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DIREITO

CONSTITUCIONAL
Poder Executivo

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO CONSTITUCIONAL
Poder Executivo
Aragonê Fernandes

Poder Executivo..............................................................................................................3
1. Formas de Governo. .....................................................................................................3
2. Sistemas de Governo...................................................................................................4
3. Chefia de Estado x Chefia de Governo.........................................................................5
4. Condições de Elegibilidade. ..........................................................................................6
5. Processo Eleitoral.......................................................................................................6
6. Duração do Mandato................................................................................................... 7
7. Impedimento e Vacância.............................................................................................. 7

8. Atribuições do Presidente da República.. ................................................................... 12


8.1. Possibilidade de Delegação das Atribuições............................................................23
9. Responsabilidade do Presidente da República...........................................................23
9.1. Autorização para Abertura de Processo contra o Presidente da República e
contra Governadores....................................................................................................24
9.2. Foro para Julgamento de Presidente da República e Infrações a que ele Responde.2 5
9.3. Hipóteses de Afastamento do Presidente da República......................................... 30
9.4. Restrições à Prisão................................................................................................ 31
9.5. Imunidade Relativa ou Inviolabilidade..................................................................... 31
10. Ministros de Estado.................................................................................................32
10.1. Atribuições dos Ministros de Estado. . ....................................................................33
11. Conselho da República..............................................................................................33
12. Conselho de Defesa Nacional...................................................................................34
13. Tópico Especial: Súmulas Aplicáveis à Aula. . ............................................................35
Questões de Concurso................................................................................................... 37
Gabarito........................................................................................................................ 51
Gabarito Comentado. .....................................................................................................52

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PODER EXECUTIVO
No âmbito federal, o Poder Executivo é chefiado pelo presidente da República, que é auxi-
liado pelos ministros de Estado.
Se você olhar para a esfera estadual e para a distrital, verá que a chefia cabe aos governa-
dores e, no âmbito municipal, aos prefeitos.
Uma distinção deve ser feita desde agora – e será fundamental para as provas: o presi-
dente da República é o único que acumula as funções de chefe de Estado e de chefe de gover-
no em nosso sistema atual. Os demais são considerados apenas chefes de governo.
Qual é a importância dessa particularidade? Ora, se determinada prerrogativa for exclusi-
va do chefe de Estado não poderá repercutir para as outras esferas de governo.
Antes de entrar no texto constitucional, penso ser necessário que você relembre alguns
conceitos que são extraídos da doutrina, mas que serão de grande importância.
Vamos lá!

1. Formas de Governo

O conceito de forma de governo guarda relação com a maneira em que se dá a relação


entre governantes e governados. Existem duas formas de governo: a república e a monarquia.
Vejam-se as diferenças básicas entre cada uma delas:

República Monarquia
Eletividade Hereditariedade
Temporalidade Vitaliciedade
Representatividade popular (o povo escolhe seu Ausência de representatividade popular (o critério
representante) para definição do rei é a linhagem familiar)
Responsabilização dos governantes (inclusive Inexistência de responsabilidade dos governantes
por crime de responsabilidade – impeachment) (the king can do no wrong – o rei não pode errar).

A primeira Constituição brasileira (1824) previa a Monarquia como forma de governo. En-
tretanto, desde 1891, adotou-se a forma republicana de governo.

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É exatamente em razão da adoção da República como forma de governo que se limita a


reeleição para apenas um período em relação aos mandatos de chefe do Executivo.
É também em razão disso que se previu a inelegibilidade reflexa ou reflexiva: ao final, o
regime no qual uma família se perpetua no poder se chama monarquia.

2. Sistemas de Governo

Já o conceito de sistema de governo refere-se ao modo em que se relacionam os Poderes


Executivo e Legislativo. São dois os sistemas de governo, que têm, em resumo, estas diferenças:

Presidencialismo Parlamentarismo
Independência entre os Poderes nas funções Regime de colaboração; de corresponsabilidade entre
governamentais. Legislativo e Executivo.
Primeiro-ministro só permanece na chefia de governo
Governantes (Executivo e Legislativo) possuem enquanto possuir maioria parlamentar.
mandato certo. Mandato dos parlamentares pode ser abreviado, caso
haja a dissolução do parlamento.
Há um só chefe do executivo (presidente ou Chefia do Executivo é dual, já que exercida pelo Primei-
monarca), que acumula as funções de chefe de ro-ministro (chefe de governo), juntamente com o pre-
Estado e chefe de governo. sidente ou monarca (chefes de estado).
A responsabilidade do governo é perante o povo. A responsabilidade do governo é perante o parlamento.

O Brasil, embora tenha por tradição o sistema presidencialista, já teve dois períodos de
parlamentarismo: o primeiro na época do Império, com Dom Pedro II – basta lembrar que Dom
Pedro II era muito jovem quando assumiu o trono. Assim, houve uma diminuição das atribui-
ções do Príncipe Regente.
O segundo período de parlamentarismo é mais recente (e mais cobrado em provas!). Ele
envolveu os anos de 1961-63, exatamente o período que antecedeu o Golpe Militar.
Nesse período, com a renúncia de Jânio Quadros e a assunção de João Goulart (Jango),
houve uma nova tentativa de esvaziar os poderes do presidente da República, dividindo-os
com o Parlamento. A figura de primeiro-ministro, nesse período, coube a Tancredo Neves,
que mais à frente seria eleito para presidente da República, cargo que não chegou a assumir
diante de sua morte por diverticulite.

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De acordo com o art. 2º do ADCT, cinco anos após a promulgação da Constituição, seria
realizado um plebiscito, a fim de que o povo decidisse qual a forma e sistema de governo que
desejavam. À época, foram mantidas a república e o presidencialismo.
Em acréscimo, adotamos a federação como forma de Estado e a democracia como regi-
me de governo.

3. Chefia de Estado x Chefia de Governo

Já adiantei algumas linhas acima, mas lembro que, em razão da escolha do sistema pre-
sidencialista de governo, o presidente da República acumula as funções de chefe de Estado e
de chefe de governo.
Nesse contexto, ele agirá como chefe de Estado quando representar o Brasil no plano in-
ternacional.

Ex.: celebração de tratados internacionais; declaração de guerra; celebração de paz.

De outro lado, a função de chefe de governo acontece quando o Presidente atua no plano
interno, como chefe do Poder Executivo da União.

Veja alguns exemplos: proposição de projeto de lei que aumente os vencimentos de servido-
res de determinado Ministério, ou ainda, edição de medida provisória, dispondo sobre aumen-
to de proventos de aposentadoria.

Por ser chefe de Estado, o presidente tem a chamada imunidade relativa, o que significa
que, durante a vigência do mandato, ele não responderá por atos estranhos ao exercício de
suas funções. Mas isso nós veremos mais à frente, quando falarmos da responsabilidade do
presidente da República, tópico sempre lembrado pelas bancas examinadoras...

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4. Condições de Elegibilidade

Para concorrer aos cargos de presidente ou vice-presidente da República, o candidato


deve preencher estes requisitos:
a) ser brasileiro nato;
b) estar no pleno exercício dos direitos políticos;
c) alistamento eleitoral;
d) filiação partidária (não é possível concorrer sem partido político, como acontece em
outros países, como os EUA);
e) idade mínima de 35 anos;
f) não ser inalistável nem inelegível.

5. Processo Eleitoral

A eleição para os cargos de Presidente e vice-presidente, bem assim para os demais cargos
eletivos, está definida na Constituição como sendo:
• primeiro turno: ocorrerá no primeiro domingo de outubro, do último ano anterior ao
término do mandato vigente.
• Segundo turno: será realizado no último domingo de outubro, do último ano anterior ao
término do mandato vigente.

Essa mesma regra deve ser observada, de forma compulsória, nas eleições diretas para
governador e vice-governador.
Já nas eleições indiretas, não há a obrigação de os Estados-membros (ou o DF) seguirem
o modelo federal. Em outras palavras, cada um dos entes federados editará norma própria,
observada sua autonomia, não havendo a obrigação de seguir os parâmetros do artigo 81, §
1º, da Constituição (STF, ADI-MC n. 4.298)
Será considerado eleito em primeiro turno o candidato que obtiver maioria absoluta dos
votos válidos – o que exclui os votos brancos e nulos. Não sendo atingido esse patamar,
avançam para o segundo turno apenas os dois candidatos mais bem colocados.

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Se entre o primeiro e o segundo turnos ocorrer a morte, a desistência ou o impedimento


legal do candidato deverá ser convocado o terceiro colocado. Veja-se que nessa hipótese
aquele que concorre como vice-presidente na chapa não poderá permanecer na disputa.
Tanto a disputa para a Presidência da República quanto aquela atinente aos governos
estaduais e distrital são regidas pelo sistema majoritário complexo, que é aquele no qual se
prevê a disputa em 2º turno.
Já nas eleições para prefeito, a possibilidade de 2º turno é prevista tão somente para as
cidades nas quais o número de eleitores seja superior a duzentos mil.
Desse modo, nos municípios nos quais o total de eleitores não alcance essa marca, será
eleito em 1º Turno o candidato mais votado, não importando o percentual que tenha recebido.
Essa mesma regra rege as eleições para senadores. Adota-se, nesses casos, o sistema ma-
joritário simples.

As regras de fidelidade partidária são aplicáveis apenas às eleições proporcionais (vereado-


res e deputados). Assim, nas eleições majoritárias, caso o político deixe a legenda não perde-
rá o seu mandato.

6. Duração do Mandato

Após as alterações trazidas pela EC n. 15/1996, o mandato presidencial – e também dos go-
vernadores e prefeitos – é de quatro anos, permitida uma reeleição, para o período subsequente.
Antes disso, a regra relativa ao mandato presidencial era de mandato de cinco anos, sem
a possibilidade de reeleição.

7. Impedimento e Vacância

Inicialmente, destaco que o impedimento está ligado à ideia de temporariedade (viagem,


doença), enquanto a vacância pressupõe o afastamento definitivo do cargo (morte, renúncia,
impeachment).

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Havendo o impedimento, caberá ao vice-presidente assumir o cargo interinamente.


Nas hipóteses em que o Vice também não puder ocupar a cadeira presidencial a Cons-
tituição estabelece a seguinte ordem de vocação sucessória: 1º) Presidente da Câmara dos
Deputados; 2º) Presidente do Senado Federal; e 3º) Presidente do STF.
Fique atento, pois são comuns questões de prova colocando o Presidente do Congresso
Nacional (que também preside o Senado) logo abaixo do vice-presidente da República. Para
lembrar mais facilmente, terá preferência o representante da Casa que representa o povo (ao
menos na teoria...).
Você deve se lembrar que não faz muito tempo, um Ministro do STF determinou que o
então presidente do Senado Renan Calheiros deveria ser afastado da presidência da Casa
Legislativa, em razão de ter sido recebida denúncia contra ele.
Na ocasião, monocraticamente, aplicou a seguinte lógica: se o presidente da República,
após o recebimento de denúncia pelo STF, deve ficar afastado, idêntico raciocínio deveria va-
ler para todos aqueles que estivessem na ordem de vocação sucessória.
Após recusa de Renan Calheiros em cumprir a decisão, o Plenário do Tribunal entendeu
que a autoridade da linha sucessória poderia ficar em seu cargo, mas ficaria impedido de as-
sumir a Presidência da República (STF, ADPF n. 402).

Exemplificando, se isso acontecesse na atualidade, na ausência de Jair Bolsonaro, a Presi-


dência da República deve ser ocupada pelo vice-presidente, Hamilton Mourão. Estando este
também ausente, segue-se para o presidente da Câmara dos Deputados. Em seu impedimen-
to, pularíamos o presidente do Senado, por ter denúncia recebida contra si, passando-se ao
presidente do STF.

Outra coisa: havendo a vacância do cargo de presidente, o Vice assume definitivamente,


ocasião em que nossa República ficará SEM ninguém ocupando a vice-presidência. Foi o que
aconteceu com o impeachment da ex-presidente Dilma. Essa também será a solução se a
vacância atingir apenas a cadeira de vice-presidente.

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O STF entendeu que se uma das autoridades que estiver na ordem de vocação sucessória
tiver contra si denúncia recebida pelo STF pode continuar na sua função, ficando impedido
apenas de ocupar a Presidência da República, ainda que temporariamente.

Tratando-se de dupla vacância, ou seja, afastando-se definitivamente o presidente e o


vice-presidente dos cargos antes do término do mandato, a solução será a seguinte:

Solução nas hipóteses de dupla vacância no cenário federal


Vacância nos dois primeiros anos Será realizada nova eleição no prazo de 90 dias depois de aberta
do mandato última vaga.
* Eleição direta, com votação popular.
Vacância nos dois últimos anos do Far-se-á eleição no prazo de 30 dias, depois de aberta última vaga.
mandato * Eleição indireta, com votação do Congresso Nacional (povo não
escolhe o novo presidente e vice).
* Em ambos os casos, quem assumir o mandato, só vai completar o tempo que restava ao anterior ocu-
pante. É o chamado mandato-tampão.

Agora cuidado com um ponto: é que a Lei Federal n. 13.165/2015 prevê que, na vacância
em cargos majoritários (no âmbito do Executivo, dupla vacância) provocada por razões elei-
torais – indeferimento de registro, cassação do diploma e perda do mandato de candidato
em pleito majoritário, independentemente do número de votos anulados –, só haverá eleições
indiretas se faltarem menos de seis meses para o término do mandato.

Exemplificando, a perda de mandato de governador e de vice por compra de votos geraria a


aplicação da regra atual do artigo 224, § 4º, do Código Eleitoral, sendo realizadas eleições
diretas, exceto se faltarem menos de seis meses para seu mandato acabar.

Por outro lado, se o motivo da dupla vacância for alguma causa não eleitoral (morte, de-
sistência, renúncia ao mandato etc.), valerá a regra prevista na Constituição Estadual (gover-
nador) ou na Lei Orgânica (governador do DF e municípios).

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Por que há regras diferentes, professor?

Se a causa for eleitoral, vale a regra federal, porque cabe à União legislar privativamente
sobre matéria eleitoral. Do contrário, se a matéria tratar de organização político-administra-
tiva, cada ente da Federação tem legitimidade para legislar – autonomia financeira, adminis-
trativa e política.
Ou seja, se você reparou bem, a lei federal contrariou as regras que falam em eleições
indiretas para presidente e vice-presidente da República nos últimos dois anos do mandato e
também as regras supracitadas para senador.
Pois é, apreciando a constitucionalidade da referida lei, o STF entendeu pela validade das
novas regras para os cargos de governador e de prefeito, mas não para presidente da Repú-
blica e senador.

Como assim?

Deixe-me explicar: em primeiro lugar, é bom lembrar que cabe à União, de forma privativa,
legislar sobre direito eleitoral. Então, até aí, nada de errado com a lei federal.
O problema é que ela dizia que as novas regras seriam aplicáveis aos cargos majoritários,
sem fazer nenhuma ressalva. Acontece que, para o cargo de presidente da República e para o
de senador, a própria Constituição Federal já prevê um procedimento específico e diferente do
que constou na Lei n. 13.165/2015.
Então, para presidente continua valendo a regra do artigo 81, § 1º, da Constituição, segun-
do o qual as eleições indiretas ocorrerão se vagarem os cargos de presidente e de vice-presi-
dente nos dois últimos anos do mandato.
Por sua vez, para senadores, prevalecerá a norma que vimos, do artigo 56, § 2º, da Consti-
tuição, o qual prevê que, ocorrendo vaga e não havendo suplente, nova eleição será feita para
preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato (STF, ADI 5.525).
Lembrando, para governador e para prefeito, teremos duas opções: a) se a dupla vacância
decorrer de causas eleitorais, aplica-se a lei federal, com eleições indiretas apenas se falta-
rem menos de seis meses para o fim do mandato; b) para dupla vacância fundada em causas
não eleitorais, vale a regra editada pelo próprio ente – estado ou município.

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Outra coisa: ainda sobre a Lei n. 13.165/2015, o STF firmou a seguinte tese:

É constitucional legislação federal que estabeleça novas eleições para os cargos majo-
ritários simples – isto é, prefeitos de Municípios com menos de duzentos mil eleitores e
senadores da República – em casos de vacância por causas eleitorais (STF, ADI 5.690).

Nesse julgamento, discutia-se a validade da norma eleitoral que prevê novas eleições não
importando o número de votos anulados.
Como você viu, prevaleceu a tese de que deve haver novas eleições quando a vacância
se der por causas eleitorais (ex.: abuso do poder econômico), não importando quantos votos
válidos tenham sido anulados – se mais ou menos de 50%.
Falta eu falar de duas regrinhas chatas, porque tratam de prazos que podem confundir você.
A primeira prevê que se o presidente ou o vice-presidente não tomarem posse, sem motivo
de força maior, no prazo de 10 dias, o cargo será declarado vago.
A segunda cai mais em prova... diz respeito à necessidade de autorização do Congresso
Nacional se o presidente ou o vice-presidente forem se ausentar do País por mais de 15 dias.
Caso não haja essa autorização, eles podem perder o cargo.

Mas qual é o motivo de a segunda cair mais em prova?

Simples! É que algumas Constituições Estaduais previam o seguinte: para o governador


sair do Estado por mais de 15 dias, ou para sair do País, por qualquer prazo, seria necessária
a autorização da Assembleia Legislativa, sob pena de perda do cargo.
O STF, invocando o princípio da simetria, afastou essas regras estaduais, estabelecendo
a necessidade de autorização da Assembleia Legislativa apenas para ausências do governa-
dor ou vice superiores a 15 dias (STF, ADI n. 738). Idêntico raciocínio se aplica aos prefeitos,
quanto à necessidade de licença da Câmara dos Vereadores (STF, RE n. 317.574).

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8. Atribuições do Presidente da República

As atribuições do presidente da República estão descritas no artigo 84 da Constituição


em um rol que, apesar de extenso, é apenas exemplificativo – e não, taxativo.
Para melhorar sua assimilação, transcreverei integralmente o artigo 84, fazendo comen-
tários pontuais nos itens mais cobrados nas provas, ok?
Compete privativamente ao presidente da República:

I – nomear e exonerar os ministros de Estado;


II – exercer, com o auxílio dos ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
III – iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;

No artigo 59 estão listados os atos normativos primários, cuja elaboração é descrita, ainda
que resumida, na própria Constituição. Daquele rol, o presidente é o responsável por editar medi-
das provisórias, bem como pode propor emendas à Constituição, leis ordinárias e complementa-
res. Sendo autorizado pelo Congresso Nacional, ele também pode editar Leis Delegadas.
Por sua vez, as resoluções e os decretos legislativos são atos interna corporis. Ou seja,
eles não contam com a participação do Executivo em nenhum momento, tramitando apenas
dentro do Legislativo.
Ah, cabendo ao presidente da República dar o ‘start’ ao processo legislativo (iniciativa priva-
tiva/exclusiva/reservada), se houver descumprimento dessa regra, o projeto de lei padecerá do
vício de inconstitucionalidade formal, que nunca se convalida, nem mesmo com a sanção.

Exemplificando, compete ao presidente apresentar projeto de lei que implique aumento na


remuneração de servidores do Executivo. Se um parlamentar apresentar projeto de lei nesse
sentido, ainda que haja a aprovação nas duas Casas Legislativas e sanção presidencial, não
se afastará o defeito (inconstitucionalidade formal ou nomodinâmica).

IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para
sua fiel execução;

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O decreto mencionado neste inciso é o regulamentar, ato normativo secundário que serve
para regulamentar as leis. Ele se difere do decreto autônomo, que você encontrará no inciso
VI, logo a seguir.

V – vetar projetos de lei, total ou parcialmente;

No processo legislativo, a fase de deliberação executiva (sanção/veto) só acontece nas


leis ordinárias e complementares, além das medidas provisórias aprovadas com modifica-
ções pelo Congresso Nacional.
Desse modo, não haverá sanção ou veto nas emendas à Constituição, nas resoluções e
nos decretos legislativos, nas leis delegadas, ou ainda nas medidas provisórias aprovadas
sem modificação pelo Congresso Nacional.
A deliberação executiva consiste na demonstração da concordância – ou não – do presi-
dente da República.
Caso ele esteja de acordo com o texto do projeto, deverá sancioná-lo; entendendo haver
vícios, pode o chefe do Executivo vetar a proposta que lhe foi encaminhada.
A sanção pode ainda ser expressa ou tácita. Esta acontece quando o presidente não se
manifesta dentro do prazo de 15 dias úteis, dado pela Constituição.
Apesar disso, o veto presidencial pode alcançar toda a proposta legislativa ou ainda res-
tringir-se a apenas determinado artigo, parágrafo, inciso ou alínea.
Fique de olho, pois o presidente não pode vetar apenas uma palavra, um trecho ou uma
expressão dentro de uma frase. Essa proibição é para evitar desvirtuamento do projeto apro-
vado pelo Legislativo.
Nesse sentido, basta pensar na seguinte frase: “não poderá ser realizada a alienação de
determinado bem”. Excluída a palavra “não” do texto, certamente outro sentido terá a lei.
Ah, é importante falar que o Judiciário, ao contrário do Executivo, pode retirar uma palavra
ou expressão de dentro da frase.
Mais do que isso, ao fazer o controle de constitucionalidade, pode o Judiciário retirar ape-
nas uma interpretação entre as possíveis, quando estivermos diante de palavras plurissignifi-
cativas. Isso será possível dentro das técnicas de declaração de inconstitucionalidade parcial
sem redução de texto ou ainda na interpretação conforme a Constituição.

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Optando o chefe do Executivo pelo veto, deverá ele comunicar as razões de sua decisão ao
presidente do Senado dentro do prazo de 48 horas.

Caso o presidente da República não se manifeste no prazo de 15 dias úteis, ocorrerá a sanção
tácita do projeto de lei.

