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CONSTITUCIONAL
Poder Executivo
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO CONSTITUCIONAL
Poder Executivo
Aragonê Fernandes
Poder Executivo..............................................................................................................3
1. Formas de Governo. .....................................................................................................3
2. Sistemas de Governo...................................................................................................4
3. Chefia de Estado x Chefia de Governo.........................................................................5
4. Condições de Elegibilidade. ..........................................................................................6
5. Processo Eleitoral.......................................................................................................6
6. Duração do Mandato................................................................................................... 7
7. Impedimento e Vacância.............................................................................................. 7
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Poder Executivo
Aragonê Fernandes
PODER EXECUTIVO
No âmbito federal, o Poder Executivo é chefiado pelo presidente da República, que é auxi-
liado pelos ministros de Estado.
Se você olhar para a esfera estadual e para a distrital, verá que a chefia cabe aos governa-
dores e, no âmbito municipal, aos prefeitos.
Uma distinção deve ser feita desde agora – e será fundamental para as provas: o presi-
dente da República é o único que acumula as funções de chefe de Estado e de chefe de gover-
no em nosso sistema atual. Os demais são considerados apenas chefes de governo.
Qual é a importância dessa particularidade? Ora, se determinada prerrogativa for exclusi-
va do chefe de Estado não poderá repercutir para as outras esferas de governo.
Antes de entrar no texto constitucional, penso ser necessário que você relembre alguns
conceitos que são extraídos da doutrina, mas que serão de grande importância.
Vamos lá!
1. Formas de Governo
República Monarquia
Eletividade Hereditariedade
Temporalidade Vitaliciedade
Representatividade popular (o povo escolhe seu Ausência de representatividade popular (o critério
representante) para definição do rei é a linhagem familiar)
Responsabilização dos governantes (inclusive Inexistência de responsabilidade dos governantes
por crime de responsabilidade – impeachment) (the king can do no wrong – o rei não pode errar).
A primeira Constituição brasileira (1824) previa a Monarquia como forma de governo. En-
tretanto, desde 1891, adotou-se a forma republicana de governo.
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2. Sistemas de Governo
Presidencialismo Parlamentarismo
Independência entre os Poderes nas funções Regime de colaboração; de corresponsabilidade entre
governamentais. Legislativo e Executivo.
Primeiro-ministro só permanece na chefia de governo
Governantes (Executivo e Legislativo) possuem enquanto possuir maioria parlamentar.
mandato certo. Mandato dos parlamentares pode ser abreviado, caso
haja a dissolução do parlamento.
Há um só chefe do executivo (presidente ou Chefia do Executivo é dual, já que exercida pelo Primei-
monarca), que acumula as funções de chefe de ro-ministro (chefe de governo), juntamente com o pre-
Estado e chefe de governo. sidente ou monarca (chefes de estado).
A responsabilidade do governo é perante o povo. A responsabilidade do governo é perante o parlamento.
O Brasil, embora tenha por tradição o sistema presidencialista, já teve dois períodos de
parlamentarismo: o primeiro na época do Império, com Dom Pedro II – basta lembrar que Dom
Pedro II era muito jovem quando assumiu o trono. Assim, houve uma diminuição das atribui-
ções do Príncipe Regente.
O segundo período de parlamentarismo é mais recente (e mais cobrado em provas!). Ele
envolveu os anos de 1961-63, exatamente o período que antecedeu o Golpe Militar.
Nesse período, com a renúncia de Jânio Quadros e a assunção de João Goulart (Jango),
houve uma nova tentativa de esvaziar os poderes do presidente da República, dividindo-os
com o Parlamento. A figura de primeiro-ministro, nesse período, coube a Tancredo Neves,
que mais à frente seria eleito para presidente da República, cargo que não chegou a assumir
diante de sua morte por diverticulite.
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De acordo com o art. 2º do ADCT, cinco anos após a promulgação da Constituição, seria
realizado um plebiscito, a fim de que o povo decidisse qual a forma e sistema de governo que
desejavam. À época, foram mantidas a república e o presidencialismo.
Em acréscimo, adotamos a federação como forma de Estado e a democracia como regi-
me de governo.
Já adiantei algumas linhas acima, mas lembro que, em razão da escolha do sistema pre-
sidencialista de governo, o presidente da República acumula as funções de chefe de Estado e
de chefe de governo.
Nesse contexto, ele agirá como chefe de Estado quando representar o Brasil no plano in-
ternacional.
De outro lado, a função de chefe de governo acontece quando o Presidente atua no plano
interno, como chefe do Poder Executivo da União.
Veja alguns exemplos: proposição de projeto de lei que aumente os vencimentos de servido-
res de determinado Ministério, ou ainda, edição de medida provisória, dispondo sobre aumen-
to de proventos de aposentadoria.
Por ser chefe de Estado, o presidente tem a chamada imunidade relativa, o que significa
que, durante a vigência do mandato, ele não responderá por atos estranhos ao exercício de
suas funções. Mas isso nós veremos mais à frente, quando falarmos da responsabilidade do
presidente da República, tópico sempre lembrado pelas bancas examinadoras...
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4. Condições de Elegibilidade
5. Processo Eleitoral
A eleição para os cargos de Presidente e vice-presidente, bem assim para os demais cargos
eletivos, está definida na Constituição como sendo:
• primeiro turno: ocorrerá no primeiro domingo de outubro, do último ano anterior ao
término do mandato vigente.
• Segundo turno: será realizado no último domingo de outubro, do último ano anterior ao
término do mandato vigente.
Essa mesma regra deve ser observada, de forma compulsória, nas eleições diretas para
governador e vice-governador.
Já nas eleições indiretas, não há a obrigação de os Estados-membros (ou o DF) seguirem
o modelo federal. Em outras palavras, cada um dos entes federados editará norma própria,
observada sua autonomia, não havendo a obrigação de seguir os parâmetros do artigo 81, §
1º, da Constituição (STF, ADI-MC n. 4.298)
Será considerado eleito em primeiro turno o candidato que obtiver maioria absoluta dos
votos válidos – o que exclui os votos brancos e nulos. Não sendo atingido esse patamar,
avançam para o segundo turno apenas os dois candidatos mais bem colocados.
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6. Duração do Mandato
Após as alterações trazidas pela EC n. 15/1996, o mandato presidencial – e também dos go-
vernadores e prefeitos – é de quatro anos, permitida uma reeleição, para o período subsequente.
Antes disso, a regra relativa ao mandato presidencial era de mandato de cinco anos, sem
a possibilidade de reeleição.
7. Impedimento e Vacância
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O STF entendeu que se uma das autoridades que estiver na ordem de vocação sucessória
tiver contra si denúncia recebida pelo STF pode continuar na sua função, ficando impedido
apenas de ocupar a Presidência da República, ainda que temporariamente.
Agora cuidado com um ponto: é que a Lei Federal n. 13.165/2015 prevê que, na vacância
em cargos majoritários (no âmbito do Executivo, dupla vacância) provocada por razões elei-
torais – indeferimento de registro, cassação do diploma e perda do mandato de candidato
em pleito majoritário, independentemente do número de votos anulados –, só haverá eleições
indiretas se faltarem menos de seis meses para o término do mandato.
Por outro lado, se o motivo da dupla vacância for alguma causa não eleitoral (morte, de-
sistência, renúncia ao mandato etc.), valerá a regra prevista na Constituição Estadual (gover-
nador) ou na Lei Orgânica (governador do DF e municípios).
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Se a causa for eleitoral, vale a regra federal, porque cabe à União legislar privativamente
sobre matéria eleitoral. Do contrário, se a matéria tratar de organização político-administra-
tiva, cada ente da Federação tem legitimidade para legislar – autonomia financeira, adminis-
trativa e política.
Ou seja, se você reparou bem, a lei federal contrariou as regras que falam em eleições
indiretas para presidente e vice-presidente da República nos últimos dois anos do mandato e
também as regras supracitadas para senador.
Pois é, apreciando a constitucionalidade da referida lei, o STF entendeu pela validade das
novas regras para os cargos de governador e de prefeito, mas não para presidente da Repú-
blica e senador.
Como assim?
Deixe-me explicar: em primeiro lugar, é bom lembrar que cabe à União, de forma privativa,
legislar sobre direito eleitoral. Então, até aí, nada de errado com a lei federal.
O problema é que ela dizia que as novas regras seriam aplicáveis aos cargos majoritários,
sem fazer nenhuma ressalva. Acontece que, para o cargo de presidente da República e para o
de senador, a própria Constituição Federal já prevê um procedimento específico e diferente do
que constou na Lei n. 13.165/2015.
Então, para presidente continua valendo a regra do artigo 81, § 1º, da Constituição, segun-
do o qual as eleições indiretas ocorrerão se vagarem os cargos de presidente e de vice-presi-
dente nos dois últimos anos do mandato.
Por sua vez, para senadores, prevalecerá a norma que vimos, do artigo 56, § 2º, da Consti-
tuição, o qual prevê que, ocorrendo vaga e não havendo suplente, nova eleição será feita para
preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato (STF, ADI 5.525).
Lembrando, para governador e para prefeito, teremos duas opções: a) se a dupla vacância
decorrer de causas eleitorais, aplica-se a lei federal, com eleições indiretas apenas se falta-
rem menos de seis meses para o fim do mandato; b) para dupla vacância fundada em causas
não eleitorais, vale a regra editada pelo próprio ente – estado ou município.
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Outra coisa: ainda sobre a Lei n. 13.165/2015, o STF firmou a seguinte tese:
É constitucional legislação federal que estabeleça novas eleições para os cargos majo-
ritários simples – isto é, prefeitos de Municípios com menos de duzentos mil eleitores e
senadores da República – em casos de vacância por causas eleitorais (STF, ADI 5.690).
Nesse julgamento, discutia-se a validade da norma eleitoral que prevê novas eleições não
importando o número de votos anulados.
Como você viu, prevaleceu a tese de que deve haver novas eleições quando a vacância
se der por causas eleitorais (ex.: abuso do poder econômico), não importando quantos votos
válidos tenham sido anulados – se mais ou menos de 50%.
Falta eu falar de duas regrinhas chatas, porque tratam de prazos que podem confundir você.
A primeira prevê que se o presidente ou o vice-presidente não tomarem posse, sem motivo
de força maior, no prazo de 10 dias, o cargo será declarado vago.
A segunda cai mais em prova... diz respeito à necessidade de autorização do Congresso
Nacional se o presidente ou o vice-presidente forem se ausentar do País por mais de 15 dias.
Caso não haja essa autorização, eles podem perder o cargo.
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No artigo 59 estão listados os atos normativos primários, cuja elaboração é descrita, ainda
que resumida, na própria Constituição. Daquele rol, o presidente é o responsável por editar medi-
das provisórias, bem como pode propor emendas à Constituição, leis ordinárias e complementa-
res. Sendo autorizado pelo Congresso Nacional, ele também pode editar Leis Delegadas.
Por sua vez, as resoluções e os decretos legislativos são atos interna corporis. Ou seja,
eles não contam com a participação do Executivo em nenhum momento, tramitando apenas
dentro do Legislativo.
Ah, cabendo ao presidente da República dar o ‘start’ ao processo legislativo (iniciativa priva-
tiva/exclusiva/reservada), se houver descumprimento dessa regra, o projeto de lei padecerá do
vício de inconstitucionalidade formal, que nunca se convalida, nem mesmo com a sanção.
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para
sua fiel execução;
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O decreto mencionado neste inciso é o regulamentar, ato normativo secundário que serve
para regulamentar as leis. Ele se difere do decreto autônomo, que você encontrará no inciso
VI, logo a seguir.
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Optando o chefe do Executivo pelo veto, deverá ele comunicar as razões de sua decisão ao
presidente do Senado dentro do prazo de 48 horas.
Caso o presidente da República não se manifeste no prazo de 15 dias úteis, ocorrerá a sanção
tácita do projeto de lei.
