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COMO MANIFESTAR

A INTENÇÃO
EMPREENDEDORA

Adriana Müller
Lawrence Müller
Sumário

Introdução 4
Um Mundo em Transformação 6
Criatividade em Movimento 10
Nas Asas da Intenção 13
Aplicando os Princípios 17
Impecabilidade 21
O Sabotador Atrás do Espelho 24
A Identificação com o Ego 26
Incorporando a Sombra 27
A Voz Crítica 30
Reconhecendo a Vítima 31
Manifestando a Intenção Empreendedora 34
Aplicando o Método 36
Muito Além do Método 44
Retornando para a Sociedade 48
Mensagem Final 51
Referências 53

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Reconhecimento

É preciso mostrar a intenção!!

Ao professor Mauro Pozatti, idealizador do Movimento Guerreiros


do Coração e Diretor da Tawa – Transdisciplinaridade em Educação
e Saúde!

Comece agora!!

Ao educador Wendell Carvalho, idealizador da mentoria Jornada


das Cinco Liberdades, entre outros!

Não é o dinheiro que traz a felicidade, é a felicidade


que traz o dinheiro!!

Ao educador Roberto Navarro, idealizador da formação em


Coaching Financeiro, entre outros!

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Introdução

Todos nós temos sonhos e desejos de realização nos


diversos campos de nossas vidas! Muitos sonhos são voltados à
necessidade de empreender e ter sucesso, ao desejo de enriquecer
e se diferenciar, de superar desafios, de oferecer melhores
condições para nossos filhos.
Com frequência a realidade se impõe e somos forçados a
abandonar os sonhos, deixar para um segundo plano, procrastinar.
Esta decisão pode ser conveniente em dado momento, contudo
abandonar um sonho tira o brilho do espetáculo, ficamos pesados
e lentos, com baixa energia e disposição para o nosso dia a dia. O
indivíduo que não tem um propósito enxerga as situações que se
apresentam como problema e não como oportunidade, com isso
não cresce, não se aprimora e tampouco percebe o nosso mundo
em transformação.
Este livro apresenta um método simples para resgatar o nosso
melhor, dar vazão aos nossos sonhos e permitir o retorno da alegria
e criatividade. Assumir nossos desejos de empreender e manifestar
a nossa intenção empreendedora vão além do esforço pessoal de
juntar informações para se tornar um mecanismo de expressão de
nossa parte criativa. Em outras palavras isto significa colocar nossas
intenções em movimento, ou agir de forma propositada e com
passos firmes.

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Para tanto é necessário preparar o terreno, reconhecer os
desejos que realmente nos interessam e identificar os sabotadores
que baterão a nossa porta assim que colocarmos o plano para
funcionar. Tendo consciência destas etapas importantes e
inevitáveis podemos alcançar a intenção inflexível e descobrir que
empreender é muito mais que um plano individual de sustentação
do ego, mas principalmente um meio de contribuição para com a
sociedade.

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Um Mundo em Transformação

Todos nós somos empreendedores. A vontade de criar coisas


está no nosso DNA - Reid Hoffman

De acordo com o historiador Jared Diamond, no livro Guns,


Germs and Steel: The Fates of Human Societies, a evolução da
humanidade se deu a partir do momento em que o homem foi
capaz de estocar alimento, em especial o trigo, passando de uma
era em que todos os membros grupais deveriam estar envolvidos
com a busca diária de comida, para uma era em que este esforço
diário já não era uma necessidade e alguns indivíduos dos grupos
puderam se dedicar a outras atividades, tais como o
desenvolvimento de ferramentas.
Em outras palavras, o que ocorreu foi um aumento de
produtividade na disponibilização de alimentos, isso por sua vez
proporcionou um ambiente favorável para crescimento dos grupos
e desenvolvimento de habilidades até então não conhecidas, que
foram extremamente úteis para a evolução até o homem moderno.
A partir deste momento diversas técnicas começaram a surgir, tais
como o domínio dos metais e das ferramentas. Este processo
certamente foi muito lento, pois a tecnologia foi sendo transmitida
de forma reservada através de famílias e gerações, visando
preservar o domínio das atividades e, com isso o seu poder.

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No século XVIII surge a primeira Revolução Industrial, através
do uso de energia a vapor e mecanização da produção, o que
permitiu saltos substanciais na produtividade. Desenvolvimentos
como o navio a vapor ou a locomotiva foram realizados,
provocando mudanças massivas porque os seres humanos e as
mercadorias podiam se mover grandes distâncias em menos
tempo. A população mundial passou de cerca de 500 milhões no
século XVIII, para cerca de 1 bilhão de pessoas no início do século
XIX, através da combinação do aumento da oferta de alimentos e
do desenvolvimento da medicina.
Já no século XIX surge a Segunda Revolução Industrial com a
descoberta da eletricidade. Foi possível a produção em linha de
montagem. Henry Ford levou a ideia da produção em massa de um
matadouro em Chicago, onde os porcos pendiam de correias
transportadoras e cada açougueiro executava apenas uma parte da
tarefa de cortar e separar as partes do animal. Esses princípios
levados à produção automobilística alteraram drasticamente o
processo, resultando em uma produção significativamente maior e
com menor custo.
Nos anos 70 surge então a Terceira Revolução, através de
automação parcial usando controles e computadores programáveis
por memória. Desde a introdução dessas tecnologias, agora
podemos automatizar todo um processo de produção. Exemplos
conhecidos disso são robôs que executam sequências programadas
sem intervenção humana, elevando ainda mais a produtividade e a
qualidade dos produtos.
Nos dias atuais está ocorrendo o que podemos chamar de a
Quarta Revolução Industrial. Isso é caracterizado pela aplicação de

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tecnologia de informação e comunicação à indústria. Os sistemas
de produção que já possuem tecnologia de computador são
expandidos por uma conexão de rede e têm um gêmeo digital na
Internet, por assim dizer. Estes permitem a comunicação com
outras instalações e a saída de informações sobre si mesmos. Este
é o próximo passo na automação de produção. A rede de todos os
sistemas leva a sistemas de produção cyber-físicos e, portanto,
fábricas inteligentes, nas quais os componentes e pessoas se
comunicam e a produção é quase autônoma.
Este resumo histórico nos mostra que o aumento da
produtividade é o resultado da necessidade humana de obter
alimentos, produtos e serviços cada vez mais acessíveis. O homem
empreendedor presta serviços para a sociedade, oferecendo
opções de acesso ao que não existia, ou então opções de acesso ao
que já existe, porém a custos mais acessíveis, ampliando assim a
base de consumo. Quem deseja empreender indo contra tais
princípios certamente estará na contramão da história, pois em
algum momento chegará alguém capaz de oferecer o mesmo
produto ou serviço a um preço inferior.
A produtividade é uma das bases do empreendedorismo, é o
que permite a um cidadão de classe média ter uma qualidade e
estimativa de vida superior a um rei da idade média, por exemplo.
São infinitas as facilidades proporcionadas pelo aumento de
produtividade, basta olhar para a qualidade dos alimentos que
podemos dispor em casa, o conforto da água encanada e
saneamento, da energia elétrica e os inúmeros artefatos que
facilitam nossa vida e fazem parte do nosso cotidiano como se
sempre tivessem existido. O resultado do aumento da
produtividade é o acesso destes produtos e serviços por um maior
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número de pessoas, o produto se torna mais barato e, portanto,
mais acessível.
Quando nossas necessidades básicas são atendidas há espaço
para a diferenciação, que é outra necessidade humana. Quem
consegue oferecer as condições básicas para a sua família
possivelmente investirá o excedente dos seus recursos na
diferenciação. Poderá comprar roupas que melhoram a sua
projeção visual, um telefone celular mais requintado, um carro
novo e, também, mudar para uma casa ou apartamento maior e em
um bairro melhor. Se há espaço no seu orçamento este indivíduo
certamente vai querer viajar, oferecer condições de estudo
melhores para seus filhos, vai querer frequentar bons restaurantes,
shows e assim por diante.
Certamente há efeitos colaterais do processo evolutivo que
estamos vivendo e por vezes a necessidade de corrigir alguns
rumos, como a poluição, o desmatamento e a própria desigualdade,
prejudicando aqueles que estão à margem do sistema, ou seja, não
estão inseridos neste processo de geração e distribuição de riqueza.
Quem se identifica com essas causas, e cada vez mais temos
consciência destas questões, também pode utilizar a atividade
empreendedora para encontrar caminhos e soluções para a
sociedade. Se há alguma necessidade, surgem novas
oportunidades, e estas podem ser voltadas também para setores
como o desenvolvimento sustentável, para o desenvolvimento
humano e espiritual. A criatividade é o limite!

