançamento e as vendas, iniciadas.
56 57
Para saber mais sobre desenvolvimento de novos negócios, alcançada pelo arquivamento no Registro de Imóveis do projeto aprovado
https://youtu.be/Z1Lx-
clique aqui!
QD0jTE8 pelas autoridades (art. 32, alínea d); da discriminação das áreas de construção
(art. 32, alínea c) e do memorial descritivo das especificações (art. 32, alínea
g).
Os Quadros da NBR 12721 são uma etapa importante para se
fazer o Registro de um Condomínio e de uma Incorporação Imobiliária. O
11. APROVAÇÃO DE PROJETOS E DOCUMENTOS mecanismo comparativo inicia-se no lançamento da incorporação, quando a
lei obriga uma avaliação do custo global da obra, a qual deve ser entendida
como o custo perfunctoriamente avaliado da edificação, nele incluídas todas
Esta é uma fase crítica e que em muitos estados tem se mostrado as despesas relativas às obras complementares e as necessárias à colocação
um fator limitador de novos negócios. Sua duração é variável por região, do empreendimento em condições de uso.
complexidade da obra, fatores políticos como eleições, nomeação de
responsáveis por órgãos públicos, greves, etc. Refere-se a todas as aprovações Para saber mais sobre preenchimento dos quadros da NBR 12721,
http://incor p oraca-
e registros cartoriais exigidos pelas leis citadas anteriormente, tais como: clique aqui!
onapratica.com/aca-
demia-ip/
aprovação de projetos de arquitetura nas prefeituras, alvarás de obra e
demolição e aprovações de concessionárias.
58 59
Legalmente, é somente após o Registro de Incorporacao que as vendas são
autorizadas.
60 61
O grupo Lançamento (Marketing + Vendas) é a etapa onde o produto
é divulgado oficialmente para o mercado e pode então ser comercializado.
É importante entender as etapas que o antecedem de forma que as vendas
aconteçam conforme planejado.
LANÇAMENTO
(MARKETING + VENDAS) 15. MARKETING (PLANEJAMENTO)
62 63
17. STAND DE VENDAS E DECORADO 19. LANÇAMENTO IMOBILIÁRIO
Com duração de 30 a 90 dias, nesta etapa é feito o projeto e obra Trabalha-se por meses e, dependendo do tipo de negócio e
do Stand de vendas e, dependendo da estratégia, será necessário fazer região, até por anos, olhando sempre para este dia: O dia do Lançamento
também os apartamentos decorados, onde um protótipo da unidade do Empreendimento no mercado Imobiliário. Bom, antes do evento de
autônoma a ser entregue é apresentada em tamanho real. De acordo com as lançamento é preciso fazer o desenvolvimento do produto e aprovações
comercializadoras, ambas estratégias têm grande apelo de vendas, porém, legais, obter o número do Registro de Incorporação, executar o PDV,
alto custo de implantação e manutenção. É preciso analisar com cautela desenvolver todo o material de vendas, tabelas de vendas, contratos. Depois
como abordar este tópico internamente. disso vem o evento de lançamento, realizado normalmente dentro do PDV
do empreendimento e conta com a participação da equipe da incorporadora,
Para saber mais sobre campanha de marketing e material de vendas, profissionais parceiros, equipes de vendas e potenciais clientes, selecionados
https://youtu.be/
clique aqui!
GU2nKxqUS4Y previamente pelas imobiliárias. São apresentados o conceito e os diferenciais
do empreendimento de forma bastante atrativa. O ideal é que a assessoria
de imprensa ou o próprio incorporador convide os jornalistas para cobrir e
dar visibilidade ao evento. A data do lançamento é o marco zero do produto
junto ao mercado e é a partir daí que os prazos para início de obra, vendas e
18. CONVENÇÃO DE CORRETORES financiamento começam a valer!
64 65
compra e venda, com especificação de unidade imobiliária, número de vagas
(se houver), tipologia de planta (se houver) e, posteriormente, é enviado ao
cliente o contrato assinado junto à planta escolhida (se houver), cópia do
memorial de incorporação, do memorial descritivo e da minuta da futura
convenção de condomínio.
66 67
Etapa com duração média de 180 dias, ou seja, a obra tem 6 meses
para ser iniciada após o lançamento. Nesse prazo, ou antes, são desenvolvidos
os projetos executivos das demais disciplinas de projetos necessárias à
execução da obra, bem como sua compatibilização. Variando de acordo
com a tipologia de empreendimento, basicamente são : arquitetura,
estrutura, fundações, contenções, instalações (elétrica, hidráulica, sistemas,
lógica, SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas), gás,
incêndio, exaustão, ar condicionado, pressurização), sondagem, drenagem,
terraplenagem, esquadrias, fachadas, decoração, paisagismo, comunicação
visual da obra etc.
