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2021
Sergio Segovia
PRESIDENTE - APEX-BRASIL
Augusto Pestana
DIRETOR DE NEGÓCIOS - APEX-BRASIL
Euromonitor International
ELABORAÇÃO
© 2021 Apex-Brasil
Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
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Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
6. ANEXOS ..................................................... 60
6.1. DEFINIÇÕES, SIGLAS, METODOLOGIA E FONTES CONSULTADAS ............ 60
2 O termo Brexit refere-se à saída do Reino Unido da União Europeia, processo que teve início após plebiscito realizado
em 2016.
• O Reino Unido é um país insular, formado pelo conjunto de Inglaterra, Escócia, País de Gales
e Irlanda do Norte. Trata-se do terceiro país mais populoso da Europa Ocidental, com 66,6
milhões de habitantes, atrás da Alemanha e da França.
• A idade mediana da população foi de 40,2 anos em 2019 e observa-se tendência de
envelhecimento, sendo a projeção de 40,9 anos em 2023. Para efeitos de comparação, os
países vizinhos Alemanha e França apresentaram medianas mais altas em 2019, com 46 e 42
anos, respectivamente. A faixa da população do Reino Unido com mais de 65 anos deve
aumentar de 18,4% em 2019 para 19,3% em 2023.
• A despeito das alterações demográficas e do envelhecimento da população, o tamanho
médio das famílias e a taxa de fertilidade devem permanecer estagnados até 2023 em 2,4
pessoas e 1,8 filho, respectivamente. Os domicílios de classe média apresentam leve
tendência de redução relativa, de 34,2% em 2016 para 34% em 2023.
• A saída do Reino Unido da União Europeia (UE), conhecida como Brexit, deve impactar
negativamente a entrada de imigrantes no país. Em 2016, a migração líquida foi de 286,4 mil
pessoas, diminuindo para 270,4 mil em 2019 e projetada para 199,9 mil em 2023.
• O Reino Unido é um país altamente urbanizado. Em 2019, 83,7% da população vivia nas
cidades, taxa que deve avançar para 84,6% em 2023. A capital Londres permanece como a
cidade mais populosa do país, concentrando 13,3% dos habitantes ou 8,9 milhões de pessoas,
seguida por Birmingham, com 1,7% ou 1,1 milhão. As demais cidades maiores possuem
menos de um milhão de habitantes.
3 As
informações detalhadas nesse relatório foram atualizadas até a data de setembro de 2020. Os dados econômicos
foram impactados pela pandemia da Covid-19 e refletem este evento.
• A economia do Reino Unido sofreu um forte impacto da pandemia de Covid-19 e deverá ter
contração estimada de 11% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. As limitações
geradas pelo vírus, especialmente as medidas de fechamento e isolamento, restringiram a
atividade econômica doméstica, enquanto o contexto internacional trouxe queda na
demanda externa. Uma retomada é estimada para 2021, com 5,5% de crescimento do PIB,
sobre uma base econômica menor.
• A taxa de desemprego saltou de 3,8% em 2019 para 7% em 2020. O índice permanece
especialmente alto entre os jovens de 15 a 24 anos, grupo no qual o desemprego deverá
chegar a 19,8% em 2020.
• A entrada de investimento estrangeiro no país está em queda desde 2017, reflexo do
plebiscito sobre a saída do país da União Europeia, que ocorreu em junho de 2016. Após
longas negociações, o Reino Unido deixou o bloco em janeiro de 2020 e entrou em um
período de transição que deve durar até 31 de dezembro de 2020, seguindo as regras do
bloco.
• Embora o Reino Unido ainda esteja bem colocado em índices de competitividade e confiança
empresarial, o Brexit também gera incerteza no ambiente de negócios, o que vem
represando os investimentos privados. A insegurança está principalmente relacionada aos
impactos de um Brexit sem acordo ou à desorganização produtiva que o processo pode gerar.
Além disso, uma moeda (Libra - £) possivelmente desvalorizada após o Brexit resultaria em
importações mais caras e aceleração da inflação, refletindo no patamar de consumo do país.
• Em 2019, os principais mercados para exportadores do país em geral foram a União Europeia
(46%) e os Estados Unidos da América (15,5%). O Brexit exigirá uma reorientação das
exportações para países de fora do bloco que tenham dinamismo econômico. A natureza da
relação comercial com tais parceiros, contudo, ainda é incerta.
• A economia do Reino Unido também enfrenta outros desafios, como um crescimento lento
da produtividade, uma dívida pública de 85,4% do PIB em 2020 e uma população cujo
envelhecimento cria maior pressão nas finanças governamentais.
4 Foodservice
refere-se ao setor de preparação de refeições fora do lar, como cafés / bares, restaurantes, cafetarias
self-service e bancas / quiosques de rua.
Fonte: Comtrade
Uvas frescas e secas destacam-se como primeiro e terceiro códigos mais importados
• Dentro do escopo deste relatório, o principal código importado pelo Reino Unido em 2019 foi
o SH 0806.10 (Uvas frescas), com 39,2% do total ou US$664,5 milhões, originado
principalmente da África do Sul. Entre 2016 e 2019, o código teve performance negativa, a
uma taxa de crescimento médio anual de -0,4%. A África do Sul apresentou taxa de
crescimento médio anual de 3,9% no período e o Brasil, de 11,8%, sobre uma base menor.
