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Resumo
Atualmente o design está inserido em projetos multidisciplinares, em que suas competências e
habilidades são requeridas, destacando-se a empatia, a criatividade e a visão de inovação. A
inserção dos designers no variado mercado de trabalho exige que essas capacidades dos
profissionais sejam desenvolvidas, utilizando, para tal, métodos e ferramentas. Uma dessas
ferramentas que tem potencial de colaborar com o processo de design é o mapa mental. Assim,
esse artigo se propõe a investigar a aplicação dos mapas mentais nos processos de design, por
meio de uma revisão da literatura sobre a ferramenta e sobre a área do design. Além disso, foi
realizado um estudo de caso da aplicação do mapa mental dentro de um projeto de design
conduzido em um estabelecimento prisional humanizado. Observa-se que o uso dessa ferramenta
pode ser positivo na construção de um processo de design em grupo, auxiliando principalmente
nas suas fases iniciais.
Palavras Chave: Mapa mental; Design; Ferramentas e APAC.
Abstract
Currently the design is inserted in multidisciplinary projects, in which their skills and abilities are
required, emphasizing empathy, creativity and the visionary. The insertion of the designers in the
varied labor market demands that these capacities of the professionals to be developed, using, for
such, methods and tools. One of these tools that has the potential to collaborate with the design
process is the mind map. Thus, this article proposes to investigate the application of Mind Maps in
the design processes, through a review of the literature about the tool and the area of design. In
addition, a case study of the application of the mind map was carried out within a design project
conducted in a humanized prison. It is observed that the use of this tool can be positive in the
construction of a group design process, assisting mainly in its initial phases.
Keywords: Mind map; Design; tools and APAC.
O segredo da eficiência do mapa mental está em sua forma e configuração dinâmicas. Com
o formato de um neurônio, os mapas mentais são projetados para estimular o cérebro a fazer
associações. As associações são fatores importantes para favorecer a memória e a criatividade.
13º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, Univille, Joinville (SC)
05 a 08 de novembro de 2018
Elas são criadas pelo cérebro a partir da conexão das informações (Buzan, 2002).
Em um mapa mental, conforme Buzan (2009), para as associações se realizarem, é
importante a utilização de setas, cores e códigos. As setas guiam o olhar de modo que as palavras
ou imagens-chave se unam e sugiram movimento, o que torna a memória e as lembranças mais
eficazes. As cores são uma das formas mais poderosas de intensificação da memória e da
criatividade. A escolha de uma cor para cada ramificação potencializa um acesso rápido à
informação necessária e ajudará na lembrança com maior facilidade. Já os códigos permitem a
realização de conexões instantâneas dentro do mapa mental, por mais afastadas que elas estejam.
Quanto mais claro você for, melhor será a sua compreensão e a das outras pessoas. Anotações
rabiscadas confundem a memória e atrapalham o entendimento, o que inibe a habilidade que o
cérebro tem de fazer associações.
Assim como os neurônios, os mapas mentais são como estruturas radiais, o que
sugere que as informações neles contidas são dispostas em raios. Segundo Buzan e Buzan (1994),
a origem para essa representação radial está, na forma como o cérebro funciona, já que pensa-se
radialmente (radiant thinking). Com isso, o mapa mental pode ser entendido como a
representação externa do pensamento radial, que sempre irradia de uma imagem central. Cada
imagem ou palavra se torna por si só um subcentro de associação. A estrutura radial dos mapas
mentais estimula a memória, a recuperação de informações e a criatividade do indivíduo,
manifestada na habilidade de estabelecer e perceber conexões por meio das palavras, imagens,
cores, códigos e dimensões empregadas no mapa.
Segundo Buzan (2009), essa não linearidade dos mapas mentais, possibilitam
inesperadas alterações de direção e de caminhos que o cérebro faz pela associação de ideias.
Pode-se afirmar que os mapas mentais propõem ao cérebro o pensar diferente e, assim,
aumentam a possibilidade de produzir alguma informação inédita ou até mesmo resgatar
memórias esquecidas. Buzan (2002) ainda diz que o cérebro humano é um caldeirão de
criatividade e tudo que ele precisa é das ferramentas corretas para que esta criatividade seja
liberada, ou melhor aproveitada. Sendo assim, “o mapa mental é um recurso que canaliza a
criatividade, porque utiliza todas as habilidades a ela relacionadas, sobretudo ‘a imaginação, a
associação de ideias e a flexibilidade” (ONTORIA PEÑA; LUQUE; GÓMEZ, 2008, p.25). Os mapas
mentais são muito eficientes para o entendimento de contextos e criação de projetos. Podem ser
considerados por Amoretti e Tarouco (2004) um método intuitivo, interessante e atraente.
De acordo com Dell'Isola (2012), os mapas mentais são altamente recomendados na
elaboração de projetos dada a sua capacidade de síntese e apelo visual, conforme exemplifica a
Figura 3 abaixo. Eles mantêm a equipe criativa e permitem que sua criatividade se desenvolva ao
máximo. Logo, os mapas mentais podem ser úteis para designers, como meio de despertar a
criatividade e gerar ideias.
Conforme Buzan (2009), os mapas mentais nos permitem planejar vários aspectos da vida
com autoconfiança. Eles são recursos de comunicação, resolução de problemas, imaginação,
educação, revisão, gerenciamento do tempo e uso da memória. Também podem ser criações
artísticas por si mesmos. Os mapas mentais podem ser usados para todo e qualquer propósito na
vida. As aplicações são diversas: na escola, no trabalho, em casa, na vida social, no
desenvolvimento de ideias criativas, no gerenciamento, planejamento e elaboração de projetos,
na geração de ideias, gerenciamento de tempo, formação de equipe e apresentações.
Ainda segundo Buzan (2009), é certo que planejar informações com eficiência aumenta a
probabilidade de ser bem-sucedido. A organização do pensamento contribui para um melhor
desenlace e fluidez do pensamento criativo, sendo este fundamental para a resolução de
problemas. Os mapas mentais contribuem inestimavelmente para a solução de problemas,
inclusive dentro de um projeto. O problema, sendo esse definido por Eden (1983) “como uma
situação onde alguém deseja que alguma coisa seja diferente de como ela é, e não está muito
seguro de como obtê-la”, faz dos mapas mentais uma ferramenta útil, quando objetivos e metas
não estão muito claros e necessitem de apoio à definição do problema. Como Belluzzo (2007)
afirma, os mapas mentais são considerados importantes ferramentas gráficas que classificam,
representam e comunicam as relações, servindo como ponto de referência para tomadas de
decisão.
Buzan (2009) também aponta sobre a capacidade de contribuição para a criatividade que o
mapa mental pode promover quando se quer ser mais criativo, utilizando-o como meio de se
obter ideias e soluções. Diante dos processos de armazenagem e organização de informações, ele
amplia sua visão diante de alguma situação e logo tem-se um esquema detalhado de um conceito,
facilitando assim a visualização e obtenção de uma solução ou ideia criativa.
Além de serem desenvolvidos individualmente, os mapas mentais podem ser aplicados em
trabalhos de equipes, sendo assim muito úteis dentro de uma empresa ou organização. Quando
elaborado em grupo, o mapa mental incorpora uma ferramenta chamada brainstorming, que
segundo Nunes (2008), é conhecido como tempestade de ideias. É um método coletivo de geração
Fonte: O autor
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