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Vivemos uma fase de transição muito importante para a Educação Musical no Brasil. Apesar de tudo ser
tão novo em relação a Lei, práticas, novos métodos surgindo, temos a promissora missão de levar
Educação Musical nas Escolas a partir da Musicalização Infantil.
A Música na Escola Regular não é de hoje como podemos acompanhar na história. Porém, após décadas
de um período obscuro em relação à aprendizagem musical, tendo a Música no geral um papel mais
voltado para as festividades escolares, temos agora motivos para investirmos em capacitação e
promovermos, de fato, uma Educação Musical mais significativa.
Diferente da Música trabalhada em Conservatórios e Escolas de Música que tem um ensino mais
individualizado, a Educação Musical escolar tem uma proposta voltada para o grupo, com uma intenção
de não exatamente formar músicos instrumentistas, mas desenvolver conceitos e habilidades musicais,
além de estimular a apreciação e o senso crítico, ampliar repertório de qualidade enaltecendo a cultura
local e diferentes culturas assim como estilos musicais. E não fica só por isso!
A Musicalização Infantil faz parte da Educação Musical, sendo a iniciação formal da criança desde seu
nascimento, despertando sua musicalidade por meio de vivências musicais, sonoras e lúdicas de forma
ativa e prazerosa.
Neste módulo faremos uma breve viagem pela história da Educação Musical, mergulharemos nos
conceitos de Musicalização Infantil e sua importância para a criança e para a escola, e, por fim
refletiremos sobre os saberes necessários e como viabilizar o trabalho do professor de Musicalização
Infantil na Escola Regular.
EDUCAÇÃO MUSICAL NO BRASIL
CONCEITO
É a atividade que compreende o planejamento, coordenação, controle e desenvolvimento
das operações destinadas a abrigar, manter adequadamente estocado e em condições de
uso, bem como expedir no momento oportuno os materiais necessários à empresa.
As vivências musicais, já existia no Brasil muito antes de seu “descobrimento”, pelas práticas dos Índios
que aqui viviam. A música já fazia parte de diferentes ritos como espirituais, festivos, de cura. Os
instrumentos predominantes eram basicamente percussão e sopro. Danças completavam a formação
musical dos índios, que passava culturalmente de pai pra filho. Esta cultura perdura até os dias de hoje
pelos grupos indígenas que ainda lutam pela sua manutenção.
Como já é de nosso conhecimento histórico, quando os europeus chegaram no Brasil e descobriram suas
terras, consigo trouxeram sua cultura e também a música ocidental.
Os primeiros professores de música formais foram os Jesuítas que tinham como missão catequizar os
índios. Pouco tempo depois, com o crescimento das comunidades estrangeiras, a Educação Musical foi
voltada a servir aos Interesses da Igreja e da Coroa de Portugal também ensinada na Escola da
Companhia de Jesus fundada pelo Padre Manoel de Nóbrega e seguido pelo Padre José de Anchieta.
Alguns trabalhos musicais surgiram neste período, como o “Alto da Pregação Universal” 1555 primeira
peça musical brasileira. A partir deste período, surgiram teatros e peças musicais envolvendo canto,
instrumental e danças.
Em 1759 com as Reformas Pombalinas regidas pelo Marques de Pombal, os Jesuítas foram expulsos do
Brasil assim como as Escolas e Educação que eles propunham. Houve uma proposta de secularização
do Ensino para o controle do Estado e padronização do currículo para Latim, Grego, Filosofia e Retórica.
Apesar das ideias terem o interesse de modernizar e entregar uma educação mais aberta, também foi
motivo de um declínio nos sistemas educacionais, pois não houveram correta implementação das
mudanças.
“A reforma de ensino pombalina pode ser avaliada como sendo bastante desastrosa
para a Educação brasileira e, também, em certa medida para a Educação em
Portugal, pois destruiu uma organização educacional já consolidada e com
resultados, ainda que discutíveis e contestáveis, e não implementou uma reforma
que garantisse um novo sistema educacional. Portanto, a crítica que se pode
formular nesse sentido, e que vale para nossos dias, refere-se à destruição de uma
proposta educacional em favor de outra, sem que esta tivesse condições de realizar
a sua consolidação”
A partir do início do Século XIX houveram grandes contribuições para o desenvolvimento musical,
artístico e cultural. As artes tiveram grande relevância na vida Urbana partindo do Rio de Janeiro (Capital)
para todo o Brasil, ainda que apenas para os mais favorecidos.
Em 1818 surgiu o primeiro curso de Música no Brasil, pouco depois do Padre José Maurício Nunes
Garcia escrever o primeiro compêndio para Pianoforte.
No período imperial, as políticas educacionais eram voltadas à formação para suprir uma demanda do
Estado. A Nobreza estudava e a grande massa de escravos permanecia analfabeta. Realidade esta que
se manteve mesmo com a Independência em 1822.
