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Escrito
F
(. XVI-XIX)
O Império por
Escrito
F
(. XVI-XIX)
[2009]
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Sumário
Apresentação 9
PARTE I
Cultura Letrada: vida de corte, instituições e poder 19
PARTE II
Suportes, circulação e colecionismo 183
PARTE III
Traduções culturais e transmissões de saberes 327
2. Crucifixos centro-africanos:
um estudo sobre traduções simbólicas
Marina de Mello e Souza 349
A proposta desse texto é discutir o percurso das Trovas de Bandarra, tendo como
eixo o séc. XVII, quando o corpo principal das Trovas foi estabelecido, com 159 es-
trofes distribuídas por uma “dedicatória”, três “sonhos” e uma “resposta”. Foi no séc.
XVII que as Trovas foram impressas pela primeira vez, parcialmente, na Paraphrase
et concordância de algvas prophecias de Bandarra2 feita por d. João de Castro em 1603
e, supostamente completas, na edição de Nantes, em 16443 (e depois só novamente a
partir do séc. XIX). Foi também ao longo dos seiscentos que os “sonhos” de Bandarra
encontraram seus primeiros comentadores, no que foi entendido como a criação de
um “sebastianismo letrado”4 e, depois, dentro dos esforços de legitimação da dinastia
dos Bragança. Nessa produção, os letrados sebastianistas e brigantinos (ou mesmo
seus opositores) preocuparam-se em definir o texto mais próximo das Trovas (e que
se adequasse melhor a seus propósitos) ao mesmo tempo em que marcaram o es-
1 Esse texto foi escrito e apresentado graças ao auxílio da Capes, por meio de um proje-
to desenvolvido com uma bolsa ProDoc, no Programa de Pós-Graduação em História da
UFPR.
2 J. Castro. Paraphrase et concordancia de algvas propheçias de Bandarra, çapateiro de
Trancoso, por Dom Ioam de Castro. (Fac-símile da edição de 1603) Porto, Lopes da Silva,
1942.
3 Trovas de Bandarra Apurada e impressas, por ordem de hum grande Senhor de Portugal.
Offereçidas aos verdadeiros Portugueses, devotos do Encuberto. (Reprodução fac-similada
da edição de Nantes, por Guillermo de Munier, 1644). Lisboa, Inapa, 1989.
4 J. Hermann. No reino do desejado. São Paulo, Companhia das Letras, 1998, p. 219.
442 L M A A P T M (.)
5 J.L. Azevedo. A evolução do sebastianismo. Lisboa, Presença, 1984; J.V.D. Basselaar. Se-
bastianismo –uma história sumária. Lisboa, ICLP, 1987; J.V.D. Basselaar. Antônio Vieira.
Profecia e polêmica. Rio de Janeiro, EdUerj, 2002; A.P. Castro. “Introdução”. In: Trovas de
Bandarra, op. cit.; J. Hermann. No reino do desejado, op. cit.
6 O processo da Inquisição de Lisboa, depositado na Torre do Tombo (IAN/TT, Inq. Lisboa,
proc. n. 7197, pasta 8), está transcrito em: Processo de Gonçalo Annes Bandarra. (transcr.
de Arnaldo da Soledade) Trancoso, Câmara Municipal de Trancoso, 1996.
7 Nos fol. 1v-2, aparece a seguinte estrofe, que corresponde à 78 da edição de Nantes de
1644: “Um grande leão se erguerá/ e dará grande bramido,/ seu brado será ouvido./ A todos
assombrará/correrá e morderá/ e dará grande bramido,/ seu brado será ouvido,/A todos
assombrará,/ correrá e morderá./ E fará mui grandes danos,/ grandes Reys dos Arianos/ A
todos subjugará”. Essa é a única estrofe inteira transcrita no processo.
8 Cf. M.J.F. Tavares. “O Messianismo Judaico em Portugal (1ª metade do século XVI)”. Luso-
Brazilian Review, vol. 28, nº 1, (Summer, 1991), pp. 141-51.
O 443
amigo de novidades, foi proibido de ter outros livros além da Bíblia e do Flos Sancto-
rum e de escrever, proferir ou interpretar suas trovas.
Apesar dessa condenação inicial em 1541, as Trovas continuaram a circular ma-
nuscritas, a contar da necessidade em 1581 de colocá-las no Catalogo dos livros que
se prohibem n’estes reynos e senhorios de Portugal, coordenado pelo Frei Bartolomeu
Ferreira – o mesmo que fora censor dos Lusíadas. A hipótese mais aventada para essa
inclusão no oitavo índex do Reino era pelo sucesso que tinha, não só entre os cristãos-
novos, mas também entre os que se opunham à aclamação de Filipe II como rei de
Portugal ou estavam à espera da volta do Encoberto, identificado em d. Sebastião. Um
exemplo está num caderno escrito entre 1579 e 1582, possivelmente em Guimarães, no
qual aparecia um testemunho das “Trouas que fez Gº. Añes ho Bandarra çapateiro de
remendão natural de Trancoso. A modo de prophetia e avera 32 anos que morreo”9.
