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Alfred Szwarc
MARÇO DE 2001
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ADS tecnologia e desenvolvimento sustentável
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ADS tecnologia e desenvolvimento sustentável
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Já no início do século, o ilustre Oswald de Andrade dizia que "a era da máquina traz
no seu bojo a única liberdade a que o homem seriamente aspira, a de se libertar
da natureza pela técnica, a de se tornar senhor e não escravo da máquina".
Com o tempo, foi-se percebendo que algo de errado existia nisso e já se lê em livros
sobre o meio ambiente que "antigamente considerava-se a atmosfera como ilimitada e
capaz de absorver os despejos gasosos a ela destinados". Hoje, sabe-se que,
infelizmente, isso não é verdade, ou seja, a atmosfera não é aquele "mar" que poderia
absorver os despejos gasosos em qualquer quantidade e sustentando a sua
degradação através de ciclos permanentes.
E assim, no anseio pela liberdade, o homem está sendo novamente tolhido, agora pela
poluição causada pelas máquinas, que ainda não trouxeram a liberdade completa. É
preciso efetivamente cuidar do projeto e da utilização dessas máquinas para que elas
não venham a criar outros transtornos, cerceando a própria liberdade do ser humano.
Oswald de Andrade, no entanto, estava certo, mas este ideal deve ser realizado
levando-se em conta a máxima de Bacon, segundo o qual, "não se vence a
Natureza, senão quando se lhe obedece”.
Se o meio ambiente não for respeitado a priori, a máquina pode se tornar inviável!
Modernamente, o esforço mundial em reduzir as emissões de dióxido de carbono -
CO2, clorofluorcarbonos - CFC’s e outros gases de efeito estufa constituem uma das
primeiras demonstrações desta conscientização, cujos resultados já estão se
consolidando em novas tecnologias. O desenvolvimento de células eletrolíticas a
hidrogênio para aplicações estacionárias e veiculares mostra como as mudanças
conceituais serão profundas e radicais para se evitar a queima de combustíveis
fósseis e a conseqüente redução da emissão não renovável de CO2.
Este trabalho pretende dar, ao leitor, uma visão imparcial do problema da poluição do
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Reconhecendo a extrema utilidade dos veículos, sem os quais o homem moderno não
conseguiria viver, a intenção dos autores é indicar os caminhos a serem perseguidos
na busca da compatibilização do uso dos veículos com a preservação da qualidade do
ar nos centros urbanos dentro de limites aceitáveis, o que também é indispensável à
vida, sem perder de vista a viabilidade técnica e econômica.
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Troposfera
Vento
Convecção Vertical
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Componente % em volume
Nitrogênio 78,0900
Oxigênio 20,9400
Argônio 0,9300
Neônio 0,018
Hélio 0,0052
Metano 0,0012
Criptônio 0,0010
Hidrogênio 0,0005
A estratosfera pode ser caracterizada como uma zona com propriedades físicas
similares às da troposfera, exceto pelo fato de que o perfil vertical de temperatura,
embora relativamente constante, apresenta um aumento de temperatura a partir dos 40
km de altitude chegando a atingir a temperatura de 10 ºC a 20 ºC na altitude de 60
km. Esse aumento de temperatura se deve à absorção de radiação ultravioleta pela
camada de ozônio que se concentra nessa zona e que protege o ecossistema terrestre
dos efeitos deletérios dessa radiação.
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Vapores de
Combustível
Gás de Exaustão
(~100% CO, NOx,
SOx, MP e ~ 55% HC)
Embora a magnitude das emissões de cada uma dessas fontes possa variar
significativamente, dependendo das características do motor e do veículo, de seu
estado de manutenção, do combustível e do grau/tipo de controle de emissões
adotado, tem-se como regra geral que o gás de exaustão é a principal fonte de
emissão de poluentes atmosféricos.
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b) Hidrocarbonetos (HC):
Gases e vapores com odor característico, resultantes da queima incompleta e
evaporação de combustíveis, óleo lubrificante e outros produtos voláteis. Embora
sejam emitidos principalmente no gás de exaustão, também podem ser emitidos em
quantidades significativas pelas demais fontes mencionadas. São irritantes dos olhos,
nariz, pele e trato respiratório superior. Podem causar dano celular, sendo que
diversos hidrocarbonetos são considerados carcinogênicos e mutagênicos.