Em 1847 surgiu a primeira Lei estabelecendo conteúdo para a formação musical e o Brasil já podia
fornecer diploma de formação Musical: Os conteúdos eram:
Princípios básicos de solfejo;
Voz;
Instrumentos de cordas, de sopro;
Harmonia.
A partir desta Lei, surgiram novas leis que estabeleciam conteúdo de Ensino de Música para Ensino
primário e secundário.
Em 1854 houve um decreto que reformou o ensino primário e secundário da corte, acrescentando ao
currículo “noções de Música e exercícios de canto.
Houveram grandes avanços musicais, culturais e Educacionais neste período, porém a partir do segundo
Império até o início do século XX, houve também uma estagnação no Ensino de Música que retomou
suas forças a partir da Primeira República.
Em 1912, João Gomes Junior, que desenvolveu o método Analítico para o Ensino de Música, também
introduziu o Canto Orfeônico, posteriormente instaurado por Heitor Villa Lobos.
Com a Era Vargas, muitas foram as reformas educacionais e a Música estava voltando a ser trabalhada
nas escolas com mais teor. O canto Orfeônico passou a ser obrigatório nas escolas, foi uma forma
popular de sistematização do ensino musical para todo o Brasil.
Heitor Villa Lobos, compositor nacionalista, foi convidado para ser diretor do SEMA, Superintendência de
Educação Musical e Artística e desenvolveu um curso para capacitar professores especializados em
Música e canto Orfeônico. Villa-Lobos também compôs músicas que estão em nosso cancioneiro
folclórico, desenvolveu materiais de apoio ao professor voltados para o folclore.
Em 1961 Surgiu a primeira LDB. Lei de Diretrizes e Bases da Educação que define e regulariza a
organização da Educação Brasileira, com base nos princípios presentes na Constituição. Nesta primeira
LDB não houveram mudanças significativas na proposta de Educação Musical.
A mudança mais drástica foi na LDB de 1971 onde a Música deixou de ser disciplina curricular e passou a
fazer parte da proposta de Educação Artística, disciplina polivalente sendo um único professor
responsável pelo conhecimento das Artes Visuais, Cênicas, Musicais e Dança. A Educação Artística
passou a ser obrigatória, porém a Musical se perdeu neste meio. Outro fator para que isto acontecesse
foi a insuficiência de professores capacitados em Música e predominância do ensino de Artes Visuais. A
Educação era predominante tecnicista, voltada ao trabalho e formação.
Devemos lembrar que os anos 70 foi uma época chamada de “repressão” marcado pelo Militarismo.
Neste período, grandes foram também as manifestações culturais e musicais na tentativa de modificar
este contexto que também interferia na forma de Educação. Uma das manifestações mais expoentes foi o
Movimento do Tropicalismo que surgiu após o “Festival de Música Popular” transmitido pela Record em
1967. Grandes artistas e compositores da época usavam as artes plásticas, cênicas, musicais como
forma de denúncia da situação política do pais. Alguns destes foram: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal
Costa, Nara Leão, Maria Bethânia, a banda os Mutantes, entre outros cantores e compositores...
A última LDB de 1996 manteve a Música dentro de Artes. Neste contexto a música nas escolas passou a
ser utilizada mais para apreciação e comemoração de datas festivas.
Antes dessa lei, a música era conteúdo optativo dentro do ensino geral de Artes (visuais, música, teatro e
dança) e dependia do planejamento pedagógico das secretarias de Educação ou das decisões de
currículo de cada Escola particular para ser trabalhada.
Também tinham os Referenciais Curriculares Nacionais (RCNs) que apresentavam reflexões, conteúdos
e orientações didáticas não obrigatórias para educadores e norteavam o Ensino de Música na Educação
Infantil. Pelos RCNs a sugestão era que os conteúdos fossem divididos entre o Fazer Musical
(exploração sonora, improvisação, composição e interpretação) e Apreciação Musical; Ampliação de
repertório por meio da escuta, canto, brincadeiras musicais, enaltecendo a cultura local, folclore, e
abrindo espaço para novos estilos musicais e culturas.
Com a alteração da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), a música passa a ser o único conteúdo obrigatório,
mas não exclusivo, ou seja, as demais áreas das Artes poderão ser trabalhadas.
Compete à Escola
Secretarias de Educação
Ministério da Educação
Apoiar técnica e financeiramente os Sistemas de Ensino com a implementação do Ensino de
Música nas Escolas públicas de Educação básica,
Estimular a oferta de cursos e capacitações, estudos e pesquisas,
Estabelecer parcerias entre órgãos governamentais, entre outras atribuições.