• O segundo principal código importado foi SH 0808.10 (Maçãs frescas), com 25% ou US$424,3
milhões do total. O principal país de origem foi a França e as importações do código
registraram uma queda na taxa de crescimento médio anual de 1,2% entre 2016 e 2019. A
França puxou o declínio, com taxa de crescimento médio anual de -8,4% no período,
enquanto o Brasil cresceu a 42,1%.
• O código SH 0806.20 (Uvas secas) foi o terceiro mais importado, com US$222,1 milhões ou
13,1% do total em 2019. A Turquia foi o principal país de origem do código, que evoluiu
positivamente entre 2016 e 2019, a uma taxa de crescimento médio anual de 0,5%. O Brasil
não consta como exportador de uvas secas para o Reino Unido.
• O quarto e quinto códigos foram SH 0804.50 (Goiabas, mangas e mangostins, frescos ou
secos) e SH 0805.50 (Limões e limas, frescos ou secos), respectivamente. Os códigos tiveram
relevância semelhante, com 10,3% do total ou US$175,2 milhões. Suas taxas de crescimento
médio anual foram de 0,9% e -4,4%, respectivamente, entre 2016 e 2019.
Fonte: Comtrade
Reino Unido importa frutas de diversos países
• A África do Sul foi o principal país de origem dos códigos analisados neste relatório,
correspondendo a US$276,8 milhões ou 16,3% do total em 2019. O código mais exportado
pela África do Sul para o Reino Unido foi o SH 0806.10 (Uvas frescas). O comércio bilateral
evoluiu positivamente no período recente, apresentando taxa de crescimento médio anual de
1,6%.
• A Espanha figura como o segundo principal exportador para o Reino Unido em 2019, com
US$195,4 milhões ou 11,5% do total. O código mais exportado foi SH 0806.10 (Uvas frescas) e
a taxa de crescimento médio anual relativa ao comércio bilateral caiu 6,3% entre 2016 e
2019.
• O terceiro principal país de origem dos códigos analisados neste relatório foi a Turquia, com
US$167,7 milhões ou 9,9% do total. O código SH 0806.20 (Uvas secas) foi o principal dentro
do fluxo bilateral, que evoluiu a uma taxa de crescimento médio anual de 6,6% no período
analisado.
• A Alemanha foi o quarto principal país de origem dos códigos analisados, com US$122,4
milhões ou 7,2% do total de 2019. O código mais exportado para o Reino Unido foi SH
0808.10 (Maçãs frescas). No período analisado (2016-2019), as exportações cresceram a uma
taxa de crescimento médio anual de 7%.
• O Brasil figura como o sétimo país de origem, com US$95,8 milhões ou 5,7% do total em
2019. O fluxo de importação vem evoluindo positivamente, com uma taxa de crescimento
médio anual de 3,1% entre 2016 e 2019. O Brasil exportou principalmente o código SH
0806.10 (Uvas frescas).
Produção de uvas em queda no Reino Unido torna o mercado cada vez mais
dependente de importações
• Apesar de depender bastante das importações de uvas, o Reino Unido produziu cerca de 400
toneladas da fruta em 2019. Em outubro de 2019, havia aproximadamente 65 empresas no
Reino Unido atuando no cultivo de uvas, das quais 30 registraram volume de negócios abaixo
de £49.999 (US$63.774) e 25 entre £100 mil (US$78.400) e £499 mil (US$391.216). Contudo,
a produção de uvas continuou em declínio e a área destinada ao cultivo da fruta diminuiu de
436 hectares em 2014 para 357 hectares em 2019 em razão dos impactos da mudança
climática sobre a produção, aumento da competitividade das importações e a elevação dos
custos de produção.
• O ano de 2015 presenciou a entrada de viticultores britânicos no mercado de uva de mesa,
pois uma série de testes realizada em 2012 levou à produção em escala comercial de duas
variedades de uvas sem sementes pela gigante de supermercados Asda em parceria com
fazendeiros de Kent e viticultores especializados da Espanha. O clima e o solo do Reino Unido
sempre foram um desafio considerável para a produção de uvas de mesa doces e de boa
qualidade. Atualmente, as vinícolas britânicas dispõem de mais de 60 tipos de videiras.
• Adicionalmente, o país se mostra promissor em relação a essa indústria, sendo o vinho o
produto que mais cresce entre suas exportações, em parte devido à produção de vinhos
menos ácidos e mais aromáticos influenciada pela mudança climática. Segundo a Wines of
Great Britain, o Reino Unido contabilizava 502 vinícolas em 2015. Em 2019, a produção
vinífera no país tinha dobrado, aumentando sua área de cultivo de 1.215 hectares na década
anterior para 3.579 hectares, e quadruplicado desde os anos 2000, somando três milhões de
vinhas. Em uma pesquisa com o apoio do Conselho de Pesquisa do Meio Ambiente do Reino
Unido publicada em 2018, foram identificados no país aproximadamente 35 mil hectares de
terras cultiváveis próprias para a cultura de uvas para vinho.
• A viticultura britânica pode tirar grande proveito dos períodos de entressafra dos maiores
exportadores mundiais de uvas de mesa ‒ as primeiras safras de uva do Reino Unido são
colhidas no final da temporada espanhola da fruta. A produção de uva de mesa vem caindo
Fonte: Comtrade
Principais códigos exportados tiveram desempenho recente positivo
• Dentro do escopo deste relatório, o principal código exportado pelo Reino Unido foi o SH
0808.10 (Maçãs frescas), com US$17,5 milhões ou 27% do total. As exportações do código
evoluíram positivamente no período de 2016 a 2019, a uma taxa de crescimento médio anual
de 11,1%. O principal país de destino foi a Irlanda, para o qual as exportações no período
cresceram 9,5%.
