Você está na página 1de 54

UNIDADE III

Estados Limites
Últimos e de
Serviço
Me. Anderson Gobbi Drun
Aula 01

Verificações da Norma NBR 6118
(2014)

Introdução
Aluno (a), nesta aula, verificaremos as principais recomendações apresentadas pela
NBR 6118 (ABNT, 2014) em relação ao concreto protendido, principalmente acerca
dos estados limites. Mas, para iniciarmos nossos estudos, o que são os estados
limites?

Por definição, um estado limite define a impropriedade no uso da estrutura, seja por
razões de segurança, funcionalidade, esté ca ou desempenho fora do esperado para
a sua u lização normal, sem interrupção do seu funcionamento em razões de
colapso de um ou mais dos seus componentes.

A NBR 6118 (2014) define dois critérios de segurança para os procedimentos em
projetos de estruturas de concreto (simples, armado e protendido): o estado limite
úl mo (ELU) e estado limite de serviço (ELS).

O ELU é relacionado com o estado em que não se pode mais u lizar a estrutura por
razões de segurança, visto que apresenta esgotamento da sua capacidade
resistente. Nesse caso, são necessários reparos ou até mesmo a demolição da
estrutura, a fim de que a segurança seja verificada.

2
Já o ELS relaciona‑se ao conforto dos usuários, à durabilidade da estrutura, à
aparência e à boa u lização no geral.

Ao final desta aula, você será capaz de:

compreender as principais considerações acerca do ELU;

compreender as principais considerações acerca do ELS.

Aluno(a), quando elaboramos um projeto estrutural qualquer, devemos considerar a
resistência úl ma e de serviço das partes que o compõem.

A resistência úl ma de uma peça é aquela cujo valor, se ultrapassado pelos esforços
solicitantes que atuam na estrutura, poderá levá‑la ao colapso. Portanto, essa
verificação é mais crí ca quando se analisa a segurança estrutural, chamada de
estado limite úl mo (ELU); ao passo que a verificação realizada em serviço (ELS) tem
como obje vo avaliar de que modo a estrutura trabalha: imagine uma viga que
resiste aos esforços solicitantes, sa sfazendo ao ELU, porém apresenta uma grande
fissuração ou uma flecha (deslocamento) muito alto, o que gera um certo
desconforto ao usuário da edificação. Dessa forma, é necessário verificar não
apenas se a estrutura resis rá aos esforços solicitantes, mas também dar condições
para não impedir o seu uso. Essa verificação é conhecida como estado limite de
serviço (ELS).

Veri cação ao Estado Limite Último


(ELU)
A verificação do estado limite úl mo (ELU) é a mais crí ca para qualquer que seja a
estrutura, já que está relacionada diretamente com a sua estabilidade e segurança, a
qual deve ser realizada para os esforços de flexão, cisalhamento e torção.

Segundo definição da NBR 6118 (ABNT, 2014, p. 4), item 3.2.1, o estado limite
úl mo é o "estado‑limite relacionado ao colapso, ou a qualquer outra forma de ruína

3
estrutural, que determine a paralisação do uso da estrutura.".

SAIBA MAIS
Os estados limites úl mos (ELU) referem‑se à segurança das estruturas ao
colapso, quer pelo esmagamento do concreto, quer pela deformação excessiva
do aço. Além disso, eles são "protegidos" por coeficientes de segurança
recomendados pela NBR 6118 para diferentes situações (majoração para
esforços e minoração para as resistências caracterís cas dos materiais).

Fonte: Silva Filho (2010, p. 17).

Aluno (a), para que possamos calcular a resistência úl ma à flexão (principal esforço
considerado no dimensionamento de elemento de concreto armado e protendido), é
necessário entendermos as três diferentes formas que a viga pode a ngir a ruína.

RUPTURA DO AÇO: esse  po de ruína ocorre apenas nos casos em que a viga
é subdimensionada, ou seja, a área de aço calculada para suportar os esforços
está abaixo do que seria recomendado. Para esse caso, o concreto ao redor do
cabo de protensão ultrapassa a sua resistência à tração e à fissura, transferindo
todo o esforço de tração ao cabo. Como esse cabo já sofreu uma deformação
no momento em que é aplicada a protensão, esse acréscimo (ocorrido devido

4
ao incremento de tração) é suficiente para levar o aço à sua ruptura total,
portanto ao colapso frágil da estrutura;

ESCOAMENTO EXCESSIVO DO AÇO: esse  po de ruína tende a ocorrer em
vigas subarmadas (domínio 3 de deformação). O aço a nge o seu valor de
resistência ao escoamento, levantando à posição da linha neutra e aumentando
a deformação do concreto, até que este chegue à ruptura. Esse modo de
ruptura (do  po dúc l) é desejado, pois aumenta as chances de prevenir o seu
colapso;

COMPRESSÃO EXCESSIVA DO CONCRETO: ocorre geralmente nas vigas
superarmadas (domínio 4 de deformação). Nesse caso, o concreto (ou seja, a
viga em si), ultrapassa a sua deformação úl ma antes de a ngir o seu valor de
escoamento, portanto se rompe de forma frágil.

ATENÇÃO
Aluno(a), você pode notar que muito conceitos apresentados são idên cos aos
considerados para o dimensionamento de estruturas de concreto armado; de
fato, a ideia é essa: os dois têm os mesmos mecanismos de resistência para o
dimensionamento, diferenciando em alguns pontos no cálculo, que veremos
mais à frente.

5
Principais Fases Até o Colapso
Consideremos, a efeitos de análise, uma seção transversal de uma viga hipoté ca de
concreto armado ou protendido, subme da a um momento fletor M crescente, a
qual passa por três diferentes níveis de deformação, denominados estádios, cujo
obje vo é determinar o comportamento da peça até o seu colapso.

Estádio I: conhecido também por estádio elás co. Nessa fase, a intensidade do
momento fletor é de pequena intensidade; a tensão de tração no concreto não
ultrapassa a sua resistência caracterís ca à tração ( k). Dessa forma: 
○   o diagrama de tensão normal é linear ao longo da seção; 
○   as tensões nas extremidades das fibras mais comprimidas são proporcionais
às suas deformações, visualizado no trecho linear do diagrama tensão‑
deformação do concreto; 
○   não há a presença de fissuras visíveis na viga.
Estádio II: conhecido também por estádio de fissuração. Nessa fase, aumenta‑
se o valor do momento fletor, em que as tensões de tração desenvolvidas
abaixo da linha neutra (LN) terão valores superiores ao da resistência à tração
do concreto ( k) provocando a fissuração na peça. Portanto:  
○   considera‑se que apenas o aço está resis ndo aos esforços de tração; 
○   as tensões de compressão no concreto con nuam lineares; 
○   as fissuras de tração na flexão no concreto começam a ser visíveis.
Estádio III: aumenta‑se ainda mais o valor do momento fletor, até que seja
próximo ao valor de ruína. Logo: 
○   as fibras acima da LN, ou seja, as mais comprimidas do concreto, começam
a escoar, a ngindo a deformação específica de 0,35% (3,5‰); 
○   o diagrama de tensões tende a ficar ver cal, com quase todas as suas fibras
trabalhando com o valor máximo da tensão, resultando em deformações
superiores a 0,2% (2‰); 
○   a peça apresenta um alto grau de fissuração, a ngindo o início da zona
comprimida; 
○   supõe‑se que a distribuição de tensões no concreto ocorra segundo um
diagrama parábola‑retângulo.

Para o melhor entendimento desses diferentes estádios de deformação, veja o
infográfico a seguir, que mostra a seção da viga e a distribuição de tensões no
concreto com o avanço no valor do momento fletor atuante.