68 69
orçamento (3) confirmando o orçamento elaborado para a viabilidade de
compra (1) e de lançamento (2) da incorporação. Este, depois de aprovado
pela diretoria, será o documento que irá orientar todo o cronograma 25. PERSONALIZAÇÃO DE UNIDADES
financeiro da obra até a entrega. É o terceiro orçamento feito dentro do Fluxo
da Incorporação.
Para alguns empreendimentos, geralmente de médio e alto
padrão, é oferecida pela incorporadora, a opção de alterações em plantas e
acabamentos, com preços e prazos específicos. Nos últimos anos os produtos
econômicos passaram a adotar alguns kits de personalização para aumentar
23. ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA (3) a atratividade de seus produtos. Podem ser padronizados em kits oferecidos
aos clientes normalmente durante a venda das unidades, ou podem ser
feitos exclusivos e individualmente para cada cliente. Deve-se atentar para
Com o orçamento executivo em mãos, o incorporador tem o custo o momento em que esses serviços são oferecidos, uma vez que impactam
de obra atualizado e portanto, pode fazer um novo estudo de viabilidade diretamente a obra.
econômica (3) para verificar se houve alguma alteração de produto, entre o
projeto de aprovação e o projeto executivo, que resultou em considerável
aumento de custos. Desta forma, garante-se que o produto está caminhando
com as mesmas premissas da viabilidade da compra do terreno (1) e do
lançamento imobiliário (2). É o terceiro estudo de viabilidade econômica 26. MANUAL DO CLIENTE E DO SÍNDICO
dentro do Fluxo da Incorporação.
70 71
A preparação para a entrega da obra se inicia 6 meses antes, de forma
a mitigar riscos e evitar atrasos desnecessários. É muito importante que o
incorporador tenha um checklist e esteja atento à todas as etapas necessárias
para fazer a entrega do empreendimento junto à municipalidade, aos clientes,
cartório e instituições financeiras envolvidas.
ENTREGA DE OBRA E
27. HABITE-SE
ATENDIMENTO AO CLIENTE
É a retirada do documento que comprova, através de autoridade
competente, que o empreendimento ou imóvel foi construído de acordo
com as exigências estabelecidas pela Prefeitura e está apto para utilização
efetiva, autorizando a entrega das chaves aos clientes. Momento importante
para o cliente e para a incorporadora, pois é com a entrega das chaves
que é possível fazer o repasse do financiamento da incorporadora para o
banco. Nesta etapa é possível contabilizar o resultado do empreendimento
e confirmar a rentabilidade prevista durante o estudo de viabilidade de
lançamento da incorporação.
Agendadas uma a uma, cada cliente visita sua unidade com o objetivo
de conferir a qualidade da obra e adequação ao que foi adquirido. Caso o
cliente encontre alguma irregularidade são anotados os questionamentos
e feitos os ajustes ou justificativas necessárias e assim, uma nova data
é marcada para que a vistoria seja feita novamente. Em caso de aceite da
unidade, é feita a entrega das chaves desde que a unidade esteja quitada ou
seja feito o repasse. Veja mais no item 31 a seguir.
72 73
32. ORÇAMENTO CONSOLIDADO (4) E VIABILIDADE (4)
29. ASSEMBLEIA DE CONSTITUIÇÃO DO CONDOMÍNIO Após finalizada e entregue a obra, é feito o encerramento da SPE
e também a consolidação de todos os gastos do empreendimento. Neste
momento é possível separar os gastos realizados pela obra e, com isso,
Ato jurídico de constituição da assembleia do condomínio e obter o orçamento consolidado (4) ou realizado da obra. Este valor poderá
aprovação da convenção de condomínio e regimento interno, por votação, ser utilizado como valor de referência para obras futuras da empresa, no
conforme disposto na Lei nº 4.591/64. Realizado imediatamente após o momento do “orçamento parametrizado” comentado anteriormente no item
Habite-se. 5. A próxima etapa é fazer a viabilidade econômica consolidada (4), para
verificar se o empreendimento atendeu às expectativas da viabilidade da
compra do terreno (1), da viabilidade do lançamento (2) e da viabilidade do
projeto executivo (3). Este é um indicador poderoso para verificar a qualidade
30. EVENTO DE ENTREGA de planejamento estratégico da empresa, bem como sua capacidade de
atender às metas.
74 75
Ter uma boa gestão de obra é importante não somente para entregar
um produto de qualidade, no prazo e custo planejados, mas também
para evitar transtornos ao construtor e incorporador após a entrega do
empreendimento. É exatamente a satisfação do cliente com o pós-obra que
irá garantir uma boa imagem da incorporadora perante o mercado.
