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INSTITUTO DE ARTES
BACHARELADO EM MÚSICA - VIOLINO
ANÁLISE MUSICAL I
Porto Alegre
2016
INFORMAÇÕES PRELIMINARES
(A) Microanálise
Ritmo: tempo moderado, em compasso binário simples (2/2), começando numa
anacruse com duas semínimas na metade do compasso. Caráter de dança
andada.
Motivo principal:
A anacruse se repete no começo de cada período. O motivo principal aparece
nas duas sessões e a peça possui longos períodos de colcheias contínuas.
Figuração rítmica de menor valor é a colcheia e a de maior valor é a mínima.
Ritmo harmônico rápido: os acordes implícitos na melodia mudam dentro de
um mesmo compasso ou são mantidos por um ou dois compassos. Por
exemplo, do compasso 1 ao 4, a melodia faz o caminho i – iv – ii – i – V – i em
um curto espaço de tempo.
Acentuação no primeiro e segundo tempo.
Harmonia:
Ritmo harmônico rápido.
Primeira frase começa na tônica e faz caminho harmônico até ii – V – i
(cadência autêntica perfeita). Frase conclusiva. Período acaba em uma meia
cadência, acabando no V.
Segundo período começa no dominante menor e faz caminho harmônico até
cadenciar na relativa maior (v-III). Incursão pelo primeiro grau maior no terceiro
período, cadência imperfeita para voltar para a tônica menor (V7²-i) e cadência
perfeita (V-i) para finalizar.
Dissonâncias: Uso do Am7 e Aø, do campo harmônico de C. Um acorde de iiø
(terceiro tempo do compasso 22). Compasso 30 – Incursão por C e uso do
I7(9). Uso da dominante com a 7ª menor no baixo no compasso 32. Presença
de vários acordes com sétima.
Som:
Peça para violoncelo solo, escrita idiomática e estrutura polifônica.
Uso do timbre do violoncelo ao acrescentar bastante o uso das cordas duplas
quando se quer uma textura mais densa.
(B) Macroanálise
Ritmo: Forma binária. A primeira sessão possui 12 compassos com um
período composto por três frases. A segunda sessão possui 24 compassos
com um período duplo de 12 compassos cada um. Cada sessão possui uma
barra de repetição.
Após a exposição do tema com o motivo principal e suas variações e em um
ritmo mais fragmentado, temos um material novo com um ritmo contínuo de
colcheias, onde podemos observar O.
Melodia:
Uso da escala de C menor melódica.
Intervalos recorrentes: terças menores e maiores.
Intervalos descendentes de quinta diminuta na primeira sessão, associado ao
aumento de tensão rítmica. (O)
Na segunda sessão, próximo ao fim, a insistência no intervalo descendente da
tônica para o sétimo grau maior.
Materiais escalares utilizados em finais de frases, anacruses para novas frases
ou em cadências.
Uso de intervalos não diatônicos em momentos de tensão rítmica. (O)
Harmonia:
Ritmo harmônico rápido (mais rápido quando perto de cadências).
Estrutura fraseológica bastante separada por cadências. Cadências usuais,
exceto pelo momento quando há a cadência no III.
Afastamento da tônica por longos períodos, principalmente nas colcheias
anteriores aos momentos de repouso.
Tonicalização para C maior no compasso 25. Retorno ao i no compasso 28.
Nova passagem pelo no compasso 30, volta à tônica menor através de uma
cadência imperfeita.
Som:
Dinâmica pode acompanhar as ideias harmônicas e o fator CT.
Melodia:
T alcançada pela presença de grau não diatônicos (a partir do compasso 4) e
pela chegada na nota mais aguda na peça (compasso 7). C (repouso)
alcançado pelo retorno do motivo principal e a semicadência (compasso 13).
Material melódico novo (N) acompanhado pela continuidade das colcheias.
Estrutura frasealógica definida por cadências em alguns pontos.
Harmonia:
A primeira frase funciona como uma exposição do tema, com uma cadência
autência perfeita, frase conclusiva. Logo dá espaço a uma grande espectativa
devido ao aumento da T harmônica, do compasso quatro em diante, (associado
à T melódica e T rítmica), com o uso de dissonâncias (acordes com sétima e
meio diminuto), com a preparação com o V, quebrando essa expectativa ao
terminar a primeira sessão em uma meia cadência. O inesperado também
ocorre na primeira cadência do segundo período, que vem de um ritmo
harmônico bastante rápido, mudando os acordes rapidamente (associado ao
ritmo) e cadenciando no relativo maior. Ao voltar para a tônica no compasso 32
têm-se a sensação de repouso, que logo dá espaço para um novo momento de
T (ii°, uso do iv7 e V) para finalmente acabar a sessão no i, em uma cadência
perfeita.
Podemos chamar de forma binária de arco, pois cada sessão possui um
momento de T e C bem definidos.
Som:
Semelhança entre as duas sessões no que se refere ao uso das dinâmicas.
Criar tensão: crescendos. Recolhimentos: decrescendos ou repousos.
Análise Descritiva da Gavota 2 da Suíte BWV 1011
(A) Microanálise
Ritmo: andamento rápido e constrastante ao primeiro movimento, em
compasso binário simples (2/2), começando numa anacruse com duas
semínimas na metade do compasso.
Motivo rítmico principal inicia todas as partes/períodos:
Harmonia:
Ritmo harmônico lento. Harmonia relativamente simples.
Primeiro período começa na tônica e termina na tônica. Segundo período
começa na relativa maior (Eb) e termina em uma semicadência. Terceiro
período faz o mesmo caminho da parte A. Parte C vai para o subdominante
menor, fa menor. Retorno à dó menor no compasso 20.
Não há presença de dissonâncias nesse movimento.
Som:
Peça para violoncelo solo, escrita idiomática e estrutura monofônica.
Aspecto constrastante: ausência de acordes e cordas duplas como na gavotte
1. Aspectos de dinâmica irrelevantes.
(B) Macroanálise
Ritmo: forma ABACA, rondo.
Os primeiros três períodos (ABA) são formados por quatro compassos cada
um. A parte C é a maior parte apresentando aproximadamente 8 compassos e
o último A é uma sessão abreviada do primeiro A (é a única parte que não
começa com o motivo principal).
Melodia:
Uso da escala de C menor melódica. Aparecimento da escala de fa menor na
forma melódica (parte C).
Materiais escalares constantes pelo uso de graus conjuntos. Alguns
movimentos arpejados.
Harmonia:
Ritmo harmônico lento. O mesmo grau percorre vários compassos. Pouca ou
nenhuma tensão harmônica. Predominância de consonâncias, tendendo a
estar quase sempre em repouso.
Som:
Fatores irrelevantes.
Melodia:
Pouco ou quase nenhum momento de tensão melódica, permanecendo em
repouso a maior parte do tempo.
Conclusão