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Educação musical e o ensino da arte

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Educação musical e o ensino da arte

SUMÁRIO

Educação musical na história e no currículo ............................................................... 3


A educação musical na história ................................................................................... 3
Percurso história no brasil ........................................................................................... 5
Conteúdo desta disciplina ......................................................................................... 13
Educação musical na escola ..................................................................................... 15
Os efeitos da música nas pessoas ............................................................................ 17
Como trabalhar com a música................................................................................... 19
Os primeiros contatos ............................................................................................... 19
O trabalho na sala de aula ........................................................................................ 20
Recursos para a aula ................................................................................................ 23
A história do ensino de arte no brasil ........................................................................ 26
Arte a linguagem universal ........................................................................................ 29
Metodologia do ensino de arte .................................................................................. 31
Como planejar as aulas de arte?............................................................................... 35
Processo de criação .................................................................................................. 37
Conteúdos estruturantes ........................................................................................... 38
Como fazer apreciação em arte? .............................................................................. 40
Avaliação não o fim e sim o processo a ser percorrido durante a aprendizagem do
Educando .................................................................................................................. 40
O ensino de arte no brasil: breve histórico ................................................................ 44
A arte na legislação brasileira para educação ........................................................... 46
Arte nos pcn .............................................................................................................. 49
Aprendizagem significativa: uma concepção de ensino e aprendizagem ................. 50
Referências ......................................................................................................................................... 57

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EDUCAÇÃO MUSICAL NA HISTÓRIA E NO CURRÍCULO

A Educação Musical escolar não objetiva a formação de músicos, mas o acesso


à diversidade de práticas e expressões musicais das diversas culturas, inclusive a
nossa. Vários estudos mostram a importância da aprendizagem Musical para o
desenvolvimento cognitivo, psicomotor, emocional, afetivo, socializante e para a
construção de valores pessoais nas crianças e jovens. Portanto, a música é uma
pratica social onde exercitamos as aptidões de ouvir, compreender e respeitar o outro.
Por todo esse potencial que através da música podemos trabalhar e desenvolver, ela
se constitui em campo especifico de atuação e estudo.
Neste capítulo tratarei da implantação, ou como veremos, da re-implantação da
Educação Musical nas escolas. E para melhor compreendermos como se deu essa
implantação precisamos conhecer, mesmo que resumidamente, o percurso e as
concepções históricas sobre Educação Musical.

A Educação Musical na história

https://www.sabra.org.br/site/historia-educacao-Musical-brasileira/

Neste tópico, faremos um breve percurso ao longo da história e veremos de


que modo a Educação Musical esteve presente na formação dos indivíduos, desde a
idade antiga, passando pelas idades média e moderna até o período contemporâneo.
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Educar por meio da arte é uma proposta antiga, desde a antiguidade e clássica
a música fazia parte do que se ensinava às crianças e aos jovens.
Como já sabemos, a cultura antiga também é conhecida como clássica devido
à sua grande importância e influência na formação do mundo ocidental. Podemos
dizer, de fato, que a música é um dos fatores que acresceram o nível de importância
de tal formação.
Na Grécia antiga, a Educação Musical fazia parte da formação do indivíduo
desde sua infância, inclusive em Esparta, região ao sul da Grécia que era conhecida
por ser culturalmente atrasada. Em um primeiro momento, os Espartanos formavam
suas crianças através do esporte e da música também, não somente através da arte
militar. A Educação Musical se dava a partir dos sete anos de idade, mas parava aos
doze anos, quando tinha início o trabalho físico voltado para uma cultura militar.
Em Atenas, o “berço” da democracia, também havia formação física, mas a
preocupação era maior com a formação intelectual visando capacitar o cidadão a
participar mais ativamente dos destinos da cidade. Também aos sete anos de idade
que se inicia a Educação Musical ateniense, mas só para os meninos, que aprendiam
a tocar flauta e cítara, cantavam em corais. A forma mais praticada para abranger
música e exercícios físicos era a dança. A partir dos treze anos a música começa a
perder espaço para outras atividades como matemática, astronomia e geometria.
No período helenístico, criou-se um sistema educacional que foi usado por
muitos séculos: o trivium (gramática, retórica e dialética) e o quadrivium (aritmética,
música, geometria e astronomia). Vale lembrar que o período helenístico foi o que
mais valorizou os aspectos culturais da formação do indivíduo.
Quando passamos ao período medieval vemos que o sistema
Trivium/Quadrivium continuou em voga, logo a música continuou presente na
educação.
Nas escolas cristãs medievais, a música estava presente e era ensinada
através de perguntas e respostas, ditados, exercícios de repetição e memorização,
fixação e cópias. Já nas escolas organizadas pelo estado ela só estava presente
através do canto.
Nas escolas seculares era um pouco mais complexo. A música estava sempre
presente através de teoria e prática, mas o ensino (não só de música) era divido

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socialmente entre meninos (para pajem, escudeiro ou para cavaleiro), meninas e


servos da gleba.
Durante o período moderno, mais especificamente no contexto da Reforma
Protestante, Martinho Lutero foi um dos grandes defensores do ensino da música, se
tornando muito conhecido os seus corais. Mas ele não pregava apenas a música, mas
sim a arte de um modo geral, como o ensino de literaturas, por exemplo.
A partir de então a música passou a ser mais difundida em meios populares,
mas só em poucos momentos ensinada nas escolas e menos momentos ainda
ensinados como parte do currículo.

Percurso história no Brasil

Não faz muito tempo que Villa Lobos,


dentre outros (como Julião, Lozano, Vilela)
lutavam em favor da formação Musical nas
escolas públicas e privadas. Juntos lideravam
um maravilhoso movimento de valorização da
música nas escolas, da iniciação Musical seria;
um verdadeiro estímulo aos jovens talentos e a
formação de músicos.
Nesta época o Ministério da Educação e as Secretarias estaduais reconheciam
a importância do ensino-aprendizado Musical e adotavam medidas que gradualmente
vinha fazendo com que a arte dos sons passasse a ser encarada não como privilégio
de poucos, mas como conhecimento e conjunto de competências necessárias a todos.
Encontrávamos em várias escolas a Educação Musical ministrada por mestres
cultos e dedicados no âmbito da beleza e da inteligência Musical. Independente da
classe socioeconômica os alunos praticavam modernos exercícios de solfejo e eram
familiarizados e estimulados a conhecerem as obras de Mozart, Bethoven, Verdi etc.
Esse tipo de educação não buscava torna-los músicos de renome, mas de fazê-los
apreciarem os sons, lerem uma partitura simples, cantarem e quem sabe até
buscarem um dos muitos instrumentos para um aprofundamento e uma aprendizagem
paralela.

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Hoje o que encontramos e o que a música passou a representar na escola é a


música barata, folclore com instrumentos precários e até mesmo puro barulho. O
movimento que culminou na lei 11.769/08 tem como objetivo retornar o movimento
iniciado por Villa Lobos. Revitalizando e ressignificando a Educação Musical.
Assim podemos dizer que falar da Educação Musical é retomar uma prática e
luta antiga, começada em 1930 com Vila Lobos e o projeto de Canto Orfeônico, muito
popular nas escolas municipais de Paris. O projeto de Vila Lobos foi muito bem aceito
e em 18 de abril de 1932 foi assinado o decreto Nº19.890 que tornou obrigatório o
Canto Orfeônico nas escolas do Distrito Federal. Sua principal característica era a
alfabetização Musical nas escolas regulares. Foi nestas décadas (30 e 40) que ele
introduziu o projeto do Canto Orfeônico, onde prevalecia a teoria e a memorização
das peças musicais de natureza folclóricos e cívicos. O que podemos observar no
PCN Artes.

“Em Música, a tendência tradicionalista teve seu representante máximo no


Canto Orfeônico, projeto preparado pelo compositor Heitor Villa-Lobos, na década de
30. Esse projeto constitui referência importante por ter pretendido levar a linguagem
Musical de maneira consistente e sistemática a todo o País. O Canto Orfeônico
difundia ideias de coletividade e civismo, princípios condizentes com o momento
político de então.” (PCN-Artes, 1997, p.22)
O projeto de Vila Lobos teve dificuldade com a orientação dos professores,
capacitação pedagógica e metodologia de ensino estruturada, o que acabou
transformando a aula de música em teoria Musical com base na parte matemática e
visual da pauta Musical, resultando em peças orfeônicas memorizadas. Tais peças
refletiam o caráter cívico, folclórico e de exaltação típicos da época.
Na década de 1960 o Canto Orfeônico foi substituído pela Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (LDB 1961) para Educação Musical, sendo de caráter opcional e
ocorrendo dentro de um processo de experimentação. Juntamente com a Educação
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Musical as escolas incorporam os novos métodos europeus, que tinham o intuito de


trazer um melhor desenvolvimento auditivo, rítmico, de expressão corporal e de
socialização através da utilização de instrumentos de percussão, roda e brincadeira,
fazendo com que as crianças experimentassem, improvisassem e criassem,
mostrando que a música pode ser cantada, sentida, tocada, dançada. Sua ênfase é
na liberdade de criação. É neste período que segundo Mateiro (2000) se debate o que
é sensibilizar e Musicalizar e reconhecem-se palavras chaves:
Iniciação Musical, Musicalização, Arte-Educação, Sensibilização e Métodos.
Sob influência da tendência escolanovista, as práticas pedagógicas são
reformuladas, o que antes era diretiva, centrada no professor e na repetição de
modelos, agora visa o aluno e sua criação, ou seja, preocupa-se com o
desenvolvimento natural da criança respeitando suas necessidades e aspirações e
prezando suas formas de expressões e de assimilação de mundo.
É interessante perceber o esforço para se aproximar as artes manifestadas
dentro e fora do ambiente escolar. A importância dessa aproximação se dá justamente
quando ela sugere uma ligação direta com a rica realidade artística brasileira, que é
mundialmente conhecida.
Já na década de 1970 com o artigo 7º da lei 5.692 de 1971 a música passa a
ser componente curricular obrigatório, mas visto como elemento do ensino
interdisciplinar, considerada atividade-educativa. Essa reforma na Educação Artística
gerou uma modificação no currículo escolar, onde a mesma foi inserida no 1º e 2º
graus, acarretando problemas não só para o ensino de música como também para as
artes plásticas e cênicas.
“A introdução da Educação Artística no currículo escolar foi um avanço,
principalmente se se considerar que houve um entendimento em relação à arte na
formação dos indivíduos, seguindo os ditames de um pensamento renovador. No
entanto, o resultado dessa proposição foi contraditório e paradoxal.” (PCN-Artes,
1997, p.24)

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https://pedagogiaaopedaletra.com/presenca-da-música-na-educacao-infantil-ideias-e-praticas-correntes/

Teríamos, portanto, que encontrar um professor versátil capaz de fazer seus


alunos atingirem amplos e complexos objetivos como: “expressar e saber comunicar-
se em artes [...] interagir com materiais instrumentos e procedimentos variados [...]
compreender e saber identificar aspectos da função e dos resultados do trabalho do
artista [...]” (PCN-Artes 1997, p.39-40), mas o que encontramos são profissionais com
formação especificas em uma das artes e que consequentemente priorizavam o
ensino da mesma e casualmente esboçam tentativas referentes aos outros campos;
ou então, escolas com professores apaixonados por ensinar história da arte levando
seus alunos para museus, teatros, apresentações musicais e de dança. O que nos
leva a constatar que a existência de uma lei não garante que o ensino seja
desenvolvido de maneira que os alunos obtenham qualidade e compreensão das
multiplicidades que envolvem o universo da arte.
É neste contexto que são formados os cursos de Arte-educação nas
universidades a fim de formar profissionais em dois anos com capacidades de ensinar
música, teatro, dança e artes visuais gerando uma aprendizagem rápida e superficial.
O que em sala de aula resulta em reproduções de modelos e técnicas e desvinculação
das atividades com a realidade do aluno. Demonstrando “que o sistema educacional
vigente estava enfrentando dificuldades de base na relação entre teoria e pratica.”
(PCN-Artes, 1997, p.24)

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Em 1980 o professor de educação artística reconhecia seu isolamento e a


escassez de seus conhecimentos na área e consolidando o movimento Arte Educação
possibilita que se abrangesse os debates sobre a valorização e aprimoramento do
profissional. Após a Constituição de 1988 começam-se os debates sobre a nova LDB
para que fosse incluído e reconhecido a importância da área de Artes
O parágrafo 2º do artigo 26 da LDB nº 9394/96 estabeleceu a obrigatoriedade
como componente curricular do ensino de arte nos diversos níveis da educação
básica, a fim de estimular o desenvolvimento cultural dos alunos. Também, entra em
vigor os Parâmetros Curriculares Nacionais trazendo uma antiga reivindicação da
educação brasileira, que consistia em uma maior importância e participação constante
das artes no currículo escolar. Isso tudo depois de um longo processo de debates e
conscientização por parte dos profissionais da Arte-Educação. Mas ainda se mantinha
a Educação artística, compreendendo todas as modalidades da arte. O PCN-Artes
(1997, p.71) nos diz sobre a distribuição dessas modalidades dentro da disciplina da
Educação Artística.
“Um bom planejamento precisa garantir a cada modalidade artística no mínimo
duas aulas semanais, em sequência, a cada ano, para que o aluno possa observar
continuidade e estabelecer relações entre diversos conteúdos, tanto em relação aos
conceitos da área quanto ao próprio percurso de criação pessoal. Por exemplo, se
Artes Visuais e Teatro forem eleitos respectivamente nas primeira e segunda séries,
as demais formas de arte poderão ser abordadas em alguns projetos
interdisciplinares, em visitas a espetáculos, apresentações ou apreciação de
reproduções em vídeos, pôsteres, etc. A mesma escola trabalhará com Dança e
Música na terceira e quarta séries, invertendo a opção pelos projetos
interdisciplinares.”
No final da década de 90 evolui-se as discussões a fim de gerar novos
concepções e metodologias para o ensino/aprendizagem de artes nas escolas.
Reivindicando a identificação não mais por Educação Artística como atividade, mas
por Artes, uma área do currículo com seus próprios conteúdos.

