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INSTALAÇÕES FIXAS DA REDE DO METRO DO

PORTO

A rede de metro da Área Metropolitana do Porto integra um conjunto de infra-


estruturas que dão suporte à circulação e à manutenção.

Estão incluídas nestas infra-estruturas:

1 - Algumas, essenciais à circulação e exploração da rede, tais como:

a) As Estações e inter-estações,
b) A via-férrea,
c) O sistema de alimentação e catenária.

2 - Outras, fundamentais para a regulação e apoio directo à circulação, onde se


incluem:
a) A sinalização ferroviária e a semaforização,
b) O sistema de comunicações via rádio.

3-um terceiro grupo de infra estruturas auxiliares e de suporte à exploração e


manutenção, como são:
a) O sistema de videovigilancia,
b) Os sistemas de ajuda e informação aos passageiros,
c) O sistemas de bilhética,
d) As infra-estruturas oficinais para manutenção.

No que se refere às instalações essenciais:

a) As Estações, na 1ª fase actualmente em construção, são no total 66, das quais 11


enterradas/subterrâneas e as restantes à superfície;

Nas Estações subterrâneas /enterradas, para além da atenção dada à sua concepção
estética, houve que dar especial atenção também aos aspectos de segurança e conforto
para os clientes; para isso são equipadas:

- Com elevadores e/ou escadas rolantes para mais fácil acesso entre a superfície e
os cais;

- Com sistemas de ventilação e bombagem, para renovação de ar e desenfumagem e


drenagem de águas, respectivamente;

- Iluminação garantindo um nível adequado a um espaço de utilização pública


fechado, havendo, para alem da normal, iluminação de emergência;

b) A via-férrea construída/ a construir é /será do tipo barra longa soldada e apresentar-


se-á em duas formas:

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- à superfície, em zonas com integração urbana, será embebida, com utilização de
carril de gola G-35;

- nos troços segregados à superfície nos troços em túnel será assente em travessas de
betão com plataforma betonada (em túnel) ou balastrada (à superfície), sendo
utilizado carril U-50.

c) O sistema de alimentação e catenária destina-se a, essencialmente, fornecer a


energia de tracção, mas inclui também a distribuição de energia em baixa tensão em
todas as Estações.

A alimentação eléctrica com fins de tracção é a 750Vdc e é fornecida aos veículos


através de catenária área, com dois fios de contacto, suspensa em postes e cabo
sustentador ou só cabo sustentador (no caso dos túneis e zonas urbanas especificas).

A rede de alimentação eléctrica de tracção é formada por subestações de tracção


(estando previstas 37) espaçadas entre si entre cerca de 1,5km (nas zonas urbanas) e
cerca de 2,5km (nas zonas suburbanas), estando interligadas entre si por um anel de
15kV o qual é alimentado, em vários pontos (estando previstos 9), pela rede de média
tensão da EDP.

Nas subestações é efectuada a transformação e rectificação de energia para os níveis


intermédios e finais pretendidos. A alimentação em baixa tensão às Estações é feita
directamente a cada Estação a partir da rede de baixa tensão (380Vac) da EDP.

Relativamente às instalações fixas com funções directamente ligadas à regulação e


apoio à circulação destacam-se:

a) A sinalização ferroviária que, nas zonas urbanas em que o traçado de via não é
segregado havendo convivência com tráfego rodoviário e peões, toma a forma
de semaforização.

Nas zonas em que é implantada semaforização o sistema é configurado de


modo a haver prioridade de passagem para os veículos do Metro, pelo que a
sua aproximação de cruzamentos ou rotundas é detectada com antecedência,
de modo a conseguir-se que o trânsito do veículo do Metro se faça sem
mudança de velocidade, ou espera de libertação pelos veículos rodoviários do
cruzamento ou da rotunda a atravessar. No entanto nestas zonas a decisão de
velocidade de circulação, dentro dos limites máximos permitidos, é tomada e
adequada, em cada momento e troço, pelo agente de condução.
Nos restantes troços a sinalização ferroviária, assente em encravamentos, fará
a regulação de circulação assegurando a definição dos itinerários a seguir por
cada composição.