A motivação do veto poderá ser política ou jurídica, conforme a seguinte ilustração:

Motivação do veto
Veto Político Veto Jurídico
O presidente da República entende que o O presidente da República entende que o pro-
projeto de lei, apesar de constitucional, é jeto de lei é inconstitucional.
contrário ao interesse público. Ex.: está presente vício de iniciativa, o que torna
Ex.: determinado aumento aos aposentados, o projeto inconstitucional, sob o ponto de vista
se concedido, pode causar desequilíbrio nas formal.
contas públicas.

Quando o presidente faz o veto jurídico, está atuando em controle político de constitucio-
nalidade, feito na forma preventiva, tendo em vista que a norma ainda não entrou em vigor.
Vou abrir um parêntese.
É até comum você “trocar as bolas”. Eu disse que existem os vetos políticos e os jurídicos,
dizendo em seguida que o veto jurídico era controle político de constitucionalidade.
Deixe-me esclarecer, existem dois modelos de controle de constitucionalidade: o político
e o jurisdicional. O jurisdicional é feito pelo Poder Judiciário, enquanto o político cabe aos
Poderes Legislativo e Executivo.
Fechando o parêntese, você viu que a inércia do presidente da República dentro do prazo
constitucional – 15 dias úteis – corresponde à sanção tácita.
Acontece que, se ele vetar, mas não motivar o veto, também haverá sanção. Isso acontece
porque o veto será submetido ao Congresso Nacional, que levará em conta exatamente os
fundamentos utilizados no veto.

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Há controle de constitucionalidade político preventivo quando o presidente da República veta


o projeto de lei por entender que ele viola a Constituição (veto jurídico).

Seguindo na sistemática, após o veto, caberá ao Congresso Nacional apreciá-lo, em ses-


são conjunta (não unicameral), dentro do prazo de 30 dias, contado a partir do recebimen-
to. Não havendo deliberação dentro do prazo, serão sobrestadas as demais proposições. Ou
seja, será trancada a pauta do Congresso Nacional.
A EC n. 76/2013 acabou com o voto secreto na apreciação dos vetos presidenciais e na
cassação de mandato parlamentar. Atualmente, o voto secreto se aplica apenas à sabatina de
autoridades, feita pelo Senado Federal.
Optando o Congresso Nacional pela rejeição (derrubada) de veto, tal decisão produzirá
os efeitos de sanção presidencial, seguindo-se para a promulgação, a cargo do presidente
da República.
Ah, o STF decidiu que os vetos presidenciais não precisam ser apreciados em ordem cro-
nológica de apreciação.
Para você se situar melhor, vou explicar o julgamento: na discussão sobre a distribuição
dos royalties do pré-sal, houve uma modificação na sistemática, sendo aprovada no Congres-
so Nacional a distribuição igualitária entre estados produtores e não produtores. Antes disso,
os produtores recebiam mais.
A então presidente Dilma Rousseff vetou o projeto de lei. Voltando ao Congresso, os parla-
mentares tinham pressa em derrubar o veto. No entanto, havia um grande número de vetos na fila
de espera. Acredite se quiser: eram mais de 3.000 vetos, alguns aguardando há mais de 13 anos!
Alguns parlamentares do Rio de Janeiro foram ao STF, pedindo que o veto sobre o projeto
dos royalties só fosse apreciado após os demais, seguindo-se uma ordem cronológica.
Porém, o Tribunal entendeu que a ordem de votações era um assunto político, interno do
Legislativo (interna corporis), não havendo a necessidade de regulamentação pelo Judiciário
(STF, MS n. 31.816).

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Antes de terminar, uma nota importante dentro do controle de constitucionalidade: não


cabe ADPF (arguição por descumprimento de preceito fundamental) contra vetos presiden-
ciais (STF, ADPF n. 1).

A apreciação dos vetos presidenciais não precisa respeitar a ordem cronológica de sua apre-
sentação ao Congresso Nacional.
Presidente não pode vetar só uma palavra ou expressão dentro de um texto.

Ex.: se não concorda com uma expressão dentro do artigo, tem de revogar artigo completo.
O Judiciário, ao contrário, pode vetar somente a expressão indesejada. Mais que isso, pode
fazer a declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto.

VI – dispor, mediante decreto:


a) sobre a organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento
de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

Se implicar aumento de despesa, criação ou extinção de órgãos públicos, competência


será do Congresso Nacional (art. 48), devendo ser elaborada lei.
Ah, essas matérias podem ser abordadas também por medida provisória, desde que não
incidam em nenhuma das proibições do artigo 62, § 1º, da Constituição.

Exemplificando, no governo do ex-presidente Michel Temer, o Ministério Extraordinário da


Segurança Pública foi criado pela Medida Provisória n. 821/2018, sendo posteriormente con-
vertido na Lei n. 13.690/2018.

Outra coisa: existem variados Conselhos da Administração Pública – exemplos: Conselho


Nacional de Assistência Social; Conselho Nacional do Esporte; Conselho Nacional de Política
Agrícola. Se eles forem criados por lei, contando com a participação direta da sociedade civil,
sua extinção não pode ser feita por decreto do presidente da República. Ao contrário! Para se
extinguir um desses conselhos, seria necessária aprovação pelo Congresso Nacional, para
não violar o princípio da separação dos Poderes. (STF, ADI n. 6.121).

b) sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.

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Se cargos ou funções estiverem ocupados, a competência para extinção será do Congres-


so Nacional (art. 48), também sendo necessária a edição de lei.
Pelo princípio do paralelismo das formas – também chamado de simetria –, deve ser res-
peitada a paridade entre as formas de criação e extinção de entidades (autarquias, empresas
públicas, sociedades de economia mista e fundações) e de cargos públicos. Assim, como
regra, o cargo público é criado e extinto por meio de lei.
A possibilidade de o cargo vago ser extinto por meio de decreto é uma exceção a esse
princípio. Daí, a importância para as provas.
Note-se que o decreto mencionado no artigo 84, VI, da Constituição é chamado pela doutri-
na de decreto autônomo. Tal denominação deriva do fato de que, em regra, os decretos são uti-
lizados para regulamentar as leis, sendo, por isso, chamados de atos normativos secundários.
Vale dizer, as leis são atos normativos primários e se submetem a controle de constitu-
cionalidade.
Por sua vez, os decretos regulamentares (inciso IV do artigo 84) são atos normativos
secundários, prestando-se para regulamentar as leis. Sujeitam-se a controle de legalidade, e
não de constitucionalidade.
Avançando, o decreto autônomo leva esse nome por não regulamentar lei alguma. Ele se
submete diretamente a controle de constitucionalidade. É, então, considerado um ato norma-
tivo primário.
Sistematizando...

Constituição Constituição
Lei (ato primário) -–-–-–
Decreto Regulamentar (ato secundário) Decreto Autônomo (ato primário)

Por outro ângulo...

Espécie Submissão Classificação


Decretos regulamentares À lei e à CF Ato normativo secundário
Decretos autônomos Somente à CF Ato normativo primário

Vamos revisitar a “Pirâmide de Kelsen”, que estrutura de forma hierarquizada as normas


no direito brasileiro:

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Obs.:
 *1: TIDH (Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos) antes EC n. 45/2004 ou após,
mas sem rito especial (dois turnos, três quintos em cada Casa do Congresso Nacional.
 *2: leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, resolu-
ções e decretos legislativos, tratados internacionais (não sobre direitos humanos),
decretos autônomos e resoluções do CNJ e do CNMP.
 *3: portarias, decretos regulamentares, instruções normativas.

Uma última coisa: a figura do decreto autônomo foi inserida pela EC n. 32/2001 o que ge-
rou questionamentos quanto à sua constitucionalidade (não se discute constitucionalidade
de normas originárias).
Apreciando a questão, o STF entendeu que é válida a edição de decretos autônomos, ape-
nas nas hipóteses previstas no artigo 84, VI, da Constituição. Afastou-se, então, a ideia da
inconstitucionalidade.

Os decretos regulamentares são atos normativos secundários e se submetem apenas a con-


trole de legalidade. Já os decretos autônomos são considerados atos normativos primários,
submetendo-se a controle de constitucionalidade.

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VII – manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso
Nacional;

Em relação à celebração de tratados internacionais, há a participação tanto do Executivo


quanto do Legislativo.
Isso porque cabe ao presidente da República, no papel de chefe de Estado celebrar o tra-
tado com outros países ou organismos internacionais.
A partir daí, entra em cena a atuação do Poder Legislativo, prevista no artigo 49, I, da Cons-
tituição. Nesse dispositivo, fala-se na competência exclusiva do Congresso Nacional em:

resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos
ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.

Havendo a concordância do Legislativo, a bola volta para o presidente da República, que


internalizará o conteúdo do tratado internacional ao editar um decreto.
É importante lembrar que os tratados internacionais podem receber três status diferentes.
Isso porque eles podem ser equiparados às emendas à Constituição, contarem com status
supralegal ou se equivalerem às leis ordinárias.
Explico.
De saída, os tratados internacionais que não versarem sobre direitos humanos são consi-
derados atos normativos primários, sendo equivalentes às leis ordinárias.
Versando sobre direitos humanos, abrem-se duas possibilidades: a) se aprovados em
procedimento equivalente ao exigido para as emendas à Constituição – dois turnos de vo-
tação, em cada Casa do Congresso Nacional, obtendo 3/5 dos votos em cada um deles –,
serão equivalentes às ECs (artigo 5º, § 3º, da CF); b) terão status supralegal, posicionando-se
acima das leis, mas abaixo da CF. É o que aconteceu com o Pacto de São José da Costa Rica,
responsável por restringir a prisão civil por dívida do depositário infiel (STF, RE n. 466.343).

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A celebração de tratados internacionais é um ato complexo, pois conta com a participação


do presidente da República (assina o acordo e depois edita o Decreto que internaliza o ato em
nosso ordenamento) e do Congresso Nacional, que resolve definitivamente se aceita ou não o
compromisso firmado pelo chefe de Estado.

IX – decretar o estado de defesa e o estado de sítio;


X – decretar e executar a intervenção federal;
XI – remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da
sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
XII – conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;

Indulto é o perdão da pena. Ele pode ser total ou parcial. Nesse último caso, é também cha-
mado de comutação. Esses benefícios, normalmente são dados pelo presidente da República
no final de cada ano. Em virtude disso, muitas pessoas acabam chamando de indulto de Natal.
Antes de passar para a próxima atribuição do presidente da República vou lembrar alguns
conceitos semelhantes para que você não esqueça:
a) indulto: perdão coletivo, dado pelo presidente da República. Caso se perdoe apenas
parte da pena, pode ser usada a nomenclatura comutação.
Não confunda indulto natalino com saídas temporárias, conhecidas como ‘saidão’. O pre-
so que ganha o indulto pleno não volta para o presídio, pois foi perdoado. Já aqueles que
recebem o benefício da saída temporária está no regime prisional semiaberto e precisa voltar
para o estabelecimento ao final da festividade.
b) graça: também é um perdão e também é dado pelo presidente da República. A diferença
central para a graça está no fato de ela ser individual, enquanto o indulto é coletivo.
c) anistia: é dada pelo Legislativo, e não pelo presidente da República. É formalizada por
meio de lei, e produz como efeito apagar o fato histórico. Em consequência, as punições aca-
bam sendo perdoadas também.
Pois bem, se você reparou direitinho, eu disse que cabe ao Legislativo conceder anistia. Eu
não falei que a tarefa era somente do Congresso Nacional.

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Dentro desse contexto, se a anistia envolver crimes, apenas o Congresso Nacional estará
habilitado a concedê-la. Isso porque cabe privativamente à União legislar sobre direito penal
– artigo 22, I, da Constituição.
No entanto, em razão da autonomia conferida aos Estados, a Assembleia Legislativa pode
conceder anistia aos servidores públicos, desde que relativa a punições administrativas (STF,
ADI n. 104).
Usando um exemplo citado na mídia, no ano de 2019, o governador do estado do Espírito
Santo sancionou a lei concedendo anistia aos policiais militares que se envolveram no movi-
mento grevista em período anterior.
Repito: a anistia dada pela Assembleia Legislativa só poderia abranger punições admi-
nistrativas, nunca os crimes. Em relação aos delitos penais, somente o Congresso Nacional
poderia conceder o benefício.
Voltando ao indulto, o STF entendeu que é prerrogativa do presidente da República conce-
der indultos sem que sofra interferências do Judiciário. Na hipótese, questionava-se decreto
editado pelo ex-presidente Temer que teria sido muito benevolente no indulto do ano de 2017.
A tese da PGR era no sentido de que teriam sido beneficiados indevidamente condenados por
crimes do colarinho branco.
Ao final, prevaleceu a orientação de que o presidente é livre na extensão dos termos do
decreto, desde que observada a proibição de concessão a crimes hediondos e equiparados
(STF, ADI n. 5.874).

Não confunda indulto com o benefício das saídas temporárias (saidão). Em datas festivas,
como Dia das Mães, Carnaval, Dia das Crianças, os presos submetidos a regime aberto têm o
direito de passar o feriado com seus familiares, devendo retornar ao estabelecimento prisio-
nal. Já o indulto é o perdão da pena.

XIII – exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes
são privativos;

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XIV – nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os ministros do Supremo Tribunal Federal e
dos Tribunais Superiores, os governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o pre-
sidente e os diretores do Banco Central e outros servidores, quando determinado em lei;

Dentre esses “outros servidores”, podem ser listados, por exemplo, os embaixadores e os
diretores das agências reguladoras – ANA, ANVISA, ANEEL, ANATEL etc.
É importante lembrar que a votação no Senado Federal sobre a indicação das autoridades
é a única hipótese de votação secreta após a EC n. 76/2013. E mais: não há sabatina do Sena-
do quanto à nomeação de ministros de Estado e do advogado-geral da União (AGU).

A EC n. 76/2013 acabou com o voto secreto no Parlamento, exceto quanto à sabatina de


autoridades.
Ex.: ministros do STF, presidente do BACEN etc.

XV – nomear, observado o disposto no art. 73, os ministros do Tribunal de Contas da União;


XVI – nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;
XVII – nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII – convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XIX – declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou re-
ferendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições,
decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX – celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI – conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII – permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo
território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII – enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias
e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV – prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da
sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV – prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;

A primeira parte do inciso XXV (prover cargos públicos federais) é uma das atribuições
que podem ser delegadas (veja item abaixo). Se o ministro de Estado pode prover os cargos
públicos, ele também poderá improver. Em outras palavras, ele também pode demitir os ser-
vidores (STF, RE n. 633.009).

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XXVI – editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII – exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.

8.1. Possibilidade de Delegação das Atribuições

Quando se fala nas atribuições do Presidente, o que mais cai em prova é exatamente a
discussão acerca das hipóteses nas quais pode haver a delegação das tarefas, bem assim
quem seriam as autoridades que receberiam a delegação.
Pois bem.
No parágrafo único do artigo 84 consta que o presidente da República poderá delegar ao
PGR, ao AGU e aos ministros de Estado as seguintes atribuições:

a. dispor, mediante decreto sobre a) sobre a organização e funcionamento da administração fe-


deral, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; e b)
sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
b. conceder indulto e comutar penas;
c. prover os cargos públicos federais, na forma da lei.

Somente algumas das atribuições do presidente da República são delegáveis aos ministros
de Estado, ao PGR e ao AGU.

9. Responsabilidade do Presidente da República

Toda atenção é pouca quando falamos de responsabilidade do presidente da República.


O tema é corriqueiro nas provas de concursos. Diante do atual cenário de instabilidade
política, bem assim do impeachment da ex-presidente Dilma, ele tende a cair ainda mais.
Então, redobre os cuidados!
O presidente da República, na condição de chefe de Estado, possuirá algumas prerrogati-
vas que serão apenas suas, não repercutindo para os outros chefes de governo (governadores
e prefeitos).

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Vou começar com um ponto bem relevante, que foi objeto de manifestação recente no
STF: a (des)necessidade de autorização do Legislativo para a abertura de processo contra os
chefes de governo.

9.1. Autorização para Abertura de Processo contra o Presidente da


República e contra Governadores
Nesse ponto, não há dúvidas de que o presidente da República só pode ser processado,
seja por crime comum, seja por crime de responsabilidade, após licença a ser dada pela Câ-
mara dos Deputados, em quórum de 2/3 de votos (ao menos 342 votos). Essa regra é extraída
do artigo 51, I, da Constituição.
A questão que se põe é se a necessidade de autorização do Legislativo para o julgamento
também abrangeria os governadores de Estado.
O entendimento tradicional do STF era no sentido de que as regras se estendiam aos go-
vernadores, com base no princípio republicano.
Foi então que chegou ao Tribunal discussão envolvendo a CE/MG. Nela, diferentemente
do que consta em outras Constituições Estaduais, não se previa a participação da Assembleia
Legislativa mineira.
O STJ, ao se debruçar sobre a questão, acabou entendendo pela necessidade de autoriza-
ção, mesmo diante da omissão da Constituição Estadual.
Já no STF, a orientação foi exatamente contrária. Ou seja: firmou-se a compreensão pela
desnecessidade de autorização da Assembleia para a abertura de processo contra o governa-
dor (STF, ADI n. 5.540).
E mais: entendeu-se pela inconstitucionalidade das normas que prevejam expressamente
a necessidade de autorização do Legislativo. Prevaleceu a ideia de que a prerrogativa seria
unicamente do presidente da República (STF, ADI n. 4.797).
Não há dúvidas de que pesaram na mudança de orientação do STF dois fatos: a) envolvi-
mento de vários governadores de Estado nas delações feitas no âmbito da Operação Lava Jato;
e b) desde a instalação do STJ, em 52 oportunidades o Tribunal solicitou junto às Assembleias
Legislativas autorização para processar governadores. Desse total, houve 15 negativas e apenas
1 caso de deferimento. Em outras 36 ocasiões, a Casa Legislativa sequer respondeu ao STJ.

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Em outras palavras, o ambiente de profundo escárnio e impunidade acabou ensejando a


mudança na orientação. Repetindo, hoje, a necessidade de autorização vale apenas para o
presidente da República.
Outra coisa: se você puxar pela memória, vai lembrar que o ex-presidente Michel Temer,
enquanto estava no cargo, foi denunciado duas vezes pelo PGR.
Em ambos os casos, a acusação girava em torno de crimes comuns, como pertencimento
a organização criminosa e obstrução de justiça.
Pois bem, acontece que a Câmara dos Deputados não deu a autorização para a abertura
de processo, de modo que o STF não pôde, à época, dar sequência à persecução penal, nem
em relação ao presidente da República nem quanto aos ministros de estados que estavam
respondendo em conexão – inciso I do artigo 51 da CF.
É, mas como havia outros investigados respondendo juntamente com o presidente e com
os ministros de estado (pense aí no ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, “o Homem da Mala”),
foi determinado o desmembramento do processo, para que a apuração seguisse contra eles.
Isso porque a prerrogativa de depender de autorização da Câmara dos Deputados para a
abertura de processo se restringe ao presidente e aos ministros de estado, não se estendendo
aos demais investigados (STF, INQ n. 4.483).

9.2. Foro para Julgamento de Presidente da República e Infrações a que ele


Responde
A primeira coisa que você deve saber é que não é qualquer demanda contra o presidente
que será julgada em um foro especial.

Exemplificando, ações cíveis e trabalhistas não contam com regra diferenciada, sendo julga-
das na 1ª instância.

Avançando, em regra, não há foro especial para o julgamento de ação popular ou ação
civil pública. Desse modo, mesmo que elas sejam propostas contra autoridades, a tramitação
ocorrerá perante um juiz de 1ª instância (STF, PET n. 3.087).
A prerrogativa de foro abrange especificamente os crimes, sejam comuns ou de res-
ponsabilidade.

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Vejamos como fica o julgamento nessas hipóteses.

9.2.1. Crimes Comuns

Dentro da locução “crimes comuns” (ou infrações penais comuns) se inserem os crimes
comuns propriamente ditos e também as contravenções penais e os crimes eleitorais (STF,
RCL n. 511).
Tratando-se de crimes comuns, a competência para julgamento será do STF.
Aqui, cabem duas ponderações: a primeira, no sentido de que o Presidente só poderá ser
processado por fatos ocorridos na vigência do mandato.
Ou seja, por conta da imunidade relativa (ou inviolabilidade presidencial), os processos
relativos a fatos anteriores ao mandato ficarão suspensos. Nesse caso, não haverá contagem
do prazo prescricional.
A segunda ponderação é no sentido de que, mesmo os fatos ocorridos durante o mandato
só tramitarão se guardarem relação com o cargo de presidente da República.
Usando um exemplo esdrúxulo, caso o Presidente Jair Bolsonaro pratique ato de violência
doméstica contra a sua mulher, Michele, sem que haja motivação relacionada ao cargo, esse
crime relacionado à chamada Lei Maria da Penha ficará suspenso até que o mandato termine.
A prescrição, igualmente, ficará suspensa.
Agora, partindo para outra situação hipotética (outro exemplo dantesco), na qual o Pre-
sidente agrida sua esposa, tentando contra sua vida, diante de uma briga na qual a primeira-
-dama demonstre interesse em denunciar ao Ministério Público crimes praticados pelo Pre-
sidente e por sua equipe, relacionados ao mandato, estaríamos diante de caso a ser julgado
pelo STF mesmo na vigência do mandato.
Contudo, lembro que o julgamento pelo STF dependeria de autorização a ser dada por 2/3
dos membros da Câmara dos Deputados.
Havendo condenação, o Presidente estaria sujeito à prisão. Destaco que a Constituição
fala que não pode haver prisão antes da prolação de sentença.
Assim, o presidente não estaria sujeito a prisão em flagrante ou temporária, nem mesmo
a preventiva a ser decretada durante as investigações ou mesmo na instrução, sem sentença.

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A expressão “crimes comuns” também abrange as contravenções penais e os crimes eleitorais.