Participam ativamente das reações de formação do “smog” fotoquímico (mistura
complexa de oxidantes fotoquímicos, medidos como ozônio, que reduzem a
visibilidade ambiente, são irritantes potentes das mucosas, afetam o desenvolvimento
de plantas e atacam materiais). Embora a ação direta dos HC ocorra mais
intensamente nas vizinhanças de sua emissão, os oxidantes tem impacto de
dimensões regionais, podendo abranger áreas de centenas de quilômetros. Os HC
são muitas vezes também chamados de compostos orgânicos voláteis (COV),
denominação mais abrangente, que inclui aldeídos, ácidos orgânicos, cetonas, álcoois
etc. Os motores de 2 tempos, devido as suas características construtivas e
operacionais, apresentam emissão de HC muito superior aos de 4 tempos.
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f) Aldeídos (R-CHO):
Resultam da queima incompleta de combustíveis. Enquanto o óleo diesel e a gasolina
geram principalmente compostos como o formaldeído, acetaldeído, valeraldeído e a
acroleína, o álcool gera basicamente o acetaldeído. Participam ativamente das
reações que formam o “smog” fotoquímíco. São substâncias irritantes dos olhos, nariz,
garganta e demais vias respiratórias. O formaldeído é classificado como substância
comprovadamente cancerígena e apresenta maior reatividade fotoquímica que os
demais.
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aproximadamente 80% a 90% das emissões de CO, 40% a 50% das emissões de
HC/COV e 50% das emissões de NOx. Em outras regiões como a União Européia e o
Japão tiveram contribuições relativas de mesma ordem de grandeza. No Brasil, os
dados mais representativos se referem às estimativas feitas pela CETESB para a
Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), apresentadas na Tabela 3, que inclusive
apresenta dados relativos à contribuição na emissão de poluentes pelos motociclos.
CO HC NOx SOx MP
Gás de exaustão 19,7 2,6 0,1 0,09 0,05
Emissão evaporativa e do cárter - 1,4 - - -
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a. Material Particulado
Partículas Inaláveis (PI) - São ultrapassados os padrões diário (150 µg/m 3) e anual
(50 µg/m 3) e, durante o inverno, o nível de atenção(250 µg/m 3 - 24 horas).
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b. Gases
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dias de alta insolação. O novo limite sugerido pela OMS (120 µg/m³ - 8h) também
não é respeitado.
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As chuvas ácidas (pH < 5,0) estão diretamente relacionadas com as emissões de SOx
e NOx, que através de reações químicas se transformam respectivamente em ácido
sulfúrico e ácido nítrico, substâncias solúveis na água que acidificam as chuvas e
neblinas. Essas precipitações podem causar impactos negativos em lagos, rios, solos,
florestas, plantações e materiais e acarretar sérios prejuízos econômicos. Um dos
casos mais famosos envolvendo a ocorrência de chuvas ácidas foi a destruição parcial
da Floresta Negra na Alemanha.
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Luz & UV
Radiação Infravermelha
Troposfera CO2, CH4, N20, O3
CO, CFCs, etc.
AQUECIMENTO
Superfície Terrestre
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São três as fontes principais de poluentes num veículo, que são objeto de controle. A
emissão evaporativa de combustível, a emissão de gases do carter do motor e a
emissão de gases e partículas pelo cano de escapamento. Além destas pode-se
ainda considerar a emissão de partículas provenientes do desgaste dos pneus e
elementos de atrito dos freios e embreagem, bem como o levantamento de poeira do
solo devido ao deslocamento de ar provocado pelo movimento do veículo.
Introdução
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Reações:
C + O2 è CO2
12 kg C + 32 kg oxigênio è 44 kg CO2
H2 + 1/2 O2 è H2O
oxigênio : 20,99%
nitrogênio: 78,03%
hidrogênio: 0,01%
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O2 : 20,99%
Mar = 28,967 = 29
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a) C8H17 (corresponde a uma substância cuja análise fornece 85% de carbono e 15%
de H2);
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Exemplos:
a) reação do octano
AC =
massa _ ar
=
(12,5 + 47 ) * 28,97 = 15,1 kg _ ar
massa _ comb. 8 *12 + 18 *1,008 kg _ comb.