Motivação do veto
Veto Político Veto Jurídico
O presidente da República entende que o O presidente da República entende que o pro-
projeto de lei, apesar de constitucional, é jeto de lei é inconstitucional.
contrário ao interesse público. Ex.: está presente vício de iniciativa, o que torna
Ex.: determinado aumento aos aposentados, o projeto inconstitucional, sob o ponto de vista
se concedido, pode causar desequilíbrio nas formal.
contas públicas.
Quando o presidente faz o veto jurídico, está atuando em controle político de constitucio-
nalidade, feito na forma preventiva, tendo em vista que a norma ainda não entrou em vigor.
Vou abrir um parêntese.
É até comum você “trocar as bolas”. Eu disse que existem os vetos políticos e os jurídicos,
dizendo em seguida que o veto jurídico era controle político de constitucionalidade.
Deixe-me esclarecer, existem dois modelos de controle de constitucionalidade: o político
e o jurisdicional. O jurisdicional é feito pelo Poder Judiciário, enquanto o político cabe aos
Poderes Legislativo e Executivo.
Fechando o parêntese, você viu que a inércia do presidente da República dentro do prazo
constitucional – 15 dias úteis – corresponde à sanção tácita.
Acontece que, se ele vetar, mas não motivar o veto, também haverá sanção. Isso acontece
porque o veto será submetido ao Congresso Nacional, que levará em conta exatamente os
fundamentos utilizados no veto.
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A apreciação dos vetos presidenciais não precisa respeitar a ordem cronológica de sua apre-
sentação ao Congresso Nacional.
Presidente não pode vetar só uma palavra ou expressão dentro de um texto.
Ex.: se não concorda com uma expressão dentro do artigo, tem de revogar artigo completo.
O Judiciário, ao contrário, pode vetar somente a expressão indesejada. Mais que isso, pode
fazer a declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto.
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Constituição Constituição
Lei (ato primário) -–-–-–
Decreto Regulamentar (ato secundário) Decreto Autônomo (ato primário)
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Obs.:
*1: TIDH (Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos) antes EC n. 45/2004 ou após,
mas sem rito especial (dois turnos, três quintos em cada Casa do Congresso Nacional.
*2: leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, resolu-
ções e decretos legislativos, tratados internacionais (não sobre direitos humanos),
decretos autônomos e resoluções do CNJ e do CNMP.
*3: portarias, decretos regulamentares, instruções normativas.
Uma última coisa: a figura do decreto autônomo foi inserida pela EC n. 32/2001 o que ge-
rou questionamentos quanto à sua constitucionalidade (não se discute constitucionalidade
de normas originárias).
Apreciando a questão, o STF entendeu que é válida a edição de decretos autônomos, ape-
nas nas hipóteses previstas no artigo 84, VI, da Constituição. Afastou-se, então, a ideia da
inconstitucionalidade.
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VII – manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso
Nacional;
resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos
ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.
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Indulto é o perdão da pena. Ele pode ser total ou parcial. Nesse último caso, é também cha-
mado de comutação. Esses benefícios, normalmente são dados pelo presidente da República
no final de cada ano. Em virtude disso, muitas pessoas acabam chamando de indulto de Natal.
Antes de passar para a próxima atribuição do presidente da República vou lembrar alguns
conceitos semelhantes para que você não esqueça:
a) indulto: perdão coletivo, dado pelo presidente da República. Caso se perdoe apenas
parte da pena, pode ser usada a nomenclatura comutação.
Não confunda indulto natalino com saídas temporárias, conhecidas como ‘saidão’. O pre-
so que ganha o indulto pleno não volta para o presídio, pois foi perdoado. Já aqueles que
recebem o benefício da saída temporária está no regime prisional semiaberto e precisa voltar
para o estabelecimento ao final da festividade.
b) graça: também é um perdão e também é dado pelo presidente da República. A diferença
central para a graça está no fato de ela ser individual, enquanto o indulto é coletivo.
c) anistia: é dada pelo Legislativo, e não pelo presidente da República. É formalizada por
meio de lei, e produz como efeito apagar o fato histórico. Em consequência, as punições aca-
bam sendo perdoadas também.
Pois bem, se você reparou direitinho, eu disse que cabe ao Legislativo conceder anistia. Eu
não falei que a tarefa era somente do Congresso Nacional.
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Dentro desse contexto, se a anistia envolver crimes, apenas o Congresso Nacional estará
habilitado a concedê-la. Isso porque cabe privativamente à União legislar sobre direito penal
– artigo 22, I, da Constituição.
No entanto, em razão da autonomia conferida aos Estados, a Assembleia Legislativa pode
conceder anistia aos servidores públicos, desde que relativa a punições administrativas (STF,
ADI n. 104).
Usando um exemplo citado na mídia, no ano de 2019, o governador do estado do Espírito
Santo sancionou a lei concedendo anistia aos policiais militares que se envolveram no movi-
mento grevista em período anterior.
Repito: a anistia dada pela Assembleia Legislativa só poderia abranger punições admi-
nistrativas, nunca os crimes. Em relação aos delitos penais, somente o Congresso Nacional
poderia conceder o benefício.
Voltando ao indulto, o STF entendeu que é prerrogativa do presidente da República conce-
der indultos sem que sofra interferências do Judiciário. Na hipótese, questionava-se decreto
editado pelo ex-presidente Temer que teria sido muito benevolente no indulto do ano de 2017.
A tese da PGR era no sentido de que teriam sido beneficiados indevidamente condenados por
crimes do colarinho branco.
Ao final, prevaleceu a orientação de que o presidente é livre na extensão dos termos do
decreto, desde que observada a proibição de concessão a crimes hediondos e equiparados
(STF, ADI n. 5.874).
Não confunda indulto com o benefício das saídas temporárias (saidão). Em datas festivas,
como Dia das Mães, Carnaval, Dia das Crianças, os presos submetidos a regime aberto têm o
direito de passar o feriado com seus familiares, devendo retornar ao estabelecimento prisio-
nal. Já o indulto é o perdão da pena.
XIII – exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes
são privativos;
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XIV – nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os ministros do Supremo Tribunal Federal e
dos Tribunais Superiores, os governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o pre-
sidente e os diretores do Banco Central e outros servidores, quando determinado em lei;
Dentre esses “outros servidores”, podem ser listados, por exemplo, os embaixadores e os
diretores das agências reguladoras – ANA, ANVISA, ANEEL, ANATEL etc.
É importante lembrar que a votação no Senado Federal sobre a indicação das autoridades
é a única hipótese de votação secreta após a EC n. 76/2013. E mais: não há sabatina do Sena-
do quanto à nomeação de ministros de Estado e do advogado-geral da União (AGU).
A primeira parte do inciso XXV (prover cargos públicos federais) é uma das atribuições
que podem ser delegadas (veja item abaixo). Se o ministro de Estado pode prover os cargos
públicos, ele também poderá improver. Em outras palavras, ele também pode demitir os ser-
vidores (STF, RE n. 633.009).
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XXVI – editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII – exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Quando se fala nas atribuições do Presidente, o que mais cai em prova é exatamente a
discussão acerca das hipóteses nas quais pode haver a delegação das tarefas, bem assim
quem seriam as autoridades que receberiam a delegação.
Pois bem.
No parágrafo único do artigo 84 consta que o presidente da República poderá delegar ao
PGR, ao AGU e aos ministros de Estado as seguintes atribuições:
Somente algumas das atribuições do presidente da República são delegáveis aos ministros
de Estado, ao PGR e ao AGU.
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Vou começar com um ponto bem relevante, que foi objeto de manifestação recente no
STF: a (des)necessidade de autorização do Legislativo para a abertura de processo contra os
chefes de governo.
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Exemplificando, ações cíveis e trabalhistas não contam com regra diferenciada, sendo julga-
das na 1ª instância.
Avançando, em regra, não há foro especial para o julgamento de ação popular ou ação
civil pública. Desse modo, mesmo que elas sejam propostas contra autoridades, a tramitação
ocorrerá perante um juiz de 1ª instância (STF, PET n. 3.087).
A prerrogativa de foro abrange especificamente os crimes, sejam comuns ou de res-
ponsabilidade.
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Dentro da locução “crimes comuns” (ou infrações penais comuns) se inserem os crimes
comuns propriamente ditos e também as contravenções penais e os crimes eleitorais (STF,
RCL n. 511).
Tratando-se de crimes comuns, a competência para julgamento será do STF.
Aqui, cabem duas ponderações: a primeira, no sentido de que o Presidente só poderá ser
processado por fatos ocorridos na vigência do mandato.
Ou seja, por conta da imunidade relativa (ou inviolabilidade presidencial), os processos
relativos a fatos anteriores ao mandato ficarão suspensos. Nesse caso, não haverá contagem
do prazo prescricional.
A segunda ponderação é no sentido de que, mesmo os fatos ocorridos durante o mandato
só tramitarão se guardarem relação com o cargo de presidente da República.
Usando um exemplo esdrúxulo, caso o Presidente Jair Bolsonaro pratique ato de violência
doméstica contra a sua mulher, Michele, sem que haja motivação relacionada ao cargo, esse
crime relacionado à chamada Lei Maria da Penha ficará suspenso até que o mandato termine.
A prescrição, igualmente, ficará suspensa.
Agora, partindo para outra situação hipotética (outro exemplo dantesco), na qual o Pre-
sidente agrida sua esposa, tentando contra sua vida, diante de uma briga na qual a primeira-
-dama demonstre interesse em denunciar ao Ministério Público crimes praticados pelo Pre-
sidente e por sua equipe, relacionados ao mandato, estaríamos diante de caso a ser julgado
pelo STF mesmo na vigência do mandato.
Contudo, lembro que o julgamento pelo STF dependeria de autorização a ser dada por 2/3
dos membros da Câmara dos Deputados.
Havendo condenação, o Presidente estaria sujeito à prisão. Destaco que a Constituição
fala que não pode haver prisão antes da prolação de sentença.
Assim, o presidente não estaria sujeito a prisão em flagrante ou temporária, nem mesmo
a preventiva a ser decretada durante as investigações ou mesmo na instrução, sem sentença.
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Além dos crimes comuns, os detentores de altos cargos públicos também podem pra-
ticar infrações político-administrativas que são chamadas crimes de responsabilidade (de
natureza política).
No artigo 85, a Constituição apresenta alguns exemplos de crimes de responsabilidade.
Ou seja, o rol é exemplificativo.
São considerados crimes de responsabilidade os atos que atentem contra:
a) a existência da União;
b) o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
constitucionais das Unidades da Federação;
c) o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
d) a segurança interna do País;
e) a probidade (honestidade) da administração;
f) a lei orçamentária;
g) descumprimento das leis e das decisões judiciais.
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É o que acontece, por exemplo, com as Constituições Estaduais que preveem caber à As-
sembleia Legislativa o julgamento do governador em crime de responsabilidade. Isso porque
o julgamento do chefe do Executivo Estadual no impeachment caberá a um Tribunal Especial,
composto pelo presidente do TJ, mais cinco desembargadores e cinco deputados – artigo 78,
§ 3º, da Lei n. 1.079/1950 (STF, ADI n. 4.791).
Voltando para o julgamento do presidente da República, além da Constituição e da Lei n.
1.079/1950, pode haver a aplicação subsidiária do Regimento Interno tanto da Câmara dos
Deputados quanto do Senado Federal, desde que as normas regimentais não estejam em
choque (STF, ADPF n. 378).
E, por falar na Lei n. 1.079/1950, o seu artigo 14 prevê que cabe a qualquer cidadão denun-
ciar o presidente da República nos crimes de responsabilidade.
Sendo negado o pedido pela Câmara dos Deputados, não há previsão de recurso contra
essa decisão.