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Alteração do PCN- Artes

https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/05/03/lei-inclui-artes-visuais-danca-música-e-teatro-no-
curriculo-da-educacao-basica

Foi depois de muitas discussões, debates, organizações e movimentos que


surge um manifesto pela implantação da Lei 11.769, de 18 de agosto de 2008 que
altera a Lei 9.394/96, aprovada no senado como projeto de lei. A justificativa desta lei
(11.769/08) se dá, pois, o texto da LDB é ambíguo. Ao utilizar a expressão ensino de
arte permiti muitas interpretações o que tem provocado a manutenção da pratica
polivalente e da ausência do ensino de música. Também se questiona a incoerência
entre a formação especifica de profissionais nas diversas expressões da arte (visual,
música, teatro, dança) e a oferta de emprego para profissionais de Educação Artística.
A lei 11.769/08 dispõem sobre a obrigatoriedade do ensino de música na
educação básica, assim o ensino de música não será mais visto como atividade
educativa e sim parte do currículo escolar, tendo as escolas três anos para se
adaptarem ao novo sistema. Veja o que diz a lei:
“Art. 1º O art. 26 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar
acrescido do seguinte: § 6º A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não
exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2º deste artigo.
Art. 2º (VETADO)

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Art. 3º Os sistemas de ensino terão 3 (três) anos letivos para se adaptarem às


exigências estabelecidas nos arts. 1º e 2º desta Lei”
(BRASIL Lei 11.769 de 18 de Agosto de 2008, publicado no Diário Oficial da
União em 19/08/2008).
Foi o presidente da república que a aprovou e vetou o art. 2 que falava da
formação específica do professor para o ensino de música alegando que:
“No tocante ao parágrafo único do art. 62, é necessário que se tenha muita
clareza sobre o que significa „formação específica na área ‟. Vale ressaltar que a
música é uma prática social e que no Brasil existem diversos profissionais atuantes
nessa área sem formação acadêmica ou oficial em música e que são reconhecidos
nacionalmente. Esses profissionais estariam impossibilitados de ministrar tal conteúdo
na maneira em que este dispositivo está proposto.
Adicionalmente, esta exigência vai além da definição de uma diretriz curricular
e estabelece, sem precedentes, uma formação específica para a transferência de um
conteúdo. Note-se que não há qualquer exigência de formação específica para
Matemática, Física, Biologia etc. Nem mesmo quando a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional define conteúdos mais específicos como os relacionados a
diferentes culturas e etnias (art. 26, § 4o) e de língua estrangeira (art. 26, § 5o), ela
estabelece qual seria a formação mínima daqueles que passariam a ministrar esses
conteúdos.” (BRASIL Lei 11.769 de 18 de Agosto de 2008, publicado no Diário Oficial
da União em 19/08/2008).
Quanto ao veto deste artigo questiona-se que profissionais não habilitados
especificamente em música, entendendo especificamente por licenciados em música,
gera um ensino superficial e até perigoso aos educandos. Para Penna (2007, p.51) o
veto “parece se basear na (falsa) crença de que não há necessidade de uma
preparação específica para a atuação docente.” Sonia Albano, diretora regional da
Associação Brasileira de Ensino Musical, alerta quanto ao risco de profissionais não
habilitados: “Se um professor de Língua Estrangeira não pode lecionar Matemática,
um Ensino Musical de qualidade não pode ser ministrado por um professor que não
tenha conhecimento na área Musical. Trabalhar com um profissional não habilitado
propicia um ensino superficial e perigoso, pois o professor não terá condições de
avaliar os prejuízos que poderá provocar ao indivíduo e nem terá capacidade para

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aplicar esse conhecimento de maneira eficaz” (Sonia Albano apud Bernadino e Costa,
2009)
Essa visão fala especificamente da disciplina música, os professores das
diversas áreas de ensino podem e devem utilizar músicas em suas aulas, mas utilizar
e diferente de ter condições para ministrá-la.
Esclarecendo, mais uma vez, a habilitação especifica e questionando há
possibilidade de qualquer músico ministrar a aula de Educação Musical, Lisiane Bassi
nos alerta que o profissional para lecionar tem que saber mais que o conteúdo, tem
que ter didática, por isso a necessidade de uma capacitação especifica em
licenciatura.
“Há muitos profissionais formados em Música, mas que não têm didática. E,
geralmente, eles saem da faculdade com formação específica em apenas um
instrumento e com o objetivo de serem professores particulares de música, ou seja,
terem apenas um aluno por vez" (Lisiane Bassi apud Bernadino e Costa, 2009)
Mesmo com a necessidade de um profissional específico alguns
pesquisadores como as mencionadas acima, Lisiane Bassi e Sônia Albano, acreditam
ser interessante que os pedagogos tenham em sua formação acadêmica a inclusão
do estudo sobre Educação Musical, contemplando as seguintes questões: o que é
Educação Musical, como ela pode ser parceira no ensino-aprendizado e como usar a
música em sala de aula.
Fonterrada (2003) faz uma afirmação muito séria e preocupante ao falar
sobre a profissão do educador Musical.
“A profissão de educador Musical não existe no Código de Profissões do
Ministério do Trabalho. A Educação Musical não existe, também, como subárea das
áreas de Artes ou de Educação, nas listas emitidas pelas agências de fomento,
embora seja acolhida em alguns cursos de Licenciatura (com habilitação em música)
ou de pós-graduação (como linha de pesquisa). Não há código de área, então, não
entra no sistema, portanto, não existe. [...] Isso significa que não há, oficialmente,
Educação Musical no país.” (Fonterrada, 2003, p.263)

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Conteúdo desta disciplina

Devido ao ensino de música ter sido praticamente inexistente nas décadas de


70, 80 e 90 a geração de professores atuantes hoje tanto na Educação Infantil, como
no Ensino Fundamental não tem orientação Musical, o que dificulta um maior debate
na construção de um currículo consistente.
“O ranço causado pela falta de um amplo debate entre os elaboradores dos
documentos RCNEI e PCN, e das associações de arte educadores e professores
especialistas em música, ocasionou a falta de empenho na aplicabilidade dos
parâmetros e referenciais curriculares na área de música nos últimos anos, e por
consequência, a falta de produção de material didático para este fim” (Souza, 2009)
O material didático é responsável pela relação dos Parâmetros Curriculares
com a pratica Musical em sala de aula. A vasta riqueza cultural e artística possuída
pela Brasil precisa ser incluída no projeto educacional e isso só poderá acontecer se
instituições educacionais começarem a valorizar, discutir e implementar a Educação
Musical.
Embora uma escola possua aspectos diferentes das demais e seja
compreendido que nem mesmo as turmas dentro de uma mesma escola são iguais,
não existe um caminho único a ser seguido, entretanto, devemos buscar diretrizes.
É recomendado pelo MEC que mais que noções básicas de música, dos cantos
cívicos nacionais e dos sons de instrumentos de orquestras, os alunos conheçam a
diversidade cultural do Brasil através dos cantos, ritmos, danças e sons de
instrumentos regionais e do folclore. Todavia a lei não específica conteúdos a serem
trabalhados deixando a cargo de cada escola. É difícil constituir e impor um conteúdo
programático obrigatória para as aulas de música quando a própria LDB propõe
flexibilidade. Entretanto Sonia Albano acredita ser importante trabalhar e desenvolver
“a coordenação motora, o senso rítmico e melódico, o pulso interna, a voz, o
movimento corporal, a percepção, a notação Musical sob bases sensibilizadoras, além
de um repertorio que atinja os universos eruditos, folclórico e popular.” apud Bernadino
e Costa (2009)
No documento introdutório ao referencial curricular para educação infantil é
possível encontrar uma diretriz mais clara para o conteúdo a ser desenvolvido.
Segundo o documento a música de ser trabalhada como um conceito em construção

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a ser construído junto com o aluno e não “um produto pronto que se aprende a
reproduzir” (PCN-Educação Infantil, 1998, v.3, p.47), organizando-se em um processo
continuo e interligado, abrangendo:
“- a exploração de materiais e a escuta de obras musicais para propiciar o
contato e experiências com a matéria-prima da linguagem Musical: o som (e suas
qualidades) e o silêncio;
- a vivência da organização dos sons e silêncios em linguagem Musical
pelo fazer e pelo contato com obras diversas;
- a reflexão sobre a música como produto cultural do ser humano e
importante forma de conhecer e representar o mundo” (PCN-Educação Infantil, 1998,
v.3, p.48)
Os profissionais não devem fazer da aula de música uma atividade de
memorização, ou ainda, fazer da aula de música puro ensaio para apresentações em
datas especiais como uma simples animação de festa. A música deve “contribuir para
a formação global dos alunos, desenvolvendo a capacidade de se expressar através
de uma linguagem não-verbal e os sentimentos e emoções, a sensibilidade, o
intelecto, o corpo e a personalidade” Bem e Hentschke (2002, p. 5). Buscando dar
sentido a pratica Musical trabalhando o senso crítico.
“É exatamente o trabalho na frequência do senso crítico dos alunos, buscando
entender que o conteúdo e a forma de qualquer música são produto de um processo
histórico e, portanto, fruto de escolhas que são também coletivas e formam um eixo
no qual os indivíduos se identificam sonoramente com aquela música, seus valores,
suas estruturas. Dessa forma, qualquer música pode ser ouvida, estudada e
apreciada, pois está associada à ação humana. [...] Trata-se de um tipo de
competência ética e política. [...] Assim, há espaço e é desejável que o conhecimento
Musical seja desenvolvido e construído enredando a cultura popular, a cultura dita”
erudita” de tradição europeia as manifestações estéticas e musicais da vanguarda e
dos diferentes grupos socioculturais e étnicos. Aliás, os jovens já praticam essa
diversidade, com as possibilidades de acesso à informação. Não há limites para se
organizar os sons Musicalmente e esteticamente nessa perspectiva. ” (Kleber, 2009)
Assim, a Educação Musical precisa abranger as diferentes e diversas
manifestações e praticam musicais, e não só o repertorio dito erudito de tradição
europeia, considerando seus valores simbólicos sem discriminação. Portanto cabe ao

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educador Musical construir junto com seus alunos essa complexa relação entre o
saber cientifico, o saber popular e a pratica social.
Também busca-se a Musicalização que de acordo com Penna “é desenvolver
os instrumentos de percepção necessários para que o indivíduo possa ser sensível à
música, apreendê-la, recebendo o material sonoro/Musical como significativo – pois
nada é significativo no vazio, mas apenas quando relacionado e articulado no quadro
das experiências acumuladas, quando compatível com os esquemas de percepção
desenvolvidos. [...] Musicalização é um procedimento orientado „que se destina todos
que na situação escolar necessitam desenvolver esquemas de apreensão da
linguagem Musical‟” (Faria e Ribeiro, s/d)
Bréscia (2003) ao falar de Musicalização nos diz que (PG 5) Souza apud Faria
e Ribeiro (s/d) acredita ser importante trabalhar na escola a notação Musical, escrita
e a leitura, privilegiando a escuta Musical, com uma metodologia que ensine a notação
e seu envolvimento com as dimensões do fazer Musical. As dimensões precisam ser
exploradas na aula, que deve compreender “o ouvir música, a execução de um
instrumento ou do canto, a criação, a improvisação, a informação sobre música (seja
a cultura Musical ou a história) além da interação com outras áreas do conhecimento.”
Faria e Ribeiro (s/d)
Aqui estamos hoje, a um ano do prazo para a obrigatoriedade da inclusão do
ensino de música no currículo da educação básica e ainda há questionamentos
quanto a formação especifica desse profissional, cabendo a cada instituição de ensino
refletir e contratar o que compreende ser um profissional apto a ministrar o ensino de
música.