Sobre os conteúdos trabalhados em Educação Musical, não há uma cartilha, conteúdos específicos a
serem trabalhados, apenas orientações, porém o MEC recomenda que, além das noções básicas de
música, dos cantos cívicos nacionais e dos sons de instrumentos de orquestra, os alunos aprendam
cantos, ritmos, danças, sons de instrumentos regionais e folclóricos para, assim, conhecerem a
diversidade cultural do Brasil.
MUSICALIZAÇÃO INFANTIL
CONCEITO
“A musicalização é um processo de construção do conhecimento, que tem como objetivo
despertar e desenvolver o gosto musical, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade,
criatividade, senso rítmico, do prazer de ouvir música, da imaginação, memória,
concentração, atenção, autodisciplina, do respeito ao próximo, da socialização e
afetividade, também contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de
movimentação.”
Bréscia (2003)
Entendemos que a Musicalização Infantil na Escola regular tem grande importância não apenas para a
aprendizagem musical mas oferece grandes contribuições para e desenvolvimento escolar e global da
criança.
Quando falamos em educação Infantil, não vemos um ser construído, já com suas habilidades motoras,
cognitivas, “estabilizadas”. A criança na fase da Educação Infantil é um ser em profundo desenvolvimento
de suas habilidades primordiais, está aprendendo a falar corretamente, desenvolvendo sua coordenação
motora, aprendendo a expressar seus sentimentos, emoções, consciência de si, do outro, se
sociabilizando, desenvolvendo sua afetividade, capacidade cognitiva, aprendendo a assumir pequenas
responsabilidades, conhecendo regras, etc.
Neste sentido, a Musicalização Infantil deve ir ao encontro destas necessidades para que, por meio deste
trabalho e estímulos, a criança também se desenvolva musicalmente de forma prazerosa.
A MÚSICA E O DESENVOLVIMENTO AFETIVO
DA CRIANÇA
O aluno é um ser constituído de razão, emoção, anseios e necessidades, por isso o conhecimento a ser
construído deve permear o pensar e o sentir. Um ambiente afetivo permite que haja maior interesse pelo
aprendizado, mais envolvimento e motivação por parte dos alunos e professor. No entanto, o professor
deve promover este ambiente afetivo tendo em mãos, um forte aliado - A própria Música!
Por meio da Música o homem expressa sua emoções e sentimentos. Ela tem o poder de acalmar, alegrar,
mobilizar! Os sons carregam significados!
Trabalhar com a música, cantar, explorar sons, aprender e “descarregar” energia na música são
excelentes oportunidades de permitir que crianças exponham seus sentimentos, medos, alegrias,
interajam entre si com trocas de experiências importantes para seu desenvolvimento global.
A Musicalização Infantil na Escola regular promove maior sociabilização entre colegas, envolve a escola
de forma mais alegre, como um todo, as famílias e a comunidade. Por meio da música, além dos
conhecimentos musicais propriamente ditos, temáticas importantes relacionadas à valores e cidadania
podem ser trabalhadas em conjunto, além da possibilidade de um forte trabalho de exposição musical,
enaltecendo a cultura, habilidades e interesses musicais e a valorização da Educação Musical como um
todo, permitindo que todos, sem distinção, tenham acesso aos mesmos conteúdos. Esta ao menos deve
ser nossa luta.
A MÚSICA E O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
DA CRIANÇA
CONCEITO
Cognição é o conjunto de habilidades cerebrais necessárias para a aquisição do
conhecimento. Envolve pensamento, linguagem, raciocínio, atenção, memória, criatividade,
solução de problemas.
Sobre o desenvolvimento cognitivo, estudos comprovam que a linguagem musical se constitui num
“treinamento” para o cérebro desde o útero materno, onde o feto já responde a estímulos sonoros.
Este “treinamento” que a música propicia para o cérebro humano interliga os sentidos da visão, tato e
audição. As experiências vivenciadas pela música se moldam no cérebro por ser “auto ajustável” e,
graças às sinapses nervosas ou interligações, rapidamente se ajustam e agregam ao conhecimento.
Sabemos que o cérebro possui dois hemisférios. O esquerdo ligado ao raciocínio lógico, fala, cálculos e o
direito ligado ao gosto por artes, música, dança, à criatividade.
Apesar da música ser uma arte, que envolve sentimentos, gostos, apreciação, seu estudo contém muita
lógica, estimular o raciocínio de forma intensa. Desta forma, o trabalho com a música pode ser estimulado
pelos dois hemisférios do cérebro, sendo comprovadamente uma forma eficaz, se bem conduzida, de
levar o indivíduo a uma melhor aprendizagem. Quanto maior a sintonia entre os hemisférios, mais forte se
tornam as conexões. O raciocínio se torna mais rápido e a memorização mais eficiente, ou seja, quanto
mais se aprende, mais se desenvolve seu cérebro, como a prática de um exercício. No começo as
dificuldades podem ser maiores, mas quanto mais se pratica mais o aprendizado se desenvolve
ampliando as conexões cerebrais.