Pensando no impeachment da ex-presidente Dilma, você deve se lembrar que o então
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, negou uma série de pedidos e, ao final,
de um desentendimento político com o Partido dos Trabalhadores, recebeu a acusação for-
mulada por Janaína Paschoal, Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo.
Seguindo para a tramitação do pedido, admitida a acusação pela Câmara dos Deputados,
em quórum de 2/3, o processo será remetido ao Senado Federal.
Nesse ponto, houve uma importância modificação: o STF entendeu que o Senado Federal,
ao receber o processo vindo da Câmara dos Deputados, não estaria vinculado à instauração
do processo, devendo fazer uma análise prévia de admissibilidade.
Ou seja, em vez de ficar vinculado à manifestação da Câmara, o Senado deveria se ma-
nifestar expressamente se receberia – ou não – a denúncia autorizada pela Câmara. Nessa
manifestação, o quórum seria de maioria simples, exigindo-se o quórum de 2/3 apenas no
julgamento final (STF, ADPF n. 387).
Ah, diante do inegável clima hostil (para dizer o mínimo!) entre Dilma e Eduardo Cunha,
questionou-se sobre a possibilidade de aplicação das regras de suspeição ou impedimento
relacionadas aos parlamentares, seja da Câmara dos Deputados (admissão da acusação),
seja do Senado Federal (julgamento no Crime de Responsabilidade). A esse respeito, o STF
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entendeu pela inaplicabilidade das regras de suspeição e de impedimento previstas nos Có-
digos de Processo (STF, MS n. 21.623).
Instruído o processo, sob a presidência do presidente do STF, o julgamento final do impe-
achment caberá ao Plenário do Senado Federal. Para que haja a condenação, novamente se
exige quórum qualificado de 2/3 (dois terços) dos senadores.
Um ponto importantíssimo: em respeito à separação dos Poderes, não cabe ao STF rever
a condenação proferida pelo Senado Federal.
Em outras palavras, não se admite que o STF reveja o mérito (se a condenação era devida ou não).
Entretanto, o Tribunal pode – e deve! – observar a observância dos direitos e das garan-
tias constitucionais (devido processo legal, contraditório, ampla defesa etc.) durante a trami-
tação do processo em qualquer das Casas Legislativas.
A condenação no impeachment é política, e não penal. Ela autoriza a imposição de
duas sanções:
Por ser mais recente, você provavelmente se lembra o que aconteceu no julgamento da
ex-presidente Dilma. Então, vou fazer um paralelo entre ele e o julgamento do ex-presidente Collor.
No caso de Fernando Collor, buscando escapar do processo de cassação, ele, na véspera do
julgamento, renunciou ao mandato. Qual era a estratégia? Escapar da inabilitação por oito anos...
Sua tentativa não deu certo... Isso porque o STF entendeu que a renúncia ao cargo, apre-
sentada durante a sessão de julgamento, não paralisaria o processo de impeachment (STF,
MS 21.689).
Ou seja, no final das contas, acabou havendo o fatiamento das sanções.
Ora, se as punições (perda do cargo e inabilitação por oito anos) fossem atreladas, Collor
escaparia sem sofrer nenhuma delas, uma vez que a sanção de perda da função não poderia
ser aplicada diante da renúncia ao cargo.
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A condenação no impeachment é política, e não penal. Ela não pode ser revista pelo STF. O
Tribunal só pode analisar se foi observado o devido processo legal.
I – nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal
Federal;
II – nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
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Eu também já falei sobre esse tema, de passagem, quando tratamos sobre os crimes co-
muns (item 9.2.1).
Enquanto não for proferida sentença condenatória, nas infrações comuns, o presidente da
República não estará sujeito a prisão.
Note que mesmo em caso de flagrante delito não há hipótese de prisão. A regra cons-
titucional não autoriza prisões em flagrante nem temporárias, em razão da importância do
cargo ocupado.
Por se tratar de regra inerente à Chefia de Estado, não se estende a nenhuma outra pes-
soa. É de ver que o governador – chefe de governo estadual – poderá ser preso em qualquer
momento. Foi o que aconteceu no Distrito Federal e no estado do Amapá há poucos anos.
Na vigência de seu mandato, o Presidente não pode ser responsabilizado por atos estra-
nhos ao exercício de suas funções.
Em julgamento relacionado ao ex-presidente Collor, o STF entendeu que a regra da imuni-
dade relativa também alcança as infrações penais cometidas antes da vigência do mandato
(STF, APN n. 305).
Outro ponto que deve ser destacado é o de que a regra da imunidade relativa não se esten-
de às outras autoridades, pois ela abrange unicamente o chefe de Estado.
Assim, os outros chefes de governo (governadores e prefeitos) não contam com as se-
guintes prerrogativas:
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Na vigência de seu mandato, o Presidente não responde por atos estranhos ao exercício de
suas funções. Nesse caso, tanto o processo quanto o prazo prescricional ficarão suspensos.
Consta no art. 87 que os ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros com
mais de 21 (vinte e um) anos e no exercício dos direitos políticos.
Um ponto recorrente nas provas: o ministro de Estado da Defesa é o único que deve ser
brasileiro nato. Assim, mesmo os ministros da Justiça e das Relações Exteriores podem ser
naturalizados.
Há alguns cargos que são equiparados ao de Ministro de Estado. É o caso, por exemplo,
do Presidente do Banco Central e do advogado-geral da União.
Aliás, em relação ao AGU, há dois pontos que devem ser destacados porque o diferenciam
dos outros ministros de Estado:
a) a idade mínima para ser AGU é de 35 anos (artigo 131, § 1º, da Constituição), enquanto
a dos demais ministros de Estado é de apenas 21 anos.
b) nos crimes comuns e nos crimes de responsabilidade os ministros de Estado são julga-
dos originariamente pelo STF.
Excepcionalmente, eles responderão perante o Senado Federal quando o crime de respon-
sabilidade tiver sido praticado em conexão com o Presidente ou o vice-presidente da República.
Quanto ao AGU, no entanto, independentemente de haver ou não conexão com o Presiden-
te ou o vice-presidente, ele sempre será julgado no Senado Federal no crime de responsabili-
dade, por conta de regra específica, prevista no artigo 52, II, da Constituição.
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O art. 88, na redação dada pela EC n. 32/2001, diz que a lei disporá sobre a criação e ex-
tinção de Ministérios e órgãos da administração pública.
Vale lembrar que o presidente da República pode, por meio de decreto, dispor sobre a or-
ganização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de des-
pesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
I – o vice-presidente da República;
II – o Presidente da Câmara dos Deputados;
III – o Presidente do Senado Federal;
IV – os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V – os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI – o Ministro da Justiça;
VII – seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomea-
dos pelo presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos
Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
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No item VII, ao falar dos seis cidadãos natos, temos uma das hipóteses constitucionais de
diferenciação entre natos e naturalizados.
As outras três situações estão relacionadas à possibilidade de extradição (artigo 5º, LII),
aos cargos privativos de brasileiros natos (artigo 12, § 3º) e à propriedade de empresa jorna-
lística (artigo 222).
Segundo o art. 90 da CF, cabe ao Conselho da República pronunciar-se sobre intervenção
federal, estado de defesa e estado de sítio, além de questões relevantes para a estabilidade
das instituições democráticas.
Além dos membros natos – os que naturalmente integram o conselho (não confun-
dir nacionalidade) –, o presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para
participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o
respectivo Ministério.
A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.
Para o STF, os Estados podem criar conselho de governo, nos moldes do Conselho da República.
Entretanto, o Conselho Estadual não pode contar com membros que não guardem si-
metria com o modelo federal. Assim, o Tribunal reconheceu a inconstitucionalidade da in-
clusão do procurador-geral de Justiça (PGJ) e dos presidentes do TJ e do TCE no órgão
consultivo (STF, ADI n. 106).
Nem todos os membros do Conselho da República precisam ser brasileiros natos. A possibi-
lidade de ser brasileiro naturalizado atingiria, entre outros, o ministro da justiça e os líderes da
maioria e da minoria nas Casas do Congresso Nacional.
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I – o vice-presidente da República;
II – o Presidente da Câmara dos Deputados;
III – o Presidente do Senado Federal;
IV – o Ministro da Justiça;
V – o Ministro da Defesa;
VI – o Ministro das Relações Exteriores;
VII – o Ministro do Planejamento;
VIII – os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
a) opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Cons-
tituição;
b) opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;
c) propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território
nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com
a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;
d) estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a inde-
pendência nacional e a defesa do Estado democrático.
Por fim, o STF entende que a manifestação do Conselho de Defesa Nacional não é requi-
sito de validade da demarcação de terras indígenas, mesmo daquelas situadas em região de
fronteira (STF, MS n. 25.483).
Súmula Vinculante n. 46
A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas
de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.
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Súmula n. 6
A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria ou qualquer outro ato
aprovado pelo Tribunal de Contas não produz efeitos antes de aprovada por aquele Tribunal,
ressalvada a competência revisora do Judiciário.
Súmula n. 627
No mandado de segurança contra a nomeação de magistrado da competência do presi-
dente da República, este é considerado autoridade coatora, ainda que o fundamento da impe-
tração seja nulidade ocorrida em fase anterior ao procedimento.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Atribuições e Responsabilidades do Presidente
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Ministros de Estado
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e) Conferindo a lei prerrogativas, garantias, vantagens e direitos equivalentes aos dos titu-
lares dos ministérios é de se reconhecer ao ocupante do cargo, para as infrações penais, a
prerrogativa de foro no STF.
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d) Os cargos de oficial das Forças Armadas e de ministro da Defesa não podem ser ocupados
por brasileiros naturalizados.
e) A iniciativa para a elaboração da lei complementar sobre o Estatuto da Magistratura não é
exclusiva do STF, sendo possível que o presidente da República encaminhe projeto de lei de
sua iniciativa sobre esse assunto para apreciação do Congresso Nacional.
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e) Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, para que sejam equivalen-
tes a emendas constitucionais, deverão ser aprovados em cada Casa do Congresso Nacional,
por maioria absoluta de votos, em dois turnos de discussão e votação.
Temas Gerais
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a) Caso um município não cumpra lei federal válida, será permitido à União decretar interven-
ção federal nesse município para garantir a execução da ordem legal.
b) Situação hipotética: O governador de um estado da Federação foi flagrado pela Polícia
Federal portando valor recebido para favorecer determinada empresa em uma licitação. As-
sertiva: Nesse caso, o agente político está sujeito tanto à responsabilização política mediante
impeachment, desde que ainda seja titular do referido mandato eletivo, quanto à responsabi-
lização cível por improbidade administrativa.
c) O texto constitucional estabeleceu contribuição previdenciária sobre aposentadorias e
pensões e, assim, extinguiu a imunidade contributiva dos aposentados e pensionistas vincu-
lados ao regime geral de previdência social e ao regime dos servidores públicos.
d) Caso haja intenção de desmembrar um município, deve ser feita consulta por meio de ple-
biscito à população da área a ser desmembrada, mas não há exigência legal nesse sentido no
que se refere à população remanescente.
e) Situação hipotética: Um estado da Federação editou lei que proíbe a contratação, pela ad-
ministração desse estado, de empresas de parentes de ocupantes de cargo de governador
e de secretário de Estado. Assertiva: Nesse caso, a lei editada é inconstitucional por violar a
exclusividade da União para legislar sobre licitações e contratos.
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GABARITO
Atribuições e Responsabilidades do Presidente
1. d 6. E 11. d
2. c 7. E 12. E
3. a 8. b 13. e
4. E 9. E
5. b 10. C
Ministros de Estado
1. b 2. d 3. d
1. a 3. e
2. e 4. d
1. c 2. a 3. d
Temas Gerais
1. e 4. b 7. b
2. C 5. b
3. a 6. c
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GABARITO COMENTADO
Atribuições e Responsabilidades do Presidente
Letra d.
Aos servidores ocupantes, exclusivamente, de cargo em comissão, função temporária ou em-
prego público deve ser aplicado o RGPS. Ou seja, eles seguirão a regra de aposentadoria dos
demais trabalhadores brasileiros.
