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AUDIOLOGIA EDUCACIONAL – ATIVIDADE

AUTODIRIGIDA/AULA 1
Gabriel Silva Dórea
escuta. A anamnese é sempre uma investigação para
o melhor conhecimento do paciente, além de um
Anamnese na audiologia momento que estabelece relação entre as partes.
Assim, nada mais natural que transcorram
educacional perguntas e respostas.

Conceito: “o relato dos padecimentos feito pelo


Conteúdo da Anamnese
doente à cordialidade inquiridora do médico”
(Torga, 1988) Aspectos importantes para a avaliação audiológica:

Classicamente, a anamnese engloba: • identificação, fonte de encaminhamento, ocupação;


• identificação do paciente (nome, idade, sexo, • exposição a ruído (tempo, uso de protetores, etc.);
cor, estado civil, profissão e residência); • queixa principal, dificuldades auditivas [ouvido
• queixa principal (QD): queixa e duração; direito (OD)/ouvido esquerdo (OE)/ambos ouvidos
• história pregressa da moléstia atual (HPMA): (AO)];
diz respeito a sintomas ou a sensações • história clínica (doenças, traumatismos,
subjetivas de anormalidade somática ou medicação, uso de ototóxicos), e avaliações
anteriores;
psíquica e ao início desses sintomas, até a data
• queixas específicas relacionadas (zumbido,
do procedimento; vertigens, infecções ou cirurgias);
• história clínica: levantamento geral e • uso de prótese auditiva.
específico de aspectos relacionados à doença
(datas, recorrências); Caso o paciente seja criança, a história clínica deve
• antecedentes pessoais e familiares; abordar questões relativas à gestação, ao
• hábitos de vida e condição socioeconômica- nascimento e ao desenvolvimento motor, cognitivo,
cultural do paciente. de fala e de linguagem, nos primeiros anos de vida,
bem como a história médica e familiar.
Por que a anamnese é importante? As primeiras
informações poderão contextualizar o paciente AASI – Aparelho de Amplificação Sonora e
e sua queixa. Além disso, quando o profissional Individual
se refere ao paciente pelo nome, é possível criar
uma situação amigável e agradável.

Formas de entrevista

Pode-se conduzir a entrevista de forma diretiva e


não diretiva. Na primeira hipótese, as respostas
objetivas vêm de perguntas também objetivas e
estão centradas nos interesses e necessidades do
profissional. Já na segunda hipótese, há mudanças na
forma, pois são feitas questões mais amplas,
deixando o paciente ou pais à vontade para suas
próprias observações e permitindo maior
aproximação do profissional. Na prática, as duas Após avaliação audiológica e diagnóstico concluído,
formas de entrevista podem e devem coexistir, pois investigar:
quando não há uma imposição sequencial de
questões ou tópicos, o paciente/pais discorre sobre • fonte de encaminhamento, profissão ou ocupação
o problema com base nas informações que já possui, atual;
e suas necessidades emergenciais surgem com mais • se houve uso, por quanto tempo e se houve
facilidade. O paciente ou a família tem liberdade para satisfação no uso de AASI;
expor seus problemas reais, incluindo sentimentos • motivação;
em relação a eles. Cabe ao profissional perceber o
que é essencial entre informação, orientação e
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Gabriel Silva Dórea
• dificuldades auditivas (onde e sob quais condições dificuldade que o indivíduo vivencie como resultado
o paciente refere não ouvir bem); de uma perda auditiva, reduzindo as decorrentes
• capacidade de se comunicar, nas várias situações barreiras de comunicação. Essencialmente, é um
acústicas (um ou mais interlocutores, ambientes processo de resolução de problemas que deve ser
ruidosos) e de usar o telefone, necessidades do dia a planejado de forma a suprir as necessidades
dia; particulares do indivíduo deficiente auditivo,
• perda de audição percebida pelo paciente; diminuindo o impacto psicossocial, educacional e
• outras dificuldades que influenciariam, na seleção ocupacional que esse déficit auditivo acarreta.
do modelo de AASI e seu manuseio (físicas ou Envolve a utilização de amplificação, terapia
visuais, p. ex.); fonoaudiológica, estratégias facilitadoras e
• atividades e ambiente acústico onde essas aconselhamento. Envolver o indivíduo diretamente
atividades são exercidas (pesquisar reverberação, na sua reabilitação, como agente ativo e modificador
distâncias de fontes sonoras, ruído); desse processo, é extremamente importante. A
• expectativa própria e familiar, assim como apoio da responsabilidade do sucesso ou do fracasso da
família. reabilitação não deve ficar somente nas mãos do
fonoaudiólogo. O relacionamento paciente-
Alguns aspectos são relevantes: terapeuta é uma variável importante, pois respeito e
• histórico da gestação, o desejo dos pais com confiança são atributos fundamentais para um
relação à gestação; resultado satisfatório. O paciente deve participar
• relacionamento familiar; ativamente na identificação e resolução dos
• desenvolvimento global da criança; problemas, assim como na tomada de decisões
• a suspeita, o diagnóstico, a duração e as relativas ao seu tratamento. Para isso, o profissional
intercorrências desse período; deve ser atencioso, compreensivo, claro e honesto, e
• a atual rotina da criança e da família e o ambiente seu trabalho deve ser baseado em competência e
em que estão inseridos. responsabilidade. Por meio de um relacionamento
fundamentado na confiança, o paciente poderá
No primeiro contato com os familiares e com a aceitar, assimilar e agir de acordo com as
criança, deve-se principalmente dar oportunidade informações que lhe foram fornecidas.
para que a família fale, e escutar o que ela tem a
dizer, solucionar dúvidas pendentes sobre o caso e
realizar um contrato de trabalho. O próximo passo
será conhecer detalhadamente a criança, suas
condições de nascimento e seu desenvolvimento até
aquele momento sob os aspectos físico, motor,
intelectual, emocional e social, e também qualquer
intercorrência em seu crescimento. Cada um desses
itens tem relação entre si para a compreensão dos
fatos que não necessariamente devem seguir um
padrão rígido.

Aconselhamento na reabilitação
audiológica
A American Speech-Language-Hearing Association
(ASHA), desde 1974 até os dias de hoje (ASHA,
2006), determina a importância da orientação e do
aconselhamento para o indivíduo deficiente auditivo
e de um profissional competente e bem preparado
para essa tarefa. Destaca, também, o
aconselhamento como um dos requisitos mínimos
nos serviços de reabilitação.

Reabilitação auditiva, segundo Stephens (1987), é o


processo que tem por objetivo minimizar qualquer

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