Contendo somente 39 estrofes, sem a divisão por “sonhos” (ou mesmo menção
às Trovas como sonhos), teriam sido transladadas em 1579, sob o impacto de Alcácer-
Quibir. Com as Cortes de Tomar, em 1581, foram feitos alguns aditamentos e acres-
centou-se uma nota falando da luta de d. Antônio, Prior do Catro (tratado como “elRej
dom Antonio”), contra Felipe II, mencionado como “Rej de Castella”. No restante do
caderno de 13 folhas, uma compilação de profecias de Santo Isidoro de Sevilha, um
memorial dos eventos após o desaparecimento de d. Sebastião na África, um manifes-
to de um “discreto” contra a união das coroas – sinais que indicam ser o compilador
do manuscrito favorável à causa de d. Antônio ou, pelo menos, contrário aos Áustrias.
Das 39 estrofes, somente quatro não são encontradas entre as 159 da edição impressa
de 1644, e três dessas são os versos de Pedro Frias que estão no processo de Bandarra
e que teriam pedido para o sapateiro interpretar10.
Além de circularem manuscritas, eram adaptadas e apropriadas, às vezes sem
referência ao sapateiro de Trancoso. Nos cadernos do Inquisidor, foi narrado o caso,
em 1582, de dois cristãos-novos da Guarda, o médico Antonio Vaz e seu irmão Luiz,
9 Transcritas por João de Meira em: “Subsídios para a Historia Vimaranense”. Revista de
Guimarães, 24 (2), Abr-Jun 1907, pp. 68-78. Meira coteja as estrofes com algumas edições
impressas do séc. XIX das Trovas e com as citadas por Vieira na carta “Esperanças de Por-
tugal”.
10 “36. Em campo venezeaños/ Se daraõ huma batalha/ emtre moros e cristiaños/ Soaraõ
arnez e malha/ 37. Morreaa em a batalha muyta da gente christaõ/ e sem cõto da paguaõ/ E
naa no temeis por falha/ 38 Seraa em ho mez de octubro,/ que a escriptura naõ erra;/ avera
victoria da guerra/ hum Rej que eu não descubro.” Essas estrofes correspondem aos versos
de Pedro Frias no processo de Bandarra, que estão no fol. 5v.
444 L M A A P T M (.)
16 Sobre isso ver artigo meu: L.F.S. Lima. “‘Vejo, agora que estou sonhando’: o problema do
sonho e da visão em comentários seiscentistas às Trovas de Bandarra”. Cultura: revista de
História e Teoria das Ideias, (Lisboa) v. XXI, 2006, pp. 205-31.
17 J. Castro. Paraphrase et concordancia de algvas propheçias de Bandarra, çapateiro de
Trancoso, op. cit.
18 Para Sampaio Bruno (que editou o fac-símile em 1901), a Paráfrase era uma versão fide-
digna do que teriam sido as cópias existentes das Trovas (depois adulteradas pelos joanis-
tas). Sampaio Bruno fizera uma edição fac-similar a partir de um exemplar que lhe caíra
em mãos no Porto. Considerava-o (e ainda o é) um texto raríssimo. (O Encoberto, [1904]
Porto, Lello & Irmãos, 1983, p. 155ss.)
19 Sobre isso, ver: Y.M. Bercé. O rei oculto. Bauru, Edusc, 2003, cap. 1.
20 D.B. Machado. Bibliotheca lusitana, Lisboa, CNCDP, s/d, verbete “D. João de Castro”.
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Vaticínio que seria uma das seis razões para que o rei Encoberto fosse d. João IV,
segundo o autor do prólogo “Aos verdadeiros portugueses, devotos do Encoberto”, que
abre a edição de Nantes. Segundo Besselaar, o prólogo teria sido escrito pelo dominica-
no Manuel Homem22, que estava na França em 1644, acompanhando, como confessor,
o Marquês de Cascais, enviado numa embaixada para saudar o recém-entronado Luís
XIV. Fr. Manuel Homem era autor de Ressurreição de Portugal, morte fatal de Castela, e
outros textos (manuscritos e impressos) que defendiam a causa restauracionista e dos
quais alguns (incluso o Ressurreição de Portugal) tinham sido impressos pelo mesmo
impressor das Trovas em Nantes, Guillermo de Mounier23.
das Trovas de Bandarra27. Vieira se baseara na carta, a ver por variantes das Trovas nas
suas citações, provavelmente em uma versão manuscrita feita a partir da edição de
Nantes, enquanto que, durante o processo, tanto em suas respostas aos inquisidores
quanto nos textos de defesa que redigiu, só tinha a memória. Vale notar que no pro-
cesso contra Vieira, reforçava-se que, além de suspeito de judaísmo, Bandarra, por ser
idiota, homem sem letras, não poderia interpretar as Sagradas Escrituras28.
