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Organização política e social dos Maias:

A civilização maia, extremamente hierarquizada, tinha uma autoridade máxima em cada cidade-estado, de
caráter hereditário, que era o halach-uinic ou “homem de verdade”. Este era um chefe que desempenhava
funções civis, militares e religiosas. A sociedade maia era organizada em clãs familiares fechados, sendo os
parentes mais próximos do primogênito do fundador do clã os ocupantes do lugar mais alto na
pirâmide social. Os reis ocupavam a cúspide da sociedade de castas seguida pelos sacerdotes
parentes, os guerreiros, os artesãos, os comerciantes e os camponeses.
A sociedade mais se dividia em quatro classes:
· Os escravos eram uma parcela pequena da sociedade Maia; geralmente, eram prisioneiros de
guerra ou condenados pela justiça comum.
· A atividade cultural e a religião eram controladas pelos sacerdotes. Estes possuíam funções
relacionadas ao calendário que governava o cotidiano da sociedade Maia.
· A administração pública era liderada por uma classe de chefes guerreiros, os nobres, chamados
“aqueles que possuem Pai e mãe”.
· As demais atividades (produtivas, pagamentos de impostos, serviços militares, etc.) eram praticadas
pelo povo em geral.
A população Maia atingia cerca de 15 milhões de pessoas que eram distribuídas em famílias consistentes e
organizadas, cuja uma das preocupações era proporcionar uma melhor qualidade de vida aos mais velhos.

Estrutura econômica:

A base econômica dos maias era a agricultura, principalmente do milho, praticada com a ajuda da
irrigação, utilizando técnicas rudimentares e itinerantes, o que contribuiu para a destruição de florestas
tropicas nas regiões onde habitavam, desenvolveram também atividades cormeciais cuja classe dos
comerciantes gozavam de grandes privilégios. Como unidade de troca, utilizavam sementes de cacau e
sinetas de cobre, material que empregavam também para trabalhos ornamentais, ao lado do ouro, da prata,
do jade, das conchas do mar e das plumas coloridas. Entretanto, desconheciam as ferramentas metálicas.
Os maias cultivavam o milho (três espécies), algodão, tomate, cacau, batata e frutas. Domesticaram o
peru e a abelha que serviam para enriquecer sua dieta, à qual somavam também a caça e a pesca.
É importante observar que por serem os recursos naturais escassos não lhes garantindo o excedente que
necessitavam a tendência foi desenvolverem técnicas agrícolas, como terraços, por exemplo, para vencer a
erosão. Os pântanos foram drenados para se obter condições adequadas ao plantio.
Ao lado desses progressos técnicos, observamos que o cultivo de milho se prendia ao uso das queimadas.
Durante os meses da seca, limpavam o terreno, deixando apenas as árvores mais frondosas. Em seguida,
ateavam fogo para limpá-lo deixando o campo em condições de ser semeado. Com um bastão faziam
buracos onde se colocavam as sementes. Dada a forma com que era realizado o cultivo a produção se
mantinha por apenas dois ou três anos consecutivos. Com o desgaste certo do solo, o agricultor era
obrigado a procurar novas terras. Ainda hoje a técnica da queimada, apesar de prejudicar o solo, é utilizada
em diversas regiões do continente americano.
As Terras Baixas concentraram uma população densa em áreas pouco férteis. Com produção pequena
para as necessidades da população, foi necessário não apenas inovar em termos de técnicas agrícolas,
como também importar de outras regiões produtos como o milho, por exemplo.
O comércio era dinamizado com produtos como o jade, plumas, tecidos, cerâmicas, mel, cacau e escravos,
através das estradas ou de canoas.

Organização cultural e religiosa:

