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A PRECARIZAÇÃO SALARIAL NO BRASIL EM TEMPOS DE PANDEMIA

Ana Clara Monteiro Cordeiro1

Resumo: O objeto de estudo deste trabalho é a Precarização Salarial no Brasil em Tempos de


Pandemia. Seu objetivo geral é analisar os impactos da pandemia do Novo Covid-19 sobretudo na
esfera salarial dos brasileiros. Para isso foram elaborados os seguintes objetivos específico:
a)Observar as alterações remuneratórias no Brasil em tempos de pandemia; b) Comparar os dados
sobre precarização salarial. O referido estudo procura obter resposta para o seguinte problema
epistemológico da pesquisa: A Pandemia do Novo Sars Covid-19 fomentou a precarização
salarial no Brasil? Trata-se de uma pesquisa cujos objetivos científicos são exploratório-
descritivos que utilizam a abordagem qualiquantitativa, de ambientação bibliográfica, com ensaio
científico caracterizado por ser do tipo não experimental. A abrangência geográfica da pesquisa é
nacional, Utilizamos como estratégia de coleta de dados do Instituto Brasileiro de Geograia e
Estatística (IBGE) durante o meses de Maio a Setembro de 2020, além disso nos pautamos na
análise documental e no levantamento bibliográfico.
Palavras-Chave: Terceirização; Precarização salarial, Pandemia do Novo Sars Covid-19.

Abstract: The object of study of this work is the Wage Precarization in Brazil in Times of
Pandemic. Its general objective is to analyze the impacts of the Novo Covid-19 pandemic,
especially in the Brazilian wage sphere. For this purpose, the following specific objectives were
elaborated: a) To observe the changes in remuneration in Brazil in times of pandemic; c) Compare
data on wage insecurity. This study seeks to obtain an answer to the following epistemological
research problem: Did the New Sars Covid-19 Pandemic promote wage precariousness in Brazil?
It is a research whose scientific objectives are exploratory-descriptive using a qualitative and
quantitative approach, with a bibliographic setting, with a scientific essay characterized by being
of the non-experimental type. The geographic scope of the research is national. We use it as a data
collection strategy using data from the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE)
during the months of May to September 2020, document analysis and bibliographic survey.
Key words: Outsourcing; Wage precariousness, New Sars Covid-19 pandemic.

1
Acadêmica do sétimo semestre no curso Bacharelado em Direito pela Universidade de Brasília (UNB)
INTRODUÇÃO

No fim do ano de 2019, especificamente, no dia 31 de dezembro de 2019, o governo


chines divulgou as primeiras informações sobre uma nova modalidade de vírus, qual seja, o novo
Sars Covid-19. Na ocasião, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu um comunicado
sobre uma série de casos de pneumonia de origem desconhecida em Wuhan, cidade chinesa com
11 milhões de habitantes. O Ministério da Saúde do Brasil apontou em 26 de fevereiro o primeiro
caso de coronavírus no Brasil. Centenas de pacientes com suspeita da doença estavam sob
observação no país. Já em 17 de Março, o ministério confirmou a primeira morte pelo vírus no
país.

Em 2020, apesar de mais uma vez o governo começar o ano fazendo projeções otimistas
para o crescimento do PIB e da economia de modo geral, nada disso se concretizou. A pandemia
chegou ao Brasil e encontrou uma economia já enfraquecida devido à baixa taxa de investimento,
da precarização do mercado de trabalho e do crescimento das desigualdades sociais, em razão das
políticas neoliberais implementadas e aprofundadas no atual governo.

A este cenário, soma-se a forma desastrosa com que o presidente da República vem
tratando a crise sanitária, a falta de coordenação por parte do governo federal e a insuficiência das
políticas públicas para proteger a vida, preservar os empregos e a renda e apoiar as empresas,
diante da calamidade decorrente da pandemia.