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Criatividade em Movimento

Pense além do esperado e mergulhe de cabeça nas oportunidades


que aparecem no seu caminho! – Lakshmi Mittal

Compreender os fatores de sucesso de indivíduos e empresas


é um tema inesgotável de estudiosos na vida moderna, que buscam
copiar modelos e se adaptar a um mundo em constante
transformação. Um método bem sucedido não necessariamente
poderá ser replicado para outra área de atuação e vice-versa, pois
há fatores subjacentes que determinam o fluxo das necessidades a
serem atendidas e com isso o próprio sucesso do empreendimento.
Estes fatores subjacentes muitas vezes ficam evidentes mais tarde,
quando a consolidação de um modelo de sucesso ou de fracasso já
está em curso.
Em todos os casos os movimentos e direcionadores de
sucesso parecem ter como origem a necessidade, seja ela explícita
ou implícita. Em outras palavras, quem estiver atuando para sanar
necessidades de um grupo de indivíduos, certamente estará no
caminho de ser bem sucedido no seu empreendimento. A partir da
necessidade a criatividade molda o processo e a coloca em curso
uma série de etapas até que seja alcançada a solução. Estas etapas
são subjetivas e podem ser representadas por sonho, vontade,
intenção, ação e realização.
Portanto o sonho, a vontade e, principalmente, a intenção
surgem quando um processo criativo já está em curso a partir de
uma necessidade pré-estabelecida ou identificada. Podemos dizer
que muitos dos pensamentos recorrentes que temos são
manifestações de criatividade ou intenções empreendedoras. A
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grande maioria delas não se manifesta, fica com nós mesmos,
possivelmente pelo crivo que estabelecemos à nossa imaginação,
por não dispor de recursos para transformar estas intenções em
projeto, por não acreditarmos em nossa criatividade ou mesmo por
estarmos tão envolvidos com nossos afazeres que estes tipos de
pensamentos são desconsiderados.
A Intenção é o termo que designa algo que você deseja e
planeja fazer. É um substantivo de ação derivado do latim
“intendere”, que significa chamar a atenção. Ela nunca é meio-
termo ou ineficiente. É necessário obter clareza sobre o que se
deseja e espera alcançar antes de criar uma determinação
inabalável para conquistar esse objetivo. No entanto, deve-se ao
mesmo tempo, ser flexível o suficiente para permitir novidades,
alternativas e até melhores possibilidades.
Quando começamos a agir, ou colocar as nossas intenções em
movimento surgem lacunas, ou áreas importantes em que o
indivíduo não tem o mínimo conhecimento ou recurso para levar
adiante seu projeto, então é natural que ao dar vida à criatividade,
ou começar a agir, criam-se outras necessidades. Ao criar outras
necessidades o indivíduo começa a demandar colaboradores, ou
outros profissionais, tais como advogados, contadores,
engenheiros e outros, o que mostra que o empreendedorismo
promove ciclos virtuosos e de inclusão na sociedade.
Por muito tempo, e ainda hoje, as lacunas eram de
conhecimento. Neste contexto surgiu a abordagem tradicional do
desenvolvimento profissional, a linha das instituições de ensino em
que o foco foi passar conteúdo, informação e técnicas. As lacunas
técnicas foram muito evidentes na história moderna. O indivíduo

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que conseguia ter acesso a determinado conhecimento e com isso
desenvolver a habilidade necessária para oferecer soluções a
outros sempre foi muito bem recompensado.
Hoje, estamos na era do conhecimento. A informação está
disponível em toda parte, estando acessível de forma gratuita ou a
baixo custo através da internet. Conseguimos acessar facilmente
artigos científicos, patentes, livros e treinamentos sem sair de casa.
Ainda assim são necessários os profissionais, pois o conhecimento
tem que ser processado, transformado em habilidade e, por fim,
em solução.
Contudo, a diferença em relação ao passado é que o
conhecimento não é mais monopólio, cada vez mais temos a
oportunidade de ter uma “segunda opinião” em qualquer área
profissional. Se o conhecimento não é mais monopólio então quem
detém o poder, ou controla as situações, não é mais o detentor de
conhecimento.
Não por acaso nos deparamos todos os dias com fenômenos
de sucesso empresarial como Steve Jobs, Bill Gates e Mark
Zuckerberg que fundaram respectivamente a Apple, Microsoft e
Facebook sem possuir qualquer diploma acadêmico. O diferencial
foi colocar em prática planos ousados aproveitando a sua
capacidade criativa e o conhecimento de outras pessoas. Então,
podemos supor que o indivíduo que consegue empreender
juntando a criatividade e o conhecimento é quem controla as
situações e detém o poder.

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Nas Asas da Intenção

Dê aos seus sonhos tudo o que você tem. E você se


surpreenderá com a energia que surge de dentro de você! –
William James

Todos temos momentos de inspiração, mas a maioria das


vezes não prestamos atenção nisso. Basta estar em um restaurante
e perceber a qualidade deficiente de algum atendimento e já
começamos a imaginar como seria bem aceito pelo público se
determinado atendimento fosse diferente, se o espaço fosse
melhor aproveitado, se fossem inseridos outros pratos no cardápio
e assim por diante. Normalmente estes pensamentos vêm até nós
e vão embora.
Alguns estudos indicam que temos cerca de setenta mil
pensamentos por dia, a maioria sem utilidade alguma e que apenas
reforçam o nosso ego. Porém, de vez em quando vem um
pensamento que expressa criatividade, quando percebemos
alguma necessidade ou deficiência em algum produto, em algum
serviço, em alguma empresa e começamos a imaginar o que
poderia ser diferente. Alguns pensamentos são mais complexos e
recorrentes, chegamos a visualizar detalhes, podemos fazer
desenhos e esquemas do que nossa criatividade está apresentando.
Os momentos de inspiração surgem de acordo com nossos
assuntos de interesse e meios em que estamos envolvidos. Todos
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têm os seus pensamentos criativos e a quantidade e qualidade
deles dependem do espaço que nosso diálogo interno dá para que
estes apareçam. Se estamos demasiadamente preocupados em
defender o nosso ego, em uma conversa incessante com nós
mesmos, certamente daremos menos espaço para a criatividade.
Mas então, o que determina que algumas pessoas
transformam ideias e inspiração em máquinas de fazer dinheiro e
outras perdem a oportunidade a todo momento? Será que
empreendedores bem sucedidos surgem por um acaso do destino?
De acordo com Tony Robbins, a maior autoridade em Programação
Neurolinguística (PNL), “são suas decisões, e não suas condições,
que determinam seu destino”.
Para tirar uma ideia do papel e investir seus recursos
disponíveis, como tempo e dinheiro é preciso, antes de qualquer
coisa, um certo grau de confiança em nossa capacidade de realizar
e uma certa propensão a assumir riscos, saber lidar com resultados
negativos e perdas temporárias, ou a chamada resiliência. A maioria
das pessoas fica esperando a condição ideal e não evolui, porque a
condição ideal nunca chega, sempre haverá um motivo para
retardar o início do seu projeto, como a falta de recursos, o medo
do fracasso, o medo de se expor e muitos outros.

Transforme aquelas pequenas centelhas de


possibilidade nas chamas de uma realização concreta! –
Golda Meir

Sair da zona de conforto e superar as barreiras que se


apresentam pode não ser tarefa fácil para quem deseja
empreender e muitas vezes requer um firme propósito. Hoje
podemos ter acesso a profissionais e instituições que facilitam esta
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transição através de treinamentos motivacionais e coaching.
Psicólogos e terapeutas ainda podem nos ajudar a lidar com nossos
sabotadores internos, de forma que nossa energia possa ser
canalizada para o que realmente importa.
O fundamental neste momento é saber que, se pudermos
colocar nossa intenção em movimento uma nova realidade se
apresentará. A recompensa para quem ousa pode ser muito grande
quando comparado com as possibilidades de perda. Começar a agir
é ir para o jogo de verdade, onde a magia acontece. Dê asas à
intenção e um mundo cheio de oportunidades poderá se
apresentar a você!

