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PROGRAMAS
DE PROMOCAO
DA OUALIDADE
DE VIDA NO
TRABALHO II
ERGONOMIA E
@UALIDADE DE VIDA

EXCELÊNCIA EM EDUCACAO A DISTANCIA


PROGRAMAS DE PROMOCAO DA
OUALIDADE DE VIDA NO
TRABALHO II

Caro(a) Aluno(a),

Continuaremos abordando, nesta unidade, os programas de


promocao da gualidade de vida nas empresas, dando maior ênfase as
atividades relacionadas a prevencaêo dos Disturbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho, estresse e 4 promocêo da gualidade de vida
no trabalho através da integracêo do grupo de trabalho, da promocëo
do bem-estare da valorizacêo dos colaboradores.
Bom estudo!

Como estudamos em unidades anteriores, a Oualidade de Vida


no Trabalho estê relacionada ao bem-estarfisico e mental dos trabalha-
dores etambém a sua saude, para gue possam desempenhar suas ativi-
dades ocupacionais com o menor risco possivel de acidentes e adoeci-
mentos. Assim, temos uma sêrie de aspectos fisicos e ambientais gue
devem ser analisados para gue se promova a gualidade de vida para as
pessoas.
No meio ocupacional, a Oualidade de Vida no Trabalho procura
lidar com duas linhas de acêo gue, num primeiro momento, parecem
ser conflitantes e divergentes: a busca continua dos trabalhadores pelo
bem-estar e satisfacêo no trabalho, e o interesse das empresas guanto
aos efeitos da melhoria da gualidade de vida dos seus funcionêrios na

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produtividade do grupo e na gualidade do produto.
Para gue seja bem-sucedido, um programa de promocëo de
gualidade de vida no ambiente de trabalho deve conciliar essas duas
linhas, de forma gue ambas tenham sucesso e caminhem juntas, em um
processo de retroalimentacêo continua, no gual a melhoria de um dos
fatores gerarê o objetivo conguistado do outro e vice-versa.

Praticade Exercicios

Atualmente observamos gue o foco das pessoas, ao buscar a


melhoria da gualidade de vida, estê nas atividades relacionadas aos
cuidados fisicos. Caminhadas, corridas, academias, aulas de gindstica
Sêo alguns exemplos do gue comumente encontramos em nosso coti-
dianoe, no contexto ocupacional, nêo é diferente.
A pratica regular de atividades fisicas com objetivos bem defi-
nidos é uma forma comprovada de promover condicêes adeguadas de
saudefisicae mental ao individuo.
Em uma situacêo normal de trabalho ou de agualguer outra
atividade rotineira, os movimentos due nosso corpo realiza sêo feitos
de maneira espontênea, muitas vezes automatizada, sem desconforto
ou sofrimento evidente.
Entretanto, essas situacêes podem gerar adaptacêes negativas
em seu funcionamento normal, podendo, em longo prazo, levar a limi-
tacêes. É o gue ocorre guando se tem uma situac&o de sedentarismo,
na gual hê modificacêes na atividade muscular através da observacêo
da fadiga precoce, encurtamentos e diminuic&o da forca e flexibilidade
(DELIBERATO, 2002).
Assim, muitas empresas optam pela implantac&o de progra-
mas de atividades fisicas no local de trabalho para estimular os traba-

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Ihadores a uma prêtica rotineira de vida mais ativa, visando reduzir o
absenteismo ocasionado pelo adoecimento do trabalhador, bem como
OS custos envolvidos com assistência médica e tratamento desses tra-
balhadores até sua plena recuperacao.

Muitos programas de bem-estar sêo baratos, como a


orientacë&o sobre a guantidade de calorias do cardêpio diërio do
ed
refeitêrio e a guantidade exigida pelo organismo humano. É tam-
bém o caso do fornecimento de informacêes sobre clinicas de reducëêo
de peso, exercicios fisicos e dietas alimentares. Outros programas, por
Sua vez, $&o mais caros, como salas de ginêstica e academias de muscu-
lac&o in company.
Hê vêrios exemplos de empresas gue possuem, em seu espaco
fisico, instrutores de exercicios fisicos, orientacao sobre o tabagismo,
sobre abuso de substências guimicas, controle de peso e alimentacêo.
Algumas possuem tambéêm instalacêes de ginastica, grupos de corrida
ede incentivo a pratica de atividades desportivas coletivas. Essas orga-
nizac6es extrapolam e ultrapassam o simples local de trabalho e pas-
sam a oferecer algo a mais para os seus funcionêrios. A funcêo social de
uma empresa reside nisso: colaborar para o desenvolvimento das pes-
soase da comunidade de maneira responsêvel, pois de nada adianta ser
uma ilha de prosperidade no meio de um oceano de pobreza.

A maioria das empresas optam pela jê clêssica e ainda eficaz


Ginaêstica Laboral. Outras, porêm, tentam apresentar programas dife-
rentes e buscam inovar com a oferta de programas de condicionamen-
to fisico a seus funcionêrios dentro da empresa ou em convênios com

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academiase profissionais.