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1 1 kg _ comb.
CA = = = 0,0662
AC 15,1 kg _ ar
Normalmente, nos processos reais há excesso ou insuficiência de ar. Se, por exemplo,
houver um excesso de ar de 25%, a reação será:
18,87
λ= = 1,25 (como era a premissa inicial deste exemplo)
15,1
b) reação do indolene
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414 kg _ ar
AC = = 9,0
46 kg _ comb.
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(A C )
( C) = = λ (lambda)
(A C )
A REAL
EQUIV .
ESTEQ
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(SEM ESCALA)
POTÊNCIA
NOx
η
Ce
HC
CO
S
0,8 1,0 1,2 1,4
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interna de combustão que seria então a diferença entre as energias internas dos
produtos de combustão e as dos reagentes, a uma dada pressão e temperatura.
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H2 + 1/2 O2 çè H2O
CO + 1/2 O2 çè CO2
p H2O
Kp = = f (T )
p H 2 * ( p O2 )
1
2
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H2 + 1/2 O2 çè H2O
CO + 1/2 O2 çè CO2
1/2 N2 + 1/2 O2 çè NO
1/2 H2 çè H
1/2 O2 çè O
C, H , O e N
Cinética química
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n n
∑a M
i =1
i i ⇒ ∑ bi M i
i =1
Assim, por exemplo, uma reação com M passos elementares simultâneos pode ser
representada por:
n n
∑ ai ,k M i ⇒ ∑ bi ,k M i ; com k = 1;2......M
i =1 i =1
N
dci
= (bi − ai )k * ∑ C j j
a
dt j =1
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a A A + a B B ⇒ bb C
dCC
= bC kC aAA * C BaB
dt
M dC
dCi
=∑
i ,k
com i = 1,2 .... M
dt k =1 dt
−E
k = A* e R0T
onde:
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E = 30kcal/mol
−E
a 3000°K tem-se: e R0T
= e − 5 = 10 − 3
−E T
a 300 K tem-se: e R 0T
= e − 50 = 10 − 20
ou seja, neste caso, se aquela reação ocorrer em 10-8 segundos a 3000°° K (por
exemplo, numa vela de motor), essa mesma reação ocorreria a 300°° K, no intervalo de
tempo de (10-8 x 1017) segundos, ou seja, 32 anos, o que eqüivale dizer que não
ocorrerá.
Mecanismo de reação
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H2 + X è 2H + X (início)
H + O2 è OH + O (ramif.)
O + H2 è OH + H (ramif.)
OH + H2 è H2O + H (propag.)
2H + X è H2 + X (término)
H + OH + X è H2O + X (término)
H + O2 + X è HO2 + X
CH4 + X è CH3 + H + X
ou
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CH3 + O2 è CH3O + O
HCO + X è H + CO + X
OH + CO è CO2 + H
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N2 + O2 çè 2NO
O2 çè 2O
O + N2 çè NO + N
N + OH çè NO + H
H + N2O çè N2 + OH
O + N2O çè N2+ O2
O + N2O çè NO + NO
Catalisadores
Uma menção deve ser feita relativamente aos catalisadores. Um catalisador é uma
substância que altera a velocidade de reação, e que não sofre uma variação de
suas propriedades ou de sua concentração durante o processo.
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2 NO + O2 è 2 NO2
2 NO2+ 2 CO è 2 NO + CO2
2 NO + O2 + 2 CO è 2 NO + 2 CO2
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do ar.
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CO CO
O2
SUPERFÍCIE CATALISADORA
SUPERFÍCIE CATALISADORA
SUPERFÍCIE CATALISADORA
CO2 CO2
SUPERFÍCIE CATALISADORA
Emissão Evaporativa
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Existem várias situações nas quais ocorre a emissão evaporativa, a saber: emissões
diurnas, no desligamento do veículo e no funcionamento do veículo, assim listadas em
ordem de importância.