6
INFOGRÁFICO INTERATIVO

Para consultar o Infográfico Intera vo,  
acesse a versão digital deste material

Simplificadamente, podemos admi r que:

ESTÁDIO I e II correspondem às situações de serviço (ELS);

corresponde ao estado limite úl mo (ações majoradas e resistência minoradas),
ESTÁDIO III
em que só ocorre em situações extremas.

7
ATENÇÃO
Tanto a seção transversal, quanto às análises feitas até agora referem‑se
principalmente às seções subme das à flexão simples, porém o procedimento
com a armadura a va de protensão pouco mudará, como observaremos adiante.
O efeito da protensão, criar um estado de tensões de compressão na peça,
aumentará o valor do momento fletor no estádio II (chamado posteriormente de
momento de fissuração MR) significa vamente.

Fonte: Carvalho (2012, p. 4).

A NBR 6118 (ABNT, 2014) traz algumas hipóteses básicas a serem consideradas
para o cálculo no estado limite úl mo de seções subme das a ações normais:

a)   Seções transversais mantêm‑se planas após a deformação: depois do início da
deformação até o ELU, as deformações são, em cada ponto, proporcionais à sua
distância até a linha neutra da seção, cumprindo‑se \a hipótese de Bernoulli;

b)   Solidariedade dos materiais: admite‑se a perfeita solidariedade entre concreto e
armadura, ou seja, a deformação específica de uma barra da armadura tracionada ou
comprimida é igual à deformação específica no concreto que esteja adjacente.
Sendo segundo a NBR 6118 (2014. p. 120), "a deformação das barras passivas

8
aderentes ou o acréscimo de deformação das barras a vas aderentes em tração ou
compressão, devem ser o mesmo que do concreto em seu entorno.".

c)   Armaduras não aderentes: para as armaduras a vas não aderentes, na falta de
valores experimentais e de análises não lineares adequadas, os valores de acréscimo
das tensões para estruturas de edi cios, apresentados a seguir, devem ser divididos
pelos devidos coeficientes de ponderação:

d)

para elementos com relação vão/altura ú l igual ou menor que 35; 

Δσp = 70 + f ck /100ρρ

 
valor dado em megapascal, não podendo ser superior a 420 MPa.

para elementos com relação vão/altura ú l maior que 35; 

Δσp = 70 + f ck /300ρρ

 
valor dado em megapascal, não podendo ser superior a 210 MPa. 
 
Com: 

ρρ = A p / bc dp

 
Em que: 
Δσp : variação de tensão no aço de protensão entre o tempo t0 e t; 

A p : área da seção transversal do cabo resultante (cabo de protensão). 

ρρ : taxa geométrica da armadura a va; 

bc: largura da mesa de compressão; 
dp : altura ú l referida à armadura a va.

e)   As tensões de tração no concreto, normais à seção transversal, devem ser
desprezadas no ELU;

f)   A distribuição de tensões no concreto deve ser feita de acordo com o diagrama
parábola‑retângulo, com tensão de pico de 0,85.fcd (conforme mostrado no

9
infográfico desta aula). Esse diagrama pode ser subs tuído pelo retângulo de
profundidade y = λx, em que o valor de λ é definido como:

λ = 0, 8  para fck ≤ 50 MPa, ou;

λ = 0, 8 − (f ck − 50) /400  para fck > 50 MPa. 


e a tensão constante atuante até a profundidade y pode ser tomada igual a:

 no caso da largura da seção, medida paralelamente à linha neutra, não
αc f cd

diminuir a par r desta para a borda comprimida;

 para o caso contrário. 
0, 9.αc . f cd

sendo αc  definido como: 
•   para concretos de classes até C50 (50 MPa): 

αc = 0, 85

 
•   para concretos de classes de C50 até C90 (90 MPa): 

αc = 0, 85. [1, 0 − (f ck − 50) /200]

g)   Tensão na armadura: recomenda‑se que o diagrama tensão‑deformação seja
fornecido pelo fabricante do aço, caso contrário os valores caracterís cos de
resistência ao escoamento fpyk , da resistência à tração fptk  e o alongamento após
ruptura εuk devem sa sfazer os valores mínimos estabelecidos na NBR 7483. Para
o cálculo dos estados limites de serviço e úl mo, u liza‑se o diagrama simplificado,
conforme Figura 1 (Figura 8.5 da NBR 6118).

10
Figura 1: Diagrama tensão‑deformação para aços de armadura a va. 
Fonte: NBR 6118 (ABNT, 2014, p.31).

h)   O estado limite úl mo fica caracterizado pelas deformações específicas de
cálculo do concreto (εc) e do aço (εs), que a ngem (uma delas ou ambas) os valores
máximos das deformações específicas desses materiais (valores úl mos); os diversos
casos possíveis de distribuição das deformações do concreto e do aço na seção
transversal definem os domínios de deformação apresentados na Figura 2 (figura
17.1 da NBR 6118).

11
Figura 2: Domínios de estado‑limite úl mo de uma seção transversal. 
Fonte: NBR 6118 (ABNT, 2014, p.122).

Sendo:

Ruptura convencional por deformação plás ca excessiva

RETA A Presença de tração uniforme na seção

DOMÍNIO 1 Tração não uniforme, sem presença de compressão

Flexão simples ou composta, sem ruptura à compressão do concreto (εc < εcu ),


DOMÍNIO 2
com o máximo alongamento permi do.

Ruptura convencional por encurtamento‑limite do concreto

Flexão simples (seção subarmada) ou composta, com ruptura à compressão do
DOMÍNIO 3
concreto e com escoamento do aço (εs ≥ εyd ) .

DOMÍNIO 4 Flexão simples (seção superarmada) ou composta, com ruptura à compressão do
concreto, e aço tracionado sem escoamento (εs < εyd ) .

12
DOMÍNIO 4a Flexão composta com armaduras comprimidas.

DOMÍNIO 5 Compressão não uniforme, sem presença de tração.

RETA B Presença de compressão uniforme na seção.

ATENÇÃO
Para os cálculos realizados ao dimensionamento de estruturas, recomenda‑se
estar entre os domínios 2 e 3, a fim de se obter o melhor aproveitamento dos
dois materiais: o concreto com deformação de 0,35% e o aço em regime de
escoamento.

13
Veri cação ao Estado Limite de
Serviço (ELS)
Aluno (a), vimos no tópico anterior que o dimensionamento é basicamente dado,
considerando o caso de colapso da estrutura, ou seja, o estado limite úl mo (ELU).
Um pensamento mais abrangente sobre o assunto: é suficiente que um elemento
estrutural (geralmente viga e laje) suporte o seu carregamento máximo se não
atender a critérios de flechas ou fissuras máximas que podem levar à corrosão das
armaduras, à sensação de insegurança dos usuários ou até mesmo ao impedimento
do uso de máquinas e de equipamentos que provoquem vibração excessiva? Nesse
contexto, a verificação em serviço (ELS) da estrutura é extremamente necessária
para avaliar o seu comportamento.

ATENÇÃO
Nas estruturas de concreto protendido, especialmente em graus mais elevados
de compressão, a verificação ao ELS tende ser a principal do processo de
dimensionamento, sendo o ELU apenas uma confirmação posterior.

A fissuração no concreto é problemá ca, pois aumenta a permeabilidade do
concreto, acelerando o processo de corrosão da armadura. Dessa forma, a

14
consideração dada à fissuração em estruturas de concreto armado convencional é
fundamentalmente dis nta à de concreto protendido.

O concreto armado necessita da sua fissuração para que a armadura passiva comece
a trabalhar, a fim de resis r aos esforços de tração; as fissuras, nesse caso, são
consideradas "um mal necessário", em que as normas definem valores permi dos
para a sua abertura.