EDUCAÇÃO MUSICAL NA ESCOLA

“Vários estudos comprovam a importância da música ao ser humano,


especialmente às crianças, em fase de desenvolvimento e aprendizado do mundo, e
aos adolescentes, como forma de expressar ou substituir a tão famosa, rebeldia‟
característica da idade. Os ganhos que a prática Musical nesta fase proporciona, seja
pela expressão das emoções, pela sociabilidade, pela disciplina, pelo
desenvolvimento do raciocínio, são valiosíssimos, e são para a vida toda.” Synésio
Batista da Costa (Presidente da Abemúsica)

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Depois de tudo que já foi exposto nesta pesquisa, ainda nos falta compreender
porque a música é importante e que efeitos ela exerce sobre o desenvolvimento
humano para assim podermos discutir estratégias de como desenvolver a aula de
música nas escolas.

Mas afinal o que é música?

Para falar do que é música me remeto a fala de Houaiss apud Bréscia


(2003,p.25) que conceitua música como sendo “[...] combinação harmoniosa e
expressiva de sons e como a arte de se exprimir por meio de sons, seguindo regras
variáveis conforme a época, a civilização etc”. Acrescento a fala de Gainza apud
Barreto e Chiarelli (2005). “A música e o som, enquanto energia, estimulam o
movimento interno e externo no homem; impulsionam-no „a ação e promovem nele
uma multiplicidade de condutas de diferentes qualidade e grau”. Completo com a fala
de Weigel apud Barreto e Chiarelli (2005) que nos mostra que a música é formada
fundamentalmente por: som, ritmo, melodia e harmonia. Sendo o:
Som: são as vibrações audíveis e regulares de corpos elásticos, que se
repetem com a mesma velocidade, como as do pêndulo do relógio. As vibrações
irregulares são denominadas ruído.
Ritmo: é o efeito que se origina da duração de diferentes sons, longos ou
curtos.
Melodia: é a sucessão rítmica e bem ordenada dos sons.
Harmonia: é a combinação simultânea, melódica e harmoniosa dos sons.
(Barreto e Chiarelli, 2005)
Já a Musicalização (Bréscia, 2003) é um processo de construção de
conhecimento Musical que visa despertar e desenvolver o gosto pela música,
beneficiando o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, concentração,
memorização, atenção e autodisciplina assim como o senso-crítico e consciência
corporal.

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Os efeitos da música nas pessoas

https://amenteemaravilhosa.com.br/os-incriveis-efeitos-da-música/

Por não enxergamos claramente os efeitos da música e não conseguirmos


explicar como esses efeitos ocorrem, não temos consciência de sua ação sobre o
desenvolvimento. Já dizia Merritt apud Bréscia (2003, p.39) “Ignorar o poder da
música e seus efeitos profundos pode não só ser prejudicial como perigoso” Por isso,
é de grande importância que busquemos conhecer as reações provocadas com a
música.
O psicólogo Assagioli acredita que assim como o som tem influência sobre
material inorgânico (podendo através do som desenhar na areia ou mesmo
despedaçar objetos), também o tenha sobre “substância viva, vibradora dos nossos
corpos sensíveis” (Bréscia, 2003, p.56). Por isso, por um lado, ele presume que a
música ajude ao desenvolvimento máximo do potencial humano, em contrapartida,
pode levar ao desespero, depressão, até causar doenças.
A música é capaz de nos fazer mal ou bem fisicamente. Ela pode provocar
irritação e estimular nossa agressividade, como as trilhas sonoras de terror por
exemplo. Porém, em sua maioria, nos proporciona consolo, sensação de bem-estar,
ajuda-nos a relaxar, estimula o pensamento, a memorização, a reflexão, o agir e a

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expressar as emoções. “A música pode produzir uma variedade de emoções e


comportamentos ligados a estes, inclusive excitação, sensualidade, melancolia, jubilo,
amor romântico e até rebeldia jovem.” (Bréscia, 2003, p.39)
Sendo o cantar nossa expressão mais íntima, nesta concepção podemos
observar a utilização da música nas cerimônias religiosas, acreditando ser
indispensável para o crescimento espiritual.
Na Universidade de Ohio, EUA, pesquisas mostram que a música diminui o
estresse psicológico do exercício, o torna mais agradável e possibilita sua repetição
sem esforço adicional.
Uma das vantagens mais claras encontradas no ato de cantar é que ao cantar
usamos nossa respiração por completo. E respirar é vida.
“A respiração total permite emoção total [...] Reich assevera que muitas
pessoas respiram superficialmente a maior parte do tempo como meio de proteger-se
de sentimento que não querem expressar. [...] graças a respiração total [..] os
sentimentos e memórias reprimidos [...] podem ser libertos” (Bréscia, 2003, p. 57)
Através da música também podemos relembrar fatos e situações do passado,
ajudando-nos a auto-percepção e ao aprofundamento de nossas vidas. Assim como
Kastsh e Merle-Fishman podemos afirmar que “a música é um elo entre épocas, entre
pessoas e até entre partes aparentemente inatingíveis do self” (Bréscia, 2003, p.59)
É assim que a música demonstra e partilha experiências humanas ao longo do tempo.
A música é capaz de aprimorar o desempenho e a concentração, além de
ajudar também no aprendizado da matemática, leitura e outras habilidades linguísticas
nas crianças, sendo um ótimo parceiro do aprendizado, pois o aprendizado Musical
amplia a atividade cerebral, e da socialização. Como diz Weigel (1988) e Barreto
(2000) apud Bréscia (2003) o aprendizado da música contribui de maneira crucial para
a formação da pessoa como reforço no desenvolvimento cognitivo/linguístico,
psicomotor e sócio afetivo.
A criança adquiri conhecimento a partir das situações experimentadas por e.
Assim, quanto mais e melhores estímulos receber, melhor seu desenvolvimento
intelectual.
“As experiências rítmicas musicais que permitem uma participação ativa
(vendo, ouvindo, tocando) favorecem o desenvolvimento dos sentidos das crianças.
Ao trabalhar com os sons ela desenvolve sua acuidade auditiva; ao acompanhar

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gestos ou dançar ela está trabalhando a coordenação motora e a atenção; ao cantar


ou imitar sons ela está descobrindo suas capacidades e estabelecendo relações com
o ambiente em que vive.” (Barreto e Chiarelli, 2005)
O desenvolvimento psicomotor vai além da coordenação motora, de controlar
seus músculos e mover-se com desenvoltura. O ritmo, trabalhado na Educação
Musical, tem grande importância na formação e equilíbrio do sistema nervoso e
trabalhá-lo possibilitando que a criança ao mesmo tempo em que cante, dance ou faça
gestos auxilia no desenvolvimento de seu senso rítmico e coordenação motora,
fatores importantes também no processo da leitura e da escrita.
Já o desenvolvimento sócio afetivo se dá na medida em que a música
possibilita atividades coletivas, promovendo a socialização, participação, cooperação
e a compreensão, trabalhando nas crianças o conceito de grupo, que por sua vez
auxilia, também, a desenvolver a autoestima, aceitando suas capacidades e
limitações. Barreto e Chiarelli (2005) também nos dizem que “ao expressar-se
Musicalmente em atividades que lhe deem prazer, ela demonstra seus sentimentos,
libera suas emoções, desenvolvendo um sentimento de segurança e auto realização.”
Agora, me pergunto, se o ato de cantar pode proporcionar um bem tão grande
às pessoas, porque não explorar isso nas escolas?

Como trabalhar com a música

Antes mesmo da criança ingressar nas instituições de ensino ela já é


apresentada à música. Assim, ao chegar à escola ela já carrega consigo alguns
conhecimentos, mesmo que inconscientes, sobre a música.

Os primeiros contatos

Levando em conta os estudos de Spence e De Casper (apud Bréscia, 2003)


onde comprovam que o cérebro humano é capaz de aprender antes mesmo do
nascimento, pode-se então dizer que todo ser humano conhece a música antes de
nascer, no início de nossas vidas, com o pulsar de células se dividindo no ventre de
sua mãe e logo depois, com quatro semanas após a concepção, com o nosso próprio
coração conhecemos o aspecto mais fundamental e universal da música: o ritmo.

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Logo após o nascimento nossa relação com a música muda severamente, não mais
simplesmente escutamos o mundo, mas passamos a exigir que o mundo nos ouça.
Durante os primeiros anos de vida e costume que os pais ouçam os filhos
cantarolando sozinhos. Essa cantarola faz parte de uma inclinação natural para
comunicar-se, para dizer ao mundo como se sente. Essa capacidade de emitir e ouvir
sons para chamar a atenção mantém-se conosco durante toda a vida. Já com dois ou
três anos somos capazes de cantar e lembrar de músicas sozinhos. Nesta fase a
criança explora os sons e suas qualidades, altura (grave ou agudo), intensidade (forte
ou fraco), duração (curtos ou longos) e timbre.
À medida que enriquecemos nosso vocabulário somos encorajados a utilizar
as palavras e não os sons para nos comunicar. E com quatro ou cinco anos,
acreditamos ter algo de errado e adaptamo-nos aos adultos, o que acarreta em conter
nossas expressões naturais e espontâneas musicais.

O trabalho na sala de aula

Ao iniciar a Educação Musical o professor precisa tomar cuidado e introduzir


aos poucos, pois muitos de nós ao adaptarmos aos adultos reprimimos nossa
Musicalidade. Ela permanece conosco, internamente, cabe ao professor incentivar o
aluno a abrir espaço para que ele manifeste e re-descubra sua Musicalidade. Arte,
música e cultura estão intimamente ligadas e se constroem mutuamente. Sekeff (apud
Beaumont e Fonseca, s/d, p.2) afirma: “é exatamente a cultura que determina a
música dos povos e justifica as suas realizações (ao mesmo tempo em que sua
música vai construindo também sua cultura)”
A educação como um todo e principalmente a artística, incluída aqui a Musical,
deve levar em conta as fantasias, os sentimentos, os valores assim como as
habilidades cognitivas, a descoberta, a criação e a reflexão, procurando sempre que
o aluno possa primeiramente “sentir‟(absorver), „interiorizar‟ (pensar), para depois
„fazer‟ (comunicar).” (Bréscia, 2003 p.85)
Como nos diz Leonahard (1958) a Educação Musical deve construir “uma
pessoa Musicalmente educada” (apud Bréscia, 2003, p.77). Essa educação é
composta por conhecimentos, compreensão, habilidades de desempenho,

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habilidades auditivas, apreciação, atitudes e hábitos musicais, cabendo aos


professores buscar estratégias que possibilitem os alunos a atingirem os objetivos.
“Leonhard procura traduzir os objetivos em termos de comportamentos,
dizendo que a pessoa Musicalmente educada:
1. Reconhece os fatores essenciais para um desempenho Musical efetivo
(conhecimento)
2. É capaz de evocar informações históricas pertinentes à música que lhe
agrada (conhecimento)
3. Canta de modo afinado, de modo acusado e expressivo (habilidade de
desempenho)
4. Lê música suficiente bem para fazê-lo com independência (habilidade de
desempenho)
5. Apreende a melodia da música que ouve (habilidade de ouvir)
6. Responde à quantidade do desempenho Musical (apreciação)
7. Responde em relação ao valor expressivo de diferentes tipos de música
(apreciação)
8. Responde favoravelmente à crítica construtiva de seus esforços musicais
(atitude)
9. Esforça-se para melhorar sua competência Musical (habito)” (Bréscia,
2003, p.77)
Para as aulas de iniciação busca-se utilizar recursos lúdicos como jogos e
brincadeiras. Para atingir o nível da sensibilidade, responsável por compreender e
teorizar as experiências, parte-se do corpo (nível sensorial). Cabe, aqui, ressaltar que
a criança obtém grande gozo e satisfação com a expressão direta de suas emoções
mediante o movimento e a voz.
Ao trabalhar com a Educação Musical o professor precisa ter em mente que a
Musical é um conhecimento, assim como as outras matérias, a ser construído junto
com o aluno e não “um produto pronto que se aprende a reproduzir” (PCN – Ed.
Infantil, 1998, p.47)
Outra coisa que precisamos compreender e assim estimular e alimentar na
escola é que o conhecimento científico parte da imaginação e da curiosidade. Ideia já
defendida por Einstein, a imaginação é mais importante que o conhecimento, pois o
conhecimento é limitado, enquanto a imaginação pode envolver tudo o que existe no

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mundo e que a imaginação além de incentivar o progresso é fonte de evolução e fator


real de investigação científica.
Encontramos no PCN-Artes p.64 alguns aspectos que o professor deve buscar
em suas aulas.
“Interpretar, improvisar e compor demonstrando alguma capacidade ou
habilidade. Com este critério pretende-se avaliar se o aluno cria e interpreta com
Musicalidade, desenvolvendo a percepção Musical, a imaginação e a relação entre
emoções e ideias musicais em produções com a voz, com o corpo, com os diversos
materiais sonoros e instrumentos. Avalia-se se o aluno tolera pequenas frustrações
em relação ao seu próprio desempenho e se é capaz de colaborar com os colegas,
buscando soluções musicais, não ficando à margem das atividades e valorizando suas
conquistas
Reconhecer e apreciar os seus trabalhos musicais, de colegas e de
músicos por meio das próprias reflexões, emoções e conhecimentos, sem
preconceitos estéticos, artísticos, étnicos e de gênero. Com este critério pretende-
se avaliar se o aluno identifica e discute com discernimento valor e gosto nas
produções musicais e se percebe nelas relações com os elementos da linguagem
Musical, características expressivas e intencionalidade de compositores e intérpretes.
Compreender a música como produto cultural histórico em evolução, sua
articulação com as histórias do mundo e as funções, valores e finalidades que
foram atribuídas a ela por diferentes povos e épocas. Com este critério pretende-
se avaliar se o aluno relaciona estilos, movimentos artísticos, períodos, músicos e
respectivas produções no contexto histórico, social e geográfico. Avalia-se também se
conhece, valoriza e sabe utilizar registros de obras musicais, tais como partituras,
discos, fitas, etc., e os locais em que podem ser encontrados, tais como bibliotecas,
videotecas, midiatecas, etc., respeitando as diferentes realidades culturais.
Reconhecer e valorizar o desenvolvimento pessoal em música nas atividades
de produção e apreciação, assim como na elaboração de conhecimentos sobre
a música como produto cultural e histórico. Com este critério pretende-se avaliar
se o aluno valoriza o caminho de seu desenvolvimento, priorizando suas conquistas
no tempo e se lida com a heterogeneidade de capacidades e habilidades
demonstradas pelos seus colegas.”