PÓS-OBRA
33. MANUTENÇÃO
76 77
Depois de conhecer o Fluxo da Incorporação e as etapas necessárias
para o desenvolvimento do negócio e sua sequência, é importante entender
e conhecer quais são os gestores e agentes, a fim de determinar o papel de
cada um no processo.
ORGANOGRAMAS
CAPÍTULO 6
maior eficiência. E eficiência é a chave do sucesso dentro da incorporação
Imobiliária.
Nas imagens abaixo seguem alguns exemplos de estrutura
organizacional de
incorporadoras, ou seja, seus organogramas. Ilustram como as empresas
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL podem estruturar seus negócios de formas diferentes, porém seguindo o
Fluxo da Incorporação. Quando os colaboradores entendem a estrutura
DAS INCORPORADORAS da empresa na qual trabalham, a probabilidade de se trabalhar melhor em
equipe é maior e os profissionais desempenham seus papéis com mais
confiança e segurança.
Os modelos de estrutura organizacional variam muito de empresa
78 79
para empresa. O primeiro tipo de organograma pode ser considerado como
o mais simples e o mais comum, isso porque mostra a hierarquia da empresa
de cima para baixo, com os líderes da empresa se no topo da estrutura,
enquanto os cargos mais baixos se encontram na base do gráfico.
Ele recebe esse nome justamente devido à forma que organiza
a hierarquia. Logo, é possível que suas caixinhas sejam representadas
por pessoas, funções ou até departamentos. Muitas incorporadoras,
principalmente as iniciantes no mercado, optam por ter um Organograma
Clássico, como na imagem abaixo:
Porém quando falamos da organização de incorporadoras que Após compreendido o conceito de Organograma Matricial, presente
estão mais maduras no mercado, onde existe a presença de diversos na maioria das incorporadoras do Brasil, vamos conhecer todos os gestores
empreendimentos sendo desenvolvidos simultaneamente, o Organograma e agentes responsáveis por realizar os empreendimentos e negócios dessas
Matricial é o que melhor se adequa à essa estrutura. Ele possui um design empresas. Obviamente esta é uma visão geral e as empresas podem optar
muito parecido com o tradicional, porém difere quanto a sua finalidade. Ele é por alterar estas atividades de acordo com suas especificidades.
muito usado para representar a hierarquia de organizações que apresentam
uma definição clara dos grupos de trabalho que podem ser temporários,
sendo mais usado em empresas que possuem estruturas mais dinâmicas CEO/ Diretor de Novos Negócios/ Diretor de Incorporação
e orientação administrativa por projetos ou por empreendimentos, por
exemplo. - Verifica a vocação do terreno quanto ao padrão do empreendimento
(Altíssimo, Alto, Médio Alto, Médio, Econômico e Popular) e o mix de produto
(Triple A, Lajes Corporativas, Comercial, Shopping, Galeria Comercial,
Residencial, Residencial com Lazer, Uso Misto com vários usos coexistindo no
mesmo terreno). Ele tem noção global e avalia todos os empreendimentos
80 81
que estão em desenvolvimento dentro da empresa ao mesmo tempo; - Aprovação do conceito de campanha e de todo o material publicitário
do produto desenvolvido para o lançamento (maquetes, apartamento
- Faz análise crítica da viabilidade de compra de cada terreno quanto a decorado, perspectivas, plantas de contrato, plantas de vendas, plantas
localização, acessos, passivos ambientais, pontos fortes e fracos da região, humanizadas com layout);
concorrência, ofertas anteriores feitas à compra deste terreno;
- Liberação de pagamentos de projetistas;
- Libera a viabilidade técnica (leis de zoneamento, estudos de massa e
quadros de áreas) e financeira (atendimento às margens pré-definidas pelo - Verificação, junto ao Gerente de Aprovações Legais, de documentação,
planejamento estratégico alinhado às metas de lançamento da empresa); alvarás de obra e demolições e demais trâmites legais para aprovação
de projetos e registros de incorporação nos cartórios.
- Coordena as negociações do terreno, aprovação de compra, arquivamento
da compra ou distrato do terreno em caso de denúncia da incorporação ou
mudança de estratégia. Coordenador de Inteligência de Mercado
- Definição do apartamento tipo, tipologias e layouts. Análise do - Desenvolvimento, junto ao arquiteto, de projeto legal para prefeitura;
briefing de produto e sua adequação ao negócio apresentado;
- Acompanhamento de cronogramas de lançamento; - Desenvolvimento de Memorial de Acabamentos, briefing de produto;
82 83
- Cotação e contratação de todos os projetistas complementares necessários
ao desenvolvimento de projeto legal; - Contratação dos fornecedores necessários (agência de publicidade, de
eventos, de mídias sociais etc.);
- Desenvolvimento de cronograma de lançamento, convocação e
coordenação de reuniões de compatibilização de projetos; - Desenvolvimento do Branding (conceito de marca) e conceito de campanha
do empreendimento, junto à agência de publicidade contratada;
- Acompanhamento e liberação de pagamentos de projetos complementares
de acordo com etapas de projetos em contatos. - Desenvolvimento de ações de vendas junto ao Gerente de Vendas e agências
contratadas.