Para o concreto protendido, é o contrário: geralmente se evita ou tenta minimizar ao
máximo o desenvolvimento de fissuras, devido a fatores que podem aumentar a
gravidade da corrosão no concreto protendido frente ao armado. No concreto
armado, há diversas barras longitudinais que resistem aos esforços, ou seja, a
corrosão em uma delas não apresenta um risco tão grave. Já no concreto
protendido, poucos cabos são responsáveis pela resistência do elemento, em que a
presença de corrosão pode comprometê‑lo integralmente. Ocorre outro agravante
da corrosão no concreto protendido devido ao aço estar sob tensão mecânica,
podendo gerar uma ruptura frágil da estrutura.

A NBR 6118 (ABNT, 2014) define alguns estados limites de serviço, sendo eles:

Estado Limite de Formação de Fissuras (ELS‑F): início de formação de fissuras,
cuja verificação geralmente é aplicada em estruturas que requerem pouca ou
nenhum  po de fissuração, como os reservatórios. Esse estado limite é
a ngido quando a tensão de tração máxima desenvolvida na seção transversal
for igual à resistência do concreto à tração na flexão (fct,f);

Estado Limite de Abertura de Fissuras (ELS‑W): as fissuras alcançam os valores
máximos especificados pela NBR 6118, conforme mostra a Figura 3 (figura
13.4 da NBR 6118). Em estruturas de concreto protendido, em especial
naquelas com protensão parcial, a abertura de fissuras está fixada em 0,2 mm,
com o obje vo de não prejudicar a esté ca e a durabilidade;

Classe de
Tipo de concreto agressividade Exigências rela vas à Combinação de ações
estrutural ambiental (CAA) e  po fissuração em serviço a u lizar
de protensão

Concreto simples CAA I a CAA IV Não há ‑

15
Concreto armado CAA I ELS‑W wk 0,4mm Combinação frequente

CAA II e CAA III ELS‑W wk 0,3mm

CAA IV ELS‑W wk 0,2mm

Concreto protendido Pré‑tração com CAA I
nível 1 (protensão ou Pré‑tração com CAA ELS‑W wk 0,2mm Combinação frequente
parcial) I e II

Verificar as duas condições abaixo

Concreto protendido Pré‑tração com CAA II
ELS‑F Combinação frequente
nível 2 (protensão ou Pré‑tração com CAA
limitada) III e IV
Combinação quase
ELS‑Da
permanente

Verificar as duas condições abaixo

Concreto protendido
Pré‑tração com CAA III
nível 3 (protensão ELS‑F Combinação rara
e IV
completa)

ELS‑Da Combinação frequente

Figura 3: Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção da armadura, em
função das classes de agressividade ambiental 
Fonte: NBR 6118 (ABNT, 2014, p. 80).

Estado Limite de Deformações Excessivas (ELS‑DEF): as flechas ou os
deslocamentos a ngem os valores estabelecidos pela NBR 6118, conforme
mostra a Figura 4 (figura 13.3 da NBR 6118). Os elementos com presença de
flexão, principalmente as vigas e as lajes, apresentam flechas; cabe ao
proje sta estrutural limitá‑las para valores aceitáveis, visando sempre o
conforto do usuário e a esté ca da estrutura;

Razão da Deslocamento a Deslocamento‑


Tipo de efeito Exemplo
limitação considerar limite

Aceitabilidade Visual Deslocamentos Total l /250

16
sensorial visíveis em
elementos
estruturais

Vibrações Devido a cargas
Outro l /350
sen das no piso acidentais

Super cies que
Coberturas e
devem drenar Total l / 250a
varandas
água

l / 350+contraflecha
Total b
Pavimentos que
Efeitos devem Ginásios e pistas
estruturais em permanecer de boliche Ocorrido após a
serviço planos construção do l / 600
piso

Elementos que De acordo com
Ocorrido após
suportam recomendação do
Laboratórios nivelamento do
equipamentos fabricante do
equipamento
sensíveis equipamento

Alvenaria, Após a
caixilhos e construção da l /500c e 10mm e d
reves mentos parede

Divisórias leves e Ocorrido após a
caixilhos instalação da l /250 c e 25mm
telescópicos divisória
Efeitos em
elementos não Paredes
estruturais Provocado pela
Movimento lateral ação do vento H/1700 e Hi/850e
de edi cios para combinação entre pavimentos f
frequente

Provocado por
Movimentos
diferença de l / 400g e 15mm
térmicos ver cais
temperatura

Tipo de efeito Razão da Exemplo Deslocamento a Deslocamento‑


limitação considerar limite

17
Movimentos Provocado por
térmicos diferença de Hi/500
horizontais temperatura

Ocorrido após a
Reves mentos
construção do l / 350
Forros colados
forro
Efeitos em
elementos não Deslocamento
estruturais Reves mentos
ocorrido após a
pendurados ou com l / 175
construção do
juntas
forro

Deslocamento
Desalinhamento de provocado pelas
Pontes rolantes H/400
trilhos ações decorrentes
da frenação

Afastamento em
Se os deslocamentos forem relevantes para o elemento
Efeitos em relação às
considerado, seus efeitos sobre as tensões ou sobre a estabilidade
elementos hipóteses de
da estrutura devem ser considerados, incorporando‑os ao modelo
estruturais cálculo
estrutural adotado.
adotadas

Figura 4:  Limites para deslocamentos 
Fonte: NBR 6118 (ABNT, 2014, p. 77).

Estado Limite de Descompressão (ELS‑D): um ou mais pontos da seção
transversal têm tensão de tração nula, não havendo tração no restante da
seção. Normalmente, caracteriza‑se pela passagem de uma seção totalmente
comprimida para o surgimento de tensões de tração no concreto, cujo cálculo
ocorre pelo Estádio 1;

Estado Limite de Descompressão Parcial (ELS‑DP): visa garan r a compressão
na seção transversal na região em que estão presentes as armaduras a vas.
Conforme mostra a Figura 5, essa região deve se estender até uma distância ap
da face mais próxima da armadura a va;

18
Figura 5: Estado limite de descompressão parcial 
Fonte: NBR 6118 (ABNT, 2014, p. 5).

19
ATENÇÃO
A NBR 6118 (2014) dá a liberdade ao proje sta, nesse caso, de subs tuir o ELS‑
D pelo ELS‑DP, considerando ap = 50 mm.

Estado limite de compressão excessiva (ELS‑CE): as tensões de compressão a ngem
o limite convencional estabelecido; portanto, é usual para o concreto protendido no
momento da aplicação da protensão. Segundo Bastos (2018, p. 53):

sob tensão de compressão superior a 50% da resistência à compressão, acentua‑
se a microfissuração interna do concreto. Acima de 70%, a microfissuração fica
instável. Por isso, é recomendada a tensão de serviço de apenas 60% da
resistência do concreto. Para verificação simplificada no ELU no ato da
protensão, a NBR 6118 fixa o limite de 0,7fckj.

Estado Limite de Vibração Excessiva (ELS‑VE): as vibrações a ngem os limites
estabelecidos para a u lização normal da construção. O proje sta deverá eliminá‑las
ou limitá‑las, a fim de que não prejudiquem o conforto dos usuários na u lização
das estruturas.

A Figura 6 mostra de forma esquemá ca a evolução dos deslocamentos (δ) a uma
viga isostá ca simplesmente apoiada quando está sujeita a um carregamento

20
crescente, representado por P, e protendida por um cabo de protensão excêntrico
situado próximo à borda inferior da seção. Nota‑se na figura os principais estados
limites e onde a sua atuação é mais significa va, bem como o diagrama de tensões
esquemá co para cada caso.