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Recursos para a aula

Tornar a Educação Musical significativa para os alunos é um dos melhores, se


não o melhor, meio de trabalhar não só a música como qualquer conteúdo. Para isso
o professor deve tomar alguns cuidados e buscar sempre a relação do conteúdo com
o cotidiano.
A partir do que podemos encontrar no PCN- Artes, trago estratégias a serem
utilizadas nas aulas de Educação Musical.
“O professor precisa criar formas de ensinar os alunos a perceberem as
qualidades das formas artísticas. Seu papel é o de propiciar a flexibilidade da
percepção com perguntas que favoreçam diferentes ângulos de aproximação das
formas artísticas: aguçando a percepção, incentivando a curiosidade, desafiando o
conhecimento prévio, aceitando a aprendizagem informal que os alunos trazem para
a escola e, ao mesmo tempo, oferecendo outras perspectivas de conhecimento.”
(PCN- Artes p.7)
Primeiro ponto que gostaria de ressaltar é quanto à utilização dos materiais.
Independente da série em que vai ser ministrada, a escolha dos materiais é
fundamental, pois ao utilizarmos materiais de baixa qualidade, como os produzidos
pelas próprias crianças (materiais não convencionais ou recicláveis), dificultamos o
desenvolvimento da percepção sonora, um dos objetivos da Educação Musical, já que
esses materiais não possuem uma qualidade expressiva dos sons, reforçando assim
a parte mecânica e imitativa. Mas isso não quer dizer que não podemos fazer uso de
materiais diversos e não necessariamente de instrumentos.
Um recurso bom para despertar a atenção do aluno é trabalhar a música que
está presente nos diversos momentos da vida humana, aproximando assim a aula do
cotidiano dos alunos.
Cecília Conde utiliza em suas aulas materiais diversos como: vidro, latas,
madeira, papeis, água, etc. Em suas aulas “tudo se transforma em música” (Gracia,
2000, p.13). Ela se utiliza também dos sons do corpo: palmas, batidas do coração,
dos sons produzidos pelo aparelho digestivo, sopros, soluços, gargalhadas, etc. Além
dos sons da natureza, da cidade e até os sons do silêncio, trabalhando assim o ritmo,
a harmonia, os sons dissonantes, sons agudos, graves, longos, curtos, fortes ou
quase imperceptíveis, mostrando para os alunos “a alegria de se sentir criando”

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(Gracia, 2000, p.14), fazendo com que seus alunos descubram com prazer a música
no dia-a-dia.
A alternativa mostrada por Cecília é também uma opção para o
desenvolvimento de uma Educação Musical nas escolas que não possuem
instrumentos musicais, como muitas das escolas públicas em nosso país, mostrando-
nos que é possível criar alternativas, basta um pouco de conhecimento, imaginação e
força de vontade para que ocorra uma Educação Musical.
Algumas pesquisas mostram que é melhor e mais produtivo trabalhar com
aulas no estilo de oficinas, onde os alunos participem efetivamente da construção do
conhecimento, e não mais como aulas expositivas com alunos enfileirados que se
dispersam facilmente.
“Um olhar para toda a produção de música do mundo revela a existência de
inúmeros processos e sistemas de composição ou improvisação e todos eles têm sua
importância em função das atividades na sala de aula. Do ponto de vista da
organização das alturas dos sons, o sistema modal/tonal , que está na base das
músicas de praticamente todas as culturas até o século XIX, permanece até hoje como
a grande referência, inclusive para compositores que criaram seus próprios sistemas.
Sua inclusão como conteúdo neste documento tem a finalidade de garantir a
presença, no ensino fundamental, dando ao aluno maiores oportunidades para o
desenvolvimento de uma inteligência Musical.” (PCN-Artes p.53)
Podemos concordar com Garcia (2000, p.20) “Muitos professores e
professoras, ao pensarem que só se pode trabalhar com a linguagem Musical quem
sabe música, deixam de experimentar e criar”, não permitindo que seus alunos
descubram novos caminhos e alternativas, fazendo com que eles busquem seu
desenvolvimento cognitivo.
Outro método também utilizado para a introdução da leitura e escrita tradicional
é o método de Gazzi adotado pelo CEN, exposto no capítulo seguinte.
Antes de trabalhar a leitura e a escrita Musical tradicional precisamos fazer com
que o aluno sinta a música, não que ele não consiga aprender, mas será muito difícil
que ele compreenda de forma clara a música existente através dos sinais e códigos
(a matemática da música). Não digo que a teoria e a escrita Musical não sejam
importantes. Ela é, mas deve ser capaz de nos fazer sentir a música.

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De uma forma mais simples o artigo de Barreto e Chiarelli nos traz propostas
de atividades e jogos para a Musicalização, que possibilite ao educador perceber os
pontos fortes e fracos dos alunos, assim como a capacidade de memória auditiva,
observação, discriminação e reconhecimento dos sons.
Um dos jogos sugeridos é o Jogo do Grave e Agudo, baseado no jogo do “vivo
ou morto”, usando-se o som agudo no lugar do vivo (onde ficamos de pé) e o grave
no lugar do morto (onde nos abaixamos), podendo esse som ser introduzido por
instrumentos ou pela voz. Outro jogo é o de esconde-esconde em que as crianças
escolhem um objeto que será escondido, uma delas sai da sala enquanto as outras
escondem, ao retornar para procurar o objeto as outras crianças devem ajudá-la
produzindo sons com mais ou menos intensidade de acordo com a distância que o
amigo se encontra do objeto; levando os alunos ao mesmo tempo em que
desenvolvem a intensidade sonora, desenvolvem a noção de espaço. “Para trabalhar
a noção de duração o educador pode pedir para que as crianças desenhem o som.
Não é desenhar a fonte sonora, mas sim descrever a impressão que o som causou,
se foi demorado ou breve, ascendente ou descendente. Por fim, para se trabalhar o
timbre o educador pode pedir para que uma criança fique de costas para a turma
enquanto estes cantam uma canção, ao sinal do professor todos param de cantar e
apenas uma criança continua, a que estava de costas deve adivinhar quem
continuou.” (Barreto e Chiarelli, 2005)
Segundo Bréscia (2003) podemos dividir os jogos musicais de acordo com o
desenvolvimento infantil em três tipos: Sensório-Motor (até os dois anos): onde as
atividades relacionam-se ao som e ao gesto, possibilitando a criança produzir sons e
expressar-se corporalmente, colaborando para o desenvolvimento da motricidade;
Simbólico (entre dois e quatro anos): onde busca-se representar o significado da
música, o sentimento, a expressão, colaborando para o desenvolvimento da
linguagem; e Analítico (a partir dos quatro anos): envolvendo a estrutura da música,
sendo necessário a organização e a socialização, é preciso se escutar e escutar os
outros, colaborar para o desenvolvimento da disciplina e da organização.
As atividades devem variar sua duração de acordo com a idade, interesse e
atenção das crianças. Respeitando a forma de expressão de cada um, deixando à
vontade e livre para criar mesmo que pareça sem sentido ou repetitivo.

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A HISTÓRIA DO ENSINO DE ARTE NO BRASIL

A trajetória profissional do educador em arte, enquanto ensino formal vem


desde a chegada de uma equipe de artistas vinda da Europa, chamada Missão
Artística Francesa que chegou em 1816. Com a chegada desses artistas surgiram
as primeiras escolas de Belas-Artes. Na época se trabalhava o desenho e a cópia de
modelos.
A Arte no ensino tradicional era de forma fragmentada, com nenhuma relação
entre a prática e a teoria e que valorizava somente a técnica.
Nas décadas de 50/60 o professor estimulava a livre expressão, uma tendência
escolanovista que deixa de ser uma mera cópia e passa a prática espontâneísta sem
compromisso com conhecimento científico.
Em 1971, com a Lei nº 5.692/71, ficou determinado que a disciplina de
Educação Artística abordasse conteúdos de música, teatro, dança e artes plásticas,
nos cursos de 1° e 2° graus, onde a figura do professor único deveria dominar todas
essas linguagens de forma competente. No entanto, muitas vezes, eram formados em
cursos de curta duração (2 anos). Na escola, eles trabalhavam na concepção
tecnicista, onde a arte era centrada nas técnicas e habilidades, de modo que o aluno
deveria ter domínio de vários materiais, os quais seriam utilizados na sua expressão
artística, que era de forma espontânea, sem compromisso com o conhecimento de
linguagens artísticas. “Artigo 60 da Lei 5692/7, será obrigatória a inclusão de
Educação Moral e Cívica, Educação Física, Educação Artística, Programas de
Saúde nos currículos plenos de 1° e 2° graus...” (NISKIER, 1988, p.82).
Com a proposta e criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, a partir da
LDB Arte se fortalece na escola e a torna obrigatória em vários níveis da educação
básica: ”O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos
níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos
alunos”. (NISKIER, 1998, p.83)
Os conteúdos de Arte estão norteados por três eixos: produzir, apreciar e
contextualizar. Através do “produzir” o aluno se expressa, experimentando todas as
linguagens artísticas. Apreciando, entra em contato com a produção histórica e
social da Arte, analisando sua própria produção e dos colegas. De maneira que: O

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estudo, a análise e a apreciação da arte podem contribuir tanto para o processo


pessoal de criação dos alunos como também para sua experiência estética e
conhecimento significado que ela desempenha nas culturas humanas. (PCNs, 5ª a 8ª
série, p. 49).
Contextualizando na realidade educacional, deve-se relacionar a arte
produzida historicamente e socialmente, tanto no passado como na atualidade,
relacionando com sua produção artística e dos colegas. Havendo articulação entre a
produção e apreciação na aprendizagem de Arte, que só é válida quando
contextualizada. Por isso, cabe ao professor de Arte ter um mínimo de experiências:
prático-teórica, interpretando, criando e apreciando arte, para desenvolver uma
reflexão pedagógica específica para o ensino das linguagens artísticas. (PCNs, 5ª a
8ª série, p.30).
Em relação aos professores, os PCNs do EM referem-se aos profissionais que
precisam aperfeiçoar-se de forma contínua para estar a serviço das escolas ou
centros culturais. Onde: Por causa do direito dos alunos ao exercício e prática de sua
sensibilidade de se expressar em arte e como cidadão, espera-se que seus
professores de arte também possam se aperfeiçoar nesse mesmo exercício, incluindo
suas competências profissionais (PCN do EM, p.180).
Faz-se necessário que o professor, embora tenha sua formação somente numa
especificidade de linguagem, busque os conhecimentos artísticos necessários, os
quais não são de sua área de formação, pois como preconiza o texto acima, é direito
dos alunos terem acesso à arte de modo geral.
O professor deve ter entendimento nas linguagens artísticas, para repassar um
ensino de forma coerente e democrático, não se detendo apenas em uma linguagem.
Pois arte como o termo reporta, deve ser contemplada em seu sentido amplo,
envolvendo a diversidade de áreas, e os alunos têm o direito de apreciá-las, analisá-
las, refleti-las e experimentá-las, porque todas essas linguagens artísticas fazem parte
de seu cotidiano.
Nas escolas onde a concepção de arte é abrangente, trazendo principalmente
a arte contemporânea como, não algo fragmentado em artes visuais, teatro, dança e
música, a arte é social e tem que estar fundamentada nos conhecimentos artísticos
específicos, para dar importância necessária na escola. Os professores devem
proporcionar aos alunos o acesso e contato com os conhecimentos culturais básico