• O segundo principal código exportado foi SH 0806.10 (Uvas frescas), com US$16,1 milhões ou
24,8% do total. As exportações do código evoluíram a uma taxa de crescimento médio anual
de 5,3% entre 2016 e 2019. O principal país de destino foram os Países Baixos, cujo valor
absorvido cresceu a uma taxa de crescimento médio anual de 16,7%. Contudo, o país
costuma reexportar parte significativa das importações. No caso do código SH 0806.10, o
principal país de destino em 2019 foi a Alemanha.
• O terceiro código mais exportado foi SH 0806.20 (Uvas secas), com US$12,7 milhões ou
19,6% do total. O desempenho recente foi positivo, com uma taxa de crescimento médio
anual de 5,7% entre 2016 e 2019. As exportações desse produto tiveram como destino
principal a Irlanda, registrando uma taxa de crescimento médio anual de 9,6%.
• O quarto principal código exportado foi SH 0804.50 (Goiabas, mangas e mangostins, frescos
ou secos), com US$7,7 milhões ou 11,9 % do total em 2019. Entre 2016 e 2019, o código
apresentou um crescimento vertiginoso, com uma taxa de crescimento médio anual de
24,7%. A Irlanda absorveu a maior parte de tais exportações, apresentando uma taxa de
crescimento médio anual de 8% no período.
• O quinto principal código exportado foi SH 0805.50 (Limões e limas, frescos ou secos), com
US$6,7 milhões ou 10,4% do total em 2019. Principalmente exportado para a Irlanda, esse
código teve taxa de crescimento médio anual de 16% entre 2016 e 2019.
Fonte: Comtrade
Irlanda absorve mais da metade das exportações de frutas
• A Irlanda destaca-se como principal destino das exportações dos códigos analisados neste
relatório, com US$32,7 milhões ou 50,4% do total em 2019. O fluxo bilateral vem evoluindo a
uma taxa de crescimento médio anual de 6,5% entre 2016 e 2019. O principal código
exportado ao país foi SH 0808.10 (Maçãs frescas).
• Os Países Baixos figuram como segundo principal destino das exportações do Reino Unido,
com US$9,8 milhões ou 15,2% de 2019. A entrada dos códigos analisados subiu a uma taxa de
crescimento médio anual de 5,3% entre 2016 e 2019, sendo o principal produto SH 0806.10
(Uvas frescas).
• A França foi o terceiro principal destino de produtos, com US$3,6 milhões ou 5,6% em 2019.
O fluxo bilateral destaca-se pelo desempenho positivo: uma taxa média de crescimento anual
de 25,1% entre 2016 e 2019. O código SH 0808.10 (Maçãs frescas) foi o principal.
• Em quarto lugar, a Alemanha importou US$2,8 milhões ou 4,4% do total em 2019. Com uma
taxa de crescimento médio anual de 11,8% no período de 2016 a 2019, o principal produto foi
SH 0806.10 (Uvas frescas).
• Os Estados Unidos foram o quinto principal país de destino das exportações do Reino Unido
em 2019, com 4,1% do total ou US$2,7 milhões. O país também foi o que mais cresceu no
período analisado, a uma taxa de crescimento médio anual de 64,2%, importando
principalmente o código SH 0813.30 (Maçãs secas).
• O Brasil não importou produtos do Reino Unido em 2019. Dentre o período analisado, há
importações registradas da ordem de US$0,03 milhões em 2016, sendo principalmente de SH
0808.10 (Maçãs frescas).
Mercado de frutas do Reino Unido tem condições para crescer em volume e valor, mas
seu consumo doméstico e individual ainda está estagnado
• Em 2019, o mercado de frutas no Reino Unido registrou £6,6 bilhões (US$8,6 bilhões) em
termos de valor, uma taxa de crescimento médio anual de 2,1% durante o período de 2016 a
2019. Em termos de volume, as vendas no varejo acumularam mais de 2,7 milhões de
toneladas no mesmo ano. Do total do consumo de frutas, os canais de distribuição de varejo
contabilizaram 84% e o setor de foodservice aproximou-se dos 15%. Observa-se que o volume
de foodservice registrou sua taxa de crescimento médio anual mais alta durante 2015 e 2019,
com 1,7%, enquanto o volume no varejo foi de 1,4%. O 1% restante do mercado está
distribuído entre os canais institucionais (como refeitórios escolares e hospitais públicos). O
consumo chegou a 41,1 quilogramas per capita em 2019, uma queda em relação aos 44,4
quilogramas per capita de 2005. No nível doméstico, o consumo de frutas alcançou 97,8
quilogramas por família em 2019, também um declínio em relação aos números de 2005, que
eram 106,1 quilogramas por família.
• Dentre as cinco frutas avaliadas, maçãs e uvas registraram os maiores valores no mercado de
frutas, com US$1,4 bilhão (preços de venda no varejo) (57,1% do total do mercado) e US$1
bilhão (41,6%), respectivamente. O domínio das maçãs no mercado em termos de valor é
atribuído aos grandes volumes decorrentes de produção e consumo significativos em nível
local (535.700 toneladas em 2019), enquanto o predomínio de laranjas, uvas e bananas deve-
se a preços mais elevados em razão da dependência de importações nessas categorias.