Figura 6: Curva carga‑deslocamento para um carregamento crescente 
Fonte: Silva Filho (2010, p. 19).

Combinação de Ações no Els


Como veremos, o dimensionamento da força de protensão está diretamente
relacionado à verificação dos estados limites de serviço. Portanto, é necessário que
se abordem as combinações de ações de serviço.

A combinação das ações deve ser feita de forma que possam ser determinados os
efeitos mais desfavoráveis para a estrutura, e a verificação da segurança em
relação aos estados limites úl mos e aos estados limites de serviço deve ser
realizada em função de combinações úl mas e combinações de serviço,
respec vamente (HANAI, 2005, p.58).

Segundo Bastos (2018), as combinações de serviço são classificadas de acordo com
a sua permanência na estrutura e devem ser verificadas como mostrado a seguir:

21
a)   Quase permanente: atua durante grande parte do período de vida ú l da
estrutura, e a sua consideração pode ser necessária na verificação do estado limite
de deformações excessivas. É determinada conforme Equação 1:

F d,ser = F gi,k + ψ2j F qj,k       Equação 1


∑ ∑

Em que:

F d,serv : valor de cálculo das ações para combinações em serviço;

F g1k : valor caracterís co das ações permanentes principais diretas;

F q1k : valor caracterís co das ações variáveis principais diretas;

ψ1 : fator de redução de combinação frequente para ELS;

ψ2 : fator de redução de combinação quase permanente para ELS;

O valor de ψ1  e ψ2  são dados conforme mostra a Figura 7 (tabela 11.2 da NBR


6118).

γ 12

Ações
a
Ψ0 Ψ1 Ψ2

Locais em que não há predominância de pesos de
equipamentos que permanecem fixos por longos
0,5 0,4 0,3
períodos de tempo, nem de elevadas concentrações
de pessoas b

Cargas acidentais
Locais em que há predominância de pesos de
de edi cios
equipamentos que permanecem fixos por longos
0,7 0,6 0,4
períodos de tempo, ou de elevada concentração de
pessoas c

Biblioteca, arquivos, oficinas e garagens 0,8 0,7 0,6

Vento Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral 0,6 0,3 0

Temperatura Variações uniformes de temperatura em relação à 0,6 0,5 0,3

22
média anual local

Figura 7: Valor dos coeficientes de redução de combinação. 
Fonte: NBR 6118 (ABNT, 2014, p. 65).

b)   Frequente: repete‑se muitas vezes durante a vida ú l da estrutura, podendo ser
necessária a verificação dos estados limites de formação de fissuras, abertura de
fissuras e vibrações excessivas, conforme mostra a Equação 2:

F d,ser = F gi,k + ψ1j F q1,k + ψ2j F qj,k       Equação 2


∑ ∑ ∑

c)   Rara: ocorre algumas vezes durante a vida ú l da estrutura e a sua consideração
pode ser necessária na verificação do estado limite de formação de fissuras,
conforme mostra a Equação 3:

F d,ser = F gi,k + F q1k + ψ1j F qj,k       Equação 3


∑ ∑

Fechamento
Aluno(a), ao final desta aula, devemos compreender que os estados limites
recomendados pela NBR 6118 (ABNT, 2014) visam sempre garan r a segurança e a
durabilidade das estruturas que os Engenheiros Civis projetam e edificam.

O atendimento das considerações indicadas pela norma, tanto para o ELU quanto
para o ELS, é muito importante para o processo de dimensionamento de peças de
concreto, visto que os seus coeficientes alteram muito os resultados finais.

O ELU, na maioria das vezes, com os seus coeficientes de majoração, os esforços
atuantes e a minoração das resistências dos materiais, facilmente é atendido. Já o
ELS requer análises mais delicadas, a fim de que a estrutura tenha um bom
desempenho durante a sua vida ú l.

23
Para o concreto protendido, o ELS é ainda mais importante, pois um aumento de
fissuração, por exemplo, pode atacar de maneira severa a armadura a va,
comprometendo todo o sistema de protensão aplicado.

Nesta aula, você teve a oportunidade de:

conhecer as recomendações acerca do ELU segundo a NBR 6118 (ABNT,
2014);

conhecer as recomendações acerca do ELS segundo a NBR 6118 (ABNT,
2014).

24
Aula 02

Dimensionamento à Flexão e ao
Cisalhamento

Introdução
Aluno (a), o concreto armado convencional e o concreto protendido, em termos de
dimensionamento, seguem as mesmas considerações e verificações, porém há uma
única diferente: a presença da força de protensão no elemento estrutural.

O dimensionamento deve seguir as recomendações de normas e obedecer aos estados
limites, tanto o ELU como o ELS, visando uma estrutura segura e com bom desempenho
ao usuário.

Nessa aula, conceituaremos as forças de protensão, tanto final quanto inicial, voltadas
às verificações de tensões ao longo do vão e às equações que regem o
dimensionamento, tanto à flexão como à força cortante.

Ao final desta aula, você será capaz de conhecer:

as forças de protensão atuante;

o dimensionamento à flexão;

o dimensionamento à cortante.

25
Estimativa da Força de Protensão Final
(P∞)
A força de protensão P∞ corresponde ao valor que deve permanecer no elemento
protendido após todas as perdas de protensão, de modo a atender todos os requisitos
estabelecidos para a estrutura durante a sua vida ú l.

O processo de cálculo apresentado é uma das alterna vas para o dimensionamento, em
que se parte do ELS para a determinação da força de protensão.

Inicialmente, efetuamos uma es ma va do valor de P∞, o qual será u lizado para


determinar a armadura a va necessária, feita em função dos parâmetros a seguir:

As ações sobre a estrutura, as caracterís cas dos materiais, a geometria da
estrutura e da seção devem ser pré‑estabelecidas com dados experimentais ou
com algum pré‑dimensionamento realizado;

Os esforços provocados devidos às cargas permanentes e variáveis devem ser
conhecidos tanto para estruturas isostá cas como para as hiperestá cas, bem
como o conhecimento do traçado dos cabos;

O grau de protensão deve ser estabelecido previamente, ou seja, se a protensão
será completa, parcial ou limitada. Com isso, es ma‑se o valor da força de
protensão necessária após todas as perdas;

A es ma va das perdas progressivas na tensão na armadura de protensão.

A seguir, apresentamos o equacionamento para os diferentes graus de protensão que
podem ser aplicados.

PROTENSÃO COMPLETA

Combinação frequente de ações Combinação rara de ações

σbg1 + σbg2 + σbq1 + ψ1 σbq2 + σbP



= 1, 5f
ctk
  (retangular) 
σbg1 + σbg2 + ψ1 σbq1 + ψ2 σbq2 + σbP = 0

σbg1 + σbg2 + σbq1 + ψ1 σbq2 + σbP

= 1, 2f
ctk
 (seção T)

26
σbP = P∞,est /Ac + P∞,est . ep  / W b σbP = P∞,est /Ac + P∞,est . ep  / W b
∞ ∞

Escolhe‑se o menor valor de P∞ entre os dois calculados.

PROTENSÃO LIMITADA

Combinação quase‑permanente de ações Combinação frequente de ações

σbg1 + σbg2 + ψ1 σbq1 + ψ2 σbq2 + σbP



= 1, 5f
ctk
  (retangular)
σbg1 + σbg2 + ψ2 σbq1 + ψ2 σbq2 + σbP = 0

σbg1 + σbg2 + ψ1 σbq1 + ψ2 σbq2 + σbP

= 1, 2f
ctk
 (seção T)

σbP = P∞,est /Ac + P∞,est . ep  / W b σbP = P∞,est /Ac + P∞,est . ep  / W b
∞ ∞

Escolhe‑se o menor valor de P∞ entre os dois calculados.