Schafer afirma que, “Ao contrário dos outros órgãos do sentido, os ouvidos são vulneráveis e expostos,
captando todos os sons do horizonte acústico” (Schafer, 1979: 123), portanto, ouvir importantíssimo
recurso para o trabalho de musicalização pois é um estímulo para o desenvolvimento da atenção, e da
concentração. Por meio dos ritmos musicais, atividades rítmicas, a criança desenvolve suas habilidades
motoras, descobre suas capacidades, por meio da exploração sonora, estimula sua percepção.
A MÚSICA E O DESENVOLVIMENTO MOTOR DA
CRIANÇA
CONCEITO
A música trabalha muito com a expressão corporal que é importante para o
desenvolvimento psicomotor. É uma facilitadora da percepção, criação, experimentação das
diversas formas expressivas.
Por meio de atividades musicais, a criança pula, bate palmas, bate os pés, roda, caminha, corre, se
movimenta explora diversas formas de produção sonora também por meio do corpo. Desta forma a
criança aprende a controlar seus músculos, a se expressar. Com o trabalho rítmico que a música
proporciona muitas vezes até de forma intuitiva, a criança desenvolve seu senso rítmico, percepção, se
torna cada vez mais ágil em sua coordenação motora, o que também colabora para a futura
alfabetização.
“O ritmo forma e equilibra o sistema nervoso. Isto porque toda expressão musical ativa age sobre a
mente, favorecendo a descarga emocional, a reação motora e aliviando as tensões. Qualquer movimento
adaptado a um ritmo resulta-se num conjunto completo (e complexo) de atividades
coordenadas”. (CHIARELLI; BARRETO, 2005, s/p.)
MÉTODOS ATIVOS EM EDUCAÇÃO MUSICAL
Existem muitas influências sobre a Musicalização Infantil que podemos direcionar nossa prática nos dias
de hoje, inclusive nas Escolas Regulares; são chamados “Métodos Musicais Ativos”, norteados por
teóricos, músicos e pedagogos da contemporaneidade.
Alguns tem chamado mais atenção por serem facilmente adaptados à nossa realidade escolar, cultural e
de recursos, mas é interessante que todos sejam conhecidos e pesquisados pois sempre há uma
possibilidade de adaptação e improviso.
Os principais métodos ativos para a Educação Musical surgiram a partir da metade do século XX pela
necessidade de desenvolverem metodologias onde o aluno vivenciasse ativamente os conteúdos
musicais em sua aprendizagem musical escolar.
Hoje estes métodos norteiam trabalhos e currículos musicais por todo o mundo.
Os precursores dos métodos ativos, que se preocuparam inicialmente com a participação dos alunos nos
processos de aprendizagem, surgiram no Século XVIII.
Os principais são: Jean Jacques Rousseau que estruturou currículos escolares baseado nos
conhecimentos sobre psicologia e desenvolvimento cognitivo, Johann Heinrich Pestalozzi que trouxe a
pedagogia experimental de cunho afetivo e Friedrich Froebel, considerado o pai do jardim da Infância.
Dalcroze nasceu na Suíça. Viveu de 1865 a 1950. Seus trabalhos foram voltados á Educação Musical
relacionando música e Movimento corporal.
Émile Jaques-Dalcroze defendia que música é um patrimônio, por isso todos deveriam ter acesso a ela.
Seu método era voltado para a importância do desenvolvimento do ouvido musical e conceito de ritmo de
forma participativa e ativa. Todo corpo deveria estar em Movimento para que houvesse sensibilização e
exteriorização de emoções.
Sousa (2003) (apud Mirella Aires, 2015) destaca que “o Método de Dalcroze baseia-se no Estudo
coordenado de três elementos: ritmo, movimentação e improvisação”
Dalcroze propõe o desenvolvimento musical das crianças e adultos por meio de ritmo, solfejo e
improvisação.
EDGARD WILLEMS
Valorizava o ouvido musical. Sua proposta era ensinar música para crianças a partir de 3 anos de idade
tendo a escuta como base para o desenvolvimento da musicalidade.
Willems defendia que a preparação auditiva desenvolvida por aspectos fisiológicos (atenção, percepção),
afetivos (sensibilidade relacionada a emoções) e mentais (compreensão e consciência dos sons).
SHINICHI SUZUKI
Suzuki, violinista e pedagogo, nasceu em 1898 e viveu 100 anos parte do princípio que toda a criança é
capaz de aprender música, desde que haja ambiente favorável e estímulos adequados. Entende que da
mesma forma que a criança aprende, de maneira natural, a língua materna, também pode desenvolver
habilidades musicais por meio da escuta e imitação.
