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Vitor Cividanis Patueli Corrêa Lima
1. Resumo..................................................................................................................04
2.Justificativa..............................................................................................................04
3. Objetivos
3.1. Geral..............................................................................................................04
3.2. Específicos....................................................................................................04
6. Referencial Teórico................................................................................................05
7. Referências ...........................................................................................................11
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1. Resumo
2. Justificativa
O avanço tecnológico possibilitou a exploração do campo digital, complexificando
ainda mais os conflitos relacionados aos direitos de propriedade intelectual das
produções digitais. Diariamente, são noticiados conflitos envolvendo grandes
plataformas como Youtube, Twitch e suas políticas de Direitos Autorais para criadores
de conteúdo. E apesar da grande evolução computacional e legislativa, ainda existem
lacunas que precisam ser exploradas e solucionadas. Portanto, a escolha do tema
torna-se justificada, haja visto a amplitude da problemática.
3. Objetivos
3.1 Geral
A pesquisa possui o objetivo de proporcionar reflexões sobre os principais conflitos no
campo dos Direitos Autorais na produção de conteúdo audiovisual para a Internet. A
abordagem substancial está pautada na constante questão que, no século XXI, ainda
permanece indefinida: as políticas de Direitos Autorais, referindo-se às grandes
plataformas, para produtores de conteúdo audiovisual quanto a utilização de materiais
de terceiros como instrumento de apoio. Ademais, a pesquisa também visa
demonstrar algumas resoluções, ainda em implementação, para que esses conflitos
possam ser reduzidos e solucionados.
3.2 Específicos
4. Referencial Teórico
O referencial teórico dessa pesquisa baseia-se em autores que abordam temáticas
cruciais para compreender a problemática. Desde os princípios da construção
legislativa dos Direitos Autorais, até as projeções futuras que estão inseridas nesse
campo. Autores como Plínio Martins, Alexandre Tavares, Paloma Mendes, norteiam o
desenvolvimento do texto. Seus respectivos campos de pesquisa se conectam,
apesar de serem metodologicamente diferentes. Retratar as mudanças do campo dos
Direitos Autorais com o advento da Internet, a chamada era informacional, é um fator
amplamente debatido pelos mesmos. Dessa forma, essas questões tornam-se de
suma importância para a concretização desse projeto de pesquisa.
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Que garantia, por 21 anos, a intocabilidade em cópias impressas de livros e matérias
produzidos.
No Brasil, foi somente em 1993, que a lei de direito autoral foi regularizada (Lei 5 988).
Sendo a versão, atualmente vigente, empregada em 1998. Garantindo direitos
autorais também na Internet, inclusive, para softwares -programas de computador-.
Atualizando a legislação anterior, a Lei 9 610 discorre em seu Art. 1º ‘’Esta Lei regula
os direitos autorais, entendendo-se sob esta denominação os direitos de autor e os
que lhes são conexos.’’ Regulamentando também, no Art. 5º, a definição de tópicos
essenciais para a construção desse projeto legislativo. Nesse aspecto, foram
abordados: ‘’transmissão ou emissão, retransmissão, distribuição, comunicação ao
público, reprodução, contrafação, obra (em co-autoria, anônima, pseudônima, inédita,
póstuma, originária, derivada, coletiva, audiovisual), fonograma, editor, produtor,
radiodifusão, artistas intérpretes ou executantes’’.
Com o advento da Internet, demasiadamente a partir dos anos 2000, novos caminhos
e mercados passaram a ser explorados. Dessa forma, acarretando desconhecidos
desafios. O principal deles, encontrar uma forma precisa de identificação de cópias e
reproduções não autorizadas, e como solucioná-las legalmente. A amplitude do meio
digital, vasta quantidade de sites e informações, provoca a intensificação dos conflitos.
Na maioria dos casos, a legislação ainda é inconsistente, dificultando o controle das
reproduções de materiais de terceiros. Toda essa problemática, seria resolvida caso
existisse um intermédio entre autor e editor/ consumidor. Para que isso aconteça, a
elaboração de um canal sólido para requerimento de autorizações, é um rumo
pautável.
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Problematizando a temática, Tavares e Mendes trazem outro tipo de debate. As leis
de Direitos Autorais na produção de conteúdo para a Internet. Aqui, eles abordam
tópicos como o recente desenvolvimento da cibercultura, e como a legislação age
sobre tal meio. Demonstrando todos os conflitos existentes entre o direito de
propriedade intelectual e os criadores de conteúdo. Nesse interim, os autores citam
episódios importantes para embasar o estudo:
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Para quem produz material para a Internet, o conceito de strike está bem definido. No
entanto, para a população geral, ainda restam dúvidas de sua definição e implicação
quanto aos Direitos Autorais. O strike é um aviso de direito autoral, utilizado pela
plataforma, como um caminho de penalizar o produtor que utiliza material de terceiros
sem possuir os direitos de reprodução. Nestes sites, e primordialmente no Youtube,
com o acúmulo destes avisos, caso haja interesse do detentor daqueles direitos, a
exclusão do canal/ conta é pautada. Dessa forma, demonstrando a falta de
sensibilidade por parte das políticas de comunidade da plataforma. A ausência de
ferramentas que possibilitem o requerimento de autorização, sejam eles pagos ou
não, é um fator determinante para a amplificação dos conflitos.
