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Freud postulou uma série de coisas numa linguagem que parecia poética e que
facilitou o trabalho dos seus detratores. Então, ele falava, por exemplo, em
resto diurno. O resto diurno freudiano é aquilo que resta da vigília no sonho, ou
seja, aquilo que reverbera no sonho, cuja origem está na experiência da vigília.
Então, por exemplo, pessoas que passaram por abuso na infância, podem ter
uma metilação da região promotora que permite a transcrição do gene que
codifica para o receptor grupo corticoide.
Significa que vai haver uma redução da expressão desse receptor que está
envolvido na resposta ao estresse. Então, essas pessoas se tornam
hiperestressaveis.
Ou seja, aquela pessoa que passou por um trauma, ela vai passar o resto da
vida mais sensível ao estresse e, portanto, voltando novamente a se
traumatizar multiplamente, ou seja, é totalmente biológico, isso que acontece
em função da experiência, quer dizer, a experiência gera modificação
comportamental de longo prazo.
Freud também postulou que o que faz o sonho é o desejo, a frase que ele usou
é que o desejo é o motor do sonho.
Hoje está bem demonstrado que pessoas que são desprovidas do sistema
dopaminérgico, ou seja, do sistema que permite desejar coisas boas e evitar
coisas negativas, quando as pessoas não têm esse sistema, elas não sonham,
então de fato deseja o motor do sonho.