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2ª fase
(1930 – 1945)
Poesia
Contexto Histórico .
O período que abrange toda a década de 30 e a primeira
metade dos anos 40 do século XX caracteriza-se por
mudanças profundas no cenário nacional, decorrentes de
transformações políticas internas e de fatores externos. Entre
eles, são importantes: a queda da bolsa de Nova Iorque
(1929), que fez cair assustadoramente o preço do café, nosso
principal produto de exportação, levando fazendeiros à
bancarrota –
era a ruína econômica de uma boa parte da elite; a ascensão
de Getúlio Vargas; a Revolução Constitucionalista de 1932; a
aprovação da Lei de Segurança Nacional, que garantia ao
governo a repressão de quaisquer atividades consideradas
subversivas; a implantação do Estado Novo; a censura aos
meios de comunicação imposta pelo DIP; o início da Segunda
Guerra Mundial. Devemos lembrar ainda do Fascismo de
Benito Mussolini na Itália (1922/1943) e a invasão de Hitler à
Polônia, dando início à II Guerra Mundial.
Maturidade e alargamento
Influências simbolistas;
Vinícius de Moraes
UFRJ 2008 - Texto V
Como se comportar no cinema
(A arte de namorar)
Cecília Meireles
Texto XI
Romance XXIV ou da Bandeira da Inconfidência
(...)
Atrás de portas fechadas,
à luz de velas acesas,
brilham fardas e casacas,
junto com batinas pretas.
E há finas mãos pensativas,
entre galões, sedas, rendas,
e há grossas mãos vigorosas,
de unhas fortes, duras veias,
e há mãos de púlpito e altares,
de Evangelhos, cruzes, bênçãos.
(...)
Atrás de portas fechadas,
à luz de velas acesas,
uns sugerem, uns recusam,
uns ouvem, uns aconselham.
Se a derrama for lançada,
há levante, com certeza.
(...)
Coisas da Maçonaria,
do Paganismo ou da Igreja?
A Santíssima Trindade?
Um gênio a quebrar algemas?
Atrás de portas fechadas,
à luz de velas acesas,
entre sigilo e espionagem,
acontece a Inconfidência.
(...)
LIBERDADE, AINDA QUE TARDE,
ouve-se em redor da mesa.
E a bandeira já está viva,
e sobe, na noite imensa.
E os seus tristes inventores
já são réus — pois se atreveram
a falar em Liberdade
(que ninguém sabe o que seja).
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse....
Mas você não morre,
(Via @RGuilardi)
Texto XV
Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
Stop.
A vida parou
Ou foi o automóvel?
Texto XVIII
Hipótese
E se Deus é canhoto
e criou com a mão esquerda?
Isso explica, talvez, as coisas deste mundo.
Texto XIX
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da
janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens
presentes, a vida presente.
Texto XX
Lembranças do mundo antigo
Clara passeava no jardim com as crianças.
O céu era verde sobre o gramado,
a água era dourada sob as pontes,
outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados,
o guarda-civil sorria, passavam bicicletas,
a menina pisou a relva para pegar um pássaro,
o mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era tranquilo em redor de Clara.