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TRANSTORNO FONOLÓGICO- RANILDE

NOMECLATURA UTILIZADA NO TRATADO E (USP, UNESP) e por WERZTNER


autora do ABFW na parte de fonologia: TRANSTORNO FONOLOGICO

DESVIO FONOLOGICO (SUL)- E AUTORES COMO: KESKE SOARES, MOTA E


LAMPRECHT, vinculados a linguística.

Termo ainda utilizado por médicos: dislalia, porém não se utiliza mais na área da fono.

Ordem de aquisição Fonológica

 Plosivas nasais (p, b, m), lembrando que sempre das +ant. para as + post. (p, b,
t, d, k, g), surdas para sonoras.
 Nasais (m, n, nh)
 Fricativas (f, v, s, j), das sonoras para surdas.
 Liquidas laterais e não laterais (l,rr,lh,r)

Apresentar as trocas de fonemas é normal durante o processo de desenvolvimento, então


a criança vai sempre apresentar alguma troca. Sendo que a medida que elas adquirem os
fonemas vão eliminando os processos fonológicos.

Processo fonológico é a simplificação que a criança faz quando não consegue produzir
um fonema alvo.

Ex: vovó -bobó ->Processo fonológico de Plosivação de fricativa.

Porque a criança faz isso

Porque o sistema articulatório motor e o sistema de representação fonológica não está


bem estabelecido e então ela não consegue produzir. Fazendo com que a criança
simplifique da forma que ela pode. E quando ela simplifica realiza um processo
fonológico.

Os processos fonológicos afetam um som ou classe de som inteira. Os padrões ocorrem


relativamente igual de forma REGULAR em todas as crianças! Ou seja, toda criança
antes de falar vovó falou bobó.
CASO

Paciente: CEBOLINHA

Idade: 5 anos

O que avaliar de Linguagem:

1. Pragmática-USO: adequada para idade dele. Ele forma frase, inicia e mantem
uma troca no discurso, interage, tem a troca de turno no diálogo em conjunto.
2. Semântica-CONTEÚDO: Tem um bom vocabulário, consegue se expressar
através de ideias/sentimentos/pensamentos, consegue compreender o que é
falado com ele.
3. Sintaxe -REGRAS GRAMATICAIS/construção: formula frases e as utiliza
com todos os elementos normalmente.
4. Morfologia -Estrutura interna/combinação: Faz flexões de gênero, número e
grau e tempo verbal ok.
5. Fonologia-Sons da língua: ELE FALHA! Na parte das Liquidas (L), (R). Não
consegue produzir fazendo uma Simplificação.

Uma criança que chega na clinica por volta dos 1 ano e 8 meses/ 2 anos e não fala
nitidamente é fácil detectar que ela tem um Atraso de linguagem.

Agora chega uma criança por volta dos 5 anos e fala tudo, mas faz trocas na fala
significa que podemos dizer que ela tem Transtorno Fonológico.

E quando chega uma criança de 3 anos de idade que fala, mas não tanto quanto uma de
5 anos é normal porque ela ainda se encontra em processo de aquisição.

Oque temos que raciocinar é: quais são os fonemas que ela não está falando e se
aqueles fonemas estão ou não adequados para a idade da criança.

O problema é que são justamente aquelas crianças que estão ali no meio (3 anos). Ela
tem lgg desenvolvida, mas tem ATRASO x TRANSTORNO: só acompanhando pra
saber. Temos que ver o geral dos aspectos da linguagem, se está normal. E os fonemas
que ela troca se estão normais pra idade.

Vamos supor que ela falhe nos fonemas (faz plosivação com 3 anos), e ainda falhe nos
outros aspectos de lgg. Ela pode ter atraso e Transtorno Fonológico ao mesmo tempo.

O Atraso não é só aquela criança que não fala, mas aquela que não está adequada pra
aquela faixa etária.

Ex: Tem 3 anos, não está formando vocabulário. TEM ATRASO!!

Tem 3 anos, não consegue fazer narrativa e ainda troca as fricativas. TEM
DESVIO!!

Essas crianças intermediárias são as mais difíceis de ponderar um diagnóstico.


Voltando para o cebolinha, Com Relação aos aspectos motores GLOBAIS E
ESPECIFICOS: Normais para o desenvolvimento.

Ele joga futebol, toca violão...