9.2.2. Crimes de Responsabilidade (Impeachment)

Além dos crimes comuns, os detentores de altos cargos públicos também podem pra-
ticar infrações político-administrativas que são chamadas crimes de responsabilidade (de
natureza política).
No artigo 85, a Constituição apresenta alguns exemplos de crimes de responsabilidade.
Ou seja, o rol é exemplificativo.
São considerados crimes de responsabilidade os atos que atentem contra:

a) a existência da União;
b) o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
constitucionais das Unidades da Federação;
c) o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
d) a segurança interna do País;
e) a probidade (honestidade) da administração;
f) a lei orçamentária;
g) descumprimento das leis e das decisões judiciais.

De acordo com o parágrafo único do art. 85, os crimes de responsabilidade – impeach-


ment ou impedimento – serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de pro-
cesso e julgamento.
A lei referida é a Lei n. 1.079/1950 que, segundo o STF, em grande medida, foi recebida por
ser compatível com a Constituição.
Avançando, a sistemática relativa à definição dos crimes de responsabilidade e o estabe-
lecimento das normas de processo e julgamento são privativas da União (STF, SV n. 46).
Em consequência, normas estaduais ou municipais que tipifiquem condutas como crime
de responsabilidade ou mesmo prevejam regras diversas daquelas constantes na Constitui-
ção ou na Lei n. 1.079/1950 serão inconstitucionais.

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É o que acontece, por exemplo, com as Constituições Estaduais que preveem caber à As-
sembleia Legislativa o julgamento do governador em crime de responsabilidade. Isso porque
o julgamento do chefe do Executivo Estadual no impeachment caberá a um Tribunal Especial,
composto pelo presidente do TJ, mais cinco desembargadores e cinco deputados – artigo 78,
§ 3º, da Lei n. 1.079/1950 (STF, ADI n. 4.791).
Voltando para o julgamento do presidente da República, além da Constituição e da Lei n.
1.079/1950, pode haver a aplicação subsidiária do Regimento Interno tanto da Câmara dos
Deputados quanto do Senado Federal, desde que as normas regimentais não estejam em
choque (STF, ADPF n. 378).
E, por falar na Lei n. 1.079/1950, o seu artigo 14 prevê que cabe a qualquer cidadão denun-
ciar o presidente da República nos crimes de responsabilidade.
Sendo negado o pedido pela Câmara dos Deputados, não há previsão de recurso contra
essa decisão.
Pensando no impeachment da ex-presidente Dilma, você deve se lembrar que o então
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, negou uma série de pedidos e, ao final,
de um desentendimento político com o Partido dos Trabalhadores, recebeu a acusação for-
mulada por Janaína Paschoal, Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo.
Seguindo para a tramitação do pedido, admitida a acusação pela Câmara dos Deputados,
em quórum de 2/3, o processo será remetido ao Senado Federal.
Nesse ponto, houve uma importância modificação: o STF entendeu que o Senado Federal,
ao receber o processo vindo da Câmara dos Deputados, não estaria vinculado à instauração
do processo, devendo fazer uma análise prévia de admissibilidade.
Ou seja, em vez de ficar vinculado à manifestação da Câmara, o Senado deveria se ma-
nifestar expressamente se receberia – ou não – a denúncia autorizada pela Câmara. Nessa
manifestação, o quórum seria de maioria simples, exigindo-se o quórum de 2/3 apenas no
julgamento final (STF, ADPF n. 387).
Ah, diante do inegável clima hostil (para dizer o mínimo!) entre Dilma e Eduardo Cunha,
questionou-se sobre a possibilidade de aplicação das regras de suspeição ou impedimento
relacionadas aos parlamentares, seja da Câmara dos Deputados (admissão da acusação),
seja do Senado Federal (julgamento no Crime de Responsabilidade). A esse respeito, o STF

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entendeu pela inaplicabilidade das regras de suspeição e de impedimento previstas nos Có-
digos de Processo (STF, MS n. 21.623).
Instruído o processo, sob a presidência do presidente do STF, o julgamento final do impe-
achment caberá ao Plenário do Senado Federal. Para que haja a condenação, novamente se
exige quórum qualificado de 2/3 (dois terços) dos senadores.
Um ponto importantíssimo: em respeito à separação dos Poderes, não cabe ao STF rever
a condenação proferida pelo Senado Federal.
Em outras palavras, não se admite que o STF reveja o mérito (se a condenação era devida ou não).
Entretanto, o Tribunal pode – e deve! – observar a observância dos direitos e das garan-
tias constitucionais (devido processo legal, contraditório, ampla defesa etc.) durante a trami-
tação do processo em qualquer das Casas Legislativas.
A condenação no impeachment é política, e não penal. Ela autoriza a imposição de
duas sanções:

a) perda da função pública;


b) inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública.

Por ser mais recente, você provavelmente se lembra o que aconteceu no julgamento da
ex-presidente Dilma. Então, vou fazer um paralelo entre ele e o julgamento do ex-presidente Collor.
No caso de Fernando Collor, buscando escapar do processo de cassação, ele, na véspera do
julgamento, renunciou ao mandato. Qual era a estratégia? Escapar da inabilitação por oito anos...
Sua tentativa não deu certo... Isso porque o STF entendeu que a renúncia ao cargo, apre-
sentada durante a sessão de julgamento, não paralisaria o processo de impeachment (STF,
MS 21.689).
Ou seja, no final das contas, acabou havendo o fatiamento das sanções.

Como assim, professor?

Ora, se as punições (perda do cargo e inabilitação por oito anos) fossem atreladas, Collor
escaparia sem sofrer nenhuma delas, uma vez que a sanção de perda da função não poderia
ser aplicada diante da renúncia ao cargo.

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Vou analisar agora a situação do impeachment de Dilma Rousseff.


Durante a votação, os senadores findaram separando os quesitos. Primeiro, votou-se fa-
voravelmente à perda do cargo. Em seguida, não se aplicou a inabilitação por oito anos.
Dito em outras palavras, novamente se fatiou, impondo-se apenas uma das punições.
Houve questionamento perante o STF, por parte de alguns parlamentares, que impetraram
vários mandados de segurança. As liminares foram indeferidas, mas o mérito dos pedidos
ainda não foi julgado.

A condenação no impeachment é política, e não penal. Ela não pode ser revista pelo STF. O
Tribunal só pode analisar se foi observado o devido processo legal.

9.3. Hipóteses de Afastamento do Presidente da República

O Presidente ficará suspenso de suas funções:

I – nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal
Federal;
II – nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.

No intuito de evitar o afastamento indeterminado do presidente, o § 2º do art. 85 traz a


regra segundo a qual se, decorrido o prazo de 180 (cento e oitenta dias), o julgamento não
estiver concluído, cessará o afastamento do presidente, sem prejuízo do regular prossegui-
mento do processo.
Frisando: depois dos 180 dias, se o processo não estiver concluído, o Presidente volta para
o cargo, mas o processo não se encerra. Correrá com ele sentado na cadeira presidencial.
Ah, eu falei lá em cima e vou repetir aqui: o Plenário do STF entendeu que a autoridade da
linha sucessória que tenha uma denúncia recebida contra si poderia ficar em seu cargo, mas
ficaria impedido de assumir a Presidência da República (STF, ADPF n. 402).

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Exemplificando, na ausência de Jair Bolsonaro, a Presidência da República deveria ser ocu-


pada pelo vice-presidente. Seguindo-se a ordem, se Hamilton Mourão também estivesse fora
do país, a bola passaria para o presidente da Câmara dos Deputados. Em seu impedimento,
pularíamos para o presidente do Senado. Se ele tiver uma denúncia recebida, nós pularíamos
para o próximo da lista, que é o presidente do STF.

9.4. Restrições à Prisão

Eu também já falei sobre esse tema, de passagem, quando tratamos sobre os crimes co-
muns (item 9.2.1).
Enquanto não for proferida sentença condenatória, nas infrações comuns, o presidente da
República não estará sujeito a prisão.
Note que mesmo em caso de flagrante delito não há hipótese de prisão. A regra cons-
titucional não autoriza prisões em flagrante nem temporárias, em razão da importância do
cargo ocupado.
Por se tratar de regra inerente à Chefia de Estado, não se estende a nenhuma outra pes-
soa. É de ver que o governador – chefe de governo estadual – poderá ser preso em qualquer
momento. Foi o que aconteceu no Distrito Federal e no estado do Amapá há poucos anos.

9.5. Imunidade Relativa ou Inviolabilidade

Na vigência de seu mandato, o Presidente não pode ser responsabilizado por atos estra-
nhos ao exercício de suas funções.
Em julgamento relacionado ao ex-presidente Collor, o STF entendeu que a regra da imuni-
dade relativa também alcança as infrações penais cometidas antes da vigência do mandato
(STF, APN n. 305).
Outro ponto que deve ser destacado é o de que a regra da imunidade relativa não se esten-
de às outras autoridades, pois ela abrange unicamente o chefe de Estado.
Assim, os outros chefes de governo (governadores e prefeitos) não contam com as se-
guintes prerrogativas:

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a) necessidade de prévia licença da Casa Legislativa para a abertura de processos (STF,


ADI 4.797);
b) não ser preso antes da prolação de sentença condenatória; e
c) não ser processado por atos estranhos ao exercício de suas funções (STF, ADI 1.027).

Na vigência de seu mandato, o Presidente não responde por atos estranhos ao exercício de
suas funções. Nesse caso, tanto o processo quanto o prazo prescricional ficarão suspensos.

10. Ministros de Estado

Consta no art. 87 que os ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros com
mais de 21 (vinte e um) anos e no exercício dos direitos políticos.
Um ponto recorrente nas provas: o ministro de Estado da Defesa é o único que deve ser
brasileiro nato. Assim, mesmo os ministros da Justiça e das Relações Exteriores podem ser
naturalizados.
Há alguns cargos que são equiparados ao de Ministro de Estado. É o caso, por exemplo,
do Presidente do Banco Central e do advogado-geral da União.
Aliás, em relação ao AGU, há dois pontos que devem ser destacados porque o diferenciam
dos outros ministros de Estado:
a) a idade mínima para ser AGU é de 35 anos (artigo 131, § 1º, da Constituição), enquanto
a dos demais ministros de Estado é de apenas 21 anos.
b) nos crimes comuns e nos crimes de responsabilidade os ministros de Estado são julga-
dos originariamente pelo STF.
Excepcionalmente, eles responderão perante o Senado Federal quando o crime de respon-
sabilidade tiver sido praticado em conexão com o Presidente ou o vice-presidente da República.
Quanto ao AGU, no entanto, independentemente de haver ou não conexão com o Presiden-
te ou o vice-presidente, ele sempre será julgado no Senado Federal no crime de responsabili-
dade, por conta de regra específica, prevista no artigo 52, II, da Constituição.

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Em razão dessas particularidades, é como se o AGU fosse um ‘superministro’.

10.1. Atribuições dos Ministros de Estado

Compete ao ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Consti-


tuição e na lei:

I – exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração fe-


deral na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo presidente da
República;
II – expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
III – apresentar ao presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;
IV – praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo pre-
sidente da República.

O art. 88, na redação dada pela EC n. 32/2001, diz que a lei disporá sobre a criação e ex-
tinção de Ministérios e órgãos da administração pública.
Vale lembrar que o presidente da República pode, por meio de decreto, dispor sobre a or-
ganização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de des-
pesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.

11. Conselho da República

O Conselho da República é órgão superior de consulta do presidente da República, e dele


participam:

I – o vice-presidente da República;
II – o Presidente da Câmara dos Deputados;
III – o Presidente do Senado Federal;
IV – os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V – os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI – o Ministro da Justiça;
VII – seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomea-
dos pelo presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos
Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.

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No item VII, ao falar dos seis cidadãos natos, temos uma das hipóteses constitucionais de
diferenciação entre natos e naturalizados.
As outras três situações estão relacionadas à possibilidade de extradição (artigo 5º, LII),
aos cargos privativos de brasileiros natos (artigo 12, § 3º) e à propriedade de empresa jorna-
lística (artigo 222).
Segundo o art. 90 da CF, cabe ao Conselho da República pronunciar-se sobre intervenção
federal, estado de defesa e estado de sítio, além de questões relevantes para a estabilidade
das instituições democráticas.
Além dos membros natos – os que naturalmente integram o conselho (não confun-
dir nacionalidade) –, o presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para
participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o
respectivo Ministério.
A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.
Para o STF, os Estados podem criar conselho de governo, nos moldes do Conselho da República.
Entretanto, o Conselho Estadual não pode contar com membros que não guardem si-
metria com o modelo federal. Assim, o Tribunal reconheceu a inconstitucionalidade da in-
clusão do procurador-geral de Justiça (PGJ) e dos presidentes do TJ e do TCE no órgão
consultivo (STF, ADI n. 106).

Nem todos os membros do Conselho da República precisam ser brasileiros natos. A possibi-
lidade de ser brasileiro naturalizado atingiria, entre outros, o ministro da justiça e os líderes da
maioria e da minoria nas Casas do Congresso Nacional.

12. Conselho de Defesa Nacional

Além do Conselho da República, também existe o Conselho de Defesa Nacional. Ele é


órgão de consulta do presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania
nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros natos:

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I – o vice-presidente da República;
II – o Presidente da Câmara dos Deputados;
III – o Presidente do Senado Federal;
IV – o Ministro da Justiça;
V – o Ministro da Defesa;
VI – o Ministro das Relações Exteriores;
VII – o Ministro do Planejamento;
VIII – os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

Compete ao Conselho de Defesa Nacional:

a) opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Cons-
tituição;
b) opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;
c) propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território
nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com
a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;
d) estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a inde-
pendência nacional e a defesa do Estado democrático.

Por fim, o STF entende que a manifestação do Conselho de Defesa Nacional não é requi-
sito de validade da demarcação de terras indígenas, mesmo daquelas situadas em região de
fronteira (STF, MS n. 25.483).

13. Tópico Especial: Súmulas Aplicáveis à Aula

Súmulas Vinculantes – STF

Súmula Vinculante n. 46
A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas
de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.

Súmulas STF – não Vinculantes

Súmula n. 5. A sanção do projeto supre a falta de iniciativa do Poder Executivo.


(Atenção: esta súmula não foi formalmente cancelada, mas não vigora na atualidade, por-
que se entende que vício de iniciativa não se convalida nem mesmo com a sanção.

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Poder Executivo
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Súmula n. 6
A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria ou qualquer outro ato
aprovado pelo Tribunal de Contas não produz efeitos antes de aprovada por aquele Tribunal,
ressalvada a competência revisora do Judiciário.
Súmula n. 627
No mandado de segurança contra a nomeação de magistrado da competência do presi-
dente da República, este é considerado autoridade coatora, ainda que o fundamento da impe-
tração seja nulidade ocorrida em fase anterior ao procedimento.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Atribuições e Responsabilidades do Presidente

Questão 1 (PREFEITURA DE BELO HORIZONTE/PROCURADOR MUNICIPAL/2017) A respei-


to da administração pública, assinale a opção correta.
a) Um assessor da PGM/BH que, após ocupar exclusivamente cargo em comissão por toda a
sua carreira, alcançar os requisitos necessários para se aposentar voluntariamente terá direi-
to a aposentadoria estatutária.
b) A paridade plena entre servidores ativos e inativos constitui garantia constitucional, de for-
ma que quaisquer vantagens pecuniárias concedidas àqueles se estendem a estes.
c) De acordo com o STF, apesar da ausência de regulamentação, o direito de greve do servidor
público constitui norma autoaplicável, de forma que é proibido qualquer desconto na remune-
ração do servidor pelos dias não trabalhados.
d) No Brasil, de acordo com o STF, a regra é a observância do princípio da publicidade, razão
pela qual, em impeachment de presidente da República, o sigilo do escrutínio é incompatível
com a natureza e a gravidade do processo.

Questão 2 (TCE-RO/PROCURADOR/2019) A fim de sanar problemas sociais relacionados à


violência no campo, o presidente da República apresentou proposta de emenda constitucio-
nal para modificar as regras sobre desapropriação para fins de reforma agrária. Após a apro-
vação da proposta na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em dois turnos e por um
terço dos votos dos respectivos membros em ambas as casas, o projeto seguiu para sanção
do presidente. Depois de analisar a proposta, o presidente vetou-a parcialmente por razões de
interesse público, enviando-a, em seguida, para a devida publicação.
Considerando-se essa situação hipotética e as disposições da CF, é correto afirmar que tal
emenda constitucional é
a) inconstitucional, pois o presidente da República não pode apresentar proposta de emenda
constitucional.
b) constitucional, pois o devido processo legislativo foi observado pelo Congresso Nacional e
pelo presidente da República.

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c) inconstitucional, pois os limites formais aplicáveis ao processo de reforma constitucional


não foram observados.
d) constitucional, pois ao referido processo de reforma constitucional são aplicáveis limites
circunstanciais, que foram observados.
e) inconstitucional, pois a desapropriação para fins de reforma agrária caracteriza-se como
cláusula pétrea.

Questão 3 (TJ-PR/JUIZ DE DIREITO/2019) Tratando-se de processo referente a crime de


responsabilidade cometido por presidente da República, a Constituição Federal de 1988 exige
que o juízo de admissibilidade seja realizado
a) pela Câmara dos Deputados.
b) pelo Senado Federal.
c) pelo STF.
d) pelo Congresso Nacional.

Questão 4 (PGM MANAUS/PROCURADOR MUNICIPAL/2018) Considerando a jurisprudên-


cia do STF a respeito do direito de greve dos servidores públicos, julgue o item seguinte.
Ao chefe do Poder Executivo cabe o corte do ponto dos servidores grevistas, com o respectivo
desconto nos seus vencimentos, independentemente da motivação do movimento.

Questão 5 (DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2018) A Constituição Federal de 1988 elenca


como atribuição do presidente da República
a) dispor, por decreto, sobre o funcionamento da administração pública federal, ainda que isso
implique aumento de despesa.
b) conceder indulto e comutação de penas.
c) autorizar empréstimos contraídos pela União no exterior.
d) celebrar e referendar acordos internacionais, na condição de chefe de Estado.
e) celebrar a paz, com referendo do Senado Federal.

Questão 6 (PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO/2016) Com relação aos mecanismos de


defesa da CF e das Constituições estaduais, julgue o item a seguir.

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No exercício da competência para o chamado veto jurídico no âmbito dos correspondentes


processos legislativos, governadores e prefeitos podem invocar tão somente violações às
respectivas leis fundamentais (Constituições estaduais e leis orgânicas municipais), sendo-
-lhes vedado vetar projetos de lei com base na sua incompatibilidade com a CF.

Questão 7 (PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO/2016) Julgue o item que se segue, acerca


do poder de auto-organização atribuído aos estados-membros no âmbito da Federação bra-
sileira.
São de observância obrigatória para os estados, devendo ser reproduzidas nas Constituições
estaduais, as normas constitucionais federais relativas às imunidades parlamentares, ao pro-
cesso legislativo e ao regime dos crimes de responsabilidade e às garantias processuais pe-
nais do chefe do Poder Executivo federal.

Questão 8 (PC-PE/DELEGADO DE POLÍCIA/2016) Assinale a opção correta acerca do pro-


cesso legiferante e das garantias e atribuições do Poder Legislativo.
a) A criação de ministérios depende de lei, mas a criação de outros órgãos da administração
pública pode se dar mediante decreto do chefe do Poder Executivo.
b) Se um projeto de lei for rejeitado no Congresso Nacional, outro projeto do mesmo teor só
poderá ser reapresentado, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria abso-
luta dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal.
c) Uma medida provisória somente poderá ser reeditada no mesmo ano legislativo se tiver
perdido sua eficácia por decurso de prazo, mas não se tiver sido rejeitada.
d) Somente após a posse, deputados e senadores passam a gozar do foro por prerrogativa de
função, quando deverão ser submetidos a julgamento perante o STF.
e) Os deputados e os senadores gozam de imunidades absolutas, que não podem ser suspen-
sas nem mesmo em hipóteses como a de decretação do estado de defesa ou do estado de sítio.

Questão 9 (AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2015) Acerca de aspectos diversos relacionados à


atuação e às competências dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, do presidente da
República e da AGU, julgue o item a seguir.

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Caso um processo contra o presidente da República pela prática de crime de responsabilida-


de fosse instaurado pelo Senado Federal, não seria permitido o exercício do direito de defesa
pelo presidente da República no âmbito da Câmara dos Deputados.

Questão 10 (DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2015) Com relação às atribuições do presidente


da República, julgue o item a seguir.
A comutação de penas é de competência privativa do presidente da República, com caráter
amplamente discricionário, sendo limitada apenas por vedações decorrentes da CF.

Questão 11 (MP-AC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2014) Acerca dos Poderes Legislativo e Exe-


cutivo, assinale a opção correta.
a) É constitucional a criação de hipótese de extinção de punibilidade por meio de medida pro-
visória editada por governador.
b) Ao tribunal de contas estadual, órgão auxiliar integrante do Poder Legislativo estadual,
compete julgar as contas prestadas anualmente pelo governador e pelos prefeitos, sendo
vedada a criação de tribunais de contas municipais.
c) Não se admite a apresentação de emendas parlamentares durante o processo legislativo
referente a projeto de lei que, em tramitação na Assembleia Legislativa, disponha sobre a or-
ganização dos serviços administrativos do MPE, dado o caráter reservado de sua iniciativa.
d) De acordo com o STF, são inaplicáveis aos governadores o instituto da imunidade formal
relativa à prisão do presidente da República e a cláusula de responsabilidade relativa, mesmo
que haja previsão a tal respeito nas constituições estaduais.
e) Dada a cláusula de reserva jurisdicional, é vedada à comissão parlamentar de inquérito
criada no âmbito de assembleia legislativa a determinação de quebra de sigilo bancário.