Tudo o que a mente humana pode conceber, ela pode


conquistar – Napoleon Hill

De acordo com Deepak Chopra, em O Caminho do Mago, as


palavras abrangem tanto o conhecimento quanto a intenção. Desta
forma, expressar uma intenção através de palavras é o primeiro
passo para transformá-la em realidade. Sempre que uma palavra é
respaldada pela intenção, ela penetra o campo da consciência
como uma mensagem ou um pedido. O universo está sendo avisado
que você tem um certo desejo. Nada mais é exigido para que os
desejos se tornem realidade, porque a habilidade de computação
da consciência universal é infinita.
Nenhuma intenção jamais é desconsiderada, mas pode haver
obstáculos à sua realização porque existem muitos conflitos ocultos
nelas, todos os conflitos do coração humano. Isto significa
reconhecer que sua intenção conduz a um resultado. Contudo, nós
não somos conscientes precisamente de como introduzir nossas
intenções no campo e esperar que elas se tornem realidade. Além
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disso, nossos desejos são aleatórios, repetitivos ou obsessivos, e
tudo isso é um desperdício de energia.
Conhecedor dos nossos conflitos internos e da importância de
se ter uma intenção dirigida, o filósofo americano Napoleon Hill
escreveu em 1928 um poema que se tornou um clássico
motivacional, sobretudo no mundo empresarial, chamado A
Filosofia do Sucesso:

Filosofia do Sucesso

Se você pensa que é um derrotado,


você será derrotado.
Se não pensar “quero a qualquer custo!”
Não conseguirá nada.
Mesmo que você queira vencer,
mas pensa que não vai conseguir,
a vitória não sorrirá para você.

Se você fizer as coisas pela metade,


você será fracassado.
Nós descobrimos neste mundo
que o sucesso começa pela intenção da gente
e tudo se determina pelo nosso espírito.

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Se você pensa que é um malogrado,
você se torna como tal.
Se almeja atingir uma posição mais elevada,
deve, antes de obter a vitória,
dotar-se da convicção de que
conseguirá infalivelmente.

A luta pela vida nem sempre é vantajosa


aos fortes nem aos espertos.
Mais cedo ou mais tarde, quem cativa a vitória
é aquele que crê plenamente
Eu conseguirei!

Aplicando os Princípios

Não podemos prever o futuro, mas podemos criá-lo!


Peter Drucker

São conhecidos inúmeros exemplos de sucesso na atividade


empreendedora, de pessoas obstinadas que colocaram seus planos
em prática, muitas vezes a partir do zero, e construíram empresas
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fantásticas ou carreiras surpreendentes. O mundo está em
transformação e em desenvolvimento acelerado graças ao
empreendedorismo e a ousadia desses indivíduos, que levaram
adiante projetos e foram bem sucedidos. A cada grande sucesso
empresarial a sociedade também ganha, pois são incorporados
métodos mais eficientes, soluções inovadoras, produtos de melhor
qualidade ou menor custo e assim por diante.
Mas os bons exemplos não vêm apenas dos casos clássicos
conhecidos da literatura. A cada ano milhares de startups são
criadas no planeta, promovendo um show de inovação e agilidade
para oferecer produtos e serviços diferenciados. O potencial de
crescimento de uma startup inovadora é tão grande, que cada vez
mais surgem fundos especializados de investidores interessados em
identificar e participar em fase inicial destas empresas que podem
crescer substancialmente e ter uma projeção global.
As características marcantes que fazem um empreendedor
ser bem sucedido no seu negócio podem ser bem representadas
pelos Dez Princípios de Andrew Carnegie, abaixo. Este foi o magnata
do aço dos Estados Unidos, filho de uma família humilde de
imigrante, que ousou e se tornou o industrial que revolucionou o
mercado de ferro e aço com a produção em massa, no final do
século XIX. Carnegie conquistou uma fortuna estimada em cerca de
US$ 450 bi em valor presente, o que o tornaria o homem mais rico
do mundo ainda nos dias de hoje:

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Dez Princípios de Andrew Carnegie

1. Defina o seu propósito


Crie um plano de ação e comece a trabalhar nele imediatamente. É
muito importante definir o que irá fazer e focar apenas nisto com
persistência.

2. Crie uma aliança


Entre em contato e trabalhe com pessoas que não tenha as mesmas
qualidades, de forma a se completarem, mas certifique-se de que
estas pessoas possuem os mesmos objetivos. Desta forma, as
mentes unidas se tornarão uma só, e será muito mais poderosa.

3. Faça mais do que a obrigação


Fazer mais do que a sua obrigação é a única coisa que justifica
promoções e aumentos de salário e fará com que as pessoas se
sintam em obrigação com você.

4. Tenha confiança em si mesmo


Acredite em si mesmo e no seu plano tão intensamente, assim você
irá agir com completa confiança. Se você não acreditar em si
mesmo ou no seu plano, você irá abandoná-lo no primeiro
obstáculo.

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5. Tenha iniciativa
Faça o que deve ser feito sem que os outros precisem pedir. Afinal,
se você quer assumir algum cargo de liderança ou empreender, esta
característica será obrigatória para você ter sucesso.

6. Estimule a sua imaginação


Tenha a ousadia de pensar além do que as outras pessoas estão
pensando. Qualquer empresa que revolucionou o seu mercado com
algum serviço ou produto acabou criando algo totalmente diferente
do convencional.

7. Mostre entusiasmo
Uma atitude positiva prepara você para o sucesso e conquista o
respeito das outras pessoas. Sem entusiasmo, ninguém irá segui-lo.
Não existe um líder desanimado.

8. Pense com exatidão


Pensar com exatidão é “a habilidade de separar fatos de ficção e
usar apenas estes fatos reais em seus problemas e preocupações.”
Nada adianta gastar energia pensando sobre coisas que nem sequer
são verdades.

9. Concentre o seu esforço


Não se distraia da tarefa mais importante que você tem que fazer
no momento. Não decidir por nada muitas vezes é pior do que

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decidir por algo ruim. Porque você ganha experiência, mesmo se a
sua empreitada não der certo.

10. Tire lições da adversidade


Cada queda lhe traz um benefício de tamanho equivalente. Não
desanime quando o que você estiver fazendo não der certo,
provavelmente você acabará em um caminho melhor do que o que
você estava.

Impecabilidade

Quanto maior o seu nível de energia, mais eficiente é o seu


corpo. Quanto mais eficiente for o seu corpo, melhor você se
sentirá e mais você vai usar o seu talento para atingir
resultados extraordinários! - Tony Robbins