Para que isto ocorra, Suzuki defende que quanto mais cedo se estimular o aprendizado musical,
melhor.Isso já nos primeiros anos de vida. A Filosofia Suzuki também envolve a família. Com a
participação efetiva dos pais será possível oferecer à criança todo o estímulo que ela necessita para
desenvolver e aprimorar suas habilidades.
CARL ORFF
Inovou o trabalho de música com crianças. Seu objetivo era permitir que a criança fosse capaz de
vivenciar a música também por meio da exploração corporal, dos movimentos, como uma comunicação
com a música. Em sua proposta a criança toca, dança e se movimenta ao mesmo tempo.
Seu trabalho incentivou a fabricação de instrumentos, conhecidos como “ Instrumental ORFF” compostos
por flautas e percussão, permitindo que a criança, em grupo, estimule o fazer musical e também crie seus
instrumentos. Orff valorizava também o trabalho com músicas folclóricas e canções populares simples.
ZOLTÁN KODÁLY
Zoltán Kodály foi pedagogo, compositor e etnomusicólogo, húngaro. Viveu de 1882 a 1967.
Idealizou e desenvolveu uma proposta de educação musical que é dirigida para todas as pessoas. A
prática vocal em grupo, o treinamento auditivo e o solfejo são atividades centrais para esta metodologia.
A música folclórica húngara foi pesquisada e integrada ao método, que pode ser aplicado a diferentes
experiências culturais em educação musical.
Valorizou a linguagem brasileira compondo músicas com influências das culturas regionais populares e
indígenas.
Defendia a música como um direito de todos, principalmente a música popular folclórica e propunha que a
criança tivesse, desde a iniciação, a música como vivências cotidianas na escola.
Villa Lobos propôs a introdução do canto orfeônico ( canto coletivo sem a obrigação de conhecimento
musical pelos participantes). Sua proposta foi bem aceita pelo governo na década de 30 que ganhou
grande notoriedade e é muito utilizada até os dias de hoje em todo o Brasil.
Além de preparar professores da Educação primária para trabalhar com o canto orfeônico, Villa Lobos
compôs dezenas de músicas infantis que enaltecem a cultura popular e desenvolveu um guia com
canções folclóricas voltado para a Educação Musical Escolar.
SUGESTÕES DE CONTEÚDOS DE
MUSICALIZAÇÃO INFANTIL NA ESCOLA
REGULAR
Mirella Aires, em seu livro “Música e Ação na Educação Infantil” oferece alguns temas pertinentes ao
trabalho de Musicalização Infantil na Escola regular que colaboram também para o desenvolvimento
global da criança, baseados em pesquisas e experiências na sala de aula da Educação Infantil.
Repertório: permitir que a criança tenha contato com músicas de qualidade sonora, instrumental e de
conteúdo referente à letra, também despertando interesse por canções folclóricas. Optar por músicas que
estimulem o senso rítmico, a criatividade e que respeitem as faixas etárias.
Música e relaxamento (silenciamento): utilizar o potencial que a música tem de acalmar propicia
momentos mais suaves e silenciosos a fim de que a concentração seja ampliada gradativamente.
Desacelerar as vezes é preciso!
Relação entre som e silêncio: ao trabalhar a diferença entre som e silêncio, a criança começa a
desenvolver a percepção da interrupção sonora tendo sua atenção e raciocínio lógico estimulados.
Perceber esta relação é essencial para a aquisição de conhecimentos musicais.
Paisagens sonoras: trata-se de como o ambiente se apresenta por meio de seus sons. Sons
simultâneos de pessoas andando e buzinas de veículos por exemplo, nos remetem a um ambiente de
cidade, assim como som de ondas do mar nos remetem a um ambiente de praia. A criança quando é
estimulada a perceber, reconhecer e identificar sons de ambientes, tem sua percepção sonora,
criatividade, atenção trabalhados.
Sons Corporais: conhecer os sons que o corpo produz é uma forma muito rica de estimular o
autoconhecimento, o raciocínio, criatividade, criação musical e percepção sonora, além de poder ser
início de um excelente trabalho de percussão corporal futuramente, estimulando ritmo e coordenação
motora.
Exploração de objetos sonoros: criatividade e curiosidade são palavras-chave para este trabalho. É
uma grande oportunidade de criação musical. Permitir que a criança produza sons a partir de diferentes
recursos além dos instrumentos musicais. Explorar sons de copos, talheres, recursos alternativos como
sucatas, os materiais de seu convívio e até mesmo confecção de seus próprios instrumentos.