Transtorno fonológico: Transtorno dos sons da fala antena abrangente que seria
determinante a qualquer dificuldade com a percepção, produção motora, representação
fonológica dos sons e segmentos.

Isso significa que as vezes posso ter uma boa compreensão auditiva e boa compreensão
motora e não tenho noção da representação do sonora.

Podendo interferir na integibilidade de fala.

De acordo com o DSM V: dificuldade persistente na produção da fala, que interfere na


integibilidade ou impede a emissão da comunicação na mensagem. As dificuldades não
são atribuídas as funções congênitas ou adquiridas (PC, Surdez, Fissura ou outras
condições medicas neurológicas).

Ou seja, uma criança que apresenta Desvio está dentro dos parâmetros normais do
desenvolvimento e não fora dele.

É uma criança com nível de aptidão linguística normal. Não tem outros problemas
na linguagem.

Somente o fonológico que é comprometido.

A dificuldade de fala é caracterizada pelo uso da linguagem e suas funções de


acordo com a idade e de acordo com as variações regionais.

Porta no interior de sp é adequado, mas aqui falamos porta.

Não está certo ou errado, cada região tem a sua forma de expressão.

Pode envolver erros na produção, percepção e organização mental dos sons da língua.

A ETIOLOGIA:

Ainda é desconhecida embora as pesquisas atuais estejam tentando estabelecer


marcadores de diagnóstico. Estão tentando classificar o transtorno fonológico quanto ao
tipo de manifestação, sendo que a manifestação é sempre a mesma – as trocas porem
quando a gente aplica testes diagnósticos, temos que analisar onde essa criança falha
mais:

Cognitivo linguístico Produção motora Percepção auditiva.


Prova de consciência fonológica

 A CF envolve a capacidade de identificar, isolar, manipular, combinar e


segmentar mentalmente, e de forma deliberada, os segmentos fonológicos da
língua.

A consciência fonológica e o processamento fonológico

 O processamento fonológico é a capacidade de utilizar informações fonológicas


para processar a linguagem oral e a escrita, englobando capacidades como a
discriminação, memória e produção fonológicas, bem como a consciência
fonológica (Ávila, 2004 cit. por Nascimento, 2009; Lopes, 2004);
 Operação mental, na qual o indivíduo recorre à estrutura fonológica ou a sons da
língua oral, com a finalidade de aprender a descodificá-la no plano
escrito (Figueiredo, 2006 cit. por Nascimento, 2009);

 Envolve:

SSS- CF;
ssss- Discriminação fonológica: capacidade de discriminar fonemas;
ssss- Memória fonológica: capacidade de memorizar palavras, sílabas e fonemas;
ssss- Produção fonológica: articulação das palavras e uso dos fonemas na fala.

(Santos & Navas, 2002 cit. por Nascimento, 2009)


Capacidades e Tarefas Metafonológicas

ssssExistem tarefas específicas, hierarquicamente organizadas (Tabela 1), através das


quais é possível observar os diferentes níveis de CF adquiridos pela criança,
nomeadamente:

ssss1. Noção de palavra


sssssssTambém denominada por consciência sintática, requer a capacidade de
segmentar a frase em palavras, bem como, de organizá-las numa frase, de forma a dar-
lhe sentido (Nascimento, 2009).

ssss2. Noção de rima


sssssssAs palavras rimam quando há semelhanças entre os sons desde a vogal ou
ditongo tónico até ao último fonema da palavra, podendo abranger a rima da sílaba, a
sílaba inteira ou mais do que uma sílaba. Para identificar rimas, as crianças necessitam
ter a capacidade de identificar sons finais das palavras (coração – melão) (Freitas,
2004). Esta capacidade é um nível natural e espontâneo da CF que integra precocemente
as vivências das crianças através de músicas, histórias e brincadeiras (Freitas, 2004;
Nascimento 2009).

ssss3. Aliteração
sssssssCapacidade de identificar ou repetir a sílaba ou fonema na posição inicial das
palavras (Nascimento, 2009; Schuele & Boudreau, 2008).

ssss4. Consciência silábica


sssssssÉ a capacidade de segmentar palavras em sílabas, exigindo a execução de dois
processos, a identificação e a discriminação de sílabas, sendo que o primeiro processo é
facilitado aquando da produção isolada das sílabas (Bernardino, Freitas, Souza,
Maranhe, & Bandini, 2006; Nascimento, 2009; Sim-Sim, 1998).
sssssssA consciência silábica reflete-se na capacidade de realizar atividades de
segmentação, aliteração, síntese e manipulação (Nascimento, 2009).

