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POLÍTICA NACIONAL DE

CONTROLE DE ZOONOSES

Francisco Anilton Alves Araújo

francisco.araujo@saude.gov.br
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

“Um conjunto de ações que proporciona o


conhecimento, a detecção ou prevenção de
qualquer mudança nos fatores determinantes
e condicionantes de saúde individual ou
coletiva , com a finalidade de recomendar e
adotar medidas de prevenção ou de controle
das doenças ou agravos”. (Lei 8.080. SUS.
SNVE)
CONCEITOS

• ZOONOSES

“Doenças transmitidas dos animais para o homem e


vice-versa”

• ANTROPOZOONOSES
• São infecções naturalmente transmitidas de animais
vertebrados para humanos. Possui uma grande variedade
epidemiológica, manifestações clínicas e medidas de
controle
ZOONOSES

O agente etiológico pode ser vírus, bactérias, fungos,


protozoários ou parasitas . A transmissão pode ser direta
ou através de alimentos e água.

Seu diagnóstico, vigilância, prevenção, e controle requerem


um alto grau de colaboração intersetorial e
intergovernamental, especialmente entre saúde e
agricultura.
ANIMAIS COMO FATORES DE
RISCO BIOLÓGICO
• Hospedeiros – permitem a sobrevivência ou o
alojamento do agente infeccioso

• Reservatórios – onde o agente infeccioso vive e se


multiplica até a sua transmissão para um hospedeiro
suscetível

8 cães, gatos, bovinos, eqüídeos, suínos,


morcegos, macacos, roedores urbanos e
silvestres e outros.
ANIMAIS COMO FATORES
DE RISCO BIOLÓGICO
Vetores – capazes de transmitir um agente infeccioso

8 transmissão mecânica – simples transporte do agente


infeccioso
8 transmissão biológica – necessidade de multiplicação
e/ou desenvolvimento do agente para que se torne
infectante
8 Aedes sp, Anopheles sp, flebotomos, culicídeos, carrapatos
HOSPEDEIROS E RESERVATÓRIOS
X DOENÇAS

8 animais domésticos (cão e gato): raiva, leishmaniose,


leptospirose, hidatidose, tungíase, larva migrans

8 animais de interesse econômico (bovinos, eqüídeos e


suínos): raiva, brucelose, tuberculose, teníase,
cisticercose, leptospirose

8 animais silvestres (morcegos): raiva, histoplasmose,


criptococose

8 animais sinantrópicos (roedor): leptospirose,


hantavirose, peste, tifo murino
ZOONOSES E DOENÇAS
TRANSMITIDAS POR VETORES
9Raiva 9Doença de Chagas
9Leishmaniose 9Esquistossomose
9Leptospirose 9Filariose
9Hantaviroses 9Oncocercose
9Febre Amarela 9Peste
9Febre Maculosa 9Malária
9Febre do Nilo Ocidental 9Dengue
9Transmitidas por alimentos 9Hidatidose
OBJETIVOS DA VIGILÂNCIA
• Acompanhar a ocorrência das antropozoonoses
• Definir local provável e forma de exposição
• Monitorar e controlar populações animais enquanto
fatores de risco
• Estudar os fatores que interferem no aumento das
populações animais enquanto fatores de risco
• Determinar outros fatores que interferem na ocorrência
da doença
• Recomendar e executar medidas de prevenção e
controle da doença
• Recomendar e executar medidas para o controle das
populações animais, enquanto fatores de risco biológico
AÇÕES

• componente humano – vigilância, assistência

• componente animal – vigilância e controle de


populações animais enquanto fatores de risco

• vigilância de circulação do agente – evento sentinela

• educação em saúde
INTERFACES PARA
O CONTROLE DE ZOONOSES

• Instituições governamentais e não governamentais:

8Ministério da Agricultura, IBAMA, Promotorias de


Justiça, Academia, CRMV, ANCLIVEPA

8ONGs de proteção ambiental e animal

Existe integração?
DESAFIOS DA VIGILÂNCIA
DAS ZOONOSES E DAS DOENÇAS
TRANSMITIDAS P/ VETORES
8Múltiplos animais que participam na cadeia de
transmissão de cada doença
8 Fatores ambientais que interferem na proliferação da
população de hospedeiros, reservatórios e vetores
8 Conhecimentos ainda insuficientes de todos os
fatores de risco das doenças
8 A maioria das doenças emergentes tem potencial
zoonótico e epidêmico
DESAFIOS DA VIGILÂNCIA
DAS ZOONOSES E DAS DOENÇAS
TRANSMITIDAS P/ VETORES
8 São desconhecidas pelos profissionais de saúde
8 escassez de insumos de laboratório para diagnóstico
alto custo para as investigações de campo
8 nem sempre são valorizadas politicamente
8 heterogeneidades quanto ao acesso a serviços de
saúde, coberturas vacinais, % de municípios com
vigilância estruturada, biodiversidade
8 integração intra e inter institucional, ONGs de
proteção animal, Promotorias de Justiça
VIGILÂNCIA E CONTROLE