Daí, se ele não tem vínculo efetivo com a Administração, não poderia se aposentar pelas re-
gras do RPPS. Isso torna errada a letra a.
Errada a letra b, porque não há mais a regra da paridade entre servidores da ativa e da inativi-
dade desde a EC n. 41/2003, que alter.
A letra c está igualmente errada, porque, enquanto os trabalhadores (iniciativa privada) têm o
direito de greve assegurado, em relação aos servidores a regra é outra: para eles, a Constitui-
ção diz que o direito será exercido nos termos de lei específica.
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Ou seja, é uma norma de eficácia limitada, que precisa de regulamentação por parte do Con-
gresso Nacional. Assim, é indevido falar que o dispositivo seria autoaplicável, característica
inerente às normas de eficácia plena e contida.
A resposta esperada está na letra d. É que a publicidade é a regra em nosso ordenamento.
Sobre o tema, inclusive, são comuns questões sobre a (im)possibilidade de divulgação dos
contracheques dos servidores. Prevaleceu a orientação no sentido de ser possível conferir
publicidade, não apenas por meio de matrícula ou cargo, mas também pelo próprio nome do
servidor. Aliás, há um contracheque meu que vive rolando nos grupos de WhattsApp. Quem
dera aquele fosse o valor real de todos os meses (havia férias e 13º junto), mas se servir como
incentivo aos estudos... rsrs
Voltando para a questão, nas discussões que giravam em torno do processo de impeachment
da ex-presidente Dilma prevaleceu a ideia de que tanto as votações na Câmara dos Deputa-
dos quanto no Senado Federal deveriam ser pelo voto aberto. Cabe sempre lembrar a EC n.
76/2013 acabou com todas as hipóteses de voto secreto, à exceção da sabatina de nomes
pelo Senado Federal (artigo 52, da Constituição).
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Letra c.
Lendo atentamente o comando da questão, podemos observar mais de uma falha no proces-
so legislativo.
Para começo de conversa, o presidente da República não sanciona, não veta, não promulga
e não publica as emendas à Constituição. A única hipótese de ele participar é na propositura,
ou seja, na fase de iniciativa.
Avançando, exige-se aprovação pelo quórum de 3/5 (três quintos, ou 60%) em cada uma das
votações em ambas as Casas.
Assim, há violações às limitações formais impostas pelo constituinte originário, o que conduz
para a letra c como resposta esperada.
Letra a.
O artigo 51 da CF/1988 indica que compete privativamente à Câmara dos Deputados autori-
zar, por 2/3 de seus membros, a instauração de processo contra o presidente da República, o
Vice-presidente e os ministros de Estado.
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Errado.
Enquanto os trabalhadores (iniciativa privada) têm o direito de greve assegurado, em relação
aos servidores a regra é outra: para eles, a Constituição diz que o direito será exercido nos
termos de lei específica.
Ou seja, é uma norma de eficácia limitada, que precisa de regulamentação por parte do Con-
gresso Nacional.
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Porém, uma coisa é certa: até hoje a lei necessária para a regulamentação não foi editada. Há
outra certeza também: independentemente da existência de lei, os servidores continuaram
fazendo greve.
Na busca por normatizar as paralisações, ainda que de forma precária, o STF acolheu pedidos
formulados em mandados de injunção, permitindo a greve, com base na Lei n. 7.783/1989,
criada para tratar do direito de greve dos trabalhadores em serviços essenciais.
Essa medida não solucionou o problema, pois há especificidades no serviço público que não
se comparam nem mesmo àquelas atividades da iniciativa privada que contam com mais
restrições. É o caso, por exemplo, da segurança pública.
Agora vem outra questão, muitíssimo importante para as provas: quando os trabalhadores
fazem greve e não há acordo mesmo depois das negociações com os patrões, pode acontecer
o chamado dissídio coletivo de greve. Em outras palavras, a Justiça intervirá para solucionar
a questão.
No âmbito da Justiça do Trabalho, esses dissídios são julgados pelo TST ou pelos TRTs, em
competência originária. Vale dizer, o processo não começa no Juiz de 1º grau. Se o problema
for local, caberá ao TRT o julgamento; do contrário, se nacional, a solução ficará a cargo do TST.
Está bem, mas só agora chego onde quero: é possível a existência de dissídio coletivo de gre-
ve entre servidores públicos e a Administração caso, mesmo após deflagrada a paralisação,
as partes não cheguem a um acordo?
A resposta é sim! Poderá haver dissídio coletivo, sendo a disputa intermediada pelo Judiciário.
Surge, então, a segunda – e mais cobrada – questão: a quem caberá o julgamento de dissídio
envolvendo servidores públicos e a Administração?
Se você tiver curiosidade, pode procurar em toda a Constituição, que ainda assim continuará
sem a resposta. A razão para essa omissão é simples: a competência para julgamento de
dissídio deveria estar prevista na lei que até hoje não foi feita, lembra?
Para solucionar a questão, entra a jurisprudência do STF. A regra usada pelo Tribunal foi a de
usar a simetria em relação aos órgãos competentes na Justiça do Trabalho.
Assim, se o dissídio entre os servidores e a Administração tiver repercussão mais ampla, nacio-
nal, a competência será do STJ, pois se fosse com trabalhadores, a competência seria do TST.
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Sendo ainda mais claro, caberia ao STJ decidir originariamente questões relacionadas à greve
de servidores públicos (a) de âmbito nacional, (b) que abranjam mais de uma região da justiça
federal e (c) que compreendam mais de uma unidade da federação. Nos demais casos, em se
tratando de servidores públicos federais, a competência será do respectivo Tribunal Regional
Federal (STF, MI 708).
Já se o dissídio entre servidores e a Administração é mais restrito, a competência será do TRF
ou do TJ, a depender de a competência ser da Justiça Federal ou Estadual. Esses Tribunais es-
tão em paralelo com o TRT, competente para julgar dissídio local entre trabalhadores e patrões.
Sim, entende o STF. É legítimo o corte do ponto, com o não pagamento dos dias em que o
servidor ficou sem trabalhar, mesmo que a greve não seja abusiva. Permite-se, contudo, a
compensação em caso de acordo.
Mas o desconto será incabível se ficar demonstrado que a greve decorreu de conduta ilícita
do Poder Público, como é o caso de atraso no pagamento dos valores devidos ou outra cir-
cunstância excepcional (STF, RE 693.456).
Ah, a circunstância de o servidor público estar em estágio probatório não é justificativa
para a demissão com base na sua participação em movimento grevista por mais de trinta
dias. Isso porque a participação em greve não pode ser tomada como falta injustificada
(STF, RE 226.966).
Pronto! Depois dessa longa explicação, você viu que o item está errado, porque, de um lado, a
Administração pode cortar o ponto mesmo que a greve não seja declarada abusiva; de outro
lado, o desconto não será cabível se o movimento paredista decorrer de conduta ilícita do
Poder Público.
Assim, o erro está em generalizar dizendo ser possível o corte independentemente da moti-
vação do movimento.
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Poder Executivo
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a) dispor, por decreto, sobre o funcionamento da administração pública federal, ainda que isso
implique aumento de despesa.
b) conceder indulto e comutação de penas.
c) autorizar empréstimos contraídos pela União no exterior.
d) celebrar e referendar acordos internacionais, na condição de chefe de Estado.
e) celebrar a paz, com referendo do Senado Federal.
Letra b.
Indo direto ao ponto, a resposta esperada está na letra b.
Cabe ao presidente da República conceder indulto e a comutação de penas. Essa atribui-
ção, inclusive, é delegável aos ministros de Estado, ao PGR e ao AGU, conforme artigo 84,
parágrafo único.
Para você não confundir, o presidente concede três benefícios: graça, indulto e comutação.
A graça é o perdão individual, enquanto o indulto é coletivo. O indulto pode ser pleno (perdoa
toda a pena) ou parcial, oportunidade em que é chamado de comutação.
É sempre bom lembrar que o indulto não tem nada a ver com as saídas temporárias (“saidão”).
O último dos benefícios é a anistia, concedida pelo Legislativo. Se envolver crimes, só pode
ser dada pelo Congresso Nacional, pois cabe à União legislar sobre direito penal. Ao contrário,
se envolver punições administrativas, poderá ser dado também pelas Assembleias Legislati-
vas. A anistia é sempre viabilizada por meio de lei, ao passo que os demais são por meio de
decreto do presidente da República.
Olhando agora para as outras alternativas, errada a letra a, porque se houver aumento de
despesa, criação ou extinção de órgãos públicos, o presidente não poderá editar decreto au-
tônomo.
A letra c está errada, porque a atribuição pertence ao Senado Federal.
Por outro lado, errada a letra d, pois o presidente celebra o tratado internacional. A partir daí,
cabe ao Congresso Nacional referendar – ou não – o tratado.
Finalmente, errada a letra e, uma vez que o presidente celebra a paz, mas quem autoriza é o
Congresso Nacional, e não o Senado Federal.
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Poder Executivo
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Errado.
A fase de deliberação executiva só acontece nas leis ordinárias e complementares, além das
medidas provisórias aprovadas com modificações pelo Congresso Nacional.
Desse modo, não haverá sanção ou veto nas emendas à Constituição, nas resoluções e nos
decretos legislativos, nas leis delegadas, ou ainda nas medidas provisórias aprovadas sem
modificação pelo Congresso Nacional.
A deliberação executiva consiste na demonstração da concordância – ou não – do presidente
da República.
Caso ele esteja de acordo com o texto do projeto, deverá sancioná-lo; entendendo haver ví-
cios, pode o Chefe do Executivo vetar a proposta que lhe foi encaminhada.
A sanção pode ainda ser expressa ou tácita. Esta última acontece quando o presidente não se mani-
festa dentro do prazo de 15 dias úteis, dado pela Constituição.
Apesar disso, o veto presidencial pode alcançar toda a proposta legislativa ou, ainda, restrin-
gir-se a apenas determinado artigo, parágrafo, inciso ou alínea.
Fique de olho, pois o presidente não pode vetar apenas uma palavra, um trecho ou expres-
são dentro de uma frase. Essa proibição é para evitar desvirtuamento do projeto aprovado
pelo Legislativo.
Nesse sentido, basta pensar na seguinte frase: “Não poderá ser realizada a alienação de de-
terminado bem”. Excluída a palavra “não” do texto, certamente outro sentido terá a lei.
Ah, é importante falar que o Judiciário, ao contrário do Executivo, pode retirar uma palavra ou
expressão de dentro da frase.
Mais do que isso, ao fazer o controle de constitucionalidade, pode o Judiciário retirar apenas
uma interpretação entre as possíveis, quando estivermos diante de palavras plurissignifica-
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Poder Executivo
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tivas. Isso será possível dentro das técnicas de declaração de inconstitucionalidade parcial
sem redução de texto ou ainda na interpretação conforme à Constituição.
Optando o Chefe do Executivo pelo veto, deverá ele comunicar as razões de sua decisão ao
presidente do Senado dentro do prazo de 48 horas.
A motivação do veto poderá ser política ou jurídica, conforme a seguinte ilustração:
Motivação do veto
Veto Político Veto Jurídico
O presidente da República entende que o O presidente da República entende que o pro-
projeto de lei, apesar de constitucional, é jeto de lei é inconstitucional.
contrário ao interesse público. Ex.: está presente vício de iniciativa, o que
Ex.: determinado aumento aos aposenta- torna o projeto inconstitucional, sob o ponto
dos, se concedido, pode causar desequilí- de vista formal.
brio nas contas públicas.
Quando o presidente faz o veto jurídico, está atuando em controle político de constitucionali-
dade, feito na forma preventiva, tendo em vista que a norma ainda não entrou em vigor.
Vou abrir um parêntese.