Questão 12 (AGU/PROCURADOR FEDERAL/2013) Julgue os itens a seguir, que tratam da


organização de instituições do Estado brasileiro e de seu funcionamento.
Compete privativamente ao presidente da República declarar guerra em caso de agressão
estrangeira e celebrar a paz, desde que, em ambos os casos, ocorra prévia autorização do
Senado Federal.

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Questão 13 (BACEN/PROCURADOR/2013) No que se refere aos poderes da República, assi-


nale a opção correta.
a) O STF dispõe de competência originária para processar e julgar ação popular promovida
contra ato emanado do presidente da República.
b) O TCU é um órgão judicante, com função deliberativa, encarregado da fiscalização das
contas prestadas por qualquer pessoa física ou jurídica que utilize dinheiro, bens e valores
públicos.
c) A CF consagra a regra da irresponsabilidade penal absoluta do presidente da República
em relação às infrações penais cometidas antes do início do exercício do mandato e da irres-
ponsabilidade penal relativa no que se refere às infrações penais que, cometidas durante o
exercício do mandato, não tenham relação com as funções de chefe do Poder Executivo.
d) A CF estabelece a iniciativa exclusiva do presidente da República para o processo legisla-
tivo em matéria de natureza tributária.
e) No exercício de suas atribuições administrativas, o Conselho Nacional de Justiça tem com-
petência para expedir atos regulamentares, de comando abstrato, impondo obrigações de
natureza administrativa a toda a magistratura nacional.

Ministros de Estado

Questão 1 (TJDFT/JUIZ DE DIREITO/2017) Em atenção à organização dos Poderes, assi-


nale a opção correta.
a) Compete ao governador, recebida a lista tríplice do tribunal, a nomeação de desembargador
para o quinto constitucional do Poder Judiciário do DF.
b) Conforme entendimento do STF, sua competência originária contra atos do CNJ deve ser
interpretada de forma restrita e se limita às ações tipicamente constitucionais.
c) Se o ato questionado é a lista tríplice do quinto constitucional formada por tribunal esta-
dual, é atribuição do CNJ o controle do procedimento, ainda que ocorra após a nomeação e
posse do desembargador.
d) Os ministros de Estado, nos crimes de responsabilidade conexos com os do presidente da
República, serão processados e julgados pelo STF.

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e) Conferindo a lei prerrogativas, garantias, vantagens e direitos equivalentes aos dos titu-
lares dos ministérios é de se reconhecer ao ocupante do cargo, para as infrações penais, a
prerrogativa de foro no STF.

Questão 2 (TJDFT/JUIZ DE DIREITO/2015) A respeito da organização do Estado e do Poder


Executivo, assinale a opção correta considerando a jurisprudência do STF.
a) O poder regulamentar deferido aos ministros de Estado legitima-os a editar atos normati-
vos de caráter primário, tendo em vista a possibilidade constitucional de delegação de algu-
mas competências privativas do presidente da República àquelas autoridades.
b) O salário de agentes públicos de sociedade de economia mista não está limitado ao teto
salarial constitucional porque esses agentes estão submetidos ao regime celetista e vincula-
dos a uma pessoa jurídica de direito privado.
c) Caso ônibus de empresa privada concessionária de serviço público de transporte atropele
alguém, a responsabilização da empresa será subjetiva pelo fato de a vítima não estar na
condição de usuária do serviço público no momento do acidente.
d) É lícita a prisão em flagrante de governador de estado da Federação que cometa tentativa
de homicídio, uma vez que os governadores não gozam da prerrogativa extraordinária da imu-
nidade a esse tipo de prisão.
e) Caso o presidente e o vice-presidente da República decidam renunciar a seus cargos ao
final do primeiro ano de mandato, deverá haver eleição para ambos os cargos, pelo Congresso
Nacional, noventa dias após a abertura das vagas.

Questão 3 (TCE-PB/PROCURADOR/2014) A respeito da organização do Estado, da organi-


zação dos poderes no Estado e das funções essenciais à justiça, assinale a opção correta à
luz da jurisprudência do STF.
a) A Advocacia-Geral da União (AGU) é instituição nacional que representa judicial e extraju-
dicialmente a União, os estados e os municípios.
b) Uma lei dispondo sobre sistemas de consórcio e sorteios, inclusive bingos e loterias,
pode ser editada pela União, pelos estados ou pelo DF, em virtude da competência legisla-
tiva concorrente.

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Poder Executivo
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c) Uma ação em que se questione a responsabilidade pessoal de conselheiro do Conselho


Nacional de Justiça (CNJ) deverá ser ajuizada perante o STF, que detém a competência origi-
nária para processar e julgar o feito.
d) Caso um parlamentar conceda declarações à imprensa, ainda que fora do ambiente de tra-
balho, e tais manifestações estejam vinculadas ao exercício do mandato, incidirá sobre essa
atuação a cláusula de inviolabilidade constitucional.
e) O poder regulamentar conferido diretamente pela CF aos ministros de Estado concede-lhes a
competência para a edição de atos normativos primários, subordinados diretamente à própria CF.

Conselhos da República e de Defesa Nacional

Questão 1 (TJ-SC/JUIZ/2019) A respeito da organização dos poderes e da defesa do esta-


do e das instituições democráticas, assinale a opção correta.
a) É viável o controle judicial da legalidade dos atos praticados por agentes públicos na vigên-
cia de estado de sítio.
b) Durante o estado de sítio, imunidades de deputados e senadores só podem ser suspensas
por voto da maioria absoluta da respectiva casa, nos casos de atos incompatíveis com a exe-
cução da medida.
c) Compete ao Conselho da República opinar sobre a decretação do estado de defesa, do es-
tado de sítio e da intervenção federal.
d) O estado de sítio somente poderá ser decretado quando presente a declaração do estado
de guerra ou diante de ineficácia das medidas tomadas durante o estado de defesa.
e) O estado de defesa poderá ser decretado apenas após a deliberação da maioria absoluta
do Congresso Nacional.

Questão 2 (DPE-AC/DEFENSOR PÚBLICO/2017) O Conselho de Defesa Nacional


a) tem como atribuição opinar sobre questões relevantes quanto à estabilidade das institui-
ções democráticas.
b) é composto, entre outros membros, pelos líderes da maioria e da minoria no Senado Federal.
c) é composto, entre outros membros, pelos líderes da maioria e da minoria na Câmara dos
Deputados.

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Poder Executivo
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d) é órgão superior de consulta do presidente da República e do Ministério da Defesa.


e) é órgão de consulta para assuntos relacionados à soberania nacional.

Questão 3 (TRF 1ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2015) Com relação ao Conselho da República,


ao Conselho de Defesa Nacional e às atribuições e à responsabilidade do presidente da Repú-
blica, assinale a opção correta.
a) Para a decretação de estado de defesa e estado de sítio e para a declaração de guerra, o
presidente da República estará vinculado à manifestação do Conselho da República, órgão de
assessoramento superior do Poder Executivo.
b) A presidência do Conselho de Defesa Nacional, do qual são membros natos os comandan-
tes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, é exercida pelo ministro de Estado da Defesa.
c) A criação de órgãos públicos pode se dar mediante a edição, pelo chefe do Poder Executivo,
de atos administrativos que versem sobre a organização e o funcionamento da administração
federal, mas a criação de entidades dotadas de personalidade jurídica própria, como as autar-
quias e as fundações públicas, depende da edição de lei.
d) Na vigência de seu mandato, o presidente da República goza de imunidades processuais,
podendo, por isso, ser processado pela prática de crimes de responsabilidade praticados no
exercício de suas funções, mas não pela prática de infrações penais comuns.
e) Conforme a CF, algumas atribuições privativas do presidente da República podem ser de-
legadas aos ministros de Estado, ao procurador-geral da República ou ao advogado-geral da
União, os quais devem observar, no exercício dessas atribuições, os limites constantes nas
respectivas delegações.

Questão 4 (STM/JUIZ DE DIREITO/2013) Assinale a opção correta de acordo com a CF e a


jurisprudência do STF.
a) O CNJ compõe-se de quinze membros, com mandato de dois anos, vedada a recondução.
b) Participam do Conselho da República seis cidadãos brasileiros, com mais de trinta anos de
idade, sendo dois nomeados pelo presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e
dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de dois anos.
c) Compete ao Conselho da República opinar nas hipóteses de declaração de guerra e cele-
bração de paz.

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Poder Executivo
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d) Os cargos de oficial das Forças Armadas e de ministro da Defesa não podem ser ocupados
por brasileiros naturalizados.
e) A iniciativa para a elaboração da lei complementar sobre o Estatuto da Magistratura não é
exclusiva do STF, sendo possível que o presidente da República encaminhe projeto de lei de
sua iniciativa sobre esse assunto para apreciação do Congresso Nacional.

Chefias de Estado x Chefia de Governo e Forma e Sistema de Governo

Questão 1 (PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) De acordo com a CF, é função de chefe


de governo, exercida pelo presidente da República,
a) permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente.
b) controlar a legalidade dos atos normativos e administrativos.
c) fixar limites globais para o montante da dívida mobiliária dos estados.
d) requisitar e designar membros do MP, delegando-lhes atribuições.
e) dispor sobre os limites globais para as operações de crédito externo e interno da União.

Questão 2 (PC-PE/DELEGADO DE POLÍCIA/2016) Com base na disciplina constitucional


acerca dos tratados internacionais, da forma e do sistema de governo e das atribuições do
presidente da República, assinale a opção correta.
a) Insere-se no âmbito das competências privativas do Senado Federal resolver definitiva-
mente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compro-
missos gravosos ao patrimônio nacional.
b) O sistema presidencialista de governo adotado no Brasil permite que o presidente da Re-
pública, na condição de chefe de Estado, decrete o estado de defesa e o estado de sítio, inde-
pendentemente de autorização do Congresso Nacional.
c) Da forma republicana de governo adotada pela CF decorre a responsabilidade política,
penal e administrativa dos governantes; os agentes públicos, incluindo-se os detentores de
mandatos eletivos, são igualmente responsáveis perante a lei.
d) Na condição de chefe de governo, cabe ao presidente da República editar atos administra-
tivos que criem e provejam órgãos públicos federais, na forma da lei.

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Poder Executivo
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e) Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, para que sejam equivalen-
tes a emendas constitucionais, deverão ser aprovados em cada Casa do Congresso Nacional,
por maioria absoluta de votos, em dois turnos de discussão e votação.

Questão 3 (TRT 5ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2013) Acerca do Poder Executivo, assinale


a opção correta.
a) Estados e municípios podem legislar sobre a relação de emprego de trabalhadores domés-
ticos, dado que a matéria é de competência concorrente dos três entes federativos.
b) No presidencialismo adotado no Brasil, sistema de governo previsto na CF, a chefia de Es-
tado e a chefia de governo não coincidem.
c) Emenda constitucional introduziu na CF previsão de edição, pelo presidente da República,
de decretos autônomos que disponham sobre a criação ou a extinção de cargos e órgãos
públicos.
d) Conforme previsto na CF, a responsabilidade penal do presidente da República é relativa,
já que ele não pode ser responsabilizado penalmente, na vigência do seu mandato, por atos
estranhos ao exercício de suas funções.
e) Em caso de relevância e urgência, pode o presidente da República editar medida provisória
para regulamentar matéria relacionada a direitos e deveres dos juízes do trabalho.

Temas Gerais

Questão 1 (MP-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2020) Ao tratar dos princípios fundamentais,


a CF estabelece, em seu art. 1º,
a) a forma federativa de Estado, cláusula pétrea implícita, caracterizada pela tripartição dos
poderes da União.
b) a forma federativa de Estado e o sistema presidencialista de governo.
c) a forma republicana de governo e a forma federativa de Estado, cláusulas pétreas expressas.
d) a forma republicana de Estado, cláusula pétrea expressa, caracterizada pela eletividade,
temporariedade e responsabilidade do governante.
e) a forma republicana de governo, caracterizada pela eletividade, temporariedade e respon-
sabilidade do governante.

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Poder Executivo
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Questão 2 (PREFEITURA DE CAMPO GRANDE/PROCURADOR/2019) Com relação à organi-


zação do Estado e às funções essenciais à justiça, julgue o item subsecutivo.
A forma federativa de Estado é cláusula pétrea, porque a Constituição Federal de 1988 veda a
possibilidade de emenda constitucional tendente a aboli-la, não fazendo o mesmo em relação
à forma de governo, que constitui princípio sensível da ordem federativa, podendo ser autori-
zada intervenção federal no ente federado que a desrespeitar.

Questão 3 (TJ-AM/JUIZ DE DIREITO/2016) Assinale a opção correta acerca do Poder Exe-


cutivo, considerando o disposto na CF e a doutrina.
a) Os atos do presidente da República que atentem especialmente contra a probidade na ad-
ministração, a lei orçamentária e o cumprimento das leis e das decisões judiciais são crimes
de responsabilidade classificados como crimes funcionais.
b) Admitida a acusação contra o presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele suspenso de suas funções e submetido a julgamento perante o Senado
Federal, nos casos de crimes de responsabilidade.
c) No texto constitucional, a afirmação de que o Poder Executivo é exercido pelo presidente
da República, auxiliado pelos ministros de Estado, indica que a função é compartilhada, ca-
racterizando-se o Poder Executivo como colegial, dependendo o seu chefe da confiança do
Congresso Nacional para permanecer no cargo.
d) Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o presidente ou o vice-presidente
eleitos, salvo motivo de força maior, não tiverem assumido o cargo, este será declarado vago,
sendo a declaração de vacância ato político feito pelo TSE.
e) A competência privativa do presidente da República para nomear os ministros do STF e dos
tribunais superiores, o procurador-geral da República, o presidente e os diretores do Banco
Central do Brasil é classificada como função básica de chefia do Estado.

Questão 4 (TJDFT/JUIZ DE DIREITO/2015) Acerca da organização administrativa, da ad-


ministração pública e da ordem social, assinale a opção correta considerando a jurisprudên-
cia do STF.

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Poder Executivo
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a) Caso um município não cumpra lei federal válida, será permitido à União decretar interven-
ção federal nesse município para garantir a execução da ordem legal.
b) Situação hipotética: O governador de um estado da Federação foi flagrado pela Polícia
Federal portando valor recebido para favorecer determinada empresa em uma licitação. As-
sertiva: Nesse caso, o agente político está sujeito tanto à responsabilização política mediante
impeachment, desde que ainda seja titular do referido mandato eletivo, quanto à responsabi-
lização cível por improbidade administrativa.
c) O texto constitucional estabeleceu contribuição previdenciária sobre aposentadorias e
pensões e, assim, extinguiu a imunidade contributiva dos aposentados e pensionistas vincu-
lados ao regime geral de previdência social e ao regime dos servidores públicos.
d) Caso haja intenção de desmembrar um município, deve ser feita consulta por meio de ple-
biscito à população da área a ser desmembrada, mas não há exigência legal nesse sentido no
que se refere à população remanescente.
e) Situação hipotética: Um estado da Federação editou lei que proíbe a contratação, pela ad-
ministração desse estado, de empresas de parentes de ocupantes de cargo de governador
e de secretário de Estado. Assertiva: Nesse caso, a lei editada é inconstitucional por violar a
exclusividade da União para legislar sobre licitações e contratos.

Questão 5 (TJDF/JUIZ DE DIREITO/2014) A respeito do Poder Executivo nas esferas fede-


ral, estadual e municipal, assinale a opção correta.
a) As atribuições do presidente da República estão taxativamente previstas em dispositivo
específico da CF.
b) A sentença condenatória do presidente da República pela prática de crime de responsabi-
lidade será materializada mediante resolução do Senado Federal, limitando-se a condenação
à perda do cargo com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem pre-
juízo das demais sanções judiciais cabíveis.
c) Não pode ser objeto de delegação a ministro de Estado a atribuição conferida pela CF ao
presidente da República de demitir servidor público federal.
d) No caso de impedimento do governador e do vice-governador do DF, ou de vacância dos
referidos cargos, serão sucessivamente chamados para o exercício da chefia do Poder Exe-

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Poder Executivo
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cutivo desse ente federativo o presidente da CLDF, o vice-presidente da CLDF e o presidente


do TJDFT.
e) De acordo com o disposto na CF, enquanto não sobrevier sentença condenatória, o chefe do
Poder Executivo, nas três esferas da Federação, não estará sujeito a prisão pelo cometimento
de infrações penais comuns.

Questão 6 (TRF 2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2013) Assinale a opção correta acerca do Poder


Executivo na ordem constitucional brasileira.
a) O Conselho da República é órgão superior de consulta do presidente da República, e dele
participam, além dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, os líderes
da maioria e da minoria em ambas as casas legislativas, o ministro da Justiça e seis cidadãos
brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, de livre nomeação pelo chefe do
Poder Executivo.
b) Compete ao Conselho da República opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de ce-
lebração da paz, de decretação do estado de defesa e do estado de sítio.
c) Tanto as funções de chefe de Estado como as de chefe de governo integram o rol de com-
petências privativas do presidente da República.
d) A CF determina que, ficando vagos os cargos de presidente e vice-presidente da República
nos dois primeiros anos de mandato, o STF declarará a vacância de ambos os cargos e inves-
tirá na função de presidente o sucessor, para em seguida serem convocadas eleições.
e) Os ministros de Estado serão sempre julgados pelo STF, seja nos crimes comuns, seja nos
crimes de responsabilidade.

Questão 7 (TRF 5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2013) No que concerne ao Poder Executivo, as-


sinale a opção correta.
a) A administração de território federal fica ao encargo de governador nomeado pela Presi-
dência da República, independentemente de aprovação pelo Senado Federal.
b) A sentença condenatória em processo de impeachment é materializada por meio de reso-
lução editada pelo Senado Federal.
c) Pelos crimes de responsabilidade, conexos ou não a crime cometido pelo presidente da
República, os ministros de Estado serão julgados pelo STF.

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Poder Executivo
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d) Para instaurar o processo de impeachment contra o chefe do Poder Executivo, o Senado


Federal deve considerar os critérios de oportunidade e conveniência.
e) O governador de estado que, em decorrência de aprovação em concurso público, tomar
posse em cargo na administração pública direta ou indireta perderá o mandato.

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Poder Executivo
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GABARITO
Atribuições e Responsabilidades do Presidente

1. d 6. E 11. d
2. c 7. E 12. E
3. a 8. b 13. e
4. E 9. E
5. b 10. C

Ministros de Estado

1. b 2. d 3. d

Conselhos da República e de Defesa Nacional

1. a 3. e
2. e 4. d

Chefias de Estado x Chefia de Governo e Forma e Sistema de Governo

1. c 2. a 3. d

Temas Gerais

1. e 4. b 7. b
2. C 5. b
3. a 6. c

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Poder Executivo
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GABARITO COMENTADO
Atribuições e Responsabilidades do Presidente

Questão 1 (PREFEITURA DE BELO HORIZONTE/PROCURADOR MUNICIPAL/2017) A respei-


to da administração pública, assinale a opção correta.
a) Um assessor da PGM/BH que, após ocupar exclusivamente cargo em comissão por toda a
sua carreira, alcançar os requisitos necessários para se aposentar voluntariamente terá direi-
to a aposentadoria estatutária.
b) A paridade plena entre servidores ativos e inativos constitui garantia constitucional, de for-
ma que quaisquer vantagens pecuniárias concedidas àqueles se estendem a estes.
c) De acordo com o STF, apesar da ausência de regulamentação, o direito de greve do servidor
público constitui norma autoaplicável, de forma que é proibido qualquer desconto na remune-
ração do servidor pelos dias não trabalhados.
d) No Brasil, de acordo com o STF, a regra é a observância do princípio da publicidade, razão
pela qual, em impeachment de presidente da República, o sigilo do escrutínio é incompatível
com a natureza e a gravidade do processo.

Letra d.
Aos servidores ocupantes, exclusivamente, de cargo em comissão, função temporária ou em-
prego público deve ser aplicado o RGPS. Ou seja, eles seguirão a regra de aposentadoria dos
demais trabalhadores brasileiros.
Daí, se ele não tem vínculo efetivo com a Administração, não poderia se aposentar pelas re-
gras do RPPS. Isso torna errada a letra a.
Errada a letra b, porque não há mais a regra da paridade entre servidores da ativa e da inativi-
dade desde a EC n. 41/2003, que alter.
A letra c está igualmente errada, porque, enquanto os trabalhadores (iniciativa privada) têm o
direito de greve assegurado, em relação aos servidores a regra é outra: para eles, a Constitui-
ção diz que o direito será exercido nos termos de lei específica.

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Ou seja, é uma norma de eficácia limitada, que precisa de regulamentação por parte do Con-
gresso Nacional. Assim, é indevido falar que o dispositivo seria autoaplicável, característica
inerente às normas de eficácia plena e contida.
A resposta esperada está na letra d. É que a publicidade é a regra em nosso ordenamento.
Sobre o tema, inclusive, são comuns questões sobre a (im)possibilidade de divulgação dos
contracheques dos servidores. Prevaleceu a orientação no sentido de ser possível conferir
publicidade, não apenas por meio de matrícula ou cargo, mas também pelo próprio nome do
servidor. Aliás, há um contracheque meu que vive rolando nos grupos de WhattsApp. Quem
dera aquele fosse o valor real de todos os meses (havia férias e 13º junto), mas se servir como
incentivo aos estudos... rsrs
Voltando para a questão, nas discussões que giravam em torno do processo de impeachment
da ex-presidente Dilma prevaleceu a ideia de que tanto as votações na Câmara dos Deputa-
dos quanto no Senado Federal deveriam ser pelo voto aberto. Cabe sempre lembrar a EC n.
76/2013 acabou com todas as hipóteses de voto secreto, à exceção da sabatina de nomes
pelo Senado Federal (artigo 52, da Constituição).