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para uma prática social viva. Para Ernest Fischer (2002 p.57) “A arte capacita o
homem para compreender a realidade e o ajuda não só suportá-la, como transformá-
la aumentando-lhe a determinação de torná-la mais humana e mais hospitaleira para
a humanidade”.
Por isso, quando articulados os conteúdos da linguagem artística com as outras
linguagens, estamos realmente dando real sentido ao Ensino de Arte no Ensino
Básico. Portanto, para Martins & Picosque (1998, p.63) “Cada linguagem tem seu
modo peculiar de criar e produzir formas artísticas, poetizar o mundo”.
Por outro lado, as artes passaram a ser concebidas menos como criação genial
misteriosa e mais como expressão criadora, isto é, como transfiguração do visível, do
sonoro, do movimento, da linguagem, dos gestos em obras artísticas.
De acordo com as Diretrizes de Arte (2008, p.14) “apontam aos professores da
área, formas efetivas de levar o aluno a apropriar-se do conhecimento em arte, que
produz novas maneiras de perceber e interpretar tanto os produtos artísticos, quanto
o próprio mundo”.
Ainda as diretrizes argumentam que o ensino artístico na escola, além de
promover conhecimento sobre as diversas áreas de arte, deve possibilitar ao aluno a
experiência de um trabalho de criação total e unitário.
Assim, cabe ao professor repensar na escola em seu tempo, seu espaço, sua
forma de lidar com os conteúdos e com o mundo da informação, rompendo com um
modelo fragmentado de educação, transformando-a em espaço significativo de
aprendizagem, para que os alunos com suas diferenças culturais participem de forma
mais crítica na reelaboração pessoal da cultura acumulada pela humanidade. Para
Ivone Mendes Richter (2003, p. 51)
O grande desafio do ensino da arte, atualmente é contribuir para a construção
da realidade através da liberdade pessoal. Precisamos de um ensino de arte por meio
do quais as diferenças culturais sejam vistas como recursos que permitam ao
indivíduo desenvolver seu próprio potencial humano e criativo, diminuindo o
distanciamento existente entre a arte e a vida.
O conhecimento teórico-prático em Arte é essencial na formação do ser
humano, desenvolvendo a sensibilidade, o senso-crítico e a socialização com os bens
culturais produzidos pela humanidade ao longo de sua história. Para Celdon Fritzem
(2008, p.34).

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As produções-artísticas são janelas abertas de diálogo com o público


contemplador – mais do que isso, são registros singulares de experiências estéticas
únicas que serão resignificadas permanentemente quando colocadas em debate.

ARTE A LINGUAGEM UNIVERSAL

O homem através de seu trabalho constrói utensílios e ferramentas através de


diversas técnicas para facilitar a sua sobrevivência e ao mesmo tempo ele expressa
seu pensamento, com desenhos, esculturas, danças e ritmos musicais como forma
de se comunicar.
As linguagens artísticas estão enraizadas em todas as culturas em cada canto
do mundo. As manifestações musicais, danças, representações e construções têm os
mesmos conceitos de arte em qualquer povo que a manifeste.
Ao pensarmos nas manifestações artísticas de povos diferentes, entendemos
que cada um tem seu jeito, sua maneira de desenvolvê-las e pensá-las. A arte se
apresenta com funções distintas e conceitos próprios na vida dos povos a qual
pertence.
Para Duarte Junior (1988, p. 106) “O homem utiliza a linguagem para ordenar
e significar o mundo, mas ela condiciona sua percepção e seu pensamento”. É através
das produções artísticas de uma época e de uma cultura que entendemos o
pensamento científico, filosófico, religioso e estético, seus valores e crenças. E ao
conhecê-las compreenderemos as transformações ocorridas ao longo da história, até
os nossos dias, e que essas produções são resultadas do tempo histórico do qual
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estão inseridas. Portanto ao analisá-las teremos suporte para compreender e respeitar


as produções contemporâneas.
A arte constitui na necessidade do homem em se comunicar, expressar através
da música, danças, representações, rituais...
Para Bello (2003, p.2) “a arte é uma forma de produção e reprodução cultural
que só pode ser compreendida dentro do contexto e dos interesses de suas culturas
de origem e apreciação”. De modo que as produções artísticas estão relacionadas a
uma época, país ou região e onde cada uma tem sua estrutura social, econômica,
religiosa e política. A arte é o reflexo de uma sociedade, por isso precisamos estar
atentos às manifestações artísticas atuais para entender, refletir e analisar
criticamente o nosso cotidiano, sempre buscando no passado o sentido da evolução
humana.
Muitos artistas buscam inspirações em obras já existentes e a partir delas
fazem novas interpretações.
A unidade do eterno e do novo, aparentemente impossível, realizar-se pelos e
para os humanos. Chama-se de Arte (Chauí, 2003 p. 21).
É através da arte como expressão que o artista exprime e revela a essência
do mundo e nos leva a descobrir o sentido da cultura e da história. A Arte como
trabalho de expressão esta relacionada com a ciência, técnica e tecnologia de cada
época.
De acordo com a Chauí (2003, p. 150) “o artista é um ser social que busca
exprimir seu modo de estar no mundo na companhia dos outros seres humanos,
reflete sobre a sociedade, volta-se para ela, seja para criticá-la, seja para afirmá-la,
seja para superá-la”. O artista deixa o seu testemunho do mundo, produzindo a sua
arte.
Nas DCes (2007, p.29) consta que: “ toda linguagem artística possui uma
organização de signos que propicia comunicação e a interação”. Por isso a arte
sempre esteve baseada na: representação do mundo que o cerca, seus deuses e a
si próprio.
É nas manifestações artísticas que o homem pensa, sente, cria e transforma a
sua realidade. A função da arte hoje é de analisar, criticar e refletir a realidade humana
socialmente.
Analisando as mais variadas manifestações artísticas que o homem

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desenvolveu através da história, entendemos o mundo que fazemos parte.


A arte não é um conceito fechado. A Arte tem um significado infinito.

METODOLOGIA DO ENSINO DE ARTE

A relação entre o processo pelo qual o homem produz conhecimento, as


produções artísticas é um deles.
A Arte como capacidade de transmitir sensações estéticas carregadas de
vivências pessoais e sentimentos que exprime a realidade, e estas são representadas
e interpretadas através de sons, movimentos, imagens visuais e dramatização, que
chamamos de objeto artístico. Pois ela reflete seu tempo.
A inclusão do Ensino de Arte na Educação Básica é muito importante e consta
nas DCes de Arte (2008, p.37):
Ao conceber a Arte na escola pública como disciplina escolar constituída de
conhecimentos específicos propicia aos alunos situações de aprendizagem para o
entendimento da diversidade cultural e da importância dos bens culturais como
conjunto de saberes. Colabora ainda para os alunos além de fruidores de arte,

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entendem-se como parte de um sistema formador/transformador da cultura e da


sociedade.

Quando se pensa, no educar, deve-se levar em conta o conhecimento e a


prática pedagógica que resulte em um ensino coerente.
A Arte como conhecimento está perfeitamente ligada à formação integral do
educando, onde ele se expressa através de elementos verbais e não-verbais, em
reposta a realidade que ele mesmo pode transformar.
Vivenciando experiências artísticas, os alunos desenvolvem a percepção e
senso estético para a compreensão do mundo, tendo um dialogo mais efetivo com a
realidade. O conhecimento de conceitos significativos depende da relação
estabelecida por eles e as experiências vividas concretamente, aprimorando a
sensibilidade que neles já existe, portanto é a forma de se comunicar e interagir com
os outros e o mundo, compreendendo que faz parte de uma sociedade e pode
transformá-la.
É fundamental que o professor pense e elabore uma prática pedagógica que
estimule o potencial dos alunos e incentive-os para elaborar e reelaborar suas próprias
ideias criativas; num ambiente rico de provocações que desafiem a criação e
expressão de diversas linguagens, corporais, sonoras e visuais, levando-os a
mudança significativa, um novo olhar sobre o mundo. Uma pessoa criativa interage
de forma diferente com o mundo.
Com uma metodologia adequada, terá o professor define caminhos que serão
percorridos pelos alunos no processo expressivo, usando métodos de investigação
como: pesquisas, contatos com artistas, visitas a exposições, concertos de música,
apresentações de teatro e dança... Estes e outros recursos utilizados viabilizam a
concretização dos objetivos previstos.

Dentro de uma metodologia inovadora em Arte, precisa-se envolver a prática,


a apreciação estética e o conhecimento histórico, articulado em seu contexto social.
Segundo as DCes de Arte a metodologia do ensino da arte, se organiza em
três momentos:
• Sentir e perceber (apreciação e apropriação);

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Educação musical e o ensino da arte

• O trabalho artístico (prática);


• O conhecimento em arte (fundamentação).
E as associações destes três momentos individuais ou simultâneos reduzem
as aulas de arte, onde era valorizada a simples prática de exploração de materiais ou
representações já existentes.
De acordo com as DCes de Arte no ensino Fundamental, na metodologia
utilizada pelo professor, deverão ser abordados os conteúdos estruturantes de cada
linguagem artística (dança, teatro, música e artes visuais). E estes articulados entre
si, dão significado ao objeto de estudo e possibilitam a organização dos conteúdos
específicos.
A abordagem de diferentes épocas da história da Arte, deverá estar sempre
articulado ao estudo da época vivenciada pelo aluno.
A criança pensa e busca explicações para tudo o que acontece em sua volta,
formulando teorias bastante originais, de acordo com sua lógica, o meio que ela vive
tem um papel importante na transformação da forma dela ver o mundo. A arte fornece
subsídios para compreensão do sentido por outros homens e os que vivem neste
momento histórico.
Para Duarte Junior (1998, p.111): “O ponto fundamental da arte para crianças,
é que ela constitui muito mais numa atividade, num fazer, do que num objeto a ser
fruído e ela têm importância na medida em que constitui uma ação significativa...”
Nesse sentido nas aulas de arte devem-se buscar soluções para desenvolver
atividades artísticas onde o resultado não seja o objetivo principal, mas sim, numa
ação essencial para o desenvolvimento cognitivo da criança.
A arte é desenvolvida na e para a sociedade. Quando se conhece o estilo de
um autor, reconhece com facilidade sua reprodução; não se detendo somente na linha
cronológica das obras e sim a relação que elas têm suas características formais e
seus elementos expressivos.
Porém, sempre que apresentar uma imagem para o aluno precisa situá-lo no
tempo histórico que foi construído, pois só assim haverá compreensão de seu
contexto, facilitando o entendimento para análise e interpretações. Ir ampliando os
conhecimentos de diversas linguagens artísticas, gradativamente, onde os alunos
conheçam ao longo do seu estudo uma grande gama de saberes em arte.
De acordo com Ana Mae Barbosa (1991, p.37 e 38) que a metodologia de

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Educação musical e o ensino da arte

análise de obras artísticas é de escolha do professor sempre enriquecida de


informação histórica. Cita: “Que a história da arte é importante conhecer as
características das classificações de estilos, a relação de uma forma de expressões
com características sociais, e com a psicologia social da época...”

Como educadores devemos estar sempre buscando o entendimento do


desenvolvimento da aprendizagem da criança e como ela acontece nas crianças,
tornando mais fácil a elaboração de metodologias para aplicação do ensino da arte.
O fato é que as crianças antes de frequentarem as escolas, já possuem um
aprendizado com o desenvolvimento desde o seu nascimento.
Vigostki (2003 p.118) fala que “o aprendizado desperta vários processos
internos de desenvolvimento, que são capazes de operar somente quando a criança
interage com pessoas em seu ambiente e quando em cooperação com seus
companheiros”.
Com esta afirmação a arte tem um papel importante na integração social. Para
Chauí (2003, p.150): “O artista é um ser social que busca exprimir seu modo de estar
no mundo na companhia de outros seres humanos, reflete sobre a sociedade, volta-
se para ela, para criticá-la, seja para afirmá-la, seja para superá-la”. É através da
arte que o artista deixa seu testemunho.

A arte deve ser apropriada pelo professor depois repassado para os alunos.

O professor precisa adquirir conhecimentos de diferentes saberes em arte,


vivenciando, sentindo, pesquisando, visitando espaços culturais, buscando estes
conhecimentos em cursos de aperfeiçoamento profissional, para dominar os códigos
artísticos, assim melhor ensinar arte. Se aprofundando na expressão artística que tem
mais afinidade, de maneira a ajudar nas práticas pedagógicas do ensino de arte. Pois
a prática alimenta a teoria, a teoria alimenta a prática.
Nas aulas de arte, precisa ser prazerosa, lúdica para que ela se transforme em
aprendizagem.

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Educação musical e o ensino da arte

Nunca devemos deixar o aluno produzir arte sem orientação, objetivos e


fundamentação teórica.

Como planejar as aulas de arte?

Refletindo sobre o papel da arte como uma prática humana, na construção


histórica, e no modo como vivemos e pensamos. Teremos que estabelecer diferentes
procedimentos e estratégias para a organização do Ensino da Arte, buscando os
conhecimentos necessários, tomando como referências alguns aspectos, abaixo
relacionados. E a partir de suas interpretações, criarem suas próprias estratégias e
procedimentos na elaboração do planejamento de suas aulas de Arte nas séries
iniciais do Ensino Fundamental.