PROTENSÃO PARCIAL

Combinação quase‑permanente de ações

σbg1 + σbg2 + ψ2 σbq1 + ψ2 σbq2 + σbP = 0


σbP = P∞,est /Ac + P∞,est . ep  / W b


27
ATENÇÃO
Uma vez determinado um valor es ma vo da força de protensão, os passos
seguintes compreendem o cálculo da armadura a va necessária e a determinação de
valores representa vos de estados da força de protensão.

Fonte: Hanai (2005, p. 68).

Estimativa da Força de Protensão Inicial


(Pi)
Com o valor es mado de P∞, arbitra‑se um valor de perdas totais de protensão em
porcentagem (ΔP), em que o valor da protensão inicial aplicada (Pi) sofra a redução até
a ngir o valor da protensão final (P∞). Ou seja, com a experiência vivenciada em
projetos semelhantes, pode‑se arbitrar um percentual médio das perdas de protensão.

28
ATENÇÃO
Aluno, embora muitas vezes seja di cil quan ficar essas perdas percentuais, pois
depende muito da experiência em projetos anteriores e semelhantes, no geral esse
valor gira em torno de 20 a 30% de perdas, excluindo as perdas por atrito dos cabos.

Segundo Bastos (2018, p. 58), pode‑se determinar o valor da força de protensão
es mada inicial Pi,est., conforme mostra a Equação 1:

P i,est = P ∞,est /  (1 − ΔP arb )       Equação 1

Com o valor de Pi,est e os valores limites das tensões na armadura a va, determina‑se o
valor da área da seção transversal da armadura a va, conforme apresentado por Bastos
(2018, p. 58) na Equação 2:

A p,est = P i,est /σPi       Equação 2

Chega‑se, assim, à área de aço necessária. Consultando‑se tabelas de aços de
fabricantes, verificam‑se o número de fios e as cordoalhas necessários, a fim de obter a
área de aço efe va (Ap,ef ).

29
SAIBA MAIS
Para encontrar a área efe va de aço, é recomendado que se consulte o catálogo de
fabricantes para que se encontre as informações geométricas da armadura, entre
elas área da seção transversal, para adotar a mais adequada ao seu projeto. Nesse
caso, calcula‑se uma área efe va e, sem seguida, realizam‑se as verificações
necessárias; caso a segurança não seja atendida, deve‑se alterar essa área de
armadura inicial e realizar as verificações novamente, até que os estados limites
sejam atendidos.

A par r do valor efe vo da armadura a va, busca‑se aproveitar ao máximo a


capacidade resistente do aço empregado. Segundo Bastos (2018, p. 58), determina‑se o
valor efe vo de Pi a ser aplicado pelo macaco hidráulico, conforme Equação 3:

P i = A p,ef . σpi       Equação 3

O valor de Pi é, a princípio, aquele considerado no projeto, estando sujeito à sua
validação ou não, conforme avançam as verificações necessárias.

30
ENTENDA O CONCEITO
Aluno (a) vamos imaginar um exemplo prá co para absorver
os conceitos apresentados até agora. Imagine que, para um
determinado projeto, deseja‑se determinar a área efe va de
armadura a va necessária. Para isso, temos a viga mostrada
na Figura 1, a seguir, com as cargas atuantes bem como a
configuração da sua seção transversal:

Figura 1: Viga com as cargas atuantes

Considere, para isso, as seguintes informações:

Protensão aplicada do  po limitada;

fck do concreto: 40 MPa

Percentual de perdas adotado: 30%;

Cordoalha de aço do  po CP 190 RB ‑ 12,7mm

Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014), para o caso de
protensão limitada, devem ser verificadas duas condições
para o dimensionamento: o estado limite de fissuração para
combinação frequente de ações e o estado limite de
descompressão para combinação quase permanente de
ações. Essas condições estão listadas no escopo da NBR
6118 (ABNT, 2014) e podem ser observadas na Figura 2, a
seguir:

31
Tipo de Classe de Exigências Combinação de
concreto agressividade rela vas à ações em
estrutural ambiental fissuração serviço a
(CAA) e  po u lizar
de protensão

Concreto CAA I a CAA
Não há ‑
simples IV

ELS‑W
CAA I
wk 0,4mm

Concreto CAA II e CAA ELS‑W Combinação


armado III wk 0,3mm frequente

ELS‑W
CAA IV
wk 0,2mm

Concreto
Pré‑tração
protendido
com CAA I ou ELS‑W Combinação
nível 1
Pré‑tração wk 0,2mm frequente
(protensão
com CAA I e II
parcial)

Verificar as duas condições
abaixo

Concreto Pré‑tração
protendido com CAA II ou Combinação
ELS‑F
nível 2 Pré‑tração frequente
(protensão com CAA III e
limitada) IV
Combinação
ELS‑Da quase
permanente

Verificar as duas condições
abaixo
Concreto
protendido Pré‑tração
Combinação
nível 3 com CAA III e ELS‑F
rara
(protensão IV
completa)
Combinação
ELS‑Da
frequente

32
Figura 2: Condições para dimensionamento ao ELS 
Fonte: NBR 6118 (ABNT, 2014, p. 80).

Para o caso de combinação quase permanente de ações,
temos:

${{\sigma }_{g1}}+{{\psi }_{2}}{{\sigma }_{q1}}+{{\sigma
}_{b{{P}_{\in y }}}}=0$

As tensões consideradas se devem à carga permanente, à
variável e à protensão:

Para carga permanente:

2
M g1 = q L /8 = 200, 25 kN . m
g

3 2
σg1 = M g1 y/Ix = 20205 x 30/  (30 x 60 /12) = 1, 12 kN /cm

Para carga variável:

2
M g1 = q L /8 = 517, 5 kN . m
q

3 2
σg1 = M g1 y/Ix = 51750 x 30/  (30 x 60 /12) = 2, 87 kN /cm

Considerando o fator de redução da carga variável (${{\psi
}_{2}}$) igual a 0,4, temos:

σg1 + ψ2 σq1 + σbP = 0


1, 12 + 0, 4 x 2, 87 + σbP = 0

2
σbP =   − 2, 27 kN /cm

A tensão referente à força de protensão final é dada por:

σbP = P∞,est /Ac + P∞,est . ep  y/ Ix


Deixando a força de protensão (${{P}_{\in y ,est}}$) em
evidência, temos:

σbP = P∞,est (1/Ac + ep  y/ Ix )


33
Área da seção (Ac):
$Ac=30~x~60=1800~c~m{}^\text{2}$

Momento de inércia (Ix): 
3 4
Ix = (30 x 60 ) /12 = 540000 cm

Altura da linha neutra da seção: y = 30 cm

Excentricidade inicial adotada: ec = 22 cm.