• O consumo per capita e por família tem sido historicamente mais alto para as bananas,
seguido de maçãs e laranjas, e permanecerá assim ao longo do período de previsão. Em
Impulsionadores e Obstáculos
Impulsionadores e Obstáculos
Transformação nas preferências dos britânicos: os consumidores do Reino Unido estão cada
vez mais aderindo a um estilo de vida mais saudável e, consequentemente, adotando dietas
veganas e preferindo produtos orgânicos, o que abre as portas para um novo mercado de
frutas, tanto importadas quanto produzidas localmente. Outra grande tendência alimentar no
país são os lanches saudáveis, pois muitos preferem fazer várias refeições leves e rápidas ao
longo do dia. Nesse sentido, as frutas ganham destaque com suas variedades de embalagens,
tamanhos e preços para consumos individuais e ocasionais.
Pós-Brexit pode fortalecer produção local: seja um processo de saída suave da UE ou sem
acordo do Brexit, isso resultará em desafios para os acordos de livre comércio do Reino Unido
com os mercados europeus de produtos frescos, ele também poderá ensejar acordos bilaterais
com países não pertencentes à UE, como Brasil, África do Sul e Chile ‒ estes já alguns dos
maiores mercados exportadores de frutas para o país europeu.
Obstáculos Inflação de preços: considerando a enorme dependência do Reino Unido das importações de
frutas frescas, principalmente frutas básicas da dieta do consumidor britânico, como laranja,
banana e uvas, um processo de Brexit sem acordo pode acarretar considerável escassez de
oferta e aumentos de preços. Uma saída conflituosa do bloco elevará ainda mais os preços por
conta da desvalorização da libra esterlina frente às moedas do mercado internacional e das
possíveis tarifas adicionais em toda a cadeia de suprimentos.
Escassez de mão de obra: um choque duplo de um Brexit não amigável e a Covid-19 deixaram
agricultores de mãos atadas, com uma carência de 70 mil trabalhadores necessários para a
colheita de toneladas de frutas e verduras que serão desperdiçadas. Tendo em vista que a
produção interna é altamente dependente dos imigrantes da UE para realizar suas colheitas
sazonais, os legisladores do Reino Unido precisarão encontrar uma solução de longo prazo para
a contratação de mão de obra na era pós-Brexit.
Restrições climáticas: a produção local de frutas do Reino Unido ainda é limitada em razão do
clima frio do país, que restringe o cultivo de frutas básicas amplamente consumidas pelos
britânicos (banana e laranja), bem como de frutas exóticas que despontam como opções de
alimentação na esteira da mania de saúde que invadiu o país. Estudos recentes indicam que a
mudança climática e os “climas atípicos” estão impactando significativamente as colheitas de
verduras e frutas do Reino Unido.
4.2. CATEGORIAS
Temporada de colheita de uva nos principais mercados de origem para o Reino Unido
Meses Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
África do Sul X X X X
Espanha X X X X X X
Chile X X X X
Egito X X X X X X
Peru X X X
Brasil X X X X
Brasil X X X X
10%
8%
6% 5%
4% 3%
2%
2%
2%
0%
Haygrove Ltd A C Goatham and Son Place UK Ltd Clock House Farm Ltd The New Forest Fruit
Ltd Company Ltd
Produção de maçãs, peras, bem como de frutas delicadas e sem caroço deve insuflar o
mercado
• Os principais produtores no mercado de frutas do Reino Unido têm como foco principal o
cultivo e o processamento de maçãs, peras, frutas delicadas e com caroço (especialmente
ameixas e cerejas). A fim de venderem seus produtos, todos eles colaboram de perto com os
maiores varejistas do país (Sainsbury’s, Lidl, Marks & Spencer, entre outros). A colaboração
com grupos de marketing também traz benefícios a essas empresas em termos de alcance de
produto (para varejistas, atacadistas, processadores de frutas) e acesso ao mercado local,
pois esses grupos servem de ponte entre os produtos e os varejistas.
• A maioria dos produtores busca dispor de colheitas o ano todo para atender aos
consumidores locais. Para tanto, eles utilizam uma variedade de tecnologias inovadoras e
também procuram espalhar seus cultivos em diferentes locais. Os players do mercado
também se preocupam com a produção ecológica. A AC Goatham & Son, por exemplo, monta
“hotéis de abelhas” próximos aos pomares e planta flores perto das macieiras e pereiras para
atrair abelhas e aumentar a colheita.
Setores atendidos: Produção de maçãs e outras frutas delicadas, processamento de frutas, fabricação de geleia
Site: https://www.fourayes.com/
Setores atendidos: Produção e venda de frutas delicadas e frutas sem caroço, bem como de aspargos
Principais produtos: Maçãs, ameixas, morangos, framboesas, blueberries, cerejas, ruibarbos, aspargos
Site: https://www.boxfordfarms.com/
Setores atendidos: Produção e venda de frutas delicadas e frutas sem caroço, bem como de uvas de vinho
Site: https://www.bardsley-england.com/
Margens: ~8%-
Mercado atacadista (atacadista secundário)
10%
Diferentes canais estão disponíveis para produtores de frutas que desejam adentrar o
mercado do Reino Unido
• Os produtores exportadores têm à sua disposição diversas opções de canais para adentrar o
mercado do país por meio de empresas de importação. Essa variedade de canais e opções de
distribuição, no entanto, se resume ao volume e à qualidade dos produtos oferecidos no
mercado. Para produtos de alta qualidade e bem embalados, por exemplo, os exportadores
devem considerar acordos diretos de longo prazo com vários grandes varejistas. Contudo,
eles devem garantir volumes e datas de entrega consistentes e compromissos amplos de
preços. Os exportadores também podem vender para importadores e atacadistas mediante
contratos, estabelecendo os preços numa base semanal ou mensal, mas também devem
garantir a qualidade consistente dos produtos a fim de manter tais contratos.
