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Nos animais domésticos, o sistema urinário tem a facilidade de formar urina supersaturada, e

tem como função eliminar resíduos do metabolismo na forma líquida (Senior and Finlayson,
1986). Quando a urina se torna concentrada com grande quantidade de sais, estes podem
precipitar-se para formar cristais, se esses cristais não forem eliminados, podem solidificar e
assim constituir a formação de cálculos. A urolitíase é uma das principais afecções causadas
pela formação de cálculos e podem haver cálculos ou Urólitos em qualquer região do sistema
urinário sendo nos rins, ureter, bexiga ou uretra (Fossum, 2014). Estima-se que em torno de
13% dos felinos e 18% dos cães são acometidos por essa afecção. Grandes concentrações de
sais, principalmente minerais supersaturam a urina, predispondo junto com menor frequência
de micção, a formação de cristais resultando em cálculos (Ettinger and Feldman, 2004).

A incidência de urolítiase felina é mais comum entre sete e nove anos de idade sendo a
formação por oxalato de cálcio a mais relatada e cálculos de estruvita em gatos mais jovens,
iguala-se quanto ao sexo e diverge na manifestação, sendo comum em machos a obstrução
uretral ao passo que cistite e uretrite acometem clinicamente mais as fêmeas . Gatos
domésticos são mais propensos a inflamações do sistema urinário do que os ferais, sendo
também de 30 a 70% mais recidivos (Grauer, 2015).

Causas e formação
Um dos primeiros fatores a ser ressaltado é o alto consumo proteico e mineral na dieta do
animal sao causas primarias na formação de cálculos (Grauer, 2015). Cristaloides na urina,
diminuição de inibidores de cristalização e infecções podem ser apontados como formadores
de cálculos (Castro e Matera, 2005). Outros fatores, como o Ph urinário aliado ao baixo
consumo de água e uma dieta desbalanceada, contribuem também para a formação de
Urólitos, que tem o potencial de alterar a fisiologia do sistema urinário (Ettinger and Feldman,
2004). Há diversas vertentes que apontam os motivos de surgimento de cristais e urolitos no
sistema urinário, porem nenhuma é absoluta, o mais provável é que os resultados sejam
consequências da precipitação de uma urina supersaturada (Ettinger and Feldman, 2004). Já
em cães as causas são diversas como lesões, genética, a mestiçagem para formação de raças,
aliadas ao histórico familiar dos animais, atuam de forma determinante para predisposição a
formação de cálculos(Osborne et al., 1999b). Segundo (Maxie and Newman, 2007), problemas
relacionados a anomalias vasculares portais, hiperparatireoidismo primário, hipercalcemia, ou
hiperadrenocorticismo, são também causas determinantes formadoras de Urólitos (Maxie and
Newman, 2007).

Em canídeos e felídeos, a estrutura fisiológica e morfológica de cada gênero contribui para


possíveis obstruções por cálculo, o canal mais longo e estreito dos machos torna-os mais
propensos a obstruções por pequenas pedras, já as femeas com seus canais uretrais mais
curtos e de diâmetro mais largo são suscetíveis a urolitiase, ambos podem apresentar cálculos
maiores e unitários na bexiga. Uma diferença relevante entre as espécies é o fato de que em
felinos machos a obstrução pode ocorrer ao longo da uretra, ao passo que em canídeos a
obstrução é mais comum na base do osso peniano (Grauer,2015).