A gestão de circulação é centralmente realizada no posto central de controlo


(PCC), com recurso a uma aplicação informática específica, com esse fim
(“traffic management system”) que recolhe e trata a informação transmitida do
terreno quanto a posicionamento de cada composição em circulação, a qual

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pode ser obtida por circuitos de via, contadores de eixos, balizas ou loops
indutivos consoante a sua adequabilidade a cada local.

b) O sistema de comunicações por rádio permite e assegura:

- as comunicações entre os agentes de condução e o agente regulador no PCC e


vice-versa;

- as comunicações entre o PCC e as áreas de passageiros, dentro de cada veículo,


se isso for necessário, após permissão do agente de condução em causa;

- as comunicações entre o regulador de PCC e os agentes de terreno encarregados


de acções de manutenção ou de supervisão e apoio da circulação (agentes de
estação ou reguladores de linha);

Este sistema é fundamental para assegurar a correcta execução de certas manobras e


especialmente quando se esteja em modo degradado de circulação por falha (total ou
parcial) de algum outro sistema fundamental;

Existe ainda um outro grupo de sistemas e equipamentos de apoio à circulação e à


manutenção cujas funções desempenhadas se tornam mais importantes quando haja
circunstâncias ou ocorrências menos previsíveis ou programadas.

Encontram-se neste grupo:

• Sistema de videovigilancia que permite o acompanhamento desde o PCC das


circulações em zonas de manobras e a visualização de plataformas das Estações
ou zonas de acesso a estas nas Estações enterradas.

• Os sistemas de ajuda e informação aos passageiros que assentam:

- num sistema telefónico com telefones de emergência em todas as plataformas,


de onde se pode contactar directamente (e sem marcação de nº) uma posição
específica do PCC (posto de comunicação e informação);

- em painéis de informação variável configurável, através dos quais se podem


difundir informações circunstanciais sobre o decorrer da circulação e que se
tornam importantes quando em algum troço haja alteração ou perturbação da
circulação;

- num sistema de sonorização através do qual se podem difundir mensagens


audíveis para cada plataforma, estação ou grupos de estações;

• Sistema de bilhética através do qual se faz a venda, recarregamento, validação e


verificação dos títulos de transportes necessários para a utilização do meio de
transporte;

A tecnologia de títulos adoptada foi a de títulos sem contacto (contactless) a qual


permite uma maior simplicidade de validação e uma maior flexibilidade da
escolha do tipo de título de transporte, possibilitando uma adequação mais

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aproximada ao perfil do utente; por outro lado dará suporte à existência de
intermodalidade entre os diversos meios de transporte que, de forma
complementar podem ser utilizados na Área Metropolitana do Porto.

Todos estes sistemas incluem, para além dos equipamentos periféricos “visíveis” ao
público, unidades de controlo a nível de estação e do PCC sendo as comunicações
entre elas asseguradas por um sistema de transmissão digital de alta capacidade de
transporte de informação, organizado em anéis redundantes de 155Mb/s assentes
numa rede de cabos de fibra óptica; em cada Estação há acesso a um dos anéis de
transporte através de multiplexers que disponibilizam as interfaces físicas ou lógicas
para cada tipo de utilização necessária.

• Fazem ainda parte das instalações fixas da rede do Metro do Porto:

- instalações oficinais, áreas de parqueamento e manutenção corrente de veículos,


apoiadas num conjunto de equipamentos e meios para assegurar a manutenção e
acções de intervenção quer programadas querem para solução de avarias.

- sistemas de recolha de anomalias ou eventos e de tratamento da informação de


manutenção.

Relativamente às primeiras, as instalações oficinais estão preparadas para fazer a


inspecção e rectificação de rodas, guardando a informação histórica; montar e
desmontar boggies ou outras partes de maiores dimensões dos veículos;
para alem disso:

- há veículos para realizar o reboque em linha, bem como veículos para trabalhos na
linha aérea;

- na entrada da zona de parqueamento de veículos existe uma estação de serviço, uma


máquina de lavar veículos e outra de aspiração, bem como equipamento de
enchimento de arreiros, que no seu conjunto se destinam às actividades de
manutenção corrente dos veículos.

Todas as anomalias ou eventos ocorridos nos sistemas, relevantes para acções de


manutenção, são recolhidas e centralizadas através de um sistema “scada”, de
supervisão técnica, o qual constitui a ferramenta de apoio e decisão às acções de
manutenção, especialmente na vertente correctiva. Através deste sistema é possível
também fazer o telecomando de energia, para se cortar ou repor a energia de tracção
em secções de catenária.

Finalmente referimos que toda a circulação e supervisão do estado da rede, com base
nos sistemas acima identificados, é seguida centralizadamente num Posto de Controlo
Centralizado, que funciona 24h por dia e a partir do qual é feita a gestão de toda a
rede:

- quer no que se refere a circulação de veículos ferroviários em actividade de


exploração comercial, de manutenção, de ensaios ou construção;

- quer no que se refere a apoio aos passageiros;

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- quer no que se refere a anomalias e incidentes

Eng. Almeida Teixeira – Electromecânica e Operação, Metro do Porto

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