É até comum você “trocar as bolas”. Eu disse que existem os vetos políticos e os jurídicos,
dizendo em seguida que o veto jurídico era controle político de constitucionalidade.
Deixe-me esclarecer: existem dois modelos de controle de constitucionalidade: o político e o
jurisdicional. O jurisdicional é feito pelo Poder Judiciário, enquanto o político cabe ao Poder
Legislativo e ao Executivo.
Fechando o parêntese, você viu que a inércia do presidente da República dentro do prazo
constitucional – 15 dias úteis – corresponde à sanção tácita.
Acontece que, se ele vetar, mas não motivar o veto, também haverá sanção. Isso acontece
porque o veto será submetido ao Congresso Nacional, que levará em conta exatamente os
fundamentos utilizados no veto.
Seguindo na sistemática, após o veto, caberá ao Congresso Nacional apreciá-lo, em sessão
conjunta (não unicameral), dentro do prazo de 30 dias, contado a partir do recebimento. Não
havendo deliberação dentro do prazo, serão sobrestadas as demais proposições. Ou seja,
será trancada a pauta do Congresso Nacional.
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A EC n. 76/2013 acabou com o voto secreto na apreciação dos vetos presidenciais e na cas-
sação de mandato parlamentar. Atualmente, o voto secreto se aplica apenas à sabatina de
autoridades, feita pelo Senado Federal.
Optando o Congresso Nacional pela rejeição (derrubada) de veto, tal decisão produzirá os
efeitos de sanção presidencial, seguindo-se para a promulgação, a cargo do presidente da
República.
Ah, o STF decidiu que os vetos presidenciais não precisam ser apreciados em ordem crono-
lógica de apreciação.
Para você se situar melhor, vou explicar o julgamento: na discussão sobre a distribuição dos
royalties do pré-sal, houve uma modificação na sistemática, sendo aprovada no Congresso
Nacional a distribuição igualitária entre Estados produtores e não produtores. Antes disso, os
produtores recebiam mais.
A então presidente Dilma Rousseff vetou o projeto de lei. Voltando ao Congresso, os parla-
mentares tinham pressa em derrubar o veto. No entanto, havia um grande número de vetos
na fila de espera. Acredite se quiser: eram mais de 3.000 vetos, alguns aguardando há mais
de 13 anos!
Alguns parlamentares do Rio de Janeiro foram ao STF, pedindo que o veto sobre o projeto dos
royalties só fosse apreciado após os demais, seguindo-se uma ordem cronológica.
Porém, o Tribunal entendeu que a ordem de votações era um assunto político, interno do Le-
gislativo (interna corporis), não havendo a necessidade de regulamentação pelo Judiciário
(STF, MS n. 31.816).
Antes de terminar, uma nota importante dentro do controle de constitucionalidade: não cabe
ADPF (arguição por descumprimento de preceito fundamental) contra vetos presidenciais
(STF, ADPF n. 1).
Ufa! Hora de voltar ao comando da questão.
Na sua respectiva esfera de atribuição, todos os chefes do Executivo – presidente, governa-
dores e prefeitos – atuam no processo legislativo quando houver deliberação executiva.
Isso implica dizer que também os mandatários do Executivo estadual, distrital e municipal
farão sanção ou veto, este último tanto jurídico quanto político.
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Em consequência, ao apreciar o projeto de lei, o respectivo chefe do Executivo precisará ana-
lisar a compatibilidade com a Constituição Federal, o que torna o item errado.
Errado.
As normas de repetição ou reprodução obrigatória/compulsória estão entre os princípios
constitucionais extensíveis.
Na doutrina, Uadi Lammego Bulos cita os artigos 37 (princípios da Administração Pública);
59-69 (processo legislativo); e 165-169 (normas orçamentárias).
Repare que as normas sobre o processo legislativo, naquilo que couber, de fato devem ser
reproduzidas no Legislativo estadual.
Ora, no modelo federal há duas Casas Legislativas (CD e SF), diferentemente dos estados, DF
e municípios.
Avançando, um ponto importantíssimo – e que afasta qualquer dúvida quanto erro da ques-
tão – é que o presidente da República, por ser o chefe de Estado, goza de prerrogativas que
não são estendidas aos demais chefes de governo.
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Letra b.
A resposta esperada está na letra b. Ela trata da cláusula da irrepetibilidade, sempre lembrada
nas provas de concursos.
Funciona assim: na irrepetibilidade relativa, que incide na LO e na LC, o projeto poderá ser
reapresentado dentro da mesma sessão legislativa pela proposta de maioria absoluta dos
membros de qualquer das Casas.
Por sua vez, na irrepetibilidade absoluta, que vale para a EC e para a MP, a proposta rejeitada
em uma sessão legislativa não pode ser reapresentada na mesma sessão.
Aqui, chamo sua atenção para um ponto muito cobrado nas provas: a irrepetibilidade vale
para a mesma sessão legislativa, e não para a mesma legislatura (período de quatro anos).
Outra coisa: embora o assunto seja para lá de controverso, a doutrina e a jurisprudência apon-
tam para a possibilidade de se relativizar a irrepetibilidade absoluta.
Isso aconteceria nas emendas à Constituição, quando, apresentada a PEC, ela fosse objeto de
alterações, passando a tramitar como substitutivo.
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Para facilitar sua comprovação, vou usar a nomenclatura “PEC mãe” para o texto original e
“PEC filha” para o substitutivo, OK?
Nesse contexto, sendo votada a “PEC filha” e havendo a sua rejeição, nada impediria a reapre-
sentação, na mesma sessão legislativa, da “PEC mãe”.
O STF entende que o que não pode ser votado na mesma sessão legislativa é a emenda rejei-
tada ou havida por prejudicada, e não o substitutivo que é uma subespécie do projeto origi-
nalmente proposto (STF, MS n. 22.503).
De todo modo, nunca se esqueça de uma coisa: você deve prestar atenção ao comando da
questão! Se não houver o direcionamento para a situação excepcional que acabei de explicar,
a resposta esperada é a regra. Ou seja, no sentido de não poder ser reapresentada na mesma
sessão, a PEC rejeitada naquela sessão legislativa.
Tem mais uma exceção, que se aplica tanto para as leis quanto para MP e EC: a rejeição de
uma matéria em uma sessão legislativa ordinária (2/2 a 17/7 e 1º/8 a 22/12) não impede a
reapresentação na sessão legislativa extraordinária, que funciona durante o recesso parla-
mentar (STF, ADI n. 2.010).
Pronto! Agora que já expliquei a letra b vou atrás do erro das outras alternativas.
Está errada a letra b, na medida em que a criação ou extinção de órgãos públicos em geral – e
não apenas de medidas provisórias – deve se dar por meio de lei (ou de MP, se houver ur-
gência e relevância). O artigo 84, VI, da Constituição autoriza o presidente a dispor, mediante
decreto autônomo, sobre a organização e o funcionamento da administração federal, desde
que não haja aumento de despesa nem a criação ou extinção de órgãos públicos.
Você viu na explicação aí de cima que sobre as MPs incide a irrepetibilidade absoluta, não
havendo distinção se a rejeição foi expressa ou tácita, o que torna errada a letra c.
Errada a letra d, porque as imunidades formais passam a valer desde a diplomação, e não
somente após a posse.
Por fim, igualmente errada a letra e, uma vez que as imunidades parlamentares não são ab-
solutas. É que o § 8º do artigo 53 da Constituição prevê que as imunidades de Deputados ou
Senadores subsistirão durante o estado de sítio, mas poderão ser suspensas mediante o voto
de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto
do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
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Errado.
O item trata de situação concreta, ocorrida à época do impeachment da ex-presidente Dilma.
O direito ao contraditório, ampla defesa e ao devido processo legal é assegurado também nas
infrações políticas, processadas e julgadas perante o Senado Federal. Tal o cenário, se hou-
ver qualquer ilegalidade no procedimento perante a Câmara dos Deputados seria permitida a
defesa do presidente da República, seja na própria Casa, seja junto ao Poder Judiciário.
Há mais: em função da separação de Poderes, não pode o Judiciário se imiscuir no mérito
da decisão proferida pelo Senado (condenação x absolvição). O que lhe é permitido é apenas
fiscalizar a observância do processo, para que não haja vícios.
Isso torna o item errado.
Certo.
Questão que demanda bastante cuidado, pois pode aparecer em discussões subjetivas e
também orais, inexistentes à época em que a prova foi aplicada.
Explico.
É que no final de 2017, o então presidente Temer expediu decreto de indulto de Natal, com o indul-
to pleno em algumas circunstâncias e com o benefício parcial (comutação) em outras situações.
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No entanto, a PGR questionou a amplitude do decreto, especialmente porque ele era mais
generoso do que em edições anteriores, inclusive para crimes do colarinho branco. Em outras
palavras, discutia-se a legitimidade do ato presidencial, de grande amplitude.
A Ministra Carmen Lúcia, na Presidência do STF, suspendeu cautelarmente a aplicação do
referido decreto (STF, ADI 5.874).
Submetido ao Plenário, o Relator, Ministro Barroso apresentou voto com critérios mais rigoro-
sos para o indulto presidencial, o que alvo de polêmica.
Ainda não houve a conclusão do julgamento (o placar está 6 x 2, com pedido de vista do Minis-
tro Luiz Fux – fique atento(a)!), mas até aqui prevaleceu a posição segundo a qual o presidente
possui ampla discricionariedade em sua decisão, desde que, é claro, respeite os parâmetros
constitucionais, como é o caso da proibição de anistia e indulto para crimes hediondos e equi-
parados.
Assim, no cenário de hoje (e no que se desenha), o item está certo.
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Letra d.
Sem entrar em polêmica, você já saberia que a letra A está errada, porque legislar sobre direito
penal compete privativamente à União. Assim, norma estadual – seja lei ou medida provisória
– seria inconstitucional. Agora, temperando um pouco mais, medida provisória também não
pode ser editada pelo presidente da República em matéria penal.
Avançando, em 8/11/2000, o STF proferiu uma decisão dizendo que seria possível medida
provisória em direito penal, quando ela favorecesse o réu (STF, RE n. 254.818).
No entanto, a Emenda n. 32/2001 passou a proibir expressamente medida provisória em direi-
to penal. Tal proibição não diferencia se a MP é favorável ou desfavorável ao réu.
Assim, nas provas objetivas, você deve responder que não cabe MP em direito penal, nem
mesmo se ela trouxer normas favoráveis ao réu, como é o caso de extinção da punibilidade,
abolitio criminis etc.
Nas provas subjetivas, por sua vez, é importante que você diga que não pode atualmente, mas
que já foi possível antes da EC n. 32/2001.
Tem mais: sabe aquela história de “eu não creio nas bruxas, mas que elas existem, existem”.
Pois é... Não pode MP em medida provisória, mas elas continuam existindo. Posso citar com
exemplo a MP que prorrogou o prazo da abolitio criminis na posse ilegal de arma de fogo e
a que trouxe nova edição do REFIS, programa de refinanciamento de débitos fiscais com o
poder público. Se o débito fosse parcelado, a punibilidade seria suspensa; havendo o paga-
mento, ela seria extinta.
Ah, o CESPE, em alguns concursos – ex: MPU e TCDF – deixou clara a impossibilidade de MP
em direito penal. Então, é bom ficar atento...
Olhando para a letra b, realmente não pode ser criado TC como órgão municipal. O problema
da alternativa está em outro lugar, no ponto em que diz que o TCE pode fiscalizar as contas
dos governadores e dos prefeitos. Nada disso, a fiscalização fica restrita às contas estaduais,
para não invadir a autonomia municipal.
A letra c está igualmente errada, porque a iniciativa para as emendas à Constituição, via de
regra, é concorrente, cabendo a qualquer um dos legitimados.
O erro da letra e está em dizer que CPI não pode quebrar sigilo de dados. Em verdade, as comis-
sões não podem quebrar sigilo das comunicações telefônicas (interceptação, escuta, grampo).