Ginastica Laboral

A Ginastica Laboral nêo é uma atividade recente, teve origem


no Japao e tem registros de realizac&o também em paises como Polê-
nia, Russia e Holanda, chegando ao Brasil entre os anos 1960 e 1970
(FIGUEIREDO e MONT'ALVAO, 2008).
Segundo Bau (2002), a Ginêstica Laboral é caracterizada por
uma seguëncia de exercicios gue têm objetivo de reeguilibrar as capaci-
dades e funcêes fisicas do trabalhador no desenvolvimento do seu
trabalho, diminuindo a possibilidade de comprometimento de sua
integridade fisica. Figueiredo e Mont'alvêo (2008), dlassificam a Ginasti-
ca Laboral de acordo com o objetivo a ser alcancado e a demanda de
trabalho na gual otrabalhador estê exposto:
e Ginastica Laboral de Aguecimento ou Preparatêria: normalmente
realizada antes do inicio da atividade de trabalho, tem como objeti-
vo principal preparar o sujeito para o inicio do trabalho, aguecendo
OS grupos musculares gue mais serêo solicitados no exercicio de
suastarefas de trabalho;
e Ginêstica Laboral Compensatêria: impede gue se estabelecam vici-
os posturais decorrentes de maus habitos realizados na atividade de
trabalho. É praticada durante o expediente, podendo atuar no forta-
lecimento dos musculos do trabalhador, alêm de interromper a
monotonia operacionale, acima de tudo, possibilitar exercicios espe-
cificos de compensac&o dos movimentos repetitivos e das estrutu-
ras sobrecarregadas ao longo da jornada de trabalho;
e Ginastica Laboral de Relaxamento: normalmente realizada mais ao
final da jornada de trabalho, tendo como objetivo proporcionar o

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relaxamento muscular e mental dotrabalhador.
Importante ressaltar gue o trabalhador nêo pode ser obrigado
a participar das atividades promovidas pela empresa, porém, cabe a ela
orientar seus funcionarios, esdlarecendo os beneficios da pratica e até
mesmo incentivando a participacêo de outra forma.
Na rotina diêria do mundo ocupacional, observamos com fre-
aguëncia algumas gueixas de trabalhadores gue apresentam algum tipo
de desconforto em partes do corpo, resultante da atividade muscular
estêtica durante a manutenc&o de posturas ou, até mesmo, pela exi-
gência de movimentos repetitivos decorrentes dos processos de traba-
Iho. Vimos anteriormente gue as empresas apresentam programas de
pausas, ao longo da jornada de trabalho, porém, muitas vezes, sem o
foco na prevencêo das DORTS, pois sêo utilizadas para o trabalhador
lanchar, tomar café, ir ao banheiro e atividades similares. A Ginêstica
Laboral é tida como um enriguecimento da pausa livre, na gual o traba-
Ihador realiza um conjunto de atividades fisicas preventivas, direciona-
das para recuperac&o tissular e, consedguentemente, recuperac&o da
fadiga muscular. (BARBOSA, 2009).

Para Figueiredo e Mont'alvao (2008), a Ginêstica Laboral reduz


o numero de acidentes de trabalho e previne as doencas relacionadas a
traumas cumulativos do sistema musculoesaguelêtico, prevenindo a
fadiga muscular e aumentando a disposicëo do funcionêrio ao iniciar o
trabalho ou retornar a ele. Assim, têm-se como objetivos da Ginastica
Laboral:

e Reducêodafadigamuscular;
Promocêo da consciëncia corporal, da sade e do bem-estar;
Promocêo da integracêo entre os funcionaêrios;
e Reducêodonumerode acidentesde trabalho;
Aumento da motivacêo e da disposicêo para otrabalho;

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e- Prevenc&o das doencas ocupacionais.
Fsses objetivos também sêo tratados por Bat (2002), gue
acrescenta gue a Ginastica Laboral visa agregar hêbitos para uma vida
mais saudavel ao trabalhador, amenizando as dificuldades na realizacêo
do seu trabalho rotineiro através do incremento de uma condicêo fisica,
psiguica e social.
Assim como gualguer atividade desenvolvida no contexto
ocupacional, a avaliac&o do Programa de Ginêstica Laboral se faz
necessêria para gue a empresa possua um registro das atividades gue
estêo sendo realizadas junto a seus trabalhadores e, tambêém, para ava-
liar o investimento gue se estê executando na satide ocupacional dos
seus empregados. Esta avaliac&o se dé tanto de forma guantitativa,
através de indices de participac&o de funcionêrios as aulas e pela guan-
tidade de aulas realizadas, guanto gualitativa, através da satisfacêo dos
funcionaêrios em relacêo ao Programa de Ginastica Laboral e a percep-
Cêo dos efeitos destes exercicios em sua satde.