Conhecer a composição que formam os urolitos é crucial, visto que os métodos atuais
trabalham baseados nestas informações para constatação, tratamento e prevenção dos
mesmos. (kaufman. Et al, 2011). Urolitos se desenvolvem em condições favoráveis contando
com uma fonte continua de matéria que cerca seu núcleo, mantendo-o e aumentando seu
diâmetro (Bichard and Sherding, 2008).
Urolitos de estruvita e Oxalato de cálcio
Formados por magnésio, amônia e fosfatos, os urolitos de estruvita são os mais comuns em
animais domesticados. A urina alcalina favorece o aparecimento de cálculos renais, assim
como bactérias produtoras de urease também é uma das causas mais provável e comum na
formação dos cálculos (Fossum,2014). Nos cães temos a ocorrência de dos tipos mais comuns
de urolitos, os estéreis e os causados por infecções, em gatos não há necessariamente a
infecção do trato urinário. Em femeas há uma maior ocorrência de urolitos de estruvita que
em machos (Kauffmann et al., 2011). Na prevenção do cálculo de estruvita podemos adotar
uma dieta que controle o PH urinário ( Lazzarotto, 2000).
A hipercalcemia, o uso de substâncias calciuréticas e glicocorticoides são fatores que
contribuem para formação de cálculos por oxalato de cálcio, a ocorrência de
hiperadrenocorticismo pode ser um fator predisponente em cães, uma menor concentração de
sódio na dieta gera menos consumo de água e assim diminuindo o volume urinário. Alta
umidade e concentração proteica aumentam o risco de formação de oxalato de cálcio em
animais susceptíveis (Elliot, 2003). Já em felinos é comum terem as concentrações séricas
normais de minerais, incluindo o cálcio na presença desse Urólito (Kaufmann et al., 2011).

Sinais Clinicos

Animais com urolitiase podem permanecer assintomáticos haja visto que os sintomas
aparecem conforme a quantidade, tamanho e localçização dos cálculos. Muitos uretrolitos
tambem são expelidos voluntariamente pelo sistema dado o tamanho, lisura e frequência de
micção do animal. Ao apresentarem sintomas, os mais comuns são polaciuria, disuria e
hematúria sendo a uremia posrenal a obstrução completa do fluxo urinário (Ettinger and
Feldman, 2004, Osborne et al.,1999a, Osborne et al., 1999b). Pode ocorrer ainda por urolitos
ou plugs uretrais (Ettinger and Feldman, 2004). Com alta incidência em felinos, se não for
diagnosticada e tratada a tempo levara o animal a óbito (kalfmann et al 2011). Nota-se em
felinos acometidos pela obstrução renal a presença de muco no terço distal uretral (Slatter,
20007). Há casos de cálculos maiores depositados na bexiga ou uretra que causam o
rompimento desses órgãos, levando a uma efusão abdominal a ou acúmulo de líquido
subcutâneo perineal e ate azotemia pos renal do animal em questão. Nos gatos em que há
registro clinico de Urólitos formados por oxalato de cálcio, é notado na maioria dos casos uma
urina com ata taxa de acidez. (Kaufmann et al., 2011).Em canídeos os calculos costumam estar
alojados no arco iquiatico ou em área imediata caudal ao osso peniano. São também
encontrados do frequência na bexiga urinaria onde aparecem indicações clinicas de cistite,
apresentado hematúria, polaciúria e disúria (Grauer, 2015). Local comum para a ocorrência de
urólitos de urato de âmonio, de oxalato de cálcio, cistina e de estruvita em gatos é a vesícula
urinaria, já urólitos formados por fosfato de cálcio sao encontrados com uma maior frequencia
em rins e ureteres. Em cães, destaca-se o fato de que Urólitos menores permaneçam
assintomáticos no sistema urinário por meses e ate anos.
Sinais clínicos
Os sinais clínicos de urolitíase variam conforme a localização, o tamanho e a quantidade
de urólitos. Os animais acometidos podem permanecer assintomáticos. Sinais mais comuns
são a polaciúria, disúria e hematúria. Em casos de uretrólitos, pode ocorrer eliminação de
Urólitos pequenos e lisos à micção. A obstrução completa do fluxo urinário pode resultar em
uremia pósrenal (Ettinger and Feldman, 2004, Osborne et al.,1999a, Osborne et al., 1999b). A
obstrução uretral pode ser ocasionada por urólitos ou “plugs” uretrais (Ettinger and Feldman,
2004). É uma doença com alta incidência em felinos, sendo considerada uma emergência
clínica, e quando não for diagnosticada e tratada rapidamente, pode resultar em óbito do
paciente (Kaufmann et al., 2011). Nos cães os cálculos uretrais são alojados com uma maior
frequência no arco isquiático, ou em um local imediatamente caudal ao osso peniano. Em
gatos a obstrução uretral geralmente é resultante da presença de muco localizado no
terço distal da uretra (Slatter, 2007). Em casos de cálculos maiores, a bexiga urinária ou a
uretra podem romper resultando em uma efusão abdominal ou acúmulo de líquido
subcutâneo perineal e azotemia pós-renal. No cão, o local mais comum de presença de urólitos
é na bexiga urinária, por isso geralmente nesses casos há sinais clínicos de cistite, como
hematúria, polaciúria e disúria (Grauer, 2015). A vesícula urinária é o local mais comum para a
ocorrência de urólitos de urato de âmonio, de oxalato de cálcio, cistina e de estruvita em
gatos, sendo os urólitos de fosfato de cálcio encontrados com uma maior incidência nos rins e
ureteres. Nesta espécie, pequenos urólitos podem permanecer de forma assintomática no
trato urinário por meses a anos. Gatos com urólitos de oxalato de cálcio apresentam na
maioria dos casos uma urina considerada ácida (Kaufmann et al., 2011).