ssss5. Consciência fonêmica


sssssCapacidade para manipular e isolar as unidades sonoras que constituem a
palavra (Lane & Pullen, 2004; Nascimento, 2009; Vale & Caria, 1997). Reflete-se
através da capacidade de segmentar, omitir ou substituir fonemas em palavras, bem
como de evocar palavras com base no fonema inicial (Nascimento,s2009). Este nível
requer ensino explícito pela introdução de um sistema alfabético e fornecimento de
instruções acerca da estrutura da escrita alfabética (Lopes, 2004).
ssssO desempenho da criança, durante a execução de uma determinada tarefa, depende
da exigência cognitiva da mesma e do nível linguístico que esta requer(Treiman &
Zukowski, 1996 cit. por Freitas, 2004), uma vez que as atividades que avaliam a mesma
capacidade podem exigir diferentes níveis de CF ou exigências cognitivas (Salles, Mota,
Cechella, & Parente, 1999 cit. por Freitas, 2004).

ssssDesta forma, existem alguns critérios a ter em conta que podem tornar as tarefas
mais simples ou mais complexas para as crianças, nomeadamente (Freitas, 2004):

Desenvolvimento da consciência fonológica

 Inicia-se desde cedo (Bradley & Bryant, 1983; Carraher & Rego, 1984;
Capovilla & Capovilla, 1998; Liberman et al., 1974; Torgensen, Wagner &
Rashotte, 1994, cit. por Bernardino, Freitas, Souza, Maranhe & Bandini, 2006;
Freitas, 2004);

 Desenvolvimento progressivo ao longo da infância (Freitas, 2004);

 Depende de:
- Experiências linguísticas (Lane & Pullen, 2004);
- Desenvolvimento cognitivo da criança (Bernardino, Freitas, Souza, Maranhe &
Bandini, 2006);
- Características específicas de diferentes capacidades de CF (Bernardino,
Freitas, Souza, Maranhe & Bandini, 2006);
- Exposição formal ao sistema alfabético, com a aquisição de leitura e
escrita(Goswani & Bryant, 1990; Lane & Pullen, 2004; Maluf & Barrera, 1997;
Morais et al., 1979; Morais, Mousty & Kolinsky, 1998 cit. por Bernardino,
Freitas, Souza, Maranhe & Bandini, 2006).

 Apesar deste desenvolvimento nem sempre ocorrer na mesma ordem, os estudos


são unânimes quando referem que o nível mais complexo de CF e, portanto, a
última capacidade a surgir, é a consciência fonémica (Freitas, 2004; Lane &
Pullen, 2004; Sim-Sim, 1998).

1. A capacidade cognitivo linguística envolve a parte de manipulação dos sons da


fala está armazenada e podemos operar rapidamente. Tem crianças com
transtorno fonológico que apresentam trocas na fala e tem essa parte que não é
tão desorganizada. BOLA: B-O-L-A / BO-LA/A-L-O-B.
2. Produção motora uma prova de sequência silábica – PATACA.PATACA
...PATACA...FASACHA...FASACHA...FASACHA... Estou TESTANDO pra
ver ser aqueles OFAs tem a mobilidade de capacidade para modular/produzir os
sons da fala.
3. Percepção Auditiva -provas de percepção/discriminação fonêmica. Nessa
prova eu avalio o que a criança consegue perceber auditivamente com relação
aos fonemas. EX: VACA/FACA...PATO/BATO...GOLA/COLA...