No Boletim do Programa Especial de Um Salto para o Futuro comenta-se que:

A escola não pode ignorar as funções vitais que as artes desempenham em


nossa sociedade. Elas possibilitam o autoconhecimento; a constituição do
pensamento e da consciência; e o desenvolvimento da expressão e criação. Assim,
levam-nos a conhecer mais nosso povo e nossa história, suas ideias e concepções
de mundo.

Ao planejarmos o cronograma de conteúdos deve-se ter em mente:

1. Os documentos oficiais, que direcionam o Ensino Fundamental da


Educação Básica do Brasil;

2. A série que os alunos estão;

3. O que em arte deve ser ensinado (conteúdos);

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Educação musical e o ensino da arte

4. Qual a finalidade destes conteúdos que serão desenvolvidos na série


(objetivos gerais e específicos);

5. Quais as estratégias que serão utilizadas (metodologias);

6. Quais os recursos necessários para o desenvolvimento desses saberes


em arte (tecnologias, espaço, materiais);

7. Número de aulas disponíveis para a aplicação das experiências


artísticas (tempo);

8. Critérios para averiguar a aprendizagem dos alunos (formas de


avaliação);

9. Referências, pesquisadas e utilizadas.

Quando abordamos os códigos expressivos das linguagens artísticas, teremos


que usar uma maneira simples, de acordo com a faixa etária dos alunos e as
experiências já adquiridas por eles, para melhor apropriação destes códigos e como
serão absorvidos pelo educando ao longo do processo de ensino- aprendizagem.
Nessa perspectiva, Celdon (2008, p.35) indaga que: “ao conhecer as linguagens
artístico-culturais em sua especificidade favorece a articulação do velho em novo,
base do processo criador... os processos de apropriação quanto os de produção
devem ser compreendidos como interligados e intimamente entrelaçados às
possibilidades de autoria dos sujeitos em seu fazer e pensar, e de autonomia nas suas
associações expressões.”.
O Ensino de Arte em conjunto com a prática, conhecimento e apreciação é o
processo pedagógico mais coerente. Por isso devemos ter bem claro quais os
objetivos da Arte na Educação Básica.
Alguns objetivos a serem desenvolvidos em Arte segundo vários autores:

- Identificar algumas características plásticas e visuais observáveis (cor,


forma, textura...) em elementos naturais e em manifestações artísticas presentes no

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Educação musical e o ensino da arte

meio, e estabelecer relações de semelhanças e diferenças com as próprias


produções. (Hernández, 2000, p.145)

- Familiarizar o aluno com a produção artística à qual não tem acesso pela
mídia ampliando seu repertório artístico. (Miriam Cornélia Bonk, 2002, Curitiba)

- Representar ideias e sentimentos por intermédio de imagens (visuais,


musicais, cênicas e movimentos corporais), que reflitam a observação da realidade
circundante, a pesquisa e a compreensão das obras de Arte realizadas por outros
povos, outras épocas, outras culturas. (Duarte Junior, 1998 p.60)

- Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro...,


posicionando contra qualquer descriminação baseada em diferenças culturais, de
classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e
sociais. (PCNs de Arte de 5ª a 8ª série, 1998).

- Promover conhecimento sobre diversas áreas de Arte, possibilitando ao


aluno a experiência de um trabalho de criação total e unitário. (DCes de Arte, 2008,
p.18)

Processo de Criação

O processo do trabalho pedagógico em Arte tem por finalidade trabalhar na


praticam com música, jogos teatrais, desenho e dança, levando em conta os
elementos formais como estudo sobre cores primaria e secundaria (artes visuais),
timbre, duração e altura (música), expressão facial, corporal e gestual (teatro) e
movimento corporal (dança). (DCes de Arte, 2008 p. 23)
Ao planejar as aulas devemos fazer a inter-relação das linguagens artísticas

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(teatro, dança, músicas, visuais) seus elementos formais, sua composição e


movimentos e períodos que pertencem.
Um conhecimento de Arte sem articulação em fazer artístico, apreciação e
fundamentação teórica não tem sentido. Segue abaixo esquema gráfico de conteúdos
abordados em Arte (DCes,2008 p. 22 e 23). Consta nos PCNs (1998, p.46) que “a
escola não dará conta de ensinar todos os conteúdos de arte, mas precisa garantir
um determinado conjunto que possibilite ao aluno ao aluno ter base suficiente para
seguir conhecendo”.

Conteúdos Estruturantes

ELEMENTOS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS


FORMAIS

Altura Ritmo Melodia Harmonia Tonal Arte Greco-Romana, Arte


Duração Modal Oriental, Arte Africana, Arte

MÚSICA Timbre Contemporânea Escalas Medieval, Renascimento, Rap,


Sonoplastia Estrutura Tecno, Barroco,
Intensidade
Gêneros: erudita, folclórica... Neoclassicismo,
Densidade Técnicas: instrumental, Romantis
vocal, misto, mo, Vanguardas Artísticas, Arte
improvisação. Engajada, Música Serial, Música
Eletrônica, Música Minimalista,
Música Popular Brasileira, Arte
Paranaense, Indústria Cultural,
Word Music, Arte Latino-
Americana.

Ponto Figurativa Abstrata Figura- Arte Pré-histórica, Arte no


Linha Fundo Bidimensional Antigo Egito,

Superfície Tridimensional Semelhanças Arte Greco-Romana, Arte Pré-


Contrastes Ritmo visual Colombiana, Arte Oriental, Arte
Textura
Gêneros: paisagem, Africana, Arte Medieval, Arte
ARTES
retrato, natureza- Bizantina, Arte Românica, Arte
VISUAIS Volume
morta... Gótica, Renascimento, Barroco,
Luz
Técnicas: pintura, gravura, Neoclassicismo, Romantismo,
Cor escultura, arquitetura, fotografia, Expressionismo, Fauvismo,
vídeo... Cubismo, Abstracionismo,
Dadaísmo, Construtivismo,
Surrealismo, Op-art, Pop-art, Art

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Naif, Vanguardas Artísticas Arte


Popular, Arte Indígena, Arte
Brasileira, Arte Paranaense,
Indústria Cultural, Arte Latino-
Americana,
Muralismo...

ELEMENTOS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS


FORMAIS

Personagem Representação texto Arte Greco-Romana, Arte


Dramático, Dramaturgia, Roteiro, Oriental, Arte Africana, Arte
Expressões Espaço Cênico, sonoplastia, Medieval, Renascimento,
corporais, vocais, iluminação, cenografia, figurino, Barroco, Neoclassicismo,
gestuais e faciais. adereços, máscara, Romantismo, Realismo
caracterização e maquiagem. Expressionismo, Vanguardas
TEATRO Ação Espaço Gêneros: Tragédia, Comédia, Artísticas, Teatro Dialético,
Drama, Épico, Rua, etc. Teatro do Oprimido, Teatro
Técnicas: jogos teatrais, Pobre, Teatro Essencial, Teatro
enredo, teatro direto, teatro Essencial, Teatro do Absurdo,
indireto (manipulação, bonecos, Arte Engajada, Arte Popular, Arte
sombras.), improvisação, Indígena, Arte Brasileira, Arte
monólogo, jogos dramáticos, Paranaense, Indústria Cultural,
direção, produção. Arte Latino-Americana.

Eixo, Dinâmica, Aceleração, Arte Pré-histórica, Arte Greco-


DANÇA Movimento Ponto de Apoio, Salto e queda. Romana, Arte Oriental, Arte
Corporal Tempo Rotação, Formação, Africana, Arte Medieval,
Espaço Deslocamento, Sonoplastia, Renascimento, Barroco,
Coreografia Gêneros: Neoclassicismo,
Folclóricas, de salão, étnica... Romantismo, Expressionismo,
Técnicas: Improvisação, Vanguardas artísticas, Arte
coreografia... Popular, Arte Indígena, Arte
Brasileira, Arte Paranaense,
Dança Circular, Indústria
Cultural, Dança Clássica, Dança
Moderna, Dança
Contemporânea, Hip-hop.

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Como fazer apreciação em Arte?

Uma delas é a leitura, onde nos faz refletir o que estamos olhando.
A leitura de imagens é um dos pontos mais importante do ensino da Arte, pois
o nosso cotidiano é repleto de variedades de imagens, produtos, propagandas e a
tecnologias e muito mais, e o nosso aluno tem contato diário com esta enxurrada de
imagens, muitas com informações positivas e outras negativas.
Na escola necessita-se trabalhar o exercício de analise para que o aluno possa
refletir e analisar e assim fazer uma leitura mais critica. Conforme Barbosa (2002,
p.73) “nossa visão é limitada, vemos o que compreendemos e o que temos condições
de entender, o que nos é significativo”.

Avaliação não o fim e sim o processo a ser percorrido durante a


aprendizagem do educando

O professor deve estar atento à necessidade de desenvolver conteúdos


significativos e uma metodologia participativa, de modo que diminua a necessidade
de recorrer à nota propriamente dita. O educador deve-se preocupar com a alienação
que está acontecendo no contexto social e dar sentido ao conhecimento para a vida
do educando.
O professor tem que analisar o que é essencial, significativo dos conteúdos
trabalhados para avaliação dos alunos. Buscar avaliar o que é fundamental no ensino
para desenvolver os conhecimentos destes.
Sempre há necessidade de mudar a metodologia, quando a avaliação não for
satisfatória. Tem que repensar o que precisa ser feito para garantir a aprendizagem
dos alunos.
Uma das formas de avaliação em Arte é de forma contínua onde sua função é
de auxiliar no processo ensino aprendizagem do educando.
A forma mais utilizada pelos professores para avaliar seus alunos em arte é a
avaliação no processo, ele acompanha a construção do conhecimento dos alunos,
para ajudar a construir seu conhecimento. O professor pode registrar constantemente
os resultados do desenvolvimento do ensino-aprendizagem, onde terá informações

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Educação musical e o ensino da arte

para intervir e ajudar os alunos em suas dificuldades para superá-las.


O professor deve ter bem claro os critérios de avaliação e passar para o seu
aluno. Outra preocupação e avaliar de diversas formas e diversos espaços, facilitando
o seu aluno a desenvolver o conhecimento, interagindo com os colegas e professor.
De acordo com Iza Martins Sant’Anna (1995, p.31)
Avaliação é um processo pelo qual se procura identificar, aferir, investigar e
analisar as modificações do comportamento e rendimento do aluno, do educador, do
sistema, confirmando se a construção do conhecimento se processou, seja teórico
(mental) ou prático.
E para Hernández (2000, p.155) “os conhecimentos e habilidades não
amadurecem por si mesmas, de maneira natural, mas sim requer uma aprendizagem
vinculada a um processo de ensino”.
Pensando não somente no aluno, mas na formação do professor que através
de uma busca de aprimoramento dos conhecimentos para sua vida profissional,
através de estudos, pesquisas, possa desenvolver um ensino da arte, utilizando-se
de metodologias e estratégias inovadoras, agucem a curiosidade das crianças para
produzir e conhecer o fascinante mundo das artes.

CONTRIBUIÇÕES PARA UMA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

O século XXI demanda das sociedades contemporâneas, competências

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Educação musical e o ensino da arte

específicas para que estas possam acompanhar a constante evolução ocorrida nos
mais diversos setores: tecnológico, educacional e artístico, entre outros, o que exige
dos indivíduos, enquanto atores sociais, a necessidade do desenvolvimento de
habilidades, e dentre elas as artísticas.
Observa-se que a Arte vem sendo tratada, na maioria das escolas brasileiras,
como suporte para as demais disciplinas que compõe o quadro curricular, fato que
acaba negando o seu caráter específico enquanto área do conhecimento humano.
Fusari (1992, p. 16) suscita o seguinte questionamento: “que importância é esta que
se está dando à Arte e faz com que ela tenha um espaço também na Educação em
geral e escolar? ” E propõe que “o fundamental é entender que a arte se constitui de
modos específicos da atividade criativa dos seres humanos”. Depreende-se que a
capacidade de criar é intrínseca ao homem, porém, ao longo da história da educação,
esta área do conhecimento humano não vem sendo reconhecida como tal. Assim, faz-
se necessário que o Ensino de Arte seja discutido dentro das especificidades
inerentes à sua área.
Ao fazer referência a tal integração, tem-se o intuito de chamar a atenção para
o entendimento de que a Arte não deve auxiliar apenas as outras áreas curriculares
como Língua Portuguesa, Matemática, Geografia, Ciências ou História, por muito
tempo assim entendida e desenvolvida nas escolas, mas como uma área específica.
Há uma série de aspectos relevantes que nos leva a identificar a Arte na
educação como uma questão a ser mais discutida no meio acadêmico. Duarte Júnior
(1991) classifica a Arte através de três dimensões: a sociocultural, que aponta o
pensamento artístico como causa da preservação da cultura de um determinado grupo
social num determinado tempo; a dimensão currículo-escolar, na qual a arte como
área específica leva o aluno a estabelecer conexões com outras disciplinas do
currículo - a Geografia e a História, por exemplo; e a dimensão psicológica, que
observa a educação em arte como promotora de um pensamento capaz de fazer com
que o indivíduo possa relacionar-se com outros levando em conta uma maior
afetividade, além do desenvolvimento da criatividade.
Durante muitos anos se reproduziu um ensino pautado no modelo de uma
sociedade capitalista, onde o objetivo principal é o consumo em série e o lucro por
parte de um grupo bem reduzido da sociedade, e nesse contexto, a escola serviu de
reprodutora deste sistema, onde a formação do ser só tem ênfase no âmbito

