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-Qualquer fenómeno que aconteça num determinado país e que tenha repercussões noutros
-Exemplos: Grande Depressão nos EUA, Apartheid
-Mundialização
-Generalização da interdependência, em termos económicos; “Aldeia Global”
-Exemplos: Guerra do Golfo reportada em direto
-Globalização
-Mundialização noutras dimensões, para além da economia
-Exemplos: Política, Social, Cultural, económica, religiosa, jurídica
-A Primeira Revolução Industrial – século XVIII - consolidou a crescente projeção económica e política da Europa. Esta revolução teve origem
com a supremacia tecnológica do Reino Unido, que traduziu na utilização das energias provenientes do vapor e do carvão, e a consequente
aplicação em máquinas (que proporcionou profundas alterações ao nível dos processos de produção), a construção de caminhos-de-ferro, barcos
e a utilização do telégrafo. Assim, permitiu, uma diminuição acentuada dos custos de transporte e um aumento significativo dos
lucros dos capitalistas que os reinvestiam na produção, e ainda permitiu a crescente internacionalização da Europa.
-Devido a uma elevada capacidade de produção e ao nível económico, o Reino Unido destacava-se das potências europeias, uma vez que possuía
um enorme império colonial. Durante esse período, acentuou-se a disputa entre as grandes potências europeias pela posse
de territórios asiáticos e africanos. Esta disputa resultou da necessidade dos países europeus, garantirem o escoamento da sua produção industrial
e a obtenção de recursos a baixos preços para manter a produção.
-O sinónimo da intensificação da colonização traduz-se no processo de divisão de trabalho entre as colónias fornecedoras de matérias-primas e o
fornecimento de produtos industriais e de capital por parte de países industrializados, e ainda da instalação de empresas europeias que se
dedicavam às explorações de plantações e/ou de recursos mineiros.
-Além do aumento da produção, a Revolução Industrial, contribuiu para uma melhoria relativamente precária das condições de vida da
população.
-A partir de 1887, ocorre a Segunda Revolução Industrial, que foi caracterizada pela utilização da energia proveniente da eletricidade e do
petróleo, e pelos processos de investigação e desenvolvimento de tecnologias fabris de laboratórios (surgimento da invenção do motor de
explosão, do telefone e dos corantes sintéticos).
-A maior competitividade, o desenvolvimento tecnológico e a procura de maiores lucros
estiveram na origem do processo de redimensionamento e de concentração de empresa. Desse modo as empresas passaram a ter necessidades de
efetuar investimentos mais elevados recorrendo a empréstimos bancários ou investidores/acionistas que fornecessem os capitais necessários, em
troca esperavam, claramente, retornos significativos. As pequenas e médias empresas necessitavam destas condições para originar esse processo
de redimensionamento, pois a sua organização técnica era complexa. Além dessa necessidade de investidores, as
flutuações do mercado e a concorrência crescente exigiam uma produção a baixo custo, as dimensões dos mercados tornam difícil a entrada nos
mercados internacionais, e a possibilidade de investigação e desenvolvimento era nula, então só as grandes empresas se encontravam em
condições de fazer face a essas exigências.
-As empresas de grande dimensão (oligopólios e monopólios) deram uma maior continuidade da competitividade entre empresas de pequena ou
média dimensão. Estas (grandes empresas) investiam em inovação para manter a sua competitividade e a sua capacidade de controlar os
mercados, modificando ligeiramente as relações económicas com o Estado.
-Além de europeia, a Segunda Revolução Industrial, foi também norte-americana, pois registou um forte crescimento económico e havia-se
transformado numa grande potência económica, agrícola e industrial, concorrendo aos mercados internacionais.
-É notável que com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a liderança da Europa a nível mundial foi fortemente abalada. Os Estados Unidos
foram os grandes beneficiários da guerra, pois permitiu-lhes a expansão da sua capacidade produtiva, sendo os fornecedores dos países
beligerantes e fornecedores de equipamento para recuperação económica no período pós-guerra. Transformaram-se, no fim desta guerra, na
primeira grande potência mundial. O crescimento económico dos Estados Unidos só foi travado com a crise económica de 1929 a
1930, desencadeada pela quebra de cotações na Bolsa de Nova Iorque. Após o abrandamento da atividade económica e do agravamento das
condições sociais, a intervenção do Estado, conduzindo uma nova política social e económica, permitiu que a crise fosse ultrapassada.