Questão 2 (TCE-RO/PROCURADOR/2019) A fim de sanar problemas sociais relacionados à


violência no campo, o presidente da República apresentou proposta de emenda constitucio-
nal para modificar as regras sobre desapropriação para fins de reforma agrária. Após a apro-
vação da proposta na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em dois turnos e por um
terço dos votos dos respectivos membros em ambas as casas, o projeto seguiu para sanção
do presidente. Depois de analisar a proposta, o presidente vetou-a parcialmente por razões de
interesse público, enviando-a, em seguida, para a devida publicação.
Considerando-se essa situação hipotética e as disposições da CF, é correto afirmar que tal
emenda constitucional é
a) inconstitucional, pois o presidente da República não pode apresentar proposta de emenda
constitucional.
b) constitucional, pois o devido processo legislativo foi observado pelo Congresso Nacional e
pelo presidente da República.

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c) inconstitucional, pois os limites formais aplicáveis ao processo de reforma constitucional


não foram observados.
d) constitucional, pois ao referido processo de reforma constitucional são aplicáveis limites
circunstanciais, que foram observados.
e) inconstitucional, pois a desapropriação para fins de reforma agrária caracteriza-se como
cláusula pétrea.

Letra c.
Lendo atentamente o comando da questão, podemos observar mais de uma falha no proces-
so legislativo.
Para começo de conversa, o presidente da República não sanciona, não veta, não promulga
e não publica as emendas à Constituição. A única hipótese de ele participar é na propositura,
ou seja, na fase de iniciativa.
Avançando, exige-se aprovação pelo quórum de 3/5 (três quintos, ou 60%) em cada uma das
votações em ambas as Casas.
Assim, há violações às limitações formais impostas pelo constituinte originário, o que conduz
para a letra c como resposta esperada.

Questão 3 (TJ-PR/JUIZ DE DIREITO/2019) Tratando-se de processo referente a crime de


responsabilidade cometido por presidente da República, a Constituição Federal de 1988 exige
que o juízo de admissibilidade seja realizado
a) pela Câmara dos Deputados.
b) pelo Senado Federal.
c) pelo STF.
d) pelo Congresso Nacional.

Letra a.
O artigo 51 da CF/1988 indica que compete privativamente à Câmara dos Deputados autori-
zar, por 2/3 de seus membros, a instauração de processo contra o presidente da República, o
Vice-presidente e os ministros de Estado.

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Não importa se o crime é comum ou de responsabilidade! Para os dois casos, há a necessida-


de de autorização de 2/3 da Câmara (342 deputados) para abrir processo contra o presidente
da República.
Um ponto importantíssimo: o STF, modificando sua jurisprudência, passou a entender que
a necessidade de autorização do Legislativo para o julgamento do presidente da República
seria uma prerrogativa exclusiva do chefe de Estado.
Em outras palavras, para se processar governadores ou prefeitos não há a necessidade de a
Assembleia Legislativa ou a Câmara dos Vereadores darem autorização.
Mais do que isso: se houver na Constituição Estadual algum dispositivo prevendo a necessi-
dade de autorização, essa regra será inconstitucional (STF, ADI n. 4.797).
Seguindo, tratando-se de crime comum, o julgamento caberá ao STF. De outro lado, será o
Senado o órgão responsável para julgar os crimes de responsabilidade praticados pelo presi-
dente da República e pelo vice-presidente.
Em relação aos ministros de Estado, cabe uma ressalva: se eles praticarem o crime de res-
ponsabilidade juntamente com o presidente da República ou Vice, serão julgados pelo Sena-
do. Não havendo a conexão, caberá ao STF o julgamento desse agente, tanto no crime comum
quanto no crime de responsabilidade.
Dito isso, a resposta esperada está na letra a.

Questão 4 (PGM MANAUS/PROCURADOR MUNICIPAL/2018) Considerando a jurisprudên-


cia do STF a respeito do direito de greve dos servidores públicos, julgue o item seguinte.
Ao chefe do Poder Executivo cabe o corte do ponto dos servidores grevistas, com o respectivo
desconto nos seus vencimentos, independentemente da motivação do movimento.

Errado.
Enquanto os trabalhadores (iniciativa privada) têm o direito de greve assegurado, em relação
aos servidores a regra é outra: para eles, a Constituição diz que o direito será exercido nos
termos de lei específica.
Ou seja, é uma norma de eficácia limitada, que precisa de regulamentação por parte do Con-
gresso Nacional.

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Porém, uma coisa é certa: até hoje a lei necessária para a regulamentação não foi editada. Há
outra certeza também: independentemente da existência de lei, os servidores continuaram
fazendo greve.
Na busca por normatizar as paralisações, ainda que de forma precária, o STF acolheu pedidos
formulados em mandados de injunção, permitindo a greve, com base na Lei n. 7.783/1989,
criada para tratar do direito de greve dos trabalhadores em serviços essenciais.
Essa medida não solucionou o problema, pois há especificidades no serviço público que não
se comparam nem mesmo àquelas atividades da iniciativa privada que contam com mais
restrições. É o caso, por exemplo, da segurança pública.
Agora vem outra questão, muitíssimo importante para as provas: quando os trabalhadores
fazem greve e não há acordo mesmo depois das negociações com os patrões, pode acontecer
o chamado dissídio coletivo de greve. Em outras palavras, a Justiça intervirá para solucionar
a questão.
No âmbito da Justiça do Trabalho, esses dissídios são julgados pelo TST ou pelos TRTs, em
competência originária. Vale dizer, o processo não começa no Juiz de 1º grau. Se o problema
for local, caberá ao TRT o julgamento; do contrário, se nacional, a solução ficará a cargo do TST.
Está bem, mas só agora chego onde quero: é possível a existência de dissídio coletivo de gre-
ve entre servidores públicos e a Administração caso, mesmo após deflagrada a paralisação,
as partes não cheguem a um acordo?
A resposta é sim! Poderá haver dissídio coletivo, sendo a disputa intermediada pelo Judiciário.
Surge, então, a segunda – e mais cobrada – questão: a quem caberá o julgamento de dissídio
envolvendo servidores públicos e a Administração?
Se você tiver curiosidade, pode procurar em toda a Constituição, que ainda assim continuará
sem a resposta. A razão para essa omissão é simples: a competência para julgamento de
dissídio deveria estar prevista na lei que até hoje não foi feita, lembra?
Para solucionar a questão, entra a jurisprudência do STF. A regra usada pelo Tribunal foi a de
usar a simetria em relação aos órgãos competentes na Justiça do Trabalho.
Assim, se o dissídio entre os servidores e a Administração tiver repercussão mais ampla, nacio-
nal, a competência será do STJ, pois se fosse com trabalhadores, a competência seria do TST.

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Sendo ainda mais claro, caberia ao STJ decidir originariamente questões relacionadas à greve
de servidores públicos (a) de âmbito nacional, (b) que abranjam mais de uma região da justiça
federal e (c) que compreendam mais de uma unidade da federação. Nos demais casos, em se
tratando de servidores públicos federais, a competência será do respectivo Tribunal Regional
Federal (STF, MI 708).
Já se o dissídio entre servidores e a Administração é mais restrito, a competência será do TRF
ou do TJ, a depender de a competência ser da Justiça Federal ou Estadual. Esses Tribunais es-
tão em paralelo com o TRT, competente para julgar dissídio local entre trabalhadores e patrões.

Havendo greve, pode a Administração descontar os dias parados?

Sim, entende o STF. É legítimo o corte do ponto, com o não pagamento dos dias em que o
servidor ficou sem trabalhar, mesmo que a greve não seja abusiva. Permite-se, contudo, a
compensação em caso de acordo.
Mas o desconto será incabível se ficar demonstrado que a greve decorreu de conduta ilícita
do Poder Público, como é o caso de atraso no pagamento dos valores devidos ou outra cir-
cunstância excepcional (STF, RE 693.456).
Ah, a circunstância de o servidor público estar em estágio probatório não é justificativa
para a demissão com base na sua participação em movimento grevista por mais de trinta
dias. Isso porque a participação em greve não pode ser tomada como falta injustificada
(STF, RE 226.966).
Pronto! Depois dessa longa explicação, você viu que o item está errado, porque, de um lado, a
Administração pode cortar o ponto mesmo que a greve não seja declarada abusiva; de outro
lado, o desconto não será cabível se o movimento paredista decorrer de conduta ilícita do
Poder Público.
Assim, o erro está em generalizar dizendo ser possível o corte independentemente da moti-
vação do movimento.

Questão 5 (DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2018) A Constituição Federal de 1988 elenca


como atribuição do presidente da República

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a) dispor, por decreto, sobre o funcionamento da administração pública federal, ainda que isso
implique aumento de despesa.
b) conceder indulto e comutação de penas.
c) autorizar empréstimos contraídos pela União no exterior.
d) celebrar e referendar acordos internacionais, na condição de chefe de Estado.
e) celebrar a paz, com referendo do Senado Federal.

Letra b.
Indo direto ao ponto, a resposta esperada está na letra b.
Cabe ao presidente da República conceder indulto e a comutação de penas. Essa atribui-
ção, inclusive, é delegável aos ministros de Estado, ao PGR e ao AGU, conforme artigo 84,
parágrafo único.
Para você não confundir, o presidente concede três benefícios: graça, indulto e comutação.
A graça é o perdão individual, enquanto o indulto é coletivo. O indulto pode ser pleno (perdoa
toda a pena) ou parcial, oportunidade em que é chamado de comutação.
É sempre bom lembrar que o indulto não tem nada a ver com as saídas temporárias (“saidão”).
O último dos benefícios é a anistia, concedida pelo Legislativo. Se envolver crimes, só pode
ser dada pelo Congresso Nacional, pois cabe à União legislar sobre direito penal. Ao contrário,
se envolver punições administrativas, poderá ser dado também pelas Assembleias Legislati-
vas. A anistia é sempre viabilizada por meio de lei, ao passo que os demais são por meio de
decreto do presidente da República.
Olhando agora para as outras alternativas, errada a letra a, porque se houver aumento de
despesa, criação ou extinção de órgãos públicos, o presidente não poderá editar decreto au-
tônomo.
A letra c está errada, porque a atribuição pertence ao Senado Federal.
Por outro lado, errada a letra d, pois o presidente celebra o tratado internacional. A partir daí,
cabe ao Congresso Nacional referendar – ou não – o tratado.
Finalmente, errada a letra e, uma vez que o presidente celebra a paz, mas quem autoriza é o
Congresso Nacional, e não o Senado Federal.

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Questão 6 (PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO/2016) Com relação aos mecanismos de


defesa da CF e das Constituições estaduais, julgue o item a seguir.
No exercício da competência para o chamado veto jurídico no âmbito dos correspondentes
processos legislativos, governadores e prefeitos podem invocar tão somente violações às
respectivas leis fundamentais (Constituições estaduais e leis orgânicas municipais), sendo-
-lhes vedado vetar projetos de lei com base na sua incompatibilidade com a CF.

Errado.
A fase de deliberação executiva só acontece nas leis ordinárias e complementares, além das
medidas provisórias aprovadas com modificações pelo Congresso Nacional.
Desse modo, não haverá sanção ou veto nas emendas à Constituição, nas resoluções e nos
decretos legislativos, nas leis delegadas, ou ainda nas medidas provisórias aprovadas sem
modificação pelo Congresso Nacional.
A deliberação executiva consiste na demonstração da concordância – ou não – do presidente
da República.
Caso ele esteja de acordo com o texto do projeto, deverá sancioná-lo; entendendo haver ví-
cios, pode o Chefe do Executivo vetar a proposta que lhe foi encaminhada.
A sanção pode ainda ser expressa ou tácita. Esta última acontece quando o presidente não se mani-
festa dentro do prazo de 15 dias úteis, dado pela Constituição.
Apesar disso, o veto presidencial pode alcançar toda a proposta legislativa ou, ainda, restrin-
gir-se a apenas determinado artigo, parágrafo, inciso ou alínea.
Fique de olho, pois o presidente não pode vetar apenas uma palavra, um trecho ou expres-
são dentro de uma frase. Essa proibição é para evitar desvirtuamento do projeto aprovado
pelo Legislativo.
Nesse sentido, basta pensar na seguinte frase: “Não poderá ser realizada a alienação de de-
terminado bem”. Excluída a palavra “não” do texto, certamente outro sentido terá a lei.
Ah, é importante falar que o Judiciário, ao contrário do Executivo, pode retirar uma palavra ou
expressão de dentro da frase.
Mais do que isso, ao fazer o controle de constitucionalidade, pode o Judiciário retirar apenas
uma interpretação entre as possíveis, quando estivermos diante de palavras plurissignifica-

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tivas. Isso será possível dentro das técnicas de declaração de inconstitucionalidade parcial
sem redução de texto ou ainda na interpretação conforme à Constituição.
Optando o Chefe do Executivo pelo veto, deverá ele comunicar as razões de sua decisão ao
presidente do Senado dentro do prazo de 48 horas.
A motivação do veto poderá ser política ou jurídica, conforme a seguinte ilustração:

Motivação do veto
Veto Político Veto Jurídico
O presidente da República entende que o O presidente da República entende que o pro-
projeto de lei, apesar de constitucional, é jeto de lei é inconstitucional.
contrário ao interesse público. Ex.: está presente vício de iniciativa, o que
Ex.: determinado aumento aos aposenta- torna o projeto inconstitucional, sob o ponto
dos, se concedido, pode causar desequilí- de vista formal.
brio nas contas públicas.

Quando o presidente faz o veto jurídico, está atuando em controle político de constitucionali-
dade, feito na forma preventiva, tendo em vista que a norma ainda não entrou em vigor.
Vou abrir um parêntese.
É até comum você “trocar as bolas”. Eu disse que existem os vetos políticos e os jurídicos,
dizendo em seguida que o veto jurídico era controle político de constitucionalidade.
Deixe-me esclarecer: existem dois modelos de controle de constitucionalidade: o político e o
jurisdicional. O jurisdicional é feito pelo Poder Judiciário, enquanto o político cabe ao Poder
Legislativo e ao Executivo.
Fechando o parêntese, você viu que a inércia do presidente da República dentro do prazo
constitucional – 15 dias úteis – corresponde à sanção tácita.
Acontece que, se ele vetar, mas não motivar o veto, também haverá sanção. Isso acontece
porque o veto será submetido ao Congresso Nacional, que levará em conta exatamente os
fundamentos utilizados no veto.
Seguindo na sistemática, após o veto, caberá ao Congresso Nacional apreciá-lo, em sessão
conjunta (não unicameral), dentro do prazo de 30 dias, contado a partir do recebimento. Não
havendo deliberação dentro do prazo, serão sobrestadas as demais proposições. Ou seja,
será trancada a pauta do Congresso Nacional.

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A EC n. 76/2013 acabou com o voto secreto na apreciação dos vetos presidenciais e na cas-
sação de mandato parlamentar. Atualmente, o voto secreto se aplica apenas à sabatina de
autoridades, feita pelo Senado Federal.
Optando o Congresso Nacional pela rejeição (derrubada) de veto, tal decisão produzirá os
efeitos de sanção presidencial, seguindo-se para a promulgação, a cargo do presidente da
República.
Ah, o STF decidiu que os vetos presidenciais não precisam ser apreciados em ordem crono-
lógica de apreciação.
Para você se situar melhor, vou explicar o julgamento: na discussão sobre a distribuição dos
royalties do pré-sal, houve uma modificação na sistemática, sendo aprovada no Congresso
Nacional a distribuição igualitária entre Estados produtores e não produtores. Antes disso, os
produtores recebiam mais.
A então presidente Dilma Rousseff vetou o projeto de lei. Voltando ao Congresso, os parla-
mentares tinham pressa em derrubar o veto. No entanto, havia um grande número de vetos
na fila de espera. Acredite se quiser: eram mais de 3.000 vetos, alguns aguardando há mais
de 13 anos!
Alguns parlamentares do Rio de Janeiro foram ao STF, pedindo que o veto sobre o projeto dos
royalties só fosse apreciado após os demais, seguindo-se uma ordem cronológica.
Porém, o Tribunal entendeu que a ordem de votações era um assunto político, interno do Le-
gislativo (interna corporis), não havendo a necessidade de regulamentação pelo Judiciário
(STF, MS n. 31.816).
Antes de terminar, uma nota importante dentro do controle de constitucionalidade: não cabe
ADPF (arguição por descumprimento de preceito fundamental) contra vetos presidenciais
(STF, ADPF n. 1).
Ufa! Hora de voltar ao comando da questão.
Na sua respectiva esfera de atribuição, todos os chefes do Executivo – presidente, governa-
dores e prefeitos – atuam no processo legislativo quando houver deliberação executiva.
Isso implica dizer que também os mandatários do Executivo estadual, distrital e municipal
farão sanção ou veto, este último tanto jurídico quanto político.

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Em consequência, ao apreciar o projeto de lei, o respectivo chefe do Executivo precisará ana-
lisar a compatibilidade com a Constituição Federal, o que torna o item errado.

Questão 7 (PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO/2016) Julgue o item que se segue, acerca


do poder de auto-organização atribuído aos estados-membros no âmbito da Federação bra-
sileira.
São de observância obrigatória para os estados, devendo ser reproduzidas nas Constituições
estaduais, as normas constitucionais federais relativas às imunidades parlamentares, ao pro-
cesso legislativo e ao regime dos crimes de responsabilidade e às garantias processuais pe-
nais do chefe do Poder Executivo federal.

Errado.
As normas de repetição ou reprodução obrigatória/compulsória estão entre os princípios
constitucionais extensíveis.
Na doutrina, Uadi Lammego Bulos cita os artigos 37 (princípios da Administração Pública);
59-69 (processo legislativo); e 165-169 (normas orçamentárias).
Repare que as normas sobre o processo legislativo, naquilo que couber, de fato devem ser
reproduzidas no Legislativo estadual.

Como assim, naquilo que couber?

Ora, no modelo federal há duas Casas Legislativas (CD e SF), diferentemente dos estados, DF
e municípios.
Avançando, um ponto importantíssimo – e que afasta qualquer dúvida quanto erro da ques-
tão – é que o presidente da República, por ser o chefe de Estado, goza de prerrogativas que
não são estendidas aos demais chefes de governo.

Exemplificando, a necessidade de autorização da Casa Legislativa para a abertura de processo,


a imunidade à prisão e o preceito que impede seja o presidente processado na vigência do man-
dato por atos estranhos ao exercício das funções são prerrogativas aplicáveis apenas ao pre-
sidente da República, sem a possibilidade de repercutir para outras autoridades em nosso país.
Dito isso, o item está errado.

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Questão 8 (PC-PE/DELEGADO DE POLÍCIA/2016) Assinale a opção correta acerca do pro-


cesso legiferante e das garantias e atribuições do Poder Legislativo.
a) A criação de ministérios depende de lei, mas a criação de outros órgãos da administração
pública pode se dar mediante decreto do chefe do Poder Executivo.
b) Se um projeto de lei for rejeitado no Congresso Nacional, outro projeto do mesmo teor só
poderá ser reapresentado, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria abso-
luta dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal.
c) Uma medida provisória somente poderá ser reeditada no mesmo ano legislativo se tiver
perdido sua eficácia por decurso de prazo, mas não se tiver sido rejeitada.
d) Somente após a posse, deputados e senadores passam a gozar do foro por prerrogativa de
função, quando deverão ser submetidos a julgamento perante o STF.
e) Os deputados e os senadores gozam de imunidades absolutas, que não podem ser sus-
pensas nem mesmo em hipóteses como a de decretação do estado de defesa ou do estado
de sítio.

Letra b.
A resposta esperada está na letra b. Ela trata da cláusula da irrepetibilidade, sempre lembrada
nas provas de concursos.
Funciona assim: na irrepetibilidade relativa, que incide na LO e na LC, o projeto poderá ser
reapresentado dentro da mesma sessão legislativa pela proposta de maioria absoluta dos
membros de qualquer das Casas.
Por sua vez, na irrepetibilidade absoluta, que vale para a EC e para a MP, a proposta rejeitada
em uma sessão legislativa não pode ser reapresentada na mesma sessão.
Aqui, chamo sua atenção para um ponto muito cobrado nas provas: a irrepetibilidade vale
para a mesma sessão legislativa, e não para a mesma legislatura (período de quatro anos).
Outra coisa: embora o assunto seja para lá de controverso, a doutrina e a jurisprudência apon-
tam para a possibilidade de se relativizar a irrepetibilidade absoluta.
Isso aconteceria nas emendas à Constituição, quando, apresentada a PEC, ela fosse objeto de
alterações, passando a tramitar como substitutivo.

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Para facilitar sua comprovação, vou usar a nomenclatura “PEC mãe” para o texto original e
“PEC filha” para o substitutivo, OK?
Nesse contexto, sendo votada a “PEC filha” e havendo a sua rejeição, nada impediria a reapre-
sentação, na mesma sessão legislativa, da “PEC mãe”.
O STF entende que o que não pode ser votado na mesma sessão legislativa é a emenda rejei-
tada ou havida por prejudicada, e não o substitutivo que é uma subespécie do projeto origi-
nalmente proposto (STF, MS n. 22.503).
De todo modo, nunca se esqueça de uma coisa: você deve prestar atenção ao comando da
questão! Se não houver o direcionamento para a situação excepcional que acabei de explicar,
a resposta esperada é a regra. Ou seja, no sentido de não poder ser reapresentada na mesma
sessão, a PEC rejeitada naquela sessão legislativa.
Tem mais uma exceção, que se aplica tanto para as leis quanto para MP e EC: a rejeição de
uma matéria em uma sessão legislativa ordinária (2/2 a 17/7 e 1º/8 a 22/12) não impede a
reapresentação na sessão legislativa extraordinária, que funciona durante o recesso parla-
mentar (STF, ADI n. 2.010).
Pronto! Agora que já expliquei a letra b vou atrás do erro das outras alternativas.
Está errada a letra b, na medida em que a criação ou extinção de órgãos públicos em geral – e
não apenas de medidas provisórias – deve se dar por meio de lei (ou de MP, se houver ur-
gência e relevância). O artigo 84, VI, da Constituição autoriza o presidente a dispor, mediante
decreto autônomo, sobre a organização e o funcionamento da administração federal, desde
que não haja aumento de despesa nem a criação ou extinção de órgãos públicos.
Você viu na explicação aí de cima que sobre as MPs incide a irrepetibilidade absoluta, não
havendo distinção se a rejeição foi expressa ou tácita, o que torna errada a letra c.
Errada a letra d, porque as imunidades formais passam a valer desde a diplomação, e não
somente após a posse.
Por fim, igualmente errada a letra e, uma vez que as imunidades parlamentares não são ab-
solutas. É que o § 8º do artigo 53 da Constituição prevê que as imunidades de Deputados ou
Senadores subsistirão durante o estado de sítio, mas poderão ser suspensas mediante o voto
de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto
do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.