Diagnostico

Para formalizarmos um diagnóstico de urolitíase, todo um conjunto de fatores devem ser


levados em conta, tais como o histórico do paciente, exame físico realizados, resultados de
exames laboratoriais e de imagem (Grauer, 2015). Já se tratando de uma suspeita, torna-se
importante focar nos resultados dos exames de pH urinário, cristalúria e densidade. Tambem
vale observar se há infecções, caso haja se são causadas por bactérias produtoras de urease
ou não (Kaufmann et al., 2011). Os urólitos são formados de diferentes minerais e podem
apresentar diversos formatos, cores e características superficiais, ainda, por haver acumulo de
aglomerados minerais em um unico cálculo, o diagnóstico final baseado em macroscopia de
urolitos fica prejudicada (Kaufmann et al., 2011). Apresentando-se tal dificuldade, outros
exames tornam-se necessários para uma melhor diferenciação mineral dos calculos, tais como
exame de urinálise, cultura urinária, radiografia, ultrassonografia, estes exames servem
tambem para diferenciar os urólitos de infecções do trato urinário,ou outros males como,
neoplasias, pólipos, coágulos sanguíneos e anomalias do trato urogenital . Um método muito
eficaz para avaliar a composição do urólito para posteriormente indicar qual a melhor terapia a
ser aplicada é a análise qualitativa (Ettinger andFeldman, 2004).
Pesquisas em laboratórios, mostram q felinos com anomalias como anomalias portovasculares
reduzem concentrações em série de acido urico , biliares e hiperamonemia ( kaufmann te Al.
2011). Quando avaliamos valores de exames bioquímicos em série temos uma melhor visão de
alterações responsáveis por formações urolitas, que serão enviados para anilise laboratorial
em recipientes livre de umidade, limpos e livres de impurezas externas. Em caso de mais de
uma urolitio, as matrizes serão enviadas para analizes microscópicas em formalina tamponada
a 10% . Deverão seus núcleos, serem analisados individualmente dando maior atenção a suas
camadas externas, lembrando q o é em seu núcleo, q a composição mineral formadora do
urólito e revelada. Dispomos atualmente de uma gama extensa de metodologias avaliativas da
composição uorolita dentre os quais cito a aparência macroscópica, a radiográfica, existência
cristalurica, fazendo uma cultura do urólito em questão e aplicando uma análise quantitativa
que irá trazer as vista, informações úteis para um melhor diagnóstico, prognóstico e aplicação
terapêutica definitiva ( Ettinger and Feldman, 2004). A aplicação de cultura em urolitos
permite que microorganismos produtores de urease sejam descobertos atraves de
microscopia óptica eletrônica (Ettinger and Feldman 2004).
Urolidos de estruvita, como salientado anteriormente, sao formados de forma mais veloz em
tratos urinários infectados por bactérias produtoras de urease, que atua hidrolisado a uréia,
favorecendo a alcalinizacao urinária apresentando na urina grandes quantidades de íons, amônia
e fosfato. Quando formados por estruvita, urato de amônio, fosfato de cálcio e , aparecerão na
radiografia com formato arredondado, muitas vezes se moldando a bexiga ou a uretra. Já
urólitos de oxalato de cálcio podem apresentar-se de duas formas, irregulares e espiculados, ou
então pequenos, lisos e arredondados. Urólitos de sílica possuem centro arredondado e
projeções semelhantes a raios (Ettinger and Feldman, 2004). Já urolitos compostos de oxalato
de cálcio, fosfato de cálcio, fosfato, magnésio, cistina e sílica mais radiopacos se comparados