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profissional, deixando de lado a formação pessoal, artística


E, enquanto cidadão, a sua integridade. Verifica-se ainda, que temos traços
cada vez mais fortes deste ensino, e que este está gerando certa “crise de identidade
cultural”.
No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional - LDB nº
9.394/96 no Artigo 26, inciso 2º, estabelece a obrigatoriedade do Ensino de Arte na
Educação Básica, que compreende a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o
Ensino Médio, legitimando a Arte enquanto Área Curricular. Os Parâmetros
Curriculares Nacionais – PCN, para as séries iniciais do Ensino Fundamental, volume
06, relativo à área Curricular Arte, apontam a educação em Arte como forma de
propiciar o desenvolvimento do pensamento artístico, além de proporcionar, a muitos
indivíduos, uma relação afetiva com o meio em que vivem. Os PCN também
apresentam a Arte como uma das possibilidades de valorização do ser humano
através de suas diferentes formas de manifestação, porém, percebemos que no
contexto atual do ensino, uma série de elementos compromete o desenvolvimento
efetivo do que está previsto nos textos oficiais.
A Arte é uma das possibilidades que tem o educando de relacionar-se com o
meio social de forma mais prazerosa. Isso já foi constatado por projetos sociais que
visam a integração do indivíduo à sociedade, como os projetos Axé e Ilê-aiê em
Salvador e o Afro-reggae no Rio de Janeiro, dentre outros, que têm conseguido
sucesso inclusive afastando muitas crianças e adolescentes do mundo da
criminalidade. Por outro lado, observa-se que é através das diferentes manifestações
artísticas que se pode valorizar e resgatar elementos da cultura no meio em que o
indivíduo está inserido.
Diante disso, o presente texto faz uma análise conceitual acerca da temática,
utilizando como referências as ideias de educadores/pesquisadores como Ana Mae
Barbosa, César Coll, Louis Porcher, João Francisco Duarte Júnior, Maria Fusari, Sílvio
Zamboni e outros, além dos Parâmetros Curriculares Nacionais, que serviram de base
teórica para a concepção sobre o tema focalizado, na busca da compreensão do
mesmo.
Deste modo percebe-se que a Arte deve ser uma conexão entre as crianças
das séries iniciais do Ensino Fundamental e a aprendizagem tão almejada nos
processos pedagógicos, seja no espaço acadêmico, seja dentro da sala de aula.

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O ENSINO DE ARTE NO BRASIL: BREVE HISTÓRICO

O termo “arte” em muitos momentos da história da humanidade foi usado para


designar tantos trabalhos de intenção histórica, como trabalhos que se referia a
determinados ofícios e ocupações. Segundo Mello (1987, p. 422), “a própria arte era
vista como um setor ou domínio pouco significativo para os estudos etnográficos”, ou
seja, havia assuntos que inquietavam muito as sociedades, como os ligados à
economia e à religião dentre outros, e por este motivo se colocavam num degrau de
prioridade superior. Só a partir do século XIX é que a palavra Arte passou a significar
exclusivamente a criação estética e as “belas-artes”, momento em que o tema passa
a ter mais ênfase a nível educacional.
Sabe-se que é difícil conceituar Arte, mas como é descrita na Enciclopédia
Britânica (2002, p. 81), é imprescindível destacar três aspectos que a caracteriza: a
arte é o produto de um ato criativo; a cada momento, ela corresponde às concepções
ideológicas da sociedade em que aparece. Isso se torna perceptível já que a Arte
surge de acordo com os anseios históricos pelos quais passam cada sociedade. Além
disso, as transformações observadas, sejam no âmbito social, sejam no econômico
ou no cultural, acham-se ligadas ao domínio artístico. A Arte é universal e intrínseca
ao ser humano. Por mais isolada e primitiva que seja uma sociedade, ela apresenta
gostos estéticos ligados à beleza e, apesar dos gostos diferirem de povo para povo,
isso não nega a veracidade da universalização da Arte.
A Arte é concebida de acordo com os principais períodos da humanidade, já
que é tratada de forma distinta em cada época, designando estilos próprios que
correspondem a diferentes momentos históricos.
Desde a Pré-História o homem já produzia Arte, porém, pelo fato de só termos
registros a partir do surgimento da escrita, muitas civilizações foram desconsideradas
em suas produções artísticas, que só foram reveladas mais tarde através de
descobertas arqueológicas.
O período cristão-primitivo, por volta dos séculos III e IV, ocupa posição de
destaque no que tange a conciliação das formas clássicas em seus ideais. A arte
carolíngia dos séculos VIII e IX, durante o império de Carlos Magno, dá vida a formas
antigas e tardias, puramente abstratas.
E é considerado um estilo internacional.

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A Arte Otoniana que predominou nos séculos XI e XII, caracteriza-se por um


estilo rígido e monumental de origem expressionista. O estilo Romântico
predominante nesses séculos representou um rompimento quase que completo com
os modelos antigos.
O estilo Gótico que se estabeleceu entre os séculos XII e XV, era dotado de
maior dinamismo, conferia maior importância à percepção do espaço. Logo após têm-
se no estilo Renascentista a experiência que o artista trazia do mundo exterior.
A Arte Barroca dos séculos XVII e XVIII substitui o equilíbrio renascentista e o
Renascimento Neoclássico, verificado por volta de 1800, teve todo o aspecto de um
movimento natimorto, pois durante esse período a arquitetura original deixou de ser
praticada.
Observa-se que o homem da era industrial não alcança um estilo próprio, tendo
apenas na pintura avanços significativos. No que diz respeito à esfera educacional, os
avanços não foram notórios. Só a partir do século XIX, inicia-se a formação do
profissional em arte através de instituições de ensino, tendo como marco principal no
Brasil a criação da Academia de Belas-Artes no Rio de Janeiro, a partir daí a educação
escolar em arte vem sendo marcada pelas várias tendências pedagógicas que
permeiam o ensino no Brasil, dentre as quais ressaltamos: a Pedagogia Tradicional,
a Pedagogia da Escola Nova e a Pedagogia Tecnicista.
Na escola tradicional valorizam-se principalmente as habilidades manuais, os
“dons”. O ensino de Arte era voltado essencialmente para o domínio técnico que
visava uma formação prática destinada à qualificação para o mercado de trabalho,
isso para aquelas pessoas das classes desfavorecidas, pois as pessoas com maior
poder aquisitivo eram educadas para desenvolver o gosto apreciativo pelas obras de
arte, além de manter a divisão das classes sociais. A Arte tinha aspecto utilitário e
visava a “preparação do estudante para a vida profissional e para as atividades que
desenvolviam tanto em fábricas quanto em serviços artesanais” (Ferraz & Fusari,
1993, p. 30), e o principal conteúdo estudado era o desenho, devido ao caráter técnico
deste para o mercado de trabalho.
Durante certo período, o ensino de Arte foi fortemente influenciado pelo
movimento da Escola Nova, que surgiu na Europa e nos Estados Unidos no século
XIX, e foi difundido no Brasil a partir de 1930, no qual as atividades voltam-se para o
desenvolvimento natural da criança e as práticas pedagógicas são redimensionadas,

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dirigindo toda atenção do processo ensino-aprendizagem, que era centrado no


professor, para o desenvolvimento do aluno. Houve uma mudança brusca da
Pedagogia Tradicional para a Pedagogia Nova, onde o aluno passa a ser responsável
pela busca do seu próprio conhecimento através de experimentos. O ideal da
liberdade de expressão, difundida pelo movimento escolanovista, contribuiu para que
o momento das aulas de Arte fosse visto como um espaço onde tudo era permitido.
Um fato marcante para o desenvolvimento das atividades artísticas no Brasil foi
a “Semana de Arte Moderna de São Paulo” realizada em 1922, importante para a
caracterização do movimento modernista. Vale salientar que até este momento o
trabalho com Arte enfocava muito mais o ensino do desenho, como referido
anteriormente, ignorando praticamente as demais modalidades artísticas.
De acordo com Marques (2001, p. 32) somente no final da década de 1990,
entidades, associações e órgãos governamentais preocuparam-se em incluir outras
linguagens artísticas nas discussões acerca do ensino de Arte.
Entre os anos de 1960 e 1970 surge uma nova tendência pedagógica, a
Pedagogia Tecnicista, época em que o Brasil viveu um momento político conturbado
diante da ditadura militar. Nesse contexto o ensino de Arte passa a ser centrado no
mercado de trabalho, priorizando o ensino de técnicas voltadas para a formação de
mão de obra barata destinada a um mercado tecnológico em expansão. Só a partir da
década de 1980 é que se percebe uma mobilização profissional em torno do ensino
de Arte de forma institucional no Brasil.
Dentre as propostas mais difundidas no final do século XX, destaca-se a de
Ana Mae Barbosa, que propõe uma “Metodologia Triangular” para o ensino de Arte. A
referida proposta tem por base o “fazer artístico”, a “análise de obras artísticas” e a
“história da arte”, e destaca a Arte como conhecimento que pode ser desenvolvido na
escola, refutando o antigo conceito de Arte como espontaneísmo.

A ARTE NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA PARA EDUCAÇÃO

A escola é o espaço destinado ao planejamento, produção e execução de


trabalhos voltados para o desenvolvimento satisfatório das atividades educacionais.
Quando se fala em escola, não se restringe apenas a denominação do espaço físico

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que ela possui, mas todo um aparato técnico e pedagógico proporcionado por sua
comunidade, que é composta de professores, coordenador pedagógico, diretor,
alunos e pessoal de apoio, todos os atores que a fazem funcionar.
Para pontuar, ao final de um período de trabalho constante, as atividades
desenvolvidas pelo professor e demais “astros” que integram a escola, uma série de
fatores precisam ser levados em consideração. A escola estabelece suas metas e sua
concepção através de uma proposta pedagógica, visando o sucesso escolar dos
alunos. Para tanto, há a necessidade de se observar nos alunos o que eles têm de
mais diferente. Os fatores que os levarão a uma possível aprendizagem: são as
habilidades e as competências.
Dentre as habilidades e competências que devem ser observadas pelos
professores nos alunos, estão as de cunho artístico. Segundo Aurélio Buarque de
Holanda, Arte “é a capacidade ou atividade humana de criação plástica ou Musical;
habilidade de representação; produção; engenho”. Diante disso, os Parâmetros
Curriculares Nacionais (1997, p. 15), logo na apresentação da proposta do volume 6,
das séries iniciais do Ensino Fundamental, destinado à Área Curricular Arte, diz que:
A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico, que
caracteriza um modo particular de dar sentido às experiências das pessoas: por meio
dele, o aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação.

Pensar numa educação com Arte3, é antes de tudo, pensar numa educação
que dê ao aluno a chance de poder desenvolver seu potencial de criação, de
produção, de execução de suas atividades. Neste momento, a escola entra como uma
espécie de elo entre o que a sociedade propaga e o desejo do aluno em poder
desenvolver atividades que suas vontades e seus sonhos, representem suas
fantasias.
A escola é o espaço das discussões sobre direitos e deveres, e de reflexão da
realidade. É também a dimensão social das manifestações artísticas, que constitui
uma das funções importantes do ensino da Arte, como propagado nos PCN. Ele
aprende com isso, que existem povos, costumes, religiões, modos de produção e
criação diferentes dos dele, elementos que o ajuda a compreender melhor o outro
para uma convivência com as diferenças. Parte daí uma consciência tanto de

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preservação dos patrimônios culturais, ambientais e o respeito pela diversidade.