A emissão diurna ocorre por que o tanque de combustível do veículo resfria-se à noite,
admitindo ar pelo seu respiro, e expele vapores quando se aquece durante o dia,
podendo atingir 50g/dia no verão.
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No cárter do motor existe uma mistura de gases, vapores e gotículas que são lançados
na atmosfera, através de um respiro ou canalizados ao coletor de admissão, para
serem incinerados pelo próprio motor.
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Emissão de Partículas
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partículas sejam formadas por abrasão eliminando, assim, o nocivo formato de fibra
das mesmas. Pelo cano de descarga são emitidas partículas e óxidos metálicos,
fuligem (carbono com hidrocarbonetos adsorvidos) e, em alguns casos, fibras de vidro
que se desprendem dos abafadores de ruído. No caso de motores de dois tempos
convencionais, há ainda a emissão de grande quantidade de hidrocarbonetos gasosos
e em forma de gotículas (aerossóis), formados a partir do óleo lubrificante. O mesmo
ocorre em motores com desgaste nos anéis e cilindros, razão pela qual os programas
o PROCONVE - Programa de Controle de Poluição do ar por Veículos Automotores
exige a comprovação de durabilidade de emissões por 80.000 km para os veículos
leves e 160.000km para os pesados.
Emissão de Escapamento
Monóxido de Carbono - CO
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sendo importante ressaltar alguns destes fenômenos como será discutido adiante. De
uma maneira geral, o gráfico mostrado na figura 3.1.1 indica a interdependência da
emissão de HC e da razão ar/combustível para um dado motor funcionando em
condições definidas de velocidade, temperatura e carga.
Por este motivo a taxa de compressão e o torque (pressão média efetiva) são os
parâmetros principais no potencial de formação da emissão de NOx de um motor.
Mais de 98% dos óxidos de nitrogênio emitidos pelo motor, são constituídos de NO e o
restante é NO2. Se o equilíbrio químico fosse mantido durante a expansão dos gases,
a concentração de NO diminuiria a níveis insignificantes, antes de começar o processo
de exaustão. Entretanto a expansão é tão rápida que a concentração de NO
permanece próxima ao nível máximo obtido.
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% S * γ * M SO2 2 *γ * %S
ESO2 ( g / km ) = =
a *MS a
onde:
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ESO2 (g/kwh) = 2 * c * %S
onde:
Chumbo - Pb
Para os motores a gasolina, era comum a adição de chumbo tetraetila para aumentar
o índice de octano da mesma para evitar a detonação, permitindo o aumento da taxa
de compressão e, conseqüentemente, da potência do motor. A combustão desta
substância produz óxido de chumbo, que se depositaria no interior do motor e nos
eletrodos das velas. Para evitar tal ocorrência, adicionava-se também dibromoetileno e
dicloroetileno, que tomam parte na reação para transformar o chumbo em cloretos e
brometos de chumbo, que são voláteis acima de 600°C e facilmente expelidos com os
gases de escapamento. O cálculo estimativo desta emissão é feito da mesma forma
como para o SOx, embora uma pequena parte dela possa ainda ficar retida no motor e
no sistema de escapamento, como partículas sólidas de óxidos de chumbo.
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Dibromoetileno e dicloroetileno
Fumaça
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Ainda existem as emissões de fumaça branca, geralmente quando o motor está frio ou
desregulado, que é composta principalmente por combustível não queimado e de
fumaça azulada, quando há a queima parcial de óleo lubrificante, que ocorre nos
motores de dois tempos e naqueles onde o desgaste dos anéis ou das guias de
válvulas já ultrapassou os limites toleráveis. Tais emissões constituem problemas
sérios de emissão de HC (geralmente os mais pesados) e de odor, bem como de
poluição visual, sendo indesejáveis até mesmo do ponto de vista de desempenho e
custo operacional do motor.
A figura a seguir ilustra alguns dos aspectos essenciais relacionados com a formação
de poluentes na câmara de combustão de um motor de quatro tempos.
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serem expelidos.
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Dependendo do tipo de motor, alguns combustíveis são mais adequados que outros.