Com isso, o valor da força de protensão final para
combinação quase permanente de ações resulta em:

−2, 27 = P∞,est (1/1800 + 22 x 30/ 540000)

P∞,est = 1276, 87 kN

Para o caso de combinação frequente de ações, temos:

σg1 + ψ1 σq1 + σbP = 1, 5f


∞ ctk

Em que:

2/3
1, 5f = 1, 5 x 0, 7 x f = 1, 5 x 0, 7 x 0, 3 x f ck = 3, 68 M Pa
ctk ctm

Como as tensões, devido às cargas permanentes e variáveis,
foram previamente calculadas, vamos apenas subs tuí‑las,
considerando, para esse caso, o fator de redução para a
carga variável (ψ1 ) igual a 0,6:

σg1 + ψ1 σq1 + σbP = 1, 5f


∞ ctk

1, 12 + 0, 6 x 2, 87 + σbP = 0, 368


2
σbP =   − 2, 47 kN /cm

Repe ndo o procedimento explicado, ficamos com:

σbP = P∞,est (1/Ac + ep  y/ Ix )


−2, 47 = P∞,est (1/1800 + 22 x 30/ 540000)

P∞,est = 1389, 4 kN

34
Com isso, há dois valores de P∞,est  referente às duas
diferentes combinações de ações:

Combinação quase
P∞,est = 1276, 87 kN
permanente

Combinação frequente P∞,est = 1389, 4 kN

O valor adotado é o menor dos dois. Sendo assim, 
P∞,est = 1276, 87 kN .

Dessa forma, podemos calcular o valor da protensão inicial
que deve ser aplicada (Pi, est):

Pi,est = P∞,est /  (1 − ΔParb ) = 1276, 87/ (1 − 0, 3) = 1824, 1 kN

Para determinar a área da armadura, devemos primeiramente
calcular a tensão inicial na armadura para o caso de pré‑
tensão e de aço do  po RB (relaxação baixa):

σpi ≤ 0, 77.f    →   σpi ≤ 0, 77.1900   →   σpi ≤ 1463 M Pa


ptk

σpi ≤ 0, 85.f    →   σpi ≤ 0, 85.0, 90.1900   →   σpi ≤ 1453, 5 M Pa


pyk

Devemos adotar o menor valor dentro dos dois calculados,
portanto  σpi = 1453, 5 M Pa , a fim de calcularmos a área
da armadura de protensão:

2
Ap,est = Pi,est /σ pi = 1824, 1/145, 35 = 12, 54 cm

Segundo o manual do fabricante, a área da seção transversal
de uma cordoalha que foi adotada tem o valor de 98,7mm²;
sendo assim, ficamos com:

n = 12, 54/0, 987 = 12, 71 cabos

Portanto, arredondando esse valor, definimos que serão
u lizados 13 cabos para essa protensão. Com o valor de
cabos calculado, podemos definir a área da armadura efe va,
sendo:

2
Ap,ef = n. Ap     → Ap,ef = 13 x 0, 987 = 12, 83 cm  

35
REFLEXÃO
Aluno(a), desafio você a resolver o exemplo anterior, considerando os outros dois
graus de protensão: protensão completa e parcial. Atente‑se para os coeficientes
adotados e verifique as diferenças nos valores encontrados.

Determinação do Pré-Alongamento
Aluno (a), vale reforçar que o concreto protendido difere do concreto armado apenas
pela presença da armadura a va que introduz o esforço de protensão no interior do
elemento estrutural. Para o ELU, no caso de solicitações normais, adotam‑se os mesmos

36
procedimentos de cálculo do concreto armado convencional, devendo apenas
considerar o alongamento prévio existente da armadura de protensão antes das ações
externas.

Para o cálculo, consideramos um estado de neutralização, ou seja, uma situação fic cia
com o concreto sem nenhuma tensão atuante. Nesse estado, a deformação na
armadura a va tem um determinado valor, correspondente ao chamado pré‑
alongamento, conforme mostra o equacionamento a seguir:

P nd = P d + αp A p σcpd       Equação 4

Em que:

P nd : força de neutralização;

Pd : força de cálculo da protensão;

αp : relação entre o módulo de resistência do aço e do concreto;

Ap : área efe va da armadura a va;

σcpd : tensão no concreto no nível da armadura dado, conforme a equação a seguir:

2
σcpd = P ∞ /Ac + P ∞ ec /Ix       Equação 5

O valor de cálculo da força de protensão (Pd) no Estado Limite Úl mo (ELU),
considerando todas as perdas progressivas, é dado por:

P d = γp P ∞       Equação 6

Em que, segundo Hanai (2005, p. 70):

γp = 0, 9     ⇒    Efeito favorável

γp = 1, 2     ⇒    Efeito desfavorável

Portanto, a deformação de pré‑alongamento na armadura de protensão, quando nela
atua a força Pnd, conforme a Lei de Hooke, é:

σ = εE    →   ε = σ /E = P/AE

Resultando em εpnd = |P nd | /A p E p  Equação 7 .

37
Determinação do Momento Fletor
Último
A determinação do momento fletor úl mo (Mud) tem como obje vo verificar se há ou
não a necessidade de adicionar armadura passiva na peça estrutural, visando aumentar
a segurança no ELU. O cálculo do Mud é realizado por meio de tenta vas: inicialmente,
arbitra‑se uma tensão na armadura de protensão (σp,arb) ou a posição da linha neutra
(x). A solução é definida quando exis r equilíbrio entre as forças de tração e
compressão aplicadas na seção transversal do elemento estrutural.

ATENÇÃO
A seguir, serão apresentadas as equações para a determinação do momento fletor
úl mo de seções retangulares, contemplando os concretos inseridos no grupo I, ou
seja, aqueles com resistência à compressão entre 20 e 50 MPa. Para os concretos do
grupo II, com resistências entre 50 e 90 MPa, a NBR 6118 (2014) recomenda
modificações em alguns parâmetros.

38
Aluno (a), considere a Figura 3, a seguir, a qual mostra uma seção transversal de uma
viga qualquer com a presença das armaduras passivas (posi va e nega va) e da
armadura a va. Temos o diagrama de deformações no aço e no concreto; por úl mo, a
representação das forças que atuam nessa seção.

Figura 3: Tensões e deformações na seção retangular no ELU. 
Fonte: Bastos (2018, p. 71).

Realizando o equilíbrio das forças, temos:

F x = 0    →   R st + R pt − R cc − R sc = 0    →   R st + R pt = R cc + R sc       Equação 8


Considerando:

R st = σsd . A s     R pt = σpd . A p     R cc = σcd . A c

′ ′
R cc = 0, 85.f cd .0, 8.x. bw     R sc = σ sd . A s

Vamos supor que as armaduras passivas estão em regime de escoamento, portanto:
′ ′
σsd = f yd     σ sd = f yd

Resultand o em        Resultand o em

39
 
′ ′
R st = f yd . . A s     R sc = f yd .A s

Realizando as subs tuições propostas, a equação de equilíbrio fica:
′ ′
f yd . . A s + σpd . A p = 0, 85.f cd .0, 8.x. bw + f yd .A s     Equação 9

Isolando a variável x (altura da linha neutra), a equação fica:
′ ′
x = f yd . . A s + σpd . A p − f yd .A s /0, 85.f cd .0, 8bw     Equação 10

Realizando o equilíbrio de momentos fletores, fazendo a somatória de momentos sobre
a resultante Rcc, temos:

′ ′ ′
Mud = σpd A p (dp − 0, 4x) + f yd A s (ds − 0, 4x) + f yd A s (0, 4x − d )     Equação 11

Portanto, a condição de segurança ao final da verificação será sa sfeita, quando:

Mud ≥ Msd

A compa bilidade entre deformações é dada como:

Armadura A va Armadura Passiva + Armadura Passiva ‑

′ ′
εcd /εp1d = x/  (dp − x) εcd /εsd = x/  (ds − x) εcd /ε sd = x/  (x − d )

Aluno (a), o fluxograma apresentado a seguir tem como obje vo demonstrar os passos
realizados para a determinação do momento fletor úl mo (Mud).

40
CÁLCULO DO PRÉ‑ALONGAMENTO: O cálculo do pré‑alongamento é dado pela equação εpnd = |Pnd | /Ap Ep

DETERMINAÇÃO DA TENSÃO NA ARMADURA: Supondo inicialmente que a ruptura ocorra nos domínios 3 ou 4,
isto é, a tensão no concreto seja dada por σcd = 0, 85.fck , e a deformação seja εcd = 0, 35 .