Segundo dados da PNAD Covid-19 levantados pelo IBGE, durante o período de pandemia,
no mês de maio já havia cerca de 10,1 milhões de desocupados, correspondendo a uma taxa de
desocupação de 10,7%. Quanto a Taxa de Subutilização, esta indicou que cerca de 18,3 milhões
de pessoas ocupadas estariam trabalhando abaixo de sua jornada habitual e, consequentemene,
aferindo salário médido inferior ao habitual. Já no período referente ao mês de setembro, a taxa de
desocupados já ultrapassara os 15,3 milhões de pessoas, quanto a taxa de subutilização, esta ficou
em torno de 27,7% da população ocupada, significando que cerca de 19,7 milhões de pessoas
ocupadas tiveram rendimento efetivamente recebido do trabalho menor que o normalmente
recebido.

Nesse contexto, destacam-se as informações relacionadas a precarização salarial dos


trabalhadores brasileiros. No tocante ao rendimento efetivo dos trabalhadores, observou-se uma
baixa significativa, visto que a média de rendimentos habitual antes da pandemia estava em torno
de R$ 2.320,00 (dois mil, trezentos e vinte reais) e os dados da pesquisam descrevem que esta
média no mês de maio correspondeu ao valor de R$1.899 (um mil, oitocentos e noventa e nove
reais) e no mês de setembro chegou a R$ 2.168, segundo os ultimos dados publicados pelo IBGE.
Ressalta-se ainda que não foram divulgados dados correspodentes aos meses de
outubro/novembro deste ano.

Com os dados acima mencionados, resta claro que os trabalhadores brasileiros, em função
da redução de suas jornadas de trabalho, ou por terem perdido oportunidades de trabalho, tiveram
uma redução relevante de seus rendimentos mensais que alcançaram a taxa até 18%, podendo ser
bem maior nos casos dos trabalhadores autonomos. Ressaltamos que a possibilidade de ficar em
casa em tempos tão difíceis quantos estes de pandemia é um privilégio de uma minoria, sobretudo,
da classe média e daqueles considerados ricos.

Com este trabalho, nos propomos a debater sobre a impacto da pandemia do Novo
Cornovírus sobre os trabalhadores brasileiros, principalmente no que se refere a precarização
salarial, assunto este que afeta diretamente a vida de grande parte dos trabalhadores, analisando do
os dados comparativos de valores referentes à remuneração que demonstram a precarização
salarial concretamente.

1. DADOS DA PESQUISA PNAD COVID – 19 REALIZADA PELO IBGE NOS


MESES DE MAIO À SETEMBRO DE 2020

A coleta da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD COVID19 teve início
em 4 de maio de 2020, em virtude da pandemia do Novo Sars Covid-19 que se espalhou pelo país.
Esta coleta de dados se deu por meio de entrevistas realizadas por telefone em, aproximadamente,
48 mil domicílios por semana, totalizando cerca de 193 mil domicílios por mês, em todo o
Território Nacional. A amostra é fixa, ou seja, os domicílios entrevistados no primeiro mês de
coleta de dados permanecerão na amostra nos meses subsequentes, até o fim da pesquisa.

O questionário utilizado se divide em duas partes, sendo uma direcionada a questões de


saúde, especificamente sobre sintomas associados à síndrome gripal e outra, a questões de
trabalho. Nas questões de saúde, investiga-se a ocorrência de alguns dos principais sintomas da
COVID19 no período de referência da pesquisa, considerando-se todos os moradores do
domicílio.

Nas questões de trabalho, foco de análise deste artigo, busca-se classificar a população em
idade de trabalhar nas seguintes categorias: ocupados, desocupados e pessoas fora da força de
trabalho. Investiga-se, ainda, os seguintes aspectos: ocupação e atividade; afastamento do trabalho
e o motivo do afastamento; exercício de trabalho remoto; busca por trabalho; motivo por não ter
procurado trabalho; horas semanais efetivamente e habitualmente trabalhadas; assim como o
rendimento efetivo e habitual do trabalho.
Nos dados da pesquisa, observaremos pontos que se relacionam ao tema em questão, qual
seja, a precarização salarial em tempos de pandemia. Logo, este artigo dará especial atenção aos
indicadores : a) taxa de desocupados; b) taxa de ocupados; c) rendimento efetivo dos
trabalhadores ocupados.