Existem alguns exemplos concretos que podem ser usados como material de apoio
para embasar este tópico. Um dos mais impactantes e recentes embates sobre
direitos autorais no Youtube, é o caso do youtuber Douglas Mesquita ‘’Rato
Borrachudo’’. O criador de conteúdo, que possui mais de 3.5 milhões de inscritos e
trabalha há mais de 10 anos na plataforma, revelou que o canal poderia ser excluído
por motivos de strike. Segundo uma matéria realizada pela SBT, em 2020, ele explica
que as acusações foram direcionadas à utilização de um vídeo de poucos segundos,
inclusive, de outro youtuber, em uma produção própria. Entretanto, o mesmo alega
que o dono dos direitos autorais utilizou dessa ferramenta para aplicar não só 1, mas
4 strikes, concluindo em um possível banimento do canal. Dessa forma, Douglas foi
se manifestar nas Redes Sociais e pedir ajuda e mobilização do seu público.
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Por consequência desses conflitos vigentes, novos projetos ou tentativas para
mudança desse cenário estão sendo pautados. Destaca-se, nesse sentido, o Artigo
13, aprovado em 2019 pelo parlamento Europeu. A definição mais concreta, está
pautada em um conjunto de medidas visando fornecer maior controle sobre as leis de
direitos autorais para a criação de conteúdo na Internet. O objetivo do mesmo, não é
criar legislações inéditas, e sim aperfeiçoar as já existentes, como forma de garantir
sua perpetuação. A princípio, este artigo tem como objetivo garantir as propriedades
intelectuais. Entretanto, na íntegra, o texto oficial provocou um choque nos
consumidores médios, produtores de conteúdo e plataformas de vídeo e streaming.
Segundo a pesquisa realizada em 2019 pelo G1, ‘’Usuários e empresas de tecnologia
afirmam que a medida vai tolher a liberdade na rede‘’.
O principal argumento defendido, é que o novo ‘’filtro de upload’’ corta qualquer tipo
de manifestação, mesmo as que não possuem intuito de ganhos, monetização. O
quesito mais problemático, é que estas medidas ‘’jogam a responsabilidade sobre
violações de direitos autorais para as plataformas, como o Youtube’’. Dessa forma,
cada site de vídeos estaria responsável por filtrar os conteúdos postados, para assim
garantir que as violações de direitos autorais sejam inexistentes. Ação que, já é
implantada por estas plataformas e que já havia demonstrado falhas, por suas
respectivas condutas e políticas de comunidade caóticas.
Ainda que o Artigo 13 seja conflituoso e aceito parcialmente, ele representa uma
tentativa de renovação da legislação atual. É de suma importância reconhecer o valor
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simbólico dessas medidas. São problemáticas inéditas, e para garantir leis justas no
futuro, é necessário encontrar ferramentas também inéditas. A legislação de direitos
autorais para produtores de conteúdo na Internet só terá permanência, quando os
órgãos públicos e as plataformas encontrarem um equilíbrio. Dessa forma, conclui-se
que, independente da repercussão momentânea, são válidas quaisquer medidas que
apresentem, como pauta, a manutenção das leis vigentes pensando a partir da
perspectiva digital. Só assim, pode-se garantir um futuro sólido e justo frente aos
conflitos de direitos autorais na criação de conteúdo audiovisual para a Internet.
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REFERÊNCIAS
MARTINS, P. Direitos autorais na Internet. Revista: Ciência da Informação, Brasília,
v. 27, n. 2, p. 183-188. 1998.
TAVARES, A.; MENDES, P. Direitos Autorais, liberdade de expressão e cultura
de participação na Internet. Revista: Direitos Culturais, Santo Ângelo, v.12, n.27, p.
33-46. 2017
KLANG, H. Cultura digital e Direitos Autorais: O Estado como mediador do
conflito. Revista: Políticas Culturais em Revista, Salvador, p. 21-37. 2012
GANDELMAN, H. De Gutenberg à Internet: direitos autorais na era digital. Rio de
Janeiro: Record, 1997.
Youtuber famoso alega injustiça e se emociona ao falar sobre possibilidade de
perder canal. SBT, São Paulo: 24 setembro 2020. Disponível
em:<https://www.sbt.com.br/variedades/sbt-games/fiquepordentro/149992-youtuber-
famoso-alega-injustica-e-se-emociona-ao-falar-sobre-possibilidade-de-perder-
canal>. Acesso em: 01 dezembro 2020.
Artigo 13 e diretriz de direitos autorais na internet aprovados na Europa: o que
isso significa?. G1 Globo, Rio de Janeiro: 27 março 2019. Disponível em:
<https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2019/03/27/artigo-13-e-diretriz-de-
direitos-autorais-na-internet-aprovados-na-europa-o-que-isso-significa.ghtml>.
Acesso em: 01 dezembro 2020.
União Europeia. Art. 13. Copyright in the Digital Single Market: Parlamento
Europeu, 2019. Disponível em:<https://www.europarl.europa.eu/doceo/document/TA-
8-2019-0231_EN.pdf?redirect>. Acesso em: 01 dezembro 2020.
República Federativa do Brasil. Lei nº 9.610. Presidência da República, Casa Civil -
Subchefia para Assuntos Jurídicos, 1998. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm#:~:text=Art.,tratados%20em%20
vigor%20no%20Brasil.>. Acesso em: 01 dezembro 2020.
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