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Sobra como correta a letra d. Isso porque algumas prerrogativas são inerentes ao Chefe de
Estado, função ocupada somente pelo presidente da República. Assim, ilustrativamente, go-
vernadores não gozam da imunidade à prisão e a processo, nem tampouco se exige autoriza-
ção da Casa Legislativa para a abertura de processo contra eles.
Errado.
Na condição de Chefe de Estado, realmente compete ao presidente da República a tarefa
de declarar guerra e celebrar paz. Dada a importância dessas atribuições, ele deve ouvir os
Conselhos da República e de Defesa Nacional. O erro do item está em falar na necessidade
de autorização do Senado Federal, quando em verdade quem atua é o Congresso Nacional,
conforme se vê nos artigos 49, II, e 84, XIX, ambos da Constituição.
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Letra e.
As competências do STF e do STJ devem ser interpretadas de forma restritiva. Assim, o STF
só julga o presidente da República nas infrações penais comuns (o que inclui os crimes mi-
litares, eleitorais e as contravenções penais). Ação popular ou ação de improbidade contra o
presidente vão para a 1ª instância, em regra. Atenção apenas para a PET 3.388 – caso da de-
marcação a Reserva Indígena Raposa Serra do Sol. Na ocasião, foi firmada a competência ori-
ginária do STF para julgar ação popular ajuizada por Senador da República contra o presidente
da República. A excepcionalidade na verdade decorria do fato de a situação envolver conflito
federativo (União x Estado), o que atraía a competência do STF. Portanto, errada a letra a.
O TCU é órgão administrativo, que auxilia o Poder Legislativo em sua função típica de fiscali-
zar, o que torna errada a letra b.
Está errada a letra c. Os fatos anteriores ao mandato ou mesmo praticados na vigência que
não guardarem relação com o mandato ficarão aguardando o término do mandato para volta-
rem a tramitar. Já nos crimes relacionados ao cargo o presidente só poderá ser processado se
2/3 da Câmara dos Deputados derem a autorização e o STF receber a denúncia ou queixa-cri-
me (crimes comuns). Não sendo dada a autorização, o feito também ficará suspenso, assim
como o prazo prescricional, até o término do mandato. Dito isso, errada a letra c.
Tema recorrente na letra d. Nos processos legislativos relacionados a matéria de natureza
tributária a competência é concorrente, sendo possível a deflagração do processo legislativo
pelo presidente ou pelo Legislativo. Ah, se a legislação tributária for relacionada a Território
Federal, aí sim a competência será privativa do presidente.
A resposta indicada como correta pela banca está na letra e. Ao meu sentir, ela não está com-
pletamente correta.
Explico.
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De fato, o CNJ tem competência para editar atos administrativos, sendo exemplo as Reso-
luções, caracterizadas como atos normativos primários, submetidos, assim, a controle de
constitucionalidade perante o STF inclusive via ADI.
O problema está em afirmar que o Conselho pode impor “obrigações de natureza administra-
tiva a toda a magistratura nacional”, quando na verdade fica de fora o STF. Em verdade, o STF
fiscaliza a atuação do CNJ, e não o contrário. Ou seja, fica de fora da atuação do CNJ e de seu
poder fiscalizador o STF, órgão máximo da magistratura nacional. Seja como for, a Banca não
anulou a questão. Dura a vida de concurseiro (e de professor de concurseiro).
Ministros de Estado
Letra b.
A letra b traz a resposta esperada. Isso porque compete originariamente ao STF julgar as
ações contra o CNJ e o CNMP. Ocorre que ao interpretar esse dispositivo o Tribunal entendeu
que o termo “ações” deve ser entendido como ações constitucionais, ou seja, os remédios
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constitucionais. Avançando ainda mais, é importante lembrar que não cabe ao STF julgar MS
contra deliberações negativas do CNJ.
Olhando para o erro das demais, o TJDFT faz parte do Poder Judiciário da União. Logo, assim
como acontece em todos os TRTs e TRFs, a escolha do integrante para o quinto constitucio-
nal caberá ao presidente da República, e não ao governador. Somente nos TJs Estaduais é
que o governador será o responsável pela escolha do nome entre os integrantes da lista trí-
plice. Assim, errada a letra a.
Na letra c, não caberia ao CNJ julgar o ato questionado pela falta de jurisdição. Em tal situa-
ção, é necessária a impetração de MS.
Errada a letra d, uma vez que os ministros de Estado vão para o STF nos crimes comuns e nos
de responsabilidade. No entanto, nos crimes de responsabilidade, havendo conexão com o
presidente ou vice-presidente da República, os ministros de Estado vão para o Senado Fede-
ral, conforme artigo 52, I, da CF.
F
inalmente, a prerrogativa de foro especial deve ser sempre interpretada restritivamente. Assim,
somente as autoridades listadas no artigo 102 da CF possuem a prerrogativa perante o STF.
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Letra d.
A imunidade à prisão do presidente da República não é estendida a nenhum outro agente po-
lítico. É prerrogativa de chefe de Estado. Segundo a Constituição, o presidente só poderia ser
preso após a prolação de sentença.
Acontece que para ter sentença é necessário haver processo. Seguindo essa linha de racio-
cínio, além de o crime ter relação com o cargo, exige-se que a Câmara dos Deputados tenha
autorizado a abertura de processo, pelo quórum de 2/3 de seus membros, e que o STF tenha
recebido a denúncia ou queixa-crime.
Para os governadores, por outro lado, é possível a prisão em flagrante, preventiva e tempo-
rária, cabendo lembrar que o seu afastamento do cargo não acontece automaticamente com
o recebimento da denúncia. Ao contrário, essa e as outras medidas cautelares – inclusive a
prisão preventiva – dependem de decisão fundamentada pelo STJ.
Dito isso, a resposta esperada está na letra d.
Olhando rapidamente para as outras alternativas, está errada a letra a, uma vez que os Mi-
nistros de Estado, via de regra, editarão atos normativos secundários (portarias, instruções
normativas). Excepcionalmente, por conta da delegação do artigo 84, parágrafo único, po-
derão atuar em atribuições materializáveis por atos normativos primários, como é o caso da
extinção de cargo público quando vago.
Igualmente errada a letra b, pois aqueles que trabalham nas empresas públicas e nas socie-
dades de economia mista que recebem recursos públicos para custeio de pessoal também
são regulados pelo teto constitucional (STF, RE 572.143)
Desde o julgamento do RE 571.894, o STF entende que as concessionárias e permissionárias
prestadoras de serviço público respondem objetivamente, inclusive quando o evento danoso
envolver terceiros não usuários do sistema, o que torna errada a letra c.
Finalizando, havendo a dupla vacância para os cargos de presidente e vice-presidente da
República nos dois primeiros anos do mandato, a solução é a convocação de novas eleições
diretas, no prazo de 90 dias, razão pela qual está errada a letra e.
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Letra d.
Vou por exclusão, ok?
Errada a letra a, porque a AGU representa judicial e extrajudicialmente a União. A defesa dos
demais entes federados conta com corpo jurídico próprio, como é o caso dos Procuradores
dos Estados, do DF e dos Municípios (nas cidades onde houver). Vale lembrar que o STF,
em importantíssimo julgado, firmou a compreensão que os procuradores dos municípios se
submetiam ao subteto de 90,25% do que ganham os Ministros do STF, mesmo limite a que se
submetem os Procuradores Estaduais. Isso porque eles também integram as Funções Essen-
ciais à Justiça.
A letra b viola o que está na Súmula Vinculante n. 2, pois segundo ela compete privativamente
à União legislar sobre consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias. Não havendo delega-
ção por meio de LC federal, Estados e DF não podem legislar sobre o tema.
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Por sua vez, a letra c está errada, porque os Conselheiros do CNJ e do CNMP não contam com
foro especial para as infrações penais comuns. Essa prerrogativa só vale para os crimes de
responsabilidade, quando eles serão julgados pelo Senado.
Os ministros de Estado editam atos normativos secundários, como é o caso de portarias e de
instruções normativas, o que torna errada a letra e.
Sobra como resposta esperada a letra d. A imunidade material dos parlamentares federais,
estaduais e distritais vale em todo o país, sendo que para os atos praticados fora da Casa a
imunidade se restringe aos atos relacionados ao mandato.
Letra a.
A letra a é a resposta da questão, pois terminado o estado de defesa ou o estado de sítio,
cessarão também seus efeitos. No entanto, poderão ser responsabilizados pelos ilícitos co-
metidos os executores ou agentes – artigo 141 da CF.
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Seguindo, errada a letra b, na medida em que a suspensão das imunidades parlamentares re-
quer voto de 2/3 dos membros da Casa. Além disso, a suspensão só abrange atos praticados
fora do recinto do CN – artigo 53, § 8º.
Na letra c, o Conselho da República vai se pronunciar (e não opinar) sobre as medidas ali
previstas.
Aliás, um macete não faz mal a ninguém (vale tudo, só não vale reprovar!):
• o presidente DEcreta o estado de DEfesa (manifestação posterior do CN);
• o presidente Solicita ao CN o estado de Sítio (manifestação prévia do CN);
• o Conselho da República se pRonuncia quanto à intervenção federal, estado de defesa
e estado de sítio;
• o Conselho de Defesa NAcional opiNA quanto à intervenção federal, estado de defesa
e estado de sítio.
Avançando, o estado de sítio é cabível em três situações: a) guerra; b) ineficácia do estado de
defesa; e c) comoção grave de repercussão nacional. Logo, errada a letra d.
P
or fim, como você viu em nosso maravilhoso macete (sqn), no estado de defesa primeiro o pre-
sidente decreta e depois submete à aprovação do Congresso Nacional, ficando errada a letra e.
Letra e.
Além do Conselho da República, também existe o Conselho de Defesa Nacional. Ele é órgão
de consulta do presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional
e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros natos:
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I – o Vice-presidente da República;
II – o presidente da Câmara dos Deputados;
III – o presidente do Senado Federal;
IV – o Ministro da Justiça;
V – o Ministro da Defesa;
VI – o Ministro das Relações Exteriores;
VII – o Ministro do Planejamento;
VIII – os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
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Letra e.
No estado de defesa, no estado de sítio e também na intervenção federal é necessária a oitiva
dos Conselhos da República e de Defesa Nacional. Essa manifestação, contudo, não tem for-
ça vinculante, o que torna errada a letra a. Aliás, na decretação de intervenção no Estado do
Rio de Janeiro, no ano de 2018, ainda se discutiu a legalidade do procedimento, uma vez que,
àquela altura, o então presidente Temer não havia ouvido os Conselhos antes de encaminhar
a medida à apreciação do Congresso Nacional.
É o presidente da República quem preside os Conselhos da República e de Defesa Nacional,
ficando errada a letra b.
Está errada a letra c, na medida em que o artigo 84, VI, da Constituição deixa claro que a cria-
ção ou extinção de órgãos públicos deve se dar por meio de lei. Lembro que, embora isso não
conste na CF, também será possível a edição de medida provisória, se houver urgência e rele-
vância. Foi o que aconteceu com a criação do Ministério Extraordinário da Segurança Pública
e com o ICM-Bio, ilustrativamente.
A letra d também está errada. É que o presidente de fato possui a imunidade processual, não
estando sujeito, durante a vigência do mandato, a responder por fatos estranhos ao exercício
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de suas funções. Se a acusação guardar relação com o mandato, poderá ser processado, se
a Câmara dos Deputados autorizar a abertura do processo, por quórum de 2/3. Na gestão
do presidente Temer, houve, por duas vezes, denúncias oferecidas pela PGR. No entanto, em
nenhuma das situações a Câmara dos Deputados concedeu a autorização. Assim, o feito fi-
cou parado, aguardando o término do mandato. Já em 2019, o processo foi deflagrado, com
denúncia recebida e inclusive a prisão preventiva do ex-presidente, durante alguns dias.