Não deixa de ser interessante notar que a proibição das Trovas pelo Santo Ofício
se deu dois anos após iniciarem o interrogatório de Vieira, fundamentado em um
primeiro momento nas suas interpretações dos “sonhos” de Bandarra. Ou seja, poderí-
amos até supor a título de hipótese que para dar sustentação aos argumentos da acusa-
ção e enfraquecer os do réu, figura de relevância e de autoridade, ajudaria deslegitimar
um de seus pilares fundamentais. Mas não só por isso. Somado à peça acusatória,
em torno das interpretações de Vieira sobre as Trovas, circularam textos manuscritos
polemizando a sua leitura e defendendo que o Encoberto ainda seria d. Sebastião29.
Polêmicas que podem ter catalisado a proibição do Santo Ofício, pois perturbadoras
da paz essencial para o bem comum e para o ordenamento espiritual, em um momen-
to que as Guerras de Restauração apontavam para seu termo e havia um problema de
legitimidade do rei entronado.
Na primeira metade do séc. XVIII, às questões em torno dos três “sonhos” jun-
taram-se outras suscitadas por novos corpos de profecias atribuídas ao Bandarra. Em
1720, surge o chamado segundo corpo das Trovas, que, segundo Besselaar30, foi escrito
contra a construção de Mafra e do aumento das taxas por decorrência disso. Não teve
muita repercussão ao que parece e mesmo não há muitas cópias manuscritas dele – ao
contrário dos baseados na edição de Nantes e no que foi chamado de terceiro corpo.
O terceiro corpo surgiu em 1729, como está declarado na maior parte dos tes-
temunhos e em uma edição de 23 de agosto de 1729 das Gazetas Manuscritas de Évo-
ra31. O terceiro corpo era composto por mais seis sonhos com em torno de umas 30
estrofes. Teria sido encontrado numa parede oca da igreja de Trancoso e ditado pelo
27 A.Vieira. “Esperanças de Portugal” (edição comentada por Besselaar). In: J.V.D. Basselaar.
Antônio Vieira. Profecia e polêmica. op. cit.
28 Cf. Os autos do processo de Vieira na Inquisição (org. Adma Fadul Muhana). São Paulo,
Unesp, 1995.
29 Sobre essas polêmicas ver: J.V.D. Besselaar. Antônio Vieira. Profecia e polêmica, op. cit.
30 J.V.D. Besselaar, op. cit.
31 J.L. Lisboa; T.C.P.R. Miranda; F. Olival (ed.); Gazetas manuscritas da Biblioteca Pública de
Évora, vol. I, 1729-1731. Lisboa, Edições Colibri, 2002, p. 48. Agradeço a indicação de Tiago
dos Reis Miranda.
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sapateiro para o pároco da igreja que recebera ordem ainda de escondê-la dentro da
parede da igreja para ser descoberta no futuro. Mais uma vez, Bandarra era descrito
como analfabeto, mas aqui ele elegera um escrivão, que não só copiava, mas também
autorizava suas Trovas, por ser letrado e eclesiástico. Assim que chegou a notícia da
“descoberta”, o Santo Ofício teria mandado apreender as novas trovas. Mas isso não
adiantou. O terceiro corpo, a contar pelas inúmeras cópias32, teve uma ampla circu-
lação. Inclusive, em alguns testemunhos, se copiava a edição de Nantes e depois o 3o.
corpo, uns dizendo que o Encoberto era ainda d. Sebastião outros apostando em d.
João V.
Talvez por essa ampla circulação na primeira metade do séc. XVIII, em 14 de
junho de 1768, já sob Pombal, a Real Mesa Censória proibiu as Trovas, atribuindo sua
autoria a Vieira e aos jesuítas, e junto a outros textos de caráter profético e messiâni-
co33. Com o processo contra Bandarra, a inclusão no Catálogo de livros proibidos, o
32 Só para citar algumas: “Trovas que dictou Gonçalo Annes Bandarra no anno/ de 1527 pa.
1528 e foram achadas no anno de 1729 a/ 6 de agosto na parede da Igreja de S. Pedro da Va.
de/ Tranquozo querendose reformar a mesma Igreja por / ameacar Roina”. 4p., sem nume-
ração, Academia de Ciências de Lisboa, Manuscritos da Série Azul, Códice 1116; “Copia das
trouas q se acharaõ na parede da Igreja S. Pedro da Vla. De Trancoso, qdo. se demolio p a. se
reedificar em o mes de Agosto de 1729. as quaes trovas saõ d Goncale Annes Bandarra da
Va. de Trancozo natural, como constou de huã certidaõ jurada p. con ellas se achou gassada
(?) Jto. P e. Gabriel Joaõ, em que declara ser vezinho do dto. Goncale Annes Bandarra, e de
seu mandado escrever as das. Trouas pa. Efeyto de se meterem na parede da Sa. Iga. de S.