1.1 Dados PNAD COVID-19 Referentes ao Mês de Maio de 2020

Segundo dados da PNAD Covid-19 levantados pelo IBGE, durante o período de 01 a 31 de


Maio de 2020, observamos os seguintes dados:

a) Foram estimadas um contigente populacional de 210,9 milhões de pessoas.

b) Da população residente, cerca de 169,9 milhões tinham 14 anos ou mais de idade.

c) A população fora da força de trabalho ficou estimada em 75,4 milhões.

d) A população na força de trabalho correpondia a 94,5 milhões de pessoas, ressalta-se


que este indicador corresponde a união de pessoas ocupadas e desocupadas.

e) A população ocupada corresponde ao total de 84,4 milhoes de pessoas.

f) A taxa de desocupados no Brasil alcançava a marca de 10,1 milhões de brasileiro.


Observa-se que por desocupados, compreende-se aquelas pessoas que não procuraram
trabalho por conta da pandemia ou por falta de trabalho na localidade em que residiam.

g) Quanto a Taxa de Subutilização, indicador que retrata as pessoas ocupadas que não
utilizam a totalidade de sua força de trabalho, indica que cerca de 18,3 milhões de
pessoas ocupadas estariam trabalhando abaixo de sua jornada habitual e,
consequentemene, aferindo salário médido inferior ao habitual.

h) Quanto a média salarial dos trabalhadores ocupados, os dados relatam que esta
encontrava-se no valor de R$1.899 (um mil, oitocentos e noventa e nove reais), abaixo
da média habitual antes da pandemia que estava em torno de R$ 2.320,00 (dois mil,
trezentos e vinte reais).

1.2 Dados PNAD COVID-19 Referentes ao Mês de Junho de 2020

Segundo dados da PNAD Covid-19 levantados pelo IBGE, durante o período de 01 a 31 de


Junho de 2020, observamos os seguintes dados:

a) Foi estimado um contigente populacional de 211,0 milhões de pessoas.


b) Da população residente, cerca de 170,0 milhões tinham 14 anos ou mais de idade.

c) A população fora da força de trabalho ficou estimada em 74,9 milhões.

d) A população na força de trabalho correpondia a 95,3 milhões de pessoas, ressalta-


se que este indicador corresponde a união de pessoas ocupadas e desocupadas.

e) A população ocupada corresponde ao total de 83,4 milhoes de pessoas.

f) A taxa de desocupados no Brasil alcançava a marca de 11,8 milhões de brasileiro.


Observa-se que por desocupados, compreende-se aquelas pessoas que não
procuraram trabalho por conta da pandemia ou por falta de trabalho na localidade
em que residiam.

g) Quanto a Taxa de Subutilização, indicador que retrata as pessoas ocupadas que não
utilizam a totalidade de sua força de trabalho, indica que cerca de 18,7 milhões de
pessoas ocupadas estariam trabalhando abaixo de sua jornada habitual e,
consequentemene, aferindo salário médido inferior ao habitual.

h) Quanto a média salarial dos trabalhadores ocupados, os dados relatam que esta
encontrava-se no valor de R$1.944 (um mil, novecentos e quarenta e quantro reais),
abaixo da média habitual antes da pandemia que estava em torno de R$ 2.320,00
(dois mil, trezentos e vinte reais).

1.3 Dados PNAD COVID-19 Referentes ao Mês de Julho de 2020

Segundo dados da PNAD Covid-19 levantados pelo IBGE, durante o período de 01 a 31 de


Julho de 2020, observamos os seguintes dados:

a) Foi estimado um contigente populacional de 211,1 milhões de pessoas.

b) Da população residente, cerca de 170,2 milhões tinham 14 anos ou mais de idade.

c) A população fora da força de trabalho ficou estimada em 76,5 milhões.

d) A população na força de trabalho correpondia a 93,7 milhões de pessoas, ressalta-


se que este indicador corresponde a união de pessoas ocupadas e desocupadas.

e) A população ocupada corresponde ao total de 81,5 milhoes de pessoas.

f) A taxa de desocupados no Brasil alcançava a marca de 12,3 milhões de brasileiro.