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Questão 9 (AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2015) Acerca de aspectos diversos relacionados à


atuação e às competências dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, do presidente da
República e da AGU, julgue o item a seguir.
Caso um processo contra o presidente da República pela prática de crime de responsabilida-
de fosse instaurado pelo Senado Federal, não seria permitido o exercício do direito de defesa
pelo presidente da República no âmbito da Câmara dos Deputados.

Errado.
O item trata de situação concreta, ocorrida à época do impeachment da ex-presidente Dilma.
O direito ao contraditório, ampla defesa e ao devido processo legal é assegurado também nas
infrações políticas, processadas e julgadas perante o Senado Federal. Tal o cenário, se hou-
ver qualquer ilegalidade no procedimento perante a Câmara dos Deputados seria permitida a
defesa do presidente da República, seja na própria Casa, seja junto ao Poder Judiciário.
Há mais: em função da separação de Poderes, não pode o Judiciário se imiscuir no mérito
da decisão proferida pelo Senado (condenação x absolvição). O que lhe é permitido é apenas
fiscalizar a observância do processo, para que não haja vícios.
Isso torna o item errado.

Questão 10 (DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2015) Com relação às atribuições do presidente


da República, julgue o item a seguir.
A comutação de penas é de competência privativa do presidente da República, com caráter
amplamente discricionário, sendo limitada apenas por vedações decorrentes da CF.

Certo.
Questão que demanda bastante cuidado, pois pode aparecer em discussões subjetivas e
também orais, inexistentes à época em que a prova foi aplicada.
Explico.
É que no final de 2017, o então presidente Temer expediu decreto de indulto de Natal, com o indul-
to pleno em algumas circunstâncias e com o benefício parcial (comutação) em outras situações.

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No entanto, a PGR questionou a amplitude do decreto, especialmente porque ele era mais
generoso do que em edições anteriores, inclusive para crimes do colarinho branco. Em outras
palavras, discutia-se a legitimidade do ato presidencial, de grande amplitude.
A Ministra Carmen Lúcia, na Presidência do STF, suspendeu cautelarmente a aplicação do
referido decreto (STF, ADI 5.874).
Submetido ao Plenário, o Relator, Ministro Barroso apresentou voto com critérios mais rigoro-
sos para o indulto presidencial, o que alvo de polêmica.
Ainda não houve a conclusão do julgamento (o placar está 6 x 2, com pedido de vista do Minis-
tro Luiz Fux – fique atento(a)!), mas até aqui prevaleceu a posição segundo a qual o presidente
possui ampla discricionariedade em sua decisão, desde que, é claro, respeite os parâmetros
constitucionais, como é o caso da proibição de anistia e indulto para crimes hediondos e equi-
parados.
Assim, no cenário de hoje (e no que se desenha), o item está certo.

Questão 11 (MP-AC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2014) Acerca dos Poderes Legislativo e Exe-


cutivo, assinale a opção correta.
a) É constitucional a criação de hipótese de extinção de punibilidade por meio de medida pro-
visória editada por governador.
b) Ao tribunal de contas estadual, órgão auxiliar integrante do Poder Legislativo estadual,
compete julgar as contas prestadas anualmente pelo governador e pelos prefeitos, sendo
vedada a criação de tribunais de contas municipais.
c) Não se admite a apresentação de emendas parlamentares durante o processo legislativo
referente a projeto de lei que, em tramitação na Assembleia Legislativa, disponha sobre a or-
ganização dos serviços administrativos do MPE, dado o caráter reservado de sua iniciativa.
d) De acordo com o STF, são inaplicáveis aos governadores o instituto da imunidade formal
relativa à prisão do presidente da República e a cláusula de responsabilidade relativa, mesmo
que haja previsão a tal respeito nas constituições estaduais.
e) Dada a cláusula de reserva jurisdicional, é vedada à comissão parlamentar de inquérito
criada no âmbito de assembleia legislativa a determinação de quebra de sigilo bancário.

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Letra d.
Sem entrar em polêmica, você já saberia que a letra A está errada, porque legislar sobre direito
penal compete privativamente à União. Assim, norma estadual – seja lei ou medida provisória
– seria inconstitucional. Agora, temperando um pouco mais, medida provisória também não
pode ser editada pelo presidente da República em matéria penal.
Avançando, em 8/11/2000, o STF proferiu uma decisão dizendo que seria possível medida
provisória em direito penal, quando ela favorecesse o réu (STF, RE n. 254.818).
No entanto, a Emenda n. 32/2001 passou a proibir expressamente medida provisória em direi-
to penal. Tal proibição não diferencia se a MP é favorável ou desfavorável ao réu.
Assim, nas provas objetivas, você deve responder que não cabe MP em direito penal, nem
mesmo se ela trouxer normas favoráveis ao réu, como é o caso de extinção da punibilidade,
abolitio criminis etc.
Nas provas subjetivas, por sua vez, é importante que você diga que não pode atualmente, mas
que já foi possível antes da EC n. 32/2001.
Tem mais: sabe aquela história de “eu não creio nas bruxas, mas que elas existem, existem”.
Pois é... Não pode MP em medida provisória, mas elas continuam existindo. Posso citar com
exemplo a MP que prorrogou o prazo da abolitio criminis na posse ilegal de arma de fogo e
a que trouxe nova edição do REFIS, programa de refinanciamento de débitos fiscais com o
poder público. Se o débito fosse parcelado, a punibilidade seria suspensa; havendo o paga-
mento, ela seria extinta.
Ah, o CESPE, em alguns concursos – ex: MPU e TCDF – deixou clara a impossibilidade de MP
em direito penal. Então, é bom ficar atento...
Olhando para a letra b, realmente não pode ser criado TC como órgão municipal. O problema
da alternativa está em outro lugar, no ponto em que diz que o TCE pode fiscalizar as contas
dos governadores e dos prefeitos. Nada disso, a fiscalização fica restrita às contas estaduais,
para não invadir a autonomia municipal.
A letra c está igualmente errada, porque a iniciativa para as emendas à Constituição, via de
regra, é concorrente, cabendo a qualquer um dos legitimados.
O erro da letra e está em dizer que CPI não pode quebrar sigilo de dados. Em verdade, as comis-
sões não podem quebrar sigilo das comunicações telefônicas (interceptação, escuta, grampo).

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Sobra como correta a letra d. Isso porque algumas prerrogativas são inerentes ao Chefe de
Estado, função ocupada somente pelo presidente da República. Assim, ilustrativamente, go-
vernadores não gozam da imunidade à prisão e a processo, nem tampouco se exige autoriza-
ção da Casa Legislativa para a abertura de processo contra eles.

Questão 12 (AGU/PROCURADOR FEDERAL/2013) Julgue os itens a seguir, que tratam da


organização de instituições do Estado brasileiro e de seu funcionamento.
Compete privativamente ao presidente da República declarar guerra em caso de agressão
estrangeira e celebrar a paz, desde que, em ambos os casos, ocorra prévia autorização do
Senado Federal.

Errado.
Na condição de Chefe de Estado, realmente compete ao presidente da República a tarefa
de declarar guerra e celebrar paz. Dada a importância dessas atribuições, ele deve ouvir os
Conselhos da República e de Defesa Nacional. O erro do item está em falar na necessidade
de autorização do Senado Federal, quando em verdade quem atua é o Congresso Nacional,
conforme se vê nos artigos 49, II, e 84, XIX, ambos da Constituição.

Questão 13 (BACEN/PROCURADOR/2013) No que se refere aos poderes da República, assi-


nale a opção correta.
a) O STF dispõe de competência originária para processar e julgar ação popular promovida
contra ato emanado do presidente da República.
b) O TCU é um órgão judicante, com função deliberativa, encarregado da fiscalização das con-
tas prestadas por qualquer pessoa física ou jurídica que utilize dinheiro, bens e valores públicos.
c) A CF consagra a regra da irresponsabilidade penal absoluta do presidente da República
em relação às infrações penais cometidas antes do início do exercício do mandato e da irres-
ponsabilidade penal relativa no que se refere às infrações penais que, cometidas durante o
exercício do mandato, não tenham relação com as funções de chefe do Poder Executivo.
d) A CF estabelece a iniciativa exclusiva do presidente da República para o processo legisla-
tivo em matéria de natureza tributária.

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e) No exercício de suas atribuições administrativas, o Conselho Nacional de Justiça tem com-


petência para expedir atos regulamentares, de comando abstrato, impondo obrigações de
natureza administrativa a toda a magistratura nacional.

Letra e.
As competências do STF e do STJ devem ser interpretadas de forma restritiva. Assim, o STF
só julga o presidente da República nas infrações penais comuns (o que inclui os crimes mi-
litares, eleitorais e as contravenções penais). Ação popular ou ação de improbidade contra o
presidente vão para a 1ª instância, em regra. Atenção apenas para a PET 3.388 – caso da de-
marcação a Reserva Indígena Raposa Serra do Sol. Na ocasião, foi firmada a competência ori-
ginária do STF para julgar ação popular ajuizada por Senador da República contra o presidente
da República. A excepcionalidade na verdade decorria do fato de a situação envolver conflito
federativo (União x Estado), o que atraía a competência do STF. Portanto, errada a letra a.
O TCU é órgão administrativo, que auxilia o Poder Legislativo em sua função típica de fiscali-
zar, o que torna errada a letra b.
Está errada a letra c. Os fatos anteriores ao mandato ou mesmo praticados na vigência que
não guardarem relação com o mandato ficarão aguardando o término do mandato para volta-
rem a tramitar. Já nos crimes relacionados ao cargo o presidente só poderá ser processado se
2/3 da Câmara dos Deputados derem a autorização e o STF receber a denúncia ou queixa-cri-
me (crimes comuns). Não sendo dada a autorização, o feito também ficará suspenso, assim
como o prazo prescricional, até o término do mandato. Dito isso, errada a letra c.
Tema recorrente na letra d. Nos processos legislativos relacionados a matéria de natureza
tributária a competência é concorrente, sendo possível a deflagração do processo legislativo
pelo presidente ou pelo Legislativo. Ah, se a legislação tributária for relacionada a Território
Federal, aí sim a competência será privativa do presidente.
A resposta indicada como correta pela banca está na letra e. Ao meu sentir, ela não está com-
pletamente correta.
Explico.

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De fato, o CNJ tem competência para editar atos administrativos, sendo exemplo as Reso-
luções, caracterizadas como atos normativos primários, submetidos, assim, a controle de
constitucionalidade perante o STF inclusive via ADI.
O problema está em afirmar que o Conselho pode impor “obrigações de natureza administra-
tiva a toda a magistratura nacional”, quando na verdade fica de fora o STF. Em verdade, o STF
fiscaliza a atuação do CNJ, e não o contrário. Ou seja, fica de fora da atuação do CNJ e de seu
poder fiscalizador o STF, órgão máximo da magistratura nacional. Seja como for, a Banca não
anulou a questão. Dura a vida de concurseiro (e de professor de concurseiro).

Ministros de Estado

Questão 1 (TJDFT/JUIZ DE DIREITO/2017) Em atenção à organização dos Poderes, assi-


nale a opção correta.
a) Compete ao governador, recebida a lista tríplice do tribunal, a nomeação de desembargador
para o quinto constitucional do Poder Judiciário do DF.
b) Conforme entendimento do STF, sua competência originária contra atos do CNJ deve ser
interpretada de forma restrita e se limita às ações tipicamente constitucionais.
c) Se o ato questionado é a lista tríplice do quinto constitucional formada por tribunal esta-
dual, é atribuição do CNJ o controle do procedimento, ainda que ocorra após a nomeação e
posse do desembargador.
d) Os ministros de Estado, nos crimes de responsabilidade conexos com os do presidente da
República, serão processados e julgados pelo STF.
e) Conferindo a lei prerrogativas, garantias, vantagens e direitos equivalentes aos dos titu-
lares dos ministérios é de se reconhecer ao ocupante do cargo, para as infrações penais, a
prerrogativa de foro no STF.

Letra b.
A letra b traz a resposta esperada. Isso porque compete originariamente ao STF julgar as
ações contra o CNJ e o CNMP. Ocorre que ao interpretar esse dispositivo o Tribunal entendeu
que o termo “ações” deve ser entendido como ações constitucionais, ou seja, os remédios

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constitucionais. Avançando ainda mais, é importante lembrar que não cabe ao STF julgar MS
contra deliberações negativas do CNJ.
Olhando para o erro das demais, o TJDFT faz parte do Poder Judiciário da União. Logo, assim
como acontece em todos os TRTs e TRFs, a escolha do integrante para o quinto constitucio-
nal caberá ao presidente da República, e não ao governador. Somente nos TJs Estaduais é
que o governador será o responsável pela escolha do nome entre os integrantes da lista trí-
plice. Assim, errada a letra a.
Na letra c, não caberia ao CNJ julgar o ato questionado pela falta de jurisdição. Em tal situa-
ção, é necessária a impetração de MS.
Errada a letra d, uma vez que os ministros de Estado vão para o STF nos crimes comuns e nos
de responsabilidade. No entanto, nos crimes de responsabilidade, havendo conexão com o
presidente ou vice-presidente da República, os ministros de Estado vão para o Senado Fede-
ral, conforme artigo 52, I, da CF.
F
 inalmente, a prerrogativa de foro especial deve ser sempre interpretada restritivamente. Assim,
somente as autoridades listadas no artigo 102 da CF possuem a prerrogativa perante o STF.

Questão 2 (TJDFT/JUIZ DE DIREITO/2015) A respeito da organização do Estado e do Poder


Executivo, assinale a opção correta considerando a jurisprudência do STF.
a) O poder regulamentar deferido aos ministros de Estado legitima-os a editar atos normati-
vos de caráter primário, tendo em vista a possibilidade constitucional de delegação de algu-
mas competências privativas do presidente da República àquelas autoridades.
b) O salário de agentes públicos de sociedade de economia mista não está limitado ao teto
salarial constitucional porque esses agentes estão submetidos ao regime celetista e vincula-
dos a uma pessoa jurídica de direito privado.
c) Caso ônibus de empresa privada concessionária de serviço público de transporte atropele
alguém, a responsabilização da empresa será subjetiva pelo fato de a vítima não estar na
condição de usuária do serviço público no momento do acidente.
d) É lícita a prisão em flagrante de governador de estado da Federação que cometa tentativa
de homicídio, uma vez que os governadores não gozam da prerrogativa extraordinária da imu-
nidade a esse tipo de prisão.

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e) Caso o presidente e o vice-presidente da República decidam renunciar a seus cargos ao


final do primeiro ano de mandato, deverá haver eleição para ambos os cargos, pelo Congresso
Nacional, noventa dias após a abertura das vagas.

Letra d.
A imunidade à prisão do presidente da República não é estendida a nenhum outro agente po-
lítico. É prerrogativa de chefe de Estado. Segundo a Constituição, o presidente só poderia ser
preso após a prolação de sentença.
Acontece que para ter sentença é necessário haver processo. Seguindo essa linha de racio-
cínio, além de o crime ter relação com o cargo, exige-se que a Câmara dos Deputados tenha
autorizado a abertura de processo, pelo quórum de 2/3 de seus membros, e que o STF tenha
recebido a denúncia ou queixa-crime.
Para os governadores, por outro lado, é possível a prisão em flagrante, preventiva e tempo-
rária, cabendo lembrar que o seu afastamento do cargo não acontece automaticamente com
o recebimento da denúncia. Ao contrário, essa e as outras medidas cautelares – inclusive a
prisão preventiva – dependem de decisão fundamentada pelo STJ.
Dito isso, a resposta esperada está na letra d.
Olhando rapidamente para as outras alternativas, está errada a letra a, uma vez que os Mi-
nistros de Estado, via de regra, editarão atos normativos secundários (portarias, instruções
normativas). Excepcionalmente, por conta da delegação do artigo 84, parágrafo único, po-
derão atuar em atribuições materializáveis por atos normativos primários, como é o caso da
extinção de cargo público quando vago.
Igualmente errada a letra b, pois aqueles que trabalham nas empresas públicas e nas socie-
dades de economia mista que recebem recursos públicos para custeio de pessoal também
são regulados pelo teto constitucional (STF, RE 572.143)
Desde o julgamento do RE 571.894, o STF entende que as concessionárias e permissionárias
prestadoras de serviço público respondem objetivamente, inclusive quando o evento danoso
envolver terceiros não usuários do sistema, o que torna errada a letra c.
Finalizando, havendo a dupla vacância para os cargos de presidente e vice-presidente da
República nos dois primeiros anos do mandato, a solução é a convocação de novas eleições
diretas, no prazo de 90 dias, razão pela qual está errada a letra e.

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Questão 3 (TCE-PB/PROCURADOR/2014) A respeito da organização do Estado, da organi-


zação dos poderes no Estado e das funções essenciais à justiça, assinale a opção correta à
luz da jurisprudência do STF.
a) A Advocacia-Geral da União (AGU) é instituição nacional que representa judicial e extraju-
dicialmente a União, os estados e os municípios.
b) Uma lei dispondo sobre sistemas de consórcio e sorteios, inclusive bingos e loterias, pode
ser editada pela União, pelos estados ou pelo DF, em virtude da competência legislativa con-
corrente.
c) Uma ação em que se questione a responsabilidade pessoal de conselheiro do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) deverá ser ajuizada perante o STF, que detém a competência origi-
nária para processar e julgar o feito
d) Caso um parlamentar conceda declarações à imprensa, ainda que fora do ambiente de tra-
balho, e tais manifestações estejam vinculadas ao exercício do mandato, incidirá sobre essa
atuação a cláusula de inviolabilidade constitucional
e) O poder regulamentar conferido diretamente pela CF aos ministros de Estado concede-lhes
a competência para a edição de atos normativos primários, subordinados diretamente à pró-
pria CF.

Letra d.
Vou por exclusão, ok?
Errada a letra a, porque a AGU representa judicial e extrajudicialmente a União. A defesa dos
demais entes federados conta com corpo jurídico próprio, como é o caso dos Procuradores
dos Estados, do DF e dos Municípios (nas cidades onde houver). Vale lembrar que o STF,
em importantíssimo julgado, firmou a compreensão que os procuradores dos municípios se
submetiam ao subteto de 90,25% do que ganham os Ministros do STF, mesmo limite a que se
submetem os Procuradores Estaduais. Isso porque eles também integram as Funções Essen-
ciais à Justiça.
A letra b viola o que está na Súmula Vinculante n. 2, pois segundo ela compete privativamente
à União legislar sobre consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias. Não havendo delega-
ção por meio de LC federal, Estados e DF não podem legislar sobre o tema.

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Por sua vez, a letra c está errada, porque os Conselheiros do CNJ e do CNMP não contam com
foro especial para as infrações penais comuns. Essa prerrogativa só vale para os crimes de
responsabilidade, quando eles serão julgados pelo Senado.
Os ministros de Estado editam atos normativos secundários, como é o caso de portarias e de
instruções normativas, o que torna errada a letra e.
Sobra como resposta esperada a letra d. A imunidade material dos parlamentares federais,
estaduais e distritais vale em todo o país, sendo que para os atos praticados fora da Casa a
imunidade se restringe aos atos relacionados ao mandato.

Conselhos da República e de Defesa Nacional

Questão 1 (TJ-SC/JUIZ/2019) A respeito da organização dos poderes e da defesa do esta-


do e das instituições democráticas, assinale a opção correta.
a) É viável o controle judicial da legalidade dos atos praticados por agentes públicos na vigên-
cia de estado de sítio.
b) Durante o estado de sítio, imunidades de deputados e senadores só podem ser suspensas
por voto da maioria absoluta da respectiva casa, nos casos de atos incompatíveis com a exe-
cução da medida.
c) Compete ao Conselho da República opinar sobre a decretação do estado de defesa, do es-
tado de sítio e da intervenção federal.
d) O estado de sítio somente poderá ser decretado quando presente a declaração do estado
de guerra ou diante de ineficácia das medidas tomadas durante o estado de defesa.
e) O estado de defesa poderá ser decretado apenas após a deliberação da maioria absoluta
do Congresso Nacional.

Letra a.
A letra a é a resposta da questão, pois terminado o estado de defesa ou o estado de sítio,
cessarão também seus efeitos. No entanto, poderão ser responsabilizados pelos ilícitos co-
metidos os executores ou agentes – artigo 141 da CF.

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Seguindo, errada a letra b, na medida em que a suspensão das imunidades parlamentares re-
quer voto de 2/3 dos membros da Casa. Além disso, a suspensão só abrange atos praticados
fora do recinto do CN – artigo 53, § 8º.
Na letra c, o Conselho da República vai se pronunciar (e não opinar) sobre as medidas ali
previstas.
Aliás, um macete não faz mal a ninguém (vale tudo, só não vale reprovar!):
• o presidente DEcreta o estado de DEfesa (manifestação posterior do CN);
• o presidente Solicita ao CN o estado de Sítio (manifestação prévia do CN);
• o Conselho da República se pRonuncia quanto à intervenção federal, estado de defesa
e estado de sítio;
• o Conselho de Defesa NAcional opiNA quanto à intervenção federal, estado de defesa
e estado de sítio.
Avançando, o estado de sítio é cabível em três situações: a) guerra; b) ineficácia do estado de
defesa; e c) comoção grave de repercussão nacional. Logo, errada a letra d.
P
 or fim, como você viu em nosso maravilhoso macete (sqn), no estado de defesa primeiro o pre-
sidente decreta e depois submete à aprovação do Congresso Nacional, ficando errada a letra e.