Pedro; pelo conhecer so mente de verdo.; e poderião ter misterio qto. tempo adiante como
se uera da certidaõ que uai adiante escrtia no fim das trouas” Biblioteca Nacional de Lisboa
(BNL), Reservados – Códice 127 - Microfilme F. 5519, ff. 33-40; “Andaua-se demolindo
a parede da Capella Mor de S. Pedro...” BNL – Reservados – Códice 127 – Microfilme F.
5519, ff. 47-54; “Sonho 1. ...” BNL – Reservados – Códice 127 – Microfilme F. 5519, ff. 41-6;
“Trovas de Gonçalo Annes sonhadas desde o anno de 1527 athe o de 1528. Escritas pelo Pe.
Gabriel João desta Villa de Trancoso” BNL – Reservados – Códice 127 – Microfilme F. 5519,
ff. 153-54; “Declaraçaõ dos sonhos de Goncalo Annes de Bandarra compostos por elle mes-
mo, e estendidos pelo Padre Gabriel João” BNL – Reservados – Códice 402 – Microfilme
F. 5528 f. 100-7; “Trovas do Bandarra. Apuradas, e impressas por ordem de hum grande
Senhor de Portugal. Offerecidas aos verdadeiros Portuguezes, devotos do Encuberto. Em
Nantes Por Guilherme de Mornier Impressor de Anno de MDCXXXX” IEB/Arquivo Col.
Lam., 153.1.
33 “Excertos de documento de 1768 que censura os livros Balatus Ovium, Vox Turturis,
Carta Apologética, Vida do Sapateiro Santo Simão Gomes.” No site Projeto Memória da
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edital de 1665, seria a quarta censura às Trovas (sem contar a ordem para recolher o
terceiro corpo), que continuava a circular manuscrita.
Mesmo após isso, o interesse pelas Trovas teve um renascimento no início do
séc. XIX, com as invasões napoleônicas. Em 1809, aparece a segunda edição completa
das Trovas, em Londres (possivelmente na mesma imprensa do Correio Braziliense),
apesar de constar no texto que teria sido impressa em Barcelona. Essa edição reim-
primiu o texto da edição de Nantes, com todas as suas partes e copiando até mesmo o
título de 164434, e incluiu o segundo e terceiro corpos, tornando-se a base para as edi-
ções subsequentes (com ou sem o terceiro corpo), inclusive as impressas hoje35. Vale
dizer, que pelo mesmo período, além das edições das Trovas, foram impressos vários
manuscritos sebastianistas dos séc. XVII e XVIII.
Isso, grosso modo, faz um panorama das diferentes aparições das Trovas. Com
isso em mente, podemos nos centrar em algumas questões que surgem desse percurso
em especial ao longo do século XVII, mais precisamente, desde de finais do séc. XVI
até inícios do séc. XVIII, quando apareceram os corpos mais constituídos e completos
das Trovas e ganharam seus comentários e leituras principais.
Interessa aqui pontuar alguns aspectos daquilo que Jacqueline Hermann cha-
mou de “Sebastianismo letrado”, que começaria com d. João de Castro. Seria a apro-
priação pelos letrados de algo que seria “popular”, do “vulgo” – a espera da volta de
d. Sebastião e a leitura dessa volta nas Trovas. Obviamente, a ver pela circulação que
as Trovas tiveram nas décadas de 1530 e 1540, se confiarmos no processo do Santo
Ofício, as Trovas não eram algo que somente aparecia em círculos iletrados, talvez
até pelo contrário. O mesmo indica a citação de Horozco y Covarrubias de Bandarra
como aproveitador de outras profecias (depois polemizada, seis décadas mais tarde,
no Restauração de Portugal Prodigiosa). O que é digno de nota é que na construção
do corpo das Trovas, empreendido pelos letrados seiscentistas, reforça-se esse movi-
mento, afirmando que pretendiam fixar o texto das Trovas que circulavam de modo
desconexo e deturpado.
36 P. Zumthor. A letra e a voz, São Paulo, Companhia da Letras, 1993, cf. J. Hermann, op.cit.
37 Sobre isso, ver as estrofes 4 e 7 do terceiro corpo.
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