com urólitos de urato, costumeiramente se apresentam radioluscentes, podendo estar
presente também entre os radiopacos, dependendo do tipo de material miineral que o
compõe. Devido a corrente e constante variacao da radiodensidade urolita, não podemos
classificar como significativo tal sistema avaliativo no tocante a composição dos materiais
formadores dos urolitos (Kaufmann et al., 2011). Coágulos sanguíneos são radiotransparentes,
podendo ser confundidos com urólitos de mesma radiodensidade (Kaufmann et al., 2011). Em
felinos este tipo de urólito, causado por infecção é menos aparente e frequente se comparados
as aparições de urolitos estereis, encontrados com maior frequência, tal fato está diretamente
ligada a resistência inata que estes animais apresentam contra infecções urinárias
bacterianas(kaufmann te Al., 2011).
Podemos alterar a rádio densidade dos urolitos de radiopacos para radioluminescente quando
da aplicação de radiografia com duplo contraste, a aparente alteração dá-se por que a maioria
dos urolitos são mais radiopacos que os tecidos corporais e menos que o material
contrastante. Importante ressaltar que urolitos pequenos formados na bexiga podem ser
levados pela urna até a uretra dos animais, tanto de machos quanto femeas, assim como
cálculos renais podem acabar depositados nós ureteres. Recomenda-se que havendo um
intervalo considerado entre o diagnóstico e o tratamento cirúrgico seja repetido a avaliação
radiográfica do sistema urinário ( kauffman et Al. 2011).
O uso de ultrassonografia para contratação dos urolitos depende do modelo e da forma de uso
dos trandutores (kauffman et Al 2011), isso porque a frequência do transdutor atua
diretamente na sua capacidade de resolução de imagem espacial, sendo uma especificidade
do material que o compoe. Transdutores com maior frequência, tem menor comprimento de
onda sonora oque melhora consideravelmente a resolução espacial do órgão. Sendo assim,
tradutores que atuam com frequências abaixo de 3,5MHz atuam com mais precisão em
avaliações pélvicas, como por exemplo em avaliações na bexiga, ovário, útero e próstata,
também muito eficazes em tecidos profundos tais como fígado, vesícula, baço e rins.
Em casos de calculos renais, tanto os radiopacos como os radioluminscentes, são visíveis e se
apresentam formando sombra acústica em uma superfície hiperecogenica. Ainda em se
tratando de calculos, os de menores dimensões são diriceis de diferenciar na pelve
hiperecogenica. Podemos observar que peles dilatadas facilitam a visualização dos cálculos.
Estando os ureteres, os cálculos torna-se difíceis de visualizar por conta da presença das alças
intestinais e formação de composto gasoso nas mesmas. Cálculos de vesícula urinária, podem
ser vistos independente de sua forma, tamanho ou material do qual e composto. Explanando
ainda sobre vesícula, vale salientar que no lúmen vesical ocorrem formação de sombras
acústicas que variam de acordo com a posição em que se encontra o paciente, sendo elas
observadas pela revelação de imagens hiperecogenicas. Como acabamos de ler e sendo
reforçado pelas palavras de Halasc, cálculos podem deslocar-se conforme o decúbito do
paciente, encontrados por vezes aderidos nas paredes em casos inflamatórios graves.
Examinar a uretra proximal e válido na busca por cálculos, ao passo que o uso de transdutores
de alta frequência facilitam a avaliação na uretra peniana( Halasc, 2004).