• Muitas empresas de importação e atacadistas estão executando todas as atividades
(amadurecimento e processamento) que antecedem a chegada do produto nas prateleiras, o
que tem otimizado a cadeia de suprimentos. Tendo em vista o poder e o controle sem
precedentes que muitos varejistas multicanais (supermercados) agora possuem sobre a
cadeia de suprimentos, diversos produtores estão optando por negociar diretamente com
aqueles que ainda dependem de importadores/distribuidores intermediários para serviços de
armazenamento, amadurecimento e distribuição.
• Ao colocar seus produtos no mercado, os produtores exportadores podem optar por
trabalhar com pequenos ou grandes importadores especializados que comprarão seus
produtos por conta conjunta ou comissão; oferecerão estrutura de pré-embalagem,
transporte e distribuição centralizada; têm seus próprios depósitos (como é o caso em
Londres (mercado New Covent Garden Market), Liverpool ou Birmingham); ou distribuirão
produtos através de um painel ou uma rede de atacadistas franqueados indicados.
• Se um exportador estiver disposto a enfrentar as flutuações de preços, os importadores
menores ou os atacadistas de importação oferecem um canal de distribuição sólido que
permite requisitos de qualidade e quantidade mais flexíveis. Os exportadores normalmente
enviam uma encomenda de teste para os importadores menores para atender aos requisitos
e, em seguida, estes poderão vender os produtos com uma comissão de 8% a 10% - caso não
haja um acordo de venda definitivo ou de conta conjunta garantindo um preço mínimo. Esses
acordos estão sujeitos à quebra de confiança, mas têm beneficiado exportadores de frutas
exóticas que desejam distribuir e vender volumes menores no mercado do Reino Unido.
• Os produtos frescos passam por pelo menos três estágios de transporte no Reino Unido: da
área de cultivo até o local de embarque, do local de embarque até o porto de chegada e, por
fim, do porto de chegada ao ponto de venda no país. No caso das frutas exóticas, a cadeia de
Lojas de Desconto Os consumidores têm voltado sua atenção a lojas de desconto, pois
consideram seus preços mais atraentes nas categorias de produtos padrão
e produtos premium, cada vez mais ofertados nessas lojas. Nesse cenário
de lojas de descontos, a Aldi e a Lidl estão crescendo rapidamente como
players importantes e vêm expandindo sua presença geográfica para
atender a áreas centrais e suburbanas em todo o Reino Unido.
Eventos do Setor
• London Produce Show: maior evento de produtos hortifrúti no Reino Unido, o London
Produce Show reúne durante três dias compradores e vendedores de frutas e verduras de
todo o país para trocarem conhecimento, estabelecerem relações e criarem oportunidades
de fornecimento dos produtos. Entre as suas atividades educacionais e de interação entre os
pares estão: Painel Perishable Pundit Thought Leader Breakfast e do Setor, Recepção de Gala,
Programas de Intercâmbio Universitário, Programas de Mídia para o Consumidor, Fórum do
Setor de Foodservice, Aulas/Seminários, Demonstrações do Chef e Tours Regionais. A próxima
edição, que acontece entre 22 e 24 de março de 2021, será realizada em conjunto com o
International Food and Drink Event (IFE), o que trará mais fornecedores e compradores do
país.
• Fruit Focus Live: normalmente presencial, o Fruit Focus é o principal evento técnico da
indústria de frutas e foi realizado de forma virtual nos dias 9 e 10 de setembro de 2020. Ele
reúne produtores e profissionais do setor e oferece-lhes uma plataforma para apresentar as
últimas inovações tecnológicas na produção e colheita de frutas. O evento geralmente é
realizado ao longo de um dia, no qual os participantes podem comparar produtos e serviços
com os principais fornecedores de tecnologia, analisar novas variedades de cultivo, produtos
alimentares e de proteção, conhecer as oportunidades e os desafios do setor no Reino Unido
e estabelecer relações com os profissionais da indústria. A próxima edição acontecerá em 21
de julho de 2021.
• FPJ Live: também um fórum normalmente realizado presencialmente, o FPJ (Food Produce
Journal) Live aconteceu de forma virtual em 6 de outubro de 2020. Nele, profissionais dos
As tarifas sobre maçãs e uvas, ambas produzidas em grande escala no Reino Unido, serão
consideravelmente mais altas, enquanto aquelas impostas sobre mangas e mamões
permanecerão em 0%, oferecendo oportunidades para os exportadores brasileiros de frutas
exóticas mesmo na inexistência de acordos de livre comércio.