Nos livros de Carlos Castaneda o termo “Impecável” é


provavelmente uma das expressões mais utilizadas no conjunto de
toda a sua obra. Embora se tenha muitas explicações, a sua
compreensão não é trivial mesmo para os leitores que o estudam
há muito tempo. “Economizei energia, e isso me torna impecável.
Para compreender isso, você mesmo tem de economizar energia
suficiente”!
De forma resumida, a impecabilidade é um padrão de
comportamento que possibilita o aprendiz a acumular energia e
com isto aumentar o seu Poder Pessoal. A impecabilidade não é
nada mais do que o uso apropriado da energia — disse ele.
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Fazendo um paralelo com autores modernos, nós precisamos
estar em um estado de vibração adequado para compreender
certas coisas. Nosso nível de consciência muda de acordo com
nosso estado de vibração e há coisas que somente são acessíveis
para o indivíduo que conseguir chegar a determinado estado de
vibração.
Pode-se dizer que a confiança, a resiliência e a propensão ao
risco, características necessárias para o sucesso de um
empreendedor, estão associadas ao Poder Pessoal do indivíduo, ao
nível de energia ou nível de vibração em que este se encontra. Se
observarmos o nosso comportamento, podemos verificar que
nosso nível de energia muda ao longo do dia e com isso nossa
confiança. Os sentimentos de raiva, medo, angústia e comiseração
estão associados a um baixo nível de energia, enquanto a alegria,
confiança, amor estão associados a níveis mais elevados de energia.
Como regra geral, o que podemos fazer no nosso dia a dia é
nos observar. Se estivermos em um estado de baixa energia, talvez
seja o momento de termos atitudes que elevam este estado, como
um momento de relaxamento, meditação, ou mesmo adotar
posturas corporais que baixam nosso nível de Cortisol e elevam o
nível de Testosterona, de acordo com a psicóloga americana Amy
Cuddy. Mais do que isso, a impecabilidade nos leva a buscar
constantemente estados de melhor energia, de maior disposição,
de boa vontade, de tentar fazer o melhor.
Como veremos adiante, o simples fato de permitirmos ao
nosso ser expressar a sua criatividade já desencadeia sentimentos
que nos deixam em bom estado de energia, de bom humor e
disposição. O que é necessário é estarmos em vigília, pois um
padrão de comportamento leva tempo para ser modificado. Basta
um descuido e voltamos ao nosso estado anterior.
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Aquele que permitir se observar e de forma contínua
alimentar os sentimentos que trazem boas vibrações, assumindo a
responsabilidade, trazendo o bom humor e alegria nos seus
relacionamentos, poderão verificar mudanças significativas no seu
ser e, também nos seus resultados.

Tudo que é necessário é a impecabilidade, energia, e


isto se inicia com um ato singular, que deve ser deliberado,
preciso e constante. Se este ato é repetido por tempo
suficiente, a pessoa adquire um sentido de intenção inflexível,
que pode ser aplicado a qualquer coisa. Se isto é realizado, o
caminho está aberto. Uma coisa levará a outra até que o
guerreiro descubra o seu potencial completo!
Carlos Castaneda

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O Sabotador Atrás do Espelho

Se formos livres por dentro, nada nos aprisionará por fora!


Augusto Cury

Quando iniciamos um processo de mudança, de


desenvolvimento pessoal, profissional ou empreendedor, ocorrem
reações adversas ao nosso redor, muitas vezes até em nosso meio
familiar. Estas reações são naturais, uma vez que a busca pela
mudança gera insegurança e as pessoas mais próximas podem estar
preocupadas com as decisões que você pode tomar. Portanto, não
espere apoio incondicional à sua decisão de seguir em frente com
um projeto importante. O melhor caminho é assumir total
responsabilidade e fazer a própria disposição.
Embora os fatores externos sejam importantes para
proporcionar o ambiente favorável de empreender, eles não são os
fundamentais. O sabotador a que nos referimos neste capítulo é
muito mais poderoso e talvez o único responsável, de fato, pelo
sucesso ou fracasso de sua Iniciativa Empreendedora. Reconhecer
este sabotador interior é de suma importância para neutralizar os
seus efeitos nefastos e não se boicotar antes que qualquer sucesso
seja alcançado.
A primeira questão que surge quando estamos buscando
identificar os nossos sabotadores internos ou limitantes é:
- A quem estou servindo?
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ou
- Meu propósito se destina a alimentar o ego ou expressar
minha criatividade através da intenção empreendedora?
Estes questionamentos são de grande valor para evitar
problemas mais tarde e são muitas vezes fáceis de serem
respondidos.

Exemplo:
Algo me diz que investir em uma cafeteria no Shopping ABC
pode trazer bons retornos. Estou muito interessado em iniciar
minha vida de empreendedor nesta atividade:
Caso 1: meu vizinho tem uma cafeteria e está se dando muito
bem. Já comprou apartamento novo e vai abrir a sua segunda loja.
Caso 2: este negócio está “bombando”, as pessoas estão
procurando este tipo de serviços nos shopping centers, se vier
acompanhado com bons produtos de confeitaria e lanches o
consumo aumenta bastante. Tenho modelos em mente que facilita
a qualidade e agilidade no atendimento e com isso o giro e a
satisfação.
Se aplicarmos as questões acima para os dois casos,
verificamos claramente que no primeiro o indivíduo não está
preocupado em ter um serviço diferenciado, provavelmente nem
sabe fazer café e tampouco quer aprender. Certamente está a
serviço do ego e a iniciativa de empreender não terá poder algum.
No segundo caso o indivíduo vê a oportunidade,
naturalmente quer lucrar e ter o retorno mais rapidamente
possível, contudo sua criatividade está agindo através de sua
intenção empreendedora, ele está avaliando formas e alternativas
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de se diferenciar e oferecer produtos e serviços com melhor
qualidade e produtividade, de forma que os lucros sejam
inevitáveis. Assim a iniciativa de empreender tem poder, este
indivíduo terá mais resiliência nos momentos de dificuldade e a
criatividade será o grande diferencial.

A Identificação com o Ego

Todo esforço deve ser feito para erradicar a vaidade da vida


dos guerreiros, sem vaidades somos invulneráveis. A vaidade
é nosso pior inimigo, o que nos enfraquece é nos sentirmos
ofendidos pelos feitos e desfeitos de nossos semelhantes. –
Carlos Castaneda

O ego é a imagem que uma pessoa tem de si mesma, é a parte


que determina as ações e os instintos de um indivíduo diante do
que ele recebe como manifestação do mundo real. De acordo com
Eckart Tolle, em O Poder do Agora, a busca do ego pela plenitude
causa sofrimento emocional, pois há uma profunda sensação de
falta, de incompletude, de não se sentir inteiro. Como resultado as
pessoas podem acabar buscando compulsivamente uma forma de
gratificar o ego e preencher o vazio que sentem por dentro. Assim,
empenham-se em possuir propriedades, dinheiro, sucesso, e poder
para se sentirem melhores e mais completos. Porém, mesmo
quando conseguem todas essas coisas, percebem que o buraco
ainda está ali e não tem fundo.
Enquanto o ego dirige a nossa vida, não nos sentiremos à
vontade, em paz ou completos, exceto por breves períodos, quando

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acabamos de ter um desejo satisfeito. O ego precisa de alimento e
proteção o tempo todo. Tem necessidade de se identificar com
coisas externas, como propriedades, status social, trabalho,
educação, aparência física, habilidades especiais, relacionamentos,
história pessoal e familiar, ideais políticos e crenças religiosas.
A sombra projetada pelo ego é o sofrimento, que tem medo
da luz da nossa consciência, ou seja, teme ser descoberto. Este
sentimento sobrevive graças à nossa identificação inconsciente
com ele e o medo de enfrentarmos o que vive dentro de nós. Mas
se não direcionarmos a luz da nossa consciência sobre o sofrimento,
somos forçados a revivê-lo.
Mesmo quando começamos a deixar de nos identificar com o
ego e nos tornamos observadores, o sofrimento continua agindo
por um tempo. Embora não esteja mais recebendo a energia
originada da nossa identificação, o sentimento ainda tem sua força.
Nesse estágio ele pode até ocasionar dores em diversas partes do
corpo, mas elas não vão durar.
O segredo, mais uma vez é estar presente, ficar consciente,
vigiando o espaço interior. É preciso estar presente e alerta para ser
capaz de observar a sombra do ego num modo direto e sentir a
energia que emana dele. Agindo assim, o sofrimento não terá força
para controlar o pensamento.