Assim, nos motores do ciclo Otto, onde a mistura ar-combustível é preparada e
comprimida, antes da sua explosão propiciada por uma faísca no momento exato e
pré-determinado, os combustíveis empregados devem ser resistentes à ignição
espontânea. Inversamente, nos motores Diesel a ignição espontânea do combustível é
uma característica desejável para permitir a ignição no momento da sua injeção no
cilindro.
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liquefeito de petróleo) são os combustíveis mais adequados ao motor Otto, sendo que
os álcoois são os que permitem maiores taxas de compressão e, conseqüentemente,
eficiências mais altas, o que compensa os seus poderes caloríficos mais baixos em
relação aos hidrocarbonetos.
Índice de Octano
Esta detonação ocorre, geralmente, antes do ponto morto superior, produzindo perda
de torque e rendimento, e com altas velocidades da frente de chama, elevando
demasiadamente a temperatura e a pressão nos cilindros e as forças internas do
motor, o que normalmente é percebido por um estampido conhecido vulgarmente por
"batida de pino".
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Na realidade estes motores operam com taxas de compressão de 12:1 ou mais, com
eficiência térmica da ordem de 43%, com consumo específico (em gramas/kWh) e
desempenho superiores aos dos motores a gasolina. Além disso, as características de
emissão de combustível não queimado pelo motor a álcool diferem, em muitos
aspectos, dos motores movidos a derivados de petróleo, seja por tolerar misturas mais
pobres seja pela composição química das emissões de compostos orgânicos.
Durante muito tempo o chumbo tetraetila foi o antidetonante mais utilizado no mundo
inteiro, pois a adição de 0,01% a 0,05% deste composto produz elevações de várias
unidades do índice de octano da gasolina. Entretanto, o aditivo final é composto de
63% de chumbo tetraetila, 26% de dibromoetileno, 9% de dicloroetileno e 2% de
corante.
Tal prática está sendo abandonada nos países onde há controle de poluição, visto que
o chumbo inibe a ação dos conversores catalíticos dos veículos, danificando-os
irreversivelmente e a própria emissão dos compostos orgânicos de bromo e cloro é
condenada por serem cancerígenos.
A adição de compostos oxigenados (metanol, etanol, metil terc-butil eter - MTBE, etc.)
tem um efeito positivo no índice de octano. Entretanto, aumentam a volatilidade da
gasolina e diminuem a sua relação ar-combustível estequiométrica.
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Quanto maior o número de octano do combustível, tanto maior poderá ser a taxa de
compressão do motor e, consequentemente, seu rendimento térmico. Entretanto, se o
índice de octano do combustível for maior do que o requerido pelo motor, o ganho em
eficiência permanece limitado pela taxa de compressão com que foi fabricado.
Poder calorífico
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Cumpre salientar que, no Brasil a emissão de odor de ovo podre pelos veículos com
catalisador foi significativa na década de 90, seja o veículo nacional ou importado, e
provocou a retirada deste equipamento pelos próprios usuários e mecânicos, apesar
disto ferir a legislação ambiental.
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molecular e consegue manter a combustão com maior excesso de ar, a sua queima
produz muito menos resíduos de carbono (sólidos, gomas etc.) do que no caso da
gasolina. Isto faz com que o uso do álcool como aditivo também propicie a limpeza do
motor sendo que, além disso, ele produz um empobrecimento da mistura ar-
combustível que resulta na redução real da emissão de monóxido de carbono.
É importante que não se repita no Brasil o erro praticado na Europa onde se aumentou
o teor de aromáticos nas gasolinas para possibilitar a eliminação do chumbo,
mantendo o alto índice de octano praticado naquele continente. Portanto, considerando
que a gasolina brasileira não contém mais chumbo e apresenta baixos teores de
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Com respeito às olefinas, a sua presença em altos teores é indesejável, por sua alta
reatividade fotoquímica na atmosfera (principalmente as di-olefinas), maior que a dos
compostos aromáticos, em geral, e por sua tendência à formação de depósitos no
motor (gomas, vernizes) e ao ataque a mangueiras e membranas de elastômeros
normalmente utilizados à base de borracha nitrílica.