Entretanto, ressalte-se que mangas e mamões crus ou cozidos no vapor ou em água, congelados,
com adição de açúcar ou outro adoçante estarão sujeitos a uma determinada UKGT dependendo
do seu teor de açúcar: se o teor for maior que 13%, a tarifa incidente será de 12% e £4,4
adicionais serão cobrados por cada 100 quilogramas (US$5,61 por cada 100 quilogramas); se o
teor for menor que 13%, apenas a tarifa de 12% será imposta.
Oportunidades e Desafios
Oportunidades Tendência de alimentação saudável no Reino Unido e na União Europeia favorece o consumo
das frutas exóticas: a fim de aproveitar ao máximo seus benefícios nutritivos e digestivos, os
consumidores britânicos começaram a incluir cada vez mais em seus carrinhos as frutas exóticas à
medida que outras “frutas de luxo” (principalmente as frutas silvestres) passaram a ser
disponíveis regularmente nas prateleiras.
Entusiasmo local para oferta de mamões: com empresas como a Wealmoor abrindo o caminho
na oferta em grande escala de mamões no mercado britânico, o momento é ideal para a entrada
de novos players no setor.
Acordos de livre comércio com países fornecedores internacionais após o Brexit: embora o
cenário de Brexit sem acordo represente diversos desafios relacionados à cadeia de suprimentos
para os importadores britânicos, especialmente os de frutas exóticas mais caras, existem muitas
oportunidades para o Reino Unido fechar acordos de livre comércio com grandes exportadores de
mamão como o Brasil e outros mercados de origem.
Mercado fragmentado: por ainda ser pequeno e estar em estágio inicial, o mercado atualmente é
fragmentado e dividido entre diferentes fornecedores e importadores de frutas exóticas do Reino
Unido. Isso representa desafios para exportadores que buscam fechar negócios de volume com
importadores confiáveis no mercado do país.
Gestão da cadeia de suprimentos: a curta vida útil do mamão e sua textura delicada tornam a
fruta bastante vulnerável a machucados durante o transporte, gerando custos adicionais para
preservar sua qualidade ao longo de toda a cadeia de suprimentos e exportação. A adesão da UE
a rígidos controles de qualidade, embalagem e tamanho pressiona os importadores e
exportadores de mamão a simplificarem a cadeia de suprimentos. No Reino Unido, o Brexit
dificultará a criação de novas rotas por meio de acordos de livre comércio diretos entre o país e os
principais países exportadores, principalmente o Brasil, bem como o desenvolvimento de
estruturas de preços voltadas ao consumidor e lucrativas para importadores e exportadores.
Dependência britânica para com frutas cítricas espanholas pode representar ameaça
ou oferecer oportunidade aos exportadores brasileiros
Oportunidades e Desafios
Oportunidades Potencial no mercado britânico: além de apresentar o maior consumo na categoria, o mercado de
limões e limas do Reino Unido ainda está crescendo, enquanto outros mercados da UE estão
atingindo a saturação da oferta. Além disso, para os importadores britânicos, um cenário de Brexit
sem acordo deixará os exportadores não pertencentes à UE em pé de igualdade com a Espanha,
atualmente o maior fornecedor de limões e limas do Reino Unido e da UE, e aumentará o potencial
de volume e valor para os exportadores brasileiros.
Importações diretas: considerando que o Reino Unido é um dos maiores consumidores de limão
na UE, o cenário é propício para acordos de livre comércio diretos com o Brasil, principalmente
porque o Reino Unido já possui relações diretas de importação com fornecedores de fora da UE,
como a África do Sul, o segundo maior exportador de limões e limas para o país.
Oportunidades e Desafios
Oportunidades Popularidade da categoria: ao contrário de outras frutas exóticas no Reino Unido, as mangas
formam uma categoria bem estabelecida, principalmente em razão de comunidades étnicas de
países produtores da fruta. Os usos e os benefícios da manga são bastante conhecidos e os
exportadores brasileiros podem aproveitar isso.
Mercado de consumo de conveniência: tendo em conta que o consumo de mangas bem maduras
é muito maior nas comunidades hispânica, indiana e paquistanesa, que conhecem e apreciam a
fruta, os exportadores brasileiros devem explorar o mercado de conveniência e lanches entre
outros grupos demográficos menos familiarizados com a manga para estabelecer sua presença. As
mangas recém-cortadas, descascadas e prontas para consumo oferecem a oportunidade de
diversificar sua oferta no mercado do Reino Unido.
Desafios Popularidade das variedades não brasileiras: as variedades de manga mais populares no Reino
Unido são normalmente aquelas provenientes dos mercados concorrentes do Brasil (Índia e
Paquistão). O Brasil deve diversificar e oferecer outras variedades conhecidas no Reino Unido,
Garantia de qualidade: os exportadores brasileiros devem dedicar atenção especial aos períodos
de colheita de fruta, diminuir o tempo de transporte pós-colheita e investir em embalagens que
protejam seus produtos. Eles devem simplificar sua cadeia de suprimentos e exportação a fim de
reduzir o tempo de entrega e manter os melhores níveis de qualidade e amadurecimento das
mangas exportadas.
O Brasil é o maior exportador de goiaba, manga e mangostim para o Reino Unido, mas divide o
mercado com vários concorrentes fortes, como Gana, Peru, Paquistão e Índia. A fim de
tornarem-se mais competitivos em termos de especificações técnicas, os exportadores
brasileiros devem focar nas diretrizes estipuladas pelo Departamento de Desenvolvimento do
Mercado de Exportação do Secretariado da Commonwealth.