TENTATIVAS: Agora, iniciam as tenta vas de arbitrar valores para a tensão na armadura.

TENSÃO DE CÁLCULO NA ARMADURA: Inicialmente, adotamos o valor de cálculo σpd = f
pyd
= f
pyk
/1, 15 .

ALTURA DA LINHA NEUTRA: Com isso, calculamos a altura da linha neutra, conforme a equação 
. . As + σpd . Ap − f yd . A s /0, 85.f .0, 8bw .
′ ′
x = f
yd cd

41
COMPATIBILIDADE DE DEFORMAÇÕES: Por meio do valor da linha neutra, encontramos o valor de ep1d  nas
equações de compa bilidade.

DOMÍNIO 3 OU 4? Se ep1d < 1 , a hipótese inicial e a ruptura nos domínios 3 e 4 estão corretas.

TENSÃO NA ARMADURA: calculamos a tensão na armadura, conforme a equação εpd = εp1d + εpnd .

OK: se a tensão calculada como igual ou muito próxima à adotada está correta, podemos calcular o momento
úl mo.

NÃO OK: se a tensão calculada diferir muito da encontrada, refazemos todos os passos com uma nova tensão de
protensão.

APLICAÇÃO DE CONCEITOS
Aluno (a), após apresentado todo o equacionamento,
resolveremos um problema prá co, para que todas as
informações repassadas sejam absorvidas. Considere a viga
mostrada na Figura 4, a fim de determinar o momento fletor
úl mo, considerando‑a em concreto protendido, com
aderência entre a armadura de protensão e o concreto
conhecida. Considere os dados:

Concreto C35 (Ecs = 28161 MPa); Armadura a va (Ap) =
5,92 cm² composta por 6 cordoalhas CP190 RB 12,7mm
(fptk = 1900 MPa, fpyk = 1710 MPa e Ep = 196000 MPa);
Armadura passiva (As) = 7,60 cm² de aço CA50 (fyk = 500
MPa, fyd = 434,8 MPa, εyd = 0,207%); Tensão de protensão
após as perdas σp∞ = ‑ 1024 MPa.

42
Figura 4: Seção transversal da viga.  
Fonte: Bastos (2018, p. 78).

Área seção do concreto Inércia da seção

2 3 3
Ac = 30 x 60  =  1800 cm Ic = bw h /12 = 30 x 60 /12 = 5400

Força de protensão final Raz

P∞ = Ap . σp∞ = 5, 92 x  (−102, 4) =   − 606, 2 kN αp = Ep /Ecs

Tensão no concreto ao nível da armadura de prot

2 2
σcp = P∞ /Ac + P∞ . ep / Ic =   − 606, 2/1800 + (−606, 2)  x 22 / 54

Força de protensão para cálculo da deformação de pré‑alongame

Pn = P∞ + αp . Ap . σcp = −606, 2 + 6, 96 x 5, 92 x  (−0, 880)   =   −

Considerando uma situação favorável: 
Pnd = γ . Pn = 0, 9 x  (−642, 5) = −578, 2 kN
p

43
Deformação de pré‑alongamento

εpnd = |Pnd | /Ap . Ep = |−578, 2| / 5, 92 x 19600 = 0, 00498  = 0, 49

PRIMEIRA TENTATIVA

σpd = fpyd = fpyk /γ s = 1710/1, 15 = 1487 M Pa

Posição da linha neutra, supondo que a armadura passiva tracionada ten
(σsd = fyd)

′ ′
x = σpd . Ap + f . . As − f yd
.A s
/0, 85.f .0, 8bw
yd cd

x = 148, 7 x 5, 92 + 43, 48x 7, 60 − 0/0, 85 x  (3, 5/1, 4)  x 0, 8 x 30 =

Deformação na armadura de protensão, supondo domínio 3 ou

εcd /εp1d = x/  (dp − x) = 0, 35/εp1d = 23, 74/  (52 − 23, 74)   →  εp1

Confirma o domínio 3 ou 4

εpd = εpnd + εp1d = 0, 498 + 0, 417 = 0, 915

Deformação de início de escoamento da armadura de protensão

σ = ε. E   → εpyd = f /Ep = 1487/196000 = 0, 00759 = 0, 759


pyd

Como εpd = 0, 915 , a armadura de protensão está escoando, o que


significa que o domínio é o 3. Caso contrário, a armadura não estaria

escoando e seria o domínio 4.

44
Verificação da deformação na armadura passiva tracionada (As)

εcd /εsd = x/  (ds − x) = 0, 35/εsd = 23, 74/  (56 − 23, 74)    → εsd =

Como εsd = 0, 476  > εyd = 0, 207 , a armadura passiva tracionada (As) e


escoando, e a tensão é de fyd = 43, 48 kN /cm
2
 (tensão de escoamento).

Cálculo do momento fletor úl mo (Mud)

′ ′
M ud = σpd Ap (dp − 0, 4x) + fyd As (ds − 0, 4x) + f yd A s (0, 4x

M ud = 149, 64 x 5, 92  (52 − 0, 4 x 23, 74) + 43, 48 x 7, 6  (56 − 0, 4

M ud = 53020 kN . cm ou 5302 kN . m

Nesse caso, segundo o critério de segurança (Mud ≥ M sd ), o momento m
cálculo aplicado é Msd ≤ 5302 kN . m .

45
Estado-Limite Último Relativo à Força
Cortante
Aluno (a), sabemos que a protensão aplicada longitudinalmente introduz às peças de
concreto tensões de compressão que reduzem as tensões de tração. Devido a essa
força de protensão, as fissuras de “cisalhamento” apresentam‑se com inclinação menor
que as observadas no concreto armado convencional.

As bielas comprimidas apresentam‑se, no geral, com ângulo de inclinação de 5° a 15°
menores que a treliça clássica do cisalhamento a 45°. Quanto maior for o grau de
protensão aplicado, menores são os esforços de tração na alma, consequentemente
requer menor quan dade de armadura transversal.

No caso de vigas protendidas isostá cas, o encurvamento dos cabos próximos dos
apoios produz uma componente de força contrária à força cortante solicitante,
conforme mostra a Figura 6.

Figura 6: Componente de força devido à curvatura do cabo. 
Fonte: Bastos (2018, p. 91).

Realizando o somatório de forças ver cais, temos:

46
F y = 0 

Equação 12

−V d + P d senα + V sd = 0

V sd = V d − P d senα

Segundo a NBR 6118 (2014, p. 134)

No valor de VSd, deve ser considerado o efeito da projeção da força de protensão na
sua direção, com o valor de cálculo correspondente ao tempo t considerado.
Entretanto, quando esse efeito for favorável, a armadura longitudinal de tração junto
à face tracionada por flexão deve sa sfazer à condição: Ap fpyd + As f
yd
≥ Vsd

A condição apresentada pela norma visa fornecer uma melhor contribuição do concreto
na sua região comprimida na flexão, a fim de garan r uma maior rigidez no banzo
tracionado.

Segundo a NBR 6118 (2014), a resistência do elemento estrutural em uma determinada
seção transversal deve atender às seguintes condições:

V sd ≤ V Rd2     Equação 13

V sd ≤ V Rd3 = V c + V sw     Equação 14

Em que:

V sd : força de cálculo solicitante;

: força resistente de cálculo rela va à ruína das diagonais comprimidas de concreto
V Rd2

dos modelos indicados adiante;

V c + V sw : segundo a NBR 6118 (2014), essa parcela é da força cortante resistente de
cálculo, rela va à ruína por tração diagonal. Vc é referente à parcela da força cortante,
absorvida por mecanismos complementares ao da treliça, enquanto Vsw é a parcela
resis da pela armadura transversal, de acordo com os modelos adotados pela norma
discre zados a frente.