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100.0
Olefina interna
mono-substituída
10.0
Ciclo hexano
tri/tetra alquil benzeno
5.0
Di-olefina
Mono -
1.0 C4 + Parafínico alquil
benzeno
0.5
Propano
2,2-dimetil propano
Benzeno
Etano
Metano
0.1
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3,0
1,3 - butadieno
2,0
1,5
Poli-aquil benzeno
1,0
Olefina
interna
0,5
Benzeno
Olefina terminal
Parafínico
0
HIDROCARBONETOS
Gasolina Reformulada
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ÁLCOOL ELEVA A PRESSÃO DO VAPOR RETIRADA DE VOLÁTEIS (C 4)
VOLÁTEIS E GÁS (CH4) ADS
MATÉRIA PRIMA tecnologia
PARA OXIGENADOS
e desenvolvimento sustentável
GASOLINA REFORMULADA
GÁS NATURAL CH4 OXIGENADOS
ALCANOS
OLEFINAS NÃO REATIVAS
1/2
GASOLINA NORMAL
VOLÁTEIS COMBUSTÍVEIS INDUSTRIAIS
ALCANOS VOLÁTEIS
1/2
OLEFINAS OLEFINAS REATIVAS
AROMÁTICOS BTX
ALTO PESO COMPOSTOS PESADOS
MOLECULAR Combustão contínua
Melhor eficiência
Emissão menor
É necessário por isso, o gerenciamento da composição dos combustíveis quanto ao
tipo de hidrocarbonetos utilizados e que constituirão esta emissão, isto é, limitando a
sua toxicidade e reatividade fotoquímica.
também podem ser retiradas da gasolina para o acerto da pressão de vapor, as quais
sào direcionadas à produção de GLP, gás natural, metanol, MTBE e outros.
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No Brasil, o combustível limpo alternativo (etanol hidratado) e a gasolina com alto teor
de oxigenados já estão desenvolvidos e implantados, bem como já produzem seus
benefícios ambientais.
Por outro lado, a tendência mundial está se voltando para o uso do etanol, pois os
éteres derivados de petróleo causam sérios danos aos mananciais subterrâneos de
água quando há vazamentos dos postos de gasolina.
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Emissão Evaporativa
Por outro lado, o uso exclusivo de álcool resulta em menor emissão de vapores, com a
vantagem de necessitar de menor complexidade tecnológica para o controle desta
emissão.
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Os valores absolutos dos parâmetros indicados variam de acordo com outras variáveis
(por exemplo: fluxo de massa da mistura e rotação do motor) que definem as diferentes
condições de operação. Como resultado, o projetista de motor estabelece as
especificações do motor, visando o melhor compromisso dos vários parâmetros,
dando prioridade a um ou outro parâmetro, dependendo da característica de operação
do motor, desejada em cada situação. Assim, para o máximo torque disponível
(acelerador totalmente acionado), a mistura deve ser preparada numa relação λ =0.97;
para situações de cruzeiro (acelerador em posição intermediária), esse parâmetro
deve estar em torno de 1.1 para assegurar a melhor economia de combustível e,
quando um dos níveis de emissão de poluentes em particular se torna crítico, outros
valores devem ser especificados para resolver este problema, às custas de outros
parâmetros ou características do motor.
De acordo com esta análise, a maior vantagem do álcool é a sua tolerância para
queimar em misturas pobres, com chama estável, até valores de λ =1.35, enquanto
que este limite para gasolina fica em torno de 1.10. Esta característica, que
corresponde ao limite de dirigibilidade do veículo, permite o uso de misturas mais
pobres e assim resulta em reduções importantes da emissão, tanto para veículos a
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5.1 INTRODUÇÃO
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A utilização dos catalisadores nos EUA e Japão permitiu uma redução de cerca de
90% na emissão de CO e HC e de cerca de 80% na emissão de NOx.
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Por exemplo, no caso da oxidação do etanol é desejável que ocorra a seguinte reação:
por outro lado, deseja-se evitar que ocorra uma outra reação que compete com a
primeira e que resulta na formação de acetaldeído:
CO + 1/2 O2èCO2
NO + COè1/2 N2 + CO2
NO + H2è1/2 N2 + H2O
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Suportes
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do uso dos catalisadores. São ainda utilizados, embora, cada vez em menor escala.
Os pellets, na forma de esferas ou cilindros, são compostos basicamente por alumina.