Tratamento
O tratamento para urolitíase canina e felina varia conforme a composição do urólito e a sua
localização, por métodos clínicos, terapêuticos e cirúrgicos. Basicamente inclui avaliar e
desfazer qualquer obstrução uretral e vesical quando necessário, e para isso, pode-se fazer a
passagem de um cateter de pequeno calibre, deslocamento do cálculo por retropropulsão ou
cistocentese. O esvaziamento por retropropulsão pode remover pequenos cistólitos
sendo necessário o animal estar sob anestesia geral (Fossum, 2014).
Em casos mais raros, a uretrotomia de emergência se faz necessária. Se houver azotemia pós-
renal, deve-se instituir fluidoterapia para restauração do equilíbrio hídrico e eletrolítico
(Ettinger and Feldman, 2004). A cirurgia é um procedimento invasivo e inclui desvantagens
como anestesia, complicações cirúrgicas, possibilidade de remoção incompleta dos urólitos e a
persistência da causa primária predisponente à formação de cálculos. O tratamento cirúrgico
deve ser levado em consideração quando anormalidades anatômicas estão presentes, se a
dissolução farmacológica não for possível, quando houver necessidade de cultura da mucosa
do trato urinário ou quando os cálculos forem grandes a ponto de causar obstrução uretral
(Fossum, 2014). A remoção cirúrgica é o principal tratamento para os cálculos de oxalato de
cálcio, fosfato de cálcio e silicato.
Os cálculos renais podem ser removidos através de uma nefrotomia, em casos de cálculos
grandes, ou de uma pielolitotomia, quando a pelve renal e o ureter proximal estiverem
dilatados, evitando assim, uma incisão no parênquima e oclusão da vasculatura renal. Quando
há presença de cálculos nos dois rins, a nefrotomia deve ser realizada com intervalo de
algumas semanas entre um rim e outro, diminuindo as chances de uma possível insuficiência
renal aguda, pelo fato de que essa cirurgia reduz cerca de 20 a 50% a função renal, de forma
temporária (Slatter, 2007).
A ureterotomia pode ser realizada quando ocorrer a presença de cálculos ureterais. Se
localizados nos terços distais do ureter, os cálculos são removidos por ureterectomia parcial e
ureteroneocistostomia. Quando localizados no terço proximal, as pedras são removidas pela
ureterotomia (Fossum, 2014). A irrigação de cálculos ureterais para a pelve renal, é uma
abordagem preferida, ao invés da retirada pela ureterotomia, pelas complicações associadas à
cirurgia ureteral primária, como deiscência e constrição (Slatter, 2007). A recuperação
cistoscópica, pelo endoscópio flexível pode ser feita para pequenas pedras em cães, machos e
fêmeas. A cistotomia (Figura 3) deve ser realizada, preferencialmente, em vez da uretrotomia
se os cálculos tiverem sido deslocados para a bexiga pela lavagem (Slatter, 2007).
O tratamento médico tem como objetivo diminuir a concentração de sais calculogênicos na
urina. O paciente submetido à dissolução clínica dos urólitos deve ser reavaliado mensalmente
através de exames como radiografia ou ultrassonografia, além de urinálises para verificar
a evolução do quadro e o tamanho do urólito. Se após dois meses com tratamento clínico não
houver diminuição de tamanho do urólito, deverá se considerar a remoção cirúrgica (Grauer,
2015). Em relação aos urólitos de oxalato de cálcio, sua dissolução na vesícula urinária não foi
realizada com sucesso por diversos autores, como ocorre com urólitos de estruvita, urato e
cistina, que dissolvem-se quando a supersaturação de urina com substâncias calculogênicas é
cessada (Monferdini and Oliveira, 2009). Dietas com baixa concentração proteica, com
consumo de fósforo, ácido oxálico, potássio e magnésio ainda são estudadas em animais, por
apresentarem bons resultados em humanos. A baixa concentração proteica pode ser
estimulada, pois a proteína animal leva ao aumento da excreção urinária de cálcio,
aumentando a taxa de filtração glomerular e diminuindo a excreção de ácido cítrico. A
ingestão de água é estimulada associada à diurese, levando ao aumento do volume urinário,
que pode atuar, minimizando a formação de urólitos e reduzindo a concentração de
substâncias calculogênicas na urina (Kaufmann et al., 2011). O manejo dietético em gatos com
urólitos de estruvita é eficiente para promover a dissolução deste tipo de urólito, quando
empregada dieta calculolítica seca ou úmida, rica em energia. Esta dieta deve conter
quantidades reduzidas de magnésio, promovendo a urina ácida, e não deve ser restrita em
proteína. Seu objetivo final é reduzir concentrações de uréia, magnésio e fósforo (Kaufmann et
al., 2011). Este manejo não é utilizado em pacientes acidêmicos ou que apresentem urólitos
compostos. A terapia pelo uso da dieta é continuada por até um mês após o desaparecimento
de urólitos na radiografia simples. A acidificação da urina, em boa parte dos casos, não se
torna necessária pelo fato da dieta calculolítica promover uma formação de urina ácida.
A antibioticoterapia é introduzida em casos de estruvita estéril com o propósito de erradicar
ou controlar infecções secundárias, impedindo que ocorra lesão dos tecidos do trato urinário
pelos microrganismos. No caso de estruvita induzida pela infecção a antibioticoterapia é
utilizada a fim de controlar infecções positivas para urease, sendo mantida enquanto urólitos
são verificados pela radiografia (Kaufmann et al., 2011).
De forma geral, podem ser removidos pela sondagem urinária ou pela uroidropropulsão, por
serem pequenos e conseguirem passar pela uretra. Alguns compostos como alopurinol, um
inibidor seletivo de etapas de biossíntese de ácido úrico, pode ser considerado para diminuir a
formação de urólitos de urato de amônio, porém sua eficácia ainda é estudada em gatos. A
dieta baseia-se em um consumo reduzido de precursores de purina com restrição de sódio
(Kaufmann et al., 2011).