Os maias eram politeístas. Seus deuses poderiam ser de origem antropomorfa, fitomorfa, zoomorfa e
astral. Acreditavam que o destino dos homens era comandado pelos deuses, mas destacavam o papel dos
homens como mantenedores do universo. Sua principal divindade era Itzamná, o senhor criador, deus do
fogo e do coração; depois vinha o deus do sol, Kinich Ahau; a deusa da lua, Ixchel, representada como uma
velha mulher demoníaca; o deus da chuva; o deus do vento e da vida e o deus da morte Ah Puch e outras
divindades associadas às trevas e à morte Ek Chuah (deus negro da guerra, dos mercadores e das
plantações de cacau) e Ixtab, deusa dos suicídios. Para eles existiam quatro Itzamnás, correspondentes as
quatro direções do universo. Os gênios ou divindades Bacabs sustentavam o céu com os quatro pontos
cardeais, cada um com sua cor simbólica: Leste,vermelho; Norte, branco; Oeste, preto; Sul, amarelo. A
imagem do céu era associada a uma serpente de duas cabeças, representando a dualidade da vida e da
morte. O Xibalbá, o País dos Mortos, era um reflexo do mundo terreno. Faziam suas construções
representando o interior da terra e homenageando os deuses.
Para eles, existia Outro Mundo que era uma dimensão mais complexa, um universo paralelo ao dos
seres vivos, que incluía o céu, a superfície terrestre, a profundidade do oceano e a espessura da floresta.
Esse Outro Mundo guardava os segredos do cosmos e do tempo, os mistérios da vida e o destino dos seres
humanos. Eles também tinham deuses ligados à agricultura e à caça. Tinham o costume de oferecer aos
deuses alimentos: sacrificavam animais e seres humanos. Em diversas cerimônias apresentavam danças e
representações teatrais.
A cultura da civilização Maia é uma das mais ricas nos campos astronômico e matemático,
principalmente, e pesquisadores a equiparam aos gregos em importância. Os Maias possuíam os aspectos
culturais intimamente ligados aos aspectos religiosos. Construíam centros cerimoniais, palácios e templos
voltados para cultos religiosos. Suas cidades eram construídas em montanhas e tinham como centro uma
praça, onde concentravam os eventos. Os templos se localizavam ao redor dessas praças e tinham grande
imponência, com vista para toda a cidade. As pirâmides-montanha representavam o universo e serviam
como meio de comunicação com o Além. Os santuários ficavam no nível superior e representavam a
criação do mundo, a união do subterrâneo com a superfície da terra e do céu.
Uma das maiores preocupações dos Maias era a medição do tempo – daí o título de “senhores do
tempo”. Eles contavam com registros minuciosos dos grandes acontecimentos políticos e sagrados, as
vitórias militares decisivas, a fundação das cidades, a coroação dos príncipes, e o surgimento de novas
dinastias. Observavam o movimento dos astros e elaboraram um calendário complexo e preciso a partir do
movimento solar. Foram o primeiro povo a indicar a progressão circular do tempo e não linear, como diziam
os gregos. Chegaram a essas conclusões graças ao seus desenvolvidos sistemas astronômicos e
matemáticos.
Para fazer suas marcações do tempo desenvolveram um sofisticado sistema de escrita e linguagem
gráfica, a partir de hieróglifos, desenhos extremamente complexos que demarcavam o calendário e as datas
importantes para eles.
Dentre os povos pré-colombianos, os Mais eram os que possuíam a cultura mais rica e,
surpreendentemente mais precisa.

Declínio da civilização Maia:

Os Maias, originários da península de Yucatan, é uma civilização nascida por volta de 2.600 a.C. Foi por
volta de 750 e 900 d.C., por motivos desconhecidos que a civilização desapareceu. Sabe-se que vários
fatores contribuíram com esse declínio, entre eles estão:
• Invasões por outros povos: Os Maias nunca chegaram a formar um império unificado, fato que
favoreceu a invasão e domínio de outros povos.
• Brigas constantes entre cidades: Os governos queriam ter maior poder sobre uma maior área,
originando assim, várias disputas por terras.
• A seca e o aumento da população: A escassez de água pode ter aumentado a vulnerabilidade de
muitas cidades. Com um período de seca violenta, houve uma redução significativa nas colheitas. A
população não parava de crescer, logo faltou alimento.
Em meio a esse cenário, a dominação espanhola ficou bem mais fácil. Quando os espanhóis chegaram à
região, as grandes cidades cerimoniosas já haviam sido abandonadas, a cultura já estava bem dilapidada e
só restavam ruínas de uma das mais bem organizadas sociedades do período. Essa dominação teve início
em 1523.
Em 1517 a flotilha de Hernandes de Córdoba, os espanhóis desembarcaram na América Central. Após
andarem 2 horas continente adentro foram surpreendidos pelos ataques dos Maias. Os sobreviventes
voltaram aos navios. De volta ao mar, sem água potável, mas com um punhado de ouro, estes primeiros
conquistadores foram o estopim para futuras expedições. Nas conquistas espanholas, também foram
aliados as doenças européias trazidas nos navios. O sistema imunológico dos que resistiam ás balas, não
resistiu à varíola, a primeira epidemia a aparecer.

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