Você está na página 1de 16

Dra.

Vanessa
Izidoro
PEDIATRA GERAL E PUERICULTURA

E-BOOK

INTRODUÇÃO
ALIMENTAR
Vanessa Izidoro
INTRODUÇÃO
ALIMENTAR
Vanessa Izidoro
Pediatra, CRM-PE 18.289,
Título de Especialista pela Sociedade Brasileira
de Pediatria, 159641
MBA Gestão em Saúde

Um recadinho da sua pediatra

Sou Pediatra e incentivadora do Aleitamento Materno,


dentro das possibilidades que se encontrarem o binômio mãe
e bebê. Amamentar foi uma experiência incrível para mim e
adoro poder contribuir para que esse amor líquido jorre e as
crianças consigam sugar e se nutrir adequadamente. Mas,
para mim se eu tivesse que escolher uma consulta que me dá
mais prazer, por ser a consulta transformadora da vida e da
qualidade de vida dos meus pacientes, é a consulta da
introdução alimentar. E, inclusive, é minha consulta mais
demorada.

Dra.
Vanessa
Izidoro 1
PEDIATRA GERAL E PUERICULTURA
Ao iniciar a consulta já começo dizendo que vou explicar de
“traz para frente”. Nesse momento, os genitores ou
responsáveis pelo cuidado com a criança se entreolham
ressabiados. Pego um diagrama circular e ensino aos pais
como devem montar os seus pratos. Explico cada grupo
alimentar e suas devidas proporções. Afinal, ser pai e mãe é
ser exemplo! Duro isso né?! Talvez sim. Daí então, explico que
o pratinho do bebê com 1 ano de vida deverá ser composto
por aqueles grupos alimentares. E se na consulta de 1 ano eu
disser “pode comer a comida da família”, após toda essa
introdução poderei colocar minha cabeça no travesseiro
tranquila, que certamente essa criança não será aquela que
na avaliação do 2º ano de vida, a mãe terá a queixa de que
comia tudo até um aninho, mas depois disso passou a não
aceitar mais verduras, frutas e legumes. Ainda assim, com
toda essa introdução encerro com a seguinte frase: “a
introdução alimentar saudável deve ser para a vida, e não
para o primeiro ano de vida”.

Dessa forma acredito que conseguirei atingir a minha missão


não só como Pediatra, mas como alguém que gosta de
estudar Gestão em Saúde. O envelhecimento da população
brasileira é realidade, bem como a expectativa de vida
também. E me sinto compromissada de que as crianças das
quais cuido hoje, sejam idosos no futuro mas, idosos com
qualidade de vida, sendo economicamente ativos, o que
ainda impacta positivamente na economia como um todo e
nos custos em saúde.

Com carinho,
Tia Vanessa

Dra.
Vanessa
Izidoro 2
PEDIATRA GERAL E PUERICULTURA
“Do peito ao prato”

Nos primeiros anos de vida, as transformações vividas


são velozes, únicas e excepcionais;
A alimentação é parte fundamental deste processo,
pois ela influencia nas funções do nosso corpo para o
resto da vida.

“A intima relação com os alimentos,


começa no útero"

No útero, o corpo da mulher é o intermediário para essa


interação;
Após o nascimento, o corpo materno produz o primeiro
alimento do bebê;
A alimentação saudável da criança deve começar com a
alimentação materna, antes, durante a gestação e durante a
fase de lactação, possibilitando crescimento e desen-
volvimento adequado;
O leite materno é completo,
perfeito, na dose certa e,
adaptável a mudanças de
necessidades, como nenhuma
tecnologia ainda foi capaz
de reproduzir.

Dra.
Vanessa
Izidoro 3
PEDIATRA GERAL E PUERICULTURA
“E a transição do peito ao prato?”

E aos 6 meses de vida, chega o primeiro contato com


outros alimentos, que não o LM;
São infinitas cores, texturas e sabores, à serem
descobertos – experiência sensorial;
Cuidar desta etapa é um passo importante para começar
a criar um indivíduo que viva em paz com a comida;
A alimentação adequada e saudável nos primeiros 2
anos de vida deve ser, como para o resto da população,
baseada na comida de verdade.

Introdução Alimentar
Habilidades importantes adquiridas por volta dos 6 meses:
sustentação do pescoço, sentar, pegar coisas com o polegar
e o indicador, prestar atenção por mais tempo, sistema
digestivo mais maduro;
Para que a criança aprenda a
mastigar e possa diferenciar cada
um dos sabores da refeição, a
comida não precisa ser batida ou
peneirada;
Observar reações da criança
enquanto come, aprendendo a
reconhecer sinais de fome e
saciedade, a lidar com a
aceitação e a repulsa de um
sabor;

Dra.
Vanessa
Izidoro 4
PEDIATRA GERAL E PUERICULTURA
Introdução Alimentar

Dra.
Vanessa
Izidoro 5
PEDIATRA GERAL E PUERICULTURA
Introdução Alimentar

Dra.
Vanessa
Izidoro 6
PEDIATRA GERAL E PUERICULTURA
Dez passos para uma
Alimentação Saudável:

Passo 1 - Dar somente leite materno até os 6 meses, sem


oferecer água, chás ou quaisquer outros
alimentos.

Passo 2 - A partir dos 6 meses, introduzir de forma lenta e


gradual outros alimentos, mantendo o leite
materno até os 2 anos de idade ou mais.

Passo 3 - Após os 6 meses, dar alimentos complementares


(cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e
legumes), três vezes ao dia, se a criança receber
leite materno, e cinco vezes ao dia, se estiver
desmamada.