Sobra como correta a letra e.
O artigo 84 traz uma lista com mais de 20 atribuições do presidente da República. Esse rol,
embora extenso, é apenas exemplificativo. Ou seja, ele pode ser ampliado.
Dentre as atribuições, três se destacam exatamente pelo fato de poderem ser delegadas aos
ministros de Estado, ao PGR e ao AGU.
Nesse rol, previsto no parágrafo único do artigo 84, constam as seguintes atribuições:
a) dispor, mediante decreto sobre a) sobre a organização e funcionamento da administração
federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públi-
cos; e b) sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
b) conceder indulto e comutar penas;
c) prover os cargos públicos federais, na forma da lei.
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Letra d.
O CNJ realmente conta com 15 membros, sendo que o mandato deles é de dois anos. Porém,
é permitida uma recondução, ficando errada a letra a.
Na letra b, os seis cidadãos natos que compõem o Conselho da República devem possuir mais
de 35 anos, e não 30 como constou. É importante lembrar que essa é uma das quatro distin-
ções entre brasileiros natos. Ela se situa no artigo 89 da Constituição. As demais estão nos ar-
tigos 5º (extradição); 12, § 3º (cargos privativos); e 222 (propriedade de empresa jornalística).
Errada a letra C, porque é o Conselho de Defesa Nacional que opina em situações de decla-
ração e guerra e celebração de paz. O Conselho da República é chamado para se manifestar
sobre intervenção federal, estado de defesa e de sítio, bem assim sobre questões relevantes
para a estabilidade das instituições democráticas.
Errada também a letra e, porque a iniciativa para a Lei Orgânica da Magistratura Nacional
– LOMAN – é privativa do STF. A lei vigente é do ano de 1979 (LC n. 35/1979), que foi recep-
cionada pelo texto constitucional atual. Há proposta de modificação da lei, ainda em fase
preliminar.
Sobra como correta a letra d. Como foi afirmado acima, uma das possibilidades de distinção
entre natos e naturalizados está no artigo 12, § 3º. É que determinados cargos só podem ser
ocupados por brasileiros natos, seja pela possibilidade de ocupar a função de presidente da
República (ordem de vocação sucessória), seja por razões de segurança (Ministro de Estado
da Defesa e Oficiais das Forças Armadas) ou para negociações internacionais (membros da
carreira diplomática).
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Letra c.
Está errada a letra a, pois traz uma competência que é exclusiva do Congresso Nacional, con-
forme artigo 49, I, da Constituição.
Também errada a letra b. Isso porque, embora caiba ao presidente da República a decretação
do estado de defesa e do estado de sítio, ele só poderá fazer isso mediante a participação do
Congresso Nacional. No estado de sítio, essa manifestação é prévia – autorização da medida
–, enquanto no estado de defesa o Congresso participa após a decretação, aprovando ou não
a medida.
Está certa a letra c. É que o conceito de forma de governo guarda relação com a maneira em
que se dá a relação entre governantes e governados. Existem duas formas de governo: a Re-
pública e a Monarquia. Vejam-se as diferenças básicas entre cada uma delas:
República Monarquia
Eletividade Hereditariedade
Temporalidade Vitaliciedade
Representatividade Ausência de representatividade
popular (o povo escolhe popular (o critério para defini-
seu representante) ção do rei é a linhagem fami-
liar)
Responsabilização dos Inexistência de responsabili-
governantes (inclusive dade dos governantes (the king
por crime de responsabi- can do no wrong – o rei não
lidade - impeachment) pode errar).
A primeira Constituição brasileira (1824) previa a Monarquia como forma de governo. Entre-
tanto, desde 1891, adotou-se a forma republicana de Governo.
É exatamente em razão da adoção da República como forma de governo que se limita a ree-
leição para apenas um período em relação aos mandatos de Chefe do Executivo.
É também em razão disso que se previu a inelegibilidade reflexa ou reflexiva: ao final, o regime
no qual uma família se perpetua no poder se chama Monarquia.
Como se pode ver no quadro acima exposto, na República, todos os agentes públicos, inclu-
sive o presidente da República, podem ser responsabilizados por seus atos. Há, entre outras
formas de controle, a figura do impeachment, para infrações políticas, e não penais.
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O erro da letra d está no fato de que a criação e extinção de Ministérios e órgãos da adminis-
tração pública é incumbência do Congresso Nacional, com a sanção do presidente da Repú-
blica (art. 48, XI, Constituição). Fique atento, pois por meio de decreto autônomo se permite
que o presidente disponha sobre a organização e funcionamento da administração federal
- quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
Por fim, os TIDH só serão equivalentes às ECs se forem aprovados por maioria qualificada de
3/5 (três quintos) dos votos, em cada Casa do Congresso Nacional, passando por dois turnos
de discussão e votação, o que torna errada a letra e.
Letra d.
Legislar sobre direito do trabalho está na competência privativa da União, conforme artigo
22, I. Ainda que fosse competência concorrente – artigo 24 da Constituição –, os municípios
ficam de fora dessa regra. Assim, errada a letra a.
Errada a letra b, porque o Brasil adota a República Presidencialista, com o presidente da Re-
pública acumulando as funções de Chefia de Estado e de Chefia de Governo.
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Realmente, foi por meio da EC n. 32/2001 que se introduziu a figura do decreto autônomo,
prevista no artigo 84, VI, da Constituição. Contudo, por meio desse instrumento normativo o
presidente não pode criar ou extinguir órgãos públicos. O que ele pode extinguir são os cargos
públicos, desde que estejam vagos. Isso torna errada a letra c.
A medida provisória requer a demonstração de urgência e relevância. Acontece que o § 1º do
artigo 62 cita as proibições à edição de MP, estando entre elas tratar de temas relativos ao
Judiciário e ao Legislativo, ficando demonstrado o erro da letra e.
Fica correta a letra d. Na condição de Chefe de Estado, o presidente é o único agente político
que conta com a imunidade relativa, não podendo ser processado, na vigência de seu man-
dato, por atos estranhos ao exercício de suas funções. Nesse caso, o andamento do feito e
também o curso da prescrição ficam suspensos.
Temas Gerais
Letra e.
Vou por exclusão, ok?
Na letra a, você precisa lembrar que a forma federativa de Estado é uma cláusula pétrea pre-
vista no artigo 60, § 4º, da Constituição, de modo que é errado citar como implícita. Além
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disso, a tripartição de poderes está baseada no artigo 2º da Constituição, calcada nas ideias
de Montesquieu.
Errada a letra b, porque, embora adotemos o sistema presidencialista de governo, isso não
está previsto no artigo 1º da Constituição.
O erro das letras c e d está no fato de que somente a forma federativa de Estado é cláusula
pétrea expressa/explícita.
Sobra como correta a letra e, na medida em que a República é uma forma de governo que tem
as características de eletividade, temporariedade e responsabilidade. Ela se contrapõe à Mo-
narquia, cujas características são a hereditariedade, a vitaliciedade, a irresponsabilidade dos
governantes (a célebre frase ‘O rei não pode errar’), sendo que a sucessão sempre ocorre por
membros da mesma família, a escolhida por Deus.
Veja no quadro a seguir as distinções entre elas:
República Monarquia
Eletividade Hereditariedade
Temporalidade Vitaliciedade
Representatividade Ausência de representatividade
popular (o povo escolhe popular (o critério para defini-
seu representante) ção do rei é a linhagem fami-
liar)
Responsabilização dos Inexistência de responsabili-
governantes (inclusive dade dos governantes (the king
por crime de responsabi- can do no wrong – o rei não
lidade - impeachment) pode errar).
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Certo.
O § 4º do artigo 60 da Constituição lista as cláusulas pétreas, dentre as quais a forma fede-
rativa de Estado.
Nas cláusulas pétreas, impede-se até mesmo a deliberação de proposta, não apenas a apro-
vação. Assim, permite-se que parlamentar impetre mandado de segurança perante o STF
para barrar a tramitação da PEC.
Lado outro, não se insere no rol de cláusulas pétreas a forma republicana de governo. Ela
(a forma republicana) aparece no artigo 34, VII, da Constituição entre os princípios cons-
titucionais sensíveis, os quais levam esse nome porque, uma vez violados, seria caso de
intervenção federal.
Logo, o item está certo.
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Letra a.
Além dos crimes comuns, os detentores de altos cargos públicos também podem praticar infra-
ções político-administrativas que são chamadas crimes de responsabilidade (de natureza política).
No artigo 85, a Constituição apresenta alguns exemplos de crimes de responsabilidade. Ou
seja, o rol é exemplificativo.
São considerados crimes de responsabilidade os atos que atentem contra:
a) a existência da União;
b) o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Po-
deres constitucionais das Unidades da Federação;
c) o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
d) a segurança interna do País;
e) a probidade (honestidade) da administração;
f) a lei orçamentária;
g) descumprimento das leis e das decisões judiciais.
De acordo com o parágrafo único do art. 85, os crimes de responsabilidade – impeachment
ou impedimento – serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo
e julgamento.
A lei referida é a Lei n. 1.079/50 que, segundo o STF, em grande medida, foi recebida por ser
compatível com a Constituição.
Avançando, a sistemática relativa à definição dos crimes de responsabilidade e o estabeleci-
mento das normas de processo e julgamento são privativas da União (STF, SV n. 46).
Em consequência, normas estaduais ou municipais que tipifiquem condutas como crime de
responsabilidade ou mesmo prevejam regras diversas daquelas constantes na Constituição
ou na Lei n. 1.079/1950 serão inconstitucionais.
É o que acontece, por exemplo, com as Constituições Estaduais que preveem caber à Assem-
bleia Legislativa o julgamento do governador em crime de responsabilidade. Isso porque o
julgamento do Chefe do Executivo Estadual no impeachment caberá a um Tribunal Especial,
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composto pelo presidente do TJ, mais 5 Desembargadores e 5 Deputados – artigo 78, § 3º, da
Lei n. 1.079/1950 (STF, ADI 4.791).
Voltando para o julgamento do presidente da República, além da Constituição e da Lei n.
1.079/50, pode haver a aplicação subsidiária do Regimento Interno tanto da Câmara dos De-
putados quanto do Senado Federal, desde que as normas regimentais não estejam em cho-
que (STF, ADPF 378).
E, por falar na Lei n. 1.079/1950, o seu artigo 14 prevê que cabe a qualquer cidadão denunciar
o presidente da República nos crimes de responsabilidade.
Sendo negado o pedido pela Câmara dos Deputados, não há previsão de recurso contra
essa decisão.
Pensando no impeachment da ex-presidente Dilma, você deve se lembrar que o então presi-
dente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, negou uma série de pedidos e, ao final, de
um desentendimento político com o Partido dos Trabalhadores, recebeu a acusação formula-
da por Janaína Paschoal, Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo.
Seguindo para a tramitação do pedido, admitida a acusação pela Câmara dos Deputados, em
quorum de 2/3, o processo será remetido ao Senado Federal.
Nesse ponto, houve uma importância modificação: o STF entendeu que o Senado Federal, ao
receber o processo vindo da Câmara dos Deputados, não estaria vinculado à instauração do
processo, devendo fazer uma análise prévia de admissibilidade.
Ou seja, ao invés de ficar vinculado à manifestação da Câmara, o Senado deveria se mani-
festar expressamente se receberia – ou não – a denúncia autorizada pela Câmara. Nessa
manifestação, o quorum seria de maioria simples, exigindo-se o quorum de 2/3 apenas no
julgamento final (STF, ADPF 387).
Ah, diante do inegável clima hostil (pra dizer o mínimo!) entre Dilma e Eduardo Cunha, questio-
nou-se sobre a possibilidade de aplicação das regras de suspeição ou impedimento relacio-
nadas aos parlamentares, seja da Câmara dos Deputados (admissão da acusação), seja do
Senado Federal (julgamento no Crime de Responsabilidade). A esse respeito, o STF entendeu
pela inaplicabilidade das regras de suspeição e de impedimento previstas nos Códigos de
Processo (STF, MS 21.623).