 Dentro desse contexto eu posso ter crianças que falhem em um aspecto, dois
e tem também crianças que falham nas três habilidades.
 Sendo assim, o transtorno fonológico pode ser do tipo: linguístico cognitivo-
(quando a gente observa que a alteração está na organização mental dos sons da
fala); Motor- (quando há falta de destreza motora para produzir o fonema alvo)
e Perceptivo auditivo- (quando há dificuldades para discriminar/perceber
diferenças e semelhanças entre os fonemas)
 E aí estão tentando classificar o TF para ver a que ordem ele pertence. Mas
qual seria a importância de pensar acerca disso! Sabendo que todos os três tem a
mesma manifestação (trocas na fala). Não consigo classificar a ordem do
transtorno fonológico do cebolinha, porem sabemos que ele apresenta o
transtorno, mas manifestação é a mesma, a gente tem que aplicar provas
especificas para tentar identificar onde esta.
 É importante classificar o tipo de TF na criança porque isso que vai me
direcionar na terapia, e além disso vai me sensibilizar para trabalhar de
forma diferente com cada criança pois cada uma tem peculiaridades
especiais.
 É de suma importância saber toda a fundamentação teórica antes de tratar um
TF,porque pode parecer algo simples de ser tratado mas senão souber as
características de base você vai realizar um trabalho inadequado além de não
obter a evolução do paciente numa terapia mal direcionada .Em suma ,o paciente
vai apresentar uma dificuldade numa habilidade e vou estar estimulando outra
que está normal.
 A relevância de raciocinar a cerca dos tipos de TF é para nos auxiliar na
elaboração de estratégias terapêuticas eficazes.
 Na pe3squisa de mestrado da Thais foi constatado que 53,5% das crianças
apresentavam maiores dificuldades na consciência fonológica ou seja o
problema de ordem linguístico cognitivo 3,5% nas praxias que é relacionado a
parte motora da fala e 32% relacionado as duas condições tanto motora quanto
cognitivo linguístico ; 3% apresentavam dificuldades em nenhuma das duas , e
pode ser as crianças da percepção auditiva . Nesse panorama 85% das crianças
falham na organização mental dos sons da fala segundo essa pesquisa.

GRAVIDADE DO TRANSTORNO FONOLOGICO – OUTRO TIPO DE


CLASSIFICAÇÃO

Analisa o percentual de consoantes corretas---PCC

Quanto melhor a integibilidade da fala mais leve será a gravidade do TF.

Qaunto maior o percentual de consoantes corretas menor será a gravidade do TF.

Para calcular preciso do PCC e PCCR

No pcc eu avalio somente o percentual de consoantes corretas. Ex: a palavra é bola e eu


falo /pola/, eu tenho um total de ½ de consoantes corretas na palavra. Barata/balata, 2/3
consoantes corretas.

O PCCR não considera as distorções como erros;

O pcc inclui as distorções como consoantes erradas

No PCC geral considera-se erros: distorções, omissões E substituição.

O calculo é o número de consoantes corretas dividido pelo total de consoantes x 100

Leve – 85% a 100% (o indicie percentual de consoantes corretas é alto)

Levemente moderado – 65% a 85%


Moderadamente severo -50% a 65%

Severo - >50%

Quando a criança produz uma distorção: * s

A maior prevalência entre as alterações de fala na infância sendo mais prevalente também
nos meninos, a gravidade predominante é leve e levemente moderado.

PROCESSOS FONOLOGICOS

OS MAIS PREVALENTES SÃO: OS QUE ENVOLVEM A SIMPLIFICAÇÃO DE


LIQUIDAS, DE ENCONTRO CONSANTAL E DE CONSOANTE FINAL.

Quando temos uma simplificação de liquida temos um transtorno que envolve um


fonema. r/lh/l/rr. Em algum desses há problema.

No caso de redução de encontro consonantal e apagamento de consoante final envolvem


uma estrutura silábica CCV.

As crianças da clinica falham mais no R vibrante.

Quando elas falham no l, geralmente falham também no lh.

As vezes a criança tem os 19 fonemas, mas ainda apresenta TF. O Problema é na


produção de estruturas silábicas complexas (CCV/CVC).

E: pota..si li...porem ela fala também rota..carro..

Na minha analise tenho que observar as estruturas silábicas complexas além do R


vibrante.

Avaliação

 Para avaliar uma criança com queixa de desvio fonológico é preciso de uma
amostra de fala. Seja ela espontânea ou seguindo algum protocolo. Para que
posteriormente se realize a transcrição fonética e analise fonética (se a criança
faz omissões, substituições e distorções) -RELACIONADA A COMO A
CRIANÇA PRODUZ DETERMINADO SOM. NA ANALISE FONOLOGICA
É QUE VERIFICAMOS OS PROCESSOS RECORRENTES NA AMOSTRA
DE FALA. COMO AQUEÇLAS CLASSES DE SONS ESTAO SE
COMPORTANDO.
 QUANTO A AMOSTRA DE FALA: ABFW-fonologia (nomeação, imitação). E
fala espontânea (narrativa, entrevista semidirigida).
 Existem vantagens e desvantagens quanto a amostra de fala, isso depende do
paciente.

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