Questão 2 (DPE-AC/DEFENSOR PÚBLICO/2017) O Conselho de Defesa Nacional


a) tem como atribuição opinar sobre questões relevantes quanto à estabilidade das institui-
ções democráticas.
b) é composto, entre outros membros, pelos líderes da maioria e da minoria no Senado Federal.
c) é composto, entre outros membros, pelos líderes da maioria e da minoria na Câmara dos
Deputados.
d) é órgão superior de consulta do presidente da República e do Ministério da Defesa.
e) é órgão de consulta para assuntos relacionados à soberania nacional.

Letra e.
Além do Conselho da República, também existe o Conselho de Defesa Nacional. Ele é órgão
de consulta do presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional
e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros natos:

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I – o Vice-presidente da República;
II – o presidente da Câmara dos Deputados;
III – o presidente do Senado Federal;
IV – o Ministro da Justiça;
V – o Ministro da Defesa;
VI – o Ministro das Relações Exteriores;
VII – o Ministro do Planejamento;
VIII – os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

Compete ao Conselho de Defesa Nacional:


a) opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta
Constituição;
b) opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;
c) propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do terri-
tório nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas rela-
cionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;
d) estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a
independência nacional e a defesa do Estado democrático.
Por fim, o STF entende que a manifestação do Conselho de Defesa Nacional não é requisito
de validade da demarcação de terras indígenas, mesmo daquelas situadas em região de fron-
teira (STF, MS 25.483).
Voltando para a questão, a resposta esperada está na letra e, pois, como se viu, o Conselho
de Defesa é órgão de consulta do presidente da República nos assuntos relacionados com a
soberania nacional e também sobre a defesa do Estado democrático.

Questão 3 (TRF 1ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2015) Com relação ao Conselho da República,


ao Conselho de Defesa Nacional e às atribuições e à responsabilidade do presidente da Repú-
blica, assinale a opção correta.
a) Para a decretação de estado de defesa e estado de sítio e para a declaração de guerra, o
presidente da República estará vinculado à manifestação do Conselho da República, órgão de
assessoramento superior do Poder Executivo.

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b) A presidência do Conselho de Defesa Nacional, do qual são membros natos os comandan-


tes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, é exercida pelo ministro de Estado da Defesa.
c) A criação de órgãos públicos pode se dar mediante a edição, pelo chefe do Poder Executivo,
de atos administrativos que versem sobre a organização e o funcionamento da administração
federal, mas a criação de entidades dotadas de personalidade jurídica própria, como as autar-
quias e as fundações públicas, depende da edição de lei.
d) Na vigência de seu mandato, o presidente da República goza de imunidades processuais,
podendo, por isso, ser processado pela prática de crimes de responsabilidade praticados no
exercício de suas funções, mas não pela prática de infrações penais comuns.
e) Conforme a CF, algumas atribuições privativas do presidente da República podem ser de-
legadas aos ministros de Estado, ao procurador-geral da República ou ao advogado-geral da
União, os quais devem observar, no exercício dessas atribuições, os limites constantes nas
respectivas delegações.

Letra e.
No estado de defesa, no estado de sítio e também na intervenção federal é necessária a oitiva
dos Conselhos da República e de Defesa Nacional. Essa manifestação, contudo, não tem for-
ça vinculante, o que torna errada a letra a. Aliás, na decretação de intervenção no Estado do
Rio de Janeiro, no ano de 2018, ainda se discutiu a legalidade do procedimento, uma vez que,
àquela altura, o então presidente Temer não havia ouvido os Conselhos antes de encaminhar
a medida à apreciação do Congresso Nacional.
É o presidente da República quem preside os Conselhos da República e de Defesa Nacional,
ficando errada a letra b.
Está errada a letra c, na medida em que o artigo 84, VI, da Constituição deixa claro que a cria-
ção ou extinção de órgãos públicos deve se dar por meio de lei. Lembro que, embora isso não
conste na CF, também será possível a edição de medida provisória, se houver urgência e rele-
vância. Foi o que aconteceu com a criação do Ministério Extraordinário da Segurança Pública
e com o ICM-Bio, ilustrativamente.
A letra d também está errada. É que o presidente de fato possui a imunidade processual, não
estando sujeito, durante a vigência do mandato, a responder por fatos estranhos ao exercício

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de suas funções. Se a acusação guardar relação com o mandato, poderá ser processado, se
a Câmara dos Deputados autorizar a abertura do processo, por quórum de 2/3. Na gestão
do presidente Temer, houve, por duas vezes, denúncias oferecidas pela PGR. No entanto, em
nenhuma das situações a Câmara dos Deputados concedeu a autorização. Assim, o feito fi-
cou parado, aguardando o término do mandato. Já em 2019, o processo foi deflagrado, com
denúncia recebida e inclusive a prisão preventiva do ex-presidente, durante alguns dias.
Sobra como correta a letra e.
O artigo 84 traz uma lista com mais de 20 atribuições do presidente da República. Esse rol,
embora extenso, é apenas exemplificativo. Ou seja, ele pode ser ampliado.
Dentre as atribuições, três se destacam exatamente pelo fato de poderem ser delegadas aos
ministros de Estado, ao PGR e ao AGU.
Nesse rol, previsto no parágrafo único do artigo 84, constam as seguintes atribuições:
a) dispor, mediante decreto sobre a) sobre a organização e funcionamento da administração
federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públi-
cos; e b) sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
b) conceder indulto e comutar penas;
c) prover os cargos públicos federais, na forma da lei.

Questão 4 (STM/JUIZ DE DIREITO/2013) Assinale a opção correta de acordo com a CF e a


jurisprudência do STF.
a) O CNJ compõe-se de quinze membros, com mandato de dois anos, vedada a recondução.
b) Participam do Conselho da República seis cidadãos brasileiros, com mais de trinta anos de
idade, sendo dois nomeados pelo presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e
dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de dois anos.
c) Compete ao Conselho da República opinar nas hipóteses de declaração de guerra e cele-
bração de paz.
d) Os cargos de oficial das Forças Armadas e de ministro da Defesa não podem ser ocupados
por brasileiros naturalizados.

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e) A iniciativa para a elaboração da lei complementar sobre o Estatuto da Magistratura não é


exclusiva do STF, sendo possível que o presidente da República encaminhe projeto de lei de
sua iniciativa sobre esse assunto para apreciação do Congresso Nacional.

Letra d.
O CNJ realmente conta com 15 membros, sendo que o mandato deles é de dois anos. Porém,
é permitida uma recondução, ficando errada a letra a.
Na letra b, os seis cidadãos natos que compõem o Conselho da República devem possuir mais
de 35 anos, e não 30 como constou. É importante lembrar que essa é uma das quatro distin-
ções entre brasileiros natos. Ela se situa no artigo 89 da Constituição. As demais estão nos ar-
tigos 5º (extradição); 12, § 3º (cargos privativos); e 222 (propriedade de empresa jornalística).
Errada a letra C, porque é o Conselho de Defesa Nacional que opina em situações de decla-
ração e guerra e celebração de paz. O Conselho da República é chamado para se manifestar
sobre intervenção federal, estado de defesa e de sítio, bem assim sobre questões relevantes
para a estabilidade das instituições democráticas.
Errada também a letra e, porque a iniciativa para a Lei Orgânica da Magistratura Nacional
– LOMAN – é privativa do STF. A lei vigente é do ano de 1979 (LC n. 35/1979), que foi recep-
cionada pelo texto constitucional atual. Há proposta de modificação da lei, ainda em fase
preliminar.
Sobra como correta a letra d. Como foi afirmado acima, uma das possibilidades de distinção
entre natos e naturalizados está no artigo 12, § 3º. É que determinados cargos só podem ser
ocupados por brasileiros natos, seja pela possibilidade de ocupar a função de presidente da
República (ordem de vocação sucessória), seja por razões de segurança (Ministro de Estado
da Defesa e Oficiais das Forças Armadas) ou para negociações internacionais (membros da
carreira diplomática).

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Chefias de Estado x Chefia de Governo e Forma e Sistema de Governo

Questão 1 (PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) De acordo com a CF, é função de chefe


de governo, exercida pelo presidente da República,
a) permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente.
b) controlar a legalidade dos atos normativos e administrativos.
c) fixar limites globais para o montante da dívida mobiliária dos estados.
d) requisitar e designar membros do MP, delegando-lhes atribuições.
e) dispor sobre os limites globais para as operações de crédito externo e interno da União.
Letra a.
Questão bastante polêmica, para dizer o mínimo.
Começando por exclusão, note que ele busca uma função exercida pelo presidente da República.
Nesse cenário, a resposta não pode ser a letra b, porque o controle da legalidade de atos nor-
mativos e administrativos mais bem se adapta às atribuições do CNJ e do CNMP.
Também não é a letra c nem a letra e, porque as alternativas narram competências privativas
do Senado Federal, conforme artigo 52, IX e VII, respectivamente.
A letra d fica de fora, pois narra atribuição do CNMP, conforme artigo 130-A, § 3º.
Sobraria, então, a letra a como resposta esperada.
Cá pra nós, nunca gostei de orientar os alunos dizendo para marcarem a “mais certa” ou a
“menos errada”.
Isso porque eu entendo que, se está errada, não dá para ‘salvar’ a questão.
Seja lá como for, você sabe que o presidente da República pode atuar, tanto como chefe de
Estado como chefe de governo.
Eu costumo diferenciar de forma mais direta, dizendo que “Brasil para dentro” o presidente
atua como Chefe de Governo, enquanto “Brasil para fora” ele agiria como Chefe de Estado.
Pois bem.
Na doutrina, o Professor Pedro Lenza (muito usado pelo CESPE) diz que autorizar a passagem
de tropas estrangeiras pelo território brasileiro seria uma competência do presidente da Re-
pública na função de Chefe de Governo.

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Contudo, prevalece a orientação (Alexandre de Moraes e Bernardo Gonçalves Fernandes, por


exemplo) no sentido de que seria uma atribuição na condição de Chefe de Estado.
Ao meu sentir, parece ser o entendimento mais adequado.
Veja, ainda que o próprio CESPE, num concurso do ano de 2009 (PC-PB, Agente), classificou a
atribuição de autorizar a passagem de tropas estrangeiras em território nacional como com-
petência exercida na condição de Chefe de Estado.
Ou seja, não dá para dizer que seja o entendimento adotado nessa questão seja o prevalente
na banca.
O mais prudente teria sido a anulação da questão, mas não foi o que aconteceu.
Enfim, dura a vida de concurseiro (e de professor de concurseiro).

Questão 2 (PC-PE/DELEGADO DE POLÍCIA/2016) Com base na disciplina constitucional


acerca dos tratados internacionais, da forma e do sistema de governo e das atribuições do
presidente da República, assinale a opção correta.
a) Insere-se no âmbito das competências privativas do Senado Federal resolver definitiva-
mente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compro-
missos gravosos ao patrimônio nacional.
b) O sistema presidencialista de governo adotado no Brasil permite que o presidente da Re-
pública, na condição de chefe de Estado, decrete o estado de defesa e o estado de sítio, inde-
pendentemente de autorização do Congresso Nacional.
c) Da forma republicana de governo adotada pela CF decorre a responsabilidade política,
penal e administrativa dos governantes; os agentes públicos, incluindo-se os detentores de
mandatos eletivos, são igualmente responsáveis perante a lei.
d) Na condição de chefe de governo, cabe ao presidente da República editar atos administra-
tivos que criem e provejam órgãos públicos federais, na forma da lei.
e) Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, para que sejam equivalen-
tes a emendas constitucionais, deverão ser aprovados em cada Casa do Congresso Nacional,
por maioria absoluta de votos, em dois turnos de discussão e votação.

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Poder Executivo
Aragonê Fernandes

Letra c.
Está errada a letra a, pois traz uma competência que é exclusiva do Congresso Nacional, con-
forme artigo 49, I, da Constituição.
Também errada a letra b. Isso porque, embora caiba ao presidente da República a decretação
do estado de defesa e do estado de sítio, ele só poderá fazer isso mediante a participação do
Congresso Nacional. No estado de sítio, essa manifestação é prévia – autorização da medida
–, enquanto no estado de defesa o Congresso participa após a decretação, aprovando ou não
a medida.
Está certa a letra c. É que o conceito de forma de governo guarda relação com a maneira em
que se dá a relação entre governantes e governados. Existem duas formas de governo: a Re-
pública e a Monarquia. Vejam-se as diferenças básicas entre cada uma delas:

República Monarquia
Eletividade Hereditariedade
Temporalidade Vitaliciedade
Representatividade Ausência de representatividade
popular (o povo escolhe popular (o critério para defini-
seu representante) ção do rei é a linhagem fami-
liar)
Responsabilização dos Inexistência de responsabili-
governantes (inclusive dade dos governantes (the king
por crime de responsabi- can do no wrong – o rei não
lidade - impeachment) pode errar).

A primeira Constituição brasileira (1824) previa a Monarquia como forma de governo. Entre-
tanto, desde 1891, adotou-se a forma republicana de Governo.
É exatamente em razão da adoção da República como forma de governo que se limita a ree-
leição para apenas um período em relação aos mandatos de Chefe do Executivo.
É também em razão disso que se previu a inelegibilidade reflexa ou reflexiva: ao final, o regime
no qual uma família se perpetua no poder se chama Monarquia.
Como se pode ver no quadro acima exposto, na República, todos os agentes públicos, inclu-
sive o presidente da República, podem ser responsabilizados por seus atos. Há, entre outras
formas de controle, a figura do impeachment, para infrações políticas, e não penais.

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Poder Executivo
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O erro da letra d está no fato de que a criação e extinção de Ministérios e órgãos da adminis-
tração pública é incumbência do Congresso Nacional, com a sanção do presidente da Repú-
blica (art. 48, XI, Constituição). Fique atento, pois por meio de decreto autônomo se permite
que o presidente disponha sobre a organização e funcionamento da administração federal
- quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
Por fim, os TIDH só serão equivalentes às ECs se forem aprovados por maioria qualificada de
3/5 (três quintos) dos votos, em cada Casa do Congresso Nacional, passando por dois turnos
de discussão e votação, o que torna errada a letra e.

Questão 3 (TRT 5ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2013) Acerca do Poder Executivo, assinale


a opção correta.
a) Estados e municípios podem legislar sobre a relação de emprego de trabalhadores domés-
ticos, dado que a matéria é de competência concorrente dos três entes federativos.
b) No presidencialismo adotado no Brasil, sistema de governo previsto na CF, a chefia de Es-
tado e a chefia de governo não coincidem.
c) Emenda constitucional introduziu na CF previsão de edição, pelo presidente da Repú-
blica, de decretos autônomos que disponham sobre a criação ou a extinção de cargos e
órgãos públicos.
d) Conforme previsto na CF, a responsabilidade penal do presidente da República é relativa,
já que ele não pode ser responsabilizado penalmente, na vigência do seu mandato, por atos
estranhos ao exercício de suas funções.
e) Em caso de relevância e urgência, pode o presidente da República editar medida provisória
para regulamentar matéria relacionada a direitos e deveres dos juízes do trabalho.

Letra d.
Legislar sobre direito do trabalho está na competência privativa da União, conforme artigo
22, I. Ainda que fosse competência concorrente – artigo 24 da Constituição –, os municípios
ficam de fora dessa regra. Assim, errada a letra a.
Errada a letra b, porque o Brasil adota a República Presidencialista, com o presidente da Re-
pública acumulando as funções de Chefia de Estado e de Chefia de Governo.

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Poder Executivo
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Realmente, foi por meio da EC n. 32/2001 que se introduziu a figura do decreto autônomo,
prevista no artigo 84, VI, da Constituição. Contudo, por meio desse instrumento normativo o
presidente não pode criar ou extinguir órgãos públicos. O que ele pode extinguir são os cargos
públicos, desde que estejam vagos. Isso torna errada a letra c.
A medida provisória requer a demonstração de urgência e relevância. Acontece que o § 1º do
artigo 62 cita as proibições à edição de MP, estando entre elas tratar de temas relativos ao
Judiciário e ao Legislativo, ficando demonstrado o erro da letra e.
Fica correta a letra d. Na condição de Chefe de Estado, o presidente é o único agente político
que conta com a imunidade relativa, não podendo ser processado, na vigência de seu man-
dato, por atos estranhos ao exercício de suas funções. Nesse caso, o andamento do feito e
também o curso da prescrição ficam suspensos.

Temas Gerais

Questão 1 (MP-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2020) Ao tratar dos princípios fundamentais,


a CF estabelece, em seu art. 1º,
a) a forma federativa de Estado, cláusula pétrea implícita, caracterizada pela tripartição dos
poderes da União.
b) a forma federativa de Estado e o sistema presidencialista de governo.
c) a forma republicana de governo e a forma federativa de Estado, cláusulas pétreas expressas.
d) a forma republicana de Estado, cláusula pétrea expressa, caracterizada pela eletividade,
temporariedade e responsabilidade do governante.
e) a forma republicana de governo, caracterizada pela eletividade, temporariedade e respon-
sabilidade do governante.

Letra e.
Vou por exclusão, ok?
Na letra a, você precisa lembrar que a forma federativa de Estado é uma cláusula pétrea pre-
vista no artigo 60, § 4º, da Constituição, de modo que é errado citar como implícita. Além

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disso, a tripartição de poderes está baseada no artigo 2º da Constituição, calcada nas ideias
de Montesquieu.
Errada a letra b, porque, embora adotemos o sistema presidencialista de governo, isso não
está previsto no artigo 1º da Constituição.
O erro das letras c e d está no fato de que somente a forma federativa de Estado é cláusula
pétrea expressa/explícita.
Sobra como correta a letra e, na medida em que a República é uma forma de governo que tem
as características de eletividade, temporariedade e responsabilidade. Ela se contrapõe à Mo-
narquia, cujas características são a hereditariedade, a vitaliciedade, a irresponsabilidade dos
governantes (a célebre frase ‘O rei não pode errar’), sendo que a sucessão sempre ocorre por
membros da mesma família, a escolhida por Deus.
Veja no quadro a seguir as distinções entre elas:

República Monarquia
Eletividade Hereditariedade
Temporalidade Vitaliciedade
Representatividade Ausência de representatividade
popular (o povo escolhe popular (o critério para defini-
seu representante) ção do rei é a linhagem fami-
liar)
Responsabilização dos Inexistência de responsabili-
governantes (inclusive dade dos governantes (the king
por crime de responsabi- can do no wrong – o rei não
lidade - impeachment) pode errar).

Questão 2 (PREFEITURA DE CAMPO GRANDE/PROCURADOR/2019) Com relação à organi-


zação do Estado e às funções essenciais à justiça, julgue o item subsecutivo.
A forma federativa de Estado é cláusula pétrea, porque a Constituição Federal de 1988 veda a
possibilidade de emenda constitucional tendente a aboli-la, não fazendo o mesmo em relação
à forma de governo, que constitui princípio sensível da ordem federativa, podendo ser autori-
zada intervenção federal no ente federado que a desrespeitar.

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Certo.
O § 4º do artigo 60 da Constituição lista as cláusulas pétreas, dentre as quais a forma fede-
rativa de Estado.
Nas cláusulas pétreas, impede-se até mesmo a deliberação de proposta, não apenas a apro-
vação. Assim, permite-se que parlamentar impetre mandado de segurança perante o STF
para barrar a tramitação da PEC.
Lado outro, não se insere no rol de cláusulas pétreas a forma republicana de governo. Ela
(a forma republicana) aparece no artigo 34, VII, da Constituição entre os princípios cons-
titucionais sensíveis, os quais levam esse nome porque, uma vez violados, seria caso de
intervenção federal.
Logo, o item está certo.

Questão 3 (TJ-AM/JUIZ DE DIREITO/2016) Assinale a opção correta acerca do Poder Exe-


cutivo, considerando o disposto na CF e a doutrina.
a) Os atos do presidente da República que atentem especialmente contra a probidade na ad-
ministração, a lei orçamentária e o cumprimento das leis e das decisões judiciais são crimes
de responsabilidade classificados como crimes funcionais.
b) Admitida a acusação contra o presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele suspenso de suas funções e submetido a julgamento perante o Senado
Federal, nos casos de crimes de responsabilidade.
c) No texto constitucional, a afirmação de que o Poder Executivo é exercido pelo presidente
da República, auxiliado pelos ministros de Estado, indica que a função é compartilhada, ca-
racterizando-se o Poder Executivo como colegial, dependendo o seu chefe da confiança do
Congresso Nacional para permanecer no cargo.
d) Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o presidente ou o vice-presidente
eleitos, salvo motivo de força maior, não tiverem assumido o cargo, este será declarado vago,
sendo a declaração de vacância ato político feito pelo TSE.
e) A competência privativa do presidente da República para nomear os ministros do STF e dos
tribunais superiores, o procurador-geral da República, o presidente e os diretores do Banco
Central do Brasil é classificada como função básica de chefia do Estado.