• Ativa:
– Inquéritos soro- epidemiológicos, parasitológicos
– Estudo de dinâmica populacional
– Estudo ambiental
– Fatores que levaram ao desequilíbrio da população
– Manutenção da população em níveis aceitáveis para a
convivência humana
– Inquéritos Entomológicos
– Tentativa de isolamento de agentes infecciosos
– Monitoramento de vetores
VIGILÂNCIA E CONTROLE

• PASSIVA:
– Controle de foco
– Imunoprofilaxia (raiva, leptospirose)
– Retirada dos fatores de risco do meio ambiente por
serem responsáveis pela possível manutenção o ciclo
da doença nos animais
– Controle físico/químico/mecânico
CENTRO DE CONTROLE DE
ZOONOSES

- DEFINIÇÃO: Base operacional municipal e do DF responsável


pela execução da Vigilância e Controle Ambiental, através do
manejo e controle das populações animais, visando a profilaxia
das zoonoses e doenças transmitidas por vetores, além dos
agravos e incômodos causados por eles.
- OBJETIVOS:
* GERAL: Executar a Vigilância e Controle Ambiental,
através do manejo e controle das populações animais, visando a
profilaxia da zoonoses e doenças transmitidas por vetores, além
dos agravos e incômodos causados por eles
CENTRO DE CONTROLE
DE ZOONOSES
* ESPECÍFICOS:
• Manejo e controle de animais domésticos (zoonoses,
reservatórios, vetores, agravos, incômodos e fatores de risco)
• Animais sinantrópicos (zoonoses, agravos e incômodos)
• Atuação nos focos de zoonoses (romper o elo)
• Controle dos animais peçonhentos f) Vigilância entomológica.
• Área de educação em saúde
• Integração com as diferentes instituições.
• Apoio às universidades (pesquisa e capacitações)
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL
REDE DE CCZ´S

•BRASIL
• Nº de CCZs - 240
•População Atendida – 74.156.873
•% da Pop brasileira atendida : 41,8 %
REDE DE CCZ´S
Região Nº de CCZs % cobertura
Norte 26 39,81%
Nordeste 68 35,0%
Sudeste 98 54,56%
Sul 16 21,44%
Centro-Oeste 32 54,04%
SUSTENTABILIDADE

•Multas
•PPI - Programação Pactuada Integrada
•Consórcio
•Prestação de Serviços
•Apoio MINISTÉRIO DA SAÚDE
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
PELO CCZ
CÃES/GATOS
-Estudo de dimensionamento da população
-Retirada de animais de vias públicas ( captura e apreensão)
-Recolhimento de animais em residências
-Registro de Animais
-Licenciamento do proprietário
-Marcação de Animais
-Manutenção de animais por três dias em canis coletivos
-Resgate de animais pelo proprietário
-Vacinação de animais contra a raiva
-Coleta de sangue para diagnóstico da Leishmaniose Visceral.
- Controle de foco de raiva
- Campanha de vacinação
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
PELO CCZ
-Coleta de material ( fezes, urina, sangue, raspado de pele) para
pesquisa de zoonoses
-Doação de Animais a Instituições interessadas
-Adoção de animais por pessoas interessadas
-Eutanásia Animal
-Coleta de Material para diagnóstico de raiva
-Necropsia animal
-Esterilização de Animais
-Atendimento Clínico Veterinário
-Desverminação
-Observação de Animais.
POLÍTICA DE CONTROLE ANIMAL
VOLTADA PARA A SAÚDE PÚBLICA
• ATORES:
– Proprietário
– Poder Público
• Saúde
• Meio Ambiente
• Executivo, Legislativo e Judiciário (Leis)
– Organismos Não Governamentais
– Conselhos de Classe ( CFMV e ANCLIVEPA)
PROPRIETÁRIO