Apresentam diâmetro de 2,5 a 3,0 mm, área de contato de 94 a 115m2/g e densidade
de 0,68 a 0,48 g/cm3 . Não necessitam da aplicação do "washcoat", devido a sua
grande área de contato.
Com relação aos suportes cerâmicos tipo monolito, os suportes tipo pellets
apresentam as seguintes características:
Vantagens
• menor custo;
• possibilidade de reposição;
• grande área de contato;
• grande resistência térmica.
Desvantagens
Os suportes metálicos tipo monolito, de pouco uso até recentemente, vem ganhando
terreno, especialmente na Europa e em algumas aplicações que requerem grande
resistência a vibrações e a altas temperaturas, como é o caso do uso em motociclos.
Consistem de chapas finas de ligas metálica de ferro, cromo e alumínio, com
espessura aproximada de 0,04 mm e formato corrugado. Sobre estas chapas aplica-
se o "washcoat" e as demais substâncias necessárias ao processo de catálise e
estabilidade térmica. O formato mais comumente utilizado é o circular.
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Vantagens
Desvantagens
• maior custo;
• maior peso/volume;
• maior perda de calor.
Mantas elásticas
O suporte cerâmico tipo monolito necessita, durante a sua montagem, ser envolto por
uma manta elástica, para que possa suportar, adequadamente, vibrações e choques e,
para que haja uma compensação das diferenças de expansão térmica entre o corpo
cerâmico e a estrutura metálica que o acondiciona. Além disso, a manta possibilita a
manutenção de uma certa pressão sobre o corpo do suporte, de modo a mantê-lo
posicionado, bem como, compensa as diferenças de tolerância dimensional da
estrutura e do suporte.
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Substâncias catalíticas
• Rutênio (Ru) e níquel (Ni) utilizados como aditivos para promover a redução do NO.
A presença do níquel possibilita uma melhor oxidação do CO, porém deve ser
cuidadosa para que este metal não se desprenda para não haver emissão de
compostos de níquel que são nocivos à saúde.
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Efeitos térmicos
A deterioração por fadiga térmica ocorre lentamente nos estabilizadores, visto que os
mesmos são constantemente submetidos a variações cíclicas de temperatura.
Entretanto, em uso normal, pode se considerar que a fadiga térmica não chega a
comprometer o desempenho do catalisador ao longo dos 80.000 km exigidos.
Contaminação
De um modo geral, pode-se dizer que, em caso de contaminação por Pb, a atividade
de oxidação de HC é a mais afetada e a de redução de NOx é a menos afetada.
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Os outros dois contaminantes de interesse, o fósforo (P) e o zinco (Zn), tem a sua
origem no aditivo ZDDP (dialquilditiofosfato de zinco) adicionado a alguns tipos de
óleo lubrificante. Caso estejam presentes em concentrações muito elevadas, podem
contribuir para a perda parcial da atividade do catalisador, através da formação de
depósitos. O fósforo contido no combustível não produz este efeito, pois oxida-se a
P2O5 e não forma o depósito mencionado.
Em termos práticos, são poucos os casos conhecidos de uma contaminação séria por
S, P ou Zn.
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O termo "open loop" tem sido utilizado indistintamente para caracterizar sistemas de
alimentação de combustível que apresentam grande variabilidade da relação A/C,
como os carburadores convencionais, bem como para caracterizar os sistemas
controlados por uma UCE, porém sem a retroalimentação do sinal correspondente à
concentração de oxigênio, tais como "carburadores eletrônicos", sistemas de multi-
injeção e sistemas de monoinjeção de combustível, que apresentam um controle
preciso da relação A/C. A grande diferença entre o sistema "closed loop" e o "open
loop", é a ausência, neste último, do sensor lambda, o que aumenta a variabilidade da
relação A/C.
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100
NO x CO
EFICIÊNCIA PERCENTUAL DA
100
EFICIÊNCIA DO CONVERSOR
CONVERSÃO CATALÍTICA
80 HC
CO HC 80
(PORCENTUAL)
60 60
JANELA
40 40
20
20
0
0 13 14 15 16
200 300 400 500 RELAÇÃO AR/COMB.
o
TEMPERATURA (C)
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