Sons da natureza: este é um destaque das paisagens sonoras que vale a pena explorar mais. Além da
quantidade infinita de sons, a possibilidade de trabalharmos todas as formas de propriedades dos sons, é
na infância que o indivíduo deve aprender a respeitar o meio ambiente e a lidar com ele. O conhecimento
dos sons da natureza, como dos animais, dos fenômenos naturais como chuva, vento, sem dúvida
desenvolve a percepção, a sensibilidade, conscientização, atenção e criatividade na reprodução de tais
sons, ampliando a capacidade de memorização, repertório sonoro e de aquisição de novos
conhecimentos.
PROPRIEDADES DOS SONS
Trabalhar as propriedades dos sons é trabalhar com as qualidades dos sons; Altura, intensidade,
duração e timbre. São conhecimentos fundamentais da teoria musical e oferecem uma gama muito
grande de possibilidades. Muitas canções já trabalham com estes conceitos e é uma forma muito
rica também da criança desenvolver sua percepção sonora, pensamento lógico, atenção,
capacidade de identificar e discriminar diferentes sons.
Leitura Musical
Aos pequenos a leitura musical deve ser apresentada de forma lúdica, por meio de brincadeiras e
associações. A criança ainda não lê mas é capaz de seguir uma ordem, representar um som por meio de
uma cor, de um objeto e sequenciar, reproduzindo os sons de acordo com a ordem apresentada. Esta é
uma forma rica de iniciação à leitura musical por meio da associação imagem/som mesmo sem conhecer
partitura. Um grande estímulo à capacidade de estabelecer relações, de raciocínio, agilidade e o
desenvolvimento da memória sonora e visual, dentre outros benefícios.
Não é difícil entreter crianças apresentando instrumentos musicais! A partir deste trabalho, a criança
aprende a reconhecer os diferentes timbres, as famílias dos instrumentos, se o professor toca algum ou
alguns a criança se encanta ainda mais além deste trabalho poder despertar o interesse de futuros
instrumentistas!
A aprendizagem musical na Educação Infantil deve ser trabalhada de forma cativante, promovendo o
prazer pelo gosto e aprendizagem musical. Sabemos que nas faixas etárias da Educação Infantil, o
lúdico, o faz de conta, brinquedos, fantoches, jogos, objetos sonoros, instrumentos musicais, cores,
envolvem a criança de uma forma muito intensa e tem o potencial de ensinar. Transforma-los em recursos
didáticos é uma excelente forma de enriquecer as aulas e vivenciar conteúdos musicais de forma lúdica e
prazerosa.
CONCEITO
O saber não é algo finalizado, um livro acabado. É uma construção eterna com novas
descobertas, reflexões. A busca pelo conhecimento é constante e tem sido cada vez mais
rápida graças à velocidade das informações no mundo contemporâneo.
Na Musicalização isso não é diferente. Aprendemos na dinâmica das relações, nos capacitamos
conforme a necessidade,ao surgimento de novos métodos, objetivos e quando aprendemos algum
método, novos métodos surgem, novas propostas. A formação é contínua.
No entanto, é importante que o professor busque diferentes saberes para sua capacitação contínua no
que refere à Musicalização Infantil:
Saber Musical
Não tem como lecionar música sem conhecer a música! É imprescindível que o educador domine o que
vai ensinar. É importante o professor conhecer conteúdo teóricos, aprender a tocar um instrumento e
desenvolver habilidade rítmica para o contato adequado com instrumentos de percussão, buscar afinação
na voz, desenvolver a percepção sonora, a criação musical
Saber pedagógico
Dominar a música ainda não é suficiente para uma correta e frutífera relação ensino/aprendizagem! É
extremamente importante que o educador conheça a Criança, compreenda conceitos relacionados ao
desenvolvimento Infantil, como aquele grupo de crianças, naquela determinada faixa etária interage entre
si e são capazes de aprender.Quando o professor conhece a criança, é capaz de desenvolver formas de
ensino adequadas para cada turma ou faixa etária.
O professor precisa saber que a forma de ensinar uma criança de 3 anos é diferente de ensinar uma
criança de 6 anos, por exemplo. Por existirem diferenças nas habilidades desenvolvidas, nas formas de
aquisição de conhecimento, a maneira como o professor vai lidar com essas crianças deve respeitar cada
fase, explorando e estimulando as potencialidades com a linguagem, atividades e recursos adequados.
Desta forma ele é capaz de estruturar objetivos, conteúdos, planejamento de aula pensando no aluno.
Saber Metodológico
Este refere-se aos métodos existentes. Como citados anteriormente, existem métodos que o professor
pode inspirar seu trabalho, pesquisar, os chamados Métodos Ativos. Educadores musicais de notoriedade
por seus trabalhos, estudiosos, pesquisadores e Capacitadores também vem surgindo, oferecendo
diferentes recursos, métodos e repertórios para ampliar as possibilidades de trabalho do professor. A
formação é contínua! Cabe ao professor buscar referências sobre estes trabalhos, se são coerentes com
sua prática e valores e estuda-los, agregando o conhecimento de uma formação continuada.
