Você está na página 1de 1

execução de sentenças não estava estabelecido e não se podia executar

coercivamente as decisões).
• Afonso Queiró, Rui Machete, Barbosa de Melo: órgãos judiciais – modelo judicialista
mitigado, até porque as decisões disciplinares do Conselho superior respetivo estavam
sujeitas a homologação pelo Primeiro-Ministro, ao mesmo tempo que as sentenças de
tais instâncias “jurisdicionais” tinham uma força executiva limitada.
3ª Fase (CRP de 1976)
Institui-se decisivamente um Modelo organizativo judicialista, de contencioso integralmente
jurisdicionalizado, atribuído a uma ordem judicial autónoma, embora de competência
especializada:
• os tribunais administrativos são verdadeiros tribunais, integrados numa ordem judicial,
a quem compete a jurisdição comum em matéria administrativa ⇒ Arts. 209º, n.º1, b)
e 212º, n.º3 CRP
• Estabelecem-se garantias de autonomia e de imparcialidade dos juízes administrativos,
bem como de autogoverno da respectiva magistratura
VIEIRA DE ANDRADE:
→ O contencioso administrativo português passou de um modelo administrativista
mitigado para um modelo judicialista, passando por um modelo quase
judicialista, embora esta evolução não tenha sido linear, tendo antes havido
momentos de interregno e de excepção, com avanços e recuos, ao sabor da
discussão doutrinária e da luta política (veja-se o modelo judicialista mitigado que
vigorou de 1926 a 1930, ou o modelo administrativista puro do “Ministro-juiz”
que tivemos entre nós entre 1846 e 1848).
A CRP do Processo Administrativo
VASCO PEREIRA DA SILVA:
Até 1976:
Estrutura do administrador-juiz
➢ Os Tribunais Administrativos enquadravam-se numa lógica administrativa hierárquica,
sendo um órgão integrado no Conselho de Ministros.
➢ Até 1977 não havia um processo jurisdicionalizado de execução de sentenças
o Processo Administrativo Gracioso – Administração cumpria se quisesse.
▪ Justiça reservada na fase executiva – Tribunais decidiam mas não faziam
executar, cabendo a última palavra ao Governo
Processo Administrativo era expressão falsa – não havia efetivamente um processo judicial.
Vieira de Andrade: período corresponde à adoção entre nós do “Modelo francês”, em que o
contencioso-regra se consubstanciava no recurso de anulação de Atos Administrativos, de
base claramente objetivista.
• Jurisdição limitada no plano substancial e processual
• Posição dominante da autoridade administrativa
• Poderes limitados – quer pela necessidade de decisão administrativa prévia, quer pela
exclusão do controle judicial do uso de poderes discricionários, quer pela regra da
proibição de condenação e de injunção judicial contra as autoridades administrativas.

Você também pode gostar