Observa-se que por desocupados, compreende-se aquelas pessoas que não
procuraram trabalho por conta da pandemia ou por falta de trabalho na localidade
em que residiam.

g) Quanto a Taxa de Subutilização, indicador que retrata as pessoas ocupadas que não
utilizam a totalidade de sua força de trabalho, indica que cerca de 17,7 milhões de
pessoas ocupadas estariam trabalhando abaixo de sua jornada habitual e,
consequentemene, aferindo salário médido inferior ao habitual.

h) Quanto a média salarial dos trabalhadores ocupados, os dados relatam que esta
encontrava-se no valor de R$2.077 (dois mil e setenta e sete reais), abaixo da
média habitual antes da pandemia que estava em torno de R$ 2.320,00 (dois mil,
trezentos e vinte reais).

1.4 Dados PNAD COVID-19 Referentes ao Mês de Agosto de 2020

Segundo dados da PNAD Covid-19 levantados pelo IBGE, durante o período de 01 a 31 de


Agosto de 2020, observamos os seguintes dados:

a) Foi estimado um contigente populacional de 211,3 milhões de pessoas.

b) Da população residente, cerca de 170,3 milhões tinham 14 anos ou mais de


idade.

c) A população fora da força de trabalho ficou estimada em 75,2 milhões.

d) A população na força de trabalho correpondia a 95,1 milhões de pessoas,


ressalta-se que este indicador corresponde a união de pessoas ocupadas e
desocupadas.

e) A população ocupada corresponde ao total de 82,1 milhões de pessoas.

f) A taxa de desocupados no Brasil alcançava a marca de 12,9 milhões de


brasileiro. Observa-se que por desocupados, compreende-se aquelas pessoas
que não procuraram trabalho por conta da pandemia ou por falta de trabalho na
localidade em que residiam.

g) Quanto a Taxa de Subutilização, indicador que retrata as pessoas ocupadas que


não utilizam a totalidade de sua força de trabalho, indica que cerca de 16,73
milhões de pessoas ocupadas estariam trabalhando abaixo de sua jornada
habitual e, consequentemene, aferindo salário médido inferior ao habitual.

h) Quanto a média salarial dos trabalhadores ocupados, os dados relatam que esta
encontrava-se no valor de R$ 2.137,00 (dois mil, cento e trinta e sete reais),
abaixo da média habitual antes da pandemia que estava em torno de R$
2.320,00 (dois mil, trezentos e vinte reais).

1.5 Dados PNAD COVID-19 Referentes ao Mês de Setembro de 2020

Segundo dados da PNAD Covid-19 levantados pelo IBGE, durante o período de 01 a 31 de


Setembro de 2020, observamos os seguintes dados:

a) Foi estimado um contigente populacional de 211,4 milhões de pessoas.

b) Da população residente, cerca de 170,5 milhões tinham 14 anos ou mais de


idade.

c) A população fora da força de trabalho ficou estimada em 74,1 milhões.

d) A população na força de trabalho correpondia a 96,4 milhões de pessoas,


ressalta-se que este indicador corresponde a união de pessoas ocupadas e
desocupadas.

e) A população ocupada corresponde ao total de 82,9 milhões de pessoas.

f) A taxa de desocupados no Brasil alcançava a marca de 13,5 milhões de


brasileiro. Observa-se que por desocupados, compreende-se aquelas pessoas
que não procuraram trabalho por conta da pandemia ou por falta de trabalho na
localidade em que residiam.

g) Quanto a Taxa de Subutilização, indicador que retrata as pessoas ocupadas que


não utilizam a totalidade de sua força de trabalho, indica que cerca de 15,2
milhões de pessoas ocupadas estariam trabalhando abaixo de sua jornada
habitual e, consequentemene, aferindo salário médido inferior ao habitual.

h) Quanto a média salarial dos trabalhadores ocupados, os dados relatam que esta
encontrava-se no valor de R$ 2.168,00 (dois mil, cento e sessenta e oito),
dlçrtabaixo da média habitual antes da pandemia que estava em torno de R$
2.320,00 (dois mil, trezentos e vinte reais).
2. ANÁLISE DE DADOS: PRECARIZAÇÃO SALARIAL EVIDANCIADA PELA
PANDEMIA COVID-19

A PNAD COVID19 foi implementada em plena pandemia da COVID-19 não para obter
informações sobre os sintomas referidos da síndrome gripal, como também para ser utilizada
como instrumento de avaliação e monitoramento do combate aos efeitos dessa pandemia sobre o
mercado de trabalho brasileiro.