Incorporando a Sombra
Um único raio de luz é suficiente para afastar muitas
sombras! - Francisco de Assis

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De acordo com Debbie Ford, no livro O Efeito Sombra, a
Persona representa tudo o que gostamos de mostrar, a parte
agradável do nosso ser que tem como objetivo captar a atenção e
o amor dos demais. Desenvolvemos isso desde criança,
possivelmente com o mesmo objetivo de buscar a atenção dos pais,
professores ou conquistar algum benefício. Já a Sombra representa
tudo que negamos em nós mesmos e lançamos em direção ao
esquecimento, ou melhor, tudo que o ego recusou a associar a si
mesmo, mas que podemos reconhecer em outras pessoas. Ou seja,
o lado obscuro, que não gostamos, que temos vergonha e medo de
revelar. Ela prospera quando temos segredos, no instante em que
fechamos a porta para um ou mais aspectos particulares e
colocamos em movimento a nossa vida secreta.
A sombra é necessariamente emocional por natureza, pois ela
precisa fazer oposição à rigidez do ego e possui sua própria
autonomia, separada da mente consciente. Sendo instintiva e
irracional é propensa à projeção psicológica, na qual atribuímos aos
outros toda nossa maldade e qualidades inferiores que não
queremos admitir em nós mesmos. Quando percebemos uma
deficiência moral no outro, podemos ter certeza que temos uma
inferioridade similar dentro de nós mesmos. Se você sente surgir
uma raiva avassaladora quando um amigo o critica por alguma
falha, neste ponto você está vendo uma parte da sua sombra, da
qual você está inconsciente.
Quando negamos a nós mesmos uma válvula de escape
segura para o lado sombrio, isso vai se acumulando e se torna uma
força capaz de destruir nossa vida. Quanto mais tentamos reprimir
os aspectos de nossa personalidade que julgamos inaceitáveis, mais
eles encontram maneiras de se expressar. O Efeito Sombra ocorre

28
quando a própria escuridão reprimida torna a sua presença
conhecida, levando a agir de maneira inconsciente e inesperada.
A sombra surgirá no momento menos oportuno, quando
estiver à beira do sucesso financeiro, a poucos dias de nos
apresentar ou prestes a fechar um negócio importante que poderia
mudar a nossa vida para sempre. Estes são os momentos que
sabotamos o próprio sucesso, quando uma escolha feita sob a
névoa da inconsciência mina o progresso pelo qual trabalhamos
durante anos.
Negar a sombra é provavelmente o que adotamos com mais
frequência, assim como projetá-la nos outros quando verificamos
comportamentos que estamos tentando esconder de nós mesmos.
Estas atitudes são infrutíferas e só tendem a aumentar a resposta
nos momentos inadequados, pois a luta com a sombra não pode ser
vencida na base da força ou repressão. Além disso, quando
cortamos alguns aspectos do relacionamento com a nossa
personalidade, negamo-nos acesso ao estímulo, à empolgação,
paixão e criatividade.
Sentimentos poderosos que costumam sabotar nossas
intenções podem estar relacionados à sombra, como o medo a
inveja e raiva. Talvez um sentimento de inferioridade, de não dar
conta, pode surgir no momento de planificar o seu projeto e estar
perto de dar um passo importante, ou talvez um medo de
exposição, de ter que falar em público.
Fazer um inventário das sombras e trazer para a consciência
aquilo que negamos pode ser um bom começo. Tendo consciência
da sombra em nossos comportamentos o que nos resta é
incorporar esta personalidade, fazer amizade com ela. Incorporar a
sombra significa aceitá-la, não guardar segredos e permitir que ela

29
se expresse. Como resultado nos tornamos mais autênticos, mais
engraçados e mais criativos, pois há uma centena de partes
inspiradoras, úteis e poderosas que estão adormecidas, ansiando
para sair da sombra e serem integradas ao self. Há uma imensa
variedade de sentimentos maravilhosos esperando por uma
oportunidade de se deslocarem no corpo, trazendo novas
sensações e novos níveis de felicidade, alegria e prazer.

A Voz Crítica
Todos os pecados têm origem num sentido de inferioridade,
também chamado ambição – Cesare Pavese

De acordo com Chafee J., 2000, a maior ameaça à criatividade


reside no próprio sujeito através da negativa Voz Crítica. Esta pode
enfraquecer a confiança em todos os aspectos da sua vida, inclusive
nas atividades criativas, com declarações do tipo:
“Esta ideia é fraca e ninguém vai gostar dela”;
“Mesmo que eu persiga esta ideia, provavelmente não vai dar
em nada”;
“Apesar de me ter dado bem, da última vez em que tentei
algo assim, foi sorte e nunca serei capaz de repetir”.
Este tipo de afirmação faz com que o sujeito duvide da
qualidade do seu pensamento criativo. As autoavaliações negativas
são comuns e representam um impacto debilitante na autoestima.
À medida que vai perdendo a autoconfiança, o sujeito torna-se mais

30
tímido, relutante em seguir as suas ideias e apresentá-las aos
outros.
De acordo com Daniel Goleman, no livro Inteligência
Emocional, saber reconhecer e gerenciar as emoções são fatores
essenciais para a sua verdadeira realização na vida. E isso também
serve para quem está imerso no empreendedorismo. Quando o
assunto é a sobrevivência e o crescimento de um negócio próprio,
os conhecimentos técnicos não são suficientes para um
empreendedor. É necessário saber lidar com pessoas e com
emoções. Goleman mostrou que fatores comportamentais, como a
motivação, autocontrole e empatia são fundamentais para o
sucesso no mundo dos negócios.

Reconhecendo a Vítima

Autocomiseração não condiz com o poder. A disposição de


um guerreiro exige controle sobre si, ao mesmo tempo que
exige que ele se entregue! – Carlos Castaneda

Assumir o papel da vítima é uma estratégia normal e


inconsciente de muitas pessoas. Esta estratégia permite ao
indivíduo prender a atenção dos outros e com isso se sentir
reconhecido e valorizado. Este arquétipo opera através da sombra,
uma vez que nenhuma vítima assume o seu poder manipulador e
toda vez que está para ser descoberto é capaz de manobras
desconcertantes, como a somatização de doenças.
Por esse motivo, a vítima dificilmente encontra o sucesso em
um meio competitivo, mas sim justificativas e compaixão. No
31
mundo em que se incentiva o vencedor, fazer o papel de Vítima
pode levar à rejeição e exclusão.
Ao analisar as atitudes que teve com outras pessoas e em
situações que contribuíram para sua experiência de “vitimismo”, o
indivíduo começará a ver os padrões que podem torná-lo
consciente de como isso aconteceu na sua vida. Essas atitudes
podem decorrer dos mitos que foram cultivados a respeito da
família, dos pais, da educação que recebeu na infância ou da
religião, e merecem ser examinados porque formam a matriz da
energia emocional sobre a qual todos os relacionamentos se
baseiam.
Podemos cair no arquétipo da vítima quando sentimos que os
outros nos devem algo ou quando sentimos que devemos aos
outros mais do que eles merecem. Essas atitudes negativas
bloqueiam o caminho da realização do que você quer e merece.
Para ser mais forte, é importante que você acredite que tem direito
a todos os bens que a vida pode oferecer, e que pode desfrutá-los
plenamente.
O primeiro passo para mudar este padrão de comportamento
é assumi-lo. Você só pode mudar seu arquétipo quando assume
responsabilidade por suas atitudes e ideias. A partir de então,
qualquer pessoa com mentalidade de vítima pode começar a sentir
que tem poder de escolha. Quando reconhecemos a verdade
acerca da nossa vida, automaticamente tomamos posse da nossa
força.
Temos a oportunidade de aprender e de crescer por meio de
circunstâncias adversas. Entretanto, pode levar algum tempo até
que se dissipem a mágoa, a tristeza e a raiva associadas à mudança.
Não existe grandes resultados sem autorresponsabilidade. Você é

32
o único responsável pela vida que você tem levado, seja a situação
boa ou ruim, tudo é um reflexo das suas decisões, foi você que se
colocou nesta situação.
A autorresponsabilidade lhe permite mudar, escrever e
reescrever a sua história. Você toma as rédeas de sua vida e decide
como vai conduzir a sua vida. Pessoas com grandes histórias não
culpam os outros ou o destino, assumem seus erros e fazem os
ajustes para obterem o sucesso.