Segundo as mesmas regras, Tommy Atkins, Haden, Keitt e Kent são as variedades mais populares
no mercado do Reino Unido. A lista de variedades admitidas inclui, ainda, Alphonso, Amelie,
Graham, Irwin, Sensation e Zill. O tamanho adequado da fruta é 250 a 400 gramas, com formato
oval e coloração vermelha intensa. Os consumidores britânicos preferem mangas bem maduras
e firmes, sem fibras nem gosto amargo ou adstringente. O mercado britânico também é ideal
para mangas prontas para consumo, pré-descascadas, cortadas e pré-embaladas.
As mangas exportadas por transporte aéreo normalmente são vendidas no segmento premium
e, portanto, devem estar perfeitas ao chegarem no Reino Unido. Logo, os exportadores
brasileiros devem dedicar atenção especial aos períodos de colheita de fruta, diminuir o tempo
de transporte pós-colheita e investir em embalagens que protejam seus produtos.
Estima-se que atualmente os grandes supermercados controlem 50% do comércio de todas as
frutas exóticas no Reino Unido. Com relação a mangas, exportadores e fatiadores de frutas dos
países de origem normalmente são intermediados por importadores no mercado do Reino
Unido, os quais então se conectam com processadores, amadurecedores/embaladores,
atacadistas e supermercados. Atacadistas/lojas cash-and-carry geralmente fornecem as mangas
para lojas especializadas, mercados de rua e restaurantes (basicamente o setor de foodservice).
Frente ao mercado de importação de manga britânico um tanto fragmentado, no qual cinco
mercados de origem respondem por 60% dele ‒ com o restante distribuído entre os
reexportadores da UE ‒, os exportadores brasileiros devem voltar-se para variedades populares
que atendam aos gostos dos consumidores e construir relações competitivas com a cadeia de
valor de frutas exóticas.
Para entrar no mercado do Reino Unido, os exportadores brasileiros de manga devem:
• Popularizar as variedades brasileiras de manga, oferecer as variedades Kent e Keitt em vez da
Tommy Atkins, e enfatizar a vantagem competitiva da produção brasileira em relação às
variedades populares da Índia e do Paquistão. É importante mencionar que os exportadores
brasileiros devem enfrentar a concorrência de outras partes da Europa (Portugal, Espanha,
Itália e França), que fornecem frutas de verão (como laranja, pêssego, tangerina, melancia,
abacaxi e até mesmo manga) a preços acessíveis. Essa concorrência, contudo, pode ficar
menos acirrada no Reino Unido após o Brexit.
• Ele também auxilia a HMRC a identificar mercadorias que precisam ser examinadas
fisicamente ou quais documentos devem ser inspecionados. Isso simplifica e torna mais
céleres os procedimentos de alfândega para mercadorias seguras, com toda a
documentação necessária, diretamente importadas/exportadas entre o Reino Unido e países
terceiros.
• Em suma, o CHIEF permite controlar a movimentação de mercadorias restritas e auxilia a
identificação do tráfico de mercadorias proibidas.
• Informações de contato da HMRC: +44 0300 200 3300
Certificados fitossanitários
• Quase todas as plantas e suas partes vivas, incluindo todas as sementes para plantação,
devem ter certificado fitossanitário. O importador deve notificar previamente a autoridade
de saúde vegetal para poder importar a maioria das frutas (exceto no caso das frutas listadas
abaixo e de frutas mantidas congeladas). A lista completa de mercadorias importadas que
requerem certificados fitossanitários pode ser encontrada no site da Agência de Saúde
Animal e Vegetal.
• As frutas tropicais a seguir estão isentas de certificado fitossanitário para importações do
Reino Unido:
o Abacaxi;
o Coco;
o Durian;
o Bananas e bananas-da-terra (Musa spp.);
o Tâmaras.
Uvas de mesa
• Certificações como o Programa de Conformidade Social Global (GSCP) e a adesão total aos
níveis máximos de resíduos (MRLs) e à Gestão Integrada de Pragas (IPM) ajudam a comprovar
as afirmações de sustentabilidade das marcas no mercado europeu. A certificação mais
exigida para uvas de mesa na UE é a GLOBAL G.A.P. (sigla em inglês para “boas práticas
agrícolas”), a qual, atualmente, tornou-se padrão entre os supermercados. Outras
certificações comuns são a do Consórcio de Varejistas Britânicos (BRC), o Padrão Alimentar
Internacional (IFS) e a Certificação de Sistema de Segurança Alimentar FSSC22000. A GLOBAL
G.A.P. Análise de Risco de Prática Social (GRASP) e a Iniciativa de Sustentabilidade para Frutas
e Vegetais (SIFAV) também são certificações de sustentabilidade.
Limões
• O Codex Alimentarius especifica os requisitos e padrões para Citrus latifolia e Citrus
aurantiifolia, mas a categoria se enquadra nos mesmos padrões da UNECE para frutas
cítricas. A fruta deve ser verde, mas pode mostrar manchas amarelas de até 30% de sua
superfície para Citrus latifolia ou de até 20% para Citrus aurantiifolia.
• O Tribunal de Justiça da União Europeia confirmou recentemente o uso obrigatório de rótulos
em frutas cítricas incluindo informações sobre conservantes e a outros produtos químicos
utilizados na fase pós-colheita. Conforme os regulamentos fitossanitários europeus e a nova
Diretriz Europeia, as limas e os limões devem passar por inspeções de saúde vegetal antes de
serem distribuídos dentro da UE e seu local de origem deve estar livre de moscas-das-frutas.