-A partir da década de 70 do século XX, o processo de deslocalização das empresas intensificasse e assume diferentes estratégias. Ora, a sua
expansão passa a estar dependente da definição de uma estratégia de crescente internacionalização, ou seja, as empresas optaram por operar de
forma integrada, mas:
-Fragmentada/segmentado, ou seja, que controlam diretamente as fases produtivas de maior valor acrescentado, entregando, por exemplo, as
outras fases a empresas subcontratadas.
-Dispersa geograficamente, por produzirem diferentes componentes de diversas origens territoriais, escolhidas em função dos custos e da
produtividade. As empresas transnacionais (ETN), dão vida a uma nova lógica de organização do processo produtivo. É então, segmentado e
disperso pelo mundo, no fundo para localizarem o que lhes possibilite reduzir custos.
-Uma vez que muitas economias em desenvolvimento, principalmente dos países em desenvolvimento, continuam a registar uma fraca
participação no comércio mundial e um rendimento per capita de apenas 4% do rendimento médio das economias desenvolvidas.
-A cláusula da nação mais favorecida pela OMC impedia os países desenvolvidos a concederem incentivos aduaneiros aos países menos
desenvolvidos, pois teriam de os estender aos restantes países. Assim, surge então, a ideia de estabelecer um Sistema de Preferências
Generalizadas, aplicável apenas aos países em desenvolvimento, com o objetivo essencial de reduzir impostos aduaneiros sobre produtos
manufaturados exportados por esses países. Para atingir este patamar a CNUCED negoceia com os países desenvolvidos para que reduzam os
entraves à entrada dos produtos provenientes dos países em desenvolvimento, como por exemplo, as barreias tarifárias e não tarifárias.
-O Sistema de Preferências Generalizadas contribuiu para intensificar o comércio dos países menos desenvolvidos com os países em
desenvolvimento e desenvolvidos, deste modo permitiu então um aumento das receitas das exportações dos países em desenvolvimento e a
promoção da industrialização dos países em desenvolvimento, o que poderá acelerar o ritmo do crescimento dos países em desenvolvimento.
-A MERCOSUL foi criada em 1991 por, inicialmente, a Argentina, o Brasil, o Paraguai e Uruguai e, posteriormente à Venezuela e a Bolívia.
Hoje, constitui uma zona de comércio livre (bens, serviços e fatores produtivos), onde formam eliminados os direitos alfandegários e as
restrições não tarifárias à circulação de mercadorias. Contudo, é uma união aduaneira, pois também se prevê o estabelecimento de uma tarifa
externa comum e a adoção de uma política e comercial comum com relação a terceiros Estados.
-A União Europeia, a antiga Comunidade Económica Europeia criada em 1957 pelo Tratado de Roma, que integra, atualmente 28 Estados-
membros. Os países membros, desde das suas funções que foram eliminando gradualmente os entraves ao livre comércio, de mercadorias,
serviços, capitais e pessoas. Assim, a UE transformou-se num mercado comum, onde se circula livremente. No entanto, além de ser um mercado
comum e uma união aduaneira, é uma união económica com políticas económicas comuns e uma moeda comum.
-O comércio entre os países membros, destas organizações intensifica-se, uma vez que os produtos circulam livremente sem pagar impostos
alfandegários.
-Os blocos regionais UE, Organização Mundial do Comércio, MERCOSUL, NAFTA e a ASEAN, contribuem para a redução progressiva dos
direitos aduaneiros, o que facilita a circulação de produtos a nível mundial. Contudo, esta libertação de trocas, tem acelerado gradualmente o
comércio internacional.
-Conclui-se então, que a mundialização da economia se caracteriza como o desenvolvimento de trocas entre diferentes partes do globo, ou seja,
constata-se basicamente pela transferência e deslocação (circulação) de matérias-primas, produtos semiacabados e acabados, serviços,
pessoas e capitais, onde o mundo tem fronteiras mais abertas e está interdependente, uma vez que as trocas são a nível global. É um processo
tendencialmente crescente, mas, contudo, apresentando desigualdades nas diferentes regiões do mundo. Deste modo, o processo de
mundialização foi decisivo conformar um mundo contemporâneo, englobando várias dimensões:
-A abertura das economias nacionais às transações internacionais de bens e serviços
-A mobilidade internacional dos fatores de produção, ou seja, movimentos internacionais de pessoas e de capitais, em especial os
investimentos diretos no estrangeiro realizados por empresas multinacionais.
-O processo de interpenetração crescente das economias internacionais, com a deslocalização das atividades económicas e a redução
progressiva do papel das fronteiras
-A integração económica dos mercados, tornando-se as empresas multinacionais atores globais cujas decisões já não se limitam aos Estados
nacionais e ditam a sua lei aos responsáveis e políticos.