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Letra a.
Além dos crimes comuns, os detentores de altos cargos públicos também podem praticar infra-
ções político-administrativas que são chamadas crimes de responsabilidade (de natureza política).
No artigo 85, a Constituição apresenta alguns exemplos de crimes de responsabilidade. Ou
seja, o rol é exemplificativo.
São considerados crimes de responsabilidade os atos que atentem contra:
a) a existência da União;
b) o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Po-
deres constitucionais das Unidades da Federação;
c) o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
d) a segurança interna do País;
e) a probidade (honestidade) da administração;
f) a lei orçamentária;
g) descumprimento das leis e das decisões judiciais.
De acordo com o parágrafo único do art. 85, os crimes de responsabilidade – impeachment
ou impedimento – serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo
e julgamento.
A lei referida é a Lei n. 1.079/50 que, segundo o STF, em grande medida, foi recebida por ser
compatível com a Constituição.
Avançando, a sistemática relativa à definição dos crimes de responsabilidade e o estabeleci-
mento das normas de processo e julgamento são privativas da União (STF, SV n. 46).
Em consequência, normas estaduais ou municipais que tipifiquem condutas como crime de
responsabilidade ou mesmo prevejam regras diversas daquelas constantes na Constituição
ou na Lei n. 1.079/1950 serão inconstitucionais.
É o que acontece, por exemplo, com as Constituições Estaduais que preveem caber à Assem-
bleia Legislativa o julgamento do governador em crime de responsabilidade. Isso porque o
julgamento do Chefe do Executivo Estadual no impeachment caberá a um Tribunal Especial,

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composto pelo presidente do TJ, mais 5 Desembargadores e 5 Deputados – artigo 78, § 3º, da
Lei n. 1.079/1950 (STF, ADI 4.791).
Voltando para o julgamento do presidente da República, além da Constituição e da Lei n.
1.079/50, pode haver a aplicação subsidiária do Regimento Interno tanto da Câmara dos De-
putados quanto do Senado Federal, desde que as normas regimentais não estejam em cho-
que (STF, ADPF 378).
E, por falar na Lei n. 1.079/1950, o seu artigo 14 prevê que cabe a qualquer cidadão denunciar
o presidente da República nos crimes de responsabilidade.
Sendo negado o pedido pela Câmara dos Deputados, não há previsão de recurso contra
essa decisão.
Pensando no impeachment da ex-presidente Dilma, você deve se lembrar que o então presi-
dente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, negou uma série de pedidos e, ao final, de
um desentendimento político com o Partido dos Trabalhadores, recebeu a acusação formula-
da por Janaína Paschoal, Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo.
Seguindo para a tramitação do pedido, admitida a acusação pela Câmara dos Deputados, em
quorum de 2/3, o processo será remetido ao Senado Federal.
Nesse ponto, houve uma importância modificação: o STF entendeu que o Senado Federal, ao
receber o processo vindo da Câmara dos Deputados, não estaria vinculado à instauração do
processo, devendo fazer uma análise prévia de admissibilidade.
Ou seja, ao invés de ficar vinculado à manifestação da Câmara, o Senado deveria se mani-
festar expressamente se receberia – ou não – a denúncia autorizada pela Câmara. Nessa
manifestação, o quorum seria de maioria simples, exigindo-se o quorum de 2/3 apenas no
julgamento final (STF, ADPF 387).
Ah, diante do inegável clima hostil (pra dizer o mínimo!) entre Dilma e Eduardo Cunha, questio-
nou-se sobre a possibilidade de aplicação das regras de suspeição ou impedimento relacio-
nadas aos parlamentares, seja da Câmara dos Deputados (admissão da acusação), seja do
Senado Federal (julgamento no Crime de Responsabilidade). A esse respeito, o STF entendeu
pela inaplicabilidade das regras de suspeição e de impedimento previstas nos Códigos de
Processo (STF, MS 21.623).

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Instruído o processo, sob a presidência do presidente do STF, o julgamento final do impeach-


ment caberá ao Plenário do Senado Federal. Para que haja a condenação, novamente se exige
quorum qualificado de 2/3 (dois terços) dos Senadores.
Um ponto importantíssimo: em respeito à separação dos Poderes, não cabe ao STF rever a
condenação proferida pelo Senado Federal.
E
 m outras palavras, não se admite que o STF reveja o mérito (se a condenação era devida ou não).
Entretanto, o Tribunal pode – e deve! – observar a observância dos direitos e das garantias
constitucionais (devido processo legal, contraditório, ampla defesa etc) durante a tramitação
do processo em qualquer das Casas Legislativas.
A
 condenação no impeachment é política, e não penal. Ela autoriza a imposição de duas sanções:
a) perda da função pública;
b) inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública.
P
 or ser mais recente, você provavelmente se lembra o que aconteceu no julgamento da Ex-pre-
sidente Dilma. Então, vou fazer um paralelo entre ele e o julgamento do Ex-presidente Collor.
N
 o caso de Fernando Collor, buscando escapar do processo de cassação, ele, na véspera do jul-
gamento, renunciou ao mandato. Qual era a estratégia? Escapar da inabilitação por oito anos...
Sua tentativa não deu certo... Isso porque o STF entendeu que a renúncia ao cargo, apre-
sentada durante a sessão de julgamento, não paralisaria o processo de impeachment (STF,
MS 21.689).
Ou seja, no final das contas, acabou havendo o fatiamento das sanções.
Como assim, professor?
Ora, se as punições (perda do cargo e inabilitação por oito anos) fossem atreladas, Collor es-
caparia sem sofrer nenhuma delas, uma vez que a sanção de perda da função não poderia ser
aplicada diante da renúncia ao cargo.
Vou analisar agora a situação do impeachment de Dilma Rousseff.
Durante a votação, os Senadores findaram separando os quesitos. Primeiro, votou-se favora-
velmente à perda do cargo. Em seguida, não se aplicou a inabilitação por oito anos.
Dito em outras palavras, novamente se fatiou, impondo-se apenas uma das punições.

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Houve questionamento perante o STF, por parte de alguns parlamentares, que impetraram
vários mandados de segurança. As liminares foram indeferidas, mas o mérito dos pedidos
ainda não foi julgado.
Pronto! Hora de voltarmos para a questão.
P
 ela própria narrativa feita, você já descobriu que a resposta esperada está na letra A, uma vez
que atos do presidente da República que atentem especialmente contra a probidade na admi-
nistração, a lei orçamentária e o cumprimento das leis e das decisões judiciais são crimes de
responsabilidade classificados como crimes funcionais. Ou seja, autorizam o impeachment.
A
 h, lembro que o presidente é o único agente político que não se sujeita à Lei de Improbidade
Administrativa. Isso porque, expressamente, a Constituição (artigo 85, V) diz que ato por ele pra-
ticado que atente contra a probidade da administração caracteriza crime de responsabilidade.
Olhando para as outras alternativas, está errada a letra B, porque o afastamento do presidente
não se dará com a autorização para abertura de processo, dada pela Câmara dos Deputados.
Ao contrário, no crime de responsabilidade, o presidente só será afastado se o Senado admitir
a acusação.
A letra c está errada, pois o fato de o presidente ser auxiliado pelos Ministros de Estado não
conduz à conclusão de que seria uma função compartilhada.
Na letra d, o erro consiste em atribuir ao TSE a tarefa de declarar a vacância quando o presi-
dente ou Vice não tomarem posse dentro do prazo de 10 dias. Quem tem essa prerrogativa é
o Congresso Nacional.
Por fim, errada a letra e, na medida em que o presidente age como Chefe de Governo (“Brasil
para dentro”) quando nomeia Ministros do STF, dos Tribunais Superiores, o PGR ou diretores
de autarquias e de fundações públicas.

Questão 4 (TJDFT/JUIZ DE DIREITO/2015) Acerca da organização administrativa, da ad-


ministração pública e da ordem social, assinale a opção correta considerando a jurisprudên-
cia do STF.
a) Caso um município não cumpra lei federal válida, será permitido à União decretar interven-
ção federal nesse município para garantir a execução da ordem legal.

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b) Situação hipotética: O governador de um estado da Federação foi flagrado pela Polícia


Federal portando valor recebido para favorecer determinada empresa em uma licitação. As-
sertiva: Nesse caso, o agente político está sujeito tanto à responsabilização política mediante
impeachment, desde que ainda seja titular do referido mandato eletivo, quanto à responsabi-
lização cível por improbidade administrativa.
c) O texto constitucional estabeleceu contribuição previdenciária sobre aposentadorias e
pensões e, assim, extinguiu a imunidade contributiva dos aposentados e pensionistas vincu-
lados ao regime geral de previdência social e ao regime dos servidores públicos.
d) Caso haja intenção de desmembrar um município, deve ser feita consulta por meio de ple-
biscito à população da área a ser desmembrada, mas não há exigência legal nesse sentido no
que se refere à população remanescente.
e) Situação hipotética: Um estado da Federação editou lei que proíbe a contratação, pela ad-
ministração desse estado, de empresas de parentes de ocupantes de cargo de governador
e de secretário de Estado. Assertiva: Nesse caso, a lei editada é inconstitucional por violar a
exclusividade da União para legislar sobre licitações e contratos.

Letra b.
A resposta esperada está na letra b. Isso porque os governadores estão sujeitos à tripla res-
ponsabilização. Explico. A eles podem ser impostas as regras dos crimes de responsabilidade
(impeachment, Lei n. 1.079/1950); a Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992 e
também as regras para julgamento de infrações penais comuns.
Ainda sobre o tema, lembro que as infrações penais comuns (abrange crimes militares, eleitorais
e contravenções penais) serão julgadas perante o STJ, conforme artigo 105, I, da Constituição.
Já o crime de responsabilidade será julgado por um Tribunal especial, previsto na Lei n. 1.079/1950.
Ele será composto pelo presidente do TJ, cinco desembargadores e cinco deputados estaduais/
distritais.
Por sua vez, na ação de improbidade, nas ações civis públicas e nas ações populares não se
fala em foro especial, respondendo o governador perante Juiz de 1ª instância.
Analiso rapidamente as falhas das outras alternativas.

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Errada a letra a, porque, em regra, a União não pode intervir em municípios. A exceção fica por
conta de o município estar situado dentro de território federal, pois nesse caso a União agiria
como se estado fosse.
O erro da letra c está em incluir os aposentados e pensionistas do RGPS na contribuição dos
inativos. A malfadada regra, introduzida pela EC n. 41/2003 – e mantida na EC n. 103/2019
–, vale apenas para o RPPS, ainda assim somente nos valores excedentes ao teto do RGPS.
Está errada a letra d, porque toda a população atingida deve ser abrangida pelo plebiscito.
Isso significa a inclusão daqueles que residem na área a ser criada e também na que será
afetada pela exclusão.
A letra e também está errada, porque a lei estadual não invadiu competência da União para
tratar de normas gerais, além de ser lastreada em outros princípios da Administração, como
a impessoalidade e a moralidade.

Questão 5 (TJDF/JUIZ DE DIREITO/2014) A respeito do Poder Executivo nas esferas fede-


ral, estadual e municipal, assinale a opção correta.
a) As atribuições do presidente da República estão taxativamente previstas em dispositivo
específico da CF.
b) A sentença condenatória do presidente da República pela prática de crime de responsabi-
lidade será materializada mediante resolução do Senado Federal, limitando-se a condenação
à perda do cargo com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem pre-
juízo das demais sanções judiciais cabíveis.
c) Não pode ser objeto de delegação a ministro de Estado a atribuição conferida pela CF ao
presidente da República de demitir servidor público federal.
d) No caso de impedimento do governador e do vice-governador do DF, ou de vacância dos
referidos cargos, serão sucessivamente chamados para o exercício da chefia do Poder Exe-
cutivo desse ente federativo o presidente da CLDF, o vice-presidente da CLDF e o presidente
do TJDFT.
e) De acordo com o disposto na CF, enquanto não sobrevier sentença condenatória, o chefe do
Poder Executivo, nas três esferas da Federação, não estará sujeito a prisão pelo cometimento
de infrações penais comuns.

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Letra b.
O erro da letra a está em afirmar que as atribuições do presidente aparecem em rol taxativo no
texto constitucional quando, na verdade, o artigo 84 apresenta rol meramente exemplificativo.
A letra c está errada porque o artigo 84, parágrafo único, fala que o PGR, o AGU e os Minis-
tros de Estado podem prover cargos públicos federais, na forma da lei. A partir daí, tem-se a
orientação de que, se ele pode prover, também pode improver (= demitir), dentro do princípio
da simetria.
Também errada a letra d. Isso porque o artigo 93 da LODF prevê que “em caso de impedi-
mento do governador e do Vice-Governador, ou de vacância dos respectivos cargos, serão
sucessivamente chamados ao exercício da chefia do Poder Executivo o presidente da Câmara
Legislativa e o presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios”. Ou seja, o
Vice-presidente da CLDF não entra na fila...
Errada a letra e, ao colocar todos os Chefes do Executivo dentro da imunidade presidencial.
Somente o presidente da República tem imunidade a prisão, podendo ser preso somente após
a prolação de sentença, lembrando que para ter sentença é necessário: a) que os fatos guar-
dem relação com o exercício do cargo; e b) que haja autorização de 2/3 da Câmara dos Depu-
tados para a abertura de processo.
S
 obra como correta a letra b. A condenação no crime de responsabilidade (impeachment) é
penal, e não política. Ela acarreta a inabilitação pelo prazo de oito anos e a perda do cargo
público.

Questão 6 (TRF 2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2013) Assinale a opção correta acerca do Poder


Executivo na ordem constitucional brasileira.
a) O Conselho da República é órgão superior de consulta do presidente da República, e dele
participam, além dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, os líderes
da maioria e da minoria em ambas as casas legislativas, o ministro da Justiça e seis cidadãos
brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, de livre nomeação pelo chefe do
Poder Executivo.

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b) Compete ao Conselho da República opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de ce-


lebração da paz, de decretação do estado de defesa e do estado de sítio.
c) Tanto as funções de chefe de Estado como as de chefe de governo integram o rol de com-
petências privativas do presidente da República.
d) A CF determina que, ficando vagos os cargos de presidente e vice-presidente da República
nos dois primeiros anos de mandato, o STF declarará a vacância de ambos os cargos e inves-
tirá na função de presidente o sucessor, para em seguida serem convocadas eleições.
e) Os ministros de Estado serão sempre julgados pelo STF, seja nos crimes comuns, seja nos
crimes de responsabilidade.

Letra c.
A resposta esperada está na letra c, na medida em que o artigo 84 estabelece um rol exem-
plificativo de atribuições do presidente. Nele, há atribuições próprias de Chefe de Estado (ex:
declarar guerra e celebrar paz), assim como outras inerentes à Chefia de Governo (ex: prover
e extinguir cargos públicos federais, na forma da lei).
Olhando para as demais, estava tudo indo bem na letra A, até que, na parte final, constou que
os seis cidadãos natos seriam escolhidos pelo presidente da República. Na verdade, apenas
dois são escolhidos por ele, sendo outros dois pela Câmara e os últimos dois pelo Senado.
Errada a letra b, porque é o Conselho de Defesa Nacional que opina em situações de decla-
ração e guerra e celebração de paz. O Conselho da República é chamado para se manifestar
sobre intervenção federal, estado de defesa e de sítio, bem assim sobre questões relevantes
para a estabilidade das instituições democráticas.
A letra e está errada. É que, em regra, caberá ao STF julgar os Ministros de Estado (assim
como outras autoridades de 2º escalão da República) tanto nos crimes comuns quanto nos
de responsabilidade. Acontece que se o crime de responsabilidade for praticado em conexão
com o presidente ou Vice-presidente, o processo será deslocado para o Senado, conforme
artigo 52, I, da Constituição.
Propositalmente, deixei para o final a letra d. O tema ganhou novo ‘tempero’ com a Lei n.
13.195/2015.
Explico.

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Tratando-se de dupla vacância, ou seja, afastando-se definitivamente o presidente e o Vice-


-presidente dos cargos antes do término do mandato, a solução será a seguinte:

Solução nas hipóteses de dupla vacância no cenário federal


Vacância nos dois Será realizada nova eleição no prazo de 90 dias
primeiros anos do depois de aberta última vaga.
mandato * Eleição direta, com votação popular.
Vacância nos dois Far-se-á eleição no prazo de 30 dias, depois de
últimos anos do aberta última vaga.
mandato * Eleição indireta, com votação do Congresso
Nacional (povo não escolhe o novo presidente e
Vice).
* Em ambos os casos, quem assumir o mandato, só vai completar o
tempo que restava ao anterior ocupante. É o chamado mandato-tam-
pão.

Agora cuidado com um ponto: a Lei Federal n. 13.165/2015 (lei da minirreforma eleitoral) pre-
vê que na dupla vacância provocada por razões eleitorais – indeferimento de registro, cassa-
ção do diploma e perda do mandato de candidato em pleito majoritário, independentemente
do número de votos anulado –, só haverá eleições indiretas se faltar menos de 6 meses para
o término do mandato.
Exemplificando, a perda de mandato de governador e de vice por compra de votos geraria a
aplicação da regra atual do artigo 225, § 4º, do Código Eleitoral, sendo realizadas eleições
diretas, exceto se faltar menos de 6 meses para seu mandato acabar.
Por outro lado, se o motivo da dupla vacância for alguma causa não eleitoral (morte, desistên-
cia, renúncia ao mandato etc), valerá a regra prevista na Constituição Estadual (Governador)
ou na Lei Orgânica (governador do DF e municípios).

Por que há regras diferentes, professor?

Se a causa for eleitoral, vale a regra federal, porque cabe à União legislar privativamente so-
bre matéria eleitoral. Do contrário, se a matéria tratar de organização político-administrativa,

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cada ente da Federação tem legitimidade para legislar – autonomia Financeira, Administrati-
va e Política.
Ou seja, se você reparou bem, a lei federal contrariou a regra aí de cima, que fala em elei-
ções indiretas para presidente e Vice-presidente da República nos últimos dois anos do
mandato, certo?
Pois é, apreciando a constitucionalidade da referida lei, o STF entendeu pela validade das no-
vas regras para os cargos de governador e de prefeito, mas não para presidente da República
e Senador.

Como assim?

Deixe-me explicar: primeiro, é bom lembrar que cabe à União, de forma privativa, legislar sobre
direito eleitoral. Então, até aí, nada de errado com a lei federal.
O problema é que ela dizia que as novas regras seriam aplicáveis aos cargos majoritários,
sem fazer nenhuma ressalva. Acontece que para o cargo de presidente da República e para o
de Senador a própria Constituição Federal já prevê um procedimento específico, e diferente do
que constou na Lei n. 13.165/2015.
Então, para presidente continua valendo a regra do artigo 81, § 1º, da Constituição, segundo a
qual as eleições indiretas ocorrerão se vagarem os cargos de presidente e de Vice-presidente
nos dois últimos anos do mandato.
Por sua vez, para senadores, prevalecerá a norma do artigo 56, § 2º, da Constituição, a qual
prevê que ocorrendo vaga e não havendo suplente, nova eleição será feita para preenchê-la se
faltarem mais de quinze meses para o término do mandato (STF, ADI 5.525).
Lembrando, para governador e para prefeito teremos duas opções: a) se a dupla vacância
decorrer de causas eleitorais, aplica-se a lei federal, com eleições indiretas apenas se faltar
menos de seis meses para o fim do mandato; b) para dupla vacância fundada em causas não
eleitorais, vale a regra editada pelo próprio ente – Estado ou Município.
Isso porque as regras atinentes à dupla vacância não são de observância obrigatória no âm-
bito estadual. Isso significa que as Constituições Estaduais ou Leis Orgânicas podem prever

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solução diversa caso haja vacância nos cargos de governador e vice-governador (STF, ADI-
-MC 4.298) ou de prefeito e vice-prefeito (STF, ADI 3.549).

Questão 7 (TRF 5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2013) No que concerne ao Poder Executivo, as-


sinale a opção correta.
a) A administração de território federal fica ao encargo de governador nomeado pela Presi-
dência da República, independentemente de aprovação pelo Senado Federal.
b) A sentença condenatória em processo de impeachment é materializada por meio de reso-
lução editada pelo Senado Federal.
c) Pelos crimes de responsabilidade, conexos ou não a crime cometido pelo presidente da
República, os ministros de Estado serão julgados pelo STF.
d) Para instaurar o processo de impeachment contra o chefe do Poder Executivo, o Senado
Federal deve considerar os critérios de oportunidade e conveniência.
e) O governador de estado que, em decorrência de aprovação em concurso público, tomar
posse em cargo na administração pública direta ou indireta perderá o mandato.

Letra b.
Os Territórios Federais são autarquias da União. Seu governador será indicado pelo presiden-
te da República, após aprovação do nome pelo Senado Federal. Isso torna errada a letra a.
A letra c está errada. É que, em regra, caberá ao STF julgar os Ministros de Estado (assim
como outras autoridades de 2º escalão da República) tanto nos crimes comuns quanto nos
de responsabilidade. Acontece que se o crime de responsabilidade for praticado em conexão
com o presidente ou vice-presidente, o processo será deslocado para o Senado, conforme
artigo 52, I, da Constituição.
Na letra d, é importante destacar que a prova data de 2013, e o STF julgou detalhes envolvendo
a tramitação do impeachment contra a ex-presidente Dilma. No referido julgado, prevaleceu a
orientação de que o Senado, ao receber a autorização vinda da Câmara, não estava obrigado
a dar andamento automático ao processo. Ele deveria emitir um juízo de admissibilidade, por
votação de maioria simples. O quórum qualificado de 2/3 é só para a votação final.
Por fim, em relação à situação do governador, ou de qualquer outro agente político, se houver
a submissão a concurso, aprovação e nomeação, ele pode tomar posse, usando a licença para

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exercício de mandato eletivo. Assim, ele assume o cargo público efetivo (usando a licença) e
seguirá afastado, contando para todos os efeitos, menos promoção por merecimento – artigo
38 da Constituição. Assim, errada a letra e.
Sobra como correta a letra b.
O impeachment (crime de responsabilidade) é julgado no Senado, com a decisão final ma-
terializada por meio de resolução da Casa. Contra a decisão de mérito, não cabe recorrer ao
Judiciário, pelo princípio da separação de poderes.

Aragonê Fernandes
Atualmente, atua como Juiz de Direito do TJDFT. Contudo, em seu qualificado percurso profissional, já
se dedicou a ser Promotor de Justiça do MPDFT; Assessor de Ministros do STJ; Analista do STF; além
de ter sido aprovado em vários concursos públicos. Leciona Direito Constitucional em variados cursos
preparatórios para concursos.

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