Os padrões da UNECE para frutas cítricas estipulam diversos requisitos de qualidade,
tamanho, embalagem e rotulagem. A UE também planeja introduzir níveis máximos de
resíduo (MRLs) mais rigorosos, considerando que os MRLs do Reino Unido são mais baixos do
que dos outros países da região. Os limões embalados devem ter a mesma origem, variedade
ou tipo comercial, qualidade e tamanho, bem como grau de amadurecimento. Entre as
certificações necessárias para os exportadores de limão para a UE estão Global G.A.P.,
Padrões Globais do Consórcio de Varejistas Britânicos (BRCGS), Padrão Alimentar
Internacional (IFS) e Auditoria de Comércio Ético de Membros do Sedex (SMETA).
Mangas
• Na Europa, questões referentes à garantia de qualidade, regulamentação fitossanitária e
confiabilidade de fornecimento representam desafios aos importadores e exportadores de
manga. As mangas são bastante suscetíveis ao ataque de moscas-das-frutas, portanto, seu
transporte entre países e continentes dificulta consideravelmente o controle fitossanitário.
• Os MRLS aplicados no Reino Unido são inferiores àqueles determinados pela legislação da UE.
As mangas recém-cortadas e prontas para consumo também devem atender aos critérios
microbiológicos de contaminação por E. coli (abaixo de 100 unidades formadoras de
colônia/grama). Considerando a alta susceptibilidade da manga a ataques de moscas-das-
frutas (família Tephritidae), uma nova diretriz europeia promulgada em setembro de 2019
exige certificados fitossanitários para a fruta, que devem ser apresentados pela organização
nacional de proteção de plantas no país de origem antes da exportação.
• Os requisitos de qualidade, tamanho, embalagem e rotulagem para exportadores de mangas
na Europa podem ser encontrados nos padrões da UNECE e do Codex Alimentarius para
mangas. Entre as certificações mais comuns estão GLOBALG.A.P., BRCGS, IFS e Iniciativa de
Segurança Alimentar Global (GFSI). Assim como os mamões, as mangas são classificadas por
códigos de tamanho (A J) e variam de 100 a 350 gramas a até acima de 800 gramas.
Passaportes Fitossanitários
• O Regulamento de Saúde Vegetal da União Europeia 2016/2031 apresenta o conceito de
passaportes fitossanitários e busca controlar o nível de pragas nas plantas e protegê-las
contra doenças. Enquadram-se no requisito de passaportes fitossanitários todas as plantas
para plantio, algumas com frutos ou sementes (ex.: Citrus, Vitis, Fortunella), frutas de Citrus,
Fortunella, Poncirus e seus híbridos com suas folhas e pedúnculos intactos, algumas das
sementes (ex.: Prunus dulcis, Pisum sativum), bem como algumas espécies de madeira.
• De acordo com as diretrizes da UE sobre emissão de passaportes fitossanitários para o
comércio de plantas para empresas sediadas na Inglaterra e no País de Gales, os passaportes
podem ser autorizados online por meio do sistema e-Domero ou enviados para a Agência de
Saúde Animal e Vegetal. Para empresas com sede na Escócia, a entidade Science and Advice
for Scottish Agriculture fornece diretrizes detalhadas sobre passaportes.
• Observação: todos os regulamentos e requisitos sob jurisdição da UE estão sendo negociados
e revisados por motivo da saída do Reino Unido do bloco. Os regulamentos e requisitos pós-
Brexit entrarão em vigor após a conclusão dos acordos referentes ao movimento.
Definições
Termos utilizados no relatório Definição
Siglas
Termos utilizados no relatório Definição
£ Libra esterlina
3G Terceira geração
4G Quarta geração
BRC Consórcio de Varejistas Britânicos
BRCGS Padrões Globais do Consórcio de Varejistas Britânicos
BREXIT Saída do Reino Unido da União Europeia
CAGR Taxa de crescimento médio anual
CARIFORUM Fórum de Países Africanos, Caribenhos e do Pacífico
CHIEF Manuseio Aduaneiro de Frete para Importação e Exportação
CM Gestão de Categoria
Covid-19 Doença do Coronavírus - 2019
CPTPP Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica
de jure Práticas Legalmente Reconhecidas
DEFRA Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Agrícolas
DIT Departamento de Comércio Internacional
DTC Diretamente ao consumidor
EAP English Apples & Pears
EC Conselho de Regulação
EMAS Esquema de Ecogestão e Auditoria
EUA Estados Unidos da América
FAO Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
FPJ Revista de Produção Alimentar
FSA Agência de Padrões Alimentares
FTA Acordo de Livre Comércio
GFSI Iniciativa de Segurança Alimentar Global
GLOBAL G.A.P GLOBAL G.A.P
GM Modificação Genética
GMS Padrões Gerais de Marketing
Fontes Site
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BBC portal https://www.bbc.com
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Clock House Farm http://www.clockhousefarm.co.uk/
Congressional Research https://fas.org/sgp/crs/row/IF11123.pdf
Service
Daily Mail https://www.dailymail.co.uk
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Food and Rural Affairs
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Ecommerce https://ecommercenews.eu
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London School of Economics https://blogs.lse.ac.uk