- Responsável pelo processo de Registro da Incorporação em cartório, com a - Dar suporte técnico ao desenvolvimento de produto e projetos executivos
entrega do Memorial de Incorporação e demais documentação necessária. e participar ativamente das reuniões de compatibilização relevantes às
tomadas de decisão do negócio;
84 85
- Acompanhar e produzir relatórios de andamento das obras quanto ao
atendimento às margens e orçamentos de obra;
ORGANOGRAMA MATRICIAL
86 87
É comum que pequenos incorporadores iniciem suas empresas
com restrito conhecimento do negócio e sem uma estrutura de empresa
orientada para resultados, eficiência e rentabilidade, como a encontrada nas
grandes empresas do setor.
O Fluxo da Incorporação, a seguir, foi desenvolvido para atender às
necessidades mínimas de organização de processos dentro de uma empresa
ainda em fase inicial de implantação. Vale lembrar que as atividades seguem o
mesmo conceito das apresentadas anteriormente, no Fluxo da Incorporação
de grandes empresas no capítulo 5, e na estrutura organizacional no Capítulo
6, porém com uma abordagem mais simples.
Como sabemos, no início de uma incorporadora a quantidade
de funcionários é limitada e, por isso, muitas funções e atividades são
desenvolvidas pela mesma pessoa. Este Fluxo da Incorporação sugerido
a seguir prevê exatamente isso, que alguns agentes serão responsáveis
pela execução de grande parte do processo e as demais funções serão
terceirizadas. Essa é uma sugestão de organização mínima, a fim de gerar
eficiência e rentabilidade, tão discutidos neste livro no capítulo 5, dentro do
Fluxo da Incorporação.
Para ilustrar as responsabilidades dentro deste novo Fluxo da
Incorporação vamos adotar a legenda de cores conforme abaixo:
CAPÍTULO 7
O FLUXO DA INCORPORAÇÃO
PARA PEQUENOS
INCORPORADORES
88 89
FASE 00: PLANEJAMENTO FASE 01: NOVOS NEGÓCIOS
0 1, 2, 5, 6, 7 e 8
4
3
90 91
FASE 02: INCORPORAÇÃO E PRODUTO FASE 03: LANÇAMENTO (MARKETING E VENDAS)
Conforme fluxograma abaixo, temos algumas atividades numeradas Conforme fluxograma abaixo, temos algumas atividades numeradas
de 08 a 14 desenvolvidas nessa etapa. Abaixo os responsáveis por cada uma: de 15 a 19 desenvolvidas nessa etapa. Abaixo os responsáveis por cada uma:
9 e 13 19
12 e 14
10 e 11 17
18 e 20
15 e 16
92 93
FASE 04: PROJETO EXECUTIVO E OBRA FASE 05: ENTREGA DE OBRA E ATENDIMENTO AO CLIENTE
Conforme fluxograma abaixo, temos algumas atividades numeradas Conforme fluxograma abaixo, temos algumas atividades numeradas
de 20 a 24 desenvolvidas nessa etapa. Abaixo os responsáveis por cada uma: de 25 a 28 desenvolvidas nessa etapa. Abaixo os responsáveis por cada uma:
23 29, 31 e 32
21, 22 e 26 27 e 28
25
30
94 95
FASE 06: PÓS-OBRA
33
96 97
CONCLUSÕES
98 99
A INCORPORAÇÃO NA PRÁTICA - Consultorias e assessorias (encontros online e AO VIVO): os encontros online
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BALARINE, Oscar Fernando Osorio. Contribuições Metodológicas ao Estudo
de Viabilidade Econômico-Financeira das Incorporações Imobiliárias (1999).
PUCRS – Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas. Porto Alegre – RS.
102 103
MAROTE, Silvio. MELLO, Luís. SORESINI, André. SPIELMANN, Rodolfo. Risco de
Bolha ou Motor de crescimento? (2013). BAIN & COMPANY. São Paulo, SP.
REALTY, Cyrela Brazil. Apresentação Institucional Anual (2012). São Paulo – SP.
Disponível em: http://ri.brazilrealty.com.br/port/home/. Acesso em: 20 de
maio de 2014.
REALTY, Cyrela Brazil. Apresentação Institucional Anual (2013). São Paulo – SP.
Disponível em: http://ri.brazilrealty.com.br/port/home/. Acesso em: 20 de
maio de 2014.
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