Recidivas e prevenção
Recidivas após terapia clínica ou cirúrgica são imprevisíveis, variando conforme os métodos
utilizados para dissolução dos cálculos, se houve falha em remover todos urólitos do trato
urinário durante procedimentos cirúrgicos, além da persistência ou recidivas de infecções do
trato urinário. A colaboração do proprietário e o seguimento correto da terapia clínica ou dos
cuidados pós-cirúrgicos influência de forma direta na ocorrência de recidivas (Ettinger and
Feldman, 2004).
Após ocorrer a remoção de um urólito podem ser considerados diferentes protocolos clínicos
que atuem reduzindo as chances de recidivas e impeçam crescimentos adicionais de urólitos
remanescentes no trato urinário. Esta terapia é instituída e reformulada de forma gradual,
com o objetivo inicial de reduzir a concentração urinária de substâncias calculogênicas
(Kaufmann et al.,2011). Os urólitos de cistina podem recidivar em semanas ou meses após a
remoção. Já os Urólitos de oxalato de cálcio, fosfato de cálcio e urato deamônio, podem
recidivar de forma imprevisível(Kaufmann et al., 2011).
O uso de diuréticos tiazídicos pode ser recomendado para cães, pela sua capacidade de
diminuir a excreção urinária de cálcio, a fim de evitar recidivas de urólitos, tendo apresentado
resultados positivos em cães e humanos; porém em gatos, a sua eficácia ainda não é
comprovada (Kaufmann et al., 2011). Urocistólitos redicivantes de fosfato de cálcio podem ser
removidos por uma nova intervenção cirúrgica ou por tentativas de uroidropropulsão de
esvaziamento (Ettinger and Feldman, 2004).

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