Passo 4 - A alimentação complementar deverá ser


oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se
sempre a vontade da criança.

Passo 5 - A alimentação complementar deve ser espessa


desde o início e oferecida com colher; começar
com consistência pastora (papas/purês) e,
gradativamente, aumentar a consistência até
chegar à alimentação da família.

Dra.
Vanessa
Izidoro 7
PEDIATRA GERAL E PUERICULTURA
Dez passos para uma
Alimentação Saudável:

Passo 6 - Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia.


Uma alimentação variada é, também, uma
alimentação colorida.

Passo 7 - Estimular o consumo diário de frutas, verduras e


legumes nas refeições.

Passo 8 - Evitar açúcar, café, enlatados, frituras,


refrigerantes, balas, salgadinhos e outras
guloseimas nos primeiros anos de vida.

Passo 9 - Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos


alimentos; garantir o seu armazenamento e
conservação adequados.

Passo 10 - Estimular a criança doente e convalescente a se


alimentar, oferecendo sua alimentação e seus
habitual e seus alimentos preferidos, respeitando
a sua aceitação.

Dra.
Vanessa
Izidoro 8
PEDIATRA GERAL E PUERICULTURA
Escolha de Utensílios

Pratos
Num primeiro momento
potinhos são interessantes e,
alguns veem com dispositivo
para ajudar a macerar o
alimento e ranhuras no fundo;

Na sequência é
interessante que utilizemos os
pratos com divisórias para
separarmos os grupos
alimentares e para que os
bebês conheçam a
apresentação, sabor e cor de
cada alimento.

Se o prato for atrapalhar


esse momento, coloque o
alimento direto na mesa. A
alimentação é uma
experiência sensorial;

Prefira os utensílios de
plástico livres de BPA, alguns
possuem ventosas que se
prendem na mesa, que são
interessantes porque muitos
bebês adoram jogar pratos e
comidas para bem longe do
cadeira de alimentação.

Dra.
Vanessa
Izidoro 9
PEDIATRA GERAL E PUERICULTURA
Colheres
Escolha uma colher que
não seja tão grande nem tão
côncava (funda) no início da
introdução alimentar, visando
facilitar a captação do
alimento pelo bebê;

Colheres termo sensíveis


nos ajudam a avaliar a
temperatura do alimento,
evitando queimaduras e
traumas nessa fase tão
delicada que é a IA para o
bebê;

Para os maiorzinhos as
Colheres curtas e de pontas
largas e invertidas são
interessantes para os bebês
que já estão querendo comer
sozinhos.

Para os maiorzinhos as
Colheres curtas e de pontas
largas e invertidas são
interessantes para os bebês
que já estão querendo comer
sozinhos.

Dra.
Vanessa
Izidoro 10
PEDIATRA GERAL E PUERICULTURA
Babadores
Babadores de silicone com
reservatório são interessantes
porque são laváveis, de fácil
secagem e o reservatório
contribui para evitar tanta
sujeira.

Copos
Existem inúmeros copos,
bico rígido, com alça, sem alça,
copo de bico de silicone;
É interessante testar vários
e diferentes, pois o bebê pode
ter dificuldade de aceitação logo
no início;
De todos os que mais gosto
são os copos 360 e os copos de
transição com bico de silicone e
alça para os iniciantes que já
usam mamadeira;
Os 360 são de fácil utilização
para eles e de excelente
higienização para nós;
Não curto os copos com
canudo de silicone porque
acumulam muita sujeira e são
difíceis de higienizar.

Dra.
Vanessa
Izidoro 11
PEDIATRA GERAL E PUERICULTURA
S

Introdução Alimentar
Dificuldades e Recomendações

Os sucos devem ser evitados


pelo risco de predispor à
obesidade – maior ingestão
de calorias e ausência de
fibras. Contraindicados no
primeiro ano de vida;

A consistência dos alimentos


deve ser progressivamente
aumentada, respeitando-se
o desenvolvimento da
criança;

Não consumir sal e mel no


primeiro ano de vida e nem
açúcar e café até o segundo
ano de vida;

Oferecer alimento de modo


individual. Atenção aos
exemplos;
A escolha dos alimentos deve respeitar regionalidade e
sazonalidade;

A queixa de recusa no segundo ano de vida é frequente,


e se deve pela diminuição da velocidade de crescimento.

Dra.
Vanessa
Izidoro 12
PEDIATRA GERAL E PUERICULTURA
Introdução Alimentar

ACREDITE...

“Os cuidados adequados na primeira infância geram


altos retornos socioeconômicos, que são superiores
a qualquer outro tipo de investimento econômico ou
social.”
(James Heckmann, 2000)

Dra.
Vanessa
Izidoro 13
PEDIATRA GERAL E PUERICULTURA
Intervenções segundo domínios do
desenvolvimento infantil, com ênfase nos 1000 dias.

Fonte: Da Cunha, AJLA et al, 2015.

Dra.
Vanessa
Izidoro 14
PEDIATRA GERAL E PUERICULTURA
“Do peito ao prato”
Considerações finais
“É preciso uma aldeia inteira para cuidar de uma criança”
(provérbio);
“É dever da família, da comunidade, da sociedade em
geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade,
a efetivação dos direitos referentes à alimentação dos bebês,
das crianças e dos adolescentes” (estatuto da criança e do
adolescente);
Caso não sejamos “rede de apoio” que guardemos os
“pitacos”;
Bons exemplos: crianças criam seus hábitos espelhados dos
pais.

Dra.
Vanessa
Izidoro 15
PEDIATRA GERAL E PUERICULTURA

Você também pode gostar