33
Manifestando a Intenção Empreendedora

Inerente a toda intenção e desejo está a mecânica para a sua


realização. E quando colocamos uma intenção no campo da
pura potencialidade, colocamos este poder organizador
infinito para trabalhar para nós – Deepak Chopra

Quantas vezes você já se pegou adiando coisas importantes,


ou sem vontade para fazer o que precisa ser feito? Passa horas do
dia em afazeres desnecessários ou que não agregam um valor
relevante para sua vida? Procrastinação é o diferimento ou
adiamento de uma ação. Para a pessoa que está a procrastinar, isso
resulta em estresse, sensação de culpa, perda de produtividade e
vergonha em relação aos outros, por não cumprir com as suas
responsabilidades e compromissos.
Em muitos casos somente depois de alguns anos as pessoas
se dão conta que passaram parte de sua vida procrastinando.
Constatam que não colocaram metas em ação e que tudo não passa
de um monte de anotações guardadas em uma gaveta. Todos já
passamos por momentos em que desperdiçamos nosso tempo e
que por vezes passa despercebido.
De acordo com Deepak Chopra, no livro Criando
Prosperidade, para conquistar riqueza ou qualquer outra coisa no
universo físico, deve-se tomar a firme decisão de procurá-la. Essa
decisão precisa se transformar numa intenção inflexível, da qual

34
não existe volta. Esse objetivo definido não é abalado por desejos
ou interesses conflitantes.
Manifestar a Intenção Empreendedora tem como definição
começar a agir de forma propositada para levar adiante um projeto
ou desenvolver o próprio negócio, planificando, juntando
informações e estabelecendo metas de acordo com o grau de
complexidade e relevância das ações a serem implementadas. A
medida que o projeto vai evoluindo ele vai sendo apresentado aos
colaboradores, ou a intenção vai sendo “manifestada”.
Quando você determinar um propósito, não enfraqueça sua
intenção preocupando-se com o que deverá ser feito para que ele
se realize. Esse trabalho cabe ao universo, que cuida dos
pormenores, organiza e orquestra as oportunidades. Você só tem
de estar alerta a essas oportunidades. Uma dica valiosa é ter uma
agenda ou uma lista de afazeres, organize o seu dia e vá aplicando
tudo conforme foi planejado. Crie metas arrojadas, procure auxílio
através de livros, cursos entre outros, para você conseguir colocar
seu projeto em prática. Não seja um acumulador de conhecimento,
coloque-os em execução. Logo você irá perceber que a sua intenção
empreendedora estará mais perto do que imagina.

Ninguém pode convencer ninguém a mudar. Os


portões da mudança só podem ser abertos de dentro para
fora! - Stephen Covey

35
Aplicando o Método

A melhor maneira de começar alguma coisa é parar de falar e


dar o primeiro passo! – Walt Disney

Este método pode ser aplicado para intenções com diferentes


graus de maturidade e complexidade e para diferentes áreas. A dica
inicial é que as informações sejam levantadas ainda sem revelar ou
chamar atenção de seu projeto para outras pessoas, a não ser que
tenha plena convicção de que receberá apoio e bons
aconselhamentos. Começar desta forma é chamar a
responsabilidade para si, compreender todas as etapas e deixá-lo
menos influenciável a opinião dos outros.

1) Defina qual é a Intenção Empreendedora

Escolha uma ideia. Faça dessa ideia a sua vida. Pense nela,
sonhe com ela, viva pensando nela. Deixe cérebro, músculos,
nervos, todas as partes do seu corpo serem preenchidas com
essa ideia. Esse é o caminho para o sucesso! - Swami
Vivekananda

Defina claramente qual é a sua intenção, você pode ter mais


de uma, mas se concentre naquela em que mais gosta de analisar,
que mais vem os pensamentos, qual o coração bate mais forte, junto
com a criatividade associada de fazer diferente, de fazer melhor ou
resolver problemas em relação ao que já existe. Se a intenção
empreendedora for escolhida desta maneira ela certamente terá
poucos vínculos com o ego e será uma iniciativa de poder.

36
2) Detalhe a Intenção Empreendedora

É sempre a sua vez de fazer a próxima jogada! – Napoleon Hill

Detalhe a iniciativa, busque todas as informações como se


estivesse negociando com um possível investidor, ou sócio.
Aprofunde ao melhor nível que conseguir, gaste algum tempo
pesquisando e lendo sobre o assunto. Um detalhe importante é que
muitas vezes buscamos apenas um ponto do assunto de interesse,
normalmente o técnico. O conjunto de informações deve ir além,
incluir fornecedores, possíveis clientes, custos, aspectos legais,
concorrentes e assim por diante.
Ao final, é possível fazer um descritivo detalhado do que
trata a intenção. Entre as informações que podem ser buscadas
estão:

Nome da Iniciativa:

Resumo:

Área de Atuação:

Segmento:

Abrangência:

Incluir desenhos, esquemas,


Detalhes Técnicos:
planilhas, etc

Outros Detalhes:

37
Qual a estimativa de
investimento?

Qual a expectativa de retorno?

Pontos Fortes:

Pontos Fracos:

Que áreas estão mais carentes


ou necessitam apoio?

Qual a sua experiência no


assunto?

Que motivos fazem acreditar


neste projeto?

Quais os riscos envolvidos?

Disponho dos recursos para


levar adiante o projeto?

Tenho condições de financiar ou


levantar estes recursos com
investidores?

Que tipo de colaboração ou


apoio é necessário para levar o
projeto adiante?

Que tipo de concessão ou


parceria estou disposto a fazer?

38
O levantamento de informações é importante para ter
consciência de todos os aspectos envolvidos no projeto. Muitas
informações não estarão disponíveis neste momento ou mesmo
não podem ser respondidas agora, mas é importante fazer uma
reflexão, pois elas serão tratadas posteriormente. Não desanime se
perceber que há muito a ser feito e que há pontos importantes que
ainda não domina, isto faz parte do processo.

3) Mapeie - Estabeleça Metas - Evolua

- Faça um mapa ou uma planilha dos Pontos Fracos, das áreas


carentes e que necessitam apoio. Que pontos precisam ser sanados
ou elucidados?
- Identifique os pontos que possuem mais impacto no projeto e
os que têm grau de dificuldade ou complexidade menor. É por estes
que devemos começar. A partir de um levantamento inicial já
podemos consultar e conversar com outras pessoas, em especial as
que possam trazer contribuições para o projeto, sem custo ou a um
custo baixo.
- Identifique os pontos mais complexos ou com maior
dificuldade. É necessário envolver outras pessoas e incorrer em
gastos?
- Faça metas para estas atividades. Não se preocupe com
precisões, metas de longo prazo são estimativas e as mais
importantes ainda são as de curto prazo e de menor complexidade.
- Evolua em ao menos uma etapa relevante ou de menor
complexidade a cada dia.
39
- Reavalie a atratividade da iniciativa.
Esta etapa é interativa, conforme a figura 1 abaixo, ou seja,
ao final de cada ciclo faça uma breve avaliação se a iniciativa ainda é
atraente. A cada ciclo vai aumentando o grau de complexidade e
possivelmente os gastos, então devem ser sempre cuidadosamente
avaliados.
O envolvimento de outras pessoas pode ser iniciado com
quem é conhecido e pode dar algum aconselhamento ou dica
gratuita. Aos poucos iniciam-se alguns gastos, se você tiver recursos
para isso, tais como cursos, treinamentos, equipamentos que
eventualmente possam ser utilizados para outras atividades e assim
por diante.

Inicie ou Reavalie

Evolua em etapas
relevantes ou de Levante informações
menor complexidade

Faça um mapa ou
Estabeleça metas
planilha

Figura 1: Ciclo para o desenvolvimento da iniciativa

40
4) Avalie o seu Projeto

A cada rodada do ciclo você terá um conjunto maior de


informações e uma maior compreensão da sua iniciativa
empreendedora. A intenção vai se apresentando, saindo da
imaginação para o papel para então se materializar. Você poderá
falar com tranquilidade do ponto de vista técnico, quem são os
clientes e fornecedores, colaboradores e parceiros e muitos outros
detalhes. Os números vão surgindo e é possível que decisões
importantes precisam ser tomadas.
Seja aderente com a realidade se a sua iniciativa deixar de
ter atratividade. O objetivo é tomar conhecimento das informações
a um nível de detalhamento maior que a etapa anterior. Talvez
alguns ajustes devam ser feitos para assegurar a rentabilidade, ou
mesmo diminuir os riscos associados. Se constatado que as bases ou
convicções do projeto não se sustentam, este é o momento de
abandoná-lo, enquanto gastos significativos ainda não foram
realizados.

