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Elefante}
Ciente da proximidade dos guardas e zeloso por seu anonimato, Taurus se esgueira
pelos arbustos do jardim externo com facilidade e silêncio absoluto. O cimério, no entanto,
não tem muita prática em tais assuntos e atrai a atenção de uma das sentinelas.
Mas o que lhe falta em sutileza lhe sobra em agilidade e selvageria. Brutalmente,
Conan salta sobre o guarda, agarrando sua cabeça e, com um solavanco, força-o ao chão. Um
baque surdo ecoa pela noite e o infortunado morre sem nem mesmo saber o que o atingiu.
Taurus olha para Conan enquanto este se ergue novamente e com um sorriso de
canto de boca, grunhe para o companheiro:
"É melhor fazer menos barulho da próxima vez, bárbaro" apontando para os outros
guardas se aproximando.
"Venha por aqui" e segue numa direção específica que apenas seus olhos argutos
conseguem discernir na escuridão da noite.
Enquanto Conan imagina a luta feroz que virá adiante, Taurus se adianta e retira da
bolsa um pó negro e brilhante, soprando-o após uma forte inspiração. Por sorte, o
estratagema de Taurus surte efeito total nas feras que caem mortas ao respirar aquela
nuvem mortífera. Conan observa de olhos arregalados a tudo aquilo, exclamando baixinho:
“Crom!”
“Terá que me seguir parede acima, forasteiro. Pode voltar, se quiser, não há
vergonha nisso.”
Crom não se abala, seguindo com as mãos nuas, encaixando os dedos grossos e
firmes em reentrâncias mínimas e pontos de apoio ineficazes para pessoas destreinadas.
Taurus tem seus truques, mas desconhece a fama dos cimérios, que aprendem a escalar
antes mesmo de engatinhar.
E assim, ambos sobem as paredes lisas e consideradas intransponíveis pelos
habitantes da criminosa Zamora, que repousa abaixo, iluminada parcamente por algumas
lamparinas e as estrelas reluzentes.
Algo em seu instinto de sobrevivente lhe alarma, uma intuição primitiva que já lhe
salvara algumas vezes. Ele consegue mover os olhos para o alto a tempo de ver aquela
sinistra criatura descendo do teto oculto. Uma massa amorfa e bizarra, gorda com muitas
pernas mexendo em sincronia e conduzindo através de uma rede esbranquiçada e resistente
seu par de mandíbulas afiadas.
“O pouco caso que faz da furtividade ainda vai nos causar prejuízos, cimério. No
interior desta torre há coisas que o aço não pode cortar”
Conan limpa a lâmina na bota, um visco negro ainda gotejando e responde apenas
com um olhar feroz, capaz de gelar o mais corajoso dos homens civilizados, guardando a
espada na bainha.