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Houve questionamento perante o STF, por parte de alguns parlamentares, que impetraram
vários mandados de segurança. As liminares foram indeferidas, mas o mérito dos pedidos
ainda não foi julgado.
Pronto! Hora de voltarmos para a questão.
P
ela própria narrativa feita, você já descobriu que a resposta esperada está na letra A, uma vez
que atos do presidente da República que atentem especialmente contra a probidade na admi-
nistração, a lei orçamentária e o cumprimento das leis e das decisões judiciais são crimes de
responsabilidade classificados como crimes funcionais. Ou seja, autorizam o impeachment.
A
h, lembro que o presidente é o único agente político que não se sujeita à Lei de Improbidade
Administrativa. Isso porque, expressamente, a Constituição (artigo 85, V) diz que ato por ele pra-
ticado que atente contra a probidade da administração caracteriza crime de responsabilidade.
Olhando para as outras alternativas, está errada a letra B, porque o afastamento do presidente
não se dará com a autorização para abertura de processo, dada pela Câmara dos Deputados.
Ao contrário, no crime de responsabilidade, o presidente só será afastado se o Senado admitir
a acusação.
A letra c está errada, pois o fato de o presidente ser auxiliado pelos Ministros de Estado não
conduz à conclusão de que seria uma função compartilhada.
Na letra d, o erro consiste em atribuir ao TSE a tarefa de declarar a vacância quando o presi-
dente ou Vice não tomarem posse dentro do prazo de 10 dias. Quem tem essa prerrogativa é
o Congresso Nacional.
Por fim, errada a letra e, na medida em que o presidente age como Chefe de Governo (“Brasil
para dentro”) quando nomeia Ministros do STF, dos Tribunais Superiores, o PGR ou diretores
de autarquias e de fundações públicas.
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Letra b.
A resposta esperada está na letra b. Isso porque os governadores estão sujeitos à tripla res-
ponsabilização. Explico. A eles podem ser impostas as regras dos crimes de responsabilidade
(impeachment, Lei n. 1.079/1950); a Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992 e
também as regras para julgamento de infrações penais comuns.
Ainda sobre o tema, lembro que as infrações penais comuns (abrange crimes militares, eleitorais
e contravenções penais) serão julgadas perante o STJ, conforme artigo 105, I, da Constituição.
Já o crime de responsabilidade será julgado por um Tribunal especial, previsto na Lei n. 1.079/1950.
Ele será composto pelo presidente do TJ, cinco desembargadores e cinco deputados estaduais/
distritais.
Por sua vez, na ação de improbidade, nas ações civis públicas e nas ações populares não se
fala em foro especial, respondendo o governador perante Juiz de 1ª instância.
Analiso rapidamente as falhas das outras alternativas.
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Errada a letra a, porque, em regra, a União não pode intervir em municípios. A exceção fica por
conta de o município estar situado dentro de território federal, pois nesse caso a União agiria
como se estado fosse.
O erro da letra c está em incluir os aposentados e pensionistas do RGPS na contribuição dos
inativos. A malfadada regra, introduzida pela EC n. 41/2003 – e mantida na EC n. 103/2019
–, vale apenas para o RPPS, ainda assim somente nos valores excedentes ao teto do RGPS.
Está errada a letra d, porque toda a população atingida deve ser abrangida pelo plebiscito.
Isso significa a inclusão daqueles que residem na área a ser criada e também na que será
afetada pela exclusão.
A letra e também está errada, porque a lei estadual não invadiu competência da União para
tratar de normas gerais, além de ser lastreada em outros princípios da Administração, como
a impessoalidade e a moralidade.
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Letra b.
O erro da letra a está em afirmar que as atribuições do presidente aparecem em rol taxativo no
texto constitucional quando, na verdade, o artigo 84 apresenta rol meramente exemplificativo.
A letra c está errada porque o artigo 84, parágrafo único, fala que o PGR, o AGU e os Minis-
tros de Estado podem prover cargos públicos federais, na forma da lei. A partir daí, tem-se a
orientação de que, se ele pode prover, também pode improver (= demitir), dentro do princípio
da simetria.
Também errada a letra d. Isso porque o artigo 93 da LODF prevê que “em caso de impedi-
mento do governador e do Vice-Governador, ou de vacância dos respectivos cargos, serão
sucessivamente chamados ao exercício da chefia do Poder Executivo o presidente da Câmara
Legislativa e o presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios”. Ou seja, o
Vice-presidente da CLDF não entra na fila...
Errada a letra e, ao colocar todos os Chefes do Executivo dentro da imunidade presidencial.
Somente o presidente da República tem imunidade a prisão, podendo ser preso somente após
a prolação de sentença, lembrando que para ter sentença é necessário: a) que os fatos guar-
dem relação com o exercício do cargo; e b) que haja autorização de 2/3 da Câmara dos Depu-
tados para a abertura de processo.
S
obra como correta a letra b. A condenação no crime de responsabilidade (impeachment) é
penal, e não política. Ela acarreta a inabilitação pelo prazo de oito anos e a perda do cargo
público.
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Letra c.
A resposta esperada está na letra c, na medida em que o artigo 84 estabelece um rol exem-
plificativo de atribuições do presidente. Nele, há atribuições próprias de Chefe de Estado (ex:
declarar guerra e celebrar paz), assim como outras inerentes à Chefia de Governo (ex: prover
e extinguir cargos públicos federais, na forma da lei).
Olhando para as demais, estava tudo indo bem na letra A, até que, na parte final, constou que
os seis cidadãos natos seriam escolhidos pelo presidente da República. Na verdade, apenas
dois são escolhidos por ele, sendo outros dois pela Câmara e os últimos dois pelo Senado.
Errada a letra b, porque é o Conselho de Defesa Nacional que opina em situações de decla-
ração e guerra e celebração de paz. O Conselho da República é chamado para se manifestar
sobre intervenção federal, estado de defesa e de sítio, bem assim sobre questões relevantes
para a estabilidade das instituições democráticas.
A letra e está errada. É que, em regra, caberá ao STF julgar os Ministros de Estado (assim
como outras autoridades de 2º escalão da República) tanto nos crimes comuns quanto nos
de responsabilidade. Acontece que se o crime de responsabilidade for praticado em conexão
com o presidente ou Vice-presidente, o processo será deslocado para o Senado, conforme
artigo 52, I, da Constituição.
Propositalmente, deixei para o final a letra d. O tema ganhou novo ‘tempero’ com a Lei n.
13.195/2015.
Explico.
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Agora cuidado com um ponto: a Lei Federal n. 13.165/2015 (lei da minirreforma eleitoral) pre-
vê que na dupla vacância provocada por razões eleitorais – indeferimento de registro, cassa-
ção do diploma e perda do mandato de candidato em pleito majoritário, independentemente
do número de votos anulado –, só haverá eleições indiretas se faltar menos de 6 meses para
o término do mandato.
Exemplificando, a perda de mandato de governador e de vice por compra de votos geraria a
aplicação da regra atual do artigo 225, § 4º, do Código Eleitoral, sendo realizadas eleições
diretas, exceto se faltar menos de 6 meses para seu mandato acabar.
Por outro lado, se o motivo da dupla vacância for alguma causa não eleitoral (morte, desistên-
cia, renúncia ao mandato etc), valerá a regra prevista na Constituição Estadual (Governador)
ou na Lei Orgânica (governador do DF e municípios).
Se a causa for eleitoral, vale a regra federal, porque cabe à União legislar privativamente so-
bre matéria eleitoral. Do contrário, se a matéria tratar de organização político-administrativa,
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cada ente da Federação tem legitimidade para legislar – autonomia Financeira, Administrati-
va e Política.
Ou seja, se você reparou bem, a lei federal contrariou a regra aí de cima, que fala em elei-
ções indiretas para presidente e Vice-presidente da República nos últimos dois anos do
mandato, certo?
Pois é, apreciando a constitucionalidade da referida lei, o STF entendeu pela validade das no-
vas regras para os cargos de governador e de prefeito, mas não para presidente da República
e Senador.
Como assim?
Deixe-me explicar: primeiro, é bom lembrar que cabe à União, de forma privativa, legislar sobre
direito eleitoral. Então, até aí, nada de errado com a lei federal.
O problema é que ela dizia que as novas regras seriam aplicáveis aos cargos majoritários,
sem fazer nenhuma ressalva. Acontece que para o cargo de presidente da República e para o
de Senador a própria Constituição Federal já prevê um procedimento específico, e diferente do
que constou na Lei n. 13.165/2015.
Então, para presidente continua valendo a regra do artigo 81, § 1º, da Constituição, segundo a
qual as eleições indiretas ocorrerão se vagarem os cargos de presidente e de Vice-presidente
nos dois últimos anos do mandato.
Por sua vez, para senadores, prevalecerá a norma do artigo 56, § 2º, da Constituição, a qual
prevê que ocorrendo vaga e não havendo suplente, nova eleição será feita para preenchê-la se
faltarem mais de quinze meses para o término do mandato (STF, ADI 5.525).
Lembrando, para governador e para prefeito teremos duas opções: a) se a dupla vacância
decorrer de causas eleitorais, aplica-se a lei federal, com eleições indiretas apenas se faltar
menos de seis meses para o fim do mandato; b) para dupla vacância fundada em causas não
eleitorais, vale a regra editada pelo próprio ente – Estado ou Município.
Isso porque as regras atinentes à dupla vacância não são de observância obrigatória no âm-
bito estadual. Isso significa que as Constituições Estaduais ou Leis Orgânicas podem prever
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solução diversa caso haja vacância nos cargos de governador e vice-governador (STF, ADI-
-MC 4.298) ou de prefeito e vice-prefeito (STF, ADI 3.549).
Letra b.
Os Territórios Federais são autarquias da União. Seu governador será indicado pelo presiden-
te da República, após aprovação do nome pelo Senado Federal. Isso torna errada a letra a.
A letra c está errada. É que, em regra, caberá ao STF julgar os Ministros de Estado (assim
como outras autoridades de 2º escalão da República) tanto nos crimes comuns quanto nos
de responsabilidade. Acontece que se o crime de responsabilidade for praticado em conexão
com o presidente ou vice-presidente, o processo será deslocado para o Senado, conforme
artigo 52, I, da Constituição.
Na letra d, é importante destacar que a prova data de 2013, e o STF julgou detalhes envolvendo
a tramitação do impeachment contra a ex-presidente Dilma. No referido julgado, prevaleceu a
orientação de que o Senado, ao receber a autorização vinda da Câmara, não estava obrigado
a dar andamento automático ao processo. Ele deveria emitir um juízo de admissibilidade, por
votação de maioria simples. O quórum qualificado de 2/3 é só para a votação final.
Por fim, em relação à situação do governador, ou de qualquer outro agente político, se houver
a submissão a concurso, aprovação e nomeação, ele pode tomar posse, usando a licença para
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exercício de mandato eletivo. Assim, ele assume o cargo público efetivo (usando a licença) e
seguirá afastado, contando para todos os efeitos, menos promoção por merecimento – artigo
38 da Constituição. Assim, errada a letra e.
Sobra como correta a letra b.
O impeachment (crime de responsabilidade) é julgado no Senado, com a decisão final ma-
terializada por meio de resolução da Casa. Contra a decisão de mérito, não cabe recorrer ao
Judiciário, pelo princípio da separação de poderes.
Aragonê Fernandes
Atualmente, atua como Juiz de Direito do TJDFT. Contudo, em seu qualificado percurso profissional, já
se dedicou a ser Promotor de Justiça do MPDFT; Assessor de Ministros do STJ; Analista do STF; além
de ter sido aprovado em vários concursos públicos. Leciona Direito Constitucional em variados cursos
preparatórios para concursos.
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