Foram publicados lavantamentos mensais referentes aos meses de Maio, Junho, Julho,
Agosto e Setembro de 2020, cada um destes atualizando as porcentagens referentes as taxas de
ocupados, desocupados, de rendimentos salarias e de horas trabalhadas.

O objeto de analise deste artigo é a precarização salarial dos trabalhadores em tempos de


pandemia, desta maneira, daremos especial atenção aos indicadores : a) taxa de desocupados; b)
taxa de ocupados; c) rendimento efetivo dos trabalhadores ocupados.

2.1 Dos Brasileiros desocupados durante o período de Maio à Setembro de 2020

Segundo levantamentos do PNAD COVID-19, são classificadas como ocupadas na semana


de referência as pessoas que, nesse período, trabalharam pelo menos uma hora completa em
trabalho remunerado em dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios (moradia, alimentação,
roupas, treinamento etc.), ou em trabalho sem remuneração direta em ajuda à atividade econômica
de membro do domicílio ou parente que reside em outro domicílio, ou, ainda, as que tinham
trabalho remunerado do qual estavam temporariamente afastadas nessa semana.

De acordo com os dados publicados no mês de Maio de 2020, primeiro levantamento


divulgado pelo IBGE, haviam cerca de 10,1 milhões de trabalhadores brasileiro desocupados. No
seguinte mês, qual seja, Junho, os indicadores informaram que cerca de 11,8 milhões de
brasileiros se encontravam desocupados, este dado revela que ocorreu uma redução de 1,1%
quando comparado ao mês anterior. Em Julho, os dados revelaram que mais de 12,3 milhões já se
encontravam nessa situação, o que correspondeu a um aumento de 3,7% em relação ao mês
anterior. Já no mês de Agosto cerca de 12,9 milhões de pessoas encontram-se desocupadas,
correpondendo a um aumento de 5,5% na margem e de 27,6% desde o início da pesquisa. Por fim,
no ultimo levantamento realizado no mês de Setembro, observamos uma número de desocupados
ainda maior atingindo 13,5 milhões de pessoas, evidenciando um aumento de 4,3% na margem e
de 33,1% desde o início da pesquisa.

É possível concluir que a alta taxa de desocupados se deu em virtude de dois indicadores :
a) de um grande número de pessoas que não procuraram trabalho por conta da pandemia; b) pela
falta de trabalho na localidade em que residiam. Ressaltamos que estes indicadores aumentaram
proporcionalmente ao agravamento da pandemia, o que se refletiu nos dados do PNAD COVID-
19, que acumulou sucessivos aumentos mês a mês.

2.2 Dos Brasileiros Ocupado durante o período de Maio à Setembro de 2020

O PNAD COVID-19 estabeleceu que são classificadas como desocupadas na semana de


referência as pessoas sem trabalho em ocupação nessa semana que tomaram alguma providência
efetiva para consegui-lo na semana anterior à semana de referência.

Os levantamentos realizados pelo IBGE apontaram que no mês de Maio as taxas de


ocupados no Brasil abrangia cerca de 84,4 milhões de pessoas. No mês de Junho este indicador
sofreu redução de 1,1%, chegando a 83,4 milhões de trabalhadores. Já no mes de Julho, mais de
81,5 milhões de pessoas compunham o indicador em análise, o que evidenciou uma redução de
2,4% se comparado ao mês anterior. Ademais, no mês de Agosto 82,1 milhões de pessoas
correpondiam ao indicador e no mês de Setembro este alcançava 82,9 milhões de pessoas,ou
seja, é possível indentificar um aumento de 1,0% em relação a agosto, no entanto, observa-se uma
redução de 1,7% em relação ao mês de maio.

