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Data:14/09/2020
Professor:José Lorenzatto
Aluna: Ana América Gonçalves Fróes
O grupo familiar é o primeiro núcleo de relações sociais que o indivíduo pertence. Há o núcleo
primário ou imediato, composto por pais, irmãos e os núcleos secundários ( tios , primos, etc) e
terciários (agregados). O núcleo familiar está submetido a limites e tangencialidades sócio-
culturais, que interferem no conceito e na organização familiar (emancipação feminina, participação
masculina em papeis antes imputados a mulher, crescimento da população de mulheres solteiras,
mudanças quanto as orientações e vivências da sexualidade).
A função materna tem nuances que se alongam desde a nutrição, reconhecimento do corpo do filho
e olhar sobre este corpo para que haja a identificação. Ou seja ser provedora, exercer a função de
pára excitação, proporcionar a simbiose para a segurança afetiva adequada, compreender e
decodificar e implica tanto na presença, quanto no saber estar ausente. Saber ser continente para
devolver o conteúdo estruturante ao filho é um papel dinâmico, criativo e contínuo. A maternagem
adequada tanto se abre para a construção do self grandioso na criança, quanto da imago parental
idealizada e prepara para a futura dessimbiotização e valorização progressiva da figura paterna. Esta
figura trará segurança ao filho, como proporcionará através do papel do limite a possibilidade de
abertura do indivíduo as relações e amizade, através da renúncia da mãe, como interesse específico.
O conceito de trauma em Freud é mais ligado a causas sexuais no plano fisico ou na fantasia. É
Ferenczi que chama a atenção em 1933, que situações onde a criança se sente incompreendida ou
rejeitada podem gerar traumas psíquicos e percepções sobre o desamparo.Klein entende o
desamparo, como um estado de solidão inconsciente ou consciente, que acontece em função da
introjeição de “objetos maus”. Meltzer trata o assunto, como uma falta de espaço interno para
sustentação das identificações. Para Mahler trata-se de uma falha da dessimbiotização , tornando
dificil a passagem do indivíduo pelas etapas de separação e individuação, que também são
discutidas por Kohut como injúrias narcísicas que limitarão a fase da percepção do Self grandioso,
podendo trazer uma desestrutura na imago parental. Lacan entende como a falha do estado do
espelho, que afetaria a identificação e Green aponta para o comportamento de “vazio” ou
comportamento “branco” de mães deprimidas, cujo papel de conteúdo, compreensão e devolução
falham. Bion identifica a falha de função alfa, havendo uma dificuldade na alfabetização emocional,
o que determina no seu entendimento tanto a simbiose, quanto a dessimbiotização adequadas, para
identificações extra familiares e relações sociais balanceadas. Enfim, toda situação de trauma, de
alguma forma levará a sensação de desamparo, cuja resolucão dependerá de uma maternagem,
paternagem adequadas e definição clara dos papéis, proporcionando inclusive a formação de uma
agressividade de sobrevivência e de transformação ao indivíduo.