Sobre a Escola regular, o educador precisa conhecer as diferentes dinâmicas que cada escola tem, suas
rotinas. Esta é uma aprendizagem que apenas a prática oferece. Entender, por exemplo, a necessidade
de flexibilizar aulas, questões ligadas á datas comemorativas, formas de avaliação, reuniões de pais, de
professores, etc.
MUSICALIZAÇÃO COM PROJETOS
CONCEITO
É como se fosse um “fio condutor”, um tema ligado ao Universo Infantil, que pode ser
interdisciplinar, isto é, em parceria com a Escola, onde conteúdos musicais serão
trabalhados e até apresentados pelos alunos em evento específico.
Uma das formas interessantes e eficazes de introduzir a Musicalização na Escola Regular é por meio de
projetos de curta(mensal/bimestral), media (trimestral, semestral) ou longa duração (anual respeitando o
calendário Escolar.
Desta forma a Escola como um todo consegue se envolver e conceitos musicais poderão ser melhor
assimilados pelos alunos em um ambiente mais integrado e acolhedor.
A ideia de estruturar previamente o projeto não deve engessar a proposta, mas organizar as ideias. O
professor deve ter abertura para aprimorar o projeto durante todo o processo.
A sugestão de um tema, além de auxiliar o professor a produzir um produto final mais estruturado e
integrado com a realidade Escolar, permite que os conteúdos, repertórios sejam sempre inovados,
instigando o professor a criar, compor atividades, pesquisar. É um grande e promissor desafio!
PROPOSTA DE TRABALHO
Para preparar um projeto, é importante definir previamente:
CONCEITO
Os custos logísticos representam uma parte ponderável na composição de custos dos
produtos na ponta do consumidor final.
Algumas informações são muito importantes para que o professor faça seu planejamento de aula além
dos conhecimentos a serem ensinados em sala. Estes se referem ao funcionamento da Escola, à turma
de alunos, recursos pedagógicos e físicos a serem utilizados. As informações mais relevantes são:
Quantidade de aulas por semana e tempo de aulas - Saber o tempo de duração das aulas e
quantidade de vezes por semana são importantes para equilibrar o conteúdo e quantidade de
atividades a serem trabalhas.
Quantidade de alunos por turma–Em Escola regular, grupos de alunos oferece maior
possibilidade de dinâmicas, porém grandes quantidades de alunos pode ser um problema se as
aulas não forem planejadas com este intuito. Saber a quantidade de alunos é importante no
planejamento por alguns motivos importantes:
1. Quantidade muito grande de alunos demanda mais tempo para organizar cada atividade seja
para iniciar, seja para finalizar.
2. Algumas atividades são mais interessantes com menos ou mais alunos. Se a turma é muito
numerosa, com alunos maiores é possível pensar em dividi-los em grupos estratégicos onde
um grupo faz uma atividade mais “tranquila” enquanto outro pode fazer algo mais “acelerado”
que demanda mais atenção. Assim depois é possível destrocar.
3. Turmas maiores podem ter um prazo maior para desenvolver um projeto.
Idade de cada turma - Saber a idade de cada turma fará entender a fase em que estão, quais
conteúdos e atividades são pertinentes. Não apenas a idade, mas é importante saber também
alguns conhecimentos prévios sobre as características peculiares da turma como se os alunos tem
conhecimentos prévios em Musicalização, se o repertório a ser trabalhado é conhecido. O professor
novato, antes de iniciar qualquer projeto, deve ter um tempo com os alunos para conhece-los, se
apresentar e fazer uma boa adaptação.
Espaço físico e recursos disponíveis – O que a Escola disponibiliza de recursos visuais, sonoros,
se há instrumentos musicais, aparelho de som, tamanho das salas que poderão ser utilizadas,
acústica dos ambientes, etc. São recursos e materiais que serão utilizados no projeto para sua
execução. Na maioria dos casos estes são solicitados previamente e el alguns casos é um pouco
burocrático, o que não pode interferir no andamento do projeto.
Divisão da rotina na aula - Algo muito peculiar que vai depender da turma, se são muito
numerosos, agitados.
Metodologia - Caso haja um método específico, é importante o professor ter nítido suas
fundamentações para nortear seu trabalho.
SUGESTÃO DE PRÁTICA
Para trazermos um pouco alguns desses conceitos para a prática, vamos simular um projeto que foi
desenvolvido por mim, para alunos da Educação Infantil em uma Escola Regular.
Objetivos gerais: O projeto “ O Mar e suas Canções” prevê que os alunos aprendam e vivenciem de
forma didática, prazerosa, lúdica e explorando suas potencialidades,um rico repertório folclórico ligado ao
tema, que conceitos musicais sejam trabalhados para estimular a percepção sonora, escuta ativa, criação
e apreciação musical.