O século XX foi o período em que as pessoas, destaque para o Brasil, puderam
falar e produzir da forma que realmente achavam interessante, muitos dados puderam
ser trazidos para a área pedagógica, que de posse das análises realizadas, chegasse
a conclusões de que o ensino da Arte é de fundamental importância para o
desenvolvimento da criança. No tocante às áreas que as Artes podem diretamente
influenciar, estão a antropologia, a filosofia, a psicologia, a psicopedagogia e as
tendências modernas de crítica da Arte, partindo de princípios que valorizam o ensino
das artes plásticas, da dança, da música e do teatro, denominado “Movimento da
Educação através da Arte”, fundamentado nas ideias do filósofo inglês Herbert Read,
movimento que teve como manifestação mais conhecida a tendência da “livre
expressão”.
O século XX foi também o período em que se pôde refletir sobre qual o lugar
das artes na educação. Depois de muita discussão, chega-se a conclusão de que a
educação em arte é importante na formação do indivíduo. Em 1971, a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional, LDB nº 5.692, que institui o ensino profissionalizante,
a Arte é incluída como Educação Artística no currículo escolar. A Arte neste momento
é vista como uma atividade educativa e não como uma matéria. Mesmo assim, é
percebido um avanço considerável, pois parte de pressupostos inovadores e,
principalmente no que tange à formação do indivíduo, ela ocupa papel
importantíssimo. Contudo, o desenvolvimento efetivo da Educação Artística nas
escolas, deixou muito a desejar, visto que a falta de professores com formação
específica em Artes Plásticas, Educação Musical e Artes Cênicas não era suficiente
para atender as necessidades da época, o que pode ser observado ainda nos nossos
dias.
Em 1988, com as discussões sobre a promulgação da Constituição Federal do
Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional, que seria sancionada
apenas em 20 de dezembro de 1996, traria, mais uma vez o ensino de Arte como alvo
de críticas e manifestações. Uma das versões do novo documento legal, apresentava
a proposta da não obrigatoriedade da Arte nos currículos escolares. Com a Lei nº
9.394/96, a Arte passa a ser considerada área obrigatória na Educação Básica. O
Artigo 26, § 2º é claro ao afirmar: “O ensino da arte constituirá componente curricular
obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o

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desenvolvimento cultural dos alunos”.


O supracitado artigo da LDB, em vigência desde 1996, torna obrigatório o
ensino da Arte na Educação Básica, contudo a situação, em termos de condições
mínimas para que a legislação seja de fato cumprida, ainda se constitui num grande
obstáculo na maioria das unidades escolares do país.

Arte nos PCN

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, relativos aos ciclos 1 e 2 da Educação


Básica, no volume 06, apresenta discussões pedagógicas para o campo das Artes.
Afinal qual é o lugar das Artes nas escolas? Existe este lugar? Sabe-se que as
atividades artísticas geralmente aparecem no desenvolvimento das atividades
escolares, como apoio às demais disciplinas no processo ensino aprendizagem, mas
pouca relevância é dada às várias modalidades e formas com as quais cada uma
dessas manifestações se apresenta no campo escolar.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais sugerem que o estudo da Área
Curricular Arte se divida em: Música, Artes Visuais, Teatro e Dança. E propõem que
as atividades desenvolvidas possam possibilitar aos alunos, a percepção de que
mesmo ao realizarem uma dramatização ao final de um projeto pedagógico trabalhado
num certo período, esta atividade tem relações com a música, por exemplo, que tem
também suas especificidades, além do que é próprio na prática de dramatizar – os
elementos do teatro.
Vale ressaltar que o documento oficial deixa claro que, devido ao fato de o
professor das séries iniciais não ter uma formação específica na área, não se faz
diferenciação dos conteúdos por ciclo, ou série, cabendo ao professor promover uma
variação nas modalidades artísticas que serão trabalhadas.
Fusari (1992, p. 69) ao tratar sobre a seleção de conteúdos em Arte e,
principalmente da postura do professor, evidencia que “para desenvolver um bom
trabalho de Arte o professor precisa descobrir quais são os interesses, vivências,
linguagens, modos de conhecimento de arte e práticas de vida de seus alunos”. Esses
conhecimentos imprescindíveis para a prática pedagógica, serão a base na
construção dos pilares para uma educação em Arte.

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APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA: UMA CONCEPÇÃO DE ENSINO E


APRENDIZAGEM

De acordo com a teoria desenvolvida por David Ausubel, a aprendizagem será


muito mais significativa na medida em que novo material for incorporado às estruturas
de conhecimento de um aluno e este adquira significado para ele a partir da relação
com o seu conhecimento prévio. Ao contrário disso, a aprendizagem será mais
mecânica ou repetitiva, na medida em que produz menos essa incorporação e
atribuição do significado, neste caso, o novo material será armazenado isoladamente
ou por meio de associações arbitrárias na estrutura cognitiva.
A aprendizagem significativa tem vantagens notáveis no desenvolvimento do
aluno, tanto do ponto de vista da lembrança posterior e a utilização do enriquecimento
da estrutura cognitiva do aluno como ponto de vista da lembrança posterior e a
utilização para experimentar novas aprendizagens, fatores que a delimitam como a
aprendizagem mais adequada para ser promovida entre os alunos, podendo deste
modo, conseguir a aprendizagem significativa tanto por meio da descoberta como por
meio da recepção.
Na teoria da aprendizagem significativa há três vantagens essências em
relação à aprendizagem memorística. Em primeiro lugar, o conhecimento que se
adquire é retido e lembrado por mais tempo. Em segundo lugar, aumenta a
capacidade de aprender outros materiais ou conteúdos relacionados de uma maneira
mais fácil, mesmo se a informação original for esquecida. Em terceiro lugar, e uma
vez esquecida a informação, facilita quando a aprendizagem seguinte, à
“reaprendizagem”, para dizê-lo de outra maneira. A explicação dessas vantagens está
nos processos específicos por meio dos quais se produz a aprendizagem significativa.
A aprendizagem significativa implica, como um processo central, a interação
entre a estrutura cognitiva prévia do aluno e o material ou conteúdo de aprendizagem.
Cool (1996) afirma que a significativa da aprendizagem está muito ligada à
funcionalidade, isto é, a possibilidade de utilizar efetivamente os conhecimentos
aprendidos quando necessário, portanto, quanto maior for o grau de significatividade
da aprendizagem, maior será também a sua funcionalidade.
Ausubel aponta três condições básicas necessárias para que possa haver um

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processo de aprendizagem significativo:

1) A significatividade lógica do novo material que é preciso aprender,


remete a estrutura interna deste, que não deve ser nem arbitrária, nem confusa para
facilitar o estabelecimento de relações substanciais com os conhecimentos prévios do
aluno;
2) A significatividade psicológica: para que a aprendizagem seja possível,
o aluno deve dispor de uma estrutura cognitiva de conhecimentos prévios pertinentes
e ativados que possa relacionar com o material que deve aprender;

3) Finalmente, e como uma terceira condição, o aluno deve ter uma


determinada atitude ou disposição favorável para aprender de maneira significativa,
isto é, para relacionar o que aprende com o que já sabe.3

Dessa forma, os Parâmetros Curriculares Nacionais, volume 06, apontam para


a necessidade do uso de critérios de seleção dos conteúdos de Arte. É necessário
que o professor saiba o que é mais inerente à realidade do seu aluno.
Como afirma Cool (1996, p. 235), a última das condições comentadas para a
aprendizagem significativa “é um toque de atenção sobre o papel decisivo dos
aspectos motivacionais”. Embora o material de aprendizagem seja potencialmente
significativo, lógico e psicológico, o aluno terá uma predisposição para memorizá-lo
repetitivamente, pois demanda menos esforços e é mais simples fazê-lo dessa
maneira.
A aprendizagem significativa tão discutida nos círculos pedagógicos tem uma
forte relação com a Arte, visto que, os PCN apresentam a Arte como propiciadora do
desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam
um modo próprio de dar sentido à experiência humana, levando o aluno a ampliar sua
sensibilidade, percepção e imaginação, bem como favorece o relacionar-se
criadoramente com as outras áreas do conhecimento.
Um aluno que teve a sua competência artística bem trabalhada e/ou explorada,
será capaz de perceber sua realidade cotidiana mais vivamente, podendo criar
condições para conquistar uma finalidade de vida melhor, ou seja, dará funcionalidade

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ao que aprende.

CURIOSIDADES

No Brasil temos os índios que também se utilizam de elementos da natureza


para produzir sua arte, como: pintura corporal, arte plumária, utensílios, materiais de
caça e pesca, moradia e instrumentos musicais.
A argila é um material muito utilizado desde a pré-história, para fabricação de
tintas e utensílios. Nos grupos indígenas do Brasil esta arte é chamada de cerâmica.
Geralmente são feitos pela mulher adulta ou criança, potes, panelas, urnas funerárias
e os licocós (bonecos Carajás). As meninas aprendiam fazer licocós, enquanto as
mães faziam a cerâmica utilitária. Os licocós eram feitos de acordo com o ideal de
beleza carajá, mulheres grávidas, com grandes seios, parecidas com as esculturas da
pré-história. Desde a mais remota antiguidade a cerâmica têm marcado presença na
cultura de muitos povos. A história da civilização primitiva foi em grande parte
reconstruída graças à cerâmica.

Mãe e filho/Mestre Vitalino Boneca Carajá Vênus de Willendof/Museu de História


Natural,Viena

Na Idade Média os artistas também fabricavam suas tintas. Duas técnicas são
exemplos: a encáustica e a têmpera.
A encáustica consiste em diluir os pigmentos em cera derretida e aquecida no
momento da aplicação, efeito semi fosco.
No Brasil, os primeiros retábulos foram feitos de pedra. Com a vinda dos
jesuítas, passa-se a construir os de madeira. Os mais antigos estão em Pernambuco.
Outras técnicas para representar histórias através da arte, foram utilizadas
pelos pré-históricos, nas paredes das cavernas.

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Naturalismo e Geometrismo: Dança de Cogul, dança das mulheres em torno de arte rupestre
no Brasil um homem nu

As pinturas da pré-história eram divididas em obras com motivos naturalistas e


obras com motivos geométricos. Só mais tarde o homem da pré-história representou
a figura humana. Depois que deixou de ser nômade começou a representar figuras
leves, ágeis e pequenas em cenas da vida coletiva e as atividades cotidianas.
A arte egípcia estava intimamente ligada à vida religiosa. Grande parte das
pinturas era feita na parede das pirâmides. Estas obras retratavam a vida dos faraós,
as ações dos deuses, a vida após a morte entre outros temas da vida religiosa. As
tintas eram obtidas na natureza (pó de minérios substâncias orgânicas, etc.).

Os gregos além da escultura e arquitetura se destacaram na pintura de vaso e


estes se dividiam em três grupos: figuras pretas sobre fundo vermelho, figuras
vermelhas sobre fundo preto e figuras vermelhas sobre o fundo branco.

Almedo e Salaste/Afresco Romano Vaso grego

Os romanos preocupavam-se com a expressão da realidade vivida.


Obras, na sua maioria em mosaico, feitas com pequenos cubos ou pedras. Os

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povos bizantinos destacaram-se pela utilização do ouro nos mosaicos.


Atualmente, os artistas que trabalham com mosaicos (os mosaicistas)
procuram técnicas de aperfeiçoamento.

Teodora (manto marrom) e sua calçada da UNICENTRO corte


Mosaico, século VI d.C.

No período gótico, os vitrais são empregados, sobretudo em igrejas e em


construções góticas com finalidade decorativa, ilustrativa ou de iluminação.
O motivo, em geral é uma cena bíblica na posição central, cercada por
elementos geométricos e flores.
Atualmente os vitrais sofrem a influência do abstracionismo e, muitas vezes, o
vidro é substituído por material plástico, mais barato;

Idade Média Baixa Vitrais da igreja Imaculado Coração de Maria

Grafitti, a contemporaneidade dessa arte tem origens bem remotas. Com


carvão, grafite e tintas, o homem já grafitou cavernas, monumentos da antiguidade e
murais em todos os tempos. Agora o grafite encontra na rua e os pigmentos são os
spray.

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Nossa Arte, nossa gente!


Mestre Vitalino (1909-1963), nasceu em Caruaru, Pernambuco. É o maior
símbolo do artesanato em barro no Brasil. Suas peças estão no Museu do Louvre,
em Paris. (Almanaque Brasil, editora Positivo, 2004, p.122).

Carro bois /Mestre Vitalino carroça com bois/Gerônimo Ricacheski

O artista, escritor e advogado, Jairo Batista Pereira é outro exemplo. Suas


obras são inspiradas no expressionismo de Van Gogh e Edward Munch.
Expressionismo é um movimento emocional e sentimental. A sua pintura
deformadora de imagens e da realidade. Os motivos, de figuras ou paisagens são
puros valores afetivos.

Campo de Trigo com corvos / Van Gohg O Grito/ Edvard Munch óleo
sobre tela, 50,5 cm por 103 cm/1890 1893- museu Much/Oslo
museu Van Gogh/ Amesterdan

Jairo pereira, nascido em 23/03/1956 em Passo Fundo, RS. Editou sete livros,
tem ensaios e artigos publicados em várias revistas e jornais. Foi premiado em oito
concursos literários em conto, poesia e teatro. Realizou inúmeras exposições de
pintura.

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Pano de Boca - óleo sobre duratex 60x50 cm s/título-acrílica sobre tela


100x90 cm Jairo Pereira/ acervo particular Jairo Pereira/ acervo
particular

Na cidade temos alguns objetos artísticos colocados em praças.

Praça São Pedro Praça do Lenhador Praça da Bíblia

O artista Dirceu Rosa que reside em Cascavel, projetou algumas obras. Tema
marcante deste artista é a mão. Muitos se dedicaram a utilizar este tema em suas
composições, não somente imagens, mas em outras manifestações humanas de ver
e analisar o mundo com a voz e a escrita.

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