Modelo de Cálculo 1

47
De acordo com a NBR 6118 (2014, p. 135)

O modelo 1 admite diagonais de compressão inclinadas de 45° em relação ao eixo
longitudinal do elemento estrutural e admite que a parcela complementar Vc tenha
valor constante, independentemente de Vsd.

A verificação da compressão diagonal do concreto é dada conforme mostra a equação a
seguir:

V Rd2 = 0, 27.αv2 . f cd . bw . d       Equação 15

Com αv2 = (1 − f ck /250)    expresso em MPa.

O cálculo da armadura transversal é dado conforme Equação 16:

V sw = (A sw /s) .0, 9.d. f ywd (senα + cosα)       Equação 16

Em que:

f ywd : é a tensão na armadura transversal passiva, limitada ao valor de fyd no caso de
estribos, e 70% desse valor no caso de barras dobradas, não se tomando, para ambos os
casos, valores superiores a 435 MPa (segundo a NBR 6118, 2014); entretanto, no caso
de armaduras transversais a vas, o acréscimo de tensão devido à força cortante não
pode ultrapassar a diferença entre fpyd e a tensão de protensão, nem ser superior a
435 MPa.

Para o caso de flexo‑compressão, temos a Equação 17:

V c = V c0 (1 + M0 /Msd,max
́  ) ≤ 2V c0       Equação 17

Com Vc0 = 0, 6.f ctd . bw. d $e$f ctd = f ctk,inf /γc = 0, 7.f ctm /γc

Em que:

Msd,max: momento fletor máximo de cálculo conforme o trecho em análise;.

M0: momento fletor que anula a tensão de compressão na borda da seção tracionada
pelo momento máximo (Msd,máx), provocada pelas forças normais que atuam
juntamente com Vsd. Essa tensão é calculada com os valores de γf e γp iguais a 0,9 e
pode ser determinada conforme a Equação 18:

Mo = (γp P ∞ + γf . N g+q ) Wb /A c + γp P ∞ ep       Equação 18

48
em que Wb/Ac corresponde à distância da extremidade superior do núcleo central de
inércia da seção ao centro de gravidade, ou seja, à excentricidade do centro de pressão
com a qual a tensão na borda inferior se anula.

SAIBA MAIS
No cálculo de Vc, referente à contribuição do concreto, a
relação entre M0 e Msd,máx fornece uma es ma va do
estado de fissuração devido à flexão no trecho considerado
para o ELU. Se essa relação tem valor próximo de 0, ou seja,
valor de m0 é muito pequeno, a região considerada tem
esforços de tração e fissuração devido à flexão (zona b). Se a
relação tem valor próximo ou igual a 1, ou seja, m0 é um
valor muito próximo de Msd,máx, então não há fissuração na
região considerada, conforme mostra a Figura 6.

Figura 6: Zona b com fissuração e zona a sem fissuração. 
Fonte: Bastos (2018, p. 93).

49
Modelo de Cálculo 2
De acordo com a NBR 6118 (2014, p. 137)

O modelo de cálculo II admite diagonais de compressão inclinadas de θ em relação ao
eixo longitudinal do elemento estrutural, com θ variando entre 30° e 45°. Admite,
ainda, que a parcela complementar Vc sofra redução com o aumento de Vsd.

A verificação da compressão diagonal do concreto é dada conforme Equação 19:

2
V Rd2 = 0, 54.αv2 . f cd . bw . d . sen θ (cotg α  + cotg θ)     Equação 19

E o cálculo da armadura transversal é dado conforme Equação 20:

V sw = (A sw /s) 0, 9.d. f ywd . (cotg α  + cotg θ) sen α    Equação 20.

Fechamento
Aluno (a), ao final desta aula, é importante que todos os conceitos apresentados
estejam fixados: desde a obtenção da força de protensão final, descontando as perdas
progressivas (lembrando que o valor considerado de perdas é arbitrado, sendo
necessárias todas as verificações das perdas de protensão), até a protensão inicial
recomendada para aplicação no ato da protensão.

Com esses valores, seguimos o dimensionamento, seja para encontrarmos uma área de
aço de armadura a va ou até mesmo para a verificação do momento fletor úl mo de
uma peça estrutural.

Nesta aula, você teve a oportunidade de:

conhecer as forças de protensão e seus respec vos graus;

conhecer o equacionamento para o dimensionamento à flexão;

50
conhecer o equacionamento para o dimensionamento à força cortante.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Depois de conhecermos diversas informações sobre o
concreto protendido, desde sua  pologia até as condições de
dimensionamento presentes nessa unidade, é importante
que vejamos como é executado na prá ca.

Aluno (a), recomenda‑se a visitação a obras que u lizem a
protensão, caso possível, para acompanhar todo o processo.
Neste momento, para fixar o conteúdo estudado,
apresentamos o vídeo que mostra como é realizada a
protensão em uma pista de protensão industrial. Trata‑se de
uma protensão do  po pré‑tensão, ou seja, os cabos são
tracionados antes da concretagem. Atente‑se a todas as
etapas realizadas e tente iden ficar no conteúdo
apresentado em qual momento foi abordado o conceito
mostrado.

Link: <h ps://youtu.be/l8cY0lPDQko>. Acesso em: 15 mai.
2019.

Teoria e Prática
51
Aluno (a), nesse ponto do curso você pode ter notado que foram apresentados muitos
conceitos e muitas equações, por isso é normal que, em determinado momento, todas
essas informações sejam confundidas. Visando um entendimento amplo de tudo que foi
visto até agora, indica‑se a leitura do material disponível no link a seguir: um relatório
de dimensionamento de uma estrutura em concreto protendido, compreendendo todas
as suas etapas, desde o pré‑dimensionamento, passando pelas considerações de
cálculo, até o detalhamento dos elementos protendidos. U lizar esse material no geral
ou até mesmo em etapas em que ficou alguma dúvida nos seus estudos é de grande
ajuda.

Link: <h p://www.ebah.com.br/content/ABAAAghFQAE/projeto‑concreto‑
protendido>. Acesso em: 15 mai. 2019.

ESTUDO DE CASO
Como estudo de caso, destaca‑se o ar go a seguir, que
mostra a aceitação do concreto protendido em empresas em
Minas Gerais. É importante analisar o mercado da protensão,
tentando englobar todo o processo envolto nesse assunto.

As principais vantagens, desvantagens e custo envolvidos na
protensão são informações que não cabem no nosso curso,
mas que devem estar sempre presentes na prá ca do
Engenheiro Civil.

Link:
<h p://www.univates.br/revistas/index.php/destaques/ar cle/download/1672/1272>.
Acesso em 15 mai. 2019.

52
53
Mapa Conceitual

ESTADO LIMITE ÚLTIMO (ELU) ESTADO LIMITE DE SERVIÇO (ELS)

Estado Limite de
Ruptura do aço Formação de Fissuras
(ELS-F)

Estado Limite de
Escoamento do aço Abertura de Fissuras
(ELS-W)

Estado Limite de
Ruptura do concreto Deformações
Excessivas (ELS-DEF)

Estado Limite de
Descompressão (ELS-
D)

Estado Limite de
Descompressão Parcial
(ELS-DP)

Estado Limite de
Compressão Excessiva
(ELS-CE)

Estado Limite de
Vibração Excessiva
(ELS-VE)

DIMENSIONAMENTO

54

Você também pode gostar