•Proporcionar espaço físico para a permanência do animal, conforme


sua raça e porte.
•Cuidar de seu animal a fim de preservar propriedades públicas ou
particulares, evitar distúrbios sonoros que comprometam o sossego de
outrem, resguardar a segurança pública e individual, minimizar riscos de
insalubridade, perigo ou agressividade a pessoas ou a outros animais
•Proporcionar alimentação, higiene ambiental e individual dos
espécimes, coleta e descarte de resíduos e dejetos.
•Acompanhamento médico veterinário nos cuidados básicos iniciais de
vacinação, administração de vermífugos
•Controle da reprodução, a eliminação de crias indesejáveis, o controle
do meio ambiente, evitando a disponibilidade de alimentos e abrigos aos
animais sem restrição
SETOR SAÚDE
• Propor a formulação e a implementação da política nacional de controle de
populações de cães e gatos.
• Elaborar normas relativas às ações de controle de população de cães e gatos
voltadas à prevenção e ao controle de zoonoses no país.
• Propor normas e mecanismos de controle das populações de cães e gatos a
outras instituições de atuação no meio ambiente, saneamento, educação e saúde,
em aspectos de interesse da saúde pública.
• Coordenar e supervisionar as ações de controle de população de cães e gatos,
em consonância com os objetivos dos programas de vigilância epidemiológica e
controle de zoonoses.
• Normatizar e coordenar as competências da Rede Nacional de Centros de
Controle de Zoonoses na política de controle de populações de cães e gatos.
• Realizar as avaliações do impacto da política de controle de população de cães e
gatos nas ações dirigidas à prevenção de doenças e agravos produzidos por
estes animais.
SETOR SAÚDE
• Gerar o sistema de informação relativo à política de controle de população de
cães e gatos, incorporando todos os seus componentes (registro, concessão
de licenças, etc.):
• Definir indicadores nacionais para o monitoramento das populações de cães e
gatos.
• Promover, coordenar e executar estudos e pesquisas aplicadas à política de
controle de populações de cães e gatos.
• Analisar e divulgar informações epidemiológicas sobre a política de controle
de populações de cães e gatos.
• Prestar assessoria técnica aos Estados e municípios.
• Promover a cooperação técnica internacional.
• Fomentar e executar programas de desenvolvimento de recursos humanos na
área.
ORGANISMOS NÃO GOVERNAMENTAIS
DE PROTEÇÃO ANIMAL
• Participar das atividades do programa de controle de populações de
cães e gatos em sua área de competência.
• Desenvolver atividades constantes dos programas de educação e
promoção da saúde, conforme procedimentos padrões.
• Integrar as equipes de controle reprodutivo de animais de estimação
conforme suas competências e atribuições.
• Prover abrigo e alimento aos animais alojados nas dependências das
instituições não governamentais conforme normas operacionais.
• Promover programas de adoção de animais de estimação, garantindo
a manutenção segundo normas operacionais que garantam o seu
bem-estar, a promoção da saúde pública e a preservação do meio
ambiente.
• Implantar medidas de controle sanitário-ambiental nos alojamentos
dos animais, respeitando as indicações de procedimentos
operacionais.
CONSELHOS DE CLASSE

– Participar do desenvolvimento de atividades dirigidas


ao controle de populações de cães e gatos.
– Estabelecer convênios com organismos oficiais para
o desenvolvimento de atividades de controle de
populações de cães e gatos.
– Divulgar informes técnicos à comunidade e/ou
associados.
– Desenvolver programas de educação continuada.
– Fiscalizar as Instituições que mantém animais em
cativeiro.
POR QUE SE FAZ NECESSÁRIO ?
• Saúde Pública

• Segurança do cidadão

• Proteção e bem estar animal


COMO FAZER ?

• Integrando a política nacional.


• Interagindo com a sociedade e os
organismos não governamentais.
• Observando os passos a serem dados.
FINANCIAMENTO

• Recursos SUS????
– Construção de Centros Cirúrgicos nos CCZs ??
– Aquisição de Equipamentos??
– Manutenção??
– Parceria Universidades e ONG’s e Clínicas
privadas???
– Impacto da esterilização para o controle de
Zoonoses e da população animal???
CRITÉRIO DE FINANCIAMENTO
- Ministério da Saúde
- Construção, reforma, ampliação e aquisição de
equipamentos.
- Base no montante de recursos orçamentários
disponíveis.
- Critério:
•Elegibilidade
•Prioridade
CRITÉRIO DE FINANCIAMENTO
- Critério de Elegibilidade
* Capitais
* Municípios Sedes de Diretorias Regionais ou
similares
* Municípios que fazem parte de Regiões
Metropolitanas das Capitais.
* Municípios com população acima de 100.000
habitantes.
* Municípios de fronteira.
CRITÉRIO DE FINANCIAMENTO
- Critério de Prioridade
* Prioridade 1: Municípios com casos de raiva humana,
transmitida por animais domésticos, nos últimos dois anos.
* Prioridade 2: Municípios com ocorrência de epizootia de
raiva, em animais domésticos, nos últimos dois anos.
* Prioridade 3: Municípios com ocorrência de leishmaniose
visceral humana, nos últimos dois anos.
* Prioridade 4: Municípios com ocorrência de epizootia de
calazar canino, nos últimos dois anos
* Prioridade 5: Municípios com maior população (critério de
desempate)
CONDIÇÕES ESPECÍFICAS
São financiáveis a construção. Reforma, ampliação de
Centro de Controle de Zoonoses e aquisição de equipamentos.
O projeto técnico deverá ser elaborado em
conformidades com as diretrizes do Ministério da Saúde.
Quando se tratar de sede de Diretorias Regionais ou
similares,e o projeto tiver como fim atender a região, considerar
a população e o número de municípios contemplados e o
projeto deverá vir acompanhado de documento onde os
prefeitos assumas o compromisso de trabalho conjunto.
Não serão financiados novos projetos para municípios
que tenham recebidos recursos para o mesmo fim, nos últimos
cinco anos.

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