Esses dados indicam que nos três primeiros meses analisados houve uma queda
correpondente a quantidade de pessoas ocupadas no país, esta pode ter sido influenciada pela
necessidade de redução das horas de trabalho e da massiva presença do trabalho remoto em
virtude das medidas de combate ao coronavírus que impactaram diretamento sobre os
estabelecimentos públicos e comercias.

2.3 Dos Rendimentos Efetivos dos Brasileiros Ocupados período de Maio à Setembro de
2020
10,1 milhões de trabalhadores brasileiro desocupados. No seguinte mês, qual seja, Junho,
os indicadores informaram que cerca de 11,8 milhões de brasileiros se encontravam desocupados,
este dado revela que ocorreu uma redução de 1,1% quando comparado ao mês anterior. Em Julho,
os dados revelaram que mais de 12,3 milhões já se encontravam nessa situação, o que
correspondeu a um aumento de 3,7% em relação ao mês anterior. Já no mês de Agosto cerca de
12,9 milhões de pessoas encontram-se desocupadas, correpondendo a um aumento de 5,5% na
margem e de 27,6% desde o início da pesquisa. Por fim, no ultimo levantamento realizado no mês
de Setembro, observamos uma número de desocupados ainda maior atingindo 13,5 milhões de
pessoas, evidenciando um aumento de 4,3% na margem e de 33,1% desde o início da pesquisa
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A precarização salarial é uma das muitas questões relevantes que impacta diretamente a
vida dos trabalhadores brasileiro . Neste período histórico de profunda crise econômica que
vivenciamos a ideia de propagação da terceirização, em vez de ser uma solução, poderá se
transformar em risco adicional à retomada do crescimento econômico, do emprego e,
especialmente, da saúde financeira do Estado.

O que percemos foi a necessidado das instituições públicas e privadas estabelecerem


mecanismo que amenizem os efeitos como os decorrentes da precarização salarial dos
trabalhadores, sobretudo, em tempso de pandemia, momento de aprofundamento das
desigualdades socias. de forma a garantira máxima efetividade dos princípios da dignidade da
pessoa humana e do valor social do trabalho para aqueles que compõe a força motora de nosso
Brasil. Ademas, resta claro que a remuneração abaixo da média habitual tem reflexos
principalmente sobre aqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade social,

Os debates em torno deste tema não se esgotam de modo algum com este artigo, pois aqui
procurou-se tão somente fomentar o divulgação da realidade de milhões de trabalhadores
brasileiros.Com base nos dados levantados, percebeu-se que há uma claro impacto da Pandemia
do Cronovírus aos trabalhadores no que se refere ao âmbito salarial, gerando um cenário de
desistabilização social e econômica ao trabalhador, decorrente da baixa remuneração, da

elevação dos índices de acidentes de trabalho e de trabalho em condições análogas às de


escravo, ampliação do fosso

da exclusão social e redução salarial relevantes.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília,DF,Senado,1998.

BRASIL. Ministério da Saúde. CoronaVírus/Brasil. 2020. Disponível em:<


https://covid.saude.gov.br/ >. Acesso em: 22 de Out. 2020.

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IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de
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Trabalho e Rendimento. Rio de Janeiro, IBGE. 2020. Disponível em:<
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IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de


Domicílios : PNAD COVID19 : julho/2020 : resultados mensais/ IBGE, Coordenação de Trabalho
e Rendimento. Rio de Janeiro, IBGE. 2020. Disponível em:<
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101745.pdf>. Acesso em: 21 de Out. 2020.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de


Domicílios : PNAD COVID19 : agosto/2020 : resultados mensais/ IBGE, Coordenação de
Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro, IBGE. 2020. Disponível em:<
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101755.pdf>. Acesso em: 22 de Out. 2020.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de


Domicílios : PNAD COVID19 : setembro/2020 : resultados mensais/ IBGE, Coordenação de
Trabalho e Rendimento. Rio de Janeiro, IBGE. 2020. Disponível em:<
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IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. COVID 19 : Renda, Desocupação,


Afastamentos, Trabalho remoto e outros efeitos da pandemia no trabalho. Rio de Janeiro, IBGE.
2020. Disponível em:< https://covid19.ibge.gov.br/pnad-covid/trabalho.php>. Acesso em: 15 de
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