Objetivos Específicos
Recursos: no caso do projeto, vai variar de como a Escola funciona neste quesito. Se os materiais
podem ser solicitados uma semana antes, um mês antes, etc. Em minha experiência, a solicitação era
feita uma semana antes por meio de uma ficha a ser entregue no almoxarifado da Escola (caso fosse
material de papelaria) e para coordenação (caso precisasse comprar algo). Aparelho de som, espaço já
era determinado e eu tinha acesso.
Iremos citar aqui duas sugestões hipotéticas de aulas, mas caso queira desenvolver este projeto em sua
escola, fique à vontade!
Lembre-se que o planejamento de aula não é uma “receita de bolo” que pode passar de ano em ano ou
ser copiada de outros projetos ou educadores. Cada professor deve estruturar seu planejamento, único,
de acordo com as informações acima sugeridas, metodologia e criatividade do professor.
PRIMEIRA AULA
O professor para esta aula deve ter um levantamento de canções folclóricas infantis que falem sobre
água, mar, animais marinhos, barco, navio, pescador, sapo, tudo relacionado ao tema.
Exemplo
Data XX/XX/XXXX
Retomada de repertório: Pedir para crianças tentarem lembrar canções que falam de água, peixe, mar,
pescador, sapo, barco,etc. Anotar estas canções e oferecer mais canções com a temática.
Iniciar a confecção com alunos um grande painel representando o mar e parte da terra que será cenário
para futuras atividades. Para a participação de todos, os alunos podem colar no painel papel crepom
amassado para dar efeito “3D”. Enquanto confeccionamos, ouviremos algumas canções ligadas ao tema,
pré-selecionadas utilizando o aparelho de som
SEGUNDA AULA
Acolhida: “Bom dia como vai você”
Apresentar pandeiro, caxixi e ovinhos, deixar explorarem seus sons livremente por 5 minutos.
Cantar canções trabalhadas na aula anterior com acompanhamento livre das crianças utilizando os
instrumentos
Apresentar a primeira parte da música “Suite dos pescadores” de Dorival Caymmi acompanhado de
violão. Após apresentado, convidar os alunos a cantarem tocando seus novos instrumentos. Cantar em
diferentes intensidades e durações como uma brincadeira.
Introdução de sons fortes e fracos - Questionar as crianças sobre sons fortes e fracos, se podemos
identificá-los na natureza e propondo. Cantar forte e fraco algumas canções à escolha das crianças
RECURSOS
Para as próximas aulas, a sugestão é que os alunos confeccionem peixes por meio de pintura,
barquinhos e sapos em dobraduras para a elaboração do painel, confeccionem os instrumentos “ocean
drum” com caixa de pizza e chocalhos com potinhos para acompanharem músicas, continuem ampliando
o repertório musical por meio da introdução de novas canções, brincadeiras musicais, e conheçam as
propriedades dos sons por meio de diferentes vivências musicais (jogos, brincadeiras, cantorias,
expressões corporais e plásticas).
O produto final a ser pode ser um grande painel sobre o mar com letras das canções trabalhadas caso os
pais visitem o ambiente, um informativo sobre os conceitos musicais que foram aprendidos, apresentação
de alguma canção como a “Suite dos Pescadores”, exposição e demonstração dos instrumentos
confeccionados pelos alunos por meio de uma atividade rítmica.
Muitos outros temas também podem ser trabalhados e sugeridos, como por exemplo o tema anual
proposto pela Escola/ONU, algum tema relacionado a datas comemorativas, homenageando algum
compositor, educador, sobre folclore, ligado a algum conceito Musical.
Galeria de imagens
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REFERÊNCIAS
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(org.), O ensino de artes: construindo caminhos. Campinas, SP: Papirus, 2001.
ALVES, Mirella Aires. Música e Ação na Educação Infantil. Barueri, SP: Ciranda Cultural, 2015.
BRÉSCIA, Vera Lúcia Pessagno. Educação Musical: bases psicológicas e ação preventiva. São
Paulo: Átomo, 2003.
BRITO, Teca A. de: Música na Educação Infantil: Propostas para a formação integral da
criança.Ed. Peirópolis, 2003 São Paulo – SP.
COUTO, Ana Carolina Nunes; SANTOS, Israel Rodrigues Souza. Por que vamos ensinar Música
na escola? Reflexões sobre conceitos, funções e valores da Educação Musical Escolar. Opus,
Goiânia, vol. 15, n.I, p. 110-125, jun. 2009.
FERREIRA, D.L.A. et al. A influência da linguagem musical na educação infantil; Anais da VIIJornada
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em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11769.htm>.