5) Identifique os Sabotadores

Ao longo do processo de levantamento de informações e


envolvimento de outras pessoas vão surgindo expectativas e muitos
outros sentimentos. Remexer com certas emoções fazem surgir à
tona velhos conhecidos, os quais podemos identificá-los claramente
se estivermos conscientes, ou apenas perceber através de reações
corporais e de humor se estivermos inconscientes.
Talvez estejamos resistentes em dar um próximo passo por
estar com medo de exposição, ou não estarmos confiantes do nosso
projeto. Pode ser que não nos julgamos capazes ou nos sentimos
41
desfavorecidos em relação a outras pessoas que possuem mais
recursos e formação na área. Ou quem sabe estamos vivenciando
ansiedade, medo do futuro que se apresenta.
Estas emoções internas são muito poderosas e capazes de
sabotar nossos projetos sem que ao menos percebamos que elas
estão agindo. Precisamos identificá-las ao menor sinal de
desconforto com alguma situação. Ao contrário do que normalmente
fazemos, que é negar as nossas sombras, aqui é importante ter a
atitude caçar propositadamente, aproveitando do fato em que elas
podem ser abundantes e estarem mostrando a sua cara a todo o
momento. Os benefícios de reconhecer e interagir com nossas
sombras podem ser muito grandes. Não se negue esta oportunidade.
Pode ser que seja necessária ajuda para superar estas etapas,
avalie e considere a possibilidade de acordo com seus recursos e
tempo disponível. Seja honesto consigo mesmo, a ajuda de um
profissional será sempre bem-vinda, para ponderar a situação e o
ponto específico que gostaria de superar.
Os únicos critérios que justificam eventual abandono do
projeto, ou arrefecer sua disposição em evoluir a cada dia no que
você está se propondo são de natureza econômica ou técnica,
quando constatado que as bases e convicções do mesmo não se
sustentam, conforme discutido anteriormente. Do contrário, você
pode estar de frente com os seus sabotadores, traga-os para a luz e
perceberá que não há nada a temer.

6) Monte um Modelo de Negócio

Após evoluir no detalhamento da sua intenção


empreendedora, tanto do ponto de vista técnico, econômico, legal e

42
outros é possível montar um modelo de negócio, ou seja, dar uma
roupagem para a iniciativa que já é um projeto e pode ser sustentado
mediante um eventual investidor, sócio, colaborador ou agente de
financiamento.
No processo de busca e aperfeiçoamento das informações é
possível que você já tenha identificado alguma forma de
financiamento, ou pode ser financiado com recursos próprios.
Esteja preparado para responder todas as perguntas
relevantes do projeto e comece a buscar um colaborador nos
diferentes fóruns que se apresentam. Não esqueça que bancos e
investidores falam da linguagem da economia e estes conceitos
precisam ser entendidos, tais como Taxa Interna de Retorno (TIR) e
Valor Presente Líquido (VPL).
Sua iniciativa vem sendo mostrada até aqui de forma
reservada. Neste momento e com grau de maturidade mais
avançado é hora de se mostrar sem receios para os possíveis
colaboradores. Defina as suas estratégias e não tenha receio de
mudá-las quando necessário.

7) Faça Concessões

Desenvolver uma iniciativa que provém da sua capacidade


criativa pode ser bastante gratificante e inevitavelmente criamos um
vínculo emocional com o projeto ou a empresa resultante deste. Este
vínculo emocional pode virar um apego do ego e muitas vezes um
limitador para o crescimento da própria iniciativa.
Fazer concessões é ter uma estratégia aderente com o
crescimento ou a projeção que você visualiza para o projeto.
Provavelmente, você não dispõe dos recursos necessários para tocar
43
a iniciativa e necessita considerar a possibilidade de buscar um sócio
ou investidor. Esta concessão também pode ser na forma de começar
com um tamanho menor ou dentro de casa, ou com um equipamento
ainda não considerado o ideal.
Empresários de sucesso costumam fazer concessões
envolvendo parcerias em que se estimula o “ganha-ganha”,
admitindo sócios ou abrindo capital na bolsa de valores. Não tenha a
pretensão de ganhar sozinho e com isso limitar o próprio
crescimento. Avalie as possibilidades, esteja consciente dos riscos
envolvidos e tome decisões sem o vínculo emocional do ego.

Muito Além do Método

Quando você aprender a se concentrar em sua intenção até


que se torne totalmente real para você, você vai assistir com
espanto como todos no seu mundo desempenharão suas
partes no cumprimento deste sonho! - Neville Goddard

Ao iniciar o processo de detalhar as nossas proposições de


acordo com o método descrito começamos a dar asas a nossa
intenção. Este processo é mágico e gratificante, pois vai muito além
do racional. O simples fato de escrever e dar voz à sua criatividade é
revigorante do ponto de vista emocional, então não se surpreenda
se começar a se envolver de forma apaixonada com o projeto,
acordar no meio da noite, finais de semana, ou a qualquer momento,
para trabalhar na sua iniciativa, trazendo informações e planejando
as próximas etapas.

44
Outro ponto importante e que deve acontecer
naturalmente se a sua escolha é uma expressão da sua criatividade é
o foco. Muitas coisas que você considerava relevante no seu dia a dia
começam a não fazer mais sentido, ao menos na intensidade em que
eram antes, tais como programas de televisão, mídia social, debates
esportivos e políticos. Até mesmo a sua vida social, contato com
amigos e familiares começam a mudar, esteja atento, mantenha o
foco, porém reserve algum tempo para o contato social, relaxamento
e distração.

Onde há foco a energia flui – Tony Robbins

Ao se envolver em uma iniciativa e manifestar a nossa


intenção empreendedora podemos verificar do retorno da
disposição, do bom humor e da vontade de fazer além do necessário.
Quando identificamos a conexão de nosso projeto com a
necessidade de expressarmos nossa criatividade as dificuldades são
minimizadas e um mundo de oportunidades se apresenta à nossa
frente. Esta disposição é contagiante e atrai colaboradores, mas não
espere colaborações imediatas, isto pode levar algum tempo.
Apesar disso, o revirar de nossas emoções faz despertar os
gigantes internos. Dias de exultação e boas expectativas podem
trazer na sequência ansiedade, medos e uma necessidade
compulsiva de nomear os culpados por nossos fracassos anteriores
ou dificuldades que estamos prevendo. É o momento de ser
impecável, ou identificar nossos sabotadores internos, aumentar
nossos níveis de energia e melhorar a nossa resposta emocional.

É preciso todo tempo e toda energia que tivermos para vencer


a idiotice dentro de nós! - Carlos Castaneda

45
O segredo é manter-se alerta às manifestações emocionais,
reconhecê-las e ter consciência do poder que elas têm sobre o nosso
comportamento. É impossível ignorar uma mensagem que vem de
nosso subconsciente na forma de algum desconforto observado ao
progredirmos em nossas atividades. Essa manifestação pode ser
através de medo, ansiedade, raiva, autocomiseração. Tendo
conhecimento dos sentimentos faça as pazes com eles, tente
compreender e aceitar que estes fazem parte de você!
Uma vez reconhecida a sombra atuando em nossos
comportamentos e aceitando esta parte de nossa personalidade
verificaremos que o fantasma não é tão grande e em vez de ser nosso
inimigo ele pode ser nosso aliado. Incorpore a sombra e siga o seu
trabalho. Superar, por exemplo, uma etapa ou medo avassalador de
expor o seu projeto a um grupo em que você considera “superior”
será muito mais fácil se conseguir identificar os sentimentos de
inferioridade dentro de si.
Enfim, abordar uma iniciativa que envolve mudança em
nossos comportamentos não é completa se considerarmos apenas
uma destas partes. Por esse motivo o próprio método é um ciclo que
se retroalimenta, podemos dizer que é uma “referência circular”,
então não haverá o melhor momento para começar. O melhor
momento é agora! Neste sentido, o método se complementa da
seguinte forma:

Método racional
Reconhecer as nossas travas
O lado mágico
Aprendizado

46
1) Método Racional
O método racional é a própria metodologia apresentada. É
uma receita, não é única e pode ser adaptada às preferências do
usuário. Neste sentido, é uma forma de começar incorporando boas
práticas da gestão de projetos em que as informações têm que estar
presentes, em especial o que está disponível e gratuito. Também
incorpora a necessidade de se estabelecer metas e evoluir a cada dia
em algum aspecto. O método também compreende a importância de
se tratar o que é mais simples e mais relevante no início, deixando o
que é mais complexo e menos relevante para o final.