Condicionamento Fisico

Outra forma de se trabalhar a atividade fisica em prol de uma


melhoria da gualidade de vida sêo os programas de condicionamento
fisico patrocinados pelas empresas aos seus colaboradores.
A forma mais fêcil de uma empresa proporcionar atividades
fisicas diferenciadas aos seus colaboradores (e até mesmo aos seus
respectivos familiares) estê na selecëo de uma academia localizada nas
proximidades da empresa para gue os funcionêrios possam praticar
atividades fisicas das mais variadas (musculacëo, ginastica, lutas, dan-
Gas, natacao, dentre outras), de forma gue o trabalhador ou seu familiar
possa selecionar aguelas gue mais se adaptem ao seu perfil, possibili-

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dade de horêrio e objetivos. Nesta modalidade a empresa pode subsi-
diar parte ou totalidade das atividades realizadas por seus funcionarios,
sem a necessidade de grandes investimentos na estrutura fisica da
empresa, o gue seria um fator complicador para empresas de menor
porte.

Entretanto, hê empresas ague possuem uma estrutura um


pouco mais desenvolvida e permitem-se organizar de forma a oferecer,
dentro do seu préprio espaco fisico, atividades de musculacêo, ginasti-
ca ou outros desportos coletivos e individuais. Nesta metodologia, o
acesso do colaborador é facilitado, podendo também a empresa ter um
controle mais efetivo e imediato da adesêo de seus funcionêrios ao
respectivo programa de gualidade de vida.
Atualmente, algumas empresas, aproveitando-se do crescente
interesse da populac&o em geral, estêo investindo em grupos de corri-
da. Apesar de reguerer um investimento inicial muito menor (pois nao
necessita de uma aparelhagem especifica, nem uma estrutura fisica
definida, pois pode ser realizada em gualguer espaco aberto com uma
pista plana), esta atividade, assim como gualguer outra das citadas
neste item, deve receber uma atenc&o importante guanto a avaliacêo
clinica e fisica do trabalhador para a pratica da atividade fisica, princi-
palmente dagueles com histêrico de doencas crénicas (hipertensêo,
diabetes, problemas respiratêrios, obesidade, etc), associadas ao
sedentarismo.

Técnicas de Relaxamento

Para aguelas atividades de trabalho associadas ao atendimento


direto ou indireto ao publico, ou seja, atividades gue demandem de
atividade cognitiva e psicolêgica, sugere-se a implantacêo de progra-

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mas de gualidade de vida através de ativi-
dades de relaxamento.
Algumas empresas possuem
programas especificos de massotera-
pia em um local reservado da empre-
sa, no gual o funcionêrio pode aprove-
itar de 15 a 30 minutos de relaxamento
através de técnicas especificas, como o
shiatsu, a massoterapia ocidental ou
ainda a guick massage. (VERONESI
JUNIOR, 2008)
Outras empresas organizam grupos de
Yoga ou meditacêo para realizarem suas atividades e exercicios de acor-
do com a técnica escolhida. As atividades podem ser todas subsidiadas,
total ou parcialmente, pela empresa ou, ainda, podem ser mantidas
pelos colaboradores com o incentivo das empresas entendendo os
beneficios gue trar&o para a saude do trabalhador e para a produtivida-
de da prépria empresa.
Independentemente do tipo de ac&o due a pessoa realize
visando a melhoria da sua gualidade de vida, esses programas nêo
devem ser vistos como Unica ferramenta de acêo para a resolucêo dos
problemas relacionados a saude e seguranca no trabalho ou para a
promocao da gualidade de vida. A obtencêo de respostas significativas
é atingida de forma eficaz guando esses programas sêo acompanhados
por analises ergonêmicas, antropométricas, posturais e biomecênicas,
ague devem estar sempre em ostensivo monitoramento da eguipe de
Seguranca do Trabalho e de Saude Ocupacional das empresas
(DELIBERATO, 2002).

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O incentivo as atividades fisicas, representadas nesta unidade
pela Ginêstica Laboral e pelas atividades de condicionamento fisico,éa
principalferramenta utilizada pelas empresas para buscara melhoria da
agualidade de vida dos seus trabalhadores. Para as situacêes de trabalho
nas guais hê uma exigência psicolêgica e/ou cognitiva, sêo indicadas
atividades de relaxamento gue busguem o eguilibrio da saude mental
do trabalhador.

ER
Fadiga: esgotamento, cansaco.
Ostensivo: gue ocorre de forma intencional e constante.
Subsidiadas: pagas por alguém; contribuidas; auxiliadas.
Tissular: tecidual; do conjunto de células.

BARBOSA, L. G. Fisioterapia Preventiva nos Disturbios Osteomus-


culares Relacionados ao Trabalho - DORTS: a Fisioterapia do Traba-
Iho aplicada. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
BAU, L.M.S. Fisioterapia do Trabalho: Ergonomia, Legislac&o, Reabili-
tacao. Curitiba: Clêdosilva, 2002.
DELIBERATO, P. C. P. Fisioterapia Preventiva: fundamentos e aplica-
cêes. Barueri: Manole, 2002.

FIGUEIREDO, F; MONT'ALVAO, C. Ginastica Laboral e Ergonomia. 2.


ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2002.

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VERONESI JUNIOR, J. R. Fisioterapia do Trabalho: cuidando da saude
funcional do trabalhador. So Paulo: Andreoli, 2008.

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o, jaldeve
$e vocé prestou atenca
conteudo:
saber tudo sobre esse
Nos vemos
Continue estudando.
na pr6xima Tik L ED

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