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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO


CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

DISCIPLINA: Fundações e Obras de Terra I


PROFESSORA: Aline Cristina Souza dos Santos

ACADÊMICOS:
 FellipeFerreira Barbosa (fellipe__barbosa@hotmail.com)
 Felipe Franklim Brito de Lima (felpe_franklim@hotmail.com)
 Juliano da Rocha Soares (eng.jorass@gmail.com)
 Roberto Aguiar dos Santos (robertoa.s@hotmail.com)

SOLO GRAMPEADO

Desde a Mesopotâmia já existe a ideia da execução de meiosartificiais para a


contenção de um determinado volume de solo. No Brasil, essa prática teve inicio no
final do século na construção de fortes costeiros.
Para um correto entendimento referente a obras de contenção, deve-se ter
em mente que o ko (coeficiente do empuxo), em que o solo apresenta deformação
nula, mostra com clareza a relação entre a tensão horizontal pela tensão vertical
exercidos no maciço de solo em análise.
Dessa maneira, a técnica de reforço de solos pelo método de solos
grampeados, visa àimplementação de elementos com elevada resistência para
resistir àstensões exercidas no solo para que o mesmo não venha apresentar
deslocamentos e, para isso, serão necessários materiais com elevada resistência à
tração.
A partir disso, o método construtivo visando o traçado geométrico é realizado
de maneira tanto ascendente quando descendente e a escolha do ponto de partida
para a estabilização do maciço fica a critério do projetista. Conforme é realizado o
andamento do reforço e implantação de drenos barbacas para que a descida d’água
através de erosões não cause lixiviação do solo ou até mesmo para que não ocorra
aumento de poro-pressão que, provavelmente, venha a contribuir para redução da
tensão efetiva presente no solo. Assim sendo, tais fatores se não previstos veem
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provocar a perca da sua resistência ao cisalhamento. Na Figura 01, pode ser


observado um andamento da obra no sentido descendente e instalações de drenos
profundos.

Figura 1 -Fase construtiva do solo grampeado. (FONTE: Ranzini, et al).

O solo grampeado tornou-se uma técnica usada a princípio no reforço de


solos em túneis de mineração, cujo quais apresentavam deslocamentos verticais
provenientes da diminuição da tensão confinante que o solo de tal região veio a
apresentar.
Assim, os velhos escoramentos por madeiras nas minas foram substituídos
por chumbadores inseridos no solo juntamente com injeção de calda de cimento,
acoplado a uma fina tela metálica formando receptáculos para a projeção de um
concreto com elevando slump.
Os chumbadores (Figura 2) aplicados no solo grampeado é geralmente um
elemento montado (armado) na obra e tem por finalidade a fixação da armação.
Esses elementos são inseridos ao talude principalmente pela utilização de trados
helicoidais ou lavagem com água.

Figura 2 - Detalhe dos Chumbadores

A partir disso, tais elementos devem ser inseridos em cavidades perfuradas


de maneira a garantir o atrito lateral com o solo. As peças metálicas do conjunto
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devem receber tratamento anticorrosivo. O dispositivo centralizador tem por


finalidade manter o grampo centralizado para que seja inserida de maneira
satisfatória a calda de cimento. Para isso, a injeção de tal material na cavidade pode
ser realizada mediante um tubo de injeção que provocará uma melhor ocupação dos
espaços vazios e fissuras contribuindo assim com o aumento da ancoragem.
As armações normalmente têm sua extremidade acabada por meio de uma
dobra de 90 graus, podendo também receber uma placa metálica, rosca ou porca
como mostra a Figura 2.
O revestimento do talude tem como função de evitar a desagregação da
superfície evitando assim seu deslocamento. Normalmente, o revestimento é feito
com concreto projetado e uma malha de tela soldada, porém podem ser utilizados
painéis pré-fabricados. Este concreto especial que tem em sua composição cimento,
areia, pedrisco, água e aditivos é impulsionado por ar comprimido desde o
equipamento de projeção até o local de aplicação do plano inclinado.
Existem duas maneiras de obter o concreto projetado: por via seca ou via
úmida. A diferença básica está no preparo e condução dos componentes do
concreto:
 Via seca: preparo a seco. A adição de água é feita junto ao bico de
projeção, instantes antes da aplicação;
 Via úmida:o concreto é preparado com água e posteriormente aplicado
no local.
Geralmente, a maneira utilizada para solo grampeado é feita por via seca com
pré-umidificação. O concreto deve ser projetado de maneira a se evitar o “efeito
sombra”, que ocorre quando parte da armação fica desprotegida sujeita a formação
de vazios, contribuindo para a perca de resistência mecânica do concreto.
Para drenagens profundas são utilizados os drenos sub-horizontaisprofundos,
que são tubos de policloreto de vinila (plástico PVC) de 38 a 50mm de diâmetro.
Eles são envolvidos por uma tela de nylon ou manta, que devem ser especificadas
em função do tipo de solo observando a tendência ou não do solo quanto à
percolação e formação de rede de fluxo.
Até o presente momento não há normatização que regularmente o controle de
execução do solo grampeado.
Para que se obtenha uma maior vida útil do aço que compõem os
chumbadores usa-se tinta epóxi ou pintura eletrolítica, sendo que tais proteções são
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evidenciadas na NBR5629/1996, onde a abordagem é feita com tirantes ancorados


no terreno.
Essa técnica que vem se mostrando muito eficaz desde o início de sua
aplicação, atingiu esse patamar devido a alguns fatores, tais como:
 Agilidade na execução do serviço sendo que em alguns casos o solo
nem precisa ser modificado para a aplicação da técnica, o mesmo também é um
processo continuo onde não é necessário esperar o tempo de cura do concreto, já
que não é a camada de concreto que da sustentação para a estrutura;
 A técnica possui um baixo custo à execução da obra e requerpoucos
tipos de equipamentos, tais como máquina para remover o solo de escavação,
sonda de perfuração, equipamento de injeção de calda de cimento ou martelo
pneumático para cravação dos grampos e máquina para lançamento do concreto
projetado do paramento.
Mesmo sendo eficaz em muitos casos a técnica possui algumas
limitações, sendo que:
 A mesma não apresenta um bom desempenho em solos heterogêneos;
 Na presença de agua se faz necessáriaà elaboração de um sistema de
drenagem;
 E necessária à manutenção periódica dos grampos, pois o material
pode ser facilmente corroído se não aplicado adequadamente ou, a técnica for
aplicada em local com grande concentração de agentes corrosivos, pois o mesmo
pode interferir na integridade da estrutura.
Mesmo essas limitações, suas vantagens se sobressaem, fazendo com que o
mesmo se mostre uma medida muito eficaz, sendo que em alguns aspectos superior
a outras técnicas, por sua versatilidade e estabilidade já que o grampeamento de
solo pode trabalhar com o solo, evitando assim o colapso da estrutura.
Portanto, o reforço de taludes utilizando solo grampeado torna-se uma
alternativa quando o maciço sofre ação de desconfiamento ou em casos em que a
diminuição do ângulo de inclinação do mesmo não pode ser modificada. Os pontos
positivos desse método se sobrepõem aos negativos de maneira em que, torna-se
viável desde que seja seguida as recomendações empíricas do projeto.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMENTO, Mauricioet al (Org.). Fundações – teoria e prática. 2. ed. São Paulo:


PINI. 1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). “NBR 5629:


Execução de tirantes ancorados no solo”. Rio de Janeiro, 1996.

www.sologrampeado.com.br/

www.projetos.unijui.edu.br

www.geocompany.com.br

www.ivcobrae.ufba.br

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