2) Reconhecer as nossas Travas


Reconhecer nossas travas é identificar os nossos
sabotadores, a sombra que vai se manifestar em dado momento e
colocar todos os esforços abaixo. Quem já empreendeu antes e
fracassou já começa “travado”, pois o medo de errar, gastar um
tempo precioso de sua vida e recursos importantes formam uma
barreira de entrada. A tarefa é “caçar” os sabotadores pelo lado
positivo, ou seja, trazer para a luz, incorporar, reconhecer. Também
é uma atividade contínua, cíclica. Portanto, é indispensável se
manter vigilante, chame a responsabilidade para si em todo este
processo, não dê poder a outras pessoas tentando encontrar
culpados, razões, desculpas. Você é o responsável!

3) O Lado Mágico
A energia que vem do próprio movimento é o lado mágico.
A partir do momento que damos o primeiro passo a frente já não
somos mais a mesma pessoa. Os primeiros sintomas são melhora no
humor e disposição, que vão aumentando à medida que
47
conseguimos dar vazão à nossa criatividade. Se o movimento for
persistido e continuado recuperamos nossa confiança, inclusive para
ousar mais. O indivíduo consegue a colaboração dos outros e
percebe que mudou, uma espécie de Poder Pessoal está surgindo, o
que o torna mais resiliente e preparado para enfrentar o mundo dos
negócios. Em outras palavras, as coisas começam a dar certo,
soluções começam a surgir de maneiras inesperadas. Alguns podem
chamar isso de “sorte”!

4) Aprendizado
O aprendizado é a continuidade! Nosso maior defeito é
querer começar de uma forma perfeita e uma vez considerado que
atingimos algo “bom”, paramos de evoluir. O aprendizado pode ser
utilizado na mesma iniciativa ou em outra, caso a primeira não vá
para frente. Sempre recomeçaremos em um estágio mais avançado
quando estamos em movimento, em outras palavras, é a melhoria
contínua! Ao final de cada ciclo, esteja consciente da necessidade de
continuar inovando, melhorando, pois o movimento precisa ser
continuado para ter poder. Ao contrário do que acreditamos, é
preciso muito pouco para começar, mas o processo de melhoria não
termina nunca.

Retornando para a Sociedade

Esforce-se para não ser um sucesso, mas sim para ser


valioso” – Albert Einstein

Em 1928 o médico escocês Alexander Fleming descobriu a


penicilina juntamente com outros colaboradores. Sabedor dos
48
benefícios que este medicamento poderia trazer para a humanidade,
Fleming decidiu não patentear, ou seja, não conferir a nenhum
laboratório a exclusividade de produção do antibiótico, considerando
que seria mais fácil difundi-lo desta forma. Como resultado, os
laboratórios da época não quiseram assumir os riscos associados
com a produção do medicamento, que não estava protegido por
patente.
A penicilina, enfim, somente foi produzida a partir de 1941
com as necessidades de guerra e continua sendo utilizada até hoje
como um dos principais antibióticos no mundo inteiro. Seus
benefícios e a contribuição de Fleming para a sociedade são
incalculáveis, mas o que realmente fez a diferença foi o
empreendedorismo do médico e não o seu altruísmo.
Tudo o que podemos observar hoje com relação às
facilidades do mundo moderno é o reflexo do empreendedorismo do
passado, começando pela própria estocagem de alimentos, o que
proporcionou o desenvolvimento de outras habilidades. Este
processo é contínuo, não para, sempre teremos algo a contribuir e a
melhor forma é com o nosso empreendedorismo. Os modelos que
criamos serão copiados, processados, transformados e de alguma
forma contribuirão para a contínua evolução da atividade humana.
É natural dedicarmos todos os nossos esforços para obter
sucesso em nossos empreendimentos, retornar o capital investido,
enriquecer. Não há nada de errado com isso! O que não percebemos,
muitas vezes, é que se nossa iniciativa for uma manifestação de nossa
capacidade criativa, não seremos os únicos ganhadores do sucesso
deste projeto. Empreender gera valor para a sociedade, cria
empregos, paga impostos e, principalmente, cria alternativas e
soluções para o que não existia. O resultado é um “ganha-ganha” e o
principal ganhador é a sociedade.
49
Então não tenha medo de empreender e lucrar com isso,
manifestar a sua intenção empreendedora ou dar vazão à sua
capacidade criativa é o que será o grande legado para a sociedade.

Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o


que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de
arriscar - William Shakespeare

50
Mensagem Final

Este livro surgiu com a intenção de apresentar um método


pragmático de agregarmos valor aos nossos pensamentos criativos,
através do registro destes em papel e a busca diária de
informações, ou superação de etapas, que tem como objetivo
sustentar a transformação desta intenção empreendedora em um
negócio, um produto ou serviço de valor comercial para seu
idealizador.
Aos poucos fomos percebendo que é impossível separar os
aspectos técnicos e racionais de um método com os aspectos
psicológicos ou emocionais que o indivíduo vai percebendo ao
longo do processo, onde situações de bloqueio, medo de fracasso e
todas as formas de manifestação da sombra tornam-se evidentes.
Mais do que isso, percebemos que uma vez que o indivíduo
tenha consciência da sua sombra, tenha contato com ela e com isso
consiga neutralizar os seus efeitos danosos, a busca diária para a
materialização de uma intenção empreendedora torna-se uma
atitude de poder, onde a oportunidade dada de expressarmos
nossa capacidade criativa nos deixa mais ativos, confiantes e cheios
de energia. Somos capazes de trabalhar horas em nossos projetos,
sem cansar ou expressar insatisfação, onde o fluxo destes afazeres
afasta os pensamentos negativos e as preocupações demasiadas
com o ego.

51
O indivíduo bem disposto e cheio de vontade atrai a atenção
das pessoas, sua disposição é contagiante e este passa a ter
facilidade em encontrar apoiadores e colaboradores. A alegria e
confiança vêm do seu interior, alimentadas pela manifestação da
sua capacidade criativa. Quem tem esta disposição não precisa da
confirmação externa, sua intenção é inflexível, não por ser uma
expressão do ego, mas por ser uma manifestação do seu próprio
inconsciente. O indivíduo está bem consigo mesmo, então não lhe
faltarão aliados.
Enfim, percebemos que empreender é um instrumento para
a evolução do homem! Mesmo que queiramos lucrar com nossas
atividades, a expressão de nossa capacidade criativa traz benefícios
para o seu idealizador e, principalmente, para a sociedade! Se a
inspiração veio de nosso inconsciente ela sempre terá o algo mais
que não podemos compreender apenas com nosso lado racional.

Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você


veja toda a escada. Apenas dê o primeiro passo!
Martin Luther King

52
Referências

Diamond J. , Guns, Germs, and Steel, 2013

Chopra D., Ford D., Williamson M., O Efeito Sombra, 2010

Goleman D., Inteligência Emocional, 2001

Hill N., Quem Pensa Enriquece, 2012

Robbins T., Inabalável – Um Guia Prático para a Liberdade Financeira,


2018

Robbins T., Poder sem Limites, 2017

Vieira P., O Poder da Ação, 18ª ed, 2015

Vieira P., O Poder da Autorresponsabilidade, 7ª ed., 2012

Chopra D., Criando Prosperidade, 2018

Chopra D., O Caminho do Mago, 1999

Castaneda C., Uma Estranha Realidade, 1971

Castaneda C., O Fogo Interior, 1984

Castaneda C., Viagem a Ixtlan, 1972

Castaneda C., O Poder do Silêncio, 1988

Chaffee, J. Pense diferente, viva criativamente: oito passos para tornar a


sua vida mais completa, 2000

53
Tolle E., O Poder do Agora, 2010

Cuddy A., O Poder da Presença. 2016

54

Você também pode gostar